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Hell Divine N15

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Hell Divine N15

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  • Aqui na Hell Divine h sempre uma surpresa, inclusive para mim! Na edio passada, anunciamos o desligamento do designer Ricardo Thomaz e, em seu lugar, entrava o Douglas Veiga. Nessa edio, estamos dando adeus ao Douglas (diga-se fez um excelente trabalho e salvou nossa pele) e damos as boas vindas, novamente, ao Ricardo, que retorna com foras e tcnicas renovadas! Estamos renovando tambm a equipe, com novos e experientes colaboradores, que ajudaro com contedo de qualidade. Mesmo levando porrada de todos os lados, continuamos nessa luta e no abandonaremos a guerra! No vou mentir, conseguir entrevistas est cada vez mais difcil. As gringas s querem responder por telefone e com hora marcada como se todo mundo vivesse disso e ganhasse dinheiro no Ba da Felicidade todo ms para pagar a conta de telefone para o exterior. J as nacionais, muitas no respondem os e-mails ou demoram um sculo para devolver o material completo, achando que s porque somos uma revista digital e gratuita, a coisa bagunada. J adianto: no . Pelo contrrio, somos muito srios, comprometidos e profissionais. Chegamos metade do ano e tem muita coisa (mas muita mesmo) legal j lanada, fortes candidatos ao topo da lista de melhores do ano. Procuramos ouvir a maioria dos discos lanados, resenh-los e entrevistar as bandas que se destacam dentre as demais. Trouxemos, ento, para essa edio os demolidores do Aborted como grande destaque da capa, por meio de um bate papo bem descontrado. Alm deles, temos entrevistas com o Fueled By Fire (que passou recentemente pelo Brasil), o Hatriot (banda do ex-vocalista do Exodus), Andralls, Woslom, Flesh Grinder, Patria e o retorno da seo Covering Sickness, com Carlos Fides da Artside. Quero aproveitar o espao para agradecer aos leitores que nos acompanham nas redes sociais, sempre comentando e espalhando a revista pela Internet! Como sempre afirmei, a Hell feita para vocs! Agora, sem piedade, devorem essa edio! Nos vemos em setembro! Go To Hell!!

    Pedro Humangous.

    Editor Chefe: Pedro HumangousRedatores: Augusto Hunter e Yuri AzaghalDesigner: Ricardo ThomazPublicidade: Maicon LeiteReviso: Fernanda CunhaWeb Designer: William VilelaColaboradores: Christiano K.O.D.A, Marcos Garcia, Jnior Frasc.Participaram nessa edio: Luiz Ribeiro e Joo Messias Jr.Envio de Material: Rua Alecrim, Lote 4, Ap. 1301 - Ed. Mirante das guas - guas Claras Braslia/DF - CEP: 71.909-360

    Espao reservado aos leitores para divulgarem sua arte.

    e d i t o r i a l

    e q u i p e

    i n d i c e

    Nota do Editor Chefe.

    Conhea quem faz a Hell Divine.

    Aborted, Fueled By Fire, Hatriot, Woslom, Andralls, Flesh Grinder, Kalmah e Patria.

    Diversas avaliaes da revista pra voc acompanhar.

    Veja a anlise da revista sobre os timos laamentos para PC, PS3 e XBOX360.

    Entrevista com Fernando Laruccia, um mostro das artes.

    Resenhas dos ltimos shows no Brasil.

    Conhea as bandas que esto surgindo.

    Bizarrices do mundo do rock.

    EDITORIAL

    EQUIPE

    ENTREVISTAS

    RESENHAS

    DIVINE DEATHMATCH

    COVERING SICKNESS

    LIVE SHIT

    UPCOMING STORM

    MOMENTO WTF

    RASCUNHO DO INFERNO

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    quebrando ossos,

    escorrendo sangue

    A Aborted passou pelo Brasil, em 2012, e agradou muito aos fs de msica extrema. Na ocasio, estavam promovendo o ltimo disco, o excelente Global Flatline, lanado no pas via Shinigami Records. E foi por intermdio da gravadora que a Hell Divine entrevistou o simptico e bem humorado vocalista Sven De Caluw, que falou da passagem por aqui, sobre o disco e fez um breve balano dos quase vinte anos de banda.

    HELL DIVINE: Voc considera Global Flatline o melhor

    lbum da carreira? Por qu? Como voc o descreveria?SVEN DE CALUW: Melhor uma estranha escolha de

    palavras para descrever seus prprios lbuns. Eu, definitivamente, diria que

    um dos meus favoritos do Aborted. Ele tem a intensidade e a brutalidade dos outros discos, sem ter que fazer

    nenhuma concesso na hora de cantar, sendo que os cantos se

    encaixaram em termos de agresso. Estamos satisfeitos com ele e mal posso

    esperar para escrever o prximo.

    HELL DIVINE: Como a banda teve a ideia de fazer uma espcie de homenagem aos antigos filmes de

    horror no encarte?SVEN DE CALUW: Pois , todo o lbum e o universo da Aborted so uma homenagem ao horror dos anos oitenta e minha fascinao doentia por serial killers e misantropia.

    HELL DIVINE: Qual a msica mais poderosa do lbum, em sua opinio?SVEN DE CALUW: difcil dizer, mas em shows, eu diria que Coronary Reconstruction, The Origin of Disease, Fecal Forgery e From a Tepid Whiff definitivamente tm aquele efeito de fazer as pessoas se arregaarem, ficarem possudos.

    HELL DIVINE: Por que o ttulo (The Origin of Disease) est em russo?SVEN DE CALUW: Porque tenho muitos amigos russos e queramos berrar para os fs de l, embora seja um desafio cantar algumas palavras em uma lngua que no consigo falar nada (risos).

    HELL DIVINE: Como voc compara o antigo Aborted (Gore/Splatter) com o atual (Death Metal)?SVEN DE CALUW: o mesmo, a banda apenas se aperfeioou tocando seus instrumentos. O Gore e o Splatter ainda esto l, e a banda sempre foi Death Metal, na realidade. Global Flatline mais brutal do que qualquer um dos antigos discos, ento, tornamo-nos mais extremos, sem contar os dois lbuns anteriores (risos).

    HELL DIVINE: Voc mora em Israel atualmente, certo? difcil ensaiar com o Aborted, que original da Blgica, mas que conta com outros integrantes de diferentes pases?SVEN DE CALUW: Ns no ensaiamos, fazemos as coisas pela Internet. Os integrantes treinam constantemente e, a, ns praticamos por uma semana ou alguns dias antes de tocar em shows ou fazer uma turn. o nico jeito de fazer as coisas funcionarem com pessoas espalhadas por trs continentes.

    HELL DIVINE: O Aborted completa vinte anos, em 2015. Talvez seja cedo para perguntar, mas vocs j pensam em algum tipo de celebrao?SVEN DE CALUW: Putz, de fato! No temos pensado nisso, mas seria legal fazer algo, com certeza. Talvez um DVD ou algo do tipo, quem sabe (risos). Voc despertou minha ateno em relao a isso, agora vou me sentir velho e sentar no cantinho (risos).

    HELL DIVINE: Recentemente, vocs fizeram alguns shows para celebrar os dez anos do lbum Goremageddon: The Saw and the

    Carnage Done. Como foi a experincia?SVEN DE CALUW: Absolutamente incrvel! Muitas pessoas apareceram e adoramos demais tocar as msicas antigas e novas para elas. Foi um prazer dividir esses momentos com os fs e com nossos amigos do Vomitory e Benighted, entre outras, que certamente fizeram uma grande festa no palco a cada noite. No poderia estar mais satisfeito!

    HELL DIVINE: Quais so as suas melhores e piores recordaes do Brasil?SVEN DE CALUW: A pior foi a falta de descanso e as passagens de som interminveis (risos). Todo o restante foi absolutamente fantstico, as pessoas foram demais, as comidas/frutas so deliciosas. Tivemos s boas recordaes e mal esperamos para voltar! Definitivamente, um dos meus lugares favoritos de todo o mundo!

    HELL DIVINE: Vocs fizeram muitas imagens no Brasil, para us-las em um futuro DVD?SVEN DE CALUW: Ns, na verdade, somos um bando de retardados e no filmamos nada (risos), mas agora temos uma filmadora profissional e estamos prontos para retornar e garantir imagens suficientes. Ento, produtores de shows, faam isso acontecer!

    HELL DIVINE: Agradeo muito a entrevista! Por favor, deixe uma mensagem final.SVEN DE CALUW: Matem todos, comprem nossas merdas de materiais, obrigado!

    Por Christiano K.O.D.A.

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  • inegvel que o Thrash sempre teve, em todas as dcadas, grande expoentes e muita barulheira de responsa para apresentar. Na dcada de 2000, podemos marcar um novo levante de thrash maniacs que fez grandes referncias para o metal. Os norte americanos do Fueled By Fire, com certeza, esto entre estes grandes nomes que surgiram e tero muito a nos apresentar! Agora, lanando seu terceiro lbum Trapped in Perdition e com a primeira turn sul americana, conversamos com o baterista Carlos Gutierrez.

    HELL DIVINE: uma grande honra para ns conversar com o Fueled by Fire! Primeiro, gostaramos de saber do

    novo lbum. O que podemos esperar? Como foi trabalhar com Erik Rutan (Hate Eternal)?CARLOS GUTIERREz: Primeiramente, gostaria de agradecer muito pela

    entrevista. Fico honardo de estar na revista. Acho que o novo lbum Trapped in Perdition um passo a

    mais de nossos dois lbuns anteriores (Spread the Fire

    and Plunging Into Darkness). Nos dedicamos mais seriamente ao

    escrever os sons e pusemos nosso melhor neste trabalho. Est muito mais pesado, mas ainda com muita velocidade. Trabalhar com Erik Rutan foi maravilhoso! Ele o cara! Estou muito orgulhoso de podermos cham-lo de irmo e um grande amigo. Aprendemos muito com ele, no apenas de gravao,

    mas tambm sobre negcios. Ele realmente nos colocou para trabalhar, que era

    exatamente o que precisvamos. Ele nos fez colocar nosso melhor e estou muito orgulhoso

    do resultado. Lanamos uma msica, que a primeira do lbum, chamada Catastrophe e

    teve um timo retorno, o que nos deixou muito animados. Ns mal podemos esperar para que o

    amterial seja lanado! Vocs no se desapontaro com o que vo ouvir.

    HELL DIVINE: Podemos ver uma evoluo na sua msica, no s na tcnica, mas tambm na parte da produo. Qual a maior influncia na hora de escrever novas msicas? Claro que o Thrash Metal Old School muito presente, mas tambm ouvimos influncias claras de Death Metal e NWOBHM, certo?CARLOS GUTIERREz: Sim, temos muito influncia do Death Metal neste lbum. Gorguts, Morbid Angel, Death, Morgoth e Deicide. Estas so algumas das bandas. Mesmo que eu escute muito NWOBHM, no poderia dizer que h esta influncia neste lbum.

    HELL DIVINE: Em seu primeiro lbum, vocs assinaram com a Metal Blade Records, um dos maiores selos de Heavy Metal no mundo. Como vocs fizeram esse contato? O novo lbum ser lanado com a NoiseArt Records, o segundo lbum com eles. Como vem sendo o trabalho com eles?CARLOS GUTIERREz: Bem, na verdade, ns no os contatamos. Eles que nos contataram por e-mail. Acredite, eu achei que era algum tipo de brincadeira ou coisa do tipo. E ns ainda lhe perguntamos: isso verdade?(risos). Mas ns fizemos o Spread the Fire por ns mesmos e, uma semana depois, Brian Slagel nos contatou. De alguma maneira chegou at ele, que ouviu, gostou e nos procurou! Ele foi remixado e remasterizado por Joey Vera do Might Aromored Saint e relanado pela Metal Blade Records, em 2007. Sim, Trapped in Perdition ser lancado pela NoiseArt Records! Eles tm sido muito bons para ns!Tm nos ajudado muito! Estou muito satisfeito de estar em um selo que realmente colaboram com suas bandas.

    HELL DIVINE: Vocs sabem a dificuldade no underground e no Brasil, como em muitos outros lugares, temos muitos problemas no s com gerentes das casas de show, mas com a desunio de bandas, de fs e produtores. E a cena nos EUA? Nos fale um pouco dela.CARLOS GUTIERREz: Bem, muitas vezes, aqui nos EUA, tem uns produtores bunda moles e muitas babaquices tambm, mas h muitas pessoas boas que realmente ajudam a cena e as bandas. A cena aqui est bem! A cena Metal em Los Angeles bem grande. Ns sempre temos muito shows e concertos que ajudam a cena a crescer. As bandas locais tambm ajudam uma a outra e trabalham duro para fazer algo maior. Ento, acho que a cena est viva e boa!

    HELL DIVINE: Este ser seu terceiro lbum e vocs j fizeram boas turns e tocaram em festivais respeitados na Europa. Ano passado, vocs fizeram uma turn com Kreator, Morbid Angel e Nile na Europa. Conte-nos como foi.CARLOS GUTIERREz: Sim, o primeiro show na Anturpia foi um grande show! Eu lembro que teve um pequeno atraso e logo que as portas abriram, todos correram para a frente e ns estvamos no

    palco prontos para tocar. Ento, comeou nossa Intro e todos enlouqueceram! Muito bom. Ns tnhamos muitos amigos por l e samos com essas amizades fortalecidas. Mas estar em turn com esse povo foi bom demais. Ns somos muito honrados de ter sido parte deste cast. Os shows foram destruidores! E ns fizemos muitos amigos naquela turn. Equipe, os caras das bandas, tudo. Uma das grandes conquistas de nossa carreira at agora.

    HELL DIVINE: Ainda falando de turns, nos conte daquela com o Violator na Europa, em 2010. Como foi excursionar com os caras?CARLOS GUTIERREz: A turn com Violator foi destruidora! Eles so minha banda de Thrash favorita desta gerao! Ento, quando fechamos com eles, mas podamos esperar. Sabamos que seria uma boa e divertida turn! Ns j tnhamos contato com eles antes mesmo da turn e ns sempre dissemos uns aos outros que gostaramos de dividir o palco. E finalmente aconteceu. Os caras realmente so nossos irmos. Sempre tivemos bons momentos juntos. Tocamos com eles em

    sua casa, Braslia, para o aniversrio de 11 anos da banda! Vida longa ao Violator por mais onze destruidores anos!

    HELL DIVINE: Quais bandas voc est ouvindo atualmente?CARLOS GUTIERREz: Ouo muito Metal Tradicional. Nightmare, Tokyo Blade, Sortilege, etc. Mas tambm venho escutando muito Graveyard, Ghost e estilos diferentes como The Growlers. Ento, hoje em dia, eu misturo bastante, mas sempre detono com meu tradicional Heavy Metal (risos).

    HELL DIVINE: Muito obrigado! Deixe uma mensagem aos bangers brasileiros.CARLOS GUTIERREz: Obrigado pela tima entrevista. Todos os bangers brasileiros so insanos! Obrigado pelo apoio verdadeiro! Voltaremos sempre para destruir o palco com vocs e tomar umas cervejas! Cheers!

    Por Cupim Lombardi.

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  • Uma das vozes mais marcantes do Thrash Metal em todos os tempos, Steve zetro Souza, em todos os projetos e bandas dos quais participou, deixou um legado de muitas qualidades. Vocalista original do Testament (quando a banda ainda se chamava Legacy), zetro fez fama mundial com seus trabalhos com o Exodus devido a sua forma nica de cantar, e suas apresentaes fantsticas ao vivo. E agora, aps quase dez anos sem estar frente de uma banda em tempo integral, o msico retornou com o Hatriot, banda na qual toca com seus dois filhos, e que lanou este ano um dos melhores e mais agressivos discos

    de Thrash Metal dos ltimos tempos. Aproveitando o lanamento de Heroes of Origins, conversamos com o vocalista, que nos falou sobre o lbum, o processo de formao de sua nova banda, como est sendo tocar com seus filhos, e ainda

    sobre a atual situao do Exodus. Confiram!

    HELL DIVINE: Quando voc anunciou sua nova banda, o Hatriot, os fs de Thrash Metal ficaram muito entusiasmados. A repercusso do lbum foi a

    que voc esperava? Conte-nos a respeito.STEVE: A resposta tem sido incrvel e eu realmente acho que os fs de Thrash Metal

    estiveram esperando meu retorno com uma banda completa,

    e no apenas com um projeto aqui, uma participao especial ali! Essa

    a minha primeira banda em tempo integral desde que deixei o Exodus, em 2004, e acho que um retorno atrasado. As resenhas sobre o lbum tm sido, na maior parte, muito boas, e ns estamos muito felizes, mas a resposta dos fs que realmente nos deixa orgulhosos. Eles so aqueles que compram nosso disco, e que pagam por nossos shows. para eles que ns trabalhamos, no para os

    crticos. Os fs realmente abraaram o trabalho, e isso que importa de verdade

    para ns.

    HELL DIVINE: E aps fazer parte de grandes bandas do Thrash Metal, como Testament

    e Exodus, quais eram suas expectativas ao montar uma banda nova?STEVE: Eu sempre tento entrar em uma banda

    sem expectativas reais. Voc no pode prever o futuro, ento no h razes para esperar por qualquer coisa. Eu tento fazer a melhor msica que posso e me cercar com as melhores pessoas do ramo dos negcios que posso. Fora isso, est fora de minhas mos e acontece o que tiver que acontecer. Obviamente, esperamos que o disco v bem, mas nestes dias e com esta idade muito difcil fazer muito barulho no mercado. As coisas andam muito saturadas. O ponto de partida criar boa msica, e se divertir com isso. o que ns podemos fazer.

    HELL DIVINE: E como tem sido para voc tocar com seus filhos Cody e Nick? Voc acredita que eles sentiram algum tipo de presso por serem seus filhos, e voc j ser um dolo consagrado da cena?

    STEVE: Tocar com meus filhos foi uma das sensaes mais incrveis de minha vida. um dos meus sonhos se tornando realidade. Meus filhos cresceram. Meus garotos cresceram em volta do mundo da msica, e sabem dos altos e baixos, e como as coisas funcionam. Eles tm vivido estas coisas atravs de mim, ento eles vieram preparados e com a mente madura. Eles tm metas realistas e sabem como agir para atingi-las. No comeo, deve ter existido alguma presso, mas agora que o lbum foi lanado, acredito que a msica fala por si s. Ambos (meus filhos) tm tocado seus instrumentos por anos, e eles so msicos matadores! Os dois tentaram entrar para o Hatriot e foram bem sucedidos, merecendo seu lugar. No h nepotismo aqui.

    HELL DIVINE: Para mim, Heroes of Origin um dos discos mais agressivos dos quais voc j participou. Voc concorda? Toda essa brutalidade foi planejada, ou foi algo que surgiu naturalmente?STEVE: Este , provavelmente, o disco mais pesado que j fiz em toda minha carreira. E acredito que isso tenha vindo naturalmente. Eu estava com toda essa agressividade reprimida em minha cabea desde que deixei o Exodus e sabia que as probabilidades estavam contra mim com esta banda. Queria que essa banda fosse a coisa mais viciante e agressiva da qual eu j tivesse feito parte. No havia nenhuma inteno de ser um clone do Exodus. Deveria ser mais pesado e ter sua prpria identidade. Acreditamos que o lbum seja uma verso mais pesada de Temple Of The Damned.

    HELL DIVINE: Outro destaque do lbum so os guitarristas Kosta Varvakis e Miguel Esparza. Como voc os conheceu, e quando decidiu que eles eram os caras certos para fazer parte do Hatriot?STEVE: Kosta foi o primeiro que conheci. Eu tinha ido assistir meu filho Nick tocar em um show e aconteceu que a banda de Kosta tambm estava tocando, e ele foi muito impressionante. Eu simplesmente sabia que o garoto tinha algo de especial, ento trocamos informaes aquela noite e estivemos em contato, e depois da banda dele se separar ele me contatou e ns comeamos a escrever juntos. Esse foi o comeo do que agora o Hatriot. Miguel entrou em cena cerca de um ano atrs, aps nosso antigo guitarrista deixar a banda. Ele nos foi indicado, veio at ns e simplesmente

    detonou no teste. Os dois guitarristas se engrenam juntos e tem uma grande qumica. como era no antigo Exodus, nos tempos de Holt e Hunolt. HELL DIVINE: Voc j disse em outras entrevistas que o Hatriot uma banda, e no um projeto. Ento, quais so os planos da banda para o futuro? Acredito que seria fantstico para os fs uma turn do Hatriot com uma de suas antigas bandas, como Exodus e Testament. H alguma possibilidade disso acontecer?STEVE: Hatriot , definitivamente, uma banda em tempo integral. Estamos trabalhando duro para nos estabelecermos na cena e algumas ofertas de turns tm aparecido. Parece que nossa primeira turn real ocorrer neste outono na Europa, com o Toxik, e espero que novas ofertas apaream depois disso. Tenho um timo relacionamento com ambas as minhas ex-bandas e ns, obviamente, esperamos que algo deste tamanho venha para nosso caminho em algum momento. possvel e realmente seria algo matador. Muito disso depende do tanto de discos que ns poderemos vender e quantas demandas ns criaremos com promotores ao redor do mundo.

    HELL DIVINE: Acerca do Exodus, voc ainda tem planos de tocar novamente com o grupo? Alis, voc tem alguma novidade sobre a situao atual da banda, j que desde a morte de Jeff Hanneman muito se especulou sobre a entrada definitiva de Gary Holt no Slayer?STEVE: Continuo sendo um grande amigo de todos os caras do Exodus, mas no me vejo tocando novamente com eles como seu vocalista em tempo integral. Eles seguiram em frente com Rob Dukes e eu segui em frente com o Hatriot. Nos reunimos, de vez em

    quando, como vocalista convidado quando eles tocam perto de minha cidade natal, e sempre uma coisa muito legal. E eu no sei realmente o que ir acontecer com o Exdous agora que Gary est envolvido com o Slayer, que , obviamente, um negcio enorme e Gary o melhor homem para o cargo, em minha opinio.

    HELL DIVINE: E h alguma novidade sobre seus outros projetos, como o Dublin Death Patrol e o Tenet?STEVE: Dublin Death Patrol est encerrado neste momento. Fizemos dois lbuns realmente muito legais juntos, mas acho que terminamos o que tnhamos para fazer. Chuck est sempre muito ocupado com o Testament, e eu realmente quero focar todo meu tempo ao Hatriot. No quero minha ateno dividida. H muitas pessoas para coordenar quando temos que fazer shows ou ensaiar com a banda. So mais problemas do que vale a pena em vrios sentidos. Quanto ao Tenet, por mais longe que ele v, no deixa de ser mesmo um projeto solo de Jed Simon, para o qual eu fui convidado para cantar. Me diverti muito fazendo o lbum e os msicos eram demais, mas no tenho certeza se haver um outro lbum. Se Jed precisar que eu cante em algo, irei realmente considerar o convite se eu tiver tempo, mas no uma prioridade. O Hatriot tem minha ateno integral.

    HELL DIVINE: Obrigado Steve. Por favor, deixe sua mensagem final para seus fs brasileiros e nossos leitores.STEVE: Obrigado voc pela entrevista! Espero ir ao Brasil e ver todos os fs em breve. Aprecio todo o apoio que vocs tm me dado em todos os captulos de minha carreira. Ento corram atrs de sua cpia de Heroes Of Origin e espalhem a notcia. Keep thrashing!

    Por Junior Frasc.

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    do exodoao dio

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  • Depois de um incio de carreira arrasador, com o lbum Time to Rise, os paulistanos do Wolsom se viram em uma das misses mais complicadas da carreira de uma banda iniciante: lanar um segundo lbum e atender s expectativas dos fs. Mas o quarteto no s tirou de letra essa tarefa, como lanou um disco que facilmente figurar entre os melhores lanamentos de 2013 (no s entre os nacionais), sendo um verdadeiro marco na histria do Thrash Metal nacional. E aproveitando esse momento, conversamos com o baterista Fernando Oester e com o baixista Francisco Stanich, que nos contaram um pouco sobre a repercusso do lbum anterior da banda, sobre o processo de composio de Evolustruction e sobre os planos da banda para o futuro. Confiram.

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    construindo

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  • HELL DIVINE: O dbut do Woslom Time to Rise recebeu timas crticas da imprensa especializada e foi muito bem aceito pelos fs de Thrash Metal, inclusive, proporcionando a vocs a possibilidade de uma turn pela Europa. Vocs j esperavam essa repercusso, ou ficaram surpresos com os resultados obtidos? Quais vocs acreditam que foram as maiores conquistas da banda durante a divulgao do lbum?FERNANDO: Olha, dizer que no espervamos uma repercusso seria uma mentira de nossa parte. Ns procuramos fazer tudo da melhor forma possvel tomando cuidado em todos os aspectos com tudo que relacionou o lanamento do Time to Rise. Desde a parte da produo musical como o clipe e a forma como a divulgao foi feita. Mas claro que as coisas foram alm do que imaginvamos, tivemos uma tima resposta tanto da imprensa especializada como do pblico em geral. E eu diria que uma das maiores conquistas que obtivemos neste ciclo todo do Time to Rise foi o respeito das demais bandas do nosso underground. Onde quer que ns tocssemos, as outras bandas do cenrio conheciam nosso trabalho e nos parabenizavam por ele, tanto bandas novas quanto bandas antigas na cena. Isso, com certeza, uma conquista e tanto.FRANCISCO: Trabalhamos muito pesado neste projeto. Por ser o primeiro lbum, no queramos que nada desse errado, fomos muito detalhistas no planejamento dele. Sabamos que tnhamos em mos um grande trabalho, mas, com certeza, no sabamos que a repercusso dele seria to grande, ficamos muito surpresos com sua aceitao. Teve um momento que me surpreendeu muito, quando estvamos fazendo os shows na Europa, foi algo surreal ver o pessoal da plateia na Polnia e Sucia pedindo msicas como Time To Rise e Mortal Effect.

    HELL DIVINE: E agora vocs voltam com o segundo lbum, Evolustruction, que acaba de ser lanado no mercado nacional. Vocs se sentiram pressionados durante o processo de composio do disco, uma expectativa maior por parte dos fs? Conte-nos um pouco do processo de composio de Evolustruction.FERNANDO: Na verdade, estvamos com uma sede enorme de fazer esse novo trabalho, pois o primeiro lbum, assim como a maioria dos primeiros lbuns, foi composto ao longo do tempo, composies de quatro ou cinco anos antes ao lanamento de 2010. J a composio do Evolustruction se deu em quatro ou cinco meses. Escolhemos os oito temas que fariam parte e trabalhamos em cima deles. Basicamente, o Rafa Iak trouxe os esqueletos j compostos com material dele e algumas coisas do Silvano, que ainda no havia colocado suas ideias no primeiro trabalho. Trabalhamos na composio e

    fomos para o estdio para finalizar todos os arranjos. Ficamos cerca de um ms bem intenso no estdio para finalizar e estarmos prontos para a gravao. A presso foi imposta por ns mesmos desde o incio desse projeto, tanto musical quanto visualmente e tudo que envolveu o novo trabalho. Para ns, tudo teria que superar o primeiro trabalho. Alm disso, tnhamos a presso pelo tempo para deixar tudo isso pronto e posso dizer que conseguimos atingir as nossas expectativas.

    HELL DIVINE: Em minha opinio, Evolustruction um disco bem mais evoludo, variado e equilibrado que Time to Rise. Voc concorda? Vocs planejaram esse novo direcionamento musical, ou foi algo que surgiu naturalmente?FERNANDO: Concordo plenamente. , sim, uma evoluo, uma busca pela nossa sonoridade. O primeiro lbum tem muitos aspectos naturais que lembram uma ou outra banda que nos influenciou. J neste, buscamos o nosso som, o nosso jeito de tocar, o que melhor cada integrante tem para produzir. Sendo assim, o direcionamento musical acabou surgindo naturalmente, pois em nenhum momento nos preocupamos com rtulos, se isso seria mais ou menos Thrash. Ns sempre buscamos o que tnhamos de melhor do Woslom, o que podemos produzir de melhor entre ns quatro.

    HELL DIVINE: Alis, por que vocs decidiram mudar um pouco o direcionamento musical da banda, em vez de lanarem um disco mais direto como o antecessor, o que seria uma tarefa bem mais fcil, inclusive para agradar aos fs?FERNANDO: Foi natural, no mudamos propositalmente, mas depois de quase dois anos trabalhando no Time to Rise acabamos por mudar naturalmente e buscar um caminho nosso. Acho que a resposta est no que comentei antes, esse novo lbum foi composto nos ltimos dez meses e ele reflete o que somos neste exato momento. Nossa qualidade tcnica melhorou, amadurecemos, aprendemos muita coisa neste tempo, ento foi natural vir algo assim como veio, creio que seja algo nico.FRANCISCO: Como falado anteriormente, no queramos nos acomodar, sempre buscamos a evoluo da banda, este o verdadeiro prazer para ns ao criar um lbum novo, fazer algo diferente, seno perde a graa (risos). Pode ser que o f mais radical prefira algo mais direto como o Time To Rise, mas o novo lbum Evolustruction continua com a sonoridade Thrash, mas com a incluso de alguns elementos a mais.

    HELL DIVINE: Voc acredita que a turn pelo exterior foi importante para essa evoluo da banda? Conte-nos a respeito.

    FERNANDO: Com certeza foi, mas toda a experincia durante o ciclo foi importante. Aps o lanamento do primeiro trabalho, entramos de cabea nisso tudo. Claro que a turn uma experincia nica onde voc realmente aprende muita coisa sobre como as coisas realmente funcionam dentro de uma banda. Ento creio que tudo que aconteceu nos ltimos anos contribuiu para nossa evoluo.FRANCISCO: Com certeza, crescemos muito como banda aps a turn, pois foram 45 dias vivendo juntos, respirando apenas o Woslom, sem nada externo nos incomodando, vivemos apenas e exclusivamente para a banda. E tambm fazer shows quase que diariamente fez com que a banda ficasse mais entrosada. Sem dvida, a turn ajudou bastante para o crescimento da banda.

    HELL DIVINE: Por que vocs optaram por utilizar a faixa ttulo como primeira msica de trabalho, inclusive, para o primeiro videoclipe do material? Vocs tm a inteno de lanar outros clipes para o disco?FERNANDO: Essa foi a primeira composio do novo lbum. Ela grudou na cabea e decidimos que seria o primeiro single do novo lbum e tambm seria o ttulo dele. A natural que ela vire o primeiro clipe tambm. E temos, sim, a inteno de lanar mais clipes deste trabalho, existem excelentes msicas ali que dariam timos clipes!

    HELL DIVINE: Apesar de ter momentos bem clssicos e voltados s razes do Thrash Metal, Evolustruction tem faixas bem variadas. Uma das que mais me chamou a ateno foi Purgatory, repleta de climas sombrios e melanclicos, inclusive, trazendo elementos de Doom Metal. Voc acha que essa diversidade poder assustar um pouco os fs, ou algo que no preocupa vocs?FERNANDO: Nosso som sempre vai ser Thrash Metal. Isso a nossa essncia, o que sabemos fazer e o que aplicamos na banda. Quanto a Purgatory, essa uma msica que particularmente ns quatro gostamos demais, bem completa, tem um clima sombrio, tem Thrash, tem dedilhado no violo, tem duetos, um baita vocal e no final o Doom Metal. Acho que quem curte Metal em geral vai pirar, porque eu mesmo aps seis meses ouvindo ela, ainda me arrepio cada vez que a escuto.

    HELL DIVINE: O Woslom tambm tem como tradio gravar covers de bandas nacionais, e dessa vez no foi diferente, j que o disco traz como bnus uma verso matadora para Breakdown, do Mad Dragzter. Por que vocs sempre buscam fazer covers de bandas nacionais, em vez de covers das bandas consideradas clssicas do estilo? E por que da escolha desta faixa especfica do Mad Dragzter?

    FERNANDO: Uma vez citamos isso; fazer cover de bandas consagradas moleza, todo mundo faz. Mas fazer de bandas underground que tocam conosco por a, no comum. E ns ainda fazemos uma verso, no um cover propriamente dito, procuramos aplicar a pegada do Woslom e dar a nossa cara para a msica. Houve discusses interminveis para escolher essa msica, pois cada um queria fazer um cover diferente de bandas diferentes e at mesmo de estilos diferentes. E dentro dos nossos critrios, o Mad Dragzter acabou sendo o escolhido com a Breakdown. Essa banda foi um marco para ns, em 2003, quando lanaram o Strong Mind. Todos ns temos o CD e o Tiago Torres tambm um grande amigo nosso. Ligamos para ele pedindo a autorizao para fazer o cover e ele pirou com a ideia, ele adorou a verso. Ento estamos mais que aprovados.FRANCISCO: Fazer cover de bandas consagradas j tem muita banda que faz, para que ter mais uma fazendo isto (risos)? Na verdade, a ideia apoiar a cena underground brasileira, mostrar que no existe competio, que uma banda apoia a outra. O underground uma cena muito rica musicalmente, com grandes bandas que trabalham duro para estarem a. Fazer estes covers nossa homenagem a nossa cena. Tnhamos muitas bandas na lista, mas no final optamos pelo Mad Dragzter por ser a banda que nos influenciou muito, em 2003, com o lbum Strong Mind e nada melhor que a faixa Breakdown para prestarmos esta homenagem.

    HELL DIVINE: Vocs j definiram os planos de divulgao do novo disco? Quais so as expectativas de vocs para os prximos passos da banda?FERNANDO: Sim, estamos trabalhando bem forte quanto divulgao. Lanamos o teaser de lanamento, o videoclipe, tem algumas promoes e anncios em redes sociais, etc... O lbum estar disponvel para compra online, que hoje o canal direto de vendas com o pblico. Tambm teremos o show de lanamento no Panzer Fest aqui em So Paulo. Algumas outras datas esto agendadas e outras a caminho e teremos a turn europeia em setembro e outubro. Agora continuar trabalhando bastante, tocar bastante, levar nosso som a todos os lugares e vender bastante merchandise! (risos).FRANCISCO: Alm do Panzer Fest, teremos em julho show ao lado do Violator em So Bernardo do Campo e tambm participaremos de um festival underground espanhol, o Brutlogos, que ter sua primeira edio no Brasil este ano.

    Por Junior Frasc.

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  • A Andralls, que recentemente gravou um show em Belm do Par para ser lanado em DVD, completa quinze anos

    de atividade. O baterista Alexandre Brito deu detalhes do registro e falou dos anos de estrada. Com vocs, um fasthrasher apaixonado por fazer msica agressiva.

    HELL DIVINE: Tente fazer um balano desses quinze anos de

    carreira.ALEXANDRE BRITO: Olha, at engraado pensar que j se passaram

    quinze anos de Andralls. Para ns, que estamos envolvidos diretamente com a banda, nem parece que se passou todo esse tempo. Foram anos de

    muita batalha, alegrias, tristezas, enfim, anos bons que passamos juntos dividindo emoes com nossos fs, amigos, etc. Acredito

    que a longevidade da banda se deu por conta de amizade e respeito (s vezes) entre ns (risos), e o grande lance levarmos a banda por mais

    quinze anos, fazendo o que a gente gosta, que tocar e se divertir por este

    mundo.

    HELL DIVINE: Por que escolheram gravar o DVD no Teatro Experimental Waldemar Henrique, em Belm/PA?ALEXANDRE BRITO: O principal motivo foi pela estrutura que o teatro iria nos proporcionar e, claro, pelo pblico paraense que, sem dvida alguma, um dos mais insanos em todo o mundo. Temos uma

    legio de fs fieis por l que sempre nos apoiou muito durante todos esses anos de

    carreira. Decidimos presente-los com esse evento no teatro, que tem histria na cidade: por

    l j passaram bandas importantssimas de Belm, alm de vrias outras do cenrio nacional. Temos

    um grande amigo que trabalha dentro do teatro e ele nos ajudou com todos os trmites para a realizao do

    evento. Acho que fizemos a escolha perfeita.

    HELL DIVINE: Como foi a apresentao de gravao do DVD? O pblico realmente correspondeu? Saiu tudo como o planejado?ALEXANDRE BRITO: A gravao foi muito f*da, muito trabalhosa, mas muito, muito prazerosa. O pblico que compareceu representou do comeo ao fim, com direito a muitos stage divings e mosh pits, uma verdadeira celebrao aos quinze anos da banda. Samos de Belm com a sensao de dever cumprido. Com certeza, acertamos em cheio na escolha do local e da cidade. Acho que vai ser difcil nos esquecermos desse dia que, para ns, foi memorvel.

    HELL DIVINE: O set foi baseado no ltimo disco Breakneck ou foi um apanhado geral de toda a carreira do grupo? Como foi a escolha das msicas?ALEXANDRE BRITO: O set foi baseado em todos os

    lbuns da banda. A gente j estava tocando um repertrio bem parecido com o que nos apresentamos no show de gravao do DVD. Fizemos algumas alteraes e acrescentamos algumas msicas que no tocvamos h um tempo, e isso fez com o set ficasse mais intenso. Acho que a resposta do pblico foi positiva e acertamos em cheio na escolha das msicas. O show ficou bem redondo e acho que iremos continuar usando esse set nos prximos shows.

    HELL DIVINE: Apesar de j estar no Andralls h alguns anos, o vocalista/guitarrista Cleber Orsioli gravou somente o disco Breakneck e j emendou nesse registro ao vivo. Em algum momento ele se sentiu pressionado nesse sentido?

    ALEXANDRE BRITO: Cara, acredito que ele no tenha se sentido pressionado, no. Ele j est na banda faz um bom tempo e j tinha passado por diversas experincias conosco. Acho que esse registro foi mais uma coroao do trabalho que ele vem fazendo junto banda do que qualquer outra coisa. A gente est muito bem entrosado devido a diversas turns que fizemos com ele, e tem outra coisa tambm, na hora que a gente sobe no palco, nem lembra que est gravando um DVD. Tocando para uma ou para quinhentas pessoas, a adrenalina sobe e s vamos saber o que rolou mesmo no final do show (risos). Assim que bom, pois o nervosismo pr-show desaparece e, no final das contas, a gente curte o show mais ainda.

    HELL DIVINE: O que vocs mais destacariam na apresentao?ALEXANDRE BRITO: Acho que o que se destacou mais foi a interao entre banda e pblico, a gente estava muito vontade e o pblico, muito sedento em ouvir as msicas da banda. Isso fez com que o show ficasse perfeito. O trabalho de todos os envolvidos tambm foi de extrema importncia. Na real, acho que o conjunto, em geral (banda, equipe e pblico), foi o grande lance da apresentao.

    HELL DIVINE: O DVD j tem nome e previso de lanamento? Haver material bnus?ALEXANDRE BRITO: Sim, o DVD se chamar Andralls 15 Years Breaknecking. A previso de lanamento para setembro deste ano. Alm do show, haver entrevistas com

    todos os ex-integrantes da banda, muitas imagens nossas em turns, clipes, etc. Estamos cuidando para que o material seja bem interativo, com qualidade, e que os fs possam desfrutar muito. Quem est cuidando dessa parte de finalizao Di lallo, nosso antigo guitarrista, ou seja, ningum melhor do que ele para cuidar dessa parte, j que participou de muitos momentos da banda. E ele sabe exatamente o nosso gosto. Tenho certeza de que a galera ir curtir muito esse material.

    HELL DIVINE: Imagino que agora vocs iro promover o DVD nos prximos shows, correto? No entanto, j esto trabalhando em algum novo material?ALEXANDRE BRITO: Exatamente! A partir de setembro, os shows sero de divulgao do DVD. J estamos comeando a fechar a agenda para isso e comearemos, dessa vez, divulgando aqui pelo Brasil e Amrica do Sul, para depois irmos Europa. Sobre material novo, o Cleber j tem varias ideias gravadas l com ele, mas ainda no nos reunimos para comear a trabalhar nelas. Isso uma coisa que veremos daqui a uns dias; estvamos muito concentrados na gravao do DVD e decidimos ir com calma para no atrapalhar nem um e nem outro.

    HELL DIVINE: E quais as maiores vitrias e dificuldades nesses quinze anos de Andralls?ALEXANDRE BRITO: P, um pouco complicada essa pergunta (risos). So muitos anos e muita coisa se passou. Acho que as maiores derrotas, se que podemos chamar de derrotas, so as mudanas de integrante, mas que, no final, tudo fica bem. As maiores vitrias, acho que so as turns, que sempre fazemos por esse mundo, levando o nome da banda

    e do Brasil por todos os cantos, tocando em festivais importantes, com bandas que sempre admiramos; enfim, a vitria se manter fiel s razes e convices durante todos esses anos , fazendo o que a gente gosta, que tocar Thrash Metal e se divertir.

    HELL DIVINE: Valeu pela entrevista! Hora da mensagem final, por favor.ALEXANDRE BRITO: Muito obrigado pelo apoio da Hell Divine. O fogo est queimando. Aguardem que, em setembro, o DVD estar em todas as lojas especializadas do pas. Stay Fasthrash.

    Por Christiano K.O.D.A.

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    Peso Made in braZilPeso Made in braZil

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  • Talvez a Flesh Grinder nem precise de grandes apresentaes. considerada por muitos a maior banda de Splatter/Goregrind nacional em atividade e est completando duas

    dcadas de estrada. O vocalista/baixista Rogerio Murara concedeu uma entrevista Hell Divine, falando sobre o novo EP do trio, Necrofiles, lanado em formato de vinil de 7, e tambm sobre a carreira do conjunto, completado por Fbio Gorrssen (vocal/guitarra) e Daniel Henriques (bateria). Hora de sangrar...

    HELL DIVINE: Vocs so uma banda muito respeitada no underground daqui e l de

    fora. Isso, de certo modo, pesa para vocs?ROGERIO MURARA: Tentamos sempre ser muito

    honestos com nosso trabalho e gratificante ter esse reconhecimento do pblico. No pensamos

    muito nisso, apenas procuramos fazer com que os materiais que lanamos tenham sempre boa qualidade, para retribuir o respeito que o publico nos d.

    HELL DIVINE: Vinte anos de banda comemorados com um EP em formato de vinil de 7. Como surgiu a ideia? Como foi a concepo de Necrofiles e do seu lanamento nesse formato?ROGERIO MURARA: O projeto de lanar um vinil de 7 era antigo. J tnhamos lanado um split neste formato com a banda Mixomatosis, mas queramos um que fosse somente nosso. Conversamos com o Fernando Camacho, da Black Hole, e ele gostou da ideia e fez o lanamento. Coincidiu com os 20 anos de banda, mas para comemorar essa data, ainda

    temos outros projetos que, se derem certo, logo divulgaremos.

    HELL DIVINE: Concordaria que Necrofiles tem uma pegada um pouco mais Death Metal do que nos trabalhos anteriores?ROGERIO MURARA: Sim, apesar de no ter sido idealizado dessa forma. Aconteceu que durante as composies as coisas foram tomando este caminho e ficamos bastante satisfeitos com o resultado.

    HELL DIVINE: O ltimo full, Crumbs Crunchy Delights Organization, e o recente EP saram pela Black Hole Productions. Vocs e Fernando Camacho tm uma amizade muito grande. Inclusive, ele faz a direo de arte o EP. J existem planos para novos lanamentos pela BHP?ROGERIO MURARA: Realmente, a amizade que temos com o Fernando Camacho de longa data, inclusive, talvez poucos saibam, mas ele e o Fbio tocaram juntos numa banda antecessora ao Flesh Grinder, que se chamava Hephrem, isso h mais de vinte anos.

    Ele j havia trabalhado conosco na arte de outros materiais e h algum tempo queramos fazer uma parceria mais duradoura. Logo deveremos anunciar mais algum trabalho juntos.

    HELL DIVINE: O material, como j dito, foi lanado em vinil, para colecionadores mesmo. Vocs pretendem lan-lo em CD futuramente?ROGERIO MURARA: No. Provavelmente, regravaremos uma ou duas msicas para o prximo lbum, para quem no conseguiu adquirir o EP conhecer algumas, mas reproduzir o EP Necrofiles para CD est fora dos planos.

    HELL DIVINE: A discografia de vocs conta, principalmente, vrios splits e full lengths. Qual dos dois menos complicado de se colocar no mercado?ROGERIO MURARA: A vantagem do split sobre o full, talvez seja o fato de ter outra banda ajudando na divulgao da sua, o que abrangeria um nmero maior de pessoas. Por outro lado, muitas pessoas preferem o full, porque o trabalho mais esperado da banda, por ser completo e deixar sempre a expectativa do conceito do lbum como um todo. Acho que s enrolei e no respondi diretamente a pergunta, n? (risos).

    HELL DIVINE: Vocs acham que a Flesh Grinder tem o reconhecimento merecido?ROGERIO MURARA: No nosso modo de ver, pelo que nos propomos a fazer, entendemos que sim.

    HELL DIVINE: E nessas duas dcadas de banda, devem ter muita histria para contar. Existe alguma esquisita/engraada/bizarra nunca revelada?ROGERIO MURARA: Realmente, depois de um tempo, voc esbarra com algumas situaes engraadas. Nunca contadas, acho que no temos, mas temos algumas que considero que esto no topo das bizarrices (risos). J pensaram que o Fbio tinha o rosto deformado mesmo e que aquilo no era uma mscara; j vimos em bate-papo na Internet que levvamos um gamb morto nas apresentaes; que o Fbio tinha sido preso e matado o colega de cela, mas a pior foi quando fizemos um release que dizia que os vizinhos tinham nos denunciado e a polcia tinha invadido a casa onde ensaivamos e encontrado corpos mutilados e em processo avanado de decomposio. Descobrimos num chat que muitas pessoas tinham acreditado naquilo, inclusive estavam nos xingando e dizendo que deveriam fazer isso com a nossa famlia, at que um sujeito que mora aqui na nossa cidade, mas no o conhecemos, escreveu no chat que no nos conhecia pessoalmente, mas conhecia a banda, e que se aquilo fosse verdade, teria tido repercusso na mdia. Enfim, foi bem divertido ler

    aquele monte de asneiras (risos).

    HELL DIVINE: Ainda sobre os vinte anos de banda, que balano fariam de todo esse perodo, em relao no somente ao grupo, mas no contexto em que esteve e est inserido?ROGERIO MURARA: Muita coisa mudou, obviamente. Com relao banda, tivemos vrias mudanas na formao at nos estabilizarmos, mas algo que acontece com muitas bandas, ainda mais se levarmos em considerao que so vinte anos. Num contexto mais amplo, as mudanas ficam ainda mais evidentes. Praticamente, nada como vinte anos atrs. Shows, quantidade de bandas, formas de divulgao dos lanamentos, enfim, definir se est melhor ou pior, penso que cabe a cada um que teve a oportunidade de vivenciar, mas muitas coisas feitas anos atrs, apesar das dificuldades, deixaram saudades.

    HELL DIVINE: O que vem pela frente com a Flesh Grinder?ROGERIO MURARA: Estamos preparando um full-lenght e pretendemos lan-lo ainda este ano. Tnhamos ficado um perodo sem nos apresentar para dar sequncia a alguns materiais e outros projetos paralelos, mas estamos novamente com algumas apresentaes marcadas. Estamos planejando tambm o lanamento de outros tipos de materiais, mas sobre esses, vamos dando mais detalhes na medida em que forem se concretizando.

    HELL DIVINE: O que acha das bandas Splatter/Goregrind brasileiras atualmente? Existe alguma que destacaria no cenrio?ROGERIO MURARA: O cenrio splatter/goregrind sempre foi muito bom no Brasil, desde o incio dos anos 90 com Sarcastic, Gore etc... at difcil destacar essa ou aquela banda, para no ser injusto com ningum, mas mesclando bandas antigas que ainda esto em atividade com novas, eu destacaria MDK, Crunch Delights, Ovrios, Necrocfalo, Offal, Harmony Fault, Zombie Cookbook, Necrotrio, e por a vai...

    HELL DIVINE: Agradeo muito a entrevista. Por favor, deixe uma ltima mensagem.ROGERIO MURARA: Ns que agradecemos a oportunidade de participar da Hell Divine. Sempre acreditamos muito na abrangncia e lealdade de zines e blogs com essa proposta, ento, para ns, um prazer poder participar. Gostaramos de agradecer tambm a todos os nossos amigos, aos que nos acompanham, que gostam do som que fazemos e que nos respeitam. Keep on rotting....

    Por Christiano K.O.D.A.

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    goreextreMogoreextreMo

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  • Completando quinze anos de carreira, em 2013, a banda Kalmah lana, no fim desse primeiro semestre, o seu stimo lbum de estdio intitulado Seventh Swamphony. Nessa breve entrevista o guitarrista Antti Kokko nos conta sobre o incio de carreira ate chegar s gravaes do novo lbum.

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    at a Morteat a Morte

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  • uma das principais influencias da banda. Eu sempre tive o Marty Friedman como um dos principais guitarristas do metal e aps sua sada o nvel do Megadeth caiu bastante.

    HELL DIVINE: Hoje, a banda Kalmah j tem uma carreira muito bem estabilizada e com muitos fs ao redor do mundo. Quando vocs viro a Amrica do Sul? Mais especificamente ao Brasil?ANTTI KOKKO: Eu, honestamente, no sei. Houve algumas negociaes em andamento h alguns anos, mas no consigo me lembrar do porque de no ter dado certo nossa ida ao Brasil. Esperamos poder tocar por ai em breve. Ouvi dizer que os fs so loucos por a!

    HELL DIVINE: Muito obrigado por responder a essa entrevista. Deixe algumas palavras para seus fs no Brasil.ANTTI KOKKO: Muito obrigado a vocs da Hell Divine pelo espao. Espero que vocs gostem do novo lbum!

    Por Luiz Ribeiro.

    HELL DIVINE: Antes de surgir o Kalmah a banda tinha outro nome, tocava Thrash Metal. Conte-nos um pouco sobre o inicio de carreira.ANTTI KOKKO: A banda se chamava Ancestor e o Pekka comeou em 1991. Eu entrei na banda depois de terem crescido um pouco em 1995. Depois de cinco a seis demos, decidimos mudar o nome para Kalmah e, ao mesmo tempo, decidimos colocar tecladista na banda. Isso foi em 1997. Nessa mesma poca, encontramos uma banda chamada Antestor que tinha algumas semelhanas conosco. Aps a primeira demo como Kalmah assinamos contrato com a Spikefarm Records e aqui estamos ns chegando firme e forte para o stimo lbum.

    HELL DIVINE: O nome da banda tambm algo bem curioso, por ser escrito na lngua Carelia. Qual o seu verdadeiro significado? ANTTI KOKKO: Essa uma palavra de dialeto da Carlia falado por pessoas que vivem na mesma regio. Esse um territrio que a Finlndia perdeu para a Rssia aps a Segunda Guerra Mundial. Por exemplo, alguns parentes da minha me foram retirados dessa rea para a Finlndia durante a guerra, por isso ainda h pessoas aqui na Finlndia, que falam esse idioma. Resumindo: Kalmah significa at a morte ou para o tmulo.

    HELL DIVINE: Com certeza, a banda sofreu srias comparaes ao Children Of Bodom no inicio de carreira. Como vocs conseguiram dobrar essa situao e instituir um estilo prprio? E eles (COB) so uma influencia para a banda?ANTTI KOKKO: Sim, temos sido comparados ao Children Of Bodom desde o incio da nossa carreira. Por um lado, uma honra ser comparado a essa excelente banda, mas por outro lado ns tambm estamos fazendo o nosso prprio estilo desde o incio da nossa carreira. Seria hipocrisia de minha

    parte dizer que no gosto do COB. Na verdade, adoro os primeiros lbuns, mas com certeza eles no so a principal influencia da banda.

    HELL DIVINE: Vocs classificam seu som como Swamp Metal. Explique-nos esse termo utilizado pela banda.ANTTI KOKKO: Bem, as pessoas gostam de denominar e categorizar algo diferente. At agora, pelo menos ningum est fazendo swamp metal de modo que , certamente, um bom gnero para ns. Em geral, eu considero a nossa msica um Death Metal Meldico com toque agressivo e bem sujo. Assim tem uma ligao com os pntanos finlandeses.

    HELL DIVINE: Nesse novo lbum de estdio vocs resolveram trabalhar ao lado de Jens Bogren (Soilwork, Opeth, Katatonia, Dark Tranquillity, entre outros) pela primeira vez. Qual o motivo dessa escolha?ANTTI KOKKO: Desta vez, tivemos um grande apoio da gravadora para fazer tudo o que tnhamos planejado. Sabamos que seus trabalhos anteriores eram de excelente qualidade e esse foi um dos motivos para escolher Jens. As gravaes foram excelentes e Jens fez a sua magia para atingir o melhor resultado em Seventh Swamphony.

    HELL DIVINE: No lbum They Will Return (um dos melhores da banda), temos o cover de Skin O My Teeth do Megadeth. Li uma vez que o Megadeth unanimidade entre os todos da banda. Vocs j ouviram o Super Collider? O que acharam? ANTTI KOKKO: Honestamente, esse provavelmente o pior lbum que eles fizeram desde Risk. Eu ouvi o lbum cerca de duas a trs vezes e minha opinio continuou a mesma. Uma pena, pois sempre foram

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  • Definitivamente, estava na hora de mostrarmos aqui belas palavras de quem realmente entende de Black Metal. E para isso no pensei em ningum melhor do que uma das mais consagradas bandas nacionais da atualidade. Sim, me refiro ao Patria. No preciso dizer que concordo com cada vrgula em cada resposta, e ouso a dizer que essa foi uma das melhores entrevistas que j fiz e li modstia parte, claro. Confira agora essa entrevista com Mantus.

    HELL DIVINE: Antes de tudo, obrigado, novamente, por generosamente dedicar o seu tempo para essa entrevista! Creio que devemos comear ressaltando um fato que no pode ser ignorado: o Patria, hoje, uma horda exemplar quando o assunto Black Metal nacional. Simplesmente, no tem como deixar vocs de lado no metal extremo brasileiro. Como vocs encaram essa ascenso? Obviamente, devem estar muito felizes com isso, mas como vocs se enxergam agora, comparado com o incio de tudo, em 2008?MANTUS: Eu que agradeo pelo interesse no nosso trabalho e espao dado aqui na Hell Divine. Bom, primeiramente, fico muito feliz e orgulhoso de saber que hoje temos esse grande reconhecimento na cena Black Metal brasileira, no s o reconhecimento em si como tambm o respeito dos fs e amigos

    que conquistamos ao longo desses cinco anos de existncia. Isso algo impagvel, sem dvida. Nunca, nada do que fizemos foi algo realmente planejado O Patria comeou como um projeto totalmente sem compromisso, sem muita frescura, querendo fazer barulho moda antiga, sem muros, preocupaes mercadolgicas ou intuito de crescer. Era um projeto extremamente pessoal e quase que propositalmente para poucos ouvidos. Sempre gostamos muito desse sentimento mais underground e arcaico Era isso que queramos resgatar com o Patria. Longe da ditadura comercial e musical dos tempos modernos. Hoje, depois desses cinco anos, a coisa no anda to diferente, mesmo ns estando crescendo como banda e visando novos objetivos. A essncia a mesma e, sinceramente, no fazemos nenhuma questo de mudar isso. No vivemos da banda e eu, particularmente, nem gostaria. Tambm demos

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    bandeira negra Hasteada

    sorte em termos tido a oportunidade de trabalhar com selos com a mesma viso que a gente e isso facilitou muito a nossa trajetria e a forma com que encaramos a coisa toda at hoje. Nosso trabalho transpira honestidade, posso garantir isso e acredito que quem acompanha o Patria j h algum tempo, pode perceber isso nas entrelinhas da nossa msica e postura. A msica que fazemos e atitudes que tomamos so as mesmas que gostaramos de ver em outras bandas de Black Metal, ento fazemos tudo querendo agradar primeiramente nossos prprios olhos e ouvidos, tentando olhar a figura de fora, como verdadeiros fs de Black Metal. Ento, acredito que o resultado natural de toda essa nossa dedicao e suor reflita diretamente nos fs de Black Metal mais ortodoxos, que logo se identificam com a nossa maneira de se expressar com o Patria.

    HELL DIVINE: No novidade alguma que, de tempos em tempos, as bandas tendam a fazer combinaes de estilos diferentes de metal ou mesmo criar novos sons e rtulos, sendo que boa parte dessas inovaes acabam sendo taxadas de ridculas e no se destacam. Seria interessante se vocs, uma horda autntica de Black Metal, deixassem aqui sua opinio a respeito disso. MANTUS: Olha, essa uma questo difcil de responder Quase filosfica! No sei se poderia julgar isso, pois antes de qualquer coisa eu me considero uma pessoa ecltica e ouo todo tipo de msica. O que posso dizer baseado no meu gosto musical pessoal e nada mais. Apesar de o Patria ser uma banda autntica de Black Metal, como voc mesmo falou, ns tambm nos permitimos algum experimentalismo na nossa msica, mesmo

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  • que discretamente. O importante que haja um bom senso e, ao menos com o Patria, procuro no me perder no meio de tantas viagens, mantendo o foco e o mnimo de discernimento para saber o que realmente vlido ou no entrar na nossa msica. Ao mesmo tempo, acho que msica arte e isso algo que deveria ser livre, sem censura, sem rtulos! Gosto algo muito subjetivo e bom que seja assim, mas, obviamente, concordo que muitas bandas acabam se perdendo nessa tentativa de inovar, com essa necessidade extrema de soar original, muitas vezes pressionadas pela onda mercadolgica, pensando em vender ou amenizar a imagem e msica, se tornando mais comercial para ter mais espao e ateno de grandes selos, etc. Entretanto, para soar original preciso simplesmente SER. No algo mecnico! No basta querer ser original, vem com o tempo, com suor e com trabalho isso quando vem. Por outro lado, nem sempre ser original um atestado de qualidade. Existe muita bosta que realmente original e eu abomino (risos). Acredito na evoluo natural de uma maneira nada cronolgica, o que , no mnimo, estranho eu sei (risos), mas talvez sejam os diferentes pontos de vista e estranhezas como essas que faam a coisa se tornar nica. No vejo a msica como uma frmula chata. So sentimentos expressados atravs de notas. E esses sentimentos variam de tempo em tempo de acordo com as experincias, influncias e vivncias de cada um. Como eu disse, gosto gosto, mas eu poderia te dar dois ou trs exemplos que ilustram bem o que eu estou querendo dizer. Por exemplo, o Enslaved uma banda que mudou muito desde o primeiro lbum, assim como o Amorphis. Pode-se dizer que viraram outra banda praticamente, mas o trabalho fantstico do comeo ao fim, e ntido que veio acontecendo naturalmente, a cada lbum. Soa muito verdadeiro por mais light e acessvel que o som esteja hoje. No parece uma mudana estratgica! Agora, o Darkthrone, desde o Total Death j no so a mesma banda. Em minha opinio, fizeram muitos discos ruins, s vendendo graas ao nome que conquistaram e muito marketing, e mais ainda nos ltimos quatro ou cinco discos, quando perderam totalmente o foco. Eles entraram numa onda de punk/stoner metal milenar, querendo ser mais underground do que realmente so, ainda com uma postura meio junkie e esquisita, o que, para mim, destruiu a banda. Deixando claro, para mim! Acho o Darkthrone uma banda maravilhosa, uma das melhores bandas de Black Metal de todos os tempos, mas no consigo ouvir nada que preste deles depois do Total Death. Foi uma decepo! Perderam a autenticidade real da banda, no pior dos sentidos. Ou seja, essa a evoluo anacrnica que eu quis dizer antes. Bandas que eram mais pesadas ficando mais light fazendo lbuns perfeitos, e outras querendo retroagir de forma nada natural em minha opinio fazendo trabalhos de mdios para horrveis. Gosto quando ouo uma banda e a reconheo mesmo no conhecendo o lbum. Isso, para mim, mais importante do que qualquer inovao ou originalidade dentro da msica. personalidade pura e autntica!

    A sim, merece meu respeito e meus ouvidos.

    HELL DIVINE: Deixando de lado por um momento a recepo de Nihil Est Monastica por parte dos fs, seria bom saber a recepo do novo trabalho por parte da prpria banda. Como vocs avaliam o novo trabalho em comparao aos seus antecessores? Cite alguns fatores que serviram de inspirao. MANTUS: Bom, sou suspeito para falar (risos). Mas para a gente funciona como uma espcie de continuao dos trabalhos anteriores. Sempre buscando um aprimoramento. claro que existem novos elementos e experimentos, mas a essncia basicamente a mesma. Acho que um lbum que pode agradar a diferentes tipos de fs de Black Metal. Com ele, conseguimos desenvolver um pouco mais a nossa msica e, ao mesmo tempo, definir uma sonoridade quase que prpria. Temos trabalhado muito nessa questo. Para ns, muito mais importante do que soar original ou diferente, conquistar nossa prpria identidade, sempre nos reinventando a cada trabalho, fugindo da monotonia, sem perder aquela rispidez, simplicidade e sonoridade orgnica de costume. Essa nossa inspirao principal.

    HELL DIVINE: Ainda citando Nihil Est Monastica, ele oficialmente o segundo lbum da horda lanado pela Drakkar Productions. Qual a experincia da banda em trabalhar com uma label estrangeira? comum reclamaes de vrios tipos sobre gravadoras nacionais. Qual a opinio do Patria em relao s dificuldades de se trabalhar com gravadoras nacionais, ainda mais voltadas para o metal extremo. MANTUS: Exato! Nosso segundo lbum via Drakkar e nossas experincias com eles e com nosso selo anterior (Monokrom/Russia) foram sempre timas. Geralmente, eles tm uma infraestrutura e distribuio muito maior, o que primordial, em minha opinio. J houve selos no Brasil interessados no Patria, mas nenhum at hoje pode oferecer o que os selos de fora oferecem, ento, a nossa escolha bem simples. No tenho um pingo de nada negativo para falar dos selos brasileiros, pois sou scio de um e sei o quo difcil lidar com o mercado musical nos dias de hoje, principalmente, num pas como o Brasil assolado pela cultura da pirataria. O problema todo essa falta de costume dos brasileiros comprarem material original aliado pssima condio econmica do pas, mil impostos abusivos, entre outros males. Isso faz com que todo o trabalho seja muito mais difcil, pois o selo precisa ter o incentivo de que tem mercado para o produto que ele lana o que, infelizmente, no tem acontecido de uns dez anos para c. E, claro, as bandas so as maiores prejudicadas com isso. Em todo caso, o que a Internet trouxe de ruim com a questo dos downloads ilegais, tambm abriu um leque de novas opes para o artista independente. Hoje, possvel divulgar um trabalho amplamente sem a necessidade de um selo, mas o artista merece e precisa ter o lucro em cima do trabalho que faz e nessa hora que o Brasil faz feio,

    pois so pouqussimos fs de metal aqui que, de fato, tiram dinheiro do bolso e pagam por material original. O mp3 algo fantstico, pela praticidade aos que precisam e tambm pelo fato de que podemos ouvir a msica antes de investir, sabendo se realmente algo que nos agrada. Mas a maioria no enxerga por esse lado e sequer se conscientizou de que essa uma atitude que prejudica o meio do qual ele acha que faz parte e diz que apoia. Enfim, existe muito papo para pouca atitude, infelizmente! Acabei perdendo um pouco o fio da meada, mas acho que pelo que eu falei, minha resposta ficou clara.

    HELL DIVINE: Levando em considerao as apresentaes nacionais feitas pelo Patria, qual delas foi a mais marcante para a horda? Qual a regio que costuma ser mais presente, mostrando o seu apoio banda? MANTUS: Na verdade, s fizemos dois shows at hoje, um aqui no Rio Grande do Sul e outro em So Paulo. Ambos foram timos e foram marcantes para ns. Todas as regies tm suas prprias caractersticas, mas talvez por SP ser uma megalpole a cena acaba sendo mais forte e mais presente. Gostamos muito de tocar por ai, a organizao foi impecvel, timas bandas e o pblico foi nota 10. Fomos muito bem recebidos e esperamos voltar em breve! Em todo caso, no somos uma banda que toca em qualquer lugar e toda hora. Como disse anteriormente, no vivemos da banda. Temos nossos trabalhos, famlias e responsabilidades, que quase sempre tomam a maior parte do nosso tempo. Alm disso, estamos um tanto afastados do resto do Brasil, o que faz a logstica financeira ficar ainda mais difcil. Trocamos de baixista h alguns poucos meses e estamos ensaiando e preparando um novo show. No temos nada agendado ainda, apenas um convite para tocar no Rio de Janeiro, mas nada 100% fechado e, mesmo que feche, acredito que seja para o final do ano.

    HELL DIVINE: Fugindo um pouco do habitual e matando a curiosidade daqueles que gostam de saber detalhes, cite aqui os instrumentos e equipamentos que vocs normalmente usam durante suas apresentaes, gravaes e ensaios. MANTUS: Bom, geralmente uso duas guitarras, uma Eddie Van Halen modelo Wolfgang (que a minha preferida, principalmente para gravaes e ensaios) e uma BC Rich Warlock com captao top da DiMarzio que gosto de usar em shows, mais pelo visual e formato da guitarra. Nosso outro guitarrista Igniis Inferniis usa Ibanez. De amplificador para shows, na verdade, varia. Damos preferncia para MesaBoogie ou Marshall JCM900 cabeote e caixa, mas tambm gostamos do METEORO Wector III, quando novo e funcionando bem (risos). Nosso baixista atual Vulkan tem um baixo muito legal feito por Luthier (esqueci o nome) e usa ampli AMPEG, HARTKE SYSTEM ou METEORO. O nosso batera Abyssius sempre varia de marca e modelo de lugar para lugar, mas ensaia com uma Pearl, se no me engano. Microfone, geralmente, usamos Shure SM57, mesmo para as gravaes.

    Quanto mais sujo, melhor (risos). Bom, acho que isso!

    HELL DIVINE: Lord Mephyr teve um papel notvel em algumas composies do novo lbum. Como foi trabalhar com ele? MANTUS: Sem dvida! Ele um msico mega talentoso e foi responsvel pelas trs faixas orquestradas que funcionam como intermezzos no lbum. Demos algumas direes para ele em relao ao que a gente procurava, mas deixamos ele trabalhar livremente compondo as faixas atravs de seu prprio ponto de vista. O resultado ficou fantstico!

    HELL DIVINE: Sinta-se vontade para usar este espao para divulgar informaes sobre apresentaes, planejamentos, novas composies, etc.MANTUS: Estamos ansiosamente aguardando o lanamento da verso em LP e tape do Nihil Est Monastica, como tambm nosso novo trabalho, que est pronto para ir para fbrica. O split CD com a banda italiana Xeper, tambm via Drakkar. Possivelmente, estar disponvel aqui no Brasil at o final do ms de julho. So cinco faixas exclusivas do Patria e quatro faixas do Xeper. O trabalho est demais! Arrisco dizer que essas faixas do Patria so uma das coisas mais legais que fizemos at hoje. No vemos a hora de ter o split em mos. E para quem ainda no conhece o Xeper ser uma tima oportunidade. Grande banda, do baixista ao vivo do Gorgoroth e Impiety! Tambm est para sair, em breve, em tape o trabalho Faithless que estvamos distribuindo gratuitamente por meio de download. So algumas faixas inditas que nunca usamos em nenhum lbum. Esse material ganhar essa edio fsica die-hard A6, ter nossa demo de bnus e um patch muito bonito de brinde. O lanamento do selo Narrowards. Ah, e no poderamos nos esquecer do nosso novo videoclipe oficial da msica Nyctophilia que est sendo editado pelo grande produtor sueco Hkan Sjodin, que trabalhou no ltimo vdeo do Marduk Souls for Belial. No temos data ainda para o lanamento dele, mas creio que sair simultaneamente com o LP.

    HELL DIVINE: As ltimas palavras so suas. Novamente, obrigado pela entrevista. Fora e sucesso sempre! MANTUS: Agradeo a voc, Yuri e a todos da revista Hell Divine pelo grande apoio e espao dado aqui nessa entrevista. Sucesso para vocs tambm com a revista e parabns pelo timo trabalho realizado. Salve o verdadeiro Black Metal brasileiro! Interessados em conhecer mais sobre o Patria: www.facebook.com/blackmetalpatria

    Por Yuri Azaghal.

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  • rese

    nhas

    GONA Homo GrotescusIndependente

    Algum j percebeu a movimentao que est acontecendo no Metal aqui em nosso pas? A qualidade das bandas est aumentando cada vez mais e, se antes j no deviam nada s gringas, hoje afirmo que as superam com folga. O gona j surpreendeu a todos desde o lanamento do EP Essencial Putrefao, em 2011. Alguns anos se passaram e, finalmente, temos em mos o mais recente e aguardado trabalho de inditas. Apresento-lhes o fim do mundo em forma de msica, Homo Grotescus. Finalmente, as bandas brasileiras esto assumindo com orgulho suas letras cantadas em portugus! Sinceramente, gosto bastante dessa escolha mais do que acertada que em nada piora o

    resultado final, muito pelo contrrio, soa ainda melhor! O disco est simplesmente brutal, repleto de energia e muito empolgante. Uma msica melhor que a outra que, em sequncia,

    formam uma corrente de ao que puxa seus ps para o inferno. A faixa de abertura, Regresso, j um tapa na sua cara, contando com um riff maldito de guitarra acompanhada

    do baixo. Predestinados mescla bem o lado Death/Thrash da banda, remetendo bastante sonoridade do Lamb Of God. Unon, que tambm ganhou um videoclipe bem legal, de tirar o

    flego e assume a funo de ser uma das melhores do lbum ao lado de Utopia. A maravilhosa e doentia capa ficou a cargo do cada vez mais atuante Raphael Gabrio. Homo Grotescus parece

    ter vindo com cola no disco, pois desde que entrou no meu player, no sai mais. O gona mostra toda sua fora por meio desse trabalho, que j pode ser considerado um dos melhores do ano, sem

    dvidas!

    Nota: 9.5Por Pedro Humangous.

    ARCKANUM Fenris KindirSeason of Mist

    Posso estar exagerando, mas ouso dizer que esse talvez seja o melhor lbum de black metal do ano. Tendo como ponto forte suas pausas dramticas e seu ritmo sujo, a atmosfera de Fenris Kindir predominantemente obscura, com bases que estremecem e causam um legtimo ar maligno durante a execuo de suas notas. O andamento rpido, agressivo e sem muita enrolao, mantendo a verdadeira essncia do black metal ou seja, a essncia pura, dando um sentimento leve de nostalgia para

    aqueles que apreciam o tipo de sonoridade tradicional do gnero e, ao mesmo tempo, acrescentando leves elementos sinfnicos que harmonizam com o caos de distores e blast beatings, dando um pouco de impresso de msica ambiente em determinados trechos. O arranjo bem variado, mantendo o foco no propsito do lbum, ao mesmo tempo, evitando que as faixas se tornem repetitivas e enfadonhas. A ideologia seguida por Shamaatae continua evidente na temtica lrica das novas composies, mostrando claramente uma progresso em termos de qualidade de composio. Faixas como Hamrami so tocantes, profundas e perturbadoras. No h muito mais que falar desse lbum, alm de ser um trabalho altamente profissional e digno de aquisio fsica. Finalizando com um excelente cover da horda Necromantia (Grcia), Fenris Kindir , definitivamente, um lbum que vale a pena ser ouvido muitas e muitas vezes.

    Nota: 10Por Yuri Azaghal

    BLEEDING UTOPIA Demons To Some. God To Others Season of Mist

    Praticando um Thrash/Death metal brutal e sem concesses, embora moderno e atual, o quinteto sueco Bleeding Utopia acaba de lanar seu primeiro registro. Sem a inteno de reinventar a roda ou inovar no meio metlico, os caras apresentam aqui dez faixas pesadssimas, mas com boas melodias, lembrando em vrios momentos os brazucas do Slasher. Embora o trabalho de guitarras do lbum seja excelente, o real destaque fica para as linhas insanas de bateria, que variam entre o extremo e o groove com muita facilidade, e que deixam o ouvinte de queixo cado. O ponto negativo fica para o fato de as msicas serem muito parecidas entre si, e

    para as linhas vocais que no variam nunca, e que acabam deixando a audio um pouco cansativa no decorrer do interregno do material. No um disco que vai mudar a vida de ningum, mas pode trazer uma audio prazerosa para os ouvintes menos exigentes.

    Nota: 6.5Por Jnior Frasc.

    CARNIA Nations Of Few Independente

    Os veteranos do Carnia vm com o seu terceiro disco completo, Nations Of Few, mostrando o que tm de melhor, um Thrash/Death Metal direto, sem firulas ou enfeites a mais em seu processo de gravao e at mesmo de composio. Ouvindo o disco voc v claramente a influncia de bandas clssicas como Slayer e Possessed, caracterizando o som do Carnia. As faixas, todas elas de bom gosto, correm bem diretas e secas, algumas com mais cadncia e melodia, como Corruption e The Protester. Ootras j descem a madeira, com passagens de blast-beat, como em Diablo Politician. Todo o disco um bom exemplo de como podemos ter

    qualidade no Thrash Metal. Destaco a faixa Prayers Before The Death, com uma levada viciante de uma bateria seca e o incrvel cover do clssico do WASP, I Wanna Be Somebody, fechando esse petardo do metal nacional. A audio mais que recomendada e que essa Carnia exale seu odor forte por todo o pas.

    Nota: 7.0Por Augusto Hunter.

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  • CAU LEITO Lab Guitar ExperienceIndependente

    Disco de guitarrista deveria ser a coisa mais fcil de resenhar, em especial, a classe dos shredders, pois os ingredientes bsicos so tcnica em abundncia, baterista que levaria multa por excesso de velocidade e o principal: msicas chatas pra caramba. Mas, mostrando para o redator que possvel fazer msica instrumental de qualidade, estava na minha caixinha de correio este CD. Gente... E como eu me calei. Apesar de ter os elementos essenciais do estilo, Lab Guitar Experience no chato, pois o msico (conhecido por seu trabalho com o Andragonia) mesclou msicas virtuosas com outras quase pop e de fcil assimilao. Claro que essas

    canes mais acessveis encantam logo de cara, como Power of a Warrior e Into the Cloud, que so extremamente grudentas e que se fossem vocalizadas, perderiam o sentido. S que, graas a essas faixas, acabamos nos rendendo ao talento do msico, que oferece em seu CD outros destaques, como a pesada Chaos in the Ropes e a groovada Reflection in Groove. Um conselho: em vez de idolatrarem apenas os guitarristas de sempre, que tal prestarem ateno em caras como Cau Leito?

    Nota: 8.5Por Joo Messias Jr.

    CHAOS SYNOPSIS Art Of KillingLab 6 Music

    Ando realmente abismado com as bandas brasileiras. O nvel aumentou muito e essa saudvel e acirrada briga pelo topo est bastante interessante. Esto todos trabalhando duro, investindo pesado na qualidade dos instrumentos, dos melhores estdios de gravao, buscando a melhor produo, mixagem e masterizao. Art Of Killing o segundo lbum do Chaos Synopsis, que j havia lanado o excelente Kvlt Ov Dementia, em 2009. O novo trabalho supera o antecessor e com folgas. O Thrash/Death aqui apresentado est muito bem composto, tudo em seu devido lugar, esbanjando classe ao destilar um poderoso veneno. A pancadaria j comea com

    a faixa de abertura, Son Of Light, que faz uma mistura interessante das letras cantadas metade em portugus, metade em ingls. Outra faixa sinistra Rostov Ripper, com uma pegada bem Thrash, bateria desenfreada e riffs cavalares. O legal das letras que foram baseadas em histrias de famosos serial killers, deixando o disco ainda mais macabro. A corda do baixo quase enrola no seu pescoo em Bay Harbor Butcher, que conta com um solo pra l de inusitado. A masterizao do experiente Andy Classen (no famoso Stage One Studio, na Alemanha) deixou o som perfeito e polido na medida certa dando aquela clssica sensao de soco no ouvido. S senti o vocal pouca coisa abaixo do instrumental, mas nada que atrapalhe. Rafael Tavares anda trabalhando feito louco, ultimamente, e no toa que muitas bandas andam escolhendo sua arte para ilustrar a capa de seus discos. Essa, em especial, ficou absurda! Recentemente, postei nas redes sociais uma foto com os candidatos ao melhor disco do ano, e l estava o Art Of Killing. Sem dvidas, um excelente trabalho e forte candidato ao topo da lista. No deixe de ouvir!

    Nota: 8.5Por Pedro Humangous.

    CODE 3-7 Main EntranceIndependente

    No tem jeito, quando a pessoa nasce com um dom e est predestinada ao sucesso, no tem quem mude o rumo da histria. O Code3-7, aparentemente, surgiu do nada e j est destruindo fones de ouvido e mentes aparentemente saudveis me incluo nessa lista. A banda capitaneada pelo super competente (e gnio) Michel Oliveira, que acompanhado por Wallace Ribeiro (baixo) e Rafael Lucas (bateria). Michel assume as guitarras, a produo, mixagem e masterizao do disco. Ao ouvir Main Entrance, voc simplesmente no acredita que temos bandas desse nvel tcnico no Brasil. O gnero Djent surgiu h pouco tempo mundo afora e,

    felizmente, aportou em nossas terras mais cedo do que o esperado. Voc j deve ter ouvido falar de bandas como Animals As Leaders e Scale The Summit, que abusam de sons modernos, repletos de guitarras de sete cordas, afinao baixa, insero de sons robticos e eletrnicos, bateria ultra quebrada. O Code 3-7 segue exatamente essa linha, totalmente instrumental e elevado extrema potncia quando o assunto viagem musical. Ainda est confuso? Para falar bem superficialmente, pense em um Meshuggah sem vocais. Porm, a ambientao criada pelo Code 3-7 vai muito alm, abusam de sintetizadores e de passagens mais meldicas voc consegue visualizar facilmente uma viagem interestelar de algum filme de fico cientfica moderno. Conversando pessoalmente com o Michel, trocamos uma ideia sobre a banda ter vocais nos prximos trabalhos. E no que ele gostou da ideia e j est compondo novo material com vocais? E advinha quem vai cantar? Ele mesmo! O multi-instrumentista parece realmente no ter limites para compor e executar suas brilhantes criaes. S de curiosidade, procure no YouTube pela banda e veja os covers inusitados feitos pelo Michel. Meu ltimo pedido a ele seria utilizar um bom artista grfico para ilustrar a capa, pois um lbum desse nvel merece. Procure ouvir Main Entrance e comprove cada palavra dita aqui. Fique de olho nesse nome, voc ainda vai ouvir bastante daqui pra frente!

    Nota: 9.0Por Pedro Humangous.

    CORRRA Human ChaosAgainst Records

    Um dos mais surpreendentes do ano. Quem acompanha o grupo, que est completando quinze anos, certamente concordar. Especialmente porque est ciente da evoluo absurda pela qual o quinteto de Araraquara/SP passou. De verdade, difcil dizer que seria a mesma banda, quando comparados o primeiro disco, Eu No Dei Letra Pra Rodar, com esta prola que est saindo do forno, o terceiro full length. O lanamento demorou pra sair, mas acredite: valeu esperar cada segundo! Um Thrashcore aniquilador, com o extremismo do Death Metal em dados momentos. O nvel das composies altssimo, sempre com a agressividade

    sobressaltando em todas elas. cada arranjo lindo, um cuidado em que perceptvel a preocupao do conjunto com cada detalhe do lbum. Enfim, msicas bastante trabalhadas, minuciosamente esculpidas. So tantas ideias colocadas em prtica, que as faixas so longas para os padres do estilo dos caras. E a proposta realmente mudou, seja no instrumental, que est afiadssimo, seja nas letras, agora cantadas em ingls. A primeira faixa, Fields Of War (que na verso anterior, Campos de Guerra, era interpretada em portugus), j virou um clssico. Tem uma pegada explosiva e empolga do incio ao fim. Outros grandes petardos so Dirty Empire, com uns breakdowns de estremecer; Bloodline (que tambm foi regravada) e o refro pegajoso; Burning Eyes, talvez a que tenha a maior influncia de Death Metal; e Decade of Destruction, executada de maneira primorosa e com um final para quebrar pescoos batendo cabeas. A gravao est espetacular, com um peso sobrenatural das guitarras de Vitor Craes e Danyel Piccin, e do baixo demolidor de lvaro Jhopar. E a produo grfica tambm de chamar a ateno. A capa, por exemplo, feita pelo renomado Rafael Tavares, embora apresente somente o logotipo da banda, bem rica em detalhes e tons de cores, e o

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  • encarte, com fotos caprichadas, tambm profisa. Michel Chade se aperfeioou na bateria e capricha muito nos pedais duplos, quebrados na medida certa, sem tirar nem por. E o vocalista Lincoln Ducci berra com toda a ira do mundo, lembrando, quando canta de forma mais esganada/quase gutural, o timbre vocal de um tal de Phil Anselmo. Talvez um nico item que poderia ter um investimento maior a velocidade. Calma l, existem vrios trechos em que a porradaria rpida, mas poderiam ser mais acelerados. E s, pois no restante, esto irretocveis. A Corrra certamente uma das melhores bandas de Thrashcore do estado, qui do Brasil! Se esse pessoal quiser, ganha nome l fora fcil. Aqui na base da marreta!

    Nota: 9.0Por Christiano K.O.D.A.

    EMPRIOS Cyclings MS Metal Records

    Sei que tem muita gente que desejar a morte deste redator aps ler essa resenha. Mas estou muito feliz com essa espcie de review que o metal meldico vem recebendo. Curiosamente, vinte anos aps o lanamento do clssico Angels Cry (Angra), bandas voltam a apostar neste estilo, e de forma primorosa, como o caso do sexteto carioca Emprios. S que com muita sabedoria, o sexteto formado por Fernanda Decnop (voz), Renata Decnop e Iury Alonso (guitarras), Luiz Freitag (baixo), Thiago Alves (bateria) e Marcos Ceia (teclados) optou por versatilizar o estilo, agregando elementos sinfnicos, progressivos e obscuros, mostrando que possvel,

    sim, trazer novas nuances e, de certa forma, reconstrui-lo. Um desses exemplos Invisible Man, que possui nuances Hard. J Chaos comea soando como uma msica tradicional do estilo, mas no decorrer dela, ganha toques progressivos e outros prximos da msica brasileira. O instrumental The Butterfly Effect comea com uma linda introduo de teclados que nos remete ao Savatage, s que depois ganha contornos cadenciados e cheios de virtuosismo, sendo, assim, um dos pontos altos de Cyclings. Mas o que temos de melhor aqui May. Ela comea de forma acstica, num hbrido de MPB com Rock, cujos andamentos ganham guitarras limpas e uma linha vocal que pode ser considerada uma das melhores do estilo. Depois ganha contornos pesados e termina de forma climtica. Lembra que falamos do Angra? Pois , o primeiro vocalista do grupo, Andr Matos coloca um pouco mais de brilho no disco, participando em Over the Fire. Assim como o CD do Skinlepsy, merece ser ouvido diversas vezes seguidas. Ao lado de grupos como o Vandroya e Ecliptyka, o Emprios tem tudo para fazer bonito neste novo momento do estilo.

    Nota: 9.0Por Joo Messias Jr.

    FACADA NadirBlach Hole Productions

    Quanta maldade no corao. Quanta maldade na voz, nas baquetas e palhetas. Amanh Vai Per Pior, j alerta o ttulo de uma das msicas dos cearenses do Facada. Na realidade, o amanh j se tornou o agora, com o lanamento de Nadir, o terceiro e talvez mais furioso full-length da banda. O Grindcore de outrora recebeu improvveis influncias de... Black Metal! Sim, agora, a mescla de estilos norteia o som do quarteto formado por James (baixo/vocal), Dangelo (bateria), Ari (guitarra) e Danyel (guitarra o msico mora na Alemanha atualmente). A velocidade que sempre caracterizou o grupo est l, assim como as vozes revoltadas do vocalista. O

    que se percebe de diferente so, principalmente, os riffs, que ganharam um tom levemente mais meldico, como geralmente executam os conjuntos do Metal negro. Mas se algum se preocupava com o resultado da nova e involuntria proposta, pode ficar tranquilo: o disco ficou soberbo! So muitas boas ideias, mas que no se sobrepuseram aos riffs mais Grind. lgico que eles esto

    l, equilibrando tudo! E nem precisaria, mas o disco conta ainda com participaes memorveis: o vocalista Marcelo Appezzato, do Hutt outra lenda do nosso Grind participa da homenagem dos nordestinos ao grande Z do Caixo, cantando na faixa Josefel Zanatas. John The Maniac Leatherface, do empolgante Chronic Infest, contribui nos vocais de Corumb, Hippie do Inferno e Eu No Perteno a Este Mundo e, por ltimo, o grande Jo, do Ratos de Poro, manda ver num solo macabro em Altar de Sangue. A gravao est extremamente suja, prova de que, mesmo com o reconhecimento maior da banda, eles optaram por no deixar a coisa mais audvel. Nadir atesta que receber uma Facada no ouvido pode ser uma experincia matadora. O trocadilho terrvel, mas o lbum o extremo oposto. Uma boa surdez para os ouvintes!

    Nota: 9.0Por Christiano K.O.D.A.

    FLESH GRINDER NecrofilesBlach Hole Productions

    Prepare-se para sangue, suor e, claro, tripas. Os mestres do Goregrind nacional voltam com tudo, em 2013, com esse EP em formato vinil de 7. Uma beleza! A qualidade da gravao est muito boa, suja e pesada na medida certa, tudo bem audvel, com destaque pera o timbre do baixo. E o trio, formado por Fbio Gorresen (vocal/guitarra), Rogrio Murara (vocal/baixo) e Daniel Henriques (bateria) novamente acerta a mo nas cinco faixas (duas

    no lado A e trs no B). Os dois primeiros parecem ter caprichado ainda mais nos vocais, com os efeitos tpicos do estilo, mas sem absolutamente nenhum exagero. Por sua vez, o dono das baquetas mantm seus blast beats carregados e os distribui muito bem no material. E um aspecto interessante na sonoridade dos catarinenses uma pegada mais Death Metal em trechos de algumas composies, como pode ser notado na violncia de Sick Revolting Guts ou Abracadaver, por exemplo. Isso se deve, talvez, aos velozes riffs de Fbio, um elemento que deixou o som da Flesh Grinder ainda mais interessante. Infelizmente, como um bom vinilzinho, o negcio acaba logo. Mas a sensao de ir at o aparelho de som e virar o disquinho para colocar novamente a agulha demais! Portanto, s comear a carnificina novamente e jogar mais vsceras no ventilador, j que a festa do Gore/Splatter no pode parar!

    Nota: 8.5Por Christiano K.O.D.A.

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  • FURIA LOUCA Furia LoucaIndependente

    A banda de So Luis do Maranho, conhecida como a Jamaica Brasileira, apresenta em sua demo, composta por 10 faixas, o mais puro Hard Rock - clssico, sem tirar nem por. Aquelas guitarras com riffs jogados, um bom vocal e lotado de backings em seus refres, o Furia Louca est provando que o Nordeste no vive somente de extremo e tem muita qualidade em outro tipo de sonoridade. A banda est na ativa desde 2005, no nos trs nada de novo, com um som bem calcado nas clssicas bandas oitentistas de Hard Rock, como Motley Crue, Accept, Krokus, Ratt, WASP entre outros, a banda faz um som perfeito para qualquer festa. Bem composto e bem

    divertido, as letras falam dos temas mais clssicos dentro do estilo e com uma msica em portugus, Cohatrac City, que fala de So Lus. A banda lana uma demo bem enrgica e prepara ainda para esse ano o lanamento do seu primeiro disco. E mesmo sendo uma produo completamente independente, a produo da demo algo incrvel, com um som limpo e de fcil audio. Pra quem curte esse estilo prato lotado.

    Nota: 8.0Por Augusto Hunter.

    GALINHA PRETA Galinha PretaDanado Records

    A banda Galinha Preta j est nessa estrada h um bom tempo. Braslia foi o bero escolhido por esses malucos que, a cada lanamento, nos divertem mais. Voc coloca o disco para rodar e o sorriso se abre instantaneamente. Letras muito bem humoradas e (por que no?) inteligentes ilustram as faixas ultra velozes, focadas no punk/hardcore, seco, cru, mas muito bem tocado. A gravao, propositalmente tosca, est muito bacana, tudo muito bem produzido. A simplicidade a chave do sucesso desses caras as msicas so simples, de curta durao, mas do seu recado.

    As vinhetas so as melhores partes e tambm a marca registrada do Galinha Preta. Apesar do lado despretensioso que a banda assume, as letras falam de assuntos srios e muito atuais. Acompanho a banda h um bom tempo e no me recordo de terem gravado faixas em ingls, e nesse disco temos duas, Only Two Nations e Gimme Good News, que ficaram muito boas por sinal. Se no me engano, Roubaram Meu Rim e Eu No Sei De Nada, j fizeram parte de lanamentos anteriores, e do as caras por aqui novamente para nossa alegria! O disco todo diverso pura e muito legal de ouvir de ponta a ponta, mas destaco a trinca matadora com Mdias Sociais, Eu Tenho Problema e Ratoburger, alm da ltima, UNB. O som desses caras perfeito para abrir rodas, beber uma boa cerveja e dar aquele role descompromissado de skate. Por aqui o Galinha Preta j sucesso e acredito que mais gente deveria conhec-los. Se est vacilando e ainda no ouviu, corra atrs urgentemente. E se tiver a oportunidade de v-los ao vivo, no perca tempo, pois diverso garantida!

    Nota: 9.0Por Pedro Humangous.

    HATERIAL Twisted VersesWorm Hole Death

    Para quem acha que a Finlndia s vive de metal sinfnico e Death Metal meldico, eis aqui mais uma grande prova do quanto tal afirmao errada. Praticando um Thrash/Metalcore pesadssimo e muito trabalhado (e sem a presena dos famigerados vocais limpos), o Haterial est na estrada desde 2010, e chega agora a seu primeiro registro. O destaque disparado do som dos caras o excelente trabalho de guitarras, com riffs pesadssimos e cheios de timas melodias, criando timas estruturas meldicas em todas as 11 faixas do disco, como fica claro em especial na matadora 02 Me Two-Point-0, que tem o refro mais cativante do lbum.

    Nos momentos mais brutais, a banda tambm mostra muito potencial (oua Exterminate Reality e Wasted e comprove), com muita tcnica e preciso. Para quem curte algo mais moderno, pesado e virtuoso, eis uma tima pedida.

    Nota: 7.5Por Jnior Frasc.

    HELL REAPER Harvester of SoulsIndependente

    Iniciada como um projeto do guitarrista Joo Pacheco, do Mother Zombie, a Hell Reaper foi formado, em 2011, no interior do estado de So Paulo (Jaboticabal/Ribeiro Preto), e acaba de lanar esse seu primeiro registro. O som do quarteto uma mistura bem interessante de groove e stoner metal, com algumas pitadas de souther rock, cheia de riffs marcantes, uma cozinha direta, mas precisa, e timas linhas vocais de Jlio Buzoli (Mother Zombie), bem agressivas e cativantes. msica para l de descontrada e divertida, sem grandes pretenses de soar intimista ou demonstrar maiores apuros tcnicos. Em alguns momentos, a banda lembra

    Pantera, mas com um lado Stoner mais evidente, como se comprova em faixas como Burning Down the Road e Born Again, Die Again, com riffs que remetem aos suecos do Spiritual Beggars e aos noruegueses do Chrome Division. Outras faixas, ainda mais diretas e energticas, como Hell Reaper e The Strangers tem uma pegada bem Motorhead. Um timo comeo para a banda, que aparenta ter um futuro muito promissor pela frente. Confira no volume mximo!

    Nota: 8.0Por Jnior Frasc.

    LACERATED AND CARBONIzED The Core of DisruptionEternal Hatred Records

    O Metal Nacional nunca esteve to bem representado! Deixando de lado todas as adversidades impostas pelo underground, a cena cresce forte e apresenta trabalhos cada vez mais profissionais, de cair o queixo mesmo. The Core Of Disruption o segundo trabalho dessa incrvel banda carioca chamada Lacerated And Carbonized. Os caras j apavoraram a todos com o disco de estreia, em 2011, Homicidal Rapture, e aps uma bem sucedida turn na Europa, ganharam mais experincia e trouxeram timas ideias na bagagem. Podemos ver o resultado por meio dessas onze destruidoras faixas que compem o lbum. As caixas de som sangram ao executar o Death Metal nervoso e brutal praticado por esse quarteto formado

    por Jonathan Cruz (vocais), Caio Mendona (guitarras), Paulo Doc (baixo) e Victor Mendona (bateria). As composies esto irrepreensveis, muito bem construdas, com riffs que beiram a perfeio

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  • e grudam na cabea rapidamente. A bateria ultra veloz abusa dos ritmos quebrados e de levadas interessantes nos pratos isso sem mencionar os blast beats e as viradas de tirar o flego. Jonathan simplesmente cospe as palavras na sua cara utilizando-se de um gutural cavernoso, casando perfeitamente com o som proposto pela banda. A arte da capa , simplesmente, uma das mais incrveis que j vi na vida e reflete muito bem a realidade dos brasileiros, principalmente daqueles que vivem na cidade maravilhosa. Apesar do ttulo em portugus, O dio E O Caos cantada em