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1 Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Nutrição Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição HELLEN VIDAL SANTOS EFEITO DAS EMBALAGENS NA ESTABILIDADE DE GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO DURANTE O ARMAZENAMENTO OURO PRETO MINAS GERAIS MARÇO/2018

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1

Universidade Federal de Ouro Preto

Escola de Nutrição

Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição

HELLEN VIDAL SANTOS

EFEITO DAS EMBALAGENS NA ESTABILIDADE DE

GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO

DURANTE O ARMAZENAMENTO

OURO PRETO – MINAS GERAIS

MARÇO/2018

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HELLEN VIDAL SANTOS

EFEITO DAS EMBALAGENS NA ESTABILIDADE DE GELEIAS

DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO DURANTE O

ARMAZENAMENTO

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-

Graduação em Saúde e Nutrição da Universidade

Federal de Ouro Preto como requisito para a

obtenção do título de Mestre em Saúde e Nutrição.

Orientador (a): Profa. Patrícia Aparecida Pimenta

Pereira, D. SC. (DEALI/UFOP)

Co-orientador (a): Profa. Luciana Rodrigues da

Cunha (DEALI/UFOP)

OURO PRETO – MINAS GERAIS

MARÇO/2018

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A meus pais Maria Doralice Alves e Alberto Vidal (in memoriam) e aos meus irmãos

Fred Vidal e Victor Vidal.

OFEREÇO E DEDICO

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AGRADECIMENTOS

A Deus, autor da vida, por tantas bênçãos recebidas, por me conceder força e

sabedoria e sempre guiar os meus passos. “Em seu poder estamos nós, as nossas palavras,

a nossa inteligência e as nossas habilidades. ” (Sabedoria 7,16)

Aos meus pais Alberto Vidal (in memoriam) e Maria Doralice Alves por me

ensinarem sobre a vida, me encorajarem a conquistar os meus sonhos e me ensinarem a

ser forte sem perder a doçura, meu muito obrigada! Meus irmãos Fred Vidal e Victor

Vidal, por serem tão essenciais em minha vida, me encorajando e ajudando de todas as

formas possíveis.

Ao meu namorado Thiago Pio, pelo incentivo, paciência, apoio e todo amor

prestados nessa jornada. Com você as dificuldades foram mais sutis e essa caminhada se

tornou encantadora.

À minha orientadora Patrícia Aparecida e à minha co-orientadora Luciana

Rodrigues, pelos ensinamentos, paciência e amizade. Sem vocês nada disso seria

possível. Minha gratidão!

À professora Kelly Gandra, por compartilhar conhecimento, pela disponibilidade

e amizade.

Aos alunos do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos, que me ajudaram

nessa caminhada, especialmente Cassandra Maia, Elismara Lima, Arthur Quintão,

Camila Lessa, Bruna Simoncello, e todos os outros que de alguma forma contribuíram

com o meu trabalho.

Aos amigos do Curso de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição, especialmente a

Ana Clara Dias, Márcia Cristina, Michelle Barbosa, e Reginaldo Monteiro, pela ajuda em

tantos momentos e compartilhamento de conhecimento.

Ao Curso de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição, especialmente a secretária

Marcella Barbosa, pela oportunidade de crescimento e auxílio prestados.

À Escola de Nutrição, pela acolhida e apoio em todas as atividades.

Aos laboratórios de Bromatologia, Microbiologia de Alimentos, Análise

Sensorial, Planta Piloto de Carnes e Laboratório Multiusuário da Escola de Nutrição e da

Escola de Farmácia, e seus respectivos técnicos Bruno Elias e Raphael Borges, Andreia

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Perez e Michele Cristina, Iara Ribeiro, Gustavo Silveira, Hygor Mezadri e Patrícia

Capelari. Muito obrigada pelos ensinamentos, paciência e disponibilidade.

À UFOP, que desde sempre me acolhe com carinho e me proporciona

conhecimento e amadurecimento. Obrigada por toda experiência proporcionada e

também pelo apoio financeiro.

À FAPEMIG, pelo apoio financeiro à minha pesquisa.

À Nutramax pela doação de edulcorantes.

Cada um foi essencial para que tudo acontecesse, sem vocês nada seria possível.

Gratidão!

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“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que

você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo. ”

Martin Luther King

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8

RESUMO

Geleias de baixo valor calórico possuem como característica a redução de açúcar em sua

composição e, para tanto, são adicionados outros ingredientes, como edulcorantes e

agentes de corpo. Durante o armazenamento, podem ocorrer alterações físicas, físico-

químicas, sensoriais e microbiológicas, podendo prejudicar a aceitação do produto. A

embalagem à qual o produto foi acondicionado pode favorecer em maior ou menor grau

tais alterações, visto que cada tipo de embalagem possui peculiaridades que podem

favorecer ou prejudicar a estabilidade do alimento. Diante do exposto, este trabalho

objetivou avaliar o efeito das embalagens na estabilidade de geleias de laranja de baixo

valor calórico durante o armazenamento. As geleias foram avaliadas quanto aos aspectos

físicos (análises colorimétrica, reológica e sinérese), físico-químicos (umidade, acidez,

pH, açúcares totais), microbiológicos, sensoriais, compostos bioativos (vitamina C,

compostos fenólicos e atividade antioxidante pelos métodos ABTS•+, DPPH e β-

caroteno/ácido linoleico), durante o período de 6 meses de armazenamento a 25 °C. O

planejamento experimental constou de um fatorial completo 2x7, sendo a embalagem

(vidro e polipropileno) e o tempo de armazenamento (0, 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias)

os fatores em estudo. Os resultados demonstraram que o tempo de armazenamento

influenciou redução do pH e aumento da acidez, redução no índice de fluxo (apenas na

embalagem de polipropileno), redução na intensidade do amarelo (b*), crescimento de

fungos e leveduras (maior em embalagem de polipropileno), aumento da atividade

antioxidante pelo método DPPH e redução de vitamina C. A luminosidade (L*),

intensidade do vermelho (a*), umidade, açúcares totais, índice de consistência e

compostos fenólicos totais tiveram tendência à estabilidade durante o armazenamento.

Houve diferença no perfil sensorial das geleias, com aumento da intensidade e

dominância do gosto doce ao final do armazenamento. A vida útil das geleias foi de 180

dias. As menores alterações ocorreram na embalagem de vidro sendo, portanto, a melhor

opção para acondicionamento de geleias de laranja de baixo valor calórico.

Palavras-chave: vida útil, perfil sensorial, compostos bioativos, qualidade físico-química,

segurança microbiológica, parâmetros físicos.

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ABSTRACT

Low calorie jellies have as a characteristic the reduction of sugar in their composition

and, for that, other ingredients, such as sweeteners and body agents, are added. During

storage, physical, physico-chemical, sensory and microbiological changes may occur,

which may impair acceptance of the product. The packaging to which the product has

been conditioned may favor such changes in a greater or lesser degree, since each type of

packaging has peculiarities that may favor or impair the stability of the food. In view of

the above, this work aimed to evaluate the effect of the packaging on the stability of low

calorie orange jellies during storage. The jellies were evaluated for physical aspects

(colorimetric, rheological and syneresis analyzes), physical-chemical (moisture, acidity,

pH, total sugars), microbiological, sensory, bioactive compounds (vitamin C, phenolic

compounds and antioxidant activity by ABTS methods +, DPPH and β-carotene / linoleic

acid) during the 6-month storage period at 25 ° C. The experimental design consisted of

a complete 2x7 factorial, with the packaging (glass and polypropylene) and storage time

(0, 30, 60, 90, 120, 150 and 180 days) being the factors under study. The results

demonstrated that storage time influenced pH reduction and acidity increase, reduction in

flow rate (polypropylene packaging only), reduction in the intensity of yellow (b *), fungi

and yeast growth (higher in (L *), red intensity (a *), moisture, total sugars, consistency

index and total phenolic compounds tended to be stable during storage . There was a

difference in the sensory profile of the jellies, with an increase in the intensity and

dominance of sweet taste at the end of storage. The shelf life of the jellies was 180 days.

The smallest changes occurred in the glass packaging and are therefore the best option

for packaging low-calorie orange jellies.

Keywords: useful life, sensory profile, bioactive compounds, physical-chemical quality,

microbiological safety, physical parameters.

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................ 13

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 14

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 16

2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 16

CAPÍTULO I: REVISÃO CIENTÍFICA

1 PROCESSO DE PRODUÇÃO DAS GELEIAS DE BAIXO VALOR

CALÓRICO.............................................................................................................................

18

2 DESCRIÇÃO DOS COMPONENTES DAS GELEIAS DE BAIXO VALOR

CALÓRICO ............................................................................................................................

20

2.1 FRUTA ............................................................................................................................... 20

2.1.1 LARANJA .......................................................................................................................... 23

2.2 AÇÚCAR ........................................................................................................................... 26

2.3 EDULCORANTES ............................................................................................................ 27

2.3.1 SUCRALOSE ...................................................................................................................... 28

2.3.2 ACESSULFAME-K .............................................................................................................. 30

2.4 AGENTES GELIFICANTES ............................................................................................. 31

2.4.1 PECTINA ........................................................................................................................... 32

2.4.2 GOMAS (HIDROCOLÓIDES) ................................................................................................ 37

2.4.2.1 Goma Carragena .......................................................................................................... 37

2.4.3 INTERAÇÃO DOS AGENTES GELIFICANTES ......................................................................... 39

2.5 AGENTES DE CORPO ...................................................................................................... 40

2.5.1 POLIDEXTROSE ................................................................................................................. 41

2.6 AGENTES CONSERVANTES ......................................................................................... 42

2.6.1 SORBATO DE POTÁSSIO ..................................................................................................... 43

3 FATORES RELACIONADOS À ESTABILIDADE DAS GELEIAS ............................. 44

3.1 COR .................................................................................................................................... 44

3.2 UMIDADE ......................................................................................................................... 46

3.3 pH ....................................................................................................................................... 48

3.4 TEMPERATURA .............................................................................................................. 50

3.5 TEXTURA ......................................................................................................................... 52

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3.6 SINÉRESE ......................................................................................................................... 54

3.7 COMPOSTOS BIOATIVOS .............................................................................................. 55

3.8 EMBALAGEM .................................................................................................................. 56

3.9 DEGRADAÇÃO MICROBIOLÓGICA............................................................................. 59

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 60

CAPÍTULO II: EFEITO DAS EMBALAGENS NOS PARÂMETROS FÍSICO-

QUÍMICOS, FÍSICOS E MICROBIOLÓGICOS DE GELEIAS DE LARANJA DE

BAIXO VALOR CALÓRICO DURANTE O ARMAZENAMENTO

RESUMO ................................................................................................................................ 78

ABSTRACT ............................................................................................................................ 79

1 METODOLOGIA .............................................................................................................

80

1.1 MATERIAIS .................................................................................................................... 80

1.2 MÉTODOS ....................................................................................................................... 80

1.2.1 PROCESSAMENTO DAS LARANJAS (PERA RIO) ................................................................ 80

1.2.2 ELABORAÇÃO DAS GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO ....................... 80

1.2.3 AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DAS GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR

CALÓRICO.................................................................................................................................

81

1.2.4 AVALIAÇÃO FÍSICA DAS GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO ............... 81

1.2.4.1 Avaliação Colorimétrica ............................................................................................. 81

1.2.4.2 Análise Reológica ....................................................................................................... 82

1.2.4.3 Sinérese ........................................................................................................................ 82

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1.2.5 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA......................................................................................... 83

1.2.5.1 Determinação de Coliformes Totais .............................................................................

83

1.2.5.2 Determinação de fungos e leveduras ............................................................................

84

1.2.5.3 Padrões Microbiológicos .............................................................................................

84

1.2.6 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................

84

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................................

85

2.1 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS ...............................................................................

85

2.2 PARÂMETROS FÍSICOS .................................................................................................

89

2.2.1 DEGRADAÇÃO DA COR ......................................................................................................

89

2.2.2 ANÁLISE REOLÓGICA ........................................................................................................

91

2.2.3 AVALIAÇÃO DA SINÉRESE ................................................................................................

94

2.3 PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS ...........................................................................

95

3 CONCLUSÃO .....................................................................................................................

97

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................

99

CAPÍTULO III: EFEITO DAS EMBALAGENS NA ESTABILIDADE DE

COMPOSTOS BIOATIVOS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE GELEIAS DE

LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO DURANTE O ARMAZENAMENTO

RESUMO ................................................................................................................................

105

ABSTRACT ............................................................................................................................

106

1 METODOLOGIA ...............................................................................................................

107

1.1 PROCESSAMENTO DAS LARANJAS (PERA RIO) E ELABORAÇÃO DAS

GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO .................................................

107

1.2 AVALIAÇÃO DOS COMPOSTOS BIOATIVOS E DA ATIVIDADE

ANTIOXIDANTE DAS GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO .........

107

1.2.1 DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C) ................................................... 107

1.2.2 OBTENÇÃO DOS EXTRATOS DAS AMOSTRAS PARA ANÁLISE DE COMPOSTOS FENÓLICOS E

PARA A ATIVIDADE ANTIOXIDANTE.............................................................................................

108

1.2.3 COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS ....................................................................................... 108

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1.2.3 ANÁLISE DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE .........................................................................

109

1.2.3.1 Avaliação da capacidade antioxidantes pelo método DPPH ........................................

109

1.2.3.2 Análise da Atividade Antioxidante pelo Método ABTS•+ .............................................

109

1.2.3.3 Método Sistema β-caroteno/ácido linoléico ..................................................................

110

1.2.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ...................................

110

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................................

111

3 CONCLUSÃO ......................................................................................................................

118

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................

119

CAPÍTULO IV: EFEITO DAS EMBALAGENS NA ESTABILIDADE SENSORIAL

DE GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO DURANTE O

ARMAZENAMENTO

RESUMO ................................................................................................................................

123

ABSTRACT ............................................................................................................................

124

1 METODOLOGIA ................................................................................................................

125

1.1 PROCESSAMENTO DAS LARANJAS (PERA RIO) E ELABORAÇÃO DAS

GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO .................................................

125

1.2 AVALIAÇÃO SENSORIAL ............................................................................................. 125

1.2.1. TESTE DE DOMINÂNCIA TEMPORAL DAS SENSAÇÕES (TDS) E TEMPO-INTENSIDADE (TI). 125

1.2.1.1 Seleção de provadores para TI e TDS ........................................................................... 125

1.2.1.2 Tempo-intensidade (TI) ................................................................................................ 126

1.2.1.3 Dominância Temporal das Sensações (TDS) ................................................................ 126

1.2.3 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ................................... 127

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 128

3 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 133

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 134

ANEXO I ................................................................................................................................. 136

ANEXO II ................................................................................................................................ 137

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Aa Atividade de Água

ABD Ágar Batata Dextrose

ABTS 2,2-azinobis 3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico

AGE Ácido Gálico Equivalente

ANOVA Análise de Variância

AOAC Association of Official Analytical Chemists

ATM Alto Teor de Metoxilação

BOD Demanda Bioquímica de Oxigênio

BTM Baixo Teor de Metoxilação

C Chalcona

CaCl2 Cloreto de Cálcio

DCFI 2,6 – diclorofenolindofenol

DPPH 2,2-difenil-1- picril-hidrazil

FDA Food and Drug Administration (Administração de

Comidas e Remédios)

FOS Frutooligossacarídeo

IAL Instituto Adolfo Lutz

IDA Ingestão Diária Aceitável

KCl Cloreto de Potássio

LBG Goma de Alfarroba

pH Potencial Hidrogeniônico

PP Polipropileno

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

RPM Rotação por Minuto

SEM Standard Error Mean (Erro Padrão da Média)

TACO Tabela Brasileira de Composição de Alimentos

TDS Dominância Temporal das Sensações

TI Tempo-Intensidade

UFC Unidade Formadora de Colônia

UFLA Universidade Federal de Lavras

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1 INTRODUÇÃO

O consumo de frutas tem sido cada vez mais incentivado devido às diversas

evidências que demonstram a importância dessas na saúde humana e na prevenção de

doenças. Além de serem saborosas, possuem propriedades funcionais que auxiliam na

manutenção da saúde. Porém, são altamente perecíveis. Dessa forma, produtos que

contenham frutas em sua composição e com baixo valor calórico estão sendo muito

procurados pelos consumidores, pois representam uma boa opção de alimentos saudáveis

(KROLOW, 2013; CUNHA, 2016).

Geleias são produtos de frutas elaborados a partir de frutas inteiras, pedaços, ou

sementes, sendo que as frutas podem ser processadas por secagem, desidratação, cocção,

laminação, fermentação, congelamento, concentração ou outro processo tecnológico que

seja considerado seguro para a produção de alimentos (BRASIL, 2005). As frutas devem

ser colhidas no estágio ótimo de maturação, pois frutas verdes possuem deficiência em

diversos aspectos sensoriais, como sabor, aroma e cor, e as frutas muito maduras não

formam gel, devido a perdas de pectina por ação enzimática (CUNHA, 2016). Geleias

devem possuir aspecto gelatinoso de forma que ao sair do seu recipiente, mantenham-se

na forma semissólida (BRASIL, 2005).

Durante o armazenamento de geleias, diversas alterações físicas, físico-

químicas, sensoriais e microbiológicas podem ocorrer, podendo prejudicar a aceitação e

a segurança do produto. O desafio é ainda maior quando se trata de geleias de baixo valor

calórico. Para elaboração de um produto com restrição energética é necessária a

substituição de alguns componentes, redução de outros, e o maior desafio é manter as

características sensoriais do produto mesmo com essas substituições (NACHTIGALL et

al., 2004). A elaboração de geleia de baixo valor calórico com características mais

próximas possíveis da geleia convencional é uma busca constante.

A forma de armazenamento das geleias é um fator muito importante para a

estabilidade, principalmente no que diz respeito ao tipo de embalagem utilizada. As

embalagens mais utilizadas para armazenamento de geleias são as embalagens de vidro,

por possuírem inércia química, favorecendo a capacidade de manter as características do

produto. Porém, as embalagens de plástico têm ganhado grande espaço competidor,

principalmente devido a fatores econômicos. Suas características dependem do tipo de

material e da composição estrutural, visto que existem diversos tipos de embalagens de

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16

plástico. Pode haver uma perda no fator de proteção com uso de embalagens de plástico,

já que não possuem a mesma inércia química do vidro, porém é importante analisar se

essa perda representa um risco ou se é possível balancear esse fator para se obter

benefícios econômicos (JORGE, 2013).

Durante o armazenamento de geleias a degradação pode ocorrer pela incidência

da luz sobre o produto favorecendo o processo de fotodegradação, que afeta

principalmente o conteúdo de compostos bioativos. Além disso, pode ocorrer passagem

de oxigênio que irá favorecer a oxidação do alimento, proporcionando alterações na

coloração, aroma, dentre outros. Por isso é importante avaliar o tipo de embalagem que

será utilizada para acondicionamento, além de outras condições ambientais, como

temperatura de armazenamento e tempo de estocagem (AZEREDO, 2012; CUNHA,

2016).

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17

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito das embalagens na estabilidade físico-química, física,

microbiológica, de compostos bioativos e sensorial de geleias de laranja de baixo valor

calórico durante o armazenamento.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a estabilidade de geleias de laranja de baixo valor calórico quanto a suas

características físico-químicas (pH, acidez, umidade, açúcares totais) de acordo

com o tipo de embalagem utilizada;

Avaliar o efeito das embalagens na estabilidade de geleias de laranja de baixo

valor calórico quanto a suas características físicas (cor, reologia, sinérese);

Avaliar o efeito das embalagens na estabilidade de geleias de laranja de baixo

valor calórico quanto a suas características microbiológicas (coliformes totais e

fungos e leveduras);

Avaliar a degradação dos compostos bioativos (compostos fenólicos totais e

vitamina C) e da atividade antioxidante das geleias de laranja de baixo valor

calórico durante o armazenamento em diferentes embalagens;

Avaliar possíveis alterações sensoriais em geleias de laranja de baixo valor

calórico durante a estocagem relacionando-as com o tipo de embalagem utilizada;

Determinar a vida útil de geleias de laranja de baixo valor calórico a temperatura

ambiente.

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CAPÍTULO I

REVISÃO CIENTÍFICA

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19

1 PROCESSO DE PRODUÇÃO DE GELEIAS DE BAIXO VALOR

CALÓRICO

Geleias são produtos de frutas que consiste na utilização de frutas inteiras,

pedaços, ou sementes, sendo que as frutas podem ser processadas por secagem,

desidratação, cocção, laminação, fermentação, congelamento e/ou concentração ou

qualquer outro processo tecnológico que possua segurança alimentar (BRASIL, 2005).

Para o processamento de geleias de forma geral, a primeira etapa é a escolha e

seleção da fruta e, em seguida, a lavagem e o despolpamento. A dissolução prévia da

pectina em açúcar ou água é uma forma de hidratá-la antes de misturar aos outros

ingredientes da geleia para evitar a formação de grumos (REZENDE et al., 2013). Após

hidratação da pectina, ocorre o processo de concentração que, em escala industrial pode

ser realizada à pressão atmosférica, feito em tachos abertos, com camisa de vapor e

agitador mecânico, ou pelo método à vácuo. A concentração consiste na remoção de parte

da água existente no alimento e é importante para a conservação, acondicionamento,

transporte e estocagem do produto (TORREZAN, 1998). A utilização do tacho à vácuo é

interessante, pois esse equipamento trabalha a baixa pressão, o que permite utilizar baixas

temperaturas. Além de ter vantagens como permitir o processamento de maior quantidade

de geleia sem incorrer na caramelização, possibilitando, assim, melhor conservação das

características sensoriais da fruta, reduzindo o grau de hidrólise da pectina, além de e

retendo maior quantidade de compostos bioativos (GAVA, 1984; LOPES, 2007). Após o

processo de concentração até 65 °Brix, é feito o envase a quente e fechamento das

embalagens e, em seguida, a rotulagem e armazenamento (TORREZAN, 1998;

REZENDE et al., 2013).

O mecanismo básico para a elaboração de geleias de baixo valor calórico é a

redução da sacarose e, consequentemente, a adição de edulcorantes, agentes gelificantes,

agentes de corpo e conservantes. Os edulcorantes são substâncias diferentes da sacarose,

mas que conferem sabor doce aos alimentos. São utilizados em pequenas quantidades,

pois possuem poder adoçante maior que o da sacarose, mas podem deixar um gosto

residual amargo. Podem ser utilizados de forma isolada ou em combinação com outros

edulcorantes (CARVALHO, 2007).

Um dos agentes gelificantes comumente utilizados em geleias é a pectina. Na

geleia convencional utiliza-se pectina de alto teor de metoxilação (ATM) e na geleia de

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baixo valor calórico utiliza-se a pectina de baixo teor de metoxilação (BTM). A utilização

da pectina BTM em geleias de baixo valor calórico deve-se ao fato de essa pectina

apresentar características estruturais que lhe proporcionam a capacidade de formação de

gel mesmo em baixas concentrações de açúcar (POIANA et al., 2013).

A quantidade de pectina adicionada à geleia é um fator importante, pois está

relacionada a diversos parâmetros físicos, físico-químicos e sensoriais, como textura e

coloração (ISLAM; MONALISA; HOQUE, 2012). Broomes e Badrie (2010) estudaram

o efeito da adição de diferentes concentrações de pectina BTM em geleia de hibiscos de

baixo valor calórico, em relação aos parâmetros físico-químicos e sensoriais. As

concentrações utilizadas foram de 1,5, 2,0 e 2,5%. Os autores perceberam que a

concentração de 2,5% favoreceu uma textura mais firme, porém houve um aumento no

teor de umidade e redução na atividade de água, devido à capacidade de a pectina BTM

capturar água em suas matrizes. A geleia com a concentração de 1,5% de pectina foi a

que apresentou maior aceitação pelos provadores. Islam, Monalisa e Hoque (2012),

avaliaram o efeito de diferentes concentrações de pectina ATM no processamento,

estabilidade e aceitação de geleias de morango. A concentração de 1,5% foi a mais aceita

pelos avaliadores, em relação à cor, sabor, textura e aceitabilidade global. Licodiedoff

(2008) demonstrou em seu trabalho que quando se utiliza pectina de rápida gelificação,

como a pectina ATM, uma concentração de 1,0% é eficaz para o processo de gelificação,

além de reduzir a sinérese durante a estocagem. Mas Rosa et al. (2011) elaboraram geleia

de abacaxi com hortelã zero açúcar utilizando 1,0% de pectina BTM e os resultados dos

parâmetros físico-químicos e sensoriais demonstraram-se adequados. Guichard et al.

(1991) avaliaram a influência da concentração da pectina e do grau de metoxilação nas

características sensoriais e compostos voláteis em doces de morango e os resultados

demonstraram que uma concentração de 0,6% de pectina BTM favoreceu textura

adequada e sabor ideal.

Os hidrocolóides (gomas) são utilizados como agentes gelificantes, que

auxiliam na formação do gel, já que a pectina BTM é mais sensível à degradação,

principalmente em altas temperaturas, favorecendo o processo de sinérese, que consiste

na perda de água pelo gel, além de textura frágil, falta de limpidez e alterações na

coloração e no sabor (ZAMBIAZI; CHIM; BRUSCATTO, 2006). Portanto, a adição de

hidrocolóides, como gomas carragena, xantana e guar, é necessária para favorecer maior

estabilidade do gel (NACHTIGALL et al., 2004; BRASIL, 2009).

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21

Como é necessária a redução de açúcar para elaboração de geleias de baixo valor

calórico, é importante utilização de agentes de corpo que proporcionam aumento de

volume sem contribuir para o valor energético do alimento. Os agentes de corpo mais

utilizados são polidextrose, inulina, frutose, sorbitol e maltitol (FLOOD; AUERBACH.

CRAIG, 2004; PROBERT et al., 2004).

A adição de agentes conservantes, como o sorbato de potássio (máximo

0,1g/100g do produto) (BRASIL, 2013) é importante, já que o açúcar exerce papel na

conservação reduzindo a atividade de água e, no caso das geleias de baixo valor calórico,

esse ingrediente estará reduzido (CUNHA, 2016).

2 DESCRIÇÃO DOS COMPONENTES DAS GELEIAS DE BAIXO VALOR

CALÓRICO

2.1 FRUTA

As frutas utilizadas para o preparo de geleias podem ser utilizadas em sua

totalidade ou em partes, como por exemplo, as sementes. Podem ser obtidas por processo

de secagem e ou desidratação e ou fermentação e ou laminação e ou cocção e ou

congelamento. (BRASIL, 2005). Quando congeladas, é importante verificar se não

passaram por processo de descongelamento durante o armazenamento, pois isso pode

comprometer a qualidade das mesmas (KROLOW, 2013).

A colheita das frutas deve ser feita em seu estágio ótimo de maturação, pois

nesse estágio elas apresentam melhor aspecto sensorial, como sabor, aroma e coloração,

além de apresentarem maior teor de sólidos solúveis (2 a 25 °Brix) que estão relacionados

com o teor de açúcares presentes na fruta, favorecendo sabor mais agradável. As frutas

quando estão muito verdes possuem deficiência nesses aspectos sensoriais e as frutas

muito maduras apresentam perdas de pectina por ação de enzimas, como a

poligalacturonase e pectina metilesterase, o que dificulta a formação do gel

(DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010). As frutas mais indicadas para a

utilização em geleias são as ricas em pectina e ácido, como a laranja, ameixa, limão,

manga e pêssego, por exemplo (Quadro 1) (TORREZAN, 1998).

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22

Quadro 1: Classificação de algumas frutas de acordo com o teor de pectina e acidez

Fruta

Pectina Acidez

Rica Média Pobre Alta Média Baixa

Abacaxi X X

Acerola X X

Ameixa-do-japão (amarela ou

vermelha)

X X

Araça (roxo) X X

Banana (d’água ou nanica) X X

Caja Manga X X

Caju X X

Caqui X X

Carambola (ácida) X X

Carambola (doce) X X

Figo Maduro X X

Figo verde e de vez X X

Fruta-do-conde X X

Goiaba (vermelha madura e de vez) X X

Groselha X X

Jabuticaba (comum) X X

Jabuticaba (ponhema) X X

Jabuticaba (sabará) com casca X X

Jabuticaba (sabará) sem casca X X

Laranja (baia e pêra) – fruta inteira X X

Limão (cidra e siciliano) X X

Maçã (ácida, argentina) X X

Maçã (ohio beauty e são joão –

amarela de vez e madura)

X X

continua...

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Fruta Pectina Acidez

Rica Média Pobre Alta Média Baixa

Manga (espadão e santa

alexandrina)

X X

Mamão X X

Manga (espada) X X

Maracujá (amarelo e roxo) - suco X X

Marmelo X X

Morango X X

Néspera X X

Pêra d’água madura X X

Pêssego amarelo maduro X X

Pêssego verde X X

Pitanga X X

Romã X X

Uva (ananás, catawa e empire

state)

X X

Uva (isabel e Niágara) X X

Uvaia X X

Fonte: TORREZAN, 1998

As frutas utilizadas na elaboração das geleias exercem influência em diversos

parâmetros do produto final, como por exemplo, aspectos reológicos, cor e aroma. As

fibras presentes nas frutas influenciam na textura, e o grau de maturação influencia o

aroma e coloração das geleias (JAVANMARD; ENDAN, 2010)

Singh et al. (2009) estudaram a qualidade de geleias preparadas com diferentes

tipos de frutas (abacaxi, laranja, banana e mamão papaia) e a combinação entre elas. As

geleias foram avaliadas quanto ao teor de sólidos solúveis, coloração, textura, acidez,

além de avaliação sensorial e microbiológica. Os autores verificaram que durante o

armazenamento houve diferença no teor de açúcares totais relacionado ao tipo de fruta

utilizada. A cor foi o parâmetro mais afetado pelo tipo de fruta utilizado sendo que a

geleia de laranja, de forma isolada ou em combinação com outras frutas, foi a que

apresentou maior valor de croma (saturação ou distância radial entre a localização da cor

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e o centro do espaço) e a geleia de abacaxi apresentou o menor valor desse parâmetro. As

geleias contendo laranja e abacaxi apresentaram maiores valores de luminosidade,

intensidade de vermelho e amarelo. Todas as geleias apresentaram boa coloração, não

sendo necessária a utilização de corantes artificiais. Mas, de acordo com os dados da

avaliação sensorial, as geleias de abacaxi e mamão foram as mais preferidas em relação

à aparência geral, cor e sabor.

Mazur et al. (2014) avaliaram os efeitos da maturação e cultivar na composição

química de morangos utilizados na elaboração de geleias e sua relação com a estabilidade

durante o armazenamento. Foram utilizados morangos em três fases de maturação (quase

maduro, maduro e totalmente maduro) e três cultivares diferentes. Os autores perceberam

que a maturação dos frutos e o cultivar afetaram significativamente os parâmetros de cor

e estabilidade de compostos fenólicos das geleias durante o armazenamento. Os frutos

completamente maduros apresentaram maior estabilidade de cor e de compostos fenólicos

durante o armazenamento, sendo que o teor de compostos fenólicos variou de acordo com

o cultivar.

García-Martínez et al. (2002) estudaram o efeito da osmodesidratação de frutas

nas características de geleias. Foram utilizados kiwi e laranja após desidratação com

solução osmótica, e as geleias foram avaliadas em relação à cor, textura, atividade de

água, sólidos solúveis, umidade, pH e acidez. A utilização das frutas osmodesidratadas

proporcionaram maior teor de sólidos solúveis e melhor preservação da cor, porém a

consistência ficou comprometida, provavelmente devido a não incorporação da pectina

das frutas nesse processo. Em relação aos outros parâmetros avaliados, as geleias com

frutas osmodesidratadas apresentaram características comparáveis às geleias preparadas

pelo método tradicional (tratamento térmico).

2.1.1 LARANJA

A laranja (Citrus sinensis L. Osbeck), da família Rutaceae teve origem no sul

asiático, há aproximadamente 4000 anos atrás. Na Idade Média foi levada para a Europa

e, em 1500, mudas de laranja foram trazidas para o continente americano junto com as

expedições de Cristóvão Colombo (NEVES et al., 2010).

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25

Figura 1: Origem e distribuição da laranja no mundo. Fonte: NEVES et al., 2010.

No Brasil, a laranja encontrou melhores condições de vegetação do que em seus

próprios países de origem e então se expandiu por todo território brasileiro. Vários estados

destacaram-se no cultivo e produção da laranja, mas em 1920, foi criado o primeiro

núcleo citrícola nacional, no Estado do Rio de Janeiro, que abastecia as cidades do Rio

de Janeiro e São Paulo, além de realizar exportações para a Inglaterra e Argentina. As

variedades mais consumidas da laranja são Bahia, Pera, Lima e Valência. Apesar de

origem ainda desconhecida, a variedade Pera é a variedade cítrica mais importante no

Brasil, sendo amplamente utilizada na indústria e no mercado (DONADIO, 1999;

NEVES et al., 2010).

O Brasil participa com 76% da exportação mundial de suco de laranja com

produção de 14, 6 milhões de toneladas em 2016/17 (MAPA, 2017). A variedade Pera é

a mais produzida no Brasil, pois possui melhor rendimento, maior preferência pelo seu

suco e maior benefício para as indústrias quanto à sua época de produção (DONADIO,

1999).

A laranja possui em sua composição compostos nutricionais importantes, que

fazem com que essa fruta seja considerada um alimento rico nutricionalmente e associado

a diversos benefícios terapêuticos, tais como: calmante, antitérmico, antigripal e benéfico

contra problemas gástricos (AREAS; MOURA, 2012). O Quadro 2 apresenta a

composição nutricional centesimal do suco de laranja variedade Pera.

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Quadro 2: Composição nutricional centesimal do suco de laranja, variedade Pera.

Umidade (%) 91

Energia (Kcal) 33

Proteína (g) 1

Lipídeos (g) Tr

Colesterol (mg) 0

Carboidrato (g) 8

Fibra Alimentar (g) <0,1

Cinzas (g) 0,3

Cálcio (mg) *

Magnésio (mg) 8

Manganês (mg) Tr

Fósforo (mg) 14

Ferro (mg) Tr

Sódio (mg) <0,2

Potássio (mg) 149

Cobre (mg) 0,01

Zinco (mg) Tr

Retinol (mcg) 0

Tiamina (mg) <0,02

Riboflavina (mg) <0,02

Piridoxina (mg) <0,02

Niacina (mg) *

Vitamina C (mg) 73

FONTE: TACO, 2004.

A composição nutricional da laranja depende de vários fatores, dentre eles a

variedade, grau de maturidade, condições climáticas, de processamento e

armazenamento. Suas vitaminas, minerais e compostos bioativos desempenham diversas

funções biológicas benéficas ao organismo (FRANKE, 2006). A vitamina C é um

composto abundante na laranja e está relacionado com a função antioxidante, eliminando

radicais livres e protegendo as células do dano oxidativo. Os flavonoides presentes na

fruta estão relacionados com ação anti-inflamatória e anticancerígena, além de atuarem

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na melhora da pressão arterial e perfil lipídico e redução de risco de doenças

cardiovasculares (JACQUES; RAMÍREZ; HÜBSCHER, 2011; AREAS; MOURA, 2012;

COELHO; HERMSDORFF; BRESSAN, 2013). Além disso, o consumo da fruta auxilia

nas funções intestinais devido ao alto conteúdo de fibras, principalmente no bagaço e na

polpa (NEVES et al., 2010).

Couto e Canniatti-Brazaca (2010) avaliaram o conteúdo de vitamina C e atividade

antioxidante de diferentes variedades de laranja e tangerina. Os autores observaram que

a maior quantidade de vitamina C e atividade antioxidante foi encontrada nas laranjas,

sendo que a variedade influenciou a composição das frutas. Gao et al. (2006) estudaram

a ação da naringenina, flavonoide presente na laranja, no reparo do DNA em células de

câncer de próstata. Os resultados demonstraram que a exposição à naringenina reduziu o

dano oxidativo, indicando que a naringenina estimula o reparo do DNA prevenindo

alterações mutagênicas.

2.2 AÇÚCAR

O açúcar é utilizado em geleias de forma a fornecer doçura, sabor, auxiliar na

textura, formação do gel, e ainda como agente conservante, reduzindo o crescimento de

micro-organismos (HYVӦNEN; TӦRMA, 1983; JAVANMARD; ENDAN, 2010). O

açúcar mais utilizado na elaboração de geleias convencionais é a sacarose, pois possui

baixa tendência à recristalização. A maior parte desse açúcar é adicionado junto à polpa

da fruta no início do processo e uma pequena parte é separada para ser adicionada à

pectina, de modo que ocorra uma hidratação dessa e, posteriormente, são adicionados à

mistura inicial (LICODIEDOFF, 2008; KROLOW, 2013).

Durante a cocção, em meio ácido, a sacarose passa por um processo de inversão

e/ou hidrólise, onde é convertida parcialmente em glicose e frutose. Esse processo é

necessário pois evita cristalização da sacarose durante o período de armazenamento.

Porém, o teor de sólidos solúveis deve ser controlado (65 – 68 °Brix) para que não ocorra

pré-gelificação que irá provocar enfraquecimento do gel. A quantidade de açúcar deve

variar de acordo com o tipo de pectina utilizado (LICODIEDOFF, 2008; CUNHA, 2016).

A sacarose exerce papel muito importante na textura de geleias, visto que atua

como agente desidratante para a pectina favorecendo um maior contato entre as moléculas

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da cadeia. A sacarose se agrega dentro da estrutura tridimensional da rede de pectina,

resultando em características elásticas mais fortes, porém em concentrações maiores que

60 % ocorre enfraquecimento da rede de gel da pectina. Quando se reduz ou até mesmo

retira totalmente o açúcar a estrutura da rede e emaranhamento da pectina no sistema são

alterados drasticamente, provocando textura mais fraca e menos estável (ACOSTA et al.,

2006; BASU et al., 2011).

Maurer, Junghans e Vilgis (2012) estudaram o impacto da adição de diferentes

açúcares (frutose e sacarose) em diferentes concentrações (20, 40 e 60 %) e goma xantana

nas propriedades viscoelásticas de géis de agarose. Os autores perceberam que adição

desses carboidratos influenciou as propriedades reológicas dos géis de agarose. Uma

concentração de até 40 % de sacarose foi eficiente para aumentar a elasticidade dos géis,

porém quando a concentração foi de 60 % a elasticidade diminuiu. Esse efeito é explicado

pelos autores pelo fato de haver inibição da formação de agregados quando há elevado

nível de co-solutos. Além disso, o alto teor de sacarose favoreceu maior retenção de água

e formação de géis mais claros. Porém, quando se adiciona a goma xantana, as alterações

relacionadas com a quantidade de açúcar não são significativas.

2.3 EDULCORANTES

A grande preocupação da população com a saúde e a qualidade de vida fez

crescer o consumo de alimentos com baixo teor de açúcares e gorduras. Dessa forma, o

uso de edulcorantes tem se tornado uma alternativa viável para substituir o açúcar nos

alimentos sem prejudicar o sabor (MARCELLINI; CHAINHO; BOLINI, 2005; SOUZA

et al., 2013a).

De acordo com a Portaria nº 540, de 27 de outubro de 1997, edulcorante é

definido como uma substância diferente dos açúcares que confere sabor doce ao alimento.

Esses pertencem a classe de aditivo alimentar por se tratar de um ingrediente adicionado

intencionalmente aos alimentos, sem o propósito de nutrir, e com o objetivo de modificar

as características físicas, químicas ou sensoriais, durante a produção do alimento como

um todo (BRASIL, 1997).

Um edulcorante ideal é aquele que apresenta características mais similares à

sacarose, sendo necessário conhecer suas características de doçura para saber sua

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dosagem correta para o uso, pois os mesmos compostos podem gerar gosto residual e

persistência do gosto doce no alimento (CAVALLINI; BOLINI, 2005).

O uso dos aditivos alimentares, como os edulcorantes, é justificado por razões

tecnológicas, sanitárias, nutricionais ou sensoriais, desde que seus níveis totais de

concentração não superem os valores de ingestão diária aceitável (IDA). A RDC nº 18

dispõe sobre os limites máximos para o uso do produto pronto para o consumo. A mesma

RDC justifica o uso dos edulcorantes para alimentos em que houve redução parcial ou

total de açúcares (BRASIL, 2008).

Os edulcorantes são classificados em naturais e artificiais e calóricos e não

calóricos. Os artificiais não calóricos liberados para o consumo humano são acessulfame-

k, ciclamato, sacarina e sucralose. O edulcorante artificial calórico é o aspartame (4

kcal/g). Já os edulcorantes naturais calóricos são frutose (4 kcal/g), lactose (4 kcal/g),

manitol (2,4 kcal/g), sorbitol (4 kcal/g), xilitol (4 kcal/g) e maltodextrina (4 kcal/g). O

edulcorante natural não calórico é a stévia (CARVALHO, 2007).

Os edulcorantes mais utilizados são: aspartame, sacarina, ciclamato,

acessulfame-k, sucralose e stévia.

2.3.1 SUCRALOSE

A sucralose (1,6-dicloro-1,6-dideoxi β-D-frutofuranosil, 4cloro-4-deoxi-α-D-

galactopiranosídeo) (Figura 2) é um edulcorante sintético, não calórico, derivado da

sacarose, por meio da substituição dos grupos hidroxila da sacarose por cloro, sendo o

mais consumido em todo o mundo. Foi descoberta em 1976 na Universidade de Londres

(TOZETTO, 2005). Possui um poder adoçante 600 vezes maior que o da sacarose. A sua

ingestão diária aceitável é de 15 mg/kg de peso corporal e a quantidade máxima permitida

em alimentos é de 0,04 g/100g do produto (BRASIL, 2008). Possui estabilidade ao

aquecimento e em meio ácido, não deixa gosto residual, possuindo sabor muito similar

ao do açúcar (TOZETTO, 2005).

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30

Figura 2: Fórmula estrutural da sucralose. Fonte: KIMURA et al., 2005

Devido à grande estabilidade de suas ligações carbono-cloro, não ocorre

hidrólise durante a digestão e metabolismo. Portanto, sua excreção ocorre de forma

completa e muito rápida por meio das fezes. Não possui efeito na glicose ou nas enzimas

que participam da regulação do metabolismo de carboidratos, sendo indicado o seu uso

para portadores de diabetes (SHANKAR; AHUJA; SRIRAM, 2013). Não existem

evidências cientificamente comprovadas a respeito de efeitos adversos em humanos no

consumo de sucralose dentro dos valores recomendados (GOLDSMITH, 2000;

WHITEHOUSE; BOULLATA; MCCAULEY, 2008; GONZÁLEZ, 2013). Apesar da

presença de cloro em sua composição, a quantidade é bem inferior à encontrada em

diversos alimentos e até mesmo na água clorada. O consumo diário de alimentos fontes

de cloro além da sucralose não apresenta riscos, pois essas quantidades são facilmente

metabolizadas pelo organismo (GONZÁLEZ, 2013; ABOLILA et al., 2015). Goldsmith

(2000) estudou a toxicidade aguda e subcrônica da sucralose em ratos e cães beagle

avaliando o consumo de alimentos, ganho de peso de alguns órgãos e alterações

histopatológicas, utilizando as doses de 1, 2,5 e 5 % em ratos e 0,3, 1 e 3 % em cães. O

resultado desse estudo demonstrara que as doses de 1 % (737 mg/kg de peso corporal) e

2,5 % (1287 mg/kg de peso corporal) não promovem toxicidade em ratos, porém a dose

de 5 % (3000 mg/kg/dia) favorece alterações histopatológicas em ratos. Em cães, não

houve alterações significativas. Rodero (2010) estudou o efeito da sucralose no rim fetal

de ratas e foi possível perceber nesse estudo que o peso fetal e o comprimento do cordão

umbilical do grupo que foi tratado com sucralose (30 mg/kg de peso) foi

significativamente menor que o grupo controle. Isso sugere que pode ocorrer uma

passagem desse edulcorante pela placenta, o que demonstra ser necessária uma análise

cuidadosa do uso deste edulcorante pelas gestantes.

Souza et al. (2013a) estudaram diversos tipos de edulcorantes em geleia de frutas

mistas, de acordo com a quantidade equivalente, teste de tempo-intensidade e teste de

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aceitação. Os edulcorantes estudados foram sucralose, mistura de sucralose/acessulfame-

k/neotame, sucralose/esteviol, sucralose/acessulfame-k e sucralose/taumatina. Os autores

perceberam que a sucralose foi o edulcorante que apresentou melhor doçura em relação à

sacarose. O teste de tempo-intensidade demonstrou não haver diferença significativa

entre os edulcorantes e a análise sensorial demonstrou não haver diferença significativa

entre a geleia convencional e a geleia com baixo teor de açúcar utilizando os diversos

tipos de edulcorantes. Esse estudo corrobora com o estudo de Khouryieh, Aramouni e

Herald (2005), que avaliaram os aspectos físicos, químicos e sensoriais de geleia de fruta

com baixo teor calórico utilizando sucralose como edulcorante. A geleia de frutas com

sucralose apresentou boa aceitação global pelos avaliadores.

2.3.2 ACESSULFAME – K

O acessulfame-k (potassium 6-methyl-2,2-dioxo-2H-1,2 λ 6,3-oxathiazin-4-olate)

(Figura 3) é um adoçante sintético não calórico descoberto em 1967 por pesquisadores

alemães. O seu potencial adoçante é cerca de 180 - 200 vezes maior que o da sacarose.

Possui alta resistência ao armazenamento prolongado e altas temperaturas. A IDA para

esse edulcorante é de 15 mg/kg de peso corporal e a quantidade máxima permitida para

utilização em alimentos é 0,035 g/100g do produto (CARVALHO, 2007; BRASIL, 2008;

SHANKAR; AHUJA; SRIRAM, 2013).

Figura 3: Fórmula estrutural do acessulfame-k. Fonte: CARVALHO, 2007.

O acessulfame-k tem sido bastante estudado devido aos seus supostos efeitos

adversos, como por exemplo, o desenvolvimento de câncer, porém os estudos

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demonstram evidências que não existe relação do seu consumo com o aparecimento de

câncer, alterações metabólicas, neurotoxicidade, crescimento e fertilidade,

teratogenicidade, cefaleia, convulsões, alterações no comportamento e capacidade de

aprendizagem, dentre outros (BROWN; BANATE; ROTHER, 2010; GARDNER et al.,

2012; DURÁN; CORDÓN; RODRÍGUEZ, 2013; GONZÁLEZ, 2013; SHANKAR;

AHUJA; SRIRAM, 2013). Sua excreção ocorre por meio dos rins, sendo que o

subproduto de sua metabolização é a acetoacetamida, que é tóxica em doses elevadas

(acima de 15g/kg de peso corporal) (HERNÁNDEZ, 2008). Porém, as quantidades

utilizadas de acessulfame-k são insuficientes para causar algum risco para a segurança do

consumidor. Além disso, não há evidências do seu acúmulo no organismo (SHANKAR;

AHUJA; SRIRAM, 2013).

Nachtigall, Zambiazi e Carvalho (2004a) estudaram as características físicas e

químicas de geleias light de hibisco utilizando como edulcorantes a sucralose,

acessulfame-k e a combinação dos dois em diferentes proporções. Os autores puderam

perceber que a formulação com acessulfame-k apresentou um valor mais baixo de pH,

mas manteve-se estável durante seis meses de estocagem em relação a esse parâmetro e

a todos os outros avaliados. Mendonça et al. (2005) estudaram as características sensoriais

de compotas de pêssego utilizando como edulcorantes a sucralose, acessulfame-k e a

combinação dos dois. Foi possível perceber nesse estudo que a compota com

acessulfame-k apresentou maior grau de acidez quando comparada às outras amostras,

porém, quando se utilizou a combinação dos dois edulcorantes não houve diferença

significativa entre a acidez e o sabor nas amostras avaliadas, demonstrando um efeito

sinérgico benéfico na associação dos dois edulcorantes.

2.4 AGENTES GELIFICANTES

O estado “gel” é uma forma intermediária entre o sólido e o líquido estando mais

próximo ao estado sólido quando se considera sua organização, possuindo uma rigidez

mecânica. Consiste de moléculas de polímero reticuladas, emaranhadas e interligadas

formando um sistema viscoelástico (LICODIEDOFF, 2008, SAHA;

BHATTACHARYA, 2010). Os agentes gelificantes são geralmente polissacarídeos e

proteínas utilizados para a formação do gel e pela associação de suas cadeias por meio de

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forças intermoleculares, como as ligações de hidrogênio, forças de Van der Walls, forças

eletrostáticas e interações hidrofóbicas (BANERJEE; BHATTACHARYA, 2012). As

regiões associadas são conhecidas como zonas de junção, que são formadas por dois ou

mais polímeros correntes. Essas zonas de junção constituem a base para a característica

tridimensional de um gel. O mecanismo depende da temperatura, pH, presença de íons,

concentração e natureza dos agentes gelificantes, dentre outros (SAHA;

BHATTACHARYA, 2010).

A utilização de agentes gelificantes tem sido bastante empregada na indústria

alimentícia de forma que quando adicionadas a alimentos favorecem o aumento da

viscosidade e/ou auxiliam no processo de gelificação, auxiliando nas características

texturais dos produtos (STEVENS et al., 2013; DEMIRCI; YILMAZ; DEMIRCI, 2014).

Os agentes gelificantes mais utilizados em alimentos são a pectina e as gomas carragena,

xantana, locusta, guar e gelana (NACHTIGALL et al., 2004; SAHA;

BHATTACHARYA, 2010; TOKER et al., 2013).

2.4.1 PECTINA

A pectina é um conjunto de polissacarídeos naturais que possui função estrutural

e funcional, constituindo a parede celular de células vegetais, apresentando-se na natureza

sob as formas de protopectina, ácidos pectínicos e ácidos pécticos (TORREZAN, 1998;

NUNES, 2013; POIANA et al., 2013; CUNHA, 2016). Possui estrutura hidrofílica

complexa, altamente ramificada e rica em ácido D-galacturônico que são ligados de forma

covalente por ligações α (1,4). Em alguns trechos ocorre alternação de L-ramnose com

resíduos do ácido D-galacturônico em ligações α (1,2). Nas cadeias laterais pode-se

encontrar alguns açúcares neutros, como a galactose e arabinose. Possui três frações,

sendo elas: homogalacturonana, ramnogalacturonana I e ramnogalacturonana II. A

homogalacturonana corresponde a 60-65 % do total da pectina, a ramnogalacturonana I a

20-35 % e a ramnogalacturonana II apresenta uma cadeia principal com cadeias laterais

complexas nos resíduos de ácido galacturônico (POIANA et al., 2013; CUNHA, 2016).

A pectina pode ser diferenciada pelo seu grau de esterificação, que está

relacionado com a substituição dos grupos carboxila que estão presentes nos monômeros

do ácido D-galacturônico, por grupos metoxila, sendo que o percentual de grupos

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esterificados é denominado como grau de metoxilação. Quando se possui mais de 50 %

de grupos esterificados a pectina pode ser denominada de alto teor de metoxilação (ATM)

(Figura 4a) e pectinas com menos de 50 % de grupos esterificados são denominadas

pectinas com baixo teor de metoxilação (BTM) (Figura 4b). Na elaboração de geleias

convencionais é utilizada a pectina ATM, que forma gel quando se tem um meio contendo

maior quantidade de açúcar e um pH em torno de 3 (ARÉVALO-PINEDO et al., 2013).

Em geleias de baixo valor calórico, são utilizadas as pectinas BTM que formam géis sem

a necessidade de uma quantidade específica de açúcares, como acontece na pectina ATM,

porém necessitam de íons bivalentes, como o cálcio, para a formação de géis

(NACHTIGALL et al., 2004; ZAMBIAZI; CHIM; BRUSCATTO, 2006; ARÉVALO-

PINEDO et al., 2013).

Figura 4: Estrutura molecular da pectina de alto teor de metoxilação (a) e de baixo teor

de metoxilação (b). Fonte: CUNHA, 2016.

A pectina, quando adicionada aos produtos, tem a função de formar géis pois

apresenta a característica de envolver em sua estrutura a água, proporcionando o aspecto

viscoso à solução (CELESTINO, 2013). O processo de gelificação é um fenômeno

coloidal que depende da concentração e tipo de pectina utilizado, além da quantidade de

açúcar e ácido adicionados, favorecendo a formação de uma rede tridimensional

(POIANA et al., 2013; CUNHA, 2016).

O processo de gelificação da pectina ATM ocorre porque os sólidos solúveis

favorecem uma interação entre as moléculas da pectina promovendo a formação de pontes

de hidrogênio entre as moléculas, além de interações hidrofóbicas que ocorrem entre os

grupos metil (POIANA et al., 2013). A Figura 5 demonstra o processo de gelificação da

pectina ATM por meio da união de duas micelas devido à ação do açúcar e do ácido. A

presença do açúcar e do ácido são importantes pois as micelas da pectina ATM são

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altamente hidratadas e carregadas negativamente, favorecendo a repulsão entre as

micelas. Quando se adiciona o ácido, ocorre liberação de íons H+ favorecendo redução

do campo negativo e consequentemente aproximação entre as micelas. Ainda assim não

ocorre a formação do gel devido à presença de água ao redor das micelas. Dessa forma,

o açúcar exerce papel fundamental, pois se liga na água deixando menor quantidade dessa

molécula disponível, o que aproxima ainda mais as micelas de pectina (PEREIRA, 2009;

SANTOS, 2012). Os géis formados ao se utilizar a pectina ATM não são

termorreversíveis, ou seja, a solução não volta ao estado líquido, mesmo na presença de

altas temperaturas (NUNES, 2013).

Figura 5: Mecanismo de geleificação da pectina ATM. Fonte: BOBBIO & BOBBIO,

2003.

Já para a pectina BTM, o processo de gelificação ocorre para qualquer percentual

de sólidos solúveis, desde que se encontre na presença de íons metálicos di ou tri-valentes,

geralmente o cálcio (Ca2+), e é independente da faixa de pH. A formação do gel ocorre

por ligações cruzadas de cálcio entre grupos carboxílicos livres, formando um modelo

“egg-box” (Figura 6). Além disso, o gel formado é termorreversível (WILLATS; KNOX;

MIKKELSEN, 2006; NUNES, 2013; CHAN et al., 2017). Kastner, Einhourn-Stoll e

Senge (2012) estudaram a influência do Ca2+ no processo de gelificação da pectina BTM

na presença de pH ácido. Esses mesmos autores perceberam que a presença de cálcio

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aumentou a velocidade de gelificação. Foi possível perceber que os mecanismos de

gelificação, como interações hidrofóbicas e ligações de hidrogênio, por si só são

insuficientes para a formação de gel na pectina BTM, necessitando da presença de íons

Ca2+. Pereira et al. (2013) estudaram os parâmetros reológicos (perfil de textura e

resistência do gel) ao se utilizar CaCl2 e KCl em doces de goiaba sem adição de açúcar.

Foi possível perceber nesse estudo uma variação nas propriedades reológicas dependente

do tipo e da concentração de sais utilizado, sendo que o CaCl2 foi mais eficiente para

melhorar a textura dos doces, principalmente no que diz respeito à força do gel

(concentração de 0,33%). Já a adição de KCl favoreceu uma menor resistência do gel.

Figura 6: Mecanismo de geleificação da pectina BTM. Fonte: WALTER, 1991.

A utilização de pectinas em geleias influencia diversos aspectos além do

processo de gelificação. Holzwart et al. (2013) estudaram a influência de diferentes

pectinas, no processamento e estocagem, na estabilidade da cor e de antocianinas em

geleias de morango. Esses mesmos autores perceberam que o tipo de pectina utilizado

influenciou a estabilidade de antocianinas durante o armazenamento. Isso acontece

devido a interação elestrostática entre os cátions carboxílicos dissociados dos grupos da

pectina e os cátions dos flavonoides carregados positivamente, o que é mais presente nas

pectinas amidadas e pectinas BTM. Esse estudo corrobora o de POIANA et al. (2013),

que estudaram a influência de diferentes tipos de pectina na estabilidade da cor em geleias

de amora-preta. Os resultados demonstraram que o tipo de pectina utilizada influenciou

na retenção de compostos bioativos e na estabilidade da cor, sendo que a pectina amidada

foi a que mais influenciou, seguida por pectina BTM e pectina ATM, respectivamente.

A degradação da pectina pode ocorrer em meio ácido ou alcalino, ou também

por ação enzimática. Pode ocorrer durante o processamento ou armazenamento, sendo

mais rápida durante o tratamento térmico (PEREDA et al., 2005). Quando a pectina se

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encontra em meio ácido as ligações glicosídicas α-1,4 sofrem hidrólise e os grupos

esterificados são desmetoxilados, gerando hidroximetilfurfural e furfural como produtos

de degradação. Porém essa reação não compromete a pectina, a não ser que a condição

seja drástica (BOBBIO; BOBBIO, 1995). A taxa de hidrólise da pectina varia também

em razão do teor de metoxilação da pectina, sendo que quanto maior esse teor, menor a

taxa de hidrólise (KRALL; MCFEETERS, 1998; VORAGEN et al., 2009;

LOCATTELLI, 2012). A hidrólise favorece uma redução da viscosidade, alterando a

textura dos produtos (PEREDA et al., 2005).

Em meio alcalino ocorre uma desmetoxilação rápida e a degradação da ligação

glicosídica em β (C4), mecanismo chamado de β-eliminação (BOBBIO; BOBBIO, 1995).

A β-eliminação consiste na remoção do átomo de hidrogênio no carbono 5 do ácido

galacturônico e, em seguida, ocorre a clivagem da ligação glicosídica no carbono 4 dos

resíduos de ácido galacturônico, formando assim uma insaturação entre C-4 e C-5 (CHEN

et al., 2014).

A hidrólise da pectina por ação enzimática ocorre pela ação de diferentes

enzimas que atuam de distintas maneiras: as pectina esterases atuam removendo os grupos

metil éster, as despolimerases catalisam a clivagem de ligações do tipo α-1,4 dos ácidos

D-galacturônicos e as protopectinases degradam a protopectina insolúvel formando

pectina solúvel. A hidrólise enzimática ocorre em condições mais brandas de pH e

temperatura (LOCATELLI, 2012).

Sila et al. (2006) estudaram a despolimerização não-enzimática da pectina de

cenoura e puderam concluir que o pré-tratamento e a temperatura de processamento

tiveram forte influência na degradação não-enzimática da pectina, sendo que o pré-

tratamento reduziu a degradação enquanto que altas temperaturas tiveram efeito

contrário.

Locatelli (2012) estudou diferentes métodos de hidrólise da pectina e foi possível

perceber que a hidrólise enzimática proporcionou um maior número de compostos

redutores, como o ácido galacturônico e outros monossacarídeos.

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2.4.2 GOMAS (HIDROCOLÓIDES)

A utilização de gomas em geleias de baixo valor calórico tem sido empregada

devido ao fato da pectina BTM, normalmente utilizada para elaboração dessas geleias,

ser muito frágil podendo ocorrer sinérese durante o armazenamento, o que não é

favorável. Gomas são utilizadas para atuar em sinergismo com a pectina favorecendo a

formação de um gel mais elástico e rígido (NACHTIGALL et al., 2004; LI; NIE, 2016).

As gomas mais comumente estudadas em alimentos são goma carragena, goma guar,

locusta, xantana e gelana (SAHA; BHATTACHARYA, 2010; LEITE et al., 2012; LI;

NIE, 2016).

2.4.2.1 Goma Carragena

A goma carragena é um polissacarídeo extraído de algas marrons e vermelhas,

hidrossolúvel, aniônica, composta por resíduos de D-galactopiranose ligados por ligações

alternadas do tipo α (1,3) e β (1,4). Os três principais tipos de goma carragena são κ-

carragena, λ-carragena e i-carragena (Figura 7a, b e c). Devido à sua propriedade de

ligação com a água é bastante utilizada na indústria como agente gelificante e espessante

(LEITE et al., 2012; MARTINS et al., 2012; DEMIRCI; YILMAZ; DEMIRCI, 2014).

(a) (b)

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(c)

Figura 7: Estrutura química da (a) ι carragena, (b) λ carragena, (c) κ carragena.

Fonte: Imagens do Google

As carragenas do tipo κ e ι formam géis em soluções a baixas temperaturas,

formando uma rede tridimensional organizada. A formação de pontes de oxigênio entre

os monômeros da cadeia da carragena (κ e ι) favorece uma estrutura hidrofóbica, que

tende a formar duplas hélices a fim de proteger seus grupos hidrofóbicos na presença de

água. Quando essas duplas hélices se agrupam origina-se uma estrutura tridimensional,

responsável pela formação do gel. Quando exposta a altas temperaturas, essa rede se

desorganiza, ocorrendo a fusão do gel (NUNES, 2013). Já a carragena do tipo λ é solúvel

a frio, não gelificante, mas produz soluções altamente viscosas (ADAMANTE;

MINOSSO, 2012).

A goma carragena possui característica de ser solúvel em água, porém sua

solubilidade é afetada por diversos fatores, como pH do meio, temperatura e presença de

íons. Baixos valores de pH afetam a estabilidade da carragena, bem como altas

temperaturas, provocando quebra de ligações glicosídicas, afetando sua estrutura

(ADAMANTE; MINOSSO, 2012; NUNES, 2013). Além de fatores relacionados à força

e resistência do gel, a utilização da goma carragena também pode estar relacionada com

melhora na coloração dos produtos e alterações no teor de umidade (DEMIRCI;

YILMAZ; DEMIRCI, 2014).

Nachtigall et al. (2004) estudaram os aspectos físicos, químicos e sensoriais de

geleias light de amora-preta utilizando pectina BTM e gomas carragena e xantana em

diferentes proporções. Os resultados desse estudo demonstraram que a utilização de

gomas nas geleias favoreceu melhora na consistência e sabor das geleias. Esse resultado

corrobora com Granada et al. (2005), onde foi avaliado as características físicas,

químicas, microbiológicas e sensoriais da geleia light de abacaxi. Foram utilizadas gomas

carragena, xantana e locusta e a pectina BTM. Os autores perceberam que a combinação

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da goma carragena, locusta e xantana favoreceu um melhor aspecto na geleia em relação

a todos os parâmetros avaliados.

Guimarães, Alves e Querido (2014) estudaram os parâmetros sensoriais e físico-

químicos da geleia de mirtilo utilizando pectina BTM e a combinação das gomas xantana

e carragena e foi possível perceber que adição de gomas influenciou na coloração das

geleias, aumentando a aceitação das mesmas.

2.4.3 INTERAÇÃO DOS AGENTES GELIFICANTES

Tem sido bastante utilizado pela indústria a combinação de gomas (hidrocolóides)

em produtos alimentícios devido a seus efeitos sinérgicos, que favorecem uma melhora

na qualidade do produto, além de benefícios econômicos devido à redução da quantidade

de goma utilizada (LEITE et al., 2012; BRENNER et al., 2013; STEVENS et al., 2013;

TOKER et al., 2013; DEMIRCI; YILMAZ; DEMIRCI, 2014). A união de dois ou mais

hidrocolóides forma uma rede híbrida que não é facilmente interrompida por fatores

físicos (STEVENS et al., 2013).

A textura do gel está relacionada com o número de moléculas que formam uma

zona de junção. Quanto maior o número de moléculas na zona de junção, mais rígido será

o gel. Alguns agentes gelificantes, como pectina BTM, quando utilizados isolados

formam géis frágeis, sendo facilmente revertidos e provocando sinérese. Para que isso

não aconteça são adicionados diferentes agentes gelificantes para que ocorra sinergia

promovendo a formação de géis mais resistentes (LI; NIE, 2016). Existem também

soluções de gomas que não gelificam isoladas, como a goma xantana, a goma locusta e a

goma guar, mas quando em sinergia, formam géis firmes (ARENDT; BELLO, 2008).

A goma carragena é bastante estudada em associação com goma locusta, gelana

e guar (MARTINS et al., 2012; STEVENS et al., 2013; DEMIRCI; YILMAZ; DEMIRCI,

2014). Essa associação, principalmente com goma locusta e goma guar, favorece

alterações no comportamento mecânico, como aumento da resistência mecânica do gel e

elasticidade, verificados a partir de testes de compressão ou penetração (COSTELL et al.,

1992). A goma carragena combinada com goma locusta favorece a formação de uma rede

de gel firme, porém essa força é dependente da temperatura utilizada e da razão em peso

entre os dois componentes (MARTINS et al., 2012).

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Toker et al. (2013) estudaram o efeito da adição de diferentes gomas e suas

interações nas propriedades reológicas de uma sobremesa láctea. Os autores perceberam

que a mistura de diferentes gomas foi satisfatória para a melhoria das propriedades

reológicas. A mistura de gomas favoreceu um aumento do G’ (módulo de rigidez),

parâmetro avaliado nas propriedades viscoelásticas, sendo que quanto maior o G’, mais

fortes são as interações partícula-partícula e o tipo de rede é estruturada de forma

estabilizada.

Arltoft, Madsen e Ipsen (2008) estudaram a relação da pectina e a goma

carragena nas propriedades reológicas e sensoriais de sobremesas lácteas. Os autores

perceberam que a utilização desses agentes gelificantes favoreceu a formação de um gel

mais firme e resistente, devido à sinergia entre pectina-proteína do leite-goma carragena.

Vendramel, Candido e Campos (1997) avaliaram características reológicas e

sensoriais de geleias com baixo teor de sólidos solúveis utilizando diferentes tipos de

hidrocolóides e/ou a combinação entre eles. Os resultados demonstraram que a utilização

de hidrocolóides de forma isolada ou associada permite melhora nas propriedades

reológicas das geleias. Associação de goma guar/goma gelana e pectina/goma carragena

tiveram um impacto benéfico na força do gel. Além disso, as geleias apresentaram boa

aceitação sensorial.

2.5 AGENTES DE CORPO

Os agentes de corpo são utilizados quando há necessidade de substituir total ou

parcialmente a sacarose nos alimentos, pois possuem capacidade de dar estrutura ao

alimento, além de possuir características semelhantes à da sacarose, como ausência de

sabor residual, reposição de sólidos, estabilidade em diferentes temperaturas e níveis de

pH e contribuir na coloração, assim como, interagir com amidos e proteínas, da mesma

forma que acontece com os açúcares (PEREIRA, 2012; FARIAS, 2015). Existem

diversos agentes de corpo que podem ser utilizados em alimentos, tais como inulina (1

kcal/g), polidextrose (1 kcal/g), sorbitol (4 kcal/g), maltitol (2,1 kcal/g), dentre outros,

porém o mais utilizado é a polidextrose devido ao seu baixo valor calórico quando

comparada a outros agentes de corpo (GOMES et al., 2007).

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2.5.1 POLIDEXTROSE

A polidextrose (Figura 8) é um polissacarídeo não digerível, com baixo teor

calórico (1 kcal/g), que possui funções semelhantes à da sacarose, exceto quanto à doçura

e cristalização. É hidrossolúvel e sua estrutura é ligada aleatoriamente à glicose, com

pequenas quantidades de sorbitol e ácido (PROBERT et al., 2004). Possui grau médio de

polimerização e peso molecular médio de 2000 u. É bastante utilizado na indústria como

agente de corpo (FLOOD; AUERBACH; CRAIG, 2004).

Figura 8: Estrutura química da polidextrose. Fonte: KONAR et al., 2016.

Após muitos estudos a Food and Drug Administration (FDA) aprovou, em 1982,

o uso da polidextrose como aditivo alimentar. É bastante utilizada como agente de volume

para substituir o açúcar em alimentos que contenham baixo teor de açúcares. O estudo de

Martínez-Cervera et al. (2012) demonstrou o efeito da adição de polidextrose em

substituição ao açúcar em produtos de confeitaria e foi possível perceber uma melhora na

textura, cor e volume.

Gomes et al. (2007) estudaram a influência de diferentes agentes de corpo nas

características reológicas e sensoriais de chocolates diet e light. Eles utilizaram como

agentes de corpo a polidextrose, inulina, FOS, lactitol e maltitol. As amostras com

polidextrose, polidextrose e lactitol e polidextrose e maltitol foram selecionadas para a

avaliação sensorial, pois apresentaram melhor performance tecnológica, e essa

demonstrou que as amostras com polidextrose foram as mais preferidas sensorialmente.

Souza et al. (2011) estudaram a influência da adição de gomas (pectina, goma de

alfarroba e xantana) e polidextrose nos parâmetros físico-químicos da goiabada cascão.

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Os autores perceberam que a polidextrose influenciou positivamente no rendimento do

doce e umidade. Em relação à luminosidade (L*) foi possível perceber que quanto maior

a concentração de pectina e goma e menor concentração de polidextrose, maiores são os

valores de L*.

Pereira (2012) avaliou o efeito de diferentes aditivos nas propriedades reológicas

e sensoriais de goiabadas funcionais sem adição de açúcar. Em relação aos parâmetros

reológicos avaliados, a formulação contendo polidextrose obteve menor coesividade,

parâmetro relacionado com a manutenção das ligações das moléculas do gel, impedindo

que esse escorra. Porém, ao realizar análise sensorial com o teste do ideal, foi possível

perceber que a formulação contendo 20 % de polidextrose apresentou consistência ideal

pelos provadores.

Devido à sua característica de baixa digestibilidade no intestino delgado, a

polidextrose é aceita como fibra alimentar. Possui ação prebiótica, pois promove o

crescimento de bifidobactérias, estimula o sistema imunológico, aumenta a concentração

de ácidos graxos de cadeia curta e contribui para a redução do pH no cólon (FLOOD;

AUERBACH; CRAIG, 2004; SRISUVOR et al., 2013). Probert et al. (2004) observaram

o processo de fermentação in vitro utilizando um modelo de cólon humano, na presença

de diferentes tipos de prebióticos. Foi possível observo resultados demonstraram que a

polidextrose apresentou efeito estimulador sobre as bifidobactérias do cólon, em

concentrações de 1 e 2%. Flood, Auerbach e Craig (2004) estudaram a quantidade segura

de ingestão de polidextrose para não ocorrência de efeitos adversos, como a diarreia, e

concluíram que uma quantidade de 50 g/dia de polidextrose não promove efeitos

laxativos.

2.6 AGENTES CONSERVANTES

Os agentes conservantes são muito utilizados na indústria de alimentos de forma

a impedir o crescimento de micro-organismos, retardar a atividade enzimática, alterações

químicas e/ou reduzir perdas nutricionais, favorecendo a manutenção do sabor e

aparência do produto. Os principais conservantes utilizados em produtos de frutas são

sorbato de potássio, ácido cítrico, benzoato de sódio e metabissulfito de sódio

(GONZÁLEZ-FANDOS; DOMINGUEZ, 2007; SOUZA, 2013).

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2.6.1 SORBATO DE POTÁSSIO

O sorbato de potássio (Figura 9) é um sal de potássio originado do ácido sórbico,

que é um ácido orgânico de ocorrência natural muito utilizado como agente fungistático

em alimentos. O sorbato de potássio é 50% mais hidrossolúvel e possui cerca de 74% da

ação antimicrobiana quando comparado com o ácido sórbico e, apesar de o ácido sórbico

ser mais eficaz em uma faixa mais ampla de pH, o sorbato de potássio é mais utilizado

devido à sua maior solubilidade nos alimentos (LIM; MUSTAPHA, 2004).

Figura 9: Fórmula estrutural do sorbato de potássio. Fonte: SOUZA, 2013

O sorbato de potássio possui uma ação antimicrobiana bastante potente, inibindo

ampla gama de bactérias, principalmente organismos catalase-positivos aeróbicos, além

de agirem de forma potente na inibição do crescimento de fungos e leveduras (ROCHA,

2004; BORGES et al., 2010). Concentrações de 0,2% são efetivas, não alteram o sabor e

odor do produto. Possui mecanismo de ação antimicrobiana na forma não-dissociada, por

isso sua eficácia é maior quanto maior for a acidez (FRANCO; LANDGRAF, 2001). Em

pH alto ocorre a dissociação da molécula e consequente liberação de ânions e prótons que

se acumulam no interior da célula, impedindo sua ação. Por serem rapidamente

metabolizados possuem baixa toxicidade (MUNZNER; GUIGAS; RENNER, 1990;

GONZÁLEZ-FANDOS; DOMINGUEZ, 2007; STANOJEVIC et al., 2009; SOUZA,

2013). Jung et al. (1992) estudaram possíveis efeitos genotóxicos do sorbato de potássio,

ácido sórbico e sorbato de sódio em ratos, e foi possível perceber nesse estudo que o

sorbato de potássio e o ácido sórbico não apresentaram efeitos genotóxicos em ratos na

dose de até 5000mg/kg de peso. Em contraste, o sorbato de sódio apresentou-se muito

sensível à degradação oxidativa, resultando em um subproduto (4,5-oxohexenoato) que é

potencialmente mutagênico.

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O sorbato de potássio foi classificado como aditivo alimentar de acordo com a

Portaria n° 540, de 27 de outubro de 1997, que define conservador como uma substância

que retarda ou impede alguma alteração no alimento provocada pela ação de enzimas ou

micro-organismos (BRASIL, 1997).

O estudo de Menezes et al. (2011) sobre a influência da embalagem e da adição

de sorbato de potássio nas características físicas, físico-químicas e microbiológicas de

doces de goiaba demonstrou que a presença de sorbato favoreceu a redução da atividade

de água, que é um fator importante no crescimento de micro-organismos. Essa redução é

decorrente da alta solubilidade dos sais de ácido sórbico, principalmente quando se utiliza

altas temperaturas. Esses resultados corroboram estudo de Martins et al. (2011) que

avaliaram a estabilidade de doces em massa de banana-prata utilizando ou não sorbato de

potássio em diferentes temperaturas durante 165 dias de armazenamento. Foi possível

perceber nesse estudo que houve influência do tempo, temperatura e utilização de sorbato

de potássio na estabilidade dos doces, sendo que a utilização do sorbato influenciou a

firmeza, teor de sólidos solúveis, adesividade, parâmetros de cor, como também na

atividade de água, favorecendo uma redução deste parâmetro.

3 FATORES RELACIONADOS À ESTABILIDADE DE GELEIAS DE BAIXO

VALOR CALÓRICO

3.1 COR

O estudo das cores visa explicar a percepção de cores pelo ser humano, sua

manipulação e os suportes e meios para exibi-las. A CIE (Commission Internationale de

l’Eclairage) é uma agência que regula uma série de padrões internacionais para medição

de cor (CAMPOS, 2016). O espaço de cor L*a*b* (Figura 10), representa a mudança

visual de cor, seguindo a teoria de cores opostas. O L* representa a luminosidade e vai

do branco (L=100) ao preto (L=0), incluindo todos os tons de cinza. Os eixos a* e b*

representam eixos de cor, sendo que o a* varia do vermelho (+a) ao verde (-a) e o b* do

amarelo (+b) ao azul (-b) (CAMPOS, 2016; MINOLTA, 2017).

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46

Figura 10: Espaço de cor CIELab. Fonte: NEIRO et al., 2013.

Um dos fatores relacionados à cor das geleias é a fruta base pela qual a mesma foi

formulada, sendo que quando ocorre alterações na cor, é indicativo de degradação dos

pigmentos da fruta. A avaliação da cor está diretamente relacionada à aceitação pelos

consumidores, determinando a vida útil do produto (AZEREDO, 2012). O parâmetro de

cor L* (luminosidade), que define o produto como mais claro ou mais escuro, é um

parâmetro muito utilizado para avaliar a estabilidade de geleias em relação à cor porque

está muito relacionado com a pectina. A pectina contribui para as alterações referentes à

luminosidade, pois o estado amorfo produzido na geleia devido ao processo de formação

de gel pela pectina tende a transmitir parte da luz incidida, dando o aspecto brilhante

característico da geleia. Quando a pectina sofre degradação, esse aspecto é alterado

(DIAS et al., 2011; POIANA et al., 2013).

Vários estudos analisaram a estabilidade da cor em geleias durante um período de

armazenamento e concluíram que ocorre um decréscimo na coloração de geleias com o

tempo de armazenamento (CARDOSO, 2008; ARÉVALO-PINEDO et al., 2013;

POIANA et al., 2013; MAZUR et al., 2014; OLIVEIRA et al., 2014; TOUATI et al.,

2014). O decréscimo da cor em geleias ocorre, geralmente pela degradação de pigmentos

(carotenoides, clorofila, compostos fenólicos) presentes na fruta, devido principalmente

à presença de luz, levando ao escurecimento da geleia. Pode ocorrer decréscimo da

coloração também devido à temperatura de armazenamento, tipo de pectina utilizada,

reação de Maillard, dentre outros (DIAS et al., 2011).

Oliveira et al. (2014) estudaram a estabilidade de geleias de umbu-cajá

armazenadas em temperatura ambiente por 180 dias. Os menores valores de L* foram

encontrados nas geleias que tinham maiores concentrações de pectina. Foram observados

também reduções nos valores referentes ao croma (C*), ângulo de tonalidade (h*),

intensidade do amarelo (+b*), e aumento nos valores de intensidade do vermelho (+a*).

Os autores relacionaram as alterações da coloração com a ação da luz, pois foi utilizada

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embalagens de vidro transparentes para armazenar as geleias. Além disso, pode ter

ocorrido a síntese de compostos escuros não enzimáticos que são produzidos pela reação

de Maillard ou também pela oxidação de pigmentos presentes.

Outro estudo, realizado por Arévalo-Pinedo et al. (2013), verificou a estabilidade

de geleias de araticum, nas formulações convencional e light, armazenadas durante 6

meses em temperatura ambiente. Em relação à cor, houve maior perda de coloração na

geleia light devido à perda dos pigmentos e escurecimento não enzimático, sendo

observado, principalmente pela redução da luminosidade e aumento da coloração amarela

(b*).

Cardoso (2008) estudou a estabilidade da cor de geleia de jambo armazenadas em

diferentes temperaturas (25 °C e 35 °C) na presença e ausência de luz. Foi possível

perceber um decréscimo no valor de L* durante o armazenamento e aumento da cor

vermelha (a*) e amarela (b*) durante o armazenamento, todos observados na ausência de

luz e maior temperatura.

3.2 UMIDADE

A água contida nos alimentos pode existir na forma livre ou ligada, sendo que a

soma destas duas partes representa a água total, também denominada teor de umidade

(CELESTINO, 2010). A água livre representa a parcela que não se liga aos alimentos,

mantendo suas propriedades físicas, sendo conhecido como atividade de água (Aa). Aa

se relaciona com a disponibilidade da molécula de água para participar de reações

bioquímicas e químicas atuando como solvente. Quando se avalia a deterioração do

alimento baseada no fator água, a atividade de água é mais importante que o teor de

umidade, pois esse não está diretamente relacionado com a quantidade de água

termodinamicamente disponível (AZEREDO, 2012). Aa também está relacionada com o

crescimento de micro-organismos, como fungos, bactérias e leveduras, mas para que

ocorra crescimento de micro-organismos, outros fatores devem ser considerados além da

Aa, como pH, presença ou não de conservadores químicos, dentre outros. Os valores de

atividade de água comumente observados que são favoráveis para o desenvolvimento de

fungos é de no mínimo 0,8, leveduras no mínimo 0,85, e bactérias no mínimo 0,91

(BROOMES; BADRIE, 2010; AZEREDO, 2012; OLIVEIRA et al., 2014). Já a água

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ligada é aquela que apresenta fortes ligações com os componentes dos alimentos, não se

encontrando disponível para reações bioquímicas e/ou crescimento de micro-organismos

(BOLZAN, 2013).

Durante o armazenamento, alterações de umidade podem representar maior

probabilidade de deterioração dos alimentos. A embalagem na qual o alimento é

acondicionado deve garantir proteção contra passagem de vapor d’água para o alimento,

que irá aumentar a atividade de água e, consequentemente, o risco de deterioração

microbiológica (VASQUES et al., 2006).

Quando o alimento entra em contato com o ar ambiente, em condições de

temperatura e umidade relativa constantes, pode ocorrer adsorção de umidade do meio,

alcançando uma umidade de equilíbrio. Esse fenômeno pode ser estudado pelos isotermas

de adsorção de umidade, que consiste em representações gráficas correspondentes à

umidade de equilíbrio (ASCHERI; MARTUCCI, 1995). A isoterma de adsorção é obtida

por meio do cálculo do ganho de peso do alimento após o contato com o ambiente e

consequente absorção de água. Alimentos ricos em açúcares tendem a absorver água do

ambiente e a temperatura à qual os alimentos são armazenados influenciam esse processo,

sendo que altas temperaturas diminuem a absorção de água do ambiente (AL-

MUHTASEB; McMINN; MAGEE, 2002).

Vasques et al. (2006) ao estudarem a vida-de-prateleira de maçãs desidratadas

perceberam que a embalagem utilizada influenciou o ganho de umidade durante 360 dias

de armazenamento. Maçãs armazenadas em embalagens tipo PET/Saran/PE (polietileno

tereftalato/poli(cloreto de vinilideno)/polietileno) ganharam maior umidade ao longo do

armazenamento, quando comparadas com as armazenadas em embalagens PET/Al/PE

(polietileno tereftalato/alumínio/polietileno) e PP/Al/PE

(polipropileno/alumínio/polietileno). Este resultado é devido ao elevado valor de

permeabilidade ao vapor de água que a primeira embalagem apresenta.

Oliveira et al. (2014), estudaram a estabilidade de geleias convencionais de

umbu-cajá durante o armazenamento em condições ambientes, e Dias et al. (2011),

estudaram a influência da temperatura de armazenamento nas características físicas,

físico-químicas e químicas de geleias de casca de banana durante o armazenamento,

demonstrando que a redução da atividade de água é proporcional ao período de

armazenamento, sendo que a temperatura também pode influenciar nesse fator. Isso

acontece devido à hidrólise da sacarose ocasionada pelo aumento da acidez com o tempo

de armazenamento. A hidrólise da sacarose proporciona um aumento da quantidade de

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solutos e consequentemente, haverá uma ligação desses solutos à água, reduzindo a

quantidade de água disponível (CONCEIÇÃO, 2009). Porém, Moura et al. (2009), em

seu estudo sobre a estabilidade de geleias light de morango e goiaba durante 180 dias de

armazenamento em diferentes temperaturas, perceberam que houve um aumento da

atividade de água nas geleias light, provavelmente devido à redução do açúcar, o que

evidencia a necessidade da utilização de conservantes em geleias light.

Ferreira (2013) estudou a composição de geleias de morango adoçadas com suco

de frutas, edulcorante ou açúcar. Realizando as análises físico-químicas foi possível

perceber que as geleias adoçadas com edulcorante e suco de frutas apresentaram maior

valor de atividade de água, devido à redução do açúcar.

3.3 pH

Segundo Azeredo (2012), o pH é definido como:

𝑝𝐻 = log1

[𝐻+]= − log[𝐻+ ] Eq. 1

Quando se reduz uma unidade de pH ocorre aumento de 10 vezes na

concentração de H+. Desta forma, há tendência de as geleias tornarem-se mais ácidas com

o tempo de armazenamento devido interações entre componentes do produto, como por

exemplo, adição de ácidos pode favorecer liberação de íons H+, além disso, também pode

ocorrer Reação de Maillard, favorecendo aumento dos ácidos e consequentemente,

redução do pH (LICODIEDOFF, 2008). Alterações relacionadas com pH se refletem

diretamente com crescimento de micro-organismos, pois geralmente os micro-

organismos se desenvolvem em uma faixa de pH mais próxima à neutralidade. Quando

em meio ácido, ocorrerá fluxo passivo de prótons para o interior da célula, favorecendo

maior consumo de energia pelo micro-organismo a fim de transportar esses prótons para

o exterior da célula. Quando esse fluxo de prótons se torna descontrolado, pode ocorrer

mudança no pH interno de forma que a síntese de componentes celulares e da capacidade

de divisão das células do micro-organismo é inibida. Os micro-organismos mais

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resistentes a baixos valores de pH são fungos filamentosos e leveduras, sendo associados

à decomposição de produtos com alta acidez (CUNHA, 2016).

Alterações de pH influenciam na transformação de açúcares favorecendo a

degradação microbiológica de alimentos. A hidrólise da sacarose resulta na formação de

açúcares redutores, como glicose e frutose. Os micro-organismos consomem mais

facilmente açúcares simples, resultando na formação de ácido pirúvico, que pode ser

convertido em etanol, ácido lático e ácido acético favorecendo o processo de degradação

(ASSIS et al., 2007). Além do aspecto microbiológico, o pH interfere também no aspecto

físico característico das geleias. O decréscimo no valor de pH pode estar relacionado com

oxidação de ácidos orgânicos em sua matriz biológica e como consequência pode ocorrer

hidrólise da pectina e formação de ácidos livres (PAIVA et al., 2015).

A redução do pH favorece aumento na estabilidade microbiológica dos

alimentos, uma vez que o micro-organismo precisa manter o pH plasmático em limites

estreitos (AZEREDO, 2012; TOUATI et al., 2014; PEREIRA et al., 2015).

A acidez de geleias deve estar numa faixa de 0,3 a 0,8 % e o pH em torno de 3 a

3,4 sendo que alterações bruscas desses valores podem resultar em sinérese

(TORREZAN, 1998; ASSIS et al., 2007). Diversos estudos têm demonstrado aumento

nos valores de pH no período de armazenamento de geleias em temperatura ambiente,

podendo esse valor diferir com relação à fruta base à qual a geleia foi formulada

(ZAMBIAZI; CHIM; BRUSCATTO, 2006; OLIVEIRA et al., 2014; PAIVA et al.,

2015). Porém, Arévalo-Pinedo et al. (2013) ao analisarem alterações físico-químicas e

colorimétricas de geleias de araticum perceberam, em relação ao pH, que houve aumento

e, em seguida, diminuição ao longo do tempo de armazenamento na geleia convencional.

Na geleia light, o pH manteve-se constante por até seis meses. Já o estudo de Assis et al.

(2007) sobre o processamento e a estabilidade de geleias de caju não demonstrou

alterações estatisticamente significativas em relação ao pH durante 4 meses de

armazenamento.

O estudo de Hossen et al. (2009) que avaliou o efeito de diferentes extrações de

suco de goiaba para a formulação de geleias nas características físico-químicas e

sensoriais demonstrou que as diferentes extrações não influenciaram no pH do produto

final e não houve alterações significativas nesse parâmetro durante 9 meses de

armazenamento. Da mesma forma, Teles et al. (2017) avaliaram as características físico-

químicas de geleia de graviola com pimenta do tipo extra ou comum e com diferentes

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concentrações de pectina e puderam perceber que as diferenças nas geleias não

favoreceram diferença significativa no valor de pH.

3.4 TEMPERATURA

Temperatura é um parâmetro de grande importância nas características físicas,

químicas e sensoriais de geleias, e está relacionada tanto ao processamento quanto ao

armazenamento desses produtos. Durante o processamento da geleia, a temperatura

exerce influência nos parâmetros da cor, além de ser de suma importância para o processo

de gelificação (LICODIEDOFF, 2008; MIGUEL; ALBERTINI; SPOTO, 2009;

JAVANMARD; ENDAN, 2010). As pectinas demandam um controle de temperatura

para a formação do gel, sendo diretamente relacionado com o tipo de pectina. A pectina

BTM é considerada uma pectina de gelificação lenta, sendo que a temperatura para

formação de gel fica na faixa de 45-60 °C (LICODIEDOFF, 2008).

Além do processo de gelificação, a cor é extremamente influenciada pela

temperatura de processamento e armazenamento. Isso ocorre porque os pigmentos sofrem

degradação quando submetidos a altas temperaturas. As antocianinas, por exemplo,

quando expostas a temperaturas elevadas, sofrem abertura do anel do cátion flavilium

(AH+), favorecendo a conversão à forma chalcona (C), que é incolor. Dessa forma, os

produtos ficam com coloração marrom (FALCÃO, 2006). Porém, no que diz respeito à

extração de compostos fenólicos, a utilização de altas temperaturas durante o

processamento é favorável (FALCÃO, 2006; MACHADO; PEREIRA; MARCON, 2013;

KAMILOGLU et al., 2015).

Machado, Pereira e Marcon (2013) avaliaram o efeito do processamento e

armazenamento nos compostos fenólicos presentes em frutas e hortaliças. Os autores

avaliaram seis frutas (amora preta, ameixa preta, nectarina, kiwi, manga e morango) e três

hortaliças (repolho roxo, alface roxa e berinjela) em relação à temperatura e tempo de

aquecimento, alterações no pH e ciclo gelo/degelo. Os resultados demonstraram haver

melhor extração de compostos fenólicos proporcional à temperatura e ao tempo de

aquecimento. Estes resultados corroboram o de Falcão (2006) que avaliou o efeito do

tratamento térmico na estabilidade de antocianinas de uvas em sistema modelo de geleia,

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sendo possível perceber que a utilização de altas temperaturas (70 °C) favoreceu uma

melhor extração de antocianinas.

Já a temperatura de armazenamento influencia diretamente no crescimento de

micro-organismos, sendo que as geleias geralmente são armazenadas à temperatura

ambiente. A temperatura ambiente é propícia ao crescimento de micro-organismos

mesófilos, principalmente os patógenos. Já as altas temperaturas estão relacionadas com

o crescimento de Bacillus e Clostridium, que são deterioradores e patogênicos

(AZEREDO, 2012). Em geleias de baixo valor calórico os micro-organismos, geralmente

causadores de deterioração, são os fungos filamentosos e as leveduras, que se

desenvolvem em uma faixa de pH menor que 4,5 e numa faixa de temperatura que varia

de 0 – 35 °C (CUNHA, 2016).

A temperatura de armazenamento também está relacionada com a degradação

de ácido ascórbico, sendo que quanto menor a temperatura utilizada, menor a perda de

ácido ascórbico. A perda dessa vitamina se dá por via aeróbica ou anaeróbica, sendo que

a última leva à formação de hidroxi-metil furfural e furfural, favorecendo o surgimento

de melanoidinas, que causam escurecimento nos alimentos. A reação anaeróbica acontece

geralmente em altas temperaturas (MIGUEL; ALBERTINI; SPOTO, 2009; MAZUR et

al., 2014; KAMILOGLU et al., 2015).

A temperatura de resfriamento é a que permite maior estabilidade nas geleias,

tanto nos parâmetros físico-químicos quanto nos microbiológicos. Moura et al. (2009),

Broomes e Badrie (2010) e Kamiloglu et al. (2015), que estudaram a estabilidade de

geleias light de morango e goiaba, efeito da pectina BTM nas propriedades físico-

químicas e sensoriais de geleias de hibisco de baixo valor calórico e influência do

processamento e condições de armazenamento na estabilidade de geleias de cenoura

preta, respectivamente, demonstraram em seus trabalhos que a faixa de temperatura de 4

°C a 10 °C permite a estabilidade de geleias em diversos parâmetros, como por exemplo

cor, aroma e aparência. Já altas temperaturas (30 °C – 40 °C) estão relacionadas com

alterações na textura, sabor e odor de geleias.

Dias et al. (2011) estudaram a influência da temperatura sobre alterações físicas,

físico-químicas e químicas de geleia de casca de banana prata durante o armazenamento

por 165 dias utilizando temperaturas de 20, 30 e 40 °C. Foi possível observar que as

diferentes temperaturas utilizadas interferiram na estabilidade da geleia em relação aos

açúcares redutores, que apresentaram aumento e redução da atividade de água e

luminosidade, sendo esta última mais pronunciada em temperaturas de 40 °C. Esse estudo

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corrobora o estudo de Touati et al. (2014), onde as geleias de damasco armazenadas sob

a temperatura de 5 °C apresentaram-se mais estáveis em todos os parâmetros avaliados

quando comparados ao armazenamento sob temperaturas de 25 °C e 37 °C.

3.5 TEXTURA

Reologia é a ciência que tem como objetivo expressar a força de compressão,

cisalhamento ou tração, necessária para que ocorra deformação ou escoamento de um

corpo (STEFFE, 1996; CASTRO, 2007). Na reologia de sólidos a propriedade mais

importante é a elasticidade e para os líquidos o mais importante é a viscosidade. Os

fluidos são classificados de acordo com o seu comportamento reológico e essa

classificação ocorre por meio da análise da relação existente entre a taxa de cisalhamento

e a tensão de cisalhamento relacionadas com as condições de pressão e temperatura

(ADAMANTE; MINOSSO, 2012). A classificação (Figura 11) se dá de acordo com o

esquema abaixo:

Figura 11: Classificação reológica dos fluidos. Fonte: ADAMANTE & MINOSSO,

2012)

As substâncias que contêm hidrocolóides possuem comportamento reológico

não-newtoniano, ou seja, em repouso as moléculas assumem posição equilibrada de

formas e aleatória de orientações. Quando sofrem cisalhamento, essas moléculas mudam

de forma e se afastam da posição de equilíbrio (ADAMENTE; MINOSSO, 2012).

A textura das geleias é resultante do equilíbrio entre o processo de gelificação,

que depende da concentração e tipo de pectina adicionada, e da rigidez, que se relaciona

com a concentração de açúcar e ácido (FERREIRA et al., 2011). Em geleias

convencionais, um desequilíbrio entre pectina, açúcar e ácido favorece o processo de

sinérese durante a estocagem. Já em geleias de baixo valor calórico, onde se utiliza

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pectina BTM, a sinérese ocorre pelo aumento excessivo de íons metálicos

(LICODIEDOFF, 2008). A textura de geleias também pode sofrer alteração durante a

estocagem devido à atividade de água e ao teor de umidade, comprometendo a sua

qualidade sensorial (AZEREDO, 2012).

Zambiazi, Chim e Bruscatto (2006) avaliaram a estabilidade de geleias light de

morango durante 120 dias de armazenamento em condições ambientes. Em relação à

textura, a geleia convencional apresentou melhor força do gel em relação à geleia light,

possivelmente devido ao alto teor de sólidos solúveis presentes nessa formulação, porém

durante o armazenamento, as formulações light apresentaram maior estabilidade com

relação a esse parâmetro quando comparadas à geleia convencional. Isso acontece porque

na geleia convencional ocorre a hidrólise do açúcar durante o armazenamento,

provocando inversão da molécula de sacarose em glicose e frutose reduzindo os pontos

de ligação das pontes de hidrogênio que são responsáveis pela formação do gel. Pelegrini

e Sumere (2014) desenvolveram geleias de amora utilizando a polpa e o suco da fruta e

avaliaram os parâmetros sensoriais relacionados com sabor, cor e textura. Os resultados

demonstraram que a geleia convencional preparada com suco da fruta e utilizando pectina

da casca do maracujá obtiveram a maior aceitação pelos avaliadores, com diferença

significativa para o parâmetro textura.

No estudo de Lee et al. (2010) foi desenvolvida uma geleia funcional utilizando

casca de banana em diferentes concentrações e foram avaliados aspectos texturais e

atividade antioxidante. Por meio das análises foi possível perceber que a elasticidade das

geleias aumentou significativamente na mesma proporção de aumento da concentração

da casca de banana. Isso se deve à interação das fibras presentes na casca da banana e da

pectina adicionada, proporcionando maior reticulação do polímero. Resultados

semelhantes foram encontrados no estudo de Madhav e Pushpalatha (2002), onde foram

elaboradas geleias utilizando pectina extraída da casca de diferentes frutas. Foi possível

perceber a formação de um gel rígido e consistente, que foi relacionado com o teor de

pectina presente nesses subprodutos.

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3.6 SINÉRESE

A formação do gel em geleias convencionais é definida pela associação da pectina,

açúcar e ácido. Quando ocorre desequilíbrio nessa associação, ocorre o que chamamos de

sinérese, que consiste na expulsão de água pelo gel. Já nas geleias de baixo valor calórico

a sinérese ocorre quando há aumento excessivo de íons metálicos (> 0,10 %)

(TORREZAN, 1998; SAHA; BHATTACHARYA, 2010; LI; NIE, 2016). A formação de

ligações cruzadas adicionais ou pontos de contato após o processo de gelificação podem

favorecer o processo de sinérese, devido a maior retração da matriz do gel e,

consequentemente, expulsão do solvente. A força motriz que ocorre nesse processo pode

ser descrita como a pressão da sinérese endógena exercida pela matriz no solvente. Uma

pressão externa também pode agir na matriz favorecendo o processo de retração

(VANDJIK; WALSTRA, 1984).

Os fatores que estão diretamente relacionados com a ocorrência de sinérese são

valores de pH baixo e adição de pectina em quantidades insuficientes, além da

deterioração ou hidratação irregular deste polissacarídeo. A presença do ácido auxilia a

formação do gel, porém quando a acidez se encontra muito alta ocorre hidrólise da

pectina, afetando a elasticidade e favorecendo a ocorrência de sinérese (TORREZAN,

1998). A adição de hidrocolóides, como goma guar e goma carragena, na concentração

de 1,0 – 1,5 % reduz o risco de ocorrência de sinérese, devido a maior elasticidade e

firmeza do gel (BANERJEE; BHATTACHARYA, 2011).

Licodiedoff et al. (2010) estudaram a sinérese em geleia de abacaxi com adição

de pectina em diferentes concentrações. Estes autores puderam perceber que a maior

concentração de pectina (1 %) na geleia evitou o processo de sinérese, obtendo-se gel

mais firme e textura adequada. Já Khouryieh, Aramouni & Herald (2004) em seu estudo

sobre as propriedades físicas, químicas e sensoriais de geleias de baixo valor calórico,

avaliaram a sinérese dos produtos. Utilizou-se as gomas xantana e LBG isoladamente e a

combinação das duas. Foi possível perceber que a combinação das gomas resultou em

redução da sinérese em comparação com a utilização isolada de qualquer uma das gomas.

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3.7 COMPOSTOS BIOATIVOS

Os principais compostos bioativos avaliados quanto à estabilidade em alimentos

são os antioxidantes, entre eles vitamina C e compostos fenólicos, além de antocianinas

e carotenoides. A perda desses compostos pode ocorrer desde o processamento até a

estocagem do produto (IGUAL et al., 2015).

Antioxidantes são substâncias que possuem capacidade de retardar a velocidade

de oxidação e complexação com metais, mesmo em baixas concentrações. O mecanismo

antioxidante é dado pela remoção de radicais livres (RICE-EVANS; MILLER;

PAGANGA, 1996; VELIOGLU et al., 1998; LEE et al., 2010). A vitamina C é um

antioxidante que está relacionado com o metabolismo das proteínas, síntese de colágeno,

dentre outros processos fisiológicos. O teor de vitamina C em alimentos durante o

armazenamento é dependente das condições de armazenamento, sendo influenciado

principalmente pela temperatura, presença de oxigênio e luminosidade (ABOLILA et al.,

2015). Igual et al. (2015) estudaram a estabilidade de micronutrientes e fitoquímicos na

geleia de grapefruit de acordo com o processo de obtenção e condições de

armazenamento. Estes autores puderam observar que houve perda de vitamina C nas

primeiras semanas de armazenamento, estabilizando-se no final do período. Este estudo

corrobora com diversos outros que têm demonstrado uma redução no teor de vitamina C

durante o armazenamento de geleias, devido a oxidação ou degradação do ácido

ascórbico, principalmente em temperatura ambiente (22 °C) (ASSIS et al., 2007;

ABOLILA et al., 2015; KAMILOGLU et al., 2015).

Compostos fenólicos podem ser definidos como os produtos do metabolismo

secundário de plantas, possuindo um anel aromático contendo um ou mais substituintes

hidroxílicos. Podem ser encontrados em vegetais na forma livre ou então ligados a

proteínas e açúcares. São divididos em quatro grupos: a) ácidos fenólicos, sendo o ácido

gálico e o hidroxicinâmico os mais encontrados, b) flavonoides, dentre eles as

isoflavonas, antocianinas e antocianidinas, c) estilbenos, onde o mais conhecido é o

resveratrol e os d) taninos (NICHOLSON; HAMMERSCHMIDT, 1992; WANG et al.,

1998; ROBARDS et al., 1999).

Kamiloglu et al. (2015) estudaram a estabilidade de fenólicos totais em compotas

e marmeladas durante o processamento e armazenamento. Esses autores perceberam que

o conteúdo de fenólicos totais sofreu redução durante o processamento e a estocagem sob

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temperatura de 25 °C. A temperatura de 4 °C favoreceu menor redução no conteúdo de

fenólicos totais. Esses autores verificaram que durante o processamento ocorre

interrupção na estrutura celular e a matéria prima torna-se vulnerável à oxidação não

enzimática, que é uma das principais causas da redução no teor de fenólicos totais. Abolila

et al. (2015) em seu estudo sobre a características químicas, nutricionais e sensoriais de

geleias de laranja de baixo valor calórico, avaliaram o efeito do armazenamento no teor

de compostos fenólicos, atividade antioxidante, carotenoides e vitamina C. Foi possível

perceber redução no teor de vitamina C, fenólicos totais e capacidade antioxidante,

enquanto que o teor de carotenoides aumentou durante o armazenamento, o que está

relacionado com a libertação desses compostos na matriz durante o armazenamento.

Mazur et al. (2014) estudaram os efeitos da maturação, cultivar, armazenamento

e temperatura nas características de geleias de morango. Os autores perceberam que o

conteúdo de compostos fenólicos foi alterado pelo tipo de maturação, cultivar e tempo de

armazenamento, sendo que frutos mais maduros apresentaram maior valor de compostos

fenólicos, porém esse valor reduziu durante o armazenamento.

Lee et al. (2010) desenvolveram geleia utilizando casca de banana e avaliaram

seu perfil antioxidante. Os autores perceberam que a geleia desenvolvida possuía perfil

de compostos fenólicos maior do que o apresentado em geleias comumente

comercializadas. Segundo os autores isso pode ter acontecido devido à maior liberação

de compostos fenólicos da parede celular devido ao aquecimento para a elaboração do

produto.

3.8 EMBALAGEM

A partir das relações de troca, onde alimentos eram utilizados como moeda,

surgiu a necessidade de embalagens para acondicionar alimentos. As primeiras

embalagens eram feitas de madeira e pele de animais, pois tais recursos eram facilmente

adquiridos da natureza. Porém, houve necessidade de materiais de embalagens que

proporcionassem maior vida útil dos alimentos (TRIBSTI; FARIA, 2010).

Embalagens consistem em recipientes para acondicionamento de alimentos,

sendo possível transportá-lo sem comprometer suas características atuando, portanto,

como barreira contra fatores químicos, físicos e microbiológicos que podem favorecer a

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deterioração do produto (MARSH; BUGUSU, 2007). Não devem transmitir para os

alimentos substâncias indesejáveis, tóxicas ou contaminantes que podem representar risco

para a saúde humana (BRASIL, 1996).

Embalagens plásticas podem ser constituídas por diferentes polímeros, como

polipropileno, polietileno, poliéster, dentre outros. Podem ser classificadas em homo ou

copolímeros, dependendo do número de monômeros que compõem sua macromolécula.

Sua capacidade de barreira e inércia são relativas, dependendo do tipo de polímero

utilizado (ALIN; HAKKAIRAINEN, 2010). Embalagens plásticas, geralmente, são as

que mais interagem com os alimentos, pois são inerentemente permeáveis, dessa forma

diversos fatores afetam as propriedades da barreira, como as dimensões do permeante, a

configuração molecular, além de fatores externos como a temperatura e a umidade

relativa (AZEREDO, 2012). Os polipropilenos (Figura 12) são os polímeros mais leves

de todos os plásticos, o que confere alto rendimento. Possuem boa barreira ao vapor de

água e ao oxigênio, porém fraca barreira a óleos e gorduras (JORGE, 2013).

Figura 12: Estrutura química do polipropileno. Fonte: JORGE, 2013.

Do ponto de vista físico, o vidro é um líquido sub-resfriado rígido, sem ponto de

fusão definido e com alta viscosidade, impedindo sua cristalização. Quimicamente, é uma

substância amorfa, devido à união de substâncias inorgânicas, conforme demonstrado no

Quadro 3 (JORGE, 2013). Embalagens de vidro são as que garantem maior estabilidade

do alimento em termos de interação embalagem-produto, pois são consideradas inertes

quimicamente, ou seja, não possuem problemas com relação à migração de compostos,

são rígidos, impermeáveis, além de contribuir na qualidade do produto evitando

contaminações externas, porém possuem alto peso e custo (LICODIEDOFF, 2008;

CUNHA, 2016). Além disso, o sistema de fechamento dessas embalagens, geralmente, é

feito por material plástico ou metálico que pode favorecer a migração de compostos, o

que pode prejudicar a qualidade dos alimentos (AZEREDO, 2012).

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59

Quadro 3: Composição do vidro (%).

Silício SiO2 70-72

Sódio Na2O 12-14

Cálcio CaO 9-11

Magnésio MgO 0-3

Alumínio Al2O3 1-2

Potássio K2O 0-1

Fonte: JORGE, 2013

Carneiro et al. (2016) estudaram a relação da embalagem utilizada para o

acondicionamento de geleias de amora-preta com a estabilidade dessas geleias. Foram

utilizadas embalagens de vidro e de polipropileno. Foi possível perceber com esse estudo

que a embalagem de vidro apresentou maior eficiência na preservação das características

do produto. Porém, Mir et al. (2015), ao estudarem o efeito da embalagem e das condições

de armazenamento nas propriedades físico-químicas e atividade antioxidante de doces de

marmelo utilizando embalagens de polietileno, plástico e laminada, constataram que a

embalagem laminada é a que mais preserva as características físico-químicas do produto,

além de contribuir na retenção de compostos antioxidantes.

Menezes (2008) estudou a influência da adição de sorbato de potássio e da

embalagem nas características de doces de goiaba durante o armazenamento. Foram

utilizadas embalagens de polipropileno, filme celofane e metálicas. Os resultados

demonstraram que as diferentes embalagens utilizadas não interferiram nos parâmetros

físicos, físico-químicos e microbiológicos dos doces até o quinto mês de armazenamento.

Porém, ao se avaliar sensorialmente os doces, pode-se perceber que após o 3° mês houve

influência da embalagem utilizada na preferência dos doces, sendo que a embalagem de

filme celofane favoreceu maior cristalização dos doces, resultando em menor preferência.

As embalagens metálicas foram as que garantiram maior estabilidade dos doces, pois esse

material possui menor permeabilidade.

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60

3.9 DEGRADAÇÃO MICROBIOLÓGICA

Um produto que sofreu deterioração microbiológica é aquele que apresenta

alterações físicas, químicas e/ou sensoriais ocasionadas por ação de micro-organismos.

No caso de análise microbiológica de geleias, os micro-organismos indicadores são

fungos e leveduras, sendo que a tolerância máxima para estes, a fim de que não ocorra

deterioração microbiológica, é 104 UFC/g de geleia (BRASIL, 2001).

Alimentos ácidos, com pH menor que 4,5, geralmente são mais susceptíveis à

deterioração por fungos e leveduras, comprometendo a qualidade do produto,

principalmente em relação à percepção sensorial relacionada a aspectos visuais. Essa

deterioração pode indicar falhas tanto no processamento do produto quanto nas condições

de armazenamento (CUNHA, 2016). Diversos fatores favorecem o crescimento de micro-

organismos, podendo ser intrínsecos, como a atividade de água, o pH e a composição

química do alimento, ou extrínsecos, como a temperatura de armazenamento

(AZEREDO, 2012).

Estudos da estabilidade de geleias durante o armazenamento têm avaliado

também alterações microbiológicas (NACHTIGALL et al., 2004; ASSIS, 2007;

LICODIEDOFF, 2008; ARÉVALO-PINEDO et al., 2013). Nachtigall et al. (2004)

estudaram alterações físico-químicas, químicas e sensoriais de geleias light de amora

preta armazenadas durante 90 dias e perceberam que durante a estocagem as geleias

enquadraram-se nos limites estabelecidos pela legislação quanto à presença de fungos e

leveduras. Esse estudo corrobora o de Assis et al. (2007), que estudaram o processamento

e estabilidade de geleias de caju durante 4 meses de armazenamento, não havendo

deterioração microbiológica durante esse período. Os estudos de Licodiedoff (2008) e

Arévalo-Pinedo et al. (2013) demonstraram estabilidade microbiológica em geleias

durante 6 meses de armazenamento, com valores dentro dos limites estabelecidos pela

legislação.

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CAPÍTULO II

EFEITO DAS EMBALAGENS NOS PARÂMETROS FÍSICOS, FÍSICO-

QUÍMICOS E MICROBIOLÓGICOS DE GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO

VALOR CALÓRICO DURANTE O ARMAZENAMENTO

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RESUMO

A utilização de frutas como parte da alimentação é uma prática antiga, devido aos

inúmeros benefícios que estas trazem à saúde. Porém, por serem muito perecíveis, houve

necessidade de criar produtos que contenham frutas, a fim de aproveitar seus benefícios,

mas com maior vida útil, como por exemplo, geleias de frutas. Apesar da grande evolução

na área de desenvolvimento de produtos, a estabilidade ainda é uma questão difícil devido

à sua alta complexidade. Questões relacionadas com a estabilidade dos produtos durante

o armazenamento podem ser de ordem física, físico-química e/ou microbiológica, que

podem influenciar na aceitação sensorial pelo consumidor. A embalagem também pode

exercer influência na estabilidade do produto, pois pode permitir passagem de luz ou

gases, como por exemplo o oxigênio, favorecendo a perda de compostos importantes na

vida útil do produto. Diante desses fatores, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito das

embalagens na estabilidade físico-química, física e microbiológica de geleias de laranja

de baixo valor calórico durante o armazenamento. Para avaliação físico-química das

geleias foram realizadas análises de pH, acidez, umidade e açúcares totais; para avaliação

física foram realizadas análises de cor, reologia e sinérese e os parâmetros

microbiológicos analisados foram coliformes totais e fungos e leveduras. O planejamento

experimental foi um fatorial 2x7 sendo a embalagem (vidro e polipropileno) e o tempo

de armazenamento (0, 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias) os fatores de estudo. Os resultados

demonstraram que o tempo de armazenamento favoreceu redução do pH e aumento da

acidez, redução do índice de fluxo (apenas na embalagem de polipropileno), redução da

intensidade do amarelo (b*) e crescimento de fungos e leveduras (maior em embalagens

de polipropileno). Os parâmetros luminosidade (L*), intensidade do vermelho (a*),

umidade, açúcares totais e índice de consistência tiveram tendência à estabilidade durante

o armazenamento. A embalagem que sofreu menos alterações durante o armazenamento

foi a embalagem de vidro, sendo, portanto, mais favorável para o acondicionamento das

geleias. A vida útil das geleias de laranja de baixo valor calórico em relação aos

parâmetros físico-químicos, físicos e microbiológicos foi de 180 dias.

Palavras-chave: vida útil, segurança microbiológica, qualidade físico-química,

parâmetros físicos, estocagem.

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ABSTRACT

The use of fruits as part of the diet is an old practice due to the numerous benefits that

these bring to health. However, because they are very perishable, there has been a need

to create products that contain fruits in order to enjoy its benefits, but with longer shelf

life, such as fruit jellies. Despite the great evolution in the area of product development,

stability is still a difficult issue due to its high complexity. Issues related to product

stability during storage may be physical, physico-chemical and / or microbiological,

which may influence the consumer's sensory acceptance. The packaging may also

influence the stability of the product, as it may allow passage of light or gases, such as

oxygen, favoring the loss of important compounds in the life of the product. In view of

these factors, the objective of this work was to evaluate the effect of the packaging on the

physico-chemical, physical and microbiological stability of low-calorie orange jellies

during storage. For physical-chemical evaluation of the jellies were carried out analyzes

of pH, acidity, moisture and total sugars; for physical evaluation were performed color,

rheology and syneresis analyzes and the microbiological parameters analyzed were total

coliforms and fungi and yeasts. The experimental design was a 2x7 factorial, with the

packaging (glass and polypropylene) and storage time (0, 30, 60, 90, 120, 150 and 180

days) being the study factors. The results demonstrated that the storage time favored a

reduction in pH and acidity increase, reduction of flow rate (polypropylene packaging

only), reduction of the intensity of yellow (b *) and growth of fungi and yeasts (higher in

polypropylene). The parameters luminosity (L *), intensity of red (a *), humidity, total

sugars and index of consistency tended to stability during storage. The packaging that

underwent the least changes during storage was the glass packaging and therefore more

favorable for the packaging of the jellies. The shelf life of low-calorie orange jellies in

relation to physico-chemical, physical and microbiological parameters was 180 days.

Keywords: shelf life, microbiological safety, physical-chemical quality, physical

parameters, storage.

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81

1 METODOLOGIA

1.1 MATERIAIS

Foram utilizados os seguintes materiais: laranja (variedade Pera Rio), açúcar

cristal (Alvinho®), polidextrose (NutraMax®), goma carragena (Gastronomy Lab®),

pectina de baixo teor de metoxilação (Rica Nata®), sucralose (NutraMax®),

acessulfame-k (NutraMax®), sorbato de potássio (Rica Nata®).

1.2 MÉTODOS

1.2.1 PROCESSAMENTO DAS LARANJAS (PERA RIO)

As laranjas foram previamente lavadas e higienizadas em solução de hipoclorito

de sódio a 2,5 % durante 15 minutos.

Para a extração do suco da laranja, as frutas foram processadas em espremedor

elétrico obtendo-se o suco integral da fruta sem adição de açúcar e água. O suco obtido

das laranjas foi armazenado à -18 ºC em potes de polietileno recobertos por papel

alumínio para evitar a perda de nutrientes como vitaminas e compostos antioxidantes

sensíveis à luz, e perda de aroma e sabor.

1.2.2 ELABORAÇÃO DAS GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO

Para a elaboração das geleias, inicialmente, foram adicionados, em tacho aberto

de aço inoxidável, 60% de suco da laranja, 20% de açúcar cristal (50% de redução em

relação à geleia convencional) e 18,925% de polidextrose. A mistura passou pelo

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82

processo de cocção (80 ºC) até 30°Brix. Os agentes gelificantes (pectina de baixo teor de

metoxilação (0,7%) e goma carragena (0,3%)) utilizados foram dissolvidos em 5 mL de

água e em seguida adicionadas à mistura contendo no total 1 % dos agentes gelificantes.

A quantidade total dos agentes gelificantes foi estabelecida de acordo com Lima (2017).

A mistura foi mantida sob cocção até 60°Brix. A quantidade de edulcorantes foi

calculada de acordo com Souza et al. (2013), o qual utilizou um blend de acessulfame-

k/sucralose na proporção 3:1. Os edulcorantes acessulfame-k (0,01875 %) e sucralose

(0,00625 %) e o conservante sorbato de potássio (0,05 %) foram dissolvidos em 2 mL de

água e adicionados à mistura. As formulações permaneceram em cocção até alcançarem

um teor de sólidos solúveis final de 65 °Brix.

As geleias ainda quentes foram envasadas em recipientes de vidro e em potes de

polipropileno com tampa, previamente esterilizados, fechados, resfriados em temperatura

ambiente e estocados em estufa incubadora Biochemical Oxygen Demand (BOD) a 25 ºC.

1.2.3 AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DAS GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR

CALÓRICO

Foram realizadas três repetições em todas as análises físico-químicas das geleias

de laranja de baixo valor calórico. As análises de umidade, acidez e pH, foram realizadas

segundo IAL (2008) e AOAC (2003). O método por Dische (1962) foi utilizado para a

determinação de açúcares totais.

1.2.4 AVALIAÇÃO FÍSICA DAS GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO

1.2.4.1 Avaliação colorimétrica

A cor das geleias foi determinada, em quadruplicata, de acordo com a metodologia

proposta por Lau et al. (2000). Os valores de L*, a* e b* foram determinados com um

colorímetro Konica Minolta modelo CR 400, trabalhando com D65 (luz do dia) e usando-

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83

se os padrões CIELab: em que L* varia de 0 (preto) a 100 (branco), a* varia de verde (-)

ao vermelho (+), b* varia de azul (-) ao amarelo (+).

1.2.4.2 Análise reológica

As determinações foram realizadas em Reômetro (Brookfield modelo RV-III) tipo

cone/placa, acoplado a um software Rheocalc versão V. 3.0, utilizando o spindle CP52 e

0,5 g de amostra a 25 ºC. As medidas foram feitas utilizando velocidade de rotação de 1

a 250 rpm, com variação em intervalo de 50 em 50 rpm, para se obter uma curva

ascendente. O procedimento foi repetido no sentido inverso, com velocidades

progressivamente decrescentes (250-1 rpm), para a curva descendente. Os parâmetros

avaliados foram índice de consistência e índice de fluxo. As medidas foram realizadas em

triplicata.

1.2.4.3. Sinérese

A sinérese foi determinada por gravimetria. Pesou-se 100 g de amostra em uma

peneira acoplada a um béquer de 250 mL, sendo mantido a temperatura ambiente por

duas horas. O líquido depositado no béquer após as duas horas foi pesado e utilizado para

calcular a porcentagem de sinérese de acordo com a seguinte equação (LICODIEDOFF,

2008):

Sinérese (%) =𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑥 100

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 (𝑔) Eq. 2

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84

1.2.5 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA

As amostras foram analisadas para a contagem de coliformes totais e bolores e

leveduras.

Antes de cada análise, as embalagens foram higienizadas com álcool 70%, abertas

e, com auxílio de uma pinça estéril, 25 g da geleia foram coletadas e transferidas para

saquinhos estéreis para homogeneização (saquinhos para Stomacher), sendo

posteriormente, adicionados 225 mL de solução de água peptonada. A mistura foi levada

ao Stomacher (Marconi MA440, Brasil) por 60 segundos e, logo após, alíquotas foram

retiradas do homogenato para realização de diluições seriadas e posterior plaqueamento

em meios específicos para cada micro-organismo. Cada contagem foi realizada em

duplicata.

1.2.5.1 Determinação de Coliformes Totais

A determinação de Coliformes Totais foi realizada pela Técnica do Número Mais

Provável (NMP) (MAPA, 2003).

Inicialmente, 1 mL das diluições (10-1, 10-2 e 10-3) foi transferido para tubos de

concentração simples (série de três) contendo 9 mL de Caldo Lauril Sulfato de Sódio

(LST-DifcoTM) com tubos de Durhan invertidos, sendo posteriormente, incubados a 37ºC

por 24/48 horas. Os tubos negativos foram novamente incubados por 24 horas e aqueles

que apresentaram formação de gás no Caldo LST, tiveram alíquotas semeadas em tubos

contendo 9 mL de Caldo verde brilhante 2% (VB-HiMedia) com tubos de Durhan

invertidos para o crescimento de coliformes totais. Os tubos foram incubados a 37°C por

24/48 horas.

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85

1.2.5.2 Determinação de fungos e leveduras

A determinação de fungos e leveduras foi realizada por meio do plaqueamento

(em superfície) do homogenato em Ágar Batata Dextrose, acrescido de 1% de ácido

tártarico a 10%. As placas foram incubadas a 25 ºC por 5 a 7 dias. Os resultados foram

expressos pelo número de Unidades Formadoras de Colônia por grama de material

(UFC.g–1).

1.2.5.3 Padrões Microbiológicos

Os padrões microbiológicos adotados nesse trabalho foram baseados pela RDC nº

12, de 02 de Janeiro de 2001, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA

(BRASIL, 2001) para o grupo de alimentos como purês e doces em pasta ou massa e

similares, incluindo geleias, não comercialmente estéreis; doces em calda, cuja contagem

máxima para a amostra é de 104 UFC/g de bolores e leveduras. Como não são

estabelecidos padrões para coliformes totais, e por esses micro-organismos serem

considerados indicadores de condições higiênico-sanitárias de processamento, tomou-se

como referência o estudo realizado por Santos et al. (2012), que estabelece limite máximo

de 102 NMP/g.

1.2.6 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISE ESTATÍSTICA

Utilizou-se um planejamento experimental com delineamento inteiramente

casualizado (DIC) disposto em esquema fatorial completo 2x7, com três repetições, dois

tipos de embalagem (vidro e de polipropileno) e sete tempos de armazenamento (0, 30,

60, 90, 120, 150 e 180 dias).

Os dados obtidos foram avaliados por meio de análise de variância (ANOVA),

teste de Tukey e regressão a 5% de significância em software Sisvar (FERREIRA, 2014).

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86

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

2.1 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS

A Tabela 1 demonstra os resultados médios para os parâmetros físico-químicos

das geleias de laranja de baixo valor calórico durante 180 dias de armazenamento.

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Tabela 1: Avaliação dos parâmetros físico-químicos de geleias de laranja de baixo valor calórico em relação à embalagem (polipropileno e vidro)

e ao tempo de armazenamento (180 dias)

VARIÁVEIS

EMBALAGEM

TEMPO (dias)

0 30 60 90 120 150 180

pH

Polipropileno 4,44±0,02 Aa 4,27±0,02 Ac 4,19±0,02 Bd 4,34±0,02 Ab 4,27±0,03 Ac 4,34±0,01 Bb 4,28±0,01 Ac

Vidro 4,44±0,02 Aa 4,27±0,01 Ad 4,22±0,02 Ae 4,34±0,02 Ac 4,28±0,02 Ad 4,36±0,01 Ab 4,27±0,01 Ad

Acidez (%)

Polipropileno 0,48±0,01 Bd

0,57±0,06 Abc 0,58±0,05 Aab 0,50±0,07Acd

0,6±0,04 Aab 0,61±0,04 Aab 0,66±0,02 Aa

Vidro 0,56±0,06 Ab 0,57±0,03 Ab 0,59±0,01 Aab 0,47±0,09 Ac 0,54±0,06 Bbc 0,58±0,07 Ab 0,66±0,01 Aa

Umidade (%)

Polipropileno 25,36±2,09 Ac 28,13±0,77 Aa 27,60±0,67 Aab 27,42±0,71Aa 28,03±0,44Aab 27,01±1,19Aab 26,34±0,7Bbc

Vidro 26,04±0,56 Ac 28,92±1,08 Aa 27,95±1,2 Aab 27,42±1,04 Abc 28,03±0,8 Aab 27,62±1,07 Aab 27,45±0,16 Abc

Açúcares Totais

(%)

Polipropileno 22,08±4,42 Aab 33,48±9,8 Aa 37,77±25,8 Aa 20,58±9,92 Bab 6,75±1,82 Ab 36,27±8,09 Aa 32,39±10,06Aa

Vidro 20,67±4,08Ab 11,53±5,45 Bb 40,78±12,82Aa 41,58±23,63 Aa 16,8±5,41 Ab 28,92±13,18Aab 28,92±14,1 Aab

Médias ± desvio padrão seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

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O resultado das análises físico-químicas demonstrara que o tempo de

armazenamento e a embalagem utilizada tiveram influência significativa (p≤0,05) nos

parâmetros analisados.

O pH apresentou tendência à redução durante 180 dias de armazenamento. No que

diz respeito à embalagem utilizada, houve diferença significativa (p≤0,05) apenas nos

tempos 60 e 150, sendo que o pH na embalagem de polipropileno (PP) foi menor que na

embalagem de vidro.

Redução nos valores de pH podem ocorrer devido a degradação de compostos da

fruta ou de componentes da formulação liberando íons H+ (ZAMBIAZI; CHIM;

BRUSCATTO, 2006). Estudos que analisaram a estabilidade de geleias durante o

armazenamento também verificaram redução no valor de pH (FASOYIRO et al., 2005;

ZAMBIAZI; CHIM; BRUSCATTO, 2006; ARÉVALO-PINEDO et al., 2013; TOUATI

et al., 2014). Hossen et al. (2009), ao avaliarem o efeito de diferentes extrações de sucos

na qualidade e aceitabilidade da geleia de goiaba, também verificaram redução nos

valores de pH durante o armazenamento, e relacionaram esse fato com a hidrólise de

alguns componentes, dentre eles o açúcar. Porém, Oliveira et al. (2014) verificaram

aumento nos valores de pH ao avaliarem parâmetros físico-químicos de geleias

convencionais de umbu-cajá durante o armazenamento de 180 dias, devido à redução da

acidez total titulável ocorrida nesse período. Safdar et al. (2012) estudaram a estabilidade

físico-química de geleia preparada com diferentes variedades de manga e perceberam

redução do pH ao longo do armazenamento, que os autores relacionaram com a

degradação de polissacarídeos, principalmente gomas e pectina, favorecendo aumento da

acidez, conforme também foi verificado no presente estudo (Tabela 1).

Os dados referentes à acidez das geleias de laranja de baixo valor calórico

demonstraram tendência ao aumento de valores ao longo do armazenamento (p≤0,05).

Em relação à embalagem utilizada, diferenças significativas (p≤0,05) só foram

observadas no tempo 0 e 120 dias. O aumento da acidez se correlaciona com a redução

do pH, conforme discutido anteriormente. A acidez é um parâmetro importante para a

formação e estabilidade do gel, sendo que seu valor deve estar entre 0,3-0,8%. Valores

acima de 0,8% podem favorecer a ocorrência de sinérese durante a estocagem (ASSIS et

al., 2007; DIAS et al., 2011). Conforme demonstrado neste estudo, o aumento da acidez

manteve-se dentro dos valores recomendados, não favorecendo a ocorrência de sinérese.

Menezes (2008), ao avaliar o efeito da embalagem e da adição de sorbato nos parâmetros

físico-químicos de doces de goiaba observou aumento da acidez durante o

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armazenamento, independente da embalagem utilizada (polipropileno, metálicas e filme

celofane). Haq e Darakshan (2014) também verificaram aumento da acidez em geleias de

damasco durante 60 dias de armazenamento, resultante da formação de compostos ácidos

devido a degradação de compostos orgânicos.

Os resultados para a análise de umidade das geleias de laranja de baixo valor

calórico demonstraram que houve aumento significativo (p≤0,05) aos 30 dias de

armazenamento, mas, em seguida, os valores tenderam à estabilidade até o final do

armazenamento. Houve diferença significativa na umidade em relação à embalagem

utilizada (p≤0,05) apenas no final do armazenamento, sendo que a embalagem de vidro

apresentou maior média. O fato que pode ter provocado aumento da umidade pode ter

sido a hidrólise de açúcares, que libera uma molécula de água. Como a embalagem de

vidro possui inércia química e seu fechamento não compromete essa característica o

maior teor de umidade ao final do armazenamento não pode ser atribuído a falhas da

embalagem (CUNHA, 2016). Estes dados corroboram com Martins et al. (2015), que

avaliaram a estabilidade de geleias de cajá durante o armazenamento. As geleias, que

foram armazenadas em embalagens de vidro, apresentaram aumento da umidade durante

150 dias de armazenamento, que os autores relacionaram com a interrupção da estrutura

do gel formado por pectina, açúcar e água, favorecendo a liberação de água e consequente

aumento da umidade nas geleias. Porém, Riedel, Bӧhme e Rohm (2015) verificaram

redução no teor de umidade em geleias com redução de açúcares ou sem açúcar durante

o armazenamento em embalagens de plástico.

Os valores de açúcares totais das geleias de laranja de baixo valor calórico

apresentaram tendência a estabilidade durante o armazenamento, no entanto houve

redução significativa aos 120 dias e posterior aumento aos 150 e 180 dias em ambas as

embalagens (p≤0,05). A diferença em relação à embalagem utilizada ocorreu nos

intervalos de 30 e 90 dias (p≤0,05). Os dados deste estudo corroboram os estudos de

Arévalo-Pinedo et al. (2013) e Celestino (2013), que avaliaram a estabilidade de geleias

de araticum e buriti, respectivamente. Nesses estudos não houve alteração significativa

no teor de açúcares totais durante o armazenamento das geleias. Porém, no estudo de

Touati et al. (2014), houve redução de açúcares totais após 60 dias de armazenamento.

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90

2.2 PARÂMETROS FÍSICOS

2.2.1 DEGRADAÇÃO DA COR

A Figura 13 apresenta a análise de regressão para o parâmetro luminosidade (L*)

de geleias de laranja de baixo valor calórico em função do tempo de armazenamento e

das embalagens (PP e vidro) utilizadas.

Figura 13: Análise de regressão para o parâmetro luminosidade (L*) de geleias de laranja

de baixo valor calórico em função do tempo de armazenamento (180 dias) e da

embalagem utilizada (vidro e PP).

O parâmetro de cor luminosidade (L*) avalia se o produto é mais escuro ou mais

claro, sendo que valores próximos de 100 indicam que o produto é mais claro e valores

próximos de 0 indicam produto mais escuro (CAMPOS, 2016). Durante o

armazenamento houve estabilidade de L* com tendência a redução em ambas as

embalagens. As embalagens de polipropileno apresentaram valores de L* menores

durante o armazenamento, quando comparadas às embalagens de vidro, indicando que a

geleia foi mais escura nesta embalagem. A embalagem de PP possui menor barreira ao

oxigênio, favorecendo reações de escurecimento não-enzimático, fato que pode ser a

causa de as geleias armazenadas nessa embalagem ficarem mais escuras, quando

Polipropileno: y = 0,0002x2 - 0,0564x + 32,033R² = 0,7408

Vidro: y = -0,0002x2 + 0,0022x + 33,469R² = 0,8432

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 50 100 150 200

LUM

INO

SID

AD

E (L

*)

TEMPO (DIAS)

Polipropileno Vidro

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91

comparadas à embalagem de vidro (GLIEMMO et al., 2009). Damiani et al. (2012)

verificaram redução dos valores de L* durante o armazenamento de geleia de araçá,

embaladas em recipientes de vidro, que os autores relacionaram com reação de Maillard

e formação de hidroximetilfurfural devido à oxidação de vitamina C. Neste estudo, como

as condições não são favoráveis à Reação de Maillard, pode-se relacionar o escurecimento

das geleias à degradação de vitamina C, gerando compostos escuros, como as

melanoidinas, que são formadas a partir de hidroximetilfurfural e furfural (GAVA, 1998).

A Figura 14 apresenta a análise de regressão para o parâmetro intensidade do

vermelho (a*) de geleias de laranja de baixo valor calórico em função do tempo de

armazenamento (180 dias) e da embalagem utilizada (vidro e PP).

Figura 14: Análise de regressão para o parâmetro intensidade do vermelho (a*) de geleias

de laranja de baixo valor calórico em função do tempo de armazenamento (180 dias) e da

embalagem utilizada (vidro e PP).

Os resultados para intensidade do vermelho (a*) demonstraram estabilidade com

tendência a aumento (p ≤ 0,05) aos 120 e 150 dias de armazenamento. Os valores de a*

tenderam a aumento durante o armazenamento em ambas embalagens, provavelmente

devido a reações de escurecimento não enzimático que podem gerar pigmentos vermelhos

(GLIEMMO et al., 2009).

A figura 15 apresenta a análise de regressão para o parâmetro intensidade do

amarelo (b*) de geleias de laranja de baixo valor calórico em função do tempo de

armazenamento (180 dias) e da embalagem utilizada (vidro e PP).

Polipropileno: y = 0,0001x2 - 0,0334x + 8,5992R² = 0,7042

Vidro: y = 5E-05x2 - 0,0149x + 7,6183R² = 0,89

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0 50 100 150 200

INTE

NSI

DA

DE

DO

VER

MEL

HO

(a*

)

TEMPO (DIAS)

Polipropileno Vidro

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92

Figura 15: Análise de regressão para o parâmetro intensidade do amarelo (b*) de geleias

de laranja de baixo valor calórico em função do tempo de armazenamento (180 dias) e da

embalagem utilizada (vidro e PP).

Os valores de b* (amarelamento) variam de +b (amarelo) a –b (azul). Os

resultados deste estudo demonstraram que esses valores ficaram próximos de +b,

característico da polpa da fruta que a geleia foi formulada (RAMALHOSA et al., 2017).

Durante o armazenamento houve tendência a redução dos valores de b* em ambas

embalagens. A redução do b* pode ter acontecido devido a degradação de compostos da

fruta base à qual a geleia foi formulada. Damiani et al. (2012) e Oliveira et al. (2014)

também verificaram redução dos valores de b* em geleias de araçá e umbu-cajá,

respectivamente, durante o armazenamento.

2.2.2 ANÁLISE REOLÓGICA

A Figura 16 apresenta a análise de regressão para o índice de consistência das

geleias de laranja de baixo valor calórico em função da embalagem (PP e vidro) e tempo

de armazenamento (180 dias).

Polipropileno: y = -5E-06x2 - 0,0535x + 15,045R² = 0,9577

Vidro: y = -0,0002x2 - 0,0074x + 14,05R² = 0,9381

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 50 100 150 200

INTE

NSI

DA

DE

DO

AM

AR

ELO

(b

*)

TEMPO (DIAS)

Polipropileno Vidro

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93

Figura 16: Análise de regressão para o parâmetro índice de consistência (k) de geleias

de laranja de baixo valor calórico em função do tempo de armazenamento (180 dias) e da

embalagem utilizada (vidro e PP).

O índice de consistência é um parâmetro que avalia a viscosidade do produto. Os

resultados demonstraram que a embalagem utilizada não afetou (p≤0,05) a consistência

das geleias e que em ambas as embalagens houve estabilidade com tendência a aumento

do índice de consistência ao longo do tempo. Vahedi, Tehrani e Shahidi (2008), que

estudaram a qualidade de uma formulação de iogurte durante o armazenamento, e

Garrido, Lozano e Genovese (2015), que estudaram os parâmetros reológicos, cor e

aceitação de geleia de maçã, encontraram aumento da consistência ao longo do

armazenamento.

A Figura 17 apresenta a análise de regressão para o parâmetro índice de fluxo (n)

de geleias de laranja de baixo valor calórico durante o armazenamento em relação ao

tempo de armazenamento (180 dias) e à embalagem utilizada (vidro e PP).

Polipropileno: y = -0,6809x2 + 183,49x + 27064R² = 0,9823

Vidro: y = -0,1763x2 + 55,834x + 35024R² = 0,7942

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

0 50 100 150 200

ÍND

ICE

DE

CO

NSI

STÊN

CIA

(K

)

TEMPO (DIAS)

Polipropileno Vidro

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94

Figura 17: Análise de regressão para o parâmetro índice de fluxo (n) de geleias de laranja

de baixo valor calórico em relação ao tempo de armazenamento (180 dias) e à embalagem

utilizada (vidro e PP).

O índice de fluxo é utilizado para avaliar o comportamento reológico de um

produto e, quando analisado durante o armazenamento, permite avaliar se o produto

sofreu alguma variação de suas características reológicas durante o armazenamento.

Produtos que possuem índice de fluxo menor que 1 e índice consistência maior que 0 são

classificados como não-newtonianos e pseudoplásticos (FALCÃO et al., 2009; SILVA et

al., 2015). Os resultados demonstraram que os valores referentes ao índice de fluxo das

geleias de laranja de baixo valor calórico permaneceram menores que 1 durante todo

armazenamento em ambas as embalagens, indicando que a geleia se manteve com

comportamento não-newtoniano e característica pseudoplástica durante 180 dias de

armazenamento. Não houve diferença entre as embalagens utilizadas (p>0,05), mas

houve diferença em relação ao tempo de armazenamento apenas na embalagem de PP

(p≤0,05). Aos 60 dias de armazenamento, houve redução (p≤0,05) do índice de fluxo nas

geleias armazenadas em embalagens de PP. A redução do índice de fluxo em geleias

embaladas em PP pode ter acontecido devido a redução do pH que, aos 60 dias, foi maior

na embalagem de PP. Valores baixos de pH favorecem redução da dissociação de grupos

carboxílicos e consequente redução da repulsão eletrostática entre moléculas de pectina,

favorecendo aumento da possibilidade de contato entre essas moléculas e consequente

aumento da rigidez do gel (GAVA; SILVA; FRIAS, 2008).

Polipropileno: y = 5E-06x2 - 0,0015x + 0,4776R² = 0,7878

Vidro: y = -2E-06x2 + 0,0005x + 0,3961R² = 0,8369

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0 50 100 150 200

ÍND

ICE

DE

FLU

XO

(N

)

TEMPO (DIAS)

Polipropileno Vidro

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95

2.2.3 AVALIAÇÃO DA SINÉRESE

A Figura 18 apresenta a ocorrência de sinérese nas geleias de laranja de baixo

valor calórico em relação à embalagem utilizada (PP e vidro) ao longo do tempo de

armazenamento (180 dias).

Figura 18: Avaliação da sinérese de geleias de laranja de baixo valor calórico em função

da embalagem (PP e vidro) e do tempo de armazenamento (180 dias).

Os resultados demonstram que a ocorrência de sinérese nas geleias ocorreu a partir

de 90 dias de armazenamento. Apesar da ocorrência de sinérese a partir de 90 dias, esses

valores não foram significativos (p>0,05). A utilização de hidrocolóides pode ter sido o

fator responsável pela menor ocorrência de sinérese nas geleias de laranja de baixo valor

calórico, conforme descrito no estudo de Khouryieh, Aramouni e Herald (2005). Estes

autores avaliaram a influência da utilização de diferentes hidrocolóides e a combinação

deles na estabilidade do gel em geleias com reduzido teor de açúcares. Foi possível

perceber nesse estudo que a combinação de hidrocolóides favoreceu a redução de sinérese

durante o armazenamento.

Licodiedoff et al. (2010) estudaram a influência de diferentes concentrações de

pectina na ocorrência de sinérese e os resultados demonstraram que a concentração de

1% de pectina permitiu a formação do gel com a melhor textura e menor ocorrência de

sinérese durante o armazenamento. Teles et al. (2017) ao estudarem as características

Polipropileno: y = 0,0001x2 + 0,043x - 0,8269R² = 0,867

Vidro:y = -0,0002x2 + 0,079x - 1,2643R² = 0,7274

-2

0

2

4

6

8

10

12

0 30 60 90 120 150 180 210

% S

iné

rese

Tempo (dias)

Polipropileno

Vidro

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96

físico-químicas e físicas de geleias de graviola com pimenta durante o armazenamento,

com diferentes concentrações de pectina, perceberam que as geleias com concentração de

0,5% de pectina tiveram maior teor de acidez e, consequentemente, apresentaram sinérese

durante o armazenamento. A acidez deve ser controlada, pois valores acima de 0,8%

favorecem a ocorrência de sinérese. As geleias com 1% e 1,5% de pectina não

apresentaram sinérese durante o armazenamento.

2.3 PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS

As amostras de geleias apresentaram contagem de coliformes totais <3,0 NPM/g,

portanto, de acordo com o padrão indicado por MAPA (2003). A contagem elevada de

coliformes totais pode indicar padrões de boas práticas de fabricação deficientes ou

contaminação pós-processamento, já que esses micro-organismos são destruídos por

tratamento térmico. O resultado indicou que o processamento das geleias ocorreu de

acordo com as normas de boas práticas no processamento de alimentos (SILVA, 1997;

SANTOS et al., 2012).

A Figura 19 apresenta a contagem de fungos e leveduras das geleias de laranja de

baixo valor calórico em função do tempo de armazenamento e da embalagem utilizada.

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97

Figura 19: Contagem (log UFC/g) de fungos e leveduras das geleias de laranja de baixo

valor calórico em função do tempo de armazenamento (180 dias) e da embalagem

utilizada (polipropileno e vidro).

A Figura 19 demonstra que houve crescimento de fungos e leveduras durante o

armazenamento em ambas as embalagens, porém a embalagem de vidro apresentou-se

mais apropriada durante o armazenamento, pois o crescimento foi significativamente

(p≤0,05) menor ao longo do tempo de armazenamento. Apesar de haver crescimento de

fungos e leveduras, os valores permaneceram dentro da faixa aceitável pela legislação

brasileira (máximo 104 UFC.g-1) (BRASIL, 2001). A análise de fungos e leveduras é

aplicável em alimentos com pH mais baixo (menor que 4,5), já que esses micro-

organismos se desenvolvem em pH mais ácido (CUNHA. 2016). Diversos fatores

favorecem o crescimento de fungos e leveduras durante o armazenamento, dentre eles o

pH mais ácido, alta umidade, temperaturas de armazenamento mais elevadas, presença

de oxigênio, além da composição química do alimento, sendo que os açúcares são

utilizados como fonte de energia para o crescimento microbiano (FRANCO;

LANDGRAF, 2001; AZEREDO, 2012). Nas geleias de laranja de baixo valor calórico

houve redução do pH e consequente aumento da acidez durante o armazenamento. Além

disso, a composição química das geleias é favorável ao crescimento microbiano, pois

apresenta açúcares, que podem ser utilizados como fonte de energia, água proveniente da

polpa da fruta utilizada, vitaminas e minerais. A embalagem de polipropileno possui

menor barreira ao oxigênio (JORGE, 2013) quando comparada à embalagem de vidro,

fator que favorece o crescimento de fungos e leveduras, já que a maioria desses micro-

Polipropileno: y = 3E-05x2 - 0,0007x + 2,292R² = 0,9633

Vidro: y = -3E-05x2 + 0,0087x + 2,2291R² = 0,9949

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

0 50 100 150 200

logU

FC/g

TEMPO (DIAS)

Polipropileno Vidro

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98

organismos são aeróbios (FRANCO; LANDGRAF, 2001). Sader, Parish e Wickler

(1992) avaliaram o efeito da embalagem com barreira ao oxigênio e sem barreira nas

características de sucos de laranja não pasteurizados, pasteurizado a 66 °C/10s e

pasteurizado a 90 °C/60s. Os autores perceberam que, para os sucos pasteurizados, a

embalagem com barreira ao oxigênio melhorou a estabilidade microbiológica destes

sucos.

Estudos que avaliaram o crescimento de fungos e leveduras em frutas ou

produtos de fruta demonstraram tendência a crescimento microbiano ao longo do

armazenamento, porém esse crescimento foi reduzido quando havia adição de agentes

antimicrobianos, como o sorbato de potássio. Hussain et al. (2003) avaliaram o

comportamento físico-químico, microbiológico e sensorial de polpa de manga

armazenada com ou sem agentes antimicrobianos (metabissulfito de potássio, benzoato

de sódio e sorbato de potássio), à temperatura ambiente durante 150 dias. Os autores

observaram que as amostras armazenadas com conservantes não apresentaram

crescimento microbiano até 60 dias de armazenamento. No entanto, a partir de 90 dias de

armazenamento, houve indicação de crescimento microbiano. Hossen et al. (2009)

estudaram alterações em geleia de goiaba durante 270 dias de armazenamento. Quanto

aos parâmetros microbiológicos, o crescimento de fungos e leveduras foi aceitável até

240 dias de armazenamento. A partir de então, houve fermentação e consequente

deterioração do produto.

3 CONCLUSÃO

O tempo de armazenamento foi o fator que mais influenciou alterações nas

geleias, favorecendo redução no pH, aumento na acidez e crescimento de fungos e

leveduras, sendo que este crescimento foi maior em embalagens de PP. Apesar de ocorrer

crescimento de fungos e leveduras, os valores ficaram de acordo com o permitido pela

legislação brasileira.

Apesar de não haver diferença significativa, ocorreram alterações na cor e índice

de fluxo das geleias armazenadas em PP ao longo do armazenamento.

Houve ocorrência de sinérese a partir de 90 dias de armazenamento, mas essa

ocorrência não foi significativa em relação ao tempo e às embalagens utilizadas.

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99

A vida útil das geleias de laranja de baixo valor calórico em relação aos

parâmetros físico-químicos, físicos e microbiológicos foi de 180 dias.

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100

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105

CAPÍTULO III

EFEITO DAS EMBALAGENS NA ESTABILIDADE DE COMPOSTOS

BIOATIVOS E DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE GELEIAS DE LARANJA

DE BAIXO VALOR CALÓRICO DURANTE O ARMAZENAMENTO

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106

RESUMO

Compostos bioativos são substâncias presentes nos alimentos que atuam em órgãos e

sistemas do corpo promovendo ações fisiológicas benéficas. Frutas e verduras são os

alimentos que possuem maior concentração de compostos bioativos, tais como vitamina

C, antocianinas, flavonoides, catequinas, dentre outros. Porém, tais compostos possuem

alta instabilidade e podem ser degradados durante o processamento e armazenamento

dos produtos. Durante o processamento e armazenamento, diversos são os fatores que

podem acarretar em perda de compostos bioativos, dentre eles pH, temperatura de

armazenamento, atividades enzimáticas, presença de luz e oxigênio. É importante que a

indústria alimentícia conheça a respeito da degradação de compostos bioativos, pois este

fator influencia a vida útil dos alimentos, principalmente aqueles que possuem alegação

de alimento funcional. Diante disso, o objetivo desse capítulo foi avaliar o efeito das

embalagens na estabilidade dos compostos bioativos e da atividade antioxidante de

geleias de laranja de baixo valor calórico durante o armazenamento. Para tanto a

atividade antioxidante foi avaliada pelos métodos DPPH, ABTS•+ e β-caroteno/ácido

linoleico e foram mensurados os teores de compostos fenólicos totais e vitamina C a cada

30 dias, durante 180 dias de armazenamento. O planejamento experimental foi um

fatorial completo 2x7 sendo que a embalagem (vidro e polipropileno) e o tempo de

armazenamento (0, 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias) foram os fatores de estudo. Para

análise estatística foi utilizado ANOVA, teste de Tukey e regressão a 5% de

significância. Os resultados demonstraram aumento da atividade antioxidante pelo

método DPPH e redução da vitamina C ao longo do armazenamento, principalmente em

embalagens de polipropileno. Compostos fenólicos totais foram estáveis com tendência

à redução ao longo do armazenamento. Apenas a vitamina C apresentou correlação

positiva com a atividade antioxidante nas geleias. Devido a ocorrência de maiores

alterações na embalagem de polipropileno, a embalagem de vidro se apresentou mais

favorável à estabilidade de compostos bioativos das geleias de laranja de baixo valor

calórico. A vida útil das geleias foi de 180 dias em relação aos compostos bioativos e a

atividade antioxidante.

Palavras-chave: vida útil, compostos bioativos, fenólicos totais, vitamina C, estocagem.

Page 108: HELLEN VIDAL SANTOS EFEITO DAS EMBALAGENS NA …‡ÃO...2 hellen vidal santos efeito das embalagens na estabilidade de geleias de laranja de baixo valor calÓrico durante o armazenamento

107

ABSTRACT

Bioactive compounds are substances in foods that act on organs and systems of the body

promoting beneficial physiological actions. Fruits and vegetables are foods that have the

highest concentration of bioactive compounds, such as vitamin C, anthocyanins,

flavonoids, catechins, among others. However, such compounds have high instability

and can be degraded during the processing and storage of the products. During

processing and storage, several factors can lead to loss of bioactive compounds, such as

pH, storage temperature, enzymatic activities, presence of light and oxygen. It is

important that the food industry knows about the degradation of bioactive compounds,

since this factor influences the shelf life of foods, especially those that have functional

food claims. Therefore, the objective of this chapter was to evaluate the effect of

packaging on the stability of bioactive compounds and the antioxidant activity of low

calorie orange jellies during storage. The antioxidant activity was evaluated by the

DPPH, ABTS • + and β-carotene / linoleic acid methods, and the total phenolic and

vitamin C contents were measured every 30 days during 180 days of storage. The

experimental design was a complete 2x7 factorial, with the packaging (glass and

polypropylene) and storage time (0, 30, 60, 90, 120, 150 and 180 days) being the study

factors. Statistical analysis was used ANOVA, Tukey test and regression at 5%

significance. The results showed an increase in antioxidant activity by the DPPH method

and reduction of vitamin C throughout the storage, mainly in polypropylene packages.

Total phenolic compounds were stable with a tendency to decrease along storage. Only

vitamin C showed a positive correlation with antioxidant activity in jellies. Due to the

occurrence of larger changes in polypropylene packaging, the glass packaging was more

favorable to the stability of bioactive compounds of low calorie orange jellies. The shelf

life of the jellies was 180 days in relation to the bioactive compounds and the antioxidant

activity.

Keywords: shelf life, bioactive compounds, total phenolics, vitamin C, storage.

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1 METODOLOGIA

1.1 PROCESSAMENTO DAS LARANJAS (PERA RIO) E ELABORAÇÃO DAS

GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO

A metodologia para o processamento das laranjas e a elaboração das geleias de

laranja de baixo valor calórico foram de acordo com os itens 1.2.1 e 1.2.2 do capítulo II

deste trabalho.

1.2 AVALIAÇÃO DOS COMPOSTOS BIOATIVOS E DA ATIVIDADE

ANTIOXIDANTE DAS GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO

A avaliação dos compostos bioativos e da atividade antioxidante presentes nas

geleias de laranja de baixo valor calórico foi realizada em triplicata, determinando-se os

teores de vitamina C, de compostos fenólicos totais, atividade antioxidante pelos métodos

de DPPH, ABTS e β-caroteno/ácido linoléico.

1.2.1 DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C)

A determinação do teor de ácido ascórbico foi realizada, em triplicata, utilizando

o método padrão da AOAC (1984), modificado por Benassi e Antunes (1988), que

substituíram a solução de extração padrão (ácido metafosfórico) por ácido oxálico.

As amostras foram diluídas a 100 mL com solução de ácido oxálico 2% e uma

alíquota de 25 mL foi titulada com solução de DCFI (2,6 – diclorofenolindofenol) a

0,025% até atingir a coloração rósea.

A solução de 2,6-diclorofenolindofenol a 0,025% foi padronizada com solução

de ácido L-ascórbico, imediatamente, antes das determinações do teor de ácido ascórbico

das amostras de geleias de laranja de baixo valor calórico.

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1.1.2 OBTENÇÃO DOS EXTRATOS DAS AMOSTRAS PARA ANÁLISE DE COMPOSTOS FENÓLICOS

E PARA A ATIVIDADE ANTIOXIDANTE

O procedimento da obtenção do extrato foi adaptado de Larrauri et al. (1997).

Foi pesado aproximadamente 10 g da amostra em erlemeyers, adicionando-se 40

ml de solução metanol/água (50:50 v/v), e mantendo sob agitação (200 rpm) à

temperatura ambiente durante 60 minutos. Posteriormente, a solução foi mantida em

repouso em ambiente refrigerado (8 ºC) por 30 minutos. O sobrenadante foi filtrado,

recuperado e transferido para um balão de 100 mL. Em seguida, 40 mL de acetona/água

(70:30 v/v) foram adicionados ao resíduo, sob agitação (200 rpm) à temperatura ambiente

durante 60 minutos. A solução também foi mantida em repouso em ambiente refrigerado

(8 ºC) por 30 minutos. Completado o período, o sobrenadante foi transferido para o balão

volumétrico contendo o primeiro sobrenadante e completado o volume para 100 ml com

água destilada. Todo o procedimento foi realizado ao abrigo da luz, e o extrato estocado

à temperatura de -80 ºC.

1.1.3 COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS

Os compostos fenólicos totais das geleias de laranja de baixo valor calórico

armazenadas em diferentes embalagens foram quantificados, em triplicata, de acordo com

o método adaptado de Folin-Ciocalteu (WATERHOUSE, 2002). Uma alíquota 0,5 mL

da solução do extrato foi pipetada e transferida para tubos de ensaio contendo 2,5 mL do

reagente de Folin-Ciocalteu 10 % (v/v) e 2,0 mL da solução de carbonato de sódio 4 %

(p/v). Os tubos foram homogeneizados e mantidos em repouso por 120 minutos, ao abrigo

de luz, e a absorbância foi determinada a 750 nm, tendo o etanol absoluto como branco.

A determinação do teor de fenólicos totais foi realizada por meio da interpolação

da absorbância da amostra contra a curva de calibração construída com padrões de ácido

gálico (5, 10, 15, 20, 30 e 40 µg/mL). Os resultados foram expressos em mg de ácido

gálico equivalente (AGE) / g de geleia de laranja.

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110

1.1.4 ANÁLISE DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE

1.1.4.1 Avaliação da atividade antioxidante pelo método DPPH

A atividade antioxidante das geleias de laranja de baixo valor calórico

armazenadas em diferentes embalagens foi avaliada, em triplicata, conforme metodologia

descrita por Rufino et al. (2007a), com a utilização do DPPH (2,2-difenil-1-

picrilhidrazila).

Alíquotas de 0,1 mL dos extratos foram adicionadas a 3,9 mL da solução de

DPPH (0,06 mM), e mantidas à temperatura ambiente, ao abrigo da luz, por 120 minutos.

A leitura da absorbância foi determinada a 515 nm em espectrofotômetro. A curva padrão

foi preparada com soluções de DPPH em diferentes concentrações (10 µM, 20 µM, 30

µM, 40 µM, 50 µM e 60 µM). Os resultados foram expressos em EC50 (g de geleia/g

DPPH).

1.1.4.2 Avaliação da Atividade Antioxidante pelo Método ABTS•+

Este método foi utilizado para medir a atividade antioxidante por meio da captura

do radical 2,2-azinobis- (3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico) ou ABTS•+, de acordo

com a metodologia proposta por Rufino et al. (2007). Foram preparadas soluções de

ABTS adicionando-se 5 mL da solução de ABTS com 88 μL da solução de persulfato de

potássio em tubo de ensaio, o qual foi mantido ao abrigo da luz e em temperatura ambiente

durante 16 horas. Em seguida, 1 mL da solução ABTS•+ foi diluída em álcool etílico

absoluto, até obter absorbância de 0,700 ± 0,05 nm a 734 nm. Então, foram adicionados

30 μL de cada diluição do extrato para 3 mL da solução do radical ABTS•+ em tubo de

ensaio. Após, foi homogeneizado em agitador de tubos, e deixado em repouso ao abrigo

da luz por 6 minutos. Após 6 minutos foi realizada a leitura a 734 nm em triplicata. O

álcool etílico foi usado para calibrar o espectrofotômetro. A curva padrão foi realizada

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111

utilizando solução padrão de trolox (2000 µM), com concentrações variando de 100 µM

a 1500 µM. Os resultados foram expressos em µM de trolox/g de geleia.

1.1.4.3 Avaliação da Atividade Antioxidante pelo Método Sistema β-caroteno/ácido

linoléico

A determinação da inibição da peroxidação lipídica pelo método β-

caroteno/ácido linoleico foi feita conforme a metodologia desenvolvida por Rufino et al.

(2006). Para o preparo da solução sistema β-caroteno/ácido linoleico, foi utilizado 20 mg

de β-caroteno e para solubilizar, foi adicionado 1 mL de clorofórmio, homogeneizado e,

posteriormente, evaporado o clorofórmio com o auxílio do oxigenador. Após, foram

adicionados 40 µL de ácido linoleico e 530 µL de tween 40. Em seguida, foi adicionado

água saturada de oxigênio (água destilada tratada com oxigênio por 30 minutos) até obter

absorbância entre 0,6 nm e 0,7 nm a 470 nm. A solução sistema apresentou coloração

amarelo-alaranjada. Após, misturou-se 0,4 mL de cada diluição do extrato com 5mL da

solução sistema (sistema β-caroteno/ácido linoléico). Foi utilizado como controle 0,4 mL

da solução de trolox com 5 mL da solução sistema β-caroteno/ácido linoléico, sendo

homogeneizados os tubos de ensaio em agitador e mantidos em banho-maria a 40 ºC. Em

seguida, foi realizada a primeira leitura (470 nm) após 2 minutos de efetuada a mistura e

depois em intervalos de quinze minutos até 120 minutos. O espectrofotômetro foi

calibrado com água destilada. Os resultados foram expressos em percentagem de inibição

da oxidação.

1.1.5 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Utilizou-se um planejamento experimental com delineamento inteiramente

casualizado (DIC) disposto em esquema fatorial completo 2x7, com três repetições, dois

tipos de embalagem (vidro e de polipropileno) e sete tempos de armazenamento (0, 30,

60, 90, 120, 150 e 180 dias).

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112

Os dados obtidos foram avaliados por meio de análise de variância (ANOVA),

teste de Tukey, considerando as variáveis tipo de embalagem e tempo, e regressão em

software Sisvar (FERREIRA, 2014). A atividade antioxidante foi calculada utilizando a

seguinte equação (DUARTE-ALMEIDA et al., 2006):

Eq. 3

Onde:

Ac=Absorbância do controle;

Aam= Absorbância das amostras.

A análise de correlação foi realizada utilizando as médias da atividade

antioxidante pelo método DPPH em cada tempo de análise e as médias dos resultados

para vitamina C e compostos fenólicos e esses valores foram calculados em Excel 2013

pela função CORREL. O erro padrão da média (SEM) foi determinado a partir do cálculo

do desvio padrão amostral dividido pela raiz quadrada do número total de valores obtidos

na análise durante 180 dias, para cada tipo de embalagem.

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 2 apresenta os resultados médios para compostos bioativos e para a

atividade antioxidante das geleias de laranja de baixo valor calórico armazenadas em

embalagens diferentes ao longo do tempo.

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Tabela 2: Avaliação de compostos bioativos e da atividade antioxidante das geleias de laranja de baixo valor calórico em relação à embalagem

utilizada (PP e vidro) e ao tempo de armazenamento (180 dias).

DETERMINAÇÕES

EMBALAGEM

TEMPO (dias)

SEM* 0 30 60 90 120 150 180

Atividade antioxidante -

ABTS (µMtrolox/g de

geleia)

PP 1,32Aa

1,01Aa 2,37Aa

1,58Aa

2,35Aa

1,04Aa 1,51Aa

0,17

Vidro 1,98Aa

0,94Aa 1,34Aa

1,45Aa

2,01Aa

1,42Aa

1,41Aa

0,11

Atividade antioxidante -

DPPH (EC50 g geleia/g

DPPH)

PP 39085,8Ab

30369,9Abc 35977,8Abc 60106,7Aa

18924,1Acd

3739,4Ad

11500,8Ad

2879,24

Vidro 43094,8Aa

30922,8Aabc

34508,7Aab

45355,5Ba 21814,7Abcd

4413Ad

13163,4Acd

2141,65

Atividade antioxidante - β-

caroteno (% Proteção)

PP 11,28Ac

51,96Ba 61,38Aa 28,13Ab 16,27Abc 20,93Abc 11,01Ac

2,93

Vidro 10,77Abc 65,17Aa 52,71Aa 25,57Ab 17,15Abc 18,62Abc 5,36Ac

2,83

FENÓLICOS TOTAIS

(mgAGE/g geleia)

PP 0,33Ab 0,26Ac 0,25Bc 0,72Aa 0,33Bb 0,26Ac

0,35Ab 0,02

Vidro 0,34Ab 0,25Acd 0,28Ac 0,62Ba 0,37Ab 0,23Ad

0,35Ab 0,02

VITAMINA C (mg/100g)

PP 147,4Aa 107,1Babc 76,64Abcd 50,92Ad 62,86Acd 119,4Aab 80,39Bbcd 5,29

Vidro 130,6Aab 147,2Aa 80,62Abcd 50,67Ad 67,20Acd 103,6Aabc 115,3Aabc 6,59

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

*Standard Error Mean (SEM)

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Os resultados deste estudo demonstram que a metodologia proposta pela redução

do radical ABTS•+ não apresentou diferença significativa em relação ao tempo de

armazenamento e à embalagem utilizada (p>0,05). Resultado semelhante foi encontrado

no trabalho de Kamiloglu et al. (2015), que avaliaram a influência de diferentes

processamentos e condições de estocagem na estabilidade de polifenóis em geleias e

doces de cenoura preta. Rotili et al. (2013) utilizaram o método ABTS e DPPH para

determinar a atividade antioxidante de maracujá amarelo durante o armazenamento e

somente o método DPPH apresentou-se sensível às alterações ocorridas na atividade

antioxidante durante o armazenamento. O método ABTS•+ é limitante devido a diferenças

no tempo de incubação e a pouca seletividade do radical na reação com átomos doadores

de hidrogênio e os resultados podem ser divergentes de outras metodologias (BORGES

et al., 2011).

Já a metodologia pela redução do radical DPPH apresentou-se mais sensível às

mudanças ocorridas, sendo que houve diferença significativa na atividade antioxidante

em relação ao tempo de armazenamento (p≤ 0,05), havendo tendência a aumento da

atividade antioxidante ao longo do armazenamento, considerando que valores menores

de EC50 correspondem a maior atividade antioxidante. Em relação à embalagem utilizada,

houve diferença significativa (p≤ 0,05) apenas aos 90 dias de armazenamento, sendo que

a embalagem de vidro apresentou maior atividade antioxidante nesse tempo. A atividade

antioxidante é influenciada pela degradação ou síntese de diversos compostos

antioxidantes, que são dependentes do estado fisiológico e níveis de estresses bióticos ou

abióticos que a fruta sofre durante o armazenamento (ROTILI et al., 2013). A degradação

de compostos da fruta e consequente liberação de produtos secundários que podem ter

ação antioxidante pode ter sido o fator desencadeante do aumento da atividade

antioxidante verificado nas geleias (ROTILI et al., 2013). Estes resultados corroboram

com Damiani et al. (2012) que, ao avaliarem o potencial antioxidante de geleia de araçá

durante o armazenamento, perceberam aumento da atividade antioxidante até 8 meses de

armazenamento e em seguida redução até 12 meses de armazenamento. Soethe et al.

(2016) também verificaram aumento da atividade antioxidante durante o armazenamento

de amora-preta. Porém, Abolila et al. (2015), verificaram redução da atividade

antioxidante de geleias de laranja de baixo valor calórico durante o armazenamento de 12

meses utilizando a metodologia de captura do radical DPPH.

A metodologia proposta pela inibição da peroxidação lipídica no sistema β-

caroteno/ ácido linoléico demonstrou estabilidade da atividade antioxidante durante 180

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115

dias de armazenamento. Houve variações nos valores durante o armazenamento em

ambas as embalagens, porém as médias do início e final do armazenamento são

equivalentes, indicando estabilidade durante 180 dias. A metodologia proposta pelo

percentual de peroxidação lipídica é mais sensível a compostos antioxidantes lipofílicos,

fato que pode restringir sua utilização. Dessa forma, essa pode ser a causa da diferença

de resultados quando comparado à metodologia de DPPH (RUFINO et al., 2006). Koleva

et al. (2002) compararam três metodologias (DPPH, β-caroteno/ácido linoleico e

cromatografia em fase gasosa) para avaliar a atividade antioxidante em extratos de

diferentes plantas. Foi possível perceber diferenças na determinação da atividade

antioxidante dos extratos a partir do método utilizado devido a diferenças na polaridade

das amostras, sendo que o método DPPH foi sensível independentemente da polaridade.

O método β-caroteno/ácido linoleico foi mais sensível a amostras menos polares,

enquanto que a cromatografia foi considerada um método interessante para avaliar

atividade antioxidante na inibição da formação de compostos voláteis secundários

indesejados. Porém no estudo de Mir et al. (2015) avaliando a atividade antioxidante de

doces de marmelo, a metodologia do sistema β-caroteno/ácido linoleico foi sensível,

demonstrando redução significativa da atividade antioxidante nos doces durante o

armazenamento.

Os resultados da análise de compostos fenólicos em geleias de laranja de baixo

valor calórico demonstraram estabilidade com tendência à redução durante o

armazenamento. A embalagem influenciou significativamente (p≤0,05) alterações em

compostos fenólicos aos 60, 90 e 120 dias de armazenamento, sendo que, aos 60 e 120

dias, a embalagem de PP obteve as menores médias.

Redução no teor de compostos fenólicos durante o armazenamento foi relatada

nos estudos de Damiani et al. (2012a), Abolila et al. (2015) e Kamiloglu et al. (2015).

Esse resultado pode ser devido à alta instabilidade desses compostos a temperaturas entre

20-40 °C. Os estudos que verificaram redução no conteúdo de fenólicos totais durante o

armazenamento utilizaram temperatura ambiente (25 °C), corroborando com as

condições ambientes deste estudo. A degradação de compostos fenólicos pode acontecer

devido a reações não-enzimáticas, que acontecem quando estruturas celulares são

interrompidas. Além disso, a presença de oxigênio pode favorecer maior degradação de

compostos fenólicos, fato que pode ter sido responsável por maior tendência à redução

destes compostos na embalagem de PP (PATRAS et al., 2011; JORGE, 2013).

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O aumento no teor de compostos fenólicos aos 90 dias de armazenamento pode

ter acontecido devido a reações de compostos não fenólicos, como açúcares e ácido

ascórbico com o reagente Folin-Ciocalteu mascarando os resultados (VIRGOLIN;

SEIXAS; JANZANTTI, 2017).

Frutas ou produtos de frutas podem ser classificados quanto ao teor de vitamina C

da seguinte forma: baixo (<30 mg/100 g), médio (30-50 mg/100 g) e alto (>50 mg/100 g)

(SOUZA et al., 2012). Dessa forma, as geleias de laranja de baixo valor calórico podem

ser classificadas com alto teor de vitamina C, durante todo o tempo de estudo.

Considerando que a recomendação de vitamina C para adultos é de 90 mg/dia para

homens e 75 mg/dia para mulheres (CUPPARI, 2005), pode-se dizer que, ao consumir

100 g da geleia de laranja de baixo valor calórico, se atinge a recomendação diária de

vitamina C durante a maior parte do tempo de armazenamento.

Durante o armazenamento houve tendência a redução dos valores de vitamina C.

A embalagem utilizada influenciou significativamente (p≤0,05) os valores de vitamina C

sendo que as menores médias foram encontradas na embalagem de PP.

A vitamina C é muito sensível e diversos fatores podem desencadear sua

degradação, dentre eles, presença de oxigênio, de luz e altas temperaturas. A redução da

vitamina C na embalagem de vidro pode ter ocorrido devido à presença de luz e a

temperatura de armazenamento, já que esta embalagem é impermeável ao oxigênio.

Como a embalagem de PP apresenta maior permeabilidade ao oxigênio quando

comparada à embalagem de vidro, este pode ter sido um fator que desencadeou maior

perda de vitamina C nesta embalagem. Jawaheer, Goburdhun e Ruggoo (2003) avaliaram

o efeito do processamento e armazenamento no teor de ácido ascórbico em sucos e geleias

de goiaba e foi possível perceber que houve redução significativa no teor de ácido

ascórbico nas geleias que foram armazenadas em temperatura ambiente, enquanto que

nos sucos a redução não foi significativa. Os autores associaram esses resultados com o

fato de os sucos serem armazenados à temperatura de 4 °C enquanto que as geleias foram

armazenadas à temperatura ambiente. Além disso, as geleias foram armazenadas na

presença de luz, fator que favorece a degradação do ácido ascórbico. Carneiro et al. (2016)

também verificaram redução de vitamina C após 90 dias de armazenamento, sendo maior

em embalagens de PP do que em embalagens de vidro. Os autores relacionaram esse

achado com a maior permeabilidade da embalagem de PP ao oxigênio, favorecendo

menor retenção de vitamina C.

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A atividade antioxidante apresentou correlação positiva (r=0,84) com a vitamina

C, para a embalagem de PP e fraca correlação para a embalagem de vidro (r=0,68),

conforme demonstra a Figura 20.

Figura 20: Análise de regressão a partir dos cálculos de correlação entre a atividade

antioxidante e o teor de vitamina C nas geleias de laranja de baixo valor calórico em

relação ao tempo de armazenamento e à embalagem utilizada

Já a análise de correlação para a atividade antioxidante e compostos fenólicos

apresentou resultado negativo (r=-0,28 para a embalagem de PP e r=-0,23 para

embalagem de vidro), conforme demonstra a Figura 21.

Polipropileno: y = 0,0161x2 + 3,2245x + 58,894R² = 0,7057

r=0,84

Vidro: y = 0,1256x2 - 1,7223x + 87,023R² = 0,5874

r=0,68

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 10 20 30 40

Vit

amin

a C

% Atividade Antioxidante

Polipropileno

Vidro

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Figura 21: Análise de regressão a partir dos cálculos de correlação entre a atividade

antioxidante e compostos fenólicos nas geleias de laranja de baixo valor calórico em

relação ao tempo de armazenamento e à embalagem utilizada.

Souza et al. (2012), ao determinarem a atividade antioxidante, composição química

e compostos bioativos de frutos do cerrado também encontraram correlação positiva entre

a vitamina C e a atividade antioxidante dos frutos.

Estudos sobre a correlação entre o teor de fenólicos totais e atividade antioxidante

são contraditórios. Alguns apresentam forte correlação, enquanto outros apresentam

moderada ou nenhuma correlação (IMEH; KHOKHAR, 2002; RABABAH et al., 2010;

SOUZA et al., 2012). A atividade antioxidante não se relaciona somente com o teor total

de compostos fenólicos, mas, também, com a composição fenólica (SOUZA, VIEIRA,

PUTTI, 2018). Os resultados desse estudo corroboram com Ismail, Marjan e Foong

(2004), que estudaram a atividade antioxidante e o teor de fenólicos totais em vegetais

selecionados (couve, repolho, espinafre) e o efeito do tratamento térmico nesse conteúdo.

Não houve correlação entre a atividade antioxidante e o teor de fenólicos totais dos

vegetais selecionados.

Polipropileno: y = -0,005x + 0,4108R² = 0,0771

r=-0,28

Vidro: y = -0,003x + 0,3788R² = 0,0543

r=-0,23

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0 10 20 30 40

Co

mp

ost

os

Fen

ólic

os

% Atividade Antioxidante

Polipropileno

Vidro

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3 CONCLUSÃO

O estudo da atividade antioxidante, conteúdo de vitamina C e fenólicos totais de

geleias de laranja de baixo valor calórico durante 180 dias de armazenamento,

acondicionadas em embalagens de vidro e polipropileno demonstrou que a embalagem e

o tempo de armazenamento influenciaram o teor dos compostos bioativos ao final do

armazenamento. Houve tendência a aumento da atividade antioxidante pelo método

DPPH. As metodologias ABTS•+ não foi capaz de demonstrar diferença significativa na

atividade antioxidante das geleias durante o armazenamento e a metodologia sistema β-

caroteno/ácido linoléico demonstrou estabilidade da atividade antioxidante ao final do

armazenamento.

A vitamina C apresentou tendência a redução ao longo do armazenamento, com

correlação positiva com a atividade antioxidante, maior na embalagem de PP.

Compostos fenólicos totais foram estáveis com tendência à redução

principalmente na embalagem de PP. Não houve correlação destes compostos com a

atividade antioxidante.

A vida útil das geleias de laranja de baixo valor calórico foi de 180 dias em relação

aos compostos bioativos e a atividade antioxidante.

Pode-se concluir que a embalagem de vidro foi mais favorável à estabilidade de

compostos bioativos, ao final de 180 dias, já que maiores alterações nesses compostos

ocorreram na embalagem de PP.

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REFERÊNCIAS

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123

CAPÍTULO IV

EFEITO DAS EMBALAGENS NA ESTABILIDADE SENSORIAL DE

GELEIAS DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO DURANTE O

ARMAZENAMENTO

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124

RESUMO

Geleias são produtos de frutas e representam boa opção de conservação de frutas, já que estas

são perecíveis. Porém, durante o armazenamento destes produtos, a degradação de compostos

que afetam as características sensoriais como coloração, textura e sabor podem ser percebidos

pelo consumidor, afetando sua aceitação. Em geleias de frutas, as principais alterações que

podem prejudicar a aceitação sensorial estão relacionadas com textura e sabor. Geleias de frutas

de baixo valor calórico, onde são usados edulcorantes em sua composição, podem possuir um

sabor residual amargo e tal característica pode se tornar acentuada durante o armazenamento.

A embalagem utilizada pode influenciar a aceitação sensorial pois pode favorecer maior ou

menor alterações física e físico-química, influenciando na percepção do consumidor. Diante

disso, o objetivo deste capítulo foi avaliar a influência das embalagens na estabilidade sensorial

de geleias de laranja de baixo valor calórico durante o armazenamento. Para tanto, foram

realizadas análises sensoriais de Tempo Intensidade (TI) para o sabor doce das geleias e

Dominância Temporal de Sensações (TDS), utilizando provadores previamente treinados. As

análises foram realizadas no tempo 0 e após 90 e 180 dias de armazenamento. O planejamento

experimental foi um fatorial completo 2x3, sendo a embalagem (vidro e polipropileno) e o

tempo de armazenamento (0, 90 e 180 dias) os fatores de estudo. Os resultados foram

computados em software Sensomaker e foi utilizado ANOVA, e teste de Tukey a nível de 5%

de significância. Os resultados demonstraram que houve alteração do perfil Tempo Intensidade

e Dominância Temporal de Sensações após 90 dias de armazenamento, onde o gosto doce

passou a ser mais intenso e dominante em ambas embalagens. As embalagens não influenciaram

significamente os parâmetros analisados. Portanto, para o perfil sensorial das geleias de laranja

de baixo valor calórico, ambas embalagens promoveram aumento do gosto doce durante o

armazenamento.

Palavras-chave: vida útil, perfil sensorial, tempo-intensidade, dominância temporal de

sensações.

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125

ABSTRACT

Jellies are fruit products and are a good choice for fruit preservation, as these are

perishable. However, during the storage of these products, the degradation of

compounds that affect sensorial characteristics such as color, texture and taste can be

perceived by the consumer, affecting its acceptance. In fruit jellies, the major changes

that may impair sensory acceptance are related to texture and taste. Low-calorie fruit

jellies, where sweeteners are used in their composition, may have a bitter residual taste

and such characteristic may become accentuated during storage. The packaging used

may influence the sensorial acceptance because it may favor greater or less physical and

physicochemical alterations, influencing the consumer perception. Therefore, the

objective of this chapter was to evaluate the influence of the packages on the sensory

stability of low calorie orange jellies during storage. For that, sensorial analyzes of Time

Intensity (TI) were performed for the sweet taste of jellies and Temporal Dominance of

Sensations (TDS), using previously trained tasters. The analyzes were performed at time

0 and after 90 and 180 days of storage. The experimental design was a complete 2x3

factorial, the packaging (glass and polypropylene) and storage time (0, 90 and 180 days)

being the study factors. The results were computed in Sensomaker software and

ANOVA was used, and Tukey's test at a 5% level of significance. The results showed

that there was a change in the profile Time Intensity and Temporal Dominance of

Sensations after 90 days of storage, where sweet taste became more intense and

dominant in both packages. The packages did not significantly influence the analyzed

parameters. Therefore, for the sensorial profile of low-calorie orange jellies, both

packages promoted increased sweet taste during storage.

Keywords: shelf life, sensorial profile, time-intensity, temporal dominance of

sensations.

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126

1 METODOLOGIA

1.1 PROCESSAMENTO DAS LARANJAS (PERA RIO) E ELABORAÇÃO DAS GELEIAS

DE LARANJA DE BAIXO VALOR CALÓRICO

A metodologia para o processamento das laranjas e a elaboração das geleias de laranja

de baixo valor calórico foram de acordo com os itens 1.2.1 e 1.2.2 do capítulo II deste

trabalho.

1.2 AVALIAÇÃO SENSORIAL

A avaliação sensorial constante nesta pesquisa faz parte do projeto intitulado

“Avaliação do efeito sinérgico e da estabilidade dos agentes gelificantes em doces e geleias de

frutas de baixo valor calórico”, portanto já foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa n° 32888814.6.0000.5150 (Anexo I).

1.2.1. TESTE DE DOMINÂNCIA TEMPORAL DAS SENSAÇÕES (TDS) E TEMPO-INTENSIDADE (TI)

1.2.1.1 Seleção de provadores para TI e TDS

Para recrutamento dos participantes do painel sensorial foram distribuídos 40

questionários (Anexo II), a fim de conhecer as preferências dos possíveis provadores sobre

frequência de consumo de geleia, restrição alimentar, consumo de produtos com redução ou

sem adição de açúcar, disponibilidade de tempo e interesse em participar do projeto.

Os questionários respondidos foram analisados, e de acordo com os critérios “frequência

de consumo de geleia” e/ou “hábito de consumir produtos de baixo valor calórico ou isentos de

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127

açúcar”, os provadores foram pré-selecionados para o treinamento, por meio do método

sequencial de Wald (AMERINE et al., 1965), no qual foram aplicados vários testes triangulares

com duas amostras de geleias.

A partir dos parâmetros definidos (P = 0,30, p1 = 0,70, α = 0,10, β = 0,10), foi construído

o gráfico de Wald e os provadores foram selecionados ou rejeitados de acordo com o número

de acertos analisados no gráfico (SOUZA et al., 2011).

1.2.1.2 Tempo-intensidade (TI)

Os provadores selecionados (12) foram treinados para a familiarização com a escala e

com a coleta de dados na análise de tempo-intensidade.

As análises foram conduzidas de forma monádica e apresentadas em ordem

balanceada, em três repetições, nas quais os provadores utilizaram computadores para avaliar a

intensidade do gosto doce das amostras por um tempo que foi definido por meio de testes

prévios.

Os parâmetros tempo-intensidade avaliados para o gosto doce foram Imax (intensidade

máxima), TI5% (tempo para se alcançar 5% da intensidade máxima do lado crescente da curva),

TD5% (tempo para se alcançar 5% da intensidade máxima no lado decrescente da curva),

TI90% (tempo para se alcançar 90% da intensidade máxima do lado crescente da curva),

TD90% (tempo para se alcançar 90% da intensidade máxima no lado decrescente da curva),

Platô (intervalo de tempo, no qual a intensidade permanece acima de 90% da intensidade

máxima) e Área (região abaixo da curva).

1.2.1.3 Dominância Temporal das Sensações (TDS)

Para a análise de dominância temporal das sensações participaram os mesmos

provadores selecionados anteriormente. Esses provadores foram treinados para se familiarizar

com o teste e com os atributos sensoriais. As amostras de geleias foram avaliadas em triplicata.

Os provadores foram solicitados a determinar o sabor dominante ao longo do tempo de análise

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128

(35 s) (foi definido por meio de pré-testes). Para esclarecimento, foi explicado aos provadores

que a sensação dominante é aquela que se destaca e é percebida com maior clareza entre as

demais (SOUZA et al., 2013). Em seguida, as amostras foram oferecidas em ordem monádica

e de acordo com a ordem de apresentação das amostras sugeridas por Macfie et al. (1989), em

copos plásticos brancos descartáveis codificados com números de três dígitos, e os participantes

foram instruídos a colocar a amostra na boca e iniciar a análise. Os atributos avaliados foram

definidos em pré-testes com auxílio dos provadores e com base em trabalhos anteriores.

1.3 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Utilizou-se um planejamento experimental com delineamento inteiramente

casualizado (DIC) disposto em esquema fatorial completo 2x3, em triplicata, com dois tipos de

embalagem (vidro e de polipropileno) e sete tempos de armazenamento (0, 90 e 180 dias) os

fatores em estudo.

A aquisição e análise dos dados do teste Tempo Intensidade foi realizada por meio do

programa SensoMaker, versão 1.91, UFLA, Lavras-Brasil (NUNES; PINHEIRO, 2013).

Os resultados obtidos por provador e para cada parâmetro da curva de tempo-

intensidade foram analisados pela Análise de Variância (ANOVA), com as fontes de variação

amostra e repetição. Foram dispensados os provadores que obtiveram probabilidade para Famostra

maior ou igual a 0,5 e probabilidade para Frepetição menor ou igual a 0,05 em pelo menos um dos

parâmetros, ou seja, foram excluídos os provadores que não apresentaram capacidade de

discriminar as amostras e que não apresentaram repetibilidade.

Os resultados da análise de Tempo Intensidade para os parâmetros de doçura foram

analisados por meio de teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Para a aquisição de dados e geração de resultados do teste de dominância temporal das

sensações foi utilizado o software SensoMaker versão 1.91 (NUNES; PINHEIRO, 2013). Tal

programa emprega a metodologia de Pineau et al. (2009) para calcular as curvas de TDS. No

gráfico obtido são desenhadas duas linhas, a "linha do acaso" e a "linha de significância". A

"linha do acaso é a taxa de dominância que um atributo pode obter por acaso e sem critério pelo

provador, e ―linha de significância é o valor mínimo que a taxa de dominância de determinado

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129

atributo deve obter para ser considerado significativa e relevante (PINEAU et al., 2009). Tais

linhas são calculadas utilizando o intervalo de confiança de uma proporção binomial baseado

em uma aproximação normal, de acordo com Pineau et al. (2009) (Equação 4).

n

PPPPs

)1(645,1 00

0

Eq 4

Onde Ps indica o menor valor de proporção significativa (α = 0,05) em qualquer ponto

no tempo para uma curva de TDS; Po= 1/p, sendo p número de atributos; n representa o número

de indivíduos * repetição.

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 3 apresenta os resultados do teste Tempo-Intensidade para geleias de laranja

de baixo valor calórico em função do tempo de armazenamento (0, 90 e 180 dias) e da

embalagem utilizada (vidro e PP).

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130

Tabela 3: Médias dos parâmetros do Tempo-intensidade para gosto doce das geleias de baixo

valor calórico em relação ao tempo de armazenamento e à embalagem utilizada.

PARÂMETROS EMBALAGEM TEMPO

0 90 180

I_max

Polipropileno 9±1,88 Aa 8,97±1,89 Aa 8,99±1,31 Aa

Vidro 9±1,89 Aa 9,08±1,22 Aa 9±1,68 Aa

TI_5%

Polipropileno 1±0,99 Aa 1,34±1,54 Aa 1,28±1,6 Aa

Vidro 1±0,99 Aa 1,08±1,2 Aa 1±1,55 Aa

TD_5%

Polipropileno 24±6,5 Ab 27,86±5,97 Aa 25,84±5,83 Aab

Vidro 24±6,5 Ab 26,9±5,86 Aa 27±6,49 Aa

TI_90%

Polipropileno 7±2,66 Ab 6,64±3,76 Ab 8,46±3,28 Aa

Vidro 7±2,66 Aab 6,48±3,16 Ab 8±2,6 Aa

TD_90%

Polipropileno 13±3,97 Ab 13,76±9,63 Aab 14,76±3,99 Aa

Vidro 13±3,97 Aab 12,22±4,04 Ab 15±4,32 Aa

Plateau_90%

Polipropileno 6±2,92 Aa 6,37±3,09 Aa 6,3±3,05 Aa

Vidro 6±2,92 Aab 5,74±2,65 Ab 7±3,76 Aa

Área

Polipropileno 122±49,24 Ab 175,87±158,29 Aa 138,19±46,19 Ab

Vidro 122±49,24 Aa 136,03±39,08 Ba 135±38,25 Aa

Médias ± desvio-padrão seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha

não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Os resultados demonstraram que houve diferença significativa (p≤0,05) no perfil de

tempo-intensidade das geleias em ambas as embalagens. Os parâmetros alterados foram

TD_5%, TI_90%, TD_90% e área da curva (p≤0,05)

O TD_5% sofreu influência do tempo de armazenamento, sendo que as maiores médias

foram encontradas a partir de 90 dias somente na embalagem de vidro. Isso indica que o gosto

doce permaneceu alto até o final da análise a partir de 90 dias de armazenamento nesta

embalagem, pois ao final da curva as médias ainda eram altas.

Os valores de TI_90% e TD_90% foram mais altos aos 180 dias de armazenamento

somente na embalagem de PP, indicando que o gosto doce foi mais acentuado ao final do

armazenamento nesta embalagem.

O parâmetro área da curva não apresentou diferença significativa (p>0,05) em relação

ao tempo de armazenamento, mas apresentou diferença significativa (p≤0,05) em relação à

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131

embalagem apenas aos 90 dias de armazenamento, com maiores médias para a embalagem de

PP, indicando que o gosto doce persistiu por mais tempo de análise nessa embalagem aos 90

dias.

Os resultados das análises físico-químicas apresentados no Cap. 2 (Tabela 1)

demonstraram que houve tendência a estabilidade de açúcares totais durante o armazenamento,

porém aos 150 e 180 dias houve um aumento significativo. Esse pode ser o fator desencadeante

do aumento da intensidade de gosto doce nas geleias de laranja de baixo valor calórico ao final

do armazenamento. Fisk et al. (2006) avaliaram o efeito da maturação e tempo de

armazenamento de kiwi nas características sensoriais, físico-químicas e nutricionais e foi

possível perceber que o aumento de sólidos solúveis influenciou as características sensoriais

dos frutos, principalmente no que diz respeito ao gosto doce e aroma. Porém, Bett et al. (2001)

não encontraram correlação entre o teor de açúcares totais e o sabor doce em maçãs gala durante

o armazenamento. Neste trabalho não houve diferença significativa no teor de açúcares totais,

mas houve aumento da intensidade de sabor doce durante o armazenamento das frutas. Os

autores relacionaram esse fato com possíveis mudanças em concentrações de ácidos orgânicos,

que podem mascarar a doçura.

As Figuras 22, 23 e 24 apresentam os resultados da análise TDS para a geleia de laranja

de baixo valor calórico nos tempos 0, 90 e 180.

Figura 22: Perfil TDS para geleia de laranja de baixo valor calórico no tempo 0 para

embalagem de polipropileno à esquerda e vidro à direita.

0 5 10 15 20 25 30 350

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Dom

inance R

ate

Time (sec.)

doce

ácido

saborde

laranja

amargo

Chance

Sig. Level

0 5 10 15 20 25 30 350

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Dom

inance R

ate

Time (sec.)

doce

ácido

saborde

laranja

amargo

Chance

Sig. Level

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132

Figura 23: Perfil TDS para geleia de laranja de baixo valor calórico no tempo 90 para

embalagem de polipropileno à esquerda e vidro à direita.

Figura 24: Perfil TDS para geleia de laranja de baixo valor calórico no tempo 180 para

embalagem de polipropileno à esquerda e vidro à direita.

O resultado da análise de dominância temporal de sensações (TDS) demonstra a

evolução do sabor dominante ao longo do armazenamento. O sabor de laranja foi o dominante

no tempo 0 em ambas as embalagens. A partir de 90 dias de armazenamento, o sabor doce foi

dominante até 20 segundos de análise e em seguida, o sabor de laranja passou a ser dominante,

até o final da análise (35 segundos), em ambas as embalagens. Aos 180 dias, o gosto doce foi

0 5 10 15 20 25 30 350

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Dom

inance R

ate

Time (sec.)

ácido

amargo

doce

saborde

laranja

Chance

Sig. Level

0 5 10 15 20 25 30 350

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Dom

inance R

ate

Time (sec.)

ácido

amargo

doce

saborde

laranja

Chance

Sig. Level

0 5 10 15 20 25 30 350

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

Dom

inance R

ate

Time (sec.)

ácido

amargo

doce

saborde

laranja

adstringente

Chance

Sig. Level

0 5 10 15 20 25 30 350

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

Dom

inance R

ate

Time (sec.)

ácido

amargo

doce

saborde

laranja

adstringente

Chance

Sig. Level

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133

mais dominante, prevalecendo até aproximadamente 15 segundos de análise e, em seguida, o

sabor de laranja passou a ser dominante até o final da análise na embalagem de PP. Já na

embalagem de vidro, o gosto doce permaneceu dominante por mais tempo, até

aproximadamente 20 segundos de análise e, em seguida, o sabor de laranja passou a ser

dominante. Isso pode ter sido consequência do aumento de açúcares totais ao longo do

armazenamento, como demonstrado nas análises físico-químicas. Os perfis temporais para a

sensação dominante de um produto dependem da composição e estrutura do produto (DÉLÉRIS

et al., 2011). O sabor de laranja é mais dominante devido à maior proporção desse ingrediente

na geleia. Além disso, o uso de alguns edulcorantes pode intensificar o sabor da fruta

(UMBELINO, 2005). Apesar de a geleia possuir menor quantidade de açúcar em sua

formulação, o sabor doce foi bem percebido, pois os edulcorantes utilizados em sua composição

se assemelham bastante com a doçura da sacarose (SOUZA et al., 2013a). Morais et al. (2014)

estudaram a dominância temporal de sensações e análise de tempo-intensidade para chocolates

formulados com prebióticos e diferentes edulcorantes. Os autores perceberam que os chocolates

adoçados com sucralose e aspartame apresentam perfil TDS mais semelhante aos chocolates

adoçados com sucralose.

Os resultados do TDS são coerentes com os resultados do TI, indicando que ao final do

armazenamento, o gosto doce foi mais percebido pelos provadores. Esse incremento do sabor

doce ao final do armazenamento pode melhorar a aceitação das geleias, visto que o gosto doce

é um atributo bem aceito. Alves et al. (2008) avaliaram o perfil tempo-intensidade e o mapa de

preferência de diferentes formulações de geleia de morango e, foi possível perceber que as

geleias mais aceitas foram as que apresentaram equilíbrio entre o sabor de morango e sabor

doce. O sabor ácido não foi bem aceito pelos provadores. Oliveira (2009) avaliaram as

alterações na qualidade do doce em calda do albedo de maracujá durante 165 dias de

armazenamento. A análise sensorial demonstrou que, ao final do armazenamento, os doces que

tiveram maior nota para doçura obtiveram concomitantemente maior preferência pelos

avaliadores. Esses doces apresentaram aumento de açúcares redutores durante o

armazenamento, que se incorporaram à calda, aumentando o sabor doce.

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3 CONCLUSÃO

Os resultados da análise sensorial demonstram que as geleias de laranja de baixo valor

calórico apresentaram aumento do sabor doce ao longo do armazenamento, demonstrado pelos

testes tempo-intensidade e dominância temporal de sensações. As embalagens não

influenciaram significativamente as alterações sensoriais ocorridas, sendo presentes em ambas

as embalagens. Apesar desse aumento de sabor doce, o sabor de laranja também foi dominante

durante o armazenamento, conforme demonstrado no teste de dominância temporal de

sensações. A vida útil das geleias de laranja de baixo valor calórico em relação aos aspectos

sensoriais foi de 180 dias.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO I

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ANEXO II

Ficha de recrutamento para Análise Sensorial de geleia de laranja convencional e de

baixo valor calórico

Nome:_________________________________________________________________

E-mail:________________________________________________________________

Telefone: ( ) _______________

Faixa etária:( ) 18 a 22 anos ( ) 23 a 27 anos ( ) 28 a 32 anos ( ) 33 a 37 anos ( )

Mais de 37 anos.

1- Você consome geleia de frutas?

( ) SIM ( ) NÃO*

*Para seguir com o questionário, é necessário consumir geleia.

2- Com qual frequência você consome geleia de frutas?

( ) Raramente (Algumas vezes ao ano)

( ) Às vezes (Ao menos uma vez por mês)

( ) Frequentemente (Ao menos uma vez por semana)

( ) Diariamente (Todos os dias da semana)

( ) Outro. ________________________________________

3- Você consome produtos com redução de açúcar e/ou sem adição de açúcar?

( ) SIM ( ) NÃO

4- Você possui alguma restrição alimentar, principalmente relacionada ao consumo de açúcar?

( ) SIM. Qual?_______________________________________________________

( ) NÃO

5- Você gosta de geleia de laranja?

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( ) SIM ( ) NÃO

6- Você gostaria de participar da análise sensorial de geleia de laranja?

( ) SIM ( ) NÃO

7- Cite alimentos e/ou ingredientes que você desgoste

muito:______________________________________________________________________

_________________________________________________________________

8- Cite um alimento que seja:

Adstringente

Pungente

Amargo

Ácido

Consistente

Que grude nos

dentes ao ser

mastigado

10- Você é fumante?

( ) SIM ( ) NÃO

11- Você está tomando alguma medicação que poderia influenciar sua capacidade de perceber

odores e sabores?

( ) SIM ( ) NÃO

12- Atualmente você:

( ) Somente estuda.

( ) Estuda e trabalha.

( ) Outro. _____________________________________________________________

13- Qual a sua disponibilidade de horário para realizar as análises?

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

Entraremos em contato. Gratidão!!