Hermeneutica- uridica

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Hermenutica Hermenutica desvelar o sentido da norma jurdica. Serve para que se tenha um instrumental para o direito essencial para todos os campos do direito. Em 1924, Carlos Maximiliano foi o 1 expoente a escrever sobre Hermenutica. Sua obra passou a ser estudada nas faculdades de Direito. Hoje, houve muitos acrscimos, muitos por influncia europia. A obra de Maximiliano foi baseada na escola francesa. Hermenutica uma temtica filosfica. Interpretao clssica Interpretar a lei, que tem o espectro da fala (ex. sermo). Quem interpreta quem est preparado. Com isso se passa a excluir os outros. Segundo a vertente Contempornea, isto passou a ser questionado. A compreenso o existencial humano, e com isto todos podem interpretar, abrindo-se para que se tenha uma sociedade que possa interpretar. Mas isso no quer dizer que se precise de mtodos Os mtodos clssicos de interpretao hoje so insuficientes e servem apenas como preparao da interpretao. Algumas teorias: Teoria da Normatividade ps-positivista; superou o positivismo. Teoria dos Princpios e das Regras. Hermenutica segundo a perspectiva clssica, significa o desvelamento do sentido da norma jurdica por intermdio do emprego de mtodos de interpretao. Portanto, Hermenutica a prpria instncia cientfica que se ocupa de sistematizar os mtodos, regras, procedimentos e tcnicas de interpretao. Esta, por sua vez, significa a prpria revelao normativa. Observa-se, pois, que segundo a teoria clssica, os termos HERMENUTICA e INTERPRETAO tm significado distintos. Todavia, consoante a Teoria Contempornea, HERMENUTICA e INTERPRETAO passam a ter o mesmo significado: a elaborao da prpria compreenso. Esta definio apresentada por Martin Heidegger em sua obra intitulada Ser e Tempo.

O Direito no prescinde da linguagem, que no precisa ser escrita, pode ser oral, ou no pensamento. A doutrina, mesmo escrita, se faz pela linguagem. Todo intrprete tem o compromisso de no fazer pr-juzos. Precisa-se de ethos (moral) para ser intrprete, para no se deixar influenciar por prjulgamentos. Comprometer-se com o razovel e o possvel. Hermenutica => descobrir o sentido da norma e textos jurdico. No sentido mitolgico o que se tem a traduo, que ainda acontece. Historicamente, sempre coube ao jurista uma maior responsabilidade ao traduzir. No basta a traduo literal, necessrio se ver o lugar, os costumes, para se saber o sentido empregado das palavras, que podem ter mais de um sentido. ex: traduo sermo mitolgica parbolas Na rea do direito, busca-se a traduo, e o fio condutor a linguagem. No se tem como fazer uma transmisso dos conhecimentos sem a linguagem, por isso se diz que na linguagem est o problema hermenutico. Tm palavras que oferecem um certo obstculo para o intrprete clssico. Para o intrprete contemporneo, estas palavras so condio de possibilidade, porque so as palavras que oferecem mais possibilidades para trabalhar. Hermenutica clssica o que perdura no tempo, para que possa fazer a transposio. Segundo a hermenutica clssica, a interpretao tem conceito diferente do que hermenutica. Conceito de hermenutica Hermenutica, segundo a Teoria Clssica significa a prpria instncia cientfica que se ocupa da sistematizao dos mtodos, regras, processos e tcnicas de interpretao. Interpretao, diferentemente, vem a significar a prpria arte de revelao do sentido da norma jurdica pelo intrprete.

Hermenutica, porm, segundo a Teoria Contempornea, a prpria elaborao de compreenso. Neste sentido, no h que se falar de distino entre interpretao e hermenutica, consoante os ditames da viso Contempornea. Quais so os mtodos clssicos da interpretao? Segundo a perspectiva de Savigny, os mtodos clssicos de interpretao so: lgico ( imprescindvel a anlise do todo em relao parte e da parte em relao ao todo. Interpretar a norma como um todo. Parte do mtodo dedutivo), sistemtico e histrico (motivos ocasionais occasio legis as circunstncias e os momentos histricos em que foi feita a lei. A lei sempre reflete as circunstncias vividas pela sociedade). Segundo a perspectiva de Betti, os mtodos so: interpretao gramatical e interpretao psicolgica. Estes mtodos cumprem uma funo muito restrita, servem como forma de introduo interpretao. Hermenutica, em um primeiro momento, significa expressar, interpretar e traduzir. Traduo o clssico exemplo de introduzir (Gadamer). Atualmente, necessrio alm de interpretar, compreender, o que evidencia uma mudana de comportamento da sociedade (poca do sermo). preciso considerar que as pessoas tm pr-compreenso das coisas, que podem revisar seus posicinamentos. A tradio um elemento da interpretao. No se tem como chegar a uma nica interpretao correta, porque sempre haver a possibilidade de ser interpretado de uma maneira diferente. Segundo a Hermenutica Contempornea, o texto da norma puramente gramatical, enquanto que a norma jurdica o que dever ser criado pelo intrprete, em razo de uma lide que envolve determinadas partes. Ser criada na sentena.

Na viso contempornea, no se empregam mais os mtodos, porque no se pode resolver os litgios da mesma forma, pois cada caso um caso. A CF representa a tradio do direito. Hermenutica o meio pelo qual se aperfeioa e modifica o direito. HISTORIADOR X JURISTA (busca reconstruir/ (a ele compete interpretar/ reproduzir o fato histrico criar a norma. So os cientistas) Hermes representa a mitologia grega (j havia interpretao logos apofntico). As palavras so smbolos e expresso da alma, com mais razo ainda, necessita-se cuidar do vocabulrio. Sentido lato a interpretao pode abarcar a interpretao artstica, musical, psicolgica, sociolgica, especulativa de sentido da vida ou do mundo (interpretao teatral), i.e, a interpretao em sentido amplo direcionada conforme o objeto a ser interpretado. Sentido estrito - a interpretao refere-se ao interpretativa diante de um texto fixado graficamente. No D. Romano, a interpretao era subsidiria. S surgia em caso de ausncia dos dogmas, das leis. A linguagem importante para a interpretao. Os mtodos so utilizados como forma preparatria de interpretao. Hoje, pode-se usar os mtodos lgico e literal (ex. testamento, contratos). No trabalho preparatrio: primeiro vai se trabalhar com a semntica. S se pode verificar qual o sentido dependendo do caso. Heideger o defensor da prtica dos tericos. Para ele, todos tm prtica, de maneiras distintas. O direito respira filosofia, porque o direito depende do que se entende do que direito, quais as fontes do direito, para ser entendido. necessrio ter habilidade investigativa para o direito, ter conhecimento um pouco de todas as demais reas para poder atuar. Precisa ter a prtica.

A Hermenutica jurdica (ambiental ou no) s se justifica quando serve dignidade e natureza humana. Todavia, em no servindo dignidade e natureza humana, pode ser utilizada para justificar verdadeiros absurdos jurdicos que, na maioria das vezes, em sendo legalizados (lei, portarias, MP), transformam-se em formas de explorao economia, social e poltica (Gadamer fornecido pelo colega da outra sala). Na perspectiva contempornea, quase que destrumos os mtodos, sendo que os principais fundamentos da hermenutica contempornea so: compreenso, tradio e pr-compreenso ou pr-estrutura. Houve uma reviso de conceitos na hermenutica contempornea. Temos de ter conscincia histrica para saber quais nossos prjulgamentos, para control-los e fazer a interpretao da forma mais isenta possvel. Tem de se ter a capacidade para saber quando pode agir, at quando agir, para quem dizer. O hermeneuta deve saber ouvir, porque as vezes o dito est no no dito. No passado dizia-se que s interpretava quem possua os mtodos. A Hermenutica clssica est vinculada a regras, mtodos, processos, sistematizao, e tcnicas de interpretao. signum o termo, a palavra significado o que corresponde a palavra. sintaxe um signum, um significado Para a semntica, um signum pode ter vrios significados Para a pragmtica, vai depender do contexto em que a palavra utilizada. No direito, quase sempre empregaremos a semntica ou pragmtica. Por que pode se afirmar que a hermenutica muito mais do que mtodo? Porque na viso contempornea, necessrio, fundamentalmente, a compreenso, tradio e pr-compreenso. Ao intrprete no basta aplicar os mtodos, necessrio ter conscincia histrica, para saber seus prjulgamentos, para control-los e fazer a interpretao da forma mais isenta possvel. O hermeneuta deve saber quando agir, quando no agir, o que dizer, para quem dizer, e saber ouvir, porque s vezes o dito est no no dito. I Interpretao Jurdica e Circunstncias Interpretativas 1.1 Interpretao em sentido lato 1.2 Interpretao em sentido estrito

1.3 Interpretao reprodutiva 1.4 Interpretao contemplativa 1.5 Circunstncias interpretativas 1.5.1 Circunstncia literal ou gramatical 1.5.2 Circunstncia lgica 1.5.3 Circunstncia hitrica 1.5.4 Circunstncia sistemtica 1.6 Aspecto teleolgico da interpretao 1.6.1 O art. 5 da LICC 1.6.2 Demais dispositivos. Circunstncia se faz aluso a Emlio Betti, que tem a obra Teoria General Della Interpretazione. Emilio Betti tem pensamento peculiar, no utiliza a expresso mtodo, regras, mas circunstncias. Esclareceu que a interpretao em sentido lato ou amplo vem a significar a interpretao musical, artstica, etc. A interpretao estrita a que se remete para a interpretao jurdica, porm, esta tem caractersticas prprias, de ser REPRODUTIVA. Interpretao reprodutiva aquela que implica em uma sntese recriadora. O intrprete percorre o iter gentico da lei. Faz um retrospecto para ver a inteno do legislador. Isto a repoduo. (Re)produz o que est na letra fria da lei. Emilio Betti um clssico. Quem um mero mediano apenas reproduz. O intrprete que um clssico. Cega pensante letra fria da lei. Eficcia jurdica aptido formal que uma lei tem para ter eficcia jurdica. Se a lei padece de algum requisito pode no ter eficcia jurdica. Eficcia social realizao/concretizao do direito, no mbito social efetividade. Mesmo que no tenha efetividade, a CF garante. Quando interpretamos de modo a nos preocupar com a efetividade, passamos a no mais reproduzir. Reproduzir interpretar a letra fria da lei. A reproduo jurdica traslada a lei como originalmente est.

Se se interpretar de modo a reproduzir a lei, pode-se dar a ateno em conferir a vontade da lei ou a vontade do legislador (que reporta a um sentido psicologizado, que difcil, porque no se pode saber o que est na mente do legislador). Interpretao reprodutiva = vontade da lei ou vontade do legislador. Uma vez criada a lei, resta que venhamos a interpretar, o que gera uma movimentao prospectiva (realizada pelo criador da lei), e retrospectiva (realizada pelo intrprete). Interpretao reprodutiva oportunidade de interpretarmos com base na lei ou na vontade do legislador. Raramente a inteno do legislador est revelada na lei, e por isso preciso desvelar. Certeza jurdica respaldo da lei. Atestar direitos erga ominis feito pela lei. Precisa ser certo em relao aos demais. Vontade da lei interpretao objetiva o ponto de vista o texto da lei. Faz-se um movimento prospectivo para o futuro. Vontade do legislador interpretao subjetiva o ponto de vista a vontade do legislador. Faz-se um movimento retrospectivo a fim de verificar a inteno do legislador, os reais motivos pelos quais a lei foi feita de determinado modo. Com o auxlio da ocasio legis (ocasio da lei) se verifica a vontade do legislador, se faz a busca pela inteno do legislador, que no est ligada ao aspecto histrico. Para poder interpretar, utilzamos circunstncias: filolgica, histrica, sociolgica, lgica, sistemtica. Circunstncia filolgica h 2 critrios: gramatical-literal e psicolgico. Interpretar segundo a vontade da lei proporciona mais certeza, e seria mais facilitado se utilizar as circunstncias. Critrio gramatical- literal utilizado para se interpretar com base na vontade da lei, porque se parte do texto da lei. Interpretao autntica j feita pelo legislador ao criar a lei. Interpretao declaratria o intrprete atesta o que est solar na lei.

Circunstncia histrica inteno do legislador se interpreta as circunstncias histricas, tem como cerne a ocasio legis, a revelao dos fatores histricos que levou criao da lei. Circunstncia sociolgica alguns autores consideram mtodo histricoevolutivo, mtodo sociolgico-teleolgico ou mtodo histrico-sociolgico. Implica em que o intrprete deve conferir ateno aos novos valores sociais, Anlise da mutao, do significado dos valores que esto presentes no momento. Circunstncia sistemtica reunio de todos os elementos e circunstncias jurdicas que o intrprete deve ter em mos (leis, tratados, etc.) Defina interpretao reprodutiva segundo Emilio Betti: Compreende dois momentos: o primeiro, de carter intelectivo ou meramente cognoscitivo, que responde ao problema da plena conscincia e da exata inteligncia dos valores expressos no texto; o segundo, de carter epistemolgico, que requer o intrprete distanciar-se de todo arbtrio e responde ao problema de re(expressar) a intuio ou a idia j objetivada em uma forma representativa em uma sntese re(criativa) na qual o original constitui a vivncia do intrprete. Em suma, consiste em reproduzir o sentido do texto restitudo na dimenso do tempo e configurado em uma nova forma representativa tal qual o sentido dado pelo autor. Enuncie as principais distines enrte interpretao contemplativa e interpretao reprodutiva: A interpretao reprodutiva tem uma caracterstica prpria, que a fidelidade na representao e a sua observncia. O texto funciona como termo de comparao e controle do grau de fidelidade na reproduo. prprio desta interpretao (reprodutiva) transferir o sentido encontrato no texto original sobre uma dimenso nova e diversa com a construo de uma forma representativa, pela qual o texto fornece o ponto de partida e a base vinculativa para o intrprete na realizao do processo de recriao destinado a trazer o sentido viva atualidade. Reprodutiva recriao atualizadora. Percorremos o iter de criao da lei. Sntese recreadora fazer a atualizao do sentido da prpria norma. A interpretao contemplativa tem como funo reconhecer e reconstruir o sentido complexivo do texto segundo o pensamento do autor enquadrado na totalidade espiritual. Busca pela inteno do autor/legislador. Busca a inteno do autor/legislador, sem atualizar (voluntas legislatoris).

Quais so as circunstncias interpretativas? Explique-as. As circunstncias so: filolgica, histrica e teleolgica. A circunstncia filolgica possui 2 critrios de interpretao: gramatical ou literal e psicolgico. O critrio gramatical utilizado para se interpretar com base na vontade da lei porque se parte do texto da lei. O critro psicolgico tem seu fundamento na unidade do discurso, que constituda pelo impulso germinal (princpio, origem, causa) do pensamento e a composio pela qual so desenvolvidas e coordenadas as sucessivas idiais. Diz respeito inteno do legislador. A circunstncia histrica. Tem coo cerne a ocasio legis, a revelao dos fatores histricos que levaram criao da lei. Aspecto teleolgico - Toda interpretao teleolgica porque finalstica, tal qual a expresso de Gadamer em que a interpretao corresponde um propsito determinado. possvel afirmar-se que toda interpretao teleolgica? Por qu? Sim. Porque o que mais interessa em uma teoria hermenutica so os critrios a serem adotados na interpretao dos comportamentos relacionados ao interesse histrico na vida dos particulares nos organismos sociais, consistindo a interpretao, sob o aspecto teleolgico, na reconstruo ou na concatenao do ambiente histrico, das suas determinantes de ordem psicolgica ou de uma superior ordem axiolgica. Ademais, o art. 5 da LICC corrobora o aspecto teleolgico da interpretao, ao prescrever que o magistrado dever interpretar de acordo com os fins sociais e o bem comum. Toda interpretao teleolgica porque finalstica, tal qual a expresso de Gadamer em que a interpretao corresponde um propsito determinado. Explique o significado do fenmeno hermenutico o fenmeno diz respeito interpretao das circunstncias histricas e sociais que influcienciam no desenvolvimento do direito e da prpria elaborao das normas jurdicas. Em outras palavras, significa a interpretao da prpria tradio como critrio hermenuticoconstitucional. Interpretao contemplativa busca da inteno do autor/legislador, sem atualizar (voluntas legislatoris).

Intepretao reprodutiva percorremos o iter de criao da lei. Recriao atualizadora. Sntese recreadora fazer a atualizao do sentido da prpria norma. Disserte sobre a hermenutica contempornea versus a hermenutica jurdica clssica, inclusive posicionando-se sobre o debate a respeito da controvrsia voluntas legis versus voluntas legislatoris. A Hermenutica clssica a instncia cientifica que se ocupa da sistematizao, de mtodos, regras, processos e tcnicas de interpretao. Esta, por sua vez, a prpria arte de revelar a norma jurdica. A Hermenutica contemporncia significa a elaborao da prpria compreens. oEsta definio apresentada por Martin Heidegger em sua obra intitulada Ser e Tempo. Quando interpretamos segundo a literalidade da lei, no vamos nos preocupar com o que pensou o legislador. Portanto, estaramos fazendo uma interpretao objetiva, usando a voluntas legis.. Se buscarmos saber o que quis dizer o legislador vamos interpretar subjetivamente, segundo a voluntas legislatoris. Significa observar o carter psicolgico, no de adentrar a mente, mas verificar a inteno do legislador em criar a lei, Para tudo h uma inteno. Para saber a inteno no se consegue interpretar segundo o critrio gramatical. preciso utilizar o critrio psicolgico. I - Circunstncias interpretativas 1.1 Circunstncia filolgica 1.1.1 Critrio gramatical 1.1.2 Critrio psicolgico A controvrsia 1.2 O debate sobre a questo voluntas legis e voluntas legislatoris 1.3 Circunstncia histrica 1.3.1 A ocasio legis 1.3.2 O fenmeno hermenutico 1.4 Circunstncia sistemtica 1.5 Aspecto teleolgico da interpretao 1.5.1 O art. 5 da LICC (fins sociais e bem comum) 1.6 A interpretao em funo normativa 1.7 O aspecto interpretativo 1.8 Controle interpretativo

1.8.1 As funes dos mtodos de interpretao 1.8.2 A limitao dos mtodos de interpretao Emilio Betti representa a teoria clssica. Circunstncias pode tambm ser utilizada como regra. Retoma a poca, conjunto de dados. Tipos de interpretao: declaratria, autntica (prprio criador faz), pblica, privada. Na autntica o legislador j diz como deve ser interpretada a lei (ex. art. 11 do CTN). Circunstncia filolgica possui 2 critrios: gramatical e psicolgico. Filolgico vai interpretar literalmente segundo conhecimento da prpria lngua. Vai buscar o radical da palavra, se necessrio. Reporta-se para a origem do termo, para a origem da prpria lngua, que possui uma espiritualidade. A lngua carrega a espiritualidade de um povo. Critrio gramatical verificar-se a literalidade da lei. Critrio psicolgico a lngua carrega a espiritualidade (a vontade do povo) um momento preparatrio, ou se interpreta de acordo com o critrio gramatical ou psicolgico. O debate sobre a questo: voluntas legis e voluntas legislatoris Quando interpretamos segundo a literalidade da lei, no vamos nos preocupar com o que pensou o legislador. Portanto, estaramos usando a voluntas legis. Se buscarmos saber o que quis dizer o legislador vamos interpretar segundo a voluntas legislatoris. Se buscarmos usar metaforicamente, vamos verificar que toda lei expressa a vontade do povo. A lei deve conter o esprito do povo. So questes que sempre estiveram presentes no debate hermenutico. Se a lei contm a vontade do legislador, porque a lei a materializa, a vontade do legislador, acabamos por interpretar pela voluntas legislatoris, por fazer uma interpretao subjetivista. A voluntas legis interpretao objetivista, porque est objetivamente descrita a lei. Significa observar o carter psicolgico, no de adentrar a mente, mas verificar a inteno do legislador em criar a lei, Para tudo h uma inteno.

Para saber a inteno no se consegue interpretar segundo o critrio gramatical. preciso utilizar o critrio psicolgico. Circunstnca histrica ocasio legis (palavra principal). preciso verificar a ocasio da lei, o momento histrio da criao da lei, a revelao dos fatores histricos que levaram criao da lei, porque h fatores que levam a isso. A situao que se passou em determinada poca para que possamos buscar uma interpretao sobre o que passou. Fenmeno aspecto fenomnico, da espiritualidade de um povo, a tradio. Circunstncia sistemtica coeso lgica do ordenamento que deve ser resgatado. Significa que o intrprete deve observar a unicidade lgica do ordenamento jurdico, que se quebra quando se tem um desequilbrio de um subsistema (axiolgico, ftico, normativo). Quando se tem a norma, e no o valor se tem a quebra da unicidade lgica. Toda a interpretao tem uma finalidade porque cada vez que interpretamos estamos em funo normativa. Por isso toda a interpretao tem aspecto teleolgico. A norma tem o desiderato da Justia, que finalstico, logo teleolgico. Art. 5 da LICC fins sociais e bem comum eqidade. Para fazer Justia, preciso decidir com eqidade, que significa interpretar de acordo com os fins sociais e o bem comum. Eqidade tratamento equilibrado, segundo os fins sociais e do bem comum. No basta que se tenha a clareza de que a interpretao normativa reprodutiva um processo interpretativo que deve merecer um controle para ficarmos o mais prximo possvel do texto da lei. Para controlar, preciso utilizar os mtodos clssicos, elaborados por Savigny. Nos dias atuais, os mtodos contm limitaes servem para um trabalho preparatrio com o texto da lei, significa criar uma norma para um caso concreto, no significa que sejamos legisladores. Apontar o caminho para concretizar o direito. Criamos uma norma para cada caso concreto. Defina Hermenutica Jurdica segundo a Teoria Contempornea Hermenutica Jurdica a elaborao da prpria compreenso. Tem o mesmo significado que interpretao.

Defina Hermenutica Jurdica segundo a Teoria Clssica Hermenutica a prpria instncia cientfica que se ocupa de sistematizar os mtodos, regras, processos e tcnicas de interpretao. Interpretao, por sua vez, significa a arte da prpria revelao normativa. Disserte sob a Hermenutica Jurdica e a Hermenutica Filosfica Hermenutica Jurdica desvelar o sentido da norma jurdica. Serve para que se tenha um instrumental para o direito essencial para todos os campos do direito. Hermenutica filosfica representada pelo pensamento de Martin Heidegger e Hans Georg Gadamer. Trata-se de teoria contraposta ao mtodo, segundo a qual as verdades jurdicas no so absolutas e no podem ser obtidas apenas por meio de mtodos de interpretao. Deste modo que esta teoria causou verdadeiro impacto no mbito do direito, que at ento somente propugnava por respostas arrancadas da lei artavs dos mtodos clssicos de interpretao. Foi a partir da repercusso da hermenutica filosfica no direito que os critrios de interpretao deixaram de ser apenas metodolgicos, para serem considerados filosficos. Assim, os critrios da interpretao passaram a ser os seguintes: prcompreenso, compreenso e tradio. Alm disto, o crculo hermenutico deixou de se apresentar apenas entre o todo e as partes do texto da lei. Na verdade, expandiu-se para a esfera da tradio jurdico-constitucional. Quais so as circunstncais interpretativas? Explique-as; As circunstncias interpretativas so: filolgica, histrica e teleolgica. A circunstncia filolgica possui 2 critrios de interpretao: gramatical ou literal e psicolgico. O critrio gramatical utilizado para se interpretar com base na vontade da lei porque se parte do texto da lei. O critro psicolgico tem seu fundamento na unidade do discurso, que constituda pelo impulso germinal (princpio, origem, causa) do pensamento e a composio pela qual so desenvolvidas e coordenadas as sucessivas idiais. Diz respeito inteno do legislador. A circunstncia histrica. Tem coo cerne a ocasio legis, a revelao dos fatores histricos que levaram criao da lei. Aspecto teleolgico - Toda interpretao teleolgica porque finalstica, tal qual a expresso de Gadamer em que a interpretao corresponde um propsito determinado.

Explique o fenmeno hermenutico. O aspecto fenomnico diz respeito espiritualidade de um povo, a tradio, a funo social do direito. Refere-se interpretao das circunstncias histricas e sociais que influcienciam no desenvolvimento do direito e da prpria elaborao das normas jurdicas. Em outras palavras, significa a interpretao da prpria tradio como critrio hermenuticoconstitucional. Descreva o processo interpretativo O processo interpretativo realizado em duas fases: a fase da criao da lei e a fase de interpretao por parte do intrprete do direito, ou seja, realizase de modo retrospectivo, tal como uma sntese recriadora da lei. So necessrias, fundamentalmente, a compreenso, tradio e prcompreenso. Ao intrprete no basta aplicar os mtodos, necessrio ter conscincia histrica, para saber seus pr-julgamentos, para control-los e fazer a interpretao da forma mais isenta possvel. O hermeneuta deve saber quando agir, quando no agir, o que dizer, para quem dizer, e saber ouvir, porque as vezes o dito est no no dito. possvel afirmar-se que diante da clareza da lei cessa a interpretao? No, j que at para que se interprete a clareza j se est a realizar a prpria compreenso. preciso verificar a ocasio legis (ocasio da lei), a revelao dos fatores histricos que levaram criao da lei. A situao que se passou em determinada poca para que possamos buscar uma interpretao sobre o que passou e verificar a aplicao da lei no momento atual. Todo o intrprete tem de comprometer-se com o razovel e o possvel, a fim de interpretar a lei segundo o caso concreto. Toda a interpretao teleolgica. Por qu? Sim, pois em toda a interpretao se cumpre uma finalidade normativa. teleolgica porque tem uma finalidade, corresponde a um propsito determinado. Cada vez que interpretamos estamos em funo normativa. A norma tem o desiderato da Justia, que finalstico, logo teleolgico. Relacione Direito, Hermenutica e Linguagem. Esta relao se d medida que a linguagem o prprio fio condutor de realizao do direito e da hermenutica. O Direito no prescinde da

linguagem, que no precisa ser escrita. A doutrina, mesmo escrita, se faz pela linguagem. Na rea do direito, busca-se a traduo, e o fio condutor a linguagem. No se tem como fazer uma transmisso dos conhecimentos sem a linguagem, por isso se diz que na linguagem est o problema hermenutico. A linguagem importante para a interpretao. Tm palavras que oferecem um certo obstculo para o intrprete clssico. Para o intrprete contemporneo, estas palavras so condio de possibilidade, porque so as palavras que oferecem mais possibilidades para trabalhar. Por que possvel afirmar-se que a compreenso a prpria aplicao? A compreenso o existencial humano, e com isto todos podem interpretar, abrindo-se para que se tenha uma sociedade que possa interpretar. O intrprete do direito no tem a condio de possibilidade de aplicar algo distinto do que compreende. Em outros termos, j deve ter compreendido o que ir interpretar, portanto, aplicar. O art. 5 da LICC prescreve que o Juiz dever atender aos fins sociais e ao bem comum. Justifique. O art. 5 da LICC corrobora o aspecto teleolgico da interpretao, ao prescrever que o magistrado dever interpretar de acordo com os fins sociais e o bem comum. Ou seja, ao aplicar a lei, o Juiz deve decidir atendendo os fins sociais da lei e s exigncias do bem comum, adotando sempre a deciso que se reputar mais justa e eqanime. Prescreve atravs desta redao a finalidade no s desta norma jurdica, mas da prpria interpretao, que sempre est em funo normativa. A Escola da Exegese Em 1804, quando houve o movimento da codificao, a interpretao era feita com base nica e exclusivamente na letra da lei. A Escola da Exegese de vertente francesa, que teve perodo forte, que propugnava pela interpretao exclusivamente literal. No se utilizava de costumes, princpios, mas a letra pura da lei, no sentdo de arrancar a lei da lei. No admite mobilidade. Sistema fechado. No pode haver lacunas jurdicas. S a lei responde ao caso concreto. S existe o que est codificado, e deve ser interpretado literalmente. No admite antonomias (conflitos entre leis). Duas formas de interpretao:

Interpretao autntica - refere-se quela realizada pelo prprio legislador. Interpretao declaratria espcie de interpretao atrelada literalidade da lei. O Intrprete vai atestar o que j escrito na lei. Sistema jurdico formado por subsistemas normativo, axiolgico, ftico. Lacuna jurdica quebra da isomorfia entre os subsistemas que integram o sistema jurdico. Lacuna normativa falta da lei. Escola da Exegese no admite mobilidade. Sistema fechado. No pode haver lacunas jurdicas. S a lei responde ao caso concreto. S existe o que est codificado, e deve ser interpretado literalmente. No admite antonomias (conflitos entre leis). Hermenutica Jurdica: Teoria Clssica: Savigny, Betti, Carlos Maximiliano, Celso Bastos Teoria Contempornea: (1990) Gadamar, Heidegger. A hermenutica filosfica ocorreu na mesma poca da hermenutica jurdica, quando se comeou a ter critrios de interpretao: TRADIO, COMPREENSO E PR-COMPREENSO. O crculo hermenutico ganha uma expanso, e alm de olhar se tem uma coeso. Vai at a tradio constitucional. Amplia-se. Precisa-se de um esforo de interpretao muito maior. Compreenso um existencial humano, por isso se fala que quem a tem consegue interpretar os critrios hermenuticos. Permite que se diga que h uma interpretao aberta, porque no se est mais apegado a mtodos, mas um critrio existencial, que todos tm. A vertente contempornea foi influenciada pela hermenutica filosfica, com o pensamento de que a interpretao aberta. Reviso Interpretao objetiva ponto de partida da letra da lei. Interpreta subjetiva ponto de partida a vontade do legislador.

E. Betti: Circunstncia filolgica 2 critrios: Psicolgico interpretao subjetiva voluntas legislatorias Gramatical interpretao objetiva voluntas legis. Utiliza-se os mtodos clssicos para fazer a interpretao objetivista, como forma de controle interpretativo, utilzando processo interpretativo, que tem duas fases: Criao para criar a lei precisa-se interpretar Interpretao para interpretar fazemos sntese recriadora, ou seja, (re)produzimos o contedo da lei, (Re)produzimos o contedo, produzimos de novo, ou interpretao contemplativa no desenvolve a lei, quando se faz interpretao meramente declaratria. Questionrio: 1) Relacione tradio e compreenso A tradio e a compreenso esto relacionadas linguagem. A tradio essencialmente lingstica, tendo o seu desenvolvimento por meio da linguagem. A compreenso realiza-se pela interpretao, que tem como fio condutor a linguagem. O compreender e o interpretar esto adstritos por um modo especfico tradio lingstica no fenmeno hermenutico. 2) Qual foi a contribuio dos gregos para a hermenutica? Discurso retrico Os gregos contriburam para a orientao do esclarecimento sobre a unidade entre palavra, pensamento e fala, justo por permanecerem restritos unidade de palavra e coisa, que esto relacionadas por intermdio do desenvolvimento de duas teorias: da convencionalista, baseada na univocidade do uso lingstico; e da conformidade natural do ser em palavra e coisa. Ambas teorias tm limitaes, mas tm um denominador comum, o ponto do qual partem (p. 325). 3) Por que pode-se afirmar que a linguagem o fio condutor da hermenutica? Porque no se tem como fazer uma transmisso dos conhecimentos sem a linguagem. Na rea do direito, busca-se a traduo, cujo fio condutor a linguagem.

A linguagem, portanto, no um meio que a conscincia emprega para se comunicar com o mundo e nem uma ferramenta para produzir consenso. Na verdade, o conhecimento prprio e do mundo implica sempre uma linguagem (p. 322). 4) Por que possvel afirmar-se que a universalidade da hermenutica est na linguagem? a linguagem da experincia humana do mundo ... (at)... tem mundo (p. 332). lingisticidade algo que se difunde no modo do ser-do-mundo do homem histrico, a qual tem o carter da universalidade no s porque o sentido de tudo pode ser feito pela palavra, porm tambm porque a linguagem que coloca a descoberto uma dimenso da profundidade a partir da tradio que alcana aos que vivem no presente. 5) Explique a razo pela qual os conceitos indeterminados podem ser considerados como condio de possibilidade interpretativa. Porque h palavras que oferecem mais possibilidades para trabalhar, medida que tm mais de um significado. Deste modo, conceitos indeterminados, por serem vagos, ampliam as possibilidades para que o intrprete possa fazer a traduo dos enunciados. Em 1804, com a codificao, reforou-se que o jurista tem de recorrer ao que est na lei, mas filosoficamente preciso verificar que as leis so imperfeitas, que precisam de interpretao. No Brasil, utilizamos o direito porque as leis so complexas de entendimento para que qualquer pessoa possa entender e interpretar. Eqidade significa equilbrio, busca-se a noo de Justia. Devemos considerar as normas como sujeito e no objeto. Cada pessoa tem uma percepo das coisas sobre o objeto. Esta a fuso de horizontes dita por Heidegger (estado que temos quando compreendemos). Consenso considerao comum sobre algo. A linguagem possibilita que interrogamos o texto da lei. Teoria do conhecimento tradicionalmente se d entre sujeito e objeto. Contemporaneamente a relao entre sujeito e sujeito, porque a hermenutica passa a ser dialgica, movimento entre pergunta e resposta.

O bom hermeneuta jamais vai deixar de considerar a tradio, por isso se tem como interpretar o que est no no dito. A universalidade no se tem como chegar a um consenso porque h palavras com diversos sentidos, no se consegue chegar a um ponto final no direito. O hermeneuta no chega a um ponto final porque sempre procura desvelar os novos sentidos. A tradio se d pela linguagem? Por qu? Sim. A tradio essencialmente lingstica. Ao se desenvolver pela linguagem, a tradio adquire o seu significado pleno, aonde se faz escrita, porque por meio da idealidade da palavra no texto, a tradio transcende a determinao finita, ou seja, na escritura a linguagem acontece em sua verdadeira espiritualidade e a conscincia compreensiva chega frente tradio escrita em sua plena soberania. I Hermenutica Constitucional 1.1 Constituio: sentido 1.2 Caractersticas a) vagueza b) ambigidade c) porosidade 1.3 Conceitos indeterminados 1.4 Princpios da Interpretao Constitucional 1.4.1 Princpio da concordncia prtica 1.4.2 Princpio da fora normativa da Constituio 1.4.3 Princpio da unidade da Constituio 1.4.4 Princpio da exatido funcional 1.4.5 Princpio dos valores constitucionais

Constituio: ordem jurdica fundamental de uma coletividade. O termo surgiu como Carta, para limitar os poderes do rei. Uma Constituio para que sofra alteraes necessita de processos formais, diferente do processo legislativo para leis ordinrias. art. 59 CF o processo legislativo compreende a elaborao de:.... Decreto legislativo h excees. H processos especficos, com regramento diferenciado. Caractersticas do texto constitucional:

vagueza porque tem amplitude. Possibilidade de interpretar muitos sentido. Termos, expresses, palavras com multiplicidade de sentidos, que acabam por gerar em conceitos determinados. ambigidade pode ser interpretado por mais de um sentido porosidade A ordem flexvel, dotada de mobilidade. Todos devem ser intrpretes da Constituio porque a norma jurdica se destina aos indivduos que integram uma coletividade, por isso deve se saber interpret-la. Conservar a ordem jurdica atualizada aberta aos tempos. Quando se reporta a palavras como liberdade, dignidade humana, no necessariamente se tem um nico significado, pois pode ter vrias abrangncias. Se tem na CF/88 uma multiplicidade de sentidos, para estar aberta aos tempos, para que se possa trabalhar com muitos sentidos, e de forma atualizada. Ex.: moralidade art. 37 (princpio da administrao pblica) O Controle da constitucionalizao: pode ser feito atravs de controle concentrado ou controle difuso. Controle concentrado feito por intermdio de Adin. Algumas pessoas podem propor ao STF (art. 103). Controle difuso que pode ser feito pelo prprio magistrado ao aplicar uma norma declarando a inconstitucionalidade. A cultura germnica conservou tradicionalmente a filosofia jurdica. Reale afirma que o direito respira filosofia. Estamos em uma poca inter-poli-transdisciplinar, (Edgar Morin), porque ultrapassamos a fronteira do conhecimento, precisamos relacionar as disciplinas e outros ramos do saber jurdico. Devemos ter uma disposio congenial abertura dos horizontes. Ver as coisas de todos os ngulos. A CF permite esta flexibilidade.

O Direito no se faz se no pela linguagem. O princpio da oralidade est previsto normativamente. A linguagem o fio condutor para que possamos dizer, interpretar. Aporia situao de difcil soluo ou sem soluo. A orientao para se interpretar a Constituio, tendo em vista ter um texto constitucional dotado de vagueza, ambigidade e porosidade, busca-se nos princpios de interpretao, a fim de desmistificar situaes aporticas. (p. 365) Princpio da concordncia prtica ou ponderao: quando se tem dois direitos previstos em norma de mesma hierarquia, no se pode simplesmente preterir um em detrimento do outro, de forma deliberada. Como intrpretes precisa-se saber resolver para que os bens sejam protegidos ao mesmo tempo, ao fundamentar a proteo de um em detrimento do outro. H dois bens jurdicos e que devem conviver na mesma ordem jurdica. Enquanto operadores devemos ver qual mais relevante no caso concreto. No se pode decidir porque o texto constitucional deixaentender que mais importante. em razo da relevncia que o caso concreto traz que se define o bem jurdico a ser protegido. o caso que nos d a medida, a proporo da relevncia.

Na prtica, precisa-se distinguir entre uma deciso tcnica ou valorativa. Tecnicamente, um bem jurdico s pode ser preterido com base no caso concreto, porque se escolhermos s porque mais importante, faz-se uma deciso arbitrria. O princpio da concordncia prtica sub-divide-se em 3 subprincpios, sendo difcil de dissoci-los na aplicao: - proporcionalidade - ponderao - razoabilidade

A proporcionalidade quem vai definir a situao. S face ao caso concreto vai se decidir. A proporo de relevncia vai se decidir o caso concreto, em situao aportica. Em caso de situaes em que haja coliso utilizaremos o princpio da concordncia prtica, implicando em que um bem jurdico no pode afetar o outro. ex.: princpios conflitantes: transfuso de sangue em doente, filho de testemunhas de geov bens que convivem: propaganda de cigarros

Questionrio: 1 O habeas corpus pode ser interpretado quando for violado o direito de: liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder (art. 5, LXVIII, CF/88). 2 Em quais hipteses pode ser impetrado mandado de injuno? Refira a base legal.Sempre que a falta de norma regulamentadora torne invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais, e das prerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania, nos termos do art. 5, LXXI, da CF/88. O mandado de injuno uma ao constitucional, a fim de que o poder legislativo crie a lei, cuja ausncia permitiu a violao do direito. 3 Em quais hipteses, segundo a Constituio Federal, no se configura a violao de domiclio? Em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinao judicial (art. 5, XI, CF/88). 4 Estrangeiros residentes no Brasil podem ser extraditados em razo de crime poltico? Sim ou no? No, nos termos do art. 5, LII, CF/88. 5 Quem legitimado para impetrar mandado de segurana coletivo? O partido poltico com representao no Congresso Nacional; e organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados (art. 5, LXX, alneas a e b, CF/88). 6 Quem pode propor ao popular? Qualquer cidado, nos termos do art. 5, LXXIII, da CF/88. Entre princpios h conflito.

Princpio da Forma Normativa da Constituio: Poder de vinculao dos indivduos, das normas ao texto constitucional. Os princpios servem para interpretar a constituio em razo da vagueza, ambigidade, porosidade, e da estrutura da constituio. Princpio da exatido funcional: Enquanto juristas no podemos extrapolar funo. No se pode legislar. Consegue-se alterar fatos, o texto constitucional, ao interpretar porque se trabalha com a atribuio de sentidos. No se pode causar efeito ad rogao, mas se passa a trabalhar com outros sentidos que o texto traz. No se tem como revogar o texto da lei, porque no se tem a funo de legislador, mas se pode causar o efeito de ad rogao1, para que o texto existente no seja mais aplicado, ou mesmo atualizar o sentido que se atribui ao texto. Exatido funcional porque o magistrado no tem como criar norma que vincule a todos os magistrados. Ele at pode criar normas, mas normas entre as partes, no caso concreto, e no alm das partes. ex.: aes do FGTS decises judiciais no se referiram a todas as pessoas. Traz uma ordem, o imperativo, que ter validade para aquelas partes, no caso concreto, no extrapolando funes. prprio de quem exerce o legislativo criar, revogar e substituir a lei no tempo e no mundo jurdico. Dentro dos limites de cada funo que se pode atuar. Tribunais s tm competncia para propor aes de venciments, e semelhantes. Constitucionalidade implica que no se pode aplicar um sentido de reduzir o texto constitucional. Princpio da interpretao conforme a Constituio: jamais ao aplicar este princpio pode-se reduzir a Constituio. O nosso limite o que est escrito na Constituio.

1

ab rogao revogao total

derrogao revogao parcial (alnea, pargrafo)

A cada vez que se interpreta a CF, esta-se em um ponto limite, e no limite de legislar constitucionalmente, o que vedado. Princpio da Unidade da Constituio: Parte-se do pressuposto de que no h unidde da constituio se no houver unidade poltica; deve-se estar em consonncia com os elementos polticos, porque no nascedouro a CF advm de uma atividade poltica. O que no se pode buscar contar com uma Constituio que parea pertencer a outro contexto. O poder constituinte originrio um poder poltico. A unidade estrita correspondncia entre a representatividade poltica e o que se traduz no texto da Constituio e so anseios daquele povo. No fcil buscar a unidade da CF. Implica em ter uma coeso entre o que revela atravs da atividade jurdica-judicial e o que est previsto no texto constitucional, que traduz a vontade poltica. Resgatar a unidade constitucional muito mais do que dizer que nica. Princpio da relevncia dos pontos de vista: os ponto de vista so revelados pela doutrina, jurisprudncia. Fazem refletir sobre a prpria efetividade da CF, que tem eficcia jurdica, mas que no tem eficcia social. normas programticas = tm eficcia jurdica, mas que precisam de regulamentao. mandado de injuno = levar a efeito um direito que no foi previsto por norma reguladora. Os princpios da Interpretao Constitucional no so princpios constitucionais porque so tericos, doutrinrios, norteadores da Constituio. No so principios normativos. Orientam a Constituio. Qual o limite do intrprete da Constituiao? a constitutio script. No texto da constituio est o limite, mas atravs da interpretao pode-se causar efeitos de revogao. Os mtodos sofreram mutaes: hitrico histrico teleolgico

Interpretao contempornea na linguagem est a universalidade do problema hermenutico. Clssicos: para os positivistas: um problema da lingstica vagueza, porosidade, ambigidade (moralidade, dignidade humana), o que dificultaria a interpretao. So formalistas. A interpretao deve ser com base na subsuno. Contemporneos: para os ps-positivistas a linguagem condio de possibilidade. Subsuno liame lgico entre a norma jurdica geral e abstrata e o caso jurdico concreto. Em outras palavras, verdadeiro processo de individualizao da norma jurdica. Diz respeito incidncia da Norma Jurdica sobre a hiptese normativa concretizada no mundo ftico. Questionrio: 1 Quais so os princpios da interpretao constitucional? Explique-os. Princpio da concordncia prtica ou ponderao quando se tem dois direitos previstos em lei da mesma hierarquia, no se pode preterir um em detrimento do outro de forma deliberada. Na prtica, precisa-se distinguir entre uma deciso tcnica ou valorativa. Tecnicamente, um bem s pode ser preterido com base no caso concreto, porque se escolhermos um dizendo que mais importante faz-se uma deciso arbitrria. A proporcionaidade, ponderao e razoabilidade, trs subprincpios do princpio da concordncia prtica ou ponderao que vo definir a situao somente face ao caso concreto. Em caso de situaes em que haja coliso de direitos, utilizaremos o princpio da concordncia prtica. Isso impolica em que um bem jurdico no pode afetar o outro. Enquanto operadores, devemos ver qual o mais relevante no caso concreto. No se pode decidir porque o texto constitucional deixa a entender que mais importante. A deciso deve ser em razo da relevncia que o caso concreto define. o caso que nos d a medida, a proporo da relevncia. ex.: bem mais relevante transfuso de sangue testemnuhas de Jeov bens que convivem propaganda de cigarros

Princpio da fora normativa da Constituio poder de vinculao dos indivduos, das normas ao texto constitucional. Princpio da exatido funcional enquanto juristas no podemos extrapolar funes. No se pode legislar. Consegue-se alterar o sentido do texto porque se tabalha com a atribuio de sentidos. No se pode causar efeito ad-rogao (revogao total), mas se passa a trabalhar com outros sentidos que o texto traz. No se tem como causar revogao, mas se pode atribuir sentidos. Exatido funcional porque o Magistrado no tem como criar norma que vincule a todos os magistrados. Ele at pode criar normas, mas entre as partes, no caso concreto, e no alm das partes. ex.: FGTS Traz uma ordem, o imperativo, que ter validade para aquelas partes, no caso concreto, no extrapolando funes. prprio de quem exerce o legislativo criar, revogar e substituir a lei no temo e no mundo jurdico. Dentro dos limites de cada funo que se pode atuar. Princpio da interpretao conforme a Constituio jamais ao aplicar este princpio pode se reduzir a Constituio. O nosso limite o que est escrito na Constituio. A cada vez que se interpreta a CF est-se em um ponto limite, e estamos no limite de legislar constitucionalmente, o que vedado. O limite do intrprete a CONSTITUTIO SCRIPTA. No texto da Constituio est o limite, mas atravs da interpretao pode-se buscar novos sentidos. Princpio da unidade da Constituio parte-se do pressuposto de que no h unidade da Constituio se no houver unidade poltica. Deve-se estar em consonncia com os elementos polticos, porque a CF tem em seu nascedouro uma atividade poltica o Poder Constituinte Originrio. O que no se pode buscar contar com uma Constituio que parea pertencer a outro contexto. A unidade tem estrita correspondncia entre a representatividade poltica e o que se traduz no texto da Constituio, e so os anseios de um povo. No fcil buscar a unidade da Constituio, pois implica em ter uma COESO entre o que revela atravs da atividade jurdico-judicial e o que est previsto no texto constitucional, que traduz a vontade poltica. Resgatar a unidade constitucional muito mais do que dizer que nica

Princpio da relevncia dos pontos de vista os pontos de vista so revelados pela doutrina, jurisprudncia. Fazem refletir sobre a prpria efetividade da CF, que tem eficcia jurdica, mas que no tem eficcia social. (p. 365/368) 2 O que significa unidade poltica segundo o disposto no cap. XIV da obra Hermenutica Jurdica e Concretizao Judicial? Unidade poltica segundo Konrad Hese pressuposto da unidade da Constituio, e significa a coeso entre o texto da Constituio e o esprito do povo. Neste sentido, a Constituio deve corresponder aos anseios de toda uma coletividade. (p. 349/355) 3 Explique o sentido do Princpio da Interpretao conforme a Constituio. princpio da interpretao conforme a Constituio significa que as leis infraconstitucionais devem ser interpretadas em consonncia com a Constituio. Portanto, no se trada de princpio aplicvel prpria Constituio. Alm disso, possvel o controle de constitucionalidade sem reduo de texto. dizer que o intrprete do direito somente pode tornar a lei infraconstitucional conforme a Constituio, mas sem reduzir o seu sentido. 4 e 5 Quais so os limites interpreteo conforme a Constituio? A interpretao constitucioal possui um limite assaz caracterstico? Qual ? A interpretao conforme a constituio no possui limites, porm um nico limite, qual seja, a constitutio scripta. 6 Quais so as principais diferenas entre texto de norma e norma jurdica? O texto de norma essencialmente lingstico e, deste modo, pode ser considerado um texto como qualquer outro, como, p. ex., um texto de literatura ou de histria. Com isso, est-se a dizer que a normatividade ou poder de vinculao no decorre diretamente do texto da norma jurdica, porm, da prpria norma jurdica, que criada a cada vez mediante o caso jurdico concreto.

Portanto, a norma jurdica no est dada a priori mas deve ser elaborada sob a forma de norma-deciso. 7 Explique a razo pela qual o Estado tambm pode ser entendido de forma textual. O Estadi tambm pode ser compreendido de modo textual em razo de sua estrutura lingstica, que se funda no texto da tradio jurdicoconstitucional. Isto significa dizer que se a tradio jurdica pode ser interpretada, deve-se isto ao fato de ser lingstica e, se o Estado de Direito tambm pode ser interpretado no contexto de uma tradio como sendo democrtico, tambm isto se deve ao fato de poder ser compreendido textualmente. Em outras palavras, o Estado tambm interpertado pela tradio lingstica de um povo, representada na prpria Constituio. (Consegue-se fazer leitura do Estado, saber se ditadura...) 8 Disserte sobre a universalidade do problema hermenutico cap. 11. 9 Por que segundo Friedrich Mller normatividade no decorre do prprio texto da norma jurdica? A normatividade, i. e., o poder de vinculao da norma jurdica institudo no momento de criao da norma-deciso. Portanto, para que haja normatividade mister se faz sejam observados dois requisitos, que so: o programa da norma e o mbito da norma. Programa traz dados essencialmente lingsticos, que so dados do texto da norma, somados aos dados fatuais. 10 Explique o significado das eguintes expresses: A normatividade o poder de vinculatividade de norma jurdica, que instituda no nomemento de criao da norma-deciso. Norma jurdica criada a cada vez mediante o caso jurdico concreto. Portanto, a norma jurdica no est dadaa prior, mas deve ser elaborada sob a forma de norma-deciso. 11 Para F. Mller a Cincia Jurdica se destri quando interpretada apenas com base em regras clssicas. Justifique o enunciado. Segundo F. Mller, a Cincia Jurdica no pode ser interpretada de forma a tornar-se deformada. Isso pode suceder porque os intrpretes do Direito em grade parte interpretam em conformidade com a metodologia clssica, que s permite sejam arrancados resultados interpretativos do texto de norma.

Portanto, ainda no limiar do sculo XXI, os intrpretes do direito pretendem conceber o mundo da vida a partir de um mundo normativo limitado ao texto da lei. dizer que concretizar a Cincia Jurdica e a prpria norma jurdica no se confunde com nenhum processo de subsuno. 12 Y, menor impbere, necessita urgentemente que lhe seja realizada transfuso de sangue. Todavia, A e B, pais de Y, so Jeovs. Diante disso, responda ao que segue: a) o mdico poder realizar a transfuso de sangue sem a autorizao dos tutores legais? Sim ou No? Por qu? Sim, desde que com a obteno de autorizao judicial. b) Se for realizada a transfuso de sangue sem autorizao dos pais, poder acarretar conseqncia jurdica para o mdico? Sim, desde que no tenha autorizao judicial. c) A e B, pais de T, podem ser processados e julgados por crime de homicdio, se consumada a morte de Y? Tecnicamente no, porque esto salvaguardados pelo disposto no art. 5, VI, da CF/88. d) possvel a soluo do caso sob exame uz do princpio da concordncia prtica? Se posvel, explicite passo a passo a soluo. Sim. Com base no princpio da concordncia prtica, analisa-se no caso concreto, com base na proporcionalidade, ponderao e razoabilidade, o direito mais relevante. 13 O que significa tpica segundo Theoder Viehweg? A arte ou estilo de argumentao atravs dos topoi. 14 Quais so os graus da tpica de Viehweg? A tpica compreende dois graus. Da porque aludirmos a uma tpica de primeiro grau, que se configura sob a forma de pontos de vista dogmticos, bem como a uma tpica de segundo grau, que compreende a jurisprudncia. (cap. IV) 15 Explique auto-integrao segundo E. Betti.

Auto-integrao segundo E. Betti significa a auto-complementao do sistema jurdico face existncia de lacunas jurdicas. meio de colmatao do caso de auto-integrao, a analogia. Esta, por sua vez, compreende classificao: analogia legis e analogia iuris. 16 O que significa heterointegrao? Heterointegrao tambm implica na completude do sistema jurdico face existncia de lacunas jurdicas. Todavia, a soluo se d por intermdio de eqidade, o que permite o emprego de discrissionariedade por parte do intrprete do Direito. Portanto, a eqidade meio de colmatao que extrapola o ordenamento jurdico. A eqidade tem previso legal nos art. 5, LICC, art. 126 e 127 do CPC. 17 A analogia meio de supresso de lacunas jurdicas e comporta classificao. Nesse sentido refira a classificao pertinente. Analogia legis e analogia iuris. 18 Disserte sobre Hermenutica Filosfica e sua influncia no mbito da Hermenutica Jurdica. Hermenutica Jurdica desvelar o sentido da norma jurdica. Serve para que se tenha um instrumental para o direito essencial para todos os campos do direito. Hermenutica filosfica representada pelo pensamento de Martin Heidegger e Hans Georg Gadamar. Trata-se de teoria contraposta ao mtodo, segundo a qual as verdades jurdicas no so absolutas e no podem ser obtidas apenas por meio de mtodos de interptetao. Deste modo que esta teoria causou verdadeiro impacto no mbito do direito, que at ento somente propugnava por respostas arrancadas da lei atravs dos mtodos clssicos de interpretao. Foi a partir da repercusso da hermenntica filosfica no direito que os critrios de interpretao deixara, de ser apenas metodolgicos, para serem considerados filosficos. Assim, os critrios da interpretao passaram a ser os seguintes: pr-compreenso, compreenso e tradio. Alm disto, o crculo hermenutico deixou de se apresentar apenas entre o todo e as partes do texto da lei. Na verdade, expandiu-se para a esfera da tradio jurdico-constitucional. (cap. 1, 16 e 17) 19 Conceitue Hermenutica e Interpretao Jurdica de acordo com a Teoria Clssica.

Segundo a Teoria Clssica, Hermenutica a instncia cientfica que se ocupa da sistematizao de mtodos, regras, processos e tcnicas de interpretao. Esta, por sua vez, a prpria arte de revelao da norma jurdica pelo intrprete. 20 Quais so os meios de colmatao de lacunas jurdicas? Refira a base legal pertinente. So os seguintes: analogia, costumes, princpios gerais de direito e eqidade; Estes meios esto previstos nos arts. 4 e 5 ambos da LICC. Todavia, se a soluo do caso jurdico-concreto no for possvel por esses meios, o intrprete do direito poder recorrer ao direito comparado, jurisprudncia e doutrina comparada. 21 Em sede de interpretao constitucional, o intrprete deve ser subjetivista quanto inteno do legislador e objetivista em relao intepretao do texto constitucional. Sim ou No? Justifique sua resposta. Sim. pertinente a afirmao. Em 1 lugar porque a Constituio eminentemente poltica e, deste modo, o intrprete do direito dever conhecer a inteno poltica do legislador, o que s possvel subjetivamente, j que a inteno no se encontra objetivada. Em 2 lugar, correto afirmar que a interpretao constitucional deve ser objetivista, se tiver como ponto de partida o texto da constituio, pois neste caso possvel ao intrprete alcanar a forma representativa das normas constitucionais. 22 A interpretao conforme a CF serve como meio de controle de constitucionalidade. A partir disto, pergunta-se pode haver reduo do texto da Constituio? Explique. No possvel haver reduo do texto da Constituio porque no compete ao intrprete da Constituio legislar reduzindo a norma constitucional, nem ao menos causar efeito de revogao. Deve ser observada a exatido funcional.