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Heteronormatividade

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Alguns conceitos sobre heternormatividade

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Heteronormatividade

Doing, Undoing, Redoing

Quando se fala em gênero, imediatamente vêm à tona questões que envolvem diferenças

e categorizações. No entanto, Butler (2003), ao parafrasear Simone de Beauvoir na

célebre frase “não se nasce mulher, torna-se mulher”, leva a frase a outro patamar, pois

também não se nasce homem ou qualquer outra categoria a priori, mas pode se tornar

qualquer categoria, ou ainda, jamais vir a se concretizar, estando numa constante

dinâmica de estar-se. Assim as diversas manifestações culturais que perpassam a

questão de gênero poderiam estar vinculadas a uma matriz normativa em que o

comportamento do ser humano pudesse ser “moldado” a ele. No caso da nossa

sociedade esta matriz pode ser considerada heteronormativa, como será detalhado

adiante.

Os aspectos simbólicos podem ser vistos em vários tipos de expressões, como o descrito

por Saraceno e Tambling (2013), em uma análise qualitativa de imagens em uma

publicação de moda de grande circulação na América do norte, descreve como as

imagens transmitem identidades tradicionais de gênero e da matriz heteronormativa,

reproduzindo e disseminando um ideal normativo.

“Impor gênero a um produto significa atribuir a este uma imagem de gênero por meio

de uma forte associação com os estereótipos de gênero da sociedade. Assim, um

carrinho é um brinquedo considerado um produto masculino, enquanto que a boneca um

brinquedo feminino. Um quarto de criança com mobiliário azul seria “mais adequado”

pelas normas da nossa cultura para um menino do que para uma menina (que seria

rosa)” (PEREIRA; SOUZA, 2012, p. 7).

Para Butler (2003), gênero é uma questão de repetição de ações e signos, construídos

socialmente, cujas produções culminam nas estruturas conhecida como masculino e

feminino, (re)produzindo símbolos. Assim, ter uma identidade só se torna plausível uma

vez que essa construção seja culturalmente inteligível. Essa inteligibilidade é fruto de

uma matriz normativa que impera sobre os padrões sociais, armada de leis e regras que

constrangem ou habilitam os indivíduos.

Com o duplo deslocamento do indivíduo, seja do seu lugar no mundo social e

cultural, quanto ao perder um sentido estável de si, constitui para ele uma “crise de

identidade” (HALL, 2011), que torna precária a identidade pessoal, provocando assim

novas possibilidades que antes eram coercitivamente punidas ou omitidas. Butler (2003)

discute a possibilidade de se tratar um conjunto variado de identificações, existindo a

constante social “gênero”, uma vez que é possível enxergar que essas identificações

podem se conformar com os padrões de gênero impostos culturalmente, ou romper com

eles. Tornam-se viáveis formas de resistência, não mais como luta, mas como

expressões de poder no seu sentido mais amplo, em novas inteligibilidades

reconhecidas, porém não menos precárias.

Ganaway (2008) descreve como artesãos de brinquedos estão subvertendo o

mainstream da manufatura de massa, ao mesmo tempo em que contestam padrões

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heteronormativos em que os brinquedos são usados como disseminadores de práticas de

gênero hegemônicos.

Martin (2003) ao descrever as práticas de generificação (gendering practices –

tradução nossa) e o praticar gênero, traz insights sobre como as desigualdades são

criadas no local de trabalho. A autora estudou as grandes empresas americanas, pois

segundo ela, estas organizações têm grande influência sobre a cultura e a sociedade

americana. E também porque as corporações multinacionais têm acesso aos

legisladores com grande poder de influência sobre a formulação das leis, que o

congresso americano considera e frequentemente aprova.

Falar de gênero implica em falar também de sexo, e este foi justamente o

ponto inicial das teorias do feminismo liberal, problematizando as desigualdades entre

“sexos” em duas categorias, “masculino” e “feminino”, distintas por características

biológicas. Posteriormente estas teorias fizeram a distinção entre “sexo”

biologicamente definido e sociologicamente construído. Mas mesmo no campo

sociológico ainda existem divergências sobre a constituição de gênero e as suas

relações, entre os feminismos liberal, radical, socialista, colonialista e pós-

estruturalista (CALÁS; SMIRCICH, 2007). Não é propósito do ensaio descrever as

diferentes correntes feministas, mas entender que foi a partir destas teorias que

questões de gênero e sexo foram problematizadas.

A problematização se faz necessário para que se possa desnaturalizar um conceito tão

enraizado que não se perceba como não natural. Para Thomas Laqueur (2001) o

modelo de dois sexos é uma invenção que data do século XVIII num contexto europeu,

deixando claro que não ocorreu de maneira repentina, e também não soberana, pois

havia resistências ao modelo. Antes deste período era predominante o one sex model,

em que a mulher era um “tipo” de homem, diferenciados apenas em grau de

“perfeição metafísica”. Laqueur (2001) nos traz exemplos em que a genitália masculina

e feminina eram consideradas como iguais, sendo que a feminina era interna e a

masculina externa. Sendo assim os lábios vaginais eram equivalentes ao prepúcio, o

útero igual ao escroto, e os ovários idênticos aos testículos. Não era, portanto um

(des)conhecimento anatômico, mas uma forma de olhar e interpretar o corpo

diferente da que se faz nos dias de hoje. E ainda mais, que para esta sociedade “as

meninas podiam se tornar meninos, e os homens que se associavam intensamente

com mulheres podiam perder a rigidez e definição de seus corpos perfeitos”

(LAQUEUR, 2001, p. 19). Como se pode observar não havia uma rigidez no tocante à

estabilidade do sexo, assim como a distinção anatômica não era tomado como

diferencial, mas interpretado de maneira a tornar igual. Os testes de feminilidade

realizados pelo comitê olímpico até 1998 mostram a dificuldade de comprovação

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biológica do feminino, desde o “desfile de nus” (nude parade – tradução nossa),

passando por testes com base celular até os de base molecular, chegando a conclusão

que os testes se tornaram cada vez mais sofisticados, mas tanto a sensibilidade como a

especificidade falharam (RUPERT, 2011). Hoje não se faz mais este tipo de teste, pois

faz parte do rol de testes de dopping, que diferencia o que é “normal” ou não, pela

análise hormonal dos atletas. Pode-se notar que o que a tentativa de encaixar o

indivíduo em um padrão binário e estável tem se mostrado uma tarefa cada vez mais

difícil, demonstrando a singularidade do ser humano.

Mas estes seres singulares encontram-se imersos em um convívio social que faz

com que estes tenham um “sexo” que se comporte como um projeto cultural e

político. Para Butler (2003) a perfomatividade de gênero é a estilização contínua do

corpo e sua cristalização, através da repetição de atos ao longo do tempo, que dentro

de um quadro regulatório rígido, produz uma substância aparente, uma forma natural

de ser. Essa repetição nunca será igual ao original, pois o deslocamento no

espaço/tempo e suas ressignificações provocarão alterações. Assim o conceito de

performatividade está em constante desenvolvimento, é uma mutação, uma

instabilidade. Ainda para Butler (2003) palavras têm agência, as palavras provocam

ações e atuações, assim todas as teorias são causadoras de algo no sujeito, e não seria

diferente com a sua, mas diferentemente ela não esconde o que faz, ela faz uma

provocação à “verdade” contida na identidade sexual de gênero. Isto porque muitas

pessoas no âmbito do senso comum ainda pensam no sexo como uma verdade

natural. Para Foucault (1999), tanto o sexo como a sexualidade foram produzidos por

um tipo de discurso, não são, portanto, verdades essenciais, mas construções

históricas, e ao tratá-las assim as tornam naturalizadas, pois o histórico é tratado como

natural pelas estratégias de poder.

Para Butler (2003) o discurso habita o corpo e o faz, confunde-se com ele,

portanto não há gênero fora do discurso, e a luta feminista deveria buscar a libertação

dos corpos pela libertação do discurso que os constitui como um dispositivo de poder.

Neste quadro regulatório e discursivo, na normatividade de gênero, percebe-se uma

clara manifestação de relações de poder, onde a reprodução da norma é tida como

natural e socialmente compensada, enquanto o seu questionamento será castigado,

através da discriminação, passando pela segregação e exclusão, chegando no seu

extremo à morte, tornado assim distintamente vulneráveis os indivíduos. Agora não

mais restrito à “natureza do sexo” encontra-se no gênero uma espécie de “segunda

natureza”.

Souza e Carrieri (2010), vão além, defendem o rompimento com o uso do

termo gênero substituindo por relações sociais de sexo, pois segundo os autores, na

analítica de Foucault, “masculino e feminino são construídos por relações de poder

historicamente fundamentadas, [...], não são naturais e nem existem a priori” (SOUZA;

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CARRIERI, 2010, p. 48). Apesar de Butler (2003) não romper explicitamente com a

palavra gênero, há sempre a intenção de sua desconstrução, visto que a autora utiliza

conceitos derridianos, ela defende igualmente a desmontagem de todo tipo de

identidade de gênero, pois entende que isto oprime as singularidades humanas

daqueles que não se “encaixam” à matriz heteronormativa.

Independentemente das críticas, o sujeito tem a possibilidade de interpretar as

normas, ressignificá-las, torná-la sua micro-norma, de sentido próprio, fazer um

rearranjo, organizar de outro modo, continuamente ao longo do espaço/tempo de sua

vida. Pois,

“Corpos não são habitados como espaços vazios. Eles estão, em sua espacialidade,

também em andamento no tempo: agindo, alterando a forma, alterando a significação

– dependendo das suas interações – e a rede de relações visuais, discursivas e táteis

que se tornam parte da sua historicidade, de seu passado, presente e futuro

constitutivos” (BUTLER, 2004, p. 227).

O gênero, portanto, não é um determinismo biológico nem tão pouco social,

mas se faz e se desfaz no campo social.

O espaço organizacional é um local onde o gênero é materializado, no e através

dele, de acordo com as normas de gênero que moldam a vida organizacional, mas é

um tema relativamente negligenciado nos estudos organizacionais (TYLER; COHEN,

2010). Embora as teóricas feministas organizacionais tenham se movido em direção a

uma ontologia de gênero, como uma prática social performativa e situada, a

materialidade de gênero, incluindo a sua performatividade no espaço da vida

organizacional, permanece relativamente pouco explorada (TYLER; COHEN, 2010).

Para Martin (2003), os vários conceitos que fundamentam a vida organizacional, se

confundem com práticas de gênero, assim competência, liderança, eficácia, excelência,

racionalidade, autoridade, e outros, afetam de maneira diferenciada homens e

mulheres. Em seu artigo, a autora, nos descreve por seus relatos de pesquisa a

dinâmica das práticas generificadas e de praticar gênero através de temas como

agência, intencionalidade e consciência na esfera do sujeito, assim como posição,

poder e experiência, na esfera organizacional, bem como escolha, responsabilidade e

audiência, na esfera social. Em um dos relatos, dois executivos seniores, um homem e

uma mulher estão na porta de uma sala no local onde trabalham, que não é de

nenhum dos dois, e toca o telefone. O homem pergunta por que a mulher não atende

o telefone, a mulher atende irritada, e depois diz a ele que ela não é sua secretária

para que ele a trate assim. Neste pequeno trecho podemos notar algumas práticas

generificadas, pois para o homem em questão, mesmo que inconscientemente, a

mulher é apoiadora do homem em seu trabalho, como em seu ambiente doméstico. A

mulher por sua vez demonstra que existem cargos generificados, a secretária, bem

como uma relação de poder no seu discurso, onde esta seria uma subordinada e

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mulher. Numa outra narrativa, o homem diz que nunca, em 30 anos, jantou a sós com

uma mulher que não fosse a sua, pois era um homem cristão e fiel à sua esposa, mas

que não via problema nenhum se fosse com outro homem. Mais uma vez a prática de

ser homem, ao se deixar estar junto com outro homem e compartilhar com este,

assuntos de trabalho, ou não, que permitiram uma maior aproximação entre eles, e ao

não dar o mesmo tratamento a mulher não lhe permitiria a aproximação.

Mas mesmo em contextos chamados de “gay-friendly”, como nas artes cênicas,

as práticas generificadas se fazem presentes, fazendo com que gays tenham um

padrão de comportamento sexual de gay masculino, ou seja, não é só uma questão do

binarismo homem/mulher, mas também de homo/heterossexual (RUMENS;

BROOMFIELD, 2014). Neste caso existem entendimentos e estruturas teleoafetivas que

junto com certas regras tornam a prática de gênero algo singular e situacional, há

papéis no teatro que sugerem que se tenham “afetações” gays em sua representação

da realidade, mas a realidade das “afetações” não é permitida a eles. Mesmo que em

outro contexto e tendo a discriminação como tema, Souza e Pereira (2013) também

fazem a mesma observação sobre os gays serem contrários aos gays efeminados.

Essas manifestações corporais são expressões do artefato “corpo” com uma dimensão

biológica, mas pelo qual somos sensibilizados por suas dimensões simbólica e cultural

(FLORES-PEREIRA; CAVEDON; DAVEL, 2006). Este artefato que unido a outros artefatos

não-humanos, como roupas e ornamentos, pode ganhar outros contornos simbólicos e

culturais.

Ao utilizar diretamente o artefato corporal, como no mercado de moda, Entwistle e

Mears (2012) demonstram a crucial importância do contexto modelando significados

específicos de práticas generificadas, pois em ocupações não tradicionais de homens e

mulheres, se produz diferentes modulações na performance de gênero diretamente

ligados ao espaço de trabalho. E estas práticas generificadas podem ser ampliadas,

acrescentando mais uma variável, a idade cronológica, teremos uma nova

configuração de expectativas associadas à viabilidade do sujeito, dependente do

reconhecimento da configuração organizacional (RIACH; RUMENS; TYLER, 2014). Para

os autores, a idade também é outro fator que impacta na inteligibilidade e nas práticas

de gênero, inscrito na matriz heteronormativa, de modo que a viabilidade fora do

padrão hegemônico se condiciona também a idade do individuo.

SOUZA, Ismael Francisco de; EUGENIO, Jessica Daminelli. Diversidade e liberdade de expressão de orientação sexual: direitos, sociedade e conceitos na atualidade. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 92, set 2011. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?artigo_id=10249&n_link=revista_artigos_leitura

A linguagem é um mecanismo importante para a transformação social, pois se utilizada de forma favorável à mudança possibilita a reformulação de conceitos anteriormente estabelecidos. Quanto a esse mecanismo, Jurandir Freire Costa (2002, p. 18) aponta que “somos aquilo que a linguagem nos permite ser; acreditamos naquilo que ela nos permite acreditar e só ela pode fazer-nos aceitar algo do outro como familiar, natural, ou pelo contrário, repudiá-lo como estranho, antinatural e ameaçador”. As divisões terminológicas relativas à orientação sexual não ocorrem somente entre os diferentes “modelos” sexuais como os já elencados. Existem subdivisões

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identificadoras de uma mesma prática ou sujeito que utilizam termos diferentes em função do contexto histórico – é o que ocorre com as expressões usadas para identificar a prática do sujeito que se relaciona afetiva ou sexualmente com outro do mesmo sexo. A palavra “homossexualismo” foi, segundo Colin Spencer (1999, p. 274) utilizada pela primeira vez em 1869 pelo médico húngaro Karoly Maria Benkert, ao diferenciar o “impulso sexual dos homens e mulheres” do “impulso homossexual”. A medicina e a psiquiatria deram significado a esse termo, e no contexto histórico em que foi criada era sinônimo de disfunção, indecência, degradação, anomalia, desvio, integrando a Classificação Internacional de Doenças (CID) até a década de 1990. Refutada a ideia de homossexuais como pessoas doentes, o termo utilizado passa a ser “homossexualidade”. Sabendo que não se trata somente da orientação sexual do sujeito, mas também da forma como este se relaciona afetivamente com outros sujeitos, o termo “homossexualidade” passa a ser reinterpretado. É nesse contexto que Maria Berenice Dias (2009) passa a empregar em doutrinas jurídicas brasileiras a terminologia homoafetividade, neologismo criado, segundo a autora, buscando quebrar paradigmas, “não só para afastar o uso de termos marcados pelo preconceito, mas muito mais para deixar evidenciado que a origem do vínculo que une os pares – sejam do sexo que forem – é o afeto” (DIAS, 2009, p. 13). O termo “opção” sexual, hoje substituído por “orientação”, também é carregado de padronização moralista, pois os sujeitos, embora tenham possibilidade de optar por se relacionarem sexualmente com pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto, em geral não escolhem a sua sexualidade; ela é inerente ao ser humano, inconsciente, e faz parte de sua identidade. Quanto ao significado de orientação sexual, Piovesan e Rios (2003, p. 156) explicam que “existe um consenso entre os antropólogos de que é a identidade que se atribui a alguém em função da direção de sua conduta ou atração sexual”. Sem o objetivo de esgotar o debate, pretende-se, ao contrário, provocar a discussão acerca das terminologias utilizadas para designar formas de expressão sexual para buscar, “ao invés de criar categorias herméticas, [...] visualizar as inclinações comportamentais diante do preconceito existente no âmbito da sociedade” (DIAS, 2009, p. 51), pois “[...] apresentando certas práticas sexuais como anormais, doentes, antinaturais ou moralmente incorretas a linguagem da discriminação estigmatiza numerosos sujeitos que se afastam dos ideais sexuais da maioria. Criticar a crença discriminatória significa desse modo criticar também o vocabulário que permite sua enunciação [...]” (COSTA, 2002, p. 21) Romper com a reprodução inconsciente de palavras carregadas do teor estigmatizante é repensar os motivos pelos quais se originaram esses termos, e mais que isso, possibilitar a desclassificação dos sujeitos. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. _____. Supremo tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4277-7/600 e Argüição de descumprimento de Preceito Constitucional n.178-1/800. Declara o reconhecimento no Brasil da união ente pessoas do mesmo sexo. Relator: Ministro: Ayres Britto. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/geral/verPdfPaginado.asp?id=400547&tipo=TP&descricao=ADI%2F4277> acesso em: 14 de maio de 2011. CHAUÍ, Marilena. Repressão Sexual: Essa nossa (des)conhecida. São Paulo: Brasiliense, 1985. COSTA, Jurandir Freire. 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E assim, pois, de acordo com a Constituição Federal, em seu artigo 226, §3º, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.