Hidroponia

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hidroponia

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  • HHIIDDRROOPPOONNIIAA

    SILVA, A. P. P. MELO, B.

    http://groups-beta.google.com/group/digitalsource

  • 1. Introduo

    1. 2. Tipos de Sistemas

    3. Principais Vantagens e Desvantagens do Sistema Hidropnico

    3.1 Vantagens

    1.1 3.2 Desvantagens

    4. A Tcnica do Filme Nutriente (NFT)

    4.1 Sistema Hidrulico

    4.1.1 Reservatrio

    4.1.2 Escolha do Conjunto Moto-bomba

    4.1.3 Regulador de Tempo ou Timer

    4.2 Estufas

    4.3 Bancadas

    4.3.1 Canais de cultivo

    4.4 Plantas que podem ser cultivadas pelo Sistema NFT

    5. Aeroponia

    5.1 Aeroponia Horizontal

    5.2 Aeroponia Vertical

    6. Sistema DFT (Deep Film Technique) ou Floating ou Piscina

    7. Nutrio Mineral das Plantas

    7.1 Elementos Essenciais

    7.3 Soluo Nutritiva

    7.3.1 Sugestes de Solues Nutritivas

    7.3.2 Preparo da Soluo Nutritiva

    7.3.3 Manejo da Soluo Nutritiva

    8. Produo de Mudas para Hidroponia

  • 9. Doenas e Pragas na Hidroponia

    10. Referncias Bibliogrficas

  • 1. Introduo

    A Hidroponia uma tcnica bastante difundida em todo o mundo e

    seu uso est crescendo em muitos pases. Sua importncia no

    somente pelo fato de ser uma tcnica para investigao hortcola e

    produo de vegetais; tambm est sendo empregada como uma

    ferramenta para resolver um amplo leque de problemas, que incluem

    tratamentos que reduzem a contaminao do solo e da gua

    subterrnea, e manipulao dos nveis de nutrientes no produto.

    A hidroponia ou hidropnica, termos derivados de dois radicais

    gregos (hydor, que significa gua e ponos, que significa trabalho), est-

    se desenvolvendo rapidamente como meio de produo vegetal,

    sobretudo de hortalias sob cultivo protegido. A hidroponia uma

    tcnica alternativa de cultivo protegido, na qual o solo substitudo por

    uma soluo aquosa contendo apenas os elementos minerais

    indispensveis aos vegetais. (Graves, 1983; Jensen e Collins, 1985;

    Resh, 1996, apud Furlani et. al., 1999).

    Apesar do cultivo hidropnico ser bastante antigo, foi somente em

    meados de1930 que se desenvolveu um sistema hidropnico para uso

    comercial, idealizado por W. F. Gericke da Universidade da Califrnia.

  • Segundo Donnan (2003), a primeira produo efetiva de grande

    escala no ocorreu at a Segunda Guerra Mundial. O exrcito dos

    EEUU estabeleceu unidades hidropnicas por inundao e drenagem,

    em vrias ilhas ridas dos Oceanos Pacfico e Atlntico, usadas como

    pontos de aterrissagem. Isto foi seguido por uma unidade de 22

    hectares (55 acres) em Chofu, Japo, para alimentar com hortalias

    frescas as foras de ocupao. No entanto, o uso desta tcnica sobre

    circunstncias normais provou no ser comercialmente vivel. Uma vez

    que Chofu fechou, apenas restaram um punhado de pequenas unidades

    comerciais disseminadas ao redor do mundo, totalizando menos de 10

    hectares.

    Em 1955 foi fundada a Sociedade Internacional de Cultivo Sem Solo

    (ISOSC) por um pequeno grupo de dedicados cientistas. Naqueles

    primeiros anos, freqentemente estiveram sujeitos ao ridculo por

    perseguirem uma causa que comercialmente foi considerada intil e

    irrelevante.

    O primeiro uso comercial significativo no ocorreu at a metade da

    dcada de 1960, no Canad. Existia uma slida indstria de estufas de

    vidro em Columbia Britnica, principal produtor de tomates, que

    chegou a ser devastado por enfermidades do solo. Eventualmente, a

    nica opo para sobreviver foi evitando o solo, pelo uso da hidroponia.

    A tcnica que usaram foi rega por gotejamento em bolsas de serragem.

    Os recentes avanos tcnicos tambm ajudaram especialmente ao

    desenvolvimento de plsticos e fertilizantes. No decorrer desta dcada,

    houve um aumento de investimento na investigao e desenvolvimento

    de sistemas hidropnicos. Tambm houve um pequeno aumento

    gradual na rea comercial que estava sendo utilizada.

    O seguinte maior avano veio como resultado do impacto da crise do

    petrleo, sobre o custo de calefao da indstria de estufas em rpida

    expanso na Europa. Devido ao enorme incremento nos custos da

    calefao, os rendimentos chegaram a ser ainda mais importantes,

    assim os produtores e investigadores comearam a ver a hidroponia

    como um meio para melhorar a produo. Na dcada de 1970, o cultivo

  • em areia e outros sistemas floresceram e logo desapareceram nos

    Estados Unidos. O sistema NFT (Nutrient Film Technique) foi

    desenvolvido, assim como o meio de crescimento denominado l de

    rocha. Por volta de 1979, o grande volume de produo em estufas

    continuou aumentando. A nvel mundial a rea hidropnica esteve ao

    redor de apenas 300 hectares (75 acres).

    A deteco de nveis significativos de substncias txicas nas guas

    subterrneas em regies da Holanda em 1980, resultou no uso de

    esterilizao do solo em estufas sendo progressivamente proibido. Isto

    levou a um rpido abandono do solo, atravs da hidroponia, a tcnica

    mais popular foi l de rocha alimentada por regas por gotejamento.

    Seguindo os evidentes xitos na Holanda, houve uma rpida

    expanso na produo hidropnica comercial em muitos pases ao redor

    do mundo. Utilizando sistemas que diferem amplamente de pas a pas,

    a rea mundial hidropnica aumentou cerca de 6.000 hectares (15.000

    acres) no ano de 1989. A hidroponia agora foi alterada de uma

    curiosidade irrelevante a uma significativa tcnica hortcola,

    especialmente em segmentos de flor cortada e hortalias para saladas.

    Atravs dos anos 1990, a expanso continuou ainda que a taxa de

    incremento tenha diminudo notavelmente no norte da Europa. Alguns

    pases tais como Espanha, se desenvolveram muito nos ltimos anos, e

    no sabemos se a rea hidropnica de algum pas tenha diminudo

    nesta dcada.

    No lado tcnico, esto sendo usados uma ampla gama de substratos

    incluindo alguns novos. Se desenvolveram um nmero de verses

    modificadas de tcnicas j existentes, mas nenhuma teve maior

    impacto. Sem dvida, os equipamentos de rega e equipamentos de

    controle e as tcnicas tm melhorado muito, como ter mtodos de

    desinfeco de solues nutritivas recirculantes. No entanto, no

    apareceu uma nova tcnica hidropnica significativa nos ltimos 20

    anos.

    O cultivo sem solo proporciona um bom desenvolvimento das

    plantas, bom estado fitossanitrio, alm das altas produtividades

  • quando comparado ao sistema tradicional de cultivo no solo. Quando

    utiliza apenas meio lquido, associado ou no a substratos no

    orgnicos naturais, pode-se utilizar o termo cultivo ou sistema

    hidropnico (Castellane e Araujo, 1995).

    Segundo Furlani et. al. (1999), no Brasil, tem crescido nos ltimos

    anos o interesse pelo cultivo hidropnico, predominando o sistema NFT

    (Nutriente film technique). Muitos dos cultivos hidropnicos no obtm

    sucesso, principalmente em funo do desconhecimento dos aspectos

    nutricionais desse sistema de produo que requer formulao e

    manejo adequados das solues nutritivas. Outros aspectos que

    interferem igualmente nos resultados relacionam-se com o tipo de

    sistema de cultivo. Para a instalao de um sistema de cultivo

    hidropnico, necessrio que se conhea detalhadamente as estruturas

    bsicas que o compem (Castellane e Araujo, 1994; Cooper, 1996;

    Faquin et. al., 1996; Martinez e Silva Filho, 1997; Furlani, 1998). Os

    tipos de sistema hidropnico determinam estruturas com

    caractersticas prprias, entre os mais utilizados esto:

    a) Sistema NFT (Nutrient film technique) ou tcnica do fluxo

    laminar de nutrientes: composto basicamente de um tanque de

    soluo nutritiva, de um sistema de bombeamento, dos canais de

    cultivo e de um sistema de retorno ao tanque. A soluo nutritiva

    bombeada aos canais e escoa por gravidade formando uma fina

    lmina de soluo que irriga as razes.

    b) Sistema DFT (Desp film technique) ou cultivo na gua ou

    floating: a soluo nutritiva forma uma lmina profunda (5 a 20

    cm) na qual as razes ficam submersas. No existem canais, e sim

    uma mesa plana em que a soluo circula por meio de um sistema

    de entrada e drenagem caracterstico.

    c) Sistema com substratos: para a sustentao de hortalias

    frutferas, de flores e outras culturas, cujo sistema radicular e cuja

  • parte area so mais desenvolvidos, utilizam-se canaletas ou vasos

    cheios de material inerte, como areia, pedras diversas (seixos, brita),

    vermiculita, perlita, l-de-rocha, espuma fenlica ou espuma de

    poliuretano; a soluo nutritiva percolada atravs desse material e

    drenada pela parte inferior dos vasos ou canaletas, retornando ao

    tanque de soluo.

    Na hidroponia, cujos sistemas so mais caros e exigentes no

    manejo, as expectativas de produo em quantidade, qualidade e

    segurana so maiores do que nas culturas que so produzidas de

    forma tradicional. Uma vez que na hidroponia, a planta encontra, em

    timas condies, os elementos que necessita (gua, nutrientes,

    oxignio, etc.), pode haver grandes oscilaes de produo, dependendo

    do controle correto ou incorreto dos fatores de produo fornecidos

    planta.

    Como o objetivo do presente trabalho promover a tcnica,

    importante esclarecer que a hidroponia no esttica, no exibe

    resultados matemticos, pois se est trabalhando com vida. O fator

    biolgico por si s, varivel, dinmico e est sempre em evoluo.

    Portanto, muito mais se aprender com a prtica do que com a simples

    leitura deste trabalho.

    1

    1 Este livro foi digitalizado e distribudo GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source com a inteno de

    facilitar o acesso ao conhecimento a quem no pode pagar e tambm proporcionar aos Deficientes Visuais a oportunidade de conhecerem novas obras. Se quiser outros ttulos nos procure http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros, ser um prazer receb-lo em nosso grupo.

  • 2. Tipos de Sistemas

    A maioria das plantas tm o solo como o meio natural para o

    desenvolvimento do sistema radicular, encontrando nele o seu suporte,

    fonte de gua, ar e minerais necessrios para a sua alimentao e

    crescimento. As tcnicas de cultivo sem solo substituem este meio

    natural por outro substrato, natural ou artificial, slido ou lquido, que

    possa proporcionar planta aquilo que, de uma forma natural, ela

    encontra no solo (Canovas Martinez apud Castellane e Arajo, 1995).

    Existem diversos tipos de sistemas de cultivo sem solo variando de

    acordo com a estrutura, substrato e fornecimento de oxignio:

    a) Sistemas com meios Inorgnicos

    * L de Rocha (57%). um meio manufaturado por fuso de l

    de rocha, o qual transformado em fibras e usualmente prensado em

    blocos e pranchas. Sua principal caracterstica que contm muitos

    espaos vazios, usualmente 97%, isto permite absorver nveis muito

    altos de gua, enquanto que tambm um bom contedo de ar. A l de

    rocha tambm usada freqentemente como pequenos blocos

    iniciadores para ser transplantados em outros substratos ou em

    sistemas baseados em gua. o principal meio usado donde existe uma

    fbrica perto. um material caro quando se compara localmente com

    meios disponveis mais baratos.

    * Areia. Chegou a ser popular como meio hidropnico no incio

    dos anos 70, especialmente nos EEUU, onde foi desenvolvido camas

    compridas e profundas de cultivo de areia. Se estabeleceram grandes

    unidades no Sul dos EEUU mas depois fecharam. Tambm se

    estabeleceram unidades em vrios pases desrticos do Mdio Oriente.

    Esta foi a tcnica original usada quando se estabeleceu o Land Pavilion

    en Epcot Center de Walt Disney na Flrida. Um grande problema

  • experimentado com a tcnica foi manter sobre controle enfermidades de

    razes, motivo pelo qual agora raramente usado.

    Por anos se usaram bolsas de areia de certo grau em muitos

    pases; no entanto, tm existido uma grande onda recentemente em seu

    uso, devido que est sendo a base de uma rpida expanso na

    produo de tomate hidropnico na Espanha.

    Areia um termo geral e deveria ser especificado mais

    estreitamente quando se destina para uso hidropnico. A areia de

    quartzo usada, no a de tipo calcrio (pedra calia e areias de praia),

    as quais dariam severos problemas de pH. O tamanho da partcula e

    simetria tambm so propriedades importantes.

    * Perlita. Feita por aquecimento de l de rocha em gua, a qual

    se expande muito para dar partculas aeradas. Primeiro foi usada na

    Esccia em torno de 1980, seu uso se difundiu por vrios pases

    especialmente onde fabricado localmente. Seu uso significativo mas

    relativamente menor; na Coria seu uso alcana 112 hectares ou 41%

    da rea hidropnica coreana.

    * Escria. uma rocha ligeiramente aerada, natural conhecida

    com vrios nomes: tuff em Israel e picn en Ilhas Canrias. Ainda

    que um meio efetivo, pesado (800 kg/m3) e portanto s usado onde

    um recurso local.

    * Pumecita. uma rocha vulcnica natural, leve e aerada, a qual

    um bom meio de crescimento. Normalmente usada onde existe em

    quantidade disponvel, como em Nova Zelndia. Existem grandes

    depsitos na Islndia e recentemente esto sendo exportados para a

    Europa.

    * Argila Expandida. relativamente cara e tem sido usada

    principalmente em hidrocultivo e por estudiosos. Recentemente existe

    algum uso comercial limitado na Europa para cultivos de crescimento

    alto, como as rosas.

  • * Vermiculita. Foi anunciada anos atrs mas agora no se usa

    comercialmente, s em poucas misturas. (Donnan, 2003).

    b) Sistemas com Meios Orgnicos

    * Serragem. Foi um dos primeiros meios usados comercialmente,

    ainda usado no Canad, onde recentemente, s tem sido ultrapassado

    em popularidade pela l de rocha. Tambm o principal meio no Sul da

    frica e Nova Zelndia e usada em certo grau em outros pases,

    incluindo Austrlia. A serragem usada grossa, no descomposta, de

    origem conhecida e se cultiva s para uma estao.

    * Musgo. Foi um dos primeiros meios tratados e no

    considerado por alguns como meio hidropnico. usado em certo grau

    em muitos pases que possuem uma quantidade disponvel de

    qualidade, e o principal mtodo usado na Finlndia e Irlanda. Seu uso

    enorme dentro da indstria.

    * Fibra de Coco. Recentemente tem sido adicionado

    favoravelmente como meio hidropnico. Gozou de alguns primeiros

    xito,s mas agora seu uso parece estar estabelecido. Existe uma

    quantidade significativa usada na Holanda e um pequeno uso em

    outros pases. Um aspecto importante que a qualidade varia

    consideravelmente entre provedores, principalmente relacionado a

    contedo de sais.

    * Produtos de Espuma. Se tem usado vrios tipos e marcas de

    espuma, freqentemente com bom resultado e alguns por mais de 20

    anos, mas seu uso ainda est limitado. Tm sido vistos pelos

    produtores como muito caros. Alguns destes meios ainda tm potencial.

  • * Produtos de Madeira Processada. Tem-se produzido e vendido

    este produto mas seu uso no d resultado em extenses significativas.

    * Gel. Se tem produzido, provado e promovido um determinado

    nmero de polmeros de gel mas a maioria tem desaparecido do

    mercado sem haver sido aceitado pelos produtores (Donnan, 2003).

    c) Sistemas Baseados em gua

    * NFT (Tcnica de Pelcula Nutriente) (5%). Foi desenvolvido na

    Inglaterra na dcada de 1970. Este sistema recircula uma fina pelcula

    de soluo nutritiva nos canais de cultivo. Foram provados

    comercialmente um amplo nmero de cultivos e, como resultado de

    uma ampla difuso publicitria, o NFT foi provado em muitos pases.

    Uma vez que se estabeleceu, a tcnica provou ser til para a produo

    de tomates, e para cultivos de curto crescimento como a alface. Cultivos

    como o melo tem dado problemas e no mundo s so produzidos por

    produtores experientes.

    * Cultivo em gua (3%). O sistema Gericke usou um tanque de

    concreto cheia de soluo nutritiva. Existem muito poucos destes

    sistemas hoje em dia, mas alguns derivados deste sistema so

    significativos em alguns pases.

    A principal tcnica comercial a Tcnica de Fluxo Profundo

    (DFT, Deep Flow Technique), onde pranchas de poliestireno flutuam

    sobre uma soluo nutritiva aerada por recirculao. Este o principal

    sistema no Japo com 270 hectares, de cultivos de folha

    principalmente. Outros pases onde seu uso significativo, se

    encontram na sia, com seu uso predominante em cultivos de

    hortalias de folha.

    * Cultivo em Cascalho (1%). Est includo por sua conexo

    histrica e classificado como um sistema baseado em gua porque

    sempre se usou como uma tcnica de recirculao, como contnuo ou

  • como inundao e drenagem. Existem poucos dos sistemas de canais

    originais abandonados no mundo e o uso do cascalho quase todo em

    sistema hbridos. O mais comum a Tcnica de Fluxo em cascalho

    (GFT, Gravel Flow Technique), onde os canais de NFT so cobertos com

    uma capa de 50 mm (2 polegadas) de cascalho.

    * Aeropona (0,2%). uma tcnica onde as razes esto

    suspendidas em uma neblina de soluo nutritiva. Vrias formas desta

    tcnica tem sido provadas por mais de 20 anos. Atraiu muita

    publicidade e existem um nmero de sistemas para aficcionados que

    esto sendo vendidos. Sua realidade comercial tal que s se tem

    reportado 19 hectares na Coria. Seu uso est limitado a um punhado

    de pequenas operaes espalhados pelo mundo.

    Quadro 01 Porcentagem Estimada da rea Total para Diferentes

    Sistemas Hidropnicos.

    Sistemas Hidropnicos

    Sistemas Porcentagem

    L de rocha 57%

    Outros meios inorgnicos 22%

    Substratos orgnicos 12%

    NFT 5%

    Cultivo em gua 3%

    Tcnicas em cascalho 1%

    Total 100%

    Fonte: Donnan (2003).

  • 3. Principais Vantagens e Desvantagens

    do Sistema Hidropnico

    3.1 Vantagens

    Produo de melhor qualidade: pois as plantas crescem em

    um ambiente controlado, procurando atender as exigncias da cultura e

    com isso o tamanho e a aparncia de qualquer produto hidropnico so

    sempre iguais durante todo o ano.

    Trabalho mais leve e limpo: j que o cultivo feito longe do

    solo e no so necessrias operaes como araes, gradagens,

    coveamento, capinas, etc.

    Menor quantidade de mo-de-obra: diversas prticas agrcolas

    no so necessrias e outras, como irrigao e adubao, so

    automatizadas.

    No necessria rotao de cultura: como a hidroponia se

    cultiva e meio limpo, pode-se explorar, sempre, a mesma espcie

    vegetal.

    Alta produtividade e colheita precoce: como se fornece s

    plantas boas condies para seu desenvolvimento no ocorre

    competio por nutrientes e gua, e alm disso, as razes nestas

    condies de cultivo no empregam demasiada energia para crescer

    antecipando o ponto de colheita e aumentando a produo.

    Menor uso de agrotxicos: como no se emprega solo, os

    insetos e microorganismos de solo, os nematides e as plantas

    daninhas no atacam, reduzindo a quantidade de defensivos utilizada.

    Mnimo desperdcio de gua e nutrientes: j que o

    aproveitamento dos insumos em questo mais racional.

    Maior higienizao e controle da produo: alm do cultivo ser

    feito sem o uso de solo, todo produto hidropnico tende a ser vendido

  • embalado, no entrando em contato direto com mos, caixas, veculos,

    etc.

    Melhor apresentao e identificao do produto para o

    consumo: na embalagem utilizada para acondicionamento dos produtos

    hidropnicos pode-se identificar a marca, cidade de origem, nome do

    produtor ou responsvel tcnico, caractersticas do produto, etc.

    Melhor possibilidade de colocao do produto no mercado: por

    ser um produto de melhor qualidade, aparncia e maior tamanho,

    torna-se um produto diferenciado, podendo agregar ele melhor preo e

    comercializao mais fcil.

    Maior tempo de prateleira: os produtos hidropnicos so

    colhidos com raiz, com isso duram mais na geladeira.

    Pode ser realizado em qualquer local: uma vez que seu cultivo

    independe da terra, pode ser implantado mais perto do mercado

    consumidor.

    3.2 Desvantagens

    Os custos iniciais so elevados, devido a necessidade de

    terraplenagens, construo de estufas, mesas, bancadas, sistemas

    hidrulicos e eltricos. Dependncia grande de energia eltrica. O

    negcio para ser lucrativo exige conhecimentos tcnicos e de fisiologia

    vegetal. Em um sistema fechado, com uma populao alta de plantas,

    poucos indivduos doentes podem contaminar parte da produo. Exige

    rotinas regulares e peridicas de trabalho (Carmo Jr., 2003).

    O balano inadequado da soluo nutritiva e a sua posterior

    utilizao podem causar srios problemas s plantas. O meio de cultivo

    deve prover suporte s razes e estruturas areas das plantas, reter boa

    umidade e, ainda, apresentar boa drenagem, ser totalmente inerte e

    facilmente disponvel. Somente materiais inertes podem entrar em

    contato com as plantas (toxidez de Zn e de Cu podero ocorrer, caso

    presentes nos recipientes). essencial boa drenagem para no haver

    morte das razes (Castellane e Arajo, 1995).

  • Emprego de inseticidas e fungicidas: No incio do emprego da

    hidroponia, para fins comerciais, se propagava que no ocorriam pragas

    e doenas no referido sistema de cultivo. Hoje, sabe-se, que se pode ter

    esses problemas na instalao hidropnica, embora em muito menor

    grau em comparao com o sistema convencional. Entretanto, a deciso

    quanto ao uso de inseticidas e fungicidas sempre muito difcil. Deve-

    se, sempre, procurar alternativas menos agressivas sade e ao

    ambiente, evitando, ao mximo, o uso de produtos qumicos. Pois, caso

    contrrio, o mtodo perde um dos atrativos de comercializao (Teixeira,

    1996).

    Os equipamentos necessrios para trabalhar as culturas

    hidropnicas devem ser mais precisos e sofisticados que para o solo,

    portanto, mais caros de aquisio, instalao e manuteno. A falta de

    inrcia dos sistemas hidropnicos torna-os vulnerveis perante

    qualquer falha ou erro de manejo. Tambm a fiabilidade das instalaes

    e automatismos atuais alta, no se devendo esquecer que, para um

    sistema deste tipo, alguma avaria teria conseqncia muito mais grave

    que na agricultura tradicional (www.ep-agricola-torres-vedras.rcts.pt,

    2003).

    4. A Tcnica do Filme Nutriente (NFT)

    Segundo Bernardes (1997), o sistema NFT uma tcnica de cultivo

    em gua, no qual as plantas crescem tendo o seu sistema radicular

    dentro de um canal ou canaleta (paredes impermeveis) atravs do qual

    circula uma soluo nutritiva (gua + nutrientes).

    O pioneiro dessa tcnica foi Allen Cooper, no Glasshouse Crop

    Research Institute, em Littlehampton (Inglaterra), em 1965. NFT

    originrio das palavras NUTRIENT FILM TECHNIQUE, que foi utilizado

    pelo Instituto ingls para determinar que a espessura do fluxo da

    soluo nutritiva que passa atravs das razes das plantas deve ser

  • bastante pequeno (laminar), de tal maneira que as razes no ficassem

    totalmente submergidas, faltando-lhes o necessrio oxignio.

    Tradicionalmente, o Brasil vem utilizando para a montagem dos

    canais telhas de cimento amianto ou tubos de PVC, que so materiais

    tradicionais na construo civil brasileira, fceis de se encontrar e com

    preos razoveis.

    No sistema NFT no h necessidade de se colocar materiais dentro

    dos canais, como pedras, areia, vermiculia, argila expandida, palha de

    arroz queimada; dentro dos canais somente razes e soluo nutritiva.

    O sistema NFT funciona da seguinte maneira: a soluo nutritiva

    armazenada em um reservatrio, de onde recalcada para a parte

    superior do leito de cultivo (bancada) passando pelos canais e recolhida,

    na parte inferior do leito, retornando ao tanque, conforme Figura 01

    (Teixeira, 1996).

    Figura 01 Esquema Bsico para Instalao de Hidroponia no

    Sistema NFT

  • 4.1 Sistema Hidrulico

    O sistema hidrulico responsvel pelo armazenamento, recalque e

    drenagem da soluo nutritiva, sendo composto de um ou mais

    reservatrios de soluo, do conjunto moto-bomba e dos encanamentos

    e registros (Furlani et. al., 1999).

    4.1. Reservatrio

    Os reservatrios ou tanques de soluo podem ser construdos de

    material diverso, como plstico PVC, fibra de vidro ou de acrlico,

    fibrocimento e alvenaria. Os tanques de plstico PVC e de fibra tm sido

    os preferidos em virtude do menor custo, facilidade de manuseio e, por

    serem inertes, no necessitarem de nenhum tratamento de

    revestimento interno. J os tanques construdos em alvenaria bem

    como as caixas de fibrocimento exigem revestimento interno com

    impermeabilizantes destinados a esse fim. O mais comumente utilizado

    e com bons resultados a tinta betuminosa (Neutrol), mas pode-se

    optar pela impermeabilizao com lenol plstico preto. Sem esses

    cuidados, a soluo nutritiva, por ser corrosiva, poder ser

    contaminada por componentes qumicos presentes na constituio

    desses materiais.

    O depsito deve, de preferncia, ser enterrado em local sombreado

    para impedir a ao dos raios solares, alm de ser vedado para evitar a

    formao de algas e a entrada de animais de pequeno porte. Sua

    instalao deve ser preferencialmente abaixo do nvel da tubulao de

    drenagem, facilitando o retorno da soluo por gravidade.

    O tamanho do reservatrio depender do nmero de plantas e das

    espcies que sero cultivadas. Deve-se obedecer ao limite mnimo de

    0,1-0,25 L/planta para mudas, de 0,25-0,5 L/planta para plantas de

    pequeno porte (rcula, almeiro), de 0,5-1,0 L/planta para plantas de

  • porte mdio (alface, salsa, cebolinha, agrio, manjerico, morango,

    cravo, crisntemo), de 1,0-5,0 L/planta para plantas de maior porte

    (tomate, pepino, melo, pimento, berinjela, couve, salso, etc.). Quanto

    maior a relao entre o volume do tanque e o nmero de plantas nas

    bancadas, menores sero as variaes na concentrao e temperatura

    da soluo nutritiva. Entretanto, no se recomenda a instalao de

    depsitos com capacidade maior que 5.000 L, em vista da maior

    dificuldade para o manejo qumico (correo do pH e da condutividade

    eltrica CE) e oxigenao da soluo nutritiva.

    4.1.2 Escolha do Conjunto Moto-bomba

    Segundo Teixeira (1996), a potncia da bomba a empregar para o

    recalque da soluo nutritiva pequena. Para se calcular pode-se

    empregar a frmula seguinte (Castellane e Arajo, 1995):

    Vazo x altura manomtrica total

    HP motor = ____________________________

    75 x 0,90

    HP motor

    HP bomba = ________

    0,70

    A vazo adequada no sistema hidropnico 1,5 litro/minuto 2,0

    litros/minuto por canaleta de cultivo. Na frmula, a vazo expressa

    em litros/segundo e corresponde ao necessrio para suprir todas as

    canaletas existentes na instalao.

    A altura manomtrica total a somatria da altura geomtrica de

    recalque (distncia vertical da entrada da bomba at o ponto de

    distribuio superior na bancada) da altura da suco (distncia

  • vertical da bomba at 20 cm do fundo do reservatrio) e das perdas nas

    tubulaes e acessrios (cerca de 30%).

    O conjunto moto-bomba estar ligado ao reservatrio, localizado em

    nvel geomtrico inferior ao ponto que liberar a soluo nutritiva para

    os canais, ou seja, ter a funo de recalque da soluo nutritiva,

    conforme mostrado na Figura 02.

    Figura 02 Esquema de um Sistema Hidrulico.

    Para calcular o consumo de energia eltrica do conjunto moto-

    bomba basta multiplicar o valor da potncia do motor por 0,746 e obter

    o valor em Kwh (Kilowatts hora).

    Os principais problemas com o conjunto moto-bomba e suas

    possveis causas so:

    01. 01. Mesmo com o motor ligado, a bomba no realiza o trabalho

    de suco. Causas provveis:

    - - Falta de soluo nutritiva no reservatrio.

    - - No foi retirado o ar de suco (escova).

    - - Entrada de ar nas conexes e acessrios.

    - - Giro do eixo do motor com rotao invertida.

  • - - Tubulao de suco e rotor de dimetro pequeno.

    - - Entrada de ar pela carcaa da bomba. Apertar parafusos.

    02. 02. Superaquecimento do motor. Causas provveis:

    - - Elementos girantes excessivamente justos, rotor ou eixo

    emperrados, atritando com as partes estacionrias.

    - - Gaxetas muito apertadas.

    - - Ligao eltrica inadequada ou com defeito nos contatos.

    - - Baixa tenso na rede.

    - - Ocorrncia de sobretenso na rede eltrica.

    03. 03. Consumo exagerado de energia eltrica. Causas provveis:

    - - Ocorrncia de vazamento de energia devido presena de

    carga inferior possvel.

    Defeitos mecnicos como eixo e rotor emperrados, elementos

    girantes excessivamente apertados (gaxetas) (Bernardes, 1997).

    4.1.3 Regulador de Tempo ou Timer

    A circulao da soluo nutritiva comandada por um sistema

    regulador de tempo, ou temporizador. Esse equipamento permite que o

    tempo de irrigao e drenagem ocorra de acordo com a programao

    que se deseja. Existem no mercado temporizadores mecnicos com

    intervalos de 10 por 10 ou 15 por 15 ou 20 por 20 minutos e

    temporizadores eletrnicos com intervalos variados de segundos a

    minutos.

    O tempo de irrigao varia muito entre os sistemas, bancadas,

    regies, tipos de cobertura, variedade cultivada e poca do ano, no

    havendo regra geral. Em locais quentes, durante o vero, o sistema

    dever permanecer ligado ininterruptamente durante as horas mais

    quentes do dia, ao passo que no mesmo local, no inverno, esse manejo

    ser diferente. Quando se usa a irrigao contnua durante o perodo

    mais quente do dia, deve-se tomar cuidado para que haja aerao

  • adequada da soluo nutritiva para evitar deficincia de oxignio no

    sistema radicular.

    Durante o perodo noturno, o sistema pode permanecer desligado ou

    com duas a trs irrigaes de dez a quinze minutos espaadas de

    quatro a cinco horas (Furlani et. al., 1999).

    Aconselha-se estudar bem o local a ser implantada a hidroponia

    (regio mais quente ou mais fria), pois isso que vai decidir com

    exatido os tempos de circulao e descanso do sistema (Alberoni,

    1998).

    Uma instalao bsica, para o funcionamento de uma banca de

    crescimento (que facilmente pode se multiplicar) pode ser visualizada

    abaixo, conforme Figura 03 (Bernardes, 1997).

    Figura 03 Funcionamento do Sistema Hidrulico.

  • 4.2 Estufas

    Segundo Alberoni (1998), vrios modelos de estufas so utilizados

    na produo hidropnica, entre eles: capela, arco e serreada, que

    podem ser conjugados ou no.

    O modelo mais utilizado a capela (duas guas), que fornece amplo

    espao interno, com bom escoamento da gua das chuvas e boa

    proteo interna. Dependendo do tamanho da estufa podem ser

    colocadas vrias bancadas no seu interior, conforme Figura 04.

  • Figura 04 Modelo de estufa com possibilidade de abrigar quatro

    bancadas ao mesmo tempo.

    Alguns produtores utilizam o modelo de estufa individual. A estufa

    tem a medida exata da bancada e possibilita um maior arejamento do

    sistema, mas tem a desvantagem de dificultar os trabalhos em dias de

    chuva. Uma estrutura bem simples, porm muito prtica a da Estao

    Experimental de Hidroponia de Charqueada (SP), inspirada no modelo

    do engenheiro Shigeru Ueda, conforme ilustrado na Figura 05.

    Figura 05 Modelo de Estufa Individual.

    Fonte: Bernardes (1997).

    Para a cobertura das estufas recomenda-se a utilizao de filme

    plstico aditivado anti-UV e antigotejo, com espessuras de 75 , 100

    ou 150 . O filme plstico antigotejo de extrema importncia, pois evita que o acmulo interno de gua caia em forma de gotas sobre as

    plantas e faz com que a gua escorra pelas laterais da estufa. Assim,

  • evitam-se a contaminao e a propagao de diversos patgenos,

    principalmente os fngicos (Alberoni, 1998).

    No Brasil, a maioria das estufas hidropnicas no climatizada.

    Dentre os fatores ambientais que podem afetar o cultivo

    hidropnico, destaca-se a temperatura. Segundo Bernardes (1997), nas

    regies mais quentes a utilizao de estufas com p-direito acima de 2,5

    metros recomendvel, para proporcionar uma maior ventilao

    natural interna e para diminuir a temperatura do interior da estufa.

    Telas de sombreamento tambm so utilizadas, no alto das casas de

    vegetao, na tentativa de diminuir a insolao direta e amenizar a

    temperatura interna.

    4.3 Bancadas

    As bancadas ou mesas de cultivo onde so colocadas as mudas,

    ou seja, onde vai ocorrer o plantio propriamente dito. As plantas

    permaneceram nas bancadas at a sua colheita.

    Segundo Furlani et. al. (1999), as bancadas para a tcnica

    hidropnica so compostas de suportes de madeira ou outro material,

    os quais formam uma base de sustentao para os canais de cultivo,

    que podem ser de diversos tipos.

    As dimenses das bancadas normalmente obedecem a certos

    padres, que podem variar de acordo com a espcie vegetal e com o tipo

    de canal utilizado. No que se refere largura, a bancada deve ter: at

    1,0 m de altura e 2,0 m de largura para mudas e plantas de ciclo curto

    (hortalias de folhas) e at 0,2 m de altura e 1,0 m de largura para

    plantas de ciclo longo (hortalias de frutos). Essas dimenses so

    suficientes para uma pessoa trabalhar de maneira confortvel nos dois

    lados da mesa, facilitando-lhe as operaes de transplante, os

    tratamentos fitossanitrios, quando necessrios, os tratos culturais, a

    colheita e a limpeza da mesa.

    necessria uma declividade de 2 a 4% no comprimento dos canais

    que conduzem a soluo nutritiva. Alm disso, recomendvel que o

    comprimento da bancada no ultrapasse 15 metros, quando se utilizar

  • 1,0 litro/minuto de soluo nutritiva por canal, devido, principalmente,

    possibilidade de escassez de oxignio dissolvido na soluo no final da

    banca. Quando a soluo nutritiva apresenta baixos nveis de 02, pode

    ocorrer a morte dos meristemas radiculares, pequena ramificao das

    razes e baixa absoro dos nutrientes, ocasionando um crescimento

    mais lento com reduo de produo ao longo do tempo (Bernardes,

    1997).

    4.3.1 Canais de cultivo

    O material utilizado na confeco dos canais deve ser impermevel

    ou impermeabilizado para no reagir com a soluo nutritiva. No Brasil,

    vm-se utilizando para a montagem dos canais telhas de cimento

    amianto ou tubos de PVC, que so materiais muito usados na

    construo civil, fceis de se encontrar e com preos razoveis.

    Tambm, mais recentemente, tm sido usados tubos de polipropileno de

    formato semicircular.

    a) a) Telhas de cimento amianto

    Podem ser usadas telhas de amianto com ondas rasas (2,5 cm de

    altura e espaadas a 7,5 cm), indicadas para produo de mudas ou

    para algumas culturas de pequeno porte (rcula, agrio, etc.) servindo

    para conduo das plantas at a fase de colheita. As telhas com ondas

    maiores (5 cm de altura e espaadas a 18 cm) tambm so utilizadas

    para o cultivo de plantas de ciclo curto (alface, salsa, morango, etc.).

    Constri-se a bancada, colocando-se as telhas de maneira a ficar com

    as extremidades encostadas umas nas outras ou sobrepostas. Aps

    montada, a bancada revestida com filme plstico para que a soluo

    nutritiva seja conduzida de forma perfeita e para prevenir vazamentos.

    Em cima da bancada, para sustentao das plantas, so utilizadas

    placas de isopor, preferencialmente com espessura de 15 a 20 mm.

  • Essas placas devem ser vazadas com furos de 50 mm de dimetro

    (Figura 06) e espaamento entre os furos de 18 cm x 20 cm.

    Figura 06 Telha de cimento amianto com placas de isopor

    Fonte: Bernardes (1997).

    b) b) Tubos de PVC

    Segundo Furlani et. al. (1999), os canos de PVC utilizados para

    esgoto (tubos brancos ou pretos) ou para irrigao (azuis) so ainda os

    mais encontrados em sistemas hidropnicos NFT. Serrando-se os canos

    ao meio, obtm-se dois canais de cultivo com profundidade igual

    metade do dimetro do tubo (Figura 07). Pode-se unir quantos canais

    forem necessrios, utilizando-se, para tanto, cola para encanamentos,

    silicone e, se necessrio, arrebites.

    Os canais de PVC servem para todas as fases de desenvolvimento

    das hortalias mais cultivadas. Para mudas utilizam-se os tubos de 40-

    50 mm; para fase intermediria, os de 75-100 mm, e para a fase

  • definitiva ou produo, os de 100-200 mm, dependendo da espcie

    cultivada.

    Figura 07 Bancada de canos de PVC, mostrando tambm a

    canaleta de retorno de soluo e a fixao do suporte das

    plantas na bancada. No detalhe, a unio dos tubos.

    O inconveniente desse sistema a formao de algas dentro dos

    canos, em funo da luz que penetra por eles (Alberoni, 1998).

    Os tubos de PVC podem ser usados inteiros com furos na parte

    superior dos mesmos. Eles dispensam qualquer tipo de sustentao

    para as plantas j que so fechados, fornecendo o apoio suficiente para

    a maioria das plantas.

    De acordo com Furlani et. al. (1999), a lmina usada para

    confeccionar as embalagens tipo longa vida (TetraPark) tem sido

    empregada com sucesso na cobertura de mesas de cultivo e

  • sustentao das plantas. um produto relativamente barato e de

    excelente durabilidade. de fcil limpeza, tem boa capacidade de

    isolamento trmico e resiste aos raios solares.

    c) Tubos de Polipropileno

    Apresentam formato semicircular e so comercializados nos

    tamanhos definidos pelo dimetro em: pequeno (50 mm), mdio (100

    mm) e grande (150 mm), j contendo furos para a colocao das mudas

    no espaamento escolhido (Figura 08). Embora de uso muito recente,

    tm apresentado bons resultados prticos tanto para mudas, como para

    plantas maiores ou mesmo para culturas de maior porte, tendo

    comportamento semelhante ao obtido com tubos de PVC, com exceo

    da limpeza que mais difcil. Para alface e rcula, tm sido instalados

    na posio normal, ou seja, com a parte chata para cima, o que d

    maior apoio para as folhas. Para plantas frutferas, de porte maior,

    pode-se optar por instal-los com a parte achada para baixo, o que

    propicia maior rea para o desenvolvimento do sistema radicular. Por

    serem de polipropileno, dispensam revestimento interno, so mais

    fceis de emendar pois j vm com os encaixes e apresentam todas as

    vantagens dos tubos de PVC.

    Figura 08 Perfis hidropnicos nas duas posies utilizadas.

  • Fonte: Furlani et. al. (1999).

    4.4 Plantas que podem ser cultivadas pelo Sistema NFT

    A Alface a mais cultivada, mas pode-se encontrar nos sistemas de

    cultivo sem solo: rcula, feijo-vagem, repolho, couve, salsa, coentro,

    melo, agrio, pepino, berinjela, pimento, tomate, arroz, morango,

    forrageiras para alimentao animal, mudas de plantas frutferas e

    florestais, plantas ornamentais, etc; teoricamente, qualquer planta pode

    ser cultivada no sistema.

    Um experimento recente foi desenvolvido IAC-Frutas (Instituto

    Agronmico de Campinas), estudando o enraizamento de mini-estacas

    de maracuj-amarelo por meio de hidroponia em espuma fenlica pelo

    sistema NFT.

    Segundo Meletti et. al., (2003), com o objetivo de melhorar o

    aproveitamento de plantas matrizes, foi investigada no IAC a

    possibilidade de se reduzir o tamanho das estacas, economizando,

    assim, material selecionado, quer seja de matrizes de elite de lotes

    experimentais e de plantaes comerciais, como at de espcies

    silvestres em fase de extino.

    Usando o mtodo convencional de estaquia em areia no foi possvel

    obter o enraizamento de estacas com uma ou duas gemas, porque elas

    secavam muito rapidamente, antes mesmo de enraizar. Isso s foi

    conseguido com a tcnica de hidroponia em espuma fenlica.

    Os experimentos foram realizados em Monte Alegre do Sul (SP).

    Foram preparadas estacas mais curtas, com uma ou duas gemas e

    apenas uma meia-folha, com cerca de 5 a 8 cm de comprimento. As

    mini-estacas foram colocadas para enraizar no centro dos cubos de

    espuma fenlica, de aproximadamente 20 mm de arestas, previamente

    umedecidas com gua. Estes, por sua vez, foram transferidos para uma

    bancada de hidroponia de produo de mudas na horizontal, em estufa.

  • Foi detectado o incio da formao de calos 10 dias depois da

    colocao das mini-estacas em espuma fenlica, sendo que depois de 18

    dias, calos radiculares encontram-se completamente formados e

    visveis. O incio do enraizamento foi observado aos 24 dias e o

    enraizamento completo, 37 dias depois da instalao do sistema.

    Houve, portanto, uma reduo de 25 dias no perodo necessrio ao

    enraizamento das estacas, em relao ao sistema tradicional, podendo-

    se antecipar em igual perodo o transplante das estacas para sacos

    plsticos. Foi observado, tambm, um ndice de 100% de enraizamento

    em todas as cultivares testadas, mostrando que no h efeito de

    cultivares no processo.

    Concluiu-se que a hidroponia pode ser adotada com vantagens na

    estaquia de matrizes comerciais, de campos com escassez de plantas

    superiores, economizando material propagativo, sem perda de qualidade

    e com bons ndices de aproveitamento. Poder vir a ser, tambm, uma

    efetiva contribuio multiplicao de passifloras nativas, em processo

    de extino pelo desmatamento, desde que se repita com elas o

    comportamento obtido com o maracujazeiro-amarelo. Em programas de

    melhoramento gentico, pode ser uma ferramenta muito til na

    multiplicao de plantas estratgicas, resultantes de cruzamentos

    controlados.

  • 5. Aeroponia

    Com o intuito de se conseguir maior produtividade e melhoria na

    eficincia e qualidade de produo em sistemas hidropnicos, tm se

    desenvolvido outros mtodos alternativos de cultivo.

    A aeroponia uma tcnica de cultivo sem solo que consiste em

    cultivar as plantas suspensas no ar, tendo como sustentao canos de

    PVC que podem ser dispostos no sentido horizontal ou vertical,

    permitindo um melhor aproveitamento de reas e a instalao de um

    nmero maior de plantas por metro quadrado de superfcie da estufa,

    obtendo-se, assim, um aumento direto de produtividade.

    Nesse sistema no utilizado nenhum tipo de substrato, sendo que

    as razes, protegidas da luminosidade dentro dos canos, recebem a

    soluo nutritiva de forma intermitente ou gota a gota, de acordo com

    esquema previamente organizado. H casos de aeroponia, nos quais, a

    soluo nutritiva nebulizada ou pulverizada sobre as razes.

    5.1 Aeroponia Horizontal

    Segundo Teixeira (1996), aeroponia horizontal consiste

    fundamentalmente em cultivar as plantas em tubos de plsticos (PVC)

    de 12 a 15 cm de dimetro, em cujo interior passa a soluo nutritiva.

    Os tubos so colocados com inclinao de 1-3%. A soluo entra pela

    parte mais alta do tubo saindo pela outra extremidade. As mudas so

    colocadas, nos tubos de PVC, em perfuraes de 3-4 cm de dimetro e

    no espaamento indicado cultura. Os tubos, (Figura 09), so

    colocados em grupos formando linhas seguidas. Os grupos so

    colocados um em cima dos outros, a 1 m de distncia, como se fossem

    andaimes. O apoio feito em estruturas metlicas ou de madeira, de

    preferncia, mveis.

  • Figura 09 Instalao Aeropnica Horizontal

    O principal inconveniente na utilizao deste sistema est na

    impossibilidade da explorao de culturas que necessitem de

    sustentao, como o caso do tomate, pimento, pepino e outros, isto

    limita o seu uso no caso de rotao de cultura.

    5.2 Aeroponia Vertical

    Neste sistema se cultivam plantas em colunas (tubos de PVC de

    quatro polegadas), de cerca de 2 m de comprimento. Esses tubos

    recebem perfuraes para adaptao das mudas. As colunas so

    dispostas paralelamente, deixando-se espaos de 1,40 m entre elas,

  • formando grupos. Entre os grupos se deixa o espaamento de 1,80 m.

    Maneja-se a formao de grupos de modo que a luminosidade e a

    temperatura sejam as desejveis para boa produtividade.

    A soluo nutritiva entra pelo alto da coluna, passa ao longo da

    mesma, recolhida na parte inferior, filtrada e retorna ao reservatrio.

    O processo inclui, como nos anteriores, bomba para recalque da

    soluo, timer programador e reservatrio de soluo nutritiva. A

    Figura 10 ilustra o mtodo. (Teixeira, 1996).

    Figura 10 Esquema da Instalao de Hidroponia Vertical

    Utilizada na Europa desde a dcada de 70, a tcnica foi adaptada

    realidade brasileira pelos agrnomos Flvio Fernandes e Pedro Roberto

    Furlani, pesquisadores da Estao Experimental de Agronomia de

    Jundia do Instituto Agronmico de Campinas (IAC). Comparando a

    hidroponia vertical aos sistemas tradicional e de hidroponia em

  • bandejas horizontais, segundo os pesquisadores, os resultados obtidos,

    tanto em produtividade como sanidade so melhores, o que compensa

    os custos de implantao e produo mais altos. Ocupando espaos

    iguais na estufa, a produo na hidroponia vertical foi 100% superior

    da horizontal e 120% maior do que a de canteiro. Em um plantio

    comercial com hidroponia vertical realizado em Jundia (SP) os

    agrnomos do IAC observaram tambm reduo nos gastos de gua e

    energia, enquanto a aplicao de defensivos agrcolas teve queda de at

    90%.

    Mesmo adotando cuidados sanitrios como a proteo dos canteiros

    com plstico, o que impede o contato direto dos frutos com o solo,

    dificilmente os produtores conseguem evitar a contaminao e o

    desgaste da terra nos cultivos tradicionais de morango. Os frutos

    prximos ao cho tambm esto sujeitos ao ataque de pragas e doenas

    e at o prprio peso do morango pode prejudicar sua sanidade e

    apresentao. Uma nova tcnica, entretanto, pode resolver parte desses

    problemas. Trata-se do cultivo hidropnico de morango em estruturas

    verticais. Nos casos em que foi necessrio fazer o controle de pragas e

    doenas, apenas as plantas atacadas receberam pulverizao. Outra

    grande vantagem da nova tcnica que os morangos podem ser

    colhidos em estgio mais avanado de maturao, o que garante frutos

    mais saborosos. Alm disso, as perdas so menores e o trabalho de

    colheita muito mais fcil que no sistema tradicional. As mudas

    formadas junto planta-matriz, suspensas no ar, tambm podem ser

    utilizadas para novos plantios, o que no ocorre nos cultivos

    convencionais por causa do risco de contaminao do solo.

    Na hidroponia vertical as mudas de morango so plantadas em

    compridas sacolas ou tubos de polietileno cheios com casca de arroz

    carbonizada e irrigadas com uma soluo nutritiva. De acordo com os

    pesquisadores, a casca de arroz funciona como suporte para as plantas

    fixarem as razes e tambm para reter o alimento lquido. As medidas

    mais indicadas so altura de 2 metros e dimetro de 20 centmetros. O

    espaamento de 1 metro entre cada tubo e de 1 metro entre as fileiras.

  • Geralmente so 28 mudas por tubo, sete grupos de quatro mudas

    planadas diametralmente. Para introduzir as mudas deve-se fazer

    pequenos orifcios em X no plstico. O substrato precisa estar

    encharcado (apenas com gua) e as plantinhas colocadas num ngulo

    de 45 graus. A irrigao com a soluo hidropnica varia de acordo com

    o estgio de desenvolvimento da planta, com volume de 3 a 6 litros

    dirios por tubo. Com o tempo, o produtor sabe dimensionar, sem

    desperdcio, a quantidade necessria. Outro cuidado garantir que

    todas as mudas recebam raios solares em quantidades iguais.

    (www.vivaverde.agr.br).

  • 6. Sistema DFT (Deep film technique) ou

    Floating ou Piscina

    O sistema de piscinas muito usado para a produo de mudas,

    como por exemplo, de alface. Nessa piscina so colocadas as bandejas

    de isopor, deixando correr uma lmina de soluo nutritiva

    (aproximadamente de 4 a 5 cm) suficiente para o desenvolvimento do

    sistema radicular das mudas, mantendo o substrato mido e

    permitindo a absoro dos nutrientes.

    Segundo Furlani et. al. (1999), no sistema DFT no existem canais,

    mas sim uma mesa ou caixa rasa nivelada onde permanece uma lmina

    de soluo nutritiva. O material utilizado para sua construo pode ser

    madeira, plstico ou fibras sintticas (em moldes pr-fabricados).

    A altura da lateral da caixa de cultivo deve ser de 10 a 15 cm,

    dependendo da lmina desejada, que normalmente varia de 5 a 10 cm.

    O suporte da mesa tambm pode ser de madeira ou de outro material,

    como descrito para as bancadas do sistema NFT. Para a manuteno da

    lmina de soluo, deve-se instalar um sistema de alimentao e

    drenagem compatvel, ou seja, a drenagem sempre maior ou igual

    entrada de soluo, para manter constante o nvel da lmina.

    No sistema DFT as razes das plantas permanecem submersas na

    soluo nutritiva por todo o perodo de cultivo, por isso a oxigenao da

    soluo merece especial ateno, tanto no depsito quanto na caixa de

    cultivo. A instalao de um venturi na tubulao de alimentao

    (Figura 11) permite eficiente oxigenao na lmina de soluo.

    Para as mesas pr-fabricadas em material plstico ou fibras de vidro

    e com revestimento interno no necessria a impermeabilizao, mas

    naquelas feitas de madeira deve-se cobrir o fundo e as laterais com dois

    filmes plsticos, sempre o preto por baixo e o de polietileno tratado

    contra radiao UV por cima, para conferir resistncia aos raios solares.

  • Figura 11 Mesa de floating mostrando as opes de drenagem e

    alimentao laterais ou de fundo.

  • 7. Nutrio Mineral das Plantas

    Um dos princpios bsicos para produo vegetal, tanto no solo

    como sobre sistemas de cultivo sem solo (hidroponia) o fornecimento

    de todos os nutrientes de que a planta necessita.

    O solo que sustenta as razes das plantas tambm importante

    para fornecer oxignio, gua e minerais. Ele formado por partculas de

    minerais e material orgnica, e apresenta poros e microporos que ficam

    cheios de gua e ar. Nesta gua esto dissolvidos sais formando a

    soluo do solo, que leva os nutrientes para as plantas.

    Em um meio sem solo, as plantas tambm devero suprir as

    mesmas necessidades, assim, para entender as relaes das plantas em

    um sistema hidropnico deve-se ter em conta as relaes que existem

    entre seu crescimento e o solo.

    Se no meio em que a planta crescer houver um desequilbrio de

    nutrientes, sua produo ser limitada. Por exemplo, se o pimento

    tiver sua disposio uma quantidade de fsforo muito menor do que

    ele precisa para produzir bem, no adianta ter nveis adequados dos

    outros nutrientes ou acrescentar mais destes, enquanto no for

    corrigida a deficincia de fsforo. O pimento no produzir de acordo

    com o seu potencial, isto vale para qualquer fator essencial ao

    crescimento das plantas, como a gua, por exemplo. No adianta

    adubar bem a planta, se no houver gua suficiente para o seu

    crescimento. Da a necessidade de fornecer todos os elementos de que

    as plantas necessitam, feita de acordo com as exigncias de cada

    cultura.

  • 7.1 Elementos Essenciais

    Diversos elementos qumicos so indispensveis para o crescimento

    e produo das plantas, num total de dezesseis elementos, sendo eles:

    Carbono C Magnsio Mg

    Hidrognio H Mangans Mn

    Oxignio O Ferro Fe

    Nitrognio N Zinco Zn

    Fsforo P Boro B

    Potssio K Cobre Cu

    Enxofre S Molibdnio Mo

    Clcio Ca Cloro Cl

    Segundo Alberoni (1998), entre os elementos citados, existe uma

    diviso, conforme sua origem:

    Orgnicos: C, H, O

    Minerais:

    - - macronutrientes: N, P, K, Ca, Mg, S;

    - - micronutrientes: Mn, Fe, B, Zn, Cu, Mo, Cl.

    Essa diviso, entre macro e micro, leva em considerao a

    quantidade que a planta exige de cada nutriente para o seu ciclo.

    As plantas tm, em sua constituio, em torno de 90 a 95% do seu

    peso em C, H, O. Mas esses elementos orgnicos, no constituem

    problemas, pois provem do ar e da gua, abundantes em nosso

    sistema. Diante disso, deve-se dar grande nfase para os elementos

    minerais, que so os que iro compor a soluo nutritiva.

  • Segundo Furlani et. al. (1999), recentemente, o nquel (N) entrou

    para o rol dos elementos essenciais por fazer parte da estrutura

    molecular da enzima urease, necessria para a transformao de

    nitrognio amdico em mineral. Todavia, a quantidade exigida pelas

    plantas deve ser inferior de molibdnio.

    Alm desses nutrientes, outros elementos qumicos tm sido

    esporadicamente considerados benficos ao crescimento de plantas,

    sem contudo atender aos critrios de essencialidade. Como exemplo,

    pode-se citar o sdio (Na) para plantas halfitas, o silcio (Si) para

    algumas gramneas e o cobalto (Co) para plantas leguminosas fixadoras

    de nitrognio atmosfrico.

    De acordo com a redistribuio no interior das plantas, os

    nutrientes podem ser classificados em trs grupos: mveis (NO3, NH4+,

    P, K e Mg) intermedirios (S, Mn, Fe, Zn, Cu e Mo) e imveis (Ca e B).

    Essa classificao muito til na identificao de sintomas de

    deficincia de um determinado nutrientes. Por exemplo, os sintomas de

    falta de N e de B ocorrem em partes mais velhas (folhas velhas) e mais

    jovens da planta (pontos de crescimento) respectivamente.

    Em cultivos hidropnicos a absoro geralmente proporcional

    concentrao de nutrientes na soluo prxima s razes, sendo muito

    influenciada pelos fatores ambientes, tais como: salinidade, oxigenao,

    temperatura, pH da soluo nutritiva, intensidade de luz, fotoperodo,

    temperatura e umidade do ar (Adams, 1992 e 1994 apud Furlani et. al.

    1999).

    Cada um dos macronutrientes e dos micronutrientes exerce pelo

    menos uma funo dentro do ser vegetal e a sua deficincia ou excesso

    provoca sintomas de carncia, ou de toxidez, caractersticos. A tabela

    01 resume alguns dos papis desempenhados pelos nutrientes na vida

    da planta. As tabelas 02 e 03 mostram os sintomas tpicos de

    deficincia e de excesso, respectivamente. (Teixeira, 1996).

  • Tabela 01 Funes dos nutrientes de plantas

    Nutrientes Funes

    Nitrognio Participa das protenas, cidos nucleicos e das

    clorofilas; ligado formao de folhas.

    Fsforo Participa dos nucleotdeos, cidos nuclicos e de

    membranas vegetais. Interfere no metabolismo das

    plantas como fonte de energia. importante para o

    enraizamento, florao e frutificao.

    Potssio Ativador enzimtico, atua na fotossntese (formao

    de acares). Translocao de acares nas plantas,

    influencia na economia de gua e na resistncia ao

    acamamento, a pragas, a doenas, ao frio e seca.

    Clcio Constituinte da parede celular, ajuda na diviso

    celular, atua como ativador enzimtico.

    Magnsio Integra a molcula da clorofila, ativador enzimtico

    e aumenta a absoro de Fsforo.

    Enxofre Constituinte das protenas e clorofila, de vitaminas e

    leos essenciais, importante para fixao de

    Nitrognio.

    Boro Participa do processo de sntese do cido

    indolactico (hormnio vegetal), dos cidos pcticos

    (parede celular), dos cidos ribonucleicos, das

    protenas e do transporte de acar nas plantas.

    Cloro Participa do processo fotossinttico.

    Cobre ativador enzimtico; influencia na respirao, na

    fotossntese e no processo de fixao nitrogenada.

    Ferro Ativador enzimtico; importante na sntese da

    clorofila e dos citocromos, influencia a respirao,

    fotossntese e fixao do Nitrognio.

    Mangans Ativador enzimtico e participa da fotossntese e da

    respirao (como ativador enzimtico).

    Nquel Ativador da encima urease (que faz a hidrlise da

  • uria nas plantas).

    Molibdnio Influencia no processo da reduo de Nitrato no

    interior das plantas e da fixao do Nitrognio por

    leguminosas.

    Zinco Ativador enzimtico, sntese do cido indolactico.

    Tabela 02 Sintomas visuais gerais de deficincia nutricional em

    vegetais (adaptado de MALAVOLTA, 1980)

    1 1 Sintomas iniciais em folhas mais velhas.

    1.1 1.1 Com verde clara (esmaecida) na folha, abrangendo

    nervuras e limbo. Com a evoluo da carncia passa a clorose

    seguido de seca e queda das folhas.

    .................................................. NITROGNIO

    1.2 1.2 Inicialmente diminuio do crescimento da planta,

    desenvolvimento de cor verde escura, seguida de manchas

    pardas, pardo amareladas, pardo avermelhadas. Porte

    reduzido, pouco enraizamento .....................................

    FSFORO

    1.3 1.3 Clorose em margens e pontas das folhas que, com o

    progresso da deficincia, evolui para queimadura; atingindo

    toda a folha ................................... POTSSIO

    1.4 1.4 Clorose interneval mantendo-se as nervuras verdes

    .......................... MAGNSIO

    2 2 Sintomas iniciais em folhas mais novas.

    2.1 Morte de pontas de crescimento, interndios curtos,

    superbrotamento (tufos de folhas), folhas deformadas e

    pequenas ......................................................... BORO

  • 2.2 - Folhas flcidas, por vezes gigantes, clorose

    reticulada................................. COBRE

    2.3 Clorose interneval com reticulado fino, evoluindo para folha

    toda amarela ................................. FERRO

    2.4 Clorose interneval com reticulado grosso

    ......................................... MANGANS

    2.5 Folhas pequenas, interndios curtos e superbrotamento e, por

    vezes, clorose ................................ ZINCO

    2.6 Folhas deformadas, com morte de pontos de crescimento e

    clorose nas pontas ...................... CLCIO

    2.7 Cor verde clara na folha. Clorose generalizada

    ...................................... ENXOFRE

    3 Sintomas iniciais em folhas recm-maduras ou folhas mais

    novas.

    3.1 Amarelecimento em manchas ou generalizadas, folhas

    deformadas por m formao no limbo .............................

    MOLIBDNIO

    4 Sintomas iniciais em folha s mais velhas ou mais novas.

    4.1 Murcha, clorose e bronzeamento das folhas

    ................................................ CLORO

  • Tabela 03 Sintomas visuais gerais de excesso de nutrientes em

    vegetais(adaptado de MALAVOLTA et. al., (1989)

    Nutrientes Funes

    Nitrognio Em geral, no-identificados. Atraso e reduo de

    florao e frutificao e acamamento.

    Fsforo Induo de deficincia de Cobre, Ferro, Mangans e

    Zinco.

    Potssio Induo de deficincia de Clcio e/ou Magnsio

    provavelmente.

    Clcio Induo de deficincia de Magnsio e/ou Potssio

    provavelmente.

    Magnsio Induo de deficincia de Potssio e/ou Clcio

    provavelmente.

    Enxofre Clorose interneval em algumas espcies.

    Boro Clorose reticulada e queima das margens das folhas

    de pice para a base.

    Cloro Necrose das pontas e margens, amarelecimento e

    queda das folhas.

    Cobre Manchas aquosas e depois necrticas nas folhas.

    Amarelecimento das folhas, da base para o pice,

    seguindo a nervura central.

    Ferro Manchas necrticas nas folhas, manchas amarelo-

    parda.

    Mangans Deficincia de Ferro induzida, depois manchas

    necrticas ao longo do tecido condutor.

    Molibdnio Manchas amarelas globulares do pice da planta.

    Zinco Induo de carncia de Fsforo e ou Zinco.

  • 7.2 A gua

    Em cultivo sem solo, a qualidade da gua fundamental, pois nela

    estaro dissolvidos os minerais essenciais, formando a soluo nutritiva

    que ser a nica forma de alimentao das plantas. Alm da gua

    potvel e de poo artesiano, pode-se utilizar gua de superfcie e gua

    recolhida de chuvas. (Lejeune e Balestrazzi, 1992 apud Castellane e

    Arajo, 1995).

    Quanto melhor a qualidade da gua menos problemas. A anlise

    qumica (quantidade de nutrientes e salinidade) e microbiolgica

    (coliformes fecais e patgenos) fundamental. O recomendvel enviar

    amostras para empresa que costuma fazer anlise para produtores

    hidropnicos.

    Os parmetros que devem ser considerados so: cabornatos,

    sulfatos, cloretos, sdio, ferro, clcio, magnsio e micronutrientes (Cl

    ativo, Mn, Mo, B, Zn, Cu).

    Se a gua contm boa quantidade de Ca ou B, por exemplo, este

    valor deve ser descontado no momento de adicionar os adubos na

    soluo. Tem-se recomendado que este desconto deve acontecer quando

    o valor de um dado macronutriente ultrapassar a 25% do que seria

    adicionado a soluo (formulao), e 50% para os micronutrientes.

    (www.labhidro.cca.ufsc.br).

    Em hidroponia a condutividade eltrica deve ser inferior a 0,5

    mS/cm, com uma concentrao total de sais inferior a 350 ppm.

    (Hanger 1986 apud Castellane e Arajo 1995). Entretanto, Maroto

    (1990) apud Castellane e Arajo (1995), considera que o ideal menos

    que 200 ppm de sais totais, com cloro e sdio livres inferiores a 5 e 10

    ppm, respectivamente. Quando for utilizada no sistema NfT, Lejeune e

    Balestrazzi (1992) apud Castellane e Arajo (1995), consideram ser a

    gua de boa qualidade quando seus teores mximos de Ca, Mg, SO4 e

    HCO3 esto abaixo de 80, 12, 48 e 224 mg/l, respectivamente. Para

  • ferro, boro, flor, zinco, cobre e mangans, os teores mximos

    permitidos so, respectivamente: 1, 12; 0,27; 0,47; 0,32; 0,06 e 0,24

    mg/l.

    Dependendo da regio, a gua pode apresentar caractersticas que

    interferem na soluo nutritiva, como:

    gua com teor de cloreto de sdio (NaCl) acima de 50 ppm

    (50g/1000l) comea a causar problemas de fitotoxidez e pode

    inviabilizar seu uso;

    Se a gua for dura (elevado teor de ons carbonatos, HCO3),

    haver problemas de elevao do pH e indisponibilizao de ferro

    adicionado soluo. Tambm conter sulfatos, mas o on

    sulfato macronutriente;

    guas subterrneas originadas de rochas calcreas e

    dolomticas contm bons teores de Ca e Mg.

    (www.labhidro.cca.ufsc.br).

    7.3 Soluo Nutritiva

    Na hidroponia todos os nutrientes so oferecidos s plantas na

    forma de soluo. Esta soluo preparada com sais fertilizantes.

    Existem vrios sais que fornecem os mesmos nutrientes para as

    plantas, deve-se optar por aqueles fceis de dissolver em gua, baixo

    custo e facilmente encontrados no mercado. As tabelas 04 e 05

    apresentam alguns dos sais mais usados em hidroponia, sob a forma de

    macro e micronutrientes.

  • Tabela 04 Composio de alguns adubos empregados em

    hidroponia (Macronutrientes)

    Adubos

    %N

    %P

    %K

    %Ca

    %Mg

    %S

    Nitrato de Potssio 14 - 36,5 - - -

    Nitrato de Sdio e Potssio - - - - - -

    (Salitre do Chile Potssio) 13 - 11,6 - - -

    Nitrato de Amnio 34 - - - - -

    Nitrato de Clcio 15 - - 20 - -

    Nitroclcio 22 - - 7 - -

    Fosfato Monoamnio (MAP) 10 21,1 - - - -

    Fosfato Diamnio (DAP) 18 20,2 - - - -

    Uria 45 - - - - -

    Sulfato de Amnio 20 - - - - 24

    Superfosfato Simples - 8,8 - 20,2 - 12

    Superfosfato Triplo - 19,8 - 13,0 - -

    Fosfato de Potssio - 24 31 - - -

    Cloreto de Potssio - - 49,8 - - -

    Sulfato de Potssio - - 41,5 - - 17

    Sulfato de Potssio e Magnsio - - 16,6 - 11 22

    Sulfato de Magnsio - - - - 9,5 13

    Fonte: Malavolta (1989) apud Teixeira (1996).

  • Tabela 05 Composio de alguns adubos empregados em

    hidroponia (Micronutrientes)

    Adubos

    Composio

    Brax 11% de Boro

    cido Brico 17% de Boro

    Sulfato Cprico Pentaidratado 25% de Cobre

    Sulfato Cprico Monoidratado 35% de Cobre

    Quelados de Cobre 9 13% de Cobre

    Sulfato Ferroso 19% de Ferro

    Quelados de Ferro 5 14% de Ferro

    Sulfato Manganoso 26 8% de Mangans

    Quelado de Mangans 12% de Mangans

    Molibdato de Sdio 39% de Molibdnio

    Molibdato de Amnio 54% de Molibdnio

    Sulfato de Zinco 20% de Zinco

    Quelado de Zinco 14 19% de Zinco

    Fonte: Malavolta (1989) apud Teixeira (1996).

    No existe uma soluo nutritiva ideal para todas as espcies

    vegetais e condies de cultivo. Cada espcie vegetal tem um potencial

    de exigncia nutricional. (Teixeira, 1996).

    No Quadro 02. Apresentam-se as relaes entre os teores foliares

    considerados adequados de N, P, Ca, Mg e S e os de K para diferentes

    culturas passveis de serem cultivadas no sistema hidropnico NFT.

    Embora haja diferenas nos teores de nutrientes em folhas em funo

    de cultivares, pocas de amostragem e posio das folhas, os valores

    apresentados indicam que existem diferenas entre essas relaes para

    as diversas espcies, considerando o desenvolvimento vegetativo

    adequado. (Furlani et. al. 1999).

  • Quadro 02 Relaes entre os teores foliares (g/kg) de N, P,

    Ca, Mg e S com os teores de K considerados adequados para

    diferentes culturas. Adaptado de Raij et. al. (1997).

    Culturas

    K

    N

    P

    Ca

    Mg

    S

    Hortalias de folhas

    Agrio 1,00 0,83 0,17 0,25 0,07 0,05

    Alface 1,00 0,62 0,09 0,31 0,08 0,03

    Almeiro 1,0 0,65 0,11 0,12 0,03 -

    Cebolinha 1,0 0,75 0,08 0,50 0,10 0,16

    Chicria 1,00 0,82 0,11 1,36 1,07 -

    Couve 1,00 1,20 0,16 0,62 0,14 -

    Espinafre 1,00 1,00 0,11 0,78 0,18 0,20

    Repolho 1,00 1,00 0,15 0,63 0,15 0,13

    Rcula 1,00 0,78 0,09 0,84 0,07 -

    Salsa 1,0 1,14 0,17 0,43 0,11 -

    Hortalias de frutos

    Beringela 1,00 1,0 0,16 0,40 0,14 -

    Ervilha 1,00 1,67 0,20 0,67 0,17 -

    Feijo-vagem 1,00 1,43 1,14 0,71 0,17 0,11

    Jil 1,00 1,57 0,14 0,57 0,11 -

    Melo 1,00 1,14 0,14 1,14 0,29 0,08

    Morango 1,00 0,67 0,10 0,67 0,27 0,10

    Pepino 1,00 1,22 0,18 0,56 0,16 0,13

    Pimenta 1,00 1,00 0,13 0,63 0,20 -

    Pimento 1,00 0,90 0,10 0,50 0,16 -

    Quiabo 1,00 1,29 0,11 1,14 0,23 0,10

    Tomate 1,00 1,25 0,15 0,75 0,15 0,16

    Hortalias de flores

    Brcolos 1,00 1,50 0,20 0,67 0,17 0,18

  • Couve-flor 1,00 1,25 0,15 0,75 0,10 -

    Ornamentais

    Antrio 1,00 1,00 0,20 0,80 0,32 0,20

    Azalia 1,00 2,00 0,40 1,00 0,70 0,35

    Begnia 1,00 1,11 0,11 0,44 0,11 0,12

    Crisntemo 1,0 1,00 0,14 0,30 0,14 0,10

    Gloxinia 1,00 1,00 0,10 0,50 0,15 0,13

    Gypsophila 1,00 1,25 0,13 0,88 0,18 0,12

    Hibiscus 1,00 1,75 0,35 1,00 0,30 0,16

    Palmeira 1,00 1,00 0,17 0,67 0,20 0,18

    Rosa 1,00 1,60 0,16 0,60 0,16 0,21

    Schefflera 1,00 1,00 0,13 0,50 0,17 0,16

    Violeta-africana 1,00 0,90 0,10 0,30 0,12 0,11

    Tal fato deve ser levado em conta quando se utiliza uma nica

    composio de soluo nutritiva para o crescimento de variadas

    espcies vegetais.

    Por exemplo, quando se usa uma nica soluo nutritiva para o

    crescimento de diferentes hortalias de folhas, pode-se antever que as

    plantas de espinafre e rcula iro absorver maiores quantidades de

    clcio que as plantas de agrio, alface e almeiro, para cada unidade de

    potssio absorvido. Se isso no foi considerado na reposio de

    nutrientes, ocorrer deficincia de Ca para essas culturas com maior

    capacidade de extrao. (Furlani et. al. 1999).

    Os produtores desejam freqentemente obter uma frmula tima,

    que sirva para todas as culturas, mas isto no possvel. Existem

    muitas variveis a considerar na nutrio de plantas, como:

    Espcie de planta por exemplo a alface precisa mais de

    nitrognio que o tomate;

    Estgio de crescimento plantas novas gastam menos

    nutrientes que as mais velhas;

    Parte da planta que ser colhida se folha ou fruto;

  • Estao do ano;

    Temperatura e intensidade de luz.

    Para que as plantas tenham um bom desenvolvimento necessrio

    que haja um constante equilbrio de nutrientes na gua que banha as

    razes das plantas, ou seja, ao longo do tempo e da formao das

    plantas os elementos essenciais (nutrientes) devem estar sempre

    disposio, dentro de faixas limitadas, sem escassez nem excesso.

    7.3.1 Sugestes de solues nutritivas

    Nos quadros 03 e 04 so apresentadas solues nutritivas para

    tomate, pepino e alface (Castellane e Arajo, 1995). A diferena entre a

    soluo A e a soluo B est na quantidade de nitrato de clcio. A

    soluo A usada na fase de crescimento da planta e a soluo B na

    fase de frutificao. Como a formao de frutas exige mais quantidade

    de clcio e nitrognio observado que a planta deve ter maior

    quantidade destes nutrientes sua disposio nesta fase.

  • Quadro 03 Composio de solues nutritivas 1/ para

    tomates, pepino e alface em sistemas hidropnicos

    abertos ou fechados.

    Tomate Pepino

    Composto Nutrientes ______________________ ______________________

    Qumico Fornecidos Soluo A Soluo B Soluo A

    2/

    Soluo B

    Grama/1000 litros

    KNO3 N.K 200 200 200 200

    MgSO4+7 H2O Mg, S 500 500 500 500

    KH2PO4 K, P 270 270 270 270

    K2SO4 K, S 100 100 - -

    Ca(NO3)2 N, Ca 500 680 680 1.357

    Fe 330

    (quelado)

    Fe 25 25 25 25

    Micronutrientes - 150 ml 150 ml 150 ml 150 ml

    1 Ver Quadro 04, para o manejo de micronutrientes.

    2 - Para Alface, acrescentar mais 430g de Ca(NO3)2.

  • Quadro 04 Preparo de soluo estoque de micronutrientes.

    Composto Qumico Nutrientes

    Fornecidos

    Grama a utilizar1/

    H3BO3 B 7,50

    MnCl2-4H2O Mn 6,75

    CuCl2+2H2O Cu 0,37

    M0O3 Mo 0,15

    ZnSO34+7H2O Zn 1,18

    Estas quantidades dos sais so para preparar 450 ml de soluo

    estoque. Utilize gua quente para dissolver bem os sais. Use 150 ml

    desta soluo por 1000 litros de soluo de cultivo.

    Outra opo de soluo nutritiva para alface apresentada no

    quadro 05.

    Quadro 05 Composio de soluo nutritiva para alface

    Sal/fertilizante g/1.000

    litros

    Nitrato de clcio

    Hydro especial 1.000

    Nitrato de potssio 600

    Cloreto de potssio 150

    Monoamnio fosfato 150

    Sulfato de magnsio 250

    Soluo de micronutrientes 500 ml

    Soluo de Fe-EDTA 500 ml

    Cloro 100

    Boro 20

    Ferro 100

    Mangans 50

  • Zinco 20

    Cobre 6

    Molibdnio 0,1

    Fonte: Furlani, (1995).

    Segundo Furlani et. al., (1999), para quelatizao do Ferro, procede-

    se da seguinte maneira:

    Para preparar uma soluo contendo 10 mg/mL de Fe, dissolver,

    separadamente em cada 450 ml de gua, 50 g de sulfato ferroso e 60 g

    de EDTA dissdico. Aps a dissoluo, misturar acrescentando a

    soluo de EDTA soluo de sulfato ferroso. Efetuar o borbulhamento

    de ar na soluo obtida at completa dissoluo de qualquer precipitado

    formado. Guardar em frasco escuro e protegido da luz.

    Ainda segundo Furlani et. al., (1999), o Instituto Agronmico tem

    uma proposta de preparo e manejo de soluo nutritiva para cultivo

    hidropnico, destinada a diversas hortalias de folhas e j utilizada por

    muitos produtores em escala comercial. No seu preparo, so usadas as

    quantidades de sais/fertilizantes, conforme consta do quadro 06.

  • Quadro 06 Quantidades de sais para o preparo de 1.000 L de

    soluo nutritiva proposta do Instituto Agronmico

    (Furlani, 1998).

    N Sal ou fertilizante g/1.000L

    1 Nitrato de clcio Hydros Especial 750

    2 Nitrato de potssio 500

    3 Fosfato monoamnio 150

    4 Sulfato de magnsio 400

    5 Sulfato de cobre 0,15

    6 Sulfato de zinco 0,5

    7 Sulfato de mangans 1,5

    8 cido brico ou

    Brax

    1,5

    2,3

    9 Molibdato de sdio ou 0,15

    Molibdato de amnio 0,15

    10 Tenso-Fe (FeEDDHMA-6% Fe) ou 30

    Dissolvine (FeEDTA-13% Fe) ou 13,8

    Ferrilene (FeEDDHa-6% Fe) ou 30

    FeEDTANa2 (10mg/mL de Fe) 180 mL

    7.3.2 Preparo da Soluo Nutritiva

    No preparo da soluo nutritiva existe uma seqncia correta de

    adio de sais. Descreveremos passo a passo o preparo de uma soluo

    nutritiva.

    O composto so pesados individualmente, identificados e

    ordenados prximo ao reservatrio onde ser preparada a soluo

    nutritiva. Esta operao deve ser cuidadosa, pois qualquer engano

    nesta etapa poder comprometer todo o sistema.

  • Nos sacos esto as misturas de macronutrientes, mas sem a

    fonte de clcio. Os sais so misturados a seco, o clcio no pode entrar,

    porque forma compostos insolveis com fosfatos e sulfatos.

    A mistura dissolvida em um recipiente com gua e depois

    jogada no reservatrio. Ao colocar a mistura no reservatrio ele j

    dever estar cheio pela metade.

    O sal de clcio dissolvido separadamente e adicionado em

    seguida, depois vem a mistura de micronutrientes que poder ser

    preparado em maior quantidade e armazenada.

    A mistura de micronutrientes no contm o ferro, basta medir

    a quantidade certa e jogar no tanque.

    Aps acrescentar os micronutrientes completa-se o nvel da

    soluo no reservatrio e mistura-se bem.

    A seguir faa a medio do pH, ele dever ficar na faixa de 5,5

    a 6,5. Se estiver mais alto que isto adiciona-se cido sulfrico ou cido

    clordrico. O cido deve ser misturado com um pouco de gua e depois

    ser colocado aos poucos no reservatrio. Mistura-se bem e mede-se de

    novo o pH, faa isto at chegar ao valor certo. Se o pH estiver abaixo de

    5,5 faz-se a correo com hidrxido de potssio ou hidrxido de sdio.

    No final acrescenta o ferro, pois ele pouco solvel e deve ser

    colocado na forma complexada com EDTA para ficar dissolvido e

    disponvel para as plantas. Quando colocado puro ele precipita e as

    plantas no conseguem absorv-lo.

    7.3.3 Manejo da soluo

    Segundo Alberoni (1998), aps o preparo da soluo, existem alguns

    fatores que devem ser controlados para o completo e perfeito

    desenvolvimento da planta, aproveitando ao mximo a soluo

    nutritiva:

  • Temperatura a temperatura da soluo no deve

    ultrapassar os 30C, sendo que o ideal para a planta a faixa de

    18C a 24 C em perodos quentes (vero) e 10C a 16C em

    perodos frios (inverno). Temperaturas muito acima ou abaixo

    desses limites causam danos planta, bem como uma

    diminuio na absoro dos nutrientes e, conseqentemente,

    uma menor produo, com produtos de baixa qualidade, que

    sero vendidos a preos mais baixos.

    Oxignio a oxigenao da soluo muito importante.

    preciso utilizar uma boa gua e oxigenar a soluo

    constantemente para obter um bom nvel de absoro dos

    nutrientes. A oxigenao pode ser feita durante a circulao da

    soluo no retorno ao reservatrio ou com a aplicao de ar

    comprimido ou oxignio.

    Presso osmtica quando se dissolvem sais na gua, sua

    presso osmtica aumenta, ou seja, a tendncia que a soluo

    tem de penetrar nas razes diminui, at o ponto que deixa

    completamente de penetrar e comea a retirar a gua das

    plantas. Isso ocorre pelo fato de a gua se movimentar de um

    meio hipotnico para um meio hipertnico ou, digamos, de um

    meio menos concentrado para um meio mais concentrado. Por

    isso, a soluo deve conter os nutrientes nas propores

    adequadas, mas suficientemente diludas para no causar danos.

    A presso osmtica ideal est entre 0,5 a 1,0 atmosfera (atm.).

    Condutividade eltrica esse controle de grande

    importncia, pois determina quanto adubo h na soluo

    (quantidade de ons). Quanto mais ons tivermos na soluo,

    maior ser a condutividade eltrica, e vice-versa. H um aparelho

    que mede a condutividade: o condutivmetro. Na utilizao desse

    aparelho, as medidas ideais da soluo ficam na faixa de 1,5 a

    3,5 miliSiemens/cm, que corresponde a 1.000 1.500 ppm de

    concentrao total de ons na soluo. Valores acima dessa faixa

    so prejudiciais planta, chegando a sua total destruio.

  • Valores inferiores indicam a deficincia de algum elemento,

    embora no se saiba qual e em que quantidade. A resposta s

    pode ser obtida com a anlise qumica laboratorial da soluo

    nutritiva.

    pH o pH da soluo nutritiva to importante quanto a

    condutividade eltrica, pois as plantas no conseguem sobreviver

    com valores abaixo de 3,5. Os seus efeitos podem ser diretos,

    quando houver efeito de ons H+ sobre as clulas; ou indiretos,

    quando afetam a disponibilidade de ons essenciais para o

    desenvolvimento da planta.

    A soluo pode ser apresentar cida, alcalina ou neutra. Valores

    baixos (acidez < 5,5) provocam uma competio entre o on H+ e

    os diversos ctions essenciais (NH+-, Ca2+, Mg2+, K+, Cu2+, Fe2+,

    Mn2+, Zn2+) e valores elevados acidez > 6,5 e alcalinidade)

    favorecem a diminuio de nios (NO3-, H2PO42-, MoO4-). Valores

    inadequados podem levar precipitao de elementos.

    Apesar de todos os fatores acima mencionados serem importantes

    no manejo da soluo nutritiva, trs aspectos devem sofrer controle

    dirio, entre eles:

    1) Complementao do volume gasto sempre com gua;

    2) Ajuste do pH da soluo;

    3) Monitoramento do consumo de nutrientes atravs da

    condutividade eltrica da soluo.

    A Nvel da Soluo Nutritiva

    A soluo consumida pela planta e diariamente observa-se

    uma reduo do seu volume no tanque de soluo. Esse volume dever

    ser reposto todos os dias no com soluo nutritiva e sim com gua

    pura. Pois as plantas absorvem muito mais gua do que nutrientes e

    como a soluo nutritiva uma soluo salina a reposio diria com

    soluo leva a uma salinizao deste meio, chegando a um ponto que a

  • quantidade de sais dissolvida maior do que as razes podem suportar.

    Se isto ocorrer as plantas cessam seu crescimento, devido no a falta de

    nutrientes, mas a um potencial osmtico muito elevado no sistema

    radicular.

    B pH da Soluo Nutritiva

    Durante o processo de absoro de nutrientes as razes das

    plantas vo alterando o pH da soluo nutritiva. Esse pH significa a

    acidez ou basicidade da soluo nutritiva. As plantas tm o seu

    desenvolvimento mximo entre pH 5,5 a 6,5 e medida que elas

    crescem elas alteram esse pH da soluo nutritiva. Por essa razo

    diariamente aps completar o volume da soluo com gua o pH da

    soluo deve ser medido, Se estiver fora desta faixa de 5,5 a 6,5, ele

    dever ser ajustado com cido se estiver acima de 6,5 e, com base caso

    esteja abaixo de 5,5: isto importante para que a planta tenha

    condies de absorver todos os nutrientes na quantidade que ela

    necessitar para o seu crescimento.

    C Condutividade Eltrica

    medida que as plantas crescem os nutrientes da soluo vo

    sendo consumidos e esta soluo vai se esgotando. Chega a um ponto

    que a soluo no consegue mais fornecer os nutrientes necessrios ao

    desenvolvimento das plantas. Nesse ponto a soluo deve ser trocada.

    Um dos maiores problemas saber quando esta troca deve ser

    realizada. muito comum que se usem intervalos iguais entre trocas, o

    que no correto, pois no incio do desenvolvimento as plantas

    consomem muito menos que no final do seu desenvolvimento.

    Para contornar esta situao a maneira mais fcil e simples

    usar um condutivmetro. Uma soluo que contm sais tem a

    capacidade de conduzir a corrente eltrica. Essa capacidade de

    conduo da corrente eltrica tanto maior quanto maior a

  • concentrao de sais dissolvidos na soluo. Assim atravs da reduo

    na condutividade eltrica possvel saber quando necessrio fazer a

    troca da soluo nutritiva.

    Um exemplo de manejo da soluo nutritiva sugerido pelo

    Instituto Agronmico de Campinas (IAC), citado por Furlani et. al.

    (1999), que utiliza o critrio da manuteno da condutividade eltrica,

    mediante a adio de soluo de ajuste com composies qumicas que

    apresentam uma relao entre os nutrientes semelhante extrada pela

    planta cultivada. Furlani et. al. (1999) sugere as formulaes

    constantes dos quadros 06 e 07 para o preparo e manejo da soluo

    nutritiva respectivamente.

    Aps a adio da ltima soluo concentrada, acrescentar gua

    at atingir o volume de 1.000 L. Tomar a medida da condutividade

    eltrica. O valor da condutividade eltrica (CE) da soluo nutritiva do

    IAC situa-se ao redor de 2,0 mS ou 2.000 Sou 1.280 ppm ou 20 CF (1

    mS = 1.000 S; 640 ppm = 1.000 S; 1 CF = 100 S). Pequena variao poder ser encontrada em funo da composio qumica da gua

    usada para o seu preparo.

    No caso de se optar pelo uso de uma soluo nutritiva com

    condutividade de 1,0 ou 1,5 mS ou 1.000 ou 1.500 S (recomendado para o vero e para locais de clima quente regio Norte e Nordeste),

    basta multiplicar por 0,50 ou 0,75 os valores das quantidades

    indicadas dos macronutrientes, mantendo em 100% os micronutrientes.

    conveniente que o volume do depsito seja completado

    quantas vezes forem necessrias durante o dia para evitar elevao

    muito grande na concentrao salina da soluo nutritiva. Para o

    manejo da soluo durante a fase de desenvolvimento das plantas,

    seguir o seguinte procedimento: (a) diariamente, logo pela manh,

    fechar o registro de irrigao, esperar toda a soluo voltar ao depsito

    e completar o volume do reservatrio com gua e homogeneizar a

    soluo nutritiva; (b) proceder leitura da condutividade eltrica,

    retirando uma amostra do reservatrio; (c) para cada diferena na

    condutividade inicial de 0,25 mS ou 250 S ou 150 ppm, adicionar 1 L

  • da soluo A, 1 L da soluo B e 50 mL da soluo C (Quadro 07). Para

    os micronutrientes, a reposio tambm pode ser semanal, em vez de

    diria, atravs da soluo C, adicionando 25% da quantidade de Fe e

    50% dos demais micronutrientes, conforme o quadro 06; (d) aps a

    adio das solues e homogeneizao da soluo nutritiva, efetuar

    nova leitura; caso esteja na faixa adotada, abrir o registro de irrigao

    das plantas. conveniente manter o reservatrio de soluo nutritiva

    sempre em nvel constante, acrescentando gua para repor o volume

    evapotranspirado. Se for favorvel, o volume poder ser completado

    tarde e a condutividade eltrica medida e corrigida na manh do dia

    seguinte.

    Quadro 07 Composio das solues de ajuste para as

    culturas de hortalias de folhas.

    Soluo Sal ou fertilizante Quantidade

    g/10L

    A Nitrato de potssio 1.200

    Fosfato monoamnio

    purificado

    200

    Sulfato de magnsio 240

    B Nitrato de clcio Hydros

    especial

    600

    C Sulfato de cobre 1,0

    Sulfato de zinco 2,0

    Sulfato de mangans 10,0

    cido brico ou 5,0

    Brax 8,0

    Molibdato de sdio ou 1,0

    Molibdato de amnio 1,0

    Tenso-Fe (Fe EDDHMA-6%

    Fe) ou

    20,0

    Dissolvine (FeEDTA-13% Fe) 10,00

  • ou

    Ferrilene (FeEDDHA-6% Fe)

    ou

    20,0

    FeEDTANa2 (10 mg/ml de Fe) 120 ml

    Como conseqncia dessas adies ao longo do tempo para repor as

    perdas por evapotranspirao (o consumo mdio de gua num cultivo

    de alface hidropnica situa-se entre 75 a 100 ml/planta/dia), poder

    ocorrer desequilbrio entre os nutrientes na soluo nutritiva, com

    excesso de Ca e Mg em relao a K. Para contornar esse desequilbrio,

    deve-se proceder anlise qumica da soluo nutritiva e efetuar as

    correes nos nveis dos nutrientes, ou ento renovar a soluo

    nutritiva quando as quantidades dos nutrientes acrescentados com a

    gua atingirem valores maiores do que os iniciais.

    A renovao da soluo nutritiva tambm recomendada para

    evitar aumento nas concentraes de material orgnico (restos de

    planta, exsudados de razes e crescimento de algas) que pode servir

    como substrato para o desenvolvimento de microorganismos malficos.

    Alm disso, quando a gua usada para o cultivo hidropnico apresentar

    CE entre 0,2-0,4 mS, h uma indicao que possui sais dissolvidos

    (carbonatos, bicarbonatos, Na, Ca, K, Mg, S, etc.) e com o tempo de

    cultivo e sua constante adio para repor as perdas evapotranspiradas,

    ocorrer uma diminuio gradativa da CE efetiva dos nutrientes em

    funo do acmulo de elementos indesejveis.

  • 8. Produo de Mudas para Hidroponia

    Os produtores hidropnicos podem produzir suas prprias mudas

    ou adquirir as mesmas de viveiros idneos que produzam mudas sadias

    e com garantia de qualidade.

    No caso de se optar por produzir as prprias mudas os produtores

    devem adquirir sementes de firmas idneas e escolher as variedades

    adaptadas regio.

    Alm de verificar a qualidade fisiolgica, sanitria e gentica, deve-

    se adquirir de preferncia, sementes peletizadas, que facilitam o