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MOTOGRAPHIC HIGHBERIAN 2007 PERSONAL 2WT.WEEBLY.COM | PICOS DA EUROPA 2007 Enj o yin’ H ighB erian Roads EXPERIENCE

Highberian Experience

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Picos da Europa

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Page 1: Highberian Experience

MOTOGRAPHIC

HIGHBERIAN 2007

PERSONAL 2WT.WEEBLY.COM | PICOS DA EUROPA 2007

Enjoyin’

HighBerian

Roads

EXPERIENCE

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B em-vindos ao relato da nossa aventura pelos Picos da Europa.

Optámos por um formato misto entre a internet, onde habitualmente publicamos as nossas aventuras, e o formato «booklet», imprimível.

Picos da Europa 2007

Page 3: Highberian Experience

GPS GlobalSat DG100 DataLogger http://www.globalsat.com.tw Guia de caminhos Picos de Europa—Car Tours and Walks ISBN 1-85691-291-4 Ed. Sunf lower Landscapes Planeamento de rotas Via Michelin http://viamichelin.com Gestão de GPS DGManager.NET http://sourceforge.net/projects/dgmanager-net/ Geocoding GPicSy nc http://code.google.com/p/gpicsy nc/

Preparativos e outros preliminares 04 O que há a verif icar na moto e os cuidados a ter

Equipamento e arrumação 06 Quais as opções de equipamento e as soluções de arrumação

Bagagem e outras tralhas 08 O que levamos Pendura também é gente 10 Tributo ao «Pendura Anónimo» Gadgets ou tecnoTouring 12 Quais os brinquedos tecnológicos que levamos e como fizemos uso deles Plano de viagem 14 O planeamento inicial para os vários dias de viagem

...e outras andando 16 Passeios a pé

A descrição e os relatos diários

Dia 1: travessia de Portugal 18 Dia 2: Riaño e Valdeón 20 Dia 3: Garganta de Cares 22 Dia 4: Desfiladero de los Beyos 24 Dia 5: Lagos de Covadonga 26 Dia 6: Desfiladero de la Hermida 28 Dia 7: Áliva e Fuente Dé 30 Dia 8: Regresso 32 Recarregar baterias 34 As estadias e os locais onde dormimos

Esta publicação é parte integrante do site de experiências e v iagens em moto TwoWheelsTouring.

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Picos da Europa 2007

A viagem deverá abranger 2500kms o equiva-lente a 5 semanas de condução diária minha pelo que a revisão é bem-vinda na véspera da partida.

Desde a segurança aos f luidos vitais, passando pelos «dissuadores dos amantes do alheio», até à afinação da pré-carga da suspensão traseira. A VFR é uma mota excelente! À chegada estava idên-tica à partida (excepção aos 2kg de mosquitos que apanharam boleia). Nem uma gota de óleo perdeu de tal forma que para a próxima vamos reservar quarto para ela também nos Hotéis… mais asseada que mui-tos animais de estimação e alguns maridos.

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A manutenção da corrente é uma obrigação quase

diária dada a extensão percor-rida. Verificar a folga e ajustar a transmissão foram tarefas devidamente garantidas

3 A opção pelos alforges tem as suas desvantagens. Uma delas é a abrasão

na carenagem traseira causada pela fricção e a trepidação. Para evitar danos mais pro-fundos uma das técnicas consiste em prote-gê-las com fita adesiva com pouca goma (transparente é um boa opção estética, escu-samos de parecer que acabámos de cair e raspar a moto). No depósito o efeito e a pro-tecção adoptada são semelhantes.

2 O vidro alto melhora o comportamento da

mota quando recorro ao saco de depósito expandi-do ao máximo e permite-me rolar numa posição de condução mais direita (teoricamente, pelo menos)… mas é feio que se farta.

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Preparativos e outros preliminares

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A condução em alta montanha exige mais dos

travões, mesmo optando por reduzir o andamento com o motor. Verificação de pastilhas à frente e atrás essencial.

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Não faz parte da minha natureza temer constantemente o roubo,

preferindo viver uma vida relaxada. Mas nas vésperas da viagem a moto de um vizinho é roubada, guardada em condições semelhantes à minha. Conclusão: já que vou de viagem e não consigo garantir garagem vigiada onde quer que vá e não quero estar limitado, toca de montar um alarme.

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Nos Picos da Europa a chuva é mais do que uma

possibil idade pelo que pneus com um piso à altura são acon-selháveis. Ambos os BT020 estão para durar...

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“[…]mais asseada que muitos animais de estimação…

...e alguns maridos”

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Picos da Europa 2007

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As calças impermeáveis Seatle da Bering em GoreTex (sem sob-calças) têm sido excepcionais. Com dois anos de uso e muitas chuvadas fortes, alguma água pas-sa nas costuras mas cumpriu com distinção o que se propunha quan-do as comprei.

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GPS GlobalStar DG100 Datalogger. Numa bolsa da Via Verde carreguei o DG100 para todo o lado, a pé ou de moto, o satélite viajou sempre con-nosco. Em conjunto com a máquina digital permite-nos geo-referenciar automaticamente todas as fotos… Para mais pormenor consultem a ficha técnica.

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Este blusão Seatle da Bering, desenha-do para «não-Verão», ganhou a corrida contra o casaco de Verão e o blusão de cabedal, por ser a solução com o melhor compromisso de protecção ao frio, impermeabilidade e segurança. Foi uma opção vencedora pois levantámo-nos cedo e circulámos em altitude com muita frequência.

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D ispúnhamos de cerca de 140L de arru-mação, entre os alforges, saco de depósito e mochila para os 8 dias de viagem, com a ameaça de algum frio

nos Picos e a possibilidade de chuva… E, sim, éramos dois. Pior: um dos honoráveis viajan-tes era uma mulher! Descubram aqui os segre-dos e técnicas.

O Balaclav (vulgo «tubo») para proteger o pescoço é óptimo de ter à mão pois permite suportar uma viagem de noite ou em con-dições mais frias ou húmidas.

Não precisa de ter polar; basta de licra simples.

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Equipamento e arrumação

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Os alforges laterais da Oxford permiti-ram-nos arrumar 70L de roupa para

duas pessoas. Acabaram por nem ir na máxi-ma capacidade o que, para quem já viajou com a mulher, será impressionante a vários níveis. As coberturas impermeáveis saíram algumas vezes mas nem teria sido realmente neces-sárias.

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As botas de turismo da AlpineStars em GoreTex permitiram utilizá-las sempre, desde a chuva, frio e calor. Não serão o topo de gama em protec-ção mas não faço tenções de cair.

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O saco de depósito da Cameron deu-nos 40L de arrumação sendo a coisa mais parecida com o porta-luvas cá do sítio. Permite-nos usá-la como mochila para levar o capacete, servir de capa transparente para o mapa de estradas e pagar as portagens. Junto com capa impermeável… Impecável e essencial.

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Dois impermeáveis tamanho XXL, um conjunto de ferramen-

tas e lubrificante para a transmissão são tudo aquilo que o compartimento debaixo do assento permitiram levar. Felizmente apenas o último foi necessário durante a viagem.

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Máquina fotográfica digital: como era possível a vida antes delas? Ah! Já me esquecia: serve para tirar fotografias. E ponto. Relógio interno sincronizado com o satélite e toca a tirar fotos… Para mais pormenores, vejam a ficha técnica.

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Recentemente nas experiências em pista, o meu C2 modular da Schuberth começava a parecer demasiado grande e pouco adaptado, levando-me a questionar até que ponto não compensaria ter um capacete integral… Pois bem, já me lembrei porque o comprei. Podem ficar uns pontos abaixo em segurança ao impacto mas quando se rola na montanha sabe bem abrir o capacete para tirar uma foto, ver o chão e mastigar a paisagem. Os Schuberth permitem um maior conforto pelo isolamento acústico ímpar para os kms da viagem.

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Na AS253 próximo de Puerto de San Isidro

As GPPlus da AlpineStars, sen-do luvas para todo o ano, reve-laram-se apropriadas para a oca-sional chuva, frio e longas distân-cias. 5 estrelas.

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Roupa (condutor) • 2 pares de calças de treking; • 8 slips (e não boxers que ocupam mais espaço); • 1 par de sapatos de treking (e não botas); • 4 t-shirts normais + 2 de treking; • 1 par de meias por cada dia de moto e meias de

desporto curtas por cada dia de passeios a pé; • 1 calças de ciclismo que funcionam como sobcalças

caso apanhemos muito frio (não usei); • 1 boné; • 1 casaco leve corta-vento para passeios; • 1 fato de banho; Roupa (pendura) • 1 t-shirt de manga comprida de treking; • Roupa interior; • 6 pólos; • 1 par de sapatos de treking (e não botas); • 1 calças de ciclismo que funcionam como sobcalças

caso apanhemos muito frio (não usámos); • 1 boné; • 1 casaco leve corta-vento para passeios; • 1 par de «chinelos-de-enfiar-o-dedo»; • 1 fato de banho. Mota • 1 kit de ferramentas da Honda; • 1 spray de lubrificação Silkolene; • 1 aloquete de disco; • 1 canivete multi-ferramenta da Scott; • 1 canivete suíço pequeno; • Jogo suplementar de chaves e comando de alarme

(com a pendura); • 1 rolo de fita adesiva larga, transparente (boa para

eventuais reparações de carenagem e afins). Coisas • 2 mapas de estradas (regional e nacional); • 1 toalha de rosto; • Pilhas (4 alcalinas e 4 recarregáveis); • Carregador de pilhas; • Carregador de telemóvel; • 2 telemóveis; • 1 máquina fotográfica digital (a nossa não é compac-

ta mas não comprometeu); • 2 carteiras pequenas com documentos e cartões. • 1 GPS datalogger DG100 da GlobalSat; • 2 impermeáveis XXL; • Bolsa de cosméticos (não levar champôos e optar

por amostras de desodorizante e perfume, em lugar dos frascos maiores);

• NÃO levei máquina de barbear; • 1 pacote de lenços de papel; • 5 sacos de plástico de supermercado (para o que

der e vier); • 2 sacos de plástico do lixo de 30L, dos mais resis-

tentes; • Livro (não perguntem…).

Picos da Europa 2007

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N a lista de vestuário que a seguir encontram frequente-mente aparece material de treking, o qual resulta bem,

para lá das vantagens da utilização, em termos de arrumação ocupando pouco espaço e sendo muito leve. Na escolha de roupa como as t-shirts optámos por itens a puxar para o

velho. Assim, se nos faltar o espaço quando sucumbirmos ao impulso con-sumista da «t-shirt tipo-souvenir» dei-tamos fora uma das sujas e substituí-mos pela nova. Para a roupa suja o melhor são os sacos dos hotéis para lavagem de rou-pa.

“[…]levar roupa velha que, uma vez

usada, possa ser dei-tada fora por troca com t-shirts novas tipo souvenir do

local.”

Pendura também é gente

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Picos da Europa 2007

O elemento mais injusta e frequente-mente esquecido nos relatos das

aventuras em mota será, por-ventura, a pendura.

Em muitas ocasiões, quando a estrada é de tal forma cati-vante e a concentração se reúne nas próximas curvas apenas damos conta de que existe alguém a seguir-nos na ocasional travagem e respecti-va headbanging, para lá de uma frente demasiado leve nas subidas de montanha.

Mas a homenagem à minha companheira é sentida, mais do que devida, especialmente quando viajamos apenas nós dois, sem mais motos, confor-me inicialmente previsto. Arrisco mesmo a dizer que serão muitos os potenciais mototourers os quais, por falta de encorajamento ou âni-mo das suas companheiras para tudo o resto, não embar-cam nestas aventuras

Não é segredo que a compa-nhia com que se partilham as experiências em viagens é potenciadora do sucesso (ou insucesso) destas. Já para não falar da qualidade e quan-tidade da «reportagem foto-gráfica», as quais seriam incomparavelmente menores. Quer me parecer que ao visi-tar os Picos da Europa sozi-nho na moto, provavelmente chegava ao f im com apenas

“a homenagem à minha companheira é, para além de devida, muito sentida”

uma mão cheia de fotos, de tão absor-vente que pode ser a condução aqui.

Por isto tudo, tem a palavra a ilustre pendura...

Page 11: Highberian Experience

Pendura ...também é gente

8 dias, mais precisamente. A subida até Llenares de la Reina vindos de Potes foi feita com galopante receio e ainda hoje consigo saborear o alívio de ver a bomba de gasolina nesta povoação montanheira. O amargo de boca expulsou este néctar ao ouvir-mos, estupefactos: «No hay nada! Ni una gota». Convocados os santi-nhos e todo o arsenal de orações, desejei que a prometida descida até Riaño não nos forçasse ao embaraço e desconforto iminente. A reza funcio-nou e com 9cl (!) no depósito atesta-mos, assegurando ao empregado da bomba «Te la compraria por el dobro»

Mas de onde vem estas formigas? Faz parte de viajar conseguir lidar com a fauna autóctone das regiões que visitamos e uma das que esteve sempre connosco é uma espécie de formiga que se aloja no traseiro e outras extremidades inferiores.

Não deixa de ser um bichinho astuto e esquivo pois sempre que paramos e

saímos da mota ele parece esfu-mar-se… Volta-mos a rolar e eis que, passados alguns minutos, regressa, primei-ro timidamente e depois de forma descarada e desavergonha-da… Mistério.

TopCase vs Mocilha do Pendura Quer-me cá parecer que para a próxi-ma uma top-case vinha a calhar. Não tanto pelo amparo que pode dar mas pelo alívio às costas. A mochila que me calhou levar era frequentemente um pouco para o pesado. Quirotera-peuta precisa-se! [Nota do condutor: «Para a próxima é melhor levar mais uns livrinhos.. Pode ser útil, nunca se sabe. Eu sugiro as Páginas Amarelas» (sarcasmo)]

N ão é fácil descrever as sen-sações vividas em cima da mota durante umas férias. Viajar de moto dá-nos mais facilmente a alienação que

precisamos para que a mente deixe o trabalho e outras preocupações ina-cessíveis.

Na cabeça do pendura O que vai na «caixinha das ideias» quando o tempo parece demorar mais a passar e os kms se acumulam indistintos?

Talvez a coisa mais parecida seja o momento de intros-pecção que se consegue na casa-de-banho onde gran-des epifanias da Humanidade poderão ter ocorrido, qual Arquimedes na sua fase «Eureka».

Fluir nas curvas com uma câmara nas mãos O papel de camarawoman na Volta aos Picos coube-me a mim. O que em boa parte das vezes é um entretém, nas estradas mais sinuosas é uma preocupação, entre agar-rar-me a algo e apontar a objectiva para a magnética silhueta das cordilheiras ou a curva que enrola à frente.

Combustível Porque não pôr gasolina sempre que se vê uma bomba? Os únicos sustos que passámos foram devidos à (quase) falta de gasolina… Dois episódios em

“[…]uma espécie de formiga que se aloja

no traseiro […]”

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Picos da Europa 2007

1 Chega a ser ofensivo nos dias que correm explicar o que é uma máquina fotográfica digital ou para que serve. Há de todos os tamanhos e feitios e para todos os gostos.

Para este efeito onde o que se pretende é fazer uso da capacidade da máquina associar um carimbo digital com a data e hora da fotografia qualquer uma serve. Poderão escolher levar um modelo que privilegie outros atributos como: caber no bolso do blusão, ou não ser demasiado cara que deixá-la cair em movimento seja uma grande perda… Se fizer uns f ilmes com alguma qualidade, melhor ! Se tiverem um sistema de captura de imagem onboard já montado na moto também serve, desde que não

comprometa a capacidade de bagagem por ocupar o depósito. Sincronização de hora Antes de começar a tirar fotos certif iquem-se que a data e hora da máquina está sincronizada com a hora UTC. Se descobrirem a meio da viagem que não está, mantenham-na como está. É mais fácil ajustar depois por relativida-de do que ter irregularidades… Atenção: para o caso da bateria da máquina se esgotar completamente e seja necessário redefinir a hora, tenham um outro relógio como referência.

2 A captura dos trajectos efectuados pede um ins-trumento adequado para o efeito sendo o GPS aquele que melhor cumpre. Até aí… A sofistica-ção do mesmo pode variar indo desde o mais

básico que consiste num antena e uma unidade de memória e aquele que consegue ter conversas inteligen-tes connosco em vários idiomas e imitando personalida-des do showbiz. Nós escolhemos a versão mais simples e leve: o DG100 datalogger da GlobalSat (€75). Este possui uma antena interna, um interface USB para se configurar os 3 modos possíveis de captura de pontos e memória que chega para 2 semanas consecutivas a armazenar. Não dispen-sa o mapa de estradas ou roadbook (eu chamo-lhe van-

tagem; outros dirão que é defeito), nem vos vai indicar o melhor caminho. Transporta-mo-lo envolto num plástico transparente (para a possível chuvada valente) dentro de uma bolsa da Via Verde a qual, por um acaso do destino, lhe serve como uma luva. Recomendo umas voltas antes para testar e afinar ao vosso gosto. Lembrem-se que não vão poder ajustar a configuração durante a viagem (a não ser que vão de GoldWing e levem o portáti l). Se não gostarem de mapas ou de estar ocasionalmente incertos sobre se tomaram o caminho certo, escolham um com interface gráfico… mas atenção que costu-mam ter «memória curta».

3 Agora, ide e viajai! Configurem o GPS por forma a não capturar pon-tos adicionais quando não saem do mesmo sítio mas não quando a velocidade baixe a partir de

dado valor. No modo que escolherem para ir a pé escolham uma

frequência de captura de 15 segundos. Para percursos de moto escolham de 10 em 10 segundos; alternativa-mente para as autovias, 20 em 20. Mantenham o GPS sempre ligado durante os pas-seios a pé ou de moto (salvo esquecimentos palerma como os nossos).

4 Apesar do DG100 trazer um software, existem alternativas desenvolvidas sobre este que são melhores. A que nós util izámos chama-se DGManager.NET (ver ficha técnica para mais

detalhes). Este permite agrupar os ficheiros de coordenadas detec-tando pausas ou paragens (muito úti l) e, ainda melhor, também faz geocoding para as fotografias (apesar de

nós recorrermos a outro software para essa função, pois este não permite definir o tamanho da tolerância para encontrar a localização de cada foto). Este software serve também para gerar os ficheiros KML para usar mais à frente no geoposicionamento das fotos e directamente no site, para download e consulta das rotas.

5 Para o geo-posicionamento das fotografias utili-zámos o GPicSync (ver ficha técnica). Este per-mite bastante mais configurações e sem compli-car demasiado.

A decisão mais inteligente para o GPS será a de não continuar a capturar pontos quando se permanece no mesmo sítio. Visto que o geocoding é feito pela sincroni-

zação entre as datas e horas da posi-ção e da foto, se ficarmos muito tempo parados a tirar fotos as últimas não seriam consideradas. O GPicSync permite ajustar esse intervalo. Permite tam-bém capturar o nome do local mais próximo e escrevê-lo nos dados da imagem.

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A pesar do pretencioso título desta secção, as soluções tecnológicas que decidimos adoptar não são state-of-the-

art. Qualquer pessoa consegue ter acesso a parafernália de gizmos que levámos, que estão no mercado há uns bons anos. Em traços gerais, deci-

dimos arranjar forma de documentar o percurso através de uma reportagem fotográfica mais extensiva, seguindo as rotas que tomámos. Para tal exis-tem 3 ou 4 soluções tecnológicas que num abrir e fechar de olhos nos facili-tam a vida. Aqui encontram a receita para saber fazer o que f izemos...

Gadgets ou tecnoTouring

6 O resultado final que referi-mos é aquele que nos propu-semos atingir. Cada um terá o seu e nenhum será sempre

melhor que o outro. No nosso site incluímos as rotas em

KML, sendo possível visualizá-las também no Google Earth. Ao nave-gar no mapa interactivo do site agre-gámos as fotos em função do local

onde foram tiradas evi-tando sobreposições. Para além do site o DGManager permite-vos utilizar em vossa casa como álbum digital geo-referenciado, escreven-do automaticamente o KML com as fotos e os dados das mesmas. Existirão outras aborda-gens igualmente válidas. Esta é apenas uma. Disfrutem da viagem e tudo o resto ganhará valor.

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Picos da Europa 2007

Travessia de Portugal 1

O regresso 8

Page 15: Highberian Experience

Plano de viagem

O plano de viagem não é sagrado pois vão sempre aparecer oportuni-dades de improviso e, pasme-se, serão quase todas boas opções. E

esse é um dos fascínios de viajar, o não controlarmos tudo, e é importante estarmos receptivos à surpresa e ao impulso da desco-berta. Neste estado de espírito, planeámos estadias de duas noites em cada local (ver Recarga de

energias). O objectivo é simples: um dia para disfrutar as estradas e saborear as curvas na moto e outro para mergulhar no coração dos Picos em percursos a pé. Outro objectivo é não exceder o n.º máximo de kms por dia f ixado em 600 nas ligações e um terço nas voltas pelos Picos. O terceiro e mais importante objectivo é degustar a viagem , e não o plano teórico ini-cial da mesma.

Riaño e Valdeón 2

Desfiladeiro de los Beyos 4

La Hermida e Potes 6

Garganta de Cares 3

Lagos de Covadonga 5

Puerto de Áliva 7

No cam

inho para Sotres, após Tielve

Page 16: Highberian Experience

Picos da Europa 2007

P ara conhecer bem o que são realmente os Picos da Europa seguimos as recomendações dos guias e dos colegas experi-

mentados: não basta andar na estrada; sigam os trilhos e caminhos que só a pé disfrutarão da riqueza deste Parque Natu-ral. São muitos os caminhos para tão pou-co o tempo... Repartimos os dias entre passeios de moto e a pé, procurando sempre f icar alo-jado algures que combine o dispensar de

levar a moto no dia seguinte e alguma beleza natural da localização. A primeira razão livra-nos da preocupação de o que fazer com a bagagem e logística de quem viaja sem malas rígidas mas não dispensa a protecção motociclista comple-ta… Nesta secção falamos sobre os trilhos que optámos, ilustrando com fotos e mapas com os trajectos respectivos. Para maior profundidade, recomendamos a visita ao nosso site, onde cada foto está geo-referenciada junto às rotas seguidas.

A B

C

Page 17: Highberian Experience

… e outras andando

Aliva Local: Fuente Dé Extensão: 15km Duração: 5h Dificuldade: Moderada

Lagos de Covadonga Local: Covadonga Extensão: 10km Duração: 4h Dificuldade: Moderada

Garganta Divina Local: Rio Cares Extensão: 11+11 km Duração: 7h Dificuldade: Fácil

C

Lembrem-se como regra de ouro, que ao nos aven-turarmos em áreas naturais, devemos sempre hon-rar o local que visitamos e quem nos acolhe. Levem várias camadas de roupa leve e respirável e calçado confortável e robusto. Acordem cedo. Água e peças de fruta são, no Verão, opções

ganhadoras. Ah!… e, se possível, não tragam o capacete.

A B

«[…]só a pé disfrutarão da riqueza deste Parque Natural.»

Peña Vella

Page 18: Highberian Experience

Picos da Europa 2007

O destino f inal f icava a cerca de 900km os quais optámos por não percorrer logo no primeiro dia de uma assenta-da. Desde a zona de Lisboa, percor-

remos meia milena de km para pernoitar em Bragança. Aqui, cortesia do Hotel Íbis, guarda-mos a moto em garagem fechada, coberta e vigiada. Acabamos por chegar mais cedo e menos can-sados do que o previsto, tomando uma nota mental de que, para o regresso, talvez a esca-la com pernoita seja dispensável. O restante tempo gastámo-lo a visitar Bragança a qual, por força da interioridade e reclusão que a geografia de Portugal lhe garante, ainda não conhecíamos. Como qualquer cidade portugue-sa que se preze tem o seu castelo, lá picámos o ponto e rumámos para o centro, onde a Sé domina a paisagem num conjunto recuperado recentemente à boleia do Polis, num aproveita-mento ribeir inho simpático ainda que numa escala desproporcionada para a dimensão da terra, tema recorrente na utilização dos fundos comunitários que caem do Céu. Arriscamos na comida transmontana a qual não se faz rogada em nos entupir de quantidades generosas e a puxar para o gorduroso. Dois «copos-de-três» de Fairy depois, desmoemos tudo com um passeio a pé até ao Hotel que f ica a uns 5 kms do centro, uma boa oportunidade para moldarmos o calçado de caminhada ao pé.

Page 19: Highberian Experience

Dia 1—travessia de Portugal

Barragem

da Aguieira

Barragem da Aguieira Castelo de Bragança

Page 20: Highberian Experience

Picos da Europa 2007

C om uma boa extensão ainda para percor-rer em autovia, rumámos para Riaño por Léon e Oviedo. A estrada que acompa-nha a albufeira de Riaño soube-me bem,

num tornear de curvas suaves e rápidas com a paisagem do espelho de água à direita. Foi assim até Portilla de la Reina, altura em que volvemos à esquerda, seguindo as indicações do Parque Natu-ral dos Picos da Europa em direcção a Caín de Valdeón, próxima estadia. A subida começa numa paisagem deslumbrante onde a névoa devora os cumes, deixando para os vales o misti-cismo que se revela mais fascinante que um dia de céu aberto.

Em Santa Marina de Valdeón começo a perceber que a assumpção de que encontraria um posto de combustível estava comprometida, à medida que a estrada se estreita uma e outra, e outra!, vez. A luz da reserva pisca onde, em cada vez que se apaga, o temor de não mais se reacender me per-corre um arrepio. Ainda avento um apelo desespe-rado «Se avistares uma bomba…». Chegamos a Posada onde algum alívio ao avistar algumas casas rapidamente se esfuma em gases, com a confirmação junto dos locais ao demandar pelo desejado «sumo da vida». Eu acreditava que conseguiríamos percorrer a dezena de kms que faltavam até Caín, agravando contudo a interiori-dade dos Picos.

Na AS253 próximo de Puerto de San Isidro Estrada para Riaño, junto a Puebla de Lil lo

Page 21: Highberian Experience

Dia 2— Riaño e Valdeón

Embalse de Riaño

Estrada entre Portilla de la Reina e Posada de Valdeón

“Ainda avento um apelo, desesperado:

- «Se avistares uma bomba…»”

Povoação de Caín de Valdeón

Uns portugueses de carro ainda nos tentam dar alguma gasolina com uma mangueira arranjada por um voluntarioso Posadense, mas o sistema anti-roubo apenas me consegue dar algumas náuseas na tentativa de aspirar algo líquido. Um telefonema para o nosso estalajadeiro em Caín dá-nos uma nova alternativa… desde que consigamos chegar até ele. Arriscamos então onde a prome-tida descida que nos leva até ao ouro líquido ao longo do vale (numa estrada fabulosa) se fez num ponto morto cauteloso, com a ocasional disputa pelo espa-ço de estrada a empurrarnos para a berma. Caín chega até nós numa envol-vência extraordinária, fazendo esquecer o vazio que junto ao peito cresce, e com ela a confir-mação de que vale a pena vir até aos Picos e neles mergulhar. No dia seguinte, a montada f ica a descansar enquanto David, o nosso anif itrião do Hotal la Ruta, se dirige a Riaño empunhando um jerican de 25L e nós percorre-mos a Garganta de Cares a pé. David part ilha a paixão pela foto-

grafia e pelas motas e é seguramente uma pes-soa inteligente ao referir que a VFR é o melhor que a Honda fez. Amoroso, não é? … mesmo preferindo a VFR750.

Parte final da rota do dia, desde Riaño até Caín de Valdeón

Page 22: Highberian Experience

Picos da Europa 2007

O caminho conhecido por Garganta de Cares (ou Divina para alguns) acom-panha o Rio homónimo por entre escarpas esculpidas no trabalho em

que este se empenhou durante séculos. Há pouco de novo e diferente que se pode acrescentar a tudo o que há foi dito e escrito sobre este percurso, sendo o mais popular e emblemático dos Picos da Europa. Este pode ser feito partindo de cada uma das extremida-des: Caín de Valdeón (Sul) ou Poncebos (Norte).

A nossa forte recomendação, tendo feito toda a extensão do percurso, é fazerem este no sentido Sul-Norte. A porção Sul é de longe mais esplendo-rosa e Caín é, sem comparação pos-sível, melhor que Poncebos.

«[…]Caín é, sem comparação possível, melhor que Poncebos.»

Page 23: Highberian Experience

… e outras andando

Bulnes! A aldeia à qual, até há poucos anos, apenas se chegava seguindo a senda de Bulnes (agora servida por um funicular caríssimo que parece servir mais os turistas que os interesses da população local). O caminho pedonal (ou percorrível de burro) é altamente recomen-dado juntamente com a aldeia a qual é descrita como uma viagem no tempo… Gostávamos de ter tido a força para o fazer mas fica a recomendação.

Entrada da Garganta de Cares a partir de Caín

Page 24: Highberian Experience

Picos da Europa 2007

A o sair de Caín, enquanto serpenteamos na estrada única que nos leva de volta a Posada de Valdeón, recordo-me de pensar «Vai ser difícil de superar» e é com este

estado de espírito que chegamos à entrada para o Desfiladero de los Beyos, logo após Oseja de Sajambre. Esta estrada alinha com a qualidade das suas con-terrâneas e convida-nos a f luir junto com o rio Sella até Norte, em Cangas de Onís primeiro e depois em Ribadesella.

A refeição que melhor nos soube nos Picos da Europa foi um pequeno-almoço nesta estrada num café onde vimos o Sol nascer sobre as escarpas de los Beyos, apesar de não mais ser que uma tabla de quesos de vaca produzidos no vale e um café com leche óptimo tendo em conta que nasceu em Espanha.

Caín—Posada de Valdeón Desfiladero de los Beyos Sotres

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Dia 4— Valdeón , los Beyos, Ribadesella, Cabrales, Tresviso

O percurso em estrada reser-vado para hoje adivinha-se mais curto em distância pelo que optamos por visitar Riba-desella, cidade costeira da Cantábr ia. Esta é, contudo, destino para muitos nesta época do ano. Entre a confu-são de carros e veraneantes algo frustados pela ausência de Sol e alguma chuva que nos salpica lá chegamos à costa onde a impossibilidade de nos sentarmos em qualquer sít io que fosse para comer algo (dadas as horas) leva-nos a sair da cidade com algum mal-estar, no mínimo. No caminho para Arenas de Cabrales, onde pernoitar ía-mos, passamos pela estrada que no dia seguinte nos leva-ria a Covadonga. A chegada ao Hotel acontece bem no meio do dia pelo que o a via-gem para visitar Tresviso e Sotres é adiantada para a

tarde, agora já com a bagagem no Hotel e a moto «despida». De Arenas se chega facilmente à outra extremidade a Garganta de Cares por Poncebos e ao funicular de Bulnes, não reco-mendados, apenas valendo pela estrada e paisagem.

Tresviso é um dos pontos mais procurados pelos caminhantes para o caminho homónimo ziguezagueante até ao Rio Deva e a La Hermi-da. Para os amantes da caminhada em monta-nha é altamente recomendado. Na passagem, Sotres permite o descanso para

depenicar (mais) um café con leche. Tempo de regressar a Arenas e de convencer mais um cozinhei-ro a servir-nos mais cedo...

Sotres—Tresviso

Estrada de Caín para Posada de Valdeón

“[…]convida-nos a fluir com o Sella até Norte[…]”

Costa cantábrica em Ribadesella

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Picos da Europa 2007

«… mas ao contrário da vaca, o abutre não

é tão afável.»

Estrada de Covadonga para os Lagos

Invernales de Belbín

Invernales de Belbín a partir da cumeada

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… e outras andando

O guia de passeios dos Picos da Europa (ver f icha técnica) lança o aviso que em Agosto não nos deveríamos deixar assustar com as hordas de turistas que

sobem até aos lagos, visto estes terem por objec-tivo fazer umas festas às vacas, tirar umas fotos nestes preparos e regressar. Parece anedota mas a verda-de é que assim foi e valeu a pena; andando 100m para lá dos Lagos e não f ica ninguém à vista. Este é o passeio menor dos 3 escolhidos mas não deixa de ser óptimo. São inúmeros os percursos pedestres em redor ou com origem nos Lagos de Covadonga, para todos os gostos. Aquele que optámos fazer levou-nos até Invernales

de Belbín e trouxe-nos de regresso ao longo das cumeadas, sob o vôos rasantes e majestosos dos Butreos que tiram partido das correntes ascendentes de ar quente. A proximidade é tal que apetece esticar o braço e tocar-lhes. Mas ao contrário da vaca, o abutre não é tão dado e afá-

vel. Regressando ao Lago por entre as vacas arra-çadas de cabrito-montês (as quais revelam capa-cidades de escalada que deixaram as nossas alentejanas bovinas com ar de palonças) revemos as desgraçadas vacas, luzidias já de tão polidas pelas hordas de festas e de olhos semi-cerrados do flash das máquinas.

Por termos marcado tão em cima as esta-dias, para este passeio apenas conseguimos ficar em Arenas de Cabrales, a cerca de 15km de Covadonga. Este facto fez com que não pudéssemos deixar a moto no Hotel nem evitar carregar o capacete, tendo de carregá-los dentro das duas mochilas (mochila e mala de depósito «transformer»). O arrependimento? Não ter optado por malas rígidas quanto comprei os (óptimos, a propósito) alforges da Oxford.

Invernales de Belbín a partir da cumeada

Vista do Lago La Ercina

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Picos da Europa 2007

O percurso para hoje até Fuente Dé era, inicialmente, ainda mais curto que o ante-rior de ligação a Arenas pelo que a incur-são até San Vicente de la Barquera se

torna mais sedutora. A estrada algo movimentada até aí, confirma uma sensação que já havia tido antes: os espanhóis não são meninos para facilita-rem a vida às motos! A amostra que me foi dada a experimentar não deixa margem para dúvidas de que existe um padrão comportamental claro e pou-co simpático. Fora isso, San Vicente vale a visita como variação de paisagem, trocando a montanha pela planura do

Mar Cantábr ico recortado por verdejantes prados. Almoçamos numa marisqueira junto ao mar umas almejas al natural e uma ensalada mista (muito popular: atum e cebola com alface e tomate? Enfim… serve para desenjoar das inúmeras tábuas de queijos que já enfardámos). Rumamos a Potes onde viramos para a direita em direcção a Fuente Dé. Chegamos aí ao princ ípio da tarde, apercebendo-me que me esqueci de ligar o GPS desde a últ ima paragem junto ao Rio Deva… Não estranhem ver muitas fotos nessa paragem nem a interrupção da rota*; não ganhámos asas, apenas umas orelhas de burro.

San Vicente de la Barquera Teleférico de Fuente Dé

“[…] os espanhóis não são meninos para facilitarem a vida às motos! “

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Dia 6— Panes, San Vicente, la Hermida, Potes, Fuente Dé

Vista para Sul a partir do topo de Fuente Dé

Instalados no Hotel Rebeco rumamos a Potes para uma visita mais demorada e para picar algo: objec-tivo: chorizo a la sidra. Quanto à sidra, acho que aquilo só tem piada depois de 2L emborcados, altu-ra a partir da qual parece água ou outra coisa qual-quer. Não me interpretem mal, gastronomicamente falan-do, pois f icámos fãs dos queijos… mas só destes. O abuso dos fritos e enchidos também não ajuda. * Visitem o site para conhecer as rotas GPS e ver todas as fotos georeferenciadas.

Vista da vila de Potes

Desfiladero de la Hermida

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Picos da Europa 2007

E ste percurso começámo-lo em Fuente Dé onde a recomendação essencial é chegar ao teleférico o mais cedo possível (08:30, 1/2h antes da abertu-

ra da bilheteira), espe-cialmente durante a época do Verão. Depois das 09:30 tor-na-se desesperante segundo os locais. Cada viagem leva até 20 pessoas se não houverem bicicletas à mistura… Este caminho conjuga bem com os anterio-res pois na paisagem do Sul dos Picos da Europa a vida é com-pletamente diferente, desde a vegetação às pessoas e culturas. Esta paisagem, mais árida nesta altura do ano e exposta ao Sol nos amplos vales de Áliva opõe-se ao verde dos Lagos ou às escarpas da Gar-ganta Divina onde o Sol não faz parte da emen-ta.

O trilho bem marcado e amplo permite inclusive a circulação de veículos motorizados todo-o-terreno. Contudo a nossa recomendação é navegar à bolina, optando por percorrer as

encostas mantendo à vista o caminho, evitan-do a secura e o pó des-te. Naturalmente que sempre que este o per-mita e não vamos de encontro aos princípios de preservação do espa-ço. Na última parte do per-curso a paisagem muda radicalmente, onde o trilho serpenteia nos pomares e pastos inver-nais, típicos da transu-mância do pastoreio

local num jogo luzes e de cheiros admirável, especialmente com o Sol a pino.

Puerto de Áliva

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… e outras andando

Para mais detalhe, visitem o site.

Pouco depois do Refúgio de Áliva existe uma encruzilhada que alternativamente nos teria tomado pelo caminho até Mogrojevo e Cosgaya. Esta opção teria sido melhor e recomen-damos a quem também tenha pedalada. São poucos mais km tomando um trans-porte (táxi ou autocarro) em Cosgaya para retornar a Fuente Dé, caso aí tenham começado.

[…]o trilho serpenteia nos pomares e pastos

invernais[…]

Puerto de Áliva

Pido, no caminho para Fuente Dé

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Picos da Europa 2007

O dia mais triste é o do regresso. Saímos cedo de Fuente Dé ruman-do para Sul através da N-621 atra-vés de La Veja numa estrada ópti-

ma não fora a luz da reserva começar a palpi-tar… onde é que eu já vi este episódio? Recu-pero o mesmo exercício da ocasião anterior e começo a fazer contas de cabeça e a alimen-tar esperanças de encontrar uma povoação com uma bomba de combustível. Ser quise-rem pormenores deste episódio, espreitem a secção «Pendura também é gente». Para este dia hav íamos planeado fazer escala em Bragança, à semelhança da ida ainda que para lá chegar escolhêssemos outro caminho, evitando ir até Oviedo, preferindo rumar direc-tos a León. A estrada até León, excepção ao troço imediato a Riaño, é aborrecida e enfado-nha e León paupérrima e cinzentona. Por esta altura já adivinham que não recomendamos a mesma vinda que tomámos… Aqui começa a série de autovias e auto-estradas que nos levaria até casa, decisão tomada ao chegar a Bragança a meio do dia. contas, preferimos poupar uma estadia em hotel e um dia de férias e engolir os 900km de uma assentada.

20,91L num depósito de 21,00L… ...com 9cl ainda fazia 1500 metros.

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Dia 8— o regresso

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Picos da Europa 2007

Decidindo f icar em Caín as opções não são muitas nem luxuousas, sen-do mais próximas do conceito de albergue de montanha do que do Hotel. A nossa escolha não foi especial-mente criteriosa visto termos f icado entusiasmados com a vaga que encontrámos e agarrámo-la. Ainda assim, tivemos sorte pois o Hostal la Ruta é asseado, tem bom aspecto e não compromete. Beneficia do facto de, junto com

outros 3 hostals, estar neste vale esplendoroso. Não tem parqueamento nem gara-gem mas a moto f icou em frente à janela, sob a tutela de um local com uma taxa de criminalidade nula… ainda para mais f icou os dois dias sem gasolina nenhuma no depósito pelo que não iria longe pelos pró-prios meios.

À partida antevia-se ser a melhor das 3 estadias, dada a classif ica-ção. Arenas de Cabrales está longe de ser charmosa ou sedutora

A opção de f icarmos 2 noites em cada estadia foi feliz e as opções que acabá-mos por, à última da hora, conseguir cumpriram. Não serão as melhores esta-

dias da vossa vida (nem poderiam ser pelo preço que pretendíamos) mas fomos felizes na escolha.. Ao escolhermos soluções mais intimistas tiramos

partido da relação pessoal com os anfitriães que nos apontam para os locais ideias e as boas opções a visitar. A assepsia de um hotel com mais de 3 estrelas tem dif iculdade em estabelecer essa ligação e, sinceramente, prefiro o contacto directo e caloroso ao frio do rigor e protocolo.

Rio Cares, junto a Caín

Aldeia de Caín de Valdeón

Fachada principal do Hostal la Ruta Estacionamento do Hotel

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Recarregar baterias

se ser a melhor das 3 estadias, dada a classif ica-ção. Arenas de Cabrales está longe de ser charmosa ou sedutora

como Caín, ou breathtaking como Fuente Dé, funcionando como porto de comércio local para os pastores e criadores de gado das monta-nhas, num entreposto de venda algo

pitoresco. O Hotel localizado no centro da pequena aldeia, resguarda-se da confusão e oferece muito bom descanso e um atendimento digno. O restaurante é sofrível mas tudo o resto revela um bom gosto secular do qual os donos se orgulham em ostentar, com classe. Acho que foi o primeiro hotel com biblioteca e mapoteca, dignas desse nome, em que estivemos. Não menos importante: tem parque fechado descoberto.

Querem ficar em Fuente Dé? Pois bem, ou f icam no Hotel Rebeco ou no Parador Nacional (Pousadas de Portugal cá do sítio), sendo este últ imo caro e algo decepcionante, para ser franco. Em boa verdade, para f icar perto do teleférico (ponto de partida de eleição para várias rotas pedestres) existem alternativas e uma delas saltou-nos à vista: Cosga-ya. O Hotel Rebeco pretence a uma família

brasonada e é um pouso simpático e acolhedor, com uma vista seguramente melhor que o Parador. O restaurante é fraquito com uma ventilação péssima, mas que não compromete os alojamen-tos. Possui parque vigiado descoberto mas a segurança não é problema no aglomera-do de Fuente Dé, com duas casas e o teleférico.

Cosgaya, junto à estrada entre Potes e Fuente Dé

Fim de tarde em Fuente Dé

Fachada principal do Hotel Rebeco

Piscina do Hotel Vista da janela do quarto