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HIPÓTESES DE SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (arts. 151 a 153 CTN)

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HIPÓTESES DE SUSPENSÃO DO

CRÉDITO TRIBUTÁRIO

(arts. 151 a 153 CTN)

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Uma vez efetuado o lançamento e notificado o sujeito passivo, sem que se dê o pagamento, cabe à Fazenda Pública exigir judicialmente o seu crédito.

O CTN disciplina uma outra alternativa, contemplando as hipóteses em que a Fazenda Pública não poderá propor a execução judicial em razão da suspensão da exigibilidade do crédito:

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Suspendem o crédito:        Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

        I - moratória;        II - o depósito do seu montante integral;        III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do

processo tributário administrativo;        IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.        V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em

outras espécies de ação judicial;               VI – o parcelamento.  

        Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.

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Moratória (art. 152 a 155, CTN) Consiste na concessão, por parte do Poder

Público, de um prazo maior do que a lei normalmente prevê, para que o sujeito passivo efetue o pagamento do crédito tributário, de modo que a dívida vencida ou vincenda possa ter outra data de vencimento.

A moratória tributária para ser concedida depende de lei.

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Moratória (art. 152 a 155, CTN)

Poderá ser concedida em caráter individual ou geral (quando ocorre calamidade pública em determinado lugar, sendo concedida a prorrogação nos prazos de pagamento dos tributos dos contribuintes da região afetada).

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Moratória (art. 152 a 155, CTN)

Art. 152. A moratória somente pode ser concedida:        I - em caráter geral:        a) pela pessoa jurídica de direito público competente para

instituir o tributo a que se refira;        b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados,

do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado;

 II - em caráter individual, por despacho da autoridade

administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior.

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Discussão: Alguns autores defendem a idéia de que a alínea “b”do inciso

I do art. 150 CTN contradiz a repartição da competência tributária constitucional, sendo derrogado ante a nova redação do § 6o.

Do art. 150 da CF, dada pela EC 3/93.Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é

vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

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Moratória (art. 152 a 155, CTN)

Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.

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O art. 153 CTN, diz que a lei que concede a moratória, deve conter os seguintes requisitos: prazo de duração do favor; condições da concessão do favor em caráter

individual; os tributos a que se aplica; número de prestações, vencimentos; garantias a serem fornecidas.

Moratória (art. 152 a 155, CTN)

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Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:

        I - o prazo de duração do favor;        II - as condições da concessão do favor em caráter individual;        III - sendo caso:

        a) os tributos a que se aplica;        b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a

que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual;

        c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual.

Moratória (art. 152 a 155, CTN)

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Art. 154 CTN    Salvo disposição de lei em contrário, a

moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo.

  A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.

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Art. 155 CTN  A concessão da moratória em caráter individual não

gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:

com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele;

sem imposição de penalidade, nos demais casos. 

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Art. 155 CTN No caso do inciso I deste artigo (com

imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele), o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito;

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Art. 155 CTN No caso do inciso II deste artigo (sem

imposição de penalidade, nos demais casos), a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito;

A moratória afasta a possibilidade da cobrança de multa, juros de mora e inclusive de correção monetária.

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Observação: Não se confunde moratória e parcelamento

de débito fiscal:

Moratória = embora a figura jurídica da moratória importe na concessão da prorrogação do prazo para o pagamento do crédito tributário, este deve ser pago integralmente e não em parcelas;

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Observação: Não se confunde moratória e parcelamento de

débito fiscal:

Parcelamento = aplica-se a tributos já vencidos e cujo débito já está acrescido de multa, juros e correção monetária. O pagamento das parcelas é atualizado monetariamente.

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Por fim….

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Depósito do seu montante integral (art. 151,II, CTN) Caracteriza-se pela faculdade que tem o

contribuinte ou responsável de efetuar um depósito para depois poder discutir judicialmente a validade do crédito tributário, visando com isso evitar a correção monetária do débito, provocada pela inflação, bem como a fluência de juros de mora.

Caso o sujeito passivo ganhe a questão, o depósito será devolvido, do contrário, converte-se em renda a favor da Fazenda Pública.

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Depósito do seu montante integral (art. 151,II, CTN)

Enquanto o contribuinte contesta judicialmente a validade do crédito tributário, o Poder Público está impedido de exigi-lo;

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Depósito do seu montante integral (art. 151,II, CTN)

O depósito é feito à ordem do juízo onde se discute o crédito tributário;

Este depósito pode ser feito em ações cautelares ou em ação de consignação em pagamento.

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Depósito do seu montante integral (art. 151,II, CTN)

A Súmula 112 do STJ:

“o depósito somente suspende a exigibilidade do crédito se for integral e em dinheiro”.

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Reclamações e os recursos , nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo (art. 151,III, CTN)

De acordo com a lei reguladora do processo administrativo relativo a cada tributo, o sujeito passivo tem todo o direito de contestar lançamento que julgue irregular ou abusivo, bem como contestar a decisão desfavorável da autoridade lançadora no julgamento administrativo de processo fiscal, interpondo recurso à instância administrativa superior.

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Reclamações e os recursos , nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo (art. 151,III, CTN)

A discussão é feita perante a autoridade administrativa competente para arrecadar e fiscalizar o tributo;

Existem duas modalidades:

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Reclamações e os recursos , nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo (art. 151,III, CTN)

a) A consulta = é cabível quando não há qualquer procedimento por parte da administração pública no sentido de cobrar o tributo, porém o contribuinte não tem certeza se está sujeito ou não a seu pagamento, ou ainda tem dúvidas sobre a forma de aplicação da lei (quanto aos cálculos que deve ser efetuado, por exemplo);

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Reclamações e os recursos , nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo (art. 151,III, CTN)

b) Recurso administrativo = o recurso é utilizado pelo contribuinte que tenha sido notificado da existência de um crédito tributário lançada pela administração pública ou que tenha sofrido uma fiscalização por parte da autoridade administrativa, buscando a revisão do ato.

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Reclamações e os recursos , nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo (art. 151,III, CTN)

A exigibilidade do crédito tributário fica suspensa até que seja emitida decisão relativa à reclamação ou recursos.

Ex.: um fiscal que lavra um auto de infração, na realidade está realizando um lançamento, e este poderá ser impugnado por meio da reclamação ou defesa que é apresentada à autoridade competente, por escrito e dentro do prazo previsto.

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Concessão de medida liminar em mandado de segurança (art. 151,IV, CTN)

Diz o art. 5º, LXIX da CF/88: Conceder-se-á mandado de segurança para proteger

direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

Mandado de Segurança é uma medida judicial especial, utilizada para proteger direito líquido e certo, lesado ou na iminência, por ato de autoridade.

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Concessão de medida liminar em mandado de segurança (art. 151,IV, CTN)

É mais rápido o seu processamento e, quando houver uma lesão de direito líquido e certo, que não reparado já e agora, e que por ocasião da sentença se tornará inócuo ou ineficiente, concede-se a liminar;

É preciso ter fumus boni iúris e o periculum in mora.

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Concessão de medida liminar em mandado de segurança (art. 151,IV, CTN)

O efeito suspensivo somente será desencadeado se o juiz, cautelarmente, diante da lesividade do ato ou sua iminência, conceder medida liminar que afaste do plano o ato abusivo de autoridade para evitar a irreparabilidade do dano com a demora da sentença.

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Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial(art. 151,V, CTN)

Qualquer tutela (proteção) antecipada ou medida liminar concedida em qualquer ação judicial tem a intenção, exatamente como no caso do mandado de segurança, de evitar o ônus tributário para o sujeito passivo antes que seja analisado o mérito da lide judicial.

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Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial(art. 151,V, CTN)

Nesta ação, se o sujeito passivo demonstrar a ilegalidade do ato praticado pelo ofensor, poderá obter a liminar;

É cabível na hipótese da autoridade pública, ou agente de pessoa jurídica no exercício de funções públicas, agir com ilegalidade ou abuso de direito, desrespeitando direito líquido e certo de pessoa física ou jurídica.

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Parcelamento (art. 151,VI, CTN) Ato de dividir em parcelas o débito;

Será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica;

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Parcelamento (art. 151,VI, CTN) Art. 155-A. O parcelamento será concedido na

forma e condição estabelecidas em lei específica.

§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas.

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Parcelamento (art. 151,VI, CTN) O parcelamento suspende o crédito

tributário até o pagamento da última prestação.

Não sendo cumprido, total ou parcialmente, o parcelamento cessa a suspensão do crédito tributário que será cobrado judicialmente em execução.

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Parcelamento (art. 151,VI, CTN) OBSERVAÇÃO:

Enquanto o depósito do montante integral e as reclamações e recursos suspendem imediatamente a exigibilidade do CT, no caso do mandado de segurança ou outras ações judiciais só haverá suspensão se for concedida a liminar ou tutela antecipada.

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Efeitos da suspensão:

bloqueia o ajuizamento da execução fiscal; suspende a contagem do prazo

prescricional para o ajuizamento da ação fiscal se ela já tiver tido início (efeito suspensivo), ou impede a iniciação da contagem (efeito impeditivo);

não dispensa o cumprimento da obrigação acessória.