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AFONSOANTUNES DENISEESTACIO HENRIQUEARAUJO JÉSSICAPOZZI MARIANAPESENTI TALITAGRASS UFRGS FACED HISTóRIA DA EDUCAÇÃO PROF. SIMONEVALDETE DOS SANTOS CECÍLIAMEIRELES

Hist edu ceciliameireles (1)

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AFONSOANTUNES

DENISEESTACIO

HENRIQUEARAUJO

JÉSSICAPOZZI

MARIANAPESENTI

TALITAGRASS

UFRGS FACED

HISTóRIA DA EDUCAÇÃOPROF. SIMONEVALDETE DOS SANTOS

CECÍLIAMEIRELES

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_Nasce em 07|11|1901, no Rio de Janeiro.

_Criada pela a vó materna desde pequena.

_1910: recebe medalha de Olavo Bilac por concluir o curso primário com distinção e louvor.

_1917: termina o Curso Normal e começa a lecionar. Mesmo ano da morte da avó materna.

_1929: concurso para a cátedra de português e literatura brasileira da Escola Normal do Distrito Federal. A tese defendia

o princípio da Nova Escola e era baseada nos pensamentos de

Anísio Teixeira. Empata em primeiro lugar - com 8,5 - com Clóvis do Rego Monteiro. Ele é escolhido, ela é preterida.

_1930: jornalista engajada na cobertura da Revolução de 1930.

_1930 a 1933: diretora da seção Páginas da Educação no Diário

de Notícias.

_1933: convidada por Anísio Teixeira a assumir o Centro de

Cultura Infantil. Em 1937, Getúlio fecha o CCI por “atividade subversiva”.

O Brasil tem como grande desgraça a ser combatida a pseudo-autoridade do medalhão. O medalhão, homem de pose, dado à intelectualidade, falador e gesticulador, dizendo coisas floridas e ocas, tem sido nosso pior inimigo em política, em literatura, em arte, em ciência, em administração.

Sobre Francisco Campos, Ministro da Educação nos primeiros anos do governo Vargas.

“CECÍLIAbiografia

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_1934: funda a primeira biblioteca infantil do estado do Rio de Janeiro.

_1935: suicídio de seu marido, Fernando Correia Dias. Afasta-se da militância anti-Vargas.

_1936 a 1938: leciona Literatura Luso-Brasileira e Técnica e Crítica Literária na Universidade do Distrito Federal (atual UFRJ).

_ 1937 a 1963: alta expressão da poesia feminina no Brasil, mesmo no contexto de turbulências sociais, políticas e culturais do governo Getúlio Vargas.

_1940: é convidada a palestrar sobre Literatura Brasileira na Universidade do Texas.

_1941 a 1943: após um hiato da vida jornalística, assina a coluna Professores e Estudantes no Jornal da Manhã. Em cerca de 30 anos, contribui ainda com Correio Paulistano e Folha de

São Paulo.

_Seus textos podem ser encontrados no livro Crônicas da

educação (Nova Fronteira, 2001).

_Morre em 09|11|1964.

Esse ensino religioso nas escolas, que um Ministro irresponsável decretou, e um Presidente desatento (ou hábil…) sancionou, é um crime contra a nação e contra o mundo, contra os brasileiros e contra a humanidade.

Em artigo de 1931, que ia contra o decreto sobre o ensino religioso nas escolas.

“CECÍLIAbiografia

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_ Quase 30 anos de atividade jornalística.

_ Crítica ferrenha do governo Vargas nos anos 1930.

_ Responsável por páginas especializadas em educação nos jornais em que trabalhou.

_Em suas crônicas trazia à tona fatos do cotidiano vivenciados na família, na rua e na escola.

_Atividade jornalística também como instrumento de

divulgação de seus ideais socio-educativos.

_Reiterava a importância de se respeitar o universo infantil, que a seu ver era ignorado pelos adultos.

_Fazia comentários para que as dúvidas e especificidades da infância fossem ouvidas em toda a sua incompletude.

_ Antes de aliar-se a um movimento literário, preocupou-se em praticar um jornalismo com forte caráter de militância política. Após a morte de seu marido, ocupa-se mais da educação.

_Suas crônicas de educação são os mais importantes registros de seu ideário pedagógico.

A alma infantil, como aliás a alma humana, não se revela jamais completa e subitamente como uma janela que se abre deixando ver todo um cenário. Suas comunicações com o exterior – e até consigo mesma – se fazem veladamente, aos poucos, mediante detalhes de tão grande reserva que frequentes vezes passam de todo despercebidos.

Os indícios da alma infantil, 18 de dezembro de 1930.

“CECÍLIAjornalista

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_Partidária da Escola Nova, defendia, assim como Fernando de

Azevedo e Anísio Teixeira, uma educação pública, universal, obrigatória e laica.

_Assinou o Manifesto dos Pioneiros da Educação.

_Junto com intelectuais da educação nova, buscou romper com a concepção de infância entendida como imperfeição do ser humano (adulto-pequeno).

_Defendia a visão da infância como sustentáculo do projeto

educacional e, consequentemente, de uma nova sociedade.

_Para a educadora, proporcionar condições para uma infância

feliz podia significar amplo desenvolvimento ao país.

_Destacava-se pela pedagogia inovadora, sustentada pela psicologia e literatura.

O mal não está na infância. A criança é sempre uma vítima inocente. Também não está, propriamente, no adulto, que é uma resultante de vários fatores. Está nestes fatores. É só uma organização social que compreende com clareza que a educação poderá transformar semelhante estado de coisas.

Desigualdades, 28 de dezembro de 1930.

“CECÍLIAeducadora

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_Os intelectuais da escola moderna sofreram forte influência do Iluminismo, principalmente de Rousseau.

_Cecília aproxima-se de Rousseau na medida que percebe que a sociedade capitalista desumaniza o homem e a criança.

_Cecília afasta-se de Rousseau ao perceber a pureza em padrões diferentes dos estabelecidos pelo filósofo: não como a criança idealizada como ser ingênuo, mas como um ser que se difere do adulto.

_Cecília aproxima-se de Benjamin ao ver a criança como ser capaz de produzir cultura. É a existência de um ser no mundo: um devir.

_Para a educadora, a criança deve ser respeitada em sua

alteridade.

_Defendia a ideia de uma infância que pensa e, portanto,precisa ser ouvida e orientada com coerência e confiança.

Quando nos aproximamos do mundo infantil, o primeiro cuidado quedevemos ter é o de agir de tal modo, que entre nós e as crianças seestabeleça uma ponte de absoluta confiança, por onde possamos ir até elas, e elas, por sua vez, sejam capazes de vir até nós.

Nós e as crianças, 24 de outubro de 1930

“CECÍLIAeducadora

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_As ações dos adultos da escola e da sociedade em relação à criança mereciam atenção da educadora.

_Era muito difícil ser professor naqueles tempos, poucos estavam realmente envolvidos com os novos ideais

educacionais.

_Lutava para que que as famílias e os educadores tivessem maior compreensão dos problemas da infância.

_Buscava a instituição de um lugar social da criança em meio a um mundo dominado por adultos.

_Suas ferramentas eram as colunas dos jornais. Acreditava que seus leitores, atingidos por suas ideias, poderiam passar a reprodutores de seus ideais.

A criança não é um boneco, cujas habilidades ou inabilidades se exploram. É uma criatura humana, com todas as forças e fraquezas, todas as possibilidades de evolução e involução inerentes à condição humana. Por isso mesmo, são condenáveis todas as atitudes que a rebaixem, ou que lhe estorvem o seu normal desenvolvimento.

Ouvindo as Crianças, 21 de novembro de 1930

“CECÍLIAeducadora

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_Cecília Meireles fundou a primeira Biblioteca Infantil Brasileira

no Rio de Janeiro, em agosto de 1934.

_Esta biblioteca tornou-se um dos grandes empreendimentos culturais da reforma de Anísio Teixeira para a educação brasileira.

_ Extrapolava os objetivos de uma simples biblioteca, ao conjugar à leitura outras atividades como o cinema, a música, a cartografia, os jogos etc.

_ Procurou aproveitar ao máximo as possibilidades

arquitetônicas do Pavilhão, para oferecer às crianças múltiplas atividades educativas e recreativas.

_Foi fechada em 1937 com a alegação de que abrigava livros

perigosos para a formação das crianças.

Minha mãe tinha sido professora primária [...] e eu gostava de estudar nos seus livros. Velhos livros de família que me seduziam muito. Assim como as partituras e livros de música. [...] A educação [...] é uma causa que abraço com paixão assim como a poesia.

“CECÍLIAeducadora

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_Pensamento pedagógico pouco conhecido da historiografia da educação.

_Teria sido eclipsado pela obra literária de destaque?

_Ou teria sido deixado de lado por uma sociedade em que mulheres militantes não eram bem aceitas?

_Seu papel como educadora merece reconhecimento por seu valor em si e pelo fato de ser de uma voz feminina que teve coragem de erguer-se em meio a uma ditadura feroz e a uma sociedade repressora.

No domínio da ‘educação’, as perguntas se referem a ‘por quê’ e ‘para quê’. A instrução é um instrumento, mas a educação é uma finalidade, embora seja uma finalidade que não excede a sua órbita própria, não se imiscui nem se confunde com outras, nem se deixa atrair pelo seu poder.

“CECÍLIAeducadora

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ESTENSSORO, Hugo. A poesia engajada de Cecília Meireles. Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/poesia-cecilia-meireles-540115.shtml.

Cecília Meireles. Disponível em: http://releituras.com/cmeireles_bio.asp.

Cecília Meireles. Disponível em: http://suapesquisa.com/biografias/ cecilia_meireles.htm.

Cecília Meireles: poetisa e educadora. Disponível em: http://opiniaoenoticia.com.br/vida/educacao/cecilia-meireles-poetisa-e-educadora/.

FERNANDES, Hercília Maria; MENEZES, Antonio Basílio Novaes Thomaz. O lirismo pedagógico em Cecília Meireles: “Quem fica no

chão não sobe nos ares”. Disponível em: http://novidadesevelharias-fernandeshercilia.blogspot.com.br/2008/03/artigo-ceclia-meireles-e-educao.html.

FERREIRA, Rosangela Veiga Julio. Educação e infância à luz do

pensamento de Cecília Meireles. Disponível em: http://www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/62RosangelaVeiga.pdf.

MEIRELES, Cecília. Poemas I. Volume 1. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s/d.

SANTOS, Thaís Helena dos. Cecília Meireles fala de educação. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/ artigos/1074/cecilia-meireles-fala-de-educacao.

Não te aflijas com a pétala que voa:também é ser, deixar de ser assim.Rosas verás, só de cinza franzida,mortas intactas pelo teu jardim.Eu deixo aroma até nos meus espinhos,ao longe, o vento vai falando de mim.E por perder-me é que me vão lembrando,por desfolhar-me é que não tenho fim.

Poemas I, s/d, p. 231-232

“REFERÊNCIASbibliográficas