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PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

HISTÓRIA€¦ · O Segundo Reinado: aspectos econômicos e sociais O Brasil passou por um processo de grande desenvolvimento econômico devido à ampliação da produção cafeeira,

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PRÉ-VESTIBULARLIVRO DO PROFESSOR

HISTÓRIA

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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Produção Projeto e Desenvolvimento Pedagógico

Disciplinas Autores

Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima BezerraLiteratura Fábio D’Ávila Danton Pedro dos SantosMatemática Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba CostaFísica Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. SaquetteQuímica Edson Costa P. da Cruz Fernanda BarbosaBiologia Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério FernandesHistória Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa SilvaGeografia DuarteA.R.Vieira Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer

I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]

696 p.

ISBN: 978-85-387-0574-1

1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

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O Segundo Reinado:

aspectos econômicose sociais

O Brasil passou por um processo de grande desenvolvimento econômico devido à ampliação da produção cafeeira, que trouxe consigo a moder-nização da economia, com capitais destinados ao desenvolvimento urbano e à construção de ferrovias para o transporte da produção.

O café, somado à elevação das tarifas de 1844 e a difusão do uso da mão-de-obra assalariada de base imigrante, foi responsável por um surto indus-trial sem precedentes no Brasil independente. O café que gerou prosperidade nos primeiros anos do Império, trouxe consigo a ascensão de grupos sociais responsáveis pelo fim da monarquia, como os barões de café do oeste paulista.

A economia cafeeiraO café (Coffea arabica) tem origem árabe e teve

seu consumo difundido a partir do século XVIII, com o desenvolvimento urbano europeu atrelado aos avanços da Revolução Industrial. Os Estados Unidos também logo se tornaram um dos principais destinos da produção brasileira.

Inicialmente, teve sua produção em larga escala nas colônias francesas do Haiti e Guiana Francesa, chegando ao Brasil no ano de 1727, no Pará. Mas, no século XVIII, a produção no Brasil ainda era domésti-ca atendendo a um consumo apenas restrito. Depois de passar por Santa Catarina, a produção de café atingiu a Baixada Fluminense (início do século XIX)

no Rio de Janeiro, atraído pela abundância de terras férteis e de contingente de escravos liberados com a crise da mineração, pela grande oferta de mulas e animais de transporte e pela proximidade com o porto do Rio de Janeiro.

Aos poucos, o café foi se tornando o principal produto de exportação brasileiro, até porque não exigia investimentos iniciais muito grandes, uma vez que a cultura do café dependia quase que exclusiva-mente da mão-de-obra em suas etapas simplificadas de plantação, colheita e secagem dos grãos.

A produção no Vale do ParaíbaO café foi aos poucos se expandindo, atingin-

do a região de Barra Mansa, Resende, Vassouras e Valença, no Vale do Paraíba do Rio de Janeiro. A expansão era necessária, pois o cultivo do café es-gotava o solo em cerca de 15 anos, exigindo novas áreas de cultivo. Além disso, o uso da mão-de-obra escrava e de técnicas rudimentares acelerava a degradação do solo.

A Zona da Mata de Minas Gerais também foi alvo da produção cafeeira, assim como o Vale do Paraíba paulista. Cidades como Bananal, Areias e São José do Barreiro, Ubatuba e Caraguatatuba se desenvolveram a partir do cultivo do café e, até 1870, a região do Vale do Paraíba foi a principal produtora de café do Brasil. Para isso, contribuíram o clima favorável e a pluvio-sidade regular, fazendo com que surgisse no Vale do Paraíba um poderoso grupo econômico, formado por barões de café que inicialmente reforçavam os laços escravocratas, monocultores e agroexportadores da economia brasileira. Este grupo passou a constituir um dos pilares políticos do reinado de Dom Pedro II.

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A produção no Oeste paulistaA prosperidade do Vale do Paraíba foi limitada

pelo esgotamento do solo nas áreas de cultivo. À medida que os cafezais se desgastavam no vale, a produção se deslocava em direção ao oeste do es-tado de São Paulo, tendo como núcleos Campinas, Mogi-Guaçu e Ribeirão Preto pelos idos de 1830. A produção atingiu o Paraná nas primeiras décadas do século XX.

No Vale do Paraíba, as áreas de cultivo eram muitas vezes interrompidas pelos acidentes do relevo, sendo que muitos produtores utilizavam as encostas dos montes como regiões de plantação do café. Já no oeste paulista, a regularidade do relevo plano estimulava a formação de “mares de café” que contavam ainda com um tipo de solo de origem vulcânica, a terra roxa, que elevava a produtividade da produção cafeeira.

A distância da produção no oeste paulista em relação aos centros de escoamento (porto do Rio de Janeiro e porto de Santos) gerava a necessidade da construção de ferrovias. Portanto, os cafeicultores do oeste paulista se empenharam numa rápida am-pliação da malha ferroviária, construindo ferrovias como a Santos–Jundiaí, a Itu–Campinas, a Mogiana e a Sorocabana.

A necessidade do empreendimento ferroviário fez com que os produtores do oeste paulista desenvol-vessem uma mentalidade moderna e empresarial, con-trastando com o tradicionalismo predominante entre os cafeicultores do Vale do Paraíba. Esta diferença logo se aplicará à política do Segundo Reinado, alterando definitivamente os rumos da História do Brasil.

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O problema da mão-de-obra no Brasil

Como já visto, diante das pressões inglesas, o Brasil assinou a Lei Eusébio de Queirós em 1850, que dava fim ao tráfico negreiro intercontinental. Uma consequência imediata desta medida era a intensi-ficação do tráfico interprovincial, preferencialmente no sentido nordeste–sudeste. Muitos senhores nor-destinos, diante da atrofia de sua produção, vendiam a alto preço seus escravos para cafeicultores do Vale do Paraíba, que utilizavam preferencialmente a mão- -de-obra escrava.

Apesar do tráfico interprovincial, a escassez de mão-de-obra tornava-se evidente a cada ano. A solução: a entrada de trabalhadores imigrantes.

No final do século XVIII, a Coroa portuguesa enviou colonos açorianos para o sul do território brasi-leiro. O objetivo era garantir a ocupação do território, diante de possíveis invasões espanholas, sendo esta uma das primeiras iniciativas estatais em relação à imigração para o Brasil.

O sistema de parceriaNa década de 1850, a produção cafeeira no oeste

paulista se desenvolvia francamente e convivia com os sinais de escassez de mão-de-obra. Como vimos anteriormente, os barões de café desta região pos-suíam uma mentalidade modernizante, enquadrada no projeto capitalista do século XIX.

Esses empresários cafeicultores perceberam que o imigrante poderia ser uma solução razoável para a escassez de mão-de-obra, uma vez que tinham prévio conhecimento de técnicas agrícolas, amplian-do a produtividade da lavoura do oeste paulista. Havia vários fatores que estimulavam a saída de imigrantes da Europa para o Brasil, entre eles:

as tensões sociais e políticas na europa, •como as revoluções liberais e as guerras de unificação e independência;

a intensificação da exploração nas indústrias •europeias;

a crescente mecanização dos campos, a partir •do advento da Segunda Revolução Industrial. Com isso, muitos camponeses eram expulsos dos campos europeus;

a propaganda que estimulava o desejo de imi- •gração com promessas de ascenssão social e econômica e a esperança do imigrante em encontrar terras disponíveis no Brasil.

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Era necessário agora criar um sistema para tra-zer o imigrante para o Brasil. O senador e cafeicultor Nicolau Campos Vergueiro criou então o sistema de parceria, em que os custos da viagem para o Brasil eram pagos pelos fazendeiros na forma de adian-tamento, assim como as primeiras despesas das famílias de imigrantes.

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Imigrantes.

Os trabalhadores pagariam o adiantamento (que era corrigido anualmente em 6%, sendo que os pagamentos não sofriam o mesmo acréscimo) com seu trabalho. Ao chegar ao Brasil, as famílias rece-biam dois lotes de terra: um destinado à plantação de subsistência e o outro para a plantação de café, cuja metade da produção era entregue ao fazendeiro. Era com essa produção que o imigrante pagaria sua dívida e estava proibido de abandonar a fazenda enquanto não a liquidasse.

Os problemas logo apareceram. Muitos imi-grantes eram recrutados sob promessas dos agentes europeus e se decepcionavam com o pesado trabalho no Brasil. Outro fator importante era a mentalidade escravocrata de muitos cafeicultores, que trata-vam até mesmo a chibatadas seus trabalhadores imigrantes. As dívidas dos imigrantes, ao invés de diminuirem, se ampliavam cada vez mais, pois eram obrigados a comprar produtos para sua subsistência em armazéns instalados nas fazendas.

Eram constantes os conflitos religiosos, pois muitos imigrantes não eram católicos. Os imigrantes também acusavam os cafeicultores de destinarem as melhores terras para os escravos, ficando eles com as piores terras, o que somente aumentava suas dívidas.

O descontentamento foi bastante elevado, sendo que no ano de 1857, ocorreu em São Paulo, a Revolta de Ibicaba, contra o sistema de parceria. A revolta ocorreu na fazenda de Campos Vergueiro, idealizador do sistema de parceria. O pastor pro-testante chamado Thomas Davatz, que veio para o Brasil relatou estes problemas no livro Memórias

de um Colono no Brasil. Tudo isto contribuía para o desgaste do sistema de parceria.

A imigração subvencionada pelo Estado

Com os protestos, os cafeicultores paulistas buscaram um outro sistema para trazer o imigrante para o Brasil. Adotou-se a partir da década de 1870 a imigração subvencionada, em que o valor da pas-sagem era pago pelo Estado reduzindo os gastos dos cafeicultores.

Ao chegar ao Brasil, os imigrantes firmavam um acordo com os cafeicultores de cerca de um ano, em que ficava acertado o salário a ser pago, em função da área de cafezais a ser cultivada. Além disso, os cafeicultores cediam pedaços de terra aos colonos que poderiam produzir gêneros de subsistência e vender os excedentes de produção.

A imigração subvencionada consolidou a vinda de imigrantes para o Brasil, que tendeu a se elevar a partir da década de 1870. A maioria dos imigran-tes destinava-se ao oeste paulista, o que elevava a produtividade de seus cafezais em relação a outras áreas como o Vale do Paraíba.

O surto industrial do século XIX e a Era Mauá

Na segunda metade do século XIX, o Brasil passou por um processo de diversificação de sua economia, iniciando um processo de industrialização. Entre as condições que favoreceram este processo, podemos destacar:

os efeitos da Tarifa Alves Branco de 1844. •Apesar do objetivo do ministro Alves Branco estar ligado à elevação da arrecadação de im-postos, à elevação das tarifas alfandegárias acabou protegendo a produção interna da concorrência inglesa, favorecendo o desen-volvimento industrial;

a Lei Eusébio de Queirós, que ampliou a •vinda de imigrantes e, consequentemente, o trabalho assalariado no Brasil, incremen-tando o mercado interno. Além disso, o fim do tráfico liberou capitais que até então eram utilizados na compra de escravos e que agora poderiam ser deslocados para outras atividades;

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os lucros do café, que foram aplicados em •obras de modernização da economia.

Esse processo de modernização da economia deu origem a indústrias têxteis no Brasil, que nem de longe tinham como objetivo concorrer com a pro-dução inglesa, mas sim produzir tecidos grosseiros, destinados ao consumo da grande massa popular e de escravos, devido ao seu baixo valor.

Uma das figuras mais eminentes deste processo foi Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, que estava à frente dos principais empreendimentos do período como o Banco Mauá, McGregor & Cia. e Casa Mauá & Cia., de atuação mesmo em outros países como França, Inglaterra e Estados Unidos. Mauá era proprietário da Companhia de Gás do Rio de Janeiro, da Estrada de Ferro Mauá e da Rio-Petrópolis, e da fundição e estaleiro da Ponta de Areia em Niterói.

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Mauá.

Envolveu-se na criação de várias ferrovias e na instalação, no ano de 1874, de um cabo telegráfico, que permitiu a comunicação entre o Brasil e a Europa.

Mauá era o protótipo do empresário capitalista do século XIX e conduziu o Brasil a importantes alte-rações no quadro econômico. Porém, Mauá enfrentou sérias dificuldades ligadas às pressões inglesas contrárias a industrialização brasileira. Pressões que culminaram com a adoção da Tarifa Silva Ferraz em 1860, que novamente reduzia as tarifas alfandegárias, retirando a proteção à produção interna.

A falta de incentivos do Estado imperial, for-temente ligado à tradicional lavoura escravista, dificultava a consolidação do processo de moder-nização, assim como a oposição da maciça aristo-cracia tradicional. O grande número de escravos e os reduzidos salários pagos aos trabalhadores livres impediam, em tempos de Império, uma maior expansão do mercado consumidor.

O empresário do Império

Órfão de pai aos cinco anos – João Evangelista foi assassinado –, Irineu Evangelista de Sousa, nascido em Arroio Grande (RS), em dezembro de 1813, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1823. Aos 11 anos, era contínuo. Aos 15, o homem de confiança do patrão. Aos 23, sócio de um escocês excêntrico. Aos 30, um dos comerciantes mais ricos do Brasil. Era pouco: aos 32, Irineu decidiu virar industrial – o primeiro do Brasil. A crise de 1875 e a má vontade do governo o levaram a falência, em 1878. Mas Mauá pagou tudo o que devia. Ao morrer, em outubro de 1889, perdera seu império industrial. Mas não devia nada a ninguém.

(BUENO, Eduardo. Brasil: uma história – a incrível saga de um país.)

Dessa maneira, Mauá enfrentou muitos proble-mas financeiros com seus principais projetos, que foram francamente assimilados pelo capital estrangei-ro, como dos norte-americanos e britânicos. Apesar disso, a modernização econômica estimulou o desen-volvimento urbano, a reboque do processo de imigra-ção. Apesar da ideia predominante de que todos os imigrantes destinavam-se aos campos, muitos deles, a exemplo dos espanhóis, portugueses, “turcos” e judeus deslocavam-se em direção às cidades.

A política externaAnalisamos anteriormente os principais aspec-

tos da política interna brasileira, além de seus des-dobramentos econômicos. Mas os fatores da política externa foram tão ou mais marcantes, e deixaram profundas sequelas no Estado brasileiro.

Com a Inglaterra, o Brasil envolveu-se num sério conflito diplomático, envolvendo toda a intransigên-cia do embaixador William Dougal Christie. A bacia do Rio da Prata foi palco de disputas políticas que culminaram com a Guerra do Paraguai, que ao con-trário do que muitos imaginam, não deixou somente marcas profundas no Paraguai. A monarquia brasileira sofreu profundos abalos, corroendo-se diante da crise financeira e da falta de apoio do Exército brasileiro.

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A questão ChristieDois incidentes, somados, estremeceram as

relações diplomáticas entre o Brasil e a Inglaterra, a principal potência mundial no século XIX, o século da Pax Britânica.

No ano de 1861, afundou no Rio Grande do Sul o navio inglês Prince of Walles (Príncipe de Gales). A carga do navio foi saqueada e o embaixador inglês no Brasil William Dougal Christie exigiu que o Brasil pagasse indenização à Inglaterra, além da presença de um capitão inglês para acompanhar a investigação e indicar os culpados.

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Christie.

Em 1862, três oficiais da marinha inglesa sem farda, foram detidos por desordem e embriaguês, mas foram soltos logo que identificados. Christie achou um absurdo, exigindo que os responsáveis pela prisão fossem julgados. Diante da negativa bra-sileira, Christie ordenou que três navios mercantes brasileiros ancorados na Baía de Guanabara fossem apreendidos.

A intransigência de Christie foi seguida de mui-tos protestos antibritânicos por parte da população brasileira. O caso foi submetido à arbitragem interna-cional do rei da Bélgica, que deu ganho de causa ao Brasil. Dom Pedro II exigia a retratação da Inglaterra e como a Inglaterra não se retratou, o Brasil rompeu ligações diplomáticas. No ano de 1865, a Inglaterra apresentou pedido formal de desculpas, reatando ligações diplomáticas com o Brasil.

A questão platinaComeçaremos a analisar o conjunto de inciden-

tes que acabou culminado com a Guerra do Paraguai em 1865, envolvendo a disputa da bacia do Rio da Prata, região composta por vários rios e de grande importância comercial para países como a Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai.

Questão platina.

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Desde sua independência, a Argentina sonhava com a formação de um grande Estado, que englobas-se países como o Paraguai e o Uruguai, reeditando o antigo Vice-Reino do Rio da Prata. Já o Paraguai enfrentava um sério dilema: a ausência de saída para o mar fazia com que sua economia estivesse dependente de Buenos Aires para escoamento da produção, ameaçando sua autonomia.

O Brasil defendia a livre navegação na bacia do Rio da Prata, assim como a Inglaterra. Ambos estavam interessados na utilização do conjunto de rios para escoamento de suas produções.

O desenvolvimento do ParaguaiO governo paraguaio desde cedo adotou uma

postura diferenciada em relação às demais nações da América do Sul. Da independência do Paraguai em 1814 até 1840 governou o país o ditador Gaspar Rodrigues de Francia, que confiscou propriedades agrícolas da elite, passando o Estado a monopolizar a produção de erva-mate, madeira e tabaco, bases da economia paraguaia. Surgiam as “fazendas da pátria” em que os camponeses trabalhavam para o Estado. Não havia escravidão no Paraguai, o que favorecia ainda mais a ampliação da produção.

Seu sucessor foi seu sobrinho Carlos Antônio Ló-pez que investiu pesado no desenvolvimento militar e em tecnologia aplicada à produção. Daí surgiram

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fábricas de papel, vidro, cerâmica, tecidos, estaleiros, além da produção de trilhos para ferrovia na fundição de Ibicuí. O analfabetismo foi praticamente extirpado pelo governo paraguaio.

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López.Francia.

O progresso econômico acabou ampliando a produção e a exportação do Paraguai baseada na erva-mate, fazendo com que a dependência em relação a outros países quanto à navegação se tor-nasse um problema ainda maior, pois o Paraguai era duplamente ameaçado. O Brasil pretendia tomar o território paraguaio entre os rios Branco e Apa, e a Argentina pretendia anexar o Chaco paraguaio. A saída encontrada por Carlos López foi a assinatura de um Tratado de Amizade com o Uruguai em 1850.

A intervenção brasileira contra Oribe e Rosas (1851-1852)

No meio destas disputas se encontrava o Uru-guai. Embora fosse um país com uma pequena popu-lação e desenvolvimento restrito, o Uruguai ocupava uma importante posição geográfica, no estuário do Rio da Prata. Após a independência do Uruguai no ano de 1828, surgiram dois grupamentos políticos: os blancos (conservadores) e os colorados (liberais).

Os blancos eram liderados por Manuel Oribe e representavam os interesses dos grandes pecuaris-tas uruguaios, tradicionais inimigos dos fazendeiros brasileiros, mas aliados do ditador argentino Juan Manuel Rosas. Já os colorados eram chefiados por Frutuoso Rivera e representavam os interesses dos comerciantes de Montevidéu, aliados do Brasil.

No ano de 1834, Manuel Oribe venceu as eleições presidenciais e, em 1851, tropas sob seu comando invadiram fazendas do Rio Grande do Sul, saqueando cabeças de gado com o apoio do presi-dente argentino Juan Manuel Rosas, interessado em anexar o Uruguai. Sob ordens de Dom Pedro II, as tropas brasileiras comandadas por Caxias invadiram o Uruguai e derrubaram Oribe.

Na Argentina, as províncias federalistas de En-tre-Rios e Corrientes organizaram uma revolta contra a política centralizadora de Rosas, em Buenos Aires.

Rosas também pretendia restringir a navegação es-trangeira nos rios da bacia do Prata. As províncias insurgidas receberam o apoio das tropas brasileiras e uruguaias, e o resultado desta aliança foi a derrubada de Rosas do governo argentino.

A intervenção brasileira contra Aguirre (1864)

Depois de um breve período de paz, em 1864 o blanco Atanásio Aguirre foi escolhido presidente do Uruguai, reacendendo os conflitos na região platina, após nova invasão uruguaia no Rio Grande do Sul, seguida de roubo de cabeças de gado e agressões contra os fazendeiros brasileiros. Vale lembrar que as incursões de estancieiros brasileiros no Uruguai visando roubar gado eram comuns. Dom Pedro II, pressionado por estancieiros do Rio Grande do Sul, exigiu proteção à propriedade dos brasileiros e a escolha de blancos moderados para administrar o Uruguai. Após a negativa de Aguirre, o Brasil decidiu invadir o Uruguai em 1864, instalando na presidência o colorado Venâncio Flores.

Aguirre tinha um forte aliado: o presidente do Paraguai Francisco Solano López, que governava des-de 1862. Solano pretendia anexar o Uruguai, além das províncias argentinas de Entre-Rios e Corrientes, crian-do uma grande república, que teria uma saída para o Oceano Atlântico. Plano que encontrava forte oposição tanto da Argentina, quanto do Brasil e da Inglaterra.

Em represália à invasão brasileira, que conside-rou ser breve, Solano López apreendeu em Assunção o navio brasileiro Marquês de Olinda, no dia 11 de novembro de 1864. Muitos autores consideram o apri-sionamento do navio Marquês de Olinda o estopim da Guerra do Paraguai.

No dia 13 de novembro, Solano López invadiu o Mato Grosso do Sul e lançou os preparativos para a invasão do Mato Grosso. Mais tarde invadiu a pro-víncia Argentina de Corrientes, estimulando Brasil, Argentina e Uruguai a formarem a Tríplice Aliança contra o Paraguai, no ano de 1865.

A Guerra do Paraguai (1865-1870)

No início do conflito, ficou clara a superioridade militar paraguaia: seus cerca de 80 mil homens en-frentariam os quase 30 mil homens de toda a Tríplice Aliança. Esta superioridade era aparente, pois a população paraguaia beirava os 900 mil habitantes enquanto Brasil, Argentina e Uruguai contavam com cerca de 27 milhões de pessoas.

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Diante da escassez inicial de homens, Dom Pedro II tentou recrutar a Guarda Nacional, que resistiu à convocação. Recrutou-se então uma tropa conhecida como os Voluntários da Pátria, composta por muitos escravos e recém-alforriados, obrigados a se alistarem.

Apesar da ofensiva inicial de Solano López, o Brasil contra-atacou com a marinha comandada pelo Almirante Barroso, que deu um duro golpe na mari-nha paraguaia na batalha do Riachuelo (11 de junho de 1865). A partir deste episódio, o Brasil passou a atuar de forma ofensiva sobre o território paraguaio, utilizando-se de sua superior marinha, comandada pelo Almirante Tamandaré.

Em 1866, os aliados sagraram-se vitoriosos na batalha do Tuiuti, mas a morte de mais de quatro mil homens brasileiros derrotados na batalha de Curupaiti (22 de setembro de 1866) levou o Duque de Caxias ao comando das tropas brasileiras, em substituição ao Almirante Tamandaré.

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Guerra do Paraguai.

Caxias enfrentou de início um grave problema: a retirada de seus aliados. Desanimados com a derrota em Curupaiti, os uruguaios se retiraram do conflito. Diante de uma revolta na Argentina, o comandante Bartolomeu Mitre resolveu retornar para Buenos Ai-res, fazendo com que o Brasil sustentasse a guerra praticamente sozinho.

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Caxias.

Com a reformulação do Exército brasileiro por Caxias, o Brasil passou a obter várias vitórias a partir de 1866: as vitórias de Itororó, Avaí, Lomas e Valenti-

nas. As tropas brasileiras chegaram em Assunção em 1869, quando Dom Pedro II substituiu Caxias pelo seu genro Conde D’Eu no comando do Exército. O marido da princesa Isabel perseguiu Solano López até o Cerro-Corá, onde este morreu em 1.º de março de 1870.

Resultados do conflitoO que mais chama atenção em relação à Guerra

do Paraguai, foi a destruição do Paraguai. A popula-ção foi reduzida de 900 mil para 200 mil habitantes, sendo que 90% eram mulheres. As antigas fazendas estatais foram extintas, dando lugar a latifúndios particulares entregues à especulação imobiliária de vários grupos, entre eles, de empresários ingleses. As incipientes indústrias foram arrasadas.

O Brasil sofreu fortemente os efeitos do conflito, pois teve que obter altíssimos empréstimos junto a banqueiros ingleses para sustentar o conflito.

Durante muito tempo se acreditou na perspec-tiva de que a Inglaterra foi a grande articuladora e beneficiária do conflito, buscando anular o autono-mismo paraguaio em nome do imperialismo. Diante desta perspectiva, Solano López figura como um grande herói da América Latina, ao resistir ao projeto dominador britânico. Porém, os estudos mais recen-tes apontam que não interessava tanto a Inglaterra um conflito na região, pois seus interesses comerciais seriam prejudicados. Além disso, a historiografia tem questionado a figura de Solano López como grande herói, diante das denúncias de torturas e assassina-tos, muito comuns na ditadura paraguaia.

A historiografia atual tem procurado atribuir a Guerra do Paraguai aos interesses dos quatro Es-tados Nacionais em questão, interesses descritos anteriormente, sem negar que se por um lado o Brasil conheceu uma profunda crise financeira após o con-flito, os cofres ingleses aguardavam com ansiedade a dívida contraída pelo Brasil.

Outra consequência importante da Guerra do Paraguai foi a modernização e o fortalecimento do Exército, que consciente da sua importância, passou a exigir espaço para sua atuação política. Este é outro fator que iria abalar as bases políticas do Império, contribuindo para o desgaste que culminou com a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889.

Uma visão lúcida

Em meio ao cipoal de teses e controvérsias que, cerca de 150 anos depois, ainda cercam a Guerra do Paraguai, uma das análises mais lúcidas é a do historiador inglês Leslie Bethel,

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E não apenas intelectuais faziam este ques-tionamento. Muitos cafeicultores e empresários do oeste paulista também passaram a exercer críticas ao governo de Dom Pedro II, exigindo apoio para a construção de ferrovias e para a imigração subven-cionada. A Igreja gradativamente se incomodou com os desmandos do Imperador, que exercia forte influ-ência devido ao Padroado, presente na constituição brasileira de 1824.

Nesse processo de desgaste, a Guerra do Para-guai (1865-1870) é considerada por muitos como um divisor de águas. A crise financeira provocada pela guerra sepultou as iniciativas de empresários como Mauá. O exército brasileiro modernizou-se durante o conflito e não aceitaria a sua posição pouco expres-siva no cenário político nacional.

A Lei Áurea (1888) também teve um impacto muito negativo sobre o Império Brasileiro, fazendo com que os latifundiários escravistas rompessem com a Coroa. Resultado: o isolamento da monarquia e a proclamação da República em 15 de novembro de 1889.

A questão religiosaA Constituição de 1824 oficializou o cristianis-

mo como religião de Estado e submeteu a Igreja ao seu poder por intermédio do Padroado, que garantia uma série de prerrogativas ao Imperador em relação à Igreja, como a nomeação dos cargos eclesiásticos e a aprovação (beneplácito) das ordens emitidas pelo papa.

Nos anos 70 do século XIX ocorreu a reação do episcopado brasileiro contra o Padroado envolvendo a Bula Syllabus (1864) decretada pelo papa Pio IX que proibia as relações entre católicos e maçons. A proibição não foi aprovada pelo imperador, uma vez que muitos padres faziam parte de lojas maçônicas e muitos maçons participavam de irmandades reli-giosas e da administração imperial.

Em 1873, o bispo de Olinda (Dom Vital Maria de Oliveira) e o bispo de Belém (Dom Antonio de Macedo Costa), tentando fazer prevalecer a decisão do papa exposta na Bula Syllabus, resol-veram fechar todas as irmandades religiosas de Pernambuco e do Pará que se negavam a expulsar os maçons de seus quadros. Diante da desobedi-ência dos bispos o governo imperial condenou-os a quatro anos de prisão com trabalhos forçados em 1874. Apesar de terem sido anistiados em 1875, a repercussão desta medida imperial foi bastante negativa, pois motivou um gradativo afastamento da Igreja em relação ao governo.

A crise do Segundo Reinado e o advento da República

Durante o Segundo Reinado, o Brasil passou por significativas mudanças nos campos social, político e econômico. A economia prosperava com a produção cafeeira e na segunda metade do século XIX, sur-giram as primeiras indústrias através da iniciativa particular de homens como Mauá.

A reboque deste desenvolvimento econômico, as cidades cresciam abrigando uma classe média formada por alguns intelectuais de renome como Joaquim Nabuco. Muitos destes intelectuais pas-saram a questionar o governo imperial, em seu con-servadorismo e incapacidade de atuar no sentido da modernização do país. Dom Pedro II tinha como uma de suas bases políticas os latifundiários escravistas que, muitas vezes, se opunham às transformações econômicas que o Brasil passava em nome do tradi-cionalismo da plantation escravista.

professor de História da América Latina da Universidade de Londres. [...] Seus argumentos podem ser resumidos da seguinte forma: “A Guerra do Paraguai não era inevitável. Também não era necessária... Nem o Brasil nem a Argen-tina tinham uma contenda suficientemente séria com o Paraguai que justificasse uma situação de guerra. A guerra não era uma reivindica-ção popular. Na verdade, a guerra provou ser impopular, falando em termos genéricos, nos dois países, mas sobretudo na Argentina. Mas a necessidade de se defender contra a agressão paraguaia (fosse ela em grande parte provo-cada ou justificada) ofereceu aos dois países (Brasil e Argentina) uma oportunidade de fazer um “acerto de contas” com o Paraguai, bem como de punir e enfraquecer, talvez mesmo de destruir, um poder emergente e preocupante dentro de sua zona de influência... Dessa forma, as imprudentes ações de López trouxeram à tona exatamente a coisa que mais ameaçava a segurança e até mesmo a existência de seu país: uma união entre dois vizinhos poderosos em uma guerra contra ele... D. Pedro II também parece ter aproveitado a chance de afirmar a inquestionável hegemonia brasileira na região (talvez em toda a América do Sul) e, sobretudo, de estabelecer a hegemonia sobre o Paraguai, em lugar de uma hegemonia argentina”.

(BUENO, Eduardo. Brasil: uma história – a incrível saga de

um país. 2. ed. São Paulo: Ática, 2003. p. 216-217.)

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A questão militarO Exército brasileiro, até a Guerra do Paraguai,

era uma instituição marginalizada e sujeita ao desca-so das autoridades civis e da administração imperial, que privilegiava a Marinha, para onde iam os filhos da aristocracia rural brasileira. Porém, a Guerra do Paraguai foi fundamental para a modernização e poli-tização do Exército brasileiro, que vitorioso na guerra, adquiriu uma consciência política que o transformou num instrumento de defesa do abolicionismo e do republicanismo. O Exército, representando as clas-ses médias de onde provinham a quase totalidade dos oficiais, se contrapunha ao elitismo aristocrático do governo imperial e das outras forças armadas — Marinha e Guarda Nacional — que representavam e pertenciam à elite proprietária.

Uma das principais influências políticas do Exército brasileiro era o positivismo difundido entre a jovem oficialidade na Escola Militar pelo coronel e professor Benjamin Constant. O Positivismo é uma corrente filosófica criada pelo francês Auguste Comte (1798-1857) que prega a reforma intelectual do homem, defende que só há progresso quando as classes estão irmanadas e prega a ideia de ordem e progresso.

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Benjamin Constant.

Baseado no Positivismo, o Exército brasileiro desenvolveu o Ideal de Salvação Nacional em que o exército tinha a missão de salvar o país dos vícios e da degradação política, simbolizando a ordem sobre a qual se erigiria o progresso. Esta ordem seria man-tida com a instalação de um regime forte, de uma república ditatorial sob a chefia militar.

Alguns incidentes acabaram motivando o exér-cito a se opor cada vez mais à Monarquia. No ano de 1883, o tenente-coronel Sena Madureira se pronun-ciou, através da imprensa, contra um projeto de lei que reformava o Montepio Militar (pensão) e tornava a contribuição obrigatória, inclusive para os milita-res. O projeto caiu, e Sena Madureira foi advertido pelo Ministério da Guerra, pois os militares estavam proibidos de se manifestar publicamente.

Em 1884, outro incidente envolvendo Sena Ma-dureira, que foi exonerado do cargo de comandante da Escola de Tiro do Exército (RJ) por ter prestado, naquele recinto, homenagem ao jangadeiro cearense

Francisco Nascimento. Esse cearense havia liderado um movimento de jangadeiros que se negavam a transportar escravos da praia aos navios que os le-variam para serem vendidos em outras províncias.

O coronel Cunha Matos foi preso, em 1886, por ter se pronunciado publicamente contra o desvio de materiais do exército e do soldo da tropa no Piauí e por ter respondido à imprensa os ataques do depu-tado Simplício de Rezende. A prisão de Cunha Matos provocou grande agitação na imprensa e uma insa-tisfação generalizada entre os militares.

Sena Madureira, no Rio Grande do Sul, se pro-nunciou através de um artigo publicado no jornal republicano A Federação, tornando público o caso de sua homenagem ao jangadeiro cearense. O marechal Deodoro da Fonseca, presidente da província do Rio Grande do Sul, desobedecendo ordem do Ministério da Guerra e quebrando, assim, a disciplina hierár-quica, não puniu Sena Madureira.

Deodoro da Fonseca, por ter desobedecido or-dem superior e por ter permitido reuniões de oficiais gaúchos favoráveis a Sena Madureira, foi destituído da presidência gaúcha e, por ter se pronunciado, en-tristecido, contras as ofensas sofridas por ele e seus companheiros de farda, foi também destituído do car-go de comandante-das-armas do Rio Grande do Sul.

Deodoro da Fonseca, no Rio de Janeiro, assinou um manifesto que exigia do governo uma solução con-tra as medidas antimilitares. O governo, pressionado, cedeu às exigências e retirou as penalidades impos-tas aos oficiais e a proibição de se pronunciarem sobre assuntos políticos através da imprensa. Era a vitória dos militares sobre o poder civil: fato que evidenciava claramente a fragilidade do governo imperial.

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Deodoro da Fonseca.

Todos esses incidentes contribuíram para o desgaste do governo imperial, engajando o exército no movimento republicano. A ideologia republicana se difundia rapidamente entre elementos da oficiali-dade, principalmente após a Guerra do Paraguai, em que as tropas brasileiras tiveram contato com tropas de repúblicas como a Argentina e Uruguai.

Também era notório e gradativo o envolvimen-to do Exército brasileiro com a causa abolicionista, exigindo que escravos que lutaram na Guerra do Paraguai fossem alforriados.

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A questão da mão-de-obra e o movimento abolicionista

Com o passar dos anos do século XIX, acentu-avam-se os brados do movimento abolicionista no Brasil, em que a sociedade começou a se mobilizar e a assumir, estrategicamente, uma posição aboli-cionista clara e direta. Vários segmentos sociais co-meçaram a se posicionar em defesa da libertação do negro, motivado por fatores como a participação do negro na Guerra do Paraguai e a ação do exército que passou a se negar a perseguir o escravo fugido.

Ao mesmo tempo, as classes médias inseriram, em suas reivindicações políticas, o abolicionismo, pois comerciantes e grupos ligados à indústria viam na abolição a possibilidade de ampliação dos mercados consumidores. Um dos membros da clas-se média era o intelectual Joaquim Nabuco. Além de parlamentar, destacou-se por suas importantes obras em que criticava abertamente o abolicionismo. Além de Joaquim Nabuco outros se destacaram no combate à escravidão como José do Patrocínio, Luís Gama, Castro Alves e Silva Jardim.

“Porque a escravidão, assim como arruína eco-nomicamente o país, impossibilita o seu progresso material, corrompe-lhe o caráter, desmoraliza-lhe os elementos constitutivos, tira-lhe a energia e a resuloção, rebaixa a política; habitua-o ao ser-vilismo, impede a imigração, desonra o trabalho manual, retarda a aparição das indústrias, promo-ve a bancarrota, desvia os capitais do seu curso natural, afasta as máquinas, excita o ódio entre classes, produz uma aparência ilusória de ordem, bem-estar e riqueza, a qual encobre os abismos da anarquia moral, de miséria e destruição, que de norte a sul margeiam todo o nosso futuro”.

(Joaquim Nabuco. O Abolicionismo.)

A aristocracia cafeeira do oeste paulista, res-ponsável pela introdução da mão-de-obra assalariada imigrante na lavoura, tornou-se simpática à causa da abolição, conscientizando-se de que o trabalho escravo, pela sua falta de dinâmica e baixa produti-vidade, era inoperante e prejudicial.

Além da classe média, do exército e dos cafei-cultores do oeste paulista, havia pressão de várias instituições antiescravistas internacionais e na-cionais (Sociedade Brasileira contra a Escravidão, Associação Central Abolicionista, Confederação Abolicionista).

É claro, também, que as constantes fugas e re-voltas dos escravos negros tornavam a escravidão insustentável. Em suas revoltas, acabaram ganhan-do o apoio dos caifases, homens que, assumindo diretamente a luta antiescravista, organizavam incursões pelas fazendas, estimulavam os negros à revolta contra os senhores, ajudavam-nos a fu-gir, enfrentavam a polícia em defesa dos fugitivos e organizavam refúgios para que estes vivessem em liberdade. O principal líder dos caifases era Antonio Bento.

Somam-se, ainda, as pressões da Inglaterra desde 1810, que geraram medidas como a Lei Eusé-bio de Queirós de 1850, proibindo o tráfico negreiro intercontinental. Diante das pressões de todos os grupos citados, o Império do Brasil buscou medidas de distensão que pudessem acalmar os ânimos dos abolicionistas sem com isso desarticular a produção da aristocracia escravista, base política da monar-quia. Entre essas medidas podemos destacar:

A Lei do Ventre Livre • (1871) elaborada pelo Visconde do Rio Branco. Esta lei declarava livres todos os filhos de mãe escrava nasci-dos partir da promulgação da lei. O menino nascido ficaria sob tutela do senhor de sua mãe até o oitavo aniversário, quando então o senhor poderia optar entre receber uma indenização do governo ou utilizar-se do trabalho desse negro até os 21 anos completos.

A Lei dos Sexagenários • (1885) ou Lei Saraiva-Cotegipe que concedia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade. Entretanto, o índice médio de vida do negro girava em torno de 30 anos.

A Lei Áurea • (13 de maio de 1888) assinada pela princesa Isabel, diante da ausência de Dom Pedro II, abolia definitivamente a escra-vidão no Brasil. A quantidade de escravos, por essa época, era de aproximadamente 720 000 para uma população de 13 500 000 habitantes, ou seja, a população escrava era de mais ou menos 5% em relação à população livre, até porque, desde a extinção do tráfico negreiro, em 1850, reduziu-se bruscamente a entrada de escravos no Brasil.

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Não houve indenização para os proprietários nem para os negros, que foram atirados no mundo dos brancos sem nenhuma garantia ou assistência. Passaram a conhecer o desemprego sendo que mui-tos optaram em permanecer nas fazendas, diante da escassez de oportunidades no mundo do trabalho livre para uma mão-de-obra de pouca qualificação.

O movimento republicanoA origem do Partido Republicano está na queda

do gabinete conciliador de Zacarias de Góis (1868). Até 1868 liberais e conservadores estavam juntos em um mesmo gabinete, numa tentativa conciliató-ria diante do revezamento ministerial característico dos primeiros anos de Segundo Reinado. A queda do gabinete de Zacarias Góis foi por causa da Guerra do Paraguai, uma vez que Dom Pedro II optou pela indicação de um ministério formado apenas por con-servadores, para garantir a base política necessária ao também conservador Duque de Caxias, então chefe das tropas brasileiras no conflito.

Essa medida provocou uma divisão (dissidên-cia) no Partido Liberal (Moderados e Radicais) e uma ruptura com o imperador, de maneira que em 1869 um grupo de liberais radicais composto por Quintino Bocaiúva, Rangel Pestana e Saldanha Marinho assu-miu o republicanismo e formou o Partido Radical. Em 1870, o Partido Radical deu origem ao Partido Repu-blicano (PR), lançando no mesmo ano o Manifesto Republicano que defendia:

a extinção do senado vitalício, do Conselho •de Estado e do Poder Moderador;

separação entre Igreja e Estado, acabando •com instituições como o Padroado;

eleições diretas e não mais em dois níveis; •

instalação de um regime republicano fe- •derativo que asseguraria a autonomia das províncias.

As ideias republicanas se propagaram rapida-mente e várias províncias, depois de 1870, criaram seus próprios partidos republicanos. O mais destaca-do de todos eles foi o Partido Republicano Paulista (PRP), criado em 1872 e que em 1873, na Convenção Republicana de Itu, desenvolveu seu programa polí-tico de acordo com os ideais da aristocracia cafeeira do oeste paulista ligados aos incentivos à moderni-zação econômica através de ferrovias, por exemplo, a vinda de imigrantes para o Brasil e subsídios para a produção cafeeira.

Diante das pressões crescentes do movimen-to republicano, que ainda receberia adesão de membros da classe média e do exército, o então Chefe do Conselho de Ministros Visconde de Ouro Preto apresentou em 1869 à Câmara um programa da reformas que tinha como objetivo tentar anu-lar a propaganda republicana e refrear o ímpeto revolucionário do exército. Entre as propostas de reforma estavam:

autonomia às províncias e aos municípios; •

liberdade de culto e de ensino; •

fim da vitaliciedade do Senado; •

reforma do Conselho de Estado, que passaria •a ter função meramente administrativa;

ampliação e facilidade de crédito ao comércio •e especialmente à lavoura.

As propostas reformistas de Ouro Preto não foram aprovadas pela Câmara e esta foi dissolvida. O descrédito do governo aumentava enquanto o PRP e alguns militares articulavam a proclamação da re-pública. Entre os membros mais influentes estavam Quintino Bocaiúva, Aristides Lobo, Rui Barbosa, Francisco Glicério, José do Patrocínio, Lopes Trovão, Benjamin Constant e Sólon Ribeiro.

Com a proclamação da Lei Áurea em 1888, o movimento republicano ganhou ainda a adesão dos latifundiários escravistas, que se sentiram traídos pelo Estado Imperial, passando a compor o grupos dos “republicanos de 13 de maior”.

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A proclamação da República (15/11/1889)

Deodoro da Fonseca aceitou a chefia do movi-mento republicano sob a condição de que deveria ocorrer sem violência. O fator que estimulou a procla-mação da República foi o boato espalhado pelo major Sólon Ribeiro, para agitar os meios militares, de que o Visconde de Ouro Preto havia decretado a prisão de Deodoro da Fonseca e de Benjamin Constant. O Visconde de Ouro Preto refugiou-se no Ministério da Guerra acreditando na proteção do ajudante-general do Exército, Floriano Peixoto.

Deodoro da Fonseca, comandando as tropas sublevadas, invadiu o Ministério da Guerra e depôs o primeiro-ministro Visconde de Ouro Preto. Floriano Peixoto não reagiu ao golpe militar. Sem lutas e sem a participação do povo foi proclamada a República.

A proclamação da República foi resultado da aliança entre exército e fazendeiros de café do oeste paulista, inaugurando uma nova fase da vida política brasileira em que novas classes sociais vão ditar seus interesses dando continuidade à marginalização da maior parte da população. A proclamação não signi-ficou um rompimento no processo histórico brasileiro, pois a estrutura econômica continuou tendo por base a agroexportação e o país permaneceu na dependên-cia do capital e dos mercados internacionais.

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Proclamação da República.

(UERJ) Leia o trecho abaixo, extraído das memórias do 1. Barão e Visconde de Mauá.

Era já então, como é hoje ainda, minha opinião que o Brasil precisava de alguma indústria (...) para que o mecanismo de sua vida econômica possa funcionar com vantagem; e a indústria que manipula o ferro, sendo a mãe das outras, me parecia o alicerce dessa aspiração.

(PRIORE, Mary del et al. Documentos de História do Brasil:

de Cabral aos anos 90. São Paulo: Scipione, 1997. Adaptado.)

Considerando as ações empreendidas por Mauá, tanto no setor industrial quanto no setor de serviços, exemplifique:

duas condições econômicas que possibilitaram es-a) sas ações;

duas melhorias urbanas introduzidas na Era Mauá.b)

Solução: `

A proibição do tráfico negreiro (1845) disponibi-a) lizou capitais canalizados para a industrialização e atividades de prestação de serviço enquanto a tarifa Alves Branco (1844), ao dificultar as im-portações, criava condições para a implantação de indústrias favorecidas pela existência do mer-cado nacional.

Como melhorias urbanas decorrentes dos investi-b) mentos do Barão de Mauá destacam-se: a ilumi-nação a gás, os transportes coletivos e o serviço de coleta de lixo.

(UFMG) Leia a frase:2.

“Precisamos de braços [...] no intuito de aumentar a concorrência de trabalhadores e, mediante a lei da oferta e procura, diminuir o salário.”

(Fala de um deputado paulista, Anais da Câmara,1888.)

A frase acima se refere:

à polêmica em torno da preparação dos trabalha-a) dores brasileiros, visando a sua adequação ao tra-balho no interior das fábricas.

à discussão frente às revoltas populares que, no fi-b) nal do século XIX, reivindicavam a manutenção dos níveis salariais.

ao debate em torno da política imigratória, que c) permitiu a criação de condições para sustentar a expansão cafeeira.

à proposta de solução para a escassez de mão-de- d) -obra escrava no centro-sul do país, no contexto do abolicionismo.

Solução: ` C

(Adaptado) Foi tão grande o impacto da publicação 3. e divulgação de “A origem das espécies”, de Charles Darwin, em 1859, que sua teoria passou a constituir uma espécie de paradigma de época, diluindo antigas disputas.

(SCHWARCZ, Lilia M. O Espetáculo das Raças.

São Paulo: Cia. das Letras, 1993, p. 54. Adaptado.)

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Qual a tese central da teoria de Charles Darwin?a)

Por que esta teoria significou uma ruptura com as b) ideias religiosas dominantes na época?

No final do século XIX, quais aspectos da política c) de imigração para o Brasil estavam relacionados às teses darwinistas?

Solução: `

Evolução das espécies por meio da seleção natural, a) com a sobrevivência dos mais aptos.

Até então, prevalecia a concepção religiosa cristã b) de que o homem foi criado por Deus, a partir de Adão e Eva.

Incentivo à vinda de imigrantes europeus, principal-c) mente para a lavoura de café. Ideal de “branque-mento” da população.

(UFV) O trecho a seguir foi reproduzido pela revista 4. Veja em sua edição de 30/8/2000, numa reportagem sobre a edição no Brasil de parte da obra do escritor português Eça de Queiroz.

“Falemos da mala deste príncipe ilustre! Ela deixa na Europa uma lenda soberba. Durante meses, viu-o o Velho Mundo sulcar os mares, atravessar as capitais, medir os monumentos, costear os montes, visitar os reis, ensinar os sábios – com sua mala na mão! Que continha ela? Tal se nos afigura a verdade – a mala não guardava nada! A mala era uma insígnia. Como a coroa é o sinal de sua realeza no Brasil, a mala era o sinal da sua democracia na Europa. A mala formava o seu cetro de viagem – como o perpétuo chapéu baixo constitui a sua coroa de caminho de ferro.”

Nesse trecho o escritor lusitano destila uma crítica mordaz ao Imperador Dom Pedro II em viagem pela Europa em 1872. As críticas contra Dom Pedro II podem ser interpretadas como um reflexo da política externa brasileira, principalmente em relação ao Velho Mundo e à Guerra do Paraguai, terminada em 1870.

Assinale a alternativa que não expressa um dos motivos que provocaram a Guerra do Paraguai:

Expansionismo territorial paraguaio.a)

Imposição por parte do Brasil de um controle rigo-b) roso à navegação na bacia do rio da Prata.

Apoio do Brasil aos “colorados” no Uruguai.c)

Violações de fronteira na região Sul do país.d)

Apreensão brasileira em relação a uma possível e) união dos países platinos.

Solução: ` B

(Elite) Na Guerra do Paraguai, ficou célebre o epi-5. sódio da Retirada da Laguna retratado dessa forma pelo escritor Eduardo Bueno: “[...] Forçados a bater em retirada, foram acometidos por epidemias de cólera-morbo e febres palustres. Toda a sorte de perigos e privações, todos os atos de desespero e de heroísmo, foram brilhantemente e minuciosamente descritos por Alfredo d’Escragnolle Taunay em seu livro A Retirada da Laguna (...)”

(BUENO, Eduardo. Brasil: uma história – a incrível saga de um país. 2 ed. São Paulo: Ática, 2003. p. 215.)

Caracterize, em linhas gerais, a Guerra do Para-a) guai (1865-1870).

Liste bacterioses, viroses e protozooses de vei-b) culação hídrica que poderiam tornar-se epidê-micas nesta situação.

Solução: `

Conflito sul-americano envolvendo o Paraguai a) contra a tríplice aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai. As ações expansionistas paraguaias provocaram o conflito e sua derrota levou a um processo de destruição econômica que dura até os dias de hoje.

bacterioses: cólera e disenterias (ex.: salmonelose);b)

viroses: enteroviroses (ex.: rotavírus);

protozooses: amebíase e giardíase.

(Mackenzie) Na década de 1870, as relações entre o 6. Estado e a Igreja se tornaram tensas. A união entre o trono e o altar, prevista na Constituição de 1824, re-presentava, em si mesma, fonte potencial de conflito. (Boris Fausto)

Identifique a causa fundamental do conflito mencionado pelo texto acima.

O Estado, durante o império, reconhecia a religião a) católica como oficial mas não interferia nas ques-tões eclesiásticas.

Na década de 1870, o clero não passou a exigir b) maior autonomia frente ao Estado.

Em virtude do beneplácito, a proibição do papa do c) ingresso de maçons nas irmandades desencadeou um atrito entre Estado e Igreja, resultando na prisão de dois bispos pelo governo.

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Pelo fato de a maçonaria não ter nenhuma expres-d) são na política interna do império, a proibição papal não trouxe repercussões.

O Estado laico foi implantado logo após o conflito e) com a Igreja, para contornar a oposição do clero ao Imperador.

Solução: ` C

(Cesgranrio) No período da chamada “crise do império”, 7. a partir de 1870, vários fatores contribuíram para pro-vocar a queda da monarquia, em 1889, dentre os quais se destaca o(a):

envolvimento continuado do Império em conflitos a) externos, principalmente na região platina.

conflito entre o Império e a Igreja, que era simpática b) às novas ideias filosóficas como o Positivismo.

incompatibilidade de amplos setores do exército c) com a monarquia.

expansão da lavoura cafeeira e da indústria, am-d) pliando o uso da mão-de-obra escrava.

posição contrária ao federalismo adotada pelos re-e) publicanos, o que lhes garantiu o apoio das oligar-quias agrárias.

Solução: ` C

(UFRJ) “Felizmente chegaram os jornaes de modas 8. de Paris. Das invenções estamos agora livres! Pai (es-cravocrata, largando o Jornal). [sic] Livres? o quê? dos ventres? Não me fallem nisso!”

(A Semana Ilustrada, 1871. Citado em História da Vida Privada.)

A charge acima retrata o conflito entre a modernização e a tradição, típico da sociedade (elite) brasileira na segunda metade do século XIX. O comentário do pai, naquele momento, expressa:

sua revolta frente à difusão de uma liberalização da a) moda feminina, rompendo o conservadorismo exis-tente até então nos hábitos da elite brasileira.

sua indignação frente à dissolução dos costumes e b) aos riscos que uma gravidez indesejada e fora do casamento podiam causar à moral familiar.

sua defesa da moda tradicional brasileira ameaçada c) cada vez mais por costumes exóticos trazidos ao Brasil por publicações estrangeiras.

seu repúdio às discussões travadas na época que d) envolviam a liberdade dos filhos de escravos nasci-dos a partir de então.

sua frieza diante de questões de importância para e) o meio urbano, revelando o peso do setor rural na sociedade brasileira.

Solução: ` D

(UERJ) No final do século XIX, já existiam condições 1. para o início da industrialização que desencadeou gradativamente o capitalismo. No Brasil, para que esse processo ocorresse, foram decisivos a mão-de-obra disponível − sobretudo de imigrantes −, um mercado interno e a existência de:

escravos tecnicamente capacitados.a)

fundições de ferro e siderurgia.b)

capitais oriundos do café.c)

ferrovias interligadas.d)

tecnologias de ponta.e)

(UFF) “A primeira geração de proletários brasileiros 2. convivera, nas fábricas e nas cidades, com trabalhadores escravos durante várias décadas. Este fato caracteriza toda a fase inicial do processo de formação do proleta-riado como classe no Brasil”.

(FOOT, F.; LEONARDI, V. História da Indústria e do

Trabalho no Brasil. São Paulo: Global, 1992. p. 111.)

Assinale a opção que se refere incorretamente à questão focalizada pelo texto na segunda metade do século XIX.

Os trabalhadores nacionais, tidos como preguiço-a) sos, deviam ser controlados pelo aparato policial e judicial.

O regime escravista propiciava a formação de ide-b) ologias que valorizavam o trabalho manual, consi-derado honroso para o homem e fonte da riqueza nacional.

A política de repressão à vadiagem era direcionada, c) principalmente, ao liberto, a ser reeducado numa nova ética do trabalho.

A imagem ideal do trabalhador era representada d) pelo estrangeiro, portador em potencial da civiliza-ção e da modernização do país.

Dentre as primeiras categorias de proletários brasi-e) leiros, formados no século XIX, encontravam-se os ferroviários, estivadores, portuários e têxteis.

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(Unirio) A imigração para o Brasil de expressivos con-3. tingentes de europeus, na segunda metade do século XIX, pode ser associada à:

ampliação da força de trabalho artesanal nas cida-a) des para atender à produção de exportação.

introdução do sistema de parceria na produção de b) café, garantindo a continuidade da produção do Vale do Paraíba.

substituição do trabalho escravo na lavoura, o qual c) entrou em declínio a partir da proibição do tráfico.

Lei Áurea, que, ao abolir a escravidão, permitiu a d) introdução de trabalhadores livres no país.

valorização do trabalho agrícola, impedindo o de-e) senvolvimento do setor industrial.

(Cesgranrio) A figura de Irineu Evangelista de Souza, Ba-4. rão e Visconde de Mauá, simboliza as transformações da economia no século XIX, em razão da sua atividade de:

empresário envolvido em atividades capitalistas a) como bancos, indústrias e estradas de ferro.

comerciante de escravos, representando, no Rio de b) Janeiro, os principais traficantes internacionais.

representante dos principais importadores de pro-c) dutos ingleses no Brasil.

parlamentar defensor das políticas protecionistas d) adotadas pelo Império.

produtor de café no vale do Paraíba fluminense.e)

(UFRJ) “Num mundo onde os grande empresários 5. privados costumavam ter uma única empresa, Mauá apostou na diversificação. No país onde agricultura parecia destino manifesto, ele montava uma indústria atrás da outra.”

(CALDEIRA, Jorge. Mauá: empresário do Império.

São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 18.)

Na segunda metade do século XIX, o Brasil destaca- -se por uma vocação essencialmente agrária. Neste sentido, o texto acima aponta para o exemplo de uma ação individual empreendida em direção à abertura de indústrias durante o Império. Nessa perspectiva:

aponte dois aspectos da estrutura econômica bra-a) sileira no Segundo Reinado.

indique duas características da tentativa de indus-b) trialização empreendida por Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá.

(Cesgranrio) No Brasil, a expansão cafeeira, na segunda 6. metade do século XIX, pode ser identificada a partir das seguintes características:

expansão do consumo externo, progressos técni-a) cos, abertura de créditos, desenvolvimento das fer-rovias e introdução da mão-de-obra escrava.

expansão das áreas cultivadas na Província Flumi-b) nense, tráfico interprovincial de escravos, avanços tecnológicos, créditos externos e maior consumo interno.

expansão ferroviária, crescimento do Oeste Novo c) paulista, aumento do tráfico negreiro, maior consu-mo interno e externo e chegada dos imigrantes.

incentivos estatais à produção, créditos do Banco d) do Brasil, introdução do trabalho livre, desenvolvi-mento ferroviário e aumento das áreas cultivadas em Minas Gerais.

substituição do escravo pelo imigrante, capitais in-e) gleses, introdução de máquinas modernas, eleva-ção dos preços e rápida urbanização.

(Cesgranrio) “Na 2.ª metade do século XIX e particu-7. larmente os últimos anos do Império, é inegável que o setor urbano da economia tenha começado a atingir um desenvolvimento e uma importância capazes de diferenciá-lo significativamente do setor rural (...).

O grande fazendeiro paulista fazia parte de uma dinâmica econômica muito mais próxima daquilo que chamaríamos de Capitalismo. Mais acostumados com as finanças, com os créditos, possuía seus próprios esquemas de comercialização do café, não vivia nas fazendas, mas tinha sua residência nas vistosas mansões dos Campos Elíseos ou de Higienópolis, na cidade de São Paulo.”

(MARANHÃO, Ricardo; MENDES JR., Antônio. Brasil Histórico.)

A partir dos seus conhecimentos e da leitura do texto, deduz-se que o cultivo do café não possibilitou:

um predomínio econômico dos plantadores paulis-a) tas sobre os plantadores fluminenses.

um crescimento urbano populacional significativo.b)

um atrelamento dos fazendeiros paulistas aos seto-c) res mais dinâmicos da produção.

uma instrumentalização do comércio praticada pe-d) las camadas médias da sociedade.

um ganho de “foros de nobreza”, mesmo que não e) pelo nascimento, pelos fazendeiros paulistas.

(Cesgranrio) Na segunda metade do século XIX, a 8. introdução, de forma crescente, de trabalhadores livres na economia brasileira está ligada à:

crise da escravidão, principalmente após o fim do a) tráfico negreiro.

restrição de diversos países europeus à imigração b) de seus excedentes nacionais.

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forma pacífica como foi encaminhada a Abolição, c) permitindo a utilização do antigo escravo como tra-balhador livre.

acelerada criação de indústrias de base que não d) utilizavam trabalho escravo.

política contrária à escravidão, adotada pelo gover-e) no imperial ao longo de toda a sua história.

(Fuvest) “... o que de coração desejo é ver concluída esta 9. maldita guerra, que já tanto tem arruinado nosso país.”

(Ofício confidencial de Caxias dirigido ao Ministro da

Guerra brasileiro, em Tuiuti, 10 de junho de 1867.)

A que guerra Caxias se refere? Que países estavam a) nela envolvidos?

Quais as repercussões dessa guerra para o Brasil?b)

(Unirio) O envolvimento do Brasil em sucessivos conflitos 10. na região platina, na segunda metade do século XIX, pode ser explicado pela(o):

tradicional rivalidade entre Brasil e Argentina com a) vistas ao controle do estuário do Prata, culminando com a derrubada de Rosas naquele país.

neutralidade do Império em relação à política uru-b) guaia, obrigação assumida quando da Indepen-dência da Cisplatina.

independência do Paraguai, apoiada pela Argenti-c) na, e suas pretensões expansionistas sobre o terri-tório brasileiro.

apoio inglês, à restauração do Vice-Reino do Prata, d) criando uma unidade de domínio na região.

conflito do Império Brasileiro com os países platinos e) em torno da competição no comércio de produtos pecuários.

(UFSM) O resultado final da Guerra do Paraguai foi dra-11. mático para os derrotados, porém os vencedores também sofreram consequências; dentre elas, pode-se citar:

reforma constitucional conservadora.a)

rompimento de relações diplomáticas com a França.b)

recrudescimento da dependência da economia c) brasileira ao capital inglês.

desmantelamento do Exército.d)

fechamento dos portos.e)

(Fuvest) Analise duas consequências da Guerra do 12. Paraguai para a vida interna do Brasil.

(Elite) A Questão Christie (1863-1865) está inserida no 13. panorama político do governo imperial de D. Pedro II, mais precisamente no tocante à política externa, e teve por

marca a insatisfação mútua entre os governos brasileiro e inglês. O embaixador William Christie apresentou-se pre-potente em suas decisões, gerando grande indisposição junto às lideranças do Império.

Dentre as razões para a referida questão, podemos destacar:

a recusa brasileira em formar a Tríplice Aliança para a) a atuação na Guerra do Paraguai.

o saque promovido por brasileiros ao navio inglês b) “Prince of Wales”, no Nordeste.

o incidente sofrido por marinheiros ingleses presos c) por policiais brasileiros, além do saque ao navio in-glês no Sul.

a decisão do governo de D. Pedro II em manter d) as Tarifas Alves Branco que davam privilégios aos produtos nacionais, gerando prejuízos aos gêneros ingleses.

(PUC-Campinas) Leia os trechos do poema.14.

O Leão Britânico ruge,

Impera,

Domina,

Quer o mundo a seus pés;

(...)

O Leão não admite concorrência,

Para isso tem dentes ávidos,

Estômago de máquina a vapor,

Cérebro capaz de gerar navios,

Frotas, esquadras inteiras,

Ele próprio ancorado

No canal da Mancha.

O Leão se alimenta de ouro, prata,

De toneladas de algodão,

Devora carne humana

Com sua boca de fornalha.

Que é esse esquilo

Que incomoda a sua cauda?

Essa república insubmissa

Fora do controle de suas unhas?

(...)

Com intrigas e chacinas,

Há que se jogar irmão contra irmão

Na América Latina.

(NAVEIRA, Raquel. Guerra entre Irmãos.

Campo Grande: s/ed., 1993, p. 17-18.)

O poema traduz uma interpretação do envolvimento direto da Inglaterra na Guerra:

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da Cisplatina, disputa entre Argentina e Brasil para a) decidir a quem pertenceria a chamada “Banda Oriental” (atual Uruguai).

do Pacífico, um conflito entre Argentina e Paraguai b) pela disputa de uma saída para o Oceano Pacífico.

do Paraguai, momento em que a Tríplice Aliança c) desencandeia uma luta contra o interesse do Para-guai de obter acesso ao Oceano Atlântico.

contra Aguirre, quando as forças militares do go-d) verno brasileiro invadiram o Uruguai, em razão dos conflitos de terra na fronteira entre os dois países.

contra Rosas, marcando um intenso conflito entre Bra-e) sil e Argentina pela anexação do Uruguai e Paraguai.

(Vunesp) No século XIX, em suas relações com os 15. países da América Latina, marcadas por conflitos de fronteiras, o Brasil:

aliou-se à Argentina contra os demais interessados a) na Bacia Platina.

incorporou-se ao Vice-Reinado do Prata, opondo-b) se à Argentina.

assinou, com o Paraguai e a Bolívia, o Tratado da c) Tríplice Aliança.

lutou para garantir o acesso de seus navios a Mato d) Grosso, pelo Rio Paraguai.

aliou-se à Argentina e ao Uruguai contra os interes-e) ses ingleses na Bacia do Prata.

(Elite) 16. Uruguai põe esquerda em festa na posse de Vázquez (O Globo, 01 mar. 2005)

O jornal O Globo publicou na primeira página a notícia de que o novo presidente eleito do Uruguai rompia a hegemonia de 170 anos de dois partidos que revezavam- -se no poder.

Os dois partidos citados na reportagem são:

Liberal e Democrata.a)

Socialista e Capitalista.b)

Blanco e Colorado.c)

Anarquista e Fascista.d)

Social Popular e Democrático Federal.e)

(UERJ) Em 1988, quando se comemorou o centenário 17. da Lei Áurea, comentava-se em muitas cidades do Brasil, de forma irônica, que existiria uma cláusula no texto dessa lei que revogaria a liberdade dos negros depois de cem anos de vigência.

O surgimento de tais comentários está relacionado à seguinte característica social:

surgimento do a) apartheid.

permanência do racismo.b)

formação da sociedade de classe.c)

decadência do sistema de estamentos.d)

(Cesgranrio) O conceito de crise utilizado para definir 18. as duas últimas décadas da história do Império brasi-leiro está associado a uma multiplicidade de processos, dentre os quais destaca-se a:

insatisfação do Partido Conservador com as me-a) didas liberalizantes, da monarquia sintetizadas nas leis abolicionistas.

retração geral da economia do país provocada pela b) crise da escravidão.

crescente militarização do regime graças ao fortale-c) cimento do Exército após a Guerra do Paraguai.

grande incidência de movimentos sociais, incluindo d) desde a rebelião de escravos a greves de operários, todos adeptos da república.

organização dos partidos e grupos republicanos e) representativos de setores sociais insatisfeitos com a monarquia.

(Cesgranrio) A Proclamação da República, em 1889, está 19. ligada a um conjunto de transformações econômicas, sociais e políticas ocorridas no Brasil, a partir de 1870, dentre as quais se inclui:

a universalização do voto com a reforma eleitoral de a) 1881, efetivada pelo Partido Liberal.

o desenvolvimento industrial do Rio de Janeiro e de b) São Paulo, criando uma classe operária combativa.

a progressiva substituição do trabalho escravo, cul-c) minando com a Abolição em 1888.

a concessão de autonomia provincial, que enfra-d) queceu o governo imperial.

o enfraquecimento do Exército, após as dificulda-e) des e os insucessos durante a Guerra do Paraguai.

(Unesp) “Observada a abolição de uma perspectiva am-20. pla, comprova-se que a mesma constituiu uma medida de caráter mais político que econômico.”

(FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil.)

Interprete o texto acima, começando pela análise dos interesses divergentes escravista/antiescravista.

(Unesp) No processo histórico brasileiro, de uma ma-21. neira ou de outra, os militares atuaram nos momentos de crise política. Entre 1870 e 1889, a monarquia passou

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por um processo de crescente instabilidade política, até sua queda definitiva.

Esclareça o que foi a Questão Militar no período men-cionado.

(Unicamp) “Quando, na madrugada de 15 de novembro 22. de 1889, uma revolta militar depôs Pedro II, ninguém veio em socorro do velho e doente imperador. A espada do Marechal Deodoro da Fonseca abria as portas da República para que por ela passassem os republicanos carregando um novo rei: o café de São Paulo.”

(Adaptado de MATTOS, I. R. História do Brasil Império.)

De que maneira se explica o isolamento político de a) Pedro II?

Por que o texto afirma que, na República recém- b) -proclamada, o café se tornava um “novo rei”?

(Fuvest) O lema “Ordem e Progresso” inscrito na ban-23. deira do Brasil, associa-se aos:

monarquistas.a)

abolicionistas.b)

positivistas.c)

regressistas.d)

socialistas.e)

(Unicamp) “O Brasil não tem povo, tem público.”24.

(Lima Barreto)

Essa frase sintetiza ironicamente, para o autor, a relação entre o Estado republicano e a sociedade brasileira.

O que Lima Barreto quis dizer com essa afirmação?

(UFRJ)1.

Vizinhos! - É Olécia que está escrevendo

Saúde boa e bem vai se vivendo.

Faz sete meses que silenciamos

No fim de tal destino já acampamos.

Vivemos em florestas, em cabanas,

E imensamente estamos trabalhando.

Vivemos juntos, não nos separaram,

da vila quinze léguas nos distaram.

Na mata, sob montanhas....Não chiamos:

Não há estradas, trilhas palmilhamos.

Brasil! Também se sofre nessa terra:

Pegou-nos logo a febre amarela.

Em três meses na Ilha das Flores

Morreram três mulheres e três homens

(...)

Que mais escrevo? Novas não alardam.

De cobras cinco nossos se finaram.

Aqui anda um povo rude pelo mato

Que mata e come a gente. Fuja deste fato.

Se Deus quiser, e nós nos recompormos.

Quarenta fomos, em dezoito somos.

(...)

(FRANKÓ, Iwan. Carta do Brasil, 1895, In: ANDREAZZA,

Maria Luiza. O Paraíso das Delícias. Curitiba:

Aos Quatro Ventos, 1999.)

O poema acima foi composto a partir das notícias que chegavam à Europa Oriental sobre a situação dos imigrantes eslavos que vieram para o Brasil em 1895. Tal movimento demográfico era parte das chamadas “Grandes Migrações”, que implicaram a transferência de milhões de europeus para as Américas, sobretudo a partir da segunda metade do século XIX.

Indique dois aspectos presentes no poema que expressam as dificuldades enfrentadas por imigrantes pobres que vieram se estabelecer no Brasil em fins do século XIX.

(Cesgranrio) A expansão da agricultura cafeeira no 2. oeste novo paulista após 1880 introduziu uma série de mudanças na economia e nas relações sociais da Região Sudeste, entre as quais se destaca:

o reforço das relações escravistas no interior das a) fazendas cafeicultoras, pois os escravos transferi-dos das fazendas açucareiras do Nordeste eram a maioria absoluta da mão-de-obra nas plantações do oeste paulista.

o desenvolvimento de uma política governamental b) de distribuição de pequenas propriedades às famí-lias imigrantes, que plantavam café a baixos custos e o vendiam a menores preços no mercado inter-nacional.

a coexistência de grandes propriedades escravis-c) tas e monocultoras de café para a exportação, e de pequenas propriedades de famílias imigrantes, que produziam gêneros de subsistência para os merca-dos urbanos.

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o desenvolvimento de uma política governamental d) de subvenção à imigração, cujo objetivo era esti-mular o investimento, por parte dos imigrantes, de capitais na construção de estradas de ferro e nas indústrias nascentes.

a substituição do trabalho escravo pelo trabalho li-e) vre de imigrantes europeus no interior das fazendas cafeicultoras, o que permitiu uma maior lucrativida-de do capital cafeeiro e seu investimento em estra-das de ferro, no comércio e em indústrias.

(PUC-Rio) “A raça ariana, reunindo-se, aqui, a duas 3. outras totalmente diversas, contribuiu para a formação de uma sub-raça mestiça e crioula, distinta da europeia. Não vem ao caso discutir se isto é um bem ou um mal; é um fato, e basta.”

(Sílvio Romero. História da Literatura.)

Nos anos que antecederam a abolição da escravidão no Brasil e nas décadas que a sucederam, houve uma longa controvérsia, expressa em polêmicas, discursos e livros, acerca do caráter racial brasileiro. Acerca desta questão, analise as afirmativas a seguir:

As teses sobre a inferioridade da “raça africana”, I. aliada ao sentimento da sua incapacidade para o trabalho livre e autoestimulado, reforçaram a opção dos cafeicultores paulistas pela imigração europeia.

O argumento de “que a raça chinesa abastarda e II. faz degenerar a nossa” objetivou impedir a imigra-ção de chineses - os “coolies” - para substituir a mão-de-obra escrava.

Vários homens de ciência, após a Abolição, defen-III. deram que somente a fusão dos grupos étnicos po-deria aprimorar o homem brasileiro, ao propiciar o seu branqueamento.

Ao longo da década de 1920, mas principalmente IV. na seguinte, o homem nacional mestiço foi valoriza-do, sendo inclusive o argumento para a lei da na-cionalização do trabalho, de 1931, obrigando todas as empresas urbanas a empregar, pelo menos, 2/3 de mão-de-obra nacional.

Assinale a alternativa que contêm as afirmativas corretas.

somente I, II e III.a)

somente I, III e IV.b)

somente II, III e IV.c)

somente I, II e IV.d)

todas as alternativas estão corretas.e)

(PUC-Rio) De acordo com Celso Furtado, “ao concluir- 4. -se ao terceiro quartel do século XIX, os termos do problema econômico brasileiro se haviam modificado basicamente. Surgira o produto [o café] que permitiria ao país reintegrar-se nas correntes em expansão do comércio mundial”.

(Formação Econômica do Brasil)

Com base na afirmativa anterior, identifique UMA a) razão por que o Brasil não participou de modo sig-nificativo do comércio internacional, durante a pri-meira metade do século XIX.

Sabendo-se que a expansão cafeeira ocorreu em b) diferentes regiões no decorrer do século passado – Vale do Paraíba e o Oeste paulista –, identifique DUAS diferenças entre aquelas regiões cafeeiras.

(UFRJ)5.

Sexo e idade dos escravos africanos importados para o Rio de Janeiro (1838-1852)

IdadeN.º de

HomensN.º de

MulheresTotal

de 0 a 9 anos

17 12 29

de 10 a 19 anos

194 68 262

de 20 a 29 anos

102 16 118

30 ou mais anos

13 12 25

Total 326 108 434

A tabela acima foi construída com base em registros relativos a alguns navios negreiros capturados depois de 1830 e constitui uma eloquente amostra de certas características demográficas dos mais de três milhões e meio de africanos desembarcados no Brasil entre os séculos XVI e XIX. Seus dados permitem visualizar o perfil sexo-etário do trabalhador que os grandes plantadores escravistas almejavam.

Identifique duas características relacionadas a este a) perfil sexo-etário.

Relacione as características identificadas no item b) anterior às expectativas econômicas dos grandes plantadores escravistas do Brasil.

(PUC-Rio) O trabalho escravo indígena e do negro afri-6. cano desempenhou papel fundamental na colonização da América Portuguesa.

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Considerando-se que, nos primórdios da coloniza-a) ção, o recurso à escravização dos “negros da terra” – isto é, dos indígenas – foi uma prática recorrente inclusive nas áreas de plantio da cana-de-açúcar, cite 1 (uma) razão que tenha contribuído para a progressiva substituição dos escravos indígenas por escravos de origem africana nessas áreas.

Caracterize uma repercussão econômica, social ou b) demográfica do fim do tráfico negreiro interconti-nental para a sociedade brasileira em meados do século XIX.

(UERJ) A beleza natural da cidade do Rio de Janeiro 7. fascinava os estrangeiros do século XIX, que ali pa-ravam em suas viagens pelo mundo. Enquanto seus navios ancoravam ao largo da baía de Guanabara, eles admiravam as casas caiadas de telhas vermelhas à sombra das montanhas recobertas pela floresta tropical. Uma nota destoante, no entanto, era a visão que os visitantes tinham de um navio negreiro que também adentrava o porto, com sua carga humana. Essa cena portuária prenunciava o que esses turistas do século XIX veriam ao desembarcar, mas outros, desprevenidos, ficavam surpresos diante da natureza da população.

(KARASH, Mary C. A Vida dos Escravos no Rio de Janeiro:

1808-1850. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.)

A partir do texto, identifique a função econômica da cidade do Rio de Janeiro, no período entre 1830 e 1850, e diferencie, quanto ao modo de vida, as escravidões rural e urbana no Brasil, na mesma época.

(UFMG) Nos textos seguintes, Gilberto Freyre des-8. creve, respectivamente, a rotina de uma senhora-de- -engenho, dona de casa ortodoxamente patriarcal, e a rotina de um novo tipo de mulher, surgida nos meados do século XIX.

“...levantando-se cedo a fim de dar andamento aos serviços, ver se partir a lenha, se fazer o fogo na cozinha, se matar a galinha mais gorda para a canja; a fim de dar ordem ao jantar (...) e dirigir as costuras das mucamas e molecas, que também remendavam, cerziam, remontavam, alinhavavam a roupa da casa, fabricavam sabão, vela, vinho, licor, doce, geleia. Mas tudo devia ser fiscalizado pela iaiá branca, que às vezes não tirava o chicote da mão.”

“...acordando tarde por ter ido ao teatro ou a algum baile; lendo romance; olhando a rua da janela ou da varanda; levando duas horas no toucador (...) outras tantas horas no piano, estudando a lição de música; e ainda outras na lição de francês ou de dança. Muito menos devoção religiosa do que antigamente. O

médico de família mais poderoso que o confessor. O teatro seduzindo as senhoras elegantes mais que a igreja. O próprio baile mascarado atraindo senhoras de sobrado”.

(FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos. Rio de Janeiro:

José Olympio, 1968, p.109-110.)

Indique três mudanças ocorridas na estrutura só-a) cio-econômica do Brasil, na segunda metade do século XIX, que explicam as transformações ocorri-das no papel feminino.

Descreva a condição de cidadania da mulher no b) período primário-exportador.

(UERJ) “Ou o campo ou as cidades; ou a escravidão 9. ou a civilização.”

(NABUCO J. O Terreno da Luta. In:

Jornal do Commércio, 19 out. 1884.)

Escravidão e laissez faire conviveram por muito tempo.

Duas estruturas da economia brasileira que se constituíram como obstáculos à consecução plena do projeto liberal que norteou os setores moderados do Brasil independente foram:

desenvolvimento urbano e mercado interno.a)

mão-de-obra imigrante e pequena propriedade.b)

trabalho assalariado e desenvolvimento industrial.c)

mão-de-obra escrava e manutenção da grande d) propriedade.

(UFG) O processo de urbanização brasileira intensifi-10. cou-se no século XX. No entanto, havia importantes “centros urbanos” durante os períodos colonial e imperial, quando o Brasil teve algumas cidades de grande porte. Explique a função das cidades brasileiras nesses períodos, segundo o modelo de colonização portuguesa.

Período colonial.a)

Período imperial.b)

(Fuvest) Sobre a Guerra do Paraguai (1864-1870), fun-11. damentalmente desencadeada por razões geopolíticas regionais, responda:

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Quais as divergências e alianças políticas existentes a) entre os países nela envolvidos?

Qual o seu resultado em termos de poder estraté-b) gico regional?

(Unicamp) A República do Paraguai se defendia heroi-12. camente contra as agressões do Império do Brasil. (...) Para todas as nações, o heroísmo da resistência de tão pequena república contra aliados tão poderosos excitava a simpatia que sempre há pelo fraco (...).

(SARMIENTO, D. F. Questões Americanas.

São Paulo: Ática. Coleção Grandes Cientistas Sociais.)

Como Sarmiento representa nesse texto o conflito a) entre o Brasil e o Paraguai?

De que modo essa representação de Sarmiento b) ilustra o conflito político-ideológico no Brasil após a Guerra do Paraguai?

Por que a Guerra do Paraguai contribuiu para o mo-c) vimento abolicionista no Brasil?

(PUC Minas) Ao começar a guerra, ocorrida entre os 13. anos de 1865 e 1870, o Paraguai tinha 800 mil habitantes. Enquanto durou o conflito, 75,75% da população deste país morreu. Entre os 194 mil sobreviventes, apenas 14 mil (1,75%) eram homens e, destes, só 2 mil e 100 (0,26%), maiores de 21 anos. Diante desse quadro ex-tremamente dramático, explique a situação do Paraguai anterior à guerra, que teria gerado tamanha hostilidade contra esse país.

(UEL) Em relação às consequências da Guerra do 14. Paraguai no Brasil, pode-se afirmar:

O declínio da monarquia foi concomitante à guerra a) e a críticas atingiram seu ponto vital: a escravidão. Foi através dessa brecha que os ideais republica-nos se propagaram.

O território foi devastado e a população gravemen-b) te afetada pelas mortes, o que retardou o desenvol-vimento econômico do país.

A abertura do mercado externo paraguaio, resul-c) tante da derrota na Guerra, trouxe grandes benefí-cios à expansão da economia cafeeira no país.

Ao favorecer o desenvolvimento do setor naval, d) contribuiu para a reorganização da marinha, que, após a guerra, colocou-se contra a monarquia.

Participação das camadas mais pobres da população e) na guerra respondeu pela sua integração nas deci-sões políticas após a proclamação da república.

(UFRGS) Um dos maiores reflexos da Guerra do Para-15. guai na política interna do Brasil foi a:

expansão da indústria siderúrgica nacional, decor-a) rente da necessidade de produzir armamento.

incorporação do sentimento patriótico nacional pe-b) las camadas pobres da população.

colonização do interior do país, estimulada pelos c) deslocamentos de trocas para aquelas regiões.

conscientização, por parte dos oficiais do exército, d) de sua precária posição política na estrutura do po-der vigente.

abdicação de Pedro I após os primeiros desastres e) militares na frente de batalha.

(FGV) Dentre as alternativas que se seguem há apenas 16. uma correta. Assinale-a.

Desde o final da primeira metade do século passa-a) do, o Paraguai já havia erradicado o analfabetismo e desenvolvia uma vasta indústria artesanal.

A guerra contra a nação paraguaia acarretou para o b) Brasil uma redução considerável em sua dívida ex-terna, bem como uma crescente influência política e social do exército.

Para combater as tropas do país guarani, o Brasil se c) uniu a Argentina, Uruguai e Bolívia.

No início da segunda metade do século XIX, as im-d) portações paraguaias chegaram ao dobro de suas exportações.

O Paraguai perdeu em combate, na guerra contra o e) Brasil e seus aliados, apenas uma pequena parcela do total de seus soldados.

(PUC-SP) A política externa do império brasileiro ao 17. longo do século XIX caracterizou-se por uma constante situação de conflito em relação aos problemas platinos, porque:

as pretensões francesas de domínio do Rio da Pra-a) ta, exigiam a presença da esquadra brasileira.

da independência aos meados do século XIX, a in-b) tervenção que havia sido exclusivamente diplomáti-ca passou a ser militar.

envolvendo-se na política interna dos países pla-c) tinos, o Brasil defendeu sempre os “Blancos” do Uruguai.

as intervenções militares do Brasil, na região, visa-d) vam assegurar o princípio da livre navegação na bacia do Prata.

as indenizações cobradas pelos danos causados e) por invasores paraguaios as estâncias gaúchas dei-xaram de ser pagas.

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(Mackenzie) Guerra do Paraguai, modernização e po-18. litização do exército e queda da Monarquia são fatos diretamente relacionados, já que:

o exército identificava-se com o elitismo do governo a) imperial, enquanto a marinha compunha-se basica-mente de classes populares e médias, contrárias a monarquia.

vitorioso na guerra, o exército adquiriu consciência b) política, transformando-se num instrumento de de-fesa da abolição e do republicanismo.

a derrota na guerra e o endividamento do país for-c) taleceram a oposição militar ao regime imperial.

embora sem vínculos com ideias positivistas, o d) exército aproximou-se dos republicanos radicais.

para combater os interesses das camadas médias e) que apoiavam o governo monárquico, o exército desfechou o Golpe de 15 de novembro.

(Unicamp) Antes da guerra com o Brasil, o Paraguai tinha 20. uma economia estável, com estradas de ferro, siderurgia e grande número de indústrias. A balança comercial era favorável e não havia analfabetismo infantil no país.

Compare as situações socioeconômicas do Para-a) guai e do Brasil, em meados do século XIX.

Nesse contexto, explique por que a Inglaterra finan-b) ciou a guerra que levou à destruição do Paraguai.

(UERJ)21.

Na década de 1870, consolidou-se um conjunto de transformações que levou à crise do sistema monárquico no Brasil.

Dentre os elementos abaixo, aquele que justifica a afirmativa é:

a criação dos partidos conservador e liberal, rom-a) pendo a unidade política existente em torno do Po-der Moderador.

o desenvolvimento gradativo, porém contínuo, da b) burguesia industrial que desde 1840 assumia o controle dos gabinetes ministeriais.

o crescimento do setor cafeeiro do Vale do Paraíba, c) que se viu em condições de ocupar um maior espa-ço político com a proclamação da República.

a afirmação de princípios federalistas e do positivis-d) mo, os quais, embora em lados opostos, colocaram em questão posições políticas defendidas pela mo-narquia brasileira.

“Tenho a honra de depositar nas mãos de Vossa 19. Majestade a carta pela qual Sua Majestade a Rainha se dignou a creditar-me como enviado em missão especial junto de Vossa Majestade Imperial, e suplico a Vossa Majestade que se digne de acolher com sua reconhecida benevolência as seguranças de sincera amizade e as expressões que fui encarregado de transmitir por Sua Majestade a Rainha e pelo meu governo. Estou incumbido de exprimir a Vossa Ma-jestade Imperial o pesar com que Sua Majestade a Rainha viu as circunstâncias que acompanharam a suspensão das relações de amizade entre as Cortes do Brasil e a da Grã-Bretanha (...) e que Sua Majes-tade aceita completamente e sem reserva a decisão de Sua Majestade o Rei dos Belgas (...).”

(Discurso de Mr. Thornton a D. Pedro II, citado em NABUCO, Joa-

quim. Um Estadista do Império. São Paulo: Inst. Progresso Editorial,

1949. v. II. p. 306. In: Ricardo, Adhemar e Flavio. História 3. Belo

Horizonte: Lê Editora, 1989, p. 231.)

O texto acima retrata o discurso do enviado inglês para solucionar a Questão Christie (1863-1865) após o arbitramento do rei Leopoldo I, da Bélgica. Recentemente, o Brasil tem se demonstrado ativo nas relações internacionais a fim de garantir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. O Brasil tem se esforçado para provar ao mundo que o Brasil é uma nação promotora da paz num panorama de guerras.

Qual foi a consequência da Questão Christie nas a) relações Brasil-Inglaterra?

Identifique uma atuação brasileira em conflitos b) internacionais recentes para permitir o acesso ao Conselho de Segurança da ONU.

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(Unirio) A abolição da escravidão materializada pela 22. Lei Áurea, em 1888, sancionou uma situação inevitável e já existente, como se observa no(a):

caráter de revolução social resultante da fusão do abo-a) licionismo com os movimentos de resistência negra.

retomada da expansão cafeeira no vale do Paraíba, b) aproveitando os resultados da imigração.

substituição, cada vez mais intensa, dos escravos c) por trabalhadores livres nas novas áreas de expan-são cafeeira, como o oeste paulista.

abolição da escravidão nas principais Províncias do d) Império, antes da Lei Áurea.

pressão diplomática da Grã-Bretanha sobre o Gover-e) no do Império, acelerando a publicação da Lei Áurea.

(UERJ) “(...) A imprensa de todo o Império revela que o 23. espírito público vai-se esclarecendo, e que os brasileiros em sua maioria já se vão convencendo que da monarquia não podem esperar a salvação do país. Venha, pois, a re-pública e quanto antes. Venha a república sem revolução armada, sem derramamento de sangue de irmãos, venha ela do triunfo das ideias democráticas da grande maioria do país, e da profunda convicção de que a monarquia é incapaz de salvar o país.”

(A República - propriedade do Club Republicano

de São Paulo, 8 dez. 1870, n.° 3, ano I. Adaptado.)

As décadas de 1870 e 1880 assistiram a um afastamento do Estado Imperial em relação às suas bases de sustentação e forma marcadas pelo crescimento do ideal republicano. Contudo, a República esperada não tinha o mesmo significado para todos os republicanos.

Cite um dos segmentos sociais que serviram de a) sustentação à monarquia brasileira e explique o motivo do afastamento desse segmento em relação à sorte do Império.

Enumere duas características da República ideali-b) zada pela elite agroexportadora.

(UERJ) Acompanhei com vivo interesse a solução 24. desse grave problema [a extinção do tráfico negreiro]. Compreendi que o contrabando não podia reerguer- -se, desde que a “vontade nacional” estava ao lado do ministério que decretava a supressão do tráfico. Reunir os capitais que se viam repentinamente deslocados do ilícito comércio e fazê-los convergir a um centro onde pudessem ir alimentar as forças produtivas do país, foi o pensamento que me surgiu na mente, ao ter certeza de que aquele fato era irrevogável.

(Visconde de Mauá - Autobiografia. Citado por MATTOS, Ilmar R.;

GONÇALVES, Marcia de A. O Império da Boa Sociedade.

São Paulo: Atual, 1991.)

Os centros urbanos brasileiros, principalmente a capital – a cidade do Rio de Janeiro, passaram por grandes transformações a partir da segunda metade do século XIX. Irineu Evangelista de Souza, Visconde de Mauá, foi um dos principais personagens desse processo de mudanças.

No período citado, a capital do império sofreu, dentre outras, as seguintes transformações:

criação de indústrias metalúrgicas e siderúrgicas, a) surgimento de bancos e diversificação da agri-cultura.

crescimento da economia cafeeira, utilização da b) mão-de-obra imigrante assalariada e mecanização do cultivo.

diminuição da importância da economia agroexpor-c) tadora, desenvolvimento de manufaturas e exporta-ção de bens de consumo manufaturados.

aplicação de capitais na modernização da infra-d) estrutura de transportes, no aprimoramento dos serviços urbanos e desenvolvimento de atividades industriais

(Fuvest) “Então, senhor Barão, ganhei ou não ganhei a 25. partida?” perguntou no próprio 13 de maio a Princesa Isabel ao seu ministro Cotegipe, que lhe respondeu: “Ganhou a partida, mas perdeu o trono”.

Explique esse diálogo e estabeleça a relação entre os fatos nele implícitos.

(Fuvest) Sobre o fim da escravidão no Brasil, diferencie 26. a ação do Estado da ação dos escravos e dos aboli-cionistas.

(UFPE) Na(s) questão(ões) a seguir, escreva nos pa-27. rênteses V se for verdadeiro ou F se for falso.

O desenvolvimento industrial, na Inglaterra, exigia a )(ampliação de mercados e encontrava na escravidão um grande obstáculo.

O irrompimento da Guerra do Paraguai (1865-1870) )(possibilitou ao Imperador Pedro II protelar o debate sobre a escravidão, ao substituir o Gabinete Liberal de Zacarias por um Gabinete escravocrata.

As leis do Ventre Livre (1871) e dos Sexagenários )((1885) são consideradas, por um lado, concessões dos escravocratas aos abolicionistas; por outro, são tidas como fatores que enfraqueceram a luta aboli-cionista e adiaram a abolição por mais de dez anos.

Em Pernambuco, o Movimento Abolicionista teve )(no monarquista Joaquim Nabuco sua grande li-derança.

A imigração italiana reforçou o sistema escravocra- )(ta depois que o tráfico de africanos para o Brasil foi proibido em 1850.

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(Unesp) “Por volta dos anos de 1880, era óbvio que a 28. abolição estava iminente. O parlamento, reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha apro-vando uma legislação gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871...”

(COSTA, Emília V. da. Da Monarquia à República.)

Além da Lei do Ventre Livre, qual outra teve esse a) mesmo caráter gradualista?

Justifique o caráter gradualista do movimento da b) abolição.

Com relação ao caso brasileiro, cite dois registros a) legais, importantes para a evolução do processo abolicionista.

Analise a Lei Rio Branco, também conhecida como b) a Lei do Ventre Livre, considerando o contexto so-cioeconômico do Brasil na segunda metade do século XIX.

(UERJ) “Ai, filha! Você não entende deste riscado. 29. Neste mundo não existe coisa alguma sem sua razão de ser. Estas filantropias modernas de abolição! É chover no molhado - preto precisa de couro de ferro como precisa de angu e baeta. Havemos de ver no que há de parar a lavoura quando esta gente não tiver no eito. Não é porque eu seja maligno que digo e faço estas coisas. É que sou lavrador, e sei dar o nome aos bois. Enfim, você pede, eu vou mandar tirar o ferro. Mas são favas contadas ferro tirado, preto no mato.”

(RIBEIRO, Júlio. A Carne. Rio de Janeiro:

Francisco Alves, 1952. Adaptado.)

O autor do romance A Carne (1888) antecipa, no trecho lido, uma preocupação de muitos proprietários de terra, escravistas, quanto às consequências da abolição dos escravos para a agricultura brasileira.

Esta posição pode ser resumida da seguinte forma:

A grande lavoura não teria futuro sem a mão- a) -de-obra escrava.

A abolição provocaria a superação da lavoura b) pela indústria.

A agricultura ficaria restrita à produção para o c) mercado interno.

O fim da escravidão transformaria as lavouras d) em terras improdutivas.

(UFF) No processo de abolição da escravidão nas 30. Américas, observam-se duas vertentes de conflitos: as violentas revoltas sociais e as oriundas da crítica à escravidão através de reformas jurídicas.

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C1.

B2.

C3.

A4.

5.

O modelo agrário exportador com o café como a) base da economia naquele momento; a decadên-cia da monocultura cafeeira no vale do Paraíba e a expansão para o oeste paulista; o fim do tráfico ne-greiro e a introdução da mão-de-obra do imigrante de origem europeia etc.

A fundação, em 1846, de uma fundição e um es-b) taleiro em Ponta de Areia, em Niterói; a criação da Companhia de Gás do Rio de Janeiro, em 1851; a participação na construção de ferrovias; a instala-ção do primeiro cabo submarino ligando Brasil à Europa, em 1872 etc.

E6.

D7.

A8.

9.

Guerra do Paraguai, envolvendo Brasil, Argentina e a) Uruguai contra o Paraguai.

Representou o crescimento da dívida externa e o b) início da crise do Império.

A10.

C11.

A economia ficou abalada em virtude dos prejuízos da 12. guerra, reforçando a dependência dos empréstimos in-gleses. O exército brasileiro ficou fortalecido, assumindo posições contrárias à escravidão e simpatia pela causa republicana.

C13.

C14.

D15.

C16.

B17.

E18.

C19.

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Os escravistas eram membros de uma elite conservadora 20. e os abolicionistas faziam parte de grupos defensores de uma evolução dentro da ordem. Estes fatos ocorrem às vésperas da Proclamação da República e são causados pela pressão dos militantes, dos abolicionistas e até ao fato do Brasil ser uma das últimas nações a manter a escravidão.

Após a Guerra do Paraguai (1865-70), o exército, in-21. fluenciado pelo Positivismo, passa a exigir uma maior participação na vida política do país. Ao lado da aristo-cracia, derruba a monarquia (1889).

22.

Os setores que davam sustentação ao imperador a) deixaram de apoiá-lo (exército, igreja e aristocracia).

Por ser o principal produto de exploração e seus b) produtores controlariam o país.

C23.

A população brasileira “assistiu” ao nascimento da re-24. pública, não tendo participação ativa.

A grande mortalidade (“febre amarela” e “picadas de 1. cobras”); e as dificuldades para o estabelecimento e desenvolvimento das colônias, devido ao estado ainda inculto das terras, a falta de estradas e de infraestrutura, o excesso de trabalho e a precariedade das habitações, a antropofagia imaginada.

E2.

E3.

4.

A interferência do capital inglês inviabilizou a in-a) dustrialização e os produtos agrícolas, sobretudo o açúcar e o algodão perdiam mercados para a Amé-rica Central e para o sul dos Estados Unidos.

No Vale do Paraíba, foi mantida a lavoura tradicional b) apoiada no trabalho escravo e sem a preocupação de se desenvolver novas técnicas agrícolas. No oeste paulista, destacou-se o emprego da mão-de- -obra imigrante através da parceria e a nova menta-lidade dos cafeicultores, mais ligados às atividades urbanas e aos grandes empreendimentos.

5.

O predomínio de escravos da faixa entre 10 e 29 a) anos de idade (isto é, em idade produtiva ótima) e a preponderância de cativos do sexo masculino.

O predomínio de escravos em idade produtiva ótima, b) relaciona-se à necessidade de imediata integração dos cativos ao processo de produção, ou ainda à inexistência de perspectivas autorreprodutivas dos cativos por parte dos plantadores escravistas.

6.

Pode-se mencionar:a)

a escassez crescente de indígenas em função das •fugas constantes e dos altos índices de mortali-dade verificados;

os interesses da burguesia mercantil portuguesa, •relacionados aos lucros provenientes do tráfico escravo intercontinental;

Podemos apontar como consequência do fim do b) tráfico negreiro para o Brasil:

o crescimento do tráfico escravo interprovincial. •Grandes proprietários de escravos e de terras do nordeste em dificuldades econômicas vendiam a preços crescentes escravos para os plantadores de café do sudeste que demandavam crescimento de mão-de-obra no momento de expansão da lavoura cafeeira e a disponibilização de capitais até então imobilizados no tráfico para investimentos em outros setores da economia, tais como: setor de serviços, setor industrial e setor agrícola, mormente para a lavoura cafeeira;

melhoramentos no campo dos transportes. •

Principal porto do Império quanto às exportações e às 7. importações.

Na escravidão urbana, os escravos, entre outras funções, atuavam como artífices, carregadores, vendedores, domésticos, alugados por seus senhores como escravos-de-ganho. Possuíam, por isso, certa autonomia e podiam circular pela cidade.

Os escravos que viviam nas áreas rurais ficavam sob o rígido controle de seus senhores e circunscritos aos limites da propriedade. Circulavam pelos arredores das casas-grandes e predominantemente trabalhavam na terra, plantando e colhendo. Alguns poucos envolviam- -se com os engenhos e com os ofícios associados à agricultura.

8.

Fim do tráfico escravista, o desenvolvimento da ca-a) feicultura e o desenvolvimento urbano.

A mulher possuía as funções próprias da materni-b) dade e da administração doméstica.

D9.

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10.

No período colonial os principais centros urbanos a) do Brasil funcionavam como centros administrati-vos próximos às áreas de importância à metrópole portuguesa.

No período imperial os principais centros urbanos b) do Brasil se adequaram à preocupação governa-mental de expressar a modernização por meio do estímulo às artes, à cultura e à educação das elites.

11.

O quadro de conflitos que marcou as relações en-a) tre os países do Cone Sul, no século XIX, tem suas origens no caudilhismo, que contrapunha grupos agrários e políticos autoritários, cujos objetivos incluíam o controle da navegação na Bacia Plati-na – área de intenso comércio –, o expansionismo territorial, além da exploração do contrabando, dos roubos de gado nas fronteiras e da concorrência entre o Brasil e o Paraguai no mercado de expor-tação do mate. Assim, o Império compôs a Tríplice Aliança com a Argentina do governo Mitre e o Uru-guai de Venâncio Flores e bateu-se contra o Para-guai de Solano Lopes.

A vitória da Tríplice Aliança representou o rompi-b) mento do equilíbrio de forças políticas e econômi-cas na região. Com o Paraguai destroçado, Brasil e Argentina emergiram como nações determinantes na condução dos destinos da área platina. O Uru-guai manteve sua postura pendular, em relação ao Império e à República Portenha, e finalmente a In-glaterra pôde continuar exercendo sua hegemonia sobre esse mercado

12.

O texto ressalta o heroísmo paraguaio contra a Trí-a) plice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai).

A representação ilustra o ideal republicano e abo-b) licionista que se fortaleceu no Brasil após a Guerra do Paraguai.

Antes da Guerra do Paraguai, os militares devido c) à origem de setores médios e o grau de esclareci-mento já eram contrários à escravidão e durante a Guerra esse ideal se fortaleceu, pois lutavam lado a lado com os negros. A adesão dos militares aos movimentos abolicionistas contribuiu para a Lei Áu-rea de 1888.

O Paraguai buscou um crescimento autônomo na re-13. gião, desenvolvendo a educação e as manufaturas. A necessidade de mercados gerou uma hostilidade com os países vizinhos, principalmente Argentina e Brasil. Para a Inglaterra, o Paraguai foi considerado um “mau exemplo”, porque buscava a sua independência econômica.

A14.

D15.

A16.

D17.

B18.

19.

O rompimento temporário das relações diplomáti-a) cas entre os anos de 1863 e 1865.

A atuação do Brasil como força de paz em áreas de b) conflito como o Timor Leste (1999) e Haiti (2004).

20.

A sociedade brasileira era polarizada e somente a) desfrutava de direitos uma parcela reduzida, a elite.

Para a Inglaterra, o Paraguai era uma ameaça aos b) seus interesses econômicos.

D21.

C22.

23.

Uma das possibilidades abaixo:a)

Exército: insatisfeito com a posição política su-balterna adquirida na Monarquia, apoiado pelas vitórias na guerra do Paraguai e tendo parcela de seus oficiais influenciada pelo ideário positivista, grande parte do Exército passa a apoiar a procla-mação da República.

Igreja: diante da crescente oposição entre as po-sições ultramontanas da Igreja Católica, houve um afastamento entre ambos, agravado pela presença do Padroado e Beneplácito, que permitiram uma forte influência do Estado nas questões da Igreja Católica no Brasil.

Aristocracia escravista: a abolição da escravidão, com o apoio da monarquia, foi um golpe fatal em sua frágil situação econômica; o não-cumprimento por parte do Estado Imperial de seu papel histórico de sustentação do escravismo, levou-a a aderir ao movimento republicano.

Duas das seguintes características:b)

instituições político liberais; •

regime federalista; •

laicização do Estado; •

adoção de uma política governamental de sub- •venção à imigração.

D24.

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O diálogo demonstra os esforços palacianos em pro-25. mover a abolição e evidencia a importância da questão escravista na sustentação do Império. A abolição fez com que um grupo de fazendeiros aderissem ao Republica-nismo, acelerando a queda da monarquia no Brasil.

O Estado adotava medidas paliativas; os escravos fugiam 26. sempre que podiam; e os abolicionistas faziam pressão nos centros urbanos pela abolição

V, V, V, V, F27.

28.

A Lei dos Sexagenários.a)

A Lei Eusébio de Queiróz fortaleceu os movimentos b) abolicionistas, ao abolir o tráfico negreiro.

As Campanhas abolicionistas pressionavam a Assembleia Geral do Império que passou a apro-var leis abolicionistas, porém restritas a jovens e idosos, procurando não afetar os interesses dos escravocratas.

A29.

30.

Lei Eusébio de Queiróz (1850 - extinção do tráfico); a) Lei do Ventre Livre (1871 - Lei Rio Branco); Lei dos Sexagenários (1885 - Lei Saraiva Cotegipe) Lei Áu-rea (1888 - Lei da Abolição da Escravatura).

A Lei do Rio Branco, ou Lei do Ventre Livre, inau-b) gurou uma intervenção do Estado Imperial junto à propriedade privada dos fazendeiros representada por seus escravos. A partir de 1871, os filhos das escravas tornar-se-iam livres. Isto representou um enfraquecimento do controle do senhor sobre sua escravaria em função da mediação da Coroa, bem como veio a afirmar o papel do sistema legal como agente ativo para o controle e a mudança social. Através dessa lei, a Coroa atuava investida da mis-são de tornar manifesta a repulsa ao escravismo e operava por meio de um instrumento – a lei – que respondia às exigências de uma economia em cres-cimento e de uma resistência escrava latente, às ve-zes mesmo explosiva.

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