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1 SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório é constituído pelo coração ( a bomba ), pôr um sistema fechado de vasos sangüíneos e pelo sangue, sendo o sistema transportador do corpo. O sangue capta o oxigênio e os produtos da digestão do sistema respiratório e digestivo e libera-os para as células do corpo. Das células, o sangue capta os produtos do metabolismo, tal como o Dióxido de Carbono (CO2), e o ácido láctico e libera-os para os órgãos excretores. Além disso, o sangue transporta hormônios das glândulas endócrinas para seus órgãos alvo. Este também libera leucócitos do sangue e anticorpos para locais de infecções e ajuda a regular a temperatura corporal. Assim, o sistema circulatório desempenha papel vital na manutenção da constância do meio interno ( homeostasia). O sangue deixa o coração através de tubos fechados chamados artérias, que se ramificam repetidamente até que artérias finas (arteríolas) medindo cerca de 0,1 mm de diâmetro, sejam formadas. As arteríolas levam o sangue até tubos extremamente pequenos chamados capilares. O sangue inicia seu retorno ao coração, passando através de pequenas veias chamadas vênulas, que se juntam para formar veias. As veias maiores finalmente trazem o sangue de volta ao coração. O sistema vascular linfático inicia-se pôr túbulos de fundo cego, os capilares linfáticos, que gradualmente se anastomosam em vasos de calibre cada vez maior e terminam atingindo o sistema vascular sangüíneo, desembocando em grandes veias perto do coração. A função do sistema linfático é devolver ao sangue o fluído dos espaços teciduais que, ao penetrar nos capilares linfáticos, contribui para formar a linfa. Todo o Sistema Circulatório encontra-se revestido internamente pôr um Epitélio simples pavimentoso ( plano simples), chamado ENDOTÉLIO. CAPILARES Apresentam-se constituídos apenas pôr camada única de células endoteliais; o calibre médio dos capilares é pequeno, oscilando entre 7 a 9 μm. Há 3 tipos de capilares, quanto a continuidade da parede das células endoteliais: 1. CONTÍNUO Suas células apoiam-se sobre uma lâmina basal e prendem-se umas as outras, lateralmente, pôr meio de zônulas de oclusão e aderência. 2. FENESTRADO Caracteriza-se pôr apresentar orifícios na parede das células endoteliais. Ex. intestino, tecido muscular, rim. Estes orifícios normalmente são obstruídos pôr um delgado diafragma de natureza desconhecida e que apresenta uma ultra estrutura complexa. O capilar fenestrado geralmente é encontrado em tecidos onde ocorre intensa troca de substâncias entre as células e o sangue. 3. SINUSÓIDE Apresenta as seguintes características:

Histologia II

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SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório é constituído pelo coração ( a bomba ), pôr um sistema fechado de vasos sangüíneos e pelo sangue, sendo o sistema transportador do corpo. O sangue capta o oxigênio e os produtos da digestão do sistema respiratório e digestivo e libera-os para as células do corpo. Das células, o sangue capta os produtos do metabolismo, tal como o Dióxido de Carbono (CO2), e o ácido láctico e libera-os para os órgãos excretores. Além disso, o sangue transporta hormônios das glândulas endócrinas para seus órgãos alvo. Este também libera leucócitos do sangue e anticorpos para locais de infecções e ajuda a regular a temperatura corporal. Assim, o sistema circulatório desempenha papel vital na manutenção da constância do meio interno ( homeostasia). O sangue deixa o coração através de tubos fechados chamados artérias, que se ramificam repetidamente até que artérias finas (arteríolas) medindo cerca de 0,1 mm de diâmetro, sejam formadas. As arteríolas levam o sangue até tubos extremamente pequenos chamados capilares. O sangue inicia seu retorno ao coração, passando através de pequenas veias chamadas vênulas, que se juntam para formar veias. As veias maiores finalmente trazem o sangue de volta ao coração. O sistema vascular linfático inicia-se pôr túbulos de fundo cego, os capilares linfáticos, que gradualmente se anastomosam em vasos de calibre cada vez maior e terminam atingindo o sistema vascular sangüíneo, desembocando em grandes veias perto do coração. A função do sistema linfático é devolver ao sangue o fluído dos espaços teciduais que, ao penetrar nos capilares linfáticos, contribui para formar a linfa. Todo o Sistema Circulatório encontra-se revestido internamente pôr um Epitélio simples pavimentoso ( plano simples), chamado ENDOTÉLIO. CAPILARES Apresentam-se constituídos apenas pôr camada única de células endoteliais; o calibre médio dos capilares é pequeno, oscilando entre 7 a 9 µm. Há 3 tipos de capilares, quanto a continuidade da parede das células endoteliais: 1. CONTÍNUO � Suas células apoiam-se sobre uma lâmina basal e prendem-se

umas as outras, lateralmente, pôr meio de zônulas de oclusão e aderência. 2. FENESTRADO � Caracteriza-se pôr apresentar orifícios na parede das células

endoteliais. Ex. intestino, tecido muscular, rim. Estes orifícios normalmente são obstruídos pôr um delgado diafragma de natureza desconhecida e que apresenta uma ultra estrutura complexa. O capilar fenestrado geralmente é encontrado em tecidos onde ocorre intensa troca de substâncias entre as células e o sangue.

3. SINUSÓIDE � Apresenta as seguintes características:

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• Trajeto tortuoso, com calibre grandemente aumentado (30 a 40 µm). • Suas paredes não são formadas por um revestimento contínuo de células

endoteliais, havendo amplos espaços que comunicam o capilar com o tecido subjacente.

• Abundante quantidade de poros nas paredes das células endoteliais. • Presença na parede e em sua volta de células fagocitárias (além das endoteliais). • Ausência de lâmina basal contínua. Os capilares sinusóides são encontrados principalmente no fígado, e em órgãos hematopoiéticos, como a medula óssea e o baço. Estas particularidades estruturais sugerem a existência nos capilares sinusóides, de condições que tornam mais fácil e mais intenso o intercâmbio de substâncias entre o sangue e os tecidos. ESTRUTURA GERAL DOS VASOS SANGÜÍNEOS Todos os vasos sangüíneos acima de um certo calibre apresentam um plano geral comum de construção. De um modo geral, um vaso sangüíneo apresenta as seguintes camadas constituíntes: a) Túnica íntima; b) Túnica média; c) Túnica adventícia; d) Vasa Vasorum; e) Nervos amielínicos. a) Túnica Íntima: É constituída por: 1. Uma camada de células endoteliais, revestindo internamente o vaso; 2. Um delicado estrato subendotelial constituído por tecido conjuntivo frouxo; 3. Membrana limitante elástica interna, formada por uma membrana tubular e

perfurada, de substância elástica. Devido a contração do vaso, esta membrana geralmente se apresenta em corte, com seu trajeto ondulado e sinuoso.

b) Túnica Média: Formada principalmente por fibras musculares lisas, dispostas circularmente, às quais se agrega quantidade variável de material elástico.

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c) Túnica Adventícia: Constituída por tecido conjuntivo com fibras colágenas e elásticas. Esse tecido conjuntivo que envolve os órgãos vizinhos, e liga o vaso aos órgãos. Frequentemente, encontramos, na porção mais interna desta túnica, uma condensação de tecidos elásticos formando a chamada membrana limitante elástica externa. d) Vasa Vasorum: Os vasos de grande calibre apresentam, em geral pequenas artérias e veias, que se ramificam profusamente na sua parede onde desempenham função nutriente. A porção mais externa das artérias de grande calibre recebe ramos dos vasos da adventícia; a túnica média recebe arteríolas provenientes da região inicial dos ramos colaterais, os quais se originam do vaso a ser irrigado. A túnica íntima e a porção profunda da média são avascularizadas e recebem metabólitos por difusão a partir do sangue contido na luz do vaso. ARTÉRIAS Arteríolas, artéria de médio e pequeno calibre ( ou art. Muscular ) e artéria de grande calibre, onde predomina o tecido elástico. 1. ARTERÍOLAS: São muito finas, geralmente com menos de 0,5mm de diâmetro. . Túnica Íntima: Sem camada subendotelial; membrana limitante elástica interna ausente

ou muito delgada. . Túnica Média: É muscular; geralmente é formada por 4 ou 5 camadas de células musculares lisas. . Túnica Adventícia: É estreita, pouco desenvolvida, com apenas um esboço da

membrana limitante elástica externa ou mesmo sem ela.

2. ARTÉRIAS DE PEQUENO E MÉDIO CALIBRE: Possui a mesma estrutura geral dos vasos. São caracterizadas por uma espessa camada muscular, que pode chegar a ter mais de 40 camadas de fibras musculares lisas. De um modo geral, quanto maior for o calibre, maior a quantidade de material elástico entre as fibras musculares.

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3. ARTÉRIAS DE GRANDE CALIBRE: Incluem a aorta e seus ramos. Tem cor amarelada devido ao acúmulo de material elástico presente na túnica média.

. Túnica Íntima: � Revestida por células endoteliais, endotélio pregueado, cujas células fazem

saliência para a luz. Este aspecto é artificial e ocorre devido a contração pós-morte da musculatura das artérias.

� Subendotélio espesso. � Membrana elástica interna, não é evidente, pois se confundem com as membranas

da camada seguinte. . Túnica Média: � Constituída por uma série de membranas elásticas, perfuradas dispostas de forma

concêntrica. � Pequena quantidade de células musculares lisas, fibroblastos e colágeno. .Túnica Adventícia: � Não apresenta membrana elástica externa, e é relativamente pouco desenvolvida. HISTOFISIOLOGIA DAS ARTÉRIAS As grandes artérias são também chamadas de condutoras, pois sua função principal é transportar o sangue. As artérias de médio calibre também são conhecidas por distribuidoras, encarregam-se de fornecer sangue aos diversos órgãos. Chama a atenção, na estrutura das grandes artérias, o acúmulo de material elástico existente. Atribui-se a essa camada importante função na regulação do fluxo sangüíneo. O tecido elástico sofre dilatações periódicas e absorve o impacto da pulsação cardíaca, que sabemos ser intermitente. Durante a diástole, as artérias voltariam ao calibre normal, impulsionando o sangue. A consequência desta ação é que, à medida que se distancia do coração, o fluxo e a pressão arterial tornam-se cada vez mais regulares. A camada muscular das artérias médias ou artérias de distribuição pode, por meio de sua contração ou não, controlar o fluxo de sangue de vários órgãos. Os vasos sangüíneos sofrem modificações progressivas e graduais no indivíduo, desde o nascimento até a morte, e é difícil dizer onde terminam os processos de alteração normal e começam os de regressão. Cada artéria apresenta um ritmo próprio de evolução das suas modificações, com a idade. A artéria que se altera mais precocemente, começando já aos 20 anos de idade, é a coronária, ao passo que outras só iniciam suas modificações após 40 anos.

Quando a camada média das artérias se apresenta enfraquecida por um defeito embriológico ou uma lesão, a parede da artéria cede, dilatando-se exageradamente, podendo até romper-se. É o que chamamos de aneurisma.

Na arteriosclerose, as alterações geralmente se iniciam na camada

subendotelial, passando depois para a túnica média. A lesão da média, com destruição do tecido elástico e conseqüente perda da elasticidade, tem como conseqüência distúrbios circulatórios graves.

Certas artérias irrigam com exclusividade áreas específicas de um órgão e, quando obstruídas, causam a necrose ( morte dos tecidos ), dessas áreas. São

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chamados enfartes, freqüentes no coração, rim, cérebro e outros órgãos. Na pele as artérias se anastomosam com freqüência de modo que a obstrução de uma delas não provoca lesões graves, pois a irrigação é suprida pelas anastomoses estabelecidas com os ramos vizinhos.

ANASTOMOSES ARTERIOVENOSAS Freqüentemente observam-se comunicações diretas entre a circulação arterial e

a venosa, são as anastomoses arteriovenosas, muito difundidas pelo corpo e que geralmente ocorrem em vasos de pequeno calibre.

As anastomoses arteriovenosas são ricamente inervadas pelo sistema simpático e parassimpático. Parece que o controle da sua atividade, se dá principalmente por via nervosa. Admiti-se que essa anastomose além de controlarem o fluxo sangüíneo nos vários órgãos, tem, principalmente na pele das extremidades, função de termorregulação.

VEIAS

1. Vênulas: São pequenas com diâmetro de 0,2 à 1 mm. Caracterizam-se por

apresentar sua camada íntima constituída só por endotélio, e ter a camada média inexistente ou formada por delgado extrato muscular, com poucas camadas de células. A adventícia é a camada mais espessa e apresenta-se formada por tecido conjuntivo rico em colágeno. É um tipo de vaso de paredes muito delgadas.

OBS: Com até 50 µm de diâmetro, as vênulas apresentam estruturas semelhantes a dos capilares. Participam de igual modo nos intercâmbios de metabólitos entre os tecidos e o sangue, e nos processos inflamatórios. São, portanto, uma importância extensão funcional da rede capilar. 2. Veias de Médio e Pequeno calibre: Constituem a maioria das veias, com extensão

dos grandes troncos, e tem de 1 a 9 mm de diâmetro. Apresentam: . Túnica Íntima: Camada subendotelial delgada, às vezes ausentes. • Túnica Média: Constituída principalmente por pequenos feixes de músculo liso

entremeados de fibras colágenas e uma rede delicada de fibras elásticas. • Túnica Adventícia: De natureza colágena, é bastante desenvolvida. 3. Veias de Grande Calibre: • Túnica Íntima: Bem desenvolvida • Túnica Média: Extremamente reduzida, com pouco músculo e pouco conjuntivo. • Túnica Adventícia: Camada mais evidente, contendo feixes de músculo liso

dispostos longitudinalmente ao vaso.

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� Além das camadas, as veias, principalmente de pequeno ou médio calibre, apresentam “Valvas", no seu interior. As valvas são dobras da camada íntima das veias, em forma de semilua, e fazem saliência para a luz do vaso. São formadas por tecido conjuntivo elástico e revestidas por endotélio nas suas duas faces. As valvas geralmente existem aos pares, formando válvulas que são encontradas freqüentemente nas veias dos membros superiores e inferiores. Essas estruturas, graças à contração dos músculos esqueléticos vizinhos, ajudam a impulsionar o sangue venoso em direção ao coração. A medida que diminui o calibre aumenta a adventícia; diminui a pressão, diminui a quantidade de material elástico e aumenta a quantidade de fibras musculares lisas. A adventícia da veia é maior que da artéria. CORAÇÃO

É um órgão muscular que se contrai ritmicamente, impulsionando o sangue no sistema circulatório. Suas paredes apresentam-se constituídas por 3 túnicas:

a) Túnica interna ou endocárdio; b) Túnica média ou miocárdio; c) Túnica externa ou pericárdio (epicárdio).

O coração tem uma porção central fibrosa que lhe serve de ponto de apoio - é o esqueleto fibroso do coração. Observam-se também as válvulas cardíacas e os sistemas gerador e condutor do estímulo cardíaco. a) ENDOCÁRDIO: É homóloga a camada íntima dos vasos, sendo, portanto,

constituído por endotélio apoiado sobre uma delgada camada subendotelial de natureza conjuntiva frouxa. Unindo o miocárdio à camada subendotelial encontramos um estrato subendocárdio de tecido conjuntivo, onde correm vasos, nervos, e ramos do aparelho condutor do coração.

b) MIOCÁRDIO: É constituído por fibras musculares cardíacas, dispostas em

camadas, que envolvem as cavidades cardíacas de um modo complexo e espiralado. Grande parte destas camadas se insere no esqueleto cardíaco.

No corte histológico: Fibras orientadas em várias direções. c) EPICÁRDIO: É a membrana serosa do coração, formando o revestimento visceral

do pericárdio. Apresenta-se coberto externamente por um epitélio plano simples (mesotélio), apoiado em delgada camada conjuntiva. Apresenta uma camada subepicárdica constituída por conjuntivo frouxo contendo vasos, nervos e gânglios nervosos. É nessa camada que se acumula o tecido adiposo que geralmente recobre certas regiões do coração.

• A parede dos atrios ou aurícolas é mais fina do que a dos ventrículos.

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ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO Sua função é limitar o diâmetro dos orifícios atrioventriculares e arteriais, é prover uma base sólida para os espaços cavitários do coração durante as diferentes fases do ciclo cardíaco. É constituído por tecido conjuntivo denso, seus principais componentes são: 1. Anéis fibrosos contornando as válvulas; 2. Trígono fibroso (tecido conjuntivo denso), contornando as válvulas; 3. Septo membranoso - reveste os músculos inter ventriculares; 4. Cordas tendinosas - prende as válvulas nos músculos papilares. • Músculos papilares - extensões do miocárdio que, através da cordoalha tendinosa,

estabilizam as cúspides das valvas mitral e tricúspide. O septo interventricular serve como parede entre os ventrículos direito e esquerdo. Contém músculo cardíaco, exceto a porção membranosa. Cada uma de suas superfícies é revestida por endocárdio. O septo interatrial é muito mais fino que o septo interventricular. Com exceção de certas áreas pequenas que contém tecido fibroso, ele apresenta uma camada central de músculo cardíaco com um revestimento de endocárdio voltado para cada câmara. As valvas do coração tem uma lâmina central de tecido fibroso e, em todas as superfícies expostas ao sangue, são recobertas por endotélio. Da borda livre das valvas atrioventriculares estendem-se cordões fibrosos chamados cordas tendinosas, que vão até as projeções musculares que saem da parede dos ventrículos chamados músculos papilares. SISTEMA DE GERAÇÃO E TRANSMISSÃO DA EXCITAÇÃO CARDÍACA: ( SISTEMA DE CONDUÇÃO DO CORAÇÃO) É formado: 1. Nodo sinoatrial

2. Nodo atrioventricular 3. Feixe atrioventricular 4. Plexo de purkinge

1. Nodo Sinoatrial� Localizado na parede do átrio direito da raiz da veia cava

superior, dá origem espontaneamente a impulsos rítmicos que se espalham em todas as direções através do músculo cardíaco dos átrios e que causam a contração da musculatura. O nodo sinoatrial é, às vezes, chamado de “marca passo” porque controla a taxa de contração de todo o coração.

A ação potencial que se origina nas fibras musculares cardíacas especializadas do nodo sinoatrial dissemina-se para as fibras musculares circunjacentes e alcança o nodo atrioventricular em cerca de 0,04 segundos. 2. Nodo Atrioventricular� Esta estrategicamente situada na porção inferior do septo

atrial, logo acima do esqueleto fibroso do coração que separa o miocárdio atrial do miocárdio ventricular. Ele pode ser comparado a um receptor de rádio que capta a onda de excitação à medida que ela passa pelo miocárdio atrial.

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A velocidade de condução do impulso cardíaco através do nodo atrioventricular (cerca de 0,11 segundos), é tal que permite haver tempo suficiente para que os átrios esvaziem seu sangue no interior dos ventrículos antes que estes comecem a se contrair. Do nodo atrioventricular, o impulso cardíaco é conduzido aos ventrículos pelo feixe atrioventricular. Estrutura dos Nodos: São formados por músculos cardíacos com espessura reduzida e miofibrilas separadas uma das outras. 3. Feixe Atrioventricular� ou feixe de hiss; é o único caminho do músculo cardíaco

que comunica o miocárdio dos átrios ao miocárdio dos ventrículos, sendo assim, a única rota ao longo da qual o impulso cardíaco pode passar dos átrios para os ventrículos. As fibras musculares cardíacas especializadas, que são de condução rápida e que compõem o feixe atrioventricular, são comumente chamadas de fibras de purkinje.

O feixe atrioventricular divide-se em ramos terminais direito e esquerdo que se dispõe a cada lado do septo ventricular e se estendem em direção ao ápice do coração. 4. Plexo de Purkinje � Os ramos terminais direito e esquerdo do feixe

atrioventricular são contínuos com os pequenos ramos que se espalham em torno de cada câmara ventricular e de volta, em direção à base do coração.

Estes finos ramos terminais são chamados de plexo de purkinje. O impulso cardíaco vai desde o início do feixe atrioventricular até os ramos terminais do plexo de purkinje, em cerca de 0,03 segundos. Esta rápida disseminação do impulso cardíaco faz com que todo o miocárdio dos ventrículos seja estimulado a contrair-se quase exatamente ao mesmo tempo. O sistema de condução do coração é responsável não apenas por gerar impulsos cardíacos rítmicos, mas também por conduzir estes impulsos através de todo o miocárdio. VÁLVULAS DO CORAÇÃO • Tricúspide - Protege o orifício atrioventricular direito ( três cúspides). • Mitral - Protege o orifício atrioventricular esquerdo ( duas cúspides). • Pulmonar - Protege o orifício pulmonar ( três cúspides semilunares) • Aórtica - Protege o orifício aórtico ( = pulmonar) Evita o refluxo do sangue da aorta para o ventrículo esquerdo.

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SISTEMA LINFÁTICO O Sistema Linfático consiste em vasos linfáticos e tecidos linfáticos. Os vasos linfáticos são tubos que auxiliam o sistema cardiovascular na remoção do líquido tecidual dos espaços intersticiais do corpo; os vasos então retornam o líquido ao sangue. O Sistema Linfático é essencialmente um sistema de drenagem e não há nenhuma circulação. Os vasos linfáticos são encontrados na maioria dos tecidos e órgãos do corpo, mas estão ausentes no sistema nervoso central, no globo ocular, no ouvido interno, na epiderme, na cartilagem e no osso. Os menores vasos linfáticos, os capilares linfáticos, iniciam-se como tubos de terminação cega. Eles diferem dos capilares sangüíneos por absorverem proteínas e grandes partículas dos espaços tissulares, enquanto o líquido absorvido pelos capilares sangüíneos é uma solução aquosa de sais inorgânicos e açúcar. Linfa: é o nome dado ao líquido tissular após ter entrado em um vaso linfático. O tecido linfático não é um dos tecido primários do corpo, mas é um tipo de tecido conjuntivo que contém grande número de linfócitos. O tecido linfático encontra-se organizado nos seguintes órgãos ou estruturas: Timo, Linfonodos, Baço e Nódulos Linfáticos. Este tecido é essencial para as defesas imunológicas do corpo contra bactérias e vírus. VASOS LINFÁTICOS ESTRUTURA: Os vasos linfáticos podem ser divididos em capilares linfáticos, vasos linfáticos de médio calibre e ductos linfáticos. . CAPILARES LINFÁTICOS� São tubos pequenos, de paredes delgadas, revestidos por endotélio, circundados por uma delgada camada de tecido conjuntivo. Eles variam de formato e tamanho e anastomosam-se livremente para formar redes. Diferentemente dos capilares sangüíneos, os capilares linfáticos não apresentam lâmina basal contínua, o que lhe confere maior permeabilidade. . VASOS LINFÁTICOS DE MÉDIO CALIBRE � Por fora das células endoteliais há uma camada de tecido conjuntivo e fibras musculares lisas ocasionais. Estes vasos juntam-se para formar vasos sucessivamente maiores com paredes até mais espessas. A quantidade de tecido conjuntivo aumenta, e as fibras musculares lisas formam uma camada distinta. Surgem as Valvas bicúspides simples, que consistem em duas camadas de células endoteliais sustentadas por uma porção central de conjuntivo. As valvas nos linfáticos são mais numerosas do que nas veias. . DUCTOS LINFÁTICOS � Os vasos linfáticos de médio calibre unem-se sucessivamente, uns aos outros, para formar vasos mais largos. Estes convergem e unem-se para formar dois ductos, o ducto torácico e o ducto linfático direito. Estes

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ductos possuem tres camadas reconhecíveis porém indistintas: a túnica íntima, a túnica média e a túnica adventícia. As paredes destes ductos grandes, assim, assemelham-se às das veias, embora sejam mais delgadas. FORMAÇÃO DA LINFA A Linfa é o líquido tissular após sua entrada em um vaso linfático. Em torno de 10% do líquido tissular, abandonam os espaços intercelulares através dos capilares linfáticos. As substâncias de alto peso molecular no líquido tissular deixam os espaços tissulares através dos vasos linfáticos. Os capilares linfáticos estão constantemente

eliminando o líquido tissular que entra em sua luz e transforma-se em linfa. A passagem de substâncias de alto peso molecular, como proteínas, para um capilar linfático, é facilmente realizada devido aos espaços existentes entre as células endoteliais e a ausência de uma lâmina basal contínua.

Figura 1 - Líquido Tissular, esquema de pressões retirado do Junqueira,L.C.;Junqueira,J.Histologia Básica.

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UNIDADE XII - SISTEMA RESPIRATÓRIO GENERALIDADES: O sistema respiratório é composto de distintos órgãos que cumprem as funções de condução do ar e da respiração ( intercâmbio de gases ). A função principal do sistema respiratório é a Respiração externa, ou seja, a absorção de oxigênio do ar inspirado, o abastecimento do mesmo ao sangue e a eliminação de gás carbônico do organismo. O intercâmbio gasoso se realiza pelos pulmões, por meio se seus alvéolos ou ácinos. A Respiração interna tecidual ocorre na forma de oxidação nas células dos órgãos com a participação do sangue. Outras funções do sistema respiratório: - Intercâmbio de gases; - Termorregulação e umedecimento do ar inspirado; - Descontaminação de poeira e microorganismos; - Deposição de sangue no sistema vascular bem desenvolvido; - Participação na manutenção da coagulação sangüínea através da produção da tromboplastina e sua antagonista, a heparina; - Formação da voz e do olfato; - Atuam também na defesa imunológica. OBS: A TROCA DE GASES ENTRE OS CAPILARES SANGÜÍNEOS E OS ALVÉOLOS PULMONARES É DENOMINADA DE HEMATOSE. APARELHO RESPIRATÓRIO Compreende os pulmões e um sistema de tubos que comunicam o parênquima pulmonar com o meio exterior. Distingue-se neste aparelho: � porção condutora; � porção transitória; � porção respiratória. 1. Porção Condutora - divide-se em: 1.1. Cavidade nasal: a) Vestíbulo

b) Cavidade nasal propriamente dita (área respiratória) c) Porção sensorial ( área olfativa ) d) Seios paranasais e) Naso faringe.

1.2. Laringe 1.3. Traquéia 1.4. Árvore Brônquica

1.4.1. Brônquios - primários: direito e esquerdo; - secundários: lobares

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- Terciários: segmentados; 1.4.2.Bronquíolos

2. Porção Transitória 2.1. Bronquíolos terminais; 2.2. Bronquíolos respiratórios. 3. Porção Respiratória 3.1. Ductos alveolares 3.2. Sacos Alveolares e alvéolos DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA DO APARELHO RESPIRATÓRIO 1. Porção Condutora: 1.1. Cavidade Nasal ou fossas nasais: Dividem-se em: a) Vestíbulo � É a porção mais anterior e dilatada das fossas nasais, sua mucosa é

formada por epitélio plano estratificado não cornificado e uma lâmina própria de tecido conjuntivo denso. Os pêlos e as glândulas cutâneas aí presentes constituem uma barreira à entrada nas vias aéreas de partículas grosseiras de pó.

b) Área Respiratória � Compreende a maior parte das fossas nasais. A mucosa dessa

região é constituída por um epitélio pseudo estratificado colunar ciliado, com numerosas células caliciformes. Esse epitélio reveste a maior parte das vias aéreas, sendo freqüentemente chamado de epitélio do tipo respiratório.

O epitélio respiratório repousa sobre uma lâmina basal à qual se segue uma lâmina própria fibrosa que contém glândulas do tipo misto, cuja secreção ajuda a manter úmidas as paredes nasais. A lâmina própria se apóia no periósteo subjacentes. Nas áreas mais expostas ao ar, o epitélio se apresenta mais alto e com maior número de células caliciformes. O muco produzido tanto pelas glândulas como pelas células caliciformes é deslocado ao longo da superfície epitelial em direção a faringe, pelo batimento ciliar sincronizado. A superfície da parede lateral de cada cavidade nasal apresenta-se irregular, devido a existência de três expansões ósseas chamadas conchas ou cornetos. Ao nível dos cornetos inferior e médio a lâmina própria contém um abundante plexo venoso, com lacunas que em determinadas condições ( resfriados e alergias ), podem se tornar túrgidas, dificultando a livre circulação de ar. Ao passar pelas fossas nasais o ar é aquescido (plexo venoso-cornetos), filtrado (vestíbulo- pêlos), e umedecido (glândulas e células caliciformes). c) Área Olfatória � É uma região situada na parte superior das fossas nasais, sendo

responsável pela sensibilidade olfativa. O epitélio desta região é pseudo estratificado colunar, formado por três tipos celulares:

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. Células de Sustentação: São prismáticas, largas no seu ápice e mais estreitas na sua base, apresentam na sua superfície microvilos, que se projetam para dentro da camada de muco que cobre o epitélio. Essas células tem um pigmento acastanhado que é responsável pela cor marron da mucosa alfatória. . Células Basais: São pequenas arredondadas ou cônicas e formam uma camada única na região basal do epitélio entre as células olfatórias e as de sustentação. . Células Olfatórias: São neurônios bipolares que se distribuem entre as células de sustentação. Na lâmina própria dessa mucosa além de abundantes vasos e nervos, observam-se glândulas ramificadas do tipo tubuloalveolar com células do tipo seromucosas (mistas). Essas glândulas enviam ductos que desembocam na superfície epitelial e admiti-se que seu produto de secreção promova uma contínua corrente líquida, que lavaria permanentemente a porção apical das células olfatórias. Seriam removidos desta maneira restos dos compostos que estimulam a olfação, mantendo os receptores prontos para novos estímulos. d) Seios Paranasais� São cavidades ósseas revestidas por epitélio tipo respiratório,

que se apresenta baixo e com poucas células caliciformes. A lâmina própria contém poucas e pequenas glândulas, continuando com o periósteo adjacente. O muco produzido nessas cavidades é drenado para as fossas nasais.

e) Nasofaringe � É a primeira porção da faringe continuando caudalmente com a

porção oral desse órgão ( orofaringe ). É revestida por epitélio tipo respiratório que é substituído por epitélio plano estratificado na região em que a faringe entra em contato com o palato mole.

1.2. Laringe É um tubo de forma irregular que une a faringe à traquéia. Suas paredes contêm uma série de peças cartilaginosas irregulares, unidas entre si por tecido conjuntivo fibroelástico que mantém a laringe sempre aberta. As peças maiores como a cartilagem cricóide, tiroidéia e grande parte da artenóide são do tipo hialino, as peças menores são do tipo elástico. A mucosa forma dois pares de pregas que fazem saliência na luz da laringe. O primeiro par superior constitui as chamadas falsas cordas vocais ( pregas vestibulares), a lâmina própria dessa região é frouxa e contém numerosas glândulas. O segundo par inferior constitui as cordas vocais verdadeiras. Essas pregas vocais apresentam um eixo de tecido conjuntivo elástico ao qual seguem, externamente, os chamados músculos intrínsecos da laringe.

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Quando o ar passa através da laringe, esses músculos podem-se contrair, modificando a abertura das cordas vocais e condicionando a produção de sons com diferentes tonalidades. O revestimento epitelial não é uniforme ao longo de toda a laringe. Na face ventral, parte da face dorsal da epiglote, bem como nas cordas vocais, o epitélio está sujeito a atritos e desgaste, sendo portanto, do tipo plano estratificado não cornificado. Nas demais regiões é do tipo respiratório, com cílios que batem em direção a faringe. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e contém pequenas glândulas do tipo misto. Essas glândulas não são encontradas nas cordas vocais verdadeiras. Não existe uma submucosa bem definida. 1.3.Traquéia Continua com a laringe e termina ramificando-se nos brônquios extrapulmonares. É um tubo revestido internamente por epitélio do tipo respiratório. As células ciliadas são as mais numerosas, calcula-se que cada uma dessas células contenha em média 270 cílios; além destes, a superfície livre das células apresentam microvilos pouco desenvolvidos. No epitélio da traquéia também encontramos células caliciformes e células basais. A lâmina própria é de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas. Contém glândulas principalmente do tipo mucoso, cujos ductos se abrem na luz traqueal. A mucosa traqueal, portanto é secretora, a secreção tanto das glândulas como das células caliciformes, forma um tubo mucoso contínuo, que é levado em direção à faringe pelo batimento ciliar, constituindo uma barreira às partículas de pó, que entram junto com o ar inspirado. Além da barreira mucosa, as vias aéreas apresentam um outro sistema de defesa contra o meio externo, representado pela barreira linfocítica de função imunitária, que compreende tanto linfócitos como acúmulos linfocitários ricos em plasmócitos (nódulos e gânglios), distribuídos ao longo da porção condutora do aparelho respiratório. A traquéia apresenta como característica um número variável (16 à 20 ), de peças cartilaginosas do tipo hialino, em forma de “C” cujas extremidades livres estão voltadas para a região dorsal. São revestidas por pericôndrio, que continua com um tecido conjuntivo fibroso, unindo as cartilagens entre sí, com a idade as cartilagens podem tornar-se fibrosas ou mesmo sofrer calcificação. A região dorsal voltada para o esôfago, que não é ocupada por cartilagens; apresenta feixes musculares lisos, que também podem ser encontrados entre os anéis cartilaginosos. A traquéia é revestida externamente por um tecido conjuntivo frouxo, constituindo a camada adventícia, que liga o órgão aos tecidos vizinhos. 1.4. Árvore Brônquica A traquéia ramifica-se originando dois brônquios, que após curto trajeto, entram nos pulmões através do hilo. Estes brônquios são chamados primários. Pelo hilo entram artérias e saem veias e vasos linfáticos. Todas essas estruturas são

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revestidas por tecido conjuntivo denso, sendo o conjunto conhecido por Raiz do Pulmão. Os brônquios primários, ao penetrarem nos pulmões, dirigem-se para baixo e para fora, dando origem a três brônquios no pulmão direito e dois no pulmão esquerdo. Cada brônquio supre um lobo pulmonar. Esses brônquios freqüentemente chamados Lobares, dividem-se repetidas vezes originando-se brônquios cada vez menores, sendo os últimos ramos chamados de bronquíolos. Cada bronquíolo penetra num lóbulo pulmonar onde ramifica-se, formando 5 à 7 bronquíolos terminais. Os lóbulos tem forma piramidal, com ápice voltado para o hilo e a base dirigida para a superfície pulmonar. Sua delimitação é dada por delgados septos conjuntivos de fácil visualização no feto. No adulto esses septos são incompletos sendo os lóbulos, então, mal delimitados. O bronquíolo terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais marcam o início da porção respiratória, esta compreende também os ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos. Os brônquios primários, na sua porção extrapulmonar possuem a mesma estrutura histológica observada na traquéia. À medida que caminhamos para a porção respiratória, observamos uma simplificação das estruturas formadoras desses sistemas de conductos, bem como uma diminuição da altura do epitélio. Deve-se salientar, entretanto, que essa simplificação é lenta e gradual, não havendo transição brusca por exemplo, entre brônquios e bronquíolos. 1.4.1. BRÔNQUIOS Nos ramos maiores, a mucosa é idêntica a encontrada na traquéia, enquanto que nos ramos menores o epitélio pode ser cilíndrico simples ciliado. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e seguindo-se a mucosa ocorre uma camada muscular lisa, formada por dois feixes musculares dispostos em espiral que circundam completamente o brônquio. Em corte histológico essa camada muscular pode apresentar-se descontínua. Externamente a essa camada muscular, existem glândulas do tipo mucoso ou misto, cujos ductos se abrem na luz brônquica. As peças cartilaginosas são envolvidas por tecido conjuntivo rico em fibras elásticas. Essa capa conjuntiva, freqüentemente denominada camada adventícia, continua com as fibras conjuntivas do tecido pulmonar vizinho. Tanto na adventícia como na mucosa são freqüentes os acúmulos de linfócitos, que aumentam em número com a idade. Particularmente nos pontos de ramificação da árvore brônquica é comum encontrarmos nódulos linfáticos. 1.4.2.BRONQUÍOLOS São segmentos intralobulares tendo diâmetro de 1mm ou menos, não apresentam cartilagem, glândulas ou nódulos linfáticos. O epitélio nas porções iniciais é cilindrico simples ciliado, passando a cúbico simples ciliado ou não, na porção final. As células caliciformes diminuem em número, podendo mesmo faltar. A lâmina própria é delgada e constituída principalmente de fibras elásticas. Segue-se à mucosa uma camada muscular lisa cujas as células se entrelaçam com as fibras elásticas, estas se estendem para fora, continuando com a estrutura esponjosa do parênquima pulmonar.

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Quando se compara a espessura das paredes dos brônquios com a dos bronquíolos, nota-se que a musculatura bronquialar é relativamente mais desenvolvida que a brônquica. Dessa maneira os espasmos asmáticos são causados principalmente pela contração da musculatura bronquiolar. A musculatura dos brônquios e dos bronquíolos está sob controle do nervo vago e do sistema simpático. A estimulação vagal diminui o diâmentro desses segmentos, enquanto que a estimulação do simpático produz efeito contrário. Isso explica porque a adrenalina e outras drogas simpático miméticas são freqüentemente empregadas nos acessos de asma para relaxar essa musculatura lisa. 2. Porção Transitória 2.1.BRONQUÍOLOS TERMINAIS Denominam-se bronquíolos terminais as últimas porções da árvore brônquica que não apresentam estruturas respiratórias na sua constituição. Tem estrutura semelhante a dos bronquíolos, tendo porém, parede mais delgada revestida internamente por epitélio colunar baixo ou cúbico, com células ciliadas e não ciliadas.

Nessa altura termina a porção condutora e inicia a porção de transição.

2.2. BRONQUÍOLOS RESPIRATÓRIOS É um tubo curto, revestido por epitélio simples que varia de colunar baixo a cubóide, podendo ainda apresentar cílios na porção inicial. O músculo liso e as fibras elásticas estão bem desenvolvidas, embora formem uma camada mais delgada do que a presente no bronquíolo terminal. Os bronquíolos respiratórios mostram pequenas bolsas de ar que saem de suas paredes – onde e ocorre troca gasosa. 3. Porção Respiratória 3.1. Ductos Alveolares� Iniciam a porção respiratória. São condutos longos e

tortuosos, formado por ramificações dos bronquíolos respiratórios, que por sua vez, podem também ramificar-se.

O revestimento epitelial é cúbico simples, com células muito baixas, às vezes de difícil visualização na microscopia óptica. Os feixes musculares se dispõem circundando a abertura de um alvéolo, mas não se estendem pelas paredes deste. As fibras colágenas e elásticas, continuam com a parede alveolar, constituindo o único sistema de sustentação presente. Os ductos alveolares, são os últimos segmentos a apresentarem células musculares lisas. Segundo SNELL, os brônquios respiratórios terminam em ductos alveolares, passagens tubulares com numerosas bolsas de paredes delgadas chamadas sacos alveolares. A parede do ducto alveolar é revestido por epitélio cubóide sustentado por tecido conjuntivo que contém fibras elásticas e algumas fibras musculares lisas.

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3.2. Saco Alveolar e Alvéolos � O ducto alveolar termina em um alvéolo simples, ou sacos alveolares que contém dois ou mais alvéolos.

Os alvéolos são pequenas invaginações em forma de saco, encontradas nos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios. Constituem as últimas porções da árvore brônquica, sendo responsáveis pela estrutura esponjosa do parênquima pulmonar. As paredes dos alvéolos ( septos interalveolares), são compostas de células achatadas muito delgadas sustentadas por delicado tecido conjuntivo contendo fibras elásticas. Cada alvéolo é circundado por uma rica rede de capilares sangüíneos. A parede do alvéolo é revestida por células planas ( epitélio plano simples), chamadas Pneumócitos tipo I; mas há, ocasionalmente uma célula cubóide chamada de Pneumócito tipo II - responsável pela secreção do surfactante para a luz. O surfactante reduz a tensão superficial sobre as células de revestimento e permite que as paredes alveolares separem-se entre sí à medida que o ar entra durante a inspiração, de outra forma o surfactante é uma fina película de material lipoprotéico que regula a tensão superficial durante a respiração, impedindo o colapso dos alvéolos. O surfactante surge nos pulmões por volta da 30ª semana de vida intra-uterina (humanos). Outro tipo de células observadas nos alvéolos é o FAGÓCITO ALVEOLAR, são células derivadas dos monócitos do sangue. Elas migram através da parede capilar para entrarem nos espaços teciduais, e então, passam através do revestimento epitelial do alvéolo para ficarem livres em sua luz. Estas células funcionam como fagócitos e removem restos, tais como partículas de carbono, da luz do alvéolo. Tais partículas migram pela árvore brônquica e são finalmente engolidas com o muco. MEMBRANA RESPIRATÓRIA O ar da luz do alvéolo está separada da luz do capilar ( sangue ), pelas seguintes estruturas:

1. Líquido contendo surfactante produzido pelo Pneumócito tipo II 2. Epitélio plano alveolar - Pneumócito tipo I 3. Membrana basal do epitélio 4. Um mínimo espaço tecidual 5. Membrana basal do capilar sangüíneo que se fusiona à membrana basal

epitelial em vários locais; 6. Endotélio do capilar.

A combinação destas camadas é conhecida como membrana respiratória e possui cerca de 0,5 µm de espessura. É a nível de membrana respiratória que ocorre a troca gasosa entre o ar na luz alveolar e o sangue no interior do capilar.

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PORO ALVEOLAR O septo interalveolar pode conter 1 ou mais poros de 10 a 15µm de diâmetro, comunicando 2 alvéolos vizinhos. São de ocorrência normal e não se conhece exatamente seu significado funcional, poderiam constituir um sistema para igualar a pressão nos alvéolos, ou também realizar uma circulação colateral de ar, quando houver obstrução de um bronquíolo. 4. CIRCULAÇÃO 4.1 Circulação sangüínea A circulação sangüínea no pulmão compreende vasos nutridores e vasos funcionais. A Circulação Funcional � Está representada pelas artérias e veias pulmonares. A artéria pulmonar é do tipo elástico e contêm sangue venoso a ser oxigenado nos alvéolos pulmonares. Dentro do pulmão esta artéria se ramifica acompanhando a árvore brônquica, os ramos arteriais são envolvidos pela adventícia dos brônquios e bronquíolos. Na altura do ducto alveolar eles se resolvem numa rede capilar cujos os ramos entram em íntimo contato com o epitélio alveolar. O pulmão apresenta a rede capilar mais desenvolvida de todo o organismo, suas malhas são extremamente pequenas, podendo mesmo apresentar um diâmetro menor que o dos capilares. Esta rede capilar se forma onde houver alvéolos, ou seja, ela é encontrada também nos alvéolos dos brônquios respiratórios. Da rede capilar origimam-se as vênulas que correm pelos septos interlobulares. Após saírem dos lóbulos, as veias acompanham a árvore brônquica, dirigindo-se ao hilo. A Circulação Nutridora � Está compreendida pelas artérias e as veias brônquicas, que são menores do que as artérias e veias pulmonares. Os ramos da artéria brônquica também acompanham a árvore brônquica, mas vão apenas até os bronquíolos respiratórios. 4.2. Circulação Linfática Os vasos linfáticos distribuem-se acompanhando os brônquios e os vasos pulmonares; são encontrados também nos septos interlobulares, dirigindo-se todos eles para os linfonodos da região do hilo. Essa rede linfática é chamada de REDE PROFUNDA, para ser distinguida da REDE SUPERFICIAL, que compreende os linfáticos presentes na pleura visceral. Os linfáticos dessa última região também se dirigem para o hilo; os vasos, no seu trajeto, acompanham a pleura em toda a sua extensão, ou podem penetrar no parênquima pulmonar através dos septos interlobulares. Nas porções terminais da árvore brônquica, não existem vasos linfáticos.

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5. PLEURA É a serosa que envolve o pulmão, sendo formada por dois folhetos, o parietal e o visceral. Ambos são formados por mesotélio e uma fina camada de tecido conjuntivo, que contém fibras colágenas e elásticas. As fibras elásticas do folheto visceral continuam com as do parênquima pulmonar. Em condições normais, essa cavidade pleural é virtual, contendo apenas uma película de líquido que age como lubrificante permitindo o deslizamento suave dos dois folhetos durante os movimentos respiratórios, impedindo o atrito do mesotélio visceral e parietal. A pleura, como outras serosas, é uma estrutura de elevada permeabilidade, o que explica a freqüência de acúmulo de líquido no seu interior, devido a transudação de plasma através dos capilares provocada por processos inflamatórios. Inversamente, em determinadas condições, líquidos ou gases presentes na pleura são rapidamente reabsorvidos. 6. MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS Na inspiração, a contração dos músculos intercostais e do diafragma, respectivamente, levanta as costelas e baixa o assoalho do cavidade torácica, o que aumenta o diâmetro desta, havendo então a expansão pulmonar. Os brônquios e os bronquíolos aumentam em diâmetro e comprimento durante a inspiração. A porção respiratória também se expande mas principalmente por conta dos ductos alveolares, pois os alvéolos mudam muito pouco de volume. As fibras elásticas do parênquima pulmonar participam dessa expansão, de modo que, na expiração, quando os músculos relaxam, a retração dos pulmões é passiva, sendo em grande parte devido as fibras elásticas que estavam sob tensão. 7. TROCA GASOSA NOS TECIDOS - RESPIRAÇÃO INTERNA Quando o sangue alcança os capilares nos tecidos, ocorre uma troca de gases respiratórios ( oxigênio e dióxido de carbono ), entre o sangue e o tecido, ou seja, o líquido tecidual devido aos gradientes de pressão dos gases respiratórios. O sangue arterial que entra nos capilares teciduais contém oxigênio a uma pressão relativamente alta ( 100 mmHg ), e dióxido de carbono a uma pressão um tanto baixa ( 40 mmHg ). O sangue nos capilares é separado do líquido tecidual pelo revestimento endotelial e pela membrana basal. O líquido tecidual contém oxigênio a uma pressão relativamente baixa ( 37mmHg ), e dióxido de carbono a uma pressão relativamente alta ( 46mmHg ). Devido a esses gradientes de pressão existentes, o equilíbrio gasoso é rapidamente estabelecido pela difusão do oxigênio do sangue para o líquido tecidual e pela difusão do dióxido de carbono do líquido tecidual para o sangue. Assim o sangue que abandona a extremidade venosa do capilar contém oxigênio a uma pressão mais baixa ( 37mmHg ), e

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dióxido de carbono a uma pressão mais alta ( 46mmHg ), do que o sangue que entra nos capilares teciduais na extremidade arterial. O oxigênio no líquido tecidual encontra-se a uma pressão mais elevada do que o oxigênio no interior das células. Por isso o oxigênio rapidamente de difunde para as células, onde reage com vários materiais alimentares para formar grande quantidade de dióxido de carbono. Esta formação faz com que a pressão do dióxido de carbono intracelular se eleve acima da pressão no líquido tecidual. Devido a diferença de pressão, o dióxido de carbono logo se difunde através da membrana plasmática da célula para o líquido tecidual. Desenhe o esquema abaixo: 8. TROCA GASOSA NO INTERIOR DOS PULMÕES - RESPIRAÇÃO EXTERNA Quando o ar fresco entra na luz alveolar, uma troca de gases respiratórios ( O2 - CO2 ), ocorre entre o ar alveolar e o sangue, devido a gradientes de pressão dos gases respiratórios. O sangue pulmonar que entra nos pulmões contém oxigênio a uma pressão relativamente baixa ( 37mmHg ), e dióxido de carbono a uma pressão relativamente alta ( 46mmHg ); este é na realidade o sangue venoso misturado de todas as partes do corpo. O sangue pulmonar, então atravessa os capilares que cobrem os alvéolos. Aqui o sangue é separado do ar na luz alveolar apenas pela membrana respiratória. Ao final da inspiração, o ar alveolar contém oxigênio a uma pressão relativamente alta ( 100 mmHg ), e dióxido de carbono a uma pressão relativamente baixa ( 40 mmHg ). Devido aos gradientes de pressão existentes, o equilíbrio gasoso é rapidamente estabelecido pela difusão do oxigênio no sangue e pela difusão do dióxido de carbono do sangue para a luz alveolar. Assim o sangue que abandona os pulmões pelas vias pulmonares contém oxigênio a uma pressão relativamente mais elevada ( 100 mmHg ) e dióxido de carbono a uma pressão mais baixa ( 40 mmHg ), do que o sangue que entra nos pulmões. Desenhe o esquema abaixo:

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9. TRANSPORTE GASOSO PELO SANGUE 9.1. TRANSPORTE DE OXIGÊNIO Cerca de 97% do oxigênio transportado dos pulmões para os tecidos são carreados em combinação química com a hemoglobina nas hemácias; os 3% restantes são dissolvidos no plasma. A combinação do oxigênio com a hemoglobina forma a oxi-hemoglobina, esta combinação química é fraca e facilmente reversível. Quando o sangue nos capilares pulmonares é exposto a uma pressão de oxigênio relativamente alta no ar alveolar, o oxigênio liga-se à hemoglobina, mas quando o sangue nos capilares dos tecidos do corpo é em geral, exposto ao líquido tecidual, que apresenta pressões relativamente baixas de oxigênio, o oxigênio é rapidamente liberado da hemoglobina. Desenhe o esquema abaixo: 9.2. TRANSPORTE DE DIÓXIDO DE CARBONO O dióxido de carbono (CO2) é transportado dos tecidos para os pulmões de várias maneiras: como bicarbonato, em solução física, e em combinação com a hemoglobina e proteínas plasmáticas. A maior parte do CO2 ( 70%), é transportado sob a forma de íons de bicarbonato. Ao difundir-se no líquido tecidual para a água do plasma sangüíneo, o CO2 entra nas hemácias e rapidamente combina-se com a H2O, para formar ácido carbônico (H2CO3). Esta reação é catalizada pela enzima anidrase carbônica no interior da hemácia. O H2CO3, então se dissocia rapidamente em íons de hidrogênio e bicarbonato ( H e HCO3 ). Os íons H rapidamente combinam-se com a hemoglobina, que efetivamente remove os íons de H do líquido no interior das hemácias ( isto é, age como um tampão químico). O excesso de íons bicarbonato no interior das hemácias difundem-se agora no plasma. Para manter a neutralidade elétrica no interior das hemácias, os íons cloretos (Cl ), rapidamente se difunde do plasma para as células vermelhas do sangue, um fenômeno chamado de transporte dos cloretos. Desenhe o esquema abaixo:

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SISTEMA DIGESTIVO 1. Generalidades: O sistema digestivo é formado pelo tubo digestivo e glândulas anexas, cuja função é retirar dos alimentos ingeridos os metabólicos para o desenvolvimento e a manutenção do organismo, e para que isto ocorra, o alimento deve ser degradado e transformado em pequenos metabólicos de fácil absorção, através do epitélio do intestino delgado. Portanto, o tubo digestivo tem a função de transformar alimentos em metabólicos e absorvê-los, mantendo ao mesmo tempo, uma barreira entre o meio externo e o meio interno. O primeiro passo deste complexo processo de transformação ocorre na cavidade oral, onde o alimento é triturado pelos dentes na mastigação e umedecido pela saliva. Nessa região se inicia a digestão do alimento, processo que continua no estômago e termina no intestino delgado. Nos intestinos o alimento é transformado em seus componentes básicos, tais como, aminoácidos, monossacarídeos, glicerídeos, no qual são absorvidos. Já no intestino grosso há absorção de água, e consequentemente as fezes tornam-se semi-sólidas. Segundo Snell, os produtos da digestão passam então, do lúmem intestinal para a corrente sangüínea e linfática, onde são distribuídos e utilizados pelas células do organismo. 2. Organização . Cavidade Oral: - Lábios . Glândulas Anexas - Língua - Salivares: Parótidas - Dentes Sublingual . Faringe Submandibular . Esôfago - Pâncreas . Estômago - Fígado . Intestino Delgado - Vesícula Biliar . Intestino Grosso . Ânus A. Cavidade Oral A.1. Boca: - Túnica Mucosa: Lâmina Epitelial:Epitélio plano estratificado queratinizado ou não; Lâmina própria: Glândulas serosas e mistas e mucosas e mistas. - O teto da boca é formado pelos palatos duro e mole. -Palato Duro: A membrana mucosa repousa diretamente sobre o tecido ósseo. -Palato Mole: Tem a parte central formada por músculo estriado esquelético, e apresenta muitas glândulas mucosas em sua submucosa. A.2. Lábio: Observa-se a transição para epitélio queratinizado. A.3. Língua:

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É formado por uma massa de tecido muscular estriado, distribuídos longitudinalmente, transversalmente, e lateralmente, envolvidos por tecido conjuntivo fibrilar. Túnica Mucosa: - L. Epitelial: epi. plano estratificado queratinizado em alguns pontos. - L. própria: Glândulas mistas. Na região dorsal da língua apresenta-se com sua superfície irregular devido a presença de papilas linguais. Na região ventral a mucosa é lisa e regular. A região posterior da face dorsal da língua é separada da anterior por uma linha em forma de V, atrás desta linha, a superfície da língua apresenta um número discreto de eminências, formadas principalmente por nódulos linfáticos e amígdalas linguais. Papilas Linguais - São elevações do epitélio oral e da lâmina própria, que assumem formas e funções diferentes. - Papilas Filiformes: . Cônicas e alongadas . São mais frequentes; . Cobrem toda a superfície superior da língua . Não contém corpúsculos gustativos. OBS: Nos animais, apreensão de alimentos líquidos. - Papilas Fungiformes: . Possui uma base estreita e uma parte apical mais dilatada; . Assume forma de cogumelo; . São pouco frequentes; . Estão entremeadas com as papilas filiformes; . Frequentemente apresentam corpúsculos gustativos; . Encontradas nos lados e ponta da língua; - Papila Circunvaladas ( Valadas): . Possuem forma achatada; . São circunvaladas por um sulco; . Encontram-se no V lingual, em nº de 7 a 12; ` . Apresentam na sua parede lateral grande nº de corpúsculos gustativos. A.4. Dente A primeira dentição é chamada decídua, e a segunda dentição e chamada permanente. Os dentes estão dispostos em 2 curvas, chamadas arcadas dentárias, articuladas nos ossos maxilares e mandibulares. Humano - Há 10 dentes decíduos em cada maxilar. 1 incisivo central- 1 incisivo lateral- 1 canino- 2 molares - em cada hemiarco. Estes dentes são substituídos durante um período de alguns anos - média 6 - 7 anos, por 16 dentes permanentes:

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-1 inc.central- 1 inc. lateral- 1 canino- 2 pré-molares- 3 molares.- em cada hemiarco. * O dente pré-molar e o molar tem mais de 1 raíz. Cada dente é formado por uma porção que se projeta além da gengiva - Coroa, e uma ou mais raíz para dentro do alvéolo do osso. . Alvéolos: Cavidades ósseas onde os dentes estão inseridos; . Colo: Ponto de transição entre a coroa e a raíz. . Cavidade Pulpar: Cavidade central do dente, cuja a forma acompanha a do próprio dente. . Foramem apical: orifício, dnetro das raízes pelo qual passam vasos e nervos. . Ligamento ou Membrana Periodontal: Estrutura fibrosa em volta da raíz, que fixa a raíz ao seu alvéolo. A. Esmalte: É uma estrutura mais rica em cálcio do corpo humano, e também a mais dura. Contém 97% de sais de cálcio e 3% de matério orgânica. B. Dentina: Tecido calcificado semelhante ao osso, porém mais duro por conter maior concentração de sais de cálcio. A matriz orgânica da dentina é sintetizada por células semelhantes aos osteoblastos, chamadas de odontoblastos. A dentina é sensível a estímulos diversos como: calor, frio, ácido e traumatismos. C. Polpa: Esta porção ocupa a cavidade pulpar. As células predominantes são os fibroblastos, que estão dispersos na substância fundamental amorfa. É um tecido ricamente inervado e vascularizado. D. Gengiva: Formada por uma lâmina própria de tecido conjuntivo denso, firmemente aderida ao perósteo. Apresenta epitélio plano estratificado queratinizado em alguns pontos. Periodonto ou Paradente: São estruturas responsáveis pela fixação dos dentes nos ossos maxilares e mandubular. Correspondem ao Cemento, Ligamento Peiodontal e Osso alveolar. . Cemento: Este tecido cobre a dentina da raíz e tem estrutura semelhante à do osso. O cemento é mais espesso na região apical da raíz e apresenta, neste ponto, células com aspecto de osteócitos: são os cementócitos. .Ligamento Periodontal: É formado por tecido conjuntivo densa. Une o cemento dentário ao osso alveolar. . Lâmina Dura ou osso alveolar: É a porção do osso que está em contato imediato com o ligamento periodontal. Tipos de dentes quanto a diferença em sua taxa de crescimento, segundo DELLMAN: - Braquidontes: São curtos e deixam de crescer após o término do irrompimento. Incluem todos os dentes dos carnívoros, homem, incisivos dos ruminantes e suínos ( com exceção de seus caninos).

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- Hipsodontes: São mais longos que os braquidontes e continuam seu crescimento por toda uma parte da vida adulta do animal. Os caninos do suíno continuam a crescer por toda a vida e nunca desenvolvem raíz. Todos os dentes dos equinos, e molares dos ruminantes. B. FARINGE É um órgão comum aos aparelhos digestivo e respiratório. Comunica-se com a cavidade nasal e com a laringe. A orofaringe apresenta epitélio plano estratificado, e na lâmina prórpia apresenta glândulas serosas e mistas, e mucosas e mistas. O tecido conjuntivo é denso e rico em fibras elásticas. 3. ESTRUTURA GERAL DO TUBO DIGESTIVO

Possui uma cavidade funcional delimitada por uma parede. É formada por 4 túnicas ou camadas.

. Túnica Mucosa

. Túnica Submucosa

. Túnica Muscular

. Túnica Serosa ou Adventícia obs: Haverá serosa quando o órgão estiver contido em uma cavidade. Haverá adventícia nos órgãos que estiverem fora de uma cavidade, formado por conjuntivo de ligação. Ex. Esôfago, vagina, traquéia. QUANDO NÃO HÁ SEROSA, HÁ ADVENTÍCIA. Cada túnica é submetida em lâminas ou lamelas - em ordem do interior para o exterior: 3.1.Túnica Mucosa: a) Lâmina epitelial� Varia de acordo com a necessidade funcional do órgão. b) Lâmina própria � Formada por tecido conjuntivo frouxo, pode conter glândulas,

nódulos linfóides, vasos sangüíneos e linfáticos, terminações nervosas. Também pode ser chamada de Córion.

c) Lâmina muscular � Formada por 2 camadas delgadas de fibras musculares lisas, uma circular e outra longitudinal.

3.2.Túnica Submucosa � Nesta túnica não exixtem lâminas, é formada por tecido

conjuntivo frouxo, podendo conter glândular, nódulos linfóides, vasos sagüíneos e linfáticos e fibras nervosas.

Função � Unir a mucosa à muscular.

OBS: Nesta Túnica há presença do PLEXO NERVOSO DE MEISSNER OU SUBMUCOSO – Conjunto de gânglios e fibras nervosas. Do plexo saem fibras para a túnica mucosa.

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3.3.Túnica Muscular � Constituída por feixes musculares lisos, formadas por 2 lâminas:

- uma circular ou interna - uma longitudinal ou externa

Entre as 2 lâminas existe o PLEXO NERVOSO DE AUERBACK OU MIOENTÉRICO.

3.4.Túnica Serosa � Constituída por conjuntivo e vasos ( lamina submesotelial) e uma lâmina de mesotélio ( lâmina mesotelial).

Túnica Adventícia � Formada por tecido conjuntivo frouxo – tecido de ligação.

4. HISTOFISIOLOGIA DO TUBO DIGESTIVO

O epitélio de revestimento tem como principais funções revestir o tubo digestivo, separando o seu conteúdo dos tecidos do corpo, enquanto simultaneamente lubrifica suas paredes facilitando o transporte e a digestão em seu interior. As células epiteliais produzem muco e enzimas digestivas. Os nódulos linfáticos são frequentemente encontrados na lâmina própria e na camada submucosa protegendo o organismo contra a invasão bacteriana. Ao longo do tubo digestivo logo abaixo do epitélio, existe uma camada delgada e contínua de macrófagos e células linfóides. A muscular da mucosa permite a movimentação da mucosa independente do tubo digestivo, patrocinando um maior contato com o bolo alimentar. A túnica muscular promove a mistura e progressão do alimento no tubo digestivo. Sua função contrátil é dependente da coordenação dos plexos nervosos aí existentes. O fato de o tubo digestivo receber abundante inervação do sistema nervoso autônomo fornece as bases anatômicas para a correlação da ação acentuada do estado emocional sobre o tubo digestivo, um fenômeno de importância na medicina psicossomática.

C. ESÔFAGO Apresenta-se como um tubo muscular cuja função é transportar rapidamente o alimento da boca para o estômago. - Túnica mucosa � Lâmina epitelial - epitélio plano estratificado queratinizado ou não Lâmina própria - Tec. Conjuntivo frouxo, vasos sanguíneos... Na região próxima ao estômago apresenta glândulas esofágicas. Lâmina muscular - Fibras muscular lisas lisas somente no sentido Longitudinal. - Túnica Submucosa � Grupos de pequenas glândulas mucosas no tecido conjuntivo frouxo. Estas glândulas secretam muco que lubrificam o bolo alimentar e auxiliam sua passagem para o estômago.

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- Túnica Muscular � Idem ao plano geral - Túnica Adventícia � Liga o esôfago à traquéia e estruturas da região cervical e torácica. Idem ao plano geral. - Túnica Serosa � Só quando o esôfago se projeta para a cavidade abdominal. D. ESTÔMAGO É uma dilatação do tubo digestivo, que recebe o bolo alimentar do esôfago. Este órgão apresenta 3 áreas histológicas diferentes: Região do Cárdia, Região fúndica e do corpo, e Região Pilórica. Tunica Mucosa: Lamina epitelial: Epitélio cilindrico simples do tipo mucosecretor. Lamina própria: Presença de glândulas cárdicas, fúndicas e pilóricas; formado por tecido conjuntivo frouxo entremeado a fibras musculares lisas, e fortemente infiltrado por células linfóides. Lamina Muscular: Camada longitudina, circular e longitudinal. Tunica Submucosa: Tecido conjuntivo rico em vasos sanguíneos e linfáticos, com infiltrados de linfócitos e mastócitos. Não apresenta GLÂNDULAS. Tunica Muscular: Musculos lisos dispostos em camadas: oblíquo, circular e longitudinal. Tunica Serosa: Delgada e coberta por mesotélio. A superfície interna do estômago é caracterizada pela presença de invaginações do epitélio para dentro da lâmina própria, formando depressões microscópicas, denominadas FOSSETAS GÁSTRICAS. A túnica mucosa é constituída principalmente por um grande nº de pequenas glândulas que se abrem no fundo dessas fossetas, as glândulas gástricas. As três regiões caracterizam-se por possuírem glândulas gástricas com estruturas diferentes conforme a região. As fossetas gástricas têm a mesma estrutura em todas as partes do estômago. As glândulas gástricas localizam-se sempre na lamina própria, nunca passando da muscular da mucosa. Região do Cárdia: Localizada entre o esôfago e o estômago. A lâmina própria apresenta glândulas tubulosas ramificadas ou não, com células secretoras de muco. Região Fúndica e do Corpo: - A lamina prórpia é formada por glândulas tubulosas, formadas por várias células, que são:

- Células da mucosa superficial: Produtoras de muco - Células Parietais ou Oxínticas: Produzem ácido clorídrico, e

IF - Células da Mucosa do Colo: Secretam muco - Células Zimogênicas ou Principais: Produtoras de Pepsina e

Lipase. - Células Argentafins: Serotonina - contração da musc. Lisa

Enteroglucagon - antagônico á insulina.

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Região Pilórica: Apresentam fossetas gástricas muito fundas, nos quais se abrem glândulas tubulosas simples ou ramificadas. Nesta região contém um polipeptídeo chamado Gastrina, no qual estimula a secreção das células parietais. FUNÇÕES DO ESTÔMAGO 1- Armazena ou retém o alimento ingerido; 2- Mistura o alimento com secreções gástricas, formando um líquido viscoso,

chamado QUIMO; 3- Gradualmente libera o quimo para o duodeno, onde continua a digestão e inicia a

absorção.

Embora uma considerável parte da digestão ocorra no estômago, pouca absorção ocorre aqui somente o álcool e drogas lipossolúveis podem ser absorvidas pela mucosa gástrica. O ácido clorídrico produzido pelas células parietais, baixa o pH para 2,0,

permitindo assim que a Pepsina inicie a digestão das proteínas. O HCl também destrói muitos microorganismos deglutidos com o alimento.

A pepsina é a forma ativa, sendo guardado no interior da célula na forma de pepsinogênio.

A pepsina é uma enzima proteolítica que quebra as proteínas em peptídeos, torna-se inativa quando o pH do duodeno se eleva. O muco produzido pelas células mucosas protege a mucosa da digestão efetuada pelas enzimas gástricas. SECREÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO O CO2 passa pela membrana plasmática ou é produzido na célula como produto do metabolismo, e combina-se com H2O na presença da enzima anidrase carbônica, formando ácido carbônico. O ácido carbônico é desdobrado em íons de H e íons de bicarbonato. O íon H é secretado para a superfície celular e os íons de bicarbonato difundem-se para a corrente circulatória. Os íons Cl difundem-se do sangue para as células parietais e, então, são secretados por estas, juntamente com os íons de H.

E - INTESTINO DELGADO É a porção do tubo digestivo onde ocorrem os processos finais da digestão dos alimentos e absorção dos produtos de digestão. É um órgão bastante longo (mais ou menos 6 m), que permite uma ação mais demorada das enzimas digestivas. Apresenta três porções:

-Duodeno -Jejuno -Íleo

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A)- T. MUCOSA: Apresenta vilosidades intestinais (evaginacoes da mucosa para luz intestinal) L.EPITELIAL – cilíndrico simples L.PROPRIA – com glândulas ou criptas Lieberkchn Tec.conjuntivo frouxo Vasos sanguinios e linfáticos, nervos. L.MUSCULAR – músculo liso Uma camada circular Uma camada longitudinal As vilosidades intestinais são de forma folhada e no íleo apresentam um aspecto digitiforme A mucosa do intestino delgado é formada por vários tipos celulares. As células mais comuns são as intestinais prismáticas (também chamadas de absortivas); seguidas pelas células CALICIFORMES, ARGENTAFINS, PANETH, e CÁL. APUD. A- CEL. ABSORTIVAS: Apresentam microvilos densamente agrupados. Tem como principal função: absorção de metabolitos resultantes do processo digestivo. B- CEL. CALICIFORMES: Estão entre as absortivas. São menos freqüentes no

duodeno e aumentam em numero em direção ao íleo. Produzem glicoproteinas. Tem como função: Lubrificar a luz intestinal.

C- CEL . ARGENTAFINS: São mais freqüentes na porção basal das gl. Intestinais.

Estas células liberam -5- hidroxitriptamina,a qual estimula a camada muscular do intestino ,atuando desta forma , sobre a motilidade do órgão .

D- CEL. PANETH: Estão presentes na porção basal das glândulas intestinais, são

células exócrinas, seromucosas, sintetizam proteínas . Nos grânulos de secreção desta célula , há presença de uma enzima que digere a parede de certas bactérias ,esta enzima e chamada LIZOZIMA ,portanto ela regula a flora intestinal graças a ação bacteriolítica . As células de Paneth tem sobrevida de 30 dias ,renovando-se muito lentamente do que as células absortivas e caciliformes ,que são substituídas a cada 5 dias .

E- CEL. APUD – Produtoras de secretina , glucacon , somatostina , colecistoguinina ,

e um polipetideo inibidor gastrico . B) - TUNICA SUBMUCOSA :Na porção inicial do duodeno há a presença de acúmulos glândulas tubulosas ,ramificadas , que se abrem nas glândulas intestinais. São as glândulas Duodenais ou de Brünner. São do tipo mucoso seu produto de secreção e alcalino (PH 8,2 –9,3) admitindo –se que proteja a mucosa intestinal contra a acidez do suco gástrico Além disso, é responsável pelo PH ideal para ação das enzimas pancreáticas .As células das glândulas de Brünner contem urogastroma , hormônio que inibe a secreção de ácido clorídrico pela mucosa gástrica .

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Além destas glândulas encontramos na submucosa nódulos linfáticos isolados, ocasionalmente esses nódulos se agregam e formam as chamadas PLACAS DE PEYER . Essas placas são encontradas exclusivamente no íleo. C) –T. MUSCULAR E SEROSA: Idem ao plano geral. Circulação e inervação do intestino delgado. Os vasos sanguíneos que nutrem o intestino e transportam nutrientes absorvidos da digestão, perfuram a camada muscular e formam um grande plexo na submucosa onde sai ramos para camada muscular, submucosa, lamina própria e vilos. Cada vilo recebe (dependendo do tamanho) um ou mais ramos formando uma rede capilar logo abaixo de seu epitélio. Os vasos linfáticos no intestino originam-se nos centros dos vilos sob a forma de um fundo cego. Estes vasos dirigem-se para região da lamina própria, onde forma um plexo, passam diretamente para submucosa onde se expandem em torno dos nódulos linfáticos. Esses vasos concluem e se anastomosam repetidas vezes, deixando o intestino junto com os vasos sanguíneos. Os componentes nervosos do intestino são formados principalmente por seus plexos nervosos, MEISSNER e o AUERBACH; e por fibras pré- ganglionares parassimpática e pós- ganglionares simpáticos. Os plexos formam a parte intrínseca da inervação, enquanto as fibras formam a parte extrínseca da inervação. HISTOFISIOLOGIA No intestino delgado completa-se o processo de digestão dos alimentos e seus produtos são absorvidos. A presença de pregas, vilos e microvilos aumentam a superfície da parede intestinal, característica importante de um órgão onde ocorre tão intensa absorção. Calcula-se que a presença dos vilos aumenta em 8x, e dos microvilos mais de 20x a superfície intestinal, perfazendo um total de 160x. Outro processo importante para a função do intestino é o movimento rítmico dos vilos. Isso ocorre graças a contração das células musculares presentes no eixo dos vilos. Essas estruturas se contraem rítmica e independentemente uma das outras , várias vezes por minuto. Durante a digestão a freqüência é aumentada e em jejum, os movimentos são consideravelmente reduzidos. O epitélio intestinal é renovado constantemente, portanto quando lesado se regenera rapidamente. OBS: VILOSIDADES: é uma evaginacao da mucosa (elevação) PREGAS: é uma invaginacao da mucosa F - INTESTINO GROSSO Constituição: Ceco Cólon

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Reto Canal anal *OBS: As 4 túnicas características do intestino delgado estão presentes no intestino grosso, contudo não estão presentes pregas, nem vilosidades, exceto na porção retal . A)- T. MUCOSA L.Epitelial : epitélio cilíndrico simples - do tipo absorsor ( microvilosidades ) L. Própria :Glândula de Lieberkühn, que são longas e se caracterizam pela grande abundância de células caliciformes e pequenas quantidades de células argentafins . A estrutura deste órgão esta de acordo com suas principais funções, entre elas: absorção de água e a conseqüente formação do bolo fecal; e a produção de muco para lubrificação a superfície mucosa. A lamina própria é rica em linfócitos e nódulos linfáticos. Estas ultimas estruturas atravessam freqüentemente a muscular da mucosa, invadindo a sub-mucosa. L. Muscular: idem ao plano geral. B) - T. SUBMUCOSA: Não apresenta glândulas. C) –T. MUSCULAR: Bem desenvolvida, constituída por uma camada de fibras

circulares, e outra longitudinal. As fibras da camada longitudinal externa se juntam em três faixas espessas chamadas Tênias do colo.

D) –T. SEROSA: Idem ao plano geral. * OBS: Na região anal : a mucosa apresenta uma serie de pregas longitudinal, as colunas retais ou colunas de MORGAGNI .Uns 2 cm acima do orifício anal, a mucosa intestinal e gradativamente substituída por um epitélio estratificado pavimentoso. Nesta região, a lamina própria apresenta um rico plexo venoso, cujas veias, quando excessivamente dilatadas e varicosas, dão origem a hemorróidas. * APÊNDICE E uma invaginação do ceco em fundo de saco. Caracteriza-se por apresentar lúmen estreito e irregular devido á presença de grande quantidade de nódulos linfáticos na parede do órgão . A estrutura geral do apêndice e semelhante ao do intestino grosso, apenas existe menor numero de glândulas intestinais, e as existentes são mais curtas. No apêndice, as fibras musculares não formam as tênias.

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GLÂNDULAS ANEXAS DO TUBO DIGESTIVO 1. GLÂNDULAS SALIVARES Além das pequenas glândulas salivares esparsas na cavidade oral , encontramos 3 pares de grandes glândulas, as chamadas GLÂNDULAS SALIVARES maiores, que são: parótida, submandibular e sublingual. Estruturas das glândulas � Porção secretora � Ductos: intercalares, estriados e excretores

Na base das células da porção secretora e dos ductos encontramos as células mioepiteliais.

As glândulas são revestidas por uma cápsula de tecido conjuntivo rico em

fibras colágenas de onde partem septos interlobulares, que dividem a glândula em acúmulos menores de adenômeros ( unidades morfológicas): lóbulos glandulares. -Ductos intercalares: São pouco desenvolvidos, formados por epitélio cúbico simples e localizam-se entre os ácinos. -Ductos estriados ou secretores: Encontram-se dentro dos lóbulos e, por este motivo receberam o nome de ductos intralobulares. São formados por um epitélio cilindro simples. -Ductos extralobulares ou interlobulares ou excretores: Os ductos estriados fundem-se formando ductos maiores os ductos excretores. Estes se caracterizam por apresentarem epitélio de revestimento cilíndrico estratificado, que se transformam gradualmente em epitélio bucal estratificado pavimentoso. Envolvendo os ductos excretores, encontramos uma camada bem desenvolvida de tecido conjuntivo. A) GLÂNDULA PARÓTIDA: Ë uma glândula acinosa, composta, cuja porção

secretora é constituída só por células serosas. . 90% do volume da Parótida são células secretoras (serosas) . 5% são ductos estriados O restante é constituído por outros ductos, conjuntivo, vasos e nervos.

B) GLÂNDULA SUBMANDIBULAR: É uma glândula tubuloacinosa composta, sua porção secretora é constituída por células mucosas e serosas. As células serosas agrupam-se formando ácinos, ou associam-se com as células mucosas dos mesmos, onde se colocam excentricamente, formando as chamadas semiluas. (ou meia lua de Gianuzzi).

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As células serosas são o principal componente da glândula. Esta glândula está constituída da seguinte maneira: 80% do volume submandibular – células serosas 5% - células mucosas 5% - ductos estriados O restante – vasos, nervos, e outros tipos de ductos. C) GLÂNDULA SUBLINGUAL: Ë uma glândula tubuloacinosa composta. As

células serosas estão quase sempre agrupadas em posição de semilua no fim dos ácinos mucosos. Há o predomínio de cel. Mucosas sobre as serosas. 60% do parênquima desta glândula. – células mucosas 30% células serosas 3% ductos estriados. HISTOFISIOLOGIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES Ao conjunto de secreções de todas as glândulas salivares é denominado saliva. A média de secreção no adulto é cerca de 1.000 a 1.500 ml de saliva em 24 hs. A saliva possui de 6,0 a 7,4 e tem 2 tipos de secreção: (1) uma secreção serosa, contendo enzima ptialina, que digere amido, e (2) uma secreção mucosa para lubrificação e limpeza. As glândulas parótidas são as maiores glândulas salivares e sua secreção é inteiramente serosa, as glândulas submandibulares secretam uma mistura de secreção serosa e mucosa; as sublinguais e as numerosas glândulas bucais secretam predominantemente muco. FUNÇÕES: 1. Digestão: Pela enzima ptialina – ativada somente na boca pelo ph, esta é

inativada pela acidez da secreção gástrica. 2. Lubrificação do alimento e da boca: Facilita a deglutição, e lubrifica os lábios,

língua e bochechas para facilitar os movimentos articulares.

3. Ação solvente: Para que as substâncias estimulem os corpúsculos gustativos e

possam, assim ser sentidas pelo paladar, deve estar em solução, à saliva e o solvente.

4. Limpeza da boca: A saliva umedece continuamente os dentes e a mucosa que

reveste a boca, retira partículas alimentares, células epiteliais e bactérias. Qualquer doença que iniba a secreção salivar resulta numa halitose (mau hálito) devido a de composição de partículas alimentares por bactérias secundárias.

5. Excreção: Materiais orgânicos, inorgânicos, drogas e organismos podem ser

excretadas pela saliva. Potássio, iodo, mercúrio e chumbo são eliminados na saliva. O vírus da raiva é eliminado pela saliva.

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2. PÂNCREAS O Pâncreas é uma glândula mista, endócrina e exócrina. A porção endócrina é formada pelas ilhotas de langerhans; e a porção exócrina apresenta-se como uma glândula acinosa composta e é muito parecido com a parótida, mas diferencia-se desta principalmente pela ausência de ductos estriados e pela presença das ilhotas de langerhans. O Pâncreas apresenta uma cápsula de tecido conjuntivo extremamente delicado e pouco visível, enviando septos para o seu interior, dividindo a glândula em lóbulos. O Pâncreas exócrino produz as seguintes enzimas e pró-enzimas digestivas; tripsinogênio, quimiotripsinogênio, carboxipeptidade, ribonuclease, desoxirribonucease, lipase e amilase. O controle da secreção pancreática é feito principalmente pelos hormônios secretina e colecistoquinina, produzidas pelas células endócrinas no epitélio do intestino delgado.

- Pâncreas exócrino produz suco pancreático. - Pâncreas endócrino produz insulina e glucagon

3. FÍGADO É o órgão de maior massa glandular do corpo. Recebe a maior parte do seu sangue (70%) da veia porta e uma porção menor através da artéria hepática. Pela veia porta chega ao fígado todo o material absorvido nos intestinos, com exceção de parte dos lipídeos, que é transportada por via linfática. Graças a essas características, o órgão está em posição privilegiada para metabolizar e acumular metabólicos, e neutralizar e eliminar substâncias tóxicas absorvidas. Essa eliminação se dá pela bile, que é a secreção exócrina da célula hepática de grande importância na digestão dos lipídeos. 3.1. LÔBULO HEPÁTICO O fígado é constituído principalmente por células hepáticas. Essas células se

agrupam em placas que se anastomosam entre si, formando unidades morfológicas chamadas lóbulos hepáticos.

Em certos animais, como o suíno, os lóbulos hepáticos são separados entre si por uma nítida faixa de tecido conjuntivo. Na espécie humana e em outros animais, os vários lóbulos se encostam uns nos outros em quase toda sua extensão. Em algumas regiões, os lóbulos ficam separados por vasos e tecido conjuntivo. São as regiões que ocupam os cantos dos polígonos, às se convencionou chamar de espaço porta ou Espaço de KIERMANN.

Cada Espaco Porta apresenta em seu interior: � Uma vênula e uma arteríola (ramos da veia porta e artéria hepática); � Um ducto bilífero; � Vasos linfáticos; Todos envolvidos por uma bainha de tecido conjuntivo.

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No lóbulo, as células hepáticas ou hepatócitos dispõem-se em placas orientadas radialmente. Cada placa é constituída por células dispostas em uma só camada, de maneira aos tijolos de um muro. O espaço que fica entre as placas de células hepáticas é ocupado por capilares sinusóides, chamados de sinusóides hepáticos. Os sinusóides são revestidos por 2 tipos celulares: � células endoteliais típicas dos capilares sanguíneos; � células fagocitárias que neste órgão são chamadas de cel. de KUPFFER � Células de KUPFFER: são células estreladas com núcleo oval e grande.

Fagocitam hemáceas em vias de desintegração, com a conseqüente digestão de hemoglobina e produção de bilirrubina.

Ao estreito espaço que separa a parede dos capilares sinusóides dos hepatócitos, convencionou-se chamar de espaço de DISSE. Este espaço contém as células armazenadoras de lipídeos, com a forma estrelada. Estas células armazenam vitamina A em suas gotículas lipídicas. No centro do lóbulo observa-se uma veia, a Veia CENTROLOBULAR, que recebe sangue que atravessou a massa de células hepáticas, como se esta fosse uma esponja. 3.1. CIRCULACÃO HEPÁTICA

� Pelos ramos da veia porta e art. Hepática, que se ramificam várias vezes espessura do fígado, enviando pequenas vênulas e arteríolas que ocorrem nos espaços Porta, são os chamados ramos interlobulares;

� Pelas veias interlobulares, das quais partem ramos que se dirigem aos lóbulos, onde se subdividem, transformando-se em Sinusóides;

� Pelos Sinusóides, que por sua vez, se dirigem radialmente para o centro do lóbulo, terminando na Veia Centrolobular.

Em resumo, o sangue flui da periferia para o centro do lóbulo hepático.

Isso significa que as células da periferia do lóbulo recebem primeiro não só os alimentos, mas também as substâncias tóxicas que vêm pelo sangue. 3.2. HEPATÓCITOS

As células hepáticas têm forma poligonal com 6 ou mais faces e medem de 20 a 30 µm de diâmetro.

Suas paredes estão em contato: • Com a parede dos capilares sinusóides, pelo espaço de Disse; • Coladas em toda a sua extensão com a parede de outra célula; • Com a parede de outra, mas limitando com a célula vizinha um espaço

tubular, os canalículos ou canal bilífero.

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O hepatócito apresenta 1 ou 2 núcleos, centralizado, arredondado e com 1 ou 2 nucléolos bem evidentes.

Os canalículos são as primeiras estruturas coletoras de Bile. Apresentam-se como espaços tubulares limitados apenas pelas membranas de

2 células, que nesta região, apresentam moderada quantidade de microvilos. ELES NÃO TÊM PAREDE PRÓPRIA; sua parede é formada pela membrana dos hepatócitos.

3.3. HISTOFISIOLOGIA

• O hepatócito é sem dúvida, a célula de maior versatilidade funcional do nosso organismo.

• Além de sintetizar e acumular vários compostos neutraliza outros e transporta corantes.

Funções: 1. SÍNTESE PROTÉICA: sintetiza a albumina, protrombina e fibrinogênio, a nível

de Retículo Endoplasmático Granular. Os hepatócitos não acumulam estas proteínas, estas são eliminadas gradualmente para a corrente sanguínea.

Aproximadamente 5% das proteínas sintetizadas pelo fígado são produzidas nas células de Kupffer.

2. SECRECÃO DA BILE: a produção de bile é uma verdadeira secreção, pois os

hepatócitos transportam ativamente água e outros componentes da bile, do sangue para dentro do canalículo biliar: ácidos biliares e bilirrubina.

3. ACÚMULOS DE METABÓLITOS: os lipídeos e glicídeos são acumulados nos

hepatócitos, principalmente sob a forma de gorduras neutras e glicogênio. Esse acúmulo possui importante função homeostática, pois permite que nosso organismo tenha á sua disposição metabólicos no intervalo entre as refeições.

Também deposita várias vitaminas importantes ao organismo: A, B1, B2, B3,

B4, B12, D, e K. 4. FUNÇÃO METABÓLICA: os hepatócitos são responsáveis pela conversão de

lipídeos e aminoácidos em glicose (através da gliconeogênese). E é também a principal sede do processo de desaminação dos aminoácidos com a produção da uréia, que é levada pelo sangue e posteriormente eliminada pelos rins.

5. DESTOXIFICACÃO E NEUTRALIZACÃO: várias drogas são neutralizadas

nos hepatócitos devido a processos de: Oxidação, Acetilação, Metilação e Conjugação, por enzimas localizadas no Retículo Endoplasmático Liso.

6. REGENERACÀO HEPÁTICA: apesar de ser um órgão cujas células se

renovam muito lentamente, quando há perda de tecido hepático (por lesão química ou cirúrgica), a fígado apresenta uma espetacular capacidade de regeneracão.

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Em ratos, a remoção de 75% do parênquima hepático provoca um processo de regeneração ativa, que se completa em apenas 1 mês.

Ficou demostrado que a regeneracão dos vários tecidos deve ser controlada por substância de natureza protéica normalmente produzida pelo próprio tecido, denominadas CALONAS.

“Essas protéinas agem” inibindo a divisão mitótica das células. Quando um tecido é lesado ou removido parcialmente, admite-se que a

produção de Calonas diminua, com conseqüente aumento da atividade mitótica no tecido em questão.

À medida que ocorre a regeneracão, aumenta a produção de calonas no tecido, e diminui a atividade mitótica. Trata-se de um processo AUTO-REGULÁVEL. Sugere-se que este mecanismo ocorra em vários tecidos – Fenômeno Geral.

Usualmente, o tecido hepático regenerado é igual ao preexistente se, porém, a lesão for continua ou se repetir com freqüência, simultaneamente à regeneracão ocorre um considerável aumento de tecido conjuntivo.

Essa produção exagerada de conjuntivo, desorganiza a regeneracão levando o fígado a um processo chamado CIRROSE.

4. VIAS BILIARES

A bile secretada pelas células hepáticas flui pelos canalículos bilíferos. Ductulos bilíferos, e ductos bilíferos. Estas estruturas se anastomosam, formando uma rica rede de ductos, que vão se fundindo gradualmente nos ductos hepáticos, os quais, por sua vez, formam o ducto hepático comum. Da confluência do ducto cístico da Vesícula Biliar com o ducto hepático comum resulta o ducto colédoco que desemboca no duodeno.

Estrutura dos ductos: • Células cilíndricas altas; • Tecido Conjuntivo Escasso; • Discreta camada de músculo liso.

À medida que o ducto colédoco se aproxima do duodeno, essa camada muscular se torna mais espessa, terminando por formar um esfíncter que regula o fluxo da bile.

5. VESÍSCULA BILIAR

É um órgão oco, em forma de pêra, preso a superfície inferior do fígado. A parede da Vesícula Biliar constituí-se de uma mucosa muscular e serosa.

• Mucosa:

� Epitélio Cilíndrico Simples (alto) com microvilos, cuja principal função é absorver água da bile armazenada.

� Lamina Própria: tecido conjuntivo frouxo � Não há muscular da mucosa.

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• Muscular: camada delgada de músculo liso disposto em várias direções. Os espaços entre as fibras musculares são preenchidos por tecido conjuntivo frouxo.

• Serosa: espessa camada de tecido conjuntivo frouxo.

OBS: Na região perto do ducto cístico observa-se invaginações do epitélio na lâmina própria, formando algumas glândulas tubuloacinosas produtoras de muco. Admite-se que produzam o muco presente na bile. HISTOFISIOLOGIA

Sua principal função é acumular bile e reabsorver o líquido da mesma, concentrando este fluído de 5 a 10 vezes. Mecanismo este que se dá por transporte ativo de cloreto de sódio.

SISTEMA ENDRÓCRINO

Glândulas endócrinas: Hipófise Tireóide Paratireóide Adrenais Ilhotas de Langerhans As Glândulas endócrinas liberam hormônios para circulação onde irão atuar em células ou órgão alvo. As glândulas endócrinas atuam em conjunto com Sistema Nervoso levando o organismo ao equilíbrio orgânico chamado de HOMEOSTASIA. ESTRUTURA QUÍMICA DOS HORMÔNIOS 1. Polipeptídios: lobo anterior da hipófise e ilhotas de langerhans; 2. Esteróides: Córtex da adrenal, testosterana, estrógeneos e progesterona; 3. Animais: tireóide e medula da adrenal.

MECANISMO DE FEED BACK NEGATIVO DO CONTROLE DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Um hormônio exerce sua função – a informação é transmitida de volta à gl. Endócrina – direta ou indiretamente – inibindo sua secreção. Quando a gl. Secreta hormônios de forma insuficiente, o mecanismo de feed back diminui e ela começa a secretar quantidades suficientes de hormônios novamente. Este mecanismo de feed back controla a produtividade da glândula, mantendo a homeostase.

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DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA DAS GLÂNDULAS 1. HIPÓFISE:

É um pequeno órgão situado na base do encéfalo, abaixo do Hipotálamo. Está constituída: Lobo posterior – pars nervosa e pars intermédia Lobo anterior – pars distalis e pars tuberalis É revistada por uma cápsula de tecido Conjuntivo. 1.1. ADENO – HIPÓFISE

É dividida em 3 porções: PARS DISTALIS PARS TUBERALIS PARS INTERMÉDIA PARS DISTALIS Glândula do tipo Cordonal Composta pelas células:

1.CROMÓFILAS – contém grânulos citoplasmáticos situadas às margens dos capilares. De acordo com a afinidade de coloração de seus grânulos, estas células podem ser: ���� acidófilas: STH e PROLACTINA

� basófilas: ACTH, TSH, LH e FSH

2. CROMÓFOBAS – sem grânulos visíveis situadas no eixo dos cordões celulares.

PARS TUBELARIS . Muito vascularizado . Possui cél. Basófilas . Função desconhecida PARS INTERMÉDIA Região rudimentar – cél. Fracamente basófilas Produz hormônio melanotrófico Humana – função não bem conhecida

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1.2. NEURO HIPÓFISE PARS NERVOSA E INFUNDÍBULO Células: Axônios de neurônios do hipotálamo Escassas células do conjuntivo Células típicas – Pituícitos

HORMÔNIOS = HAD ou VASOPRESSINA OCITOCINA

.2 TIREÓIDE

Envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo frouxo que envia septos para o seu interior. Formada por epitélio cúbico simples, limitando espaços esféricos cheios de colóide = folículos tiroideanos. Intensamente vascularizados – capilares fenestrados Inervado pelo sistema Simpático e parasimpático Entre os folículos, existem células Claras chamadas de células C ou Parafoliculares, no qual secretam Calcitonina que age na regulação de Ca sérico no organismo, reduzindo a calcemia..

Hormônios produzidos pela Tireóide (localizados dentro dos folículos):

- TIROXINA E TRIIODOTIRONINA = Estimulam o metabolismo das células do organismo. OBS: A TIREÓIDE É A ÚNICA GLÂNDULA ENDÓCRINA QUE ACUMULA O SEU PRODUTO DE SECREÇÃO EM QUANTIDADE APRECIÁVEL. ESTE ACÚMULO É FEITO NO COLÓIDE.

3. PARATIREÓDE - glândula do tipo cordonal Revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, que envia septos para seu interior, por onde penetram vasos sanguíneos e linfáticos. APRESENTAM 2 TIPOS CELULARE:

CÉLULAS PRINCIPAIS – SÍNTESE DE PTH CÉLULAS OXÍFILAS – PTH A paratireóide produz o PTH (PARATORMÔNIO), no qual é responsável

pelo EQUILÍBRIO DE Ca no organismo para manter os níveis de cálcio normal.

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4. GLÂNDULA ADRENAL OU SUPRA RENAL

São duas, localizadas nos pólos superior de cada rim � São achatadas com forma de semi-lua � Revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo denso. � Apresenta-se dividida em 2 camadas

- CAMADA CORTICAL – AMARELA - CAMADA MEDULAR – CINZA

A) CAMADA CORTICAL: Divide-se em 3 zonas concêntricas: Zona glomerulosa:

.15% do volume da glândula.

.Abaixo da cápsula conjuntiva.

.Células cilíndricas com núcleo esférico.

.Células dispostas em grupamentos globosos,

.Envolvidos por capilares.

Zona fasciculada:

.70% do volume da glândula

.Células poliédricas, levemente basófilas

.Suas células formam cordões paralelos, entre eles correm capilares.

Zona reticulada

.7% do volume da glândula

.É a zona mais interna do córtex

.Células dispostas em cordões irregulares aspecto de rede.

.Células em menor tamanho. A ZONA CORTICAL PRODUZ HORMÔNIOS ESTERÓIDES: . GLICOCORTICOIDES – CORTISOL E CORTICOSTERONA . MINERALOCORTICÓIDES – ALDOSTERONA . HORM. SEXUAIS – DEIDROEPIANDROSTERONA B) CAMADA MEDULAR . Representam 8% do volume da glândula . Células poliédricas dispostas em cordões, em . Forma de rede, cujas malhas há capilares. Esta zona secreta = catecolaminas – Adrenalina e Noradrenalina. Que são mediadoras do Sistema Simpático.

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5. ILHOTAS DE LANGERHANS Constituem a porção endrócrina do pâncreas. Apresenta-se na forma de aglomerados arredondados imersos no tecido Pancreático exócrino. Cada ilhota é formada por células em cordões entre os quais apresentam uma rica rede de capilares sinusóides. Separando cada ilhota há uma fina cápsula de fibras reticulares. Representam 1,5% do volume do pâncreas. Apresenta 3 tipos celulares B ou beta = mais numerosas 60 a 80% das células Grânulos citoplasmáticos Produz e acumula = insulina A ou alfa = menos freqüente

Maior tamanho e grânulos grosseiros Produz e acumula = glucagon

D ou delta = menos freqüente São pequenas e coram-se fracamente Produz e acumula = somatostina, este hormônio age inibindo a liberação do hormônio de crescimento, e também inibe a secreção de glucagon e insulina.

6. CORPO PINEAL OU EPÍFISE OU GL. PINEAL Localiza-se na extremidade posterior do terceiro ventrículo, acima do teto do

diencéfalo, ao qual se liga por um curto pedúnculo. É revestido externamente pela pia-máter no qual envia septos de tecido conjuntivo

contendo vasos sanguíneos, que penetram no tecido da pineal e circundam cordões e folículos de células, formando lóbulos irregulares.

TIPOS CELULARES: PINEALOCITOS: também chamados de células do parênquima da pineal CELULAS INTERSTICIAIS: encontradas entre os cordões dos pinealócitos FUNÇÃO: não esta ainda completamente explorada, embora, revelou-se nela a

presença de melatonina, serotonina e noreeprinefrina.

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O corpo pineal dos mamíferos é um órgão parenquimatoso ou folicular circundado por uma camada de tecido conjuntivo. Seu parênquima consiste em dois tipos celulares:

Pinealocito: apresenta núcleo grande, secreta a norepinefrina , serotonina e melatonina.

Astrócitos: circundam os pinealócitos e estão em contato com a lamina basal. O corpo pineal é um órgão neuroendócrino que exerce efeitos sutis, mais

definitivos, de regulação sobre o LH, FSH e síntese de prolactina, controlando os ritmos reprodutores sazonais, provavelmente, em todos os mamíferos, e até influenciando os constituintes cerebrais e a transmissão sináptica.

SISTEMA URINÁRIO O aparelho urinário contribui para a manutenção da homeostase produzindo a urina, através da qual são eliminados diversos resíduos do metabolismo, além de água, eletrólitos e não eletrólitos em excesso no meio interno. Constituído de: * Dois ( 2 ) Rins;

* Dois ( 2 ) Ureteres; * Bexiga; * Uretra.

OBS: A urina é produzida nos rins, e passa pelos ureteres até a bexiga onde é lançada ao exterior por meio da uretra. RIM - Possui forma de grão de feijão, com uma borda convexa e outra côncava na qual se situa o HILO. Variações em Animais: 1. Com lobos aparentes - Plurilobar. 2. Sem lobos aparentes - forma de feijão, mas pode ter internamente vários lobos ou

um único lobo (Roedores). No Hilo - * Contém vasos e nervo;

* Contém também os cálices, os quais se unem para formar a pélvis renal, que é a parte superior dilatado do ureter.

O Rim é constituído por: * Uma cápsula tecido conjuntivo denso. * Uma zona cortical * Uma zona medular Zona Medular - É formada por 10 a 18 estruturas cônicas ou piramidais - as pirâmides de malpighi cuja, as bases entram em contato com a zona cortical e os vértices fazem saliência nos cálices renais. Estas saliências são as papilas, sendo cada uma delas perfurada por 10 à 25 orifícios, (área crivosa). Da base de cada pirâmide malpighi partem 400 a 500 formações alongadas que penetram na cortical recebendo o nome raios medulares.

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Zona Cortical - É contínua e ocupa o espaço deixado pelas pirâmides de malpighi, principalmente o espaço compreendido entre elas e a capsula que recobre o lado convexo do rim. A zona cortical mostra, no rim a fresco, pontos vermelhos que correspondem a estruturas vasculares - são os corpúsculos de malpighi. NÉFRON Os rins são constituídos pela associação de numerosas unidades funcionais, ou néfrons ( 1 a 2 milhões por rim ). Cada néfron é formado por: * Uma parte dilatada - corp. malpighi. * Um túbulo contorcido proximal. * Uma parte delgada e espessa; da alça de henle * Um túbulo contorcido distal Os componentes do néfron são envolvidos por uma lâmina basal com escasso conjuntivo que se continua do rim O corpúsculo de malpighi Túbulo De trajeto tortuoso Z. Cortical. T. C. Proximal e T. C. distal. Porções da alça de henle ( Retilíneas ) Z. Medular

1.2. CORPÚSCULO DE MALPIGHI:

É formado por um tufo de capilares (glomérulo), envolvidos pela cápsula de bowman - que possui dois (2) folhetos;

- Um interno - aderido aos capilares. - Um externo - formando os limites do corpúsculo de malpighi

São também conhecidos como: Folhetos Viscerais Folhetos Parietais da cápsula de Bowmann OBS: Entre os dois folhetos da cápsula de bowman existe o espaço capsular, que recebe o líquido filtrado através da parede dos capilares e do folheto visceral.

- Cada corpúsculo de malpighi tem um polo vascular pelo qual penetra a arteríola aferente e sai a arteríola eferente

- Polo urinário onde nasce no T. C. proximal. - Ao penetrar no corpúsculo de malpighi, a arteríola aferente divide-se em

vários capilares, que vão constituir as alças (glomérulo).

As alças capilares originadas de um mesmo ramo anastomosam-se entre si, mas não com as dos outros ramos. Além disso, há conexões diretas entre o vaso aferente e o eferente, pelos quais o sangue pode circular, mesmo sem passar pelo glomérulo.

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O folheto externo ou parietal da C. Bowman, é constituído por epitélio simples pavimentoso que se apoia na lamina basal e uma fina camada de fibras reticulares. Enquanto o folheto parietal mantém sua morfologia epitelial, as células do folheto visceral, modificam-se durante o desenvolvimento embrionário, adquirindo características próprias. Essas células são chamadas de podócitos e formadas por um corpo celular, do qual partem diversos prolongamentos primários que dão origem aos prolongamentos secundários. Os podócitos ficam a certa distância dos capilares, não encostam à lâmina basal destes. Os prolongamentos secundários dos podócitos se interpenetram, porém deixam entre eles espaços alongados, as fendas de filtração, onde sobre essas fendas, existe uma membrana com cerca de 6 mm de espessura, comparável aos diafragmas encontrados nos poros do citoplasma das células endoteliais. Os capilares glomerulares são do tipo fenestrado. Há uma lâmina basal entre as células endoteliais fenestradas e os podócitos que revestem a superfície externa dos capilares glomerulares. Essa lâmina é a única estrutura contínua que separa o sangue contido no capilar do espaço capsular. Além das células endoteliais e dos podócitos, os capilares glomerulares possuem as células mesangiais em certas regiões de sua parede. Há pontos em que a lâmina basal não envolve toda a circunferência de um só capilar, indo constituir, nesse nível uma menbrana comum a dois (2) ou mais capilares. É nesse espaço entre os capilares que se localizam as células mesangiais. Essas células se localizam também no interior dos capilares glomerulares, entre as células endoteliais e a lâmina basal. OBS: A histofisiologia das células mesangiais é pouco conhecida é possível que sejam elementos de sustentação dos capilares. Túbulo Contorcido Proximal. Compreende uma parte inicial situada próximo ao corpúsculo de malpighi e uma parte retilínea que penetra na medular por uma extensão muito curta, indo continuar-se com a alça de henle. A parede do T. proximal é formada por epitélio cúbico simples. ALÇA DE HENLE: Cada alça de henle, possui uma parte delgada e uma parte mais espessa, e possui a forma de "U". A maior porção da alça de henle delgada é descendente e a maior porção da espessa é ascendente. Porção delgada - luz ampla, pois suas células da parede são achatadas, com núcleos salientes para a luz. OBS: A transição entre o túbulo proximal e a alça de henle pode ser brusca ou gradual, havendo neste caso, células planas intercaladas com células cúbicas. Porção espessa - epitélio cúbico simples. TÚBULO CONTORCIDO DISTAL: Quando a parte espessa da alça de henle penetra na cortical, conserva a mesma estrutura histológica, porém torna-se tortuosa e passa a ser chamada de túbulo contorcido distal, e o último segmento do néfron. Também é revestido por epitélio cúbico simples.

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A diferença histológica entre o túbulo contorcido distal e o túbulo contorcido proximal, ambos na cortical e formados por epitélio cúbico simples baseia-se por;

* As células do túbulo c. proximal: - maiores - mais acidófilas (abundantes mitocôndrias).

* As células do túbulo c. distal: - menores - menos acidófilos (menos mitocôndrias).

O túbulo contorcido distal encosta-se ao corpúsculo de malpighi do mesmo néfron, e neste local sua parede se modifica. Suas células passam a cilíndricas altas. Com núcleos alongados e próximos uns dos outros. Esse segmento modificado da parede do túbulo distal que aparece escuro nos cortes corados (devido a proximidade dos núcleos de sua células) chama-se Macula Densa. O significativo funcional da mácula densa é desconhecido sugere se que ela pode estar relacionada à transmissão, para o glomérulo de informações referentes à composição do fluido que percorre o túbulo distal.

TUBOS COLETORES: A urina passa dos túbulos contorcidos distais para os tubos coletores, que na medula se unem uns aos outros, formando tubos cada vez mais calibrosos, e se dirigem para as papilas. A maior parte dos tubos coletores é medular e segue um trajeto retilíneo. Os tubos coletores de menor diâmetro são revestidos por epitélio cúbico e tem diâmetro 40 um. À medida que se fundem e se aproximam das papilas, suas células ficam mais altas, até se transformarem em cilíndricas. Ao mesmo tempo, aumenta o diâmetro do tubo que próximo à papila, chega a atingir 200um. APARELHO JUSTAGLOMERULAR: Próximo corpúsculo de malpighi, a arteríola aferente (as vezes também eferentes), apresenta uma modificação de sua camada média que possui células epitelióides em vez de fibras musculares lisas. Essas células chamadas justa-glomerulares, têm núcleos esféricos e citoplasma carregado de grânulos (que se coram por técnicas especiais). A mácula densa do tubo distal localiza-se próximo as células justaglomerulares, formando com estas um conjunto conhecido como aparelho justaglomerular. Ainda como parte do aparelho justaglomerular, encontramos células com citoplasma claro de função desconhecida, e denominamos de células mesangiais extraglomerulares. As células justaglomerulares produzem um polipeptídeo chamado de RENINA, que aumenta a pressão arterial, aumentando indiretamente a secreção de aldosterona. A renina secretada ativa uma globulina plasmática, chamada de angiotensinogênio, e libera um decapeptídeo chamado de angiotensina I. O pulmão libera uma enzima conversora que remove dois aminoácidos transformando a angiotensina I em um octapeptídeo chamado de angiotensina II.

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Principais efeitos fisiológicos da angiotensina II: - Aumenta pressão sanguínea � aumenta secreção de aldosterona (Hormônio secretado pelo córtex da adrenal) . A Aldosterona inibe a excreção de Sódio (Na) pelos rins. *A deficiência de Na é um estímulo para a liberação da renina que acelera a secreção de aldosterona, vindo esta inibir a secreção de Na pelos rins. Efeitos da Angiotensina: *Aumento da pressão arterial *Diminuição da excreção de água e sal *Estimula a secreção de aldosterona RIM RENINA - ENZINA (1h) Substrato renina.-------�..Angiotensina I (polipeptídeo) Enzina conversora (pulmão) Remove 2 Aa Angiotensina I I (sangue + ou – 1minuto ) - octapeptideo Angiotensinases destroem a angiotensina II em poucos minutos

Vasoconstrição Aumento da pressão arterial Estimula a secreção de aldosterona � RIM � Aumenta absorção de Na Aumenta a excreção de K

Inversamente - O excesso de Sódio no sangue . Deprime a secreção de renina .Que inibe a produção de aldosterona E isto aumenta a excreção de sódio na urina

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Assim o aparelho justaglomerular tem um importante papel no controle do balanço iônico. OBS: O sistema Vasoconstritor Renina Angiotensina requer mais ou menos 20 minutos para se tornar totalmente ativo. * O excesso de Na sangue � deprime a secreção de Renina � que inibe a produção de Aldosterona e aumenta a excreção de Na. Efeitos Hormonais ADH (hormônio anti diurético) - grande ingestão de água – ocorre a inibição ADH e a parede dos túbulos distais e coletores tornam-se impermeáveis a água, formando uma urina abundante e hipotônica. - Defict água – Ocorre a liberação do ADH e as paredes dos túbulos distais e coletores tornam-se permeáveis a água a qual é absorvida formando uma urina hipertônica. ALDOSTERONA - ativado pela Renina, quando há déficit de sódio no organismo. BEXIGA E VIAS URINÁRIAS A bexiga e as vias urinárias armazenam por algum tempo e conduzem para o exterior

a urina formada pelos rins. Os cálices, a pélvis, o ureter e a bexiga tem a mesma estrutura histológica básica, embora a parede se torne gradualmente mais espessa no sentido da bexiga.

A mucosa é formada por um epitélio de transição e por uma lâmina própria de tecido

conjuntivo que varia do frouxo ao denso. As células mais superficiais do epitélio de transição são responsáveis pela

barreira osmótica entre a urina e os fluidos teciduais. A túnica muscular é formada por uma camada longitudinal interna e uma

circular externa. A partir da porção inferior do ureter aparece uma camada longitudinal externa. Essas camadas musculares são mal definidas. Na parte proximal da uretra, a musculatura da bexiga forma o esfíncter interno da mesma.

O ureter atravessa obliquamente a parede da bexiga, de modo que se forma uma válvula que impede o refluxo de urina. A parte do ureter colocada na parede da bexiga mostra apenas músculo longitudinal, cuja contração abre a válvula e facilita a passagem de urina do ureter para a bexiga.

As vias urinárias são envolvidas externamente por uma membrana adventícia, exceto a parte superior da bexiga, que é coberta por membrana serosa (peritônio).

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URETRA É um tubo que leva a urina da bexiga para o exterior, no ato de micção. No

macho, a uretra dá passagem ao esperma durante a ejaculação. Na fêmea, é um órgão exclusivamente do aparelho urinário.

A uretra do macho é formada pelas porções: 1. Uretra Prostática: situa-se muito próxima a bexiga e no interior da próstata. Os

ductos que transportam a secreção a secreção prostática abrem-se na nesta uretra. O epitélio de revestimento é o de transição.

2. Uretra membranosa: tem apenas 1 cm de extensão e é revestido por epitélio

pseudo estratificado colunar. Nessa parte da uretra existe um esfincter de músculo estriado: o esfíncter externo da uretra.

3. Uretra Cavernosa: localiza-se no corpo cavernoso do pênis. Próximo a sua

extremidade externa, a luz da uretra cavernosa dilata-se, formando a fossa navicular. O epitélio de revestimento desta uretra é pseudo-estratificado colunar, com áreas de epitélio estratificado pavimentoso.

As glândulas de Littrè são do tipo mucoso e encontra-se em toda a extensão da uretra, mas predominam na uretra peniana. Uretra da Fêmea: É um tudo de um pouco mais extenso ( humano - 4 a 5 cm), revestido por epitélio plano estratificado com áreas de pseudo estratificado colunar. Próximo a sua abertura no exterior, a uretra feminina possui um esfíncter de músculo estriado, o esfíncter externo da uretra.

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APARELHO REPRODUTOR MASCULINO - Constituição: - Testículos - Ductos Genitais ou Excretores: - Epidídimo - Ducto Deferente - Glândulas Acessórias: - Vesícula Seminal - Próstata - Bulbo uretrais - Pênis 1. Testículos: É uma glândula com dupla função: - Produzir espermatozóides; - Produzir hormônio sexual masculino. Apresenta-se envolvido por uma espessa e resistente cápsula de tecido conjuntivo, rico em fibras colágenas, a albugínea. Cobrindo a albugínea encontramos, nas porções anterior e lateral do testículo, um saco seroso derivado do peritônio, chamado de túnica vaginal. O conjunto acima descrito fica imerso nas bolsas escrotais, estruturas revestidas por pele e que contém abundante camada de músculo liso. Desta maneira, os testículos permanecem fora da cavidade abdominal. Atribuem-se às bolsas escrotais papel importante em manter a temperatura dos testículos alguns graus abaixo da temperatura abdominal. A albugínea apresenta um espessamento da sua região posterior de onde partem septos fibrosos no sentido radial, que caminham na espessura do órgão até atingir a albugínea do lado oposto. Desta maneira, os testículos são divididos em aproximadamente 250 compartimentos piramidais, os chamados lóbulos testiculares. Os septos não são completos em todo o seu trajeto e, freqüentemente há intercomunicação entre os lóbulos. Cada lóbulo é ocupado por 1 a 4 túbulos seminíferos imersos em uma trama de tecido conjuntivo frouxo, rico em vasos sangüíneos e nervos. 1.1 Túbulos Seminíferos São tubos retorcidos terminando em fundo de saco. Medem cerca de 0,2 mm de diâmetro e 30 a 70cm de comprimento. Os túbulos seminíferos terminam na região posterior do testículo, nos túbulos retos que, por sua vez, se anastomosam em uma rede de túbulos, a rede testicular, de onde partem de 8 a 15 ductos eferentes que penetram na porção cefálica do epidídimo. Os túbulos seminíferos são formados pelas seguintes estruturas, de fora para dentro:

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a. Uma cápsula ou túnica própria de conjuntivo fibroelástico, com poucos fibroblastos; b. Uma nítida lâmina basal; c. Uma camada interna formada por um complexo epitélio estratificado. O epitélio é constituído por células de duas naturezas, de um lado temos a célula nutriente de Sertoli e do outro, as células que constituem a linhagem espermatogênica ou seminal. As células da linhagem seminal dispõem-se em 4 a 8 camadas de células, que ocupam o espaço entre a lâmina basal e a luz do túbulo. Essas células se dividem e diferenciam-se e terminam por produzir espermatozóides. Durante esse processo elas sofrem várias alterações. Espermatogênese: Aplica-se o termo à seqüência de alterações que ocorrem nas espermatogônias, para que elas se transformem em espermatozóides. As espermatogônias são células germinativas situadas ao longo da membrana basal do túbulo seminífero. As espermatogônias são células grandes e arredondadas, sendo que três tipos podem ser reconhecidos de acordo com o aspecto do núcleo. - Tipo A escuro - núcleo fortemente corado; - Tipo A claro - núcleo pouco corado; - Tipo B - núcleo esférico com grumos de cromatina ao longo da membrana nuclear. Diferença entre os termos: - Espermatocitogênese: Divisão das espermatogônias até espermátides; - Espermiogênese: Transformação das espermátides em espermatozóides. Espermatogênese esquematicamente: Slides P.point Curiosidades: * Em humanos a espermatogênese tem início por volta dos 14 anos; * O espermatozóide maduro é menor que o óvulo, e tem cerca de 60 um de comprimento; * O espermatozóide maduro pode viver várias semanas nos ductos do aparelho reprodutor masculino, mas pode viver apenas 2 a 3 dias nos ductos das vias reprodutoras femininas. Espermatozóide É constituído de: - Cabeça - Colo - Corpo - Cauda

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- Cabeça: É formada na maior parte, pelo núcleo condensado e é revestida pela membrana celular. O capuz cefálico recobre os 2/3 anteriores do núcleo e contém várias enzimas, incluindo a hialuronidase e proteases que estão envolvidas na penetração do óvulo. - Colo: Atrás da cabeça, há uma ligeira constrição, formando o colo, que contém 2 centríolos. - Corpo ou peça intermediária: Estão presentes mitocôndrias. - Cauda: Constitui a maior parte do espermatozóide, e é a região móvel da célula. OBS: A cabeça do espermatozóide contém as estruturas responsáveis pela transmissão da informação genética, e o restante da célula está relacionado com a locomoção. Sensibilidade: Os testículos são sensíveis a estímulos negativos: 1. Intoxicações; 2. Avitaminoses; 3. Alimentação deficiente 4. Radiações; 5. Criptorquidia; 6. Altas temperaturas; 7. Estados febris, especialmente após a ligação dos ductos deferentes. Ocorre em resposta a estes estímulos negativos, inicialmente redução, debilitação e depois atrofia com a conseqüente destruição do epitélio espermatogênico. Primeiro ocorrem ataques aos espermatócitos e espermátides em formação. No caso de prolongar-se o estímulo ocorrem hipertrofia das células de Leydig. - Células de Sertoli: As células de sertoli situam-se sobre a membrana basal do túbulo seminífero. Elas são relativamente poucas em número e ocorrem em intervalos entre as espermatogônias. Cada célula tem uma forma um tanto colunar e estendem-se da membrana basal até a luz do túbulo. Ao longo dos lados de cada célula, uma corrente de células germinativas em proliferação e diferenciação move-se vagarosamente em direção a luz. Existe uma relação muito íntima entre as células de Sertoli e as células germinativas; de fato as células germinativas ocupam reentrâncias profundas nas regiões laterais das células de sustentação e, mais tarde, em sua superfície apical. O núcleo da célula de Sertoli é endenteado. Funções das células de Sertoli: 1. Sustentação, proteção e liberação das células espermatogênicas; 2. Nutrição dos espermatozóides, espermátides e espermatócitos; 3. Fagocitose dos corpos residuais provenientes das espermátides;

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4. Secreção de líquido para a luz do túbulo seminífero para o transporte dos espermatozóides; 5. Formação de pequenas quantidades de estrógenos; - Células intersticiais ou células de Leydig: Estão agrupadas no tecido conjuntivo frouxo entre os túbulos, são células grandes e poliédricas; núcleo excêntrico; citoplasma fracamente corável; secretam andrógenos - testosterona. A testosterona produzida pelas células de Leydig é responsável pelo crescimento, desenvolvimento e maturação dos órgãos sexuais masculinos acessórios ( próstata, vesícula seminal, gl. bulbouretrais, pênis). A testosterona também é responsável pelas alterações sexuais secundárias que ocorrem na puberdade, tais como o crescimento dos pêlos faciais, axilares e púbicos, aumento da laringe e o crescimento muscular e esquelético. 1.2. Túbulos Retos São revestidos por células de sertoli sem espermatogônias; formam a rede testicular, e apresentam-se internamente com epitélio plano a cúbico baixo. 1.3. Túbulos Eferentes Passam pela cápsula albugínea e juntam-se ao epidídimo, revestidos por epitélio colunar ciliado. Apresentam abaixo da membrana basal uma camada de fibras musculares lisas dispostas circularmente e envolvidas por tecido conjuntivo frouxo. 2. Ductos excretores ou genitais Transportam os espermatozóides produzidos nos testículos: * Epidídimo * Ducto Deferente 2.1. Epidídimo Apresenta-se constituído por um tubo longo e único ( 4 a 6 m), e intensamente enovelado sobre si mesmo. É revestido internamente por um epitélio pseudo estratificado com estereocílios. Essas células se apoiam sobre uma lâmina basal envolta por fibras musculares lisas e um tecido conjuntivo frouxo, rico em capilares sangüíneos. Funções: - Absorção de líquidos; - Adição de substâncias ao líquido seminal para nutrição e talvez fagocitose de algumas células; - Secreta geralmente quantidade de líquido contendo hormônios, enzimas e nutrientes específicos que podem ser importante ou mesmo essenciais para a maturação dos espermatozóides.

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Segundo Dellmann, o epidídimo é o local de maturação e armazenamento dos espermatozóides. A observação dos espermatozóides coletados: - Ductos eferentes: realizam fracos movimentos vibratórios sem deslocamento; - Cabeça do epidídimo: realizam movimentos circulares; - Cauda do epidídimo: realizam movimentos para diante, progressivos. A cauda do epidídimo é o principal local de armazenamento para os espermatozóides; no touro, 45% dos espermatozóides do epidídimo estão armazenados neste segmento do órgão. No touro o desenvolvimento de espermatozóides a partir de espermatócitos exige aproximadamente 40 dias, e sua passagem através do epidídimo leva aproximadamente 10 dias. Portanto, quaisquer influências nocivas exógenas sobre as espermatogônias não são refletidas no sêmem até aproximadamente 50 dias mais tarde. 2.2. Ducto Deferente O epidídimo continua com um túbulo reto de paredes espessas, que se dirige à uretra prostática, onde desemboca, é o ducto deferente. Caracteriza-se por apresentar uma estreita luz e parede espessa constituída por músculo liso, e a mucosa apresenta-se pregueada. O ducto é revestido internamente por epitélio pseudo-estratificado prismático (ou colunar) com estereocílios. Lâmina própria: Tecido conjuntivo, rico em fibras elásticas e glândulas simples túbulo alveolares ramificadas; Lâmina muscular: É espessa e em espiral; Na sua porção terminal, antes de penetrar na próstata, o ducto deferente dilata-se, formando uma região chamada âmpola. Neste local o epitélio se torna mais espessa com aspecto arredondado. Na porção terminal da âmpola, desemboca a vesícula seminal, daí para diante, o ducto deferente penetra na próstata, indo logo terminar na uretra prostática. A porção intraprostática desse ducto denomina-se ducto ejaculatório e apresenta uma mucosa igual a da âmpola, desaparecendo, porém a camada muscular. Função: Transportar os espermatozóides do epidídimo ao ducto ejaculatório na ejaculação, por peristaltismo. OBS: segundo Dellmann, existem diferenças entre espécies: Em todos os animais domésticos, exceto no gato e no porco, a parte terminal do ducto deferente, alarga-se para formar a âmpola. Portanto existe ampola: garanhão, ruminantes e cão. 3. Glândulas Acessórias O ejaculado é constituído não só de espermatozóides, mas também do fluido produzido pelas glândulas acessórias masculinas. a. Parte glandular do ducto deferente; b. Vesícula seminal

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c. Próstata d. Bulbo uretrais ou gl. de Cowper OBS: Todas as glândulas acessórias estão presentes: garanhão, ruminantes e porco. - Glândulas vesiculares estão ausentes nos carnívoros; - Glândulas bulbouretrais estão ausentes no cão. a. Vesícula Seminal São dois órgãos, cada um é formado por um tubo de 15 cm de comprimento, intensamente enrolado sobre si mesmo. Mucosa: intensamente pregueada; Lâmina epitelial: epitélio pseudoestratificado colunar, com células ricas em grânulos de secreção; Lâmina própria: Rica em fibras elásticas, envoltas pela camada muscular, constituída por duas lâminas: - Uma interna de fibras circulares; - Uma externa de fibras longitudinais. A secreção da vesícula seminal é acumulada em seu interior, e é eliminada na ejaculação graças à contração da musculatura lisa. Essa secreção contém proteínas e é rica em vitamina C e frutose, metabólicos importantes para os espermatozóides; além de prostaglandinas e fibrinogênio. Função: Nutrição. Durante a ejaculação, cada vesícula seminal esvazia seu conteúdo no ducto ejaculatório pouco depois do canal deferente liberar o esperma. Isso aumenta apreciavelmente o volume do sêmen ejaculado, e a frutose e outras substâncias contidas no líquido seminal são de grande valor nutritivo para o esperma ejaculado, até que um deles fertilize o óvulo. Acredita-se que as prostaglandinas ajudem a fertilização de duas maneiras: 1ª - Ao reagir com o muco cervical para torná-lo mais receptivo ao espermatozóide; 2ª - Possivelmente, ao causar contrações peristálticas inversas no útero e nas trompas de falópio, de modo a movimentar o espermatozóide em direção aos ovários (alguns espermatozóides atingem a extremidade superior das trompas de falópio dentro de 5 minutos). OBS: Na castração ocorre atrofia das vesículas, pois está sob controle da testosterona. A altura do epitélio da vesícula seminal e a intensidade de seus processos secretórios, incluindo a secreção de frutose, dependem da testosterona. Na ausência deste hormônio, o epitélio da vesícula seminal se atrofia, o que pode ser corrigida com a administração deste hormônio.

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O funcionamento da musculatura lisa dos ductos, epidídimo e das glândulas do aparelho genital masculino também são afetados pela testosterona. b. Próstata É um conjunto de 30 a 50 glândulas tubuloalveolares ramificadas, cujos ductos desembocam na uretra prostática. A próstata não só produz o líquido prostático, mas também o armazena no seu interior para expulsá-lo durante a ejaculação. A próstata apresenta-se envolta por uma cápsula fibroelástica rica em músculo liso, que envia septos que penetram na glândula. Essas glândulas são revestidas internamente por epitélio cúbico simples ou colunar pseudo estratificado, cujas células secretam proteínas. - As glândulas prostáticas se dividem em 3 grupos: - Mucosas; - Submucosas; - Principais. Elas se dispõem em tres regiões separadas; situadas concentricamente em volta da uretra; e destas glândulas, as que mais contribuem para a secreção prostática são as principais. Curiosidades: - O carcinoma da próstata, tumor freqüente em homens de idade avançada, comumente se origina nas glândulas principais. - Os processos secretórios da próstata dependem da testosterona, quando este hormônio falta, a glândula regride. Função: A função da próstata é controlada pela testosterona, e a castração causa atrofia da glândula. A secreção é um líquido leitoso e pouco denso, contendo ácido cítrico e fosfatase ácida. No momento da ejaculação ele é adicionado ao líquido seminal. A secreção de muitas glândulas é lançada na uretra prostática por meio de contração do músculo liso da cápsula e do parênquima. A secreção prostática é alcalina e ajuda a neutralizar a acidez vaginal. Conforme GAYTON, a glândula prostática secreta um líquido alcalino contendo íon citrato, cálcio, fosfato ácido, uma enzima coagulante e uma pró-fibrolisina. Durante a emissão, a cápsula da próstata contrai-se simultaneamente com as contrações do canal deferente, de modo que o líquido fino e leitoso da próstata aumente o volume do sêmen. A natureza alcalina do líquido prostático pode ser muito importante para o sucesso da fertilização do óvulo, visto que o líquido do canal deferente é relativamente ácido devido a presença dos produtos metabólicos finais do espermatozóide, inibindo, portanto sua fertilidade. Além disso, as secreções vaginais da mulher são ácidas (pH 3,5-4,0). O espermatozóide não se movimenta muito bem

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até que o pH dos líquidos circulantes atinja cerca de 6 a 6,5. É provável que o líquido prostático neutralize a acidez dos outros líquidos após a ejaculação, aumentando acentuadamente a motilidade e a fertilidade do espermatozóide. - A próstata libera um líquido leitoso contendo: - ácido cítrico - fosfatase ácida - íon citrato - cálcio - enzima coagulante - pró-fibrolisina. - A vesícula seminal libera um líquido mucóide contendo: - proteínas - vitamina C - frutose - fibrinogênio - prostaglandinas. c. Glândulas bulbouretrais ou glândulas de Cowper São formações pares, do tamanho de uma ervilha, que se situam atrás da uretra membranosa, onde desembocam. São glândulas tubuloalveolares do tipo mucoso. Sua secreção tem aspecto mucoso, e é descarregado antes da ejaculação, onde aparentemente serve para neutralizar o ambiente uretral e lubrificar tanto a uretra como a vagina. Diferenças entre espécies: Vesicula seminal: totaliza aproximadamente: - 25 a 30% do ejaculado do touro; - 10 a 30% do ejaculado do porco; - 7 a 8% no carneiro e bode; - 60% no humano. É rico em frutose, que serve como fonte energética para os espermatozóides ejaculados. Próstata: Contribuição ao ejaculado: - 4 a 6% nos ruminantes; - 25 a 30% no garanhão; - 35 a 60% no porco Uma das funções da próstata é neutralizar o plasma seminal, que se torna ácido pelo acúmulo de dióxido de carbono metabólico.

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Bulbouretrais: É uma glândula composta tubular no porco, gato e bode, e túbulo alveolar no garanhão, touro e carneiro, e está ausente no cão. - São revestidas por epitélio cilindrico simples, com ocasionais células basais. - A glândula é envolvida por uma cápsula fibroelástica contendo uma quantidade variável de células musculares estriadas. - O produto de secreção mucoso e protéico é descarregado antes da ejaculação nos ruminantes, onde aparentemente servem para neutralizar o ambiente uretral e lubrificar tanto a uretra como a vagina. - No porco, o produto de secreção, exclusivamente mucoso é parte do ejaculado - 15 a 30%, e possivelmente está envolvido na oclusão do cérvix para evitar perda de esperma. - No gato, o produto secretório é mucoso e também contém glicogênio, para fornecer energia para o metabolismo dos espermatozóides ejaculados. Sêmen O ejaculado normal ou sêmen consiste em espermatozóides e plasma seminal, um líquido que fornece os nutrientes para o metabolismo e a motilidade dos espermatozóides. A quantidade do sêmen e, especialmente o número e a qualidade dos espermatozóides estão sujeitos a variações dentro de amplos limites e são influenciados por numerosos fatores exógenos e endógenos. Por exemplo, variações sazonais definidas são particularmente obvias no garanhão e nos ruminantes. Embora os espermatozóides adquiram maturidade integral durante sua passagem através do sistema reprodutor masculino, o que exige aproximadamente 50 dias no touro, a capacidade de fertilização integral dos espermatozóides só é alcançado no interior do trato reprodutor feminino. Este processo é conhecido como capacitação. Espécie

média ejaculado

Touro 1.7 a 9 ml sêmen 1 milhão esperm/microlitro Carneiro 1 ml 2 a 5 milhões

esperm/microl Bode 1 ml 1 a 5 milhões

esperm/microl Garanhão 18 a 320ml 30.000 a

800.000esp./microlitro Porco 225 (70 - 500)* 2.500 a 1 milhão/microlitro Cão 0.1 a 30 ml 60.000 a 200.000 " Dellmann(82). * GALLOWAY in: Sims & Glastonbury (96)

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Sêmen (humano) O sêmen que é ejaculado durante o ato sexual masculino, é composto do líquido e do esperma proveniente do canal deferente - cerca de 10% do total, do líquido das vesículas seminais - cerca de 60% do total, do líquido da próstata e de pequenas quantidades das glândulas mucosas, especialmente das bulbouretrais - cerca de 30%. Portanto, a maior parte do sêmen consiste em líquido da vesicula seminal, que é o último a ser ejaculado e que serve para empurrar os espermatozóides para fora do duto ejaculatório e da uretra. O pH médio do sêmen combinado é de cerca de 7,5, quando o líquido prostático alcalino já neutralizou a ligeira acidez das outras porções do sêmen. O líquido prostático confere ao sêmen um aspecto leitoso, enquanto o líquido da vesícula seminal e das gl. mucosas proporciona-lhes consistência mucóide. Além disso, a enzima coagulante do líquido prostático faz com que o fibrinogênio do líquido da vesícula seminal forme um leve coágulo que mantém o sêmen nas regiões mais profundas da vagina, onde se localiza o colo uterino. “A seguir, o coágulo se dissolve nos próximos 15 a 30”, devido a lise pela fibrolisina (próstata). Nos primeiros minutos após a ejaculação, o esperma permanece relativamente imóvel, talvez devido à viscosidade do coágulo; mas, à medida que o coágulo se dissolve, o esperma torna-se simultaneamente muito móvel. Embora o esperma possa viver durante muitas semanas nos ductos genitais masculinos, uma vez ejaculados, seu tempo máximo de vida é de apenas 24 à 48hs, na temperatura corporal. Em baixas temperaturas, o sêmen pode ser armazenado por várias semanas, e congelado a uma temperatura abaixo de 100ºC, preserva-se durante anos. Armazenamento do Espermatozóide: Os dois testículos, do adulto jovem (humano), formam cerca de 120 milhões de espermatozóides/dia. Uma pequena quantidade desse esperma pode ser armazenada no epidídimo, porém a maior parte é armazenada no canal deferente e na ampôla. OBS: a distância do canal eferente até a uretra é de 6 m, e os espermatozóides levam em torno 8 dias para percorrê-la. 4. Pênis É constituído essencialmente por três, massas cilíndricas de tecido eréctil, mais a uretra, envoltas excentricamente por pele. Duas dessas massas cilíndricas são colocadas dorsalmente e recebem o nome de corpos cavernosos do pênis. A outra ventral chama-se corpo esponjoso da uretra, e envolve a uretra peniana em todo seu trajeto, na porção terminal, dilata-se formando a glande. Os três corpos encontram-se envoltas por uma resistente membrana de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea do pênis. Os corpos cavernoso e esponjoso são formados por um emaranhado de vasos sangüíneos dilatados, revestidos por endotélio. O prepúcio é uma prega retrátil da pele do pênis contendo tecido conjuntivo, com músculo liso no seu interior. Observam-se, na pele que recobre a glande, pequenas glândulas sebáceas.

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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Constituição: . 1 par de ovários

. 1 par de tubas uterinas ou trompas de falópio

. Útero

. Vagina

. Genitália Externa - Vestíbulo - Clitóris - Lábios

Funções: 1. Produzir óvulos - células germinativas feminina pela ovulogênese; 2. Facilitar o transporte de células germinativas femininas e de espermatozóides que

tenham sido introduzidos para aumentar a chance de fertilização. 3. Manter embriões implantados durante o seu período gestacional. 4. Nutrir as crias no período pós-natal pelo processo de lactação. 1. OVÁRIOS São responsáveis pela produção de células germinativas femininas (óvulos), e pela elaboração dos hormônios sexuais - estrógenos e progesterona - na fêmea sexualmente madura. Em animais os ovários possuem várias formas e variados tamanhos: � Égua - forma de rim - devido a fossa de ovulação; � Porca - forma de amora devido ao grande número de folículos na sua superfície; � Vaca - forma de amêndoa; � Cadela - é encapsulado. Os ovários apresentam uma região medular e uma região cortical. � Região Medular� Contém numerosos vasos sangüíneos e regular quantidade de

tecido conjuntivo frouxo. � Região Cortical � Onde predominam os folículos ovarianos, contendo os ovócitos. • OBS: Não há linha definida entre a cortical e a medular. A superfície do ovário é revestida por um epitélio simples cúbico em sua maior extensão, mas apresentando-se pavimentoso em certas áreas. Sob este epitélio o estroma forma uma camada mal delimitada de tecido conjuntivo denso, que constitui a albugínea do ovário. A albugínea é responsável pela cor esbranquiçada do ovário. A) Folículos Ovarianos: Distinguem-se em: * Folículos primários

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* Folículos em crescimento * Folículos maduros ou de Graff

Em animais estima-se de 70.000 a 150.000 folículos ao nascer. A regressão pode atingir qualquer tipo de folículo, desde os primários até os quase completamente maduros. Quando o animal chega a velhice, o número de folículos está reduzido entre 1.000 a 2.500, isto devido aos folículos que entram em atresia. - Folículos primários: É uma célula volumosa, com núcleo grande e claro, esférico e bem evidente. Apresenta epitélio simples e um ovócito ( ou oócito ). - Folículos secundários ou em crescimento: Por meio da divisão das células epiteliais do folículo primário, forma-se o folículo secundário, que apresenta um epitélio estratificado. Estes folículos praticamente só existem no ovário da fêmea sexualmente ativa. Em cada ciclo estral vários folículos entram em crescimento, dependendo da espécie animal, apenas um ou mais de um atingem a maturação, ao passo que os demais degeneram. A fase de crescimento começa com o aumento de volume e a multiplicação das células foliculares. Essas células tornam-se poligonais e o seu conjunto forma a camada granulosa do folículo. O ovócito também aumenta de volume e em sua volta surge uma camada acidófila, homogênea e acelular denominada de Zona Pelúcida. O estroma imediatamente em torno do folículo modifica-se para formar as tecas foliculares, com duas (2) camadas: a teca interna e a teca externa. As células da teca interna, quando completamente diferenciadas apresentam características de células produtoras de esteróides. A teca externa apresenta células semelhante as células do estroma ovariano, entre as quais existem numerosas fibras do conjuntivo e vasos sangüíneos que se dirigem para a teca interna. O limite entre as duas tecas é pouco nítido, o mesmo ocorre com o limite da teca externa e o estroma ovariano. O limite entre a teca interna e a granulosa é bem evidente, pois suas células são distintas morfologicamente e entre as duas existe uma lâmina basal. À medida que o folículo cresce, principalmente pelo aumento do número das células granulosas, surgem acúmulos de líquido rico em ácido hialurônico entre essas células ( líquido folicular ). As cavidades contendo líquido confluem e acabam formando uma cavidade única, o Antro Folicular. As células da granulosa são mais numerosas em determinado ponto da parede folicular, formando um espessamento, o Cummulus Oophorus, que contém o ovócito. - Folículos Maduros ou de Graff: O folículo maduro varia o diâmetro entre as espécies: na égua - 50 a 70mm; vaca - 15 a 20mm; ovelha, porca e cabra - 10mm; cadela e gata - 2mm. Pode ser visto como uma vesícula transparente fazendo saliência na superfície do ovário. Devido ao acúmulo de líquidos, aumenta muito a cavidade folicular, ficando o ovócito preso à parede do folículo por um pedículo constituído por células foliculares. As células da primeira camada em volta do ovócito tornam-se alongadas e formam a Corona Radiata, que acompanha o ovócito quando este deixa o ovário. A

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corona radiata está ainda presente quando o espermatozóide cerca o ovúlo ( na tuba uterina). OVULAÇÃO Denomina-se ovulação a ruptura do folículo maduro, com a liberação do ovócito que será colhido pela extremidade dilatada da tuba uterina. Apenas um ovócito (dependendo da espécie) é liberado pelo ovário de cada vez, porém algumas vezes dois ou mais óvulos podem ser expulsos ao mesmo tempo e se estes forem fertilizados, haverá mais de um feto ( gestação multipla ). Durante a ovulação, o ovócito é lançado ao exterior do ovário junto com líquido folicular e um pouco de sangue. “O folículo após romper-se fica aberto e há extravasamento de sangue, então este é denominado de CORPUS HEMORRÁGICO”. Após isto há uma proliferação das tecas e células da granulosa e começa a se formar o “corpo lúteo” , que começa a liberação de progesterona na qual é responsável pela manutenção do embrião. Quando há regressão do corpo lúteo, este passa a ser chamado de corpo albicans ou cicatricial. A extremidade da tuba uterina voltada para o ovário é franjada e tem forma de funil. No momento da ovulação ela se acha próxima à superfície do ovário e recebe o óvulo. Em seguida, este é conduzido pelo interior da tuba na direção do útero. No infundíbulo existem numerosas células ciliadas, chamadas FIMBRIAS que são responsáveis pela captação do óvulo para jogá-lo no interior do oviduto. No final da âmpola, próximo ao ístimo é onde ocorre a fecundação. E o ístimo ajuda a chegada do espermatozóide ao óvulo. O ístimo é uma continuação do útero, e na junção útero-tubárica serve para regular a fecundação, pois em fases estrogênicas esta se encontra mais aberta, e em fase progesterônica fica mais fechada. Ocorrendo a fecundação o embrião fica no oviduto por um período de quatro a cinco dias ( fase de 32 células à mórula - 64 células ), e nestes dias o oviduto é responsável pela nutrição e secreção para proporcionar o ambiente propício ao embrião. 2. TUBAS UTERINAS OU TROMPAS DE FALÓPIO OU OVIDUTO Porções: - Infundíbulo ou pavilhão

� Âmpola � Ístimo � Segmento intramural - atravessa a parede uterina ( considerada por alguns

autores) Obs: Do infundíbulo ao ístimo: � nº de cél. Ciliadas - < nº de células ciliadas < nº de cél. Secretoras- > nº de células secretoras

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Parede da Trompa 1. Mucosa � numerosas pregas longitudinais delicadas; . O epitélio de revestimento é formado por três tipos celulares: 1ª Células colunares ciliadas 2ª Células colunares não ciliadas - secretoras de muco 3ª Células intercaladas - podem ser precursoras das secretoras ou estas em repouso. 2. Muscular � Fibras musculares lisas, dispostas em uma camada circular interna e

outra longitudinal externa. 3. Conjuntiva � Formada por tecido conjuntivo frouxo coberto em parte por células

mesoteliais ( pavimentosas ) do peritônio pélvico. 3. ÚTERO A parede do útero é relativamente espessa e constituída por três túnicas, que de fora para dentro são: 1º Serosa ou Perimétrio - tecido conjuntivo e mesotélio; 2º Miométrio - Túnica de músculo liso; 3º Endométrio - é a túnica mucosa. ENDOMÉTRIO . É a camada mucosa; . O epitélio da mucosa é cilíndrico simples; . Possuem glândulas uterinas que são tubulares simples ou ramificadas; . Lâmina própria - formada por tecido conjuntivo frouxo, contendo inúmeras células de defesa ( mononucleares e polimorfonucleares). .OBS: Na porca e na Vaca há a presença de áreas de epitélio pseudo estratificado cilíndrico ciliado, focos isolados de epitélio cúbico. MIOMÉTRIO . É a túnica mais espessa do útero, sendo formada por feixes de fibras musculares lisas separadas por tecido conjuntivo. . É a camada muscular; . Constituída por: - Sub-camada circular interna espessa (musculo liso); - Sub-camada vascular rica em vasos sangüíneos calibrosos; - Sub-camada longitudinal externa delgada. PERIMÉTRIO OU CAMADA SEROSA . Típica; . Grande número de vasos linfáticos.

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4. CÉRVIX OU COLO UTERINO . Túnica Mucosa � Face interna: é revestido por células cilíndricas e com glândulas muco secretoras. Face externa: apresenta epitélio plano estratificado e aglandular. Sua parede é espessa, muscular e rica em fibras elásticas. Há formação de pregas na mucosa. A atividade secretora das glândulas varia conforme os estágios do ciclo estral e da prenhez. Um muco claro e fluído é secretado durante o estro (ou fase estrogênica); e um selo cervical espesso é produzido durante a prenhez (ou fase progesteronica). OBS: porca - é uma estrutura de paredes finas; vaca- extremamente desenvolvida e intensamente glandular. . Túnica Muscular: É bem desenvolvida e rica em fibras elásticas. 5. VAGINA É um tubo muscular que se estende do cérvix ao vestíbulo. Apresenta pregas longitudinais na mucosa que correm em todo o comprimento da vagina. . Túnica mucosa � lâmina epitelial: epitélio plano estratificado, geralmente aglandular. Lâmina prórpia: tecido conjuntivo frouxo ou denso, nódulos linfóides dispersos, rica em fibras elásticas. . Túnica muscular � apresenta duas a três sub-camadas: 1 long. Interna ( variável) 1 circular média 1 long. Externa . Túnica serosa � face cranial . Túnica adventícia � face caudal. 6. VESTÍBULO E VULVA 6.1. Vestíbulo: é a abertura da vagina no exterior. . Túnica mucosa: epitélio plano estratificado não queratinizado; própria e submucosa: tecido conjuntivo frouxo e denso, rico em fibras elásticas, infiltração linfocitária. • Presença de glândulas vestibulares maiores ou Bartholin: são em número de duas,

dispostas uma de cada lado do vestíbulo. As outras glândulas vestibulares menores são mais numerosas e dispostas principalmente ao redor da uretra e clitóris.

•••• OBS: A função das glândulas vestibulares não é bem definida. Ela provavelmente

fornece a lubrificação mucosa do vestíbulo. . Túnica Muscular: apresenta uma camada de musculo liso no sentido longitudinal interna e uma circular externa.

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. Túnica adventícia: típica. 6.1.1. Clitóris: está constituída no vestíbulo. . Revestida por epitélio plano estratificado queratinizado. É constituída por corpos eréteis- corpo, glamde e prepúcio de forma rudimentar. 6.2. Vulva: É formada pelos lábios. . Lábios: São pregas de pele composta por estruturas tegumentares típicas. Os lábios são especialmente bem supridos de pequenos vasos sangüíneos e linfáticos, que se tornam congestos durante o estro, especialmente na cadela e na porca. CICLO ESTRAL O ciclo estral difere nas várias espécies animais, mas geralmente é dividido: Proestro, estro, metaestro, diestro, anestro. ALTERAÇÕES CÍCLICAS DO ENDOMÉTRIO . Grandes folículos ovarianos produzem estrógenos: � Proestro - período de maturação folicular e desenvolvimento uterino. � Estro - É o período de receptividade sexual e ovulação. . Corpo lúteo produz progesterona: � Metaestro - É o período de desenvolvimento do corpo lúteo. � Diestro - É a fase luteínica ativa. � Anestro - Ocorre na pseudo gestação ou diestro gestacional e lactacional. Obs: O estrógeno e a progesterona são em grande parte responsáveis pelas alterações cíclicas do endométrio.

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PELE E ANEXOS A pele recobre toda a superfície do corpo e é o seu maior órgão. Continua-se com as membranas mucosas que revestem os sistemas digestivo, respiratório e urogenital, nos locais onde estes se abrem para a superfície. Na margem das pálpebras, a pele é contínua com a conjuntiva e, na orelha, reveste o meato acústico externo e recobre a membrana do tímpano. Conforme COMARCK (2003) a pele e as várias estruturas acessórias que cobrem e protegem a superfície externa do corpo constituem a superfície externa do corpo constituem a sistema tegumentar (do latim integumentum, cobertura). Representando o órgão mais volumoso do corpo, a pele é constituída de dois principais componentes – uma camada de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, chamado epiderme, e uma camada de tecido conjuntivo subjacente, chamada derme. Em comum com os outros epitélios, a epiderme é desprovida de vasos sanguíneos. Sua nutrição é dependente da difusão a partir de capilares no tecido conjuntivo da derme. A nutrição sustenta somente as camadas profundas da epiderme, de modo que à medida que mais células superficiais atingem a superfície do corpo, elas não são nada mais do que escamas mortas de queratina. Intimamente a pele estão várias estruturas acessórias conhecidas como anexos cutâneos. Este termo é aplicado ao pêlo e às unhas, assim como também as glândulas cutâneas que liberam secreções por sobre a superfície da pele. As garras e os cascos altamente queratinizados dos mamíferos e o bico, as garras e as escamas das aves também são derivados cutâneos ( BACHA Jr e BACHA, 2003). Há dois tipos distintos de pele, a pele espessa e a pele delgada. Isso refere-se apenas à espessura proporcional da epiderme, e não à espessura total da pele ( COMARCK, 2003). A pele é constituída por duas camadas distintas, a epiderme e a derme, firmemente unidas entre si. A epiderme é a camada mais externa, composta por um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. A derme é a camada mais profunda e é formada por tecido conjuntivo. A pele repousa sobre um tecido subcutâneo, conhecido também como fascia superficial, constituído por tecido conjuntivo frouxo ou adiposo. Este tecido subcutâneo permite à pele movimentar-se livremente sobre as estruturas mais profundas –hipoderme (SNELL, 83).

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1. EPIDERME É um epitélio pavimentoso estratificado constituído por 3 tipos de diferentes linhagens celulares: * QUERATINÓCITOS * MELANÓCITOS * CÉL. DE LANGERHANS 0BS: alguns autores ainda consideram um outro tipo celular, a célula de MERKEL. . QUERATINÓCITOS: Constituem a maior parte da epiderme. As células são formadas em sua camada mais profunda, a partir de células cilíndricas que sofrem contínua atividade mitótica. Uma vez formadas, são empurradas sucessivamente para camadas mais mais superficiais, pela produção de novas células abaixo delas. À medida que se dirigem para a superfície, uma proteína é sintetizada dentro do seu citoplasma, a queratina. O grau de queratinização e a espessura da epiderme nas diferentes regiões do corpo são determinados antes do nascimento e estão sob controle genético. Nas palmas das mãos e nas solas dos pés, a queratinização é extensa, mas no antebraço é reduzida. O desgaste excessivo pode estimular os queratinócitos a reproduzir-se mais rapidamente e, como resultado torna-se mais espessa e as células mais queratinizadas. Esta é uma importante resposta da pele ao trauma e tem claramente o objetivo de proteger os tecidos moles subjacentes. .MELANÓCITOS: São células epiteliais com prolongamentos, que sintetizam o pigmento melanina. Estas células estão continuamente em atividade mitótica, embora suas divisões seja mais lenta do que a dos queratinócitos. Há em média, cerca de 1.500 melanócitos por milímetro quadrado de superfície de pele. Sua distribuição varia com os indivíduos e com as regiões do corpo, sendo estas cél. mais numerosas na área genital, menos na face e mais dispersas no tronco. Embora uma das diferenças mais óbvias entre as várias raças humanas seja a variação da cor da pele, o número de melanócitos nas diferentes raças é mais ou menos o mesmo. As variedades de cor devem-se as diferenças na atividade dos melanócitos; assim, os negros têm em sua pele mais melanócitos ativos que os brancos. As células recém formadas são empurradas para a superfície, acompanhado dos queratinócitos, onde finalmente descamam. À medida que os melanócitos se dirigem para a superfície, perdem sua habilidade de produzir melanina, degeneram e morrem. .CÉLULAS DE LANGERHANS: São células epiteliais ramificadas. Estas células contêm enzimas hidrolíticas e acredita-se que sejam fagocíticas, tendo provavelmente migrado da derme para a epiderme. .CÉLULA DE MERKEL: São terminações nervosas sensoriais.

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CAMADAS DA EPIDERME 1.CAMADA GERMINATIVA OU BASASL OU DE MALPIGHI (EPITÉLIO MALPIGHIANO) 2.CAMADA ESPINHOSA 3.CAMADA GRANULOSA 4.CAMADA LÚCIDA 5.CAMADA CÓRNEA 1. CAMADA GERMINATIVA: Faz limite com a derme; é constituída por uma camada única de células colunares baixas que repousam sobre uma lâmina basal. Estas células são os queratinócitos, que estão continuamente sofrendo divisão mitótica e formando pilhas de novas células, que são empurradas para a superfície. 2. CAMADA ESPINHOSA: Esta camada está situada superficialmente à camada germinativa e possui várias camadas celulares. Os queratinócitos desta camada são mais achatados e poliédricos. 3. CAMADA GRANULOSA: Situa-se acima da camada espinhosa e possui 3 a 4 camadas celulares. As células são achatadas e fortemente coradas. 4. CAMADA LÚCIDA: Acima da granulosa, constituída por várias camadas de células achatadas e anucleadas. 5. CAMADA CÓRNEA: Consiste em muitas camadas de células mortas repletas de queratina. 2. DERME É uma espessa camada de tecido conjuntivo que se estende da epiderme até a hipoderme. Nesta camada, situam-se os anexos da pele, muitos vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. A derme é dividida em: . camada papilar . camada reticular 1. CAMADA PAPILAR: é a mais delgada e preenche as cavidades entre as cristas epidérmicas formando as papilas ou criptas dérmicas.

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Constituída por tecido conjuntivo frouxo formado por: feixes delicados de fibras colágenas, fibras reticulares e fibras elásticas dispostas em uma rede frouxa. As fibras são circundadas por um gel de glicosaminoglicanas. 2. CAMADA RETICULAR: é formado por tecido conjuntivo denso, constituído por fibras colágenas entrelaçadas, fibras elásticas e reticulares. 3. HIPODERME É formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme aos órgãos subjacentes. É a camada responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas na qual se apoia. 4. INERVAÇÕES DA PELE - A pele contém numerosos receptores sensoriais constituídos por terminações periféricas de neurônios sensoriais. - Os mais numerosos deles são as terminações nervosas livres da epiderme, mas também há na derme. - Os da epiderme se estendem até a granulosa e funcionam como receptores da dor. - Muitos folículos são circundados por terminações nervosas livres da derme. - Outras terminações nervosas são envolvidas por uma cápsula, estas podem ser: .Corpúsculo de Pacini .Corpúsculo de Meissner .Corpúsculo de Ruffini Além disso, a pele contém fibras nervosas eferentes que inervam os vasos sanguíneos, as glândulas sudoríparas, e o músculo liso associado à glândula sebácea. 5. COR DA PELE Três pigmentos principais contribuem para determinar a cor da pele: a melanina, a hemoglobina e os carotenos.

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A melanina é de cor amarelada, alaranjada ou marrom e é produzida pelos melanócitos na epiderme. Se escapar para a derme é fagocitada pelos macrófagos, e irão aparecer azul devido ao efeito de dissipação de luz causado pela epiderme. A hemoglobina presente nos eritrócitos dos capilares dérmicos contribui para a cor avermelhada ou azulada da pele, dependendo da concentração relativa de oxi-hemoglobina e de hemoglobina reduzida. Os carotenos são amarelados e estão presentes na camada córnea. Esta cor é mais evidente nas palmas das mãos e solas dos pés, onde a camada córnea é mais espessa. 6. ANEXOS DA PELE

6.1. UNHAS

As unhas são placas córneas achatadas, situadas na superfície dorsal das extremidades distais dos dedos das mãos e pés. A parte proximal da unha é chamada raíz, que emerge de uma ranhura da pele para formar o corpo da unha, região esta que fica exposta. A raíz da unha é recoberta por uma prega de pele chamada de prega ungueal proximal. A camada córnea desta prega estende-se sobre o corpo da unha por uma certa distância, para constituir o eponíquio (cutícula). As bordas laterais do corpo da unha são cobertas por dobras de pele denominadas pregas ungueais laterais. O leito ungueal representa a pele abaixo do corpo da unha e, nesta região, a epiderme é constituida apenas pela camada germinativa. Na parte proximal do leito ungueal, a camada germinativa torna-se espessa e opaca e forma a lúnula. A camada germinativa da lúnula tem uma intensa atividade proliferativa e é responsável pelo crescimento da unha. Esta região ativa é conhecida como matriz ungueal. À medida que as células vão sendo formadas, e se tornam queratinizadas e dispostas compactamente, estas células não descamam. Com o contínuo crescimento da unha, seu corpo desliza sobre o leito ungueal, em direção à extremidade distal. As unhas dos dedos das mãos crescem numa velocidade de 0,5 a 1,2 mm por semana, porém as dos dedos dos pés crescem mais lentamente. No leito ungueal, a derme é contínua com o periósteo da falange. Nesta região, as papilas dérmicas formam criptas longitudinais que correm em direção ao eixo longitudinal da unha. As papilas dérmicas são muito vascularizadas e é isto que produz a cor rósea vista através do corpo translúcido da unha. A lúnula é branca porque, nesta região, as papilas dérmicas são menos vascularizadas e a camada germinativa é espessa e opaca.

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6.2.Pêlos Estão presentes em quase toda a superfície corporal, com exceção dos lábios, palmas da mãos, solas dos pés, superfície dorsal das falanges distais dos dedos, glande do pênis, glânde do clitóris, pequenos lábios e superfície interna dos grandes lábios. Os pêlos podem ser divididos em dois grandes grupos: aqueles que são curtos, claros e delicados - os velos - e aqueles que são grossos, escuros e grandes - os pêlos terminais. Os pêlos são fibras epiteliais mortas compostas por células queratinizadas fundidas, que se projetam na superfície da epiderme. Os Pêlos variam em comprimento, espessura e cor nas diferentes partes do corpo e nas diferentes raças. Não crescem continuamente, tendo, ao invés disso, um crescimento cíclico, Diz-se que os pêlos em crescimento estão na fase anagênica. Esta fase é seguida por um curto período de involução, chamada de fase catagênica. A seguir, há uma fase de repouso ou fase telogênica e, neste estágio, o pêlo cai ou é arrancado. O pêlo assim, fora de seu folículo, recebe o nome de pêlo em clava, devido a forma de sua raíz. Após um período de descanso, um novo pêlo cresce para substituir o anterior, repetindo-se o ciclo de crescimento. A vida média de um único pêlo varia nas diferentes partes do corpo, durando desde 4 meses nas axilas até 4 anos no couro cabeludo. O Pêlo cresce rapidamente entre os 16 e os 46 anos de idadee, após os 50 anos, seu número diminui em determinadas regiões. Durante a gravidez, a maior parte dos pêlos continua a crescer, mas após o parto há aumento temporário da queda desses pêlos, de modo que sua densidade reduz-se. Este efeito fisiológico é causado pela sincronização dos ciclos dos pêlos durante a época final da gravidez, que resulta em muitos deles entrando na fase telogênica e caindo, juntos. O pêlo tem uma haste, que é a parte que se projeta da superfície da pele, e uma raíz, representada pela região mergulhada na pele. A raíz do pêlo provém de uma invaginação tubular da epiderme conhecida como folículo piloso. - ESTRUTURA DO PÊLO - . A PARTE DISTAL OU LIVRE É CHAMADA DE EIXO DO PÊLO OU HASTE. . A PARTE INFERIOR DE DENTRO DO FOLÍCULO É CHAMADA DE RAÍZ. CAMADAS DO PÊLO: .MEDULAR .CORTICAL .CUTICULAR 1.CUTICULAR: É mais externa e é formada de células queratinizadas achatadas.

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2. CORTICAL: Ou camada média e pigmentada, consiste de uma camada de cél. queratinizadas compactas. 3. MEDULAR: Esta camada forma o centro do pêlo e está frouxamente preenchida por células cúbicas ou achatadas. Na raíz ela é compacta e sólida. - ESTRUTURA DO FOLÍCULO PILOSO - 1. BAINHA CONJUNTIVA: Tecido conjuntivo que envolve o folículo. 2. BAINHA OU MEMBRANA VÍTREA: Separa o folículo da bainha conjuntiva. 3. BAINHA EXTERNA: Envolve o eixo do pêlo, continua com o epitélio da epiderme. 4. BAINHA INTERNA: Também envolve o eixo do pelo, continuando com o epitélio da epiderme e desaparecendo na região onde as gl. sebáceas desembocam. 5. BULBO PILOSO: Dilatação terminal, cujo centro se observa a papila dermica; as células que recobrem a papila formam a raíz do pêlo. 6. FEIXES DE MÚSCULO LISO: Presentes na derme e dispostos obliquamente, inserindo-se de um lado na bainha conjuntiva, do outro na camada papilar da derme. A contração destes promove o eriçamento do pêlo, por isto são chamados de músculo eretor do pêlo. OBS: A PIGMENTAÇÃO DO PÊLO PROCESSA-SE GRAÇAS À PRESENÇA DE MELANÓCITOS, DISPOSTOS ENTRE A PAPILA E O EPITÉLIO DA RAÍZ DO PÊLO. - PIGMENTAÇÃO DO PÊLO: É formado pelos melanócitos situados no bulbo pilosos próximo à papila. A diferença na cor dos pêlos é produzida por dois pigmentos, a melanina marrom ou preta e a feomelanina amarela. A melanina marrom ou preta deriva da tirosina e a feomelanina do triptofano. O pêlo grisalho ou branco que aparece com a idade tem duas causas: 1. Falha dos melanócitos na matriz germinativa do bulbo piloso de continuar a

formar grânulos de pigmento; 2. O surgimento de pequenas bolhas no córtex e na medula da haste pilosa. O reflexo da luz nas bolhas de ar é responsável pelo brilho ou pelo aspecto prateado do pêlo branco.

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. GLÂNDULAS DA PELE 1. SEBÁCEAS: São encontradas, com raras exceções, em todas as regiões do corpo. Situam-se na derme e seus ductos geralmente desembocam na porção terminal do folículo pilosos, com exceção dos lábios, glande e pequenos lábios, onde seus ductos desembocam diretamente na superfície da pele. É do tipo holócrina ( morte da cél. secretora), e sua secreção é uma mistura complexa de lipídeos. A atividade desta glândula é influenciada pelos hormônios sexuais. 2. SUDORÍPARAS: São encontradas em toda a pele, exceto na glande e lábios. São glândulas tubulosas simples enoveladas. Encontra-se na derme e seu ducto desemboca diretamente na superfície da pele. O suor secretado é um líquido fluido contendo: proteínas, Na, K, Cl, uréia, amônia e ácido úrico. ` A maioria é do tipo merócrino, porém nas axilas e região anal são do tipo apócrina.

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Di Fiori, M.S.H.; Atlas de Histologia . 7ªed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1991. 229p. Kessel, R.G.; Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511p. Junqueira, L.C., Carneiro, J.; Histologia Básica.10ªed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004, 488p. Ross, M.H.; Rowrell, L.J.; Histologia, Texto e Atlas.2ªed., São Paulo, Panamericana, 1990. 770p. Snell, R. S.; Histologia Clínica. Rio de Janeiro, Interamericana, 1985. 686p. Young,B.;Heath, J.W.; Histologia Funcional. 4ªed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001. 415p.