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Conceitos, historia, comentários saneamento Sumário OS RESULTADOS ALARMANTES DA PESQUISA DE SANEAMENTO BÁSICO......2 CAPÍTULO II. O SETOR DE SANEAMENTO COMO UMA INDÚSTRIA..........3 Ano do Saneamento.............................................12 Precariedade do Saneamento Básico interfere na economia.......15 O saneamento básico...........................................16 História do Saneamento Básico.................................16 Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – 2008.................17 Lei do Saneamento Básico......................................24 História do saneamento básico no Brasil revela precariedade. . .25 O SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL.................................26

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Conceitos, historia, comentários saneamento

SumárioOS RESULTADOS ALARMANTES DA PESQUISA DE SANEAMENTO BÁSICO...................................2

CAPÍTULO II. O SETOR DE SANEAMENTO COMO UMA INDÚSTRIA..............................................3

Ano do Saneamento...................................................................................................................12

Precariedade do Saneamento Básico interfere na economia.....................................................15

O saneamento básico.................................................................................................................16

História do Saneamento Básico..................................................................................................16

Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – 2008......................................................................17

Lei do Saneamento Básico..........................................................................................................24

História do saneamento básico no Brasil revela precariedade...................................................25

O SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL..........................................................................................26

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OS RESULTADOS ALARMANTES DA PESQUISA DE

SANEAMENTO BÁSICO http://www.blogdojoe.com.br/index.php?

option=com_content&view=article&id=1297:os-resultados-alarmantes-da-pesquisa-de-

saneamento-basico&catid=40:noticias&Itemid=60

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de divulgar os resultados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), cujos dados são alarmantes. A coleta de esgoto por rede geral está presente em 55,2% dos 5.564 municípios do país e o tratamento de esgoto se restringe a somente 28,5% deles. Embora tenha havido ampliação ou melhoria no sistema de esgotamento em 79,9% das cidades em que já existia coleta de esgoto, garantindo atendimento a 44% dos domicílios, chamam a atenção as diferenças regionais. O tratamento de esgoto está concentrado em algumas unidades da federação, com 78,4% do municípios atendidos em São Paulo e 1,4% no Maranhão.

Os resultados da PNSB também indicam que mais de 70% das cidades não garantem a destinação adequada dos resíduos sólidos, acumulando lixo em locais inadequados, como vazadouros a céu aberto e aterros controlados. No Brasil, há aterros sanitários em apenas 27,7% delas. Os lixões ainda são a opção de cinco em cada dez prefeituras (50,8%) e correspondem à forma irregular de destinação de resíduos sólidos mais comum no país. No entanto, foi a que menos cresceu nos últimos oito anos.

Entre os municípios com serviço de coleta de lixo, a utilização dos lixões foi mais recorrrente nos estados das regiões Nordeste e Norte (89,3% e 85,5%). O estado que mais usa esse destino é o Piauí (97,8%), seguido por Maranhão (96,3%) e Alagoas (96,1%). Os estados que apresentaram menor proporção de cidades que usam lixões são os das regiões Sul e Sudeste (15,8% e 18,7%).

Embora os aterros sanitários sejam a opção que mais tenha avançado entre os municípios, o crescimento ainda é reduzido. Há 21 anos, apenas 1,1% das cidades dispunha de aterros sanitários. Em 2000, eram 17,3% e em 2008, 27,7%.

Dos 5.564 de municípios brasileiros, apenas 994 realizavam coleta seletiva de seu lixo em 2008, o que corresponde a 17,86% do total, contra 451 em 2000.

Outra preocupação trazida pela pesquisa foi o que as cidades fazem com os resíduos hospitalares. Quatro em cada dez cidades brasileiras despejam esses resíduos em lixões. A Região Nordeste é aquela em que esse controle se faz menos presente, e 70% do lixo hospitalar para vazadouros. A Região Sul é a que mais se preocupa com a destinação adequada dos resíduos hospitalares, com 64% desses resíduos em aterros sob controle.

Especialistas defendem que lixo é insumo e energia, e reiteram a importância da responsabilidade compartilhada, com a conscientização do poder público e da sociedade da importância da reciclagem e dos produtos reciclados para a economia como um todo. Entretanto, resíduos mal aproveitados podem causar danos profundos ao meio ambiente e à sociedade brasileira.

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http://www.eps.ufsc.br/disserta98/moreira/cap2.html

CAPÍTULO II. O SETOR DE SANEAMENTO COMO UMA INDÚSTRIA

"Chegaram à Mara, mas não podiam beber as águas de Mara porque eram amargas; por isto pôs àquele lugar um nome conveniente chamando-o Mara, isto é, amargura. O povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? Ele porém, clamou ao Senhor, o qual lhe mostrou uma madeira; e, tendo-a lançado nas águas, elas se tornaram doces."

Êxodo 15:23-25

2.1. Histórico do Setor de Saneamento

A história do Saneamento Básico remonta a muitos séculos antes da Era Cristã e está sempre relacionada ao surgimento e o crescimento das cidades. No processo de formação das cidades, é sempre possível verificar a presença de um curso de água em sua paisagem. Em suas múltiplas atividades, o homem precisa da água, quer seja para suprir suas necessidades básicas, quer seja, para o afastamento de seus dejetos.

Tem-se notícia de que existiam coletores de esgoto em Nipur (Babilônia) desde 3.750 A.C. O primeiro sistema público de abastecimento de água, o aqueduto de Jerwan, foi construído na Assíria em 691 A.C. Os grandes aquedutos romanos foram construídos em várias partes do mundo, a partir de 312 A.C. No ato 70 A.C., Sextus Julius Frontinus foi nomeado Superintendente de Águas de Roma.

No Brasil, a história do saneamento básico também se confunde com o aparecimento e formação das cidades. No início do século XIX (período colonial), o abastecimento de água era feito através de coleta em bicas e fontes, nos povoados que então se formavam. Com a chegada da família real no Brasil, deu-se início à implantação de uma infra-estrutura mínima, com a execução de obras tais como pontes, estradas e abastecimento de água à população.

Um exemplo de como era "resolvido" o problema de afastamento dos dejetos está retratado no texto a seguir, nas expressivas palavras do escritor Amilcar Neves:

"Ainda no século passado a obscenidade das mansões senhoriais era carregada nas costas dos escravos. Cerrada a noite, vazias as ruas da cidade pequena e pacata, esgueiravam-se pelos portões dos fundos aqueles tristes negros com um barril às costas, um barril repleto de dejetos domésticos (estranho eufemismo para designar o palavrão mais tradicional que existe, e o de mais ampla circulação no vocabulário cotidiano), em direção à praia mais próxima. E o mar, sempre tão amplo e generoso a ponto de supor-se infinito em sua capacidade de absorver qualquer tipo de sujeira, via-se compelido a aceitar a carga e, ainda por cima, a purificar o barril da noite seguinte. Obsceno, na realidade, é tentar esquecer que fezes existem e supor que o mar se constitui em uma espécie de sumidouro universal - problema ainda muito atual nos dias de hoje.(RAMOS, 1991).

A pressão por abastecimento de água começa a surgir nos aglomerados urbanos em meados da década de 30 do século passado, quando já existiam os chafarizes que abasteciam a corte real e os habitantes da vila real, surgindo ainda neste período os

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chamados pipeiros, que coletavam a água nas bicas e fontes e a revendiam aos moradores. (GAZETA MERCANTIL - Panorama Setorial Setor Saneamento - 1998).

Na segunda metade do século XIX verifica-se um crescimento das cidades e o aumento dos fluxos imigratórios, o que promoveu o agravamento dos problemas de saneamento, com as epidemias se reproduzindo periodicamente. Nesta fase se conhecem as primeiras concessões de serviços públicos de saneamento, como ocorreu na cidade de Campinas, Estado de São Paulo no ano de 1875.

Já no início do século até a década de 30, os serviços foram prestados em vários lugares por empresas estrangeiras que obtiveram a concessão para tal, bem como por organismos nacionais. Muitas das concessões tiveram que ser canceladas e as companhias encampadas pelo governo por absoluta falta de capacidade de investimento por parte das empresas concessionárias. Em 1940, como medida concreta do governo federal, foi criado o DNOS - Departamento Nacional de Obras de Saneamento.

Em 1942 foi criado o SESP - Serviço Especial de Saúde Pública com o apoio do governo norte-americano para atuar principalmente nas regiões dos rios Amazonas e Doce, regiões produtoras de matérias-primas estratégicas para a época (borracha, quartzo e mica). Após o ano de 1952, o SESP passa a apoiar os municípios, ampliando sua atuação e transformando-se em fundação no ano de 1960.

Em 1964, com o regime autoritário estabelecido, centralizam-se as decisões a nível federal e cria-se o BNH - Banco Nacional da Habitação que passa a ser o gestor dos recursos do FGTS, principal fonte de recursos para o setor. Em 1965 o Brasil assina acordo com o Governo dos Estados Unidos, através do DNOS e USAID, criando o "Fundo Nacional de Financiamento para Abastecimento de Água" e o "GEF - Grupo Executivo de Financiamento", que no período de 1965/1967 atendeu apenas a 21 cidades em todo o país com obras de abastecimento de água.

Em 1968 foi criado o SFS - Sistema Financeiro do Saneamento, gerido pelo BNH, o qual foi o sustentáculo para o PLANASA -Plano Nacional de Saneamento instituído em 1971, que culminou com a criação das Companhias Estaduais de Saneamento Básico e que tinha como meta alcançar até o ano de 1980 no mínimo 80% da população urbana com água potável e 50% desta população com os serviços de coleta e tratamento de esgoto. Foram criadas neste contexto, as 27 companhias estaduais de saneamento básico (CESBs), que passaram a operar a maioria dos municípios através de contratos de concessão, firmados por prazos de 20 a 25 anos de validade.

Avaliação do Setor

Na década de 60, o Brasil detinha o último lugar nos indicadores de saneamento básico na América Latina, com menos de 50% da população urbana tendo acesso ao abastecimento de água. Atualmente, em torno de 85% da população urbana conta com abastecimento de água em suas residências. A taxa de mortalidade infantil que era de 116,94 (por 1.000 nascimentos) em 1960/70, passou a ser de 40/1.000 em 1994.

Já quanto a esgotamento sanitário, não apareceram os resultados esperados, porquanto a capacidade financeira das companhias estaduais e dos governos federal e municipal não permitiu o adequado suprimentos dos recursos necessários.

O Brasil investiu no período de 1968/1980 no setor de saneamento básico o montante de 4,7 bilhões de dólares, representando uma média de 392 milhões de dólares/ano. Para que fossem atingidas as metas preconizadas pela ONU para o ano de 1990, deveriam ter sido investidos em torno de 2 bilhões de dólares ao ano (1% do PIB nacional). Em

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realidade, na década de 80 foram efetivados investimentos médios da ordem de 800 milhões de dólares/ano.

Uma relação importante que se faz é o dos investimentos em saneamento com as despesas realizadas com medicina curativa (assistência médica). No ano de 1984, o Brasil realizou despesas da ordem de 807 milhões de dólares com assistência médica, que poderiam ser evitadas se maiores investimentos ocorressem no setor. Estimativas indicam que investimentos entre R$ 1 e R$ 4 em saneamento básico podem representar economia entre R$ 4 e R$ 10 em saúde.

Um dos principais objetivos do PLANASA, que era de promover a auto-sustentação financeira do sistema e a eliminação do déficit no setor de saneamento básico, não ocorreu como o esperado. Muitos municípios não aderiram ao PLANASA, preferindo manter seus sistemas autônomos, mesmo que às custas de escassez de recursos financiados. Esta situação prejudicou a busca da economia de escala pretendida pelas CESBs.

No quadro 1 podem ser distinguidas as diversas fases da trajetória política do setor de saneamento após a criação do Banco Nacional da Habitação - BNH:

Quadro 1 - Fases da Política do Setor de Saneamento

FASE PERÍODO FATOS

I 1968-1970 Criação do Sistema Financeiro do Saneamento (SFS)

II 1971-1983 Implantação e operação do PLANASA e CESBs, com forte expansão dos investimentos de 1975-1982

III 1983-1986 Crise dos anos 80 - Retração dos investimentos

IV 1987-1988 Retomada dos investimentos

V 1989-1994 Nova crise do setor - extinção do PLANASA - extinção do Ministério do Interior  Busca de um novo modelo para o setor

Fonte: PANORAMA SETORIAL/GAZETA MERCANTIL (1998)

2.2. A Estruturação da Indústria

Atividades cotidianas como andar de ônibus, ligar um computador, conversar ao telefone, ou abrir uma torneira para beber água, estão todas elas vinculadas ao que se chama de Serviços de Utilidade Pública. A população de uma comunidade depende hoje, em maior ou menor escala, da utilização destes serviços. De outro modo, considerando que parcela considerável dos consumidores destes serviços são empresas que os utilizam para o seu processo produtivo e deles dependem para sua operação, vale dizer que os serviços de utilidade pública são fator preponderante ao crescimento da economia. (JOHNSON B.B. et alii, 1996).

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Em manuais norte-americanos sobre "Public Utilities", encontram-se algumas características que definem os serviços de utilidade pública. Na obra "Principles of Public Utilities", Eliot Jones e Truman Bigham sintetizam:

"Os serviços de utilidade pública têm certas características que não são possuídas pelas empresas ordinárias. Estas características não são, em cada caso, peculiares dos serviços de utilidade pública, mas consideradas em conjunto são suficientemente importantes para colocar a indústria numa categoria própria". (JONES e BIGHAM, 1939).

Johnson et alii (1996) apresenta uma descrição das principais características dos serviços de utilidade pública , que são:

1) as empresas de "Utilidades Públicas" fornecem um serviço indispensável porquanto a interrupção do fornecimento de um serviço de utilidade pública provoca danos substanciais aos usuários.

2) os serviços de utilidade pública constituem monopólios naturais, principalmente pelo fato de que se duas empresas atuam numa mesma área, elas incorrem em custos maiores aos de um monopolista, visto que em regra geral, estes serviços são prestados em condições de custos decrescentes em relação à produção. (JONES e BIGHAM, 1939).

3) os serviços de utilidade pública estão sujeitos ao controle de agências do governo.

4) os serviços de utilidade pública são intensivos em uso de capital.

5) os serviços de utilidade pública geram receitas estáveis e crescentes devido ao contínuo crescimento da demanda.

2.2.1. Caracterização do Setor

As atividades relacionadas ao setor de saneamento compreendem o abastecimento de água e o esgotamento sanitário. Modernamente, define-se como saneamento ambiental de uma forma mais abrangente, além das anteriores, as ações voltadas à coleta e disposição de resíduos sólidos, controle de vetores, drenagem, recuperação de áreas ambientalmente degradadas, planejamento e gestão dos recursos hídricos, controle da poluição e educação sanitária.

O objeto deste trabalho está diretamente relacionado com as atividades do que é entendido como saneamento básico - abastecimento de água e esgotamento sanitário - o qual é organizado atualmente de maneira que uma entidade (pública ou privada) presta um serviço a uma população em um determinado espaço (município ou estado).

A figura 1 mostra a estrutura típica de relacionamento existente na atividade:

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O setor de saneamento evoluiu ao longo destes dois séculos passando por uma fase de concessão dos serviços à iniciativa privada de empresas estrangeiras (final do século XIX e início deste), após por um período de forte intervenção estatal e municipalização dos serviços, até o modelo atual de predominância da operação dos serviços por companhias estaduais.

De acordo com dados do IBGE, dos 5.507 municípios existentes em 1996, em torno de 3.700 são operados pelas companhias estaduais e aproximadamente 1.800 municípios operam serviços autônomos de saneamento, sendo que dentre os municípios autônomos, quase 50% estão localizados nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

2.3. A Estruturação do Setor no Brasil

A estrutura empresarial do setor de saneamento encontra-se atualmente organizada em 27 Companhias Estaduais de Saneamento Básico (CESBs). De acordo com dados do ano de 1996 (Secretaria de Políticas Urbanas do Ministério do Planejamento e Orçamento - MPO/SEPURB), estas companhias empregaram diretamente cerca de 100.000 pessoas e geraram em conjunto um faturamento da ordem de US$ 6,25 bilhões. São responsáveis pelo abastecimento de água de 85 % da população urbana e de 28 % do esgotamento sanitário desta mesma população, o que equivale respectivamente a uma população de cerca de 85 milhões de habitantes atendidos com água potável e 32 milhões de habitantes servidos por redes de esgotos sanitários.

Em 1996, as CESBs investiram cerca de R$ 1,3 bilhão em novas obras e melhorias, mas conforme estimativas da SEPURB, o Brasil precisa investir cerca de US$ 2,7 bilhões por ano ao longo dos próximos 15 anos para eliminar o déficit existente em saneamento básico.

2.4. A Estruturação do Setor no Estado de Santa Catarina

A prestação dos serviços de saneamento, cuja competência conferida pela Constituição Federal é do Poder Municipal, ocorre hoje no Estado de Santa Catarina de quatro formas distintas: 1) pela operação direta dos municípios que administram seus próprios serviços; 2) por meio dos departamentos ou serviços autônomos de água e esgotos; 3) pela operação assistida através da Fundação Nacional de Saúde onde os serviços prestados por autarquias municipais (Serviços Autônomos de Água e Esgotos) são administrados com assistência técnica daquele órgão ; e 4) por concessão à Companhia

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Estadual de Saneamento - Companhia Catarinense de Águas e Saneamento - CASAN. Por acordo de delegação, um município do Estado de Santa Catarina é operado pela empresa de saneamento do Estado do Paraná, por localizar-se em fronteira.

Os serviços de água e esgoto são prestados pelos municípios e entidades, conforme a distribuição apresentada na tabela 1:

Tabela 1: Distribuição dos Municípios de SC por Prestadores de Serviço

ENTIDADE Municípios Atendidos

Nº %

CASAN 215 73,4

PREFEITURAS 38 13,0

FNS 25 8,5

COMUNIDADES 14 4,8

SANEPAR 1 0,3

Total 293 100,0

 Fonte: CASAN/APL: Dez-97

O Estado de Santa Catarina, tinha no ano de 1996, de acordo com projeções efetuadas, a seguinte situação populacional:

Tabela 2 - População do Estado de SC em 1996

População  Habitantes %

TOTAL 4.990.391 100,00

URBANA 3.581.155 71,76

RURAL 1.409.236 28,24

Fonte: SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E MEIO AMBIENTE/SC

2.4.1. A Prestação dos Serviços de Saneamento pela Empresa Estadual

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento - CASAN é constituída como uma sociedade de economia mista, cujo poder acionário pertence ao Governo do Estado. Foi fundada em 02 de julho de 1971, com o objetivo de implantar, operar e administrar sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em municípios catarinenses.

A CASAN detém a concessão de exploração destes serviços mediante contratos de concessão firmados com os municípios, apresentando os seguintes números globais, como mostrado na Tabela 3:

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Tabela 3: Principais Números da Casan em DEZEMBRO/1997

População total do Estado ............ 5.124.586

População Urbana *....................... 3.131.655

População abastecida com água* 2.767.621

População servida com esgoto*.... 255.708

Nº de empregados......................... 2.549

Nº de ligações  

Água .............................................. 740.381

Esgoto ........................................... 42.161

Nº de Economias  

Água .............................................. 958.553

Esgoto ........................................... 117.316

Volume produzido (em 1.000 m³/ano)  253.455

Volume faturado (em 1.000 m³/ano)  189.893

Faturamento total (em R$ 1.000) 228.571

* referente aos municípios conveniados Fonte: APL/CASAN

A empresa possui 243 sistemas de abastecimento de água que beneficiam 304 localidades no Estado de Santa Catarina (215 sedes municipais, 26 distritos e 63 vilas) num total de 740.381 ligações, que atendem com água tratada à 2.767.621 habitantes, representando uma cobertura de 88,4 % da população urbana dos municípios conveniados. O volume de água disponibilizado é da ordem de 7,6 m3/segundo, explorado a partir da captação de água bruta em 159 mananciais superficiais e 84 mananciais subterrâneos. Após o tratamento, a água tratada é distribuída à população através de 12.484 km de redes de distribuição.

Em esgotamento sanitário, a empresa possui 10 sistemas que atendem a 8 municípios, atendendo 255.708 habitantes que representam 8,2 % da população urbana dos municípios conveniados. Os esgotos são coletados a partir de 42.161 ligações e transportados até os sistemas de tratamento por uma extensão de 499 km de tubulações coletoras.

A administração da empresa é feita por uma Diretoria Colegiada, que responde a um Conselho de Administração e sua estrutura operacional é formada por gerências regionais, às quais se subordinam as filiais como últimas unidades na linha de hierarquia. As decisões administrativas, comerciais, operacionais e estratégicas são

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centralizadas na Matriz (Florianópolis) que conta com um quadro de 467 servidores (APL/DIPL- dez/97).

Para a prestação de seus serviços, a empresa está dividida em 10 (dez) Gerências Regionais, que administram suas respectivas filiais: Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Itajaí, Joinville, Lages, Rio do Sul, São Miguel do Oeste, Tubarão e Videira, conforme mostra a Tabela 4:

Tabela 4: Gerências Regionais da Casan - Principais Números

Regional nº de munic.

nº de empreg.

Nº de ligações(Água + Esgoto)

Faturamento Anual

(em R$ 1.000)

CHAPECÓ 37 194 69.529 16.700

CRICIÚMA 14 130 61.920 14.917

FLORIANÓPOLIS 15 452 153.487 61.773

ITAJAÍ 15 216 103.680 37.056

JOINVILLE 18 264 149.517 42.501

LAGES 18 180 56.981 13.361

RIO DO SUL 35 176 54.723 12.312

TUBARÃO 13 215 54.588 13.475

VIDEIRA 25 154 47.565 10.443

SÃO MIGUEL DO OESTE  25 101 30.552  6.033

TOTAL 215 2.082 782.542 228.571

Fonte: APL/CASAN - DEZ/97

 

Considerando o período de existência da empresa, o Quadro 2 apresenta os principais indicadores e a evolução ocorrida:

Quadro 2: Indicadores de Evolução da CASAN - 1971/1997

Indicadores 1971 1997 Crescimento (%)

Nº sistemas de água 17 243 1.329,4

Nº sistemas de esgoto 3 10 233,3

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Nº ligações de água 52.527 740.381 1.309,5

Nº ligações de esgoto 6.125 42.161 588,3

Nível atendimento água (%) 24,9 88,4 256,2

Nível atendimento esgoto (%) 2,9 8,2 162,1

População urbana 1.051.598 3.131.655 197,8

População abastecida com água (hab) 262.600 2.767.621 953,9

População servida com esgoto (hab) 30.600 255.708 735,6

Nº de empregados 626 2.549 307,2

Nº ligações/empregado (A + E) 94 307 226,6

Extensão de rede de água (km) 1.051 12.484 1.087,8

Extensão de rede de esgoto (km) 82 499 508,5

Fonte: APL/CASAN

2.5. Conclusões do Capítulo

O saneamento está desde antes da Era Cristã relacionado à vida em comunidades, adquirindo nos dias atuais relevância nos aspectos de qualidade de vida da população e sustentabilidade ambiental.

A atividade econômica relacionada aos serviços de saneamento básico existe no Brasil desde os tempos coloniais, buscando agora adaptar-se ao cenário de demandas crescentes e extrema competitividade.

A indústria do saneamento no Brasil é fortemente vinculada ao setor público, que ano após ano perde a capacidade de investir na melhoria da infra-estrutura. Caracterizadas como "public utilities", as entidades operadoras dos serviços de saneamento são monopolistas e portanto sujeitas à regulação. A evolução destas entidades para a busca de maior interação com a sustentação do meio ambiente e de resultados de eficiência e produtividade empresariais é o caminho para o atendimento das exigências da população e do mercado.

No capítulo seguinte será analisado o comportamento da demografia como um fator que afeta o mercado dos serviços de saneamento básico.

Ano do Saneamento

http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:Wx2D8I1gkU8J:www16.fgv.br/rae/artigos/5353.pdf+economia+do+saneamento+basico&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESh-B6tDMb0NpHnsQJ0cCNQxyxZ4_oBlAASrbzPDq9CtSCzFZ3t6OENDkErxM25RLX09DKV4ryZzp18

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a questão do saneamento básico no Brasil está fortemente atrelada a interesses políticos. Enquanto isso, quase metade da população vive sem acesso à rede de esgoto. Além dos prejuízos humanos, a situação leva a grandes desperdícios econômicos

A organização das Nações unidas elegeu o ano de 2008 como o ano internacional do saneamento com o intuito de avançar de forma mais rápida na metas do milênio para esse setor. A situação atual não é favorável, como mostra a Figura 1. Muitos países estão distantes do acesso universal de água e esgoto adequados.

Para alcançar a universalização do sistema de esgoto no mundo seriam necessários cerca de US$ 10 bilhões por ano durante os próximos 20 anos. Se tal montante fosse aplicado até 2015 já seria possível cumprir a meta estabelecida de prover o serviço à metade da população mundial.

Segundo estimativas da própria ONU, cerca de 42 mil pessoas morrem toda semana em conseqüência de sistemas insuficientes de saneamento. As crianças são as mais afetadas, registrando-se uma morte a cada 20 segundos, o que totaliza cerca de 1,6 milhões de mortes anuais. Diante desse quadro, para cada dólar investido na área, há a expectativa de geração de benefícios econômicos muitas vezes maiores.

CICLO INCOMPLETO. O ciclo típico da água, no saneamento básico, começa com a captação, na natureza, da chamada “água bruta”, que pode ser fresca, mas em geral não é pura para o consumo humano. Ela é acondicionada em reservatórios naturais ou construídos, que ajudam na purificação inicial ao permitirem o assentamento de alguns sólidos.

Uma segunda etapa diz respeito ao tratamento por meio de processos físicos e químicos, o que pode envolver grandes estações de tratamento. A terceira etapa corresponde à distribuição da água tratada até os pontos de consumo. Nessa etapa, verifica-se geralmente a presença de uma grande rede, capilarizada, que atende aos domicílios individuais e às empresas.

A partir desse ponto, a água servida passa a ser chamada de esgoto, e se inicia uma quarta etapa, onde o esgoto é direcionado para novas estações de tratamento. Removendo-se uma parte significativa da carga orgânica, o esgoto tratado fica pronto para ser devolvido ao ciclo natural em condições adequadas.

É notório, mas desalentador, o fato de que a maior parte dos sistemas de saneamento que operam no mundo atual não desempenha o ciclo em sua totalidade. Muitos sistemas não chegam a entregar a água tratada nos pontos de consumo, obrigando o consumidor a buscar diretamente a água bruta, a qual, para ser adequadamente tratada, exige um custo tão elevado que costuma ser consumida em condições insalubres.

Nos sistemas que entregam água tratada, boa parte desta retorna em condições inapropriadas. Ou o esgoto não é coletado, sendo despejado diretamente no meio natural, ou é coletado mas não tratado. O resultado pode ser, em algumas regiões, uma calamidade para a saúde pública e o meio ambiente, que se traduz em miséria humana. No Brasil, a cobertura das redes de esgoto é decepcionante: um terço dos domicílios não está conectado a essas redes, como pode ser visto na Tabela 1. A proporção do esgoto tratado é alarmantemente pequena.

POTENCIAL ECONÔMICO. A questão do saneamento é freqüentemente abordada no âmbito de discussões sobre políticas sociais.

De fato, as redes de saneamento têm grande importância sobre a saúde das pessoas. O capital humano e a própria vida dos indivíduos mais pobres são dramaticamente afetados pela presença de serviços de água e de esgoto. Entretanto, o debate público relacionado ao setor de saneamento tem dado menor atenção aos aspectos de competitividade da economia, com impactos relevantes sobre os negócios e o crescimento econômico.

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saneamento básico é, ao mesmo tempo, fonte de negócios e uma receita para o desenvolvimento econômico. entretanto, os políticos preferem ações assistencialistas, que têm maior visibilidade

A relação entre saneamento e desenvolvimento passa pela força de trabalho. Não é desprezível o contingente de trabalhadores submetidos a absenteísmo, ou excluídos do mercado de trabalho, em função de doenças hídricas. Assim, a melhoria do saneamento contribui para a redução da falta no trabalho, para a produtividade, e evita a dilapidação do capital humano devido à proliferação de doenças de veiculação hídrica.

Há importantes efeitos sobre as oportunidades de negócios.

O mercado de saneamento constitui fonte de diversas oportunidades inexploradas para fornecimento de equipamentos; serviços de apoio; serviços de construção e de engenharia; serviços financeiros para estruturação de operações e financiamentos; e muitos outros. Há poucos estudos sobre essas oportunidades.

Não se pode deixar de mencionar os efeitos sobre o desenvolvimento regional. A infra-estrutura de saneamento é a base para a expansão de negócios como os do setor de turismo. A capilarização dos destinos desse setor, que é um dos maiores geradores de emprego em bases sustentáveis, depende do atendimento das redes de água e esgoto. Além disso, a falta de infra-estrutura de saneamento torna mais caro ou dificulta o desenvolvimento de novas localizações para plantas industriais e para um grande conjunto de novos negócios em diversos setores.

Os efeitos sobre a qualidade ambiental e sobre a disponibilidade dos recursos hídricos constituem fator relevante.

A conservação de recursos hídricos escassos tem importantes efeitos sobre a sua disponibilidade e, no contexto da cobrança pelo uso, sobre o seu custo enquanto insumo, direto e indireto, fundamental para várias atividades econômicas. A situação atual de baixo tratamento de esgoto, em que a diferença entre a água distribuída e a água tratada, a cada dois meses, equivale a uma baía de Guanabara, implica custos econômicos significativos para a sociedade brasileira.

VISIBILIDADE. A expansão da infra-estrutura de saneamento deve ser considerada como um veículo de redução da pobreza e de propulsão para as mais diversas atividades econômicas.

Ações nesse campo poderiam gerar resultados mais efetivos que programas sociais de cunho assistencialista. Entretanto, a baixa visibilidade das ações em saneamento não é capaz de competir, em termos de preferências políticas, com essas últimas.

Mesmo os principais programas públicos sobre saneamento, no Brasil assim como em outros países em desenvolvimento, dão preferência a grandes anúncios, bilionários, de recursos de empréstimos e de financiamentos. Privilegiam investimentos e obras, quando o mesmo efeito poderia ser conseguido por meio de gestão mais eficiente. No caso brasileiro, muitas vezes os anúncios são feitos em grandes solenidades públicas, com ampla cobertura da imprensa, mas sequer se traduzem em desembolsos efetivos, ou às vezes constituem desperdício, quando poderiam ser obtidos com os ativos atuais se operados em bases mais eficientes.

Pouca atenção é dada aos incentivos econômicos que poderiam conduzir à gestão mais eficiente e à ampliação da cobertura das redes. Os aspectos institucionais do setor contêm a chave dos principais avanços. É importante, nesse particular, o desenho de mecanismos de regulação. Trata-se de um debate com forte conteúdo técnico, portanto baixo apelo político, mas essencial para que o Brasil avance no saneamento básico sem necessitar de vultosas e inviáveis somas de recursos.

O Brasil deu um passo adiante nesse sentido com a Lei nº 11.445, de 2007, que introduz novos princípios e exigências sobre a regulação dos serviços de saneamento. A implantação desses mecanismos de regulação é, entretanto, lenta e em alguns casos carece de efetividade. O quadro atual ainda é preocupante, exceto em algumas regiões, que já encararam o problema de forma

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mais efetiva. Temos, portanto, um grande desafio pela frente, pois no campo do saneamento estamos muitas notas abaixo do investment grade, e não é agradável constatar isso justamente no Ano Mundial do Saneamento.

Precariedade do Saneamento Básico interfere na economia

QUI, 12 DE NOVEMBRO DE 2009 18:47 ROBERTO LACERDA BARRICELLI

HTTP://WWW.OUTROLADODANOTICIA.NET/INDEX.PHP/ECONOMIA/NACIONAL/261-PRECARIEDADE-DO-SANEAMENTO-BASICO-INTERFERE-NA-ECONOMIA

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Continuando a série que prometi sobre o saneamento básico no Brasil, dessa vez abordarei o impacto que a precariedade desse tem sobre a economia nacional e nos bolsos dos cidadãos brasileiros (contribuintes). 

Segundo estudos realizados pelo IBGE, para cada R$1 milhão investidos em redes de coleta e tratamento de esgoto são gerados 50 empregos, sendo 30 formais e 20 informais; fora os permanentes que surgem após o sistema entrar em sua fase operacional.

O setor em questão reivindica investimento de R$11 bilhões anuais para que todos tenham acessos ao serviço de coleta e tratamento de esgoto dentro de 20 anos; apenas 49,4% da população têm acesso ao sistema de coleta de esgoto e apenas 20% deste recebe tratamento.

Com o investimento reivindicado é possível criar 550 mil empregos por ano, o que significa um maior número de pessoas aptas a contribuir e consumir, logo, a arrecadação no país aumenta e torna possível diminuir, por exemplo, o déficit da previdência social.

Não para por aí, a precariedade do saneamento básico prejudica muito a economia. Ainda segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trabalhadores que vivem em áreas com problemas no serviço de esgoto faltam até 11% mais do que os demais, afetando a renda familiar, a capacidade de consumo, o combate à pobreza, etc.

Os gastos com saúde também aumentam quando o saneamento básico são deficientes. Cerca de 65% das internações de crianças com até 10 anos são causadas pela inexistência ou ineficiência do serviço, aumentando os gastos hospitalares.

Por fim, mas não menos importante, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2006 do IBGE registrou que 34% das ausências de crianças até 6 anos de idade em creches e escolas são causadas por doenças oriundas da falta de saneamento adequado, gerando prejuízos aos investimento público e privado na educação.

Podemos observar, então, as seguintes opções:

1- Ao investir os R$11 bilhões por ano “só” em redes de coleta e tratamento de esgoto; lembrando que saneamento básico tem muitos outros serviços, economiza-se com saúde, diminui os prejuízos da educação, cria empregos e ajuda a alavancar a economia.

2- Não oferecer os serviços adequados acarreta em gastos maiores com saúde; principalmente das crianças, gera prejuízos na educação (inclusive financeiros) e afeta negativamente o emprego, logo, possui consequências danosas à economia, o que refletirá diretamente no bolso do contribuinte.

O saneamento básico

http://www.infoescola.com/saude/saneamento-basico/

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o gerenciamento ou controle dos fatores físicos que podem exercer efeitos nocivos ao homem, prejudicando seu bem-estar físico, mental e social.

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Outra definição é a trazida pela Lei do Saneamento Básico (apelido dado para a Lei Ordinária N.º 11.445 de 05 de janeiro de 2007 que estabelece as diretrizes básicas nacionais para o saneamento), que o define como o “conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de:” abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais.

A falta de saneamento básico é um dos problemas mais graves nas grandes periferias do Brasil.

Seja qual for a definição utilizada, o certo é que o saneamento básico está intimamente relacionado ás condições de saúde da população e mais do que simplesmente garantir acesso aos serviços, instalações ou estruturas que citam a lei, envolvem, também, medidas de educação da população em geral e conservação ambiental.

Segundo o conceito de Promoção de Saúde proposto pela OMS desde a Conferência de Ottawa, Japão, em 1986, um dos fatores mais importantes da saúde são as condições ambientais. O que abrange o lugar, ou meio em que se vive que, quando insalubre pode ocasionar e transmitir várias doenças e, também, as condições do meio ambiente em que a pessoa está inserida, pois a qualidade do ar, da água e do solo também são fatores determinantes para saúde das pessoas. Basta citar como exemplo as doenças respiratórias causadas pela poluição das grandes cidades.

História do Saneamento Básico

A preocupação com o saneamento básico é algo que vem desde a antiguidade quando do surgimento e expansão das primeiras cidades. O primeiro aqueduto de que se tem notícia foi construído em 691 a.C., na Assíria. Sem falar nos que foram construídos em Roma com quilômetros de extensão. Entretanto, por muito tempo, os conhecimentos que eram adquiridos por uma civilização acabavam morrendo com ela e, por isso, a cada nova civilização os conhecimentos tinham de ser redescobertos. Junto com seus benefícios.

Atualmente o benefício mais difundido do saneamento básico tem a ver com sua característica de prevenção. Estudos comprovam que para, aproximadamente, cada 1

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real investido em saneamento básico têm-se um economia de 4 reais com assistência médica. É que com o acesso a água potável e condições mínimas de higiene, inúmeras doenças podem ser evitadas, dispensando o tratamento e todos os custos advindos dele.

Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – 2008

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=1691

PNSB 2008: Abastecimento de água chega a 99,4% dos municípios, coleta de lixo a 100%, e rede de esgoto a 55,2%

Entre 2000 e 2008, o percentual de municípios brasileiros que tinham rede geral de abastecimento de água em pelo menos um distrito aumentou de 97,9% para 99,4%; o manejo dos resíduos sólidos (que inclui coleta e destinação final do lixo e limpeza pública) passou a existir em todos os municípios em 2008, frente a 99,4% deles em 2000;e os serviços de manejo de águas pluviais (drenagem urbana), que existiam em 78,6% dos municípios em 2000, chegaram a 94,5% em 2008. Nesses oito anos, o único serviço de saneamento que não chegou próximo à totalidade de municípios foi a coleta de esgoto por rede geral, que estava presente em 52,2% dos municípios em 2000 e passou a 55,2% em 2008. Entretanto, nos municípios em que o serviço existia, houve, no mesmo período, um aumento dos que registraram ampliação ou melhoria no sistema de esgotamento, de 58% para 79,9% do total, e dos domicílios atendidos, de 33,5% para 44%. Em 2008, 68,8% do esgoto coletado era tratado – percentual bastante superior aos 35,3% de 2000, embora menos de um terço dos municípios (28,5%) fizessem o tratamento, com acentuadas diferenças regionais nesse percentual, que alcançou 78,4% dos municípios no estado de São Paulo e 1,4% no Maranhão.

Em oito anos, o percentual de municípios que destinavam seus resíduos a vazadouros a céu aberto caiu de 72,3% para 50,8%, enquanto os que utilizavam aterros sanitários cresceram de 17,3% para 27,7%. Ao mesmo tempo, o número de programas de coleta seletiva dobrou, passando de 451 em 2000 para 994 em 2008, concentrando-se, sobretudo, nas regiões Sul e Sudeste, onde, respectivamente, 46% e 32,4% dos municípios informaram ter coleta seletiva em todos os distritos. Esses são alguns dos destaques da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) 2008, que investiga os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais e manejo de resíduos sólidos, tendo como fonte de informação as entidades formais (com CNPJ) prestadoras desses serviços em todos os municípios brasileiros. Essas entidades englobam órgãos públicos ou privados, tais como autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, consórcios públicos, empresas privadas, fundações, associações etc. A pesquisa foi realizada em convênio com o Ministério das Cidades e contou com a participação de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e de técnicos especialistas da área.

De acordo com a PNSB 2008, em somente 17% dos municípios as prefeituras realizavam o abastecimento de água de forma exclusiva, ficando a prestação desse serviço, em maior medida, com outras entidades (58,2%) ou de forma combinada (24,7%). A situação se invertia quando se tratava do serviço de coleta de esgoto: em 55,6 % dos municípios, as prefeituras executavam o serviço de forma exclusiva, e

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41,6% tinham a execução sob a responsabilidade de outras entidades. O manejo de águas pluviais era executado quase que exclusivamente pelas prefeituras municipais (98,6%). No manejo dos resíduos sólidos a maior parte das prefeituras se incumbia exclusivamente da prestação dos serviços (59,1%), enquanto em 31,2% delas a forma de execução compreendia outras entidades.

Quanto à existência de instrumentos legais reguladores dos serviços de saneamento básico, constatou-se que o abastecimento de água era regulado em 32,5% dos municípios, o esgotamento sanitário, em 18,4%, e o manejo de águas pluviais, em 18%.

ÁGUA: 99,4% dos municípios brasileiros têm rede de abastecimento de água

Em 2008, 5.531 (99,4%) dos 5.564 municípios brasileiros tinham abastecimento de água por rede geral, mesmo que apenas em parte do município. Entre 1989 e 2008 a cobertura desse serviço cresceu 3,5%, sendo que o maior avanço foi na região Norte (de 86,9% para 98,4% dos municípios). Desde 2000, o Sudeste é a única região com todos os municípios abastecidos por rede geral de água em pelo menos um distrito.

Em 33 municípios distribuídos em nove estados não havia rede geral de abastecimento de água, afetando cerca de 320 mil pessoas. Essa situação vem diminuindo sistematicamente no país: em 1989, eram 180 municípios sem rede de água, e em 2000, 116. Dos 33 municípios sem rede de água em 2008, 21 se localizavam na região Nordeste, com destaque para os estados da Paraíba (11 municípios) e Piauí (5), e 7 estavam na região Norte, com destaque para o estado de Rondônia (4 municípios).

Além desses 33 municípios sem rede geral de abastecimento de água em nenhum distrito, outras 794 cidades tinham ao menos um distrito em que também não havia rede, somando 827 municípios (14,9% do total) em que a água era fornecida por formas alternativas, como carros-pipas e poços particulares. O Nordeste tinha o maior percentual de municípios com outras formas de abastecimento (30,1%), sendo que os maiores percentuais entre os estados estavam no Piauí (58,3%), Ceará (35,9%) e Maranhão (30,4%).

6,6% dos municípios fornecem água sem tratamento

Em 2008, a maior parte dos municípios (87,2%) distribuía a água totalmente tratada. Em 6,2% dos municípios a água distribuída era apenas parcialmente tratada e em 6,6% a água não tinha nenhum tratamento. Em 2000, os municípios onde não se realizava nenhum tipo de tratamento na água representavam 18,1% do total. A região com maior

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percentual de municípios distribuindo água sem nenhum tratamento em 2008 era a Norte (20,8%), onde Pará (40%) e Amazonas (38,7%) tinham os maiores percentuais. Em seguida vinha o Nordeste (7,9%), com destaque para Piauí (24,3%) e Maranhão (21,8%).

Dos municípios que forneciam água sem tratamento, 99,7% tinham população de até 50 mil habitantes e densidade demográfica menor que 80 mil habitantes por quilômetro quadrado. A fluoretação da água para prevenção da cárie dental era realizada em 3.351 municípios (60,6% do total).

Em 1.296 municípios (23,4%) ocorreu racionamento de água em 2008, e as regiões com maior ocorrência foram Nordeste (40,5%) e Norte (24,9%). No Nordeste chama a atenção o conjunto de municípios em Pernambuco (77,3%), Ceará (48,9%) e Rio Grande do Norte (46,7%); no Norte, os de Amazonas (43,5) e Pará (41,4%). Os motivos mais apontados pelos municípios eram seca/estiagem (50,5%), insuficiência de água no manancial (39,7%), deficiência na produção (34,5%) e deficiência na distribuição (29,2%).

Menos de um terço dos municípios têm leis para proteção de mananciais

Em 1.749 municípios havia legislação municipal sobre proteção de mananciais (fontes de água utilizadas para abastecimento) em 2008. Dentre os 3.141 municípios (56,4% do total) que efetuam captação superficial de água, 83,2% informaram alguma proteção: isolamento com cerca (85,7%), preservação da vegetação (54,3%) e a proibição de despejos (44,6%). Menos da metade (45,1%) dos municípios brasileiros tinham legislação que exigia aprovação e implantação de sistema de abastecimento de água para loteamentos novos.

Domicílios atendidos por rede de água aumentam 30,8% entre 2000 e 2008

O número de domicílios abastecidos por rede geral de água cresceu 30,8%, de 34,6 milhões, em 2000, para 45,3 milhões, em 2008, segundo a PNSB. O maior crescimento foi no Nordeste (39,2%) e no Centro-Oeste (39,1%), e o menor no Norte (23,1%).

Os 5.531 municípios do país com abastecimento de água por rede geral tinham mais de 40 milhões de ligações das quais 84,2% contavam com medidores. Nos últimos oito anos, cresceu 30,8% no país o uso de hidrômetros, com destaque para o Norte (54,2%) e Centro-Oeste (53,1%). Os menores crescimentos foram no Sudeste (28,9%) e Nordeste (38,8%). No Sudeste, o baixo crescimento deveu-se aos avanços já obtidos: a região tem 92,5% das ligações de água com medidores.

Em 2008, em 94% dos municípios beneficiados por rede geral de distribuição, havia cobrança pelo serviço de abastecimento de água. A região Sul apresentava o menor percentual de municípios que não faziam cobrança (0,7%) e a Norte, o maior (13,6%).

ESGOTAMENTO SANITÁRIO: Coleta de esgoto estava presente em 55,2% dos municípios

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A PNSB 2008 indica que 55,2% dos municípios brasileiros tinham serviço de esgotamento sanitário por rede coletora, três pontos percentuais acima do índice verificado em 2000 (52,2%). Os melhores desempenhos foram encontrados nos estados de São Paulo (apenas 1 dos 645 municípios não tinha o serviço) e Espírito Santo (2 de 78 sem coleta de esgoto). A principal solução alternativa adotada pelos municípios que não possuíam rede de coleta de esgoto sanitário, foi a construção de fossas sépticas, que aumentou 7,4% em relação ao levantamento de 2000.

Apenas o Sudeste registrava percentual elevado de municípios com rede coletora de esgoto em 2008 (95,1%). Nas outras quatro regiões, menos da metade dos municípios tinham o serviço: Nordeste (45,7%), Sul (39,7%), Centro-Oeste (28,3%) e Norte (13,4%). Apenas oito unidades da federação possuíam mais da metade dos municípios com rede geral coletora, sendo os casos extremos São Paulo (99,8%) e Piauí (4,5%).

Entre 2000 e 2008, o avanço no percentual de municípios com rede coletora de esgoto foi considerável no Norte (de 7,1% em 2000 para 13,4% em 2008) e no Centro-Oeste (de 17,9% para 28,3%). Já nas regiões com maior número de municípios, as melhoras foram pouco significativas: Sudeste (de 92,9% em 2000 para 95,1% em 2008) e Sul (de 38,9% para 39,7%). No Nordeste, houve pouca variação no registro dos municípios cobertos pelo serviço (de 42,9% em 2000 para 45,7% em 2008).

A presença de rede geral coletora de esgoto era mais elevada nos municípios de maior população. Todos aqueles com mais de 500 mil habitantes possuíam esse serviço, que também estava presente em mais de 90% dos municípios com população entre 100 mil e 500 mil habitantes. Com cobertura abaixo da média nacional estavam apenas os municípios com menos de 50 mil habitantes.

No conjunto do país, entre os municípios que possuíam o serviço, o número de domicílios com acesso à rede geral de esgotamento sanitário teve um avanço de 39,5% no período. As maiores altas foram registradas no Nordeste (64,7%) e no Norte (89,9%). O percentual de domicílios com acesso à rede geral de esgoto passou de 33,5% em 2000 para 44% em 2008. Apenas no Sudeste mais da metade dos domicílios (69,8%) tinham acesso à rede geral, seguido do Centro-Oeste (33,7%), Sul (30,2%),

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Nordeste (22,4%) e Norte (3,8%). As únicas unidades da federação com mais da metade dos domicílios atendidos eram Distrito Federal (86,3%), São Paulo (82,1%), e Minas Gerais (68,9%). Rio de Janeiro (49,2%) e Paraná (46,3%) ficavam próximos da marca de 50% e se situavam acima da média nacional (44%). Os demais estados tinham menos de um terço dos domicílios atendidos, ficando Amapá (3,5%), Pará (1,7%) e Rondônia (1,6%) com as menores coberturas.

Em 2008, 79,9% dos municípios ampliaram ou melhoraram o sistema de esgotamento

De 2000 para 2008 aumentou o percentual de municípios com serviço de coleta de esgoto sanitário que realizaram ampliações ou melhorias no sistema ou em parte(s) dele. Em 2008, 79,9% deles estavam ampliando ou melhorando o serviço, contra 58% em 2000. O avanço ocorreu em quase todas as regiões, com destaques para o Centro-Oeste, cuja taxa de melhorias ou ampliações passou de 50% dos municípios em 2000 para 78% em 2008; e para o Nordeste, de 47,6% para 73,1%. A exceção foi o Norte, cujo percentual de ampliações e melhorias se reduziu (de 53,1% para 48,3%). Os maiores percentuais foram encontrados no Sudeste (85,4%), Centro-Oeste (78%) e Sul (77,5%). Em 2008 a ampliação ou melhoria do sistema deu-se principalmente na rede coletora (88%) e nas ligações prediais (78,6%).

Menos de 1/3 dos municípios fazem tratamento de esgoto

Apenas 28,5% dos municípios brasileiros com esgotamento por rede geral fazia tratamento de esgoto (pelo menos um distrito do município tratava o esgoto coletado, mesmo que parte dele). Entre as regiões, o Sudeste liderava (48,4%), seguido do Centro-Oeste (25,3%), Sul (24,1%), Nordeste (19%) e Norte (7,6%). Com exceção do Distrito Federal, em apenas três unidades da federação mais da metade dos municípios tratavam seu esgoto: São Paulo (78,4%), Espírito Santo (69,2%) e Rio de Janeiro (58,7%). Os menores percentuais foram registrados em Sergipe (9,3%); Amazonas (4,8%); Pará (4,2%); Rondônia (3,8%); Piauí (2,2%) e Maranhão (1,4%).

Apesar de menos de um terço dos municípios terem tratamento de esgoto, o volume tratado representava 68,8% do total coletado no país. Houve melhora considerável frente a 2000 e 1989, quando o percentual de tratamento era, respectivamente, de 35,3% e 19,9%. E em grandes produtores como são os municípios com mais de 1 milhão de habitantes, o percentual de esgoto tratado foi superior a 90%.

RESÍDUOS SÓLIDOS: “Lixões” ainda são destino final em metade dos municípios

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Os vazadouros a céu aberto, conhecidos como “lixões”, ainda são o destino final dos resíduos sólidos em 50,8% dos municípios brasileiros, mas esse quadro teve uma mudança significativa nos últimos 20 anos: em 1989, eles representavam o destino final de resíduos sólidos em 88,2% dos municípios. As regiões Nordeste (89,3%) e Norte (85,5%) registraram as maiores proporções de municípios que destinavam seus resíduos aos lixões, enquanto as regiões Sul (15,8%) e Sudeste (18,7%) apresentaram os menores percentuais. Paralelamente, houve uma expansão no destino dos resíduos para os aterros sanitários, solução mais adequada, que passou de 17,3% dos municípios, em 2000, para 27,7%, em 2008.

Em todo o país, aproximadamente 26,8% dos municípios que possuíam serviço de manejo de resíduos sólidos sabiam da presença de catadores nas unidades de disposição final de resíduos sólidos. A maior quantidade estava nas regiões Centro-Oeste e Nordeste: 46% e 43%, respectivamente. Destacavam-se os municípios do Mato Grosso do Sul (57,7% sabiam da existência de catadores) e de Goiás (52,8%), na região Centro-Oeste, e, na região Nordeste, os municípios de Pernambuco (67%), Alagoas (64%) e Ceará (60%).

Número de programas de coleta seletiva aumentou de 58 para 994 em 20 anos

Os programas de coleta seletiva de resíduos sólidos aumentaram de 58 identificados em 1989 para 451 em 2000 e alcançando o patamar de 994 em 2008. O avanço se deu, sobretudo, nas regiões Sul e Sudeste, onde, respectivamente, 46% e 32,4% dos municípios informaram ter programas de coleta seletiva que cobriam todo o município.

Os municípios com serviço de coleta seletiva separavam, prioritariamente, papel e/ou papelão, plástico, vidro e metal (materiais ferrosos e não ferrosos), sendo que os principais compradores desses materiais eram os comerciantes de recicláveis (53,9%), as indústrias recicladoras (19,4%), entidades beneficentes (12,1%) e outras entidades (18,3%).

ÁGUAS PLUVIAIS: Ocupação desordenada é uma das principais causas de erosão urbana

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A erosão (destruição e arrastamento do solo pela chuva) no perímetro urbano afetava, em 2008, 27,3% dos municípios brasileiros que faziam manejo de águas pluviais (5.256 no total). Entre os principais fatores indicados como causas desse problema, estavam as condições geológicas e morfológicas (47,8%) e as ocupações intensas e desordenadas do solo (46,4%).

Dos municípios que informaram ter manejo de águas pluviais, 48,7% declararam não ter tido problemas com inundações nos últimos cinco anos, nem pontos de estrangulamento no sistema de drenagem. Já 27,4% informaram condição exatamente oposta; deles, 60,7% disseram haver ocupação urbana em áreas inundáveis naturalmente por cursos d’água e 48,1% informaram que havia áreas urbanas irregulares em baixios naturalmente inundáveis. A ocupação irregular era o principal fator agravante de inundações e alagamentos nas regiões Norte (50%) e Nordeste (45,8%) e dividia a mesma percentagem (35,5%) com a obstrução de bueiros e vias na região Centro-Oeste. No Sul e no Sudeste, a situação se invertia, e a obstrução era o principal fator (54,5% e 50,3%, respectivamente).

Um em cada três municípios tem áreas de risco urbanas que demandam drenagem especial

Um grupo de 1.933 municípios (34,7% do total) relatou ter, em seu perímetro urbano, áreas de risco que demandam drenagem especial. Os municípios declararam que as áreas sem infraestrutura de drenagem (62,6%) e as áreas de baixios (depressões) sujeitas a inundações e/ou proliferação de transmissores de doenças (56,8%) eram os tipos mais encontrados e suscetíveis a riscos no perímetro urbano. No Sudeste, percentual significativo (56%) era atribuído às áreas em taludes (planos inclinados que limitam aterros) e encostas sujeitas a deslizamentos, configuração geomorfológica peculiar aos estados desta região.

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Lei do Saneamento Básico

Renato Saboya

http://urbanidades.arq.br/2007/02/lei-do-saneamento-bsico/

Entrou em vigor na última 5a-feira (22.02) a nova Lei de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007). A lei prevê, entre outras obrigações do Poder Público:

1. A necessidade de elaboração de um plano de saneamento básico (Art 9o – I);

2. Estabelecer mecanismos de controle social (Art.9o – V);

3. Estabelecer um sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento.

O plano de saneamento é considerado um requisito para a celebração de contrato com o provedor de serviços, ou seja, para que o contrato seja feito ou renovado é preciso que haja um plano de ações para o setor. A lei define uma série de requisitos para o plano, entre eles o diagnóstico da situação atual, os objetivos e metas para o futuro e os programas, projeto e ações necessários.

Faltou apenas fazer menção ao plano diretor. Já que, segundo o Estatuto, este é o “principal instrumento da política urbana”, é mais que lógico que o plano de saneamento siga as diretrizes do PDP. A lei não menciona esse aspecto, mas fica a garantia dada pelo EC.

O controle social deve ser feito através de um órgão colegiado (a ser criado ou através da adaptação de um já existente), de caráter consultivo, com representações dos titulares dos serviços, de órgãos governamentais relacionados ao saneamento, das prestadoras de serviços, dos usuário e de entidadades da sociedade civil.

O sistema de informações deve integrar-se ao Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA), cujos objetivos são:

I- coletar e sistematizar dados relativos às condições da prestação dos serviços públicos de saneamento básico;

II – disponibilizar estatísticas, indicadores e outras informações relevantes para a caracterização da demanda e da oferta de serviços públicos de saneamento básico;

III – permitir e facilitar o monitoramento e avaliação da eficiência e da eficácia da prestação dos serviços de saneamento básico.

Ao que parece, é uma lei que tende a trazer muitos benefícios para a população, e que traz embutidas preocupações técnicas e de democratização do acesso ao saneamento, bem como de controle social. A questão é: vai funcionar? Isso depende não só do Governo, mas também da sociedade civil. No mínimo, esta conta com mais uma arma para poder defender seus direitos.

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História do saneamento básico no Brasil revela precariedade

http://www.jardimpery.com/Blog/Blogger/Category/Hist%C3%B3ria%20do%20saneamento%20b%C3%A1sico%20no.aspx

PROBLEMA ANTIGO

Quando se fala em saneamento, muitas pessoas não têm exata noção do que consiste esse serviço. Saneamento é o conjunto de medidas que visam preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade enorme de prevenir doenças e promover a saúde. Quando se fala em saneamento básico, entende-se o abastecimento de água e disposição de esgotos, sendo que algumas pessoas incluem o lixo nesta categoria. No entanto, outras atividades de saneamento podem ser incluídas, como o controle de animais e insetos, saneamento de alimentos, escolas, locais de trabalho, de lazer e habitações. Apesar de o saneamento básico ser considerado um serviço essencial de saúde, nem sempre ele está ao alcance de todas as pessoas.

No Brasil, a história do saneamento tem início no Período Colonial, quando a economia estava condicionada à exploração intensiva de recursos naturais e às monoculturas, principalmente o pau-brasil, o açúcar, o ouro, a borracha e o café. Mais tarde, com a chegada da família real em 1808, a população duplicou rapidamente, chegando a 100.000 habitantes em 1822, fazendo com que as demandas por abastecimento d’água e eliminação de dejetos aumentassem.

Com o fim do Império e início da República os serviços de utilidade pública foram subordinados ao capital estrangeiro. Nesta época, o Rio de Janeiro foi a quinta cidade no mundo a adotar um sistema de coleta de esgoto. Apesar disso, as redes de esgoto sanitário cobriam apenas as áreas urbanas e atendiam uma parcela mínima da população. Esta situação se prolongou até as primeiras décadas do século XX.

Após a 1ª Guerra Mundial, o Brasil apresenta um declínio da influência estrangeira no campo das concessões dos serviços públicos, ocasionada pela insatisfação generalizada com o atendimento e principalmente, pela falta de investimentos para a ampliação das redes públicas de saneamento básico.

A partir de 1950 há um agravamento dos conflitos sociais, desencadeados pelo aumento da pobreza e a grande concentração populacional. Para agravar o quadro, o país sofre uma exaustão contínua e prolongada dos recursos naturais.

Foi na década de 70 que acontece no Brasil a criação do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA) e é também neste período que surgem as Companhias Estaduais de Saneamento (as CESB’s) que passaram a prestar serviço aos municípios. O PLANASA é considerado a política mais incisiva aplicada no país e até hoje define o modelo institucional dominante no setor.

Atualmente, apesar da importância para a saúde e meio ambiente, o saneamento básico no Brasil está longe de ser adequado. As estatísticas oficiais apontam que mais da metade da população não conta com redes para a coleta de esgotos. Além disso, mais de 80% dos resíduos gerados são lançados diretamente nos rios, sem nenhum tipo de tratamento. Os índices indicam que a região sudeste é a que apresenta os melhores serviços de saneamento.

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O Atlas do Saneamento, publicado em 2004 pelo IBGE, informa que cerca de 97,7% dos municípios brasileiros contam com rede de abastecimento de água. No entanto, apenas metade deles possui rede de esgoto.

Outro dado relevante diz respeito aos aterros sanitários e a coleta seletiva de lixo. O Atlas mostra que a grande maioria dos municípios (63,3%) deposita seus resíduos em lixões a céu aberto e sem nenhum tratamento. Já os aterros sanitários estão presentes em apenas 13,8% dos municípios e apenas 8% deles realiza a coleta seletiva.

Liderando a lista dos piores índices no quesito saneamento, estão os Estados da Região Norte e Nordeste. No Nordeste, mais da metade dos municípios não conta com rede de abastecimento de água e de esgotos.

O SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL

ARSAE - Belo Horizonte MG. 9 de junho de 2010

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Saneamento Básico no Brasil

Os Anos Iniciais da Regulação dos Serviços Públicos no Brasil

É inegável o avanço dos 10 a 15 últimos anos nas instituições de regulação de serviços públicos no nosso País.

Não só com entes capacitados como as ARs federais, estaduais e municipais, mas na produção de um robusto arcabouço normativo.

A reforma regulatória dos anos 90 resultou em mais e melhores leis, aperfeiçoamento dos processos normativos e refinamento dos mecanismos de controle da discricionariedade regulatória.

O saneamento foi um dos últimos setores a ser revisado e reformulado, com a aprovação da lei 11.445/2007 pelo Congresso Nacional.

Saneamento Básico no Brasil 

Governança Regulatória de Serviços Públicos Selecionados 

A pedido da Casa Civil, no âmbito do Pro-Reg, a OCDE promoveu, em 2007, estudos sobre a governança regulatória nos setores de energia, transportes, saúde e telecomunicações do Brasil. As principais conclusões são:

(A) Melhoria da capacidade governamental para assegurar uma regulação de alta qualidade.

- implantar capacidades institucionais para a qualidade regulatória;

- implantar a Análise de Impacto Regulatório;

Page 27: historia, comentarios saneamento

- melhorar a transparência e ampliar a participação social nos processos regulatórios.

Saneamento Básico no Brasil 

Governança Regulatória de Serviços Públicos Selecionados (cont...

(B) Melhoria da capacidade das autoridades reguladoras

- consolidação da autonomia e do estatuto;

- fortalecer a estrutura estratégica para o planejamento e tomada de decisão;

- fortalecer os mecanismos de prestação de contas;

- sistematizar a cooperação na defesa da concorrência;

- fortalecer a segurança e o desempenho via maior coordenação;

- fortalecer alguns poderes das ARs;

- modernizar os processos de recursos.  

Saneamento Básico no Brasil 

Antes da Lei de Saneamento 

Função regulatória exercida pelas administrações locais (de forma concentrada e centralizada) ou, no pior dos mundos, pelas próprias prestadoras do serviço.

Muito pouco a se falar de uma regulação efetiva e moderna, até o advento da lei.

O setor de saneamento como um dos mais complexos, se não o mais, do ponto de vista regulatório.

Com atividades de exploração econômica, um núcleo típico de serviço público e uma infinidade de políticas públicas específicas (de saúde, ambiental, recursos hídricos, urbanismo), sem falar na disputa pela titularidade do serviço.

O Saneamento Básico no Brasil

A Lei de Saneamento

A lei 11.445/2007 veio para dar contorno regulatório para um setor no qual sempre pairou uma forte indefinição.

Consagrou o saneamento como um serviço público e arrolou os principios que devem nortear a sua organização e a sua prestação (art. 2 e ao longo da lei).

Adotou a concepção ampla de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais (art. 3, I).

Separou as três responsabilidades distintas, a serem exercidas, preferencialmente, por entes separados: (i) a função planejadora, (ii) a função reguladora, e (iii) a função prestação dos serviços. 

Saneamento Básico no Brasil 

Função planejadora, ou política pública

-atribuições do titular (art.9) e conteúdo mínimo do plano (art.19)

-condição prévia para a regulação e a delegação dos serviços (arts.11, 14 e 20)  

Função regulação

-condição de validade dos contratos (art.11, III)

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-árbitro dos conflitos entre os agentes da cadeia (art.12, §1)

-delegação para outro entre federado dentro do Estado (art.23, §1)

Função prestação dos serviços

-a ser exercida pelo próprio titular, por ente de sua estrutura, por particulares delegatários e por outra esfera da federação, ressalvada a hipótese de prestação direta, mediante contrato (art.10)

Saneamento Básico no Brasil 

Estado da Arte da Função Prestação dos Serviços   

Índices de atendimento em 2008 

Índice médio de atendimento em relação à população total dos prestadores de serviços participantes do SNIS (*):

81,2% para a água

43,0% para a coleta de esgotos

34,6% para tratamento dos esgotos

e, em relação a população urbana:

94,7% para a água

50,6% para a coleta de esgotos

(*)  de uma amostra correspondente à totalização de dados de 4.627 municípios com serviços de água e 1.468 municípios com serviços de esgoto, respectivamente 83,1% e 26,4% do total de municípios brasileiros.

Saneamento Básico no Brasil  

Estado da Arte da Função Prestação dos Serviços (cont... 

Compromissos com os objetivos de desenvolvimento do milênio   (ODMs)

    Os níveis de atendimento com água e esgoto verificados em 1990 devem ser reduzidos pela metade, até 2015.

ODM da água = 84,88%

ODM da coleta de esgoto = 69,71%

Considerando os crescimentos médios anuais até 2007, de 0,44% para a água e 0,70% para a coleta de esgoto os compromissos com os ODMs não serão atendidos no prazo, demandaria 9 e 40 anos respectivamente.

 Essa situação alterou muito pouco em 2008, com os crescimentos médios anuais de 0,30% para a água e 1,10% para o esgoto.

Saneamento Básico no Brasil

O Estado da Arte da Função Prestação dos Serviços (cont...

Compromissos com a universalização

Considerando os custos médios de 2007 de R$1.298,5/ligação de água e de R$2.253,7/ligação de esgoto, a universalização exigirá investimentos futuros da ordem de R$240,2 bilhões.

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Considerando o nivel de investimento de 2007, de R$4,2 bilhões, e uma média anual dos últimos 7 anos de R$4,1 bilhões, a universalização somente seria alcançada em 60 anos (???).

Essa situação melhorou um pouco em 2008, com investimentos da ordem de R$5,6 bilhões.

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O Estado da Arte da Função Prestação dos Serviços (cont...

Consumo e tarifa média em 2008

Consumo médio per capita de água……..151,2 (l/hab/dia)

Tarifa média da água…………….……R$1,95/m3 (0,93 a 2,75) 

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Pessoal envolvido no setor em 2008

empregados próprios…………………………..…. 129,6 mil

terceirizados……………………………………....   60,7 mil

empregos diretos e indiretos……………………...  298,0 mil

total……………………………………………..… 488,3 mil

Perdas em 2008

perdas médias de faturamento…………………….  37,4% (*)

10 prestadores regionais……………………….….….  >50%

16 prestadores regionais…………………………..….  <50%

(*) Dividas em 37,0% nos serviços prestados por entes de direito público, 32,6% nos serviços prestados por entes de direito privado e 43,8% nas empresas privadas.

Saneamento Básico no Brasil

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Perdas totais de água de 2007

Perdas aparentes (de faturamento)………….31,1 l/hab

Perdas reais (vazamentos)…………………..75,1 l/hab

A economia com a redução de 60% das perdas totais, com melhorias de gestão e da rede física, seria da ordem de R$4,4 bilhões/ano.

Assustador, se comparado com uma necessidade de R$12 bilhões/ano, na hipótese de universalização dos serviços no País em 20 anos.

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O Estado da Arte da Função Regulação

Pesquisa ABAR - Principais Resultados (*)

Adequação institucional à lei (art.11)

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As ARs estaduais e municipais são responsáveis por 853 concessões reguladas, com 268 contratos adequados aos termos da lei (31%), dos quais somente 161(19%) contam com planos.

Generalizada falta de conhecimento dos comandos da lei.

Número de concessões

Comparado com 2007, houve um crescimento das    concessões reguladas com destaque para as 45 da Agergs (RS).

(*) Levantamento feito em junho de 2009, com 18 agências reguladoras (13 estaduais e 5 municipais), 5 a mais do que no ano anterior de 2008. 

Saneamento Básico no Brasil 

O Estado da Arte da Função Regulação (cont...

Pesquisa ABAR - Principais Resultados

Política de saneamento (tema controvertido dado a titularidade)  

(*) Os Estados de MG, MGS, MT, RGS, RGN, GO e SC deverão passar por uma reavaliação da adequação de suas normas à lei 11.445/2007. Os Estados do PA, PR e RJ estão se mobilizando.

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Pesquisa ABAR - Principais Resultados

Regulação multisetorial (*)  

(*) Apenas a ADASA tem a responsabilidade de regular drenagem de águas pluviais. Apenas quatro agências regulam limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: Adasa (DF), Agepan (MS), Agesc (SC) e Arsaeg (Guaratinguetá - SP)

Saneamento Básico no Brasil

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Pesquisa ABAR - Principais Resultados  

Parcerias

São bastante reduzidas as parcerias com a sociedade (*).

Características Econômicas

Predominância do custeio da regulação a partir da própria   prestação de serviços (14 agências das 18 pesquisadas).

Crescimento generalizado nas receitas, comparado com 2007.

Custos da regulação por concessão bastante díspares.

(*) Parceria com o MPúblico, caso Arpe (PE) e Universidade, caso Arsban (Natal-RGN)  

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Pesquisa ABAR - Principais Resultados  

Page 31: historia, comentarios saneamento

Quadro de diretores

Média de mais de 2 diretores para as ARs municipais e 4 diretores para as ARs estaduais (*).

Na quase totalidade os diretores são nomeados pelo Executivo   (aprovação pelo Legislativo somente em 10 casos).

Em 2 ARs não se permite a recondução.

Destaque para a presença de advogados e engenheiros (>62%).

(*) De um total de 69 diretores. Em duas ARs os diretores não têm mandatos.   

Saneamento Básico no Brasil 

O Estado da Arte da Função Regulação (cont...

Pesquisa ABAR - Principais Resultados

Quadro gerencial intermediário

Média de 1,5 gerência por AR municipal e 3 por AR  estadual.

Predominância de engenheiros (37%), advogados (24%) e   economistas (17%), dentre 48 gerências.

Apenas metade das gerências intermediárias são nomeadas pela  própria AR (desvios da autonomia prevista no art.21).

Quadro de pessoal (*)

Servidores de nivel médio e fundamental (41%), comissionados  (26%), concursados (19%) e cedidos (8%).

(*) De um total de 767 servidores de nivel superior e 480 de nivel fundamental e médio das ARs, 131 servidores de nivel superior e 24 de nivel fundamental e médio se dedicam ao saneamento.

Saneamento Básico no Brasil 

O Estado da Arte da Função Regulação (cont...

Pesquisa ABAR - Principais Resultados  

Quadro de pessoal envolvido com saneamento 

Servidores comissionados (41%), concursados (31%), nivel   médio e fundamental (13%) e cedidos (10%) (*). 

Predominância de profissionais sem especialização (48%) com  elevação dos níveis de pós-graduação, mestrado e doutorado,   comparados com o levantamento de 2007.

A média dos salários mínimo e máximo fica entre R$2,78 mil a  R$4,79 mil, havendo discrepância da média do salário máximo  das ARs estaduais em comparação com as municipais.

(*) Áreas de atuação: fiscalização (41%), regulação econômica (29%), juridica (13%) e ouvidoria (8%).

Saneamento Básico no Brasil

O Estado da Arte da Função Regulação (cont...

Pesquisa ABAR - Principais Resultados  

Page 32: historia, comentarios saneamento

Características operacionais

Prevalece a previsão de reajustes tarifarios em 12 das ARs contra  7 ARs em que se prevê a realização de revisões.

Os reajustes são anuais enquanto que as revisões possuem uma  frequência média de 3 anos.

Das 12 ARs que prevêem penalidades apenas 3 aplicaram   advertência e 4 aplicaram multas (R$1,2 milhões).

Grande produção normativa, num total de 84 normas.

Apenas 9 ARs estaduais realizaram audiências (num total de 18)  e consultas públicas (num total de 5).

Saneamento Básico no Brasil

O Estado da Arte da Função Regulação (cont...

Pesquisa ABAR/PMSS 

As ARs de saneamento são muito pouco conhecidas da sociedade: pesquisas de junho de 2009 indicam que, em média, 80% da sociedade só ouviu falar das ARs e que 15% nunca ouviu falar das ARs.

Perguntado sobre onde fariam uma reclamação dos serviços de água e esgoto, menos de 5% mencionaram as ARs.

A mesma pesquisa indica que existe enforcement, mas o valor acumulado de multas nos últimos 12 meses envolve apenas 4 ARs, num valor total de cerca de R$1,2milhões. 

Saneamento Básico no Brasil

As Pedras no Caminho 

O Plano de Saneamento Básico Municipal e Regional envolve:

(i) a formulação de estratégias, como indicada na lei (art.19);

(ii) a criação ou adequação da estrutura municipal para o planejamento, a prestação do serviço, a regulação e o controle social;

(iii) a assistência técnica e, quando for o caso, a promoção da gestão associada, via convênio de cooperação ou consórcio intermunicipal para o desempenho de uma ou mais destas funções.

Saneamento Básico no Brasil

As Pedras no Caminho (cont...

Por outro lado, na minuta de regulamentação da lei 11.445/2007, consta que o exercício da função regulação pode ser atendido por meio de órgão colegiado (art.27) e que as atividades de regulação, inclusive organização, e de fiscalização dos serviços de saneamento básico poderão ser executados pelo titular (art.32) e um limite de 0,5% do efetivamente arrecadado, para os custos da regulação e da fiscalização. 

Tal iniciativa está em direção contrária às diretrizes da lei e representa um retrocesso no marco regulatório do setor, em que pese seu alcance estadual e municipal seja bastante discutível.

Saneamento Básico no Brasil 

Page 33: historia, comentarios saneamento

As Pedras no Caminho (cont... 

A inadequada estruturação de prestadores de serviço (a regulação não tem capacidade de substituir a gestão).

A falta de regulação de alguns prestadores de serviço e a falta generalizada de conhecimento dos comandos da lei.

A (tentativa de) interferência política tanto na regulação como na gestão dos serviços prestados.

O caráter fiscalizatório da lei, mais do que uma busca de conformidade.

A falta de um maior apoio do Governo Federal, após a finalização do PMSS.

Os prazos da lei 11.445/2007. 

Saneamento Básico no Brasil 

Uma Agenda Desejável 

Ampliar as atribuições das ARs adequando-as aos termos da lei.

Instrumentalizar as ARs com a criação de estruturas organizacionais modernas e com pessoal capacitado e bem remunerado, via concurso público (*).

Defender a independência e a autonomia das ARs e evitar o contingenciamento de recursos.

Prover a segurança jurídica e a estabilidade normativa do setor.

Ampliar a cooperação federativa na regulação dos serviços.

Buscar credibilidade perante a sociedade, o poder concedente e os prestadores de serviço.

(*) Do levantamento ABAR apenas 7 ARs tem previsão de realização de concurso.

Saneamento Básico no Brasil 

O Futuro Próximo 

Embora seja possivel atender o ODM de abastecimento de água até 2015, o esgotamento sanitário está distante.

Com relação à universalização somente uma grande mobilização nacional poderá levar tais serviços a todos os brasileiros.

A regulação pode ajudar, mas há indícios de que o futuro próximo seja constituido de ilhas de regulação de saneamento básico.

    Os serviços prestados estadualmente seriam regulados pelas ARs estaduais e os prestados localmente seriam regulados regionalmente.

    A regulação dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem pluvial ainda é muito tímida.

Saneamento Básico no Brasil 

Sinergia Entre os Setores de EElétrica e Saneamento (cont... 

Indústria de redes - monopólios naturais.

Princípios econômicos.

Perdas técnicas e não técnicas (perda real e de faturamento).

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Receitas irrecuperáveis.

Cobrança de eficiência pela sociedade.

Investimento de longo prazo de amortização.

Capital intensivo.

Comportamento de consumo.

Saneamento Básico no Brasil

Sinergia Entre os Setores de EElétrica e Saneamento (cont... 

Condições gerais de fornecimento e desafios da universalização.

Tarifa social.

Assegurar os diretos dos usuários e garantir os direitos e deveres dos prestadores de serviço a um só tempo.

Saneamento Básico no Brasil

Frases identificadas pelo prof. Berg no curso ABAR/PURC 

O trabalho do regulador nunca termina.

As leis necessitam que as instituições, em especial as ARs, as decodifiquem em regras e procedimentos.

Manter os princípios básicos da regulação ajuda a manter o foco.

Reconhecer que temos muitas dificuldades em enxergar os nossos próprios problemas.

Os prestadores de serviço e as ARs podem aprender juntos.

Incentivar as parcerias com outros setores tomando o cuidado com as influências indevidas.

Promover a capacitação de maneira continuada e com muito diálogo. 

Saneamento Básico no Brasil 

Frases identificadas pelo prof. Berg no curso ABAR/PURC (cont... 

A participação da sociedade é muito importante, com usuários e não usuários.

As informações são fundamentais - especialmente as do tipo comparativas (infobenchmarking).

A regulação não pode operar em piloto automático. 

Obrigado!!!!!!!!

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ABAR

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http://www.outroladodanoticia.net/index.php/economia/nacional/261-precariedade-do-saneamento-basico-interfere-na-economia