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História da Educação

História da Educação - Blackboard Learn · A educação devia partir da compreensão das coisas e não apenas das palavras, ou seja, era preciso ensinar segundo do conceito de

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História da Educação

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Material teórico

Responsável pelo Conteúdo:

Profa Esp Débora Cabrera Novaes

Revisão Textual: Profa Vera Lidia de Sa Cicaroni

Influências Educacionais

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Além da indicação da leitura de alguns artigos muito interessantes sobre o tema, trabalharemos com vídeos, a fim de facilitar a sua compreensão. Com certeza o material indicado trará um grande aproveitamento para a complementação do seu aprendizado.

Apresentamos, a seguir, as atividades que serão desenvolvidas nesta Unidade. 1. Apresentação de um texto teórico em que serão expostas as concepções

pedagógicas abordadas no texto. 2. Atividade reflexiva: FÓRUM 3. Atividade de Sistematização: questão estilo ENADE 4. Diante do que foi estudado e das leituras indicadas, vamos refletir, criando um texto

crítico sobre o assunto em questão.

Influências Educacionais Ob

jetiv

o de

Ap

rend

izado

• Século XIX- A Educação Positivista

• Educação Pragmatista

• O pensamento educacional de Jean Jacques Rousseau

• A Pedagogia Realista - João Amós Comênio

Nesta unidade, faremos uma viagem pela história da educação, visitando as várias influências educacionais e os seus respectivos teóricos. Vamos identificar o lugar de atuação desses estudiosos, suas diversas abordagens e contribuições para a educação atual. Analisaremos a realidade educacional contemporânea, relacionando-a com os seus antecedentes históricos, para que possamos compreender sua trajetória histórica e a luta em prol de conquistas no âmbito educacional realizadas por nossos teóricos no decorrer do tempo. Diante disso, esperamos que embarque nessa viagem e amplie, cada vez mais, o seu conhecimento.

• O pensamento socialista

• Construtivismo

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U n i d a d e : I n f l u ê n c i a s E d u c a c i o n a i s

O homem tem o seu olhar voltado para a Terra

Com a expansão das novas técnicas de produção, foi preciso que a atenção se voltasse ao ensino, e era urgente que ele se processasse com rapidez, pois se fazia necessário que a sociedade adquirisse os conhecimentos elementares, com base nos fatos da realidade, para corresponder ao desenvolvimento que se priorizava para a época.

De acordo com essa visão, não fazia sentido associar a educação à religião, nem aos interesses apenas de uma classe, priorizando o ensino apenas para a aristocracia.

A educação devia partir da compreensão das coisas e não apenas das palavras, ou seja, era preciso ensinar segundo do conceito de que a teoria e a prática devem caminhar juntas.

Dentro dessa perspectiva nasceu a pedagogia realista, com o objetivo de dar respostas rápidas aos problemas da sociedade.

A pedagogia realista foi representada por João Amós Comênio (1592-1670).

Surgiram, nesse mesmo período, as ideias liberais de John Locke (1632 -1704), enriquecendo os direitos da sociedade.

A batalha por tornar o ensino púbico de responsabilidade do Estado foi um marco do período chamado de Século das Luzes (Iluminismo), que recebeu essa denominação porque representou o poder da razão humana ao interpretar e reorganizar o mundo de acordo com suas próprias ideias, sem intervenção da religião.

O iluminismo foi um período rico em reflexões pedagógicas. O homem, em estado de natureza, seria livre, independente, e a educação visualizaria o aspecto intelectual e manteria seu interesse voltado para o aluno.

Dentro dessa perspectiva, Jean Jacques Rousseau abordou a pedagogia naturalista.

Contextualização

Fonte: http://www.freephoto.com

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Fonte: http://www.freedigitalphotos.net/images/People_g349.html

No século XIX, já com uma maturidade adquirida, a ciência apareceu como

parte integrante da concepção do saber, própria do pensamento positivista expresso por Auguste Comte (1798-1857).

O Positivismo baseava-se em fatos reais e na experiência, não admitindo a dúvida.

O Positivismo desenvolveu-se no século XIX, com August Comte, priorizando a ideia de que a confiança do homem estava no conhecimento científico e considerando o homem o único capaz de descobrir as leis do universo.

Já o pensamento pragmatista, constituído por uma escola de Filosofia, com origens nos EUA e na Grã-Bretanha, caracterizava-se pela descrença no fatalismo e pela certeza de que só a ação humana, movida pela inteligência e pela energia, podia alterar os limites da condição humana.

A sociedade passou por momentos de dificuldades, enfrentando revoluções e, nesse instante, surgiram algumas organizações de trabalhadores.

Essas associações foram criadas para defender os interesses dos trabalhadores. Nesse contexto nascia a teoria marxista ou do materialismo histórico-dialético.

Foi um período da história em que se defendia, sob um ponto de vista político, a ideia de que a educação é universal e politécnica. Era o pensamento socialista.

Por fim, desenvolveu-se o pensamento construtivista, que recusou a tradicional concepção metafísica de uma natureza humana universal, essencial e estática.

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U n i d a d e : I n f l u ê n c i a s E d u c a c i o n a i s

De acordo com o construtivismo, o homem se faz pela interação social, pelas relações entre os homens e por sua ação sobre o mundo.

O homem é um ser histórico-social e, por isso, a maneira como deve apreender a realidade é um processo dinâmico, que se expressa de formas diferentes no tempo.

A história é entendida como experiência do indivíduo ou do grupo a que ele pertence: sempre que surgem fatores novos, as antigas estruturas lógicas se desfazem, sendo necessárias outras formas de equilíbrio.

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O realismo pedagógico privilegiava a experiência e acreditava em uma pedagogia que não fosse formal e retórica.

Fundamentada por essa visão, a educação partia da compreensão das coisas e não das palavras; a educação física era valorizada. A principal figura desse momento foi: João Amós Comênio, que nasceu em 1592, na República Tcheca, estudou na Alemanha, seguiu carreira religiosa, escreveu obras filosóficas e pedagógicas e morreu em 1670.

A principal obra de Comênio foi o livro Didática Magna.

Sua proposta era tornar a aprendizagem atraente e eficaz, organizando as tarefas dentro de três ideias que fundamentavam as bases da sua didática: a naturalidade, a intuição e a autoatividade.

De acordo com Comênio, a questão que se colocava era: em vez de abrirmos os livros mortos, por que não abrirmos os livros da natureza?

Para a época era novidade qualquer tipo de organização do trabalho didático e Comênio elaborou manuais, detalhando como deveria ser o procedimento do mestre para trabalhar de acordo com a capacidade de assimilação dos alunos. A aprendizagem tinha como ponto de partida aquilo que já era conhecido pelo aluno e deveria progredir do simples para o complexo, do concreto para o abstrato, privilegiando a educação dos sentidos.

A organização do sistema escolar tinha por base os seguintes parâmetros:

1- a idade dos educandos ; 2- o lugar em que estavam inseridos; 3- o objetivo das ações.

Sua concepção era ensinar tudo a todos, ensinar para a vida, atingindo a sabedoria universal. O ensino deveria estar voltado para a prática, a fim de que houvesse progresso intelectual, moral e espiritual capaz de aproximar o homem de Deus.

A Pedagogia Realista - João Amós Comênio

Fonte: http://www.freedigitalphotos.net/images/

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U n i d a d e : I n f l u ê n c i a s E d u c a c i o n a i s

O aluno deveria adquirir um saber geral e integrado, ainda simplificado nos ensinos elementares. Nos outros graus, o conhecimento possibilitaria a análise crítica e a invenção.

Comênio acreditava que a educação faria o aluno pensar por si mesmo, não como simples espectador, mas como ator.

Pode-se dizer que o pensamento de Comênio tinha um caráter inovador, de sabor atual, apesar da época em que viveu.

Era um período rico em reflexões pedagógicas e um dos aspectos marcantes estava na pedagogia política, centrada no esforço para tornar a escola livre de interesses de classe e da responsabilidade do Estado. Dentro desse contexto, surgiu John Locke (1632-1704), que contrariava a antiga educação e trazia as ideias políticas liberais, fazendo restrições à interferência do Estado na vida dos cidadãos e defendendo o direito da iniciativa privada.

Locke priorizava a formação do homem gentil e valorizava a Educação Física, a História, a Geografia, a Geometria e as Ciências Naturais.

Para Locke, a educação se concentraria muito mais no caráter do que na formação intelectual, portanto apresentou uma tríplice proposta para a educação: o desenvolvimento físico, moral e intelectual, caracterizando o “gentleman”, o gentil-homem.

O seu pensamento pode ser resumido pela seguinte expressão: “Legitimidade do poder”.

Todos seriam livres, iguais e independentes.

Locke desenvolveu uma concepção empirista, afirmando que nada está no espírito que não tenha passado primeiro pelos sentidos.

Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:JohnLocke.png

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A EDUCAÇÃO FEMININA NO ILUMINISMO

Para uma camada da sociedade, a educação era ministrada através das seguintes disciplinas: gramática, poesia, história e leitura de obras religiosas, tornando a educação prazerosa.

Para outra camada, a educação era extremamente religiosa e moral, enriquecendo a vida doméstica.

Alguns filósofos, chamados de enciclopedistas, contribuíram para o desenvolvimento do pensamento iluminista nesse período. São eles:

Denis Diderot (Langres, 5 de outubro de 1713 – Paris, 31 de julho de 1784): filósofo e escritor francês; também priorizou a aprendizagem de um ofício, assim como John Locke.

Jean le Rond d'Alembert (Paris, 1717 — 1783): filósofo, matemático e físico francês; teve participação na edição da Encyclopédie, a primeira enciclopédia publicada na Europa.

François-Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire (Paris, 1694 - 1778): escritor, filósofo iluminista, conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civil, religiosa e do livre comércio.

Claude Adrien Helvétius (Paris, 1715 - 1771): filósofo e literato francês. A amizade com o enciclopedista D’Alembert abriu-lhe as portas da Academia de Berlim. Deixou diversas obras publicadas postumamente, entre elas: Verdadeiro sentido do sistema da natureza e Do homem e Das faculdades intelectuais e de sua educação.

O pensamento educacional de Jean Jacques Rousseau Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), natural de Genebra, Suíça, filósofo,

escritor, teórico político e um compositor musical autodidata, foi uma das figuras marcantes do Iluminismo.

Fonte: http://www.freedigitalphotos.net/images/

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U n i d a d e : I n f l u ê n c i a s E d u c a c i o n a i s

Abandonou sua terra natal aos 16 anos, levou uma vida conturbada, andando por diversos lugares até se fixar em Paris com os enciclopedistas, tornando-se muito amigo de Diderot.

Em 1762, publicou Emílio e Contrato social. Essas obras foram condenadas em Paris e Rousseau foi obrigado a fugir, iniciando uma longa peregrinação.

Segundo Rousseau, todo homem nasce bom e a sociedade é que o corrompe.

Fonte: http://www.freedigitalphotos.net/images/People_g40.html

Ele acreditava que a criança não deveria ser encarada como um adulto em miniatura. Para ele, a educação deveria estar voltada para a vida, para a ação e para a curiosidade.

Elaborou uma nova imagem da infância, vista como próxima do homem por natureza, articulando-a em etapas que iam da primeira infância à adolescência.

A criança devia aprender a pensar respeitando seu desenvolvimento interno e natural.

Sua principal obra foi Emílio, na qual relata a educação de um jovem acompanhado por seu preceptor (mestre). Essa educação acontecia longe da sociedade corrupta, priorizando a pedagogia naturalista.

A educação apresentada na obra mostra a busca por uma espontaneidade original, livre da escravidão aos hábitos exteriores, a fim de formar o homem dono de si mesmo, agindo por interesses naturais e não por constrangimento exterior e artificial. Essa obra foi escrita em um período de dez anos e está dividida em cinco livros.

O primeiro livro é dedicado à idade infantil, caracterizada por uma educação higiênica e capaz de não criar, no menino, hábitos não naturais e danosos. O segundo é dedicado à idade dos três aos doze anos e retrata uma infância caracterizada pela fraqueza, em razão da dependência, pela curiosidade e

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pela liberdade. Nessa fase destacou-se a importância de o educador perder algum tempo e intervir para ensinar a Emílio algumas noções essenciais, priorizando o fortalecimento do corpo e o uso correto dos sentidos, além de um pouco de desenho e geometria. O terceiro livro entra na idade que chamaríamos, hoje, de pré-adolescência, caracterizada por Rousseau como idade do útil. O quarto livro trata da adolescência de Emílio; o despertar das paixões e a atenção com os outros homens. As matérias aprendidas nessa fase deveriam ser: história, moral e religião. O quinto livro mostra o final feliz de Emílio com Sofia, seu amor. Emílio vai viver entre os homens, procurando ser, para eles, o benfeitor.

Para Rousseau, o homem não se reduz à dimensão intelectual, como se a natureza pudesse ser apenas razão e reflexão. Entende, dessa forma, que os sentidos como emoções, instintos, sentimentos são anteriores ao pensar elaborado, portanto são mais dignos de confiança do que os hábitos de pensamento inculcados pela sociedade.

Educação Pragmatista

O termo pragmatismo deriva da palavra grega, Prágma, que significa ação, do qual vêm as nossas palavras “prática e prático”.

A visão do pragmatismo recai sobre o concreto e o adequado, e destaca os fatos, a ação e o poder, não pretendendo resultados especiais, pois é somente um método, que é anti-intelectualista e privilegia a prática e a experiência, reduzindo o verdadeiro ao útil, ou seja, a verdade será útil desde que sirva para o desenvolvimento do homem e da sociedade. Exemplo: a religião.

A principal figura dessa vertente é John Dewey, (1859-1952), filósofo e pedagogo norte-americano, para o qual o pragmatismo se aproxima da filosofia social ou mesmo de uma prática da pesquisa política.

O pragmatismo não concorda com a perspectiva de que o intelecto e os conceitos humanos podem, só por si, representar adequadamente a realidade. Caracteriza-se pela oposição à escola tradicional (memorização e predominância do intelectualismo), pelo realce às atividades manuais e ao interesse da criança, e pelo estímulo ao espírito de iniciativa e independência (sociedade democrática).

Dewey fundou a escola experimental na Universidade de Chicago, onde a criança aprendia fazendo (Vida-experiência-aprendizagem); o esforço e a disciplina eram frutos do interesse.

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O fim da educação não é formar a criança de acordo com modelos, nem orientá-la para uma ação futura, mas dar-lhe condições para que resolva por si própria os seus problemas (Dewey).

O conhecimento é uma atividade dirigida que não tem fim em si mesmo,

mas está voltada para a experiência. Para Dewey, a escola não pode ser uma preparação para a vida, mas é a própria vida. As ideias são hipóteses de ação e são verdadeiras à medida que funcionam como orientadoras da ação. Dessa forma têm valor instrumental para resolver os problemas colocados pela experiência humana.

O educador deve descobrir os reais interesses da criança e só avançar na ampliação de seus poderes, apoiando-se nesses interesses.

As atividades manuais são importantes, porque apresentam problemas concretos para serem resolvidos.

Fonte: http://www.freedigitalphotos.net/images/Cartoon_Characters_g345.html

Século XIX- A Educação Positivista

Positivismo é um conceito utópico que possui distintos significados, englobando tanto perspectivas filosóficas e científicas do século XIX quanto outras do século XX.

O positivismo baseia-se em fatos reais e na experiência, não admitindo a dúvida.

O iniciador da corrente positivista foi August Comte, para quem o Positivismo surgiu das crises social e moral do fim da Idade Média e do nascimento da sociedade industrial - processos que tiveram como grande marco a Revolução Francesa (1789-1799).

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Comte analisa os fenômenos humanos como fatos tanto da natureza quanto das ciências humanas, afastando o preconceito. Segundo ele, as leis da Educação passam por três etapas: 1 - infância: educação informal, livre de uma realidade imaginária; 2 - adolescência: fase de estudo sistemático da ciência; 3 - idade madura. A crítica que se faz é que, na realidade, a educação não seria tão positiva, pois as crianças não imaginariam forças divinas para explicar o mundo e nem os jovens se mostravam muito habituados a abstrações metafísicas.

PRINCIPAIS COLABORADORES

Herbert Spencer (1820 - 1903) foi um filósofo inglês e um dos representantes do positivismo e da pedagogia individualista.

No campo pedagógico, Spencer fez campanha pelo ensino da ciência, combateu a interferência do Estado na Educação e afirmou que o principal objetivo da escola era a construção do caráter.

Spencer escreveu a obra A Educação intelectual moral e física, mostrando que o ensino das ciências, como centro da educação, é influenciado pelo naturalismo de Rousseau.

John Stuart Mill (1806-1873) foi um filósofo e economista inglês e um dos pensadores liberais mais influentes do século XIX.

Devido aos seus trabalhos abordando diversos tópicos, John Stuart Mill tornou-se contribuinte influente do que logo se transformou, formalmente, na nova ciência da Psicologia.

Ele combatia a visão mecanicista de seu pai, James Mill, ou seja, a visão de que a mente é passiva e reage mediante o estímulo externo. Para John Stuart Mill, a mente exerce um papel ativo na associação de ideias.

A Educação Positivista é caracterizada pela maturidade do espírito humano, pela luta contra o ensino leigo e contra o tradicionalismo da religião.

Fonte:http://www.freedigitalphotos.net/images/Energy_and_Environme_g160.html

Fonte: http://www.freedigitalphotos

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O pensamento socialista

A sociedade passando por um momento de dificuldades vê surgirem, decorrentes do caos, algumas organizações de trabalhadores que foram criadas para defender os interesses dos trabalhadores. Nasce, nesse momento, a teoria marxista ou o materialismo histórico-dialético.

Esse período da história tratará a pedagogia sob um ponto de vista político, defendendo a visão da educação universal e politécnica.

PRINCIPAIS PEDAGOGOS: Pestalozzi, Froebel e Herbart.

Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827): pedagogo suíço e educador pioneiro da reforma educacional, conheceu de perto o preconceito social e teve de lutar muito para se tornar conhecido numa sociedade dividida entre nobres e plebeus e entre ricos e pobres.

Após a leitura de Emílio, Pestalozzi foi influenciado pelo movimento naturalista e tornou-se um revolucionário, juntando-se aos que criticavam a situação política do país.

Como se tornou discípulo de Rousseau, também tinha convicção da bondade e da inocência humanas.

Para ele, é tarefa do mestre desenvolver e estimular a espontaneidade do aluno, compreendendo a infância.

Em 1891, Pestalozzi concentrou suas ideias sobre educação num livro intitulado Como Gertrudes ensina suas crianças.

Pestalozzi foi um dos pioneiros da pedagogia moderna, influenciando profundamente todas as correntes educacionais, e longe está de deixar de ser uma referência.

Fundou escolas e buscava cativar a todos para a causa de uma educação capaz de atingir o povo, num tempo em que o ensino era privilégio exclusivo da elite.

Em sua escola expunha seu método pedagógico, que preconizava partir do mais fácil e simples para se chegar ao mais difícil e complexo. E continuar daí, medindo, pintando, escrevendo e contando, e assim por diante.

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Seu interesse sempre foi pela educação das crianças pobres, recolhendo, das ruas, órfãos, mendigos e pequenos ladrões.

Sua concepção de educação aliava a formação ao trabalho profissional. Esse sonho durou apenas 5 anos, pois ele não conseguiu apoio para manter financeiramente sua escola.

A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim de ação (Pestalozzi).

Para Pestalozzi a educação não se restringe à formação do homem-gentil, pois ela tem uma função social.

Froebel (1782-1852): protestante, religioso convicto, para o qual o educando tem que ser tratado de acordo com sua dignidade de filho de Deus, dentro de um clima de compreensão e liberdade. O educador é obrigado a respeitar o discípulo em toda sua integridade; deve manifestar-se como um guia experimentado e amigo fiel que, com mão flexível, mas firme, exige e orienta. Não é somente um guia, mas também sujeito ativo da educação: dá e recebe; orienta, mas deixa em liberdade; é firme, mas concede. O educador deve conhecer os diversos graus de desenvolvimento do homem para realizar sua tarefa com êxito. Segundo ele, as cinco etapas de desenvolvimento vão desde que o homem nasce até sua adolescência.

Para Froebel, o desenvolvimento ocorre segundo as seguintes etapas: a infância; a meninice; a puberdade; a mocidade e a maturidade. Todas estas fases eram igualmente importantes

Observava, portanto, a gradação e a continuidade do desenvolvimento, bem como a unidade das fases de crescimento.

De acordo com sua pedagogia, a educação da infância se realiza através de três tipos de operações: a ação, o jogo e o trabalho.

Seguidor de Pestalozzi, sua principal contribuição pedagógica está na atenção às crianças na fase anterior ao ensino elementar (Jardim da infância).

Em 1873, Froebel abriu o primeiro jardim de infância, onde as crianças eram consideradas como plantinhas de um jardim do qual o professor seria o jardineiro.

Froebel foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo, a atividade lúdica e a apreender o significado da família nas relações humanas. Observou que, através dos jogos e do brinquedo, a criança estimula seu desenvolvimento sensório-motor e inventa métodos, aperfeiçoando suas habilidades.

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Desenvolveu uma série de materiais, de acordo com cada fase da criança, para que elas se expressassem. O primeiro foi chamado de dons. Esses materiais tinham o objetivo de despertar a representação da forma, da cor, do movimento e da matéria. Exemplo: A Bola. O segundo: A bola, O cubo e o Cilindro. O terceiro: formado pela divisão dos cubos desmontáveis.

Sua concepção de educação segue os seguintes preceitos:

• a criança não deve ser iniciada em nenhum novo assunto enquanto não estiver madura para ele. O verdadeiro desenvolvimento advém de atividades espontâneas;

• na educação inicial da criança, o brinquedo é um elemento essencial; • os currículos das escolas devem basear-se nas atividades e interesses de

cada fase da vida da criança; • a grande tarefa da educação consiste em ajudar o homem a conhecer a si

próprio, a viver em paz com a natureza e em união com Deus. É o que ele chamou de educação integral. Sua concepção de ser humano era profundamente religiosa.

• Priorizava também a dobradura, o recorte, o canto e a poesia para facilitar a educação moral e religiosa

Acreditava que os primeiros anos de vida são básicos para a formação do homem. Johann F. Herbart (1776-1841): filósofo e psicólogo alemão, fundador da pedagogia como uma disciplina acadêmica, pedagogia como ciência.

Educação é compreendida como construção. Educação da vontade, sustentada em três bases: governo (pais e mestres); instrução (desenvolvimento dos interesses) e disciplina (autodeterminação).

Foi precursor de uma psicologia experimental aplicada à pedagogia, dentro de uma visão social, com a finalidade de formar o caráter por meio do estabelecimento da vontade, o que se alcança pela instrução (a educação da vontade).

Para Herbart, a conduta pedagógica passa por três procedimentos básicos: o governo, a instrução e a disciplina.

Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Johann_Friedrich_Herbart.jpg

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Governo – controle pela família, depois pelos mestres com o intuito de submeter a crianças às regras do mundo adulto, combinando autoridade e amor, além de manter a criança sempre ocupada.

Instrução – o desenvolvimento de interesses, pois estes são um poder ativo que determina quais ideias e experiências receberão atenção. A instrução é concebida como construção, não separando a instrução moral da intelectual.

Disciplina – supõe a autodeterminação, característica do amadurecimento moral, que leva à formação do caráter.

Herbart, ao observar o insucesso do ensino nas escolas quanto à assimilação, aplicação de métodos, etc., propôs cinco passos para reverter a situação:

Preparação - recapitulação do que já foi visto, orientada pelo mestre;

Apresentação – o conhecimento novo partindo do concreto;

Assimilação – Comparação entre o conhecimento que já possuía e o novo que recebeu, percebendo semelhanças e diferenças;

Generalização – passo mais significativo na adolescência, pois o aluno deverá ser capaz de abstrair, chegando a concepções gerais;

Aplicação – exercícios por meio dos quais o aluno mostrará o que aprendeu; só assim a massa de ideias adquire sentido vital, deixando de ser mera acumulação inútil de informação

Podemos observar que os cinco passos formalizam o ensino expositivo e a avaliação da escola tradicional.

Para Herbart, o conhecimento é oferecido pelo mestre ao aluno, que só posteriormente o aplica à experiência vivida.

O controle excessivo passa pelo governo e, consequentemente, para a disciplina, permeando a instrução.

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Construtivismo

A teoria construtivista recusa a tradicional concepção metafísica de uma natureza humana universal, essencial e estática.

O homem se faz pela interação social, pelas relações entre os homens e por sua ação sobre o mundo.

O homem é um ser histórico-social e, por isso, a aprendizagem da realidade é um processo dinâmico que se expressa de formas diferentes no tempo.

A história é entendida como experiência do indivíduo ou do grupo a que ele pertence: sempre que surgem fatores novos, as antigas estruturas lógicas se desfazem, sendo necessárias outras formas de equilibração.

JEAN PIAGET (1896-1980) - Nasceu em Genebra, Suíça, e foi considerado o maior expoente do estudo do desenvolvimento cognitivo.

Estudou inicialmente Biologia, na Suíça, e, posteriormente, dedicou-se às áreas de Psicologia e Educação.

Foi professor de Psicologia na Universidade de Genebra, tornando-se mundialmente reconhecido pela sua revolução epistemológica. Durante sua vida, Piaget escreveu mais de cinquenta livros.

Durante seu trabalho, ao analisar os resultados dos testes que aplicava, Piaget percebeu regularidades nas respostas erradas das crianças de mesma faixa etária. Esses dados permitiram o lançamento da hipótese de que o pensamento infantil é qualitativamente diferente do pensamento adulto.

Assim sendo, propôs o ensino em estágios (sensório-motor, intuitivo, das operações concretas e das operações abstratas), que representam o desenvolvimento mental da criança (inteligência e afetividade). A extensão desses estágios e períodos é determinada pela idade cronológica: estágio sensório-motor (de 0 a aproximadamente 2 anos);· estágio objetivo-simbólico (aproximadamente de 2 a 6 ou 7 anos); estágio operacional concreto (aproximadamente de 7 a 11 ou 12 anos) e estágio operacional-abstrato ou formal (de 11 ou 12 anos a 14 ou 15 anos).

Fonte: http://www.freedigitalphotos.net/ima ges/gallery_People_m349-sb_id-so_descending

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O interesse central de Piaget era a problemática epistemológica, ou seja, como se passa de um estado menor de conhecimento para um estado maior de conhecimento?

Uma das contribuições de Piaget para a Pedagogia foi indicar conteúdos adequados a cada estágio do desenvolvimento infantil, sem desrespeitar as reais possibilidades mentais da criança, ou seja, considerando o seu desenvolvimento intelectual e afetivo.

EMÍLIA FERREIRO - Emilia Beatriz

MarIa Ferreiro Schavi, nasceu na Argentina, em 1936. É psicológa e pedagoga, de nacionalidade argentina, mas radicada no México; é doutora pela Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget.

Através dos seus estudos de linguística pôde observar a construção da linguagem escrita e sua natureza; como exemplo, observou as Garatujas, que indicam um processo inicial de construção do sistema representativo da escrita. Além disso, distinguiu os níveis de alfabetização: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.

A partir dela, a criança passa a ser vista como sujeito que interage com a escrita como objeto de conhecimento.

As teorias de Emília Ferreiro foram desenvolvidas em conjunto com Ana Teberosky (pedagoga de Barcelona).

Graças às suas teorias, hoje, podemos superar as dificuldades enfrentadas por crianças com problemas de aprendizagem.

VYGOTSKY (1896-1934). Lev Semenovitch Vygotsky nasceu na Rússia, foi psicólogo e um pensador importante em sua área. Foi pioneiro ao estabelecer a noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida.

Foi descoberto pelos meios acadêmicos ocidentais muitos anos após a sua morte, que ocorreu em 1934, por tuberculose, aos 37 anos.

Seus estudos focalizam a linha interacionista; a família e a escola; a internalização das atividades; o papel da escola; as zonas de desenvolvimento real e proximal.

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Para Vygotsky, o aprendizado da criança começa muito antes de ela frequentar a escola; seu aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de sua vida.

O nível de desenvolvimento real é caracterizado como o nível de desenvolvimento que já está completo: a criança já internalizou determinada função, como, por exemplo, amarrar os sapatos sozinha.

Um dos conceitos mais importantes desenvolvidos por Vygotsky é o de Zona de desenvolvimento proximal, que se refere à diferença entre o que a criança consegue realizar sozinha (desenvolvimento real) e aquilo que, embora não consiga realizar sozinha, é capaz de aprender e fazer com a ajuda de uma pessoa mais experiente, um adulto ou uma criança mais velha ou que tenha maior facilidade de aprendizado (desenvolvimento potencial). Citando o mesmo exemplo, digamos que a criança ainda não saiba amarrar os sapatos sozinha, mas aprende a fazê-lo, com a ajuda de um adulto ou de outra criança, ou ainda com algum tipo de explicação.

A Zona de Desenvolvimento Proximal é, portanto, tudo o que a criança pode adquirir em termos intelectuais, quando lhe é dado o suporte educacional devido.

“A zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão presentes em estado embrionário” (Vygotsky, 1989, p. 97).

A ênfase em situar quem aprende e aquele que ensina como partícipes de um mesmo processo corrobora com outro conceito-chave na teoria de Vygotsky, o da mediação, como um pressuposto da relação eu-outro social.

A relação mediatizada não se dá, necessariamente, pelo outro corpóreo, mas pela possibilidade de interação com signos, símbolos culturais e objetos.

Um dos pressupostos básicos desse autor é que o ser humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro. Para Vygotsky, a aprendizagem relaciona-se ao desenvolvimento desde o nascimento, sendo a principal causa para o desabrochar do desenvolvimento do ser.

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ARTIGOS

HECKER, A. Afinal, de que tradição eles estão falando. Rev. Bras. De História, Ago 1998, no.35, . ISSN 0102-0188. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01881998000100017.

BOIKO, V.A.TI; ZAMBERLAN, M.A.T.II A perspectiva sócio-construtivista na psicologia e na educação: o brincar na pré-escola. Rev. Psicologia em estudo, jan./jun. 2001, no.1. v. 6. ISSN 1413-7372. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v6n1/v6n1a07.pdf

LAJONQUIÈRE, L. PIAGET: Notas para uma teoria construtivista da inteligência Rev. Bras. de Psicologia, Ago 1997, no.1, v. 8 . ISSN 0103-6564. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65641997000100008

SOARES, D.R. A concepção socialista da educação e os atuais paradigmas da qualificação para o trabalho: Notas introdutórias.Educ. Soc. v.18 n.58 Campinas jul. 1997. 10.1590/S0101-73301997000100006. Disponível em : http://www.scielo.br/pdf/es/v18n58/18n58a05.pdf

VÍDEO – CONSTRUTIVISMO

http://www.youtube.com/watch?v=JCKm1jvnBwE

Material Complementar

Para esta unidade, indico alguns artigos muito interessantes que contribuirão para a complementação do estudo abordado na Unidade II.

É importante que a leitura seja da obra original.

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U n i d a d e : I n f l u ê n c i a s E d u c a c i o n a i s

ARANHA, M.L. A história da educação e da pedagogia: Geral e Brasil. 3.ed. São Paulo: Moderna, 2006.

CAMBI, F. História da pedagogia. São Paulo: UNESP, 1999.

DEWEY, J. Liberalismo, liberdade e cultura. São Paulo: Nacional/USP, 1970.

HILDORF, M.L.S. Pensando a educação nos tempos modernos. 2ªed. São Paulo: Edusp, 2005.

SEBARRJA, J. C. Pedagogias do século XX. Porto Alegre: Autores Associados, 2004.

Referências

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Anotações

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U n i d a d e : I n f l u ê n c i a s E d u c a c i o n a i s