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Revolução dos Farrapos
Professora Thaís S.F.Bozzetto2006
Guerra dos Farrapos ou
Revolução Farroupilha
são os nomes pelos quais ficou conhecido o conflito entre o Rio Grande e o governo imperial.
Durou de 1835 a 1845 e chegou se espalhou até Santa Catarina.
Naquela época, o termo farrapo era pejorativo e com o tempo adquiriu uma significação elogiosa, sendo adotado com orgulho pelos
revolucionários.
Tropa do exército imperialNa guerra dos farrapos.
Sul de Porto Alegre na época da Revolução dos Farrapos.
Antecedentes e causas
As causas remotas do conflito se encontra na posição secundária, econômica e política da região sul, a Província do Rio Grande do Sul.
Diferentemente de outras províncias o RS produzia para seu consumo, tendo como principal produto o charque.
Como causa imediata, o charque rio-grandense sofria com os altos impostos, perdendo em valor par o charque vindo da Argentina e
Uruguai.No interior do RS existiam fazendas agrícolas. Ali, muitos colonos se estabeleciam e, entre eles, militares desmobilizados. Alguns desses
colonos, ex-militares, não conseguiam emprego e acabavam se oferecendo como seguranças aos proprietários mais afastados.
E como região fronteiriça era militarizado e passível de conflitos, como a Guerra da Cisplatina. Que foi um conflito ocorrido entre Brasil e
Argentina (1825 a 1828) pela posse do Uruguai.
A guerra
Em 1835, os estancieiros e militares descontentes promoviam reuniões, destacando-se Bento Manuel Ribeiro e Bento Gonçalves, dois líderes militares. Naquele ano foi nomeado como presidente da
Província Antônio Rodrigues Fernandes Braga, nome que aos poucos se mostrou pouco digno de confiança. No dia em que tomou posse,
Fernandes fez uma séria acusação de separatismo contra os estancieiros gaúchos, o que praticamente liquidou as chances de
conviver em paz com os seus governados.
Bento GonçalvesBento Manoel Ribeiro
Bento Gonçalves da Silva
(Triunfo, 1788 — Pedras Brancas, 1847) Jovem já demonstrou vocação nas guerrilhas da campanha cisplatina.Foi comandante de cavalaria e em 1829, D. Pedro I o nomeou coronel de estado-maior. Em 1834, denunciado como rebelde e acusado de
manter entendimentos secretos para a separação do RS, foi chamado à Corte. Defendeu-se perante o ministro da Guerra, foi absolvido. O
presidente da província conseguiu a destituição de Bento Gonçalves do comando militar da Província. Foi o estopim para a Revolução Farroupilha, que iria se iniciar em 20 de Setembro de 1835.
LENÇO FARROUPILHA
Em 20 de setembro de 1835 Bento Gonçalves marchou para a capital Porto Alegre, tomando a cidade e dando início à revolta. O governador Fernandes Braga se refugiou na povoação vizinha de Rio Grande, que viria a ser tomada alguns meses depois. Os farroupilhas, como também ficaram conhecidos os rebeldes, empossaram Marciano Pereira Ribeiro
como novo presidente.O liberal Diogo Feijó, então Regente do Império do Brasil, tentando
acalmar os ânimos, nomeou um presidente riograndense para a Província, José de Araújo Ribeiro. A Assembléia Provincial mostrou-se indecisa quanto a esse nome e decidiu adiar-lhe a posse. Nesse dia da
posse, em que José Ribeiro deveria comparecer à Assembléia, seria então informado de que não seria empossado. Bento Manuel Ribeiro se opôs a esse ardil e, a partir de então, desligou-se dos revoltosos.
José Ribeiro não compareceu diante da Assembléia em Porto Alegre e tomou posse em Rio Grande, o que irritou ainda mais os ânimos
riograndenses.Como resultado, os rebeldes proclamaram, através de
Antônio de Sousa Netto, a República RioGrandense (11 de setembro de 1836), indicando para presidente o nome de Bento Gonçalves. Este, no entanto, acaba cercado pelas forças de Bento Manuel com o apoio de embarcações da Marinha Imperial sob o comando de John Grenfell. Na famosa batalha da ilha do Fanfa, Bento Gonçalves se rendeu (4 de Outubro de 1836), sendo conduzido preso ao Rio de Janeiro e depois a
Salvador, onde fará ligações com os rebeldes da Sabinada.
Marechal BENTO MANOEL RIBEIRO (1783-1855)
Na ausência do líder, Gomes Jardim assumiu o governo da República Piratini, sustentada pelas forças de Sousa Netto. Nesse ínterim, Bento Gonçalves se evadiu espetacularmente da detenção no Forte do Mar
(Salvador, 1837), retomando a presidência no mesmo ano. Nessa fase, organizando o Estado, faz com que a revolução atinja seu auge, levando a crer que a República Piratini conseguirá consolidar-se como
Estado independente.No plano tático, a capital Porto Alegre havia sido recuperada pelos legalistas, que também ocupavam a de Rio Grande. Sob rigoroso cerco, estas cidades eram abastecidas pela Marinha Imperial. As
tentativas feitas para conquistá-las em 1838 revelaram-se frustantes. Diante da pressão das forças imperiais a capital da república foi
transferida de Piratini para Caçapava do Sul, cidade mais inacessível e mais fácil de defender.
Como reforço, chegou ao Rio Grande do Sul o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi. Com apoio de Davi Canabarro, Garibaldi partiu
para Santa Catarina, onde proclamou a República Juliana (15 de julho de 1839), formando com a República Piratini uma confederação. A
nova república, entretanto, revelou-se efêmera, pois sem condições de expandir-se pelo interior de Santa Catarina durou apenas quatro
meses: em novembro desse mesmo ano as forças do Império retomaram a cidade litorânea de Laguna, a capital juliana.
A pazEm 1840, por ocasião da maioridade de Dom Pedro II, foi oferecida uma anistia, recusada pela maioria dos rebeldes. Alguns, contudo, exaustos pelos anos de luta, começaram a compreender que não poderiam alcançar a vitória. Em 1842 foi finalmente promulgada a
Constituição da República, o que deu um ânimo momentâneo à luta. Nesse mesmo ano, entretanto, foi nomeado para presidente do Rio
Grande do Sul o experimentado general Luís Alves de Lima e Silva, o qual tratou de negociar a paz por via diplomática mais do que pela
bélica.Os farroupilhas entraram em discordância, com episódios como a
morte de Antônio Vicente da Fontoura e o duelo entre Onofre Pires (ferido e depois morto) e Bento Gonçalves.
As negociações de paz foram conduzidas por Lima e Silva, de um lado, e Davi Canabarro (que subtituiu Bento Gonçalves), do outro. No dia 28
de Fevereiro de 1845 (algumas fontes referem 1 de Março ou 25 de Fevereiro), depois de 10 anos de lutas, foi assinada a paz em Ponche
Verde, que tinha como condições principais:a anistia aos revoltosos;
os soldados rebeldes seriam incorporados ao exército imperial, nos mesmos postos (excetuando-se os generais);
a escolha do presidente da Província caberia aos farroupilhas; as dívidas da República Rio-Grandense seriam assumidas pelo Império
do Brasil; haveria uma taxa de 25% sobre o charque importado.
Obs.: Há contradições quanto a validade do Tratado de Ponche Verde (ver comentários).
A atuação de Lima e Silva foi tão nobre e decente para com os rebeldes que os rio-grandenses o escolheram para presidente da
província. O Império, reconhecido, outorgou ao general o título nobiliárquico de Conde de Caxias (1845).
Nasceu na fazenda São Paulo, situada na vila de Porto da Estrela, hoje Parque Histórico Duque de Caxias, no município fluminense de Duque de Caxias
D. Pedro II, Imperador do Brasil
Iniciava-se a luta que se estenderia por dez anos. Bento Gonçalves foi preso no combate da ilha do Fanfa (3 e 4 de outubro de 1836). Foi mandado para a Corte e depois foi encarcerado no Rio de Janeiro no Forte da Laje e depois transferido para a Bahia onde ficou preso no Forte do Mar. Conseguiu, porém, evadir-se de modo espetacular da
prisão baiana em 10 de Setembro de 1837. No período de sua prisão, a independência do Rio Grande do Sul foi proclamada pelo general Antônio de Sousa Netto e Bento Gonçalves aclamado presidente (
6 de Novembro de 1836). De volta ao Rio Grande, aceitou o cargo e continuou a luta.
A república sul-rio-grandense teve seu fim no combate do Poncho Verde, em 28 de Fevereiro de 1845.
Luís Alves de Lima e Silva - o Duque de Caxias -, general vitorioso, assumiu a presidência da Província e estabeleceu com os farrapos
anistiados um acordo honroso para a pacificação. D. Pedro II, por sua vez, em sua primeira viagem como imperador pelas províncias do
Império, foi ao Rio Grande em dezembro de 1845. Ao jovem monarca de vinte anos de idade, apresentou-se Bento Gonçalves, com seu
uniforme de coronel e revestido de todas as medalhas com que havia sido condecorado por D. Pedro I, pela atuação nas campanhas
militares do Primeiro Reinado.Após o fim da revolta, Bento Gonçalves retornou para as atividades
do campo sem interessar-se mais por política, Morreu dois anos depois, acometido de pleurisia.
Antônio de Souza Netto, gaúcho, foi um dos mais importantes nomes do Rio Grande do Sul. Viveu no século XIX, sendo reconhecido por seu árduo trabalho na Revolução Farroupilha, de 1835. Como general da 1 ª Brigada de Lanceiros Negros, após a batalha do
Seival, proclamou a República Rio-Grandense, no Campo dos Menezes.Abolicionista ferrenho, foi morar no Uruguai após a guerra, com os negros que o acompanharam por livre vontade. Continuou com a
crição de gado, e com seu exército pessoal, em 1864, foi requisitado pra lutar na Guerra do Paraguai. Na batalha de
Tuiuti, foi ferido a bala e mandado para um hospital em Corrientes
, Argentina. Morreu no hospital, em 2 de julho de 1866.Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_de_Sousa_Netto"
República Juliana
Bandeira da República JulianaProclamada em 15 de julho de 1839, por Davi Canabarro e
Giuseppe Garibaldi, a República Catarinense ou República Juliana formou com a República Riograndense (República do Piratini) uma
confederação. Mas a nova república durou apenas quatro meses: sem condições de expandir-se pela então província de Santa Catarina, e
sem conquistar Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), sede provincial do governo imperial, em novembro do mesmo ano as forças
do Império retomam Laguna, cidade que sediou o governo republicano.
A irmã República Riograndense durou até 1 de março de 1845, quando é celebrada a paz pelo tratado de Ponche Verde, e a república
integra-se ao Império do Brasil.
Bandeira da República Juliana
Giuseppe Garibaldi (Nizza, 4 de julho de 1807 — Caprera, 2 de junho de 1882) foi um guerrilheiro italiano, alcunhado de "herói de dois mundos" devido à sua participação em conflitos na Itália e na América do Sul. Uma das mais notáveis figuras da unificação italiana, ao lado de Giuseppe
Mazzini e do Conde de Cavour, Garibaldi dedicou sua vida à luta contra a tirania. Nasceu em
Nizza (hoje Nice, na França) então parte do reino da Sardenha-Piemonte
. Após participar de um levante frustrado na Itália e ser condenado à morte, fugiu para a América do Sul.
República Rio-GrandenseOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa Bandeira da República Rio-Grandense.A República Rio-Grandense
(também conhecida como República do Piratini, termo que deve ser evitado, pois refere-se à sua capital) foi proclamada em 20 de setembro de 1836, após a batalha do
Seival, pelo general Antônio de Sousa Netto, durante a Guerra dos Farrapos. Os principais líderes
rio-grandenses eram estancieiros, que haviam aprendido a arte da guerra nas guerras platinas, mais precisamente na Guerra da Cisplatina. A constituição da República
Rio-Grandense foi aprovada em 1843 em Alegrete.A República foi proclamada, pois os fazendeiros acreditavam que não existia mais condições de haver uma união entre a província do Rio Grande do Sul e o Império Brasileiro, por considerarem injusta a forma como o governo imperial tratava a província.Em 1839, a República
Rio-Grandense formou uma confederação com a República Juliana (proclamada no mesmo ano, em Santa Catarina), cuja capital era a cidade de Laguna.Foi dissolvida em 1 de março de 1845, pelo Tratado de Ponche Verde, que manteve em vigor algumas leis derivadas da constituição
Rio-Grandense. A República Rio-Grandense teve cinco capitais durante seus nove anos de existência: as cidades de Piratini, Caçapava do Sul,
Alegrete (capitais oficiais), Bagé (somente duas semanas) e São Borja.[editar]
Teoria da Invalidade do Tratado de Ponche VerdeHá algumas pessoas e grupos, entre elas historiadores gaúchos, que contestam frontalmente a idéia da dissolução da República
Rio-Grandense, bem como a validade do Tratado de Ponche Verde. Eis os argumentos apresentados por essas pessoas:Acredita-se que uma guerra de tão longa duração produziria um desgaste e um sacrifício econômico crescente entre o povo da província em geral. Dessa forma, o exército republicano já não podia manter-se, devido à falta de recursos, ou devido à falta de comando. O momento teria sido de fraqueza extrema, influindo na moral das tropas, que aceitou passivamente a derrota.Há também o argumento de que o tratado em si não existe, de que existem apenas rascunhos em papéis não oficiais das condições para obtenção da paz. Não especificaria, portanto, a dissolução peremptória da República, mas sim que os atos anteriores deveriam ser esquecidos.O Império jamais reconheceu a criação de um Estado independente no Rio Grande do Sul, motivo pelo qual não houve qualquer tratado oficial, mas apenas uma rendição e deposição de armas dos revoltosos. Entretanto, tendo aceito o fato de que a República
Rio-Grandense foi proclamada, diz-se que, para desfazê-la, seria necessário um tratado de verdade, legalmente assinado, entre dois estados.Acredita-se que, admitindo as condições para deposição das armas republicanas como um tratado, ele só teria validade a partir do cumprimento de suas cláusulas. O não-cumprimento de suas cláusulas o anularia.O
Tratado de Ponche Verde, ou paz de Ponche Verde pôs fim à Guerra dos Farrapos e à República Rio-Grandense
.Teve como representante do Império do Brasil, o general Luís Alves de Lima e Silva, barão de Caxias
, que havia sido nomeado pelo governo imperial como presidente da província do Rio Grande do Sul em 1842, e como representante da República
Rio-Grandense o general Davi Canabarro, que havia substituído o general Bento Gonçalves da Silva
na presidência da República.No dia 1 de março de 1845 foi assinada a paz, que tinha as principais condições:a anistia
aos revoltosos; os soldados da república seriam incorporados ao exército imperial, nos mesmos postos (exceto os generais); a escolha do presidente da Província caberia aos farroupilhas; as dívidas da República Rio-Grandense
seriam assumidas pelo Império do Brasil; haveria uma taxa de 25% sobre o charque importado; todos os ex-escravos que lutaram no exército rio-grandense
seriam declarados livres (embora acredite-se que muitos deles foram re-escravizados depois); e todos os processos da justiça republicana continuariam válidos. Em reconhecimento pela conduta nobre e decente durante as negociações de paz, os farroupilhas escolheram para presidente da Província do Rio Grande do Sul, o general Luís Alves de Lima e Silva.
Bandeira da República Rio-Grandense.
Declaração da República Rio-grandense. Òleo do acervo do Governo do RS
CuriosidadesA expressão "tchê", uma das mais típicas do linguajar gaúcho, é de
origem guarani. Tendo o sentido de "meu".A Erva Mate, também uma herança indígena, chegou a ser condenada pelos padres Jesuítas, pois "o demônio, por meio de algum feiticeiro, inventou-a", diziam eles. A cuia era muito parecida com a usada hoje, mas o mesmo não se pode dizer da bomba que era feita de bambus.A palavra "gaúcho" inicialmente designava os ladrões de gado e os malfeitores - "os homens sem lei e sem rei". Eram os "guacho", que
significa "órfão" e refere-se aos filhos de índia com o branco espanhol ou português. Somente em meados do século XIX o termo deixou de
ser depreciativo. A população do Rio Grande do Sul em 1814 era de 70.656 pessoas,
sendo que destes, 20.611 eram escravos. A população de Porto Alegre era de 6.111 habitantes. A maior população do Estado estava
na cidade de Rio Pardo com 10.445 pessoas.Entre 1824 e 1830, chegam 5.350 imigrantes alemães que se
espalham pela região de São Leopoldo.
República dos senhores Os principais chefes farrapos eram ferrenhos escravistas. Ao ser
enviado preso para a Corte, Bento Gonçalves da Silva levou consigo negro úm doméstico, para servi-lo. Ao morrer, legou terras, gado e
meia centena de homens negros. Os farroupilhas jamais acenaram com a distribuição de terras, aos gaúchos, e com o fim do cativeiro, aos cativos, como fizera Artigas. Sequer propuseram o fim do tráfico. A revolta era das elites, para as
elites. Para abater as armas, os farrapos exigiram que o Império respeitasse a liberdade dos soldados negros. Temiam que se formasse guerrilha
negra na província, ou que os combatentes negros homiziassem-se no Uruguai, caso temessem a reescravização.
A infâmia de Porongos Na madrugada de 14 de novembro de 1844, o general farrapo David
Canabarro, combinado com Caxias, entregou os farrapos negros desarmados aos inimigos. No serro de Porongos, foi dizimada a infantaria negra, acelerando a paz entre os amos farroupilhas e
imperialistas. A rendição de Poncho Verde foi acordo entre senhores. Não havia
contradições essenciais entre os chefes imperialistas e farroupilhas. O Império não manteria o controle do Sul sem a colaboração dos
criadores. Logo, os ex-farrapos marchariam sob bandeira imperial contra o Uruguai e a Argentina