HISTÓRIA DE NOVA IGUAÇU

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Breve histrico de Nova Iguau

Habitadas pelos ndios Tupinambs, as terras hoje pertencentes a Nova Iguau foram doadas no sculo XVI a Martim Afonso de Souza, pela Coroa portuguesa, como parte da Capitania de So Vicente. A invaso dos franceses na Baa de Guanabara (1565) atingiu a Baixada atravs da aliana feita por eles com os Tupinambs, para lutar contra os portugueses. Com a derrota da aliana (1567), os ndios acabaram sendo dizimados e as terras voltaram Coroa, que as rebatizou de Capitania do Rio de Janeiro e as passou para a jurisdio da cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro. Colonizao Para ocupar o territrio impedindo novas invases, as terras foram divididas no mesmo ano em sesmarias (grandes extenses de terras) e doadas a Brs Cubas e outros, que trouxeram para a baixada os primeiros colonos portugueses. Foram plantadas lavouras nos terrenos enxutos das encostas das serras (arroz, milho, mandioca, feijo e cana-de-acar), que enriqueceram os proprietrios das sesmarias. Nos terrenos pantanosos da baixada, que eram inundados pelos numerosos rios, nasceram as primeiras olarias, aproveitando a excelente qualidade do barro. Esta prosperidade inicial resultou no primeiro dos vrios ciclos de riqueza e decadncia que se sucederam ao longo de toda a histria do municpio da cana-de-acar, do caf, da laranja at chegar atividade econmica atual, baseada nos servios, indstria e comrcio. Urbanizao - Inmeras povoaes se desenvolveram no imenso territrio, s margens dos chamados caminhos do ouro, por onde eram trazidas as riquezas das minas gerais at o litoral (dali eram embarcadas em direo a Portugal). Inicialmente, esse transporte era feito por terra, no lombo das mulas, at os portos dos rios (Pilar e Inhomirim), seguindo por barcas at a Baa de Guanabara. Os povoados localizados s margens desses rios logo se beneficiaram de sua condio geogrfica, desenvolvendo-se e ganhando importncia. o caso de Iguass, que se tornou, no sculo seguinte, a primeira sede do municpio. Depois foi criado o Caminho de Terra Firme, para contornar os terrenos pantanosos da Baixada e evitar a navegao nos rios e na Guanabara. Mais tarde, quando o caf se tornou a grande riqueza da regio (sculo XIX), chegaram os trilhos das estradas de ferro para o transporte da produo e fizeram o progresso mudar de direo: desenvolveram-se os povoados que se localizavam s suas margens como Maxambomba nos antigos caminhos de terra, enquanto entravam em decadncia as povoaes beira-rio. A variedade de estradas foi grande fator de integrao territorial, unindo os pequenos povoados da regio que deram origem, mais tarde, a muitos dos atuais bairros de Nova Iguau e s sedes de outros municpios (os que vieram a se emancipar posteriormente). Foram sendo criadas estradas para o comrcio e at para a perseguio da polcia aos escravos fugidos, com a desarticulao dos quilombos que se formavam. Municpio: criao, morte e renascimento Nesse contexto histrico de sucessivas mudanas foi criado o Municpio de Iguass como era grafado na poca com sede na povoao de Iguass. Curiosamente, as reviravoltas que sempre marcaram a vida da cidade desde sua formao, com os vrios ciclos, tambm tumultuaram seu nascimento

oficial: em menos de trs anos, o municpio foi criado, extinto, desmembrado e restaurado por diferentes leis tudo entre janeiro de 1833 e dezembro de 1836. Ao ser restaurado, porm, Iguass ficou sem uma parte do territrio inicial a Freguesia de Inhomirim inaugurando as sucessivas perdas territoriais que a Nova Iguau viria a sofrer mais tarde. Transferncia da sede Ainda no final desse mesmo sculo, uma ltima mudana radical: com a virada do progresso da beira dos rios para junto aos trilhos das estradas de ferro, a sede do municpio transferida da ento decadente Iguass para o florescente arraial de Maxambomba. Corria o ano de 1891. A nova cidade, porm, somente em 1916 viria a ter seu nome trocado para Nova Iguau, em homenagem ao nome da primeira sede que passa a ser conhecida, ento, como Iguau Velho. Um novo desenho A Segunda Guerra Mundial, a exploso demogrfica ocorrida na Baixada Fluminense e no Rio de Janeiro no sculo XX e as disputas entre foras polticas locais trouxeram as ltimas mudanas e deram ao municpio a configurao que possui hoje. A guerra, porque trouxe de forma repentina o fim do cultivo e exportao da laranja uma cultura que havia tornado Nova Iguau conhecida como a Cidade Perfume, por conta dos laranjais em flor. A economia sofreu o golpe. J o crescimento populacional e as disputas polticas porque, atuando em conjunto, levaram ao fracionamento do territrio. Nova Iguau se tornou ento um gerador de novos municpios, com a emancipao de Duque de Caxias (que englobava So Joo de Meriti) em 1943; Nilpolis (1947); Belford Roxo e Queimados (1990), Japeri (1991) e, por fim, Mesquita (1999).

Pontos Tursticos ATRAES NATURAIS Mais de um tero do territrio de Nova Iguau (35%) est coberto de floresta do tipo Mata Atlntica. Nesta rea esto contidas duas importantes reas de preservao ecolgica: a Reserva Biolgica de Tingu, criada em 1989, e a APA (rea de proteo ambiental) da Serra de Madureira. A Reserva Biolgica do Tingu, tem 26 mil hectares e est localizado entre a Zona Metropolitana e a Regio Serrana do estado, bem ao p da serra. O relevo acidentado, destacando-se o macio do Tingu, com 1.600m de altura. A reserva conta com mata atlntica preservada, rios, corredeiras, cachoeiras, piscinas naturais e runas dos sculos XVIII e XIX. Pode-se participar de caminhadas nas trilhas da mata (h guias disponveis), banhos nas quedas d gua, tour histrico pela runas, tour rural e cultural no entorno (Estao Ferroviria de Tingu, Estrada Real do Comrcio, Fazenda So Bernardino, Igreja de Nossa Senhora da Piedade do Iguass e porto da Vila de Iguae). Parque Municipal. Tem 1.110 hectares, localizados no Macio do Gericin, entre as Serras de Madureira e do Mendanha. Nele se localiza os mais bem preservados vestgios, no Brasil, da cratera de um vulco extinto, onde se chega por uma trilha. O Parque foi criado em 1998 e guarda flora e fauna variadas. Conta com trilhas, mirantes com belas vistas, lagos naturais, a

cachoeira Vu de Noiva e o Rio da Cachoeira, um dos mais importantes da regio. O casaro destinado ao Centro de Visitantes foi sede de fazenda no sculo XIX e considerado o prdio mais antigo do municpio. Serra de Maxambomba, uma das abas do Macio de Gericin, hoje um centro para a prtica de vo livre na Baixada. de origem vulcnica e ali podem ser vistas crateras, chamins e vestgios diversos de muitas erupes vulcnicas ocorridas milhes de anos atrs. rea Especial de Interesse Ambiental de Morro Agudo. Nela se encontra o Parque Botnico de Nova Iguau ATRAES CULTURAIS Capela da Posse, nica construo remanescente da antiga Fazenda da Posse, foi construda por em 1743. Sua nave se prolonga por um alpendre apoiado sobre as seis colunas da Ordem Toscana. Igreja de Nossa Senhora da Conceio de Marapicu. Erguida na terra pertencente ao capito Manuel Pereira Ramos, tem em 1736 o ano provvel do incio de sua construo. Capela de Nossa Senhora de Guadalupe (Igreja Velha). Construda em 1750, com seu incio marcado por uma procisso. Igreja de Santo Antonio da Prata. Teve sua pedra fundamental lanada em 1862 e foi reformada na dcada de 30, tornando-se a Catedral de Santo Antonio de Jacutinga. Fazenda So Bernadino. Tombada pelo patrimnio histrico em 1951, sua construo em estilo neoclssico terminou em 1875. Hoje ela est em runas, vtima de um incndio. A Casa Grande situa-se num outeiro, entre Cava e Tingu. Na parte mais baixa do terreno, existiram cavalarias, garagem para carruagens, estrebaria, senzala, habitaes para escravos domsticos, engenhos de cana e de mandioca.

Foto: Fazenda So Bernardino Hospital de Iguassu, construo de 1935. Estrada de Ferro Rio do Ouro - Ferrovia das guas, construda para manuteno dos reservatrios que abasteciam parte da Capital na poca do imprio, comeava no Caju e seguia por 53km at Rio do Ouro (D'Ouro).

Reservatrio de Rio D'Ouro. A captao de guas em Nova Iguau, para o abastecimento da cidade do Rio de Janeiro, deu origem Estrada de Ferro Rio do Ouro. Construdo em fins do sculo XIX, o ramal conserva ainda sua estao, casas de administrao, aqueduto e reservatrio, ligados entre si por caminhos calados por pedras. A estao conserva seus cunhais e fronto triangular nas laterais. Antiga estao de Vila de Cava. Construda no incio do sculo XX, conserva a edcula que servia de bilheteria, a estao propriamente dita e, vizinho a esta, o prdio onde funcionava o escritrio do antigo entroncamento de guas da Cedae. Antiga Estao Ferroviria de Tingu. Na fachada, consta o ano em que foi construda: 1917. Como as demais estaes do ramal do Rio D'Ouro, a de Tingu seguiu os princpios clssicos da poca. Antiga Estao Ferroviria de Jaceruba. Integrada ao casario da pequena Vila de Jaceruba, data do incio do sculo XX e ainda conserva o piso de tbua corrida e a antiga pintura cinza meia altura.

ATRAES CULTURAIS: Capela da Posse, nica construo remanescente da antiga Fazenda da Posse, foi construda por em 1743. Sua nave se prolonga por um alpendre apoiado sobre as seis colunas da Ordem Toscana. Igreja de Nossa Senhora da Conceio de Marapicu Erguida na terra pertencente ao capito Manuel Pereira Ramos, tem em 1736 o ano provvel do incio de sua construo. Capela de Nossa Senhora de Guadalupe (Igreja Velha) Construda em 1750, com seu incio marcado por uma procisso. Santo Antnio de Prata Esta Igreja, no tempo do Brasil Colnia, no Recncavo Guanabarino, foi um dos marcos importante de Ocupao do Interior da provncia do Rio de Janeiro. Foi Matriz e sede da freguesia de Santo Antnio de Jacutinga(3 Igreja), construda em 1733, recebeu outra denominao em 1913 e passou a se chamar de Igreja de Santo Antnio da Prata. Hoje uma das mais belas Igreja do passado na Baixada fluminense. Teve sua pedra fundamental lanada em 1862 e foi reformada na dcada de 30, tornando-se a Catedral de Santo Antonio de Jacutinga. Fazenda So Bernadino

Tombada pelo patrimnio histrico em 1951, sua construo em estilo neoclssico terminou em 1875. Hoje ela est em runas, vtima de um incndio. A Casa Grande situa-se num outeiro, entre Cava e Tingu. Na parte mais baixa do terreno, existiram cavalarias, garagem para carruagens, estrebaria, senzala, habitaes para escravos domsticos, engenhos de cana e de mandioca.