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FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA E PRÁTICAS 12 UNIMES VIRTUAL Aula: 01 Temática: Ciências Sociais - um passo para a cidadania Abordar aspectos sociais e apresentá-los para crianças não é tarefa fácil. Requer comprometimento e muita responsa- bilidade. Vamos discutir conceitos e atividades para o conhecimento do professor , de forma que você possa depois se servir dessa aprendizagem para desen- volvê-la com seus alunos. Nosso foco será a História e a Geografia, mas é notório que estas duas ciências nos trazem outras que auxiliam em seu bojo, como a sociologia, antropologia, arqueologia, geologia, cartografia entre outras. Optei por dividir as informações históricas e geográficas com o propósito de capacitar o professor com conhecimentos específicos, que lhes são necessários. Mas, observei que estes conceitos não precisam ser expos- tos aos alunos de forma isolada ou fragmentada, com as especialidades referentes a cada área. Quando tratamos do seres humanos, tratamos de um con- ceito complexo. O tempo e o espaço os separam e os unem, os diferem e os transformam. Uma visão fragmentada não dá conta de entender a sociedade da qual ele faz parte. Precisamos captar de forma sensível a rede de relações da qual o sujeito se intera. Devemos pensar de forma interdisciplinar. Hoje os fenômenos são glo- bais! Seguiremos os princípios dos PCNs. Com os conceitos ali expostos, nota- mos que a sensibilidade nos oferece a possibilidade para quebrarmos a educação reprodutiva. O educador deve ser um atento observador, pronto para captar as incoerências, contradições e diversidades, de modo dialéti- co, e apresentá-las para agir em sala de aula. Usaremos o termo professor para designar a pessoa que orienta o trabalho em sala de aula. Apesar de as pessoas do sexo feminino constituírem a ampla maioria (85%) no magistério, a gramática aborda que o termo masculino serve para generalizar os dois termos. Para evitarmos repetições desnecessárias, e por questões estéticas dos textos, não aplicaremos no texto o termo professor/professora.

História e Da Geografia e Prática

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Tópicos de História e Geografia para estudantes de Pedagogia.

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  • FUNDAMENTOS TERICOS E METODOLGICOS DA HISTRIA E DA GEOGRAFIA E PRTICAS12UNIMES VIRTUAL

    Aula: 01

    Temtica: Cincias Sociais - um passo para a cidadania

    Abordar aspectos sociais e apresent-los para crianas no tarefa fcil. Requer comprometimento e muita responsa-bilidade.

    Vamos discutir conceitos e atividades para o conhecimento do professor, de forma que voc possa depois se servir dessa aprendizagem para desen-volv-la com seus alunos.

    Nosso foco ser a Histria e a Geografia, mas notrio que estas duas cincias nos trazem outras que auxiliam em seu bojo, como a sociologia, antropologia, arqueologia, geologia, cartografia entre outras.

    Optei por dividir as informaes histricas e geogrficas com o propsito de capacitar o professor com conhecimentos especficos, que lhes so necessrios. Mas, observei que estes conceitos no precisam ser expos-tos aos alunos de forma isolada ou fragmentada, com as especialidades referentes a cada rea.

    Quando tratamos do seres humanos, tratamos de um con-ceito complexo. O tempo e o espao os separam e os unem, os diferem e os transformam. Uma viso fragmentada no

    d conta de entender a sociedade da qual ele faz parte. Precisamos captar de forma sensvel a rede de relaes da qual o sujeito se intera.

    Devemos pensar de forma interdisciplinar. Hoje os fenmenos so glo-bais!

    Seguiremos os princpios dos PCNs. Com os conceitos ali expostos, nota-mos que a sensibilidade nos oferece a possibilidade para quebrarmos a educao reprodutiva. O educador deve ser um atento observador, pronto para captar as incoerncias, contradies e diversidades, de modo dialti-co, e apresent-las para agir em sala de aula.

    Usaremos o termo professor para designar a pessoa que orienta o trabalho em sala de aula. Apesar de as pessoas do sexo feminino constiturem a ampla maioria (85%) no magistrio, a gramtica aborda que o termo masculino serve para generalizar os dois termos. Para evitarmos repeties desnecessrias, e por questes estticas dos textos, no aplicaremos no texto o termo professor/professora.

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    O maior desafio e objetivo do educador, quando se trata de questes so-ciais, preparar os alunos para o exerccio da cidadania.

    O espao e o tempo

    O espao que o sujeito ocupa implica o uso do tempo. So ritmos que se estruturam no comportamento de uma sociedade, que interferem e so interferidos pela paisagem que se forma.

    Somos TODOS sujeitos e, portanto, envolvidos e submetidos a decises que so impostas ou mudadas ao longo do tempo.

    Quando apontamos que vivemos em uma sociedade democrtica, temos que ter discernimento da importncia de nossas aes e comportamentos. A escola faz parte da rede de relaes sociais e, portanto, uma comu-nidade que deve dialogar com a sociedade.

    As instituies so formadas de pessoas que representam posies so-ciais. Estas, ao ocuparem uma relao hierrquica de domnio, podem in-fluenciar uma cadeia de relaes nas comunidades. de suma importncia o reconhecimento dos indivduos, ao se tratar da influncia que possuem, quer em carter individual ou coletivo, em relao a uma sociedade.

    A Histria do Brasil, feita com base no favoritismo e nas relaes oligr-quicas com carter de clientelismo, nos afasta de conceitos primrios da cidadania.

    Srgio Buarque de Holanda, historiador, traz o conceito da cordialidade na nossa cultura, que identifica a prtica das trocas e dos jogos de interesses pessoais.

    Roberto Damatta, socilogo, compara o comportamento do povo brasilei-ro, com outros que mostram comportamento diferenciado do nosso, ilus-trando o fato com duas questes. So elas:

    ) Voc sabe com quem est falando?

    2) Quem voc pensa que ?

    Na primeira, ele identifica uma caracterstica do povo brasileiro; uma mos-tra em que a identidade pessoal que se sobrepe ao social. A segunda demonstra o inverso, o comprometimento social acima do individual, que pressupe e regula a relao de igualdade.

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    O mundo globalizado no qual estamos inseridos o mundo das trocas, quer de forma econmica, poltica ou social.

    Ao enfatizarmos a questo da cidadania e objetivarmos como referncia a autogesto (declarando por este termo um ser atuante e participativo, responsvel de seus atos e procedimentos) estaremos mais prximos de conviver em espaos ocupados por pessoas que valorizem a memria do todo e de todos: um ser cidado.

    Leia o texto abaixo e reflita: o quanto as duas questes apontadas acima se apresentam no seu cotidiano e quanto informao das cincias sociais pode ou no interferir no

    uso das mesmas. Ainda observe o comportamento social e participativo das pessoas, seu comprometimento ou interesses pessoais que apresen-tam na vida social.

    possvel, embora este no seja o nico objetivo, realizar um trabalho educativo visando esclarecer os indivduos sobre sua condio de cidados, quando se apropriam do mundo, do pas, da cidade, da casa e ao mesmo tempo, decifrando os inmeros limites decorrentes das alienaes. O trabalho consiste em discernir as experincias sociais e individuais e, as-sim, potencializ-las. Em outros termos, faz-los reco-nhecer a si mesmos como sujeitos sociais, cidados. Para tanto, no se trata de hipertrofiar o sentido dos lugares mais prximos, os lugares da experincia imediata dos sujeitos, mas decifrar a superposio e inerncia dos diversos espaos sociais, justapostos e entremeados. A vivncia exclusiva dos lugares prxi-mos redutora, mas sua relao com todos os outros espaos a enriquece [...] O cidado o cidado de um lugar, de um espao, especialmente de uma nao. (DAMIANI,999, p.58)

    O texto nos adianta questes que discutiremos na prxima aula: a preocupao em usarmos o ldico, a realidade que cerca o aluno, a proximidade em relao a suas vivncias.

    Pense sobre isto!

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    Aula: 02

    Temtica: Globalizao: uma nova realidade?

    J sabemos que nossa disciplina dever tratar do ensino de Histria e Geografia nos anos iniciais do ensino funda-mental.

    As condies que so dadas e estimuladas no exerccio da convivncia das aulas tornam-se fundamentais para a formao da conscincia das crianas. As prticas focadas na interao, de formas ldicas e partici-pativas, criam alicerces para que os alunos absorvam as informaes de modo mais perceptivo, logo, sensitivo tambm. A compreenso como uma apropriao intelectual, se torna conseqncia de mediaes que aguam a sensibilidade dos alunos.

    A tarefa do educador, que atende a essa faixa etria nas escolas, em relao a essas cincias (histria e geografia), construir conceitos para que os indivduos sejam capazes de compreender e expressar sua realidade. Um incio primoroso. Com aulas dinmicas que estimulem o uso do racioc-nio e desenvolvimento da conscincia crtica do aluno, estaremos colabo-rando para formao de um sujeito apto a transformar a sociedade.

    O professor, no convvio dessa relao, deve no apenas estar disposto e aberto s hipteses que venham surgir por parte da classe que orienta, mas principalmente, deve estimul-las.

    Deter todas as informaes em pleno sculo XXI im-praticvel. A tecnologia e o fluxo de informaes que pas-sam atravs delas, encaixados em um planeta que vivencia

    a globalizao, trouxe uma transformao incomensurvel para a humani-dade nos ltimos anos.

    Esta amplido faz confronto com realidades isoladas nos aspectos geogr-ficos, ou mesmo, nas relaes humanas. A criana deve ser apresentada a esta realidade paulatinamente, sem alardes.

    O trabalho coletivo, onde todos se comprometem, a melhor forma para que a rede dos conhecimentos aplicados aos alunos ganhe formato e for-a. Cabe sempre conferir a mxima que norteia o professor: aprender a aprender.

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    importante que as informaes transmitidas e, se possvel, vivenciadas com os alunos, deixe claro os variados pontos de vista dos temas estu-dados. Aspectos positivos e negativos sempre devem ser tocados e trocados entre o grupo.

    Como exemplo, observemos o texto a seguir, de outubro de 2003, sobre globalizao. O autor, Manoel Ruiz, pontua os aspectos deste novo conceito explorado, alm de mostrar

    que esta uma realidade antiga na histria da humanidade. http://www.sociedadedigital.com.br/artigo.php?artigo=123

    O conceito globalizao surgiu em meados da dcada de 1980, veio substituir conceitos como internacio-nalizao e transnacionalizao, porm se voltarmos no tempo podemos observar que uma prtica muito antiga. A humanidade, desde o incio de sua existn-cia, vem evoluindo, passou de uma simples famlia para tribos, depois foram formadas as cidades-esta-do, naes e hoje com a interdependncia de todos os povos do nosso planeta, chegamos a um fenme-no natural, denominado de aldeia global. Globaliza-o ou mundializao a interdependncia de todos os povos e pases do nosso planeta, tambm denomi-nado aldeia global. As notcias do mundo so divul-gadas pelos jornais, rdio, TV, internet e outros meios de comunicao. O mundo assistiu ao vivo e a cores em 11 de setembro, o atentado ao World Trade Center (as torres gmeas), a invaso americana ao Iraque,.Quem no assistiu o Brasil penta campeo mundial de futebol? Com toda essa tecnologia a servio da humanidade, d a impresso que o planeta Terra ficou menor. Podemos tambm observar que os bens de consumo, a moda, a medicina, enfim a vida do ser humano sofre influncia direta dessa tal Globalizao. Hoje uma empresa produz um mesmo produto em vrios pases e os exportam para outros, tambm po-demos observar a fuso de empresas, tudo isso tem como objetivo baixar custos de produo, aumentar a produtividade. Ento, produtos semelhantes so en-contrados em qualquer parte do mundo.

    A Globalizao analisada pelo lado econmico-finan-ceiro teve seu incio na dcada de 80, com a inte-grao a nvel mundial das relaes econmicas e financeiras, tendo como plo dominante os Estados Unidos. Analisando a Globalizao podemos destacar o lado positivo como: o intercmbio cultural e comer-

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    cial entre naes, importante para todos os povos, os riscos reais, entre outros. Agora vamos ver o lado negativo: a Globalizao crescente, os povos ficam a cada dia mais interdependentes, porm os pases desenvolvidos so os maiores beneficiados ficando cada vez mais ricos, enquanto os pases em desen-volvimento ficam cada vez mais pobres. Ento algu-mas medidas devero ser tomadas para tentar mudar este quadro.

    Devemos acrescentar, para sua apreciao, uma tabela com dados que pontuam as possveis fases da j emergente globalizao:

    Perodos da GlobalizaoData Perodo Caracterizao1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialistaps-1989 Globalizao recente Ciberntica-tecnolgica-associativa

    No sculo XVIII, a humanidade sofreu um novo impacto com ideais que se pautavam nas idias iluministas. A Revoluo Francesa, a Independncia dos EUA e movimentos para a independncia na Amrica Latina so refle-xos deste pensamento. Mais especificamente, ao estudarmos a histria do Brasil, observamos neste perodo, a manifestao e os lderes intelec-tuais da Inconfidncia Mineira.

    Seria o sculo XVIII um exerccio de mundializao? Ou ser que s devemos aplicar este termo para aspectos que tangem de forma direta os aspectos econmicos?

    Mas, o quanto esses ideais e participaes de grupos sociais podem ou no interferir na economia?

    No que se diferenciaria esta dinmica de ideais aqui apontadas com o perodo intitulado como globalizao da contemporaneidade?

    Ao tratarmos da segunda fase (1850-1950), ilustraremos com um trecho do manifesto comunista para voc observar:

    [...] Por meio de sua explorao do mercado mundial, a burguesia deu um carter cosmopolita produo e ao consumo em todos os pases...As velhas inds-trias nacionais foram destrudas ou esto se destruin-do dia a dia....Em lugar das antigas necessidades sa-

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    tisfeitas pela produo nacional, encontramos novas necessidades que querem, para a sua satisfao, os produtos das regies mais longnquas e dos climas os mais diversos. Em lugar do antigo isolamento local...desenvolvem-se, em todas as direes, um intercm-bio e uma interdependncia universais. (KARL MARX - Manifesto Comunista, 1848)

    Marx cita: necessidades que querem para sua satisfao.

    Como voc interpreta este valor apontado no texto? Seria uma denncia?

    Ser que j carregamos desde ento o fardo do ter como importncia suprema em relao ao ser?

    Esta uma das questes mais pertinentes que rondam a nossa realidade de consumo e se estendem com muita clareza e fora s salas de aulas.

    O professor pode, deve e tem total capacidade de trazer esta conscincia s suas crianas. O sonho de alguns filsofos que a humanidade conhe-cesse um governo universal.

    Ser possvel?

    Ao nos sentirmos em casa, em qualquer outra parte do pla-neta (como as empresas franquiadas; multinacionais; re-sorts padronizados), perguntamos:

    Quem sou e qual meu verdadeiro valor para a sociedade em que vivo?

    Discutiremos sobre isto na prxima aula.

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    Aula: 03

    Temtica: Manifestos: um exerccio de cidadania

    Inquietei voc na ltima aula, questionando sobre o seu ver-dadeiro valor para a sociedade?

    Esta questo no deve se restringir apenas ao mundo adulto, mas crianas e jovens tambm devem ser provocados a notar o valor que tm, e o quanto absorvem e partilham com suas atitudes. Uma dinmica que constri suas prprias vidas e d forma nossa histria, a histria de cada um de ns!

    Citamos parte de um manifesto na aula anterior. Falemos um pouco do que trata este tipo de documento.

    Um manifesto, como j sugere o nome, traduz, em forma textual, a inten-o e os ideais de um grupo ou de um sujeito. Atravs do estudo destes documentos, podemos observar as pretenses dessas pessoas e traduzir, atravs de suas intenes, o que os incomodam em um determinado per-odo por eles vivenciado.

    Este tipo de manifestao pode partir das mais diversas reas, como: po-ltica, educao, artes, cincias e muitos outros. Alguns exemplos so ntidos para construirmos a noo e prestigiar, com a devida importncia, estes ou outros documentos.

    Um exemplo vivo, entre muitos, o Manifesto Antropofgico escrito por Oswald de Andrade, em 1928. Para ele e seus companheiros, atravs dos valores indgenas e da liberao do instinto, que a arte renasceria.

    Site

    http://www.puccampinas.edu.br/centros/clc/jornalismo/proje -tosweb/2003/Semanade22/antropofagia.htm

    Em relao educao, podemos notar o Manifesto dos Pioneiros da Educao Nova de 1932, elaborado por Fernando de Azevedo, e assinado por vrios outros intelectuais, dentre eles, Ansio Teixeira e Ceclia Meire-les. Este documento apontava a educao como canal para uma recons-truo no Brasil.

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    Site

    http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb07a.htm

    Mais recente e com total influncia sobre a educao abordada nos dias atuais, temos a Carta Manifesto da Transdisciplinaridade, exposta em Portugal, em 1994, por Lima de Freitas, Edgar Morin e Basarab Nicolescu. No texto, eles propem o dilogo das diversas cincias com a arte, a lite-ratura, a poesia e a experincia interior do ser humano.

    Atravs desta forma de expresso, podemos entender e transmitir aos alu-nos como propostas que nascem em pequenos grupos, com necessidades especficas, podem repercutir e atingir interesses de outros indivduos.

    A realidade vivida por eles se estende a outros. Existe uma interao que paira nos grupos sociais, e atitudes, quer individuais ou conjuntas, podem influenciar desde o pequeno grupo que os cerca at outros, maiores.

    Surge da o conceito do ser como plural, interado no meio. O comportamento dos indivduos interfere, no s com reflexos nas questes materiais (como o equilbrio da natureza), mas tambm afeta o emocional dos colegas que o acompanham e repercute no comportamento e atitudes dos mesmos.

    Vivemos numa grande rede, onde cada n bem atado ou no, reflete no todo.

    A manifestao bem vinda sempre, pois vivemos numa democracia, e no Brasil, temos a possibilidade da livre expresso.

    Como cidados, preocupados e comprometidos com o social, devemos pensar e sempre refletir sobre nossas atitudes.

    Atividade

    Para esclarecer este conceito a seus alunos, desenvolva uma carta mani-festo com eles. Questione-os sobre as insatisfaes que os cercam e o que pode ser feito para melhorar. As idias podem ser encaminhadas pelo orientador, mas gritadas por cada aluno.

    Desenvolva o esprito de equipe da classe e os envolva para isto. Eles po-dem montar um caldeiro1 com seus princpios e ideais.

    1 Pode ser feito com argila, ou o desenho do objeto numa folha de cartolina. Caso em sua comu-nidade tenha outros materiais que a natureza proporcione, como folhas de alguma vegetao especfica, use. O importante que os alunos participem tambm da elaborao deste objeto.

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    Para os alunos menores, use imagens coletadas em revistas; para os maiores, estimule-os a escrever frases ou palavras de ordem. Estes sero os ingredientes para elaborarmos a carta.

    Os alunos colocam suas intenes, de forma ritualstica, como desenvol-ver gestos, falar de forma mais formal, ou mesmo cantar uma msica que atenda aos princpios do conceito que queremos que eles absorvam. Sugerimos Amanh de Guilherme Arantes, mas atente se existem outras que se enquadram melhor realidade de sua comunidade.

    Conforme as apresentaes so feitas, e as idias vo sendo colocadas no caldeiro (quer atravs de imagens ou grafias) o professor estrutura a Carta Manifesto da classe e pede para que todos assinem.

    Exponha o caldeiro e a carta e divulgue na comunidade escolar. Esta ati-tude cria um compromisso dos alunos em relao ao documento alm de estimular a auto- estima de todos.

    Descobriu a resposta sobre as insatisfaes que os cercam e o que pode ser feito para melhorar.? A participao e os valores que sero expostos so fundamentais para formarmos uma conscincia acerca de como ser bons cidados.

    Se puder, assista com os alunos maiores ao filme Corrente do Bem. Sinopse:

    Eugene Simonet (Kevin Spacey), um professor de Estudos Sociais, faz um desafio aos seus alunos em uma de suas aulas: que eles criem algo que possa mudar o mundo. Trevor McKinney (Haley Joel Osment), um de seus alunos e incentivado pelo desafio do professor, cria um novo jogo, chama-do pay it forward, em que cada favor recebido voc retribuiria fazendo favores a trs outras pessoas. Surpreendentemente, a idia funciona, aju-dando o prprio Eugene a se desvencilhar de segredos do passado e tam-bm a me de Trevor, Arlene (Helen Hunt), a encontrar um novo sentido em sua vida.

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    Amanh

    Guilherme ArantesComposio: Guilherme Arantes

    Amanh, ser um lindo dia,Da mais louca alegriaQue se possa imaginar

    Amanh, redobrada a foraPra cima que no cessaH de vingar

    Amanh, mais nenhum mistrioAcima do ilusrioO astro rei vai brilhar

    Amanh, a luminosidadeAlheia a qualquer vontadeH de imperar, h de imperar

    Amanh, est toda a esperanaPor menor que pareaO que existe pra festejar

    Amanh, apesar de hojeSer a estrada que surgePra se trilhar

    Amanh, mesmo que uns no queiramSer de outros que esperamVer o dia raiar

    Amanh, dios aplacadosTemores abrandadosSer pleno, ser pleno.

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    Manifesto Antropofgico

    Oswald de Andrade

    S a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. ni-ca lei do mundo. Expresso mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religies. De todos os tratados de paz.

    Tupy, or not tupy that is the question.

    Contra todas as catequeses. E contra a me dos Gracos.S me interessa o que no meu. Lei do homem. Lei do antropfago.Estamos fatigados de todos os maridos catlicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.O que atrapalhava a verdade era a roupa, o impermevel entre o mundo interior e o mundo exterior. A reao contra o homem vestido. O cinema americano informar.

    Filhos do sol, me dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No pas da cobra grande. Foi porque nunca tivemos gramticas, nem colees de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteirio e continental. Preguiosos no mapa-mndi do Brasil. Uma conscincia participan-te, uma rtmica religiosa.

    Contra todos os importadores de conscincia enlatada. A existncia palpvel da vida. E a mentalidade prelgica para o Sr. Levi Bruhl estudar.Queremos a revolu-o Caraba. Maior que a Revoluo Francesa. A unificao de todas as revoltas eficazes na direo do homem. Sem ns a Europa no teria sequer a sua pobre declarao dos direitos do homem.

    A idade do ouro anunciada na Amrica. A idade de ouro. E todas as girls.

    Filiao. O contato com o Brasil Caraba. O Villegaignon print terre. Montaigne. O homem natural. Rousseau. Da Revoluo Francesa ao Romantismo, Revolu-o Bolchevista, Revoluo surrealista e ao brbaro tecnizado de Keyserling. Caminhamos.S no h determinismo, onde h mistrio. Mas que temos ns com isso?

    Contra as histrias do homem, que comeam no Cabo Finisterra. O mundo no datado. No rubricado. Sem Napoleo. Sem Csar. A fixao do progresso por meio de catlogos e aparelhos de televiso. S a maquinaria. E os transfusores de sangue.Contra as sublimaes antagnicas. Trazidas nas caravelas.

    Contra a verdade dos povos missionrios, definida pela sagacidade de um antro-plogo, o Visconde de Cairu: - a mentira muitas vezes repetida. Mas no foram cruzados que vieram. Foram fugitivos de uma civilizao que estamos comendo,

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    porque somos fortes e vingativos como o Jabuti.

    Se Deus a conscincia do Universo Incriado, Guaraci a me dos viventes. Jaci a me dos vegetais. No tivemos especulao. Mas tnhamos adivinhao. Tnhamos Poltica que a cincia da distribuio. E um sistema social-planetrio. As migraes. A fuga dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Con-tra os Conservatrios, e o tdio especulativo.

    De William James a Voronoff. A transfigurao do Tabu em totem. Antropofagia. O pater famlias e a criao da Moral da Cegonha: Ignorncia real da coisas + fal-ta de imaginao + sentimento de autoridade ante a pro-curiosa (sic). preciso partir de um profundo atesmo para se chegar idia de Deus. Mas o caraba no precisava. Porque tinha Guaraci.

    O objetivo criado reage como os Anjos da Queda. Depois Moiss divaga. Que temos ns com isso? Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade. Contra o ndio de tocheiro. O ndio filho de Maria, afi-lhado de Catarina de Mdicis e genro de D. Antnio de Mariz. A alegria a prova dos nove. No matriarcado de Pindorama. Contra a Memria fonte do costume. A experincia pessoal renovada.

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    Aula: 04

    Temtica: Da caverna luz: um caminho a desbravar

    J comentei com voc, logo na nossa primeira aula, como impossvel estudarmos toda a Histria. Mas temos como objetivo transferir conceitos para as crianas, nos quais elas

    se reconheam como sujeito da Histria. Como fazer?

    Para atingirmos este princpio que nos norteia precisamos compreender o mundo que cerca os alunos. Usar de seus conhecimentos e habilidades dentro da materialidade em que eles vivem como ponto de partida para desenvolvermos nosso objetivo.

    Partiremos sempre de problemticas locais, fazendo uso do repertrio in-telectual e cultural da classe. importante criar uma identidade entre os alunos e a realidade que os cercam, para que eles tenham sustentao para abstraes futuras.

    O sucesso desta dinmica sempre trazer acontecimentos prximos a eles, alm de ter a devida ateno e respeito faixa etria da classe.

    As crianas, de incio, devem ter a proximidade cultural e intelectual com assuntos pertinentes s suas estruturas fa-miliares e sua escola. O bairro e a cidade onde vivem so

    espaos que seguem nesta apresentao. Nos ltimos perodos apenas, que eles devem ser apresentados de forma formal, aos aspectos es-pecficos ao Estado que fazem parte e enfim, o Brasil. As questes que tangem ao lazer, poltica ou economia, devem ser exploradas de forma que acompanhem este reduto que ordenamos.

    A questo do tempo tambm deve ser lembrada. Sempre devemos partir do presente, do momento que faz parte do cotidiano dos alunos. So estas realidades que os levaro a compreender os temas tratados e faro com que se sintam agentes histricos.

    Mas voc pode se questionar. Como podemos nos fechar se existe um mundo globalizado, diante de nossos alunos? E eles, muitas vezes, esto nossa frente, em funo da mdia e da tecnologia que os atinge com muita rapidez e freqncia?

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    Podemos trazer, sim, outras realidades para a sala de aula, contanto que tomemos cuidado com a linguagem e abstraes. O excesso de luz pode cegar. Temos que ter cautela ao passarmos as informaes s crianas. Observem, de forma divertida, O mito da caverna, de Plato, na verso de Maurcio de Souza!

    Site

    http://www.monica.com.br/comics/piteco/

    Assim como fez a equipe de produes de Maurcio de Souza com um cls-sico de mais de dois mil anos, podemos tambm trazer os mais diversos conhecimentos, inclusive de outros tempos e lugares para a sala de aula.

    Os quadrinhos, inclusive elaborados por eles ou em grupos, ou mesmo em conjunto, com a orientao do professor, so uma tima estratgia para relatos!

    Podemos explorar o contedo intelectual e cultural dos alunos, direcionar de forma intencional para assuntos que devem ser explorados, nesta for-ma de dinmica.

    As variveis so muitas.

    O personagem Piteco apenas uma entre outras opes (brinquedos, per-sonagens de filmes ou desenho animado) que aproximam o aluno de ou-tras realidades, mesmo que distantes (no tempo e espao). So imagens que podem mostrar um processo de continuidade e evoluo pelos quais passa a humanidade. Tambm como ponto de apoio para um breve relato que pode ser desenvolvido valorizando a participao e contribuio que cada um de NS, pode ou no, agregar para usufruirmos do mundo que nos cerca HOJE, o qual se transformar AMANH.

    Em nosso prximo encontro falaremos um pouco mais do tem-po em relao Histria e como devemos trat-lo e apresent-lo aos alunos em sala de aula. Acertem suas ampulhetas!

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    Voc sabia?

    IDADE MDIA DA HUMANIDADE

    (tabela ilustrada por Ray Kurzweil,no evento FIAT-30 anos- PUC-SP, 2006)

    Perodo Cro-magnon - 18 anos

    Egito antigo - 25 anos

    Europa sc XV - 30 anos

    Europa sc XIX - 37 anos

    EUA incio sc XX - 48 anos

    EUA incio sc XXI - 78 anos

    Caso se interesse em conhecer um pouco mais sobre O Mito da Caverna, de Plato:

    http://www.inf.ufsc.br/~adriana/fase_01/tgs/trab_01/Trabalho1.htm

  • FUNDAMENTOS TERICOS E METODOLGICOS DA HISTRIA E DA GEOGRAFIA E PRTICAS28UNIMES VIRTUAL

    Aula: 05

    Temtica: O tempo histrico na Histria

    Voc, com certeza, j ouviu falar do cientista Isaac Newton! Este ingls, do sculo XVII, tem singular valor para os con-ceitos desenvolvidos pela humanidade deste perodo at en-

    to. Foi ele o primeiro a conseguir provar suas teorias atravs de frmulas, o que trouxe singular contribuio para a compreenso do universo fsico naquele momento.

    Junto ao autor do acatado e clebre pensamento penso, logo existo, Renn Descartes, autor do Discurso do Mtodo, que absorvia e transmi-tia com convico a importncia da lgica. Eles construram e defenderam sistemas analticos. A teoria trazia como aceitvel para a cincia, experi-mentos que pudessem comprovar os fenmenos que pudessem ser apre-sentados. Difundida em outras reas da comunidade cientfica, ganhou fora na corrente filosfica denominada POSITIVISMO. Esta, fundada por Auguste Comte, francs que viveu no sculo XIX, defendia que os sabe-res humanos pudessem ser sistematizados, seguindo os mesmos critrios das cincias exatas ou biolgicas.

    Estes valores se tornaram reducionistas diante dos valores holsticos que se apresentam para o sculo XXI. Constituir leis gerais e verdades para fenmenos sociais e o abrangente conhecimento humano, diante de uma filosofia que prega uma conscincia de um mundo plural e complexo, so idias incompatveis.

    O positivismo teve muita influncia na formao de nossa educao. Benjamin Constant, oficial do exrcito e um dos lderes do movimento republicano no Brasil (final sculo

    XIX), foi um grande divulgador desta filosofia junto s Foras Armadas.

    A Igreja Catlica tambm teve grande fora e contribuio para esta for-mao. Abraou a nossa educao de forma mais participativa do que as escolas laicas e a construo de uma Histria, nos moldes do sagrado, prevaleceu.

    Um signo que carregamos deste pensamento a nossa bandeira. Mais especificamente, a frase Ordem e Progresso. Fruto de um forte esprito cvico, traz a questo do nacionalista patritico.

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    Segundo Virmond de Lacerda, a educao positivista visa a informar o aluno sobre a ordem - isto , como o mundo funciona - e formar seu car-ter, tornando-o mais bondoso http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/auguste-comte-423321.shtm

    Com essa orientao scio-poltica, no molde conservador, a escola se torna um forte agente de moralizao.

    Este conceito racional, com forte influncia do sagrado, trouxe para a Hist-ria informaes compactadas em blocos. Uma sucesso de fatos e nomes (enfatizando a figura do heri), que deveriam ser memorizados e repetidos. Nas escolas os questionamentos eram inaceitveis e os questionrios, com respostas especficas eram as ferramentas para avaliaes.

    Os fatos histricos eram transmitidos e recolhidos, ou melhor, deposita-dos, como defende Paulo Freire, semelhante a um exerccio bancrio.

    As cincias auxiliares, que do apoio aos conceitos observados na histria social do homem, como antropologia, sociologia, filosofia, entre outras, se-quer eram mencionadas ou tratadas conjuntamente. A prpria geografia era pontuada pelos conceitos fsicos; as questes polticas eram ignoradas.

    Toda essa estrutura de pensamento trouxe informaes consideradas como precisas, em relao evoluo da histria do homem.

    A linha do tempo coroa este pensamento linear e mostra como a Histria deveria ser vista e estudada. Pontua fatos com datas especficas. Traduz de forma clara a inteno de

    como esta cincia deveria ser entendida.

    No descartaremos a linha do tempo, pois uma ferramenta que nos pro-porciona informaes, marcas e mudanas do pensamento de um perodo. Apenas devemos ter cautela, e deixar claro que as datas especficas no acontecem num exato momento assim como o nascimento de um novo ser! Ao observar a linearidade que nos enfatizada por este signo, deve-mos us-lo como compreenso de momentos que se modificam e esclare-cem uma mudana de comportamento absorvida pela sociedade.

    Ela um instrumento pertinente para usufruirmos alguns conhecimentos com os alunos como o processo de causas e conseqncias, comparaes ou mesmo como um veculo para que eles visualizem a questo do tempo.

    Podemos dar incio construo destes conceitos, a partir de dinmicas que contatem a realidade do meio em que eles vivem.

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    Atividade

    Experimente esticar um cordo na classe ou em espao aberto. Divida-o em vrias partes iguais e o identifique de forma diferenciada (cores ou texturas, por exemplo).

    Dependendo do nvel dos alunos que voc est acompanhando, use de diferentes realidades para explorar a diviso da linha.

    Para os menores, a linha do tempo pode ser a prpria evoluo da criana. Em cada marca, entre uma parte do cordo e outra, pode ser pendurados objetos, figuras ou palavras que marquem aquela fase que se quer notificar.

    Mostre a eles que entre um perodo e outro, muitos acontecimentos ocor-rem, mas so julgados menos importantes, e por esta razo, no so enun-ciados, mas muitas vezes so fundamentais. So causas dos aconteci-mentos seguintes que so destacados na linha.

    Compare tambm, no caso de alunos maiores que j conseguem com-preender melhor a noo de tempo, em quantas partes o cordo pode ser dividido, quantas vezes cada parte pode estar dentro de uma outra parte.

    Por exemplo: se observarem dcadas, vero que o tempo de vida que eles tm, pouco, considerando as dcadas vividas por seus avs, ou do tempo da fundao da escola!

    Voc pode tambm construir linhas, com focos diferentes.

    Pode ser desenvolvida com o objetivo de mostrar que existem as linhas para-lelas. Neste mbito, estaremos observando que em outros espaos, aconteci-mentos semelhantes ou no podem estar ocorrendo em um mesmo perodo.

    Aqui entraremos em um aspecto bastante importante que cerca o nosso compromisso com a educao: o respeito e o compromisso social com outros hbitos e culturas da

    diversidade brasileira.

    Uma forma perspicaz para eles descobrirem que existem os outros.

    E, quem so eles?

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    Aula: 06

    Temtica: Histria: feita de documentos

    Questionamos na ltima aula, quem seriam nossos alunos.

    Independente de como os encontramos, o importante torn-los sujeitos comprometidos com suas atitudes. Vamos dar continuidade questo da linha do tempo para enfrentarmos este questionamento.

    Observamos a importncia deste signo que demonstra a evoluo de nos-sa histria e como devemos e podemos lidar com esta informao no exer-ccio pedaggico.

    Com foco ainda neste objeto, notamos a influncia da filosofia positivista, quando intitulado o perodo pr-histrico. Ele foi assim determinado por no ser considerado Histria, j que para isto, o requisito seria a existn-cia de documentos registrados atravs da escrita.

    Hoje temos total convico da importncia deste perodo que, de certa forma, foi desprestigiado por cientistas de tempos passados. Abstramos sim, conhecimentos fundamentais, para compreendermos nossa herana cultural, independente da inexistncia da comunicao pela escrita.

    Como exemplos, temos a Arqueologia, cincia auxiliar da Histria, que se responsabiliza por estudar povos antigos atravs de seus vestgios, ou a Paleontologia, que difere da

    primeira, por analisar fsseis de animais e vegetais. Ambas nos trazem os mais diversos materiais no escritos que esclarecem melhor a cultura de povos do passado.

    Nosso objetivo despertar a curiosidade das crianas, para uma conscincia crtica. Conhecimentos como esses, quando bem apresen-tados e valorizados, interferem nas decises que elas possam vir a ter, de forma comprometedora, na preservao de objetos que determinam uma poca que faz parte de sua prpria histria. So esses vestgios que, mui-tas vezes, se ligam valorizao da memria de um povo.

    Vamos apresentar algumas atividades que podero ser desenvolvidas em sala de aula para sustentar esse interesse dos alunos pelos vestgios histricos.

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    Logo aps, vamos abordar especificamente sobre a pr-histria brasileira e trataremos deste perodo em que a escrita ainda era desconhecida em nossas terras!

    Atividades

    1) Tente coletar fragmentos que se transformem em documentos para anlise, no espao que cerca suas crianas. Eles iro perceber o delicado trabalho e dedicao dos arquelogos e paleontlogos.

    Com gesso, possvel colher informaes de folhas ou animais.

    Coloque a massa do gesso, em consistncia ainda mole, sobre pegadas (como de aves) ou marcas de folhas que elas deixam sobre a terra. Recolham depois o gesso endurecido, e nele se observar a marca captada. As rochas so um exemplo que junto natureza, quando resgatadas em stios arqueol-gicos, trazem marcas como estas, produzidas artificialmente com gesso.

    Caso no encontre um espao com a terra mida, produza de forma artifi-cial os vestgios. Caso prefira, use pequenos potes descartveis, coloque a massa do gesso, paire uma folha de rvore sobre a mesma. Ao secar o gesso, em ambos os casos, o aluno observar o negativo do objeto em uso. Ele estar de posse de um documento para ser analisado, que no possui dados escritos.

    Observem uma imagem de fssil (restos de animais e vegetais e vestgios de suas atividades preservados nas rochas) de uma samambaia.

    http://www.mugeo.sp.gov.br/fosseis_sp.htm

    2) Construa tambm um pequeno stio arqueolgico.

    Chamamos assim os espaos que se reservam para pesquisas e observa-o e catalogao de vestgios.

    Nestes dois links que sugerimos, sero apresentados um texto e imagens, para voc absorver o conhecimento necessrio da estrutura e importncia de um stio arqueolgico.

    http://www.arqueologyc.hpg.ig.com.br/arqueologo.htm

    http://www.comciencia.br/reportagens/arqueologia/arq07.shtml

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    Agora, imagine construir um espao como este com seus alunos.

    Uma caixa de papelo ou madeira, de 50 cm x 35 cm e 15 cm de profun-didade, j seria suficiente para se montar uma pequena maquete de um stio arqueolgico.

    Coloque camadas de diferentes texturas de terra, da mesma forma que encontramos no nosso solo. Sobre cada camada, crie vestgios (palitos de fsforos queimados, ossos, pedras, conchas, cermica quebrada etc) e cubra com a camada seguinte.

    Faa esta atividade com grupos de alunos que depois devero trocar a caixa com outros que faro o papel de arquelogos.

    Para descobrir as camadas, eles devero ter cuidado para no danificar os vestgios. Pincis, pequenas pazinhas ou palitos so equipamentos que podem ser usados por eles. importante que estes alunos no tenham presenciado a montagem da caixa pelo outro grupo para no perder o efeito surpresa.

    Cada vestgio se transforma em um signo que pode ser analisado e estru-turado em conceitos para construirmos a histria.

    O vestgio do fsforo queimado, por exemplo, nos indica o provvel conhe-cimento e uso do fogo por uma determinada cultura. Um resto de cermica nos mostra o uso do objeto. As camadas de terra evidenciam as pocas!

    Com esta atividade, os alunos podero ser estimulados a discutir e obser-var sua volta, de forma consciente, o valor que sua comunidade d a este tipo de preservao.

    Inquiete-os e discuta: e se eles encontrassem algum vestgio no espao onde vivem?

    Leia mais:

    http://www.metro.sp.gov.br/expansao/sumario/gestao_ambiental/progra-ma_diretrizes.shtml

    Atravs desta reportagem, voc se intera da questo delicada que aqui tratamos, quando vestgios so encontrados em espaos urbanos ou pri-vados, e o quanto esta conscincia afeta interesses particulares.

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    Aula: 07

    Temtica: ndios: uma conscincia para os nossos curumins

    Quando tratamos da pr-histria do Brasil, nos deparamos com os indgenas, pois antes da chegada dos portugueses e sua colonizao, eles no conheciam a linguagem escrita.

    A figura do ndio, apesar de ser uma realidade distante da criana, est bastante presente pela fantasia. Ela transforma muitas vezes esta imagem em personagem.

    A cultura indgena se aproxima da infncia pelas lendas, histrias ou mes-mo narraes de clssicos, muitas vezes interpretadas por outros vecu-los, como seriados, filmes, desenhos ou mesmo histria em quadrinhos.

    A data, 19 de abril, sempre lembrada e enfatizada pelos meios de co-municao. Os valores culturais so expressos e alguns questionamentos vm tona.

    A questo da diversidade e principalmente o respeito a este aspecto, ga-nharam destaque, principalmente depois do ocorrido em 1997, quando um grupo de estudantes, em Braslia, ateou fogo em Galdino dos Santos, um ndio patach, enquanto o mesmo dormia. A opinio pblica e os orga-nismos internacionais se moveram em prol de um julgamento justo para estes assassinos e depois se pronunciaram contra o veredicto, que no agradou sociedade.

    So questionveis os dados estatsticos em relao a esta populao. Darcy Ribeiro apontava que de um milho de ndios que ocupavam o Brasil em 1500, chegamos a apenas duzentos mil no sculo XX. Hoje poss-vel observar que a populao indgena vem crescendo nos ltimos anos, mas no se sabe especificar o motivo exato: se a conscincia e valor da sociedade em relao aos ndios, se h menor taxa de mortalidade ou melhora na taxa de fecundidade nas tribos.

    Esta herana que carregamos na nossa histria muito forte e presente. Nosso vocabulrio repleto de exemplificaes. Hbitos como o banho dirio ou o descanso na rede; uso de alguns alimentos na culinria e mes-mo das ervas; o uso de artefatos, entre muitas outras lembranas, so caractersticas que trazemos dos ndios.

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    Podemos apontar semelhanas e diferenas, e estas em particular, identificam a pluralidade cultural do nosso povo, as quais no devem ser depreciadas. O respeito hierarquia

    dessas sociedades e a ausncia do acmulo de bens materiais e interesse de consumo, so vistos como componentes de uma sociedade perfeita aos olhos do escritor Thomas More, em Utopia (sculo XVI). Um exemplo da exaltao aos valores sociais e polticos desenvolvidos por povos in-dgenas, e no apenas brasileiros, mas a todos outros povos da Amrica Latina e Central (incas, maias e astecas) foram sutilmente aprovados por este pensador.

    O aspecto de t-los como gene de nossa histria, marca de nossa pr-his-tria, traz um repertrio diferencial em relao ao tratamento que devemos ter em relao a esta cultura.

    Arquelogos e paleontlogos brasileiros possuem um nmero vasto de vestgios, locados na diversidade territorial brasileira.

    Um importante exemplo so os sambaquis. Encontrados no nosso litoral, so restos de conchas e utenslios, como tambm esqueletos, que eram amontoados quando usados pelos ndios. A partir destes stios, podemos estruturar aspectos da histria de vrias tribos.

    Identificar e mesmo cultuar traos desta cultura o que se espera no sculo XXI. A conscientizao sobre a manuteno das caractersticas desses povos carrega junto uma conscincia do ecossistema. Lembremos que suas atividades se coadunam com natureza.

    Em sua cultura, corantes, medicamentos e utenslios vm da terra ou de minerais; eles s se alimentam de animais soltos, pois no admitem ma-tar um animal e com-lo se j o criaram e mantiveram um vnculo afetivo por ele; idosos, tm respeitabilidade por sua experincia; os jovens so desafiados e praticam rituais, o que os marcam e os identificam em uma determinada fase da qual pertencem; esta vivncia beneficia a estrutura psquica de um indivduo, pois desenvolve a noo de localizao e exis-tncia, e foge das crises existenciais to comuns entre os urbanos. Estes exemplos so apenas alguns, que caracterizam culturas de algumas tri-bos, apesar de terem sofrido muita interferncia dos brancos.

    Uma fonte de extrema importncia de nossa pr-histria encontrada no Piau.

    So pinturas rupestres feitas h 12.000 anos. Prximo dali, temos as cer-micas marajoaras, com desenhos intrigantes em suas peas.

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    Ao vermos tamanha riqueza de informaes, devemos lembrar: o desco-nhecimento da escrita desses povos os deixa parte de nossa histria?

    Um filme pode ser visto para que sejam observados alguns traos dessa cultura que aqui tratamos: A Misso. Ele aponta de forma clara os aspectos da falta de respeito

    diversidade. Caso queira us-lo em aulas, convm passar algumas partes em que se observa este aspecto, como o incio, a apresentao de um curumim que canta em latim para os lderes polticos europeus e o final, que mostra o coral na luta pela defesa da misso dos jesutas.

    Estes personagens, oriundos do clero, foram trazidos para os bancos es-colares como heris, como reflexo de um padro do ensino tradicional e religioso. Hoje devem ser questionados e observados os aspectos e inte-resses polticos que estes atores sociais seguiram.

    Devemos travar sempre questes em favor da formao de nossa cons-cincia.

    Os assuntos devem aflorar sentimentos de interesse, indignao ou justia de forma particip-ATIVA.

    Aqui evidenciamos o quanto perodos considerados no histricos (pela ausncia da escrita) apresentam outras formas de documentos, que so de extremo valor para o conhecimento de nossos antepassados.

    Ao desenvolvermos esta viso, podemos dar continuidade e fazer uso da realidade da histria de cada um.

    Atividade

    1) Desenvolver tintas naturais com: beterraba; cenoura; espinafre; casca de cebola; terra. Os materiais podem ser batidos ou raspados e coados para ser usado como tinta.

    Fazer peas como: potes; mscaras com argila (usadas pelos ndios, para espantar os maus espritos) ou variadas peas, como chocalho, com fo-lhas secas tranadas.

    As tintas podem tambm ser usadas simplesmente para tatuar os corpos, assim como os ndios usam em seus rituais.

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    Deixe-os desenvolver seus traos e questione-os sobre as mensagens que gostariam de passar, para que entendam o quanto outros meios de comu-nicao tambm tm importncia singular como documentao, mesmo no possuindo a linguagem escrita formal.

    Neste link, que trata do filme, voc v a sinopse e eles apon-tam duas questes.

    Atente segunda!

    http://www.crerser.com.br/aconteceu_2aedicao_missao.htm

    Neste outro, voc ler um excelente texto com uma denncia em relao arte rupestre do Piau. Observe a imagem.

    http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_Id=81&breadcrumb=1&Artigo_ID=818&IDCategoria=991&reftype=1

    Este endereo trar alguns exemplos da cermica da Ilha de Maraj. Aten-te aos desenhos e formas para que possa represent-los.

    http://images.google.com.br/images?hl=ptBR&lr=&q=%22cer%C3%A3mica%20marajoara%22&btnG=Pesquisar%C2%A0nos%C2%A0resultados&ie=UTF-8&oe=UTF-8&sa=N&tab=wi

    Para maiores detalhes sobre a populao indgena brasileira, acesse:

    http://pib.socioambiental.org/pt/c/0/1/2/populacao-indigena-no-brasil

    Para saber mais sobre Thomas More e sua obra:

    http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2003/07/07/000.htm

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    Aula: 08

    Temtica: Os documentos que temos e criamos: o acervo da memria

    Uma vida que no examinada no merece ser vivida

    Scrates

    Guardamos a nossa histria e construmos parte dela a cada momento. A cultura do descarte que nos abarca, uma he-rana do mundo produtivo que vivemos, trouxe conseqn-

    cias negativas ao culto de nossa memria.

    Hoje esse quadro est se revertendo. Um forte estmulo preservao, com incentivos fiscais por parte do governo, vem trazendo acordos junto iniciativa privada para restaurao de muitos patrimnios histricos.

    O Museu da Lngua Portuguesa, em So Paulo, na Estao da Luz, prova viva desse interesse pela nossa herana cultural.

    A valorizao por nossos patrimnios aproxima as pessoas de suas ori-gens e histria, estimula o esprito de responsabilidade por aquilo que nos pertence.

    Cada material que nos envolve, so potenciais evidncias para compreen-dermos melhor a Histria.

    Decifrar cdigos que no os da escrita, pela falta de uso e costume, dei-xam marcas de insegurana s interpretaes, mas no as invalidam e desprestigiam em relao linguagem escrita. Esta falha so traos que carregamos da forte influncia que tivemos do esprito questionador e ob-jetivo do positivismo.

    Mas, como j observamos em aulas passadas, sabemos o quanto so fundamentais a diversidade de materiais como fonte de anlise.

    Para obt-las, preciso que mantenhamos o esprito de conservao des-ses materiais que se estruturam no nosso dia a dia.

    A preservao da memria atravs dos objetos

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    Alguns objetos, de acordo com a rapidez com que a tecnologia avanou nos ltimos 20 anos, tornaram-se obsoletos. Um tpico exemplo a m-quina de escrever, e junto, toda a estrutura dos conceituados cursos e ttulos de datilgrafos. Outro aspecto que vivenciamos so as fotografias digitais. Hoje as imagens so captadas inclusive pelo celular, aparelho este que trouxe uma srie de mudanas paradigmticas nossa contem-poraneidade.

    As crianas, s vezes, no se do conta desta complexa rede de inova-es por j estarem inseridas nesse novo contexto tecnolgico.

    O tempo se modificou, pois as distncias foram encurtadas pelos veculos de comunicao e transporte. Os objetos so trocados e descartados com rapidez e mesmo este hbito se estende s relaes entre as pessoas.

    Recuperar objetos de diferentes linguagens, e no apenas a escrita, traz a sensao de segurana atravs dos vnculos, um exerccio primordial para o equilbrio da auto-estima. O reconhecimento do estar presente e fazer parte do mundo globalizado, que o que nos apresentado, traz valores de segurana s pessoas.

    A memria pode ser bastante trabalhada quando lidamos com as cincias sociais. Atravs de lembranas que sempre esto relacionadas a vrios signos, (objetos, locais, cheiros etc.) evocamos a memria. Ela nos trar subsdios para pontuarmos e conectarmos significados de nossas experi-ncias acumuladas no correr da vida.

    Hoje a sociedade se depara com a doena degenerativa Alzheimer, que ini-cia sua manifestao atacando a memria. Comparativamente a memria quando perdida, sem ter sido devidamente documentada, tende a sumir no apenas das mentes humanas, mas da cultura e histria de um povo. A Histria, como j dissemos, vem acompanhada de vrias cincias que a estruturam. A etnologia pode ser apontada como uma das veias funda-mentais para compreendermos melhor o comportamento de uma socieda-de atravs da herana de povos passados. relevante apontarmos, que o Brasil se caracteriza pela formao de uma forte mestiagem, cercado de uma cultura latina caracterizada por um forte hibridismo.

    Trazer estes valores para salas de aula, atravs de objetos que se traduzem nos costumes de uma determinada poca, ressalta e valoriza a identidade cultural com cada indivduo.

    Vamos discutir mais detalhadamente a questo dos valores e heranas culturais na prxima aula.

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    Atividade

    Pea aos seus alunos que levem objetos que marquem a sua histria. Leve alguns dos seus tambm e partilhe com eles suas vivncias. Chupetas, sapatinhos, o pedao do cabelo. Quem sabe alguns possam ter o livro do beb!

    Caso no tenham objetos mais antigos, pea para que tragam alguns mais novos, que tenham significado para a histria que passa a ser enredada a partir de determinados signos encontrados.

    O objetivo envolv-los a ponto de comov-los. Com o princpio da curiosi-dade, os objetos vo dizendo e relatando sobre a vida de cada um!

    Enfatize a importncia da memria, no apenas como fator da aprendiza-gem mas principalmente no que a memria pode contribuir para os valores emocionais de cada um que estrutura um grupo.

    Devemos apontar tambm o aspecto do respeito a esses objetos escolhi-dos, que traz tona a diversidade dos interesses vinculados aos aspectos das vivncias singulares de cada um.

    Monte uma exposio. Observe que alguns objetos vo trazer lembranas de outros alunos do grupo. Abrace a mxima de que: recordar viver.

    Caso queira conhecer melhor o trabalho do Museu da Lngua Portuguesa, acesse:

    http://www.museulinguaportuguesa.org.br/

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    Aula: 09

    Temtica: Uma herana cultural documentada

    Com a valorizao da identidade pessoal dos alunos conse-guimos adentrar nos aspectos sociais com mais segurana.

    Identificar e apresentar o espao, a realidade e as pessoas que os cercam, como proposta inicial, o princpio do entendimento social a qual eles pertencem e podem passar a compreender melhor.

    J tratamos da importncia dos documentos e como indivduos sociais que somos, tambm temos documentos os quais nos representam.

    Alm de objetos que podem trazer lembranas dos indivduos, as pessoas tambm so identificadas pelos documentos formais. Estes so produzi-dos a partir de registros pela linguagem da escrita e o primeiro exemplo notado a certido de nascimento.

    Atente para um destes registros, e note: localizao; data; origem (filia-o). Este documento nos prova atravs da escrita um acontecimento (nascimento) de um novo ser (criana) e social (ele traz razes de seus vnculos familiares); ele ainda nos traduz um tempo (data de nascimento) e um espao (local de nascimento).

    Estamos diante de um momento histrico documentado pelas vias tradi-cionais da linguagem escrita!

    A partir da anlise de uma certido, podemos decifrar vrias informaes que so ali contidas, inclusive aspectos culturais que estruturam a relao deste novo ser que se apresenta neste grupo que passa a acolh-lo.

    Observem:

    LOCAL: o local do nascimento traduz uma srie de informaes. O registro de um brasileiro j nos traz a leitura de que ele nasceu em um pas com regime de repblica federativa, que se divide em estados e municpios, onde se fala a lngua portuguesa, existe um predomnio da religio catli-ca; temos uma moeda corrente que se chama real.

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    DATA: esta nos remete aos acontecimentos de uma poca. Traduzimos aspectos ticos, polticas, expresses artsticas ao reconhecermos um perodo apresentado.

    NOME: o sobrenome nos traz referncias de uma gentica, de um vnculo com uma histria prxima e distante. A escolha do primeiro nome tambm traz uma carga de informaes que remete a informaes pertinentes ao perodo.

    FILIAO: destes nomes, se traduz a origem e a singularidade deste novo indivduo. (mesmo que o nome e data sejam quase o mesmo - o caso de gmeos - a filiao e avs sempre so diferenciados).

    Ao exercitarmos um olhar diferenciado para analisar os documentos, pas-samos a ter condies de abstrair dados que podem ser identificados e pertinentes para a melhor compreenso sobre um momento histrico.

    Devemos tratar este objeto como uma rica fonte de informaes, mas sempre tomarmos cautela e notarmos as informaes complexas que cer-cam por trs de um papel.

    Quanto mais queremos nos aproximar das informaes, mais diversas de-vem ser nossas fontes.

    com esse olhar que devemos ter o cuidado ao transmitirmos os aconte-cimentos aos alunos.

    As dvidas, quando bem pontuadas e argumentadas, sempre so bem vin-das. So elas que nos aguam para novos desafios e que colaboram para novas descobertas. Aguar a percepo para leituras de documentos, mesmo que estes sugiram aparente clareza e evidncias, podem induzir elaborao de novas hipteses.

    Uma questo relevante que os alunos tenham conscincia que eles, ao nascerem, entraram para um clube, uma sociedade, com engajamentos aos quais eles passam a fazer parte e o documento um dos meios que prova este acontecimento.

    Vamos ampliar um pouco mais esta viso, e mostrar de forma mais clara este mundo a qual eles pertencem no prximo estudo!

    Atividade

    As pesquisas iconogrficas podem servir como ferramentas para identifi-carmos e ilustrarmos os aspectos culturais que se aproximam da interpre-tao de uma certido de nascimento.

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    Imagens de jornais e revistas, quando possvel, ou recolhidas na internet, que ilustrem a esttica e poltica de um perodo, so documentos pertinen-tes para serem observados.

    Fotos de nascimento das crianas, dos pais e avs, assim como docu-mentos dos mesmos, so expressivos para ilustrao e observaes que coadunem e expressem a anlise aqui demonstrada.

    Deixar claro que as informaes no so de carter linear e sim uma estrutura complexa, uma rede de informaes. Este o prembulo que devemos perseguir como orientado-

    res das cincias sociais na escola.

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    Resumo - Unidade I

    Nesta unidade notamos como a globalizao um aspecto j vivido em outros momentos da histria.

    Tratamos tambm da importncia do docente estar sempre apto a apren-der a aprender e como impraticvel sabermos tudo.

    Observamos alguns manifestos e os entendemos como, mesmo atitudes desenvolvidas por pequenos grupos, podem interferir em nosso sistema social.

    Em relao prtica docente, estabelecemos que as dinmicas com os alunos devam partir do presente e de suas realidades, alm de mexer com suas sensibilidades; que este o melhor modo para o aluno abstrair os contedos.

    Estudamos a questo do tempo, e destacamos como a histria presente do ser humano o reflexo do ontem e o preparo para o amanh.

    Estabelecemos a filosofia positivista e seu perfil analtico assim como sua parceria com os propsitos do ensino religioso. Observamos como esta proposta incitava um estudo de Histria em blocos compactuados e da Geografia em puras anlises fsicas, como um processo bancrio, segundo Paulo Freire.

    Seguindo esta teoria, analisamos a linha do tempo e o propsito dos cien-tistas da poca em relao sua formao, valorizando as linguagens es-critas diante das demais.

    Falamos da pr-histria brasileira, com destaque aos ndios e sua cultura massacrada, e depois dos portugueses, negros e imigrantes, para identifi-carmos a nossa sociedade hbrida do qual nossos alunos fazem parte.

    Referncias Bibliogrficas

    ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulao das mltiplas intelign-cias. 8a ed. Petrpolis: Vozes, 2000

  • FUNDAMENTOS TERICOS E METODOLGICOS DA HISTRIA E DA GEOGRAFIA E PRTICAS 45UNIMES VIRTUAL

    DEPRESBITERIS, Lea. Avaliao educacional em trs atos. SENAC, So Paulo: 1999

    GUELLI, Neuza Sanchez, ORENSZTEJN, Miriam. Geografia: ensino funda-mental, So Paulo: Moderna, 2000

    MINISTERIO DA EDUCAO. Secretaria de Educao Fundamental. Pa-rmetros Curriculares Nacionais. Histria e Geografia 3 ed. Braslia: A Secretaria, 2001

    MORETTO, Vasco. Prova. Um momento privilegiado de estudo - no um acerto de contas. 2 ed. Rio de Janeiro: DP&A,2002.

    NIDELCOFF, Maria Teresa. A escola e a compreenso da realidade. 11A ed, So PauloBrasiliense, 1979

    ______. As cincias sociais na escola: para alunos de 12 a 16 anos. So Paulo:brasiliense, 2004

    PENTEADO, Heloisa Dupas. Metodologia do ensino de Histria e Geo-grafia. So Paulo:Cortez, 1994-srie Formao do Professor

    RIOS, Jaume. Conhecimentos dos meios social e cultural. In: Como traba-lhar os contedos procedimentais em aula. Antoni Zabala (org). Porto Alegre: Ed Artes Mdicas Sul Ltda., 1999

    SOUZA, Jos Gilberto de, KATUTA, ngela Massumi. Geografia e co-nhecimento cartogrficos. A cartografia no movimento de renovao da geografia brasileira e a importncia do uso do mapa. So Paulo: UNESP,2001

    Imagens de Debrethttp://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=debret&btnG=Pesquisar+imagens

    Imagens de Benedito Calixtohttp://www.pinacoteca.unisanta.br/portugues/bcalixto.htmhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/calixtnm.htm

    Carta de Caminhahttp://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/carta.html

    Trabalho com Vdeoshttp://discoverynaescola.com/port/docentes_herramientas.shtml

  • FUNDAMENTOS TERICOS E METODOLGICOS DA HISTRIA E DA GEOGRAFIA E PRTICAS46UNIMES VIRTUAL

    Domnico di Masihttp://novaescola.abril.com.br/ed/136_out00/html/fala_mestre.htm

    Lino Macedohttp://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0183/aberto/mt_73655.shtml

    Declarao Universal dos Direitos Humanos, de 1948.http://www.anpuh.uepg.br/historia-hoje/vol3n7/maria.htm

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    Aula: 10

    Temtica: Do campo para o mundo

    Conhece-te a ti mesmo e conhecers o universo e o mundoScrates

    Vamos acordar logo pela manh e tomarmos nosso caf. Opa... caf?

    Esta palavra nos remete a vrias lembranas. Ns, adultos, temos conhe-cimento da importncia deste produto para a histria do Brasil. At mesmo um grande perodo da histria poltica ganhou seu nome: caf com leite. Quanto que este produto est inserido na realidade das escolas brasileiras?

    A cada xcara de cafezinho que se toma na escola, no bar da esquina ou em nossas casas, estamos engatilhando uma grande estrutura que move um mundo de pessoas que ocupam diferentes espaos no mundo.

    Acompanhe-nos!

    O caf acabou! Precisamos comprar o p para prepararmos a bebida. Pre-parem-se para a maratona... Primeiro, vamos adquirir a semente para plan-tarmos. A muda cresceu e gerou frutos. Amadurecidos, colhemos. Agora, o transporte at o local para armazenamento. Quais sero os gros que devemos mandar para fora do Brasil e quais os que ficam? Os que fica-ram precisamos mandar para a indstria. L o processo de torrefao, empacotamento. Todo o cuidado em armazenar, caixas, embalagens per-sonalizadas. Transportaremos mais uma vez a mercadoria. A direo o mercado varejista.

    Descarregamos a mercadoria, acomodamos nas prateleiras, agora sim, podemos re-colher o produto e levarmos para casa. Ah! Tempos mo-dernos... Esquecemos o filtro de papel... Este caminho que aqui parece encerrado, no termina. Podemos trilhar o caminho do artesanato com gros, ou os doces produzidos com ele e at mesmo cosmticos, perfu-mes! Outra trilha so os descaminhos do resto que o p trilhou, observan-do os aspectos ecolgicos, responsabilidades que devemos ter com o lixo que produzimos etc.

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    Com esta vivncia, focamos e observamos outras experin-cias de vida que saem do cotidiano que as crianas esto acostumadas a presenciar. Do campo para a cidade existe

    uma infinidade de diferenas como tambm inmeros pontos em comum. O sol brilha da mesma forma em ambos espaos, mas no campo, o sol amplia a sua funo e controla o tempo do agricultor!

    A chuva quando cai na cidade. De dentro dos escritrios basta fechar as janelas e se continua o trabalho. No campo, no h janelas para proteger as plantaes!

    H distncia e isolamento no campo. Na cidade, a distncia e o isolamento so ampliados pelos congestionamentos dos grandes centros urbanos!

    Mas o caf cheiroso que emana das cozinhas brasileiras todas as manhs o mesmo?

    IMPORTANTE mostrar as duas situaes, campo e cidade, mas sem desprestigiar uma em relao outra. As diferenas DEVEM ser aponta-das ou mesmo questionadas, mas o professor deve ter o cuidado para que a classe observe o retrato nas duas situaes. Esclarecer as opes/opor-tunidades de vida que so vivenciadas pelas duas culturas que se tornam dspares, mas se completam!

    E reflita com a classe... At que ponto o ambiente interfere e transforma as pessoas? Esta pgina traz uma experincia com projeto que ilustra de forma clara o que expusemos at

    aqui. Abra e confira!

    Agora , escolha outro produto, e siga o mesmo trajeto. A laranja ou o to-mate. Observe os trmites, note o quanto cada objeto que nos cerca sofre interferncia nas mos de vrias pessoas.

    O caminho de produo do tomate ilustrado no filme Ilha das Flores, uma produo de curta metragem gacha, mas enquadra um outro foco de repercusso social que pode ser

    verificado pelos alunos.

    Os gibis da Turma da Mnica, com histrias em quadrinhos do persona-gem Chico Bento so bons incentivos para ilustrao desse assunto. Caso tenha possibilidade, o DVD Um dia na Roa, com este mesmo per-sonagem, trata tambm esse aspecto.

    http://www2.feevale.br/interativa/acervo/2006/ChicoBento/index.php

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    Atividade

    1) Na sala de aula, escolha um produto primrio que faa parte da realida-de de sua turma.

    Leve como mostra, os vrios modos de como este item pode ser manuse-ado (de gro a um artesanato).

    Faa uma grande roda com os alunos e pea para que eles relatem cada etapa e se sensibilizem como fossem os responsveis por esta elaborao que se tornam responsveis.

    Eles devem tomar conscincia da forma ampla que abarca cada atitude/funo na rede social em que vivem!

    2) Para a ilustrao da diversidade cultural e produtiva brasileira, pode ser criado um grande mapa do Brasil e contorn-lo e mesmo preench-lo com colagens de imagens de pessoas das vrias etnias. Um exemplo que identifica A cara do Brasil.

    Tambm se pode desenvolver a mesma atividade, aplicando produtos que so produzidos nas diversas regies brasileiras.

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    Aula: 11

    Temtica: A Histria e a Geografia na escola. Por qu?

    At ento, apresentamos aspectos amplos no que tange representao social, que devem ser partilhados em sala de aula, mas no adentramos em temas especficos ou

    conteudsticos.

    O que presenciamos foram relaes que fazem parte da dinmica rede de vivncia da qual fazemos parte e construmos nossa histria. Neste pro-cesso, ao qual pertencemos, somos, sempre, bastante influenciados pelo processo da comunicao.

    Vamos ento desmembrar alguns pontos para entender de forma mais cla-ra a origem nesse aspecto global que verificamos nas nossas dez primei-ras aulas.

    O saber histrico compreende trs conceitos:

    Fato = so aes humanas (individuais ou coletivas) que podem ser observadas e analisadas. Podem ser processos que indiquem uma mudana ou mesmo permanncia.

    Ex: eventos, festas, atos, rito, arte, atitudes comportamentais etc.

    Sujeito = so indivduos ou grupos das classes sociais. So agentes da ao social que enredam um contexto histrico e se destacam no coletivo. Ex: autoridades, heris ou no,

    indivduos que tenham atitudes significativas, grupos religiosos ou artsti-cos, partidos polticos, crianas etc.

    Tempo = aspecto cronolgico com observao de aspectos seqenciais e cumulativos. No devemos esquecer que esta questo cultural. Tem suas variveis de acordo com a vi-

    vncia humana que o considera.

    Ex: estgios da evoluo; calendrios; datas especficas que so lembra-das e comemoradas.

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    As mudanas que ocorrem com a sociedade podem ocorrer de forma im-perceptvel. Esta aparente imutabilidade pode ser percebida, quando ob-servadas mudanas de comportamento ou mentalidade de uma determi-nada sociedade.

    O processo de educao pelo qual estamos passando pode ser observado dessa forma. Uma mudana de comportamento, originada de um processo de maturidade, oriunda de experimentaes e vivncias acumuladas.

    O afastamento do positivismo nos permite relativizar as questes do tem-po e do espao; procurar fontes a partir de outros instrumentos, alm da escrita, para perceber novas leituras do conhecimento; estar apto a ob-servar e reconstruir procedimentos pedaggicos, absorvendo de Dewey a Vygotsky, j que as barreiras da Guerra Fria foram derrubadas.

    O saber histria e geografia, vai alm das fronteiras do homem no tempo e espao. Devemos proceder e procurar uma conscincia nos moldes dos quatro pilares propostos

    no final do ltimo sculo, em relao a estas duas cincias assim como suas auxiliares.

    CONHECER fatos, sujeitos em seu tempo. CONVIVER, partilhar, se envolver com a realidade observada com exerccio de troca com o outro; saber que existe um compromisso de troca com a terra e com a Terra. FAZER, atuar, estudar os processos ocorridos de um passado, de forma que ele passe a representar uma fonte de experincia para atitudes presentes ou futuras. E, finalmente, SER um cidado atuante, participativo que se intera com a realidade da qual faz parte.

    Um exerccio de relaes e comparaes com vivncias, prazerosas e ins-tigantes, que incentivem um desejo desafiador de querer saber mais sobre si mesmo a partir deste jogo de relaes que so apresentadas.

    Unir o passado e o presente, na esperana de um futuro melhor, requer antes de tudo compreender e interpretar a realidade.

    Para atendermos a uma sociedade que quer avanar, podemos principiar, ao criarmos vnculos e ter conscincia dos problemas de hoje, para ento, assumirmos compromissos em prol de uma contribuio.

    Atentamos que este autor, s passa a ter suas obras traduzidas e editadas no Brasil, a partir de meados da dcada de 980

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    Reflita: em relao s eleies que ocorrem no Brasil na l-tima dcada (desde 990), sabemos o quanto a mdia inter-fere em relao a esses fatos, favorecendo de forma direta

    ou indireta a alguns candidatos.

    O quanto voc sofreu desta interferncia? O quanto a sua comunidade se influenciou em relao s suas escolhas?

    Atividade

    As informaes que so partilhadas na estrutura social se corrompem, muitas vezes por jogos de interesses pessoais.

    Vamos brincar de telefone sem fio com os alunos (uma corrente de pes-soas, onde a primeira fala uma comunicao/frase no ouvido da outra. A mesma fala deve ser repetida por todos, da mesma forma, um a um, at que o ltimo diga a mensagem que ouviu e repita em voz alta para que todos possam ouvir. Em caso de no entendimento, no deve haver interrupo, a mensagem deve ser repetida conforme o que o receptor entendeu).

    Inicie com uma mensagem e no interfira. Mostre o resultado. Uma mensagem simples, sem muitas informaes, tende a fluir de forma mais homognea.

    Agora esquente o jogo. Crie uma mensagem mais rebuscada, que d margem a dbias interpretaes e observe o resultado.

    Na terceira rodada, o professor deve interferir de forma incisiva. De-termine para um ou dois alunos, que estaro posicionados no meio da cadeia da corrente de informaes, e determine a eles que mudem a mensagem propositalmente. Este acordo deve ser sigiloso para que a turma no perceba.

    Com esta dinmica, voc poder partilhar com eles, da im-portncia e cautela que devemos ter com as informaes recebidas. Os fatos (histricos ou no) devem ser questio-

    nados, averiguados, comparados para depois partilharmos.

    As informaes quando dbias devem ser pesquisadas e refletidas para tomarmos como parte da verdade.

    A)

    B)

    C)

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    Aula: 12

    Temtica: Critrios para seleo de contedos

    No se pode ensinar tudo a algum, pode-se apenas ajud-lo a encontrar caminhos

    Aristteles

    Escolhas sempre so difceis, mas uma sociedade que nos permite a prtica deste exerccio nos faz pensar e reveren-ciar este gesto. Uma demonstrao do exerccio da liberda-

    de de expresso em que muitas vezes fomos tolhidos de exerc-la. Viver e compartilhar experincias em um grupo social requer reflexes.

    Temas polmicos ou que privilegiem aspectos de determinados grupos de-vem ser evitados ou muito bem pontuados, com o mximo de informaes e domnio de conhecimento.

    A Histria e a Geografia trazem esses aspectos com muita freqncia. Questes polticas e partidrias ou movimentos sociais so temas que podem criar um clima beligerante. possvel trat-los, mas sempre com cautela e NUNCA demonstrar tendncias particulares do pensamento do professor que influenciem a formao do aluno. Esta uma questo tica que sempre deve ser revista e questionada!

    Como j explanamos na Unidade 1, os assuntos sempre devem nortear uma proximidade com a comunidade na qual esto vinculados os alunos. Apesar das crianas ainda no mostrarem desenvolvimento oportuno para abstrair conceitos de espaos e tempos diferentes do que eles presenciam, a mdia se encarrega de anteceder algumas propostas de conhecimentos. A escola faz parte do mundo, logo, o aluno est inserido na sociedade e com este princpio que devemos trabalhar.

    O professor observar as atitudes que demonstrem a maturidade de seus alunos para perceber do que e como poder tratar estes assuntos!

    Assuntos da atualidade trazem questionamentos espontneos do grupo, e conseqentemente o aumento de interesse sobre o tema proposto. A realidade concreta ganha fora e vida entre os alunos.

    O professor deve sintetizar e traduzir aspectos que tragam dificuldades. Para isto, pertinente que ele procure estar frente dos alunos para que

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    possa inform-los e partilhar uma viso geral das propostas apresentadas alm de aprofundar com o contedo proposto.

    A partir de um clima de liberdade a troca das diferentes fontes de informa-es circulam e se adequam para uma melhor compreenso.

    A regra fundamental o respeito de todos ao saber ouvir as opinies ex-pressas. As crianas devem ir alm do fato e o professor deve estimular este exerccio.

    O fato deve ser captado e ento conduzido para reflexes. Quando existe uma empatia de alguns deles com a comunidade e os alunos os selecio-nam por afinidades, o desenvolvimento das aulas ganha outro sabor.

    pertinente a lembrana de que a escola reprodutora das relaes sociais como nascente de sujeitos que se estru-turam para uma ordem que se mantm entre os interesses

    populares e o trabalho. O currculo deve manter a oscilao na proporo do movimento da tenso social como das novas iniciativas que se sobre-pem s velhas.

    O Currculo

    Criar um repertrio no apenas intelectual, mas tambm cultural a meta dos PCNs (Parmetros Curriculares Nacionais). Reza este documento que os alunos devem estar preparados para estabelecer identidades e dife-renas com outras pessoas e grupos da realidade absorvida por ele. Ter conscincia que eles fazem parte de uma Nao.

    Este documento apresenta a diviso do ensino fundamental I em dois ciclos.

    Dessa forma, pontuaremos alguns critrios que se julgam essenciais para o estudo da Histria e Geografia para essas crianas:

    Ciclo I: Leitura do tempo presente em um determinado espao, se esten-dendo ao passado; questes urbanas e sua dominncia sobre o rural, e suas devidas articulaes.

    Ciclo II: Histrias de outros espaos em tempos diferentes

    Em ambos prevalece o interesse pelas questes sociais e culturais e a dinmica dos temas transversais.

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    Para saber quais as habilidades que devem ser cumpridas no conhecimen-to de Histria entre o ciclo I e II, observe a partir da pgina 49 deste link:

    http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro051.pdf

    Ao final do primeiro ciclo, o aluno deve ser capaz de:

    Comparar acontecimentos no tempo, tendo como referncia os con-ceitos de anterioridade, posteridade e simultaneidade;

    Discernir algumas semelhanas e diferenas sociais, econmicas e cul-turais existentes em seu grupo de convvio escolar e em sua cidade;

    Reconhecer que algumas situaes sociais, econmicas e culturais se transformam e outras permanecem em seu espao de convivncia;

    Caracterizar o modo de vida de uma coletividade indgena, que vive ou viveu na regio, distinguindo suas dimenses econmicas, sociais, culturais, artsticas e religiosas;

    Estabelecer diferenas entre seu modo de vida e o da comunidade indgena estudada;

    Identificar alguns documentos histricos e fontes de informaes, dis-cernindo suas funes.

    Ao final do segundo ciclo, o aluno deve ser capaz de:

    Reconhecer algumas relaes sociais, econmicas, polticas e cultu-rais que sua coletividade estabelece ou estabeleceu com outras loca-lidades, no presente ou no passado;

    Identificar a ascendncia e descendncia das pessoas que pertencem a sua localidade, quanto nacionalidade, etnia, lngua, religio e cos-tumes, contextualizando seus deslocamentos e confrontos culturais e tnicos, em diversos momentos histricos nacionais;

    Distinguir as relaes de poder, formais ou de fato, estabelecidas entre sua localidade e os demais centros polticos, econmicos e culturais, em diferentes tempos;

    Utilizar diversas fontes de informao jornais, revistas, noticirio de TV ou de rdio, contedos na Internet para o desenvolvimento da leitura crtica;

    Valorizar as aes coletivas que tenham repercusso na melhoria das condies de vida das comunidades.

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    Relacione o local de nascimento de seus alunos. Pea que pesquisem jun-to famlia as razes que a levaram a mudar. Pesquise em livros, vdeos e revistas as rotas migratrias no pas e no mundo. Compare a histria relatada por cada um.

    Para identificar as habilidades do ensino de Geografia, ob-serve o link sugerido a partir da pgina 99:

    http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro051.pdf

    No primeiro ciclo

    Saber observar como a sua comunidade lida com as diversas manifes-taes da natureza e compreender que elas, muitas vezes, determinam a maneira pela qual o espao em que a criana vive ocupado. Por exemplo, a orientao de um rio pode ser a principal causa da forma como a populao se distribuiu na cidade.

    Conhecer e comparar a natureza da paisagem local com a de outros lugares.

    Reconhecer semelhanas e diferenas nas formas pelas quais os dife-rentes grupos sociais lidam com as manifestaes da natureza, rela-cionando atitudes desses grupos com o trabalho, hbitos cotidianos e lazer. Um exemplo: o vero para os moradores da cidade pode signifi-car que chegado o perodo de frias, na praia.

    Na rea rural, a poca das chuvas essenciais para a lavoura.

    Utilizando imagens e textos, observar e descrever a paisagem e co-nhecer pontos de referncia para se deslocar com autonomia e repre-sentar os lugares onde vivem.

    Espera-se que eles adquiram uma atitude responsvel em relao preservao da natureza.

    Ser capazes de utilizar a linguagem oral e ilustraes para observar e descrever a paisagem.

    No segundo ciclo

    Os alunos devem reconhecer e comparar o papel da sociedade e da natureza nas diferentes paisagens urbanas e rurais brasileiras.

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    Identificar semelhanas e diferenas entre os modos de vida no campo e na cidade; perceber como so as relaes de trabalho, as constru-es e moradias, os hbitos, o lazer e a cultura.

    Conhecer as relaes entre o mundo urbano e o rural e os contatos que sua coletividade estabeleceu com as de outros lugares no passado e permanecem no presente.

    Saber o papel das tecnologias, da informao, da comunicao e dos transportes nas paisagens urbanas e rurais e na vida em sociedade.

    Entender algumas conseqncias das transformaes da natureza causadas pelo homem, no local e em paisagens urbanas e rurais.

    Saber empregar a observao, a descrio, o registro, a comparao, a anlise e a sntese no uso das informaes de fontes escritas e de imagens.

    Utilizar a linguagem cartogrfica para representar e interpretar informa-es, sabendo indicar direo, distncia e proporo. Os mapas so as ferramentas bsicas da Geografia. Copiar e colorir mapas, escrever nomes de rios e cidades ajuda a memorizar e ensina a representar o espao geogrfico.

    Valorizar o uso da tecnologia para preservar o ambiente e melhorar a qualidade de vida.

    Ter uma atitude responsvel em relao ao meio ambiente, reivindi-cando o direito de todos vida em um espao preservado e saudvel.

    Respeitar os modos de vida de diferentes grupos sociais; saber como se relacionam com o espao e a paisagem onde vivem.

    Identificar e avaliar as aes dos homens em sociedade e suas conse-qncias em diferentes espaos e pocas.

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    Aula: 13

    Temtica: A escolha do livro didtico

    Depois de observarmos quais so as habilidades que pre-cisamos despertar nos alunos, vamos observar as ferra-mentas que podemos usar para atingir este objetivo. Vamos

    tratar agora da escolha dos livros didticos, um facilitador para o conhe-cimento.

    As apresentaes dos contedos expostos nos livros no devem bastar. A proposta dos textos deve sempre sugerir uma busca que estimule no-vas construes de conhecimento atravs de uma autonomia do docente como tambm do discente.

    O livro deve proporcionar um equilbrio do aspecto cientfico com momen-tos de criatividade.

    O professor, sempre como agente principal, deve partilhar e aprender com as propostas oriundas do livro, que devem instigar as aulas.

    Para o pblico da faixa etria que precisamos atingir, as imagens possuem grande poder de informao. Sero elas, muitas vezes, que faro a vez das palavras do professor. Logo, uma ateno especial deve ser dada a esta questo.

    O livro dificilmente ser o nico material que o aluno ter como material ilustrativo. Os meios tecnolgicos, a mdia, e claro, o ambiente o qual ele ocupa, partilha com ele e o professor a ateno do aluno.

    Com a concorrncia da qual o livro passou a ter que partilhar, alm dos sistemas apostilados, as editoras, com interesse mercadolgico, precisa seduzir seus possveis clientes, e o profissional encarregado por esta es-colha, deve se precaver com vrios cuidados.

    importante notar que o autor de determinada coleo expresse a mesma inteno que a comunidade escolar prega e pretende passar, para que no haja desentendimentos de princpios, o que pode desorientar a criana.

    O livro passa a ser a referncia no apenas para o aluno e o professor, mas se estende s estruturas familiares. o objeto em comum, onde possvel acompanhar o processo de aprendizagem do aluno. Portanto, importante

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    conhecer a bibliografia e avaliar no apenas o contedo, mas a quantidade de questes expostas e observar a viabilidade de ocup-lo ao mximo no correr do ano letivo.

    Os livros transmitem conhecimentos e tcnicas de uma so-ciedade em uma determinada poca. Por se tratar do estudo de Histria e de Geografia, esta questo se torna notria

    e fundamental que os mesmos estejam revisados e sejam de edies recentes.

    Quando se obtm um livro, deve-se ter clareza que por esta produo pas-sam vrios sujeitos. Esta questo relevante nos aponta e alerta a questo dos interesses, quer individuais ou regionais, e o livro media e induz a estes pensamentos. O pensamento do autor permeia por toda a obra sem que precise estar literalmente esclarecida a sua inteno.

    A questo dos heris e algumas imagens ganhavam muito destaque nos livros do outro sculo.

    A escolha deve ser cautelosa quando se trata de imagens. Muitas editoras imprimem ilustraes caricatas, para que no se atenham em problemas com direitos autorais.

    As empresas precisam equilibrar os custos de produo, mas as gravuras encarecem e so de extrema necessidade para a educao que proposta na atualidade. Para atingir este equilbrio, usa de subterfgios. Os respon-sveis pela escolha do material didtico devem estar atentos.

    O livro deve trazer imagens e informaes que transmitam a contempora-neidade e atendam o complexo das cincias sociais. As ilustraes devem estimular a uma leitura crtica e nunca parasita. importante frisar que uma obra, (sua ilustrao e a escolha da mesma) um signo do qual pode se ler, entender e compreender a inteno do sujeito que a criou.

    Estas escolhas que so expostas nos livros devem estimular conceitos crticos, e servir como acrscimo aos recursos didticos.

    Por estarmos falando em imagens, importante treinar o olhar de forma crtica para as obras. As obras de pintores de sculos passados, que nos guiavam para uma interpre-

    tao da poca, hoje possuem uma leitura mais crtica sobre as mesmas. Debret, pintor francs, que se destacou em retratar o sculo XIX, deve ter suas obras consideradas como exmias exemplares de pintura histrica,

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    mas no devem ser analisadas como retratos fiis de uma poca. Apesar de suas obras retratarem um perodo, o autor privilegia aspectos que se limitam ao seu olhar.

    Outro caso que deve ser observado a obra Independncia ou Morte de Pedro Amrico. O pintor, oriundo de uma escola romntica, que enfatiza narrativas hericas, exalta o personagem D. Pedro, valorizando signos que no cabiam poca.

    Casos semelhantes foram observados nas imagens de Benedito Calixto, assim como de outros artistas.

    Exercite seu olhar com algumas imagens de Debret e observe os persona-gens sociais que so enfatizados por ele, como so apontados e se fazem jus realidade da poca.

    Link com a imagem de Independncia ou Morte

    http://www.soprando.net/wp-content/uploads/2007/09/pedro-americo.jpg

    Link com imagens de Debret

    http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=688

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    Resumo - Unidade II

    Nestas aulas estudamos a vida do campo e da cidade e como todos so responsveis pela produo e dejetos que retornam natureza, pois os dois espaos geram oportuni-

    dades dspares, mas se complementam.

    Falamos da importncia dos quatro pilares da educao para uma melhor leitura e compreenso da realidade do sculo XXI.

    Apresentamos a escola como ncleo capaz de unir os tempos e interpretar a realidade, pois um espao onde as relaes sociais se reproduzem.

    Como docentes, devemos estar atentos aos apelos e informaes da mdia, que antecedem, propem ou deturpam informaes aos alunos e devemos praticar um trabalho acima de tudo tico, mesmo quando carre-gamos ideologias polticas.

    Determinamos os temas principais que devam ser discutidos nos Ciclos I e II segundo a proposta dos PCNs e notamos como os temas transversais sempre devem acompanhar o ensino.

    Analisamos o quanto as ferramentas pedaggicas, como os livros, tra-zem informaes que podem ser pertinentes ou no e, portanto, alertamos como proceder com sua escolha, em relao s imagens apresentadas alm do texto, que devem ser revisados e recentes. Este cuidado nos ser-ve, pois os livros so elos de contato entre a escola, o aluno e a famlia.

    Referncias Bibliogrficas

    ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulao das mltiplas intelign-cias. 8a ed. Petrpolis: Vozes, 2000

    BITTENCOURT. Circe (org). O saber Histrico na sala de aula. So Paulo: Contexto, 1997

    ______II encontro-perspectivas do ensino de histria- anais. Circe Fer-nandes Bittencourt (org). So Paulo: Faculdade de Educao- USP, 1996

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    HERNANDEZ, Fernando. Transgresso e mudanas na educao: os projetos de trabalho. Porto Alegre:Artmed, 1998

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