História Hobsbwan

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PUC Minas Campus Poos de Caldas

Curso de Relaes Internacionais

Disciplina: Histria Contempornea

Docente: Prof. Ana Maria Brochado De Mendona Chaves

Aluno: Maicon Taynan Luiz

Texto: O Sculo XX: vista areaHobsbawm comea o captulo com 12 citaes de pessoas diferentes e o que elas pensavam sobre o sculo XX, as opinies apresentadas divergem mas perceptvel que este foi um sculo terrvel, se tratando de guerras, entretanto, houve uma grande evoluo tecnolgica e as revolues tiveram um grande papel, na construo deste sculo.Aps apresentar as citaes Hobsbawm inicia o texto abordando a ida do presidente francs Mitterrand 28 de junho de 1992 para Saravejo que seria palco naquele ano de 150 mil mortes. Para Mitterrand a data e o local eram muito importantes, pois em 1914 no dia 28 de junho em Saravejo foi assinado o arquiduque Francisco Ferdinando, ao que desencadeou a primeira guerra mundial. Todavia apenas historiadores profissionais e alguns cidados idosos perceberam o porqu era um data simblica.Hobsbawm deixa claro que o seu intuito compreender e explicar por queAs coisas deram no que deram e como elas se relacionam entre si e aponta que para qualquer pessoa de sua idade que tenha vivido o breve sculo XX isso tambm , inevitavelmente, uma empresa autobiogrfica, uma vez que tenha que se comentar, ampliar (e corrigir) suas prprias memorias.O autor tambm destaca que somos parte deste sculo e ele parte de ns, ele afirma que no momento em que ele escreve para quem at a guerra do Vietn pr-histria, os acontecimentos pblicos histricos no so marcos em nossas vidas privadas, mas so aquilo que nos formou. Para Hobsbawm, o dia 30 de janeiro de 1933 no simplesmente a data, foi o dia em que Hitler se tornou chanceler da Alemanha, mas tambm uma tarde de inverno em Berlim, quando um jovem de quinze anos e sua irm mais nova voltavam para casa, em Halensee, de suas escolas vizinhas em Wilmersdorf, e algum ponto do trajeto viram a manchete. Ele ainda pode v-la como um sonho.Em uma guerra os que perdem ou a ele se associa no apenas ficaram em silencio ou foram silenciados mas foram praticamente riscados da histria e da vida intelectual, incorporando o papel de o inimigo no drama moral entre bem versus mal. O autor ainda coloca entre parnteses que talvez isso tenha acontecido com os perdedores da guerra fria, embora talvez no na mesma medida, nem por tanto tempo, provavelmente esta parte do livro foi escrita antes ou durante a guerra fria. Retomando a ideia de esquecimento por parte dos perdedores esse um dos preos que se paga por viver num sculo de guerras religiosas, que tem a intolerncia como sua principal caracterstica. Confrontos religiosos ou ideolgicos como os do sculo XX erguem barricadas no caminho do historiador relata Hobsbawm. A principal tarefa de um historiador no julgar, mas compreender, mesmo o que temos mais dificuldade para compreender. Um exemplo a era nazista na histria alem, compreender e enquadra-la em seu contexto histrico no perdoar o genocdio, provvel que quem o tenha vivido no o deixe de julgar, mas o difcil compreender. O breve sculo XX, ou seja desde a Primeira Guerra Mundial at o fim da URSS Hobsbwam presume que no saberemos o que vira a seguir, nem como ser o segundo milnio, embora ele ter sido moldado e haver caractersticas do sculo XX, a estrutura deste sculo parece uma espcie de sanduiche histrico, uma era de catstrofes que se estendeu de 1914 at depois da segunda guerra mundial, uma fase transformao tanto econmica quanto social, podemos caracterizar este perodo como Era de Ouro e assim ele foi visto quase imediatamente depois que acabou, no incio de 1970, a ltima parte do sculo foi uma era de decomposio, incerteza e crise no mundo todo. Ao passo que a dcada de 1980 dava lugar de 1990, o que se via do passado e o que se esperava do futuro provocou uma crescente melancolia, o breve sculo XX passou por uma curta Era de Ouro, entre uma crise e outra, e entrou num futuro desconhecido e problemtico mas no necessariamente apocalptico.A civilizao do sculo XIX era capitalista na economia, liberal na estrutura legal e constitucional, burguesa na imagem de sua classe hegemnica caracterstica, para esta sociedade, as dcadas que vo do comeo da Primeira Guerra Mundial aos resultados da Segunda foram uma catstrofe, pois se considera os abalos pelas guerras mundiais, seguidas por rebelies e revolues globais que levaram ao poder um sistema que se dizia a alternativa historicamente predestinada a para a sociedade capitalista e burguesa e que foi adotado, primeiro, por um sexto da populao da terra , e , aps a Segunda Guerra Mundial , por um tero da populao do globo. Uma crise econmica mundial de grande profundidade at mesmo as economias capitalistas mais fortes e pareceu reverter a criao de uma economia mundial nica, o que pode ser considerado um grande feito para o capitalismo liberal do sculo XIX. At mesmos os Estados Unidos onde no houve revolues nesse perodo e a guerra no o fez sucumbir pareceram bem prximos ao colapso. Abaladas as instituies da democracia liberal praticamente desapareceram entre 1917 e 1942.Enquanto isso o fascismo e regimes autoritrios avanavam. Hobsbawn afirma que a democracia s se salvou devido a aliana feita temporria e bizarra entre capitalismo liberal e comunismo, s foi possvel a vitria sobre a Alemanha de Hitler com o exrcito vermelho definitivamente esse perodo ode aliana capitalista-comunista contra o fascismo sobretudo as dcadas de 1930 e 1940 constituiu um momento decisivo. Contudo, mesmo tendo sobrevivido aos desafios da depresso, do fascismo e da guerra, o capitalismo parecia avanar e enfrentar o avano global da revoluo, que s podia se firmar em torno da URSS que emergiu-se da Segunda Guerra mundial. A grande depresso de 1930 criou essa impresso, pois foi o desafio do fascismo que fez da URSS o instrumento indispensvel para a derrota de Hitler e, em consequncia, uma das duas superpotncias cujos confrontos dominaram e aterrorizaram a segunda metade do breve sculo XX, estabilizando, ao mesmo tempo, em muitos aspectos sua estrutura poltica. Hosbawm avalia o sculo XX como um sculo de grandes impactos econmicos, culturais e sociais decorrentes mais fortes j registradas na histriae supe que no terceiro milnio os historiadores situem o grande impacto do sculo na histria como sendo desse espantoso perodos de resultados. Apesar do colapso do socialismo sovitico e suas enormes consequncias, por enquanto impossveis de calcular por inteiro, mas basicamente negativas, fossem o incidente mais dramtico das dcadas de Crise que se seguiram Era de Ouro, essas iriam ser dcadas de crise universal ou global. A crise influenciou as vrias partes do mundo de maneiras e em graus diferentes, mas afetou a todas elas, fossem quais fossem suas configuraes polticas, sociais e econmicas, porque pela primeira vez na histria a Era de Ouro criara uma economia mundial nica, cada vez mais integrada e universal, operando em grande medida por sobre as fronteiras de Estado e, portanto, tambm, cada vez mais, por sobre as barreiras da ideologia de Estado. .As ideias consagradas das instituies de todos os regimes e sistemas ficaram minadas. No incio havia a esperana de que os problemas da dcada de 1970 fossem uma pausa temporria no Grande Salto Avante da economia mundial, e pases de todos os tipos e modelos econmicos e polticos buscaram solues temporrias. Porm foi ficando cada vez mais claro que se tratava de uma era de problemas de longo prazo, para os quais os pases capitalistas buscaram solues radicais, muitas vezes ouvindo telogos seculares do livre mercado irrestrito, que rejeitavam as polticas que to bem haviam servido economia mundial durante a Era de Ouro e que agora pareciam estar falhando.As tenses das economias em dificuldades minaram os sistemas polticos das democracias liberais, parlamentares ou presidenciais, que desde a Segunda Guerra Mundial vinham funcionando to bem nos pases capitalistas, assim como minaram todos os sistemas polticos vigentes no Terceiro Mundo. O futuro da poltica era obscuro, mas sua crise, no final do Breve Sculo, patente.Hobsbawm compara o mundo da dcada de 1990 ao mundo de 1914,nele viviam 5 ou 6 bilhes de seres humanos, talvez trs vezes mais que na ecloso da Primeira Guerra Mundial, e isso apesar no Breve Sculo XX mais homens tivessem sido mortos ou abandonados morte por deciso humana que jamais antes na histria. Nesta parte Hobsbawm consegue identificar evolues do sculo e diz que pela primeira vez na histria a maioria dos seres humanos podia ser descrita como alfabetizada, pelo menos nas estatsticas oficiais, embora o significado dessa conquista estivesse muito menos claro no final do sculo do que teria estado em 1914, em vista do fosso enorme, talvez crescente, entre o mnimo de competncia oficialmente aceito como alfabetizao, muitas vezes descrito como "analfabetismo funcional", e o domnio da leitura e da escrita ainda esperado nas camadas de elite.O mundo estava cheio de uma tecnologia revolucionria em avano constante, baseada em triunfos da cincia natural previsveis em 1914 mas que na poca mal haviam comeado e cuja consequncia poltica mais impressionante talvez fosse a revoluo nos transportes e nas comunicaes, que praticamente anulou o tempo e a distncia. Era um mundo que podia levar a cada residncia, todos os dias, a qualquer hora, mais informao e diverso do que dispunham os imperadores em 1914.Hobsbawm questiona, Por que, ento, o sculo terminara no com uma comemorao desse progresso inigualado e maravilhoso, mas num estado de inquietao? No apenas porque sem dvida ele foi o sculo mais assassino de que temos registro, tanto na escala, frequncia e extenso da guerra que o preencheu, mal cessando por um momento na dcada de 1920, como tambm pelo volume nico das catstrofes humanas que produziu, desde as maiores fomes da histria at o genocdio sistemtico. Ao contrrio do "longo sculo XIX", que pareceu, e na verdade foi, um perodo de progresso material, intelectual e moral quase ininterrupto, quer dizer, de melhoria nas condies de vida civilizada, houve, a partir de 1914, uma acentuada regresso dos padres ento tidos como normais nos pases desenvolvidos e nos ambientes da classe mdia e que todos acreditavam piamente estivessem se espalhando para as regies mais atrasadas e para as camadas menos esclarecidas da populao.Visto que este sculo nos ensinou e continua a ensinar que os seres humanos podem aprender a viver nas condies mais brutalizadas e teoricamente intolerveis, no fcil apreender a extenso do regresso, por desgraa cada vez mais rpido, ao que nossos ancestrais do sculo XIX teriam chamado padres de barbarismo. Esquecemos que no passado uma conveno internacional estabeleceu que as hostilidades da guerra "no devem comear sem aviso prvio e explcito, sob a forma de uma arrazoada declarao de guerra ou de um ultimatum com declarao de guerra condicional" Hobsbawm protesta quando foi a ltima vez que isso aconteceu, pois na guerra h atrocidades feitas em relao ao outro, quem dir um aviso cordial ou que tenha um princpio moral ser respeitado.Hobsbawm diz que no podemos comparar o mundo do final do Breve Sculo XX ao mundo de seu incio, em termos da contabilidade histrica de "mais" e "menos". Tratava-se de um mundo qualitativamente diferente em pelo menos trs aspectos.Primeiro, ele tinha deixado de ser eurocntrico. Trouxera o declnio e queda da Europa, ainda centro inquestionado de poder, riqueza, intelecto e "civilizao ocidental" quando o sculo comeou. A segunda transformao foi mais significativa. Entre 1914 e o incio da dcada de 1990 o globo foi muito mais uma unidade operacional nica, como no era e no poderia ter sido em 1914. Na verdade, para muitos propsitos, notadamente em questes econmicas, o globo agora a unidade operacional bsica, e unidades mais velhas como as "economias nacionais", definidas pelas polticas de Estados territoriais, esto reduzidas a complicaes das atividades transnacionais. A terceira transformao, em certos aspectos a mais perturbadora, a desintegrao de velhos padres de relacionamento social humano, e com ela, alis, a quebra dos elos entre as geraes, quer dizer, entre passado e presente. Isso ficou muito evidente nos pases mais desenvolvidos da verso ocidental de capitalismo, onde predominaram os valores de um individualismo associai absoluto, tanto nas ideologias oficiais como nas no oficiais, embora muitas vezes aqueles que defendem esses valores deplorem suas consequncias sociais. Apesar disso, encontravam-se as mesmas tendncias em outras partes, reforadas pela eroso das sociedades e religies tradicionais e tambm pela destruio, ou autodestruio, das sociedades do "socialismo real".Essa sociedade, formada por um conjunto de indivduos ego centrados sem outra conexo entre si, em busca apenas da prpria satisfao (o lucro, o prazer ou seja l o que for), estava sempre implcita na teoria capitalista. Desde a Era da Revoluo, observadores de todos os matizes ideolgicos previram a consequente desintegrao dos velhos laos sociais na prtica e acompanharam seu desenvolvimento. Contudo, Marx e os outros profetas da desintegrao dos velhos valores e relaes sociais tinham razo. O capitalismo era uma fora revolucionadora permanente e contnua. Hobsbawm conclui no sabemos o que moldar o futuro, embora eu no tenha resistido tentao de refletir sobre parte desses problemas, na medida em que eles surgem dos escombros do perodo que acaba de chegar ao fim. Esperemos que seja um mundo melhor, mais justo e mais vivel. O velho sculo no acabou bem.