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1 HISTÓRIA TRISTE DE TUIM - Rubem Braga João-de-barro é um bicho bobo que ninguém pega, embora goste de ficar perto da gente, mas de dentro daquela casa de João-de-barro vinha uma espécie de choro, um chorinho fazendo tuim, tuim, tuim.... A casa estava num galho alto, mas um menino subiu até perto, depois com uma vara de bambu conseguiu tirar a casa sem quebrar e veio baixando até o outro menino apanhar. Dentro, naquele quartinho que fica bem escondido depois do corredor de entrada para o vento não incomodar, havia três filhotes, não de João- de-barro, mas de tuim. Você conhece, não? De todos esses periquitinhos que tem no Brasil, tuim é capaz de ser menor. Tem bico redondo e rabo curto e é todo verde, mas o macho tem umas penas azuis para enfeitar. Três filhotes, um mais feio que o outro, ainda sem penas, os três chorando. O menino levou-os para casa, inventou comidinhas para eles, um morreu, outro morreu, ficou um. Geralmente se cria em casa é casal de tuim, especialmente para se apreciar o namorinho deles. Mas aquele tuim macho foi criado sozinho e, como se diz na roça, criado no dedo. Passava o dia solto, esvoaçando em volta da casa da fazenda, comendo sementinhas de imbaúba. Se aperecia uma visita fazia- se aquela demonstração: era o menino chegar na varanda e gritar para o arvoredo: tuim, tuim, tuim! Às vezes demorava, então a visita achava que aquilo era brincadeira do menino, de repente surgia a ave, vinha certinho pousar no dedo do garoto. Mas o pai disse: "menino, você está criando muito amor a esse bicho, quero avisar: tuim é acostumado a viver em bando. Esse bichinho se acostuma assim, toda tarde vem procurar sua gaiola para dormir, mas no dia que passar pela fazenda um bando de tuins, adeus. Ou você prende o tuim ou ele vai embora com os outros, mesmo ele estando preso e ouvindo o bando passar, esta arriscado ele morrer de tristeza". E o menino vivia de ouvido no ar com medo de ouvir bando de tuim. Foi de manhã, ele estava cantando minhoca para pescar quando viu o bando chegar, não tinha engano: era tuim, tuim, tuim... Todos desceram ali mesmo em mangueiras, mamonas e num bambuzal, dividido em partes. E o seu? Já tinha sumido, estava no meio deles, logo depois todos sumiram para uma roça de arroz, o menino gritava com o dedinho esticado para o tuim voltar, mas nada dele vir. Só parou de chorar quando o pai chegou a cavalo, soube da coisa e disse: " venha cá". E disse: " o senhor é um homem, estava avisado do que ia acontecer, portanto, não chore mais". O menino parou de chorar, pois seu pai o havia consolado, mas como doía seu coração! De repente, olhe o tuim na varanda! Foi uma alegria na casa que foi uma beleza, até o pai confessou que ele também estivera muito infeliz com o sumiço do tuim. Houve quase um conselho de família, quando acabaram as férias: deixar o tuim, levar o tuim para São Paulo? Voltaram para a cidade com o tuim, o menino toda hora dando comidinha a ele na viagem. O pai avisou: "aqui na cidade ele não pode andar solto, é um bicho da roça e se perde, o senhor está avisado". Aquilo encheu de medo o coração do menino. Fechava as janelas para soltar o tuim dentro de casa, andava com ele no dedo, ele voava pela sala, a mãe e a irmã não aprovavam, o tuim sujava dentro de casa. Soltar um pouquinho no quintal não devia ser perigo, desde que ficasse perto, se ele quisesse voar para longe era só chamar, que voltava, mas uma vez não voltou. De casa em casa, o menino foi indagando pelo tuim: "que é tuim?" perguntavam pessoas ignorantes. "Tuim?" Que raiva! Pedia licença para olhar no quintal de cada casa, perdeu a hora de almoçar e ir para a escola, foi para outra rua, para outra. Teve uma idéia, foi ao armazém de "seu" Perrota: "tem gaiola para vender?" Disseram que tinha. " Venderam alguma gaiola hoje?" Tinham vendido uma para uma casa ali perto. Foi lá, chorando, disse ao dono da casa: "se não prenderam o meu tuim então por que o senhor comprou .. em Martin Bruno François, em 02.06.2013, (p. 1 de 8)

HISTÓRIA TRISTE DE TUIM

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HISTÓRIA TRISTE DE TUIM - Rubem BragaJoão-de-barro é um bicho bobo que ninguém pega, embora goste de ficar perto da gente, mas de dentro daquela casa de João-de-barro vinha uma espécie de choro, um chorinho fazendo tuim, tuim, tuim....A casa estava num galho alto, mas um menino subiu até perto, depois com uma vara de bambu conseguiu tirar a casa sem quebrar e veio baixando até o outro menino apanhar. Dentro, naquele quartinho que fica bem escondido depois do corredor de entrada para o vento não incomodar, havia três filhotes, não de João-de-barro, mas de tuim.Você conhece, não? De todos esses periquitinhos que tem no Brasil, tuim é capaz de ser menor. Tem bico redondo e rabo curto e é todo verde, mas o macho tem umas penas azuis para enfeitar. Três filhotes, um mais feio que o outro, ainda sem penas, os três chorando. O menino levou-os para casa, inventou comidinhas para eles, um morreu, outro morreu, ficou um. Geralmente se cria em casa é casal de tuim, especialmente para se apreciar o namorinho deles. Mas aquele tuim macho foi criado sozinho e, como se diz na roça, criado no dedo. Passava o dia solto, esvoaçando em volta da casa da fazenda, comendo sementinhas de imbaúba. Se aperecia uma visita fazia-se aquela demonstração: era o menino chegar na varanda e gritar para o arvoredo: tuim, tuim, tuim! Às vezes demorava, então a visita achava que aquilo era brincadeira do menino, de repente surgia a ave, vinha certinho pousar no dedo do garoto.Mas o pai disse: "menino, você está criando muito amor a esse bicho, quero avisar: tuim é acostumado a viver em bando. Esse bichinho se acostuma assim, toda tarde vem procurar sua gaiola para dormir, mas no dia que passar pela fazenda um bando de tuins, adeus. Ou você prende o tuim ou ele vai embora com os outros, mesmo ele estando preso e ouvindo o bando passar, esta arriscado ele morrer de tristeza".E o menino vivia de ouvido no ar com medo de ouvir bando de tuim.

Foi de manhã, ele estava cantando minhoca para pescar quando viu o bando chegar, não tinha engano: era tuim, tuim, tuim... Todos desceram ali mesmo em mangueiras, mamonas e num bambuzal, dividido em partes. E o seu? Já tinha sumido, estava no meio deles, logo depois todos sumiram para uma roça de arroz, o menino gritava com o dedinho esticado para o tuim voltar, mas nada dele vir.Só parou de chorar quando o pai chegou a cavalo, soube da coisa e disse: " venha cá". E disse: " o senhor é um homem, estava avisado do que ia acontecer, portanto, não chore mais".O menino parou de chorar, pois seu pai o havia consolado, mas como doía seu coração! De repente, olhe o tuim na varanda! Foi uma alegria na casa que foi uma beleza, até o pai confessou que ele também estivera muito infeliz com o sumiço do tuim.Houve quase um conselho de família, quando acabaram as férias: deixar o tuim, levar o tuim para São Paulo? Voltaram para a cidade com o tuim, o menino toda hora dando comidinha a ele na viagem. O pai avisou: "aqui na cidade ele não pode andar solto, é um bicho da roça e se perde, o senhor está avisado".Aquilo encheu de medo o coração do menino. Fechava as janelas para soltar o tuim dentro de casa, andava com ele no dedo, ele voava pela sala, a mãe e a irmã não aprovavam, o tuim sujava dentro de casa.

Soltar um pouquinho no quintal não devia ser perigo, desde que ficasse perto, se ele quisesse voar para longe era só chamar, que voltava, mas uma vez não voltou.De casa em casa, o menino foi indagando pelo tuim: "que é tuim?" perguntavam pessoas

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ignorantes. "Tuim?" Que raiva! Pedia licença para olhar no quintal de cada casa, perdeu a hora de almoçar e ir para a escola, foi para outra rua, para outra.Teve uma idéia, foi ao armazém de "seu" Perrota: "tem gaiola para vender?" Disseram que tinha. " Venderam alguma gaiola hoje?" Tinham vendido uma para uma casa ali perto.Foi lá, chorando, disse ao dono da casa: "se não prenderam o meu tuim então por que o senhor comprou gaiola hoje?"O homem acabou confessando que tinha aparecido um periquitinho verde sim, de rabo curto, não sabia que chamava tuim. Ofereceu comprar, o filho dele gostara tanto, ia ficar desapontado quando voltasse da escola e não achasse mais o bichinho. "Não senhor, o tuim é meu, foi criado por mim". Voltou para casa com o tuim no dedo.

Pegou uma tesoura: era triste, era uma judiação, mas era preciso, cortou as asinhas, assim o bichinho poderia andar solto no quintal, e nunca mais fugiria.Depois foi dentro de casa para fazer uma coisa que estava precisando fazer, e, quando voltou para dar comida a seu tuim, viu só algumas penas verdes e as manchas de sangue no cimento. Subiu num caixote para olhar por cima do muro, e ainda viu o vulto de um gato ruivo que sumia.

Acabou-se a triste história do tuim.

Marido e Mulher – Paulo Mendes   Campos Publicado em dezembro 21, 2010por felmariano

- Arnaldo, você é o fino: aqui em casa não tem uma gota d’água há cinco dias e

você está uma pilha. Acho perfeitamente normal, meu bem, que você esteja

nervoso… Mas você está com raiva é de mim, você está agindo como se fosse

eu a responsável pelo fato de não ter água no Rio de Janeiro.

- Teresa, vou ser franco com você: você é a responsável pelo fato de não ter

água no Rio de Janeiro. Tá bem?

- Não morei na piada.

- Não tem piada nenhuma. Estou falando português claro: você é a culpada

pela falta d’água aqui em casa.

- Essa, não!

- Mas é claro que você é a culpada: toda mulher é culpada quando falta água

em casa.

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- Essa é a maior!

- Pois fique sabendo dum princípio banal: a mulher é a responsável pelas

coisas que acontecem dentro de casa. Ela é a secretária administrativa, a

gerente do lar!

- Mas o caso é que a água não acontece dentro de casa, a água vem lá de fora

dentro dum cano. Tá?

- Teresa, quando um marido chega e as torneiras estão secas a culpa é

exclusivamente da mulher. Não tenha sobre isso a menor dúvida.

- Mas isso é uma injustiça. O que que eu posso fazer?

- Não sei: o problema é seu.

- Você hoje está muito engraçadinho.

- Escute, minha filha: a humanidade é dividida em homens e mulheres, é ou

não é? Tanto numa tribo do Araguaia como no Rio, os homens cuidam dumas

tantas coisas, as mulheres de outras. Na civilização cristã, a mulher toma

conta da casa, o homem em geral trabalha fora. Estou certo ou errado? Logo…

- Mas espera aí…

- Logo, as mulheres são as responsáveis pela falta d’água.

- Francamente, você como sociólogo não fazia nem para o café. Que culpa

tenho eu, a pobre Teresa, pelo fato de os prefeitos do Rio terem politicado o

tempo todo?

- Que culpa? Uma parte da culpa, claro.

- Que parte?

- A parte que afeta a vida de casa. Os homens têm a outra parte. Morou? Falta

d’água: culpa das mulheres; bagunça dos transportes: culpa dos homens.

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- Estou começando a entender seu ponto de vista.

- Não é ponto de vista nenhum: é um fato trivial.

- Só não admito que as mulheres sejam culpadas pela falta d’água. Eu não

entendo de água! Como é que eu, tomando conta de casa o dia inteiro, vou

saber se o Governo fez ou não fez a adutora do Sandu?

- Do Guandu… Já disse que o problema é seu. Por que você não saiu em praça

pública, não protestou, não botou fogo na Prefeitura ou no prefeito? O que

você devia ter feito eu não sei.

- Venha cá. Não seria mais lógico que os homens ficassem encarregados dessa

parte do abastecimento d’água? O que eu não me conformo é com a água…

- Seria se os homens é que ficassem em casa. Aliás, nisso você tem inteira

razão: sempre achei que os homens deviam tomar conta de casa e que as

mulheres deveriam sair para trabalhar. Perfeito.

- Eu não estou dizendo isto…

- Mas eu estou. Não estou brincando, não. A mulher tem muito mais

capacidade de trabalhar do que o homem. Sempre admirei a ordem e a

eficiência com que trabalham. Mulher exatamente só não tem vocação é para

tomar conta de casa. São umas caóticas totais. Você vê um homem no

escritório ou na repartição: trabalha chateado, reclamando, esquece as coisas,

confunde tudo. E vê a mulher: mulher trabalha de bom humor! Agora, você

quer ver um homem feliz: manda, por exemplo, ele organizar um almoço.

Como é que ele faz tudo direitinho, muito satisfeito, não se esquece de nada,

sai tudo uma beleza! Olhe aqui: um homem dentro duma cozinha é a imagem

da felicidade! Mas a mulher vai para a cozinha como se fosse para o inferno.

- Você está ficando biruta.

- Biruta é a minha querida sogra. Estou dizendo uma coisa simples, uma coisa

que a gente pode ver a toda hora. Primeiro: mulher se realiza no emprego; o

homem uiva para ganhar a vida. Segundo: o homem é um frustrado porque

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gosta e tem jeito para cuidar de casa; mulher não sabe cuidar de casa, mulher

detesta cuidar de casa! Isso ninguém me tira da cabeça.

- Pois para mim esta sua idéia é novidade.

- Novidade ou não, é a pura verdade. Você já olhou bem a cara dum homem

quando ele lá um dia resolve encerar a casa? É uma cara de absoluta

plenitude. E como os homens enceram bem! Agora, você reparou na cara

duma mulher que vai trocar uma lâmpada? É a cara da vítima! A cara do

casamento fracassado! Ela destorce a lâmpada queimada como se estivesse na

cadeira elétrica!

- Ah, não, meu filho, isso é porque mulher tem medo de choque.

- Pois é: medo de choque… Mulher tem medo de choque mesmo com a

eletricidade desligada… Não, minha filha, as coisas estão erradas, mas um

ponto é indiscutível: o homem é um animal doméstico e a mulher é um animal

social; o homem gostaria de organizar a casa e a mulher gostaria de organizar

as coisas públicas; trabalho em casa devia ser para os homens; trabalho fora,

para as mulheres. É claro.

- Queria ver você lavando as fraldas do Antônio Henrique…

- Lavaria, por que não? Lavar fralda é uma coisa chata para qualquer sexo, é

um ônus… Mas isso não tem nada a ver com a história.

- Eu ficaria convencida se você fosse lá dentro e me preparasse uma laranjada

bem geladinha, com pouco açúcar.

- Com o maior prazer!

Ao receber certa quantia num guichê do Ministério, verificou que o funcionário lhe havia dado cem cruzeiros e mais. Quis voltar para devolver, mas outras pessoas protestaram: entrasse na fila.

Esperou pacientemente a vez, para que o funcionário lhe fechasse na cara a janelinha de vidro:- Tenham paciência, mas está na hora do meu café.

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Agora era uma questão de teimosia. Voltou à tarde, para encontrar fila maior – não conseguiu sequer aproximar-se do guichê antes de encerrar-se o expediente.

No dia seguinte era o primeiro da fila: - Olha aqui: o senhor ontem me deu cem cruzeiros a mais.- Eu?

Só então reparou que o funcionário era outro. - Seu colega, então. Um de bigodinho.- O Mafra.- Se o nome dele é Mafra, não sei dizer. - Só pode ter sido o Mafra. Aqui só trabalhamos eu e o Mafra. Não fui eu. Logo...

Ele coçou a cabeça, aborrecido:- Está bem, foi o Mafra. E daí?

O funcionário lhe explicou com toda urbanidade que não podia responder pela distração do Mafra:- Isto aqui é uma pagadoria, meu chapa. Não posso receber, só posso pagar. Receber, só na recebedoria. O próximo!

O próximo da fila, já impaciente, empurrou-o com o cotovelo. Amar o próximo como a ti mesmo! Procurou conter-se e se afastou, indeciso. Num súbito impulso de indignação - agora iria até o fim - dirigiu-se à recebedoria.

- O Mafra? Não trabalha aqui, meu amigo, nem nunca trabalhou.- Eu sei. Ele é da pagadoria. Mas foi quem me deu os cem cruzeiros a mais.

Informaram-lhe que não podiam receber: tratava-se de uma devolução, não era isso mesmo? E não de pagamento. Tinha trazido a guia? Pois então? Onde já se viu pagamento sem guia? Receber mil cruzeiros a troco de quê?

- Mil não: cem. A troco de devolução. - Troco de devolução. Entenda-se. - Pois devolvo e acabou-se. - Só com o chefe. O próximo!

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O chefe da seção já tinha saído: só no dia seguinte. No dia seguinte, depois de fazê-lo esperar mais de meia hora, o chefe informou-se que deveria redigir um ofício historiando o fato e devolvendo o dinheiro.

- Já que o senhor faz tanta questão de devolver. - Questão absoluta. - Louvo o seu escrúpulo.- Mas o nosso amigo ali do guichê disse que era só entregar ao senhor – suspirou ele.- Quem disse isso?- Um homem de óculos naquela seção do lado de lá. Recebedoria, parece.- O Araújo. Ele disse isso, é? Pois olhe: volte lá e diga-lhe para deixar de ser besta. Pode dizer que fui eu que falei. O Araújo sempre se metendo a entendido!- Mas e o ofício? Não tenho nada com essa briga, vamos fazer logo o ofício.- Impossível: tem de dar entrada no protocolo.

Saindo dali, em vez de ir ao protocolo, ou ao Araújo para dizer-lhe que deixasse de ser besta, o honesto cidadão dirigiu-se ao guichê onde recebera o dinheiro, fez da nota de cem cruzeiros uma bolinha, atirou-a lá dentro por cima do vidro e foi-se embora.

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