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ALTINO DO TOJAL HIST HISTÓRIAS DE MACAU ÓRIAS DE MACAU

Histórias de Macau - incm.pt · Esteja eu onde estiver ... Agora nem sou feliz em casa nem me agrada o ... encostar-nos uma navalha ao pescoço, a horas mortas, aí num

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ALTINO DO TOJALHISTHISTÓRIAS DE MACAUÓRIAS DE MACAU

Altino do Tojal deu a Histórias de Macau uma estrutura crono-lógica: o livro começa no táxi que o leva ao aeroporto de Lisboa, para uma viagem a Macau, e acaba noutro táxi que o traz do mesmo aeroporto, no regresso a casa. Desde a partida até ao regresso são quarenta histórias. Mas, para mim, Histórias de Macau não é um livro de contos; o livro impõe-se-me muito mais como um romance em quarenta capítulos, centrado em Macau, essa Macau onde ao longo dos séculos afluíram aventureiros, busca-vidas e outras gentes levadas pela sorte incerta. São quarenta contos, quarenta capítulos, quarenta universos individuais, uma densa teia humana que nos leva a participar na aventura já nostálgica do derradeiro recanto do Império colonial português. É impossível referi-los a todos, até porque cada um deles deverá ser tomado em função do conjunto. Fazem parte de um mesmo olhar, do olhar de um finíssimo observador das pessoas, das suas aparências como das suas essências, e das relações complexas que as unem e separam. Porque esse é o cimento que agrega todos estes pequenos mundos: a perspectiva única e irrepetível do consu- mado contador de histórias que é Altino do Tojal.

J. PIMENTA DE FRANÇA, O Comércio do Porto.

9 7 8 9 7 2 2 7 1 8 2 6 4

ISBN 978-972-27-1826-4

Título:HistóriasdeMacau

Autor:AltinodoTojal

Edição:ImprensaNacional-CasadaMoeda

Concepçãográfica:UED/INCM

Revisão:UPO/PLP/MRC

Capa:EsculturadeHuaTu,famosomédico doperíodochinêsdosEstadosGuerreiros (480-222a.C.),pioneirodaacupunctura eaquemseatribuemêxitosnotáveis nodomíniodacirurgia. MuseudeArtedeMacau

Tiragem:800exemplares

Datadeimpressão:Novembrode2009

ISBN:978-972-27-1826-4

Depósitolegal:300832/09

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1.aedição: EdiçõesRolim,1987.2.aedição: Novosmeios1991.3.aedição: CampodasLetras,1998.4.aedição: aactual.

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Umaum,comodiapositivos,projectam-se,numaescritaritmada,todososrecantos,encantosedesenganosdestapequenacidade flutuante,comosseusmovimentos tectónicos,assuasrivalidades,assuasmesquinhezas,osseus fascínioseosseusvazios.NãohouvepersonagemouposturaquotidianaqueAltinodoTojalnãoadaptasse,reduzindo-asàquadraturaqueéocírculoprovinciano,commatizcolonial,tãobemsintetizadano«Fado»,onde todosseconhecemporque todasas figurassãopúblicas,omnipresentesepolivalenteseonde,ainda,apossenãoépalavraoca,masantesgritoaguerrido,geradorde intrigasedeacesosconflitos.OpadreAlecrim—oúltimoresquíciodomovimentomissionárioqueduranteséculosdesembocounoOriente—étalvezopersonagemquemelhortipificaestestatus.Aonarrarassuaslongaseintermináveishistóriasnãoseabstémdaseveraeduracrítica,enfim,da«tentaçãodamálíngua»,queopoderiamesmolevara«dizermaldemeiaMacau»,umavezqueoseulimiteestáem«meiahoradeconversavirtuosa».

Olocalquemelhororeflecte—porquepontodeencontrodacomunidadeportuguesadearribação—éoClubeMilitar.Látudosesabe,detudosefala.Personifica,naglobalidade,apersistênciadosauto-isoladosportuguesesdesteOrientedequesedistanciamquoti-dianamente.Contrapontodeumapeçamusicalquenuncachegaráasersinfónica,vemosentrelaçarem-sesituaçõesesimultaneidadesdi-vergentes-coexistentes,mascorrespondendoauniversosqueapenassecruzamtangencialmente,caracterizadosporAltinodoTojalcomadequadosritmosdeescrita.Atravésdelesreafirma-seumverdadeiromaestrodaprosa,espectacularmenteconseguidano«GrilodoPi».

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«DocumentoEncontradonoLixo»sintetizaereflecteaca-pacidadededescentraçãodoautorao redigirumtestemunho«chinês»sobreapresençaevivênciadosportuguesesemMacau.Porseuturno,ochinêsdeMacaucomoquefazpartedapaisa-gem.Seja ele opaciente«Pescador»ou«Ping-Pong»,«futuravedetadosecrãsenossoartistaexclusivo»,devoltaàsvielasemalgasdearrozapósacontracenagemcénicacomos«homensvindosdelonge».

Aestruturadestelivrodecontoséadoromance.Nasequência,nocrescendo,nosritmosenapolarizaçãoreflectidanoparalelismoentreaaberturaeofechodanarrativa—duasviagensdetáxi,apartidaeoregresso.Naprimeira,prognostica-seclassicamentequeacatarseseráconsumadapelaviagematravésdaqualseprocessaráoreencontroea identificaçãodo«herói»/protagonista/narradorconsigopróprio,umavezconfrontadocomoutrarealidade.Éaeternabuscadonovo.Nasegunda,aexpectativainicialeaatrac-çãopelodesconhecidopermanecemnoinconscientecolectivo,masapenasaonívelmítico.Nemotaxistaconhecearealidadedequefala,aocontráriodoprimeiro,nemhouvecatarsenenhuma,mas,antes,umperpetuardasprópriasdesilusões.

Apenasumanotade ternurapositiva,umaboarecordaçãopermaneceparaalémdestaleituranoencantoquesubsisteaoconto«AsMinhasAulasdeChinês».

Apesardetudooquesedisse,aprosadeAltinodoTojalnãodeixadeteramarcadoquefoiasuaprópriavivênciaemMacau.Abitolaéasua,talcomoaluneta…Interiorizou,apreendeu,filtroue,felizmente,nãoretratou.Fê-lodepassagem,talcomotodosnós,povo,deháquatrocentosanosaestaparte,apesardoconvívioedealgumainterpenetraçãoracial,cultural,social,comercial,mental,políticae…quotidiana.

Tereza SenaDiáriodeNotícias,23deAbrilde1989

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TáxI

—Conheçobemessasterras—dizotaxistaquemetrans-portaaoaeroportodaPortelapelasmovimentadasruasdeLis-boa,quando,satisfazendoasuacuriosidade,lhereveloomeudestino.—FizatropaemMacauhávinteetalanos.Aindahojepuxo as orelhas por não ter lá ficado, como fizeram o Saludes, o Alcides e outros rapazes do meu tempo. O Saludes montou umrestauranteemColoaneeparecequevivefelizcomumachinesa.Aquiloéoutromundo.

Guardaumsilêncioreminiscente.—Deaviãoaviagemfaz-seemmenosdumdia,masnós

fomosdebarco,éclaro,passámossemanasnomar—pros-segue,baixandoavozdorádioparamelhorfazerouvirasua.—Lembro-mebemdodesembarque,comenxamesdejuncosetancaresàvoltadonavio.Tancaressãounsbarquitosgeralmentetripuladosporumamulher,queosimpelecomumcompridoremo,depé,àsvezescomumfilhinhoàscostas.Aquelagentefazmuitavidanessesbarquitos,ondesevendedetudo.Haviatancareirasbonitas.Láestavamelasaveratropadesembarcar,mimosas,comosseusrisosenvergonhados…O Saludes arranjou logo uma, a tal com quem veio a juntar‑se. Eutambémacabeipormegovernar.Aminhaeramenosbonita,mastinhaumnão-sei-quêmuitoespecial.Portei-mecomoumbomsacana,fartei-medelhefazerpromessas;sim,achoquefuiumbocadoporco.RegresseiaPortugal,casei-mecomuma

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costureiradeOdivelas, játenhonetos,masaquelachinesanuncamaismesaiudaconsciência.Estejaeuondeestiver,vejosempreosseusolhosmagoadoseacusadores.

Jáseavistaoedifíciodoaeroportoàluzfortedomeio--dia.

—OsenhorvaitrabalharparaMacau?—Não.—Ah,vaipassear…—Achoquetambémnão.Otaxistaolha-mecomestranhezapeloretrovisor.Para

quêdizer-lhequenumadasúltimasnoitessonharacomMa-cau,queaoacordarverificaraterdinheirosuficienteparaláirequeentãofizerasonambulamenteamala,afimdearrastarporoutrasparagensomeugélidodesencanto,estecrescentefastiodeviver?

—Osenhor,nãosendonovo,tambémaindanãoéve-lho — torna ele. — Devemos regular pela mesma idade. Seja o queforqueolevatãolonge,garanto-lhequenoseulugareunãovoltava.Macauéoutromundo;láatéamaispobrezinhadaschinesastemdistinção,maneiras.Estragueiavidaaovir--meembora;deviaterficadolácomaminhachinesa,comofez o Saludes. Agora nem sou feliz em casa nem me agrada o trabalho.Nestaprofissãonãofaltamchatices.Nuncasesabequandotrazemosnobancodetrásummarginaldispostoaencostar-nosumanavalhaaopescoço,ahorasmortas,aínumermoqualquer.Osenhornãoleunosjornaisqueaindaaquihádiasmeteramduasbalasnacabeçadumcolegameu,láparaosladosdoMonsanto?Eparaquê?Pararoubarmeiadúziadetostões…Profissãodesgraçada,esta.Opiordetudoéqueaindamechateiamaisestaremcasacomminhamulher.Olardeviaserumdescanso,umatréguaparaenfrentarosperigosdaruacom renovado ânimo. Mas não. Só discussões, gritaria, pratos partidos.Enofimdecadacena,desanimado,comosnervosemfranja,ponho-meapensarnaquelachinesa.Fuisacana,fui

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porco, e ela, sem o saber, está a vingar‑se bem. Sim, que o inferno ládecasatemalgoavercomaminhamáconsciência…Olhe,senhor, se calhar de ir ao restaurante do Saludes, em Coloane, fale-lhedoRuivo.

Chegadosaoaeroporto,oRuivoabreoporta-bagagens,entrega-meamala.Ecomtristezanavoz:

—Desejo-lheboaviagem.Quemmederairnoseulugar…Nãovoltavamais!

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O JApOnêS

ProcedentedeRoma,oaviãofariaescalaemNovaDeli,Bangkok e Hong-Kong, antes de chegar ao seu destino:Tóquio.Euficava-meporHong-Kong,ondetomariaobarcoparaMacau.

Naclasseturísticaviajavamsonolentoshindus,comosseusturbanteseassuasbarbas;viajavaumcidadãobritânico,concentradonaleituradoGuardian;viajavamtailandeses;via-javaumafreiraidosamaisumgarotinho;viajavam,sobretudo,japoneses.Aocontráriodoshindus,osjaponeses—homensemulheres—tagarelavamcomvivacidade,algunsdelessemi-voltadosnosseusassentos.Defacesmuitobrancaselábiosmuitovermelhos,asjaponesasmaisnovaspareciambonecas.E, tagarelando, todos aqueles filhos do país do Sol nascente chupavamincessantementecaramelos.

Todos?…Não.OJaponêssentadoameuladonãotagare-lavanemchupavacaramelos.

MaloaviãocomeçaraarolarnapistadoaeroportodeRoma,ganhandoalentoparaadescolagem,essejaponêsbenzera-se.Osseusbeiçosgrossospapeavamrezaseosseusdedosrudesdesfiavamascamândulasdumformidávelrosário.Lásubiaele,comocintodesegurançabemapertadoeosolhinhosestreitosquasecerradosdeemoção;sim,lásubia,aqueleasiáticoaindanaforçaplenadaadultez,prontoaoferecertamanhomartírioaoengrandecimentodafé.

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Paraeleteráhavidomartírio;catástrofenãohouveparaninguém.Oaviãodemandavasolidamentearegiãodasnuvens,ia-asdeixandojámuitoparabaixo.Oscintosforamdesaperta-dos,acenderam-secigarros.Ameulado,respirandofundo,oJaponêsdescalçouossapatos—unsenormessapatos.Eraalto,ossudo,derostocompridoedesdenhoso;vestiafatoescuroetinhagravatatambémescuranumacamisadecolarinhorevi-rado.Pôs-sealimparaslentesdosóculos,humedecendo-ascomobafo;emseguidaexaminoudetalhadamenteasuamáquinafotográfica,comoapreçoquaseinfantilqueosorientaisma-nifestampelasmáquinasfotográficas.Comoreferi,oJaponêsdescalçaraossapatos.Numadaspeúgasescurashaviaumburacoondeassomavaodedão.Talvezeuestivessepredispostoparaantipatizarcomohomem,masaverdadeéqueocheirovindodaquelespésnãomepareciasaudável.

Passouumahospedeiracomummaçodejornais.Atraenteitaliana!

—DailyTelegraph?—propôs,comumsorrisoesplendoroso.OJaponêsdesviouorostocavalar,arepelir,numamolezadefastio,numenjoadodesdém.

—L’Osservatore Romano!—petardou, com secura. Ilu-minou-seaindamaisesplendorosamenteobelorostodahos-pedeira.

—Bravo,senhor!—aplaudiu,entregando-lheumexemplardoórgãodoVaticano.

Resmungandoqualquercoisanasualíngua,oJaponêsmeteuamáquinafotográficanoestojo,limpouumavezmaisaslentesdosóculosemergulhounaleitura.Mergulhou?…Oh,não!Deviaconsideraraquelasnotíciasindignasdasuagrã-exigenteatenção,poislia-ascomdesdenhosaindulgência.NemosecosaindafrescosdoassassinatodumpolíticoqualquerpelosextremistasdasBrigadasVermelhaspareceraminteressá--lo,tantoassimquemaldeteveosolhinhosnoretratodavítima.Devezemquandovia-olevardoisdedosàcabeça,seleccionar

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pelotactoumaporçãodecabelossebososeretesá-losatéàpontadonariz,arrumando-osdepois,muitoesticados,nafaceesquálida.Maisparaencorajardiálogodoqueporqualqueroutrarazão,perguntei-lhe,passadostrêsquartosdehora,semeemprestavaojornal.

—Não!—respondeu.Dobrou-obruscamente,guardou-onabolsadoassento

ebocejoucommagníficadesenvoltura,comoseestivessenaselva.Bocaenorme,dentespodres,mauhálito.Vi-osacudiracabeçacomoumanimalbravioepentearoscabelossebososparatrás—operaçãoexecutadadevagar,comesmero.Voltoualimparosóculos.Acertaalturadalimpeza,osseusolhinhosnuse—assimmepareceu—cruéis,examinaram-medemo-radamentedeviés,semamizadenenhuma.Aborreceu-meainsistênciadaqueleolharanavalhante.Quemallhefizeraeu?Ah,ajanela!TalvezoJaponêscobiçasseomeulugaràjanela…

—Quertrocardelugarcomigo?—propus.—Não!Veioaprimeirarefeição.OJaponêscheirouosalimentos.

Desagradavam-lhe,eraevidente.Mesmoassimcomeutudo.Mastigandocomruído,olhavaàsvezesparaomeutabuleiro,suspeitosamente,aversecontinhaprodutosquenãofiguravamnoseu.Ouvi-oralharàhospedeiradosorrisoesplendoroso,que se esquecera de lhe perguntar se queria café. Servido o café,bebeu-oempequenossorvos,resmungando.Quandooaliviaramdotabuleiro,retiroudoestojoamáquinafotográficaeinspeccionou-aoutravez,minuciosamente,acurtadistânciadosóculos.

Fizera-senoite.Oaviãoperfuravaastrevas,aosommo-nótonodojacto.CalculeiquesobrevoávamosoIraque.Nonegroabismopestanejouumaluzisolada.Foramsurgindodezluzes,cemluzes,milluzes.Jámilhõesdeluzestremelu-ziam,deslumbrantemente,unsquilómetrosaofundo.Masasluzesvoltaramasermilhares,asercentenas,aserdezenas.

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Pestanejouumaluzitaisoladaedepoisprevaleceuaescuridãounânime.Deixávamosparatrásumagrandecidade.EnãoestaríamosporventurasobrevoandoagoraospobresrestosdeBabilónia—ostijolosesboroadosdasambiciosastorresdeescadariasajardinadasporondenoutraerasubiamemprocissãoosdeusesdequefalaaBíblia?TalvezoJaponêspensassenomesmo.Esguelheiumaolhadelaparaele.FaziaumchapéucomoL’OsservatoreRomano.Pô-lonacabeçaeassimficou,comexpressãocarrancuda.

Iaserprojectadoumfilme.OJaponêsrepeliucombrusqui-dãoosauscultadoresqueahospedeiradosorrisoesplendorosolheoferecia.Àsprimeirasimagens,enfiouospésnaspantufasdebordo,embrulhou-senumamanta,baixouorecostodoassento,oroupeloseuformidávelrosário,pôsnosolhosumavendapreta,ajeitounacabeçaochapéudepapel,virou-meascostaseadormeceucomroncospoderosos.

Também eu adormeci. Sonhei que subia os gastos e in-termináveisdegrausdaaltíssimaTorredeBabel—tãoaltaque deixava para baixo as mais leves nuvens. Subia a custo, arquejando, com um molho de lenha às costas. Seguia‑me umaprocissãodeseresinquietantes,quemiavamorações.ÀfrentedessaprocissãovinhaNimrod,ogranderei-sacerdote.Nimrodtinhabarbaanelada,umapreciosacoroanatestae,aoombro,osólidoarcodematarleões.Nocimodatorrefezumsinal.Doisservosataram-meaumposteechegaram-mealenhaaospés.Aproximou-seNimrod,ainspeccionarseeuestavabematadoesealenhaestavabemseca.Desaparecera--lhedorostoabarbaanelada;tinhaumamitradepapelnacabeça,emvezdapreciosacoroa;noombro,umamáquinafotográficaocuparaolugardosólidoarcodematarleões.Outranovidade:jáusavaóculos.Atadoaoposte,vi-oajeitaressesóculosnonarizedepoisacenderumfósforo.Olumecrepitounalenhaseca.Então,densafumaradaocultouosseresinquietantes;masnãoocultouNimrod,quedesataraa

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ÍnDiCE

Táxi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9O Japonês............................................. 13um primeiro Olhar.................................... 25Com a Morte na Alma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27Aventuras é com Ele . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35Os do Fogo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41Turistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45Derradeiro Refúgio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77Chaminé.............................................. 83De viola às Costas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91palácios e Castelos.................................... 95O prato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115leonel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119Documento Encontrado no lixo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123Do Remorso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129A Mulher que gostava de pagodes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131Hong‑Kong . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141As Cores da América . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145nosso Artista Exclusivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149Semente de Camões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153O Missionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157Tufão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165O pescador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167um Cálice de Sol. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169O grilo do pi ......................................... 173Fado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201

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vai pura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205O Rei das Calças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207Orvalhinho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211A Melancia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273Do Fundo do Tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 275Esperando um improvável Socorro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293A porta do Cerco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 297perto da leprosaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 311Esta é do Bocage . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 317As Minhas Aulas de Chinês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 321Tarde Demais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 325um Último Olhar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 329Acima das nuvens. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 331Táxi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 339

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OBRAS DE AlTinO DO TOJAl

OS PUTOSCONTOS DA LUZ E DAS SOMBRAS2001

VIAGEM A VER O QUE DÁ2005

ORÁCULO DO JAMAIS2005

RUÍNAS E GENTE2007

JOGOS DE LUZ E OUTROS NATAIS2008

HISTÓRIAS DE MACAUPrefáciodeTeresaSena2009

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