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  • PROCURADORIA-GERAL FEDERAL HISTRICO E EVOLUO

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    PROCURADORIA-GERAL FEDERAL

    HISTRICO E EVOLUO

    PROCURADORIA-GERAL FEDERAL COM-PETE A REPRESENTAO JUDICIAL E EX-

    TRAJUDICIAL DAS AUTARQUIAS E FUNDA-

    ES PBLICAS FEDERAIS, AS RESPECTI-VAS ATIVIDADES DE CONSULTORIA E ASSESSORA-

    MENTO JURDICOS, A APURAO DA LIQUIDEZ E CER-TEZA DOS CRDITOS, DE QUALQUER NATUREZA, INE-RENTES S SUAS ATIVIDADES, INSCREVENDO-OS EM DVIDA ATIVA, PARA FINS DE COBRANA AMIGVEL OU JUDICIAL. [LEI N 10.480, DE 2002, ART. 10]

    ANTECEDENTES HISTRICOS

    Parece bvio deduzir que a representao judicial e extrajudicial e a consultoria

    e o assessoramento jurdico das autarquias e fundaes da Unio nascem com o surgi-

    mento dessas entidades dotadas de autonomia, personalidade jurdica e patrimnio

    prprios na organizao institucional do Pas, para executar os servios pblicos inici-

    almente a cargo da Administrao direta.

    2. Ainda no foi possvel desenvolver pesquisa mais aprofundada sobre o mo-

    mento em que foi criada a primeira autarquia ou a primeira fundao federal e sobre os

    primeiros Procuradores ou Advogados que prestaram assessoramento jurdico e consulto-

    ria a essas entidades e exerceram a sua representao judicial.

    3. As fundaes, inicialmente ditas de direito privado1, suscitaram, durante muito

    tempo, alentadas discusses, estudos e demandas judiciais em torno de sua natureza

    jurdica, que veio a ser pacificada com a promulgao da vigente Constituio da Repbli-

    ca que lhes reconheceu (ou atribuiu) natureza jurdica de direito pblico, ficando isso evi-

    denciado na redao original do art. 39 da Constituio,2 recentemente restabelecida pelo

    Supremo Tribunal Federal,3 e na Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990.4

    1 Ver o Decreto-lei n 200, de 25 de fevereiro de 1967, art. 5, IV, includo pela Lei n 7.596, de 1987:

    Fundao Pblica - a entidade dotada de personalidade jurdica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de au-torizao legislativa, para o desenvolvimento de atividades que no exijam execuo por rgos ou entidades de direito pblico, com autonomia administrativa, patrimnio prprio gerido pelos respectivos rgos de direo, e funcionamento custeado por recur-sos da Unio e de outras fontes. 2 Ver a redao original do art. 39 da CF:

    Art. 39. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro, no mbito de sua competncia, regime jurdico nico e planos de carreira para os servidores da administrao pblica direta, das autarquias e das fundaes pblicas. (Redao anterior Emenda Constitucional n 19, de 4.6. 1998, restabelecida pelo STF no julgamento da Medida Cautelar na ADIN n 2.135-4 (D. O. de 14.8.2007). 3 Em Seo Plenria de 2.8.2007, o Supremo Tribunal Federal decidiu suspender a eficcia do artigo 39, caput, da Constituio Federal, com a redao da Emenda Constitucional n 19, de 04 de junho de 1998 4 Ver a respeito disposies da Lei n 8.112, de 1990:

    Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis da Unio, das autarquias, inclusive as em regime espe-cial, e das fundaes pblicas federais.

    ...........................................................................................................................................

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    4. REPRESENTAO JUDICIAL DAS AUTARQUIAS FEDERAIS PELO MINISTRIO PBLICO.

    As autarquias federais sempre foram entidades de direito pblico e, no tocante repre-

    sentao judicial, o Decreto-lei n 986, de 27 de dezembro de 1938 Dispe sobre a or-

    ganizao do Ministrio Pblico Federal , inicialmente atribuiu aos Procuradores Regio-

    nais da Republica oficiar mediante vista dos autos em mandados de segurana requeri-

    dos contra autoridade federal ou autarquias criadas pela Unio (art. 9, V) 5 e, no ano

    seguinte, o Decreto-lei n 1.215, de 24 de abril de 1939 confiou aos Procuradores Regio-

    nais da Repblica a representao judicial total das mencionadas entidades.6

    5. Alguns anos depois, o Decreto-lei n 6.016, de 22 de novembro de 1943, dis-

    ps sobre a imunidade dos bens, rendas e servios das autarquias, trazendo no seu art.

    2 a conceituao daquelas entidades: Considera-se autarquia, para efeito deste decreto-

    lei, o servio estatal descentralizado, com personalidade de direito pblico, explcita ou

    implicitamente reconhecida por lei.7

    Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurdico institudo por esta Lei, na qualidade de servidores pblicos, os servidores dos

    Poderes da Unio, dos ex-Territrios, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundaes pblicas, regidos pela Lei n 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionrios Pblicos Civis da Unio, ou pela Consolidao das Leis do Traba-lho, aprovada pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os contratados por prazo determinado, cujos contratos no podero ser prorrogados aps o vencimento do prazo de prorrogao. 5 Ver o Decreto-lei n 986, de 27.12.1938, que dispe sobre a organizao do Ministrio Pblico Federal. 6 Inteiro teor do Decreto-lei n 1.215, de 24 de abril de 1939:

    DECRETO-LEI N. 1.215 - DE 24 de ABRIL DE 1939. Estende aos demais casos em que forem interessadas as autar-quias criadas pela Unio a competncia atribuda pelo art. 9, in-ciso V, do Decreto-Lei n. 986, de 27 da dezembro de 1938, aos Procuradores Regionais, e d outra providncia.

    O Presidente da Repblica, usando da faculdade que lhe confere o art. 180 da Constituio, decreta: Art. 1 A competncia atribuda aos Procuradores Regionais da Repblica pelo art. 9, inciso V, do Decreto-Lei n. 986, do 27 de

    dezembro de 1938, para oficiarem, mediante vista dos autos, nos mandados de segurana requeridos contra autoridade federal ou autarquias criadas pela Unio, extensiva a todos os demais casos em que forem interessadas as referidas autarquias.

    Pargrafo nico. Nas respectivas comarcas, oficiaro os Promotores de Justia dos Estados e do Territrio do Acre nos casos em que forem aquelas autarquias interessadas.

    Art. 2 O presente decreto-lei entrar em vigor na data de sua publicao. Art. 3 Ficam revogadas as disposies em contrrio. Rio de Janeiro, 24 de abril de 1939, 118 da independncia e 51 da Repblica.

    Getulio Vargas Waldemar Falco

    7 Algumas disposies do Decreto-lei n 6.016, de 22.11.1943:

    DECRETO-LEI N. 6.016 - DE 22 DE NOVEMBRO DE 1943. Dispe sobre a imunidade dos bens, rendas e servios das autar-quias e d outras providncias.

    O Presidente da Repblica, usando da atribuio que lhe confere o artigo 180 da Constituio, decreta: Art. 1 A imunidade tributria, a que se refere o artigo 32 letra c da Constituio, compreende no s os rgos centralizados da

    Unio, Estados e Municpios, como as suas autarquias, e alcana os bens, rendas e servios de uns e outros. 1 Para os efeitos deste artigo, consideram-se servios das autarquias os que a Constituio, explcita ou implicitamente, atri-

    bui Unio, Estados ou Municpios. 2 No se incluem na imunidade assegurada s autarquias as taxas remuneratrias de servios. 3 A imunidade no atinge as sociedades de economia mista, em cujo capital e direo o Governo participe, e as empresas

    sob administrao provisria da Unio. Art. 2 Considera-se autarquia, para efeito deste decreto-lei, o servio estatal descentralizado, com personalidade de direito p-

    blico, explcita ou implicitamente reconhecida por lei.

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    6. PROCURADORES DAS AUTARQUIAS: ATRIBUIES E IMPEDIMENTOS E PRERROGATI-

    VAS DOS MEMBROS DO MINISTRIO PBLICO DA UNIO. Em 1953, com fundamento no art. 70,

    4, da Constituio Federal,8 foi promulgada, pelo Presidente do Senado Federal, a Lei

    n 2.123, de 1 de dezembro de 1953, dispondo sobre a situao jurdica dos procurado-

    res das autarquias federais. Essa lei conferiu aos Procuradores das autarquias federais,

    no que couber, as mesmas atribuies e impedimentos e prerrogativas dos mem-

    bros do Ministrio Pblico da Unio.9

    7. Mais tarde, o Decreto-lei n 200, de 25 de fevereiro de 1967,que Dispe sobre

    a organizao da Administrao Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Adminis-

    trativa e d outras providncias, trouxe a conceituao de autarquia at hoje vigente:

    Autarquia - o servio autnomo, criado por lei, com personalidade jurdica, patri-

    mnio e receita prprios, para executar atividades tpicas da Administrao Pblica,

    que requeiram, para seu melhor funcionamento, gesto administrativa e financeira

    descentralizada (art. 5, I).10

    8 Eis o inteiro teor do art. 70 da Constituio de 1946:

    Art. 70 - Nos casos do art. 65, a Cmara onde se concluir a votao de um projeto envi-lo- ao Presidente da Repblica, que, aquiescendo, a sancionar.

    1 - Se o Presidente da Repblica julgar o projeto, no todo ou, em parte, inconstitucional ou contrrio aos interesses nacionais, vet-lo-, total ou parcialmente, dentro de dez dias teis, contados daquele em que o receber, e comunicar no mesmo prazo, ao Presidente do Senado Federal, os motivos do veto. Se a sano for negada quando estiver finda a sesso legislativa, o Presidente da Repblica publicar o veto.

    2 - Decorrido o decndio, o silncio, do Presidente da Repblica importar sano. 3 - Comunicado o veto ao Presidente do Senado Federal, este convocar as duas Cmaras para, em sesso conjunta, dele

    conhecerem, considerando-se aprovado o projeto que obtiver o voto de dois teros dos Deputados e Senadores presentes. Nesse caso, ser o projeto enviado para promulgao ao Presidente da Repblica.

    4 - Se a lei no for promulgada dentro de 48 horas pelo Presidente da Repblica, nos casos dos 2 e 3, o Presidente do Senado a promulgar; e, se este o no fizer em igual prazo, f-lo- o Vice-Presidente do Senado. 9 ntegra da Lei n 2.123, de 1. 12.1953:

    LEI N 2.123, DE 1 DE DEZEMBRO DE 1953 Dispe sobre a situao jurdica dos procuradores das autarquias fe-derais.

    O CONGRESSO NACIONAL decreta e eu promulgo, nos termos do art. 70, 4, da Constituio Federal, a seguinte Lei: Art. 1 - Os procuradores das autarquias federais tero, no que couber, as mesmas atribuies e impedimentos e prerrogativas

    dos membros do Ministrio Pblico da Unio, reajustados os respectivos vencimentos na forma do art. 16 da Lei n 499, de 28 de novembro de 1948, de acordo com as possibilidades econmicas de cada entidade autrquica. (Revogado pela Lei n 9.527, de 1997)

    1 - O disposto nesta lei no se aplica s entidades autrquicas que tenham sido deficitrias nos trs ltimos exerccios e en-quanto assim permanecerem.

    2 - A equiparao a que se refere este artigo tem em vista apenas os vencimentos fixos, excluda a possibilidade de percep-o de percentagens a qualquer ttulo.

    Art. 2 - Os atuais cargos ou funes de procurador, consultor jurdico, advogado, assistente jurdico, adjunto de consultor jurdi-co e assistente de procurador, existentes nas autarquias referidas no artigo anterior, sero transformados em cargos de procurador e absorvidos na respectiva carreira, feito o enquadramento de seus ocupantes nas categorias correspondentes aos padres em que se encontram.

    Art. 3 - Os cargos iniciais da carreira de procurador das autarquias federais sero sempre providos mediante concurso. Pargrafo nico - Os atuais procuradores interinos sero efetivados mediante a prestao de concurso de ttulos. Art. 4 - Os atuais procuradores das classes ou padres iguais ou superiores a "N" sero classificados na 1 categoria; os das

    classes ou padres "L" e "M", na 2 categoria, e os das classes ou padres, inferiores aos citados, ficaro na 3 categoria. Art. 5 - Esta lei entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio. Senado Federal, em 1 de Dezembro de 1953.

    JOO CAF FILHO PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL

    10 Ver a respeito disposies do Decreto-lei n 200, de 25 de fevereiro de 1967: Art. 1 O Poder Executivo exercido pelo Presidente da Repblica auxiliado pelos Ministros de Estado.

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    8. SERVIO JURDICO DA UNIO. Em seguida foi editada a Lei n 5.645, de 10 de de-

    zembro de 1970, que estabeleceu diretrizes para a classificao de cargos do Servio Civil

    da Unio e das autarquias federais, que possibilitou a expedio do Decreto n 72.823, de

    21 de setembro de 1973, que criou o Grupo-Servios Jurdicos, designado pelo cdigo SJ

    - 1100, constitudo pelas Categorias Funcionais de Procurador da Fazenda Nacional, Assis-

    tente Jurdico, Procurador Autrquico, Procurador (Tribunal Martimo) e Advogado de Ofcio

    (Tribunal Martimo), no qual fixadas as atribuies dos cargos por categoria.11

    Art. 2 O Presidente da Repblica e os Ministros de Estado exercem as atribuies de sua competncia constitucional, legal e

    regulamentar com o auxlio dos rgos que compem a Administrao Federal. Art. 3 Respeitada a competncia constitucional do Poder Legislativo estabelecida no artigo 46, inciso II e IV, da Constituio, o

    Poder Executivo regular a estruturao, as atribuies e funcionamento dos rgos da Administrao Federal. (Redao dada pelo Decreto-Lei n 900, de 1969)

    Art. 4 A Administrao Federal compreende: I - A Administrao Direta, que se constitui dos servios integrados na estrutura administrativa da Presidncia da Repblica e

    dos Ministrios. II - A Administrao Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurdica prpria: a) Autarquias; b) Empresas Pblicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) Fundaes Pblicas. (Includo pela Lei n 7.596, de 1987) Pargrafo nico. As entidades compreendidas na Administrao Indireta vinculam-se ao Ministrio em cuja rea de competn-

    cia estiver enquadrada sua principal atividade. (Renumerado pela Lei n 7.596, de 1987) Art. 5 Para os fins desta lei, considera-se: I - Autarquia - o servio autnomo, criado por lei, com personalidade jurdica, patrimnio e receita prprios, para executar atividades

    tpicas da Administrao Pblica, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gesto administrativa e financeira descentralizada. II - Empresa Pblica - a entidade dotada de personalidade jurdica de direito privado, com patrimnio prprio e capital exclusivo da

    Unio, criado por lei para a explorao de atividade econmica que o Governo seja levado a exercer por fora de contingncia ou de convenincia administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redao dada pelo Decreto-Lei n 900, de 1969)

    III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurdica de direito privado, criada por lei para a explora-o de atividade econmica, sob a forma de sociedade annima, cujas aes com direito a voto pertenam em sua maioria Unio ou a entidade da Administrao Indireta. (Redao dada pelo Decreto-Lei n 900, de 1969)

    IV - Fundao Pblica - a entidade dotada de personalidade jurdica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorizao legislativa, para o desenvolvimento de atividades que no exijam execuo por rgos ou entidades de direito pblico, com autonomia administrativa, patrimnio prprio gerido pelos respectivos rgos de direo, e funcionamento custeado por recur-sos da Unio e de outras fontes. (Includo pela Lei n 7.596, de 1987)

    1 No caso do inciso III, quando a atividade fr submetida a regime de monoplio estatal, a maioria acionria caber apenas Unio, em carter permanente.

    2 O Poder Executivo enquadrar as entidades da Administrao Indireta existentes nas categorias constantes deste artigo. 3 As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurdica com a inscrio da escritura pblica de

    sua constituio no Registro Civil de Pessoas Jurdicas, no se lhes aplicando as demais disposies do Cdigo Civil concernentes s fundaes. (Includo pela Lei n 7.596, de 1987) 11 Ver o art. 2 do Decreto n 72.823, de 21.9.1973:

    Art. 2 As classes integradas das Categorias Funcionais do Grupo a que se refere este decreto distribuir-se-o, na forma do disposto no artigo 5, da Lei n 5.645, de 10 de dezembro de 1970, em 4 (quatro) nveis hierrquicos, com as seguintes caractersticas:

    Nvel 4 - I) Atividades de direo, superviso e coordenao dos trabalhos de apurao, inscrio e cobrana da dvida ativa da Unio; defesa dos interesses da Fazenda Nacional; representao da Fazenda Nacional; consultoria jurdica dos rgos fazend-rios e assessoramento jurdico a autoridades fazendrias em assuntos de grande complexidade; II) - atividades de assistncia jurdica, em nvel de superviso e coordenao, aos demais rgos da Administrao Pblica Federal direta, envolvendo, tambm, a emisso de pareceres sobre assuntos relacionados com a aplicao de leis e regulamentos a situaes incomuns, para a fixao de orientao normativa; III) - atividades de defesa dos interesses das Autarquias federais perante quaisquer Juzes ou Tribunais, inclusive o Supremo Tribunal Federal, e de assistncia jurdica aos rgos de Autarquia, em processos administrativos de maior complexidade; IV) - atividades, no Tribunal Martimo, de promoo e acompanhamento dos processos relativos a acidentes e fatos da navegao sobre gua, inclusive nos de registro da propriedade martima e de armador, nos casos de maior complexidade, e de superviso das atividades de assistncia judiciria a acusados sem defensor constitudo.

    Nvel 3 - I) Atividades, de complexidade mdia, em nvel de orientao e execuo, relativas apurao, inscrio e cobrana da dvida ativa da Unio; defesa dos interesses da Fazenda Nacional; representao da Fazenda Nacional; consultoria jurdica dos rgos fazendrios e assessoramento jurdico a autoridades fazendrias, em assuntos de mediana complexidade; II) - atividades de assistncia jurdica, sujeitas a superviso de funcionrio de classe superior, aos demais rgos da Administrao Pblica Federal direta, envolvendo a emisso de pareceres dirimindo dvidas de interpretao em assuntos que envolvam a aplicao de leis e

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    9. Em 28 de setembro do mesmo ano o Diretor-Geral do DASP baixou a Portaria

    n 158 aprovando as especificaes de classes do Grupo de Categorias Funcionais

    Servios Jurdicos, publicada no Dirio Oficial de 31 do ms seguinte.

    10. ADVOCACIA CONSULTIVA DA UNIO NO PODER EXECUTIVO. Do Servio Jurdico da

    Unio, evoluiu-se para a Advocacia Consultiva da Unio, conforme se v no Decreto n

    93.237, de 8 de setembro de 1986, integrada pelos seguintes rgos jurdicos: Consultoria

    Geral da Repblica; Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, no Ministrio da Fazenda;

    Consultorias Jurdicas dos demais Ministrios, do Estado Maior das Foras Armadas, da

    Secretaria de Planejamento da Presidncia da Repblica e da Secretaria de Administrao

    Pblica da Presidncia da Repblica; rgos jurdicos dos Gabinetes Militar e Civil da Pre-

    sidncia da Repblica, da Secretaria Geral do Conselho de Segurana Nacional e do Servi-

    o Nacional de Informaes; Procuradorias-Gerais ou departamentos jurdicos das au-

    tarquias; rgos jurdicos das empresas pblicas, sociedades de economia mista, funda-

    es sob superviso ministerial e demais entidades controladas, direta ou indiretamente,

    pela Unio.12 Os rgos jurdicos das fundaes j passam a ser mencionados.

    11. No ano seguinte, as fundaes, ainda com natureza jurdica de direito privado,

    so includas no Decreto-lei n 200, de 1967, entre as entidades integrantes da Administra-

    o indireta da Unio, assim conceituadas: Fundao Pblica - a entidade dotada de

    regulamentos a situaes muitos diversificadas, que apresentem aspectos conflitantes em face da orientao normativa vigente; III) - atividades de defesa dos interesses das Autarquias federais perante quaisquer Juzos ou Tribunais at a segundo instncia e de assistncia jurdica aos rgos de Autarquia em processos de mediana complexidade; IV) - atividades, no Tribunal Martimo, de promoo e acompanhamento dos processos relativos a acidentes e fatos da navegao sobre gua, inclusive nos de registro da propriedade martima e de armador, e de orientao das atividades de assistncia judiciria a acusados sem defensor constitudo.

    Nvel 2 - I) - Atividades, em nvel de execuo, de apurao, inscrio e cobrana da dvida ativa da Unio; defesa dos interes-ses da Fazenda Nacional; representao da Fazenda Nacional e consultoria jurdica dos rgos fazendrios, em assuntos de me-nor complexidade; II) - atividades de assistncia jurdica, sujeitas a orientao e superviso de funcionrio da classe superior, aos demais rgos da Administrao Pblica Federal direta, envolvendo a emisso de pareceres sobre assuntos relacionados com a aplicao das leis e regulamentos a situaes pouco diversificadas, no passveis de controvrsia em face da orientao normativa vigente; III) - atividades de defesa dos interesses das Autarquias federais perante a Justia de primeira instncia e de assistncia jurdica aos rgos da Autarquia em processos de menor complexidade; IV) - atividades, no Tribunal Martimo, de promoo e acompanhamento dos processos relativos a acidentes e fatos da navegao sobre gua, inclusive nos de registro da propriedade martima e de armador, de menor complexidade.

    Nvel 1) - I) Atividades, junto ao Tribunal Martimo, de defesa gratuita de partes acusadas em processos. 12 Ver disposies do Decreto n 93.237, de 8 de setembro de 1986:

    Art. 3 A Advocacia Consultiva da Unio compreende: I - a Consultoria Geral da Repblica; II - a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, no Ministrio da Fazenda; III - as Consultorias Jurdicas dos demais Ministrios, do Estado Maior das Foras Armadas, da Secretaria de Planejamento da

    Presidncia da Repblica e da Secretaria de Administrao Pblica da Presidncia da Repblica; IV - as Procuradorias-Gerais ou os departamentos jurdicos das autarquias; V - os rgos jurdicos das empresas pblicas, sociedades de economia mista, fundaes sob superviso ministerial e demais

    entidades controladas, direta ou indiretamente, pela Unio. 1 Integram, ainda, a Advocacia Consultiva da Unio, no Poder Executivo, os rgos jurdicos dos Gabinetes Militar e Civil da

    Presidncia da Repblica, da Secretaria Geral do Conselho de Segurana Nacional e do Servio Nacional de Informaes, que continuam sujeitos disciplina normativa prpria.

    2 A Consultoria Geral da Repblica a instncia mxima das atividades de consultaria e assessoramento jurdicos da Admi-nistrao Federal.

    3 A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e as Consultorias Jurdicas so as instncias superiores das atividades de con-sultoria e assessoramento jurdicos, no contexto dos respectivos Ministrios, ou rgos integrantes da Presidncia da Repblica, e das entidades vinculadas a uns e outros.

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    personalidade jurdica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de

    autorizao legislativa, para o desenvolvimento de atividades que no exijam execu-

    o por rgos ou entidades de direito pblico, com autonomia administrativa, pa-

    trimnio prprio gerido pelos respectivos rgos de direo, e funcionamento custe-

    ado por recursos da Unio e de outras fontes (art. 5, IV - includo pela Lei n 7.596, de 1987).

    12. RGOS VINCULADOS AGU PROCURADORIAS E DEPARTAMENTOS JURDICOS

    DAS AUTARQUIAS E FUNDAES PBLICAS. Com a promulgao da Constituio da Repbli-

    ca em 5 de outubro de 1988, o conglomerado das carreiras jurdicas do Servio Jurdi-

    co da Unio e de rgos da Advocacia Consultiva da Unio (exceto os rgos jurdi-

    cos das empresas pblicas, sociedades de economia mista, e demais entidades controla-

    das, direta ou indiretamente, pela Unio), foi abrigado pela Advocacia-Geral da Unio,

    qual foi confiada a representao, judicial e extrajudicial, da Unio podendo exerc-las

    diretamente ou atravs de rgo vinculado, e as atividades de consultoria e assessora-

    mento jurdico do Poder Executivo, conforme se v no Ttulo IV (Organizao dos Pode-

    res), Captulo IV (Funes Essenciais Justia), Seo II (Advocacia Pblica13), na qual

    se inclui a ADVOCACIA-GERAL DA UNIO (art. 131) e os rgos que lhe sejam vinculados.

    13. No tocante Advocacia pblica, o art. 29 do Ato das Disposies Constitucio-

    nais Transitrias da Constituio de 1988 no deixou dvidas sobre os rgos que deve-

    riam integr-la, quais sejam: a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, as Consultorias

    Jurdicas dos Ministrios, as Procuradorias e Departamentos Jurdicos de autarquias fe-

    derais com representao prpria e os membros das Procuradorias das Universidades

    fundacionais pblicas.14

    14. E, se dvida ainda houvesse de que a representao judicial e extrajudicial,

    assim como a consultoria e o assessoramento jurdico das autarquias e fundaes da

    Unio entidades dotadas de personalidade jurdica de direito pblico estavam ao abri-

    go da Seo II, Captulo IV, Ttulo IV da Constituio desde o incio de sua vigncia, esta

    13 O ttulo da Seo II era Advocacia-Geral da Unio, apesar de tambm abranger as Procuradorias dos Estados, falha do consti-tuinte que foi corrigida com a Emenda Constitucional n 19, de 1998. 14 Inteiro teor do art. 29 do ADCT-CF/88:

    Art. 29. Enquanto no aprovadas as leis complementares relativas ao Ministrio Pblico e Advocacia-Geral da Unio, o Minis-trio Pblico Federal, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, as Consultorias Jurdicas dos Ministrios, as Procuradorias e Departamentos Jurdicos de autarquias federais com representao prpria e os membros das Procuradorias das Universidades fundacionais pblicas continuaro a exercer suas atividades na rea das respectivas atribuies.

    1 O Presidente da Repblica, no prazo de cento e vinte dias, encaminhar ao Congresso Nacional projeto de lei complemen-tar dispondo sobre a organizao e o funcionamento da Advocacia-Geral da Unio.

    2 Aos atuais Procuradores da Repblica, nos termos da lei complementar, ser facultada a opo, de forma irretratvel, entre as carreiras do Ministrio Pblico Federal e da Advocacia-Geral da Unio.

    3 Poder optar pelo regime anterior, no que respeita s garantias e vantagens, o membro do Ministrio Pblico admitido an-tes da promulgao da Constituio, observando-se, quanto s vedaes, a situao jurdica na data desta.

    4 Os atuais integrantes do quadro suplementar dos Ministrios Pblicos do Trabalho e Militar que tenham adquirido estabili-dade nessas funes passam a integrar o quadro da respectiva carreira.

    5 Cabe atual Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, diretamente ou por delegao, que pode ser ao Ministrio Pblico Estadual, representar judicialmente a Unio nas causas de natureza fiscal, na rea da respectiva competncia, at a promulgao das leis complementares previstas neste artigo.

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    (a dvida) ficou definitivamente sepultada com a alterao do ttulo da referida Seo II,

    quando a Emenda Constitucional n 19, de 4 de junho de 1998, alterou a denominao

    daquela Seo de Da Advocacia-Geral da Unio para Da Advocacia Pblica, pois d-

    vida no h de que essas atividades (representao judicial e extrajudicial, assim como a

    consultoria e o assessoramento jurdico), no mbito daqueles entes estatais so Advoca-

    cia Pblica e que o nico a tratar da Advocacia pblica federal foi o art. 131, quando criou

    a instituio Advocacia-Geral da Unio para dela se encarregar.

    15. Tanto no havia dvida de que as Procuradorias e os Departamentos Jurdicos

    das autarquias e fundaes da Unio compem AGU, que o legislador complementar, na

    Lei Orgnica da novel Instituio (Lei Complementar n 73, de 1993), disse que as Procura-

    dorias e Departamentos Jurdicos das autarquias e fundaes pblicas [federais] so r-

    gos vinculados Advocacia-Geral da Unio (art. 2, 3); que ao Advogado-Geral da

    Unio caberia exercer orientao normativa e superviso tcnica quanto aos rgos jur-

    dicos das entidades a que alude o Captulo IX do Ttulo II desta Lei Complementar [autar-

    quias e fundaes da Unio] (art. 4,XIII); alm de dedicar a esses rgos Vinculados o

    Captulo IX do Ttulo II (arts. 17 e 18).

    16. ALTERAO FUNDAMENTAL NA REPRESENTAO DAS AUTARQUIAS E FUNDAES.

    Antes da Lei Complementar n 73, de 1993, aos dirigentes das autarquias e fundaes

    da Unio cabia represent-las, judicial e extrajudicialmente, tanto que os Procuradores

    dessas entidades as representavam em juzo mediante mandato outorgado pelos respec-

    tivos dirigentes, que poderiam at limitar os poderes outorgados. A partir da vigncia da

    Lei Orgnica da AGU essa competncia passou para os rgos jurdicos daquelas enti-

    dades, mas quase ningum se deu conta da radical mudana ocorrida e os dirigentes

    continuaram a outorgar poderes via procuraes para o exerccio de competncia que

    no mais lhes pertencia. Nem o Judicirio percebeu a mudana e continuou a exigir a exi-

    bio de mandato para que os Procuradores das autarquias e fundaes as representas-

    sem em juzo. O legislador ordinrio, em 1997, chegou ao ponto de inserir na Lei n 9.469

    disposio dispensando a apresentao de mandato por parte dos Procuradores e Advo-

    gados de autarquias e fundaes titulares de cargos efetivos.15 Ningum se deu conta

    que os dirigentes das autarquias e fundaes no tinham mais poderes para outorgar aos

    Procuradores. Em meio a esses desencontros, surge o cuidadoso estudo da competente

    Mirt Fraga, ento Consultora da Unio, lanando luz sobre a mudana da representao

    judicial das autarquias e fundaes trazida pela Lei Complementar n 73, de 1993, e

    apontando a distino entre o mandato institucional e o convencional.16

    15 Inteiro teor do art. 9 da Lei n 9.469, de 10 de julho de 1997 (essa Lei foi precedida da Medida Provisria n 1.561-6, de 1997):

    Art.9 A representao judicial das autarquias e fundaes pblicas por seus procuradores ou advogados, ocupantes de cargos efetivos dos respectivos quadros, independe da apresentao do instrumento de mandato . 16 Eis a ementa do Parecer n GQ 163 mediante o qual o Advogado-Geral da Unio Geraldo Magela da Cruz Quinto adotou o Parecer n AGU/ MF- 06/98:

    EMENTA: I A representao judicial da Unio compete exclusivamente AGU, que a exerce (a) diretamente por seus Membros enumerados na Lei Complementar n 73 e, (b) indiretamente, por intermdio de seus rgos vinculados que so os rgos jurdicos das autarquias e das fundaes pblicas. a representao institucional.

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    17. A COORDENADORIA DOS RGOS VINCULADOS COV. Foi visto que a Lei Com-

    plementar n 73, de 1993, atribuiu ao Advogado-Geral da Unio a orientao normativa e

    a superviso tcnica dos rgos jurdicos das autarquias e fundaes federais (art. 4,

    XIII) e, para cumprir a determinao legal, o Advogado-Geral da Unio poca Gilmar

    Ferreira Mendes houve por bem atribuir a rgo especfico, com sede legal, a incum-

    bncia de auxili-lo nessa tarefa, visto que o nmero de autarquias e fundaes passava

    de 170 desde o gigante Instituto Nacional do Seguro Social INSS longnqua Escola

    Agrotcnica incrustada na zona rural de pequenina cidade. Nasceu, ento a Coordenado-

    ria dos rgos Vinculados no Gabinete do Advogado-Geral da Unio,17 que depois pas-

    sou a ser rgo da Consultoria-Geral da Unio.18 A esse respeito, melhor dizem os Minis-

    tros da Justia e Advogado-Geral da Unio, subscritores da Exposio de Motivos Con-

    junta n 001/AGU/MJ, de 9 de maro de 2000:

    A proposta de acrscimo dos artigos 8-A e 11-A Lei n 9.028, de 12 de abril de

    1995, tem o condo de prover a Advocacia-Geral da Unio de meios mais eficazes de acom-

    panhamento de seus rgos vinculados, com inegveis benefcios para o interesse pblico.

    As procuradorias e departamentos jurdicos das autarquias e fundaes pblicas

    so rgos vinculados Advocacia-Geral da Unio e sobre tais rgos jurdicos o Advo-

    gado-Geral da Unio deve exercer orientao normativa e superviso tcnica, conforme o

    art. 2o, 3, o art. 4o, XIII, e os arts. 17 e 18 da Lei Complementar n o 73, de 1993.

    A Coordenadoria dos rgos Vinculados cuja criao proposta far parte do Gabine-

    te do Advogado-Geral da Unio, nos termos dos arts. 2o e 45 da Lei Complementar n o 73, de

    1993. Assim sendo, em ato prprio, o Advogado-Geral da Unio dispor sobre a organizao

    da Coordenadoria, cujo titular ser Consultor da Unio para tal designado, j detentor de car-

    go comissionado, no gerando dessa forma qualquer aumento de despesa.

    18. Para chefiar a COV o Advogado-Geral da Unio convidou a Subprocuradora-

    Geral da Repblica Anadyr de Mendona Rodrigues, que foi nomeada Consultora da Uni-

    o e, enquanto se aguardavam os trmites burocrticos da cesso solicitada Procurado-

    ria-Geral da Repblica, o Advogado-Geral editou o Ato regimental n 1, de 11 de abril de

    II A representao institucional no requer procurao ad judicia. A posse e o exerccio no cargo respectivo habilitam seu ti-

    tular para a representao judicial e extrajudicial da Unio. III Aps a Lei Complementar n 73, de 1993, que regulou o art. 131 da Constituio Federal, os dirigentes das autarquias e

    das fundaes pblicas no tm mais competncia para a representao judicial e extrajudicial das respectivas entidades. IV As funes institucionais da AGU, relativas representao judicial, exercidas indiretamente por intermdio de seus r-

    gos vinculados, so privativas (a) dos titulares de cargos efetivos de Procurador Autrquico, de Advogado... e (b) dos titulares de cargos em comisso que impliquem atuao em juzo (Procurador-Geral, Procurador Regional . . . ).

    V As funes institucionais da AGU, nela compreendidos seus rgos vinculados, so indelegveis. 17 Ver o art. 3 da Medida Provisria n 1.984-15, de 9 de maro de 2000, que incluiu o art. 8-A na Lei n 9.028, de 12 de abril de 1995:

    "Art. 8o-A. criada, no Gabinete do Advogado-Geral da Unio, a Coordenadoria dos rgos Vinculados, para auxili-lo no exerccio de suas atribuies de orientao normativa e superviso tcnica dos rgos jurdicos das autarquias e fundaes pblicas.

    1o Coordenador dos rgos Vinculados ser Consultor da Unio, designado pelo Advogado-Geral da Unio. 2o O Advogado-Geral da Unio editar ato, nos termos do art. 45 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993, dis-

    pondo sobre a Coordenadoria de que trata este artigo." (NR) (Edio anterior da MP n 2.180-35, de 2001) 18 Ver o art. 3 da Medida Provisria n 2.180-35, de 24 de agosto de 2001.

    Art. 8-A. criada, na Consultoria-Geral da Unio, a Coordenadoria dos rgos Vinculados, para auxili-la na coordenao dos rgos jurdicos das entidades vinculadas aos Ministrios. (Revogado pela Lei n 10.480, de 2.7.2002)

    1 O Coordenador dos rgos Vinculados ser designado pelo Consultor-Geral da Unio. (Revogado pela Lei n 10.480, de 2.7.2002) 2 O Advogado-Geral da Unio editar ato, nos termos do art. 45 da Lei Complementar n 73, de 1993, dispondo sobre a Co-

    ordenadoria de que trata este artigo, bem como sobre outras coordenadorias que venham a ser instaladas na Consultoria-Geral da Unio. (Revogado pelo art. 19 da Lei n 10.480, de 2.7.2002)

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    200019, e designou a signatria ento ocupante do cargo de Secretria-Geral de Consul-

    toria para responder pela COV . Ciente da urgncia que a efetiva coordenao dos r-

    gos vinculados exigia, mesmo na interinidade, a signatria, em 3 de maio de 2000, envi-

    ou a todos os rgos vinculados Advocacia-Geral da Unio Ofcio Circular, com a finali-

    dade de obter elementos que pudessem propiciar o melhor e mais completo conhecimen-

    19 Inteiro teor do Ato Regimental n 1, de 11.4.2000, que dispunha sobre a Coordenadoria dos rgos Vinculados AGU:

    ATO REGIMENTAL N 1, DE 11 DE ABRIL DE 2000. (Perdeu a eficcia com a sano da Lei n 10.480, de 2.7.2002)

    O ADVOGADO-GERAL DA UNIO, no uso das atribuies que lhe conferem os arts. 4, XIII, e 45, caput, 1 e 3, da Lei Comple-mentar n 73, de 10 de fevereiro de 1993, os arts. 8-A e 11-A da Lei n 9.028, de 1995, o art. 5 da Lei n 9.469, de 1997, e o disposto na Lei 9.704, de 1998, bem como tendo em vista a Medida Provisria n 1.984, de 2000 e a Instruo Normativa n 5-AGU, de 1998,

    Edita o presente Ato: Art. 1 Este Ato dispe sobre a Coordenadoria dos rgos Vinculados, integrante do gabinete do Advogado-Geral da Unio, e

    regula as funes do seu titular. Art. 2 Coordenadoria dos rgos Vinculados, direta e imediatamente subordinada ao Advogado-Geral da Unio, compete

    auxili-lo no exerccio de suas atribuies de orientao normativa e superviso tcnica dos rgos jurdicos das autarquias e fun-daes pblicas federais.

    Pargrafo nico. A coordenadoria tem como titular Consultor da Unio, designado Coordenador dos rgos Vinculados. Art. 3 Incumbe ao Coordenador dos rgos Vinculados: I - fazer o estreito acompanhamento das teses jurdicas relevantes, inclusive por seus reflexos de natureza econmica, enfren-

    tadas ou produzidas pelos rgos vinculados, em sede consultiva ou contenciosa; II - Propor ao Advogado-Geral da Unio que, na forma do art. 2 da Lei n 9.704, de 1998, seja recomendada, aos rgos jurdi-

    cos das autarquias e das fundaes pblicas, a alterao de tese jurdica sustentada em manifestao produzida, para adequ-la jurisprudncia prevalecente nos Tribunais Superiores e no Supremo Tribunal Federal;

    III - Propor ao Advogado-Geral da Unio a edio de enunciados de smula administrativa, resultantes de jurisprudncia iterati-va dos Tribunais, nos termos dos arts. 4, XII, e 43, da Lei Complementar n 73, de 1993, em matrias que interessem aos rgos vinculados, e transmitir-lhes a orientao normativa adotada pelos diversos rgos da Advocacia-Geral da Unio;

    IV - propor ao Advogado-Geral da Unio que, de ofcio ou mediante solicitao, a Advocacia-Geral da Unio assuma, por suas Procuradorias, temporria e excepcionalmente, a representao judicial de autarquia ou de fundao pblica, nas hipteses e con-dies do art. 11-A da Lei n 9.028, de 1995;

    V - Propor ao Advogado-Geral da Unio que, de ofcio ou atendendo a solicitao, se concretize a interveno prevista no art. 5 da Lei n 9.469, de 1997;

    VI - apresentar ao Advogado-Geral da Unio, no que concerne s autoridades das autarquias e fundaes pblicas federais, os casos de representao judicial disciplinados pelo art. 22 da Lei n 9.028, de 1995;

    VII - Conduzir os procedimentos necessrios prvia anuncia, pelo Advogado-Geral da Unio, a nome indicado para ocupar a chefia de rgo vinculado, na forma do art. 1, pargrafo nico, da Lei n 9.704, de 1998;

    VIII - organizar sistema de acompanhamento do desempenho, pelas Consultorias Jurdicas dos Ministrios e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da sua competncia de exercer a coordenao dos rgos jurdicos dos respectivos rgos autnomos e entidades vinculadas;

    IX - propor Corregedoria-Geral a promoo de correies extraordinrias nos rgos vinculados, nos termos do art. 6 da Lei Complementar n 73, de 1993;

    X - propor ao Advogado-Geral da Unio as medidas necessrias ao aprimoramento da eficincia da representao judicial das autarquias e fundaes pblicas.

    1 No exerccio de suas funes, cabe ao Coordenador dos rgos Vinculados solicitar e receber informaes, process-las e informar, a respeito, o Advogado-Geral da Unio.

    2 Cabe-lhe, tambm, a pedido dos rgos vinculados ou de ofcio, fornecer-lhes subsdios para seus trabalhos jurdicos, co-lhidos dos diversos rgos da Advocacia-Geral da Unio.

    Art. 4 Os rgos vinculados devem comunicar, prontamente, ao Coordenador, as situaes ensejadoras da representao judi-cial extraordinria, e da interveno, s quais aludem os incisos IV e V do art. 3, como da representao objeto do seu item VI.

    Pargrafo nico. A inexistncia de rgo jurdico integrante da respectiva Procuradoria ou Departamento Jurdico, em Municpio sede de rgo judicirio perante o qual corra feito de interesse de autarquia ou fundao pblica, configura a hiptese prevista no inciso I do art. 11-A da Lei n 9.028, de 1995.

    Art. 5 A Coordenadoria dos rgos Vinculados deve manter permanente articulao com o ncleo de acompanhamento de fei-tos judiciais institudo pela Portaria-AGU n 224, de 29 de maro de 2000.

    Art. 6 Aos Procuradores Regionais e Procuradores - Chefes da Unio cabe, relativamente a feitos e teses de interesse das au-tarquias e fundaes pblicas, fornecer Coordenadoria de rgos Vinculados as informaes e o apoio relevantes ao desempe-nho da competncia desta, consoante lhes determine o Advogado-Geral da Unio.

    Art. 7 Este Ato entra em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio. GILMAR FERREIRA MENDES D. O. de 13.4.2000.

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    to da situao de cada rgo Vinculado AGU para que a titular da Coordenadoria,

    quando a assumisse, pudesse dispor de dados e informaes necessrios ao planeja-

    mento de sua gesto. 20

    20 Inteiro teor do OFCIO CIRCULAR N 01/AGU/SG-CS/2000, ento expedido (elaborado com a colaborao do Dr. ANSELMO ROCHA NBREGA):

    OFCIO CIRCULAR N 01/AGU/SG-CS/2000 {COORDENADORIA DOS RGOS VINCULADOS} Braslia, 3 de maio de 2000.

    Senhor(a) Procurador(a), As ltimas reedies da Medida Provisria n 1.984 vm introduzindo alteraes na Lei n 9.028, de 12 de abril de 1995, de in-

    discutvel interesse para o aprimoramento do desempenho da Advocacia-Geral da Unio e de seus rgos Vinculados, conforme Vossa Senhoria j deve ter tomado conhecimento. 2. Dentre essas alteraes cumpre-me destacar aquela trazida pelo art. 8-A acrescentado referida Lei pela citada Medida Provisria na sua 15 reedio (D.O. de 10.3.2000), que criou a Coordenadoria dos rgos Vinculados, e no qual se l:

    Art. 8-A. criada, no Gabinete do Advogado-Geral da Unio, a Coordenadoria dos rgos Vinculados, para auxili-lo no exerc-cio de suas atribuies de orientao normativa e superviso tcnica dos rgos jurdicos das autarquias e fundaes pblicas.

    1. O Coordenador dos rgos Vinculados ser Consultor da Unio, designado pelo Advogado-Geral da Unio. 2. O Advogado-Geral da Unio editar ato, nos termos do art. 45 da Lei Complementar n 73, de 10 de fevereiro de

    1993, dispondo sobre a Coordenadoria de que trata este artigo. 3. Em cumprimento ao disposto no 2 do dispositivo transcrito, o Senhor Advogado-Geral da Unio editou o Ato Regimental n 1, de 11 de abril de 2000 (D.O. de 13.4.2000), dispondo sobre a recm criada Coordenadoria, o qual detalha o elenco de atribuies confiadas sua Coordenao que dever ter como titular Consultor da Unio. Enquanto tal no ocorre, houve por bem S.Ex. confiar a esta Secret-ria-Geral, interinamente, a coordenao desses rgos (Portaria AGU n 288, de 11 de abril de 2000, D.O. de 13.4.2000) 4. No exerccio dessa coordenao, a par de encaminhar a Vossa Senhoria cpias dos atos mencionados supra, e com a finalida-de de obter elementos que possam propiciar o melhor e mais completo conhecimento da situao de cada rgo Vinculado AGU, venho encarecer-lhe, em carter preliminar, fornecer a esta Coordenao o seguinte:

    I Quanto ao rgo Jurdico a) dados sobre a existncia de contratos com escritrios de advocacia, ou com advogados autnomos, para defesa de interes-

    ses desse rgo Vinculado, devendo ser declinados o nmero de profissionais, o custo mensal, as justificativas de sua necessida-de e a relao de aes por eles patrocinadas, isso instrudo com cpia das peas judiciais e/ou pareceres elaborados e decises, administrativas e judiciais, j proferidas, se houver;

    b) informaes sobre a realizao de cursos de aperfeioamento profissional promovidos, por esse rgo Vinculado, para seus integrantes, informando o contedo programtico, a periodicidade e a natureza da participao, facultativa ou obrigatria;

    c) informaes quanto a grupos de percias e avaliaes, percias contbeis ou outros servios especializados para elaborao de trabalhos tcnicos, se j disponibilizados, e ainda disponveis;

    d) a quantificao do pessoal de apoio administrativo e de estagirios, por rea de atuao; e) dados sobre a respectiva biblioteca, se existente esta; f) dados sobre a existncia de corregedoria e a sua atuao; g) o nmero de microcomputadores utilizado, informando-se a configurao padro atualmente empregada, a disponibilidade de

    acesso Internet e o uso de provedor prprio; h) a indicao dos demais equipamentos como copiadora, fax e outros, utilizados nas atividades rotineiras; i) a indicao dos veculos utilizados para deslocamentos dos Procuradores, e Advogados, em diligncias; j) o levantamento estatstico de processos (judiciais e administrativos) que tramitaram nos ltimos seis meses nesse rgo Jurdico; l) elementos acerca da insuficincia ou do excesso de pessoal em exerccio no rgo Jurdico, se existente, e do que motivou

    uma ou outra situao. m) existncia de suprimento de fundos. II Quanto aos Integrantes do rgo Jurdico [Procuradores/Advogados/Assistentes Jurdicos]: a) relao nominal, por unidade da Federao, com a indicao, em separado, do nmero de profissionais que atuam na rea conten-

    ciosa, e naquela consultiva; e a informao de quantos esto prestando servios fora desse rgo e o local em que esto em exerccio; b) o curriculum vitae do qual constem a data e a forma de ingresso no respectivo cargo; c) o nmero, e os nomes, dos que cumpriram cursos de mestrado, doutorado, ps-graduao lato sensu ou especializao, in-

    dicando-se os respectivos ttulos obtidos e a atual lotao. III Quanto rea de Consultoria a) a quantidade de processos que tramita, em mdia, por ms, na rea consultiva, devendo ser informada a produo mensal

    de cada profissional, nos ltimos doze meses; b) a indicao dos assuntos que so submetidos, com freqncia, rea consultiva, juntando-se cpias de pareceres, recentes, a respeito; c) a existncia de arquivo cronolgico dos acordos, ou convnios, firmados, e das manifestaes proferidas; d) dados sobre as manifestaes conclusivas emitidas em sede consultiva que, eventualmente, sejam conflitantes com as pe-

    as produzidas, judicialmente, sobre o mesmo assunto, juntando-se cpias de tais manifestaes e peas; e) a existncia e o acompanhamento de procedimentos instaurados, pelo Ministrio Pblico Federal e pelo Tribunal de Contas, em decorrncia

    de manifestaes conclusivas da rea de consultoria, informando-se as peas a um e outro apresentadas, e a atual fase do procedimento; f) dados sobre a observncia de decises, e determinaes outras, do Tribunal de Contas da Unio, dirigidas autarquia, ou fundao;

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    19. Convm registrar que cada autarquia e fundao funcionava com o seu rgo

    jurdico e o seu prprio quadro de Procuradores e incumbido de exercer a representao

    judicial e de prestar consultoria e assessoramento jurdico s respectivas entidades, sabido

    que a grande maioria dessas entidades eram carentes de Procuradores e, paradoxalmente,

    uma minoria de entidades, possua Procuradores com tempo ocioso mas que no podiam

    se auxiliar reciprocamente, visto tratar-se de entidades com personalidades jurdicas distin-

    tas, com quadro exclusivo de Procuradores que somente poderiam exercer as suas funes

    na entidade a cujo quadro pertenciam, a no ser que ocupassem cargos em comisso.

    20. REPRESENTAO JUDICIAL DE AUTARQUIAS E FUNDAES TEMPORARIAMENTE EXER-

    CIDA POR PROCURADORIAS DA AGU OS ARTS. 11-A E 11-B, DA LEI N 9.028, DE 1995. Con-

    comitantemente instalao da Coordenadoria dos rgos Vinculados, os resultados das

    correies realizadas pela Corregedoria-Geral da AGU em rgos jurdicos de autarquias

    e fundaes federais preocupavam a Secretria-Geral de Consultoria e vinham indicando

    a necessidade de mudana na representao judicial de grande parte dessas entidades,

    principalmente aquelas de mbito local e de pequeno porte, como era o caso de escolas

    tcnicas e agrotcnicas, e dos centros federais de educao tecnolgica, alm de outras.

    Essas entidades, sendo de mbito local, muitas situadas em pequenos municpios, no

    dispunham de meios para acompanhar at as ltimas instncias, as aes judiciais de

    seu interesse, ficando praticamente indefesas. As correies identificaram tambm defici-

    ncia na representao judicial de algumas autarquias e fundaes de grande porte, pela

    falta de recursos humanos em quantidade e qualidade desejadas.

    IV Quanto rea de Contencioso a) a relao das aes em curso, agrupadas por assunto (objeto/causa de pedir), e caso a caso identificadas as partes, o r-

    go judicirio e a fase processual em que se encontram, como o valor dado s causas e o valor de condenao, se ocorrida esta, anexando-se, quanto a cada grupo, cpia de uma pea inicial e da respectiva contestao, bem assim de deciso de mrito e peas recursais, se houver;

    b) a indicao das aes em tramitao, por localidade e instncia; c) a relao, em separado, das aes que, pelo seu valor individualizado, ou pela possibilidade de sua multiplicao, possam

    acarretar relevante dano ao errio; d) a indicao dos precatrios pendentes, e daqueles pagos nos ltimos doze meses; e) as peas de defesa judicial as quais, eventualmente, sejam conflitantes com as respectivas manifestaes da rea consulti-

    va, juntando-se cpias de tais peas e manifestaes; f) o mtodo utilizado para o acompanhamento das aes em curso.

    5. As informaes solicitadas devem ser encaminhadas signatria, para o seguinte endereo:

    COORDENADORIA DOS RGOS VINCULADOS AGU ADVOCACIA-GERAL DA UNIO PALCIO DO PLANALTO, ANEXO IV PRAA DOS TRS PODERES BRASLIA - DF CEP: 70150 901

    6. Contatos com a signatria podem ser feitos pelos telefones 411-2312 e 411-2815, pelo FAX 323-7420 e pelo e-mail [email protected] 7. Ao ensejo, e por ser de interesse desse rgo Jurdico, encaminho a Vossa Senhoria cpias das Portarias AGU nos 224 e 225, de 29 de maro de 2000 (D.O. de 30.3.2000), pelas quais foi institudo o ncleo de acompanhamento de feitos judiciais de interesse da Unio, e de suas autarquias e fundaes, em tramitao perante o Supremo Tribunal Federal, e designado o Consultor da Unio, Dr. ANDR SER-RO BORGES DE SAMPAIO para seu Coordenador, bem como da Portaria AGU n 296, de 19 de abril de 2000 (D.O. de 20.4.2000), que disciplina a transio de que trata o art. 11-B da Lei n 9.028, de 1995 (acrescentado pela Medida Provisria n 1.984-16). Sendo o que se apresenta para o momento, subscrevo-me, aguardando o fornecimento das informaes solicitadas o mais brevemente possvel.

    Atenciosamente, MARIA JOVITA WOLNEY VALENTE

    Secretria-Geral de Consultoria da Advocacia-Geral da Unio Coordenadora (Interina) dos rgos Vinculados AGU

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    21. Ante esse quadro, com base no art. 131 da Constituio, do qual consta que a

    Advocacia-Geral da Unio a Instituio que, diretamente ou atravs de rgo vincula-

    do, representa a unio, judicial e extrajudicialmente, considerando que a representao

    judicial daquelas entidades, descentralizadas da Unio, poderia ser feita diretamente pela

    Instituio, e havendo a AGU recebido expressivo nmero de Advogados da Unio no incio

    do ano 2000, foi possvel Instituio, ainda no primeiro semestre daquele ano, mediante

    ato legislativo,21 assumir a representao judicial de quase uma centena de autarquias e

    fundaes, at que lei dispusesse sobre a nova forma de representao judicial, direta e

    indireta, da Unio, consideradas as suas entidades autrquicas e fundacionais, bem como

    sobre a prestao de consultoria e assessoramento jurdicos a essas entidades.

    22. Ao justificar a proposta de incluso do art. 11-A na Lei n 9.028, de 1995, dis-

    seram o Advogado-Geral da Unio e o Ministro da Justia subscritores da Exposio de

    Motivos Conjunta n 001/AGU/MJ, de 9 de maro de 2000:

    No que tange representao judicial das autarquias e fundaes pblicas fe-

    derais, no pode o Advogado-Geral da Unio e, de resto, a sociedade, assistir, passi-

    vamente, ao insucesso de rgos vinculados AGU pela ausncia de competente e

    oportuna defesa do interesse pblico federal, quando inexistirem procuradores ou ad-

    vogados nesses rgos com representao judicial da entidade ou quando ocorrer o

    seu impedimento. De outra parte, nem sempre h tempo hbil, e convenincia, para a

    contratao de profissionais liberais para patrocinar causas pblicas.

    21 Inteiro teor dos arts. 11-A e 11-B inseridos na Lei n 9.028, de 12 de abril de 1995, pelas Medidas Provisrias n 1.984-15 e 1.984-16, de 2000 [antecessoras da vigente Medida Provisria n 2.180-35, de 2001]:

    Art. 11-A. Fica autorizada a Advocacia-Geral da Unio a assumir, por suas Procuradorias, temporria e excepcionalmente, a representao judicial de autarquias ou fundaes pblicas nas seguintes hipteses:

    I - ausncia de procurador ou advogado; II - impedimento dos integrantes do rgo jurdico. 1o A representao judicial extraordinria prevista neste artigo poder ocorrer por solicitao do dirigente da entidade ou por

    iniciativa do Advogado-Geral da Unio. 2o Aos membros da Advocacia-Geral da Unio, no exerccio da representao judicial de que trata este artigo, sero assegu-

    radas as prerrogativas processuais previstas em lei." (NR) 3o O Advogado-Geral da Unio, com a finalidade de suprir deficincias ocasionais de rgos Vinculados Advocacia-Geral

    da Unio, poder designar para prestar-lhes colaborao temporria membros efetivos da Advocacia-Geral da Unio, Procurado-res Autrquicos, Assistentes Jurdicos e Advogados de outras entidades, seja em atividades de representao judicial ou de con-sultoria e assessoramento jurdicos, estando, enquanto durar a colaborao temporria, investidos dos mesmos poderes conferi-dos aos integrantes do respectivo rgo Vinculado. (Includo pela Medida Provisria n 1.984-16, de 6.4.2000)

    4o Nos casos de que trata o 3o, no se aplica a restrio contida na parte final do art. 20, 3o, da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, alterado pela Lei no 9.527, de 10 de dezembro de 1997." (NR) (Includo pela Medida Provisria n 1.984-16, de 9.4.2000)

    "Art. 11-B. A representao judicial da Unio, quanto aos assuntos confiados s autarquias e fundaes federais relacionadas no Anexo V a esta Lei, passa a ser feita diretamente pelos rgos prprios da Advocacia-Geral da Unio, permanecendo os rgos Jurdicos daquelas entidades responsveis pelas respectivas atividades de consultoria e assessoramento jurdicos.

    1o Os Procuradores Autrquicos, Assistentes Jurdicos e Advogados integrantes dos quadros das entidades de que trata o caput ne-les permanecero, at que lei disponha sobre a nova forma de representao judicial, direta e indireta, da Unio, consideradas as suas entidades autrquicas e fundacionais, bem como sobre a prestao de consultoria e assessoramento jurdicos a essas entidades.

    2o At que sejam transferidos aos rgos prprios da Advocacia-Geral da Unio os processos judiciais em andamento, os rgos Jurdicos das entidades relacionadas no Anexo V continuaro, pelo prazo de noventa dias, como co-responsveis pela representao judicial quanto aos assuntos de competncia da respectiva autarquia ou fundao.

    3o O Advogado-Geral da Unio, no interesse do servio e em casos especficos, poder prorrogar o prazo estabelecido no 2o objetivando assegurar a melhor defesa da Unio em juzo.

    4o Os rgos Jurdicos das entidades de que trata o caput, juntamente com os respectivos rgos da Advocacia-Geral da Unio, no prazo de sessenta dias, faro o levantamento dos processos judiciais em andamento, indicando a fase em que se encontram." (NR)

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    23. Um ms depois da incluso do art. 11-A, foi proposta a incluso do art. 11-B na

    mesma Lei n 9.028, de 1995, pelas razes expostas na Exposio de Motivos n

    002/AGU, de 9 de abril de 2000, do seguinte teor:

    A experincia acumulada ao longo dos ltimos sete anos de implantao da Advo-

    cacia-Geral da Unio est a indicar a necessidade de reformulao da representao judi-

    cial e extrajudicial da Unio, direta e indireta, bem como da prestao de consultoria e as-

    sessoramento jurdicos ao Poder Executivo. At que ocorra essa reformulao depen-

    dente de lei complementar , algumas medidas, preliminares, revestem-se de indiscutveis

    urgncia e relevncia, para a melhoria da defesa judicial dos interesses da Unio, a justifi-

    carem sua veiculao por Medida Provisria, razes que conduzem este Advogado-Geral

    a sugerir, a Vossa Excelncia, alteraes Lei n 9.028, de 12 de abril de 1995.

    medida que se consolida o seu quadro de Advogados, tem a Instituio o de-

    ver de assumir posturas que at bem pouco tempo no lhe seriam possveis. A defesa

    da Unio, seja ela exercida direta ou indiretamente, deve ser oportuna, eficaz, compe-

    tente, uniforme, harmnica e orientada pelo interesse pblico.

    Presentes essas premissas e a prxima reedio da Medida Provisria n 1.984,

    venho submeter a Vossa Excelncia proposta de insero, naquele diploma legal, dos

    dispositivos que justifico a seguir.

    O 3 que ora se prope seja acrescentado ao art. 11-A da Lei n 9.028, de 1995,

    objetiva suprir necessidades temporrias de rgos Vinculados Advocacia-Geral da

    Unio (Procuradorias e Departamentos Jurdicos de autarquias e fundaes) seja pelo

    aumento inesperado de suas atividades jurdicas ou por momentnea diminuio de

    seus integrantes, situaes que no configuram as hipteses de impedimento ou ausn-

    cia dos Procuradores Autrquicos, Advogados ou Assistentes Jurdicos de que trata o

    caput. Superada a deficincia ocasional, retornaro os membros efetivos da Instituio

    e os integrantes de seus rgos Vinculados designados para terem exerccio provisrio

    no rgo Jurdico deficitrio, aos seus rgos de origem. mais uma medida destina-

    da a evitar falhas na representao judicial confiada queles entes pblicos, como no

    assessoramento jurdico quanto a matrias de relevante interesse a seu cargo.

    Conforme o art. 131 da Constituio, a Advocacia-Geral da Unio AGU a Insti-

    tuio que representa a Unio, diretamente ou atravs de rgos vinculados; segundo a

    Lei Complementar n 73, de 1993, so rgos vinculados AGU as Procuradorias e

    Departamentos Jurdicos das autarquias e fundaes pblicas. Tendo-se presente

    a descentralizao funcional, a resultar em autarquias, e conhecendo-se a polmica so-

    bre a natureza jurdica das denominadas fundaes pblicas, facilmente se reconhece

    que assuntos de relevante interesse da Unio foram confiados a tais entidades, e, at

    agora, a representao da Unio quanto a esses assuntos est sendo efetuada

    indiretamente pelos rgos jurdicos das respectivas autarquias e fundaes. Dessa

    forma, quando convier ao interesse pblico a representao judicial direta da Unio, a

    Instituio tem o dever de retomar a competncia confiada a rgos Vinculados seus e

    exerc-la diretamente. O art. 11-B que se prope seja acrescentado Lei n 9.028, de

    1995, concretiza essa reverso Advocacia-Geral da Unio da representao que, indi-

    retamente, estava conferida a rgos Vinculados, pelos motivos que se expe.

    Ademais disso, a quase totalidade das autarquias e fundaes relacionadas no

    Anexo est localizada no interior do Pas, onde nem sempre existe Vara da Justia Fede-

    ral, circunstncia que dificulta, sobremodo, a defesa dos interesses da Unio em juzo.

    Quando as aes nas quais so partes aquelas entidades vo segunda instncia, os fei-

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    tos geralmente tramitam sem o acompanhamento de Advogados pblicos e, se chegam

    s instncias superiores Tribunais Superiores e Supremo Tribunal Federal, com sede

    na Capital Federal, praticamente impossvel a Escolas Tcnicas, Agrotcnicas, Centros

    de Educao Tecnolgica e outras entidades que tais manterem nesta Capital, permanen-

    temente, representantes judiciais para defenderem o ente pblico a tempo e a hora. Disso

    resulta a quase revelia dessas entidades, sucumbindo, quase sempre, por falta de defesa

    oportuna e adequada. A passagem da representao judicial desenvolvida por essas enti-

    dades (indiretamente) Advocacia-Geral da Unio, significar a certeza de defesa opor-

    tuna e organizada a Advocacia-Geral da Unio conta com Procuradorias em todos os

    Estados, cobrindo todas as instncias judiciais, a economia de gastos desnecessrios

    com o acompanhamento de feitos fora das sedes daquelas entidades, alm da uniformi-

    dade de tratamento s aes de idntica natureza, podendo os integrantes dos rgos

    Jurdicos se dedicar s atividades de consultoria e assessoramento jurdicos, igualmente

    relevantes e indispensveis aos entes pblicos, at que lei defina o modelo adequado de

    representao judicial e extrajudicial das entidades autrquicas e fundacionais da Unio,

    bem como regule a prestao de consultoria e assessoramento jurdicos a tais entes.

    Embora algumas daquelas entidades sejam de mbito nacional, notria a insufi-

    cincia de seus quadros de Advogados, o que reclamaria a realizao de concursos p-

    blicos para aparelh-los devidamente. Essa medida, entretanto, representaria aumento

    de gastos para o Tesouro, alternativa que o momento econmico no aconselha. Alm

    disso, como j afirmado, avia-se proposta de reformulao da representao judicial e

    extrajudicial da Unio, direta e indireta, bem como da prestao de consultoria e asses-

    soramento jurdicos ao Poder Executivo. Essas razes justificam incluir tais entidades,

    desde j, no rol de autarquias e fundaes sem representao judicial indireta da Unio.

    A representao judicial quanto s atividades de competncia das entidades lista-

    das no Anexo tambm no exige especializao a respeito de tais matrias, visto que o

    volume mais expressivo das demandas no difere de outras de que j se incumbem os

    rgos da Advocacia-Geral da Unio, razo que tambm propicia a assuno, por esta

    Instituio, da representao judicial direta da Unio at ento confiada s aludidas en-

    tidades. Por outro lado, os integrantes dos rgos Vinculados AGU os quais perma-

    necero responsveis pelas atividades de consultoria e assessoramento jurdicos s

    respectivas entidades podero auxiliar os membros da Advocacia-Geral quanto aos

    assuntos especficos de cada entidade, sempre que necessrio.

    De futuro, outras entidades, em situaes assemelhadas, podero vir a perder a

    representao indireta da Unio que hoje detm, dela se incumbindo diretamente a

    Advocacia-Geral da Unio, medida que o interesse pblico o exigir.

    24. A transio da representao judicial prevista nos pargrafos do art. 11-B exi-

    giu a expedio de ato que a disciplinasse Portaria n 296, de 19 de abril de 2000.22

    22 Inteiro teor da Portaria/AGU n 296, de 2000:

    PORTARIA N 296, DE 19 DE ABRIL DE 2000.(*)

    O ADVOGADO-GERAL DA UNIO, no uso da atribuio que lhe confere o art. 23 da Lei n 9.028, de 12 de abril de 1995, ob-jetivando disciplinar a transio de que trata o art. 11-B, 1, 2, 3 e 4, da citada Lei, acrescentado pela Medida Provisria n 1.984-16, de 6 de abril de 2000, resolve:

    Art. 1. A co-responsabilidade atribuda aos rgos Jurdicos das entidades relacionadas no Anexo V da Lei n 9.028, de 1995 (acrescentado pela Medida Provisria n 1.984-16, de 2000), na representao judicial quanto aos assuntos concernentes respec-tiva autarquia ou fundao, impe aos dirigentes dos aludidos rgos Jurdicos manter aqueles das Procuradorias da Unio infor-mados sobre as fases em que se encontram os processos, prazos, a necessidade de pronta interveno, alm do fornecimento dos elementos necessrios defesa da Unio.

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    25. Vigente o art. 11-A cujo 3, para suprir deficincias ocasionais de rgos

    jurdicos de autarquias e fundaes da Unio, permitia ao Advogado-Geral da Unio de-

    signar para prestar-lhes colaborao temporria membros efetivos da Advocacia-Geral da

    Unio, Procuradores Autrquicos, Assistentes Jurdicos e Advogados de outras entidades,

    seja em atividades de representao judicial ou de consultoria e assessoramento jurdi-

    cos, estando, enquanto durar a colaborao temporria, investidos dos mesmos poderes

    conferidos aos integrantes do respectivo rgo Vinculado a Coordenadoria dos rgos

    Vinculados, removido o entrave da impossibilidade da colaborao de Procuradores de

    uma entidade com outra, iniciou a redistribuio de fato de Procuradores que se encon-

    travam ociosos em uma entidade para outra que tivesse carncia de Procuradores, medi-

    da que racionalizou a localizao desses profissionais por entidades.

    1. Os Procuradores Autrquicos, Advogados e Assistentes Jurdicos, no exerccio da representao judicial indireta da Unio

    junto aos rgos Vinculados sua Advocacia-Geral, dos quais trata o caput, continuaro atuando nos processos judiciais em trami-tao durante o prazo fixado no 2 do art. 11-B da Lei n 9.028, de 1995, em conjunto com representante judicial da Unio, de-vendo, a cada vez que recebam citao, intimao ou notificao:

    I comunicar ao Oficial de Justia, quando for o caso, o disposto no art. 11-B, da Lei n 9.028, de 1995; II peticionar, de imediato e tempestivamente, ao Juzo ou Tribunal, dando-lhe conhecimento do disposto no art. 11-B da Lei n

    9.028, de 1995; III dar cincia, de imediato, da citao, notificao ou intimao recebida, ao dirigente da respectiva Procuradoria da Advoca-

    cia-Geral da Unio, fornecendo-lhe, obrigatria e tempestivamente, os elementos necessrios sua atuao. 2. Os dirigentes das Procuradorias da Advocacia-Geral da Unio e o de cada rgo Vinculado devero expedir ato, desig-

    nando representantes judiciais da Unio e integrantes do rgo Vinculado, para atuarem em conjunto nos termos do art. 11-B da Lei n 9.028, de 1995.

    3. Os rgos Jurdicos vinculados Advocacia-Geral da Unio, de que trata este artigo, prestaro s Procuradorias da Advocacia-Geral da Unio, sempre que solicitado, o apoio tcnico especializado necessrio atuao destas nos feitos judiciais a seu cargo.

    Art. 2. Os dirigentes das Procuradorias da Advocacia-Geral da Unio, juntamente com os dirigentes dos rgos Vinculados das entidades relacionadas no Anexo V da Lei n 9.028, de 1995 (acrescentado pela Medida Provisria n 1984-16, de 2000), instituiro comisses objetivando o levantamento dos processos em tramitao, nas respectivas reas de competncia, quanto aos assuntos relativos a cada autarquia ou fundao, observando o prazo fixado no 4 do art. 11-B da Lei n 9.028, de 1995.

    Pargrafo nico. O levantamento dos processos conter dados estatsticos, agrupamento por objeto e causa de pedir, a fase em que se encontram, e registro quanto ao valor de eventual condenao da entidade ou de parte adversa.

    Art. 3. Quanto aos processos em tramitao perante o Supremo Tribunal Federal: I caber aos dirigentes dos rgos Vinculados adotar as providncias previstas no inciso II do 1 do art. 1, bem como dar

    cincia imediata ao Advogado-Geral da Unio dos atos j praticados, e das citaes, notificaes e intimaes recebidas, encami-nhando-lhe, obrigatria e tempestivamente, os elementos necessrios sua atuao.

    II incumbir ao Coordenador do ncleo institudo pela Portaria/AGU n 224, de 29 de maro de 2000, juntamente com os diri-gentes dos rgos Vinculados, propor ao Advogado-Geral da Unio a instituio de comisses destinadas a realizar o levantamen-to dos aludidos processos.

    Art. 4. A Procuradoria-Geral da Fundao Nacional do ndio permanece responsvel pelas atividades judiciais que, de interes-se individual ou coletivo dos ndios, no se confundam com a representao judicial da Unio.

    Pargrafo nico. Na hiptese de coexistirem, em determinada ao, interesses da Unio e de ndios, a Procuradoria-Geral da Fundao Nacional do ndio ingressar no feito juntamente com a Procuradoria da Advocacia-Geral da Unio.

    Art. 5. O Advogado-Geral da Unio, at que lei disponha sobre a nova forma de representao judicial, direta e indireta, da Unio, consideradas as suas entidades autrquicas e fundacionais, bem como sobre a prestao de consultoria e assessoramento jurdicos a essas entidades, poder designar Procuradores Autrquicos, Advogados e Assistentes Jurdicos das entidades relacio-nadas no Anexo V da Lei n 9.028, de 1995, para terem exerccio nas Procuradorias da Advocacia-Geral da Unio.

    Pargrafo nico. A designao de que trata o caput ocorrer mediante proposta dos dirigentes das Procuradorias da Advocacia-Geral da Unio.

    Art. 6. As Procuradorias da Advocacia-Geral da Unio encaminharo, de imediato, cpia da Medida Provisria n. 1.984-16, de 6 de abril de 1994, e da presente Portaria, aos Juzos e Tribunais de suas jurisdies, para conhecimento das alteraes ocorri-das quanto representao judicial da Unio, no que concerne aos assuntos confiados s autarquias e fundaes federais relacio-nadas no Anexo V Lei n 9.028, de 1995, tendo em vista as respectivas citaes, notificaes e intimaes.

    GILMAR FERREIRA MENDES (*) Republicada por ter sido omitido o caput do art. 2 na primeira publicao no Dirio Oficial de 20.4.2000, Seo 1.

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    26. De outro lado, os resultados positivos da assuno pela AGU da representao

    judicial das pequenas entidades e, mais expressivamente, de algumas autarquias e funda-

    es federais de grande porte foram notrios somente por fora do art. 11-B a AGU as-

    sumiu a representao judicial de 96 entidades , mormente no que diz respeito reduo

    dos vultosos valores das condenaes judiciais impostas aos cofres pblicos. A represen-

    tao judicial dessas entidades concentrada na AGU permitiu ainda conferir tratamento uni-

    forme a matrias comuns Administrao direta e indireta (autarquias e fundaes).

    27. CRIAO DA CARREIRA DE PROCURADOR FEDERAL. Pela mesma poca, o Minist-

    rio do Planejamento, Oramento e Gesto empreendia a organizao de carreiras no m-

    bito da Administrao direta, das autarquias e fundaes da Unio, de modo a aglutinar

    aquelas que fossem idnticas ou semelhantes e diferissem apenas pela denominao ou

    em razo do rgo ou entidade a cujo quadro pertenciam. Esboou ento o Ministrio do

    Planejamento a proposta de criao da carreira de Procurador Federal, inicialmente para

    abrigar todas as carreiras jurdicas da Administrao Federal direta, das autarquias e das

    fundaes, ficando posteriormente restrita aos integrantes das autarquias e fundaes,

    visto que as outras trs carreiras jurdicas estavam includas nos quadros da AGU pela

    Lei Complementar n 73, de 1993.

    28. Veio luz a Medida Provisria n 2.048-26, em 29 de junho de 2000, que criou

    a Carreira de Procurador Federal, transformou os cargos de Procurador Autrquico,

    Procurador, Advogado e Assistente Jurdico de autarquias e fundaes pblicas federais

    em cargos de Procurador Federal e promoveu o enquadramento na novel Carreira de

    Procurador Federal daqueles que preenchessem os requisitos que exigiu,23 a exceo

    23 Ver os arts. 35 a 40 da Medida Provisria n 2.048, de2000:

    Art. 35. Fica criada a Carreira de Procurador Federal no mbito da Administrao Pblica Federal, nas respectivas autarquias e funda-es, composta de cargos de igual denominao, regidos pela Lei n 8.112, de 1990, com a estrutura de cargo constante do Anexo III.

    Art. 36. (Revogado pela Lei n 12.269, de 21.6.2010- converso da Medida Provisria n 479, de 30.12.2009) (Sobre o ingresso na Carreira de Procurador Federal, do qual tratava este artigo 36, ver as disposies dos arts 30 e 31 da Lei n 12.269, de 21.6.2010 converso da Medida Provisria n 479, de 30.12.2009):

    Art. 30. Considera-se prtica forense, para fins de ingresso em cargos pblicos privativos de Bacharel em Direito, no mbito do Poder Executivo, o exerccio de atividades prticas desempenhadas na vida forense, relacionadas s cincias ju-rdicas, inclusive as atividades desenvolvidas como estudante de curso de Direito cumprindo estgio regular e supervisiona-do, como advogado, magistrado, membro do Ministrio Pblico ou da Defensoria Pblica, ou servidor do judicirio, do Minis-trio Pblico, da Defensoria Pblica e da Advocacia Pblica com atividades, ao menos parcialmente, jurdicas.

    Art. 31. O ingresso na carreira de Procurador Federal ocorre na categoria inicial, mediante nomeao, em carter efeti-vo, de candidatos habilitados em concurso pblico, de provas e ttulos, obedecida a ordem de classificao, exigindo-se di-ploma de Bacharel em Direito.

    1o Os concursos sero disciplinados pelo Advogado-Geral da Unio, presente, nas bancas examinadoras respectivas, a Ordem dos Advogados do Brasil.

    2o O candidato, no momento da inscrio, h de comprovar um mnimo de dois anos de prtica forense. 3o Considera-se ttulo, para o fim previsto neste artigo, alm de outros regularmente admitidos em direito, o exerccio

    profissional de consultoria, assessoria e diretoria, bem como o desempenho de cargo, emprego ou funo de nvel superior, com atividades eminentemente jurdicas.

    4o Aplica-se o disposto neste artigo Carreira de Procurador do Banco Central do Brasil. Art. 37. So atribuies dos titulares do cargo de Procurador Federal: I - a representao judicial e extrajudicial da Unio, quanto s suas atividades descentralizadas a cargo de autarquias e funda-

    es pblicas, bem como a representao judicial e extrajudicial dessas entidades; II - as atividades de consultoria e assessoramento jurdicos Unio, em suas referidas atividades descentralizadas, assim como

    s autarquias e s fundaes federais;

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    dos Procuradores do Banco Central do Brasil que no integraram a nova Carreira con-

    forme ressalva contida no art. 39, pargrafo nico.

    29. As atribuies do cargo de Procurador Federal passaram a ter sede legal, entre

    elas a representao judicial das autarquias e fundaes da Unio (que no passado de-

    pendeu de mandato dos dirigentes dessas entidades). A seguir so transcritas disposi-

    es sobre a Carreira de Procurador Federal que atualmente constam da vigente Medida

    Provisria n 2.229-43, de 6 de setembro de 2001:

    Art. 35. Fica criada a Carreira de Procurador Federal no mbito da Administra-

    o Pblica Federal, nas respectivas autarquias e fundaes, composta de cargos de

    igual denominao, regidos pela Lei n 8.112, de 1990, com a estrutura de cargo cons-

    tante do Anexo III.

    Art. 36. O ingresso nos cargos de que trata o art. 35 far-se- mediante concurso

    pblico, exigindo-se diploma de Bacharel em Direito, observados os requisitos fixados

    na legislao pertinente.

    Pargrafo nico. Os concursos sero disciplinados pelo Advogado-Geral da Unio,

    presente, nas bancas examinadoras respectivas, a Ordem dos Advogados do Brasil.

    III - a apurao da liquidez e certeza dos crditos, de qualquer natureza, inerentes s suas atividades, inscrevendo-os em dvida

    ativa, para fins de cobrana amigvel ou judicial; e IV - a atividade de assistir a autoridade assessorada no controle interno da legalidade dos atos a serem por ela praticados ou j

    efetivados. 1o Os membros da Carreira de Procurador Federal so lotados e distribudos pelo Advogado-Geral da Unio. 2o A lotao de Procurador Federal nas autarquias e fundaes pblicas proposta pelos titulares destas. 3o Para o desempenho de suas atribuies, aplica-se o disposto no art. 4o da Lei no 9.028, de 12 de abril de 1995, aos mem-

    bros das carreiras de Procurador Federal e de Procurador do Banco Central do Brasil. (NR) (Includo pela Lei n 11.094, de 2005) Art. 38. Os integrantes da Carreira de Procurador Federal tm os direitos e deveres que lhes prev a Lei no 8.112, de 1990, e

    sujeitam-se s proibies e aos impedimentos estabelecidos nesta Medida Provisria.23

    1o Ao Procurador Federal proibido: I - exercer a advocacia fora das atribuies do respectivo cargo; II - contrariar smula, parecer normativo ou orientao tcnica, adotados pelo Advogado-Geral da Unio; III - manifestar-se, por qualquer meio de divulgao, sobre assunto conexo s suas atribuies, salvo ordem, ou autorizao

    expressa, do Advogado-Geral da Unio; IV - exercer suas atribuies em processo, judicial ou administrativo, em que seja parte ou interessado, ou haja atuado como

    advogado de qualquer das partes, ou no qual seja interessado parente consangneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o segundo grau, bem como cnjuge ou companheiro, bem assim nas hipteses da legislao, inclusive processual; e

    V - participar de comisso ou banca de concurso e intervir no seu julgamento, quando concorrer parente consangneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o segundo grau, bem como cnjuge ou companheiro.

    2o Devem, os Procuradores Federais, dar-se por impedidos nas hipteses em que tenham proferido manifestao favorvel pretenso deduzida em juzo pela parte adversa e naquelas da legislao processual, cumprindo-lhes comunicar, de pronto, o seu impedimento ao respectivo superior hierrquico, visando designao de substituto.

    Art. 39. So transformados em cargos de Procurador Federal, os seguintes cargos efetivos, de autarquias e fundaes federais: I - Procurador Autrquico; II - Procurador; III - Advogado; IV - Assistente Jurdico; e V - Procurador e Advogado da Superintendncia de Seguros Privados e da Comisso de Valores Mobilirios. Pargrafo nico. O disposto neste artigo no se aplica ao Procurador do Banco Central do Brasil. Art. 40. So enquadrados na Carreira de Procurador Federal os titulares dos cargos de que trata o art. 39, cuja investidura nos

    respectivos cargos haja observado as pertinentes normas constitucionais e ordinrias anteriores a 5 de outubro de 1988, e, se posterior a essa data, tenha decorrido de aprovao em concurso pblico.

    1o O enquadramento deve observar a correlao estabelecida no Anexo VI. 2o Advocacia-Geral da Unio incumbe verificar, caso a caso, a regularidade da aplicao deste artigo, quanto aos enqua-

    dramentos efetivados.

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    Art. 37. So atribuies dos titulares do cargo de Procurador Federal:

    I - a representao judicial e extrajudicial da Unio, quanto s suas atividades

    descentralizadas a cargo de autarquias e fundaes pblicas, bem como a represen-

    tao judicial e extrajudicial dessas entidades;

    II - as atividades de consultoria e assessoramento jurdicos Unio, em suas referi-

    das atividades descentralizadas, assim como s autarquias e s fundaes federais;

    III - a apurao da liquidez e certeza dos crditos, de qualquer natureza, inerentes s

    suas atividades, inscrevendo-os em dvida ativa, para fins de cobrana amigvel ou judicial; e

    IV - a atividade de assistir a autoridade assessorada no controle interno da lega-

    lidade dos atos a serem por ela praticados ou j efetivados.

    1o Os membros da Carreira de Procurador Federal so lotados e distribudos

    pelo Advogado-Geral da Unio.

    2o A lotao de Procurador Federal nas autarquias e fundaes pblicas

    proposta pelos titulares destas.

    3o Para o desempenho de suas atribuies, aplica-se o disposto no art. 4 da

    Lei n 9.028, de 12 de abril de 1995, aos membros das carreiras de Procurador Fede-

    ral e de Procurador do Banco Central do Brasil. (Includo pela Lei n 11.094, de 2005)

    Art. 38. Os integrantes da Carreira de Procurador Federal tm os direitos e deve-

    res que lhes prev a Lei no 8.112, de 1990, e sujeitam-se s proibies e aos impedi-

    mentos estabelecidos nesta Medida Provisria.

    1o Ao Procurador Federal proibido:

    I - exercer a advocacia fora das atribuies do respectivo cargo;

    II - contrariar smula, parecer normativo ou orientao tcnica, adotados pelo

    Advogado-Geral da Unio;

    III - manifestar-se, por qualquer meio de divulgao, sobre assunto conexo s

    suas atribuies, salvo ordem, ou autorizao expressa, do Advogado-Geral da Unio;

    IV - exercer suas atribuies em processo, judicial ou administrativo, em que se-

    ja parte ou interessado, ou haja atuado como advogado de qualquer das partes, ou no

    qual seja interessado parente consanguneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o

    segundo grau, bem como cnjuge ou companheiro, bem assim nas hipteses da legis-

    lao, inclusive processual; e

    V - participar de comisso ou banca de concurso e intervir no seu julgamento,

    quando concorrer parente consanguneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o se-

    gundo grau, bem como cnjuge ou companheiro.

    2o Devem, os Procuradores Federais, dar-se por impedidos nas hipteses em que

    tenham proferido manifestao favorvel pretenso deduzida em juzo pela parte adver-

    sa e naquelas da legislao processual, cumprindo-lhes comunicar, de pronto, o seu im-

    pedimento ao respectivo superior hierrquico, visando designao de substituto.

    Art. 39. So transformados em cargos de Procurador Federal, os seguintes car-

    gos efetivos, de autarquias e fundaes federais:

    I - Procurador Autrquico;

    II - Procurador;

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    III - Advogado;

    IV - Assistente Jurdico; e

    V - Procurador e Advogado da Superintendncia de Seguros Privados e da Co-

    misso de Valores Mobilirios.

    Pargrafo nico. O disposto neste artigo no se aplica ao Procurador do Banco

    Central do Brasil.

    Art. 40. So enquadrados na Carreira de Procurador Federal os titulares dos

    cargos de que trata o art. 39, cuja investidura nos respectivos cargos haja observado

    as pertinentes normas constitucionais e ordinrias anteriores a 5 de outubro de 1988,

    e, se posterior a essa data, tenha decorrido de aprovao em concurso pblico.

    1o O enquadramento deve observar a correlao estabelecida no Anexo VI.

    2o Advocacia-Geral da Unio incumbe verificar, caso a caso, a regularidade

    da aplicao deste artigo, quanto aos enquadramentos efetivados.

    30. Observa-se que a Carreira de Procurador Federal foi inicialmente criada no

    mbito da Administrao Pblica Federal (art. 35, caput, da Medida Provisria n

    2.048-26, de 2000) sem que fosse integrada a quadro de pessoal de qualquer rgo ou

    entidade, lacuna corrigida em edies posteriores da Medida Provisria que situou os

    cargos de Procurador Federal nas respectivas autarquias e fundaes. Mesmo assim,

    cabendo ao Advogado-Geral da Unio a lotao dos integrantes da carreira, o disciplina-

    mento dos concursos de ingresso na Carreira, e a verificao da regularidade do enqua-

    dramento na Carreira coube Advocacia-Geral da Unio. 24 A Medida Provisria n 2.229-

    43, de 2001, definiu que os integrantes da Carreira de Procurador Federal respondem, na

    apurao de falta funcional praticada no exerccio de suas atribuies especficas, institu-

    cionais e legais, exclusivamente perante a Advocacia-Geral da Unio. 25 26

    31. Presente o fato de a Medida Provisria n 2.048-26, de 2000, ter conferido ao

    Advogado-Geral da Unio a atribuio de organizar os concursos pblicos de ingresso na

    Carreira de Procurador Federal, este expediu a Instruo Normativa n 13, de 4 de dezem-

    bro de 2001, que disciplinou, fixando-lhe os critrios, concurso pblico, de provas e ttulos,

    24 A verificao da regularidade do enquadramento foi inicialmente deferida Secretaria-Geral da AGU, conforme a Portaria/AGU n 828, de 27 de dezembro de 2002 (inciso IV, alnea b) e, como tal no ocorreu, dita verificao foi realizada por equipes da Pro-curadoria-Geral Federal e homologada pelo Advogado-Geral da Unio. 25 Ver o art. 75 da Medida Provisria n 2.229-43, de 2001:

    Art. 75. Os membros da Advocacia-Geral da Unio, como os integrantes da Carreira de Procurador Federal e de rgos jurdi-cos vinculados Instituio em geral, respondem, na apurao de falta funcional praticada no exerccio de suas atribuies espec-ficas, institucionais e legais, exclusivamente perante a Advocacia-Geral da Unio, e sob as normas, inclusive disciplinares, da Lei Orgnica da Instituio e dos atos legislativos que, no particular, a complementem.

    1o A apurao das faltas funcionais objeto do caput, no que concerne aos membros da Instituio, incumbe Corregedoria-Geral da Advocacia da Unio25, observada, a cada caso, a atribuio privativamente deferida ao Advogado-Geral da Unio pelo inciso XV do art. 4 da Lei Complementar no 73, de 1993.

    2o A apurao de falta funcional imputada a Procurador Federal, ou a integrante de rgo jurdico vinculado Instituio em geral, incumbe ao Procurador-Geral, ou Chefe do Departamento Jurdico respectivo, o qual, logo que ultimados os trabalhos, deve submet-los ao conhecimento do Advogado-Geral da Unio. (Ver art. 11 da Lei no 10.480, de 2002.)

    3o O Advogado-Geral da Unio dispor, em ato prprio e nos termos do 3 do art. 45 da Lei Complementar n 73, de 1993, sobre a aplicao deste artigo. (Ver art. 11 da Lei no 10.480, de 2002.) 26 Ver tambm o Ato Regimental n 1, de 5.10.2012, que Dispe sobre a aplicao do art. 75 da Medida Provisria n 2.229-43, de 6 de setembro de 2001, para a apurao de falta funcional cometida por Advogados da Unio, Procuradores da Fazenda Nacional, Procuradores Federais e Procuradores do Banco Central do Brasil.

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    destinado ao provimento de cargos de Procurador Federal de 2 Categoria, da Carreira de

    igual denominao, para prover inicialmente 595 vagas, posteriormente aumentado para

    663 vagas, para atender 96 entidades a cujos quadros os cargos de Procurador Federal

    pertenciam. O Edital do concurso foi expedido pelo Centro de Seleo e de Promoo de

    Eventos (CESPE) da Universidade de Braslia (UnB), aos 31 de janeiro de 2002.

    32. Os 663 novos Procuradores federais no seriam suficientes para atender a

    quase duas centenas de entidades, principalmente o INSS que apresentava grave carn-

    cia de Procuradores. vista disso, a signatria props ao Advogado-Geral da Unio um

    ajustamento na distribuio de cargos vagos da categoria especial para a 2 categoria da

    Carreira de Procurador Federal. Acolhida a proposta, o Presidente da Repblica expediu

    o Decreto n 4.285, de 26 de junho de 2002, remanejando 565 cargos vagos de Procura-

    dor Federal de 63 entidades da Categoria Especial para a 2 Categoria, para possibilitar a

    realizao de novo concurso pblico.

    CRIAO DA PROCURADORIA-GERA