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2020 – 3ª SÉRIE / PRÉ-VESTIBULAR 1 HISTÓRIA DO BRASIL EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA QUESTÃO 1 (Udesc_2018) Ao observamos mapas ou relatos de viajantes dos séculos XV e XVI, é comum encontrarmos referências a seres fantásticos, descritos, muitas vezes, como monstros sem olhos ou nariz, com uma perna ou com corpo desproporcional. A existência destes seres na África, Ásia e América foi relatada por diversos navegadores da época. Tais relatos são considerados indicativos do(a): a) a)intenção explícita dos cartógrafos que, ao fazerem os mapas, desenhavam seres monstruosos para desencorajar novos exploradores. b) b)movimento iluminista, que se estabelecia especialmente a partir do contato com novos povos e sociedades. c) c)visão de mundo da sociedade europeia da época, que ainda não era pautada pela observação científica e analítica da natureza e da cultura. d) d)influência da mitologia céltica, cujo legado pode ser fortemente observado nos vitrais que ornamentavam as igrejas e catedrais ao longo de toda a baixa Idade Média. e) e)versão evolucionista, que demarcava a especificidade da civilização europeia em relação à americana ou à africana. QUESTÃO 2 (IFBA_2018) “Ao retornar a Lisboa [depois de tratar de negócios nas “Índias”], Vasco da Gama falou com o Conde de Vimioso que, ao saber que os indianos exigiam ouro e prata em troca de seus produtos, disse: ‘Então foram eles que nos descobriram!’”. FONTANA, Josep. Introdução ao estudo da História Geral. São Paulo; EDUSC, 2000, p. 157. Acerca dessa afirmação feita pelo Conde de Vimioso, podemos interpretar sobre o contexto da Expansão Marítima Europeia que: a) Ao falar que foram os indianos que descobriram os europeus, o Conde de Vimioso queria dizer que, ao descobrir uma rota para as Índias, esperava-se que Portugal economizasse recursos, evitando todos os transtornos fiscais por passar em terras estrangeiras em busca de mercadorias. No entanto, na verdade, quem estava lucrando com aquilo eram os Indianos que “descobriram” uma forma de se beneficiarem da “descoberta” portuguesa, acumulando o ouro e a prata portuguesa. b) A Expansão Marítima Europeia se deu num contexto mais amplo de crescente mercantilização de produtos entre Ásia, Europa e África e, nesse momento, os Europeus ainda cumpriam o papel de revendedores de produtos comprados pela Europa. Depois da expropriação da prata e ouro das Américas, os europeus se fecharam economicamente e conseguiram recursos para dominarem o comércio mundial de mercadorias. c) A Expansão Marítima Europeia se deu num contexto mais amplo de crescente mercantilização de produtos entre Ásia, Europa e África e, nesse momento, os Europeus ainda cumpriam o papel de revendedores de produtos comprados pela Europa. Depois da expropriação da prata e ouro das Américas, os europeus se fecharam economicamente e conseguiram recursos para dominarem o comércio mundial de mercadorias. d) Revela o subdesenvolvimento do capitalismo europeu, que dependia de empréstimos de ouro e prata para realizar o comércio com outros territórios. A prata e o ouro americanos já eram de conhecimento dos Indianos, possuidores de maiores saberes de navegação e comércio que os portugueses, devido a sua relação com os povos muçulmanos, que, nesse período, haviam dominado muitos territórios, incluindo algumas terras da Península Ibérica. e) O metalismo como concepção econômica fez de Portugal, Espanha e outros Reinos detentores de colônias pioneiros na industrialização.

HISTÓRIA DO BRASIL · (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.) O texto caracteriza a) o mercado atlântico de africanos escravizados em seu período de maior intensidade

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2020 – 3ª SÉRIE / PRÉ-VESTIBULAR

1

HISTÓRIA DO BRASIL

EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA

QUESTÃO 1

(Udesc_2018) Ao observamos mapas ou relatos de viajantes dos séculos XV e XVI, é comum encontrarmos referências a seres fantásticos, descritos, muitas vezes, como monstros sem olhos ou nariz, com uma perna ou com corpo desproporcional. A existência destes seres na África, Ásia e América foi relatada por diversos navegadores da época. Tais relatos são considerados indicativos do(a): a) a)intenção explícita dos cartógrafos que, ao fazerem os mapas, desenhavam seres monstruosos para

desencorajar novos exploradores.

b) b)movimento iluminista, que se estabelecia especialmente a partir do contato com novos povos e sociedades.

c) c)visão de mundo da sociedade europeia da época, que ainda não era pautada pela observação científica e

analítica da natureza e da cultura.

d) d)influência da mitologia céltica, cujo legado pode ser fortemente observado nos vitrais que ornamentavam as

igrejas e catedrais ao longo de toda a baixa Idade Média.

e) e)versão evolucionista, que demarcava a especificidade da civilização europeia em relação à americana ou

à africana.

QUESTÃO 2

(IFBA_2018) “Ao retornar a Lisboa [depois de tratar de negócios nas “Índias”], Vasco da Gama falou com o Conde de

Vimioso que, ao saber que os indianos exigiam ouro e prata em troca de seus produtos, disse: ‘Então foram eles

que nos descobriram!’”. FONTANA, Josep. Introdução ao estudo da História Geral. São Paulo; EDUSC, 2000, p. 157.

Acerca dessa afirmação feita pelo Conde de Vimioso, podemos interpretar sobre o contexto da Expansão Marítima

Europeia que:

a) Ao falar que foram os indianos que descobriram os europeus, o Conde de Vimioso queria dizer que, ao

descobrir uma rota para as Índias, esperava-se que Portugal economizasse recursos, evitando todos os

transtornos fiscais por passar em terras estrangeiras em busca de mercadorias. No entanto, na verdade, quem

estava lucrando com aquilo eram os Indianos que “descobriram” uma forma de se beneficiarem da

“descoberta” portuguesa, acumulando o ouro e a prata portuguesa.

b) A Expansão Marítima Europeia se deu num contexto mais amplo de crescente mercantilização de produtos

entre Ásia, Europa e África e, nesse momento, os Europeus ainda cumpriam o papel de revendedores de

produtos comprados pela Europa. Depois da expropriação da prata e ouro das Américas, os europeus se

fecharam economicamente e conseguiram recursos para dominarem o comércio mundial de mercadorias.

c) A Expansão Marítima Europeia se deu num contexto mais amplo de crescente mercantilização de produtos

entre Ásia, Europa e África e, nesse momento, os Europeus ainda cumpriam o papel de revendedores de

produtos comprados pela Europa. Depois da expropriação da prata e ouro das Américas, os europeus se

fecharam economicamente e conseguiram recursos para dominarem o comércio mundial de mercadorias.

d) Revela o subdesenvolvimento do capitalismo europeu, que dependia de empréstimos de ouro e prata para

realizar o comércio com outros territórios. A prata e o ouro americanos já eram de conhecimento dos Indianos,

possuidores de maiores saberes de navegação e comércio que os portugueses, devido a sua relação com os

povos muçulmanos, que, nesse período, haviam dominado muitos territórios, incluindo algumas terras da

Península Ibérica.

e) O metalismo como concepção econômica fez de Portugal, Espanha e outros Reinos detentores de colônias

pioneiros na industrialização.

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QUESTÃO 3

(UNESP_2018) Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ocidentalização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização. A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa, pois ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente americano: caos e esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias. A experiência serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas possessões americanas uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação de uma rede administrativa densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da catástrofe antilhana.

(Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520:as origens da globalização, 1999. Adaptado.)

As epidemias provocadas pelos contatos entre europeus e povos autóctones da América

a) demonstraram o risco da expansão territorial para áreas distantes e determinaram o imediato desenvolvimento

de vacinas.

b) representaram uma espécie de guerra biológica que afetou, ainda que de forma desigual, conquistadores

e conquistados.

c) provocaram a interdição, pelas cortes europeias, da circulação de mulheres grávidas entre os

dois continentes.

d) foram utilizadas pelos nativos para impedir o avanço dos europeus, que contraíram doenças tropicais, como a

febre amarela e a malária.

e) levaram à proibição, pelas cortes europeias, do contato sexual entre europeus e nativos, para impedir a

propagação da sífilis.

QUESTÃO 4

(UNESP_2018)

As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de

povos berberes, foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os

portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam pessoas que chegavam às praias, levando-as

para os navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos serem infiéis,

seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser

justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto

não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época

também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas

almas na vida além desta. (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)

O texto caracteriza a) o mercado atlântico de africanos escravizados em seu período de maior intensidade e o controle do tráfico

pelas Companhias de Comércio. b) o avanço gradual da presença europeia na África e a conformação de um modelo de exploração da natureza e

do trabalho. c) as estratégias da colonização europeia e a sua busca por uma exploração sustentável do continente africano. d) o caráter laico do Estado português e as suas ações diplomáticas junto aos reinos e às sociedades

organizadas da África. e) o pioneirismo português na expansão marítima e a concentração de sua atividade exploradora nas áreas

centrais do continente africano. QUESTÃO 5

(Enem (Libras) 2017)

Os cartógrafos portugueses teriam falseado as representações do Brasil nas cartas geográficas, fazendo concordar o meridiano com os acidentes geográficos de forma a ressaltar uma suposta fronteira natural dos domínios lusos. O delineamento de uma grande lagoa que conectava a bacia platina com a amazônica já era visível nas primeiras descrições geográficas e mapas produzidos por Gaspar Viegas, no Atlas de Lopo Homem (1519), nas cartas de Diogo Ribeiro (1525-27), no planisfério de André Homem (1559), nos mapas de Bartolomeu Velho (1561).

KANTOR, Í. Usos diplomáticos da ilha-Brasil: polêmicas cartográficas e historiográficas. Varia Historia, n. 37, 2007 (adaptado).

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De acordo com a argumentação exposta no texto, um dos objetivos das representações cartográficas mencionadas era a) garantir o domínio da Metrópole sobre o território cobiçado. b) demarcar os limites precisos do Tratado de Tordesilhas. c) afastar as populações nativas do espaço demarcado. d) respeitar a conquista espanhola sobre o Império Inca. e) demonstrar a viabilidade comercial do empreendimento colonial. QUESTÃO 6

(UDESC_2017) Apesar das conhecidas interferências provocadas pelos mais de 300 anos de contato, muitas vezes violento, com os povos europeus, até o início do século XIX, o Continente Africano contava com poucos territórios sob domínio externo.

A respeito do Continente Africano no período que antecede o século XIX, assinale a alternativa correta. a) Até o século XVII, as rotas comerciais, existentes nos reinos e impérios africanos, eram exclusivamente

externas. As riquezas, como tecidos, plantas medicinais e, especialmente, ouro, só circulavam por via marítima.

b) Até o século XVII, a imposição da condição de escravidão aos homens e às mulheres, na África, ocorria apenas entre os Iorubas.

c) Os reinos africanos contavam com práticas de auxílio mútuo que garantiam crescimento e prosperidade. Eis porque inexistiam, até o século XIX, exércitos ou efetivos militares.

d) A língua preponderantemente falada no Continente Africano era o Khoisan, proveniente da região Sul, a partir do século XV foi substituída pelas línguas francesa e portuguesa.

e) No século XV, o Continente Africano apresentava grande diversidade. Politicamente, organizava-se em inúmeros reinos e impérios dentre os quais o dos Songai, Monomotapa, Congo, Daomé e o Ioruba. Grande parte destes povos recebia, direta ou indiretamente, influência da cultura árabe e da religião muçulmana.

QUESTÃO 7

(FAMEP_2017)

Considerando o mapa e o contexto histórico, é correto constatar que essas viagens a) estabeleceram as bases de uma economia planetária, com plena integração comercial entre as diversas

partes do mundo. b) contribuíram para a globalização, ao conectar partes do mundo que até então se ignoravam ou não se

ligavam diretamente. c) resultaram de equívocos e erros de navegação, mais do que de cálculos ou de um projeto

expansionista organizado. d) representaram a ampliação da hegemonia romana sobre o planeta, iniciada na Antiguidade Clássica. e) tiveram por objetivo a aquisição de escravos, daí privilegiarem rotas na direção da África e da Ásia.

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QUESTÃO 8

(FGV_2017) A colonização do Novo Mundo na época moderna apresenta-se como peça de um sistema, instrumento da

acumulação primitiva, da época do capitalismo mercantil. Na realidade, nem toda colonização se desenrola dentro das travas do sistema colonial, pois a colonização inglesa na América do Norte, colônias de povoamento, deu-se fora dos mecanismos definidores do sistema colonial mercantilista.

Fernando Novais. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial, 1989. Adaptado.

A partir do texto, é correto afirmar que a) coexistem, no processo de colonização na Idade Moderna, dois tipos de colônias: as de exploração e as de

povoamento, sendo estas as mais encontradas, uma vez que se baseiam em pequena propriedade, trabalho

livre e mercado interno; além disso, o Antigo Sistema Colonial garantia super lucros às

respectivas metrópoles.

b) dois tipos de colonização significam a coexistência de dois processos históricos diferentes, um ligado à Idade

Média e outro ligado à Idade Moderna, com características semelhantes, como o comércio triangular, a grande

e a pequena propriedades, o autogoverno e o exclusivo metropolitano.

c) a colonização de povoamento, típica do Sistema Colonial Mercantilista, baseia-se em grande propriedade,

trabalho escravo e produção voltada para o mercado externo, o que implica o exclusivo metropolitano como

base das relações entre Metrópole e Colônia.

d) os dois tipos de colonização, de exploração e de povoamento, explicam-se por processos diferentes: a de

exploração está ligada à acumulação de riqueza para a Metrópole moderna, com grande propriedade e

trabalho escravo, enquanto a colonização de povoamento liga-se à Metrópole industrializada.

e) o sentido profundo da colonização moderna é comercial e capitalista, pois as colônias de exploração, típicas

do Antigo Sistema Colonial, nasceram para as Metrópoles acumularem riqueza; e é dentro desse processo de

análise de conjunto que se torna inteligível a existência do outro tipo, a colonização de povoamento.

QUESTÃO 9

(FUVEST_2017)

Encontram-se assinaladas no mapa, sobre as fronteiras dos países atuais, as rotas eurasianas de comércio a

longa distância que, no início da Idade Moderna, cruzavam o Império Otomano, demarcado pelo quadro.

A respeito dessas rotas, das regiões que elas atravessavam e das relações de poder que elas envolviam, é

correto afirmar que

a) a China, com baixo grau de desenvolvimento político e econômico, era exportadora de produtos primários

para a Europa.

b) a Índia era uma economia fracamente vinculada ao comércio a longa distância, em vista da pouca demanda

por seus produtos.

c) a Europa, a despeito do poder otomano, exercia domínio incontestável sobre o conjunto das atividades

comerciais eurasianas.

d) a África Ocidental se encontrava em posição subordinada ao poderio otomano, funcionando como sua

principal fonte de escravos.

e) o Império Otomano, ao intermediar as trocas a longa distância, forçou os europeus a buscar rotas alternativas

de acesso ao Oriente.

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QUESTÃO 10

(PUCCAMP_2017)

Do Brasil descoberto esperavam os portugueses a fortuna fácil de uma nova Índia. Mas o pau-brasil, única riqueza brasileira de simples extração antes da “corrida do ouro” do início do século XVIII, nunca se pôde comparar aos preciosos produtos do Oriente. (...) O Brasil dos primeiros tempos foi o objeto dessa avidez colonial. A literatura que lhe corresponde é, por isso, de natureza parcialmente superlativa. Seu protótipo é a carta célebre de Pero Vaz de Caminha, o primeiro a enaltecer a maravilhosa fertilidade do solo.

(MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides − Breve história da literatura brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 3-4)

Comprova-se a formulação geral do texto dado, no que diz respeito aos nossos primeiros tempos, o seguinte segmento de um documento da nossa história: a) O estado de inocência substituindo o estado de graça que pode ser uma atitude de espírito. O contrapeso da

originalidade nativa. b) Pretendemos também focalizar a linha divisória que nos põe do lado oposto dos demais estrangeiros. c) Contra as histórias do homem, que começam no Cabo Finisterra. O mundo não datado. Não rubricado. Sem

Napoleão. Sem César. d) Nem separatismo nem bairrismo. Precisamos de uma articulação inter-regional. Elogio do mucambo. e) Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por

bem das águas que tem.

GABARITOS E RESOLUÇÕES

QUESTÃO 1

Gabarito: C

Comentários:

Havia no imaginário do homem europeu medieval, a existência de monstros marinhos, animais estranhos,

dragões, entre outros. Esse imaginário aparece no relato dos viajantes europeus nos séculos XV e XVI no

contexto das Grandes Navegações. Na Idade Moderna com o avanço da ciência, essa mentalidade foi superada.

QUESTÃO 2

Gabarito: A Comentários: O texto deixa claro que os indianos é que se beneficiaram com as Grandes Navegações ao exigirem metais preciosos em troca de seus produtos. Daí que Vasco das Gama afirma “então foram eles que nos descobriram”. QUESTÃO 3

Gabarito: B Comentários: A guerra biológica ou bacteriológica foi uma das estratégias, principalmente de espanhóis, para enfraquecer e dominar as populações ameríndias. QUESTÃO 4

Gabarito: B Comentários: O texto faz dois destaques: (1) o início e a ampliação da relação entre o branco europeu e o negro africano e (2) as consequências para os africanos desse contato, em especial o desrespeito à liberdade religiosa e a prática do escravismo comercial. QUESTÃO 5

Gabarito: A Comentários: O texto explica que os primeiros mapas feitos para descrever o Brasil foram manipulados pelos cartógrafos, que mudavam a localização do meridiano que dividia o continente entre Portugal e Espanha para que o mesmo coincidisse com acidentes geográficos que interessavam a Portugal explorar, como a Bacia Platina. QUESTÃO 6

Gabarito: E Comentários: A partir do contato entre europeus e africanos, proporcionado pelas Grandes Navegações, foi possível perceber o alto grau de desenvolvimento de alguns Reinos africanos, em especial do Reino do Congo. Em tais Reinos, além da organização política muito bem definida, a economia e as relações sociais eram altamente organizadas, o que denotava a capacidade de organização dos povos africanos.

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QUESTÃO 7

Gabarito: B Comentários: O mapa representa o contexto das Grandes Navegações no século XV quando os europeus realizaram diversas viagens e, através delas, ampliaram seus conhecimentos sobre o mundo, aperfeiçoaram os mapas, aproximaram regiões do ponto de vista do comércio e da cultura contribuindo para o processo de globalização. QUESTÃO 8

Gabarito: E

Comentários:

Durante o processo de colonização iniciado no século XV, surgiram dois tipos de colônia: as de exploração,

voltadas para o enriquecimento da Metrópole, e as de povoamento, onde existia relativo afrouxamento do

Pacto Colonial.

QUESTÃO 9

Gabarito: E

Comentários:

A partir do movimento das Cruzadas, rotas ligando o Ocidente e o Oriente, fechadas desde a expansão árabe

durante o século VII, foram reabertas, em especial as rotas que levavam à China e à Índia. Mas a expansão do

Império Otomano, a partir da Ásia Menor, aumentou a tributação para a travessia das rotas, o que obrigou as

Monarquias Europeias a buscar rotas alternativas para alcançar o Oriente.

QUESTÃO 10

Gabarito: E Comentários: O texto versa sobre aquilo que Portugal encontrou de interessante e lucrativo quando do descobrimento do Brasil, destacando que o pau-brasil foi o carro-chefe da exploração inicial. Nesse sentido, o trecho da letra [E], que versa sobre a fertilidade do solo brasileiro, melhor se encaixa na ideia do texto.

BRASIL PRÉ-CABRALINO (SOCIEDADES BRASILÍNDIAS) PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1532)

QUESTÃO 1

(ABVEST_2015) Vão completamente nus, homens e mulheres, como suas mães os pariram... Este rei e todos os seus

andavam nus como tinham nascido, assim como suas mulheres, sem nenhum embaraço... as mulheres, pelo menos, podiam ser mais cuidadosas.

TODOROV, T. Diários de Colombo. In. A Conquista da América. A Questão do Outro. São Paulo: Martins Fontes, 1983, p. 41.

A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam

nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador.

CAMINHA, P. V. Carta de Pero Vaz de Caminha. Biblioteca Nacional, 1500. Acervo digital. Disponível em: <https://www.bn.gov.br/tags/pero-vaz-caminha>. Acesso em: 21 set. 2016.

Os fragmentos dos textos do navegador Cristóvão Colombo e do cronista Pero Vaz de Caminha tratam dos povos e das culturas indígenas. Embora ambientados e datados em locais e épocas diferentes, ambos podem ser classificados como a) sexista b) patriarcais

c) anacrônicos d) xenofóbicos

e) etnocêntricos

QUESTÃO 2

(ABVEST_2018) Uma questão acadêmica, mas interessante, acerca da “descoberta” do Brasil é a seguinte: ela resultou de um acidente, de um acaso da sorte? Não, ao que tudo indica. Os defensores da casualidade são hoje uma corrente minoritária. A célebre carta de Caminha não refere a ocorrência de calmarias. Além disso, é difícil aceitar que uma frota com 13 caravelas, bússola e marinheiros experimentados se perdesse em pleno oceano Atlântico e viesse bater nas costas da Bahia por acidente.

Rejeitado o acaso como fonte de explicação no que tange aos objetivos da “descoberta”, fica de pé a seguinte pergunta: qual foi, portanto, a finalidade, a intenção da expedição de Cabral?

Adaptado de LOPEZ, Luiz Roberto. História do Brasil colonial. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983.

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Concordando com os teóricos que criticam a teoria da casualidade sobre o achamento do Brasil, conclui-se que a viagem de Cabral ao litoral brasileiro fez parte a) da Bula Inter Coetera de 1493, assinada pelo Papa Alexandre VI, que garantia posses no Atlântico Sul

aos portugueses. b) de um projeto para o reconhecimento das novas terras, que pertenciam a Portugal desde 1494, quando do

Tratado de Tordesilhas. c) de um experimento científico que tinha por objetivo provar que as Grandes Ilhas do Oriente, na verdade,

tratavam-se de um grande continente. d) do progresso tecnológico alcançado pelos lusitanos no século XV, que, com o uso da bússola e do astrolábio,

já possibilitava viagens longas com precisão. e) de uma experiência náutica portuguesa desenvolvida pela Escola de Sagres, que almejava alcançar o Oriente

por meio de arcos espaçados do continente africano. QUESTÃO 3

(PUCPR_2017) Leia o texto a seguir.

A primeira missa no Brasil é um momento emblemático do início da colonização portuguesa na América, celebrada poucos dias após a chegada e desembarque dos portugueses na costa brasileira, imortalizada pela narrativa na Carta de Pero Vaz de Caminha e no óleo sobre tela de Victor Meirelles. A ocupação de fato demorou um pouco mais a acontecer, dentre as razões para seu início, temos a) o aumento do comércio de especiarias com o Oriente, levando à maior necessidade de

mercados consumidores. b) a descoberta de metais preciosos na colônia portuguesa, acelerando o interesse da metrópole na exploração

de sua colônia. c) a probabilidade da tomada das terras por corsários ingleses que vinham atrás do contrabando de escravos

indígenas para outras colônias. d) a necessidade de tomar posse e defender suas terras para evitar a vinda de exploradores sem o

conhecimento da coroa portuguesa. e) a construção das feitorias para armazenar pau-brasil e carregar navios, promovendo a migração de um grande

contingente de portugueses para povoar e cuidar das novas vilas.

QUESTÃO 4

(UFU_ 2017) Refiro-me à destruição que pudemos fazer da grande (20 40 metros) e velha maloca taracuá [...]

Sabe V. Rvma. que para o índio a maloca é cozinha, dormitório, refeitório, tenda de trabalho, lugar de reunião na estação de chuvas e sala de dança nas grandes solenidades. [...] A maloca é também, como costumava dizer o zeloso dom Bazola, a “casa do diabo”, pois que ali se fazem as orgias infernais, maquinam-se as mais atrozes vinganças contra os brancos e contra outros índios...

Monsenhor Pedro Massa, início século XX. In: ZENUN, K. H. e ADISSI, V. M. A. Ser índio hoje: a tensão territorial. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1999, p. 70. (Adaptado).

Com a chegada dos europeus ao continente americano, teve início a subjetivação da figura do índio, delineando-se, gradativamente, a imagem do nativo ocioso, preguiçoso, indisciplinado e desorganizado. Esse ponto de vista atravessou séculos e sobrevive em nossos dias.

Dessa maneira, de acordo com a citação, derrubar a maloca seria uma ação necessária, pois a moradia indígena representava o(a) a) tradição da cultura pagã que contrariava os planos de conversão e domínio espiritual. b) baluarte de expressão da organização tribal, influência do contato com a cultura africana. c) símbolo de superioridade da cultura indígena, quando comparada à europeia. d) obstáculo que impedia o trabalho de catequese no espaço conhecido como reduções.

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QUESTÃO 5

(UPE-SSA_2017) Na bacia do Rio São Francisco, nas paleolagoas conhecidas hoje como tanques, foram achados ossos de animais extintos da fauna pleistocênica, que conviveram com o homem em diversas áreas da região, como Salgueiro e Alagoinha, em Pernambuco. Pesquisas mais recentes assinalaram, também, a presença de megafauna, como o mastodonte e a preguiça-gigante, como é o caso da Lagoa Uri de Cima em Salgueiro.

MARTIN, Gabriela; PESSIS, Anne-Marie. Breve Panorama da Pré-História do Vale do São Francisco no Nordeste do Brasil. Revista FUMDHAMentos, Volume 1 – Número 10 – Ano 2013, p. 14, adaptado.

O trecho acima propõe uma leitura da História do Brasil, que se caracteriza pela a) presença essencial dos europeus no continente americano. b) inexistência de exemplares da megafauna em território brasileiro. c) carência de estudos paleoantropológicos e sítios arqueológicos no Nordeste. d) antiguidade da presença humana no país, anterior à chegada dos portugueses. e) existência de répteis de porte avantajado, popularmente conhecidos como dinossauros.

QUESTÃO 6

A riqueza cultural do povo brasileiro advém da pluralidade de etnias que nos formaram, produzindo um patrimônio cultural diversificado. Assinale a alternativa correta: a) Os grupos indígenas encontrados no litoral pelo português eram principalmente tribos de tronco tupi que,

havendo se instalado uns séculos antes, ainda estavam desalojando antigos ocupantes oriundos de outras matrizes culturais.

b) Na época da chegada da esquadra cabralina, as tribos do tronco tupi eram as únicas que tinham uma organização social de classes, e a presença do Estado já era uma realidade.

c) A instituição social que dificultou a formação do povo brasileiro foi o cunhadismo, velho uso indígena que proibia a incorporação de estrangeiros à sua comunidade.

d) O surgimento de uma etnia brasileira não anulou as identificações étnicas dos índios e africanos consolidando a democracia racial que vivemos na contemporaneidade.

e) Desde os primeiros dias da colonização, o projeto jesuítico se configurou como única alternativa de garantia das culturas indígena e africana, respeitando suas crenças e representações.

QUESTÃO 7

(IFBA_ 2014) “A conquista do Brasil pressupunha também o domínio ideológico dos povos das regiões colonizadas pela Coroa lusitana. Havia que provar pelo convencimento e pela força – a superioridade do modo oficial português de ser. Era necessário convencer as populações nativas e os recém-chegados da inferioridade e do 'bestialismo' dos hábitos americanos. A opção de europeus pela cultura material e social tupinambá causava tensões insustentáveis na férrea camisa-de-força vivencial em que as elites civis e religiosas ibéricas enquadravam as classes subalternas – metropolitanas e coloniais.”

MAESTRI, Mário. Os senhores do litoral. Conquista portuguesa e agonia tupinambá no litoral brasileiro. (século 16). POA: Editora da Universidade/UFRGS, 1994. p. 61.

O texto acima e seus conhecimentos sobre as relações de dominação entre europeus e as populações indígenas na América Portuguesa permitem afirmar que a) os missionários analisavam o sistema cultural indígena, seus costumes, seu cotidiano, etc., segundo a

moralidade cristã. b) a adaptação dos europeus aos Trópicos e a assimilação de certos costumes indígenas foi estimulada pela

Coroa e pela Igreja Católica. c) os colonizadores, os missionários e os agentes portugueses compreendiam os costumes indígenas de forma

idealizada, tolerante e idílica. d) os primeiros anos de colonização do território brasileiro foram marcados pela miscigenação e tolerância

acerca do sistema cultural tupinambá. e) embora na colônia os europeus tenham adotado práticas de intolerância, na metrópole possuíam postura com

maior respeito à diversidade cultural e religiosa.

QUESTÃO 8

(PUCSP_2014) "Descoberto o Novo Mundo e instaurado o processo de colonização, começou a se desenrolar o

embate entre o Bem e o Mal." Laura de Mello e Souza. Inferno Atlântico. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 22-23.

Na percepção de muitos colonizadores portugueses do Brasil, uma das armas mais importantes utilizadas nesse

“embate entre o Bem e o Mal” era a

a) retomada de padrões religiosos da Antiguidade.

b) defesa do princípio do livre arbítrio.

c) aceitação da diversidade de crenças.

d) busca da racionalidade e do espírito científico.

e) catequização das populações nativas.

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QUESTÃO 9

(UNESP_2013) [Os tupinambás] têm muita graça quando falam [...]; mas faltam-lhe três letras das do ABC, que são F,

L, R grande ou dobrado, coisa muito para se notar; porque, se não têm F, é porque não têm fé em nenhuma coisa que

adoram; nem os nascidos entre os cristãos e doutrinados pelos padres da Companhia têm fé em Deus Nosso Senhor,

nem têm verdade, nem lealdade a nenhuma pessoa que lhes faça bem. E se não têm L na sua pronunciação, é porque

não têm lei alguma que guardar, nem preceitos para se governarem; e cada um faz lei a seu modo, e ao som da sua

vontade; sem haver entre eles leis com que se governem, nem têm leis uns com os outros. E se não têm esta letra R na

sua pronunciação, é porque não têm rei que os reja, e a quem obedeçam, nem obedecem a ninguém, nem ao pai o

filho, nem o filho ao pai, e cada um vive ao som da sua vontade [...]. (Gabriel Soares de Souza. Tratado descritivo do Brasil em 1587, 1987.)

Os comentários de Gabriel Soares de Souza expõem a) a dificuldade dos colonizadores de reconhecer as peculiaridades das sociedades nativas. b) o desejo que os nativos sentiam de receber orientações políticas e religiosas dos colonizadores. c) a inferioridade da cultura e dos valores dos portugueses em relação aos dos tupinambás. d) a ausência de grupos sedentários nas Américas e a missão civilizadora dos portugueses. e) o interesse e a disposição dos europeus de aceitar as características culturais dos tupinambás. QUESTÃO 10

(UNESP_2013) O texto destaca três elementos que o autor considera inexistentes entre os tupinambás, no final do século XVI. Esses três elementos podem ser associados, respectivamente, a) à diversidade religiosa, ao poder judiciário e às relações familiares. b) à fé religiosa, à ordenação jurídica e à hierarquia política. c) ao catolicismo, ao sistema de governo e ao respeito pelos diferentes. d) à estrutura política, à anarquia social e ao desrespeito familiar. e) ao respeito por Deus, à obediência aos pais e à aceitação dos estrangeiros. QUESTÃO 11

(PUCSP_ 2012) Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam por mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, bolos, mel, figos-passa. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provaram alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca, não gostaram dele nada, nem quiseram mais.

“A carta de Pero Vaz Caminha”, maio de 1500. Extraído de Dea Ribeiro Fenelon. 50 textos de história do Brasil. São Paulo: Hucitec, 1986, p. 23.

O documento mostra um dos primeiros contatos entre portugueses e nativos do atual Brasil. Podemos dizer, entre

outras coisas, que a carta, na sua íntegra, demonstra a

a) superioridade técnica dos europeus em relação aos indígenas e os motivos de a conquista portuguesa não ter

enfrentado resistência.

b) necessidade de reeducar os hábitos dos indígenas, cuja alimentação cotidiana era muito menos diversificada

que a dos conquistadores.

c) importância da chegada dos portugueses ao continente americano, pois eles trouxeram melhores alimentos e

melhores hábitos de vestimenta.

d) variedade de hábitos culturais de europeus e indígenas, ao expor diferenças nas vestimentas, nos utensílios e

na alimentação.

e) harmonia plena com que se deram as relações entre conquistadores e conquistados, que se

identificaram facilmente.

QUESTÃO 12

(UEPA_ 2012) Os povos tupi correspondiam no século XV a um enorme conjunto populacional étnico-linguístico que se espalhava por quase toda a costa atlântica sul do continente americano, desde o atual Ceará, até a Lagoa dos Patos, situada nos dias de hoje no Rio Grande do Sul. De acordo com registros de missionários jesuítas e de exploradores portugueses dos primeiros anos da colonização portuguesa, os povos tupi se disseminaram pelo que é hoje a costa brasileira, numa dinâmica combinada de crescimento populacional e fragmentação sociopolítica. Ao mesmo tempo, uma utopia ancestral cultivada pelos diversos grupos tupi da busca de uma “terra sem males”, teria contribuição para sua expansão territorial. Os tupi chegaram no início do século XVI à Amazônia, ocupando a Ilha Tupinambarana como ponto final de sua peregrinação. No caminho percorrido, os povos tupi viviam numa atmosfera de guerra constante entre si e com outros povos não-tupi. Guerras, captura e canibalização dos inimigos alimentavam a fragmentação, a dispersão territorial e o revanchismo.

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10

Em termos simbólicos, o sentido da antropofagia, resultante do enfrentamento entre indígenas pouco antes do início da colonização portuguesa, tem relação com: a) a necessidade de exterminar os inimigos na totalidade, inclusive pela ingestão física, de modo a interditar-lhes

qualquer forma de sobrevivência ou resquício material. b) o interesse em assimilar as potencialidades guerreiras e a bravura dos inimigos, bem como incorporar seu

universo social e cosmológico adicionado ao grupo do vencedor. c) a profunda diferença sociocultural entre os povos tupi, que ao longo da expansão tendiam a considerar-se

como estrangeiros, habitando regiões contíguas. d) a interferência de navegadores europeus que alimentavam as dissensões entre os povos indígenas como

meio de conquistá-los posteriormente. e) a disputa territorial com os povos não-tupi, que foram praticamente expulsos da costa e obrigados a adentrar o

interior do continente. QUESTÃO 13

(ABVEST_2014) 22 de Abril de 1500

A charge de Laerte a) faz um jogo entre passado e presente por meio da fala do indígena que expõe, de maneira crítica, a

expectativa de moradia, algo próprio do Brasil contemporâneo. b) o comentário conformista do indígena mostra a docilidade com que as populações nativas receberam os

conquistadores portugueses, uma vez que não apresentaram resistência. c) tem conotação anacrônica, já que atribui ao índio brasileiro do século XV valores contemporâneos como a

língua falada, no caso o português, e o sonho da casa própria. d) apenas apresenta os índios como reféns do processo de colonização portuguesa sobre o Brasil, o que reforça

a perspectiva histórica tradicionalista e eurocêntrica. e) faz alusão à religiosidade animista dos índios pré-cabralianos, que tinha como principal base a premonição, o

que pode ser observado na charge quando o indígena prevê a dominação portuguesa. QUESTÃO 14

(ABVEST_2016)

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Na obra Adoração dos Magos, há um indígena retratado fora de seu contexto original, transportado para a cena bíblica da visita dos Reis Magos a Jesus. Já em O Inferno o próprio diabo, sentado em um trono, tem um cocar em sua cabeça. Ao analisarmos esses quadros, individual ou conjuntamente, é possível pensar que a) retratar indígenas do Brasil era proibido pelo governo português e pela Igreja durante o século XVI, por isso os

artistas preferiam não se identificar ou assinar a obra. b) no quadro Adoração dos Magos, o indígena que substitui um dos reis magos, pode ser interpretado como a

possibilidade de mostrar aos europeus que os índios adaptavam-se facilmente ao Cristianismo. c) no quadro O inferno, atributos indígenas no demônio, como o cocar, podem ser interpretados como uma

associação entre a imagem dos índios e o mal, justificando, assim, práticas genocidas na América. d) na obra Adoração dos Magos o artista procurou demonstrar a onipresença de Deus, que se manifestou

também na América corporificando-se sob a forma de Jesus. e) as duas imagens expressam pontos de vista diferentes sobre os indígenas na América, mas, em ambas, há

um ponto comum: os ameríndios aparecem estilizados, em contextos cristãos e retratados do ponto de vista do europeu.

QUESTÃO 15

(ABVEST_2016) (…) Aspecto fundamental na formação de alianças na determinação das políticas coloniais – mesmo em

áreas ‘centrais’ como no México ou no Peru, diga-se de passagem – a tendência de definir grupos étnicos em categorias fixas serviu não apenas como instrumento de dominação, como também de parâmetro para a sobrevivência étnica de grupos indígenas (...)

(...) É preciso prestar mais atenção às novas categorias constituídas no bojo da sociedade colonial, sobretudo os marcadores étnicos genéricos, tais como ‘carijós’, ‘tapuios’ ou, no limite, “índios”. Se estes novos termos no mais das vezes refletiam as estratégias coloniais de controle e as políticas de assimilação que buscavam diluir a diversidade étnica, ao mesmo tempo se tornaram referências importantes para a própria população indígena. Assim os índios coloniais buscavam forjar novas identidades que não apenas se afastavam das origens pré-coloniais como também procuravam se diferenciar dos emergentes grupos sociais que eram frutos do mesmo processo colonial, o que se intensificou com a rápida expansão do tráfico transatlântico e o correspondente aumento de uma população africana e afrodescendente.

MONTEIRO, John Manuel. Tupis, tapuias e historiadores. Estudos de história indígena e do indigenismo. Tese de Livre Docência, área de Etnologia, Unicamp, 2001.p. 57-59. Disponível em: http://cutter.unicamp.br/document/?code=000343676

A leitura do excerto permite concluir que o antropólogo e historiador John Manuel Monteiro propôs uma nova leitura sobre o resultado do processo de colonização europeia na América. Monteiro propõe que a) a busca por afastar-se de outros grupos foi um fator determinante para a construção de identidades étnicas

entre os indígenas e para promover o isolamento e a estigmatização na América Portuguesa. b) os novos estudos sobre as identidades étnicas indígenas lançam seu olhar para as classificações específicas

desses grupos, refutando as classificações generalizadas antes perpetuadas por uma historiografia tradicional. c) a construção das identidades indígenas não são resultantes da relação entre as origens pré-coloniais e o

contato com a diversidade dos conquistadores e de outros grupos que fizeram parte do processo de colonização.

d) a classificação dos indígenas em categorias genéricas foi importante para o projeto colonizador na América, mas também atendeu a interesses dos grupos nativos envolvidos.

e) uma nova análise sobre a atmosfera colonizadora na América permite concluir que o europeu foi vítima no processo colonial, não o contrário, como se convencionou postular tradicionalmente.

QUESTÃO 16

(ABVEST_2017)

Quem chorou por Vitor, o bebê indígena assassinado com uma lâmina enfiada no pescoço? Um menino de dois anos foi assassinado. Um homem afagou

seu rosto. E enfiou uma lâmina no seu pescoço. O bebê era um índio do povo Kaingang. Seu nome era Vitor Pinto. Sua família, como outras da aldeia onde ele vivia, havia chegado à cidade para vender artesanato pouco antes do Natal. Ficariam até o Carnaval. Abrigavam-se na estação rodoviária de Imbituba, no litoral de Santa Catarina. [...] E o Brasil não parou para chorar o assassinato de uma criança de dois anos. Os sinos não dobraram por Vitor.

Pertences do garoto permaneciam no local do crime na

quarta (30) (Foto: Gabriel Felipe/RBS TV)

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Essa foto é um documento histórico. Tanto pelo que nela está quanto pelo que nela não está. Nela permanece o descartável, os objetos de plástico e de pet, os chinelos restados. Nela não está aquele que foi apagado da vida. A ausência é o elemento principal do retrato.

Elaine Brum, “1500, o ano que não terminou”, El País, 04 jan. 2016. Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/01/04/opinion/1451914981_524536.html

Sobre a foto entendida como documento historico, e possível afirmar que a) expressa apenas partes visíveis como os chinelos e os brinquedos de plástico. b) não possibilita a discussão sobre a necessidade de se debater as condições dos grupos indígenas

no presente. c) a autora se equivocou ao tratar a foto como documento histórico, uma vez que não há elementos escritos

em questão. d) é reveladora de um longo processo de invisibilidade dos povos indígenas no Brasil, pois na foto nem a vítima

e exibida. e) diferente do que afirma a jornalista, na foto não ha a presença da vítima e assim ela não pode documentar o

que aconteceu.

QUESTÃO 17

(UESF_2018) O “coração” econômico da época, Veneza, tem cada vez mais dificuldades em assegurar a competitividade de seus produtos. Em 1504, os navios venezianos já quase não encontram pimenta em Alexandria. As especiarias desta proveniência se revelam muito mais caras do que as que são encaminhadas da Índia portuguesa: a pimenta embarcada pelos portugueses em Calicute é quarenta vezes menos onerosa do que a que transita por Alexandria.

(Jacques Attali. 1492, 1991. Adaptado.)

O início da colonização efetiva do Brasil por Portugal, historicamente condicionado pelos fatos referidos pelo excerto, a) teve início assim que os navegadores chegaram às novas terras. b) projetou a hegemonia portuguesa no comércio atlântico. c) enriqueceu a Metrópole com a descoberta de metais preciosos. d) atardou-se devido aos lucros auferidos com o comércio oriental. e) foi financiado pelos lucros gerados pelo comércio de especiarias. QUESTÃO 18

(COL. NAVAL_ 2016) Observe a charge a seguir:

A charge acima representa os primeiros anos logo após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil. É correto afirmar que entre as principais características desse período temos a a) extração do Pau-Brasil por meio do estanco

(troca), onde os indígenas realizavam o corte da madeira e recebiam em troca objetos vistosos, mas de estimado valor, como espelhos, armamentos e tecidos diversos.

b) extração das drogas do sertão por meio de trabalho escravo, pelo qual os exploradores aproveitaram para iniciar o processo de ocupação territorial do Brasil a partir da construção de feitorias.

c) construção das primeiras feitorias com a finalidade de estimular a vinda de colonos para a produção de riquezas, como a cana-de-açúcar, e consequentemente efetivar a ocupação do território brasileiro garantindo a presença portuguesa.

d) extração do Pau-Brasil por meio do escambo (troca), onde os indígenas realizavam o corte e o transporte da madeira recebendo em troca objetos de pouco valor, como espelhos, miçangas e instrumentos de ferro.

e) distribuição das primeiras sesmarias, por meio de Estanco, aos donatários que estavam se instalando no Brasil, destacando-se, nesse processo, o arrendatário Fernando de Noronha, que se notabilizou na extração do Pau-Brasil.

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QUESTÃO 19

(Espcex (Aman) 2015) “Os primeiros trinta anos da História do Brasil são conhecidos como período Pré-Colonial. Nesse período, a coroa portuguesa iniciou a dominação das terras brasileiras, sem, no entanto, traçar um plano de ocupação efetiva. […] A atenção da burguesia metropolitana e do governo português estavam voltados para o comércio com o Oriente, que desde a viagem de Vasco da Gama, no final do século XV, havia sido monopolizado pelo Estado português. […] O desinteresse português em relação ao Brasil estava em conformidade com os interesses mercantilistas da época, como observou o navegante Américo Vespúcio, após a exploração do litoral brasileiro, pode-se dizer que não encontramos nada de proveito”.

Berutti, 2004.

Sobre o período retratado no texto, pode-se afirmar que o(a) a) desinteresse português pelo Brasil nos primeiros anos de colonização, deu-se em decorrência dos tratados

comerciais assinados com a Espanha, que tinha prioridade pela exploração de terras situadas a oeste de Greenwich.

b) maior distância marítima era a maior desvantagem brasileira em relação ao comércio com as Índias. c) desinteresse português pode ser melhor explicado pela resistência oferecida pelos indígenas que dificultavam

o desembarque e o reconhecimento das novas terras. d) abertura de um novo mercado na América do Sul, ampliava as possibilidades de lucro da burguesia

metropolitana portuguesa. e) relativo descaso português pelo Brasil, nos primeiros trinta anos de História, explica-se pela aparente

inexistência de artigos (ou produtos) que atendiam aos interesses daqueles que patrocinavam as expedições. QUESTÃO 20

(UDESC_ 2015) Leia com atenção o fragmento retirado da Carta de Pero Vaz de Caminha. “E quando veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles [os índios] se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado; e então tornaram-se a assentar como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim todos, como nós estávamos com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção.”

Pero Vaz de Caminha. In: OLIVIERI, A. C. e VILLA, M. A. Crônicas do descobrimento. São Paulo: Ática, 1999, p. 23.

Em relação à Carta de Caminha para o Rei de Portugal, pode-se dizer que é: a) Uma narrativa que projeta sobre as populações nativas uma visão de mundo cristão, como se o Brasil fosse

uma espécie de paraíso edênico. b) Um relato imparcial sobre as populações indígenas, porque o autor narra exatamente o que viu e viveu no Brasil. c) Uma narrativa capaz de identificar a verdadeira essência das populações indígenas brasileiras que já

conheciam o cristianismo, e traziam no seu íntimo um conhecimento prévio dos ensinamentos pregados por Cristo a seus discípulos.

d) Um relato que expressa total ignorância e despreparo do cronista sobre o caráter dissimulado e estratégico das populações indígenas, que desejavam tão somente ganhar a confiança dos viajantes europeus para obter lucros e fazer alianças políticas para derrotar seus inimigos.

e) Um relato sem valor histórico, pois está marcado por uma perspectiva eurocêntrica e preconceituosa sobre os habitantes nativos do Brasil.

QUESTÃO 21

(PUCRJ_2012) “Eu, El-Rei, faço saber aos que este meu regimento virem, que sendo informado das muitas desordens que há no sertão do pau-brasil, e na conservação dele, de que se tem seguido haver hoje muita falta, cada vez será o dano maior se não se atalhar e der nisso a ordem conveniente (...): mando que nenhuma pessoa possa cortar, nem mandar cortar o dito pau-brasil, por si ou seus escravos, sem expressa licença do provedor-mor da minha Fazenda (...); e quem o contrário fizer incorrerá em pena de morte e confiscação de toda a sua fazenda.”

Felipe III, Regimento do pau-brasil, 1605.

No contexto da colonização das terras do Brasil, o regimento do rei Felipe III apresenta medidas associadas: a) à afirmação do poder da Coroa espanhola, em detrimento dos comerciantes e colonos portugueses. b) ao caráter monopolista da extração do pau-brasil, pois era necessária autorização expressa da Coroa para

atividade extrativista. c) às preocupações da Coroa na preservação da Mata Atlântica, que estava sendo devastada pelos colonos. d) à importância do pau-brasil no comércio colonial como principal produto de exportação da América

Portuguesa, em inícios do século XVII. e) à afirmação da política absolutista dos reinos europeus cerceadora de todas as iniciativas dos colonos

nas Américas.

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QUESTÃO 22

(PUCSP_2011) “O Brasil é uma criação recente. Antes da chegada dos europeus (...) essas terras imensas que formam nosso país tiveram sua própria história, construída ao longo de muitos séculos, de muitos milhares de anos. Uma história que a Arqueologia começou a desvendar apenas nos últimos anos.”

Norberto Luiz Guarinello. Os primeiros habitantes do Brasil. A arqueologia pré-histórica no Brasil. São Paulo: Atual, 2009 (15ª edição), p. 6

O texto acima afirma que a) o Brasil existe há milênios, embora só tenham surgido civilizações evoluídas em seu território após a chegada

dos europeus. b) a história do que hoje chamamos Brasil começou muito antes da chegada dos europeus e conta com a

contribuição de muitos povos que aqui viveram. c) as terras que pertencem atualmente ao Brasil são excessivamente grandes, o que torna impossível estudar

sua história ao longo dos tempos. d) a Arqueologia se dedicou, nos últimos anos, a pesquisar o passado colonial brasileiro e seu vínculo com a Europa. e) os povos indígenas que ocupavam o Brasil antes da chegada dos europeus, foram dizimados pelos

conquistadores portugueses. QUESTÃO 23

(PUCSP_ 2008) Leia as duas estrofes a seguir:

"Pindorama, Pindorama É o Brasil antes de Cabral Pindorama, Pindorama É tão longe de Portugal Fica além, muito além Do encontro do mar com o céu Fica além, muito além Dos domínios de Dom Manuel.

Vera Cruz, Vera Cruz Quem achou foi Portugal Vera Cruz, Vera Cruz Atrás do Monte Pascoal Bem ali Cabral viu Dia vinte e dois de abril Não só viu, descobriu Toda terra do Brasil."

Pindorama, de Sandra Peres e Luiz Tatit, in "Palavra Cantada", Canções Curiosas, 1998.

Entre as várias referências da letra da canção à chegada dos portugueses à América, pode-se mencionar a) a preocupação com os perigos da viagem, a distância excessiva e a datação exata do momento

da descoberta. b) o caráter documental do texto, que reproduz o tom, a intenção informativa e a estrutura dos relatos

de viajantes. c) a dúvida quanto à expressão mais adequada para designar a chegada dos portugueses, daí a variação

de verbos. d) o pequeno conhecimento das novas terras pelos conquistadores, indicando sua crença de terem chegado

às Índias. e) a diferença entre os termos que nomeavam as terras, sugerindo uma diferença entre a visão do índio e a

do português. QUESTÃO 24

(ABVEST_2017) Tocadas em 1500 pelos homens de Pedro Álvares Cabral, as terras que hoje são brasileiras foram desde

então oficialmente incorporadas à Coroa portuguesa. Se haviam sido frequentadas antes, como sugere o Esmeraldo de Situ Orbis, e defendem alguns historiadores portugueses, disso não ficou maior registro, e não há, pois, como fugir da data consagrada e recentemente celebrada – para o bem e para o mal – por brasileiros e portugueses. Descoberto oficialmente, pois, em 1500, sob o pontificado de Alexandre VI Bórgia, não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros. Vários são os sentidos dessa não existência.

(Adaptado de: SOUZA, L. M. O nome do Brasil. Revista de História. São Paulo, 2001. n.145. p.61-86. Disponível em: <http://revhistoria.usp.br/images/stories/revistas/145/RH-145_-_Laura_de_Mello_e_Souza.pdf>. Acesso em: 7 jun.2013.)

Laura de Mello e Souza, ao propor que em 1500 “não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros”, sugere que a) no século XV, a historiografia ainda não havia se desenvolvido a ponto de analisar, criteriosamente, a

formação política e étnica do Brasil. b) Os historiadores portugueses não reconhecem a expedição de Cabral como o evento principiador da formação

do Brasil e do seu povo. c) as sociedades pré-cabralinas não haviam desenvolvido Estado complexo nem adquirido maturidade

civilizacional antes do processo de colonização europeia. d) é anacrônico supor a existência do Estado e do povo brasileiro ainda no século XV, visto que esses elementos

são resultados de uma construção histórica posterior. e) o Brasil e o seu povo só podem ser compreendidos a partir da chegada dos portugueses, uma vez que as

sociedades pré-cabralinas não constituíram civilização.

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QUESTÃO 25

(ABVEST_2015)

Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois noto que repetem logo o que a gente diz e creio que depressa se fariam cristãos; me pareceu que não tinham nenhuma religião. Eu, comprazendo a Nosso Senhor, levarei daqui, por ocasião de minha partida, seis deles para Vossas Majestades, para que aprendam a falar.

COLOMBO, C. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e o testamento. Porto Alegre: L&PM, 1984.

O documento destaca um aspecto cultural relevante em torno da conquista da América, que se encontra expresso em: a) Necessidade de imprimir sobre os ameríndios a educação e a cultura a partir de modelos ocidentais. b) Coisificação do ameríndio, que por não ter religião foi torturado e escravizado. c) Encantamento do homem branco diante do comportamento selvagem e infantil das tribos autóctones. d) Violência militarizada do europeu diante da necessidade de imposição de regras aos ameríndios. e) Compromisso dos agentes religiosos diante da necessidade de respeitar a diversidade social dos índios.

GABARITOS E RESOLUÇÕES

QUESTÃO 1

Gabarito: E Comentários: Como semelhança, pode-se destacar o etnocentrismo. Ambos os textos tratam o indígena a partir da medida da cultura europeia, e, por isso, enxergam-no como inferior. QUESTÃO 2

Gabarito: B Comentários: Os descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI foram processos importantes para a construção do mundo moderno. A chegada dos portugueses ao Brasil decorre dos projetos que levaram diferentes nações europeias às grandes navegações. A viagem de Cabral ao litoral do Brasil fez parte de um projeto para reconhecer o litoral do Brasil, que pertencia a Portugal desde 1494, quando do Tratado de Tordesilhas. A posse do litoral do Brasil, somada a posse do litoral africano, garantiria ao reino lusitano o controle sobre a rota atlântica em direção ao oriente e suas especiarias. As “grandes navegações” foram impulsionadas pela necessidade de superar a crise econômica do século XIV, determinada pela retração da produção agrícola devido às guerras e a peste negra; ao mesmo tempo contribuiu para consolidar o Estado Nacional, nova forma de organização política constituída no final do período medieval. QUESTÃO 3

Gabarito: D Comentários: A questão remete ao período denominado Pré-Colonial, 1500-1530, entre a viagem de Cabral em 1500 à viagem de Martim Afonso de Souza em 1530. Neste período não ocorreu ocupação portuguesa no Brasil, pois o país ibérico priorizou o comércio das especiarias no oriente deixando o Brasil em segundo plano. Na viagem de Cabral em 1500 havia uma preocupação em defender as terras lusitanas demarcadas pelo Tratado de Tordesilhas diante da possibilidade de invasões. QUESTÃO 4

Gabarito: A Comentários: A questão aponta para o etnocentrismo. Com a chegada à América do europeu, homem branco e cristão, a cultura ameríndia foi concebida a partir do olhar europeu e, desta forma, os índios foram rotulados de selvagens, bárbaros, vagabundos, indisciplinados, sem fé e sem valores, etc. Daí a necessidade da catequese, converter estes homens à civilização cristã ocidental, trabalho desempenhado pelos padres jesuítas.

QUESTÃO 5

Gabarito: D Comentários: O texto mostra a existência de vestígios que indicam a presença de animais do chamado “período pré-histórico” em terras brasileiras, evidenciando que a História brasileira é anterior a presença europeia no país.

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QUESTÃO 6

Gabarito: A Comentários: Quando da chegada dos portugueses, nossos indígenas eram, principalmente, dos ramos tupi e tapuia. Com os tupis (que os portugueses também chamavam de tupinambás) os europeus tiveram mais contato. Esse era o ramo que falava a língua conhecida como tupi-guarani. Com os tapuias, os europeus tiveram pouco contato inicial. Esse ramo falava diversas línguas. QUESTÃO 7

Gabarito: A Comentários: O contato entre europeus e indígenas foi marcado pelo etnocentrismo por parte dos europeus, que mediam os hábitos e costumes dos índios a partir da medida da própria cultura europeia. QUESTÃO 8

Gabarito: E

Comentários:

Para as nações ibéricas, Portugal e Espanha, a Expansão Marítimo Comercial e o processo colonizador

subsequente tiveram um viés econômico, dentro da perspectiva econômica mercantilista, mas embasada

ideologicamente com um discurso religioso, de expandir a fé católica convertendo os pagãos. Neste sentido, a

catequese, exerceu um papel de aculturação contribuindo para a dominação europeia. O Renascimento Cultural,

séculos XIV, XV e XVI, foi caracterizado pela racionalidade e espírito científico, mas não foram estes os

referenciais para a colonização da América.

QUESTÃO 9

Gabarito: A Comentários: No texto, percebe-se a falta de compreensão quanto à pronúncia dos nativos e à falta de letras que, para os portugueses, eram essenciais e vista como um grande desvio. QUESTÃO 10

Gabarito: B Comentários: Questão de interpretação de texto. Produzido no século XVI, ainda nos primórdios do processo de colonização, quando a ação dos jesuítas ainda estava em seu início, o autor desenvolve uma teoria para justificar não apenas a inferioridade indígena, mas a pouca importância que as autoridades devem dispensar a este povo. QUESTÃO 11

Gabarito: D

Comentários:

A Carta de Caminha aponta uma série de elementos importantes que refletem este primeiro contato entre

portugueses e nativos (embora haja controvérsias sobre quais os primeiros europeus a chegar ao Brasil).

Diferenças culturais entre estes dois povos e culturas são gritantes, tais como, na questão de alimentação,

vestimentas, hábitos, entre outros. A Carta de Caminha, na sua íntegra, retrata muito do contexto europeu como a

questão política (o absolutismo), uma vez que a carta foi enviada ao rei de Portugal chamado Manoel, questão

econômica ao mencionar que no Brasil não tem riqueza fácil como ouro, prata e especiarias, externa ideias do

Renascimento Cultural como o naturalismo ao valorizar a flora e a fauna aqui encontrada, também apresenta

ideias religiosas ao afirmar que no Brasil provavelmente a tarefa portuguesa será a catequese dos nativos. As

demais alternativas estão incorretas. Ocorreu resistência dos nativos no processo de conquista. A alimentação

dos nativos era rica e diversificada.

QUESTÃO 12

Gabarito: B Comentários: A antropofagia era um rito mágico/religioso, que se difere do canibalismo, cujo objetivo é simplesmente saciar a fome. No primeiro caso, os índios acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos que lhes eram próprios. Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes.

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QUESTÃO 13

Gabarito: A Comentários: Toda charge tem por objetivo satirizar um dado fato ou acontecimento. Portanto, o propósito de Laerte não foi observar o passado por meio dos valores contemporâneos, incorrendo assim de anacronismo, mas identificar, de forma irreverente, as matrizes históricas de um problema típico da sociedade brasileira que é o grande volume de cidadãos “sem teto”, ou seja, sem moradia. QUESTÃO 14

Gabarito: E Comentários: Tanto em Adoração dos Magos quanto em O Inferno, fica evidente que o europeu seiscentista procurou interpretar o Novo Mundo a partir dos seus próprios valores, reinventando, assim, a história da América. QUESTÃO 15

Gabarito: D Comentários: Nessa questão era esperado que se refletisse sobre o processo de formação das identidades indígenas e a maneira como elas têm sido observadas e tratadas de forma cristalizadora, em que os grupos classificados ainda na conquista da América são tidos até hoje como herdeiros de um passado pré-colonial que lhes confere uma identidade afastada do processo de colonização. Os novos estudos propõem que lancemos o olhar para além dos termos genéricos e generalizantes como “tapuios”, “carijós”, “índios” etc., e que analisemos as relações estabelecidas entre os conquistados e conquistadores. O trecho estabelece ainda que no processo de conquista e colonização dar “nomes” e classificar os indígenas como aliados ou inimigos constituíam a política de domínio do conquistador, mas aceitar essa classificação e se colocar de um lado ou de outro foram partes da estratégia dos grupos nativos para a sobrevivência e manutenção de sua identidade, uma identidade que agregou e rejeitou elementos de outras culturas no contato com o estrangeiro de acordo com os interesses do grupo envolvido. QUESTÃO 16

Gabarito: D Comentários: Todo documento, como é sabido, oferece um conjunto de informações para ser interpretado, questionado e analisado. Porém, um documento não expressa apenas o que afirma: ele também tem suas lacunas. O olhar crítico sobre um documento exige que se procure as contradições, os pontos frágeis, as intenções de quem o produziu, seus vínculos sociais, políticos e culturais. No caso, a autora afirma que a foto dos objetos pessoais de Vitor Pinto, garoto da etnia Kaingang assassinado na rodoviária de Imbituba (SC) em dezembro de 2015, é um documento histórico. Observem que nela não aparece o rosto, não há nenhum marco pessoal mais explícito. E, por esse motivo, é um documento revelador. Os chinelos, os brinquedos de plástico comuns em cidades litorâneas, o cimento áspero são o que se pode identificar. Remetem à aspereza e ao aspecto descartável da vida de Vitor de seu grupo. Os indígenas habitam os livros escolares e algumas comemorações como o Dia do Índio, mas parecem não habitar o cotidiano dos dias atuais. Ou, quando muito, são apresentados como um problema, mas quase nunca como grupos originários, diversificados e dinâmicos que também compõem a atual sociedade. Dessa forma, trata-se de um documento revelador pelo que não apresenta, mais do que pela leitura imediata e descritiva da cena. É a fotografia de uma ausência.

QUESTÃO 17

Gabarito: D Comentários: Devido aos lucros obtidos no comércio de especiarias (cerca de 500% ao ano), Portugal ficou, entre 1500 e 1530, sem efetivar a colonização do Brasil. QUESTÃO 18

Gabarito: D Comentários: A questão faz uma referência à chegada dos portugueses ao Brasil e ao escambo, caracterizado pelo trabalho indígena no corte da madeira Pau-Brasil, recebendo em troca objetos de pouco valor como espelhos, miçangas e instrumentos de ferro.

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QUESTÃO 19

Gabarito: E Comentários: A questão remete ao período Pré-Colonial que ocorreu no Brasil entre 1500-1530. As Grandes Navegações que ocorreram ao longo do século XV foram importantes para angariar recursos para os Estados Modernos. Desta forma, já havia dentro destas navegações ideias mercantilistas, ou seja, buscar metais preciosos e especiarias para a Europa. A viagem de Vasco da Gama que chegou às Índias em 1498 foi coroada de êxito dando um lucro exorbitante para Portugal. Assim, foi criada a mesma expectativa quanto a viagem de Cabral ao Brasil em 1500. Conforme relata a Carta de Caminha não havia riqueza no Brasil, ou seja, metais preciosos e especiarias e que o melhor a fazer é a catequese dos índios. O sucesso da viagem de Vasco da Gama e o fracasso da viagem de Cabral explicam o relativo descaso de Portugal em relação ao Brasil priorizando, então, o comércio das especarias no oriente. Daí o período Pré-Colonial.

QUESTÃO 20

Gabarito: A Comentários: A questão remete ao importante documento histórico, a “Carta de Caminha”. Esta questão pode ser respondida a partir das alternativas incorretas. Pero Vaz de Caminha narrou o indígena dentro de sua concepção de mundo, a cultura cristã ocidental. Sua narrativa não identificou a verdadeira essência das populações indígenas brasileiras. Não podemos concordar com a ideia de que os indígenas eram dissimulados e estratégicos e que possuíam interesses em obter lucros. O documento tem um grande valor histórico.

QUESTÃO 21

Gabarito: B Comentários: a) Incorreta. A União Ibérica não se constituiu em detrimento dos comerciantes e colonos portugueses, que continuaram com seus privilégios nas terras americanas. c) Incorreta. Não havia preocupações ecológicas com a preservação da Mata Atlântica. d) Incorreta. No início do século XVII, o principal produto de exportação da América Portuguesa era o açúcar. e) Incorreta. O rei está reafirmando o monopólio real da exploração do pau-brasil. O controle dessa atividade deve se coadunar com a iniciativa dos colonos.

QUESTÃO 22

Gabarito: B Comentários: No final do século XV, antes da chegada do homem branco europeu ao continente americano, havia de cinco a seis milhões de índios no Brasil, com aproximadamente 1150 diferentes línguas e dialetos.

QUESTÃO 23

Gabarito: E Comentários: O Brasil, antes da chegada dos portugueses, era chamado pelos povos tupis de pindorama (terra das palmeiras). Os lusitanos batizaram as terras conquistadas de Brasil, refletindo o interesse comercial da empreitada expansionista, uma vez que uma das primeiras riquezas econômicas que exploraram na América Portuguesa foi a árvore cuja seiva tem “cor de brasa” (vermelha). Logo, Pindorama e Brasil representam as diferentes visões, dos nativos e dos europeus, sobre um mesmo espaço.

QUESTÃO 24

Gabarito: D Comentários: A historiadora Laura de Mello e Souza sugere na passagem “não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros” aspectos como: os povos autóctones, cerca de 2.500.000 habitantes indígenas na época da chegada de Cabral, não constituíam uma unidade cultural, tampouco política, pois se tratavam de um conjunto variado de sociedades; os portugueses ocuparam um território, desconhecido por eles, sendo o Brasil uma construção histórica posterior, portanto é equivocado (anacronismo) pensar o território brasileiro atual para o século XVI; o Estado brasileiro será formado apenas no século XIX, quando conquistará a independência política da Europa, formando um Império; a identidade nacional brasileira, tema complexo e polêmico da historiografia, terá suas primeiras manifestações, ainda que fragmentárias, na crise do antigo sistema colonial no final do século XVIII. QUESTÃO 25

Gabarito: A Comentários: O texto ressalta a importância da transmissão de valores culturais e educacionais que os europeus davam ao entrarem em contato com as sociedades indígenas. Pode-se destacar as frases “repetem logo o que a gente diz” e “para que aprendam a falar”.

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PERÍODO COLONIAL (1532-1822) QUESTÃO 1

(ABVEST_2014)

A partir da análise da aquarela, é correto afirmar que o artista apresenta os a) africanos livres e suas belas roupas. b) negros displicentes e suas múltiplas funções. c) serviçais urbanos e suas diferentes moradias. d) negros após a abolição da escravidão no Brasil. e) escravos de ganho e suas variadas atividades. QUESTÃO 2

(ABVEST_2015) "Pouco tempo depois do desembarque [na Bahia], fui recomendado pelo Capitão a um homem muito honrado, semelhante ao mesmo capitão, que tinha o que vulgarmente se chama um Engenho, isto é, uma plantação e uma manufatura de açúcar. Vivi alguns tempos em sua casa e por este meio me instrui no modo de plantar e fazer o açúcar. Ora, vendo que comodamente viviam estes cultivadores e com rapidez se enriqueciam, resolvi-me a estabelecer-me e a ser cultivador como os outros, se fosse possível obter licença; bem entendido que procuraria o meio de me fazer vir à mão o dinheiro, que tinha deixado em Londres [...] [Importei da Inglaterra] panos, sedas, meias e outras coisas extraordinariamente estimadas e procuradas neste país [e...] achei o segredo de as vender por alto preço, de sorte que posso dizer que, depois de sua venda, ajuntei mais de quatro vezes o valor da minha carregação [...] o ano seguinte tive toda a sorte de vantagens na minha plantação; colhi na minha própria terra cinquenta rolos de tabaco [que] estavam bem acondicionados e prontos para quando a frota voltasse para Lisboa."

DEFOE, Daniel. "Vida, e aventuras admiráveis de Robinson Crusoé, que contém a sua tornada à sua Ilha, as suas novas viagens, e as suas reflexões". Lisboa: Impressão de Alcobia, 1815. v. 1, p. 68-69 e 74. (Adaptado)

Robinson Crusoé é um romance escrito por Daniel Defoe e publicado originalmente em 1719 no Reino Unido. Levando em consideração o trecho do romance em questão, conclui-se, a partir dele, que a) no contexto em questão, o nordeste do Brasil era o destino preferenciado pelos aventureiros que vinham

fazer riqueza. b) a narrativa permite visualizar práticas muito comuns no período colonial, como a naturalização

de estrangeiros. c) embora, no contexto tratado, a principal economia colonial fosse a mineração, o açúcar ainda figurava como

principal produto exportado. d) as práticas vislumbradas por Crusoé em terras brasileiras são típicas de países de economia liberal,

contrariando os princípios do Mercantilismo. e) em consonância com os paradigmas mercantilistas da época, Crusoé realizava as exportações por meio das

suas próprias embarcações. QUESTÃO 3

(ABVEST_2015)

O desenho retrata a fazenda de São Joaquim da Grama com a casa-grande, a senzala e outros edifícios representativos de uma estrutura arquitetônica característica do período escravocrata no Brasil. Esta organização do espaço representa uma a) herança evidente da organização feudal que se

perpetuou na América Portuguesa. b) forma de segregação racial, separando por completo

senhores e escravos. c) particularidade das minas de exploração de ouro e

de diamante. d) arquitetura social que promoveu a hierarquização e

o patriarcalismo. e) tática preventiva para evitar roubos e agressões por escravos fugidos.

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QUESTÃO 4

(ABVEST_2017) Não foi essencialmente demográfico no sentido de que o movimento colonizador não foi impulsionado por pressões demográficas (como na Antiguidade, a colonização grega), mas tem dimensão demográfica no sentido de que envolve amplos deslocamentos populacionais (...). A colonização moderna foi um fenômeno global, no sentido de envolver todas as esferas da existência, mas seu eixo propulsor situa-se nos planos político e econômico.

NOVAIS, F. Condições de privacidade na colônia. História da vida privada no Brasil.Cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 18.

Comparando processo de colonização da Antiguidade ao Moderno, iniciado com as Grandes Navegações, o autor propõe que a) as colônias gregas foram formadas em razão da pressão exercida pelos cidadãos dos demos. b) o processo colonial das antigas cidades-estados gregas não envolvia deslocamentos populacionais. c) a baixa densidade demográfica dos países da Europa Moderna impediu a formação de colônias de grandes

dimensões territoriais. d) mesmo demograficamente limitados, os colonizadores europeus da Modernidade promoveram o povoamento

das terras conquistadas. e) a colonização moderna diferenciou-se da Antiga, visto que o propósito da Expansão Marítima iniciada no

século XV era promover apenas esvaziamento populacional. QUESTÃO 5

(ABVEST_2018)

ERRO DE PORTUGUÊS Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português.

Andrade, O. In: Faraco & Moura. Língua e Literatura. v.3São Paulo: Ática, 1995. p. 146-147.

A análise do poema do modernista Oswald Andrade apresenta a) uma crítica à versão eurocêntrica sobre a relação dominador-dominado no processo de colonização do Brasil. b) fatores externos como chuva e sol como os responsáveis pelo delineamento das relações de poder no

período colonial. c) o europeu como dominador ideológico e projeta o índio como um inocente, cuja religiosidade animista o

relegou à condição de dominado. d) uma linguagem metafórica em que a “bruta chuva” representa os tiros de canhões e dos arcabuzes, armas

responsáveis pela subjugação dos índios. e) uma relação com acontecimento colonial brasileiro em que a cultura do branco se sobrepôs à cultura do

indígena, devido inocência do índio que andava nu. QUESTÃO 6

(ABVEST) A realidade religiosa de hoje em dia na América Latina demonstra à evidência o caráter superficial da cristianização autoritária conduzida outrora pelo poder colonial. No Brasil, especialmente, cultos clandestinos subsistiram – e agora afloram novamente – entre os índios e, sobretudo entre os negros trazidos da África. Os escritores e os viajantes dos séculos XVI-XVIII não puderam deixar de assinalá-los. Ao lê-los, percebe-se que o dia pertencia aos brancos e a noite, aos escravos. Posto o sol, os caminhos do Brasil se fechavam aos brancos que se trancafiavam em suas vastas moradas por temor dos escravos.

DELUMEAU, Jean. História do medo no Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 266-267 (Adaptado).

A catequese, indissociável do projeto colonizador português, jamais conseguiu subverter totalmente o diversificado conjunto de crenças e costumes dos indígenas e dos negros. Tal processo pode ser considerado uma forma de a) subversão b) resistência

c) aculturação d) inculturação

e) etnocentrismo

QUESTÃO 7

(FUVEST_ 2015) Se o açúcar do Brasil o tem dado a conhecer a todos os reinos e províncias da Europa, o tabaco o tem feito muito afamado em todas as quatro partes do mundo, em as quais hoje tanto se deseja e com tantas diligências e por qualquer via se procura. Há pouco mais de cem anos que esta folha se começou a plantar e beneficiar na Bahia [...] e, desta sorte, uma folha antes desprezada e quase desconhecida tem dado e dá atualmente grandes cabedais aos moradores do Brasil e incríveis emolumentos aos Erários dos príncipes.

ANTONIL André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. São Paulo: EDUSP, 2007. Adaptado.

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O texto acima, escrito por um padre italiano em 1711, revela que a) o ciclo econômico do tabaco, que foi anterior ao do ouro, sucedeu o da cana-de-açúcar. b) todo o rendimento do tabaco, a exemplo do que ocorria com outros produtos, era direcionado à metrópole. c) não se pode exagerar quanto à lucratividade propiciada pela cana-de-açúcar, já que a do tabaco, desde seu

início, era maior. d) os europeus, naquele ano, já conheciam plenamente o potencial econômico de suas colônias americanas. e) a economia colonial foi marcada pela simultaneidade de produtos, cuja lucratividade se relacionava com sua

inserção em mercados internacionais.

QUESTÃO 8

(Mackenzie 2019) “A grande lavoura açucareira na colônia brasileira iniciou-se com o uso extensivo da mão de obra indígena (...) Do ponto de vista dos portugueses, no período de escravidão indígena, o sistema de relações de trabalho era algo que fora pormenorizadamente elaborado. Tal período foi também aquele em que o contato entre os europeus e o gentio começou a criar categorias e definições sociais e raciais que caracterizaram continuamente a experiência colonial.”

(Schwartz, Stuart B. Segredos Internos: Engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Cia das Letras, 2005, p. 57)

Sobre o trabalho escravo durante o período colonial é correto afirmar que a) o uso da mão de obra indígena estendeu-se durante todo o período colonial. No primeiro momento, durante a

extração do pau-brasil, os portugueses utilizavam o escambo. No segundo momento, a partir da produção canavieira, foi organizada a escravidão dos povos indígenas.

b) desde o primeiro contato com os portugueses, os indígenas foram submetidos ao trabalho escravo. Seja na extração do pau-brasil seja na grande lavoura canavieira, o sistema escravista baseado na mão de obra nativa predominou diante de outras formas de trabalho.

c) a partir da necessidade de mão de obra para a produção canavieira, os povos indígenas foram submetidos à escravidão. Porém, a partir da chegada dos primeiros grupos de africanos, a escravidão indígena foi paulatinamente abandonada até chegar ao fim em meados do século XVII.

d) a escravidão indígena foi implantada durante o chamado Período Pré-colonial e tinha como objetivo usar o máximo de mão de obra para a extração do pau-brasil. Com a implantação da grande lavoura e a chegada dos africanos, a escravidão indígena perdeu força e foi abandonada no século XVIII.

e) após utilizar o trabalho indígena com o escambo, os portugueses recorrem à sua escravização. Isso se deve à necessidade portuguesa de mão de obra para a grande lavoura e à indisposição indígena para o trabalho aos moldes europeus. No século XVII, é substituída definitivamente pela escravidão africana.

QUESTÃO 9

(FAMERP_2018) A Bahia é cidade d’El-Rei, e a corte do Brasil; nela residem os Srs. Bispo, Governador, Ouvidor-Geral, com outros oficiais e justiça de Sua Majestade; [...]. É terra farta de mantimentos, carnes de vaca, porco, galinha, ovelhas, e outras criações; tem 36 engenhos, neles se faz o melhor açúcar de toda a costa; [...] terá a cidade com seu termo passante de três mil vizinhos Portugueses, oito mil Índios cristãos, e três ou quatro mil escravos da Guiné.

(Fernão Cardim. Tratados da terra e gente do Brasil, 1997.)

O padre Fernão Cardim foi testemunha da colonização portuguesa do Brasil de 1583 a 1601. O excerto faz uma descrição de Salvador, sede do Governo-Geral, referindo-se, entre outros aspectos, à a) incorporação pelos colonizadores dos padrões culturais indígenas. b) ligação da atividade produtiva local com o comércio internacional. c) miscigenação crescente dos grupos étnicos presentes na cidade. d) existência luxuosa da nobreza portuguesa na capital da colônia. e) dependência da população em relação à importação de produtos de sobrevivência. QUESTÃO 10

(UNESP_ 2018) Na colônia, a justiça era exercida por toda uma gama de funcionários a serviço do rei. A violência, a coerção e a arbitrariedade foram suas principais características. [...] Nas regiões em que a presença da Coroa era mais distante, os grandes proprietários de terras exerciam considerável autoridade administrativa e judicial. No sertão, os potentados impunham seus interesses à população livre.

(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.)

Ao analisar o aparato judiciário no Brasil Colonial, o texto a) identifica a isonomia e a impessoalidade na administração da justiça e seu embasamento no direito romano. b) explicita a burocratização do sistema jurídico nacional e reconhece sua eficácia no controle interno. c) indica o descompasso entre as determinações da Coroa portuguesa e os interesses pessoais dos

governadores-gerais. d) distingue o sistema oficial da dinâmica local e atesta o prevalecimento de ações autoritárias em ambas. e) diferencia as funções do Poder Judiciário e do Poder Executivo e caracteriza a ação autônoma e

independente de ambos.

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QUESTÃO 11

(IFBA_ 2018) No processo de colonização, os capitães donatários tinham alguns direitos oferecidos pela coroa portuguesa: podiam escravizar e vender até 24 índios por ano, direito sobre a morte de escravos, gentios e homens livres de menor qualidade. Podiam, em alguns casos, deportar (degredo) colonos sem apelação ao rei. O senhor donatário, como grande proprietário de terras (latifundiário), podia também ceder pedaços de terra para outros colonos desenvolverem plantações e podiam ainda deter o comando militar e o direito de alistar colonos e formar milícias.

Com base nesse texto, qual questão é a certa? a) Esse texto revela que o Rei em nada mandava na administração colonial portuguesa. Os verdadeiros

governantes eram os capitães donatários. b) Os capitães donatários eram homens da pequena fidalguia portuguesa ou mesmo da nascente burguesia.

Eram homens ávidos por lucros e por subir na vida. Por isso o sistema de capitania hereditária falhou, afinal eles não se preocuparam com o sistema como um todo, mas com seu próprio enriquecimento, deixando de lado as tarefas de representantes da coroa.

c) Os capitães donatários tinham tarefas voltadas para a segurança interna (contra os indígenas não submetidos) e externa da colônia (contra invasores europeus); monopolizavam o controle da terra, o que produzia uma distribuição de acesso à terra desigual; e eram os responsáveis pela organização da produção das matérias-primas brasileiras, voltadas para a exportação.

d) As violências acima descritas inviabilizaram a continuidade das capitanias, já que as pessoas não queriam se subordinar a indivíduos com tamanho poder.

e) O fato de poderem conceder terras para outros sesmeiros gerou uma política de acesso à terra que beneficiou portugueses pobres que habitavam o Brasil.

QUESTÃO 12

(PUCPR_2018) Observe a obra O jantar de Debret.

A sociedade patriarcal brasileira retratada na imagem tem como características a) a mobilidade social presente nas regiões açucareiras e mineradoras, em que os escravos poderiam receber

ou comprar sua liberdade e serem aceitos pelo status quo desde que estabelecidos como proprietários de terras ou negócios.

b) a herança cultural portuguesa e muçulmana, presenciada no âmbito privado e não no público, em que o patriarca era o chefe da família, visto que a Península Ibérica já havia sido de domínio mouro.

c) o controle dos grandes fazendeiros sobre suas terras e regiões vizinhas, mais tarde observado também no coronelismo, modelo político combatido após a Proclamação da República.

d) a extensão do poder do senhor de engenho não somente sobre sua propriedade e empregados, mas também sobre sua família e a região ao redor de suas terras.

e) a centralização na figura do pai, chefe não somente da família, mas dos negócios e da política local, padrão do nordeste açucareiro entre os séculos XVI e XVII, e do sudeste nos séculos XVIII e XIX.

QUESTÃO 13

(FGV_ 2018) A agromanufatura da cana resultaria em outro produto tão importante quanto o açúcar: a cachaça. Alambiques proliferaram ao longo dos séculos coloniais. A comercialização da bebida afetava profundamente a importação de vinhos de Portugal. Esse comércio era obrigatório, pois por meio dos tributos pagos pelas cotas do vinho importado é que a Coroa pagava as suas tropas na Colônia. A cachaça produzida aqui passou a concorrer com os vinhos, com vantagens econômicas e culturais. Essa concorrência comercial entre colônia e metrópole se estendeu para as praças negreiras e rotas de comercialização de escravos na África portuguesa. A cachaça brasileira, por ser a bebida preferida para os negócios de compra e venda de escravos africanos, colocou em grande desvantagem a comercialização dos vinhos portugueses remetidos à África. A longa queda de braço mercantil acabou favorecendo afinal a cachaça, porque sem ela, nada de escravos, nada de produção na Colônia, com consequências graves para a arrecadação do reino.

(Ana Maria da Silva Moura. Doce, amargo açúcar.Nossa História, ano 3, nº 29, 2006. Adaptado)

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A partir dessa breve história da cachaça no Brasil, é correto afirmar que a) essa produção prejudicou os negócios relacionados ao açúcar, porque desviava parte considerável da mão de

obra e dos capitais, além de incentivar o tráfico negreiro em detrimento do uso do trabalho compulsório indígena, que mais interessava ao Estado português.

b) esse item motivou recorrentes conflitos entre as elites colonial e metropolitana, condição em parte solucionada quando as regiões africanas fornecedoras de escravos tornaram-se também produtoras de cachaça, o que desestimulou a sua produção na América portuguesa.

c) essa bebida tem uma trajetória que comprova a ausência de domínio da metrópole sobre a América portuguesa, porque as restrições ao comércio e à produção de mercadorias no espaço colonial não surtiam efeitos práticos e coube aos senhores de engenho impor a ordem na Colônia.

d) esse produto desrespeitava um princípio central nas relações que algumas metrópoles europeias impunham aos seus espaços coloniais, nesse caso, a quebra do monopólio de grupos mercantis do reino e a concorrência a produtos da metrópole.

e) essa mercadoria recebeu um impulso importante, mesmo contrariando as determinações metropolitanas, mas, gradativamente, perdeu a sua importância, em especial quando o tabaco e os tecidos de algodão assumiram a função de moeda de troca por escravos na África.

QUESTÃO 14

(FGV_2018) Como a sociedade do reino e as dos núcleos mais antigos de povoamento – a de Pernambuco, Bahia ou São Paulo – seguiam, em Minas, os princípios estamentais de estratificação, ou seja, pautavam-se pela honra, pela estima, pela preeminência social, pelo privilégio, pelo nascimento. A grande diferença é que, em Minas, o dinheiro podia comprar tanto quanto o nascimento, ou “corrigi-lo”, bem como a outros “defeitos” (...) Como rezava um ditado na época, “quem dinheiro tiver, fará o que quiser”.

(Laura de Mello e Souza. Canalha indômita. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 1, nº2, ago. 2005. Adaptado)

No Brasil colonial, tais “defeitos” referem-se a) aos que fossem acusados pelo Tribunal da Santa Inquisição e aos que estivessem na Colônia sem a

permissão do soberano português. b) ao exercício de qualquer prática comercial desvinculada da exportação e à condição de não ser proprietário de

terras e escravos. c) aos que explorassem ilegalmente o trabalho compulsório dos indígenas e aos colonos que não fizessem parte

de alguma irmandade religiosa. d) aos colonos que se casavam com pessoas vindas da Metrópole e aos que afrontassem, por qualquer meio, os

chamados “homens bons”. e) aos de sangue impuro, representados pela ascendência moura, africana ou judaica, e aos praticantes de

atividades artesanais ou relacionadas ao pequeno comércio.

GABARITOS E RESOLUÇÕES

QUESTÃO 1

Gabarito: E Comentários: Os chamados “escravos de ganho” eram aqueles que circulavam pelas ruas das cidades brasileiras exercendo funções como as ilustradas na aquarela (vendedoras de doce e rendeiras). Esses escravos exerciam essas atividades remuneradas, devendo passar uma quantia do que ganhavam aos seus senhores. QUESTÃO 2

Gabarito: C Comentários: Observa-se no trecho em questão que o aventureiro inglês Robinson Crusoé enriqueceu-se com o comércio de gêneros tropicais durante a sua estadia na América. Embora no século XVIII a Inglaterra, seu país de origem estivesse adentrando no universo da economia Liberal, Crusoé produzia e comerciava com espírito mercantilista. Nesse contexto, mesmo que o foco econômico da América Portuguesa fosse a mineração, o açúcar ainda figurava como principal produto na pauta de exportações. QUESTÃO 3

Gabarito: D Comentários: A imagem deixa claro que a “casa-grande” encontra-se no “centro” da fazenda, assim como o “senhor de engenho” era o “centro” daquela sociedade, destacando, assim, o caráter patriarcalista da mesma. Também do “centro” da fazenda, o senhor podia observar e comandar todos os outros segmentos do seu engenho, mantendo tudo sob o seu comando direto, o que reforça a ideia de hierarquização social.

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QUESTÃO 4

Gabarito: D Comentários: Tanto a colonização exercida pelos gregos da Antiguidade quanto o modelo colonial adotado na Era Moderna envolveram o deslocamento de vultuosas massas populacionais. Todavia, as colônias formadas no contexto das Grandes Navegações dos séculos XV e XVI atendiam às necessidades mercantilistas do seu tempo. O afluxo populacional metrópole-colônia não almejava resolver um problema de explosão demográfica na Europa moderna, mas impulsionar os planos políticos e econômicos dos países mercantes por meio de uma sistemática colonização. QUESTÃO 5

Gabarito: A Comentários: No poema de Oswald de Andrade, a oposição entre ‘vestir’ e ‘despir’ sugere a relação de poder entre povo dominante e povo dominado. Nele, percebe-se nitidamente uma visão positiva à cultura indígena ou, mais do que isso, há uma perspectiva diferente da portuguesa, do colonizador. O título em si, faz uma alusão irônica à colonização do Brasil. Trata-se de uma relação ao acontecimento colonial brasileiro em que a cultura do branco se sobrepôs à cultura do indígena devido às circunstâncias daquele momento histórico. QUESTÃO 6

Gabarito: B Comentários: A privação das liberdades do nativo americano e do africano e seus descendentes se deu de diferenciadas formas. Além da escravização física, nota-se a escravização psicológica, a ideológica e a cultural. Na era colonial e, até mesmo, na fase Imperial da história do Brasil, cativos eram impedido de manifestar livremente suas línguas, danças, religiosidades e folclores. Todavia, diferentes formas de resistências culturais foram adotadas para driblar as ideologias colonizadoras. Destaca-se que diversas divindades cultuadas pelos povos africanos foram associadas aos santos católicos como estratégias para evitar punições quando flagrados, além disso, africanos rezavam diante de imagens de santos católicos, mas utilizavam linguagem africana, assim poderiam reverenciar suas divindades originais.

QUESTÃO 7

Gabarito: E Comentários: [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] Apesar da ênfase dada ao açúcar no Brasil colonial, outros produtos eram cultivados – como o tabaco – e, à medida que ganhavam mercado na Europa, davam retorno lucrativo a Coroa Portuguesa. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Português] O texto aborda produtos cultivados no Brasil do século XVIII, açúcar e tabaco, ambos comercializados em diversos locais do mundo, como se verifica em “todos os reinos e províncias da Europa” e “muito afamado em todas as quatro partes do mundo”. O autor também salienta os lucros gerados pelos produtos (“cabedal” e “emolumentos”).

QUESTÃO 8

Gabarito: A Comentários: Apesar de possuírem características culturais que dificultavam sua utilização nas grandes lavouras, os indígenas foram submetidos à escravidão pelos portugueses a partir do ciclo do açúcar. Num primeiro momento, como mão de obra principal. Depois, como mão de obra secundária junto aos negros africanos. QUESTÃO 9

Gabarito: B Comentários: Ao citar os mantimentos, os engenhos e a produção do açúcar, o padre deixa claro que a Bahia cumpria bem o papel de centro da colônia: inserir-se no comércio internacional, enriquecendo a metrópole através da venda de seus produtos. QUESTÃO 10

Gabarito: D Comentários: O texto explica que o aparato judiciário no Brasil colonial era imposto por funcionários do Rei de Portugal e que, para exercer tal aparato, “(...) violência, coerção e arbitrariedade (...)” eram práticas comuns no trato com a população, o que denota autoritarismo.

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QUESTÃO 11

Gabarito: C Comentários: As Capitanias Hereditárias foram implantadas no Brasil em 1534 tendo como base dois documentos: o “Foral” (estabelecia os direitos e deveres dos donatários. A renda dos produtos da terra pertenceria ao donatário enquanto do subsolo, mar e mato pertenceria à coroa, permitia a doação de sesmarias, etc.) e a “Carta de Doação” (documento de posse que permitia ao donatário administrar a capitania). QUESTÃO 12

Gabarito: D Comentários: Vários autores brasileiros escreveram sobre a “Sociedade Patriarcal”, entre eles, Sérgio Buarque de Holanda na importante obra “As Raízes do Brasil” de 1936. A sociedade patriarcal diz respeito aos valores e costumes do Brasil no período colonial, quando o homem branco e rico possuía poder econômico e político sobre sua região, sua família, empregados, etc. Um exemplo típico foi o senhor de engenho no Nordeste durante o período colonial. Ainda no século XIX, este modelo Patriarcal persistiu gerando grandes danos e vícios na Política Brasileira, como o “homem cordial” retratado no capítulo 5 da referida obra de Sérgio Buarque de Holanda. QUESTÃO 13

Gabarito: D Comentários: Como o texto explica, a produção e a venda da cachaça no Brasil colonial, ao concorrer com a venda do vinho produzido em Portugal, produzia uma “quebra” em parte do chamado Pacto Colonial, que dava à Metrópole o controle da produção e da venda colonial. QUESTÃO 14

Gabarito: E Comentários: Os “defeitos” que o dinheiro podia corrigir na Província de Minas Gerais podem ser definidos como a impureza racial, derivada da miscigenação de brancos e negros, que levava a um rebaixamento social cimentado na escravidão.

HISTÓRIA GERAL

QUESTÃO 1

(FGV-SP) Com relação às civilizações egípcias e mesopotâmicas, é incorreto afirmar: a) O torno para a fabricação de cerâmica usado no Egito foi, durante séculos, mais lento e ineficiente do que

aquele empregado na Mesopotâmia. b) As técnicas de produção utilizadas pelo Egito faraônico e pela Mesopotâmia se fixaram, em sua maioria,

durante o surto de inovações tecnológicas que se estendeu de 3200 a 2700 a.C. c) Comparando-se o Egito à Mesopotâmia, pode-se constatar certo atraso do primeiro em relação à segunda,

onde certas inovações tecnológicas foram introduzidas anteriormente. d) As atividades agrícolas eram supérfluas na economia egípcia antiga, dada a pouca fertilidade do solo, e de

extrema importância na Mesopotâmia, onde se cultivam cereais como o trigo e a cevada. e) O instrumento baseado no princípio do contrapeso, para a elevação de recipientes com água, foi introduzido

no Egito no século XIV a.C., apareceu em um sineto mesopotâmico cerca de seis séculos antes. QUESTÃO 2

(Vunesp-SP) Os Estados Teocráticos da Mesopotâmia e do Egito evoluíram, acumulando características comuns e peculiaridades culturais. Os egípcios desenvolveram a prática de embalsamar o corpo humano porque: a) se opunham ao politeísmo dominante na época. b) os seus deuses, sempre prontos para castigar os pecadores, desencadearam o dilúvio. c) depois da morte a alma podia voltar ao corpo mumificado. d) construíram túmulos, em forma de pirâmides truncadas, erigidos para a eternidade. e) os camponeses constituíam categoria social inferior.

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QUESTÃO 3

(UFPE) Entre os povos do oriente médio, os hebreus foram os que mais influenciaram a cultura da civilização ocidental, uma vez que o cristianismo é considerado como uma continuação das tradições religiosas hebraicas. A partir do texto anterior, assinale a alternativa incorreta: a) Originários da Arábia, os hebreus constituíram dois reinos: o de Judá e o de Israel na Palestina. b) As guerras geraram a unidade política dos hebreus. Essa unidade se firmou primeiro em torno de juízes e,

depois, em volta dos reis. c) Os profetas surgiram na Palestina por volta dos séculos VIII e VII a.C., quando ocorreu uma onda de protestos

dos trabalhadores contra os comerciantes. d) A religião hebraica passou por diversas fases, evoluindo do politeísmo ao monoteísmo difundido pelos profetas. e) Os hebreus organizaram-se social e economicamente com base na propriedade da terra, o que deu início

à Diáspora. QUESTÃO 4

(Vunesp-SP) Os clamores da revolta e da destruição de Nínive, registrados na Bíblia, devem-se: a) ao pacifismo do povo assírio. b) às soluções arquitetônicas dos sumérios. c) ao modo de produção asiático dos caldeus.

d) aos atos despóticos e militaristas dos assírios. e) à religião politeísta dos mesopotâmicos.

QUESTÃO 5

(Fuvest-SP) A escrita cuneiforme dos mesopotâmicos, utilizada principalmente em seus documentos religiosos e civis, era: a) semelhante em seu desenho à escrita dos egípcios. b) composta exclusivamente de sinais lineares e traços verticais. c) uma representação figurada evocando a coisa ou o ser. d) baseada em grupamentos de letras formando sílabas. e) uma tentativa de representar os fonemas por meio de sinais. QUESTÃO 6

(Osec-SP) Se um homem negligenciar a fortificação de seu dique, se ocorrer uma brecha e o cantão inundar-se, o homem será condenado a restituir o trigo destruído por sua culpa. Se não puder restituí-lo, será vendido, assim como os seus bens, e as pessoas do cantão de onde a água levou o trigo repartirão entre si o produto da venda. Essa texto faz referência: a) à doutrina de Zoroastro e a seu livro Zend-Avesta. b) à Lei de Talião e ao Código de Hamurábi. c) ao Livro dos Mortos. d) à Sátira das Profissões. e) ao Hino ao Sol, de Amenófis IV.

QUESTÃO 7

(Fuvest-SP) Sobre o surgimento da agricultura – e seu uso intensivo pelo homem – pode-se afirmar que: a) foi posterior; no tempo, ao aparecimento do Estado e da escrita. b) ocorreu no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia) e daí se difundiu para a Ásia (Índia e China), Europa e, a

partir desta, para a América. c) como tantas outras invenções, teve origem na China, donde se difundiu até atingir a Europa e, por último, a

América. d) ocorreu, em tempos diferentes, no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia), na Ásia (Índia e China) e na

América (México e Peru). e) de todas as invenções fundamentais, como a criação de animais, a metalurgia e o comércio, foi a que menos

contribuiu para o ulterior progresso material do homem.

QUESTÃO 8

(Fuvest-SP) A partir do III milênio a.C., desenvolveram-se, nos vales dos grandes rios do Oriente Próximo, como o Nilo, o Tigre e o Eufrates, Estados teocráticos fortemente organizados e centralizados e com extensa burocracia. Uma explicação para o surgimento é: a) a revolta dos camponeses e a insurreição dos artesãos nas cidades, que só puderam ser contidas pela

imposição de governos autoritários. b) a necessidade de coordenar o trabalho de grandes contingentes humanos, para realizar obras de irrigação. c) a influência das grandes civilizações do Extremo oriente, que chegou ao Oriente Próximo por meio das

caravanas de seda. d) a expansão das religiões monoteístas, que fundamentavam o caráter divino da realeza e o poder absoluto

do monarca. e) a introdução de instrumentos de ferro e a consequente revolução tecnológica, que transformou a agricultura

dos vales e levou à centralização do poder.

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QUESTÃO 9

(Vunesp-SP) O Novo Império Egípcio (entre os séculos XVI e XII a.C.) foi marcado por uma transformação que deu novo rumo, temporário, à vida religiosa da população. O faraó Amenófis IV impôs o culto a um único Deus, Áton, simbolizado pelo disco visível do Sol. Tebas deixou de ser a capital e os bens dos templos de Amon foram confiscados. A reforma religiosa teve caráter político porque visava a: a) limitar o poder dos sacerdotes. b) abalar a estrutura social vigente.

c) aumentar a autonomia dos nomos.

d) debilitar a influência dos escribas. e) dividir o poder da casta militar.

QUESTÃO 10

(Fuvest-SP) O modo de produção asiático pode ser caracterizado exceto por: a) poder político centralizado, teocrático e sociedade estamental. b) economia agropastoril, sujeitas às condições geoclimáticas, incluindo o chamado Crescente Fértil. c) organização fortemente marcada pela religiosidade que, por vezes, contribuiu até mesmo para a centralização política. d) domínio da religião monoteísta na constituição do Império Persa. e) traços de originalidade fenícia, pela descentralização política das cidades-estados e economia voltada para o

comércio marítimo.

QUESTÃO 11

(UECE) Sobre o papel do rio Nilo na estruturação da sociedade no Egito Antigo, é correto afirmar que: a) permitia a atividade econômica e, com suas cheias regulares, garantia a estabilidade político e o domínio

simbólico dos faraós. b) sua maior importância era servir de meio de transporte para as tropas que garantiam a supremacia militar dos

egípcios em toda a África. c) suas cheias significavam um momento de instabilidade política e econômica, uma vez que destruíam as

colheitas e provocavam fome generalizada. d) a capacidade e o volume de água não eram aproveitados pelos egípcios, que se limitavam nas vazantes a

esperar a próxima cheia. QUESTÃO 12

A importância da sociedade grega na Antiguidade é tratada como uma das principais fontes de estudos acerca do passado humano. Assim sendo, o filme “300” de Zack Sinyder, baseado na HQ “Os 300 de Esparta” de Frank Miller, faz uma representação de como era articulada as ideias militaristas em Esparta. Portanto, acerca da educação espartana, podemos destacar: a) A prioridade da educação espartana era a formação militar de seus soldados, que deveriam ser a honra e a

glória de seu povo. Devido a essa ideia, os espartanos nos primeiros anos de sua educação já iniciavam os treinamentos militares e não valorizavam questões da vida ética e moral para sua formação como guerreiro.

b) A educação espartana valorizava acima de tudo as questões morais e poéticas na formação de seus soldados. Até os vinte anos de idade, os jovens espartanos estudavam música, teatro e poesia. Os treinamentos militares só tinham início após os vinte e um anos de idade.

c) Em Esparta, a educação era igual para os meninos e meninas. Ambos eram educados para serem bons administradores e bons filósofos, pois o ideal para o cidadão espartano era a formação de uma pessoa letrada e politizada.

d) A prática da eugenia era utilizada como um ritual religioso pelos espartanos. Ao nascer, a criança era examinada com o objetivo de saber se seu corpo era saudável ou não. Por isso, havia uma seleção de espécies logo após o nascimento, em que os considerados mais “fracos” não sobreviviam.

QUESTÃO 13

Com a preocupação de manter a ordem social, os esparciatas mantiveram rígido controle sobre as atividades culturais da cidade. O governo estimulou o laconismo, a xenofobia e a xenelasia. (Piletti, Nelson / Arruda, José Jobson de A. Toda a História: História Geral e História do Brasil. Ed. Ática – São Paulo, 2006.p, 46.) Sobre a educação da mulher espartana, podemos afirmar que: a) Conduzia a mulher a entender exclusivamente de política e de filosofia, pois isso seria importante na

elaboração de boas leis para Esparta e para melhorar a política da cidade. b) A educação da mulher era baseada em um regime totalitário em que o governo substituía a educação dos pais

pela educação voltada para a prática militarista. c) A mulher espartana, além de treinar no quartel, era vista como um objeto de reprodução que necessitava de

um corpo saudável para gerar filhos fortes que se tornariam futuros soldados espartanos. d) De acordo com os estudiosos, a mulher espartana não podia realizar atividades físicas nos quartéis e eram

totalmente submissas ao homem, tendo a única e exclusiva missão de gerar filhos saudáveis e cuidar dos serviços domésticos.

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QUESTÃO 14

(Enem 2009) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes

populacionais que trabalhavam nesses monumentos. b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos

canteiros faraônicos. c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas

riquezas, construindo templos. d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em

obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito. e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em

crenças e superstições. QUESTÃO 15

(Enem PPL 2012) Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos Orgulho e raça de Atenas.

BUARQUE, C.; BOAL, A. “Mulheres de Atenas”. In: Meus caros amigos,1976. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em 4 dez. 2011 (fragmento)

Os versos da composição remetem à condição das mulheres na Grécia antiga, caracterizada, naquela época, em razão de a) sua função pedagógica, exercida junto às crianças atenienses. b) sua importância na consolidação da democracia, pelo casamento. c) seu rebaixamento de status social frente aos homens. d) seu afastamento das funções domésticas em períodos de guerra. e) sua igualdade política em relação aos homens. QUESTÃO 16

(Enem 2015) O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político.

VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).

Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade. b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados. c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade. d) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra. e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias. QUESTÃO 17

(Enem 2014)

Texto l Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios

interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação.

TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado).

Texto II

Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo prefixados.

ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.

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Comparando os textos l e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV a.C.), a cidadania era definida pelo(a) a) prestígio social. b) acúmulo de riqueza.

c) participação política.

d) local de nascimento. e) grupo de parentesco.

QUESTÃO 18

(Enem 2013) Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez pessoas – os decênviros – para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.

COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à a) adoção do sufrágio universal masculino. b) extensão da cidadania aos homens livres. c) afirmação de instituições democráticas. d) implantação de direitos sociais. e) tripartição dos poderes políticos. QUESTÃO 19

(Enem PPL 2012) No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de uma convenção entre cidadãos, definida pelo confronto de suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora, confronto esse que concedia a essas convenções a qualidade de instituições públicas.

MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: vínculos territoriais de compromisso dos deputados fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010.

No texto, está relatado um exemplo de exercício da cidadania associado ao seguinte modelo de prática democrática: a) Direta. b) Sindical.

c) Socialista. d) Corporativista.

e) Representativa.

QUESTÃO 20

(Enem 2009) Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”.

VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época

fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar. b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política

profundamente hierarquizada da sociedade. c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da

pólis a participarem da vida cívica. d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às

atividades vinculadas aos tribunais. e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para

resolver os problemas da cidade. QUESTÃO 21

(Enem 2019) A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à população total dos homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.

CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.

Nas cidades-estados da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada pela adoção do seguinte critério para a participação política: a) Controle da terra. b) Liberdade de culto.

c) Igualdade de gênero.

d) Exclusão dos militares. e) Exigência da alfabetização.

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QUESTÃO 22

(Enem 2017)

Texto i Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas juntas. Logo

depois de 600 a.C., ele foi designado “legislador” em Atenas, com poderes sem precedentes, porque a exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos proprietários de terra por meio da força ou de pequenas concessões.

[FINLEY, M. Economia e sociedade na Grécia antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013, adaptado.]

TEXTO lI

A “Lei das Doze Tábuas” se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das principais heranças romanas que chegaram até nós. A publicação dessas leis, por volta de 450 a.C., foi importante, pois o conhecimento das “regras do jogo” da vida em sociedade é um instrumento favorável ao homem comum e potencialmente limitador da hegemonia e arbítrio dos poderosos.

[FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011, adaptado.]

O ponto de convergência entre as realidades sociopolíticas indicadas nos textos consiste na ideia de que a a) discussão de preceitos formais estabeleceu a democracia. b) invenção de códigos jurídicos desarticulou as aristocracias. c) formulação de regulamentos oficiais instituiu as sociedades. d) definição de princípios morais encerrou os conflitos de interesses. e) criação de normas coletivas diminuiu as desigualdades de tratamento. QUESTÃO 23

(ENEM 2014) - Compreende-se assim o alcance de uma reivindicação que surge desde o nascimento da cidade na Grécia antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não se faz mais que assegurar-lhes permanência e fixidez. As leis tornamse bem comum, regra geral, suscetível de ser aplicada a todos da mesma maneira.

VERNANT. J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 1992 (adaptado).

Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda vigente no mundo contemporâneo, buscava garantir o seguinte princípio: a) Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos. b) Transparência — acesso às informações governamentais. c) Tripartição – separação entre os poderes políticos estatais. d) Equiparação – igualdade de gênero na participação política. e) Elegibilidade – permissão para candidatura aos cargos públicos. QUESTÃO 24

No período 750-338 a.C., a Grécia antiga era composta por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que eram independentes umas das outras, mas partilhavam algumas características culturais, como a língua grega. No centro da Grécia, Delfos era um lugar de culto religioso frequentado por habitantes de todas as cidades-Estado. No período 1200-1600 d.C., na parte da Amazônia brasileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, há vestígios de quinze cidades que eram cercadas por muros de madeira e que tinham até dois mil e quinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros cerimoniais com grandes praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanques para a criação de tartarugas. Aparentemente, epidemias dizimaram grande parte da população que lá vivia.

Folha de S.Paulo ago. 2008 (adaptado).

Apesar das diferenças históricas e geográficas existentes entre as duas civilizações elas são semelhantes pois a) as ruínas das cidades mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populações. b) as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi concebida em Tebas. c) as duas civilizações tinham cidades autônomas e independentes entre si. d) os povos do Xingu falavam uma mesma língua, tal como nas cidades-Estado da Grécia. e) as cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filosofia tal como na Grécia.

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QUESTÃO 25

(Fgv 2017) (...) a partir do século V a.C., a guerra tornou-se endêmica no Mediterrâneo. Foram séculos de guerra contínua, com maior ou menor intensidade, ao redor de toda a bacia. O trabalho acumulado nos séculos anteriores tornara possível um adensamento dos contatos, um compartilhamento de informações e estruturas sociais, uma organização dos territórios rurais que propiciava a extensão de redes de poder. Foram os pontos centrais dessas redes de poder que animaram o conflito nos séculos seguintes.

Norberto Luiz Guarinello. História Antiga, 2013.

Sobre esses “séculos de guerra contínua”, é correto afirmar que a) as Guerras Púnicas, entre Atenas e Cartago, foram uma disputa pelo controle comercial sobre o mar

Mediterrâneo, terminando após três grandes enfrentamentos, com a vitória de Cartago e a hegemonia cartaginesa em todo o Mundo Antigo ocidental.

b) as Guerras Macedônicas foram um longo conflito entre o Reino da Macedônia, em aliança com os persas, e o Império Romano, que venceu com muitas dificuldades porque ainda estava em guerra com outros povos.

c) as Guerras Médicas, entre persas e gregos, resultaram na vitória dos últimos e, em meio a esses confrontos, permitiram que Atenas liderasse a Liga de Delos, aliança de cidades-Estado gregas com o intuito de combater a presença persa no Mediterrâneo.

d) as Campanhas de Alexandre, o Grande, aliado a Esparta e Corinto, combateram e venceram as poderosas forças persas e ampliaram os domínios gregos até a Ásia Menor, propagando os princípios da democracia ateniense pelo Mediterrâneo.

e) a Guerra do Peloponeso, o mais importante conflito bélico da Antiguidade, envolveu as principais cidades-Estado gregas que, aliadas a Roma, enfrentaram e derrotaram as forças militares cartaginesas.

QUESTÃO 26

(Unesp 2017) Apesar de sua dispersão geográfica e de sua fragmentação política, os gregos tinham uma profunda consciência de pertencer a uma só e mesma cultura. Esse fenômeno é tão mais extraordinário, considerando-se a ausência de qualquer autoridade central política ou religiosa e o livre espírito de invenção de uma determinada comunidade para resolver os diversos problemas políticos ou culturais que se colocavam para ela.

(Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia, 1998. Adaptado.)

O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da história grega da Antiguidade: a) a predominância da reflexão política sobre o desenvolvimento das belas-artes. b) a fragilidade militar de populações isoladas em pequenas unidades políticas. c) a vinculação do nascimento da filosofia com a constituição de governos tirânicos. d) a existência de cidades-estados conjugada a padrões civilizatórios de unificação. e) a igualdade social sustentada pela exploração econômica de colônias estrangeiras. QUESTÃO 27

(Fuvest 2015) Em certos aspectos, os gregos da Antiguidade foram sempre um povo disperso. Penetraram em pequenos grupos no mundo mediterrânico e, mesmo quando se instalaram e acabaram por dominá-lo, permaneceram desunidos na sua organização política. No tempo de Heródoto, e muito antes dele, encontravam-se colônias gregas não somente em toda a extensão da Grécia atual, como também no litoral do Mar Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália do sul e na Sicília oriental, na costa setentrional da África e no litoral mediterrânico da França. No interior desta elipse de uns 2500km de comprimento, encontravam-se centenas e centenas de comunidades que amiúde diferiam na sua estrutura política e que afirmaram sempre a sua soberania. Nem então nem em nenhuma outra altura, no mundo antigo, houve uma nação, um território nacional único regido por uma lei soberana, que se tenha chamado Grécia (ou um sinônimo de Grécia).

FINLEY M. I. O mundo de Ulisses. Lisboa: Editorial Presença, 1972. Adaptado.

Com base no texto, pode-se apontar corretamente que a a) desorganização política da Grécia antiga, que sucumbiu rapidamente ante as investidas militares de povos

mais unidos e mais bem preparados para a guerra, como os egípcios e macedônios.

b) necessidade de profunda centralização política, como a ocorrida entre os romanos e cartagineses, para que

um povo pudesse expandir seu território e difundir sua produção cultural.

c) carência, entre quase todos os povos da Antiguidade, de pensadores políticos, capazes de formular

estratégias adequadas de estruturação e unificação do poder político.

d) inadequação do uso de conceitos modernos, como nação ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia

antiga, que vivia sob outras formas de organização social e política.

e) valorização, na Grécia antiga, dos princípios do patriotismo e do nacionalismo, como forma de consolidar

política e economicamente o Estado nacional.

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QUESTÃO 28

(Unesp 2013) Quando sua influência [de Péricles] estava no auge, ele poderia esperar a constante aprovação de suas políticas, expressa no voto popular na Assembleia, mas suas propostas eram submetidas à Assembleia semanalmente, visões alternativas eram apresentadas às dele, e a Assembleia sempre podia abandoná-lo, bem como suas políticas, e ocasionalmente assim procedeu. A decisão era dos membros da Assembleia, não dele, ou de qualquer outro líder; o reconhecimento da necessidade de liderança não era acompanhado por uma renúncia ao poder decisório. E ele sabia disso.

(Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna, 1988.)

Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense, no século V a.C., o texto afirma que

a) os líderes políticos detinham o poder decisório, embora ouvissem às vezes as opiniões da Assembleia.

b) a eleição de líderes e representantes políticos dos cidadãos na Assembleia demonstrava o caráter indireto da

democracia.

c) a Assembleia era o espaço dos debates e das decisões, o que revelava a participação direta dos cidadãos na

condução política da cidade.

d) os membros da Assembleia escolhiam os líderes políticos, submetendo-se a partir de então ao seu poder e às

suas decisões.

e) os cidadãos evitavam apresentar suas discordâncias na Assembleia, pois poderiam assim provocar

impasses políticos.

QUESTÃO 29

(Fatec 2014) Ao longo da História, muitas sociedades utilizaram o trabalho de pessoas escravizadas, como, por exemplo, a Grécia Clássica e a América Portuguesa. Refletindo sobre essa forma de exploração do trabalho, é correto afirmar que a) as duas sociedades citadas utilizaram predominantemente o trabalho de escravos africanos da região

subsaariana e da África oriental. b) a utilização do trabalho escravo, nas duas sociedades citadas, pode ser considerada a base da organização

econômica e produtiva. c) as duas sociedades citadas utilizaram o trabalho de escravos apenas na produção agrícola de exportação e

não nas cidades. d) o exercício da cidadania era permitido aos escravos na Grécia Clássica, mas era impedido na

América Portuguesa. e) havia, na Grécia, apenas escravos de origem romana e, na América Portuguesa, apenas escravos de origem

africana.

GABARITOS E RESOLUÇÕES

QUESTÃO 1

Gabarito: D Comentários: A agricultura de regadio era a principal atividade do Antigo Oriente. QUESTÃO 2

Gabarito: C Comentários: As demais estão incorretas, pois: a) os egípcios eram politeístas; b) não havia lenda do dilúvio entre os egípcios; d) eles construíram pirâmides, mas não necessariamente em decorrência das técnicas de embalsamento; e) apesar dos camponeses constituírem categoria social inferior, não há relação com a mumificação. QUESTÃO 3

Gabarito: E Comentários: A diáspora hebraica não ocorreu em razão da organização social e econômica baseada na propriedade de terras (inclusive, durante uma boa parte da constituição enquanto civilização, os hebreus eram seminômades), mas por esse povo ter sido submetido ao domínio de outras civilizações, como a babilônica e, posteriormente, a romana e a árabe. QUESTÃO 4

Gabarito: D Comentários: A destruição de Nínive foi uma das poucas revoltas contra o Estado Teocrático.

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QUESTÃO 5

Gabarito: C Comentários: a) é falsa. Enquanto a escrita egípcia seguia uma lógica própria e usava referências culturas próprias, sendo um

exemplo de modelo hieroglífico, em que a escrita era bastante literal, o modelo mesopotâmico era figurado. b) é falsa. Além destes traços, que marcavam decisões gramaticais, a escrita era composta também por

símbolos e "desenhos" que referenciavam as coisas. c) é verdadeira. Era figurada no sentido de que era estilizada, se afastando da aparência daquilo que

representava em nome de manter a sua "essência", evocando, sem recriar, aquilo que representava. d) é falsa. A escrita mesopotâmica não era alfabética, de modo que funcionava em um sistema próprio. e) é falsa, pois esta também é uma característica das escritas alfabéticas, que surgiriam apenas depois - e em

grande parte como uma herança do modelo cuneiforme - da escrita mesopotâmica. QUESTÃO 6

Gabarito: B Comentários: O Código de Hamurábi foi primeiro código escrito de leis que trazia uma equivalência entre justiça e vingança tal como não possuía isonomia. QUESTÃO 7

Gabarito: D Comentários: A sedentarização e o desenvolvimento das grandes civilizações está diretamente ligado ao processo de desenvolvimento agrícola. QUESTÃO 8

Gabarito: B Comentários: A ideologia religiosa era o que garantia a estabilidade do Modo de Produção Asiático. QUESTÃO 9

Gabarito: A Comentários: Foi uma tentativa de ampliar ainda mais o poder dos reis e reduzir a influência e dependência dos sacerdotes na política. QUESTÃO 10

Gabarito: D Comentários: Os persas tinham um sistema político, econômico e cultural próprios. QUESTÃO 11

Gabarito: A Comentários: Os grandes rios eram fundamentais para enfrentar os desafios do clima semiárido.

QUESTÃO 12

Gabarito: D Comentários: A eugenia era uma prática comum na cultura espartana e consistia num projeto de seleção das espécies, no

qual as crianças que nasciam com problemas físicos eram impedidas de viver. Essa prática era uma maneira de constituir uma

sociedade guerreira com homens aptos para defender Esparta e enfrentar os soldados inimigos durantes as guerras. Porém,

mesmo tendo esse ideal militarista, os meninos durante sua educação não deixavam de estudar até seus doze anos de idade

questões como valores éticos e morais ou obras importantes de escritores gregos.

QUESTÃO 13

Gabarito: C Comentários: A mulher possuía importância em Esparta no sentido de ser a reprodutora de filhos saudáveis que futuramente seriam bons guerreiros. Por isso, durante a educação da mulher espartana, existia a realização de atividades físicas para que elas possuíssem corpos propícios à geração de crianças sadias. Dessa forma, as mulheres, antes de se casarem, passavam por um teste para receber autorização do Estado.

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QUESTÃO 14

Gabarito: A Comentários: O enunciado e a alternativa correta da questão remetem a aspectos da vida no Antigo Egito, quais sejam, o poder teocrático do faraó, a arquitetura representada pelas pirâmides e os templos e o trabalho. No entanto, a ênfase no poder do faraó de “escravizar grandes contingentes”, requer observar que a forma de trabalho predominante no Antigo Egito era servidão coletiva (modo de produção asiático). Assim sendo, o faraó requisitava compulsoriamente mão de obra abundante junto às comunidades sob seu poder. QUESTÃO 15

Gabarito: C Comentários: O conceito de cidadania ateniense era excludente, privilegiando apenas os homens maiores de 21 anos e atenienses natos. Sendo assim, as mulheres atenienses não eram consideradas cidadãs, não exerciam a democracia ateniense e, portanto, estavam abaixo dos homens na hierarquia social. QUESTÃO 16

Gabarito: C Comentários: A ágora era a praça pública onde os cidadãos atenienses discutiam os rumos da cidade. QUESTÃO 17

Gabarito: C Comentários: Os trechos “olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil” (primeiro texto) e “um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas” (segundo texto) são demonstrativos das opiniões dos autores, que julgam a cidadania pela participação política das pessoas. QUESTÃO 18

Gabarito: B Comentários: Como a própria questão deixa claro, quando a legislação era transmitida oralmente, as classes superiores “manipulavam a justiça de acordo com seus interesses”. Isso posto, quando a legislação passou a ser escrita, houve o aumento do direito à cidadania pelas classes inferiores. QUESTÃO 19

Gabarito: A Comentários: Apesar do conceito de cidadania ateniense ser excludente, a democracia em Atenas era exercida de maneira direta, com todos os cidadãos participando das decisões políticas, como retratado no texto. QUESTÃO 20

Gabarito: B

Comentários:

Apesar de a alternativa correta enfatizar privilégios na participação da vida pública dos “grupos sociais superiores”

devido a hierarquização da sociedade ateniense, quando da vigência da democracia na Atenas antiga, em termos

práticos todo homem livre, nascidos na cidade e filho de pai ateniense tinha não só o direito como a obrigação de

participar da política ateniense. Assim sendo, a alternativa E também poderia ser validada como correta.

QUESTÃO 21

Gabarito: A

Comentários:

Na Grécia antiga as sociedades aristocráticas e oligárquicas consideravam como critério de participação política a

posse da terra explicando, assim, a variação na proporção de cidadãos em relação à população total quando

comparada às sociedades democráticas.

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QUESTÃO 22

Gabarito: E Comentários: O texto I remete às reformas de Sólon em Atenas que dentre outros suprimiu a escravidão por dívida. Já o texto II menciona a importância da lei das doze tábuas que significou a criação de leis escritas na República Romana dificultando a manutenção de arbitrariedades dos Patrícios sobre os Plebeus. Ambas se referem a criação de normas coletivas, na Grécia e na Roma Antiga, que diminuiu as desigualdades de tratamento QUESTÃO 23

Gabarito: A Comentários: O conceito de isonomia surgiu na Grécia Antiga, e defende a máxima: todos os cidadãos são iguais, não devendo haver nenhuma distinção entre elas dentro de uma sociedade. A isonomia é o pilar básico de uma democracia. A única questão que o aluno não pode se confundir quando analisar a isonomia grega, é o conceito de cidadania. Todos tinham o tratamento igual, porém nem todos eram cidadãos gregos: escravos, mulheres e menores de 20 anos não eram considerados cidadãos na Grécia antiga. QUESTÃO 24

Gabarito: C Comentários: A partir do texto, podemos observar que a única comparação viável é que as duas civilizações tinham cidades autônomas e independentes entre si, marcadas pelos muros ao entorno que delimitavam as “cidades indígenas”, assim como as cidade-Estado, que eram independentes, tendo suas produções e rituais próprios, apesar de partilharem laços culturais, como a língua com outros povos ao redor. QUESTÃO 25

Gabarito: C Comentários: As Guerras Médicas, também chamadas de Guerras Greco-Pérsicas, foram travadas entre o Império Persa e as cidades-Estado gregas. Após vencerem os persas, as cidades gregas formaram a Liga de Delos para se protegerem de eventuais futuras guerras no Mediterrâneo. A liderança dentro da Liga era de Atenas. QUESTÃO 26

Gabarito: D Comentários: O texto aborda o destacável sentimento de pertencimento a uma mesma cultura mostrado pelos gregos apesar da fragmentação política característica da divisão em cidades-Estado, típica da Grécia Antiga. QUESTÃO 27

Gabarito: D Comentários: A Grécia Antiga nunca chegou a ser uma Nação ou um Império (termo muito usado na Antiguidade). A Grécia era o que chamamos de organização em cidades-Estado. Sendo assim, cada povo grego, em cada cidade-Estado, vivia a sua maneira, de modo descentralizado ou disperso, como classifica o autor do texto que acompanha a questão. QUESTÃO 28

Gabarito: C

Comentários:

O texto mostra claramente que, apesar da popularidade do líder Péricles, ele dependia da aprovação da

Assembleia. A democracia que se desenvolveu em Atenas a partir do século V a.C. é considerada direta, pois

todos os cidadãos podiam participar da Assembleia e votar ou não nas leis propostas pelos governantes, ou seja,

não existia o modelo representativo que conhecemos hoje, quando vereadores ou deputados – representantes

dos cidadãos – votam as leis.

QUESTÃO 29

Gabarito: B Comentários: Tanto na Grécia Antiga quanto nas Colônias portuguesas, os escravos eram a base do sistema econômico, uma vez que os escravos eram os principais – e, às vezes, únicos – braços de trabalho.