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MIA > Biblioteca > Ho Chi Minh > Novidades Da Moralidade Revolucionária Ho Chi Minh 1958 Fonte: Reproduzido de Ho Chi Minh. Écrits(1920-1969), cit., p. 198-211. Transcrição: Luiz David HTML: Fernando A. S. Araújo. Desde o começo de sua existência, a humanidade foi obrigada a lutar contra a natureza para subsistir: luta contra as feras, contra as intempéries. Para vencer nesta luta, cada homem deve apoiar- se na força do número, ou seja, na força da coletividade, da sociedade. Reduzido unicamente a suas forças, o indivíduo não poderia dominar a natureza, nem mesmo sobreviver. A humanidade deve ainda produzir para ter o necessário para alimentar-se e vestir-se. Mas a produção também deve apoiar-se na força da coletividade, da sociedade. O indivíduo sozinho não poderia produzir nada. Nossa época é uma época civilizada, revolucionária. Em todos os aspectos, devemos, com maior razão, apoiar-nos na coletividade, na sociedade. O indivíduo não poderia permanecer isolado, devendo integrar-se à coletividade, à sociedade. É nisso que o individualismo se opõe ao coletivismo. O coletivismo e o socialismo vencerão, enquanto o individualismo será infalivelmente aniquilado. O modo de produção e as forças produtivas se desenvolvem e transformam-se continuamente, provocando o desenvolvimento e mudanças no pensamento dos homens, nos regimes sociais, etc. Todos sabemos que, desde os tempos antigos até nossos dias, a produção se fazia no começo com paus e com machados de pedra e que depois se desenvolveu empregando a máquina, a eletricidade, a energia atômica. O regime social evoluiu também; passou do comunismo primitivo à escravatura, depois ao feudalismo e ao capitalismo, e hoje quase a metade da humanidade encaminha-se em direção ao socialismo, ao comunismo. Esta evolução e este progresso ninguém pode impedi-los. Com o aparecimento da propriedade privada, a sociedade dividiu-se em classes, classes exploradoras e classes exploradas, quando aparecem as contradições sociais e a l uta de classes. Desde então, todos pertencem a uma ou a outra classe, ninguém está fora das classes. E cada um exprime a ideologia de sua própria classe. Na sociedade antiga, os feudalistas e os latifundiários, os capitalistas e os imperialistas oprimiam e exploravam sem piedade as outras camadas sociais, sobretudo os operários e os camponeses. Eles monopolizavam os bens públicos, produzidos pela sociedade, para levar uma vida ociosa e dourada. Mas falavam o tempo todo só de “moralidade”, de “liberdade”, de “democracia”, etc. Cansados da opressão e da exploração, os operários, os camponeses e os outros trabalhadores levantaram-se para fazer a revolução a fim de libertarem-se e de transformar a antiga sociedade, tão disforme, em uma sociedade nova, melhor, em que todos os trabalhadores conhecerão uma vida feliz e da qual a exploração do homem pelo homem será banida. Para triunfar, a revolução deve ser dirigida pela classe operária, a classe mais avançada, mais consciente, mais decidida, mais disciplinada e mais solidamente organizada. E o partido proletário é o estado-maior da classe operária. A revolução na União Soviética e nos outros países do campo socialista provou-o de maneira incontestável. Fazer a revolução para transformar a sociedade antiga em uma nova sociedade é uma obra gloriosa, mas é também tarefa pesada, uma luta extremamente complexa, longa e árdua. É preciso ser forte para poder levar grandes cargas e ir longe. Somente tendo a moralidade revolucionária como fundamento é que o revolucionário pode cumprir sua tarefa de maneira honrosa.

Ho Chi Minh - Da Moralidade Revolucionária

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    Da Moralidade RevolucionriaHo Chi Minh

    1958Fonte: Reproduzido de Ho Chi Minh. crits(1920-1969), cit., p. 198-211.Transcrio: Luiz DavidHTML: Fernando A. S. Arajo.

    Desde o comeo de sua existncia, a humanidade foi obrigada a lutar contra a natureza parasubsistir: luta contra as feras, contra as intempries. Para vencer nesta luta, cada homem deve apoiar-se na fora do nmero, ou seja, na fora da coletividade, da sociedade. Reduzido unicamente a suasforas, o indivduo no poderia dominar a natureza, nem mesmo sobreviver.

    A humanidade deve ainda produzir para ter o necessrio para alimentar-se e vestir-se. Mas aproduo tambm deve apoiar-se na fora da coletividade, da sociedade. O indivduo sozinho nopoderia produzir nada.

    Nossa poca uma poca civilizada, revolucionria. Em todos os aspectos, devemos, com maiorrazo, apoiar-nos na coletividade, na sociedade. O indivduo no poderia permanecer isolado, devendointegrar-se coletividade, sociedade.

    nisso que o individualismo se ope ao coletivismo. O coletivismo e o socialismo vencero,enquanto o individualismo ser infalivelmente aniquilado.

    O modo de produo e as foras produtivas se desenvolvem e transformam-se continuamente,provocando o desenvolvimento e mudanas no pensamento dos homens, nos regimes sociais, etc.Todos sabemos que, desde os tempos antigos at nossos dias, a produo se fazia no comeo compaus e com machados de pedra e que depois se desenvolveu empregando a mquina, a eletricidade, aenergia atmica. O regime social evoluiu tambm; passou do comunismo primitivo escravatura,depois ao feudalismo e ao capitalismo, e hoje quase a metade da humanidade encaminha-se emdireo ao socialismo, ao comunismo.

    Esta evoluo e este progresso ningum pode impedi-los.Com o aparecimento da propriedade privada, a sociedade dividiu-se em classes, classes

    exploradoras e classes exploradas, quando aparecem as contradies sociais e a luta de classes. Desdeento, todos pertencem a uma ou a outra classe, ningum est fora das classes. E cada um exprime aideologia de sua prpria classe.

    Na sociedade antiga, os feudalistas e os latifundirios, os capitalistas e os imperialistas oprimiame exploravam sem piedade as outras camadas sociais, sobretudo os operrios e os camponeses. Elesmonopolizavam os bens pblicos, produzidos pela sociedade, para levar uma vida ociosa e dourada.Mas falavam o tempo todo s de moralidade, de liberdade, de democracia, etc.

    Cansados da opresso e da explorao, os operrios, os camponeses e os outros trabalhadoreslevantaram-se para fazer a revoluo a fim de libertarem-se e de transformar a antiga sociedade, todisforme, em uma sociedade nova, melhor, em que todos os trabalhadores conhecero uma vida feliz eda qual a explorao do homem pelo homem ser banida.

    Para triunfar, a revoluo deve ser dirigida pela classe operria, a classe mais avanada, maisconsciente, mais decidida, mais disciplinada e mais solidamente organizada. E o partido proletrio oestado-maior da classe operria. A revoluo na Unio Sovitica e nos outros pases do camposocialista provou-o de maneira incontestvel.

    Fazer a revoluo para transformar a sociedade antiga em uma nova sociedade uma obragloriosa, mas tambm tarefa pesada, uma luta extremamente complexa, longa e rdua. preciso serforte para poder levar grandes cargas e ir longe. Somente tendo a moralidade revolucionria comofundamento que o revolucionrio pode cumprir sua tarefa de maneira honrosa.

  • Tendo nascido na sociedade antiga, cada um de ns conserva em si mais ou menos sequelas dessasociedade do ponto de vista da ideologia, dos costumes, etc. O aspecto mais negativo e mais perigoso o individualismo. O individualismo o antpoda da moral revolucionria. Por menos que reste aindana pessoa, o individualismo espera a ocasio propcia para desenvolver-se e eclipsar a moralrevolucionria, para impedir-nos a inteira devoo luta pela causa revolucionria.

    O individualismo uma coisa astuta e prfida: atrai insidiosamente o homem para uma descidafatal. Sabemos que descer uma ladeira mais fcil que subi-la novamente, por isso o individualismo ainda mais perigoso.

    Para eliminar as sequelas da antiga sociedade, para forjarmos em ns uma virtude revolucionria,devemos estudar, aperfeioar-nos, remodelar-nos para progredir sem cessar. Se no nos esforssemospor progredir, regrediramos e ficaramos atrasados. Ora, o homem demorado, o homem atrasado serrejeitado pela sociedade que progride.

    No s indo escola ou assistindo aos cursos de formao que se pode estudar, aperfeioar-se,forjar-se e transformar-se. Em todas as atividades revolucionrias, poderemos e deveremos todosestudar e corrigir ns mesmos nossos erros. O trabalho revolucionrio clandestino, a insurreio geral,a resistncia contra os colonialistas franceses e, hoje, a edificao do socialismo no Norte e a luta pelareunificao do pas so escolas muito boas onde podemos forjar nossa moral revolucionria.

    Aquele que possui a moral revolucionria no tem medo, no se deixa intimidar e no recua diantedas dificuldades, das provaes e dos fracassos. Pelo interesse comum do Partido, da revoluo, daclasse, do povo e da humanidade, ele no hesita em sacrificar todo e qualquer interesse pessoal. Sefor preciso, sacrificar sua vida sem lamentar-se. Essa a manifestao mais evidente, mais nobre, damoral revolucionria.

    Em nosso Partido, Tran Phu, Ngo Gia Tu, Le Hong Phong, Nguyen Van Cu, Hoang Van Thu, NguyenThi Minh Khai e numerosos outros camaradas, que se sacrificaram heroicamente pelo povo e peloPartido, do-nos exemplos brilhantes de virtude revolucionria, de abnegao total.

    Aquele que possui a virtude revolucionria permanece simples, modesto, pronto para aceitar novasprovaes, mesmo que as circunstncias lhe sejam favorveis ou que obtenha xitos. Preocupar-secom as tarefas antes dos outros, descansar depois dos outros, preocupar-se por cumprir bem suatarefa e no mostrar-se ciumento dos direitos e privilgios concedidos aos outros, no cair nonarcisismo, na burocracia, no orgulho, na depravao, tudo isso constitui uma outra demonstrao damoral revolucionria.

    Em resumo, a moralidade revolucionria consiste em:Lutar toda a vida pelo Partido e pela revoluo. Esse o ponto fundamental.Trabalhar com todas as foras pelo Partido, manter firme a disciplina, aplicar corretamentesua linha e sua poltica.Colocar o interesse do Partido e do povo trabalhador antes e acima do interesse pessoal.Servir o povo de todo corao e com todas as foras. Lutar com abnegao. No interessedo Partido e do povo, mostrar-se exemplar sob todos os pontos de vista.Estudar com aplicao o marxismo-leninismo, servir-se constantemente da crtica e daautocrtica para elevar seu nvel ideolgico, melhorar seu trabalho e progredir junto com oscamaradas.

    Cada revolucionrio deve compreender profundamente que nosso Partido a vanguarda, aorganizao mais slida da classe operria, o dirigente da classe operria e do povo trabalhador.Atualmente, apesar de no ser ainda muito numerosa, nossa classe operria se desenvolve cada diamais. No futuro, as cooperativas estaro organizadas em toda parte, utilizando muitas mquinas nocampo, e os camponeses se transformaro em operrios. Aos poucos, os intelectuais faro trabalhomanual, e a distino entre operrios e intelectuais se apagar progressivamente. A indstria de nossopas desenvolve-se constantemente. por isso que os operrios sero cada vez mais numerosos, esuas foras cada vez mais poderosas; o futuro da classe operria grande e glorioso. Ela reconstri omundo ao mesmo tempo em que aprimora a si mesma.

    O revolucionrio deve ter isto bem presente e manter-se firme nas posies da classe operria paralutar com todas as foras pelo socialismo e pelo comunismo, pela classe operria e por todo o povotrabalhador. A moral revolucionria a fidelidade absoluta ao Partido e ao povo.

    O nico interesse que nosso Partido tem de servir o interesse da classe operria e do povo

  • trabalhador; seu objetivo imediato lutar pelo encaminhamento do Norte ao socialismo e pelareunificao da ptria.

    Sob a direo do Partido, nosso povo, lutando heroicamente, sacudiu o jugo dos colonialistas elibertou completamente o Norte do pas. Essa uma grande vitria, mas a revoluo no est aindacompleta, sendo o objetivo atual do Partido lutar pela reunificao do pas, pela realizao de umVietn pacfico, reunificado, independente, democrtico e prspero, de modo que no reste, no pastodo, ningum que seja submetido explorao, e que o pas inteiro construa uma sociedade novaonde todos tero uma vida de felicidade.

    Nossa indstria est ainda atrasada. Graas ajuda desinteressada dos pases irmos, emprimeiro lugar da Unio Sovitica e da China Popular, estamos desenvolvendo nossa indstria. Para queesta empresa seja coroada de xito, nossos operrios devem rivalizar em ardor para produzir muito erapidamente artigos de boa qualidade e baratos, observar rigorosamente a disciplina do trabalho,participar ativamente na gesto das empresas, lutar contra o desperdcio e a prevaricao. Nossosquadros devem mostrar-se trabalhadores e econmicos, dar provas de integridade e retido e participarno trabalho dos operrios.

    Nossos camponeses receberam as terras partilhadas, e sua vida comea a melhorar. Mas seu modode produo ainda disperso e atrasado, seus rendimentos no aumentam bastante e a melhora desua vida ainda pouca. preciso ampliarmos firmemente o movimento pela constituio de grupos deintercmbio de trabalho e de cooperativas a fim de aumentar a produo. Nossos camponeses poderoassim libertar-se da misria e conhecer uma vida melhor.

    Por isso, a moral revolucionria consiste em lutar com todas as foras para realizar o objetivo doPartido, em devotar-se inteiramente e sem hesitao nenhuma causa da classe operria e do povotrabalhador.

    A maioria dos membros do Partido e da Unio da Juventude trabalhadora, a maioria de nossosquadros agem em acordo com esses princpios, mas existem outros que no o fazem. Estes acreditamequivocadamente que, j que no existe mais o colonialismo e os feudalistas no Norte, a revoluo jconseguiu seus objetivos. Da se manifesta neles o individualismo. Reclamam recompensas e repouso,pedem um trabalho conforme aos seus desejos, e no querem aquele que lhes confiado. Manobrampara obter postos importantes, mas temem as responsabilidades. Aos poucos, seu esprito combativo eseu dinamismo decaem, a fora de alma e as belas qualidades revolucionrias alteram-se tambmneles; esquecem que o critrio nmero um do revolucionrio lutar decididamente a vida toda peloPartido e pela revoluo.

    Devemos compreender que os xitos obtidos so apenas os primeiros passos de um percurso dedez mil lguas. Devemos avanar, a revoluo deve progredir ainda, seno retrocederemos e nossosxitos no podero consolidar-se e, menos ainda, multiplicar-se.

    A luta para chegar ao socialismo longa e rdua. Exige revolucionrios porque ainda existeminimigos da revoluo. Estes ltimos so de trs tipos:

    O capitalismo e os imperialistas revelam-se inimigos muito perigosos.Os usos e costumes atrasados so tambm grandes inimigos, pois entravam dissimuladamente o

    progresso da revoluo. Mas no podemos reprimi-los, sendo melhor corrigi-los com precauo eperseverana e durante muito tempo.

    A terceira categoria de inimigos o individualismo, a mentalidade pequeno-burguesa que seesconde ainda no interior de cada um de ns. Este inimigo espera a oportunidade - de um fracasso oude uma vitria para levantar de novo a cabea. Ele aliado dos inimigos das outras duas categorias.

    A moral revolucionria consiste em lutar decididamente em todas as circunstncias contra osinimigos, quaisquer que sejam; consiste em estar sempre vigilante, em manter-se pronto paracombater, em dar provas de ser indomvel. S sob estas condies pode-se dominar o inimigo ecumprir a tarefa revolucionria.

    Graas sua poltica justa e sua direo unificada que nosso Partido est em condies dedirigir nossa classe operria e todo o nosso povo, encaminhando-os em direo ao socialismo. E suadireo unificada graas unidade de opinio e de ao de todos os seus membros.

    Sem a unanimidade de opinio e de ao, os membros seriam elementos discordantes, puxando

  • para todos os lados. No seria possvel dirigir as massas nem fazer a revoluo.As palavras e os atos dos membros do Partido repercutem na luta revolucionria, pois influenciam

    muito as massas. Por exemplo, a poltica atual de nosso Partido organizar em todo lugar e demaneira slida grupos de intercmbio de trabalho e cooperativas, realizar a cooperao agrcola. Masexistem membros do Partido e da Unio da Juventude trabalhadora que no aderem a eles, ou queaderem mas no participam ativamente na sua edificao e consolidao. O individualismo levou essescamaradas a agirem de maneira libertria, a infringirem as prescries e a disciplina do Partido.Queiram ou no, seus atos prejudicam o prestgio do Partido e colocam obstculos sua obra e aosprogressos da revoluo.

    As medidas polticas e as resolues do Partido inspiram-se no interesse do povo. Por isso, amoralidade revolucionria consiste, para um membro do Partido, em agir decididamente de acordo comas medidas polticas e as resolues do Partido, em dar bom exemplo s massas, quaisquer que sejamas dificuldades. Todos os membros do Partido devem elevar seu senso da responsabilidade diante dopovo, diante do Partido, devem estar vigilantes contra o individualismo e combat-lo decididamente.

    Nosso Partido representa o interesse da classe operria e de todo o povo trabalhador, e noapenas o interesse de um grupo ou de um indivduo. Todos sabem disso.

    A classe operria luta no s por sua prpria libertao, mas para libertar a humanidade inteira daopresso e da explorao. Por isso, o interesse da classe operria se identifica com o interesse dopovo.

    O membro do Partido representa, em nome deste, o interesse da classe operria e do povotrabalhador. por isso que o interesse do membro do Partido deve integrar-se ao interesse do Partidoe da classe e no pode colocar-se fora dele. Os xitos e o triunfo do Partido e da classe pertencemtambm ao militante. Separado do Partido e da classe, o indivduo no pode fazer nada de bom, pormais talentoso que seja.

    A moralidade revolucionria, para um membro do Partido, consiste em colocar em qualquercircunstncia o interesse do Partido acima de tudo. Quando o interesse do Partido est em contradiocom o interesse pessoal, este ltimo deve subordinar-se ao primeiro.

    Por no terem ainda eliminado em si mesmos o individualismo, alguns falam ainda de seusmritos com relao ao Partido. Querem que o Partido lhes agradea. Reclamam um tratamentoprivilegiado, honrarias, postos importantes. Reclamam vantagens. Como suas exigncias no sosatisfeitas, zangam-se com o Partido, queixam-se dizendo que no tm futuro, que so sacrificados.Afastam-se aos poucos do Partido e chegam inclusive a sabotar sua poltica e sua disciplina.

    Muitos quadros e combatentes se sacrificaram heroicamente durante o perodo de luta clandestinae durante a resistncia; os heris do trabalho e os trabalhadores de elite empenham todas as foraspara aumentar a produo; no reclamam postos importantes nem honrarias, no pedemagradecimentos ao Partido.

    Nosso Partido tem carter de massa, conta centenas de milhares de membros. Em razo dascondies concretas de nosso pas, a maioria dos membros provm da pequena-burguesia. Isto notem nada de surpreendente.

    Forjados no crisol da revoluo e da resistncia, os membros do Partido, em geral, so bons, fiisao Partido e revoluo, ainda que, no comeo, sob a influncia da ideologia burguesa, faltassefirmeza sua plataforma, clareza s suas concepes e correo sua ideologia.

    Esses camaradas compreenderam bem que, quando cometem faltas, devem corrigi-las de bomgrado e em tempo, que no devem deix-las acumular-se e agravar-se. Praticam sinceramente aautocrtica e a crtica, o que lhes permite progredir com os outros camaradas.

    Isso coincide com a moralidade revolucionria. Se nosso Partido, mesmo perseguido peloimplacvel terror dos colonialistas e enfrentando mltiplas dificuldades e perigos durante os anos deluta clandestina, tornou-se cada dia mais forte, e se levou a revoluo e a resistncia vitria, porque soube utilizar essa arma de ao: a crtica e a autocrtica.

    Mas um pequeno nmero de membros do Partido, prisioneiros de seu individualismo, tornaram-sealtivos, demasiado orgulhosos de seus mritos e passaram a ter opinio boa demais de si mesmos.Criticam os outros, 'mas no querem ser criticados; no praticam a autocrtica ou praticam-na sem

  • sinceridade nem seriedade. Temem perder prestgio, desacreditar-se. No do ateno s opinies dasmassas, fazem pouco caso dos quadros sem partido. No compreendem que muito difcil no cometererros quando se milita. No temamos em reconhecer nossos erros; o que devemos temer noestarmos decididos a corrigi-los. Para isso necessrio prestar-se de bom grado crtica das massas epraticar sinceramente a autocrtica. Rejeitar a autocrtica e abster-se da crtica conduzir infalivelmente degradao moral, ao retrocesso. E aquele que cair nisso ser rejeitado pelas massas. umaconseqncia inevitvel do individualismo.

    As foras da classe operria so imensas, ilimitadas. Mas, para estar certas da vitria, devem serdirigidas pelo Partido. Quanto ao Partido, deve estar estreitamente ligado s massas, saber organiz-las e dirigi-las para fazer triunfar a revoluo.

    A moralidade revolucionria consiste em unir-se s massas, em ter confiana nelas, emcompreend-las, em escutar atentamente suas opinies. Por suas palavras e seus atos, os membrosdo Partido, da Unio da Juventude trabalhadora e os quadros ganham a confiana, a admirao e oafeto do povo, realizam a unio estreita das massas em torno do Partido, organizam-nas, fazem apropaganda entre elas, mobilizam-nas, para aplicar com entusiasmo a poltica e as resolues doPartido. Foi assim que agimos no decorrer da revoluo e da resistncia.

    Mas, hoje, o individualismo persegue alguns de nossos camaradas. Pretendendo ser muito bons emtudo, afastam-se das massas, no desejam aprender com elas, querem s ser seus mestres. Opem-se ao cumprimento do trabalho de organizao, de propaganda e de educao dedicado s massas.Caem na burocracia e no autoritarismo. Resultado: as massas no tm confiana neles, no osadmiram e os amam ainda menos. No final, eles no podem fazer nada de bom.

    O Norte de nosso pas encaminha-se, aos poucos, em direo ao socialismo. Essa uma exigncia

    premente de dezenas de milhes de trabalhadores. a obra coletiva das massas laboriosas sob adireo do Partido. O individualismo constitui um grande obstculo para a edificao do socialismo. Porisso, a vitria do socialismo no pode ser dissociada do xito obtido na luta contra o individualismo.

    Combater o individualismo no significa pisotear o interesse pessoal.Cada homem possui sua personalidade, seus pontos fortes, sua vida privada e familiar. Os

    interesses pessoais que no esto em contradio com os da coletividade no so interessesilegtimos. Mas necessrio dizer a si mesmo que s sob o regime socialista cada um tem apossibilidade de melhorar suas condies de vida, de desenvolver seus pontos fortes e suapersonalidade.

    Nenhum regime social pode igualar-se ao socialismo e ao comunismo quanto ao respeito pelohomem e ateno dada ao exame e satisfao de seus legtimos interesses. Na sociedadedominada pelas classes exploradoras, s interesses pessoais de uma pequena minoria so satisfeitos,enquanto os das massas laboriosas so pisoteados. Ao contrrio, sob os regimes socialista ecomunista, o povo trabalhador quem governa, cada homem parte integrante da coletividade,desempenha um papel determinado e participa na edificao da sociedade. Isto porque o interessepessoal se acha contido no interesse coletivo, do qual parte integrante. O interesse pessoal de cadaum s pode ser satisfeito quando o interesse coletivo estiver assegurado.

    O interesse pessoal est ligado ao interesse coletivo. Se o interesse pessoal est em contradiocom o interesse coletivo, a moralidade revolucionria manda que o primeiro seja subordinado aosegundo.

    A revoluo e o Partido esto em constante progresso. O revolucionrio tambm deve progredirsem cessar.

    O movimento revolucionrio arrasta milhes e milhes de pessoas.O trabalho revolucionrio comporta mil aspectos difceis e complexos. Para pesar os prs e os

    contras em todas as situaes, para compreender todas as contradies existentes e resolvercorretamente todos os problemas, devemos esforar-nos em estudar o marxismo-leninismo.

    Desta forma, podemos fortalecer nossa moral revolucionria, manter firme nossa plataforma, elevarnosso nvel terico e poltico e prosseguir no trabalho confiado pelo Partido.

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    Incluso 28/02/2014

    Estudar o marxismo-leninismo procurar aprender a maneira de resolver cada problema daexistncia, a maneira de comportar-se em todas as situaes, em relao aos outros e a si mesmo; assimilar os princpios gerais do marxismo-leninismo, para aplic-los criativamente s realidades denosso pas. Estudamos para agir. Nossos estudos tericos devem ir de par com as atividades prticas.Certos camaradas aprendem de cor livros inteiros que tratam de marxismo-leninismo. Pretendem saberesta doutrina melhor que ningum. Mas, na prova da prtica, ou mostram-se incapazes de criar, ouficam embaraados. Suas palavras e seus atos se contradizem. Estudam livros de marxismo-leninismo,mas no conseguem adquirir o esprito marxista-leninista. Estudam para exibir seus conhecimentos eno para aplic-los aos problemas da revoluo. Isso tambm individualismo.

    O individualismo gera centenas de doenas perigosas: burocracia, autoritarismo, fraccionismo,subjetivismo, prevaricao, desperdcio, etc.

    O individualismo amarra suas vtimas, venda-lhes os olhos; elas se deixam guiar por suasambies e seus interesses pessoais e no pensam no bem-estar da classe operria e do povo.

    O individualismo um inimigo cruel do socialismo. O revolucionrio deve aniquil-lo.A tarefa atual de todo o nosso Partido e de todo o nosso povo consiste em envidar os maiores

    esforos para aumentar a produo e economizar, visando edificar o Norte, encaminh-lo ao socialismoe fazer dele uma base slida para a reunificao do pas. Essa uma tarefa das mais gloriosas. Quetodos os membros do Partido e da Unio da Juventude trabalhadora, que todos os quadros, do Partidoe sem partido, estejam decididos a servir durante toda a vida ao Partido e ao povo. A est o grandevalor moral do revolucionrio, sua moral, seu esprito de partido, seu esprito de classe, garantias davitria do Partido, da classe operria e do povo.

    A moralidade revolucionria no cai do cu. Ela desabrocha e se consolida no crisol de uma lutacotidiana e tenaz. como uma prola que brilha mais vivamente quanto mais polida, ou como o ouroque se purifica ainda mais no longo contato com o fogo.

    Nada mais glorioso nem d tanta felicidade como cultivar sua moral revolucionria para dar umadigna contribuio edificao do socialismo e libertao da humanidade!

    Desejo que todos os camaradas, membros do Partido e da Unio da Juventude, quadros do Partidoe quadros sem partido, redobrem seus esforos e faam progressos.

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