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HOJE MACAU PUB TAIPA Governo embarga obras do Park’n Shop Formoso mas não seguro • CÓDIGO PROCESSO PENAL Deputados ouvidos, advogados ignorados PÁGINA 6 • TUI DEU RAZÃO A JASON Manif reuniu 30 à porta de Florinda PÁGINA 5 LISTA DE JOVENS CRITICA CANDIDATOS QUE ORGANIZAM JANTARES PÁGINA 2 E 3 ENTREVISTA AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 15 DE JULHO DE 2013 • ANO XII • Nº 2892 PUB MOP$10 PUB Ter para ler Português nomeado melhor banqueiro do mundo CENTRAIS O Governo deu razão aos moradores e ordenou ao supermercado detido pelo milionário Li Ka Shing que proceda a obras de reparação do edifício. Os Serviços de Obras Públicas chegam mesmo a dizer que a segurança das pessoas foi posta em causa. PÁGINA 8

Hoje Macau 15 JUL 2013 #2892

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2892 de 15 de Julho de 2013.

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HOJE

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PUB

TAIPA Governo embarga obras do Park’n Shop

Formoso mas não seguro

• CÓDIGO PROCESSO PENAL

Deputados ouvidos, advogados ignorados

PÁGINA 6

• TUI DEU RAZÃO A JASON

Manif reuniu 30 à porta de Florinda

PÁGINA 5

LISTA DE JOVENS CRITICA CANDIDATOS QUE ORGANIZAM JANTARES PÁGINA 2 E 3ENTREVISTA

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 15 DE JULHO DE 2013 • ANO XI I • Nº 2892

PUB

MOP$10

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Ter para ler

Português nomeado melhor banqueiro do mundo

CENTRAIS

O Governo deu razão aos moradores e ordenou ao supermercado detido pelo milionário Li Ka Shing que proceda a obras de reparação do edifício. Os Serviços de Obras Públicas chegam mesmo a dizer que a segurança das pessoas foi posta em causa. PÁGINA 8

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ENTREVISTA2

LISTA “ACÇÕES INOVADORAS” CRITICA O GOVERNO E APRESENTA PROPOSTAS

“Temos grandes terras para construir casinos mas não há lugar para escolas”Já estiveram próximos de Agnes Lam, Paul Pun e da Associação Nova Juventude Chinesa, mas agora pretendem eles mesmos concorrer à Assembleia porque são “mais democratas que os outros candidatos”

CECÍLIA L [email protected]

RITA MARQUES [email protected]

Quando é que foi criada a asso-ciação Macao Tri-Decade Action Union? E porque decidiram avançar este ano com uma lista às eleições, chamada Acções Inovadoras?Kou Ngon Fong (K.N.F.) (pre-sidente): Criamos [a associação] entre 2010 e 2011, e quase todos nós já tínhamos algum background associativo, por exemplo, eu e o Issac Tong [director-geral da associação e número três da lista] éramos membros da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau. Mas uma vez que há liberdade associativa, agora somos uma as-sociação individual. Os candidatos são eleitos por debate na associação, somos mais democratas do que ou-tros grupos de candidatos. O nosso objectivo na candidatura às eleições é melhorar Macau. Todos nascemos aqui, esta é nossa terra natal.

Na última vez Issac Tong foi candidato pelo grupo de Ag-nes Lam mas desta vez não se juntou à lista Observatório Cívico. Kou Ngon Fong, por sua vez, também é funcionário da Caritas de Macau mas não é candidato pela lista de Paul Pun. Porquê?Issac Tong (I.T.): Na altura era estudante da professora Lam mas, desta vez, tive a sorte de encontrar amigos com ideias mais próximas das minhas e o mesmo tipo de

ambições para as eleições. Decidi candidatar-me com eles porque acho que desta vez tenho mais capacidade.K.N.F.: Respeito o senhor Paul Pun, não fico no grupo dele mas isso não significa que somos inimigos. Con-tudo, temos ideias diferentes.

Qual é a vossa opinião sobre o sufrágio universal (directo ou indirecto)? Apontam alguma data para Macau? K.N.F.: Agora o sufrágio directo na

Assembleia Legislativa (AL) ainda não tem muitas bases. Acredito que é necessário alterar a lei, ou seja, uma nova reforma política mas é um processo complicado. Naturalmente acho que se deve aumentar a quota de deputados directos na AL.

Já têm vindo a público vozes que alertam para que, em 2017, o sufrágio universal directo em Hong Kong possa ser uma farsa, já que dizem que C.Y. Leong foi “nomeado” pelo Governo Cen-tral. Têm receio disso? Lai Man Fai (L.M.F.) (número dois e professor da Escola de Aplicação Anexa à Universidade de Macau): Acho que é algo que tem de ser feito faseadamente até pelo menos metade da AL ser cons-tituída por deputados directos. Não tenho medo de que o sufrágio di-recto seja uma farsa, apenas tenho medo que não haja oportunidade de haver tal preocupação porque para já os residentes de Macau ainda não têm um sufrágio directo.

Defendem o sufrágio universal directo e, por isso, uma nova reforma política gradual. Censuram o Governo por falta de espaços para ha-bitação e escolas em detrimento de um exacerbado desenvolvimento económico e pedem mais atenção ao nível de ensino, à certificação profissional, ao ambiente e a um mecanismo que salvaguarde os traba-lhadores locais mas que não se limite a “explorar” os não-residentes. Por isso, não se sentem em concorrência directa com a associação Novo Macau, que acusam de só pensar em “obter mais votos”. E são completamente contra os candidatos que pagam jantares para conseguir ser eleitos.

O ESSENCIAL

Candidatos Lai Man Fai (à esquerda, frente), Isaac Tong (à esquerda, atrás), Cheong Hoi Kuan (à direita, frente) e Kou Ngon Fong (à direita, atrás)

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3 entrevista

Cheong Hoi Kuan (C.H.K.) (número quatro): “A democracia não é um bom sistema político mas nenhum outro é melhor do que a democracia”, por isso, acho que a quota de deputados directos tem de ser maior do que 2/3, porque muitas decisões precisam de aprovação de 2/3 dos deputados na AL.

E o sufrágio directo para Chefe do Executivo?L.M.F.: Acredito que a estrutura política de Macau pode ser alterada. Se calhar o pensamento da geração mais velha é difícil de ser mudado mas quando a nova geração crescer e ansiar mudar a sociedade, existirá essa possibilidade. Nos Estados Unidos os alunos podem sonhar ser presidente um dia mas os alunos de Macau nunca pensam nisso. Os familiares são também os primeiros a desincentivar: “Não és membro das quatro famílias [mais poderosas], nunca vais ser Chefe do Executivo de Macau”. Não querem que os jovens alimentem o sonho de virem a ser líderes do Governo só porque não são de famílias ricas ou famosas.

O que acham do ambiente de eleições em Macau?K.N.F.: Hoje em dia ainda há muitos eleitores que são convida-dos pelos candidatos para jantar. Acho este tipo de apelo ao voto muito feio. Nunca faremos isso. Também queria ser um exemplo para que os outros candidatos, de uma vez por todas, não usem esta maneira de conseguir votos.

Já têm existido algumas difa-mações contra a vossa lista, em que vos acusam de terem um “background” tradicional, além de que fazem campanha antes do período definido. Como vêem essas acusações?K.N.F.: Não vou discutir com os difamadores, se eles pensam que fizemos acções que violam a lei, podem fazer queixa contra nós. Até hoje a autoridade não nos deu qualquer aviso, então significa que não violámos a lei.

O que acham da comparação da vossa lista com as da Associação Novo Macau, especialmente com a lista de Jason Chao?K.N.F.: Não somos um grupo liderado por actuais deputados, também não somos directores de grandes empresas ou associações tradicionais. Queríamos trazer novas ideias para a sociedade.Lai: Não temos carga ideológica porque eles já têm três candidatos na AL. Nós temos zero de experi-ência na AL, usamos o nosso tempo livre para explicar aos residentes as nossas ideias. Se falharmos, não haverá arrependimentos.

Mas há quem pense que mais um grupo pró-democrata vai dividir o eleitorado e, nesse sentido, eliminar a hipótese de

mais cargos democratas na AL. O que acham disso?K.N.F.: Acho que é muito triste se as eleições são vistas dessa forma. Vejo que os grupos das associações tradicionais estão a ter guerras internas e os candidatos não estão a pensar como dar ideias novas para a sociedade e a AL, mas a calcular como podem obter mais votos e vencer as eleições. No final, a decisão dos votos fica na mão dos eleitores, se eles não nos escolherem, tudo bem. Mas não há qualquer estratégia para “roubar votos” à Novo Macau.

Como analisam o desenvolvi-mento económico vs. qualidade de vida em Macau?C.H.K.: Acho que temos de ter calma quando olhamos para o bom desenvolvimento económico de Macau. O que não podemos igno-rar é o avanço da sociedade civil. Anteriormente quando o Governo queria implementar qualquer po-lítica, não consultava as opiniões dos residentes, ou faziam apenas uma consulta pública falsa. Agora, o período de consulta pública é alargado, temos mais tempo de discutir as propostas. Os jovens também têm mais interesse pela política.

K.N.F.: O Governo anda a dar sub-sídios para os mais podres, também costuma dar dinheiro como meio de resolver as queixas dos residentes. Isso não é uma maneira de resol-ver profundamente a questão. Por exemplo, os residentes não têm habitação, o Governo dá subsídio em vez de construir mais casas.

Pegando na questão da habi-tação, porque é membro da Conselho para os Assuntos de Habitação Pública do Governo da RAEM, como vê que o Go-verno possa resolver melhor o problema da falta de casas?K.N.F.: Acho que depende da atitude do Governo. Durante oito anos o Governo não teve vontade de construir habitações públicas. As políticas beneficiavam apenas empresários e empresas do jogo. O desejo dos residentes de mais habitações foi totalmente ignorado pelo Governo.

Os restantes também concor-dam?L.M.F.: Não apenas isso, a questão das escolas também é assim. Te-mos grandes terras para construir casinos mas não há lugar para es-colas. Olhando para a zona norte, as escolas têm lugar em edifícios

com outras empresas, não têm uma área de recreio, nem outras instalações essenciais. É o Governo que não tem maneira de resolver o problema ou não o quer resolver?

Issac Tong, como é membro do Conselho para as Indústrias Cul-turais, tem alguma opinião a dar?I.T.: Acho que para o sector de criação cultural o problema tam-bém é falta de terra. Tenho uma banda de música, mas não temos lugar para ensaiar. As rendas são caras e também não há futuro na nossa área, ou seja, não há mercado para a música. Acho que quando o Governo está a pensar desenvolver o sector de criação cultural, tem de considerar também o lugar para tal desenvolvimento.L.M.F.: Sobre o empreendedoris-mo jovem, tenho amigos que me dizem que nunca pediram finan-ciamentos ao Governo porque não queriam depender deste e, muito menos, dedicar-se a áreas sem interesse. Acho que a política de empreendedorismo do Governo precisa de ser melhorada, porque parece não favorecer os jovens. Deixa apenas alguém aproveitar-se da política para procurar benefícios próprios mas não em prol do de-senvolvimento do sector.

Por fim, gostaria que sugerissem um projecto de lei que vejam como necessário para a socieda-de e que possa ser apresentado na próxima legislatura.K.N.F.: Vejo que muitos membros do Conselho Executivo e outros po-líticos são também comerciantes. Participam em muitas actividades económicas na sociedade. Isso não é justo, porque a riqueza da sociedade está na mão de pouca gente. Precisamos de uma Lei de Defesa da Concorrência.L.M.F.: Não concordo com o ensi-no de elites. A taxa de reprovação é hoje muito alta. E as escolas têm agora oportunidade de escolher os seus alunos, os melhores, que lhes garantem uma elevada taxa de entrada na universidade. Portanto, é tudo uma questão de imagem. Penso numa lei para melhorar o sistema de gestão de ensino igual para todas as escolas de Macau.I.T.: Acho que precisamos de uma Lei do Ambiente. Temos cada vez mais veículos e população mas menos terra. Os aterros ainda nem estão prontos e o desenvol-vimento económico não pára, o que traz cada vez mais danos para o ambiente.C.H.K.: Precisamos de Certifica-ção Profissional. Não nos opomos a que os estudantes do continente trabalhem em Macau mas o Go-verno tem de saber que tipos de “profissionais” são eles.

E os trabalhadores não-resi-dentes?K.N.F: Durante o meu trabalho, vi muitos trabalhadores não--residentes a serem explorados por causa da lei laboral. Não estamos contra os trabalhadores não--residentes mas eles agora não têm um tratamento justo no emprego. O Governo emitiu muitas quotas porque precisamos de muita mão--de-obra (e facilmente conseguiam “blue card”). Mas muitas questões surgem, por exemplo, trânsito, habitação e ambiente. Precisamos de pensar os outros elementos também, não apenas os conflitos de emprego entre os residentes locais e não-locais. Falamos de um mecanismo de saída dos trabalha-dores não-residentes, ou seja, não podemos “explorá-los” quando a sociedade precisa de mão-de--obra e afastamo-los quando não precisamos. Temos de pensar num mecanismo melhor para o futuro.

Nos Estados Unidos os alunos podem sonhar ser presidente um dia mas os alunos de Macau nunca pensam nisso. Os familiares são também os primeiros a desincentivar: “Não és membro das quatro famílias [mais poderosas], nunca vais ser Chefe do Executivo de Macau”. Não querem que os jovens alimentem o sonho de virem a ser líderes do Governo só porque não são de famílias ricas ou famosas

Há muitos eleitores que são convidados pelos candidatos para jantar. Acho este tipo de apelo ao voto muito feio. Nunca faremos isso. Também queria ser um exemplo para que os outros candidatos, de uma vez por todas, não usem esta maneira de conseguir votos

Kou Ngon Fong, presidente da Macao Tri-DEcade Action Union e cabeça de lista da "Acções Inovadoras"

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Agnes Lam e Rui Leão realizaram um encontro de cariz “informativo” sobre o planeamento urbanístico local e garantiram que esta foi uma forma de chegar ao eleitorado, tal como já aconteceu em 2009. Mais acções poderão acontecer no futuro

ANDREIA SOFIA SILVA [email protected]

A zona da Areia Preta foi o palco escolhido pelo grupo Observatório Cívico, candidato às

próximas eleições, para a realiza-ção de um debate sobre o urbanis-mo. Ao Hoje Macau, Agnes Lam, a número um do projecto, traçou um balanço positivo.

Mais dinheiro que o orçamentado para este ano As contas públicas de Macau apresentavam em Junho um saldo positivo de 56.783 milhões de patacas e ultrapassam em 16 mil milhões o que estava orçamentado para este ano, revelou a Rádio Macau. Citando dados disponibilizados no site dos Serviços de Finanças, a rádio diz que o Governo estimava fechar o ano de 2013 com um saldo positivo de 40.447 milhões de patacas, mas nos primeiros seis meses do ano a Administração arrecadou 73.856 milhões de patacas em receitas, um aumento anual de 20%. As receitas provenientes do sector do jogo representam a maior fatia neste capítulo, já que entre Janeiro e Junho em impostos directos sobre o jogo o Governo recebeu 61.229 milhões de patacas, mais 15% face ao ano passado. Quanto às despesas, no primeiro semestre o Governo gastou menos 21% do que no mesmo período do ano passado, tendo gasto apenas 17.072 milhões de patacas. A taxa de execução quanto ao saldo das contas é, no primeiro semestre, de 140%.

“Comissão de Fiscalização das Forças de Segurança é inútil”Numa interpelação escrita enviada ao Governo, a deputada Melinda Chan aponta conflitos internos e fiscalização pouco transparente entre os principais de muitos outros problemas da PSP que, diz, têm sido criticados por parte dos cidadãos. “A lei não permite a intervenção da Comissão de Fiscalização nos assuntos internos das forças de segurança, dando autoridade à própria PSP de resolver os conflitos internos. Mas isto carece de transparência, nomeadamente quando chefias estão envolvidas.” A deputada considera que a Comissão se transformou em algo inútil que só existe pelo nome, e muitas vezes, “os agentes têm que aguentar os tratamentos injustos que recebem e o enorme stress”, referiu, acrescentando que o Governo deve rever as regulações relevantes e tomar medidas para aumentar a credibilidade da PSP.

OBSERVATÓRIO CÍVICO ORGANIZOU DEBATE SOBRE URBANISMO

“Tudo está centralizado”

UNG VAI MENG CONFIANTEÀ imprensa chinesa, o presidente do Instituto Cultural (IC) disse estar “confiante” na ligação correcta entre a lei de salvaguarda do património e do planeamento urbanístico. Disse ainda esperar que a proposta de lei referente ao património, actualmente em análise na Assembleia Legislativa, seja aprovada nesta legislatura. Ung Vai Meng garantiu que o IC vai iniciar no próximo ano um trabalho de recolha de dados para a protecção do património cultural imaterial.

“Foi um evento muito infor-mativo e a maioria dos partici-pantes eram chineses, e puderam de facto compreender melhor as questões ligadas ao urbanismo.”

Para continuar próxima dos possíveis votantes, Agnes Lam garantiu ao Hoje Macau que o grupo vai pensar em “diferentes acções”. “Vamos ver qual é a forma mais efectiva”, disse.

Quanto a Rui Leão, disse que esta mesa-redonda é em tudo se-melhante às iniciativas ocorridas em 2009. “Nas últimas eleições o Observatório Cívico desenvolveu cerca de 40 mesas redondas pú-blicas sobre assuntos diferentes. É uma das formas de chegar ao eleitorado, cabe-nos esta tarefa de conversar com toda a gente”, disse ao Hoje Macau.

URBANISMO CENTRALIZADOSendo membro integrante do Observatório Cívico e arquitec-to, Rui Leão acabou por dar um cunho profissional ao evento, tendo falado dos projectos de desenvolvimento suspensos não apenas em Coloane mas em outras zonas, como a Praia Grande.

“Todas estas questões perdu-ram em 2013 e isso tudo advém dos gabinetes de arquitectura, que poderiam fazer projectos de forma mais independente face ao Governo e fazer reflexões sobre

as questões urbanas, bem como perceber os interesses de várias comunidades.”

Rui Leão não tem duvidas de que a maioria dos impasses vividos nas questões urbanísticas se prendem com o facto do “pla-neamento que tem sido desenvol-vido nos últimos anos dentro do Governo. Tudo está centralizado. E estas questões relacionadas com as alturas dos edifícios denota uma incapacidade do Governo em tomar estas decisões e de recorrer a planos independentes”.

Quanto ao polémico regime de compensações, Rui Leão defende que a compensação deveria ser feita mediante a licença da obra e não da planta de alinhamento, ao contrário do que consta na actual proposta de lei do planeamento ur-banístico, quase a entrar em vigor.

“A planta de alinhamento é emitida em resposta a um estudo de aproveitamento. E esse estu-do é feito com pouca definição

e muito rapidamente. Se fosse com a licença de obra era mais responsável, porque iria obrigar os proprietários a desenvolver um projecto.”

O arquitecto acredita que “como única regra não é bom porque vai aumentar mais a especu-lação imobiliária e é uma coisa que passou a dizer respeito a todos.”

Opiniões semelhantes tiveram outros membros de associações do sector, participantes no de-bate. Un Iok Sio, da Federação de Associações dos Operários (FAOM), disse que o regime de compensações é “despropo-sitado” e que também deveria acontecer mediante licença, pois a planta de alinhamento “não possui estatuto jurídico”. Já Wai Kai Un, presidente interino da Associação dos Embaixadores do Património de Macau, disse temer que este regime possa vir a “perturbar” a protecção do património e a execução da respectiva lei.

Melinda Chan

hoje macau segunda-feira 15.7.2013POLÍTICA

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JOANA [email protected]

O Tribunal de Última Instância (TUI) per-mitiu que o grupo ‘Aliança para deitar

abaixo Florinda Chan’, criado por Jason Chao, se manifestasse em frente à casa da secretária para a Administração e Justiça, con-trariando as ordens da Polícia de Segurança Pública (PSP).

No passado sábado, cerca de 30 manifestantes puderam subir ao Jardim da Penha, onde estiveram durante algumas horas com cartazes a pedir a demissão de Florinda Chan. Desta vez – e ao contrário do que aconteceu no final de Junho, quando cin-co pessoas foram detidas –, os protestos foram pacíficos e não exigiram sequer a participação das autoridades.

Jason Chao, responsável pela organização da manifestação, quis provar que o grupo apenas pretende mostrar o seu ponto de vista, sem criar conflitos. “Achá-mos positiva a decisão do tribunal, mas este é apenas um pequeno sabor a vitória, o de reclamar um espaço que pertence ao público”, disse à TDM.

A decisão do tribunal a que Chao se refere diz respeito a um

OS Procuradores--Gerais da Comuni-dade dos Países de

Língua Portuguesa (CPLP) assinaram em Luanda um Memorando de Entendi-mento, em que são traçadas as estratégias para enfrenta-rem “os aliciantes desafios que o mundo da globalização exige e impõe”. A partici-pação pela primeira vez e como membro observador do representante do Mi-nistério Público da Região Administrativa Especial de Macau foi felicitada pelos Procuradores-Gerais da CPLP, na Declaração de Luanda.

MANIFESTAÇÃO TUI CONTRARIA PSP E DEIXA ALIANÇA CONTRA FLORINDA CHAN SUBIR À PENHA

“Um pequeno sabor a vitória”

FLORINDA CHAN RESPEITADORAQuestionada sobre a decisão do TUI, a secretária para a Florinda Chan limitou-se a dizer que a respeita, bem como respeita “o direito de expressão de forma racional”. Florinda Chan disse mesmo confiar nos cidadãos que se iam manifestar. “O Governo todos os dias ouve opiniões e críticas, tudo é para melhoria do trabalho do Governo”, disse, acrescentando que não iria comentar discursos opinativos na internet, referindo-se à recente opinião de Susana Chou no seu blog.

PROCURADORES-GERAIS DA CPLP ASSINARAM MEMORANDO DE ENTENDIMENTO

Um observador especialtiva no sentido da melhoria da sua eficácia.

Na Declaração de Luan-da, os Procuradores-Gerais da CPLP enfatizaram o pedi-do constante da Declaração do Rio de Janeiro, de 2010, dirigido ao Secretariado Exe-cutivo da CPLP, solicitando a adesão institucional dos Encontros de Procuradores--Gerais da República àquela instituição lusófona.

O XI Encontro dos Procuradores-Gerais da CPLP, que decorreu sob o lema “O Reforço da Coo-peração Judiciária entre as PGR da CPLP”, termina oficialmente hoje.

O Memorando de En-tendimento foi assinado na quinta-feira à noite, na ses-são de encerramento do XI Encontro de Procuradores--Gerais da CPLP, que se iniciou na segunda-feira e ontem terminou.

No documento, os pro-curadores, “conscientes da necessidade de garantir uma justiça de qualidade aos cidadãos e dos desafios resultantes do crescente

fluxo de circulação de cidadãos entre os Estados--membros”, acordaram promover “a mais ampla cooperação e intercâm-bio” entre si, no que toca à troca de experiências, de informações e permuta de legislação.

O acordo visa igual-mente a cooperação na execução “efectiva e opor-tuna” dos pedidos de au-xílio judiciário mútuo no

âmbito da criminalidade transnacional.

“Sem prejuízo da for-malização de pedidos de auxílio judiciário”, aquelas instituições lusófonas toma-rão as medidas adequadas para prestarem entre si toda a colaboração possível no âmbito da promoção e protecção dos direitos dos menores, meio ambiente, direitos do consumidor, inte-resses difusos e outras áreas

no quadro das respectivas atribuições em cada país.

No final do encontro, foi igualmente produzida a De-claração de Luanda, em que os Procuradores-gerais da CPLP expressam todo o seu empenho para o reforço da Rede de Cooperação Jurídi-ca e Judiciária Internacional da comunidade lusófona já existente, manifestando a sua disponibilidade para uma participação mais ac-

recurso interposto pelo próprio ao TUI contra o comandante da PSP.

CONTRARIADOEm comunicado, as autoridades policiais não aceitavam o pedido de reunião no Jardim da Penha, argumentando que por o local ter “um grande número de pessoas” poderia tornar-se “perigoso”. Além disso, evocam ainda o facto de o Jardim da Penha ser local de residência tanto do Chefe do Executivo como dos titulares dos principais cargos e ainda de estar próximo do Palácio de Santa Sancha, “onde recebem frequen-temente ilustres convidados”. O TUI não concorda.

No acórdão da decisão, analisado pelo Hoje Macau, o tribunal entende primeiramente que o que estava em causa não era uma manifestação, mas uma reunião num local público. O TUI, depois, contraria o facto de que haja protecção legal no local escolhido pelo grupo só porque as casas dos altos cargos estão lá localizadas, concordando apenas com a necessidade de segurança do Palácio, ainda que de forma comedida. “O Palacete de Santa Sancha está rodeado por um muro de cerca de dois metros de altura, sendo que dista 8,3 metros do limite sul do Jardim da Penha”,

pode ler-se no acórdão que dis-corda com a PSP.

Mas o tribunal não se fica por aqui e aponta ainda um exemplo para explicar que não pôde travar a reunião só porque era num lo-cal movimentado. “O recorrente provou que o comandante da PSP não se opôs a uma manifestação a realizar na Estrada do Istmo (na Cotai Strip), onde a afluência de veículos é muito superior.”

QUANTOS SÃO?O tribunal continua as justifica-ções, dizendo, por exemplo, que o ruído das 17h às 19h30 (altura da reunião) não iria perturbar o direito de terceiros.

De acordo com a TDM, esta-vam mais agentes da PSP no local do que o comunicado pelas auto-ridades. A PSP disse que estavam cerca de 20 efectivos no local, mas as imagens do telejornal mostram quatro carrinhas cheias de agentes. A manifestarem-se contra Florin-da Chan estavam os deputados Ng Kuok Cheong e José Pereira Coutinho.

Para Ng Kuok Cheong, a ma-nifestação não se referia apenas ao chamado caso das campas, que tem levado a diversas críticas a Florinda Chan. O deputado democrata diz que “diversos regimes e regulamentos” prometidos pela secretária no Pro-grama da Reforma da Administração Pública não se concretizaram “nem 10%”. O deputado diz que “para não causar falhas mais graves, Florinda tem que sair do cargo.”

30manifestantes subiram a Penha

para pedir a demissão de Florinda

Chan mas, finalmente, só

contemplaram a bela paisagem

que de ali se difruta

Jason Chao

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RITA MARQUES [email protected]

“M UITAS sugestões e opiniões dos deputados foram aceites por par-

te do Governo”, apreciou na sexta-feira Cheang Chi Keong, o presidente da terceira comissão permanente da Assembleia Le-gislativa, que estuda a proposta de alteração do Código de Processo Penal (CPP). No entanto, no novo articulado, entregue pelo Governo na semana passada, o prazo má-ximo de oitos meses na duração de inquérito ficou tal como está. “Quando da alteração da lei or-gânica do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) introduziu-se a aplicação do artigo 258 do CPP, ou seja, seguem-se os prazos de duração máxima de inquérito do CPP. E entende a comissão que é uma norma imperativa que deve ser cumprida e que esta nossa posição vai constar do nosso pa-recer”, referiu o deputado, depois de afiançar que sobre a matéria “não houve alterações no novo texto”. Recorde-se, no entanto, que a Associação dos Advogados de Macau (AAM) desejava ver os prazos elevados para oito e dez meses, caso houvesse ou não arguido preso.

Na última reunião com o Exe-cutivo, ficou certo que a gravação das audiências ficará prevista na nova lei. No entanto, a proposta da comissão para excepções em “casos sensíveis” foi acatada pelo Governo na nova redacção. “No novo texto, o Governo aceitou a opinião da comissão prevendo--se na proposta que o juiz pode autorizar a não gravação tendo em conta determinados casos que podem causar lesões às vítimas”, afiançou Cheang Chi Keong, sem avançar exemplos concretos.

CECÍLIA L [email protected]

A Associação de Beneficência Sin Meng realizou, no sábado, um fórum sobre empreendedorismo, que contou com a

participação de mais de 200 jovens. A falta de capital inicial e o desconhecimento da política do Governo que beneficia os jovens são as questões mais típicas lançadas pela juventude.

Recentemente, recorde-se, o Governo

anunciou um plano de atribuição de fundos aos jovens para que estes constituíssem empresas.

Ng Ka Man, um dos jovens, queria criar um café com espaço de exposição, mas como o limite do empréstimo de 300 mil patacas, quase não consegue cumprir este sonho. “Pelos cálculos iniciais, precisamos de, pelo menos, 500 mil patacas, e com 300 mil de empréstimo sem juros ainda não consigo criar esta loja com o meu sócio. Somos recém-graduados, por isso precisamos de trabalhar mais um ou

dois anos para conseguir estes 200 mil que ainda faltam.”

Mas se há jovens que dizem esperar que o Governo aumente o empréstimo, outros pedem que seja possível utilizar o dinheiro do Governo de Macau noutros locais. “O âmbito da indústria local é mais limitado, às vezes temos o dinheiro mas podemos não conseguir aproveitá-lo. Podiam deixar os jovens fazer negócio no continente ou outros lugares, não precisava necessariamente de ser em Macau”, disse um outro licenciado.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL GOVERNO CEDEU A TODAS AS OPINIÕES DA COMISSÃO OU QUASE...

Advogados nem tidos nem achadosChegou ao fim a discussão do diploma que irá alterar o Código de Processo Penal a partir do primeiro dia de 2014. O Governo acedeu à maioria das sugestões dos deputados, nomeadamente, sobre gravações das audiências, defesa do arguido e busca domiciliária. Os prazos de inquérito, por sua vez, ficam como estão. Neste caso, também a opinião dos advogados não prevaleceu

Por explicar ficou também a possibilidade de as gravações poderem ser consultadas pelos in-tervenientes, tal como os processos que podem ser fotocopiados. Os deputados, na altura, referiam que a matéria deveria ser sujeita a con-fidencialidade e deveria ainda ser prevenida a fuga de informações.

SILÊNCIO É “OPOSIÇÃO”Outra das questões colocadas pela comissão que mereceu a atenção da Secretaria de Florinda Chan está relacionada com a “notificação e opo-sição”. “Previa-se que o silêncio [do arguido] era equivalente à concor-dância [sobre sanção e indemnização notificada] e a comissão entende que devia ser ao contrário, equivalente a oposição. Esta opinião foi aceite e a alteração introduzida neste novo texto”, esclareceu ainda.

Também sobre a questão da defesa passa agora a ser possível o arguido constituir um defensor “advogado ou advogado estagiá-rio” e, só caso não consiga nomeá--los, pode ser admitida uma pessoa idónea. “Consegue-se assim uma maior garantia aos advogados”, avaliou Cheang Chi Keong.

Para os não-residentes (trabalha-dores ou não) haverá uma celeridade nos casos a julgamento, numa medida “que sofre ajustamento”. “Se come-terem crimes aplica-se o processo de urgência e, de acordo com as estatísticas, ao longo dos últimos nove anos, foram 65 os indivíduos detidos”, frisa o deputado.

O período de busca domiciliária será encurtado, também a pedido da comissão, atrasando uma hora na parte da manhã (das 7h às 20h).

Cheang Chi Keong não men-cionou conversações com o Go-verno sobre as escutas telefónicas como meio de prova, quando os advogados também entendem que só deve ser usada em casos excepcionais e com uma moldura penal superior a cinco anos, ao contrário do que é previsto, para penas superiores a três anos.

De acordo com o novo articu-lado, o diploma entrará em vigor no dia 1 de Janeiro de 2014 já que, explica o deputado, “o Go-verno justificou que ainda há uma série de trabalhos de adaptação e preparação, quer dos tribunais quer do Ministério Público”, e já que haverá uma republicação do CPP. Na próxima semana as duas assessorias vão reunir-se mais uma vez para resolver questões técnicas de redacção, antes da redacção do parecer, e mais uma vez, para Cheang Chi Keong, é “possível” ser concluída a tempo de seguir para aprovação no plenário.

EMPREENDEDORISMO JOVENS PEDEM ALTERAÇÕES A PLANO DO GOVERNO

Mais dinheiro, por favor

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RITA MARQUES [email protected]

F OI com surpresa que Cedric Rigaud soube da avaliação de que foi alvo a empresa que dirige, a Reolian, e as

restantes duas operadoras - TCM e Transmac -, nos últimos quatro meses. Mais surpreendente ainda foi o facto de, nesta fase experi-mental do programa de avaliação, ter recebido nota negativa.

“Não sei nada sobre a pon-tuação da avaliação, que hoje [sexta-feira] foi anunciada, nem recebemos qualquer informação da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfico (DSAT) [...] Recebemos sim um documento na semana passada, declarámos que estávamos dispostos e queríamos ajudar mas respondemos com alguns comentários, que levanta-vam preocupações sobre alguns critérios que achamos um pouco injustos e não muito rigorosos”, ex-plicou o dirigente da companhia de autocarros verdes ao Hoje Macau.

SURPREENDIDOSNa sexta-feira, a DSAT explicou que o projecto, que arrancou numa fase de teste entre Março e Junho, está em prática desde o início do mês e até finais de Dezembro. “Ficámos sur-preendidos por saber que puseram [o sistema] em prática sem sequer terem respondido às nossas observações”, frisou o responsável.

A Reolian não quer ver esta avaliação anexada ao contrato mas o Governo não estará pelos ajustes. Antes pelo contrário...

REOLIAN CEDRIC RIGAUD EXIGE SISTEMA DE AVALIAÇÃO “JUSTO” E “TRANSPARENTE”

O que nasce torto...A DSAT garantiu ainda que o

regime de avaliação é um requisito para avaliar o ajustamento de tarifas, interfere no concurso a novas carrei-ras e, caso as operadoras não atinjam os objectivos traçados, implicará sanções e poderá levar à cessação de contrato. “Este sistema de avaliação estará ligado com as cláusulas do con-trato fazendo com que seja um dos dados a ponderar no ajustamento de tarifas”, explicou Lo Seng Chi, chefe de Divisão de Gestão de Transportes, ao ser questionado pelos jornalistas.

“Quanto a novos itinerários, se no futuro houver esse concurso usare-mos este regime de avaliação, quem tiver uma avaliação mais elevada será prioritário [...] Se uma avaliação insatisfatória significa que devemos terminar o contrato? Se verificamos que há uma empresa que obtém uma pontuação muito má, a população vai achar que não é adequada para prestar serviços. Temos de ver qual dos indicadores é pior. Quando a sua qualidade não atinja certas metas tem de ser cessado o contrato. Mas temos de ponderar os contratos de forma integral”, adiantou ainda o responsável.

ANEXAR OU TALVEZ NÃOCedric Rigaud não vê possibili-dade de tal acontecer, de acordo

com o contrato assinado em 2009 por um prazo de sete anos. “O sistema de avaliação não é contratual”, enfatiza. Sobre a possibilidade de o Governo querer anexá-lo não tarda em precisar que a decisão tem de ser feita por mútuo acordo, entre o Executivo e as operadoras, vincando ainda assim não estar contra a nova regra embora precise de provas de que é “transparente” e “justa”. “Se não está no contrato, tem de ter o consentimento de todas as partes. Para nós interessa-nos saber se o sistema é justo entre clientes e operadoras [...] Na perspectiva do proponente, se é além do estipulado no contrato,

LUTA DA REOLIAN CONTINUAO processo judicial para pedido de indemnização em 36 milhões de patacas já está em curso, garante Cedric Rigaud. Mas para que a Reolian concorra “de forma justa” com as outras operadoras é preciso haver uma decisão sobre o ajustamento de tarifas também para o corrente ano. “Pedimos novamente porque a inflação continua a aumentar e se querem que as operadoras operem melhor, têm de garantir condições [...] Precisamos do ajustamento de tarifas para 2012 e 2013”, explicou ao Hoje Macau. No entanto, no encontro de sexta-feira, o chefe de Divisão de Gestão de Transportes da DSAT fez saber que “este ano ainda não se reúnem condições para fazer um ajustamento das tarifas”, que ficará em “stand by” até serem divulgados os resultados deste sistema de apreciação. “Até ao fim da avaliação temos de exigir que as três empresas façam algum melhoramento e ajustamento e um maior grau de satisfação da população”, frisou Lo Seng Chi.

3,6milhões de patacas custa o estudo

encomendado pelo Governo. Os

resultados finais saber-se-ão em

2014. Tudo a bem da Naçãoé algo que não podemos aceitar, a não ser que haja compensações ou prémios. Tem de ser muito transparente sobre quão justo é.”

Ainda assim, Lo Seng Chi precisou que apenas “em caso necessário” será feita uma revisão dos contratos, tendo em conta antes de mais uma inspecção das carreiras para “traçar novas condições de tráfego” mas, para já, o foco é exigir que “as três empresas melhorem a qualidade dos seus serviços”.

PARA O ANO SE VERÁNo mesmo encontro sexta--feira, na sede da DSAT, esteve presente a equipa responsável

pelo programa, formada pela UMTEC, empresa dependente da Universidade de Macau, pela Universidade Chaio Tung de Taiwan e THI Consultants Inc. Macau Branch. Coube ao repre-sentante da UMTEC divulgar os resultados da fase experimental do programa. “Durante a avaliação, a empresa que teve uma nota pior foi a Reolian com 59.78 pontos. [De entre os 29 indicadores,] aqueles que registaram notas mais baixas foram relativos à manutenção dos autocarros, irregularidades prati-cadas e taxa de acidente”, explicou Ku Weng Keong, identificando que a nota seria negativa, uma vez abaixo dos 60 pontos. A TCM e a Transmac garantiram 70 pontos na avaliação.

A equipa contratada para fazer o estudo, que custa 3,6 milhões de pa-tacas, irá prosseguir com a pesquisa até 31 de Dezembro. Os resultados serão divulgados nos primeiros três meses do próximo ano. O Governo anunciou que os estudos, no âmbito do regime de avaliação do novo modelo de serviços, serão realizados semestralmente.

À avaliação negativa que a Reolian teve na fase experi-mental do novo sistema de avaliação dos autocarros, o director-geral da operadora reage com surpresa. Aliás, sobre o novo regime, imple-mentado oficialmente este mês, afirma ter tido conhe-cimento da intenção apenas na semana passada, tendo levantado dúvidas até agora não respondidas. Sobre o que é posto em jogo pelo Executivo, o responsável é peremptório: «o sistema de avaliação não é contratual». Mas o Governo não pensa do mesmo modo e surge a possibilidade de denunciar o contrato.

O ESSENCIAL

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Ambulânciassaíram mais à ruaO Corpo de Bombeiros (CP) realizou um total de 19,829 saídas entre Janeiro e Junho deste ano, o que representa mais 686 saídas face a 2012, um aumento de 3,59% face a igual período do ano passado. É o que mostra os dados recentemente divulgados pelo CP, que revelam também um aumento do número de saída das viaturas. Saíram em serviço 16541 ambulâncias, mais 498 face ao período compreendido entre Janeiro e Junho de 2012. No mesmo período, registou-se menos um incêndio, num total de 532 ocorridos em Macau. Já as operações de salvamento aumentaram 10,68%, num total de 622.

CECÍLIA L [email protected]

O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM) reagiu à notícia

avançada pelo Hoje Macau na pas-sada semana, em que o especialista Jorge Kuan lançou duras criticas ao futuro Parque de Medicina Chinesa na Ilha da Montanha. O IPIM nega todas as acusações de que o projecto se destine apenas à compra e venda de terrenos. Echo Chan, presidente do IPIM e uma das responsáveis pela gestão do parque, disse aos jornalistas da imprensa chinesa, na passada quinta-feira, que o parque não servia apenas para fazer negócio, mas que o “núcleo do projecto era a investigação e o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa”.

“Tivemos duas reuniões com membros do sector de medicina chinesa de Macau e ouvimos as suas opiniões. Por isso já fize-

JOANA [email protected]

O arrendatário do super-mercado Park’n’Shop do edifício Flower City, na Taipa, tem

dois meses para entregar um plano de manutenção, reparação e restau-ração dos pilares estruturais dani-ficados e para tratar da infiltração de água no tecto da cave do prédio.

O anúncio foi feito pela própria Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), depois de ter sido notícia na imprensa de Macau que o supermercado – detido por Li Ka Shing, o empresário de Hong Kong considerado o homem mais rico da região vizinha – estaria a trazer problemas aos moradores.

No final de Junho, o represen-tante dos moradores do Flower City disse que o prédio tinha danos nos pilares estruturais e que uma exten-são do supermercado – construída

DSSOPT EMBARGA OBRAS NO SUPERMERCADO PARK’N’SHOP DO FLOWER CITY, NA TAIPA

Razão aos moradoressem autorização – estaria a barrar as saídas de emergência do prédio.

A semana passada, Chan Weng Hei, chefe do departamento da urbanização da DSSOPT, reuniu com os representantes do Flower City, que afirmam que as torres de refrigeração do sistema de climati-zação do supermercado causaram danos e a exposição da armadura de aço de parte dos pilares estrutu-rais do prédio e ainda que as arcas de refrigeração do supermercado originaram infiltrações no tecto da cave. A DSSOPT enviou uma comissão de vistoria e dá razão aos moradores. “De acordo com o rela-tório de vistoria, existem indícios que mostram que estas situações se devem à falta de manutenção das torres de refrigeração e dos gigantescos aparelhos de ventila-ção localizados no compartimento técnico, assim como o local onde se encontra a arca de refrigeração não ter devido tratamento térmico”, pode ler-se num comunicado. “A

conclusão das obras [tem de ser fei-ta] dentro do prazo de dois meses.”

SEM AUTORIZAÇÃO Os problemas com o supermercado não são novos. De acordo com Lau Kam Chio, representante dos moradores, as queixas já começa-ram já em 2012, mas nunca foram motivo de resposta para a DSSOPT. “Não temos só os postes destruí-dos, também temos as saídas de incêndio todas fechadas por causa dos produtos do supermercado. O supermercado não paga as con-tribuições do condomínio há dez anos, um total de 500 mil patacas”, disse no final do mês passado aos jornalistas.

Em finais de 2012, deu-se a re-novação do espaço que hoje alber-ga o supermercado e, já aí, foram levantadas suspeitas de ocupação de um espaço público. Depois de investigado pelas Obras Públicas, foi comprovado que o supermer-cado nunca teve autorização para

efectuar quaisquer obras, mas que nunca as parou. A DSSOPT tratou agora do problema. “A DSSOPT vai dar início à instrução do pro-cesso de obras ilegais de remo-delação, de modo a salvaguardar a segurança pública. Atendendo ao facto de o arrendatário não ter solicitado à Administração autori-zação para a realização das obras de remodelação, a DSSOPT veio

ultimamente emitir a ordem de embargo da obra e instaurar um processo para acompanhamento da questão. A par disso, considerando que a obra de remodelação obstruiu parte do caminho de evacuação do edifício, a DSSOPT vai tratar prioritariamente desta questão.”

As Obras Públicas dizem mes-mo que a segurança dos moradores foi posta em causa.

KUAN PEDE DIRECÇÃO PARA MEDICINA CHINESA

MEDICINA CHINESA IPIM REAGIU ÀS CRITICAS SOBRE PARQUE NA ILHA DA MONTANHA

“Investigação será núcleo do projecto”mos ajustes ao plano inicial e acrescentámos mais elementos ligados à indústria da saúde e mais espaços para o estudo da medicina chinesa.”

Echo Chan disse ainda que o projecto de criação de uma base internacional de controlo de qua-lidade dos produtos de medicina chinesa poderá mesmo existir na Ilha da Montanha.

“Esta ideia foi apresentada pelo IPIM, e já foi reservado um grande espaço no parque para a criação desta base. Vou ler o jornal Hoje Macau para saber qual é a

opinião do médico, para que possa compreender melhor as críticas.”

Segundo Echo Chan, o projecto na Ilha de Hengqin vai trazer van-tagens para as empresas locais. “O parque vai trazer muitas oportuni-dades de negócio, mas também há espaço para as empresas de Macau participarem. Para já, cerca de 20 empresas de Macau contactaram connosco, tendo apresentado propostas de investigação na área da medicina chinesa, indústria da saúde, e os projectos também têm uma ligação com o desenvolvimen-to cultural e de lazer.”

Inserido numa viagem oficial ao continente, a Guizhou, Jorge Kuan voltou a criticar o facto de Macau só ter um departamento para tratar dos assuntos ligados à medicina tradicional chinesa, enquanto que no continente existe uma direcção. Citado pelo jornal chinês Va Kio, Jorge Kuan disse que “quando o Governo Central visitar Macau não vai encontrar um departamento especializado nem

profissionais para discutir os assuntos de cooperação nesta área. As regras para o sector foram feitos na década de 90 e desde então nenhuma alteração foi feita. O Governo sino-português não deu qualquer atenção a esta área e depois da transição o Governo da RAEM só nos desapontou. O desenvolvimento do sector da medicina chinesa está dominado pelo Governo.”

Jorge Kuan

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Português EPMcom média maisbaixa de sempre A Escola Portuguesa de Macau teve a média mais baixa de sempre nos exames nacionais de Língua Portuguesa. De acordo com a TDM, a escola conseguiu apenas uma média de 9,4 valores como resultado final dos exames. Ainda que tenha sido uma nota mais alta do que a média da mesma disciplina em Portugal, Alexandre Domingues, professora da EPM, diz não se lembrar de valores tão baixos. “Posso dizer que estou com o 12º [ano] há bastantes anos e esta foi a média mais baixa, nunca tínhamos tido esta média”, disse à TDM. Um dos principais motivos pode ser a escolha pelo uso da língua inglesa em detrimento da portuguesa, mesmo na escola lusa. Do total de 29 alunos inscritos para este exame, cinco reprovaram. Outros cinco alunos inscritos no exame de português como língua não materna conseguiram notas entre 12 e 17 valores.

Grand WaldoGalaxy pedesuspensão de obrasA Galaxy terá pedido ao Governo para suspender as obras no hotel Grand Waldo por seis meses. De acordo com o jornal Macau Business Daily, a operadora fez o pedido, mas não avança o motivo. O jornal cita uma fonte conhecedora do processo, que refere haver a expectativa de que sejam colocadas no Grand Waldo 148 slot machines e 39 mesas de jogo. Recorde-se que a Galaxy comprou o Grand Waldo no mês passado, tendo fechado o hotel dia 1 de Julho para remodelações. O jornal diz que não deverão haver grandes mudanças a nível arquitectónico e que o Grand Waldo poderá abrir antes do ano novo chinês.

ANDREIA SOFIA [email protected]

Q UANDO o novo ano lectivo (2013-2014) arrancar em Setembro próximo o número de

alunos irá manter-se semelhante ao do ano curricular anterior. Pelo menos é essa a previsão das pró-prias universidades, em resposta ao Hoje Macau.

Apesar de estar a atravessar um período de mudança de instalações para a Ilha da Montanha, a Univer-sidade de Macau (UMAC) planeia receber cerca de 1600 alunos para o nível da licenciatura, o que se-gundo o vice-reitor, Rui Martins, representa um aumento de apenas 5%. Cerca de 80% serão alunos locais, os restantes do continente.

“Como é sabido deveremos começar o novo ano lectivo ainda no campus da Taipa e não preve-mos uma grande alteração. Mas o processo ainda não está concluído, e vai agora decorrer o processo para os candidatos da China”, disse Rui Martins.

Da parte da Universidade de São José (USJ), serão cerca de 1500 alunos a frequentar os cursos desta instituição privada.

“Até à mudança para o novo campus o nosso número de alunos não deverá variar significativamen-te. No próximo ano, se tudo correr bem, deveremos ter cerca de 1500 alunos repartidos pelos programas de Pré-Universitário, Licenciatura, Mestrado e Doutoramento”, confir-mou o reitor, Peter Stilwell.

ENSINO SUPERIOR NÚMERO DE ALUNOS DEVERÁ SER SEMELHANTE A 2011\2012

Um ano perfeitamente normalA maioria das instituições académicas vão iniciar o novo ano lectivo sem grandes alterações ao nível do número de alunos, embora o processo de candidaturas ainda esteja a decorrer. Do lado da UMAC espera-se um aumento de 5% ao nível das licenciaturas

MUST SEM LIGAÇÃOA AGÊNCIASUm comunicado disponível no website da MUST refere que a universidade não tem qualquer ligação com a existência de agências de recrutamento de alunos no continente. “Recentemente a MUST tem vindo a receber chamadas ou cartas de pais e alunos para que verifiquemos informações das inscrições na MUST. Por esta razão a MUST esclarece que não possui qualquer agência de recrutamento no continente, nem mesmo a título individual. Todos os processos de candidatura aos cursos da MUST devem ser feitos no sistema directo disponível na internet. Todos os candidatos que fizerem a sua candidatura online irão receber de imediato um telefonema directo da universidade para confirmar se o candidato tem ou não qualificações para o acesso. Tudo para garantir que não há uma terceira entidade a fazer confirmações”, pode ler-se no comunicado divulgado no passado dia 10. - C.L.

MAIS CLAREZAORÇAMENTAL No seu mais recente plano de actividades traçado para o próximo ano lectivo, a UMAC garante que tem vindo a desenvolver “planos de optimização para aumentar a transparência da sua gestão orçamental, reforçar os mecanismos de contabilidade e reforçar a efectividade do modelo orçamental”. A par deste objectivo, a UMAC garante que já aprovou o plano estratégico a 10 anos e que vai oferecer mais quatro programas de mestrado e de doutoramento, bem como rever os conteúdos de mais 14 programas já existentes.

Do lado das duas instituições do ensino politécnico as previsões são semelhantes. O Instituto de Formação Turística (IFT) confirma que vai manter o número de admis-sões e que, por isso, a “população estudantil vai ser mais ou menos a mesma”. Segundo dados do relató-rio anual do ano 2011\2012, o IFT recebeu 1452 alunos, cujo valor já representava um aumento de 10% face ao ano anterior.

Já o IPM promete manter os quase três mil alunos que teve no ano passado (2349 locais, 443 não locais).

MUST QUER MUDAR PADRÕES Do lado da Universidade de Ci-ências e Tecnologia (MUST), os números também deverão ser se-melhantes, mas a entidade promete mudanças nas regras de acesso aos cursos.

“Para o novo ano académico

prevemos receber um número semelhante de novos alunos, com-parando com o ano passado. Con-tudo, esperamos que os padrões académicos para a admissão dos estudantes sejam mais elevados do que no ano passado”, aponta a instituição ao Hoje Macau, sem

avançar mais pormenores sobre a eventual mudança.

No ano lectivo passado a MUST contava com mais de dez mil alunos dos três graus de ensino (licenciatura, mestrado e doutoramento), sem con-tar com os 262 alunos que frequenta-vam os programas pré-universitários.

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CHINA10

P RINCIPAL motor da economia global, a China tem vindo a perder força e o resultado do PIB do

segundo trimestre, que será em breve divulgado, é esperado com apreensão, já que vai mostrar a per-da de ritmo enfrentada pelo país.

A previsão de economistas é de alta de 7,5% do PIB (após expansão de 7,7% nos primei-ros três meses de 2013), re-sultado que seria comemorado no resto do mundo, mas que é lento para os padrões chineses, acostumados, até recentemen-te, a avanços na casa dos dois dígitos.

Porém, alguns analistas não descartam um crescimento inferior, e Lou Jiwei, ministro das Finanças, acendeu um sinal de alerta na semana passada ao sinalizar que o avanço neste ano pode ficar em 7%, o que seria o pior resultado desde 1990.

Segundo ele, o país está preparado para a desaceleração, enquanto muda o seu modelo de crescimento económico: de um sistema dependente das exportações (hoje é o país que mais vende produtos no mundo) para um voltado para o consumo interno.

Pequim pode vender a perda de ritmo como algo corriqueiro, mas o resto do mundo espera que tal não seja realidade, pelo menos não agora, já que ainda

ARVIND SUBRAMANIANin Financial Times

BOAS notícias sobre a economia mundial são raras. Quanto ao comércio,

Pascal Lamy, director geral da Organização Mundial do Comércio, recentemente apontou mais de cem medidas proteccionistas adoptadas pelos membros do G20 nos últimos sete meses.Mas o alerta não deve obscurecer o quadro mais amplo: a ausência de proteccionismo sério nos países industrializados nos últimos dez anos, a despeito do impacto de um grande choque estrutural causado pelos países emergentes, especialmente a China.Esqueça as negociações bilaterais ou o lento progresso da ronda de Doha. A história actual mais importante quanto à política comercial é outra — e representa tanto um enigma quanto um milagre.As importações de produtos chineses saltaram de 0,5% da procura interna dos EUA em 1990 para 5,2% em 2010. Mas exceptuadas algumas medidas antidumping e a imposição de certas tarifas compensatórias, essa grande expansão não causou uma resposta proteccionista significativa.Duas comparações encontradas na história dos EUA podem ajudar a compreender a importância desse enigma.A falta de protestos internos contra a China contrasta com o acalorado e acrimonioso debate travado nos EUA no começo dos anos 1990 quanto ao acordo de livre comércio com o México, o Nafta.As medidas proteccionistas concretas contra a China foram ainda insignificantes se comparadas à severidade contra o Japão nos anos 1980.Por outras palavras, nos EUA o cão do proteccionismo mal rosnou (contra a China), depois de ladrar furiosamente (no caso do México) e de morder forte (no caso do Japão).O que complica ainda mais o enigma é o facto de que o choque chinês teve uma ordem de magnitude vários graus maior que a ameaça do México ou do Japão. Mas em lugar de um rottweiler furioso, temos agora um carinhoso labrador.Existem diversas explicações. Uma delas é que, quando chegou o momento chinês, os EUA dispunham de poucos sectores

industriais com mão de obra de baixa qualificação e que pudessem concorrer directamente com as importações de produtos chineses.Por exemplo, o número de trabalhadores do sector têxtil caiu de 900 mil em 1990 para 150 mil em 2013. Portanto, os produtos mexicanos baratos daquela época representavam uma ameaça maior do que os produtos chineses baratos de agora.Outra possibilidade relaciona-se com a natureza do comércio e o poder do parceiro. O comércio com o Japão era muito diferente do com a China.O primeiro oferecia concorrência directa em setores específicos como a siderurgia, automóveis e semicondutores. O comércio com a China, por outro lado, tem chineses a exportar produtos fabricados por operários de formação relativamente baixa.Quando os seus lucros se viram ameaçados pelas empresas japonesas, as companhias americanas dotadas de enorme influência sobre o processo político contra-atacaram, com sucesso, exigindo medidas proteccionistas.Em contraste, Pequim cooptou ou reduziu a força dos protestos das companhias ao encorajá-las a investir directamente na China. Como resultado, as acções comerciais contra o país contavam com oposição dessas companhias, que tinham interesses no grande e crescente mercado chinês.Por último, desde que o comércio com a China começou a crescer, o governo dos EUA promoveu US$ 15 mil milhões em transferências, em seguro de desemprego, aposentadorias, pensões e benefícios de saúde. Isso pode ter atenuado a resposta proteccionista.É possível que formas nebulosas de proteccionismo estejam a emergir, como alertou Lamy. Mas o quadro mais amplo oferece alguns motivos para tranquilidade.Se a política interna dos EUA é capaz de sobreviver a um choque comercial tão grande quanto o sofrido com a China — e se é improvável que a experiência chinesa se repita —, talvez tenhamos motivos para optimismo quanto ao futuro do comércio.

*Investigador sénior do Instituto Peterson de Economia Internacional (EUA).

O Presidente chinês, Xi Jinping, exor-tou os membros do

Partido Comunista Chinês a “melhorarem a sua conduta” de modo a “não comprome-terem” o partido e o Governo depois dos escândalos de corrupção que têm afectado o país.

“Os membros do Partido Comunista da China [com 85 milhões de membros] devem melhorar o seu estilo de trabalho para passar no teste que [a formação política] enfrenta e para evitar que a sua natureza se veja com-prometida”, disse Xi Jinping numa deslocação à província de Hebei, no norte do país, na sexta-feira, informou a agência Xinhua.

No seu discurso, o Pre-sidente chinês apelou aos líderes provinciais do partido para serem um exemplo, “analisarem a sua própria conduta e resolverem os problemas das pessoas com valentia”.

Perante os vários casos de corrupção que têm afectado a China, Xi Jinping exortou os políticos do país a mostrarem “modéstia e prudência” e evitar a “presunção e a impe-tuosidade”, como defendia o ex-líder Mao Zedong.

A corrupção é um dos problemas que mais preo-cupa os chineses e Pequim considera que ele poderá colocar em perigo a sobre-vivência do próprio Partido Comunista e do regime.

Análise

De rottweiler a labrador

PIB CHINÊS COM NOVA DESACELERAÇÃO NO 2º TRIMESTRE

China preocupa o mundo

PRESIDENTE APELA AOS MEMBROS DO PARTIDO

Não nos comprometam

não há ninguém capaz de ocupar o espaço da China.

XINHUA CORRIGE DADO SOBRE PREVISÃO DE CRESCIMENTOEntretanto, a agência oficial de notícias chinesa Xinhua corrigiu neste sábado uma reportagem em que o ministro de Finanças da China teria dito que o crescimento do PIB do país poderia ser de 7% este ano, numa aparente tentativa de acalmar as preocupações do mercado sobre uma desaceleração mais forte.

A matéria corrigida esclareceu o que o ministro Lou Jiwei falou em Washington: “Não há dúvida de que a China pode alcançar a meta de crescimento deste ano, de 7,5%”.

O número está em linha com a meta oficial definida em Março para a segunda maior economia do mundo, quando o novo governo tomou posse.

O relatório original de Lou Jiwei afirma que “não há dúvida de que a China pode alcançar a meta de crescimento, embora a meta de 7% não deve ser consi-derada como o mínimo.”

Analistas interpretaram o re-latório original como um sinal de que o governo pode estar disposto a tolerar o crescimento económi-co no segundo semestre do ano bem abaixo de 7%. A assessoria de imprensa do Ministério das Finanças não estava disponível para comentar o assunto.

A China deve reportar o rela-tório do PIB do segundo trimestre hoje, segunda-feira. Economis-tas consultados pela Reuters esperam que os dados trimestrais mostrem que a economia cresceu 7,5% face ao ano anterior, abaixo de um ritmo anual de 7,7% no primeiro trimestre. O que é bem menor que o crescimento de dois dígitos comum nas últimas três décadas.

As autoridades chinesas, preocupadas com o excesso de investimento e forte crescimento do crédito informal, indicaram que estão dispostas a tolerar as taxas de crescimento económico menores à medida que conduzem reformas estruturais.

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Apesar do alto custo do projecto, o retorno tecnológico e científico é considerado muito grande

U MA missão tripulada, lançada em junho, reafirma o plano da China em concluir a

sua estação espacial até 2020. A bordo da nave Shenzhou-10 (navio divino), três tripulan-tes - incluindo a segunda mulher chinesa a ir ao espaço - partiram para o primeiro laboratório espacial da China, Tiangong-1 (palácio celeste). Os “taikonau-tas” passaram 15 dias em órbita e voltaram com segurança à Terra no dia 26 de Junho. A mais longa missão tripulada ao espa-ço foi considerada por Pequim um sucesso.

O programa espacial chinês, que também inclui um projec-to para enviar um homem à Lua, coloca o país num novo patamar. A China será a única nação a contar com uma estação espacial independente, já que a Estação Espacial Internacional (ISS) se deve ao esforço de 15 nações. “O programa espacial chinês já está bastante avança-do e é perfeitamente capaz de colocar uma estação espacial no espaço até 2020”, referiu um especialista.

PRIMEIROS PASSOSOs planos da China de construir uma estação espacial própria

MEIO milhão de pessoas foram evacuadas em Fujian com a che-gada do tufão Sulik, que provocou

neste domingo chuvas torrenciais, embora menos intensas do que as registadas nos dias anteriores.

O tufão Sulik atingiu a província chinesa de Fujian com ventos de cerca de 120 km/h. O tufão foi diminuído para uma depressão tropical, segundo a agência meteorológica chinesa. Cerca de 500 mil pessoas foram evacuadas em Fujian e na

Turistas ficam isolados após tempestadePelo menos 100 turistas, incluindo 38 cidadãos vietnamitas, ficaram isolados no noroeste da China após um deslizamento de terras atingir uma estrada na região. O incidente ocorreu numa semana em que tempestades inundaram rios e provocaram outros deslizamentos, matando pelo menos 86 pessoas. Os turistas ficaram presos na sexta à noite, na província de Gansu, após o deslizamento interromper o tráfego. Eles estavam a caminho de uma reserva natural na província de Sichuan, que foi fortemente atingida pelas tempestades. Segundo a agência estatal Xinhua, os trabalhos para reparar a via estão em andamento. De acordo com informações de Sichuan, pelo menos 48 mortes foram relacionadas com as tempestades que atingem o país nesta semana.

Estrangeiro poderá negociar bónus soberanoA China permitirá que bancos estrangeiros qualificados negociem futuros de bónus soberanos, de acordo com um documento das reuniões entre o país e os EUA publicado pela agência de notícias Xinhua. Os investidores institucionais, tanto do mercado doméstico quando do exterior, estão a ser encorajados a participarem da negociação de bónus soberanos e futuros de bónus soberanos, disse a Xinhua. As instituições financeiras estrangeiras qualificadas serão convidadas a subscreverem instrumentos de financiamento de dívida para empresas não financeiras no país. A negociação de futuros de bónus soberanos está a ser reintroduzida após um proibição de 18 anos por causa de um escândalo que envolveu vendas a descoberto. O órgão regulador de activos mobiliários divulgou nesta sexta-feira um esboço das directrizes para a participação de empresas de activos mobiliários e fundos mútuos. As regras para bancos ainda não foram divulgadas.

Empresa estatal compra SpreadtrumA empresa chinesa de chips Spreadtrum Communications deve ser adquirida por uma empresa estatal do país, num negócio de 1,78 mil milhões de dólares que, provavelmente, vai melhorar as suas relações com as operadoras de telefones móveis no país mais populoso do mundo. Numa oferta melhorada, uma unidade da estatal Tsinghua Holdings ofereceu pagar 31 dólares por cada American Depositary Share (ADS) da Spreadtrum, oferta 9 por cento acima do lance anterior, em Junho.Com sede em Xangai, a Spreadtrum desenvolve chips para smartphones, telemóveis e outros produtos electrónicos de consumo. A Spreadtrum fabrica chips para 2G, 3G e suporte padrões de comunicação sem fio para 4G. A empresa, cuja maior parte de suas vendas ocorre na China e na Coreia do Sul, conta a HTC e a Samsung entre os seus clientes e teve uma receita de 720 milhões de dólares no ano passado.

Air China voa para Houston A Air China, a transportadora exclusiva de bandeira nacional da República Popular da China, inicia hoje seus quatro voos directos semanais entre o Aeroporto Internacional de Pequim (PEK) em Pequim, na China e o Aeroporto Intercontinental George Bush em Houston, Texas. O voo inaugural de Pequim, CA 995, chegou às 15:40 horas de 11 de Julho, e recebeu um enorme boas-vindas, tão grande quanto o Texas, que incluiu uma tradicional saudação com canhão de água. No voo vinha o agora Embaixador Honorário da Boa Vontade de Houston, o jogador de basquetebol Yao Ming.

CHINA, O ÚNICO PAÍS COM UMA ESTAÇÃO ESPACIAL INDEPENDENTE

Orgulhosamente sós

TUFÃO 500 MIL PESSOAS EVACUADAS

Sulik assassino

começaram com o lançamento do laboratório espacial Tian-gong-1, que significa Palácio Celestial, em 29 de Setembro de 2011. Com 10,4 metros de comprimento, 3,35 metros de diâmetro e cerca de 8 tonela-das, o Tiangong-1 realizou o primeiro teste de encaixe com a nave não tripulada Shenzhou-8 em Novembro do mesmo ano.

No ano seguinte, em Junho, o laboratório recebeu os seus primeiros habitantes, os três “taikonautas” da Shenzhou-9, entre os quais a primeira astro-nauta chinesa, Liu Yang, para a primeira acoplagem tripulada. Entre Junho e Agosto deste ano, a China deve enviar três astronautas a bordo da Shen-zhou-10 para a última missão de acoplagem com o módulo de laboratório. Os tripulantes devem permanecer 15 dias em órbita, 12 deles no interior do Tiangong-1.

Concluída essa etapa, o próximo passo é o lançamen-to do laboratório espacial Tiangong-2, previsto para 2015. Construído inicialmente como um substituto para o Tiangong-1, o módulo agora servirá a um novo e importante

propósito. “O Tiangong-2 será o passo final antes de lançar o primeiro módulo da estação espacial. Acreditamos que o Tiangong-2 irá testar a maior parte da tecnologia necessária para a construção da estação espacial”, revela Morris Jones, analista do espaço na Austrália. Sequentemente, uma nave de carga deve ser lançada, para reabastecer o Tiangong-2.

A NOVA ESTAÇÃO ESPACIALDe acordo com a agência oficial de notícias, a estação espacial chinesa deve ser composta por três módulos, o principal e dois laboratórios acoplados, onde serão realizadas experiências. O módulo principal deve ter 18 metros de comprimento, diâmetro máximo de 4,2 me-tros e cerca de 20 toneladas, enquanto os laboratórios serão menores, com 14,4 metros de comprimento. A futura estação espacial chinesa está a ser projectada para acomodar três astronautas que vão trabalhar em turnos semestrais.

De todas as estações espa-ciais tripuladas já existentes, Salyuts 1, 3, 4, 5, 6 e 7, a Mir e a Skylab, além da ISS, ainda

em funcionamento, a estação espacial chinesa deve se asse-melhar em tamanho à Mir, a estação espacial russa que foi lançada em 1986 e desactivada em 2001. “Em função da pro-cura actual e factores de custo, nós não vamos construir uma estação espacial internacional, mas uma estação de tamanho moderado que atenda às ne-cessidades de experimentação científica e testes tecnológicos, e sua flexibilidade na adição de cápsulas irá permitir que nos adaptemos às exigências da maioria das pesquisas tec-nológicas de última geração”, afirma Zhou Jianping, um dos responsáveis pelo programa espacial, segundo a agência oficial de notícias do país.

BENEFÍCIOSA aprendizagem no espaço pode ser aplicada na Terra. “Existem muitas experiências que bene-ficiariam da gravidade zero, a biologia, a medicina, a química, a metalúrgica, entre outras. O retorno tecnológico e científico é muito grande”, argumenta um professor de astronomia. “Em termos de benefícios, o retorno é enorme, pois é uma nova porta tecnológica, que dá grande retorno à indústria e a serviços, que a China abre para si mesma”, salientou.

O preço para construir e manter uma estação é alto. A ISS, por exemplo, custou aos EUA US$ 54,5 mil milhões até 2012. Mas, segundo espe-cialistas, esse conhecimento acerca da vivência espacial durante longos períodos pode ser essencial no futuro. “A raça humana precisa conquistar o es-paço para a nossa sobrevivência a longo prazo”, destaca Jones.

província vizinha de Zhejiang, e 5,5 mil soldados foram mobilizados.

De acordo com a agência de notícias oficial Xinhua, cerca de 31 mil navios atracaram nos portos da região. No porto de Xiamen, caiu 24 centímetros de água entre sábado e domingo. Os rios da região transbordaram e ondas de até 10 metros de altura atingiram os diques da cidade de Ningde.

O Sulik deixou dois mortos, um desa-parecido e 104 feridos em sua passagem

por Taiwan. Cerca de 90 centímetros de água inundou a aldeia de Bailan (norte de Taiwan) em 48 horas e ventos de 220 km/h carregaram árvores e telhados. Em Agosto de 2009, o tufão Morakot, o pior na história do Taiwan, deixou 600 vítimas.

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PERSONALIDADE14

COM 39 anos já era um dos mais jovens presidentes de um banco

em Portugal, quando criou de raiz o Banco Santander de Negócios.

Mas os sinais de sucesso come-çaram em 1987, quando se licenciou em Gestão e Administração de Em-presas, na Universidade Católica Portuguesa, e começou a trabalhar no Citibank. Depois daí, António Horta Osório não mais parou de acumular cargos na banca, entre os quais o Goldman Sachs, para onde entrou pouco tempo depois de ter concluído um MBA numa reputada escola de gestão, a Insead.

A partida para Londres deu-se em 2006, quando foi convidado para a presidência executiva do Abbey

National, que mais tarde se viria a transformar no Santander UK. A par do cargo de CEO no Lloyds Bank, Horta Osório assume, desde Junho de 2009, o cargo de administrador não executivo do Banco de Inglaterra, para o qual foi convidado. Casado e pai de três filhos, Horta Osório disse à SIC que visita Portugal de duas em duas semanas, mas o Reino Unido é a sua outra casa. “Este é o país onde a minha mulher e eu decidimos que queremos ver os nossos filhos crescerem e que-remos ficar aqui no futuro próximo”, disse em 2010. Horta Osório gosta de mergulho e chegou a ter um encontro acidental com um tubarão. Ténis e esqui também entram no seu leque de desportos de eleição.

Salvou de uma situação financeira aguda um banco nacionalizado pelo governo inglês. Passados dois anos, António Horta Osório foi distinguido pela revista britânica Euromoney como sendo o melhor do mundo na sua área

O prémio anual de melhor banqueiro do mundo da revista financeira britânica Euromoney

foi atribuído ao português António Horta Osório, presidente executivo (CEO) do grupo Lloyds em Londres, Inglaterra, foi anunciado na passada quinta-feira à noite.

De acordo com um comunicado divulgado pela revista na sua pá-gina da Internet, Horta Osório foi distinguido “pelos seus esforços, nos últimos dois anos, em fazer com que o banco britânico regressasse aos lucros”.

“Decisões difíceis tomadas em tempos complicados ajudaram a revitalizar as fortunas do grupo bancário Lloyds. Agora Horta Osório pode concentrar-se em tentar fazer do maior banco do Reino Unido o melhor”, refere a publicação, citada pela agência Lusa.

HORTA OSÓRIO É DESDE 2011 CEO DO LLOYDS BANKING GROUP

Português, melhor banqueiro do mundo, 49 anos de idadeA Euromoney distingue os me-

lhores na área financeira desde 1992. Os prémios distinguem instituições e pessoas que “demonstram liderança, inovação e dinamismo nos mercados em que operam”.

António Horta Osório mostrou--se “honrado” com o prémio. “(Esta distinção) é testemunho do trabalho árduo das várias equipas para apoia-rem a nossa estratégia de transformar o grupo num banco simples, focado no cliente, de baixo risco retalhista e comercial, que traz benefícios reais aos clientes, colaboradores e accionistas”, afirmou, citado pela Euromoney, ao receber o prémio.

Horta Osório entrou em funções no grupo Lloyds a 1 de Março de 2011. Oito meses depois, o banqueiro meteu baixa durante dois meses, entre 2 de Novembro de 2011 e 9 de Dezembro de 2012.

Na altura, o banqueiro atribuiu os problemas de saúde às dificul-dades que sentia desde Setembro em dormir, na sequência dos quais foi internado em Novembro numa clínica especializada.

Com 49 anos, Horta Osório tem um currículo invejável no sector da banca, tendo passado pelo Citibank, Goldman Sachs, Santader e o Banco de Inglaterra, onde ainda se mantém como administrador não-executivo.

RESOLVER A CRISE POLÍTICADepois de ter sido distinguido em Londres, Horta Osório esteve em Portugal para um encontro na Fun-dação Champalimaud. No local foi entrevistado em exclusivo pelo canal de televisão SIC, onde não deixou de tecer comentários sobre a actual situação económica e política que se vive no país.

“O enorme sacrifício que os por-tugueses vieram a desenvolver nos

Quem é António Horta Osório?

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15 personalidade

A Euromoney distingue os melhores na área financeira desde 1992. Os prémios distinguem instituições e pessoas que “demonstram liderança, inovação e dinamismo nos mercados em que operam”

HORTA OSÓRIO É DESDE 2011 CEO DO LLOYDS BANKING GROUP

Português, melhor banqueiro do mundo, 49 anos de idadeúltimos dois anos para o país poder voltar a viver dentro das suas posses, os sacrifícios não poderiam ser postos em causa. O Governo e a oposição têm uma responsabilidade muito especial em não desbaratar esses sacrifícios.”

O banqueiro acrescentou ainda que “visto de fora, a situação tem de ser rapidamente clarificada, sob pena dos sacrifícios dos portugueses terem sido em vão, o que na minha opinião seria inaceitável”.

Sobre a sua distinção, Horta Osório falou do seu início de fun-ções no Lloyds. “Quando entrámos na gestão do banco, há três anos, o banco tinha três problemas enormes: tinha um terço dos activos como sendo activos tóxicos, tinha metade da carteira de créditos financiada através dos mercados mundiais, só metade dos créditos eram financia-dos por depósitos, e tinha uma cultura de complacência e falta de foco no cliente que era urgente mudar.”

O banqueiro frisou ainda à SIC que “o grande objectivo era devol-

ver o dinheiro aos contribuintes ingleses” e que inicialmente tinha traçado um prazo para resolver o mau momento que a instituição financeira atravessava: entre três a cinco anos.

“Neste momento o banco está acima do valor de entrada do Go-verno no banco, e o Governo pode privatizar o banco quando entender.”

Sir Win Bischoff, presidente do conselho de administração do Lloyds afirmou, citado pelo diário português Jornal de Negócios, que “este prémio é um reconhecimento do que o António e a sua equipa conseguiram ao restabelecer o nome e o negócio do Lloyds. Antecipámos que o nosso plano estratégico para transformar o negócio iria demorar três a cinco anos mas, dois anos depois do António o lançar, estamos adiantados nos prazos e a fazer progressos substanciais em todos os aspectos da estratégia. O banco está de regresso à rentabilidade o que irá permitir que apoie negócios, famílias e comunidades”.

Também este ano Horta Osório foi eleito o 24º melhor CEO da Europa pelo Thomson Reuters Extel Survey.

NACIONALIZAÇÃO EM 2008O Lloyds Banking Group, a se-gunda maior instituição financeira do Reino Unido, foi parcialmente nacionalizado em 2008, recebendo do Estado 23,2 mil milhões de eu-ros, e apresentou um lucro de 1.525 milhões de libras (1.769 milhões de euros) no primeiro trimestre deste ano, devido, em parte, ao controlo de custos.

O Lloyds acumulou resultados negativos de 3,9 mil milhões de libras (4,5 mil milhões de euros) nos primeiros nove meses de 2011, em grande parte devido às provi-sões feitas para indemnizar clientes a quem foram vendidos seguros indevidamente. Nos três primeiros meses de 2012, o banco liderado por Horta Osório teve um prejuízo de 5 milhões de libras (5,8 milhões de euros).

O resultado bruto obtido nos três primeiros meses de 2013 atingiu os 2.040 milhões de libras (2.366 milhões de euros), contra os 280 milhões de libras (324 milhões de euros) alcançados no primeiro tri-mestre do ano passado.

As receitas totais atingiram 17.609 milhões de libras (28.174 milhões de euros) nos três primeiros meses deste ano, mais 66% face ao mesmo período de 2012.

De acordo com o banco, o lucro alcançado no período em apreço foi possível graças “à subida dos recursos e à contínua melhoria dos custos”. Os índices da agência fi-nanceira Bloomberg e do índice da bolsa de Nova Iorque, Dow Jones, o Lloyds é o banco com melhor desempenho numa Europa em crise e o único que conseguiu duplicar o seu valor.

Perante os resultados positivos que a entidade bancária tem vindo a mostrar, o estado britânico deverá lançar brevemente, segundo o “The Times”, uma venda de 39% das acções que o Governo ainda detém no Lloyds. Esta acção vai permitir que os contribuintes possam com-prar acções com desconto face aos preços praticados no mercado bolsista. - A.S.S.

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VIDA 17

Serviços de Saúde investigam mosquitos em residências O Governo vai iniciar uma avaliação sobre a quantidade de mosquitos que existem nas casas de Macau. O objectivo é ver como se desenrola a proliferação dos mosquitos, de forma a conseguir fazer um prognóstico sobre a probabilidade de propagação da Febre da Dengue. Os Serviços de Saúde (SS) vão enviar, nas últimas duas semanas deste mês, técnicos que pedirão aos residentes que preencham um inquérito e vão ainda recolher larvas dos mosquitos para a realização de exames. Esta é a primeira investigação deste género no território, que os SS dizem estar constantemente exposto à hipótese de febre de dengue. “Os mosquitos “Aedes Albopictus”, que podem transmitir a Febre Dengue, encontram-se com frequência em Macau e, sendo esta uma cidade turística, existe diariamente uma população flutuante considerável. Macau, se não estiver bem preparado, com a ocorrência de casos importados de febre dengue, poderá correr o risco de eventual surto”, revela um comunicado.

JOANA [email protected]

ZHOU XUEFEI [email protected]

D OIS dias depois de Chui Sai On ter anunciado que ia mandar analisar os impactos de uma

central nuclear na região vizinha de Guangdong, as autoridades chinesas revelam que o projecto foi suspenso “pela oposição da maioria”.

A construção do complexo – que serviria para processamento de urânio – levou a diversas manifes-tações na cidade de Heshan, que faz parte do distrito de Jiangmen, na província de Guangdong. Raras são as vezes em que o governo do continente cede a pressões, mas neste caso a polémica levou a que as autoridades recuassem.

Especialistas em energia nu-clear já tinham garantido que uma

NUCLEAR SUSPENSO PROJECTO PARA CONSTRUIR FÁBRICA PERTO DE MACAU

E o urânio aqui tão perto

37 MIL MILHÕES DE INVESTIMENTOO projecto foi sugerido em Junho de 2012 e aprovado pela Comissão de Desenvolvimento e Reforma de Guangdong em Dezembro. Contudo, só levantou polémica quando, recentemente, a Direcção de Desenvolvimento e Reforma de Heshan publicou o resultado da avaliação do risco de uma central nuclear. Muitos criticaram o atraso da publicação das informações e organizaram manifestações na última sexta-feira e no sábado contra o projecto. A central, que teria 30 hectares, foi alvo de um investimento de 37 mil milhões de yuan e serviria para gerar combustível nuclear.

fábrica deste tipo em Heshan teria pouca influência em Macau, mas, mesmo assim, foram diversas as vozes que se levantaram também aqui no território. A semana pas-sada, por exemplo, o deputado Ng Kuok Cheong pedia ao Governo garantias sobre o abastecimento da água em Macau, devido à eventual poluição causada pela fábrica nas águas que abastecem o território.

MACAU DISTRAÍDONo mesmo dia em que se ficou a saber pela imprensa da construção deste projecto, o Governo admitiu não saber nada sobre o assunto – apesar de o acordo de cooperação entre as duas regiões –, tendo avan-çado que iria pedir informações às autoridades de Guangdong.

O Chefe do Executivo avançou, na sexta-feira, que encarregou a Direcção dos Serviços de Protec-ção Ambiental (DSPA) de analisar eventuais impactos, mas ontem o

presidente da câmara de HeShan veio a público falar sobre a decisão de suspender a obra, mostrando ter havido “rejeição oficial”. Ainda assim, há muitos que consideram que o cancelamento da construção da central não é por causa das manifestações, mas sim porque houve irregularidades durante o processo de aprovação. Os habi-tantes da zona – que saíram à rua com cartazes onde se podia ler “Jiangmen não quer radiação” e “Queremos viver” – admitem que, caso o Governo Central aprove o

Macau não sabia, apesar de ter acordos de colaboração com Guangdong, mas a província vizinha preparava-se para construir uma central nuclear a menos de 100km de Macau. Ontem, o projecto foi suspenso devido a manifestações, mas o problema serviu para criticar o facto de o Governo do território não participar no que se passa em Guangdong, mesmo quando isso nos afecta

projecto, ele irá na mesma para a frente.

Por Macau, diversos deputados já vieram manifestar-se a favor desta suspensão. É o caso de Mak Soi Kun, descendente da cidade de Jiangmen, que tem sido um dos mais activos a falar sobre o assunto. Numa conferência de imprensa da Associação dos Conterrâneos de Jiangmen, o deputado frisou que o Governo de Macau deveria aprender com a forma como a China lidou com o caso, tendo ouvido as opiniões da população e recuado.

Mak Soi Kun disse ainda ter falado com especialistas sobre o caso, mas admite que nenhum consegue prever qualquer im-pacto para Macau, dizendo, no entanto, que, para já, “é melhor não construir”.

Mas, curiosamente, rumores na sociedade de Macau revelam que Sio Tak Hong, o empresário que queria deitar abaixo a casamata e amigo e parceiro de Mak Soi Kun, é um dos principais investidores no centro nuclear.

Já o deputado Lee Chong Cheng aponta, numa interpelação escrita, que a construção da fábrica pode pôr a região em risco, sendo que a distância entre Heshan e Macau é de apenas 90 quilómetros. “O pla-neamento deve integrar opiniões de ambas partes, tanto Macau como Guangdong, dado que pertencem à mesma área e não são isolados”, sugeriu. A participação de Macau no projecto é defendida ainda por Chan Chun Ming, presidente de Green Student Union, que diz que “o Governo de RAEM tem o di-reito de participar no planeamento da província de Guangdong, mas nunca toma a iniciativa de saber o que está lá a acontecer.”

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CULTURA18

O cantor cabo-verdiano Bana, conhecido como o “Rei da Morna”, faleceu sexta-feira de madruga-

da no Hospital de Loures, em Portugal, vítima de doença prolongada, disse à agência Lusa fonte oficial.

Bana, de nome completo Adriano Gonçalves, 81 anos, foi um dos nomes que mais ajudou a projectar a música de Cabo Verde no mundo, desempe-nhando um papel fundamental como agente da cultura do arquipélago.

Bana nasceu em 11 de Março de 1932, no Mindelo, São Vicente, Cabo Verde. Gravou mais de meia centena de discos, ao longo da sua carreira, iniciada em 1942, com apenas dez anos, nas ruas e cafés da cidade que o viu nascer.

MUNDIALMENTE CONHECIDOConhecido mundialmente, o cantor cabo-verdiano gravou mais de meia centena de LP e EP ao longo da sua carreira, iniciada em 1942 no Mindelo, cidade onde nasceu a 11 de Março de 1932, dez anos antes da sua conterrânea Cesária Évora, falecida a 17 de Dezembro de 2011, tendo sido apadrinhado por B.Leza, um dos maiores músicos, poetas e compositores de Cabo Verde.

Alto (quase dois metros) e bo-

nacheirão, de sorriso fácil e atento, embora alguns lembrem que quando se irritava se tornava insuportável, Bana deixa um legado extra carreira, pois foi graças ao “Rei da Morna” que muitas das actuais “estrelas” da música cabo-verdiana começaram a brilhar.

Foi Bana quem ajudou, por exem-plo, Celina Pereira, Paulino Vieira, Tito Paris, Leonel Almeida, Titina, Zizi Vaz, entre muitos outros, abrindo caminho a que a décima ilha, a da diáspora, pudesse ser iluminada com tanta estrela.

Em Maio de 2008, a saúde pregou--lhe uma partida, quando sofreu um acidente vascular cerebral. Foram me-ses duros, mas que não o impediram de, depois, voltar a pegar no violão, pouco usual, e a cantar.

Companheiro de todos os “his-tóricos” da música cabo-verdiana, Bana foi embalado pelos instrumentos tocados por Manuel d’Novas, Luís Morais, Morgadinho, entre muitos outros de todas as gerações.

Em 2012, foi distinguido com o Prémio Carreira, pelo Cabo Verde Music Awards, sucedendo a Cesária Évora, a “Rainha da Morna”.

HOMENAGENSBana foi alvo de inúmeras home-nagens e uma das mais comoventes

aconteceu em Junho de 1992, quando viu encher a sala da Aula Magna, em Lisboa, para celebrar 50 anos de carreira na presença de todas as gerações.

Luís Morais, Manuel d’Novas, Celina Pereira, Ildo Lobo, Mor-gadinho, Manel de Ti Djena, Ana Firmino, Zizi Vaz, Fernanda Queijas, Maria Alice, Titina, Leonel Almeida, Paulino Vieira, Tói Vieira, Armando Tito, Djon, Tito Paris, Vaiss, Nabias, Quim e Nando, todos nomes sonan-tes, estiveram lá a tocar para o “Rei da Morna”.

“Bana: Uma Vida a Cantar Cabo Verde” conta a sua vida num livro biográfico, escrito pela jurista por-tuguesa Raquel Ochôa, lançado em 2008 em Lisboa.

Antes de chegar a Portugal, o que só aconteceu em 1969, Bana passou pelo Senegal, Holanda, França e por muitos palcos do mundo, onde foi gravando discos uns atrás dos outros, a solo ou com os “Voz de Cabo Verde”.

A “estreia” em Portugal, que aconteceu na inauguração da Casa de Cabo Verde em Lisboa, dá-se pela in-sistência de vários elementos da Tuna Académica de Coimbra, que tentava levá-lo à então Metrópole em 1959. Entre eles figuravam Manuel Alegre e Fernando Assis Pacheco.

ADEUS REI DA MORNA E DA SAUDADE

No princípio era BanaREACÇÕESOs cantores cabo-verdianos Lura e Tito Paris, expoentes máximos do actual panorama musical de Cabo Verde, lamentaram a morte de Bana, considerando que o país “ficou mais pobre”. “Bana é aquela referência de ‘voz de Cabo Verde’, uma voz muito forte e marcante na casa de todos os crioulos, sobretudo na diáspora”, disse Lura, citada pela Rádio de Cabo Verde (RCV), lembrando o “sentimento” que o cantor, punha em tudo o que cantava.“A voz e o sentimento que punha em todas as mornas que cantava são extraordinários. Bana foi sempre um extraordinário intérprete, sobretudo na interpretação do sentimento cabo-verdiano, que está completamente representado na sua voz”, acrescentou Lura.O primeiro-ministro cabo-verdiano considerou que Bana, projectou de tal forma Cabo Verde no mundo que se tornou “claramente” um “património” do arquipélago e da humanidade. “Bana é um grande homem, um grande cabo-verdiano e um homem desta grandeza não morre, deixa obras que viverão eternamente. Bana projectou de tal modo Cabo Verde no mundo que é claramente um património nosso e da Humanidade”, disse José Maria Neves, ouvido pela Rádio de Cabo Verde (RCV).O presidente do Parlamento cabo-verdiano considerou que Cabo Verde “está de luto”. “Cabo Verde está de luto. Morreu Adriano Gonçalves, popularmente conhecido por Bana, o mais reputado intérprete da Morna”, escreveu Basílio Mosso Ramos num comunicado enviado à agência Lusa, em que lembra que o “Rei da Morna” conseguiu levar a música de Cabo Verde “aos quatro cantos do mundo”. “Foi um autêntico embaixador de Cabo Verde que, além de dar a conhecer o nosso país ao mundo, contribuiu de forma significativa para o reforço do sentimento de pertença dos cabo-verdianos à sua Nação”, acrescentou.O presidente da Câmara Municipal de Lisboa lamentou a morte de Bana, “um dos mais conceituados cantores da cultura cabo-verdiana”, numa declaração escrita. António Costa diz que foi “com tristeza” que tomou conhecimento da morte de Bana, aos 81 anos, no hospital de Loures. O autarca manifestou solidariedade com a comunidade cabo-verdiana de Lisboa, cidade que acolheu o cantor “desde cedo” e “que perde igualmente um pedaço da sua cultura”.O governo português também apresentou as suas condolências ao povo cabo-verdiano pela morte do cantor. Em nota, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, elogiou o contributo dado pelo artista, , descrevendo-o como um dos grandes nomes da cultura lusófona. «O Governo português lamenta a morte de um grande cantor e homem de cultura, que marcou e ajudou a formar a identidade lusófona e contribuiu para a projectar no mundo», referiu Jorge Barreto Xavier.O Governo de Cabo Verde decretou dois dias de luto nacional.

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19 cultura

CORY Monteith, que interpreta Finn Hu-dson na série Glee,

da Fox, tinha 31 anos. A polícia informou que estava sozinho e não foi encontrado nenhum indício de crime.

O actor canadiano tinha saído há pouco tempo de uma clínica de reabilita-ção para dependentes de drogas - um problema que o acompanhava desde a adolescência. Aos 19 anos, começou o primeiro tratamento para se livrar da dependência. A polícia não

U MA equipa de arqueólo-gos chineses descobriu, no leste da China, uma série de objectos com

cerca de cinco mil anos com amostras do que podem ser dos escritos mais antigos da hu-manidade conhecidos até hoje, informa a imprensa local.

Segundo noticia o diário Shan-gai Daily, as inscrições só foram vistas por especialistas chineses, que se dividiram entre aqueles que acreditam que são palavras e os que pensam que se trata de uma coisa mais simples, ainda que algumas marcas se pareçam com caracteres chineses. O estudo dos objectos pode lançar uma nova luz sobre as origens da língua e da cultura chinesas.

Se forem confirmados, estes escritos chineses são quase tão an-tigos quanto os primeiros escritos

UM exemplar único de uma cria de mamute com 39 mil anos, des-

coberto em 2010 na Sibéria, foi ontem apresentado ao público pela primeira vez no Japão e ficará exposto até 16 de Setembro.

Deitado numa enorme urna de vidro, que o isola do exterior, o pequeno ani-mal extinto, que segundo especialistas teria entre seis e 11 anos quando morreu, é o protagonista da exposição “Yuka: O mamute peludo congelado”.

A mostra, no centro Pa-cífico de Yokohama (ao sul de Tóquio), conta, também

ARQUEÓLOGOS CHINESES ESTUDAM OBJECTOS ESCRITOS COM 5 MIL ANOS

Serão letras ou só tretas?

JAPÃO PELA PRIMEIRA VEZ UM MAMUTE COMPLETO

O passado ali ao ladoACTOR DA SÉRIE GLEE ENCONTRADO MORTO NUM HOTEL

Suspeitas de overdose

Xu Xinmin sustenta existirem palavras em dois casos, dois peda-ços de pedra de um machado, e uma delas mostra marcas semelhantes a seis letras ou seis caracteres, o que poderá ser uma frase curta. “São diferentes dos símbolos que vimos no passado noutros artefactos”, assegurou.

Os seis possíveis caracteres estão ordenados em linha e três deles parecem-se com a grafia actual chinesa “ren”, que repre-senta o ser humano. “Se cinco ou seis símbolos estão juntos como uma frase, então já não se vê símbolos, mas sim palavras”, re-feriu Cao Jinyan, especialista em escritos antigos da Universidade de Zhejiang, que assegura que as inscrições devem ser consideradas hieróglifos.

Os especialistas verificaram, no entanto, que os materiais dis-poníveis não são suficientes para tirar qualquer conclusão científica. “Não temos material suficiente para deduzir o estado (dentro da evolução) destas inscrições na história da escritura antiga”, acres-centou Liu Zhao da Universidade de Fondan, perto de Xangai.

humanos, que se conservam há mais de cinco mil anos na Meso-potâmia.

As inscrições descobertas es-tão em mais de duzentos objectos desenterrados de um depósito neolítico de Liangzhu, perto de Hangzhou, capital da província oriental chinesa de Zheijiang, a duzentos quilómetros de Xangai.

As peças encontradas fazem parte de milhares de fragmentos de cerâmica, pedra, jade, madeira, marfim e ossos recuperados entre 2003 e 2006, explicou o arqueó-logo chefe, Xu Xinmin.

Um grupo de estudiosos, arque-ólogos e especialistas em caligrafia chinesa antiga reuniram-se esta semana para partilharem as suas informações e concluíram que não são suficientes para demonstrar a existência de um sistema de escrita desenvolvido.

através de ossos, presas e esqueletos, a história destes animais, o seu parentesco com os elefantes e a excep-cionalidade do descobri-mento de “Yuka”.

“O normal é encontra-rem-se ossos, mas neste caso, pela primeira vez, encontrou-se um mamute completo. É algo incrível, muito importante para a arqueologia”, contou o pale-ontólogo Akira Ono, um dos organizadores da exposição, citado pela agência EFE.

O arqueólogo japonês recorda com emoção o momento em que viu pela primeira vez a pequena

“Yuka” e ficou maravilhado com o seu estado quase per-feito de conservação, já que tem todas as extremidades, o corpo, a tromba, a cauda e até a cor do pelo.

“Fomos à Sibéria, era Dezembro e estavam 43 graus abaixo de zero, mas apesar do frio foi tudo muito emocionante porque não estava só a ‘Yuka’, mas tam-bém bons materiais ósseos e um espécime de um rinoce-ronte lanoso em muito bom estado de conservação”, datado de há 19.500 anos e que também se encontra na exposição, disse.

Tanto “Yuka”, que terá caído numa fenda antes de ficar presa pelo gelo, como os restantes achados foram encontrados na república si-beriana de Yakutia no Verão de 2010 e chegaram ao porto japonês de Tottori (norte) no início da semana.

O bom estado de con-servação de “Yuka” levou cientistas da Universidade de Kinki (Osaka, oeste) a en-contrarem restos de tecidos não danificados que pode-riam servir para reproduzir células da pequena mamute de forma a clonar o animal, fecundando um óvulo de elefante.

quis comentar a hipótese de a morte ter sido provo-cada por overdose.

Monteith estava hos-pedado no Hotel Fairmont Pacific Rim, no centro de Vancouver, no Canadá, desde o dia 6 deste mês. Havia recebido vários vi-sitantes ao longo dos dias mas estava sozinho quando foi encontrado. As câmaras de segurança registaram a entrada do actor sozinho no quarto, na manhã de sábado.

“Gostaria de prestar condolências à família, aos amigos e aos milhares de

fãs de Monteith”, declarou o chefe do Departamento de Polícia de Vancouver, Doug LePard, em entre-vista à imprensa, ontem de madrugada.

A agente do actor, Melissa Kates, disse em comunicado: “ Estamos muito tristes ao confirmar que as informações sobre a morte de Cory Monteith são verdadeiras”.

O actor pertencia ao elenco de Glee desde o iní-cio da série de TV em 2009.

A autópsia está marca-da para esta segunda-feira.

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Leong Ka Hang Monte CarloNicholas Torrão Ka IWilliam Carlos Gomes Lam Pak Domingos Chan Monte CarloHo Man Hou Lam PakPaulo Cheang Monte CarloSio Ka Un Lam PakFilipe Duarte BenficaRafael Medeiros Monte CarloBruno Martinho BenficaDenilson Monte CarloChan Man Monte CarloLei Ka Him Monte Carlo

MELHOR JOGADOR: Leong Ka HangMELHOR JOGADOR LOCAL: Leong Ka HangMELHOR MARCADOR: Nicholas TorrãoMELHOR GUARDA-REDES: Domingos Chan JOGADOR REVELAÇÃO: Sio Ka UnMELHOR TREINADOR: Tam Iao SanMELHOR ÁRBITRO: Vani

OS MAIS VOTADOS

hoje macau segunda-feira 15.7.2013DESPORTO20

VOTAÇÃO BENFICA COM DOIS ATLETAS NO ONZE IDEAL

Leong Ka Hang consensualMARCO [email protected]

T EM apenas vinte anos, sagrou-se cam-peão ao serviço do Monte Carlo e é por

estes dias uma figura unâni-me dentro e fora dos relva-

dos do território. O jovem internacional da RAEM foi eleito numa votação virtual promovida pela Associação de Futebol de Macau como o melhor futebolista a pisar os relvados de Macau durante a última temporada.

Para além de ter sido elei-

to o melhor jogador da edição de 2013 da Liga de Elite, o jovem avançado foi ainda distinguido pelo organismo que chama a si a tutela do desporto-rei em Macau como o mais completo futebolista do território, batendo atletas como Paulo Cheang, Sio Ka

Un, Ho Man Hou ou o guarda--redes Domingos Chan.

Este veterano, que foi votado como o quarto jogador mais influente da última temporada, bateu o luso-brasileiro Juan de Castro na corrida pelo estatuto de melhor guarda--redes do território. No ano em que regressou à ribalta do futebol de Macau, o Clube Desportivo Monte Carlo monopolizou a vota-ção, colocando nada mais nada menos do que cinco atletas no onze ideal da temporada.

Para além de Leong Ka Hang e de Domingos Chan, a formação “canarinha” está também representada por Paulo Cheang e pelos bra-sileiros Rafael Medeiros e Denilson no onze tido pelos 286 internautas que partici-param na votação como o mais competitivo da última época.

Não bastasse a presença de cinco jogadores no onze ideal, o Clube Desportivo

Monte Carlo viu ainda o treinador Tam Iao San ser distinguido com o galardão de melhor técnico da tem-porada.

BENFICA POUCO REPRESENTADOO grupo de trabalho da Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau quase ensombrou a temporada de sucesso do Monte Carlo, mas o segundo lugar dos encarnados e a prestação das águias do terri-tório dentro das quatro linhas parece não ter convencido os que se pronunciaram sobre o desempenho dos atletas que deram corpo à derradeira edição da Liga de Elite.

O Benfica colocou ape-nas dois atletas – Filipe Duarte e Bruno Martinho – no onze ideal da tempo-rada, sendo ultrapassado nas intenções de voto dos internautas da RAEM pelo Lam Pak, que viu eleitos William Carlos Gomes, Ho Man Hou e Sio Ka Un para a equipa do ano.

Sio Ka Un foi distin-guido pela Associação de Futebol de Macau com o título de jovem jogador revelação da última época, à frente de Lei Ka Him e de Ho Man Fai. O Ka I, que terminou o Campeonato na terceira posição, viu um único jogador ser consen-sualmente aplaudido pelos seus pares. Nicholas Torrão recebeu o galardão para o melhor marcador da última época, graças aos 23 golos apontados na competição.

FILIPINO ELEITOMELHOR ÁRBITROOs atletas não foram, no entanto, os únicos prota-gonistas. O filipino Vani foi eleito de forma unânime como o melhor árbitro em actividade nos relvados de Macau, ao superar Tou Lam Meng e Leong Ion Kong. Os galardões que premiaram os melhores da última temporada foram distribuídos no Campo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, que ontem acolheu um desafio amigável entre o campeão Monte Carlo e um onze que agrupou alguns dos melhores atletas a actuar no campeonato do território. A iniciativa serviu também como passagem de testemu-nho entre as lides do futebol de onze e do futebol de sete. O principal campeonato de “Bolinha” de Macau deve arrancar no início do mês de Agosto, menos de uma semana depois de ser dado o pontapé de saída no Cam-peonato da II Divisão, cujo início está agendado para 29 de Julho.Vani, o melhor árbitro do ano

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hoje macau segunda-feira 15.7.2013 21 desporto

D EPOIS de aproveitar período de férias em alguns países nas últimas semanas,

como Estados Unidos, China e Brasil, e acompanhar algumas mudanças no Real Madrid, Kaká está de volta à capital es-panhola. O atleta desembarcou neste domingo no Aeroporto de Barajas, mostrou bom humor e, em rápida conversa com o jornal AS, negou ter conver-sado com o treinador Carlo Ancelotti.

Na manhã deste domingo, o próprio AS divulgou que o técnico italiano ligou para o

jogador brasileiro para mos-trar confiança no seu trabalho para próxima temporada. O treinador teria afirmado ao meio-campista que conta com sua participação no elenco e que sua presença na equipa dependerá exclusivamente de seu rendimento.

Preterido por José Mou-rinho na última temporada, Kaká entrou em campo 27 vezes, sendo 15 como titular, e marcou cinco golos. O bra-sileiro acabou por sucumbir na disputa por uma vaga entre os titulares com o alemão Mesut Ozil e com o croata Luka

Modric, jogadores mais utili-zados pelo técnico português no sector.

A concorrência por um lugar no meio-campo aumen-tará ainda mais nos próximos meses, já que o Real Madrid acertou as contratações de Isco (Málaga) e Illarramendi (Real Sociedad). Entretanto, o bom relacionamento e a confiança de Ancelotti são alguns dos principais trunfos de Kaká na luita por um posto na escalação principal.

Comandado por Ancelotti no Milan entre 2003 e 2009, o meio-campista viveu os

melhores momentos da sua carreira e consolidou-se como atleta de alto nível no cenário desportivo internacional. Jun-tos, o brasileiro e o treinador conquistaram sete títulos, com destaque para Liga dos Cam-peões da Europa (2006/2007) e Mundial de Clubes (2007).

Principal jogador rubro--negro nas duas conquistas, Kaká recebeu a Bola de Ouro da Fifa naquele ano. Em Junho de 2009, acabou por ser ven-dido ao Real Madrid por 68,5 milhões de euros, mas jamais repetiu o desempenho que teve na equipa italiana.

Árbitros internacionais retiraram a confiança ao Conselho de Arbitragem e exigiram a demissão dos responsáveis pelo episódio das classifica-ções Desmotivação cresce e críticas também.Há pouco mais de um mês (6 de Junho) os árbitros

e assistentes internacionais – Artur Soares Dias, Carlos Xistra, Duarte Gomes, Hugo Miguel, João Capela, Jorge Sousa, Marco Ferreira, Olegário Benquerença, Pedro Proença, Sandra Bastos, Sílvia Domingos, António Godinho, Bertino Miranda, Cristóvão Moniz, João Santos, Maria João Calado, Nuno Pereira, Olga Almeida, Pedro Garcia, Ricardo Santos, Rui Licínio, Tiago Trigo e Venâncio Tomé – enviaram um comunicado interno ao CA da FPF onde definiram posições que ainda mantêm e até subiram de tom ao logo do mês. A propósito do ambiente criado com as clas-sificações, entretanto rectificadas, mas sem

agradarem nem a gregos nem a troianos, os homens do apito deixaram bem clara a pergunta: «Como pretendem os srs. Dirigentes abordar os Árbitros no Curso de início de época?» E com fina ironia perguntavam ao CA da FPF se lhes ia dizer, entre outras coisas: «Estamos cá para promover o mérito e a excelência; connosco como vossos dirigentes premiamos sempre os melhores; quem arbitrar bem será recompensado...» A alusão ao resultado inesperado que as classi-ficações trouxeram, em prejuízo de quem mais jogos apitou esta época, a aparecer em forma de crítica.

Moyes estreia-secom derrota surpreendente...David Moyes estreou-se ontem ao comando do Manchester United com uma surpreendente derrota frente a uma equipa com os melhores jogadores da Liga tailandesa de futebol, por 1-0. Em Banguecoque, o desaire com o Singha All-Star XI marcou a estreia do antigo treinador do Everton, que se substituiu no comando dos “red devils” Alex Ferguson, que deixou o clube após quase 27 anos. Teeratep Winothai marcou o único golo do encontro, em que Moyes não pôde ainda contar com muitos jogadores, como o holandês Robin van Persie, o inglês Wayne Rooney ou o português Nani, sendo que os dois últimos poderão ainda deixar o clube.

... e pretende Ronaldo e BaleO treinador do Manchester United, David Moyes, revelou que recebeu luz verde da direcção para investir fortemente no mercado. Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e Gareth Bale (Tottenham) estão nos seus planos, mesmo tendo em conta que valeu cada mais de 85 milhões de euros. «O clube disse-me que não tenho orçamento. Eles disseram-me para ir buscar quem quiser. Estamos a ver os melhores jogadores. Acho importante mostrar às pessoas que estamos a manter as tradições e a levar o clube para a frente». Sobre a hipótese de contratar Bale e Ronaldo: «Não vou estar a dizer o nome de ninguém, mas nós queremos sempre os melhores jogadores».

Guardiola pensa em OzilA Imprensa alemã revela que o treinador do Bayern, Josep Guardiola, estará a equacionar a contratação do internacional alemão Mesut Ozil (Real Madrid). De acordo com o jornal alemão Bild, os responsáveis dos «merengues» querem evitar a possível saída de Ozil ao apresentar um novo contrato até 2019, onde o seu salário iria também subir. Os dirigentes do Real Madrid acreditam que com as chegadas de Isco e Ilarramendi, Ozil irá ter a oportunidade de mostrar todo o seu futebol.

2017 Rúben Amorimé aposta seguraAlém de estar prestes a ficar com metade do passe de Rúben Amorim, o Benfica deu mais uma prova da aposta clara no internacional português com a renovação do contrato até 2017. Apesar de não ser ainda oficial, o acordo está acertado e será válido por quatro temporadas, entrando em vigor já esta época. O internacional português tinha vínculo até 2014 e, depois de ter sido emprestado ao Braga por ano e meio, na sequência de uma desentendimento com Jorge Jesus, mas parece que está cada vez mais seguro nas contas para o futuro dos encarnados.

Jogador do Dortmundmais veloz do que BoltForam 30 metros percorridos em apenas 3,7 segundos, o que torna Pierre-Emerick Aubameyang mais rápido do que Usain Bolt. Calma, mais veloz, mas apenas nesta curta distância, já que não será difícil imaginar o que faria o recordista mundial dos 100 e 200 metros ao jogador do Borússia de Dortmund no resto da distância... Ainda assim, um feito extraordinário. A marca foi registada nos testes físicos durante o estágio do clube alemão na suíça. “É certamente um dos jogadores mais rápidos que já jogaram aqui”, disse o diretor-desportivo do clube, Michael Zorc. Pierre-Emerick Aubameyang, 24 anos, é internacional pelo Gabão - apesar de ter nascido em França -, filho de central que em tempos jogou também naquela seleção africana. Produto da formação do Milan, nunca fez um jogo profissional até ser transferido para o Dijon, primeiro dos clubes franceses que representou. Depois ainda vestiu a camisola do Lille, Mónaco e Saint-Éttiene, clube de onde saiu para o Dortmund.

Portugal Fervilha a revolta entre os árbitros

KAKÁ VOLTA A MADRID E DESMENTE CONVERSA COM ANCELOTTI

O regresso do craque

O atleta norte-americano Tyson Gay, que recen-temente estabeleceu a

melhor marca do ano nos 100 me-tros, nos campeonatos dos Estados Unidos, acusou positivo num controlo antidoping realizado em maio e ficará fora dos Mundiais de atletismo, em Moscovo.

A revelação foi feita pelo próprio atleta, que explicou que se tratou de um teste realizado fora da competição, mas não especificou qual a substância detetada. Tyson Gay explicou ainda que a amostra B (recolhida na mesma altura e que serve para a validação dos resultados) ainda não foi testada.

Tyson Gay impressionou em Junho com os 9,75 segundos alcançados nos campeonatos dos Estados Unidos. Um tempo mais rápido do que o conseguido na Jamaica por Usain Bolt, bi-campeão olímpico de 100, 200 e 4x100 metros, que cruzou a meta em 9,94 segundos.

Esperava-se, por isso, o duelo entre Bolt e Gay nos Campeo-natos do Mundo em Moscovo, prova que se realiza em Agosto, e que agora o norte-americano revelou que não irá disputar.

DOPING ATLETA MAIS RÁPIDO DO ANO ACUSA POSITIVO

Tyson menos gay

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DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMO

ANÚNCIO

A Região Administrativa Especial de Macau, através da Direcção dos Serviços de Turismo, faz público que, de acordo com o Despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 11 de Junho de 2013, se encontra aberto concurso público para adjudicação do serviço de “Transporte de Material Pirotécnico, Morteiros e Materiais Sobressalentes destinados ao 25.º Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau”.1. Entidade que põe a prestação de serviços a concurso: Direcção dos Serviços de Turismo.2. Modalidade do procedimento: Concurso público.3. Local de execução dos serviços: Locais mencionados no Caderno de Encargos.4. Objecto dos serviços: Transporte de Material Pirotécnico, Morteiros e Materiais Sobressalentes destinados ao 25.º

Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau.5. Prazo de execução: Cumprimento das datas constantes no Caderno de Encargos.6. Prazo de validade das propostas: Noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso.7. Caução provisória: MOP87.000,00 (oitenta e sete mil patacas), a prestar mediante garantia bancária ou depósito em

numerário, em ordem de caixa ou cheque visado efectuado directamente na Divisão Financeira da Direcção dos Serviços de Turismo, ou no Banco Nacional Ultramarino de Macau através de depósito à ordem do Fundo de Turismo, na conta número:「8003911119」devendo ser especificado o fim a que se destina.

8. Caução definitiva: 4% do preço total da adjudicação.9. Preço base: Não há.10. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda

Dr. Carlos d’ Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 12.º andar até às 17:45 horas do dia 18 de Julho de 2013.11. Local, dia e hora do acto público do concurso: Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sito no. 14.º andar da

sede dos serviços, pelas 15:00 horas do dia 19 de Julho de 2013.Os concorrentes ou os seus representantes legais deverão estar presentes no acto público de abertura das propostas para os efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados a concurso, nos termos do artigo 27.° do Decreto-Lei n.° 63/85/M, de 6 de Julho.Os concorrentes ou os seus representantes legais poderão fazer-se representar por procurador devendo, neste caso, apresentar procuração notarial conferindo-lhe poderes para o acto público do concurso.

12. Adiamento: Em caso de encerramento dos serviços públicos por motivo de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas, a data e a hora de abertura de propostas serão adiados para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, à mesma hora.

13. Critérios de apreciação das propostas:Preço 30% Qualidade e valia técnica da proposta 20%Experiência e competência técnica do concorrente 20%Maior garantia de segurança e eficiência na prestação do serviço 20%Maior flexibilidade dos prazos 10%

14. Local, dias, horário para a obtenção da cópia e exame do processo do concurso: Local: Balcão de Atendimento da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 12.º andarDias e horário: Dias úteis, desde a data da publicação do presente anúncio até ao dia e hora limite para entrega das proposta e durante o horário normal de expediente.

Direcção dos Serviços de Turismo, aos 26 de Junho de 2013. A Directora dos Serviços,

Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 195/AI/2013

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor YE, PENGFEI (portador do Passaporte da China n.° E00493XXX), que na sequência do Auto de Notícia n.° 94/DI-AI/2012, de 01.09.2012, levantado pela DST e por despacho do signatário de 4.07.2013, exarado no Relatório n.° 231/DI/2013 de 19.06.2013, foi desencadeado procedimento sancionatório, por prestação ilegal de alojamento da fracção autónoma situada na Travessa da Amizade, n.° 82, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 8, 7.° andar D. ----------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 1 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 4 de Julho de 2013.

O Director dos Serviços, Subst.°,Manuel Gonçalves Pires Júnior

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.º 193/AI/2013

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor CHAN, David (portador de Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Hong Kong n.° G2164XXX), que na sequência do Auto de Notícia n.° 94/DI-AI/2012, de 01.09.2012, levantado pela DST e por despacho do signatário de 4.07.2013, exarado no Relatório n.° 229/DI/2013 de 19.06.2013, foi desencadeado procedimento sancionatório, por controlar a fracção autónoma situada na Travessa da Amizade, n.° 82, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 8, 7.° andar D e utilizada para a prestação ilegal de alojamento. --------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. ----------A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 1 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d'Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 4 de Julho de 2013.

O Director dos Serviços, Subst.°,Manuel Gonçalves Pires Júnior

ANÚNCIO

Faz-se saber que, por despacho do Exmo. Sr. Secretário para a Economia e Finanças, exarado em 01.06.2012, sob a deliberação n.º 315/CA/, de 17.05.2012, do Conselho de Administração da AMCM, foi aplicada uma multa no montante de MOP1.500.000,00 (um milhão e quinhentas mil patacas) no âmbito do processo de infracção nº 004/2011, instaurado à “Unified Securities – Investimentos e Corretagem (Macau) Limitada” e aos seus responsáveis, “Lo, Shuk Yan Ellen, Chow Seung Man Chau Chung Ming, Connie, Chen Zhenxing e Azedo, Gloria Teresa”, por violação do disposto no n.º 1 do artigo 118.º do Regime Jurídico do Sistema Financeiro (RJSF), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 32/93/M, de 5 de Julho, isto é, por exercício ilegal de actividades de intermediação financeira, mais concretamente por aceitação e execução de ordens de investimento de clientes relativamente a valores transaccionados nos mercados cambiais e financeiros.

Autoridade Monetária de Macau, aos 9 de Julho de 2013.

Pel´O Conselho de Administração

António José Félix Pontes Wan Sin Long Administrador Administrador

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 161/AI/2013

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor 劉思津(portador do Salvo Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W39723XXX), que na sequência do Auto de Notícia n.° 1.1/DI-AI/2012, de 06. 01. 2012, levantado pela DST e por despacho do signatário de 03.07.2013, exarado no Relatório n.° 194/DI/2013, de 27.06.2013, foi desencadeado procedimento sancionatório, por controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.os 361-B-361-K, Edf. I On Kok, 10° andar C e utilizada para a prestação ilegal de alojamento. ---------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. ----------A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 1 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d'Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 3 de Julho de 2013.

O Director dos Serviços, Subst°.,Manuel Gonçalves Pires Júnior

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hoje macau segunda-feira 15.7.2013

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C I N E M A Cineteatro[ T E L E ] V I S Ã O

M A C A U [ S Ã ] A S S A D O Pu Yi

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (Diferido)14:40 RTPi DIRECTO18:10 Cougar Town - Sr.218:30 Contraponto (Repetição)19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 TDM Desporto22:20 Escrito nas Estrelas23:00 Com Ciência23:30 Portugueses Pelo Mundo00:00 Telejornal (Repetição)00:30 RTPi DIRECTO

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Consigo15:00 Venezuela Contacto – 201315:30 Em Reportagem (Madeira)16:00 Bom Dia Portugal17:00 AntiCrise17:15 Portugal Aqui Tão Perto18:20 O Teu Olhar (Telenovela)19:00 A Ilha dos Escravos20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Venezuela Contacto - 201322:30 Verão Total

30 - FOX Sports12:30 US Senior Open Championship Day 415:30 MLB Regular Season 2013 Minnesota Twins vs. New York Yankees18:30 (Delay) Baseball Tonight International 201319:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 NASCAR Sprint Cup Series 2013 - Highlights21:00 Open Championship Official Film 201122:00 FOX SPORTS Central22:30 US Senior Open Championship Day 4

31 - STAR Sports12:30 ATP - Skistar Swedish Open13:45 Porsche Supercup Series 201314:00 (Delay) FIM Mx1 World Championship 201316:00 (Delay0 FIM Mx2 World Championship 201318:00 GP3 Series 201320:00 ATP - Skistar Swedish Open21:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 Nissan GT Academy 201322:30 MotoGP World Championship 2013 - Main Races Grand Prix of Germany

40 - FOX Movies11:40 Killing Them Softly13:20 The Cabin In The Woods14:55 Men In Black16:35 Prometheus18:40 Once Upon A Time19:25 Ring Of Fire - Part 1 Of 221:00 Tooth Fairy 222:35 Kung Fu Hustle00:15 The Cabin In The Woods

41 - HBO12:00 Killer Elite14:00 Hugo16:05 Star Trek Generations18:00 Star Trek First Contact19:50 Enemy Of The State22:00 Veep22:30 True Blood23:30 Intruders

42 - Cinemax12:30 Drop Zone14:15 Louis L’Amour’S The Diamond Of Jeru16:00 The Birds18:15 White Water Summer20:15 Seeking Justice22:00 Terminal Invasion23:25 Eastbound & Down 00:55 The Rite

SALA 1MONSTERS UNIVERSITY [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Dan Scanlon14.30, 16.30, 19.30

WORLD WAR Z [C]Um filme de: Marc ForsterCom: Brad Pitt, Marc Forster, Mireille Enos21.30

SALA 2 DESPICABLE ME [3D] [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Chris Renaud, Pierre Coffin14.30, 18.00

DESPICABLE ME [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Chris Renaud, Pierre Coffin16.15, 19.45

MONSTERS UNIVERSITY [3D] [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Dan Scanlon21.30

SALA 3TALES FROM THE DARK 1 [C](FALADO EM CANTONÊS. LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Simon Yam, Lee Chi Ngai, Fruit ChanCom: Shin Simon Yam, Tony Leung Ka-fai, Lo Hoi-pang14.30, 16.30, 19.30, 21.30

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

PASSAGEIRO DO FIM DO DIA • Rubens FigueiredoPrémio PT Literatura; Prémio São Paulo de LiteraturaCansado depois da semana de trabalho, oprimido pelo calor, distraído com o que se passa à sua volta e com a leitura, Pedro inicia uma viagem pessoal. Tudo o que vê e pensa cristaliza-se num novo conhecimento. Como na cena em que Darwin descreve a captura de uma aranha por uma vespa: «uma caçada tão sistemática quanto a de um cão que persegue uma raposa». «Passageiro do Fim do Dia» é um romance necessário que nos obriga a lembrar o que esquecemos.

BREAK IT DOWN – DEMOLIÇÃO • Lydia DavisEx-mulher de Paul Auster, Lydia Davis escreve muitas das 34 crónicas que compõe este livro a seguir ao divórcio. Feminista convicta, arrasa o género masculino, mas o ódio destilado em alguns dos textos parece dirigir-se implicitamente ao ex-marido. As crónicas são poderosas, fazendo jus ao estilo inconfundível de Davis: mensagens veladas, acutilantes, breves e surpreendentes. Esta é mais uma obra talhada para se tornar um ícone do feminismo.

FUTILIDADES 23

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 27 MAX 31 HUM 70-95% • EURO 10.4 BAHT 0 .2 YUAN 1.3

POR MIM

FALO

Um gato também cresce

[ ]

AÍ VAI COELHO Foto: José C. Mendes

• Este hábito de atirar coelhos para a rua tem de parar nesta cidade do Nome de Deus. Vai a gente a passear muito descansados e pimba! Um coelho na tola. Ora vamos lá caros concidadãos. Não deitem os coelhos para a rua

É verdade, caros leitores, estou maior, mais adulto e mais sábio. Já não me contento com o facto de aqui haver um gato. Quero, a partir de hoje, garantir que ser gato não é suficiente para justificar a minha existência nas páginas deste jornal. Não. Como o nome da coluna agora indica, falarei por mim, pela minha razão, a minha sensibilidade muito própria. Se os gatos se caracterizam pela suavidade e discrição com que deslizam por este e outros mundos, então eu não pertenço a essa espécie sombria e esquiva. Sou um animal frontal e decidido, para além de um pouco narcísico. Tenho sido tão acarinhado que seria difícil não me julgar o melhor gato do mundo. Aliás, não conheço outro. O director deste jornal costumava aparecer aos domingos na televisão mas já que ele deixou o programa acho que fazia todo o sentido convidarem-me. Aliás, há para lá alguns que bem miam mas nada se ouve que realmente se entenda. Portanto, parece-me que faria todo o sentido para mim aparecer na televisão, de pelo bem lustroso e uma daquelas fitas com que as raparigas da redacção gostam de me embelezar. Tenho a certeza de que não destoaria nem faria má figura.Contudo, enquanto o Gilberto Lopes não se decide, continuarei unicamente por aqui a preencher diariamente esta coluna que, dizem-me, é a mais apreciada de todo o Extremo Oriente. Por falar em apreciada reparei que uma senhora chamada Susana veio para um blogue dizer mal de uma ex-amiga. Ora aí está uma coisa que eu, felino bárbaro ainda não percebo: então dantes eram muitíssimo amigas, como peixe com espinha (diria eu), mas agora a senhora Susana chamou muitos nomes feios à outra. Ora eu pergunto: dantes não se tinha apercebido? Que se chame traidor a um ex-amigo eu percebo, mas que se ataque a inteligência de forma tão brutal já me escapa. Então a senhora Susana não compreendera que a sua amiga, com quem tanto convivia, era estúpida e pouco inteligente? E tem que esperar pelo momento em que todos lhe caem em cima para a atacar? Caramba, que falta de sensibilidade. Ao que parece, em Macau a estupidez é ao contrário das patacas: anda realmente muito bem distribuída...

MONSTERS UNIVERSITY

hoje macau segunda-feira 15.7.2013

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25OPINIÃO

ANTES de mais queria começar por pedir desculpa a todos, porque a semana passada estive bastante doente e por isso não pude escrever este artigo. A todos os meus leitores apresento as minhas sinceras desculpas.

No dia 1 de Julho abordá-mos a questão do documento

de consulta sobre o Regime Jurídico da Administração das Partes Comuns do Condomínio elaborado pela Direcção dos Serviços da Reforma Jurídica e do Direito Internacional do governo de Macau. No pas-sado o governo não dava muita importância à gestão de condomínios, mas actualmente o assunto passou a ser uma questão sensível na nossa sociedade.

A Direcção dos Serviços da Reforma Jurídica e do Direito Internacional do go-verno de Macau publicou o documento de consulta depois de ter feito três consultas públicas. Nessas consultas a maioria das pessoas sugeriram que :

1. Os proprietários individuais devem con-tribuir para o fundo consolidado a partir do momento em que adquirem um apartamento.

2. Se a empresa gestora do condomínio mu-dar deve existir a possibilidade de rastrear o fundo consolidado, ou seja, temos de ter alternativas para casos em que a empresa gestora original se recusa a passar o fundo para a nova empresa gestora.

A partir destas sugestões podemos concluir que a principal preocupação da população é o fundo consolidado. O fundo consolidado é um montante fixo pago pelos proprietários individuais de apartamentos de um condomínio, a uma empresa gestora. É uma reserva que deve ser usada para repa-rações e manutenção. Podemos chamar-lhe “reserva de reparações e manutenção”. A sua administração é restritiva.

Se quisermos que este fundo seja bem administrado temos de perceber a sua natureza que assenta basicamente em três pilares: colecta, administração e utilização. Cada um levanta várias questões que devem ser consideradas.

A colecta é a primeira fase do fundo conso-lidado. Como é que o fundo deve ser criado? Quem tem obrigação de contribuir para o fundo? O documento de consulta indica que os senhorios têm o dever de contribuir para o fundo. Esta sugestão abarca todos os cenários?

Segundo o documento de consulta os órgãos gestores de um condomínio são o conselho dos proprietários e a empresa de administração. O documento sugere que se adoptem medidas para que haja apenas um conselho dos proprietários num condomínio. Quando estiver constituído, o conselho pode nomear uma empresa administrativa.

No dia 26 de Junho de 2013 o conselho

macau v is to de hong kongDAVID CHAN*[email protected]://blog.yahoo.com/legalpublications

Gestão de condomíniosFundo consolidado I

dos proprietários do Prince Flower City criticou o supermercado Park por este não contribuir para o fundo há vários meses. O supermercado Park é um inquilino, não é um proprietário. Os jornais chineses não foram muito claros a explicar as razões porque o conselho criticou o supermercado. Mas se a isto juntarmos o documento de consulta, podemos questionar se o fundo consolidado deve ser constituído apenas com as contri-buições dos senhorios. Ou também deve ter contribuições dos inquilinos? A questão até pode ir mais longe. Digamos que eu sou proprietário de um apartamento e empresto a minha casa a um amigo, sem lhe cobrar renda. Nesta situação, quem é que deve contribuir para o fundo consolidado? Se a futura lei de Macau apenas requerir que os senhorios contribuam para o fundo consolidado, será que estes podem aumentar a renda dos inqui-linos para fazerem a sua contribuição para o fundo. Se a renda for de 5.000 patacas e o montante da contribuição para o fundo for de 500 patacas, será que o senhorio pode exigir que o inquilino pague 5.500 patacas? O documento de consulta devia clarificar estas questões antes de ser feita uma lei.

A segunda questão tem a ver com a quantia do fundo consolidado. O documento de consulta sugere que o montante do fundo deve ser um décimo da taxa de administração. Não se pode dizer que o fundo de um con-domínio é barato ou caro porque isso é uma decisão comercial. No entanto, como todos sabemos, as despesas de manutenção e repa-ração de um condomínio antigo são maiores do que as dum condomínio novo. Portanto, o fundo consolidado é mais importante nos condomínios antigos. Será que a quantia do fundo devia ser alterada de tempos a tempos. Digamos que nos primeiros cinco anos de vida de um edifício, os proprietários contribuiam com 100 patacas para o fundo. Do sexto ao décimo ano contribuíam com 300 patacas e do 11º ano ao 15º ano, com 800 patacas por mês. Este tipo de contribuição parece mais razoável do que um único montante fixo sugerido pelo documento de consulta.

Para finalizar, deve o fundo ser cons-tituído apenas com as contribuições dos proprietários individuais? A quantia no fundo é grande. Não é admissível que esta quantia seja depositada numa conta corrente que não gera lucros. Uma das hipóteses é investir o dinheiro antes de este ser usado para reparações e manutenção. A lei devia esclarecer se o dinheiro do fundo pode, ou não, ser investido. Se sim, os lucros gerados devem fazer parte do fundo. Mas existem mais questões a precisar de resposta: que tipo de investimentos é que podem ser feitos? O investimento pode durar quanto tempo? Quais são os deveres de quem administra o investimento? Que responsabilidade deve ter esta pessoa no conselho de proprietários? E mais, a lei deve considerar a perda de investimento? Quais as consequências das perdas de dinheiro? Os proprietários podem

admitir perdas de investimento? O público deve pensar nestas questões.

Como é que o fundo deve ser gerido? Quem é que deve inspeccionar o fundo? Estas são questões que abordaremos na próxima semana.

Deve o fundo ser constituído apenas com as contribuições dos proprietários individuais? A quantia no fundo é grande. Não é admissível que esta quantia seja depositada numa conta corrente que não gera lucros.

hoje macau segunda-feira 15.7.2013

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ZÉLIA C. [email protected]

26 opinião

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H OJE, venho armada em ac-tivista e não somente como autora de mais um artigo de jornal, uma vez que, mani-festar-me sozinha, é tempo perdido.

Desta vez pretendo, não só apresentar em público, o que considero serem casos de corrupção, mas também

incentivar e chamar à luta, todos os lesados pela série de situações caóticas e intencio-nais, relativas à questão do arrendamento de imóveis, levadas a cabo pelos agentes, da imobiliária local.

Na semana passada, as Agências de Me-diação Imobiliária manifestaram-se contra o governo, mas claro, que não são únicos quei-xosos, pois nós, os inquilinos, a quem essas agências imobiliárias arrendam habitação, em nome do patrão, também temos queixas contra elas e contra o governo.

A força da razão é a nossa esperança!Apesar disto, suas Excelências, os se-

nhores arrendatários, mantêm-se em letargo, de braços pendentes, advindo como conse-quência, serem completamente ignorados pelo governo.

Nesta atitude passiva, parecem estar à espera, que os papões do seu dinheiro lhes comam, muito mais, nas próxima mudança de casa, o que acontecerá, sempre que o contrato acabe.

Está na hora de agir! A fraudulenta Me-diação imobiliária, prejudica os arrendatários!

Vamos acabar com os casos pontuais de má intenção e de abuso de poder, por parte da mediação imobiliária, lutando para que haja uma lei que regule a sua actividade, em relação aos inquilinos, no que respeita a várias questões sobre um arrendamento corrupto. Não podemos continuar a ficar calados, deixando-os cometer delitos, que nos prejudicam, em seu próprio beneficio.

Um dos exemplos, mais flagrantes, acontece quando acaba o contrato de ar-rendamento. Aqui, começa o lamentável e repudiante jogo sujo, com fraude e abuso

de poder, pois é nesta altura que o agente, a quem a casa está entregue, nos manda embo-ra, dizendo que o senhorio (que nem sequer conhecemos) precisa da casa. Entretanto, ao dono do imóvel chega a informação, de que o arrendatário prescindiu da habitação. Posto isto, combinam elevar a renda e a agência aluga a casa a uma outra pessoa, com o devido lucro, dum mês de comissão que, por lei, lhe é devido.

Atirados ao olho da rua, evidentemente que precisamos de casa e aí o agente, com toda a simpatia e boa vontade, compromete-se a alojar-nos e claro está, com a vantagem de receber, igualmente, a sua comissão. Assim sendo, tem duas comissões garantidas, na vez duma só, caso não se apoiasse no truque, de nos mandar embora da casa, que em seguida alugou.

Ora isto, sem dúvida alguma, que não é mais do que um negócio intencionalmente fraudulento e o mesmo será dizer, uma autêntica e descarada corrupção, no que diz respeito ao abuso de poder. Mas, como esta fraude lhes dá muitas mais vantagens, do que a alternativa de subir a renda, quando termina o contrato, é raro proporem-nos essa situação.

Há, no entanto, como é óbvio, casos de excepção, mas infelizmente, tendo igual-mente presente a astúcia do habilidoso jogo intencional, que não passa afinal, de perpetrar a mesma acção fraudulenta, mas duma outra forma.

Nesta situação, o aumento da renda é, intencionalmente, de dois ou três mil HKD, ou até mesmo o dobro, em relação à renda praticada anteriormente, quantia que no geral, se torna insustentável, para a bolsa do inqui-lino, obrigando-o a não aceitar. Claro que a intenção do agente visava, precisamente, essa recusa, para depois poder praticar a mesma forma de negócio, do caso anterior.

Os agentes da mediação imobiliária atrevem-se assim a deixar-nos entre a espada e a parede, numa situação aflitiva, sem hipótese alguma de ficarmos sossegados, sem termos de mudar de casa todos os anos, além de todos os prejuízos daí advindos.

No caso das lojas comerciais, a trama é a mesma e, por isso, todos os dias, há espaços comerciais a fechar ou a desaparecem dum certo local, para reabrirem o estabelecimento num outro lado, onde a renda é mais em conta.

Posso estar errada, mas penso que já houve uma lei a estipular a percentagem, da subida nas rendas, mas desconheço o motivo porque actualmente não está em vigor. A falta de legislação sobre este aumento é realmente uma das razões deste descalabro das rendas em ascensão.

O Executivo não atribui qualquer urgência a este assunto e as oito mil patacas, do cheque pecuniário, distribuído pela população, estão muito longe de amenizar a inflação, causada pela imparável subida das rendas, ficando fora de hipótese a questão de ajudarem, na subida dos produtos, de primeira necessidade.

Afinal, temos direitos de consumidores,

mas de nada nos valem, porque a lei não mostra urgência em proteger alguns desses nossos direitos.

Quanto aos senhores das agências da imo-biliária local, estão convencidos certamente que ainda ninguém descobriu o seu eficaz e secretamente camuflado estratagema ou então estão a marimbar-se, ante o fechar dos olhos do Governo.

Mas por quanto tempo mais vai o Execu-tivo continuar a fazer vista grossa e porque razão a faz?

Quanto ao saber até quando, não sei res-ponder, mas quanto à resposta a dar, acerca da razão que leva os legisladores a não inter-virem, já foi dada por Kuan Vai Lan, numa entrevista que concedeu à imprensa local e que eu li há dias, num dos matutinos de Macau. Se bem entendi, esse senhor, afirmava cate-goricamente que, “ninguém quer os preços das casas a baixar, porque uma grande parte dos residentes de Macau são proprietários”.

Fiquei estupefacta, de olhos arregalados e de boca aberta, sem quase acreditar no que lia, já que esta afirmação é inclassificável e um absurdo, absolutamente inaceitável. A palavra “ninguém” faz imediatamente per-ceber, a força com que esse senhor se sente único, ignorando e desprezando os restantes cidadãos, que não são proprietários, bem como o direito que eles têm de reivindicar. Dá a perceber que considera os patrões os únicos cidadãos importantes deste território, menosprezando os restantes residentes que, da maneira como falou, parece classificar como pessoas de segunda categoria, ou seja,

Então, do que estamos à espera, senhores inquilinos? Vamos fazer rebentar a onda, ainda que seja a montar umas tendas no parque de campismo de Hac Sá, com a devida licença, das autoridades competentes, claro está. Força, tomem coragem e juntem-se a mim!

hoje macau segunda-feira 15.7.2013

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27opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Zhou Xuefei [estagiária] Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Tiago Alcântara; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

RicaRdo Pinhotwitter.com/ricardo

Uma das coisas mais rudes de se ver são pessoas a falar ao telemóvel enquanto são atendidas por um empregado de restaurante ou de balcão.

disse-me um passarinho...

“os pés rapados” da sociedade local e que, por isso, não têm voto na matéria.

Por outro lado, eu lamento e censuro de-terminantemente, que os interesses pessoais desse senhor, que falou em nome dos pro-prietários, demonstrados pela sua afirmação, se queiram sobrepor aos interesses dos que proprietários não são, mostrando tão pouco respeito pelos restantes cidadãos de Macau, que afinal são os arrendatários das proprie-dades residenciais a eles pertencentes.

É, sem dúvida alguma, um escândalo, uma tremenda e vergonhosa barbaridade, pois a peremptória afirmação, demonstra nitidamente uma enorme e lamentável falta de sensibilidade humana e o enorme egoísmo, das pessoas em questão.

Por natural arrastamento, a força da po-lémica afirmação leva, automaticamente, a entender a razão pela qual a assembleia não tem interesse em legislar, sobre o assunto das rendas, mexendo apenas na questões de compra e venda de propriedades. Basta saber, que há muitos deputados, eleitos por via di-recta, que são proprietários e que, segundo a afirmação de Kuan Vai Lan, não lhes interessa mexer nas situações de arrendamento.

Confesso concordar com Ng Kuok Che-ong, ao dizer que, segundo já é voz do povo, a lei do planeamento urbanístico dá ainda mais benefícios aos empresários, favorecendo o seu enriquecimento. Ora, no que diz respeito às rendas, o caso é igualzinho.

Assim sendo, continuarão a ter lucros em ascensão, ainda que em detrimento dos menos favorecidos, ou seja, do “ Zé Povinho “, que não tem habitação própria nem, pelos vistos, direito a ter voz. Isto é, muito simplesmente, uma deplorável e absurda situação, de bradar aos céus!

Mas, durante a entrevista, a pessoa em questão, acrescentava ainda, que os preços, em Macau, estão longe de chegar aos pratica-dos em Hong Kong, como quem faz entender que têm de lá chegar, tal como os interessados desejam. Está-se mesmo a adivinhar onde nós, os arrendatários, vamos parar!

Que eu me aperceba, a população de Hong Kong tem um nível de vida economicamente mais desafogada do que os residentes de Macau que, por esse facto, não podem aguen-tar um tipo de vida semelhante ao daquele território.

Além disso, se Macau tem afinal uma especificidade singular, e pessoas aptas para serem capazes de fazer o melhor, porque hão--de alguns órgãos competentes deste território estar sempre a tomar por padrão e a tentarem copiar tudo o que se faz na cidade ao lado? Não sou psicóloga mas, que eu saiba, este tipo de comportamento é um sinal evidente de que, algumas pessoas de Macau têm um enorme complexo de inferioridade, em rela-

ção aquela metrópole. Desencadeiam por isso, uma persistente luta, para se lhe igualarem, nem que seja à custa de sacrificarem a comu-nidade, fazendo-a arcar com as consequências advindas, no hercúleo esforço, de tentarem aguentar, uma inflação sem travões.

Inventa-se e dá-se mil e uma desculpa, apontando como única causa para a inflação o rápido crescimento de Macau e eu não nego que esse facto tenha a sua quota parte na situação, mas julgo ser também devido à teimosia de tentar copiar, em tudo, o sistema de Hong Kong, quando Macau não se pode equiparar aos meios económicos dessa cidade.

É ver até como na maioria dos negócios do território, inclusive as rendas, o dólar de Hong Kong já está a ganhar a competição, sobrepondo-se à pataca, moeda da nossa Macau, que por este caminhar não juro que, qualquer dia, não saia de circulação.

Quanto a outra situação que também tem de ser reivindicada com urgência, a questão prende-se ao facto dos agentes da imobiliária local se cingirem aos preços, por metro qua-drado, praticados no mercado de compra e venda de imóveis, para alugarem as casas, pois atendem apenas aos metros quadrados, que possuem e não às condições de comodidade e de habitabilidade.

O preço deixa de depender da qualidade que a habitação oferece, incluindo o estado de conservação, ter ou não elevador ou porteiro, pois praticam o mesmo preço, quer a fracção autónoma tenha ou não estes requisitos.

Assim sendo, cria-se uma situação intolerável, pois com a falta de fracções habitacionais disponíveis, quando não se consegue uma casa decente, de acordo com o nível de exigência pessoal, não se tem outra alternativa senão sujeitarmo-nos a viver num desses apartamentos, sejam quais forem as suas condições, pagando o mesmo preço de um melhor.

Onde iremos parar se o governo continuar a fechar os olhos a este incrível absurdo, por demais caótico? É que se as rendas continua-rem realmente a subir, não sei se armar uma tenda de campismo em Hac Sá, não será a alternativa. Quer-me parecer que sim!

Apelo, por isso, à união de todos os lesa-dos, para lutarmos por uma estratégia gover-namental, que assegure a garantia dos nossos direitos de consumidores, defendendo-nos desta agressiva e lamentável forma de sermos desconsiderados pelos senhores proprietários, que parecem querer ser os senhores absolutos, além de pedimos nos protejam do fraudulento negócio, das agências mediadoras.

Se continuarmos a ser vozes emudecidas, que não protestam, cairemos no colapso económico pessoal.

“A força da razão é a nossa esperança !”É revoltante vermo-nos nesta situação,

com rendas difíceis de comportar e os se-nhores proprietários, a protegerem apenas os seus direitos, dentro da Assembleia Legis-lativa, sem travarem o descalabro da subida das rendas. Propõem e constroem casas, de rendas económicas, porque lhes interessa os lucros de empresários, mas essa é uma medida que abrange somente uma pequena parte da população, que se diz prejudicada pela subida das rendas.

Além disso, o Executivo só parece interes-sado em legislar sobre a compra e venda de imóveis, visando mais uma vez os senhores empresários, mantendo-se impávido e sereno a ver subir a maré das rendas à espera que a onda rebente para resolver a questão.

Então, do que estamos à espera, senhores inquilinos? Vamos fazer rebentar a onda, ain-da que seja a montar umas tendas no parque de campismo de Hac Sá, com a devida licen-

ça, das autoridades competentes, claro está. Força, tomem coragem e juntem-se a mim.

Não tenho experiência em matéria de manifestações populares, mas quer-me parecer que um protesto, aparentemente silencioso, tendo como forma de luta uma ideia diferente, das habituais contestações de rua, como a supracitada situação de ir para Hac Sá, não só seria inédito, mas também uma chamada de atenção, para a contingência de ali, provavelmente, o futuro local, dos residentes de Macau, se o caso das rendas continuar parado.

Dali, seguiria uma carta, endereçada ao governo, com as devidas reivindicações, bem como a apresentação das situações de exploração e especulação ilegal, cometidas das Agências, da imobiliária local.

Vamos à luta! A FORÇA DA RAZÃO É A NOSSA ESPERANÇA!

hoje macau segunda-feira 15.7.2013

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cartoonpor Stephff

A GRANADA

A China acrescentou mais um feito à sua colecção de super-lativos. Inaugurado

no mês passado em Chengdu, província de Sichuan, o New Century Global Center ganhou o título de maior prédio do mundo, ultrapassando o aeroporto de Dubai, que detinha o recorde. O novo colosso chinês tem uma área de 1,7 milhão de metros quadrados, onde caberiam mais de dez estádios de futebol.

Mas não é só o tamanho que impressiona na estrutura ondu-lada de aço e vidro. O complexo foi projectado para abrigar várias atracções, incluindo uma praia com capacidade para 6000 ba-nhistas, que poderão tomar banho nas maiores ondas já produzidas artificialmente.

A espessa cortina de névoa e poluição que costuma cobrir Chengdu não será problema, afirmam os autores do projecto.

O prédio terá um sol artificial que brilhará 24 horas por dia, graças a uma tecnologia de iluminação importada do Japão. “Esta é uma cidade oceânica construída pelo homem”, disse o guia Liu Xun ao jornal australiano “Sydney Morning Herald”. “Haverá mil quartos de hotel, todos com vista para o mar”.

Para garantir o clima de praia, um dispositivo reproduzirá o sopro da brisa marinha. Não faltará pôr do sol, que será projectado num painel de alta definição de 150 metros, o mais longo do planeta.

Além dos dois hotéis cinco estrelas, o megaprojecto abriga um dos maiores shopping centers do país, escritórios, um rinque de patinagem e um cinema com 14 salas.

Para não fugir à bizarra mania chinesa de copiar atracções turís-ticas de outros países, o complexo conta ainda com um bazar árabe e uma vila mediterrânica.

Situado no centro financeiro de Chengdu, o New Century Global Centre é um dos vários projectos arquitectónicos traça-dos pela província de Sichuan para transformar a sua capital em um polo turístico internacional.

Do outro lado da rua será erguido o Centro de Arte Con-temporânea de Chengdu, projecto com a assinatura da premiada arquitecta britânica-iraquiana Zaha Hadid, que terá teatro, casa de ópera e um museu.

Conhecida por abrigar a maior reserva de pandas do mundo e pelo terramoto que deixou quase 90 mil mortos em 2008, a província de Sichuan teve a reputação recentemente abalada por ruidosos casos de corrupção.

Segundo a revista de econo-mia “Caixin”, Deng Hong, dono da empresa por detrás do maior prédio do mundo, está detido há três meses por suspeita de en-volvimento em negócios ilícitos.

Beyoncé brilhante Quem diz que as curvas de Beyoncé não são «brilhantes» é porque ainda não viu a sessão fotográfica que a cantora fez para a revista Flaunt, onde aparece toda nua e toda coberta de «glitter». Com produção de Megan Bedard e fotos de Tony Duran, Beyoncé surge também dentro da revista como veio ao mundo, em imagens ora com muito pó brilhante, ora mais sóbrias, mas sempre num estilo invulgar.

28 acordos na Exposição de FranquiaChegou ontem ao fim mais uma edição da Exposição de Franquia de Macau (MFE), que se dedica à promoção do sector do franchising não só de Macau como do continente. Segundo dados oficiais divulgados, foram assinados 28 protocolos e realizaram-se mais de 1500 bolsas de contacto a nível empresarial. Nesses encontros cerca de 93% dos participantes foram Pequenas e Médias Empresas (PME), um aumento de 15% face a 2012. No que diz respeito à assinatura de protocolos aumentou 12% face a igual período. Segundo Agostinho Vong, director do Centro de Apoio Empresarial de Macau do Instituto para a Promoção do Comércio e Investimento (IPIM), “o nível de internacionalização da MFE tende a aumentar a cada ano”. Isto porque não só pela participação de marcas europeias como também devido ao “elevado grau de participação por parte do público”. “A MFE conseguiu congregar grande número de empresas de franquias e marcas internacionais, locais e do interior da China”, acrescenta ainda o comunicado.No total terão visitado o recinto da feira cerca de 17 mil pessoas, o que segundo a organização resultou “no efeito desejado”. Esses mesmos visitantes foram sujeitos a um inquérito, que revela que 46,54% tinham entre 18 e 30 anos, “o que demonstra que a MFE conseguiu o efeito de se tornar na plataforma para os jovens empresários criarem os seus negócios”. 61,1% mostrou-se “satisfeito com a escala do evento e organização”, tendo ainda mostrado “interesse em continuar a sua participação”. A próxima edição da MFE deverá decorrer entre os dias 4 e 6 de Julho do próximo ano.

Morales acusa EUA de espionagemO Presidente boliviano Evo Morales afirmou ontem que os serviços secretos dos Estados Unidos tiveram acesso aos correios electrónicos «das mais altas autoridades» da Bolívia. «Esses agentes das informações dos Estados Unidos possuem correios electrónicos dos mais altos responsáveis da Bolívia», acusou Morales, antes de precisar que obteve a informação durante a recente cimeira do Mercosur.

PS votará a favor da moção de censuraO líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, anunciou ontem na Guarda que os socialistas vão votar a favor da moção de censura anunciada pelo Partido Ecologista “Os Verdes”. A moção de censura d’ “os Verdes” foi anunciada na sexta-feira e deverá ser apresentada na segunda-feira, de modo a ser discutida e votada na quinta-feira na Assembleia da República.

Cabo Verde Crescimento abranda O indicador de clima económico registado no segundo trimestre de 2013 em Cabo Verde manteve a “tendência descendente” dos últimos trimestres, segundo o Inquérito de Conjuntura às Empresas, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O diagnóstico conjuntural resulta da síntese das apreciações transmitidas pelos empresários da construção, comércio em estabelecimento, turismo, indústria transformadora e transportes e serviços auxiliares aos transportes. De acordo com o INE, o ritmo de crescimento económico continua a abrandar, tendo o indicador registado o valor mais baixo dos últimos 34 trimestres consecutivos e situando abaixo da média da série. Observa-se também que o indicador de clima económico evoluiu negativamente relativamente ao mesmo período de 2012.

Pimenta conquista medalha de ouro O canoísta Fernando Pimenta conquistou ontem a medalha de ouro na prova de K1 1.000 metros das Universíadas, que estão a decorrer em Kazan, na Rússia. O português, medalha de prata em K2 1.000 nos Jogos Olímpicos Londres 2012, venceu a prova em 3.48,135 minutos, derrotando o bielorrusso Aleh Yurena (3.49,814) e o polaco Rafal Rosolski (3.50,325). Fernando Pimenta deu, assim, a primeira medalha de ouro a Portugal nas Universíadas de 2013, que se junta aos bronzes conquistados por André Alves (judo -73 kg) e Marcos Chuva (salto em comprimento).

CHINA MAIOR PRÉDIO DO MUNDO, COM PRAIA E SOL

Um gigante superlativo

hoje macau segunda-feira 15.7.2013