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Quem o diz é Andy Szeto, presidente da associação do sector. INDÚSTRIAS CRIATIVAS O Governo deve ter um papel pioneiro no apoio às indústrias criativas e culturais HOJE MACAU LUSA Para o académico Eric Sautedé foram três os pecados subjacentes ao seu despedimento: um comentário sobre a falta de carisma de Chui Sai On, um convite a Frank Dikotter para vir a Macau e um pedido de financiamento para uma viagem a Portugal. A “execução” levada a cabo por Peter Stilwell teve por detrás a Fundação Católica e o GAES, afirma Sautedé. Ambas as entidades já rejeitaram as acusações. DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 TERÇA-FEIRA 15 DE JULHO DE 2014 ANO XIII Nº 3131 hojemacau USJ ERIC SAUTEDÉ ACUSA GAES E BISPO PÁGINA 8 CRUZES CREDO IMOBILIÁRIO As montanhas de Lau Si Io POLÍTICA PÁGINA 4 ENTREVISTA PÁGINAS 2 E 3 O Secretário para as Obras Públicas afirma que as medidas do Governo para reduzir a especulação tiveram efeito e fala de demolir montanhas para resolver a falta de terrenos. AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB CENTRAIS ...E NO FIM GANHA A ALEMANHA MUNDIAL PUB

Hoje Macau 15 JUL 2014 #3131

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Hoje Macau N.º3131 de 15 de Julho de 2014

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Quem o diz é Andy Szeto, presidente da associação do sector.

INDÚSTRIAS CRIATIVAS O Governo deveter um papel pioneiro no apoio às indústrias criativas e culturais

HOJE

MAC

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LUSA

Para o académico Eric Sautedé foram três os pecados subjacentes ao seu despedimento:um comentário sobre a falta de carisma de Chui Sai On, um convite a Frank Dikotter para vir

a Macau e um pedido de financiamento para uma viagem a Portugal. A “execução” levadaa cabo por Peter Stilwell teve por detrás a Fundação Católica e o GAES, afirma Sautedé.

Ambas as entidades já rejeitaram as acusações.

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 T E R Ç A - F E I R A 1 5 D E J U L H O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 1 3 1

hojemacauUSJ ERIC SAUTEDÉ ACUSA GAES E BISPO

PÁGINA 8

CRUZES CREDO

IMOBILIÁRIOAs montanhasde Lau Si Io

POLÍTICA PÁGINA 4

ENTREVISTA PÁGINAS 2 E 3

O Secretário para as Obras Públicas afirma que as medidas do Governo para reduzira especulação tiveram efeitoe fala de demolir montanhas para resolver a falta de terrenos.

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HOJE

MAC

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hoje macau terça-feira 15.7.20142 ENTREVISTA

FLORA [email protected]

Dedica-se às indústrias culturais e criativas. Porque acha esta in-dústria importante em Macau?Todos sabemos que agora a in-dústria principal em Macau é a indústria do jogo. Tem-se falado, nos últimos anos, que é preciso desenvolver a diversificação eco-nómica. Como devemos fazer isso? As indústrias culturais e criativas são um factor muito importante, porque há espaço para as expandir, a par de outros sectores grandes de Macau, como o de serviços, do jogo, de retalho das marcas internacionais... A indústria cultu-ral e criativa deve desenvolver-se relacionando-se com estas e, de facto, ainda é preciso fazer melhor. Por exemplo, uma loja faz design de lembranças, então, pode ligar--se a outros sectores e criar uma imagem nova, criar uma marca que todo o mundo conhece, caso contrário, o design passa a ser algo que esta loja faz bem, mas que ninguém conhece.

Então, as indústrias criativas e culturais precisam da ajuda de outros sectores?Sim, Macau é um sítio apropriado para se estabelecer ligações entre vários sectores. Por exemplo, faze-mos um copo cujo preço é baixo, mas quando se adiciona um logóti-po de uma marca, o valor do copo já é mais alto. Para desenvolver as indústrias criativas e culturais, é melhor relacionar ou aproximar as marcas populares para que estes ganhem fama e se faça produtos com valor.

Porque é que esta indústria tem capacidade para se desenvolver em Macau?

Andy Szeto considera que é o Governo quem deve apoiar o desenvolvimento às indústrias culturais e criativas, devendo começar com a ajuda no arrendamento de lojas e em subsídios para talentos de fora. O presidente da Associação de Desenvolvimento das Indústrias Criativas e Culturais refere que esta indústria deve estar interligada com os sectores principais de Macau para ser reconhecida, mas lamenta a falta de mão-de-obra local

ANDY SZETO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS E CULTURAIS

“O preço das rendas das lojas em Macau é terrível”

Em Macau, já não é adequado [investir] em sectores que já muitas pessoas ocupam, ou seja, em sectores que, actualmente, acumulam quase toda a mão-de--obra, que já estão muito saturados. Nas indústrias culturais e criativas isso não acontece: as pessoas uti-lizam o cérebro para fazer coisas novas e espero que isso possa dar uma nova imagem a Macau. Esta indústria tem de poder integrar-se não só na vida da pessoas, como na economia, na sociedade e nos pontos turísticos.

Então, qual é o futuro que vê para estas indústrias?Devemos tornar a indústria como algo mercantilizado, que não seja apenas uma coisa só para ver. Macau pode fazer com que os pro-dutos criativos sejam tão famosos, como as marcas internacionais. Espero que esta indústria ocupe a maior parte do Produto Interno Bruto de Macau, no futuro. Vejo, na Europa e até no interior da Chi-na, que esta indústria ocupa uma percentagem cada vez maior. Por isso, considero que Macau deve caminhar nesta direcção, porque a indústria cultural e criativa vai ser importante na diversificação económica de Macau.

Mas, por agora, então, o que falta nesta indústria?Primeiro, ao desenvolvermos esta indústria, enfrentamos um problema maior, que é a falta de mão-de-obra. Contactei com mui-tos patrões deste sector e muitos deles queixam-se que as pessoas “talentosas” já foram recrutadas pelas grandes empresas de jogo, devido aos salários mais altos. E as pequenas e médias empresas têm sempre falta de talentos. Por isso, precisamos de introduzir mão-de-

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3 entrevistahoje macau terça-feira 15.7.2014

“... ao desenvolvermos esta indústria, enfrentamos um problema maior, que é a falta de mão-de-obra. Contactei com muitos patrões deste sector e muitos deles queixam-se que as pessoas “talentosas” já foram recrutadas pelas grandes empresas de jogo.”

ANDY SZETO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS E CULTURAIS

“O preço das rendas das lojas em Macau é terrível”-obra fora de Macau, o que também não é fácil, porque há limites – só podemos recrutar um trabalhador não-residente depois de recrutar três pessoas locais. Segundo, os custos altos das rendas. Arrendar uma loja agora é muito mais caro do que anteriormente, a renda quase duplicou, especialmente nas zonas mais populares. Por isso, precisamos muito de espaços para os produtos das indústrias criati-vas, de forma a que os possamos mostrar e vender para que, pelo menos, os rendimentos possam cobrir os custos.

Então concorda com a contra-tação de trabalhadores não--residentes? Exactamente. Acho que todas as empresas devem recrutar pessoas não residentes se faltam locais. Por exemplo, agora precisamos de recrutar designers de [produtos] ou de relógios e, em Macau, não existe este tipo de mão-de-obra. Por isso, precisamos de recrutar alguns talentos do interior da China, mas se eles acham que o salário não é ‘ nada de especial’, então pensam em voltar para a sua terra natal. Além disso, se o preço das rendas das lojas em Macau é terrível - se o custo ocupa uma grande parte do seu rendimento - eles preferem não trabalhar cá.

Além de recrutar não-residentes, considera importante fazer cur-sos para formar as pessoas locais nesta indústria?Temos esperado e já fizemos isso. No entanto, poucas pessoas participaram, porque têm outras escolhas e preferem, sobretudo, trabalhar nas empresas de jogo para ganharem mais. Há uma clara

diferença entre as empresas de jogo e as pequenas e médias em-presas. Quanto à formação, pes-soalmente, preferimos enviar pes-soas para aprenderem no interior da China, por exemplo, na cidade de Shenzhen, que desenvolveu muito bem as indústrias culturais e criativas e onde a tecnologia está muito melhorada. Vemos que, em Macau, há menos formadores nesta área e se uma pessoa quiser dedicar-se à indústria, tem de ir para a cidade de Shenzhen, apro-veitando o ambiente para recolher conhecimentos.

Então, como poderá o Governo ajudar no desenvolvimento des-tas indústrias?Desejamos que, se tivermos como referência Singapura, quando se introduzirem talentos de fora de Macau nestas indústrias, não se tenha em conta apenas o salário que a empresa der. Também o Governo deve atribuir-lhes um subsídio, de forma a que o rendimento que venham a receber atinja os pa-drões normais da sua profissão. Por exemplo, um doutorado em design com experiência e fama, quando chegar a Macau - além do salário da empresa – um subsídio atribuído pelo Governo seria muito bom para incentivar e recompensar os talentos estrangeiros. Espero sinceramente que o Go-verno tenha um papel pioneiro em criar políticas que apoiem as indústrias culturais. Medidas para conseguirmos arrendar zonas em lojas comerciais ou em sítios populares, como o Venetian, o Leal Senado e outros, de forma a ser um ponto de encontro ou uma plataforma para mostrar e vender as marcas e os produtos criativos de Macau. E a renda deve ser acessível, porque se nós arrendarmos uma loja nas zonas populares é muito caro e nunca conseguimos, então os produtos não conseguem entrar no mercado, nem conseguimos desenvolver a indústria. Portanto, a reserva de lojas, por exemplo, é uma boa ajuda que o Governo pode dar. As pessoas que fazem parte da área criativa e cultural são de um

grupo pequeno, não são como as empresas grandes. Quando eles fazem produtos, precisam de um lugar para os mostrar e vender e o Governo deve primeiro apoiar no arrendamento de uma loja para as marcas e produtos, para que estes fiquem próximos da população e das marcas conhecidas, para que, quando as pessoas passam pelas marcas conhecidas, fiquem a co-nhecer as marcas novas.

Recentemente, arrendou um edifício industrial que se chama Parque Criativo Cultural 678. Pode falar-nos um pouco sobre isso?O centro fica na Estrada dos Cava-leiros, perto das Portas do Cerco. Arrendamos todo o edifício para pessoas que tenham vontade de desenvolver o seu trabalho cul-tural ou criativo subarrendarem. A renda é de nove patacas por pé

“Espero que esta indústria [cultural e criativa] ocupe a maior parte do Produto Interno Bruto de Macau, no futuro. Vejo, na Europa e até no interior da China, que esta indústria ocupa uma percentagem cada vez maior.”

“Desejamos que, se tivermos como referência Singapura, quando se introduzirem talentos de fora de Macau nestas indústrias, não se tenha em conta apenas o salário que a empresa der. Também o Governo deve atribuir-lhes um subsídio...”

quadrado, é metade das rendas normais. A ideia é criar uma base para as indústrias culturais e cria-tivas, porque em Macau não existe outro centro onde se concentrem todas as pessoas que trabalham nesta área. Cada pequena loja ou espaço pode ajudar os outros e as diferentes actividades podem também ligar-se entre si. Por exemplo, há espaços para fazer yoga, outros para fazer fotografia, para desenhar roupa... Podemos dizer que é um campo onde se concentram todos os tipos de in-dústrias culturais e criativas. Há também um andar especial para fazer exposições com frequência, para conferências de publicação de produtos ou marcas criativas, apresentações em passarela, e ou-tros. O edifício tem oito andares e cada andar pode oferecer mais ou menos 30 pequenas lojas diversas. Há ainda pessoas a arrendar um andar inteiro para fazer design de roupa, de arquitectura e de artesanato.

Há muitos jovens a sub-arrendar espaços?Quase todos são jovens, que que-rem criar o seu negócio usando o cérebro. Vi que alguns jovens já conseguiram bastante sucesso. Começamos a sub-arrendar há apenas três meses, mas a reacção tem sido muito boa e agora só falta um andar para arrendar. No início, quando pensou em arrendar o edifício todo, já esta-va confiante que muitas pessoas iriam querer desenvolver ali o seu trabalho?No início, quisemos meramente fazer este projecto porque em Macau não existe um lugar que concentre todas as pessoas que se dedicam às indústrias culturais e criativas e também pensamos noutras cidades, como Shenzhen, Hong Kong e Coreia, que já desenvolveram bem a indústria. Embora Macau seja pequeno, o preço do imobiliário é mesmo muito alto e é difícil encontrar um grande local para concentrar as pessoas, mas agora o centro consegue fazer isso e o pro-prietário também nos dá apoio. Acreditamos que o centro ajuda muito a indústria, porque, agora, há pelo menos uma actividade ou uma reunião de trocas de ideias realizada semanalmente, para que avancemos mais para o desenvolvimento.

Tem planos para criar mais um centro semelhante em Macau?Esperamos que sim. O 678 é um início, estamos a tentar. Mas em Macau, é difícil procurar um lugar adequado, ainda que esperamos que, no futuro, con-sigamos encontrar mais um ou dois centros e inclusivamente dedicar um tema exclusivo a cada edifício.

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4 hoje macau terça-feira 15.7.2014POLÍTICA

ANDREIA SOFIA [email protected]

A Assembleia Legislativa (AL) acolheu ontem mais um debate des-tinado às respostas do

Governo às interpelações orais dos deputados. Lau Si Io, da tutela das Obras Públicas e Transporte, foi o único Secretário a estar presente, tendo garantido que o mercado imobiliário estabilizou.

“[O Executivo] implementou várias medidas com o objectivo de promover o funcionamento do mer-cado de forma normalizada e trans-parente e reduzir o risco de explosão da bolha imobiliária. Até à data, as medidas promovidas pelo Governo têm-se revelado eficazes e tiveram como resultado uma diminuição da especulação e a estabilização do mer-cado imobiliário”, garantiu Lau Si Io.

O Secretário para as Obras Públicas e Transportes respondia às questões dos deputados Si Ka Lon e Zheng Anting, que queriam saber mais pormenores sobre o projecto de

Tabaco Lei Chin Ion admite aumento do imposto

REGIMEDOS BAIRROS ANTIGOS NÃO ESTÁ CONCLUÍDOOs deputados mostraram ainda preocupação quanto à finalização do Regime de Reordenamento dos Bairros Antigos, proposta de lei que já esteve no hemiciclo e que foi retirada. Lao Iong, chefe de departamento da Direcção das Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), e membro do Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU) não deu um calendário, mas garantiu que os trabalhos ainda não estão concluídos. “A reconstrução [dos edifícios] é uma das modalidades do reordenamento, mas a proposta de lei ainda está a ser elaborada e esses trabalhos não estão parados. Vamos ter consultas públicas e estamos a avaliar todas as questões”, disse.

“O Governo está a tentar descobrirterrenos para construir mais habitações públicas, está a lutar para ter lotes e construir mais fracções. A não ser que através dos novos aterros ou a demolir montanhas possamos ter mais terrenos”LAU SI IO Secretário para as Obras Públicas e Transportes

Zheng Anting e Si Ka Lon tinham perguntas sobre a habitação pública, mas Lau Si Io não avançou dados novos. O Secretário para as Obras Públicas garantiu que as medidas do Governo “tiveram como resultado a diminuição da especulação e estabilização do mercado” e que o pedido de mais terrenos à Chinaé uma hipótese

GOVERNO DIZ QUE ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA DIMINUIU

A bolha arrefeceu

habitação pública para a zona A dos novos aterros, mas Lau Si Io foi claro: “para a zona A não tenho pormenores para adiantar”, tendo apenas dito que as casas sociais são prioritárias e as económicas são para complementar.

“A zona A vai ser a que propor-cionará mais fracções públicas e só depois da terceira fase da consulta pública é que podemos avançar com dados mais concretos”, disse ainda.

DEMOLIR MONTANHAS O Secretário teve ainda de respon-der a duras críticas dos deputados,

que pediram planos de três a cinco anos para a habitação, por forma a responder aos anseios da popula-ção, e que insistiram na existência de especulação imobiliária.

A falta de terrenos para a cons-trução de mais habitações públicas foi ainda tema central de debate, tendo Lau Si Io apresentado algu-mas sugestões.

“O Governo está a tentar des-cobrir terrenos para construir mais habitações públicas, está a lutar para ter lotes e construir mais fracções. A não ser que através dos novos aterros ou a demolir montanhas possamos ter mais terrenos”, defendeu.

A longo prazo, o Secretário para as Obras Públicas e Transportes disse ainda que o Executivo “es-pera que o Governo Central possa disponibilizar mais terrenos nas águas territoriais que estão sob jurisdição [de Macau] com vista a resolver a falta de terrenos”.

GOVERNO NEGA QUE EXISTAM 375 TERRENOS POR APROVEITARO deputado Si Ka Lon, número dois de Chan Meng Kam, disse na sua interpelação oral que existem cerca de 375 terrenos em Macau por aproveitar, mas Lau Si Io negou esses números. “Penso que essa foi uma contabilização feita a olho nu, porque fomos confirmar esses números e muitos são terrenos privados e aí o Governo não pode fazer nada. Nos últimos anos recuperámos muitos terrenos, mas muitos deles estão em terrenos arborizados ou junto da montanha, e gostaríamos que fossem protegidos. Segundo a nossa base de dados existem 48 terrenos cujo aproveitamento se atrasou por culpa dos proprietários. Em 29 terrenos já foram iniciados os procedimentos. Vamos obrigar as concessionárias a iniciar os procedimentos de aproveitamento dos terrenos”, frisou o Secretário.

O director dos Serviços de Saúde (SS) disse

ontem na Assembleia Le-gislativa (AL) que aumen-tar os impostos do tabaco pode ser uma medida eficaz no combate ao consumo por parte dos mais jovens.

“Em 2011, aumentá-mos o imposto e actual-mente para cada maço de tabaco o imposto é de 33%

do valor. Esse valor ainda tem alguma distância em relação aos 70% referidos pela Organização Mun-dial de Saúde (OMS). De facto, há uma grande ligação entre o aumento do imposto sobre o tabaco e o consumo por parte dos jovens. Temos de aumen-tar o imposto do tabaco e também não podemos

vender só cigarros (venda avulso)”, disse o director dos SS.

As declarações sur-giram no âmbito de uma interpelação oral da depu-tada Angela Leong. Muitos membros do hemiciclo falaram da existência de venda ilegal de tabaco a menores de 18 anos, sendo que Zheng Anting pediu

ainda melhorias na lei a este nível.

Lei Chin Ion garantiu que “no próximo ano” vai ser reavaliada a referida lei, mas frisou que os casos de venda ilegal de tabaco têm vindo a diminuir des-de 2012. “De 2011 a 2013 recebemos três queixas sobre estabelecimentos que venderam tabaco a

jovens, mas em 2014 não tivemos nenhuma queixa. Espaços como ciber-cafés e de jogos electrónicos têm níveis sancionatórios muito altos, mas vamos aumentar a fiscalização destes esta-belecimentos”, frisou Lei Chin Ion. OS SS fizeram em 2014, 834 inspecções a locais com internet e 751 a casas de vídoe-jogos - A.S.S.

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5 políticahoje macau terça-feira 15.7.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

A deputada indi-recta Chan Hong questionou o Go-verno sobre a

situação das escolas situadas em prédios comerciais no meio da cidade, frisando que a maioria não oferece as devidas condições de ensi-no. Chan Hong pediu que o Governo pense em utilizar terrenos para construir novas infra-estruturas escolares.

Leong Lai, directora dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), garantiu que a situação das escolas tem vindo a melhorar ao lon-go dos anos. “Incumbimos uma empresa para fazer um estudo sobre a localização das escolas (em 2007) e algumas funcionam em edifícios, outras têm as suas próprias instalações. Temos disposição para tratar com prioridade as escolas que funcionam em edifícios e vamos tentar encontrar solos para a construção de estabe-lecimentos de ensino”, disse Leong Lai.

O presidente do Fundo de Segurança Social (FSS) garantiu ontem na As-

sembleia Legislativa (AL) que só daqui a três anos, quando o actual regime chegar ao fim, é que o Executivo poderá analisar a hipó-tese de implementar um sistema de contribuições obrigatórias por parte de patrões e empregados.

“Após três anos de finalização deste regime é que vamos ver quan-do vamos implementar o regime obrigatório. Temos de analisar se temos de dar este passo largo”, disse Ip Peng Kin, em resposta à interpelação oral do deputado Ng Kuok Cheong.

Apesar das baixas contri-buições dos trabalhadores e da injecção de fundos por parte do

EDUCAÇÃO GOVERNO DIZ QUE HÁ MENOS ESCOLAS EM EDIFÍCIOS URBANOS

Deputados querem melhores condições

“Por que é que existem escolas privadas com grandes campos de futebol e outras escolas não têm?ZHENG ANTING Deputado

FUNDO DE SEGURANÇA SOCIAL IP PENG KIN GARANTE ESTABILIDADE

Contribuições obrigatórias ainda podem esperarExecutivo, Ip Peng Kin garantiu que a estabilidade financeira do FSS não está em causa.

“Temos uma contribuição de valor muito baixo, mas temos uma relação muito grande entre o valor de contribuição e o valor recebido no subsídio do idoso. Também temos receitas do jogo e houve injecções de mais valor do erário público desde 2013, para que o funcionamento do FSS consiga manter-se por 50 anos. Consegue apoiar os idosos a sobreviverem. Todo o regime está a ser implementado passo a passo e o Governo, através dos excedentes orçamentais, tem uma reserva para esta questão. Pode-mos garantir que os idosos após a reforma têm um subsídio para

terem o seu dia-a-dia”, defendeu o presidente do FSS.

Angela Leong, directora--executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), foi uma das deputadas que, estando na posição do patronato, defendeu maiores contribuições para o FSS.

“Dois terços dos trabalhado-res não estão cobertos por esta garantia após a aposentação, e é necessário criar o quanto antes um regime obrigatórios, princi-palmente agora que os cofres estão desafogados. Deve-se contar com as contribuições de empregados e empregadores. O essencial é definir as contribuições das três partes, Governo, trabalhadores e empregadores”, defendeu a depu-tada. - A.S.S.

O estado das infra-estruturas das escolas foi ontem debatido no plenário do hemiciclo, com os deputados a exigirem mais investimento na educação e a melhorar as escolas sem instalações desportivas suficientes. A directora da DSEJ garantiu que só há 17 escolas a funcionar em prédios

“Na altura, quando in-cumbimos essa empresa de saber a situação das escolas de Macau, só existiam 17 escolas em edifícios, mas houve uma redução. Creio que com o andar dos tempos este número vai reduzir-se”, frisou.

Quanto à possível uti-lização dos novos aterros para a cedência de novas infra-estruturas escolares, a directora da DSEJ prometeu “facultar dados posterior-mente”.

“A nossa direcção tem vindo a dar atenção à racio-nalização de terrenos para o ensino, e temos em conta os números populacionais e a previsão das vagas necessá-rias. No futuro o Governo, aquando da criação do plano para as novas zonas urbanas, terá um plano para esta situação”, acrescentou Leong Lai.

ESPAÇOS DE DESPORTO SÃO ESCASSOSA falta de instalações des-portivas suficientes nestas escolas foi uma das falhas apontadas pelos deputados.

“Temos recebido bastantes queixas de encarregados de educação que mostram preocupação em relação à

educação dos seus filhos. A maioria das escolas primá-rias têm uma grande falta de instalações desportivas,

algo que é geral em Macau”, disse Si Ka Lon.

Já o deputado Zheng Anting falou de escolas localizadas em edifícios comerciais “onde não se consegue ver o céu”. “Por que é que existem esco-las privadas com grandes campos de futebol e outras escolas não têm? Não será que devem ser cedidos mais terrenos às escolas? Pode-mos melhorar as escolas mais pequenas, ou ter uma ou duas e fundir essas es-colas numa só”, defendeu.

Song Pek Kei lembrou ainda que, deste a transfe-rência de soberania, só dez escolas receberam terrenos públicos para novas instala-ções. “O nosso desenvolvi-mento depende desta área. Sabemos que há escolas que se deparam com dificuldades financeiras e que precisam de mais apoio por parte do Governo, em termos de financiamento como é que os recursos são distribuídos?”, questionou a número três de Chan Meng Kam.

Leong Lai falou de todos os subsídios concedidos a

escolas com dificuldades financeiras e garantiu que a política do Executivo é investir mais na educação.

“Vamos investir os re-cursos para a melhoria das escolas. É através do Fundo de Desenvolvimento de Ensino que ajudamos as escolas, e estas podem fazer o seu pedido. São cada vez menos as escolas que pedem subsídio para o arrendamen-to, mas a condição física dos alunos piorou. Quando reunirmos condições con-seguiremos avançar com algumas medidas”, disse a directora da DSEJ.

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TIAG

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6 política hoje macau terça-feira 15.7.2014

Mak Soi Kun lança críticas em várias direcções. Atrasos, pouca transparência ou falta de uniformização dos critérios de avaliação nas obras públicas, são algumas das questões que, segundo o deputado, afectam a qualidade de vida dos residentesLEONOR SÁ [email protected]

O S deputados da Co-missão de Acompa-nhamento para os Assuntos de Finanças

Públicas querem que o Governo reveja a legislação relativa à aqui-sição de bens e serviços nas Obras Públicas, de modo a que possa

A presidente da 1.ª Co-missão Permanente da Assembleia Le-

gislativa, Kwan Tsui Hang, apontou o final do mês como data de conclusão da análise da especialidade da Lei da Actividade de Mediação Imobiliária.

Conforme já tinha sido avançado pelo Executivo, os agentes imobiliários terão cinco anos para reunir as condições de licenciamento. Isto, porque a lei vai ter de ser alterada: quem quisesse ter

L AU Si Io, Secretário para as Obras Públi-cas e Transportes,

disse que o período de auscultação pública so-bre a construção do metro ligeiro vai continuar, até que tenham sido recolhi-das todas as opiniões, ne-cessárias para satisfazer as vontades da população no que diz respeito ao traçado do metro.

“Vamos prosseguir com auscultações de acordo com diferentes populações [e zonas] e vamos ajustar o metro conforme as solicitações da população”, disse Lau Si Io. O responsável não adiantou valores sobre o preço final da infra--estrutura, justificando que só é possível apontar um orçamento depois de saber a opinião da socie-dade e um plano inicial do traçado, com base na consulta pública. “Só sabemos depois de saber

ERÁRIO PÚBLICO DEPUTADOS QUEREM REVER REGIME

Usar melhor o dinheiro

IMOBILIÁRIO LICENCIAMENTO PARA AGÊNCIAS FORA DE PRÉDIOS

Com sua licençaMETRO LIGEIRO CONSTRUÇÃO VAI SER ADAPTADA ÀS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO

Uma zona de cada vez

transparência dos Regimes”, disse o deputado na reunião.

À VONTADE DO SERVIÇOOutra das questões apontadas por Mak Soi Kun tem a ver com a falta de uniformização dos critérios de avaliação nas obras públicas, sendo que o Gabinete para as Infra--estruturas de Transportes (GIT), o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públi-cas e Transportes (DSSOPT) têm valores multiplicadores diferentes para orçamentar obras de concurso público.

Ou seja, cada departamento governamental tem a uma fórmula própria para calcular o orçamento de um projecto, o que acaba por causar discrepâncias no produto final.

“Há um documento emitido para cada serviço público”, ex-plicou o deputado. Mak Soi Kun afirmou ainda que a falta de unifor-mização do Regime do Contrato de Empreitadas Públicas é “uma coisa esquisita”, por nunca ter vindo a público e ser um Regime da época da administração portuguesa e apenas ter entrado em vigor depois da transição de soberania. Mak Soi Kun questionou ainda a legalidade do processo de cálculo e a falta de pedidos dos serviços para a revisão urgente deste ponto do diploma.

haver uma melhor aplicação do erário público.

Segundo o presidente da Comissão, Mak Soi Kun, a qua-lidade de vida dos residentes está a ser afectada, até porque cada serviço é que faz as contas individualmente.

O deputado afirma que há “atra-sos e orçamentos suplementares” frequentes e que alguns diplomas estão desactualizados. O presiden-te afirmou ainda que os membros da comissão estão “com dúvidas” quanto à legalidade de alguns diplomas de bens e aquisição de serviços.

Um dos regimes mencionados durante a reunião da comissão de ontem foi o Regime Jurídico de Acreditação, Registo, Inscrição e Qualificação para o exercício de Funções Profissionais nos Do-mínios da Construção Civil e do Urbanismo. Mak Soi Kun consi-dera que há “demasiadas lacunas na legislação”, aproveitando ainda para referir que o diploma é obso-leto e pouco transparente. “Solici-tamos ao Governo que aumente a

licença teria de operar em edi-fícios industriais e comerciais, mas há muitas agências que ainda funcionam em prédios de habitação.

O artigo que estabelece que a exploração da activi-dade imobiliária tem de ser feita num estabelecimento comercial foi o principal foco dos deputados. Na altura de aprovação da lei não foi discutida a obrigatoriedade do espaço ser em piso térreo, particularidade que levantou discussão este ano.

Segundo a Comissão, de-pois da lei entrar em vigor, os operadores terão cinco anos para pedir, então, uma licença provisória. Desde que os estabelecimentos sejam no rés-do-chão poderão ter uma licença provisória com essa duração para se adequarem à lei. “Estas coisas demoram o seu tempo, é necessário que os agentes encontrem espaços, conquistem clientes, são muitas alterações”, disse Kwan Tsui Hang, presidente da Comissão.

Tal com avançou o HM no mês passado, a decisão do Governo em alterar a lei pode estar ligada à reacção negativa que os agentes imobiliários tiveram aquando da entrada em vigor do diploma, que levou, inclusive, a manifesta-ções. Recorde-se que, após a aprovação da lei, foram muitos os agentes imobiliários que foram para a rua manifestar--se e alguns deles entregaram mesmo cartas na AL.

Em Abril, o Conselho Executivo, através do porta--voz Leong Heng Teng, ad-mitiu que foi devido a “muitos agentes não terem conseguido as licenças” que o Governo decidiu alterar a lei, mas o responsável assegurava que o Governo não iria recuar na intenção inicial. – HM

as opiniões. É normal que parte da população esteja preocupada com a sua zona e, em termos inter-nacionais, os problemas não se resolvem de uma só vez”.

Neste momento, há três diferentes consultas públicas a decorrer no bairro da zona norte do território e, de acordo com Lau Si Io, “a so-ciedade está mais foca-da na problemática da paisagem urbana”, mas os deputados estão mais preocupados com a loca-lização das paragens, que

devem ficar o mais perto possível das pessoas. “O que nós queremos é que o metro ligeiro possa dar um percurso mais local”, explicou.

Parte dos participan-tes na consulta públicas estão igualmente aten-tos aos problemas que envolvem a paisagem urbana e do património cultural. Sobre isto, Lau Si Io acrescentou que serão feitos ajustamentos “para que a sociedade não tenha receio de que o me-tro ligeiro possa causar inconvenientes”. – L.S.M.

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GCS

TRAÇADO

7SOCIEDADEhoje macau terça-feira 15.7.2014

O Governo vai lançar um concurso público internacional para rea-lizar um estudo sobre

o futuro do turismo no território, anunciou ontem Helena de Senna Fernandes. A directora dos Serviços de Turismo (DST), assegura que o

LEONOR SÁ [email protected]

A nova lista de monumentos e edifícios a proteger, sob alçada da nova Lei de Salva-guarda do Património, ainda se encontra em

execução e está, por isso, atrasada. A lista deveria estar concluída antes de Maio, mas até agora não há ainda conclusão.

De acordo com uma resposta de Jaime Carion, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), a uma interpelação da deputada Kwan Tsui Hang, em Abril, “a nova lista e delimitação gráfica dos monumentos, edifícios de interesse arquitectónico, conjuntos e sítios, bem como as respectivas zonas de protecção” deveria ter sido entregue há já dois meses.

No entanto, o Instituto Cultural (IC) – entidade responsável pela execução e publicação da lista – disse ao HM que o trabalho continua a ser feito e

que, quando finalizada, a lista nova e mais completa de todos os edifícios será anunciada publicamente.

“O IC irá efectuar, nos termos da Lei de Salva-guarda do Património Cultural, a classificação sobre os imóveis que estiverem em condições maduras, de modo a enriquecer ordenadamente o inventário”, respondeu a entidade tutelar, quando questionada sobre a data de publicação da lista.

Numa entrevista dada ao HM na semana passada, o arquitecto e membro do Conselho do Património Cultural, Carlos Marreiros, expressou a necessidade urgente em publicar o documento, que compreende uma lista completa e actualizada de todos os edifícios e monumentos a proteger e que estarão ao abrigo da nova lei. Marreiros justificou a celeridade na exe-cução da catalogação com o facto do novo diploma ter sido aprovado recentemente, não se justificando a utilização de uma lista obsoleta.

A actual lista sobre o património foi feita nos anos 1990.

Aperfeiçoamento contínuo 150 mil vagas para cursos

• Estão a ser desenvolvidas duas propostas preliminares para o traçado do metro na zona dos NAPE, sendo que em ambas o Parque Dr. Carlos d’Assumpção estende-se à futura Zona B dos novos aterros. Na Avenida 24 de Junho, o novo traçado terá de ser redesenhado, anunciou ontem o GIT. Os arquitectos Cristina Leiria – autora da estátua da Kun Iam - e Francisco Caldeira Cabral, ambos de Portugal, estão em Macau para ouvir a opinião sobre o projecto do Metro Ligeiro na proximidade dos NAPE.

A directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, fez o anúncio de mais um estudo para internacionalizar o nome da RAEM como destino turístico

TURISMO CONCURSO INTERNACIONAL SOBRE O FUTURO

Macau central

NÃO HÁ CONCLUSÃO SOBRE VISTOS INDIVIDUAISHelena de Senna Fernandes confirmou ontem que o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, esteve em debate com o Governo Central sobre os vistos individuais mas não confirmou se a redução destes visas esteve em cima da mesa. “Ainda não chegámos a conclusão nenhuma”, disse, explicando “que existem várias hipóteses a serem estudadas, mas não há mais nada a adiantar”.

Governo “tem incentivado o turismo e apoiado as estratégias que permi-tam intensificar internacionalmente o nome de Macau” e que, por isso, o próximo passo é fazer mais um estudo, para perceber como pode haver desenvolvimento.

“Até à data já foram lançados dois estudos em Macau” explicou a directora, esclarecendo que um é dedicado à história do turismo no território e o segundo serve como comparativo de diferentes casos internacionais.

As declarações de Helena de Senna Fernandes foram feitas à margem da Cerimónia de Inaugu-ração da 3ª Edição do Fórum de Economia de Turismo Global –

Macau 2014 (GTEF), que pretende ser um momento de “recolha de experiências e opiniões” que per-mitirão reforçar o papel de Macau como plataforma no “intercâmbio cultural e comercial”, defendeu ontem a Chefe do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Culturais, Cecília Cheung.

Também a directora da DST explicou que a realização do fórum trará a Macau “novas ideias” que poderão permitir a melhoria no turismo como indústria e por isso um aumento no desenvolvimento económico do território.

A presidente do Centro de Pesquisa de Economia de Turismo Mundial, Pansy Ho, defendeu que

a realização do evento reforça a “promoção da cooperação multi-lateral”. Para a presidente, a reali-zação das duas edições anteriores do fórum permitiram criar uma “base sólida” sobre vários temas na área do turismo. Base que será convertida num relatório dedica-do aos temas debatidos nos anos anteriores, tornado público “em breve”, segundo indicou.

Questionada sobre a qualidade dos serviços turísticos, Pansy Ho reforçou a ideia já apresentada noutros momentos: para si, Ma-cau continua a “ter um problema de falta de recursos humanos”, e é “tempo para pensar no assunto com mais atenção”.

A edição do ano passado contou com a participação de 1100 represen-tantes de 29 países incluindo algumas províncias e cidades do interior da

PATRIMÓNIO IC AINDA NÃO TEM LISTA DE SÍTIOS CLASSIFICADOS

Tipicamente atrasado

China. Números que para Cecília Cheung So Mui são “muito anima-dores” e que devem ser atingidos e melhorados nesta nova edição.

O 3º Fórum, agendado para 27, 28 e 29 de Outubro, estará subor-dinado ao tema “A Rota da Seda Marítima – Partindo de Macau” e vai contar com a realização de vá-rios sessões de debate, conferências temáticas e, ainda, uma angariação de fundos para apoiar projectos regionais de desenvolvimento sus-tentável da indústria turística.- H.M.

ESTÃO disponíveis 150 mil va-gas para os cursos de educação

contínua do Programa de Desen-volvimento e Aperfeiçoamento Contínuo e exames de credencia-ção, em diversas áreas. A Direc-ção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) informou ontem que autorizou 11.953, dos 12.737 requerimentos recebidos por várias

instituições para os cursos. Entre Abril e Maio, 230 instituições entregaram os requerimentos à DSEJ , entre elas 95 instituições de educação contínua, 9 de ensino superior, 2 entidades públicas, 60 associações, 22 pessoas colectivas de utilidade pública administrativa e 42 entidades com funções edu-cativas ou de formação.

Os interessados vão ter à sua disposição um leque de opções em diversas áreas, tais “como comér-cio e gestão, ciências informáticas, línguas e tradução, design, direito, indústria de turismo e de conven-ções e exposições, produção e transformação, ciências sociais e do comportamento, ciências humanas, cuidados de saúde, etc.

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ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

8 sociedade hoje macau terça-feira 15.7.2014

JOANA [email protected]

A Fundação Católica para o Ensino Superior e o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior

(GAES) estiveram envolvidos no despedimento de Eric Sautedé da Universidade de São José (USJ). Quem o diz é o próprio académico, que defende – numa carta enviada a professores e alunos a que o HM teve acesso – que a Fundação até tem vindo a intervir em assuntos académicos da USJ.

Esta é a primeira vez que Eric Sautedé – despedido em Junho pelos seus “comentários políticos” aos órgãos de comunicação social – fala da questão de forma aberta.

Na carta, o professor de Ciên-cia Política assegura que apenas duas entidades estiveram por detrás da decisão do reitor, Peter Stilwell: a Fundação Católica para o Ensino Superior e o GAES.

USJ ERIC SAUTEDÉ ACUSA GAES E BISPO DE ENVOLVIMENTO NO DESPEDIMENTO

Três pecados mortais

SAUTEDÉ NÃO HÁ DIFERENÇAS ENTRE USJ E OUTRAS UNIVERSIDADES

“A Fundação tem tido um envolvimento ainda maior nos assuntos da universidade no últi-mo ano, tendo feito escrutínios de todos os projectos de investigação e até tendo suprimido alguns projectos que, inicialmente, receberam autorização para se-rem financiados pela Fundação Macau”, acusa Sautedé. “Dada a estrutura da universidade, o seu estatuto como entidade privada e a recente ‘partida’ do ex-reitor, Rúben Cabral, é simplesmente impossível que a Fundação Ca-tólica não tenha encorajado o término do meu contrato, dadas as ‘circunstâncias locais’, para usar as palavras do padre Peter Stilwell.”

Recorde-se que foi o reitor da USJ quem assumiu o despe-dimento de Sautedé como sendo uma decisão sua, defendendo que uma universidade católica “tem de respeitar a autonomia da esfera política” e, no caso de

Macau, ter de se perceber “as circunstâncias locais”.

TRÊS, A CONTA QUE ERIC FEZEric Sautedé continua na car-ta, referindo três motivos que,

alegadamente, terão estado na base do seu despedimento: um comentário feito no início deste ano sobre o facto de Chui Sai On não ter carisma enquanto Chefe do Executivo, o convite feito

a Frank Dikotter para que este viesse a Macau apresentar o seu mais recente livro intitulado ‘A Tragédia da Libertação’ e o facto de Sautedé ter pedido ao GAES o financiamento da sua viagem a Portugal, a uma conferência da Associação Europeia de Estudos Chineses, onde o professor apre-senta um estudo sobre a inexis-tência de partidos políticos em Macau, conforme avançado pelo HM a semana passada. O estudo vai ser incluído num livro, mas o GAES não terá chegado a receber o pedido. Este poderá ter ficado na gaveta de Stilwell.

“A minha candidatura foi simplesmente negada à partida e não por razões académicas”, acusa Sautedé, que explica ainda que a vinda de Dikotter – cujo livro fala da revolução comunista da China – era a terceira e que o autor, “ao contrário do que se dizia”, não estava proibido de entrar na China.

Sautedé explica que se come-çou a aperceber dos problemas em Abril, até que surgiu o despedimen-to – “ao estilo de execução” – no dia 4 de Junho.

O académico ironiza mesmo dizendo que dizer que o caminho da USJ foi “desafiador e atribulado às vezes” é usar um eufemismo.

GAES E BISPO REJEITAM ACUSAÇÕES Para o académico, há mais a contar do que o que Peter Stilwell veio a público dizer. “Todos ouviram as explicações do reitor, mas obvia-mente que sabemos que a verdade é ligeiramente mais complicada do que o que foi dito”, refere.

A participação do GAES na decisão do reitor e do Conselho de Administração da USJ, não é, refere a carta, exactamente conhe-cida. “Não sei se a mensagem [do despedimento] veio directamente do GAES ou se foi simplesmente in-terpretada desta forma pelo reitor.”

Ao HM, D. José Lai, rejeita as acusações. O Bispo de Macau foi parco em comentários, mas deixou a ideia – à semelhança de anterior-mente – de que não sabia sequer da decisão. “Eu? Não sei nada, não tenho nada para dizer”, começou por dizer ao HM. “Como é que fui eu? Como eu? É uma coisa que não está exacta, não é correcta. Não disse nada, nem fiz nada sobre este caso.”

Também em resposta ao HM, o GAES assegura que não recebeu qualquer pedido de financiamento da parte de Sautedé e que em nada esteve envolvido. “O Governo respeita sempre a autonomia académica, tanto na parte de ad-ministração, como financeira e nunca intervém nas operações das instituições do ensino superior de Macau. Não temos qualquer tipo de influência ou demos qualquer pressão”, refere uma resposta que explica ainda que o recrutamento e gestão dos docentes é um assunto interno da universidade.

Despedir Eric Sautedé devido aos seus comentários políticos não é decisãoapenas de Peter Stilwell, reitor da Universidade de São José. O académico é quemo diz, numa carta a professores e alunos onde acusa o GAES e a Fundação Católicade terem responsabilidades na decisão. Ambos rejeitam as acusações

Na carta, o docente de Ciência Política coloca questões, lamentando o facto de os professores universitários não poderem dar significado à liberdade de expressão prevista na Lei Básica e deixando no ar o que é que vem a seguir. “Por que havemos de ter um departamento de Ciência Política, de Administração Pública ou de Estudos do Governo se não podemos ver a nossa própria comunidade como objecto de estudo? E a nível de matérias curriculares? Será que devemos ensinar a repressão em Tiannanmen?”, questiona o professor. Sautedé deixa ainda a mensagem de

que o seu despedimento pode estar ligado ao facto de a USJ estar à espera de dinheiro do Governo. “Houve um momento em que o valor do dinheiro era menor que o da dignidade. O dinheiro prometido em 2007 há-de vir, o deficit há-de ser reduzido, mas tudo isto só porque eu fui despedido?”, questiona, acrescentando que, se os professores não puderem falar, então não há nada que diferencie a USJ de outras instituições superiores públicas. “O caminho escolhido pela Fundação Católica e pelo reitor é claramente contrário ao princípio ‘Um país, dois sistemas.”

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hoje macau terça-feira 15.7.2014 9CHINADesde Janeiro, a polícia investigou 7267 casos de jogo ilegal, tendo prendido 23 mil suspeitos, adianta o jornal China Daily na sua edição de ontem

A polícia chine-sa prendeu 108 apostadores ile-gais e confiscou

18 mil milhões de yuan durante o Campeonato Mun-dial de Futebol que teve lugar no Brasil, revelou o Ministério de Segurança Pública chinês no domingo.

A polícia também des-mantelou uma série de sindicatos de apostas ile-

M ILHARES de pessoas saí-ram à rua no domingo para protestar contra os planos

da oposição em ocupar o distrito de Central, assim como a sua obs-trução às políticas governamentais e às tentativas violentas de ocupar a Assembleia Legislativa (Legco).

Mais de 2500 participantes terão participado em protestos contra o movimento ‘Occupy Central’ e a favor das autoridades policiais e do Governo. Não obstante o calor e chuva intensos, uma primeira marcha foi de Causeway Bay até à sede da polícia em Wanchai, onde entoou ‘slogans’ apelando à po-lícia para aplicar a lei sem restrições, menciona o jornal China Daily.

Antes da marcha, Patrick Ko Tat--pun, presidente da Voice of Loving

As relações económicas entre a China e Angola estão impedir o combate ao tráfico ilegal de marfim, considera um investigador norte-americano, acusando as autoridades angolanas de nada fazerem porque querem, diz, atrair os consumidores, que são 95% chineses. “Bastava livrarem-se dos intermediários e dos ‘barões criminosos’ - que são os comerciantes que conhecem os contactos na Ásia e em África - e seria muito fácil fechar estes mercados, porque a legislação existe e, no entanto, o comércio é público porque

eles querem atrair os consumidores, que são 95% chineses”, disse o investigador norte-americano, em declarações citadas pela agência de informação Bloomberg. A China é o maior comprador de petróleo a Angola, um país largamente dependente da produção petrolífera para sustentar o crescimento económico, e é responsável por cerca de 15% das compras de petróleo da China, sendo que existem mais de 250 mil chineses a trabalhar no país, principalmente nas grandes construções que os chineses levam a cabo em Angola.

A Tailândia iniciou on-tem os preparativos

para repatriar os refugiados birmaneses, informa a im-prensa local.

Os refugiados come-çaram a ser divididos em grupos, entre os que querem voltar ao país de origem, os que preferem permanecer na Tailândia e os que desejam ser acolhidos por um país terceiro, afirmaram fontes militares ao jornal Bangkok Post. Estima-se que 130 mil refugiados birmaneses estejam em nove acampa-mentos instalados ao longo da fronteira, que as autori-dades querem encerrar nos próximos 12 meses.

Na quinta-feira passada, o chefe da junta militar tai-landesa, Prayuth Chan-ocha, revelou um acordo com o Governo birmanês para repatriar os refugiados e en-cerrar os acampamentos ge-ridos pelo Alto Comissaria-do das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Os que decidam regressar voluntariamente vão receber terrenos e ajuda financeira durante o primeiro ano.

MUNDIAL 18 MIL MILHÕES DE YUAN APREENDIDOS EM APOSTAS ILEGAIS

A bola rola, o dinheiro foge

HONG KONG MILHARES DE RESIDENTES CONTRA A OPOSIÇÃO

Unidos a favor do Governo2500participantes terão estado

nos protestos

gais através da internet no mesmo período, adiantou o Ministério.

“A maior parte dos ‘ser-vers’ envolvidos em apostas de futebol online estavam localizados no estrangeiro, tendo suspeitos sediados fora da China colaborado com cúmplices locais para operar esta rede criminosa”, salientou Zhang Hongqiand, porta-voz do Ministério.

Zhang explicou ainda que os criminosos tinham aberto muitos jogos e sec-ções de apostas em sites estrangeiros, de maneira a atrair um grande número de apostadores e tendo acumu-lado enormes quantias em comissões e quotas para membros.

A 4 de Julho, o Ministé-rio ordenou às autoridades policias de oito províncias

- incluindo Jiangsu, Guang-dong, Fujian e Guansu - que conduzissem uma operação unificada para desmantelar uma rede transnacional de apostas de futebol ilegais na internet.

Nesta operação, a polí-cia prendeu 17 suspeitos e agentes das Filipinas e da China, tendo apreendido 30 milhões de yuan em fundos ilícitos. A operação começou em Maio, quando

a polícia da província de Jiangsu descobriu um web-site estrangeiro que estava a promover apostas na China, através de agentes locais.. A polícia notificou então o Mi-nistério, que criou imediata-

mente uma equipa especial para investigar o caso. Ao mesmo tempo, instruiu a autoridades policiais de sete outras províncias que colaborassem no processo.

Durante a investigação, foi descoberto que o website estava sediado nas Filipinas e que um banqueiro filipino havia colaborado com dois operadores chineses para abrir ilegalmente secções para apostas no site em questão, de modo a atrair apostadores locais. Deste modo o sindicato conseguiu lucrar 200 milhões de yuan através de comissões e quo-tas para membros, adianta a mesma fonte.

No início deste ano, o Ministério iniciou uma campanha especial contra o jogo, com especial aten-ção nas apostas de futebol através da internet durante o Campeonato Mundial de Futebol, campanha esta que durará até ao fim do ano. Desde Janeiro, a polícia investigou 7267 casos de jogo ilegal, tendo prendido 23 mil suspeitos.

Tailândia Preparativos para repatriar birmaneses

Hong Kong, disse que apesar de os organizadores do movimento ‘Oc-cupy Central’ terem prometido que o evento seria pacífico, este receava que acabasse em distúrbios. Segundo o mesmo, a polícia enfrentou grandes pressões durante a marcha de 1 de Julho e os protestos do dia 2, mas apesar disso “demonstrou sempre muita disciplina e compreensão”.

Um segundo protesto foi orga-nizado pela Federação de Uniões Sindicais de Hong Kong (HKFTU),

tendo os participantes caminhado de Wanchai até à sede do Governo em Tamar. Segundo o presidente da HKFTU, Ng Chau-pei, alguns legis-ladores foram culpados por trazer violência às ruas da cidade e de atrasar políticas governamentais que benefi-ciariam a população. “As obstruções destes políticos servem apenas para beneficiar os seus próprios interesses políticos, não a população em geral, nem o desenvolvimento de Hong Kong”, citava ainda o China Daily.

Segundo a organização, mais de duas mil pessoas participaram na marcha, apesar de a polícia falar em apenas 1200 manifestantes. O número dos que marcharam contra o Governo no dia 1 de Julho foi de mais de meio milhão.

REGIÃO

Marfim Relações económicas com Angola favorecem tráfico

As autoridades tailan-desas não explicaram se vão deixar permanecer no país os birmaneses que não queiram regressar ao seu país de origem.

A Birmânia atravessa uma fase de reformas de cariz democrático desde 2011. Não obstante, as auto-ridades birmanesas enfren-tam problemas graves, que envolvem a minoria étnica rohingya e o conflito com a guerrilha kachin no nordeste do país.

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10 MUNDIAL hoje macau terça-feira 15.7.2014

É possível, e até fácil, ver nesta final tra-ços da anterior, entre Espanha e Holanda.

Como há quatro anos, foi um golo na segunda parte do pro-longamento a decidir para que lado caía o troféu. Cozinhado por dois suplentes, o grande remate de Götze (112 minu-tos) deu um desfecho lógico a um grande Mundial, coroando a melhor selecção que passou pelo Brasil. Tal como Messi que, simbolicamente, bateu para fora o último livre do jogo, a Argentina ficou à porta da glória máxima, entre outras coisas por uma comprometedora falta de pontaria em dois momentos-chave. Quanto a esta Ale-manha, embora a final não tenha sido a melhor demons-tração, deve mais ao futebol latino de passe e cir-culação do que à

Lionel Messi «Bola de Ouronão significa nada para mim»Lionel Messi não fica consolado com a Bola de Ouro que recebeu no final da final do Mundial, depois de ter sido eleito o melhor jogador do torneio. O argentino desvalorizou por completo o galardão: «Não significa nada para mim neste momento.» «O que eu queria era levantar a Taça e levá-la para a Argentina. É um prémio importante, claro, mas não tem sabor», acrescentou, em declarações à televisão argentina. Sobre o jogo, o avançado elogiou a prestação da sua equipa. «Acho que fomos superiores. Merecíamos mais. Nós, lá na frente, não soubemos definir porque todos tivemos oportunidades», lamentou. Por fim, Messi manifestou o seu apoio a Alejandro Sabella, seleccionador argentino. «Gostava que continuasse», confessou.

Buenos Aires Detenções e feridosem incidentes após o final do jogo Mais de 30 pessoas foram detidas e 20 ficaram feridas (15 delas eram polícias) em incidentes ocorridos em Buenos Aires, após a final do Mundial, revela a imprensa argentina. Milhares de adeptos concentraram-se no Obelisco da capital argentina para celebrar o segundo lugar no Campeonato do mundo, mas os festejos deram lugar a confrontos entre a polícia e um grupo de radicais, que espalhou a destruição por onde passou. As autoridades usaram gás lacrimogéneo, canhões de água e balas de borracha para travar a fúria dos adeptos mais violentos . No entanto, não conseguiram evitar que se instalasse uma verdadeira batalha campal.

Low para Gotze «Entra e provaque és melhor que o Messi»Joachim Low, novo seleccionador campeão do Mundo (sucede a Vicente del Bosque), revelou na conferência de Imprensa após a final, um momento crucial: o da entrada em campo de Mario Gotze, autor do golo que deu à Alemanha o «tetra». «Disse-lhe: “vais entrar e vais provar que és melhor que o Messi. Vais para lá e vais resolver a final”. O Gotze é um jogador incrível, ele é capaz de fazer qualquer coisa, de jogar em qualquer lugar na frente...»

Klose «Não queria ter de consolaro meu filho outra vez»Miroslav Klose, que neste Mundial se tornou o recordista de golos marcados em fases finais, recebeu uma das maiores ovações da noite no momento em que foi substituído por Götze. Ao passar pela zona mista, entretanto, a sua expressão era mais de alívio do que de felicidade: «Sabia que esta era a minha última oportunidade num Mundial, depois de quatro meias-finais. Acima de tudo não queria ter de consolar o meu filho, não queria vê-lo chorar mais uma vez, depois das outras decepções. O sentir que contribui para pôr uma quarta estrela nesta camisola não tem preço. O meu recorde? Também vai ser importante, mas só a partir de amanhã, para já só estou com cabeça para festejar uma coisa, que é a mais importante de todas»

A VITÓRIA DO HERDEIRO NATURAL DA ESPANHAA Alemanha sucede à Espanha, e torna-se a primeira selecção europeia a vencer um Mundial em solo americano. O Maracanã, cenário mítico por excelência, foi palco da maior conquista de todas para um grupo que, desde 2006, em todas as fases finais de grandes competições, andou sempre muito perto da coroa

sua identidade história. Ape-sar do abismo de diferenças nos respectivos perfis e iden-tidades, há mais pontos em comum entre os dois últimos campeões do Mundo do que poderia imaginar-se.

BAIXAS NIVELADASA esperada confirmação da baixa de Di María mantinha Enzo Pérez no onze, mas pri-vava a Argentina do seu argu-mento ofensivo mais directo. Porém, a lesão de Khedira, no aquecimento, nivelou o saldo, desequilibrando o trio virtuoso do meio-campo ale-mão, que na terça-feira tinha

reduzido o Brasil a es-combros. Kramer

ocupou a vaga, mas pareceu sem-pre um peixe fora

de água, mesmo antes de um choque

violento com o ombro de Garay o obrigar a

ser substituído, pela meia hora, visivelmente abalado.

Por essa altura, já a Ar-gentina era a melhor equipa em campo. Compacta, com linhas juntas, a selecção de Sabella, organizada em redor de Mascherano, criava sérios problemas à defesa alemã de cada vez que lhe ganhava espaço nas costas. E prova-va, caso fosse preciso, que o vendaval ofensivo nos 7-1 de Belo Horizonte teve pelo menos tanto de cooperação brasileira como de talento alemão.

Numa noite mais feliz de Higuaín, a Argentina pode-ria ter ido para o intervalo a ganhar, mas o ponta-de--lança desaproveitou a me-lhor situação do jogo, aos 20 minutos, rematando ao lado depois de um mau atraso de Kroos o deixar cara a cara com Neuer.

O erro do médio alemão, o melhor jogador da sua equipa na prova, era sintoma de uma invulgar perturbação alemã, como o sublinhavam

os primeiros cartões do jogo, mostrados a Schweinsteiger e Howedes. Menos fluida na circulação, com espaços bem tapados, a Alemanha ainda viu Higuaín ter um golo bem anulado por fora de jogo (30 minutos), antes de conseguir endireitar-se no jogo.

Ao lançar Schürrle para a vaga de Kramer, Löw deslocou Özil para o meio e devolveu critério à circulação. Assim, um lance em que Boa-teng dobrou Neuer e resolveu uma oportunidade inventada por Messi marcou o fim da superioridade argentina: os minutos finais do primeiro tempo trouxeram uma Ale-manha mais próxima do seu padrão-FIFA. Uma grande defesa de Romero negou o golo a Schürrle (37 minutos) e mesmo ao cair do pano Höwedes cabeceou ao poste, após canto.

Tudo somado, a Alemanha recupe-rava um pouco da

LUSALUSA

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LUSA

11 mundialhoje macau terça-feira 15.7.2014

A Alemanha tornou-se domingo a primeira selecção europeia

de futebol a vencer o Mun-dial em solo americano, ao conquistar o “tetra” no Brasil, depois de uma prova em que mostrou que era a melhor equipa desde início.

Os germânicos foram melhores do que nas anteriores vitórias, em 1954, 1974 e 1990, as duas primeiras marcadas por derrotas e a última com um desempate por penáltis nas “meias”, e, pelo meio, conseguiram um resultado para a lenda.

A goleada por 7-1 ao anfitrião e único pentacam-peão mundial, o Brasil, nas meias-finais, com 5-0 aos 29 minutos, vai perdurar para sempre com um dos resul-tados mais sensacionais da história do futebol.

Um resultado como este acontece “uma vez na vida”, mas a Alemanha não brilhou só nesse jogo, foi sempre uma equipa compacta, forte, que pareceu sempre muito difícil de bater, com um fu-tebol positivo, de qualidade e posse de bola.

O seleccionador Joa-chim Löw aproveitou da melhor forma o que o cata-lão Pep Guardiola “deu” à equipa, mais precisamente aos jogadores do Bayern Munique, a base da selec-ção. Em 2010, tinha sido a Espanha a beneficiar, através do FC Barcelona.

A “Mannschaft” foi,

A VITÓRIA DO HERDEIRO NATURAL DA ESPANHAA Alemanha sucede à Espanha, e torna-se a primeira selecção europeia a vencer um Mundial em solo americano. O Maracanã, cenário mítico por excelência, foi palco da maior conquista de todas para um grupo que, desde 2006, em todas as fases finais de grandes competições, andou sempre muito perto da coroa

confiança minada pelos mi-nutos iniciais da Argentina, e o público despedia as equipas com uma ovação merecida, após uma primeira parte tão intensa e equilibrada quanto se pode esperar de uma final.

REENTRAR NO JOGO A MURRO Com Aguero no lugar de Lavezzi, o início da segunda parte foi uma reedição dos minutos iniciais: a Argentina voltou a surgir mais con-fortável e Messi conseguiu aparecer a espaços, como no remate cruzado que roçou o poste esquerdo de Neuer (47 minutos). E se o choque entre Kramer e Garay, na primeira parte, tinha virado uma pá-gina no jogo, foi outro lance contundente, aos 56 minutos, a interromper mais esse breve

ciclo de domínio sul--americano: Za-

baleta lançou Higuaín em

profundi-dade e o

avançado do Nápoles, só de olhos na bola, foi atropelado pela saída a soco de Neuer, que o deixou prostrado. O italiano Rizzoli apitou uma inacreditável falta contra a Argentina e a Alemanha aproveitou para reentrar no jogo, a murro.

Por esta altura, o receio de cometer erros começava a pesar de forma decisiva, le-vando os jogadores a resolver os casos de dúvida da maneira mais directa, sem receio de chutar a bola (e o perigo) para longe. Schweinsteiger, discreto nos jogos mais exuberantes da Alemanha, era agora quem assumia o protagonismo, equivalendo--se a Mascherano num jogo cada vez mais alimentado por duelos, contactos e intensi-dade física.

Sabella sentiu que o meio--campo estava em risco e, já depois de trocar Higuaín por Palacio, apostou na versão mais conservadora, lançando

Gago na vaga de Enzo Pérez para completar o «trivote». Löw respondia trocando Klose, um ponta-de-lança clássico, pela mobilidade de Götze, numa altura em que a Alemanha, com mais um dia de repouso e sem prolonga-mentos, parecia mais fresca para o inevitável prolonga-mento. Levado às últimas consequências, o plano con-servador de Sabella poderia ter sido recompensado, aos 97 minutos, quando um passe longo de Rojo levou Hummels a falhar o tempo de salto. Palacio, que já tinha falhado uma ocasião clara contra a Holanda, tremeu no frente a frente com Neuer e fez o chapéu para fora.

Era o segundo erro fla-grante dos alemães que a Argentina desperdiçava. Para uma final tão equilibrada como esta, parecia demasia-do. E era: a oito minutos do fim, aquilo que um suplente argentino não foi capaz de fa-

zer, fizeram-no dois suplentes alemães: Schürrle arrancou em velocidade na esquerda, deixando Zabaleta para trás, e descobriu Götze na área. O passe foi bom, mas difícil. A recepção no peito, só ao alcance de um craque, deu a Götze o tempo necessário para o remate, em vólei e cruzado, que bateu Romero e escreveu a última linha de um grande Mundial.

Por linhas bem mais acidentadas do que o seu percurso até à final tinha feito supor, a Alemanha ga-rantia assim o quarto título mundial, fazendo justiça à selecção que melhor futebol praticou no Brasil. Mas a Argentina, coerente e fiel a uma ideia nada apaixonante, esticou as suas virtudes até onde não parecia possível – e fica a dever a si própria, e às ocasiões flagrantes perdidas por Higuaín e Palacio, outro desfecho para esta história.- MaisFutebol

ALEMANHA FEZ HISTÓRIA NA AMÉRICA

Os melhoresde sempre

de facto, um todo quase perfeito, em que muitos brilharam, do guarda-redes Manuel Neuer, o “Luva de Ouro”, ao ponta de lança Miroslav Klose, que se tor-nou o melhor marcador da história dos mundiais, com 16 golos.

Os defesas Philipp Lahm, na direita ou no meio campo, Mats Hummels, imenso contra a França, Jerome Boateng e Benedikt Höwedes formaram um quarteto “fantástico”, numa equipa que sofreu apenas quatro golos, em sete jogos.

No meio campo, Sami Khedira, que falhou a fi-nal por lesão e foi “enor-me” com o Brasil, Bastian Schweinsteiger, um pêndulo todo a prova, e Toni Kroos, autor de um “bis” face aos “canarinhos”, formaram um trio determinante no jogo alemão.

Por seu lado, Thomas Müller repetiu os cinco go-los de 2010, tendo arrancado com um “hat-trick” a Por-tugal, enquanto Mesut Özil não esteve ao seu melhor nível, mas também foi im-portante e teve pormenores de enorme classe.

Do banco, também vie-ram contribuições deter-minantes, bastando dizer que foram os suplentes Andre Schürrle (a criar) e Mario Götze (a marcar) que construíram o golo do “tetra”, sendo que jogador do Chelsea acabou com três tentos. - Lusa

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M ŁYN i Krzyż é uma co-pro-dução polaca e sueca. Al-guns dos actores que nele aparecem são conhecidos,

como Michael York, Rutger Hauer e Charlotte Rampling. O realizador, Lech Lajewski, é polaco, e o filme centra-se num quadro de Pieter Bruegel, o Velho, que se encontra no Kunsthistorisches Museum, em Viena, A Procissão para o Calvário. O cenário em que se desenrola a demonstração é na Flandres do século XVI, na altura sob o domínio de Filipe II de Espanha. Junta, harmonicamente, paisagens naturais e artificiais.

Esta mélange é certamente uma das atracções de um filme que se antecipa estranho mas que afinal, não o é. Outra atracção consiste em não ser pretensioso como poderia muito bem ser. Outra é ser anti-pornográfico no sentido em que não mostra. Depois de tantos filmes patetas sobre Cristo este, que se centra na cru-cificação, recusa mostrá-lo. Como expli-ca Bruegel, no quadro Cristo não se vê, mesmo que esteja no seu centro físico, porque é a figura mais importante. Aos poucos o filme aprecia-se pela ausência do esperado.

É um filme que se vai juntando aos poucos. Basicamente trata-se de montar, de modo vivo, o quadro de Bruegel, que contém centenas de figuras. Estas figuras vão-se lentamente deslocando em expli-cação da sua função e ocupando o seu lu-gar nesta excitante figuração do mundo. Ao contrário de excitar um desejo de de-

MŁYN I KRZYŻ (THE MILL AND THE CROSS), LECH LAJEWSKI, 2011

luz de inverno Boi Luxo

cifração há nele, ao invés, uma vontade mansa de dar a ver.

Esta lenta montagem oferece tam-bém, generosamente, um olhar poliva-lente. Nele se mostra o universo domés-tico, a construção pictórica, o labor ma-nual, a paisagem da Europa Setentrional, o sentido libertador e sofredor da cruci-ficação e a situação política da Flandres sob o autoritário e intolerante domínio espanhol que aqui substitui o romano.

O patrono de Bruegel, membro de uma congregação que recebe com tole-rância sujeitos de todas as denominações religiosas, é a figura que directamente de-nuncia a intolerância religiosa do opres-sor, o Rei de Espanha. É esta bondade que percorre todo o filme de Lajewski, uma bondade da inclusão que se opõe ao comportamento dos espanhóis. Toda a montagem do quadro pode ser vista como expressão de um profundo desejo de inclusão e tolerância.

Um actor encarna a figura de Bruegel e vai explicando algumas das suas opções. No lado esquerdo do quadro vemos a ci-dade, a Árvore da Vida e o moinho onde se mói a farinha para o pão, figuração do corpo de Cristo que é, directamente em baixo, desprezado e maltratado. Nas próprias palavras de Bruegel, o moleiro é Deus que tudo vê do alto, inclusivamen-te, repita-se, a violência praticada sobre o seu filho terreno.

No entanto, como acontece tantas vezes nos quadros de Bruegel, o Velho, a distanciação em relação ao elevado

número de personagens (mesmo a mais importante) impõe uma desvinculação clínica do sofrimento, que parece acon-tecer ao longe, e assim se inclui a sua dor na dor geral do mundo.

No lado direito o pintor coloca a cena da crucificação e a Árvore da Morte em tons mais escuros e austeros, uma bi-po-laridade que o título do filme exemplifica (assim como o título do livro de Michael Francis Gibson em que se inspira).

Não sei se se pode falar de um género mas lembro vários filmes recentes que se prendem muito intimamente a um qua-dro ou a um pintor. Será uma moda? É o caso de Nightwatching, de Peter Gree-naway (que trata do poderio espanhol sobre os holandeses), ou mesmo de The Draughtsman’s Contract, do mesmo autor, exemplar na sua arrogância e beleza de trajes, provavelmente excêntrico a esta conversa mas cuja extravagância merece, pelo menos, a atenção de uma amável re-ferência.

Muitos outros, mais antigos ou recen-tes mostram o mesmo gosto. Há vários filmes sobre Van Gogh ou Rembrandt.

Caravaggio, de Derek Jarman, muito recentemente aqui elogiado nesta pági-na, é outro exemplo. Nele os claros e os escuros quase escondem - mas preferen-cialmente mostram - como o perfume do sexo, do dinheiro e do poder exerciam a sua atracção tóxica de modo semelhante nos séculos de quinhentos e seiscentos como nos de agora. Também se centra muito na “construção” dos seus quadros e na relação física entre o criador e os ac-tores/modelos.

O conto de Lajewski não excita, no entanto, as tortuosidades do nosso barro-co ou rocaille interior. Podemos, no en-tanto, avisar que em todos eles, como se-ria de esperar dadas as suas temáticas, os seus autores escolheram dedicar especial atenção ao trabalho da cor e da luz, as de The Draughtsman’s Contract particularmente atraentes e sensuais. De Młyn i Krzyż, que trata uma cena pia, seria porventura im-pudico esperar avanços cromáticos que acompanhassem o picante do filme de Greenaway.

Outro filme que recentemente reco-lheu bastante aplauso no Festival de Ci-nema de Cannes, que ainda não vi, e que se inclina perante um grande pintor é Mr. Turner, de Mike Leigh. Como admirador confesso de alguns filmes de Leigh e da obra de Turner, espero com ansiedade as escolhas daquele na representação da vida deste.

“DEPOIS DE TANTOS

FILMES PATETAS

SOBRE CRISTO ESTE,

QUE SE CENTRA NA

CRUCIFICAÇÃO, RECUSA

MOSTRÁ-LO”

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hoje macau terça-feira 15.7.201414 h

E M Junho de 1979 no Hotel Pequim, então o melhor e mais luxuoso hotel da capital chinesa, conheci através do

meu amigo brasileiro Jayme Martins que trabalhava há já uma dúzia de anos na Rádio Pequim, conheci, dizia, Ri-cardo Joppert, na época e ainda hoje um dos poucos grandes sinólogos bra-sileiros.

Ricardo Joppert nasceu em 1942, apaixonou-se pela China ainda criança e começou a estudar chinês com seis anos de idade. Aos quinze ganhou um con-curso na Televisão Tupi cujo tema para os concorrentes era o conhecimento das coisas chinesas. De imediato, o menino prodígio foi convidado a visitar Taiwan, a Formosa, a República da China nacio-nalista e capitalista, do generalíssimo Chiang Kai-shek, Na época, Taiwan era a única China a ter relações diplo-máticas com o Brasil. Dessa viagem, em 1957, resultou da pena do jovem Ricar-do Joppert um ora sábio, ora ingénuo livrinho intitulado A China é sempre Formosa. Em 1978, Joppert publicou um novo livro, O Alicerce Cultural da China, um bem elaborado e documen-tado estudo sobre a China Antiga que chamou a atenção dos serviços culturais da embaixada da República Popular da China, já então a funcionar em Brasí-lia, em substituição do relacionamento institucional com os nacionalistas de Chiang Kai-shek. Os diplomatas co-munistas decidiram convidar Ricardo

EM TAIWAN, A CHINA TAMBÉM É FORMOSA

António GrAçA de Abreu

Joppert a visitar Pequim e Xangai. Na capital, alojaram-no, não por acaso, na ala ocidental do Hotel Pequim, no 12º. andar, o piso mais elevado, com uma vista de extasiar, de estarrecer sobre o Palácio Imperial e a Praça Tian’anmen, ali a 400 metros de distância.

Joppert confessava-me nesse iní-cio de Verão de 1979 que se levantava todas as manhãs com o nascer do sol, sentava-se na varanda do seu quarto e deixava-se ali ficar subjugado pela mag-nificência dos espaços – há sete séculos o coração da China –, e bebia com os olhos o faiscar dos telhados amarelos, os tons púrpura dos pavilhões, a cor es-carlate dos muros imperiais e, na ave-nida Chang’an e em Tian’anmen, con-templava o rolar dos milhares de bici-cletas, sentia o sangue dos homens a circular por dentro de Pequim. Ricardo Joppert rejuvenescia, imerso por bem dentro da China de sempre, a sua Chi-na, a crescer todos os dias. De regres-so ao Brasil, continuou trabalhando na área da cultura chinesa, com aulas no Rio de Janeiro e em Paris, e com no-vos livros, sobretudo sobre a filosofia e a pintura da dinastia Song (960-1279). Nos vários encontros posteriores com Ricardo Joppert, aqui em Lisboa, o meu amigo brasileiro falou-me sempre com enorme admiração de Taiwan, a sua sempre ilha Formosa. E também da sua inesquecível primeira passagem por Pequim que o reconciliou com a China Popular e com o mundo.

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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 353/AI/2014

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor 黃金中(portador do passaporte da RPC n.° G56373xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 110/DI-AI/2012, de 20.10.2012, levantado pela DST e por despacho da signatária de 05.05.2014, exarado no Relatório n.° 293/DI/2014, de 02.04.2014, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório, por prestação ilegal de alojamento da fracção autónoma situada na Avenida Dr. Sun Yat Sen (Taipa) n.° 155, Treasure Garden, 9.° andar L. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. -----------------------------------------------------------------------A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 1 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. ---------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ----------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 3 de Julho de 2014.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 354/AI/2014

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor 黃金中(portador do passaporte da RPC n.° G56373xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 110.1/DI-AI/2012, de 20.10.2012, levantado pela DST e por despacho da signatária de 05.05.2014, exarado no Relatório n.° 294/DI/2014, de 02.04.2014, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório, por quem angariar pessoa com vista ao seu alojamento na fracção autónoma situada na Avenida Dr. Sun Yat Sen (Taipa) n.° 155, Treasure Garden, 9.° andar L. e utilizada para a prestação ilegal de alojamento. -----------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. -----------------------------------------------------------------------A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 2 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. ---------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ----------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 3 de Julho de 2014.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

“NÃO ERA PRECISO SER MUITO INTELIGENTE,

PARA ADIVINHAR QUE, COM DENG XIAOPING NO

PODER A PARTIR DE NOVEMBRO DE 1978, COM O

SLOGAN “ENRIQUECER É GLORIOSO”, A CHINA

COMUNISTA ESTAVA CONDENADA A APROXIMAR-SE

PROGRESSIVAMENTE DE TAIWAN”

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15 artes, letras e ideiashoje macau terça-feira 15.7.2014

Outra história. Nesse ano de 1979, começaram a ser um estrondoso su-cesso por toda a China comunista as canções de Deng Lijun邓丽君 (Teresa Teng), cantora famosa de Taiwan que, curiosamente, embora fosse originária da província de Hebei, tinha o mesmo nome de família de Deng Xiaoping邓小平, nascido na província de Sichuan. Ambos eram Deng 邓, com antepassa-dos hakka, um dos ramos dos han, pu-ros chineses. Os camaradas mais jovens que comigo trabalhavam nas Edições de Pequim em Línguas Estrangeiras, os estudantes da Faculdade de Línguas Estrangeiras faziam cópias de cassetes, às centenas, dos sucessos de Deng Li-jun, canções delicodoces, de amor, do simples prazer de amar e ser amado, do gosto saudável pelos prazeres da vida. Logo na altura disse aos meus confra-des de trabalho, aos meus alunos, mais ou menos isto: “Os valores de Taiwan começam a entrar, vocês já olham com simpatia para Taiwan, a China comu-nista vai mudar.” Não era preciso ser muito inteligente, nem bruxo para adivinhar que, com Deng Xiaoping no poder a partir de Novembro de 1978, com o slogan “enriquecer é glorioso”, com a Deng Lijun a cantar, a China comunista estava condenada a aproxi-mar-se progressivamente de Taiwan, da China nacionalista e capitalista.

Trinta e seis anos de vida e viagens na China Popular, mais Macau e Hong Kong jamais me haviam levado a atra-vessar o estreito da Formosa e a aterrar em Taiwan.

Recordo que em 1979 e 1980, nas duas primeiras idas a Macau, desde Pe-quim onde trabalhava e vivia, pensei em voar para Taipé. Era fácil, a partir de Hong Kong, hora e meia de avião. Mas existiam duas questões graves.

Primeiro, o meu passaporte portu-guês mostrava os bem evidentes carim-bos da estada e das entradas e saídas na República Popular da China, mais Macau e Hong Kong. Em Taiwan, os

polícias de serviço nas fronteiras iriam certamente questionar o pobre portu-guês. O que faz em Pequim? Onde tra-balha? Qual o objectivo da sua viagem a Taiwan? Turismo? Não lhes ia dizer que trabalhava nas Edições de Pequim em Línguas Estrangeiras, a propaganda comunista!... Mesmo sem tais confis-sões, talvez me achassem um espião ao serviço dos bandidos vermelhos, dos comunistas…

Segundo, no regresso a Pequim, à minha casa, seria por certo a vez dos polícias comunistas me fazerem per-guntas dado que os carimbos no passa-porte não iludiam ninguém. Esteve em Taiwan? O que foi lá fazer? Com quem contactou? Não será você um espião ao serviço dos nacionalistas, dos bandidos brancos?

Em Macau, instalado em casa do Jorge Neto Valente – a quem toda a vida agradecerei o acolhimento e ajuda fraterna que deu a este “homem de Pe-quim” nos anos de 1981 e 1982, meio perdido entre a China, Macau e Portu-gal –, não esqueço as conversas sobre Taiwan que tive com ele. O Jorge, a re-sidir há dez anos em Macau já visitara duas ou três vezes a ilha nacionalista, e não manifestava grande entusiasmo so-bre o que vira. Dizia-me que em Hong Kong e no Japão, o capitalismo funcio-nava melhor, com níveis de eficácia que Taiwan não tinha. De qualquer modo, qual o futuro da China? E de Taiwan? Mil hipóteses. Transformar-se-ia a China numa sociedade tipo capitalis-ta moldada pelo sistema de Taiwan, ou, como começava a ser evidente,

num estranho modelo socialista/capi-talista, com a manutenção do Partido Comunista, numa “economia socialista de mercado” implementada por Deng Xiaoping? Conversámos muito. Natu-

“QUANTO DESESPERO,

QUANTOS ÓDIOS,

QUANTA SAUDADE

LATENTE NESSE

MILHÃO DE PESSOAS

QUE EM 1949,

DEPOIS DA DERROTA

NACIONALISTA, SE

REFUGIOU NA FORMOSA”

“QUE CONHEÇO

EU SOBRE TAIWAN

APÓS UMA ESTADIA

CURTA EM TAIPÉ E

ARREDORES? TALVEZ

POSSA APENAS CONTAR

O ENTUSIASMANTE

DESDOBRAR DOS DIAS

DURANTE UMA SEMANA

NA ILHA”

ralmente, não chegámos a nenhuma conclusão.

Hoje, Taiwan, com 36.000 k2 (me-nos de metade da superfície de Portu-gal) e 23 milhões de habitantes, com um rendimento per capita de 41.581 dólares norte-americanos contra os 10.253 dólares da República Popular da China (dados de 2013), continuará a ser objecto de cuidado estudo.

Faltava-me ir a Taiwan, para “ver claramente visto”, para tentar enten-der. Aconteceu por fim em Junho de 2013, com a estadia de uma semana em Taipé e arredores. O que dizer, o que escrever sobre esta mesma/outra China, com gentes igualmente han, mas desde 1949 com um modo dife-rente de viver, as gerações mais velhas marcadas pelo sangrento conflito que opôs nacionalistas de Chiang Kai--shek e comunistas de Mao Zedong? Quanto desespero, quantos ódios, quanta saudade latente nesse milhão de pessoas que em 1949, depois da derrota nacionalista, se refugiou na Formosa, sob a protecção militar dos EUA, com os norte-americanos sem-pre preocupados em impedir o cresci-mento do comunismo na Ásia!

E as gerações mais jovens que não exaltam o redundante recordar do pas-sado, quem são, como pensam, como alicerçam o seu dia a dia e avançam para o futuro?

Que conheço eu sobre Taiwan após uma estadia curta em Taipé e arredo-res? Talvez possa apenas contar o en-tusiasmante desdobrar dos dias durante uma semana na ilha.

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16 EVENTOS hoje macau terça-feira 15.7.2014

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

JOSEPH ANTON • Salman Rushdie

No dia 14 de Fevereiro de 1989, Dia dos Namorados, Salman recebeu um telefonema de uma jornalista da BBC a dizer-lhe que fora “condenado à morte” pelo aiatola Khomeini. Era a primeira vez que ouvia a palavra fatwa. O seu crime? Ter escrito um romance intitulado Os Versículos Satânicos,

que era acusado de ser «contra o Islão, o Profeta e o Alcorão». Assim começa a extraordinária história de um escritor obrigado a passar à clandestinidade, mudando de casa para casa, com a presença cons-tante de uma equipa de protecção policial armada. Pediram-lhe que escolhesse um pseudónimo pelo

qual a polícia pudesse tratá-lo. Ele pensou nos escritores de que mais gostava e em combinações dos seus nomes; ocorreram-lhe então Conrad e Tchékhov - Joseph Anton. Como vivem um escritor e a sua família com a ameaça de assassínio durante mais de nove anos? Como continua ele a trabalhar? Como se apaixona

e desapaixona? Como é que o de-sespero molda os seus pensamentos e acções, como e porquê tropeça, como aprende a ripostar? Nestas notáveis memórias, Rushdie narra pela primeira vez essa história: a his-tória de uma das batalhas cruciais do nosso tempo pela liberdade de ex-pressão. Fala das realidades, umas

vezes sinistras, outras cómicas, da coabitação com polícias armados e dos estreitos laços que se forjaram com os seus protectores; da sua luta para obter o apoio e a compreensão de governos, chefes de serviços de informações, editores, jornalistas e colegas escritores; e de como recuperou a liberdade.

O 6º Festival de Anime de Shenzhen terá lugar no Centro de Conven-ções e Exposições de

Shenzhen entre 16 e 20 de Julho. O IC organiza, mais uma vez, a participação no evento de entidades locais que se dedicam à indústria de

O Museu de Arte de Macau, apresenta a exposição “A Idade da Colheita - Pintu-

ras e Caligrafias de Au Ho-Nien” até ao dia 31 de Agosto.

A mostra exibe um total de 80 pinturas e caligrafias de Au Ho-Nien, um pintor da Escola de Lingnan. Os trabalhos são representativos dos diferentes períodos deste artista, de forma a revelar a sua cultura artística, revela a organização.

Au Ho-Nien pertence à terceira geração da Escola de Pintura de Lingnan. Nasceu em 1935, na al-

Os perigos das novas drogas psicotrópicasO projecto Be Cool vai promover uma palestra sobre o “Consumo de Substâncias Ilícitas (Novas Substâncias Psicotrópicas) – sinais e sintomas do abuso de drogas” no dia 17 de Julho, pelas 19:00 horas. Este seminário pretende alertar para os perigos relacionados com o consumo de droga na adolescência e vai incidir especialmente sobre os sinais e sintomas do abuso de novas drogas psicotrópicas como o DMT, MDPV, K2 e ‘khat’, explica a organização no seu comunicado. Dirigido por Kay Chang, do Departamento de Psicologia da Faculdade de Ciências da UM e membro da Associação de Profissionais Especializados em Tratamento de Dependências de Hong Kong (HKAPSAC) e por Filipa Freire, psicóloga e coordenadora do projecto, o evento tem entrada livre.

OM Sonsdo Novo MundoA Orquestra de Macau (OM), sob a égide do Instituto Cultural, encerra a sua temporada 2013-2014 com o concerto “Sons do Novo Mundo”, integrado no Ciclo de Concertos de Câmara, a ter lugar no dia 19 de Julho, pelas 20:00 horas, no Teatro Dom Pedro V. Neste concerto dirigido pelo maestro assistente Francis Kan, a orquestra vai apresentar obras americanas, incluindo ‘Porgy and Bess’ de Gershwin, ‘West Side Story para Quinteto de Metais’ e ainda as obras de Ives e Copland, que são conhecidos como os mais famosos compositores dos EUA, de acordo com a organização. Os bilhetes custam entre 60 e 80 patacas.

O Festival de Anime de Shenzhen, que pretende atrair profissionais de todo o mundo, realiza-se anualmente no Verão desde 2009, tendo-se tornado no maior evento na área da banda desenhada e de animação da cidade

BD 6º FESTIVAL DE ANIME DE SHENZHEN

Animação local marca presença

banda desenhada e animação, insta-lando aí o “Pavilhão de Criatividade de Macau” destinado a mostrar o desenvolvimento desta indústria em Macau. A participação irá ajudar a promover marcas, a fortalecer o intercâmbio de profissionais do sector e a encorajar a cooperação

regional, realça o comunicado de imprensa.

O Pavilhão de Criatividade de Macau irá albergar 11 expositores, nomeadamente Master Club Toy & Gift Shop, Publicação Chun Man Lda., Estúdio Maple, Force Publicações Sociedade Unipessoal Limitada, Porta Criativa Mundo de Animação 3D, Terra dos Desenho Animado, Choo Choo Companhia Cultural e Criativa Limitada, Sociedade Hyper Comics, Asso-ciação de Comickers de Macau, Yoilo Companhia de Animação e Comunicação Limitada e Com-panhia de Estúdio de Animação Morpheus Limitada. Os partici-pantes de Macau irão exibir vídeos de animação originais, aplicações

MAM PINTURAS E CALIGRAFIAS DE AU HO-NIEN”

A Idade Da Colheitadeia de Bopu, distrito de Maoming na província de Guangdong, e foi para Hong Kong quando era ainda jovem. Aos 17 anos, estudou sob a supervisão do pintor Zhao Shao, vindo depois a criar um estilo próprio. Au estabeleceu-se em Taiwan em 1970, e leccionou no Departamento de Belas-Artes da

Universidade de Cultura Chinesa durante 40 anos. Desde 2001, é professor no Instituto de Estudos Superiores de Belas-Artes da Uni-versidade Nacional de Belas-Artes de Taiwan.

Ao longo das décadas, tem sido convidado para expor os seus tra-balhos em todo o mundo, e é muito

apreciado nos círculos artísticos internacionais, ainda segundo a organização.

O artista dedica-se à pintura chinesa, mas trabalha também em caligrafia e poesia. Segundo o mesmo, a pintura chinesa devia ter um estilo nacional único e basear--se nos antigos mestres seguindo os ideais humanistas. Este tipo de método criativo, baseado em elementos locais a que se junta a teoria Ocidental, enriquece a expressão da pintura Chinesa e permite explorar novos caminhos artísticos na Escola de Pintura de Lingnan, sublinha o MAM.

para telemóveis, ilustrações, revis-tas de banda desenhada e produtos de banda desenhada e animação.

O Festival de Anime de Shen-zhen, que pretende atrair profissio-nais de todo o mundo, está este ano subordinado ao tema “Estação de Sonhos de Banda Desenhada e Ani-mação”. A edição divide-se em Área Experimental, Área de Exposições e Área de Actividades. A organização espera que este evento possa enri-quecer a vida cultural dos jovens no Verão, estabelecer uma plataforma para empresas do sector apresen-tarem os seus produtos, fazer a ligação entre cadeias industriais e promover a troca de informação e transacções comerciais, finaliza a nota da organização.

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TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 28 MAX 33 HUM 65-95% • EURO 10.8 BAHT 0.2 YUAN 1.2

ACONTECEU HOJE 15 DE JULHO

Pu Yi

LÍNGUADE gATO

Nasce Rembrandt,morre Anton Tchekhov• Dois grandes nomes das Artes recordam-se neste dia 15 de Julho: o pintor holandês Rembrandt, que nasce em 1606, e o escritor e dramaturgo russo Anton Tchekhov, que morre em 1904.Rembrandt nasceu em Leida, a 15 de Julho de 1606, foi um pintor holandês, considerado um dos maiores nomes da história da arte mundial e o mais importante do seu país. É considerado, por alguns, como o maior pintor de todos os tempos, criando obras num período denominado pelos historiadores de ‘Século de Ouro da Holanda’.Atingiu sucesso na juventude a pintar retratos e ao longo de 20 anos deu aulas aos mais importantes pintores holan-deses. Os grandes trabalhos de Rembrandt são sobretudo retratos de personalidades contemporâneas, auto-retratos e ilustrações bíblicas.Em virtude da sua empatia pela condição humana, Rembran-dt foi chamado “um dos grandes profetas da civilização”. Viria a morrer em Amesterdão, no dia 4 de Outubro de 1669. Os últimos anos da vida de Rembrandt foram marcados por enormes problemas pessoais e muitas dificuldades financeiras. A sua obra perdura.Anton Tchekhov morre neste dia, no ano de 1904. Médico, dramaturgo e escritor russo, foi considerado um dos maiores contistas de todos os tempos. Na carreira de dramaturgo, criou quatro clássicos e contos que foram aclamados por escritores e críticos.Durante a sua carreira literária, Tchekhov foi médico. Escreveu que a medicina era a sua “legítima esposa”, enquanto a literatura era “apenas a amante”.Tcheckhov renunciou do teatro e deixou de escrever obras teatrais depois de ‘A Gaivota’, obra que não foi bem acolhida, em 1896, mas que depois de reencenada, em 1898, viria a ser aclamada, transformando-se num símbolo para actores e para o público.Em Maio de 1904, a tuberculose de Tchekhov alcançou um estado terminal. Viria a morrer a 15 de julho desse ano.

hoje macau terça-feira 15.7.2014 (F)UTILIDADES 17

U M L I V R O H O J E

A felicidade chegoude repente Quando os democratas falam em democracia, parece que este conceito - originalmente da Grécia - nunca vai chegar a Macau. Contudo, em Maio, os residentes mostraram mesmo o poder da democracia: saíram da casa e manifestaram-se na rua e fora da Assembleia Legislativa (AL), exigindo que fosse retirada a proposta do Regime de Garantias do plenário. Esta acção não foi apenas considerada uma vitória dos residentes de Macau, mas também foi considerada como a vitória da democracia. Na AL, embora haja mais empresários do que operários, os empresários dizem sempre que o número de patrões ainda é muito menor do que o de operários. Por isso, consideram que a sua voz fica sempre escondida. Seja como for, a proposta de lei pode não ter sido desaprovada pelos deputados, mas foi desaprovada pelos residentes. Em Macau, a televisão pública alegadamente “não poderia publicar notícias com elementos demasiado democratas”, disse uma antiga jornalista da televisão pública e actualmente independente. Contudo, um programa na TVB, televisão de Hong Kong, fez questão de mostrar a manifestação de Maio em Macau. A situação é assim, não é preciso contar mais. Sabemos que o caminho de democracia ainda não tem muito espaço em Macau. Podemos avançar, ainda que fase a fase. Mesmo que tenhamos conseguido retirar a proposta de lei da AL em Maio, ainda vão haver mais propostas que serão contra a vontade dos residentes locais. Não há ainda a conclusão de que já somos uma sociedade democrata, mas vamos avançando... Pelo menos já temos um início. A felicidade chegou de repente, porque antes ninguém acreditava que os residentes de Macau saíssem à rua, para demonstrar o quanto estavam zangados com o Governo. Então, vamos lutar pela nossa felicidade sempre, continuar a pedir mais direitos e que os empresários sejam a voz que menos se ouve na sociedade.

VISTO DO CÉU(ALICE SEBOLD, 2002)

Um livro dramático, cuja história é descrita por Susie, uma adolescente que está morta e que vê a vida dos que ama continuar a desenrolar-se. Su-sie conta-nos, do céu, como foi violada, morta e brutalmente tratada mesmo após a sua morte, para descrever que as aparências, por vezes, são mesmo enganadoras. Alice Sebold foi, ela própria, vítima de uma violação – que descreveu a situação no seu primeiro livro, um relato auto-biográfico – e este é o primeiro romance da autora. A vida, a morte, o

perdão e a vingança descritos em palavras num livro que está adaptado tanto a adultos, como adolescentes. - Joana Freitas

C I N E M ACineteatro

SALA 1THE TALE OFTHE PRINCESS KAGUYA [A]FALADO EM CANTONÊSUm filme de: Isao Takahata14.15

HUNGRY GHOST RITUAL [C]Um filme de: Nick CheungCom: Nick Cheung, Annie Liu, Carrie Ng16.45, 18.15, 19.45, 21.30

SALA 2TRANSFORMERS: AGE OF EXTINCTION [B]Um filme de: Michael BayCom: Mark Wahlberg, Nicola Peltz, Jack Reynor, Li Bingbing14.30, 21.00

TRANSFORMERS: AGE OF EXTINCTION [3D] [B]Um filme de: Michael Bay

Com: Mark Wahlberg, Nicola Peltz, Jack Reynor, Li Bingbing18.00

SALA 3HOW TO TRAIN YOUR DRAGON [A]FALADO EM CANTONÊSUm filme de: Dean DeBlois14.15, 16.00, 19.30

HOW TO TRAIN YOUR DRAGON [3D] [A]FALADO EM CANTONÊSUm filme de: Dean DeBlois17.45

THE TALE OFTHE PRINCESS KAGUYA [A]FALADO EM CANTONÊSUm filme de: Isao Takahata21.00

THE TALE OF THE PRINCESS KAGUYA

João Corvo fonte da inveja

Difícil humanidade: Um objecto redondo é conforme à mão. Contudo, preferimos a arte de o tratar com os pés.

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18 hoje macau terça-feira 15.7.2014

cartoon por Stephff O ÚLTIMO TANGO

A França desde cedo entendeu as novas dinâmicas geopolíticas e desafios geo-económicos desde o dealbar do novo milénio e tem apostado forte nas suas redes de influência e informações além-mar com enfoque nas relações China - Espaço lusófono. Paris teme perder influência em África e vê-se ameaçada pela China no reforço das parcerias trilaterais com Portugal e os PALOPS.

N A aurora do século XXI a República Popular da Chi-na (RPC) lança uma nova estratégia de cooperação bi-multilateral com África, imbuída de uma nova vi-são, tem em conta a corrida aos recursos energéticos e naturais necessários para alimentar a indústria,

apoiar a maritimização crescente da China e aumentar a influência geopolítica sobre regiões de grande valor geoestratégico e sob estes desígnios criou-se o Fórum para a Cooperação China-África para o desen-volvimento Económico e Social.

A então recém constituída Região Ad-ministrativa Especial de Macau (RAEM) demora menos de três anos para afinar uma orientação estratégica clara, momento em que nasce o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de

o monóculo, a pena e a espadaVITÓRIO ROSÁRIO CARDOSO*

*Membro da Associação de Jovens Auditorespara a Defesa, Segurança e Cidadania de Portugal

(DECIDE Portugal)

A França e o “perigo amarelo”

“Hoje, a força da lusofonia global é transladadapara o Índico e o Pacífico via o antigo eixo Macau - -Timor-Leste, e podemos prever que Parisesteja no mínimo emalerta amarelo...”

Macau) que transformaria o antigo enclave português numa plataforma privilegiada para reforçar os laços entre a RPC e o mundo lusófono, que tem uma dimensão global.

Um relatório da Chatham House afirmara que a RPC nos anos de 2006 a 2008 teria aumentado as exportações para África de 26,7 mil milhões de dólares para quase o dobro, na casa dos 49,8 mil milhões de dó-lares enquanto que a França transaccionaria no mesmo período cerca de 26,3 mil milhões de dólares, aumentando para os 38,5 mil milhões. A nível das importações, a China mais uma vez iria dobrar os valores, de 28 mil milhões de dólares para os 56,8 mil milhões, não conseguindo a França seguir a parada, dos iniciais 24,8 mil milhões de usd de produtos importados de África para os 38,8 mil milhões usd.

A China que tem mantido um forte rela-cionamento com os PALOP’s que partilham a esfera de influência francesa tais como Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, este último via Sinopec, ou Angola e Moçambique, por serem naturais colossos regionais que podem influenciar directamen-te os países francófonos da África Austral, tem elevado a preocupação e soado alarme de Paris, pela França poder estar a perder quota de mercado e de acesso aos recursos naturais, energéticos e enfraquecida na capacidade de influência política junto das lideranças africanas, para os chineses.

No ano de 2006, a inteligência francesa, nomeadamente a Direcção Geral de Seguran-

ça Externa (DGSE), efectua um levantamen-to total sobre as actividades político-diplo-máticas, económico-comerciais, culturais e militares da China em África e faz circular o documento intitulado “Perigo Chinês” pelos ministérios da Defesa, da Economia,

do Interior e dos Negócios Estrangeiros da França. No mesmo ano, em Setembro, repre-sentantes diplomáticos franceses em Hong Kong abordam directamente as autoridades chinesas com responsabilidades também na cooperação no âmbito China-África com o objectivo de entender melhor a dinâmica deste sistema de cooperação, além da reali-zação do assessment às conclusões e acordos até então firmados.

A França não descura os laços com per-sonalidades pivot no espaço da lusofonia, incluindo em Macau, além de ciente que não pode desperdiçar o activo estratégico representado pelos seus cidadãos em posi-ções nevrálgicas e nas redes de influência em postos chave no terreno.

Segundo um artigo de Don Melvin e Elaine Ganley da Associate Press, intitulado “A França a perder África para a China”, revelou-se que na última década a presen-ça chinesa em África constituiu-se numa preocupação constante para os interesses e pretensões gaulesas, mas por outro lado também a França passou a adoptar uma estratégia em tudo semelhante à da China, sinalizando todas as obras de cooperação no sector das infra-estruturas, ou na criação de indústrias locais, sempre com um “fabricado ou realizado pela França”.

Em 2010 Nicholas Sarkozy organiza a 25ª Cimeira França-África para tentar relançar a cooperação sob capa ou auspí-cios da União Europeia, entretanto nomeia para Lisboa o embaixador Pascal Teixeira da Silva, lusodescendente e ex-Director da DGSE. Em 2013 François Hollande nomeia o embaixador Christophe Bigot para o cargo de director de estratégia da DGSE, que esteve em postos no Médio Oriente, ONU, e no Ministério dirigiu os Serviços das regiões da África Austral e do Oceano Índico. Já o anterior director da Alliance Française em Macau, Pascal Casanova, radicado na Região há décadas e testemunha privilegiado da evolução da RAEM, dominando na perfeição a Língua Portuguesa e enraizado na cultura e socie-dade locais. Os responsáveis pelas ins-tituições francesas e os seus agentes de influência em Macau e na grande China terão sempre uma matriz comum, serem conhecedores profundos de Portugal ou do espaço lusófono e ou ainda da China e de Macau, requisitos que outras potên-cias ocidentais por vezes ignoram e que a França tão bem tem sabido aproveitar em momentos de desespero.

Hoje, a força da lusofonia global é transladada para o Índico e o Pacífico via o antigo eixo Macau - Timor-Leste, e podemos prever que Paris esteja no mínimo em alerta amarelo, agora para o Governo Central da RPC nada disto será novidade.

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OPINIÃO

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19 opinião

a outra faceCARLOS MORAIS JOSÉ

hoje macau terça-feira 15.7.2014

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U MA das questões que tei-ma em dançar neste baile da política à Macau é a diversificação económica. Assim, logo para começar, não gosto da designação económica, porque não me parece que recubra a quantidade de actividades que devem estar incluídas

naquilo a que prefiro chamar o tecido pro-dutivo. Aqui, por produtivo não entendo a produção propriamente dita (como os pro-dutos das fábricas), mas todas as actividades que permitem produzir uma sobrevivência.

Claramente, o jogo ocupa um espaço leonino no tecido produtivo de Macau. No entanto, a questão da quantidade de produto interno bruto que vem dos impostos sobre o jogo não significa que, proporcionalmente, a população trabalhe (ou deva trabalhar) nessa mesma indústria. Apesar do peso do jogo e actividades circundantes na economia de Macau, nada obriga a que a população local circule, maioritariamente, nessa área, havendo pois gente com lugar noutras ac-tividades.

Mas quais? Poderá Macau encontrar um nicho de mercado na Grande China? No próprio Sudeste Asiático? Mas então qual poderá ser a saída para a RAEM?

Muito simples e complexo ao mesmo tempo: Macau deve concentrar-se naquilo que tem de único, aproveitando ao máximo as potencialidades que lhe advêm da sua História, Cultura, modo de vida, posição geogáfica e know-how na área da tradução, da multiculturalidade.

Um Macau comercial, com certeza. Voltado para os serviços, mas também com produtos próprios, made in (or created) Macau, relacionados com a gastronomia, com a tradição, com a própria RAEM. Um Macau turístico, com oferta de várias qualidades, do pequeno hotel romântico ao grande centro de convenções, do circuito gaming à rota do património. Um Macau que tem de aproveitar ao máximo as mil e uma histórias que a História lhe proporcionou, com cada episódio a ser transformado num produto turístico de diferenciada qualidade.

Todas as actividades que podem abrir a partir de agora na área do turismo, geridas pela população local, não podem obviamente concorrer pelo mesmo mercado que os gran-des hotéis e casinos. Pelo contrário, pode e deve existir uma aposta cada vez maior na pequena loja, no pequeno restaurante, de tipo familiar, cujos lucros são suficientes para sustentar uma família e onde cada membro encontra uma função. Esta não será, é claro, o único nem o mais importante caminho. Mas é uma via interessante, eventualmente

Uma visão

A RAEM tem em si mesma as qualidades que lhe bastam para engendrar um futuro melhor para todos os seus cidadãos

produtiva e capaz de coexistir bem com o património, até porque se trata de algo que tradicionalmente por aqui existe.

Os produtos made in Macau podem ser destinados ao mercado interno, aos turistas, e ao mesmo tempo abrir para a Grande China e outros destinos. Só que para isso a RAEM precisa de ter algo em plena actividade: massa cinzenta.

Sendo um histórico ponto de encontro Ocidente/Oriente (sabiam que foi em Ma-cau que foi impresso, nesta zona do mundo, o primeiro livro à la Guttenberg? e o pri-meiro jornal moderno da China), existe aqui uma tradição de estudo transcultural que, infelizmente, não tem sido desenvolvida e aproveitada cabalmente.

Na verdade, uma das áreas que Ma-cau deveria furiosamente desenvolver prende-se com a educação universitária e politécnica. A RAEM deveria dotar-se com infraestruturas técnicas e científicas, nas mais diversas áreas, e fundamentalmente com excelentes recursos humanos vindos das mais diversas origens, atendendo a critérios de excelsa qualidade e reconhe-cimento, que fizessem desta cidade uma

referência obrigatória no circuito intelectual da Ásia, na medida em que aqui ensinariam referências incontornáveis da investigação contemporânea.

Macau, centro de saber transcultural, recuperando uma tradição de outros séculos, quando esta cidade apresentava uma metade do mundo à outra. Macau, portanto, à procura de uma vanguarda que já foi e pode hoje, perfeitamente, voltar a ser, em grande parte graças às actuais condições económicas.

A existência deste tipo de situação permitiria uma visão identitária, no míni-mo, interessante. Uma cidade de um novo Renascimento que se anuncia, potenciada não por mecenas mas pelo jogo, capaz de viver e pensar o século XXI. Uma cidade

na qual a força expressiva dos caracteres rasgam o formalismo do design europeu. Onde as perspectivas perdem o etnocen-trismo por uma questão na verdade topo-lógica, fundada nas práticas históricas e num vago mas confortável presente. Este pano de fundo erudito e criativo teria uma influência directa nos produtos made in Macau, criaria outros novos e, sobretudo, proporcionaria um ambiente propício à inovação e ao trabalho.

Macau como cidade de artistas, criati-vos, investigadores, cientistas, com algo a dizer na pintura chinesa, na moda, nos estudos transculturais, nos novos modos e saberes do mundo globalizado.

Na realidade, Macau não precisa de procurar no exterior qualquer resposta para decidir sobre o seu futuro. Existe aqui a potencialidade suficiente para saber atrair o que precisamos, como sempre se fez ao longo da História.

Esta é só uma visão. Haverá outras, muitas outras A RAEM tem em si mesma as qualidades que lhe bastam para engendrar um futuro melhor para todos os seus cidadãos. Assim queiram estes e os seus líderes.

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hoje macau terça-feira 15.7.2014

O novo presidente do Conselho de Adminis-tração da Companhia de

Electricidade de Macau (CEM), eleito ontem em Assembleia Geral de Accionistas, é Xu Kaicheng, actual presidente do Conselho de Administração do grupo Nam Kwong.

A Nam Kwong é actualmente a maior accionista da companhia

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) acolheu,

durante a semana passada, 3500 turistas dos Estados Unidos e da Austrália, no âmbito do turismo de incentivos planeado pelo Governo.

Neste momento, um dos principais focos do Governo é o turismo de negócios, que tem vindo a ser desenvolvido através da diversificação turística, que inclui a organização de conferên-cias e exposições no território. As pessoas deslocam-se a Macau e recebem regalias e benefícios económicos. Recorde-se o polé-

mico caso dos casamentos india-nos, sobre os quais o deputado José Pereira Coutinho interpelou o Governo, questionando o volume de erário público gasto neste tipo de actividades, em que o enfoque recai sobre turistas estrangeiros.

Em comunicado, a DST afirma que o número de turistas em Macau tem aumentado ex-ponencialmente, tendo-se fixado nos 12,9 milhões de visitantes só durante os primeiros cinco meses deste ano, o que se traduz num aumento de 8,8% relativamente ao período homólogo de 2013.

CEM MEMBROS DA NAM KWONG NA DIRECÇÃO

Presidente a dobrar

Turismo Plano de incentivos traz milhares

de electricidade, tendo pago 4,7 milhões de dólares de Hong Kong à Sino-French Develop-ment para ficar com 42,2% da companhia.

O novo presidente da CEM vai estar lado a lado com Bernie Leong, que ocupa o cargo de presidente da Comissão Execu-tiva. Bernie Leong é membro da Comissão Executiva da CEM desde 2007 e foi Director de Despacho da Rede de Energia Eléctrica em 1991.

Segundo informou em co-municado à imprensa a adminis-tração da CEM, um outro novo membro foi eleito. Shi Yulin, também membro do grupo Nam Kwong que exerce funções há vários anos no Departamento Financeiro e no Departamento de Gestão de Activos.

O grupo da China está dis-perso em múltiplos negócios por Macau, como é o caso das duas operadoras de autocarros de Macau, Nova Era e TCM, gás natural, importação de alimentos e outros.

O novo presidente foi indica-do pela portuguesa EDP. – HM

Xu Kaicheng