Hoje Macau 19 JUL 2011 #2413

Orçamento do Governo

MAIS 3600 MILHÕES PARA CONSEGUIR

ANDAR• PÁGINA 5

hoje

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006PUB

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MOP$10macau

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FEIRA 19 DE JULHO DE 2011 • ANO X • Nº 2413

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 31 HUMIDADE 60-95% • CÂMBIOS EURO 11.3 BAHT 0.3 YUAN 1.2

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Um problema, dois processosChan Mun Cheong, membro do Colégio Eleitoral para Eleição do Chefe do Executivo, líder dos técnicos da Administração Pública e chefe de Divisão do Politécnico, está a responder por dois processos, depois de alegadamente ter agredido um agente da Polícia Judiciária na noite. Além do processo-crime, o IPM instaurou-lhe uma acção disciplinar. > PÁGINA 4

Membro do Colégio Eleitoral constituído arguido por agressão a agente da PJ

Ter para ler

Pais de alunos das escolas oficiais da RAEM acusam a DSEJ de dar aulas de Língua Portuguesa só para preencher o horário. Professores queixam-se do excesso de trabalho e reconhecem que os estudantes acabam por aprender muito pouco. > Página 6

Portuguêsnas ruas

da amargura

Antigo Hotel Estoril

QUEM ÉO PAI DESTACRIANÇA?

• PÁGINA 7

TERÇA-FEIRA 19.7.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

PREÇOS DAS CASAS COMEÇAM A CAIRMais cidades da China registaram em Junho uma quebra ou estagnação nos preços do imobiliário, o que indicia que as medidas lançadas pelo Governo para arrefecer o mercado podem ter começado a surtir efeito. De acordo com dados oficiais, em 26 das 70 maiores cidades, os preços de casas novas baixaram ou mantiveram-se inalterados face ao mês anterior. Em Maio, num estudo idêntico, os preços do imobiliário baixaram ou mantiveram inalterados em apenas 20 cidades.

DESMORONAMENTODE TÚNEL ENCURRALA 12 Doze pessoas ficaram presas na manhã de ontem na sequência de um desmoronamento de um túnel em construção na cidade costeira de Dalian. As equipas de salvamento enviadas para o local estabeleceram contacto com as 12 pessoas, estando já em curso as operações de resgate. Não há relatos de feridos.

BUSCAS DE 21 MINEIROS ABANDONADASOs socorristas que tentavam encontrar 21 mineiros bloqueados por uma inundação numa mina do sudoeste da China abandonaram as operações por considerarem que é “muito provável” que estejam mortos. A mina de carvão da província de Guizhou foi inundada a 2 de Julho, impedindo 23 mineiros de voltarem à superfície. As equipas de resgate encontraram dois corpos. A agência oficial chinesa Xinhua referiu que as equipas de socorro abandonaram as buscas no sábado. Peritos consideraram que a zona onde os trabalhadores se encontravam terá ficado completamente submersa e os mineiros não podem ter sobrevivido.

A primeira auto-estrada no sudoeste do Tibete, de

37,8 quilómetros de extensão e quatro vias que une a capital tibetana, Lhasa, e o aeroporto de Gonggar, no distrito de Shannan, foi inaugurada no fim-de-semana pelo vice--presidente chinês, Xi Jinping.

O político, apontado como o próximo presidente da China, deslocou-se ao Tibete para cele-brar os 60 anos da “libertação pacífica” da região. Os turistas nacionais e os estrangeiros que possuam autorização para viajar para o Tibete podem agora efectuar o percurso entre o aeroporto e a capital em 30 minutos, evitando a passagens pelas estradas habitualmente inundadas devido ao degelo do Verão.

O percurso é gratuito, a estrada está toda iluminada com recurso a painéis solares e foi construída em dois anos, 11 meses menos do que o

previsto, e permite circular a uma velocidade de 120 quilómetros por hora.

Actualmente, mais de 80% das localidades tibetanas têm acesso a uma rede de estradas de 58.200 quilómetros e a pri-meira auto estrada, de 2413 quilómetros, ligou a região à província vizinha de Sichuan, tendo provocado inúmeros mortos durante a sua constru-ção devido ao frio e desastres naturais, tal como aconteceu quando foi construída a estrada entre o Tibete e Qinghai.

Segundo as autoridades chinesas, a ampla rede de transportes terrestres está a mudar a vida dos habitantes na região e em apenas cinco anos, 41 milhões de pessoas, 42% dos quais turistas nacionais, e 180 milhões de toneladas foram transportadas entre Golmud, em Qinghai, e Lhasa, naquela que é a linha mais elevada do mundo e tem 1956 quilómetros.

MUITOS hábitos que são geralmente consideradas como sendo saudá-veis não parecem impedir o au-mento da obesidade entre os jovens

chineses, de acordo com um estudo realizado pela Escola de Medicina da Universidade da Califórnia (USC). O estudo, publicado na edição de Julho do “American Journal of Behavior”, diz que os adolescentes de famílias chinesas de classe alta, que dizem ser fisicamente activos e comer muitos vegetais, são mais propensos a ter excesso de peso.

Este é um dos primeiros estudos realizado por investigadores norte-americanos e determi-na que o excesso de peso entre os adolescentes da China se deve a factores como a duração do sono, a actividade física, a dieta e motivos demográficos. “Os resultados deste estudo sobre jovens chineses sugerem que o peso está pode desempenhar papéis na cultura chinesa diferentes do que em culturas ocidentais”, ex-plicou Janice Ya-Wen Hsu, primeira autora do estudo. “Isso sugere que as influências sobre a obesidade são dependentes da sociedade.”

Segundo o estudo, na China, pais com mais educação e mais dinheiro são mais

NADAR EM MEMÓRIA DE MAOUm total de 1717 pessoas cruzaram a nado o rio Yangtsé para assinalarem o 45.º aniversário do famoso banho que Mao Zedong tomou no mesmo curso de água para demonstrar que estava capaz de governar o país. A prova de natação tem lugar anualmente em Wuhan, a meio do percurso do rio e este ano coincidiu também com a inauguração dos mundiais de natação que decorrem em Xangai, os primeiros campeonatos da modalidade a decorrerem na China. Mao Zedong nadou no Yangtsé a 16 de julho de 1977, com 73 anos, e o fato de banho que utilizou para o banho no rio está em exposição no museu da sua cidade natal, Shaoshan.

PRIMEIRA AUTO-ESTRADA A SUDOESTE

Um Tibetemais acessível

EUA encontram as causas da obesidade entre os jovens chineses

Quanto mais ricos, mais gordos

propensos a ter filhos obesos, enquanto que as mesmas circunstâncias estão relacionadas com um menor índice de massa corporal nos países ocidentais. Os jovens chineses são mais propensos a ter excesso de peso do que as raparigas, quando nos Estados Unidos a tendência não opta por sexo.

As crianças mais novas na China podem ter mais excesso de peso do que as crianças mais velhas. Adolescentes chineses que relataram o consumo frequente de legumes e pouca inges-tão de doces e “fast food” são mais propensos a ter excesso de peso, enquanto que nos EUA

e na Europa, estes alimentos são os principais acusados de provocar excesso de peso. O estudo também constata que a participação frequente em actividades físicas entre os jovens chineses está relacionada com probabilidades maiores de estar acima do peso.

A análise foi baseada em mais de nove mil questionários de estudantes do ensino médio em sete das mais populosas cidades da China: Harbin e Shenyang, no nordeste, Wuhan, na China central, Chengdu e Kun-ming, no sudoeste, e Hangzhou e Qingdao. A amostra incluiu estudantes de classes baixas, médias e altas.

Possíveis explicações para o excesso de peso incluem o facto de que o arroz é um cereal básico na dieta tradicional chinesa e vegetais são frequentemente fritos e refogados. A in-dustrialização e crescimento económico rápido também afectaram as dietas chinesas e os níveis de actividade física. O consumo de alimentos tem aumentado e a “junk food” tornou-se mais facilmente disponível. Por outro lado, a activi-dade física diminuiu na medida em que mais pessoas podem comprar carros, televisores e computadores.


3www.hojemacau.com.mo

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A nomeação extra-oficial dos ovos milenares, típicos da gastrono-

mia chinesa, como a comida mais nojenta do mundo, causou ira no país asiático, obrigando os autores do “estudo” a pedir desculpas e motivando propostas para que este peculiar prato seja incluído na lista de Património Mundial da UNESCO.

Os ovos duros de gema esverde-ada e clara semitransparente e cas-tanha, elaborados durante meses

ARTIGO DA CNN SOBRE O “PEIDAN” PÕE CHINESES EM POLVOROSA

Um ovo, mil discórdiasTípico da gastronomia chinesa, o ovo de mil anos foi nomeado como “a comida mais nojenta do mundo” pelo site CNNGo. Os chineses rebelaram-se contra o modo ocidental de tratar a sua cultural e pedem vingança

sob argila, cal e sal, transformaram--se em involuntários protagonistas de uma forte controvérsia iniciada quando o site “CNNGo” os consi-derou um prato depreciável.

A lista do site considerou a iguaria, que na China normalmente é comida fria e como aperitivo, mais asquerosa que pratos asiáticos como a carne de cão sul-coreana, as tarân-tulas fritas do Camboja e as cigarras cozidas da Tailândia. O artigo foi escrito de maneira bem-humorada, mas não agradou os chineses que, especialmente através da Internet, lançaram uma inusitada campanha em defesa do prato, com mais de 700 mil comentários criticando a lista e os seus autores.

“É um desprezo à nossa cultura, temos que responder para defender a honra de nossa nação”, declarou um internauta num fórum chinês do Yahoo, enquanto empresas fa-bricantes do produto anunciavam

que solicitariam à UNESCO que os ovos sejam declarados Património Mundial Intangível.

“Quando estamos a comer com um estrangeiro, temos que pedi-los sempre”, propôs outro internauta, fortalecendo a onda de críticas que obrigou o “CNNGo” a escrever ou-tro artigo fazendo esclarecimentos e pedindo desculpas. A lista “não tinha a intenção de ofender quem

gosta dos ovos milenares, ou quem não gosta, ou seus fabricantes, ou quem trabalha para produzi-los ou servi-los, e muito menos a cultura chinesa”, destacou no artigo o edi-tor-chefe do site, Andrew Demaria.

“Eu pessoalmente gosto dos ovos, especialmente acompanhados de gengibre no meu restaurante favo-rito de Hong Kong”, considerou em tom conciliador o editor-chefe, consi-

derando “muito infeliz” o facto de o autor do artigo ter recebido insultos e até ameaças de morte “apenas por opinar sobre um ovo”.

Além disso, os internautas chi-neses lançaram na rede social Weibo (similar ao Twitter) uma pesquisa para escolher a “comida ocidental mais nojenta”, na qual as caracoletas franceses lideram a disputa.

Os ovos milenares foram criados, diz a lenda, há 600 anos, quando um chinês descobriu por acaso que os ovos que um pato havia deixado enterrados no barro tinham mudado de cor e sabor. Desde então, ovos de patas, galinhas e codorniz, enterrados e conservados em argila, cal e outras substâncias, tornaram-se entrada dos banquetes servidos em casa-mentos e aniversários.

Já a “lenda negra” diz que es-tes ovos, por seu cheiro forte, são conservados em urina humana ou de animais - e, apesar de ser mais um preconceito contra o alimento, nos últimos meses circularam na Internet notícias que uma aldeia remota da China realmente os preparava assim.

A propósito de promessas. Dia sim, dia não, surge um porta-voz a prometer que a língua portuguesa será mais respeitada e melhor tratada. Está à vista. Só faltam os pagadores de promessas. Helder Fernando, P. 15

Aviso[N.º 808/2011]

Desocupação e demolição de barracaLocal: Barraca da Avenida Marginal do Lam Mau de Macau, n.º 11-02-03-022-001 (assinalado no quadro anexo)

Vimos por esta via notificar o utilizador Ieong Chan Chong, da barraca acima mencionada, e os seus elementos familiares e outras pessoas que, visto que a respectiva barraca se situa numa área para melhoramento da rede viária e do terreno planeado a desenvolver, de acordo com o disposto nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 21.º e no artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 6/93/M, de 15 de Fevereiro, e nos termos do despacho do Presidente do Instituto de Habitação, exarado na Inf. n.º 0521/DAHP/DFH/2011, de 15 de Julho de 2011, o utilizador da barraca acima mencionada deve desocupá-la no prazo de 30 dias, a contar da data de publicação do presente aviso.

Se não desocupar a referida barraca no prazo acima indicado, as acções de desocupação e demolição serão efectuadas, coercivamente, pela entidade competente.

Os indivíduos acima mencionados podem apresentar reclamação ao Presidente do Instituto de Habitação, no prazo de 15 dias, a contar da data de publicação do presente aviso, não tendo a reclamação o efeito suspensivo, nos termos dos artigos 148.º, 149.º e do n.º 2 do artigo 150.º do Código do Procedimento Administrativo aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro.

Os indivíduos acima mencionados podem interpor recurso con-tencioso no Tribunal Administrativo, no prazo de 30 dias, a contar da data de publicação do presente aviso, nos termos do artigo 25.º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M. de 13 de Dezembro.

O PresidenteTam Kuong Man

15 de Julho de 2011


4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Membro do Colégio Eleitoral constituído arguido por agressão a PJ

Uma noite de cabeça perdidaGonçalo Lobo [email protected]

A história reveste-se de con-tornos ainda por explicar, mas por agora já há uma confirmação. O Hoje Ma-

cau apurou que o Chefe de Divisão do Instituto Politécnico de Macau (IPM) e também membro do Colé-gio Eleitoral para a eleição do Chefe do Executivo, Chan Mun Cheong, está envolvido numa polémica e terá já sido constituído arguido em processo -rime por agressão a um agente da Polícia Judiciária.

De acordo com o fórum da CTM, “depois de uma noite de copos” Chan Mun Cheong terá agredido um polícia numa altercação num bar. Ao mesmo tempo, Chan invocou ser quadro superior da Função Pública. Utilizadores do referido fórum já consideraram as “condutas pouco consentâneas com a qualidade de quadro superior”.

Chan, também presidente da

Joana [email protected]

A partir de 1 de Outubro começam a ser dis-tribuídas as fracções económicas na zona

do Veng Neng, local onde se erguem algumas das 19 mil habitações públicas prometidas pelo Executivo. Segundo Cheang Chi Keong, presidente da 3ª Comissão Permanente da As-sembleia Legislativa (AL), a decisão decorre da última reunião com os membros do Governo, onde foi apresentada a versão final da proposta sobre a Lei da Habitação Económica – que entra em vigor no mesmo dia. “Aguarda-se apenas a aprovação da proposta para que se possam distribuir as fracções”, revelou o responsável.

Cheang Chi Keong afirmou que “tudo está mais clarificado e minimizadas as zonas cin-zentas” agora que o articulado sobre a venda de fracções económicas sofreu alterações. Por exemplo, “existem capítulos e as matérias estão devidamente separadas”, como acontece com as sanções.

Ontem, Cheang Chi Keong explicou que o tratamento a ser dado aos novos candidatos vai respeitar a lei que entra em vigor daqui a menos de três meses. No entanto, o mesmo não acontece para os candidatos que se encontram na lista de espera – estes estão sujeitos à actual lei vigente, no que diz respeito a ordenação na atribuição da fracção, mas estão sob a lei futura no que toca à licença de alienação. Assim, se findo o prazo de inalienabilidade (16 anos) os beneficiários pre-tenderem revender a fracção, têm de apresentar ao Executivo os montantes pretendidos para o negócio e aguardar a autorização de revenda.

O aumento máximo dos limites dos rendi-

FOI ontem aprovado em despacho do Executivo o aumento do limite máximo dos rendimentos mensais e do total de património líquido para ter acesso à habitação social. A subida de 20% tinha sido já adiantada pelo Instituto da Habitação (IH), depois de ter sido aprovada a nova fórmula de cálculo das rendas da habitação social, no início de Julho. Assim, e conforme já previsto na proposta, uma família com apenas um elemento pode ter um rendimento até sete mil patacas e um património total líquido de até cerca de 151 mil patacas. Já no que diz respeito a um agregado familiar com dois elementos, os rendimentos podem chegar às 10.560 patacas e a família pode ter um património total que não ultrapasse as 228.100 patacas. De fora do cálculo dos rendimentos mensais ficam eventuais apoios que os membros da família possam ter – como subsídios de renda, para cuidados de saúde, pessoas com deficiência, apoios respeitantes ao ensino e até os planos provisórios de abono de residência. Com este aumento, e tendo em conta os dados mais recentes do IH, são 533 os arrendatários que excedem o limite máximo de rendimentos, mas são 727 os que podem ver o valor das suas rendas reduzidas. Apesar de ter sido apenas aprovada ontem, a lei prevê uma retroactividade a 1 de Julho deste ano. As alterações, propostas pelo Governo, foram aceites e surgiram no seguimento de outros aumentos de subvenções do Governo, como a decisão de entregar mais um cheque de comparticipação pecuniária, o aumento da pensão para idosos e do índice mínimo de subsistência. - J.F.

LEI DE HABITAÇÃO ECONÓMICA ENTRA EM OUTUBRO

Casas à espera finalmente distribuídasRENDIMENTO MÁXIMO PARA HABITAÇÃO SOCIAL CONFIRMADO

Assembleia Geral da Associação dos Técnicos da Administração Pública de Macau (ATAPM) e autor de estudos académicos, vê-se agora preso nas malhas da justiça. O alto cargo do IPM irá responder não só pela agressão que se desdobrou em processo--crime, como também a um pro-cesso disciplinar aberto no seio do IPM. “O relatório do CCAC

está a ocupar todas as atenções do IPM. Estamos perante um assunto privado da vida de Chan Mun Cheong. Aquilo que posso revelar é que estando a decorrer um processo judicial não pode-mos adiantar muita informação. Uma coisa é certa, o Conselho de Gestão do IPM abriu um processo disciplinar a Chan Mun Cheong”, revelou a assessoria do estabe-

Numa noite de copos, Chan Mun Cheong, membro da Comissão Eleitoral para Eleição do Chefe do Executivo e chefe de Divisão do Politécnico, desentendeu-se com um agente da PJ. A discussão acesa terminou, supostamente, com agressões físicas. Agora, Chan foi constituído arguido num processo-crime e enfrenta também um processo disciplinar

lecimento de ensino superior ao Hoje Macau.

De acordo com o fórum da CTM, o presidente da direcção da ATAPM e também o subdirector dos Serviços de Saúde (SS), Kun Sai Hoi, terá dito que o assunto era do foro particular de Chan Mun Cheong, apesar dos seus cargos de relevo na Adminis-tração Pública, e que não deveria estar a ser discutido na praça pública.

mentos pode conduzir a um crescimento na procura de habitações económicas, mas Che-ang Chi Keong assegura que de acordo com os “contactos” que a comissão tem mantido com Governo e Instituto de Habitação não haverá falta de habitações públicas, mas diz desconhecer quantas destas serão económicas.

Recorde-se que, apesar de se encaixarem na mesma definição – de públicas – as frac-ções económicas diferenciam-se das sociais. Habitação social é alugada pelo Governo a baixos preços, enquanto a habitação económi-ca é destinada às famílias de baixos recursos económicos que querem comprar habitação própria mas que não podem suportar os preços das habitações no mercado livre.

“Esses são dados a ser divulgados pelo Governo”, disse Cheang Chi Keong, acrescen-tando que “devido às alterações nos limites, requisitos e finalidades se torna difícil estimar o número de eventuais futuros candidatos”.

Além das matérias novas já aprovadas na

discussão – como o aumento dos limites má-ximos dos rendimentos dos candidatos, a per-missão de escolha do Executivo na revenda das fracções e a prioridade para os agregados com idosos ou deficientes, apresentadas na primeira semana de Julho -, houve apenas acrescento de artigos com vista a melhorar a redacção.

Esta, que foi a 13.ª reunião para apreciar na especialidade a proposta de lei, poderá ser dos últimos encontros da comissão para discutir o diploma, uma vez que, afirma o presidente, “não há grandes divergências” entre deputa-dos e Administração e está agora nas mãos do Executivo a redacção melhorada e final do articulado. “O secretário comprometeu-se a entregar na segunda o texto final que serve de base para o parecer”, disse Cheang Chi Keong, acrescentando que o parecer “até já teve início e será assinado até ao fim do mês”.

A proposta chega para apreciação e votação na AL até antes de 15 de Agosto, altura das férias dos deputados.



CANTÃO E MACAU COM ACORDOS DE COOPERAÇÃO Macau e Cantão assinaram quatro acordos de cooperação, no âmbito do turismo, exposições e convenções e na área do comércio. De acordo com Francis Tam, o chefe do grupo de Macau para a cooperação entre as duas regiões, pretende alargar-se ainda mais a colaboração. O projecto de desenvolvimento da Ilha da Montanha foi um dos temas principais, mas Cantão afirma que quer chegar aos mercados da União Europeia e dos países de língua portuguesa, sendo esta uma das prioridades que consta no acordo de cooperação assinado na área das indústrias das convenções e exposições. O intercâmbio entre empresas e instituições e a promoção do turismo é outra dos destaques. No próximo ano, as duas regiões vão ainda organizar uma exposição para expandirem os negócios para a China e países de língua portuguesa.

GOVERNO PRECISA DE MAIS DE 3600 MILHÕES DE PATACAS PARA ESTE ANO

Cheques, ambiente e poupançasGonçalo Lobo [email protected]

O Orçamento pensado para este ano pelo Executivo não

vai chegar para tudo. O Conselho Executivo anunciou ontem que vai submeter um novo projecto de lei à Assembleia Legislativa (AL), a pedir aos deputados que aprovem uma verba extra superior a 3600 milhões de patacas. O motivo? Conseguir fazer chegar a segunda remessa de cheques a todos os re-sidentes – valor extraordinário não previsto nas contas iniciais -, arcas com as despesas do programa de desenvolvimento e aperfeiçoamen-to contínuo e apoiar a criação do Fundo para a Protecção Ambiental e Conservação Energética.

Apesar do prazo apertado para a discussão do diploma – a AL irá encerrar para férias a 15 de Agosto – não haverá pressões ou pressas. “O tempo é apertado mas vamos reforçar o nosso trabalho nesse sentido. Apesar da importância desta proposta não vamos adoptar qualquer procedimento urgente para aprovação do projecto de lei”,

as tarifas devido “às mudanças no gás natural”.

A cultura, em voga nos dias que correm na RAEM, também receberá um interessante incentivo do Governo. Para celebrar o cente-nário da Revolução de 1911 e outras actividades relacionadas com as indústrias culturais e criativas, o Executivo precisa de um valor a rondar os 152 milhões de patacas.

O Programa de Desenvolvimen-to e Aperfeiçoamento Contínuo que permite aos residentes, permanen-tes e não permanentes, frequenta-rem cursos de formação, quer em Macau, quer no exterior implica um investimento de 130 milhões de patacas, com cada candidato a receber do Governo 5000 patacas.

Com tudo somado, o Governo pretende fixar o orçamento refe-rente ao ano económico de 2011 em 61.592 milhões de patacas. O saldo orçamental fica avaliado em 16.774 milhões de patacas. Contudo, novas mexidas podem sempre surgir. “Po-dem ocorrer novos ajustamentos no orçamento da RAEM. Contudo, sempre de um modo rigoroso”, afirmou Leong Heng Teng.

revelou o porta-voz do Conselho, Leong Heng Teng

Este reforço, “alterações ne-cessárias para o desenvolvimento económico e social da RAEM”, engloba a satisfação dos encargos decorrentes da atribuição de um apoio pecuniário aos residentes de Macau, no sentido de reduzir o impacto da inflação junto da po-

pulação, com a disponibilização de uma verba no valor de 1789 milhões de patacas para a entrega de cheques de 3000 patacas a todos os residentes permanentes e de 1800 aos não per-manentes. “O Chefe do Executivo já havia dito que se a inflação chegasse aos 5% que iria tomar medidas. Aqui estão elas”, disse.

O Regime de Poupança Central, criado pelo Regulamento Admi-nistrativo n.º 31/2009, tem por objectivo assegurar aos residentes de Macau melhores condições para a sua vida pós-aposentação. Nesse sentido, para a dotação de 2011, o Governo pretende fazer um reforço das verbas afectadas no valor de 1380 milhões patacas no sentido de assegurar os direitos de cerca de 68 mil pessoas. O processo englobará ainda a abertura de conta bancária para cada participante no Fundo de Segurança Social na primeira fase, bem como a concessão de 6000

patacas aos residentes qualificados.Outra medida que merece a

atenção governativa será a criação do Fundo para a Protecção Am-biental e a Conservação Energética, a apresentar amanhã, ao qual o Governo quer dedicar no mínimo 100 milhões de patacas por ano. Para já, no semestre que agora começa, o Executivo liderado por Fernando Chui Sai On pretende reservar 50 milhões de patacas para trabalhos de protecção ambiental com especial incidência em questões de “libertação de gases poluentes, poupança de água, entre outros”.

Outra medida extra que o Go-verno pretende ver implementada tem a ver com a estabilidade da tarifa do consumo de electricidade durante o período de suspensão do fornecimento de gás natural. Uma verba no valor de 120 milhões de patacas será disponibilizada à CEM para que esta não aumente

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Aviso[N.º 805/2011]

Desocupação e demolição de barracaLocal: Barraca da Avenida Marginal do Lam Mau de Macau, n.º 11-02-03-014-001 (assinalado no quadro anexo)

Vimos por esta via notificar o utilizador Tong Iu Pan, da barraca acima mencionada, e os seus elementos familiares e outras pessoas que, visto que a respectiva barraca se situa numa área para melhora-mento da rede viária e do terreno planeado a desenvolver, de acordo com o disposto nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 21.º e no artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 6/93/M, de 15 de Fevereiro, e nos termos do despacho do Presidente do Instituto de Habitação, exarado na Inf. n.º 0521/DAHP/DFH/2011, de 15 de Julho de 2011, o utilizador da barraca acima mencionada deve desocupá-la no prazo de 30 dias, a contar da data de publicação do presente aviso.

Se não desocupar a referida barraca no prazo acima indicado, as acções de desocupação e demolição serão efectuadas, coercivamente, pela entidade competente.

Os indivíduos acima mencionados podem apresentar reclamação ao Presidente do Instituto de Habitação, no prazo de 15 dias, a contar da data de publicação do presente aviso, não tendo a reclamação o efeito suspensivo, nos termos dos artigos 148.º, 149.º e do n.º 2 do artigo 150.º do Código do Procedimento Administrativo aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro.

Os indivíduos acima mencionados podem interpor recurso con-tencioso no Tribunal Administrativo, no prazo de 30 dias, a contar da data de publicação do presente aviso, nos termos do artigo 25.º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M. de 13 de Dezembro.

O PresidenteTam Kuong Man

15 de Julho de 2011


6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Pais queixam-se do fraco ensino da Língua Portuguesa em Macau

O último a sair que apague o luso

Virginia [email protected]

O símbolo nas bandeiras do pátio ostenta bem legível o “Luso-Chinesa” do nome da escola, mas a

realidade praticamente exigiria que o “luso” fosse baixado para meia haste. Alguns pais de alunos da Es-cola Primária Oficial Luso-Chinesa acusam o estabelecimento de ensino de negligenciar a língua portuguesa na formação dos seus estudantes.

O português é anunciado como sendo a segunda língua da escola, havendo quatro aulas por semana nos primeiros quatro anos da primária. No entanto, para a 5ª. e 6ª. classes, o número de aulas semanais cai para três, explicaram alguns pais citados pelo jornal “Ou Mun”, lembrando que a escola fixou a meta da comunicação em português entre os seus alunos após os quatro primeiros anos de ensino. Mas a realidade, contestam, é que os filhos continuam a não perceber nada da língua.

O ensino de Língua Portuguesa nas escolas de Macau está pelas ruas da amargura. As instituições públicas estão a ser fortemente criticadas pelos pais de alunos, devido à sua baixa eficácia no ensino do português. Na escola dita “Luso-Chinesa”, o nível dos alunos na compreensão do idioma é muito fraco devido à negligência com que a língua de Camões é tratada, acusam alguns encarregados de educação. A maior parte dos docentes na escola não sabe português, sobrecarregando os que sabem e têm de ficar com as disciplinas de português em demasiadas turmas, queixam-se os professores, admitindo estarem impotentes perante a situação

Alguns professores, por seu turno, queixam-se de que os estu-dantes têm mais de dez disciplinas para aprender mas apenas uma delas é leccionada em português. As não mais do que três horas se-manais para aprender a língua de Camões têm-se confirmado como insuficientes para que se notem evoluções na aprendizagem da língua falada e escrita. De acordo com os docentes, a maior parte dos estudantes da escola veio de fora e tem conhecimentos básicos de inglês, que até ajudam na obtenção de melhores resultados na apren-dizagem do português, mas tem dificuldades em aprender o chinês. Quanto aos estudantes chineses, habituados ao modelo de ensino chinês, as dificuldades seriam para se adaptarem à aprendizagem do português. Apenas 20% dos alunos da escola são capazes de dominar a língua portuguesa.

PLATAFORMA FORA DE FORMAA chamada de atenção veio direc-tamente de Pequim: Macau precisa

consolidar-se como plataforma para as relações económicas entre a China e os países lusófonos. A procura de talentos luso-chineses é já uma realidade, com tendência para crescer. O Governo tem dado pouca atenção ao ensino das bases do português ao nível da educação primária, optando por concentrar os recursos no envio de finalistas do secundário e universitários aos países lusófonos para aper-feiçoamento na língua. Alguns professores criticam essa política, por negligenciar os estágios mais importantes da vida juvenil para a aprendizagem do idioma, e sugerem que as escolas públicas devem usar o português como língua prioritária de ensino e pro-porcionar aos estudantes primários oportunidades de aprendizagem mais sólidas para se conseguir uma massa de potenciais talentos luso-chineses.

A falta de professores de por-tuguês, por outro lado, levam a uma sobrecarga dos que existem e à consequente diminuição da sua

eficiência. Um professor de língua portuguesa disse que era obrigado a dar 24 aulas por semana. Com turmas do terceiro ao sexto anos do ensino básico, o conteúdo da matéria a ensinar em cada aula, explicou, é completamente dife-rente e a carga de trabalho é muito pesada, o que deixa muito pouco tempo de sobra para dedicar à reelaboração das aulas e materiais, levando a que, por exemplo, o elenco de manuais utilizados seja o mesmo todos os anos. Devido à falta de professores de português, este docente vê-se obrigado a rea-lizar ainda trabalho de tradução de documentação, o que agrava ainda mais a sua sobrecarga de trabalho.

Iun Pui Iun, chefe do departa-mento de ensino da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), não aceita que se fale em “negligência” da língua portugue-sa, porque a Lei de Bases do Sistema Educativo Não Superior estabelece que as escolas públicas usem um dos idiomas oficiais como língua de ensino. A responsável sublinha

que a preparação de talentos “luso--chineses” para o futuro continua a ser uma das metas para as escolas públicas. A língua portuguesa será disciplina obrigatória, sendo ensinada desde o jardim de infância até ao liceu. Quanto à questão do número insuficiente de horas de ensino do português, Iun explicou que os estudantes tinham de ter um desenvolvimento equilibrado e de aprender também outras disciplinas, pelo que a chave para uma melhor aprendizagem do português passava por aumentar a eficiência do ensino e por incentivar os estudantes a absorverem mais do conteúdo das aulas.

O ensino de três ou quatro línguas é uma das características das escolas públicas em Macau, observou Teresa Vong Sou Kuan, professora da Faculdade de Edu-cação da Universidade de Macau, mas o nível alcançado nunca é muito avançado. Isto porque o Governo não tem promovido as políticas adequadas para o ensino de línguas. Com a transferência de Macau, algumas escolas se mostraram dispostas a se ligarem ao sistema educativo da China Continental, adoptando o manda-rim como língua de ensino, o que levou à emergência do mandarim e ao declínio do português.

Assim, Macau deixou-se atrasar na busca de uma posição privilegia-da para se assumir como plataforma de comunicação cultural luso--chinesa. Teresa Vong aconselha por isso o Governo a rever a política lin-guística e consolidar a importância de cada língua no desenvolvimento estratégico do ensino coordenado de chinês, português e inglês. Medi-das nesse sentido, defende, seriam fulcrais para o desenvolvimento futuro da sociedade que permitiria a Macau estabelecer a sua vantagem a nível regional.


7www.hojemacau.com.moGUARDA DISPARA ACIDENTALMENTE NO EPM MAS SEM ATINGIR NINGUÉM

Ontem de madrugada houve um disparo acidental no Estabelecimento Prisional de Macau, quando um guarda prisional destacado para a vigilância na torre de observação, devolveu a arma após o serviço. Segundo um comunicado do EPM, suspeita-se que o acidente tenha sido causado por não cumprimento das instruções dos procedimentos de segurança. Não houve qualquer ferimento ou vítima, uma vez que a bala entrou num balde de areia. O EPM referiu já ter iniciado investigações internas.

Hotel Estoril está na gaveta das Finanças

O hotel mistérioFilipa [email protected]

É tudo menos clara a história do Hotel Estoril localizado na zona do Tap

Seac, em Macau. Não se sabe porquê nem até quando o velho edifício que um dia albergou o primeiro casino da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau vai permanecer abandonado e aparentemente a servir de abrigo a vagabundos e toxicodependentes, como indicou o deputado Paul Chan Wai Chi numa interpe-lação dirigida ao Governo.

Uma coisa é certa, o IACM não tem nada a ver com o assunto, de acordo com o próprio organismo. “Originalmente o hotel foi do David Chow, nós asseguramos a gestão da piscina municipal [anexa ao edifício] mas o hotel está nas mãos das Finanças”, assegurou o porta-voz do IACM.

Contactado pelo Hoje Macau, o arquitecto Fran-cisco Vizeu Pinheiro co-mentou que “não é das

Virginia [email protected]

A segurança anti-incêndio na passagem do metro ligeiro de superfície por ruas

centrais está a gerar polémica. A Associação para o Desenvolvimento da Comunidade de Macau (ADCM) organizou um simpósio anteontem com o tema do metropolitano e alguns residentes manifestaram grande preocupação e acusaram o Governo de ig-norar de forma negligente as suas opiniões. Deputados presentes exigiram ao Executivo que apresentasse os relatórios de Estudo de Impacte Ambiental (EIA) e dos bombeiros e explicasse porque é que o metro seguiria um itinerário mais exterior.

Os moradores da Rua de Londres e da Rua Cidade do Porto que intervieram no simpósio rejeitaram firmemente a passagem do metro por essas ruas, defendendo que seria muito melhor e mais seguro que o metro passasse por um percurso exterior ou subterrâneo. Alguns dos moradores estão muito preocupados com a segurança em caso de incêndio e não aceitam as explicações do Governo, chegando mesmo a acusar o Executivo de encenar consultas públicas

e não entrar em contacto directo com os moradores afectados.

A ADCM lembrou ter visitado a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) e o Corpo de Bombeiros (CB) no ano passado. A DSPA terá dito na altura que não dispunha dos EIA necessários, enquanto o CB alegou que não podia testar a segurança enquanto a construção básica não estivesse finalizada. A ADCM disse ter enviado convites a 11 de-partamentos do Governo para participarem no simpósio, tendo todos rejeitado com des-culpas como compromissos com programas de televisão ou outras parecidas.

Os deputados da Assembleia Legislativa (AL) Ng Kuok Cheong e Paul Chan Wai Chi, pelo contrário, fizeram questão de par-ticipar no simpósio e indicaram que o EIA e o relatório dos bombeiros tinham de ser preparados e explicados à população antes do início das obras. Os dois parlamentares pró-democratas consideraram que era difícil convencer os moradores se esses estudos apenas agora começassem a ser preparados. Alguns itinerários, defendem, teriam de ser ajustados se necessário e, se isso não fosse possível, o Governo teria de apresentar razões convincentes.

MORADORES DO CENTRO ACUSAM GOVERNO DE NEGLIGÊNCIA

Polémica no metro

IACM nega qualquer responsabilidade sobre o edifício abandonado no Tap Seac. Francisco Vizeu Pinheiro diz que, ao contrário do que defendeu Paul Chan Wai Chi, o edifício não tem grande valor histórico

competências do IACM gerir hotéis” e defendeu que “o assunto tem de ser discutido com vários departamentos, como o Instituto Cultural, e a po-pulação também devia ser ouvida”. Na opinião do arquitecto, ao contrário do que transmitiu o deputado democrata, o edifício aban-donado “não tem grande valor histórico”.

“Em termos de qua-lidade é bastante mau, bastante antigo em termos funcionais e não está de acordo com os ‘standards’ actuais para hotéis. Acho que há outros edifícios

que deviam ter prioridade em termos de recuperação em Macau”, sustentou Vizeu Pinheiro. “Há mais qualidade no património chinês, como a Fábrica de Panchões ou as pontes ao lado do Ponte 16, como a Ponte 8, e outros edifícios na zona do Porto Interior”, acrescentou.

De acordo com Paul Chan Wai Chi, “Edmund Ho, o ex-chefe do Execu-tivo, emitiu um despacho em que disse que o Hotel Estoril e o terreno onde se encontra devem ser consi-derados de valor arquitec-tónico na zona histórica de

Macau”. Do ponto de vista de Vizeu Pinheiro, o edifí-cio é igual a tantos outros que existem no território. “Essa área devia ser total-mente dedicada a escolas. Uma zona cultural, como tem ali o Tap Seac. Uma zona desportiva também”, argumentou o arquitecto responsável por vários projectos de reabilitação no centro histórico de Macau reconhecido pela UNESCO em 2005, dando razão ao projecto de transferência da Escola Portuguesa de Macau (EPM) para aquele local em banho-maria des-de 2008.

Inaugurado em 1963, não são conhecidos os motivos do encerramento e consequente abandono do misterioso antigo hotel de luxo e antigo casino. Contactados pelo Hoje Macau, até à hora de fecho desta edição não foi possí-vel obter esclarecimentos por parte da Direcção de Finanças ou do antigo ex-plorador do hotel, David Chow, sobre o assunto.

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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.O 272/AI/2011-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor 錢大衛 que, na sequência do Auto de Notícia n.ºs 89/DI-AI/2010, de 29.11.2010, levantado pela DST e por despacho do Exma. Senhora Directora dos Serviços de Turismo, Substituta de 14.07.2011, exarado no Relatório n.º 290/DI/2011, de 11.07.2011, foi desencadeado procedimento sancionatório, com vista ao seu alojamento na fracção autónoma situada na Ave-nida da Amizade, Edf. Hung On Center, Bloco 3, 19º andar T e utilizada para a prestação ilegal de alojamento.---------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre as matérias constantes daqueles Autos de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.º 2 do artigo 14.º da Lei n.º 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo.-------A matéria constante daquele Auto de Notícia, constitui infracção ao artigo 2.º da Lei n.º 3/2010, que dispõe: “a actividade de prestação de alojamento ao público, sem possuir a licença para exploração de estabelecimentos hoteleiros, em prédio ou fracção autónoma não destinado a fins de actividade hoteleira e similar, cujo ocupante é não residente da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), ao qual não foi concedida autorização especial de permanência ou autorização de permanência de trabalhador não residente”. Tal facto é punível nos termos no n.º 1 do artigo 10.º da Lei n.º 3/2010 - : “Quem prestar ilegalmente alojamento ou controlar por qualquer forma prédio ou fracção autónoma utilizado para a prestação ilegal de alojamento é punido com multa de 200.000,00 a 800.000,00 patacas”.-----------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, em Macau, aos 14 de Julho de 2011. A Directora dos Serviços, Substª Maria Helena de Senna Fernandes


8www.hojemacau.com.mo vida

MINHOCAS VÃO TRATAR 1500 TONELADAS DE LIXO POR ANO NOS AÇORESParte do lixo urbano de São Miguel, nos Açores, vai passar a ser tratado por minhocas, à razão de 1500 toneladas por ano, numa unidade industrial no concelho do Nordeste, que será inaugurada esta tarde. A vermicompostagem “é um processo através do qual os resíduos urbanos que não foram sujeitos a recolha selectiva são tratados com recurso a minhocas que digerem toda a componente orgânica (restos de comida, papel e cartão sujo e resíduos de jardins) transformando-a em húmus, um correctivo orgânico para a agricultura”, explica a Quercus, em comunicado. Esta nova unidade tem capacidade para tratar os resíduos produzidos por três mil famílias e dará uma boa ajuda na redução dos lixos que vão para aterro ou queima.

Clickecológico

RIO DAS PÉROLAS INVADIDO• Grandes quantidades de plantas aquáticas estão a sufocar o Rio das Pérolas perto de Cantão, na província de Guangdong. Sem controlo, este tipo de ervas podem ser plantas invasoras que chegam a cobrir lagos inteiros e que têm grande impacto no fluxo de água, bloqueando a luz solar e retirando todo o oxigénio da água, muitas vezes matando peixes.

UTILIZAÇÃO EXCESSIVA DE PRODUTOS TÓXICOS DETERIORA SOLOS E AGRICULTURA

Abuso nos pesticidas e fertilizantes

AS florestas do mundo absorvem um terço de dióxido de carbono (CO2) que é oriundo da queima

de combustíveis fósseis na atmosfera, segundo um estudo internacional que alerta paralelamente para as consequências dramáticas da desflo-restação no contexto do aquecimento global.

“Se amanhã suspendermos a desflorestação, as florestas existentes e aquelas em estado de reconstituição absorverão a metade das emissões de combustíveis fósseis”, ressaltou Pep Canadell, co-autor do estudo divulgado pela revista americana “Science”.

As florestas do planeta absorvem 2,4 biliões de toneladas de carbono por ano, segundo este primeiro es-tudo com dados das contribuições das florestas boreais, tropicais e das regiões temperadas para o ciclo do carbono.

O desflorestação é responsável pela emissão de 2,9 biliões de to-neladas por ano, ou seja, cerca de 26% do total das emissões. Apenas as emissões de combustíveis fósseis

A China, o maior emissor de dióxido de carbono do

mundo, vai lançar um programa experimental para reduzir as emissões de CO2 e gases poluen-tes no âmbito da luta contra as alterações climáticas, informou a agência oficial Xinhua.

O plano, apresentado pelo vice-ministro da Comissão Na-cional de Reforma e Desenvol-vimento da China, Xie Zhenhua, inclui um aumento da diferença de tarifas entre as indústrias de elevado consumo energético e as demais, e vantagens fiscais para projectos de conservação energética.

Por outro lado, prevê-se a atribuição de incentivos a com-panhias financeiras chinesas para

que invistam em novas energias amigas do ambiente, num país que é líder no mundo em termos de investimento em renováveis.

Pequim fixou a meta de reduzir entre 8 e 10% as suas emissões de poluentes entre 2011-2015, como assinalou o primeiro-ministro, Wen Jiabao, na apresentação do 12º Plano Quinquenal, em Março.

Ao mesmo tempo, a segunda economia mundial estabeleceu como meta aumentar até 11,4% a utilização de combustíveis não fósseis como fontes de energia (ainda que o carvão e o petróleo predominem) e diminuir em 17% a intensidade de carbono (emissões de CO2 divididas pelo Produto Interno Bruto).

O uso intensivo e constante de produtos tóxicos na

agricultura levou a uma grave deterioração do solo arável e representa uma grave ameaça à produção de grãos nacional chinesa. A situação levou a que alguns ecologistas apelassem às autoridades para reduzir o uso de pesticidas e fertilizantes químicos.

Apesar de inundações e secas, a produção de cereais da China atingiu 546,4 milhões de toneladas em 2010, pelo sétimo ano consecutivo. No entanto, isto “não vai durar muito se o Governo não tomar medidas oportunas e eficazes, uma vez que o solo já está muito pobre para apoiar cultivos de alto rendi-mento”, disse Jiang Gaoming, um dos principais pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências.

O nível médio de matéria orgânica no solo, que é crucial

Estudo mostra que florestas absorvem um terço do CO2 emitido

Mais árvores poderiam travar aquecimentoCHINA LANÇA FASE EXPERIMENTAL PARA

DIMINUIR EMISSÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO

A cortar no CO2

atingem mais 8 biliões de toneladas por ano.

Os dados, relativos ao período 1990-2007, foram reunidos durante dois anos por uma equipe interna-cional de pesquisadores especialistas em aquecimento global. O estudo

mostrou pela primeira vez que nas regiões tropicais o volume de carbo-no emitido devido à desflorestação foi contrabalançado pelo absorvido pelas florestas primárias intactas, tendo no final um balanço de carbono quase nulo.

Os pesquisadores indicaram que as emissões de CO2 durante a des-florestação foram compensadas pela absorção de CO2 pela regeneração das florestas secundárias nas regiões onde a agricultura foi abandonada.

Segundo Canadell, duas lições

para determinar o sucesso das plantações, é agora de 1 a 5% de terra arável no nordeste da China, em comparação com o 8 a 10% que existia em 1950, segundo dados do instituto da academia de Ciências do Solo.

Estatísticas da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas (CAAS) também mostram que mais de um terço das terras de lavoura agora tem camadas mais finas, o que significa que os cultivos não podem ser plantadas tão fundo.

Jiang Gaoming afirma que os problemas foram causados pelo



MINHOCAS VÃO TRATAR 1500 TONELADAS DE LIXO POR ANO NOS AÇORESParte do lixo urbano de São Miguel, nos Açores, vai passar a ser tratado por minhocas, à razão de 1500 toneladas por ano, numa unidade industrial no concelho do Nordeste, que será inaugurada esta tarde. A vermicompostagem “é um processo através do qual os resíduos urbanos que não foram sujeitos a recolha selectiva são tratados com recurso a minhocas que digerem toda a componente orgânica (restos de comida, papel e cartão sujo e resíduos de jardins) transformando-a em húmus, um correctivo orgânico para a agricultura”, explica a Quercus, em comunicado. Esta nova unidade tem capacidade para tratar os resíduos produzidos por três mil famílias e dará uma boa ajuda na redução dos lixos que vão para aterro ou queima.

FIM DE PREDADORES CAUSA RUPTURA EM ECOSSISTEMAS

Sem equilíbrio na cadeia alimentar

UTILIZAÇÃO EXCESSIVA DE PRODUTOS TÓXICOS DETERIORA SOLOS E AGRICULTURA

Abuso nos pesticidas e fertilizantes

Planetaem números

100.000É o número de litros de água necessários para produzir um quilo de carne, enquanto a produção do mesmo peso de cereais só necessita de 1900 litros

LEÕES, lobos, linces, ursos, golfinhos, focas e baleias

– considerados grandes pre-dadores - estão em declínio por todo o planeta, tendência que perturba o equilíbrio dos ecossistemas. Verificado por investigadores de todo o mundo, este facto pode ter consequências negativas nou-tras espécies de menor porte.

A conclusão é de um grupo internacional de investigado-res coordenado pelo biólogo James Estes, da universidade da Califórnia, em Santa Cruz, que passou em revista um grande número de estudos sobre uma série de diferen-tes ecossistemas - marinhos, de água doce e terrestres. O investigador deparou-se com uma tendência significativa para a disrupção crescente desses ecossistemas, ligada ao desaparecimento dos preda-dores no topo das respectivas cadeias alimentares.

Sem as espécies que se vão extinguindo, não há forma de manter normal o equilíbrio entre os animais e as plantas.

HÁ quatro anos, Betsy Sparrow, psicóloga e professora assisten-

te da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, estava a ver um filme a preto e branco, dos anos 40. Sabia que conhecia uma das ac-trizes, a cara era-lhe familiar, mas... não se lembrava do nome dela. Não perdeu muito tempo. Agarrou no smartphone, entrou na Internet e teve a resposta em segundos. “Como é que se fazia antigamente para me-morizar coisas destas?”, recorda-se de perguntar, em conversa com o marido, nessa mesma noite.

Algum tempo depois, decidiu estudar a questão, com dois colegas. A equipa, avança o jornal Público, acaba de publicar um artigo na revis-ta Science que resulta de uma série de experiências com estudantes da Universidade de Harvard. Chama--se “O Efeito Google na Memória: Consequências cognitivas de ter a informação na ponta dos dedos”. Uma das experiências consistiu,

Estudo mostra que florestas absorvem um terço do CO2 emitido

Mais árvores poderiam travar aquecimento

INTERNET ESTÁ A MUDAR A FORMA COMO MEMORIZAMOS INFORMAÇÃO

O efeito Google

Os pesquisadores indicaram que as emissões de CO2 durante a des-florestação foram compensadas pela absorção de CO2 pela regeneração das florestas secundárias nas regiões onde a agricultura foi abandonada.

Segundo Canadell, duas lições

principais podem ser tiradas deste estudo. “As florestas não são apenas enormes reservatórios de carbono, mas absorvem também activamente o CO2 produzido pelas actividades humanas. As florestas também assu-mem cada vez mais a dianteira em uma estratégia para proteger nosso clima”, segundo ele.

A segunda lição mostra que é possível obter ganhos económicos com uma gestão melhor das florestas, aproveitando principalmente benefí-cios com a redução da desflorestação bem “maiores que o que se pensava”.

O pesquisador frisou principal-mente o aspecto financeiro do mer-cado do carbono e as compensações previstas no mecanismo Redd+ (redução das emissões devidos à desflorestação e à degradação das florestas).

Esse mecanismo, adoptado for-malmente na conferência da ONU sobre o clima em Cancun (México) no final de 2010, tem como objectivo estimular os países que têm florestas tropicais a evitar desflorestá-las ou a administrá-las de maneira durável, obtendo compensações financeiras.

no essencial, no seguinte: pediu--se a um grupo de estudantes que escrevessem no computador um conjunto de informações; antes de começarem, os investigadores dis-seram a metade dos alunos que o que iriam escrever ficaria guardado no computador; à outra metade foi dito que a informação se perderia. De seguida, pediu-se-lhes que re-produzissem as frases, de cabeça. Resultado: os que achavam que a informação tinha desaparecido revelaram, de longe, melhor me-mória, “como se os seus cérebros

tivessem feito um backup”. Os que acreditavam que poderiam consul-tar a informação, porque ela estava guardada, saíram-se pior.

Numa outra experiência, os estudantes tiveram que escrever perguntas e respostas, sendo a in-formação guardada em diferentes “pastas”. No final, os alunos reve-laram ser mais capazes de recordar as “pastas” onde podiam encontrar as respostas do que as respostas propriamente ditas.

Se dantes as pessoas confiavam nos livros, nos colegas e nos fami-liares para as ajudarem a encontrar determinadas informações - é um clássico, por exemplo, que os homens confiem que as mulheres não deixarão escapar uma data importante e que elas confiem nos maridos para se lembrar do nome de um amigo distante - hoje confiamos cada vez mais que a Net cumpre essa função. A Net tornou-se uma espécie de banco pessoal de memória.

para determinar o sucesso das plantações, é agora de 1 a 5% de terra arável no nordeste da China, em comparação com o 8 a 10% que existia em 1950, segundo dados do instituto da academia de Ciências do Solo.

Estatísticas da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas (CAAS) também mostram que mais de um terço das terras de lavoura agora tem camadas mais finas, o que significa que os cultivos não podem ser plantadas tão fundo.

Jiang Gaoming afirma que os problemas foram causados pelo

uso excessivo maciço de fertili-zantes químicos nos últimos 30 anos, após a promessa da China em conseguir ter auto-suficiência na produção de cereais. A pro-dução deste alimento aumentou de 320,56 milhões de toneladas, em 1980, para 546.400.000 de toneladas em 2010.

No entanto, desde 2007, que a China é o maior consu-midor mundial de fertilizantes químicos, utilizando mais de 50 milhões de toneladas a cada ano, quatro vezes o montante em 1980.

Os especialistas também

argumentam que o crescente aumento de doenças nas plan-tas e a deterioração do meio ambiente têm sido desencade-ados, em parte, por anos de uso de fertilizantes químicos. “Os agricultores geralmente só se preocupam com o sucesso do cultivo e as suas vendas. Eles raramente têm em conta os dano do solo e os riscos potenciais para a saúde humana”, disse Li Shilin, director da estação agrícola técnica em Fengtai.

A China usa 1,3 milhão de toneladas de pesticidas por ano. Além disso, a poluição da água no país é grave, já que os seus sete principais rios e zonas cos-teiras também estão poluídos. Dos 26 lagos e reservatórios sob monitorização, 42,3% são “eu-trophicated”, um processo que pode levar a uma proliferação de plantas causada por níveis excessivos de fósforo e nitrogénio.


10www.hojemacau.com.mo CULTURA

PERTO de lançar novo disco, o compositor e escritor bra-

sileiro Chico Buarque admitiu ter maior habilidade como poeta que como músico e falou sobre a liberdade que se permite em rela-ção ao uso da língua portuguesa.

Em entrevista gravada, dis-ponível apenas à imprensa, o músico citou o escritor portu-guês Camilo Castelo Branco ao dizer que, durante o momento de criação das suas letras, se dá o direito de cometer certos “erros” gramaticais, que, no entanto, são conscientes, mantidos por opção estilística.

Ele explica, por exemplo, que numa das canções do novo disco manteve um verso que diz: “Não se atreve num país distante como o meu”, embora saiba que a regência adequada não seria esta. “Eu sei que quem se atreve não se atreve ‘numa’ coisa. Mas

o meu atrever-se aí é intransitivo. Eu não me atrevo e ponto. É uma liberdade que eu estou tomando que algum gramático pode me contestar, mas eu vou discutir com ele”, explicou o compositor, que utilizou em seguida Camilo como referência da língua.

“Na parte literária eu conhe-ço mais, entendo, posso discutir com qualquer um. ‘tá errado, mas é certo, é assim que eu quero. Se um gramático vier falar comi-go eu vou discutir com ele. Não tem no Camilo Castelo Branco, mas eu estou inaugurando essa regência”, declarou, todo cheio de si, para em seguida dizer que não possui a mesma segurança com os acordes.

“Com a música fica mais difícil, eu encontro com um músico que eu sei que conhece mais do que eu, aí fico inseguro”, admitiu.

O documentário “José & Pilar”, de Miguel Gonçalves Mendes,

estreia nos Estados Unidos em Se-tembro. A película, que se estreou em Portugal em 2010, chegará aos cine-mas norte-americanos em Setembro, em data ainda a anunciar, e só assim será possível que seja elegível para os Óscares, os prémios de cinema atri-buídos pela Academia de Hollywood, nos Estados Unidos.

Na Internet está a circular uma petição pública, dirigida ao Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), para que “José & Pilar” seja o candidato de Portugal a uma nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro. A petição foi lançada pelo blogue português de cinema Split Screen e soma cerca de 1400 assinaturas.

“Este é um movimento independen-te, de fãs e admiradores do filme, que têm particular confiança e respeito pelo seu potencial, que se sente verdadeira-mente comovido pela sua imensa força

emocional, humanista, motivadora”, lê-se na petição.

Só são candidatos a uma nomeação para os Óscares de 2012 os filmes que estreiam em sala nos Estados Unidos entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2011. No caso de Portugal, o candidato a uma nomeação é proposto pelo ICA, de entre todos os filmes de produção portuguesa que tenham tido estreia comercial.

“José & Pilar” já se estreou noutros países como Brasil e Espanha - passou também por Macau no mês passado - e tem estreia garantida, também em Setembro, em Itália e no México. Os nomeados para os Óscares de 2012 serão conhecidos a 24 de Janeiro. A cerimónia decorrerá no dia 26 de Fevereiro em Los Angeles, Califórnia.

Portugal nunca conseguiu uma no-meação para o Óscar de melhor filme estrangeiro. Em 2010, o candidato de Por-tugal nesta categoria foi “Morrer como um homem”, de João Pedro Rodrigues.

O número de filmes americanos que mostra actores a acender um cigar-

ro diminuiu drasticamente entre 2005 e 2010 e isso pode ter contribuído para o declí-nio do número de adolescen-tes que fumam nos Estados Unidos. Segundo um estudo do Centro de Controlo e Pre-venção de Doenças (CDC) ontem divulgado, a maioria dos filmes (55%) que foi su-cesso de bilheteira nos EUA em 2010 não tinha cenas com fumadores, uma tendência comparada a apenas um terço dos filmes campeões de bilheteira em 2005.

No mesmo período de seis anos, o número de “ocor-rências de tabaco”, como são chamados os eventos em que de alguma maneira há a presença do cigarro, caiu 56% nos filmes mais assistidos, mas ainda há quase 2000 cenas em que o actor fuma um cigarro ou dá a entender implicitamente,

FILME “JOSÉ & PILAR” ESTREIA NOS EUA EM SETEMBRO

A um passo dos ÓscaresCANTOR FALA SOBRE ERROS DE PORTUGUÊS NAS CANÇÕES

A gramática segundo Chico

Estudo aponta menos cigarros no cinema e menos jovens fumantes

O exemplo do grande ecrã

fora do ecrã, aponta o estu-do. “A proporção de filmes sem ocorrências de tabaco em 2010 foi a mais alta ob-

servada em duas décadas”, indica a publicação semanal do (CDC) ‘Morbidity and Mortality Weekly Report’.

“A queda da presença do cigarro nos ecrãs pode ter contribuído para a dimi-nuição de fumadores entre

os alunos das escolas de ensino fundamental e ensino médio”, informa.

Um estudo publicado

no ano passado pela CDC observou que a percenta-gem de alunos do ensino básico nos Estados Unidos que fumam caiu de 11% para 5% entre 2000 e 2009 e entre aqueles que expe-rimentaram caiu de quase 30% para 15%.

O uso de outros produ-tos de tabaco, como charu-tos, cachimbos e tabaco de mascar, também diminuiu entre os adolescentes de 11 a 14 anos.

Entre os estudantes do ensino secundário, o fumo também diminuiu, mas de forma um pouco menos acentuada, apontou o estudo de 2010. Em 2009, 17% dos alunos do ensino secundário fumavam e três em cada dez já tinham experimentado. Em 2000, a proporção dos fu-madores era de 28% e quase quatro em cada dez alunos já tinham experimentado.

Uma análise de quatro pesquisas relacionadas ao tema apontou que 44% dos adolescentes que começa-ram a fumar foram influen-ciados pelo o que viram no cinema. “A maior parte das pessoas começa a fumar ou a usar produtos de tabaco quando ainda são adoles-centes”, acrescenta o CDC.



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FOI “Saturnino” na adaptação ao cinema da obra de Henrique de Senna Fer-

nandes “Amor e Dedinhos de Pé” (1992), realizada por Luís Filipe Rocha. Aos 70 anos, o actor António Banha foi encontrado caído no chão na sua residência em Lisboa, no sábado.

Co-fundador do Teatro de Animação de Setúbal, começou o percurso artístico com um curso de Formação de Actores no Conservatório Nacional, enquanto bol-seiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Depois de vários estágios em Paris e Londres, onde fez parte dos elencos de “D. João”, de Molière, e “Ricardo II”,

de Shakespeare, no Théâtre National de Paris.

Já em Portugal integrou o elenco do Teatro Nacional D. Maria II em 1978, no qual interpretou várias personagens em peças como “A Casa da Lenha”, de Antó-nio Torrado, “A Ilha Encantada”, de Hélia Correia, “Audiência/Vernissage/Havel”, de Václav Havel, e ainda “Tito Andrónico”, de William Shakespeare, entre outras.

Cara conhecida também no pequeno ecrã, Banha participou em séries televisivas como “Ballet Rose”, “Médico de Família”, “Policias” , “Nico D’Obra” e “A Banqueira do Povo”, ao lado de Eunice Muñoz.

A British Library (BL) precisa de 2,75 milhões de libras (uns 35 milhões

de patacas) para conseguir comprar “o livro intacto mais antigo da Europa” - conhecido como Evangelho de São Cuthbert. Por isso, a biblioteca nacional britânica anunciou ontem oficialmen-te o lançamento de uma campanha de angariação de fundos.

O Evangelho de São Cuthbert é uma cópia ma-nuscrita, em latim, do Evan-gelho de São João, data de finais do século VII e teve uma história atribulada. Foi

ADEUS AO “SATURNINO” DE “AMOR E DEDINHOS DE PÉ”

Morreu António Banha

British Library precisa reunir 35 milhões de patacas para nova aquisição

Fundos para o livro mais antigo da Europaenterrado em Lindisfarne, por volta do ano 698, junta-mente com o corpo de São Cuthbert - um dos santos mais venerados na Ingla-terra não só daquele tempo (período anglo-saxónico), mas também após a conquis-ta do país pelos normandos em 1066. Em 875, quando os vikings invadiram Lin-disfarne, o caixão e o seu conteúdo foram levados por um grupo de monges em fuga. Após sete anos de andanças, os monges enterraram o santo naquilo que viria a ser a catedral de Durham.

O livro, que foi desco-

berto em 1104 quando o caixão de São Cuthbert foi reaberto, foi depois colo-cado numa capela atrás do altar da catedral. A seguir à Dissolução dos Mosteiros pelo rei Henrique VIII de Inglaterra, no século XVI, passou a pertencer a uma série de coleccionadores privados.

Em 1979, foi emprestado à BL pelo seu proprietário actual, a Província Britânica da Companhia de Jesus. Mas no ano passado, a BL foi contactada pela Christie”s e informada de que a obra estava à venda. A BL, onde o livro está exposto, tem pre-

ferência de compra e o preço acordado é de nove milhões de libras (103 milhões de patacas).

A sua “belíssima” capa original, de couro vermelho trabalhado, chegou até nós “em excelente estado de conservação”, lê-se na nota da BL, que salienta tratar--se do “único manuscrito de elevado estatuto datado desse período crucial da história britânica a ter sub-sistido na sua aparência original, tanto exterior como interior”.

Desde o início do ano, a BL já arrecadou parte dos fundos necessários: metade do dinheiro virá do National Heritage Memorial Fund,

com a Art Fund e a Gar-field Weston Foundation a contribuírem com 250 mil libras cada uma e outras fundações com montantes

não especificados. Mas fal-tam 2,75 milhões de libras para fechar o negócio - e a BL tem até 31 de Março de 2012 para passar o cheque.

RICARDO BAK GORDON VENCE PRÉMIO IBÉRICO DE ARQUITECTURA 2011O arquitecto português Ricardo Bak Gordon (n. 1967, Lisboa) venceu, ex aequo com a dulpa espanhola Luis Mansilla e Tuñón, o Prémio FAD 2011, na categoria Arquitectura com o projecto “2 Casas em Santa Isabel”, construídas em Campo de Ourique, em Lisboa. O júri, composto por oito pessoas, e liderado pela arquitecta italiana Benedetta Tagliabue, enalteceu a obra, construída em plena zona urbana de Lisboa, na Rua Saraiva de Carvalho, notando que “a disposição estratégica dos pátios confere um alto grau de intimidade à casa e oferece aos edifícios vizinhos os valores espaciais intrínsecos do edifício”.


12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

Futebol | Dragões do território preparam participação na Bolinha

FC Porto ainda incertoMarco [email protected]

AS inscrições para a edição de 2011 do Campeonato de Futebol de 7

de Macau devem abrir na próxima semana e as lides da “Bolinha” são mesmo a grande preocupação dos responsáveis pela Casa do Futebol Clube do Porto em Macau, numa altura em que o futuro do onze da colecti-vidade ainda se conjuga com a incerteza.

Os dragões do território terminaram a edição inau-gural da Liga de Elite num honroso quarto lugar e lu-taram até à última ronda do Campeonato pela presença no pódio, mas os bons resul-tados não são uma garantia de que o projecto azul e branco tenha pernas para andar. Em Maio, no jantar que reuniu sócios e adeptos do Futebol Clube do Porto em Macau, António Aguiar fez saber que os dragões poderão não ter capacidade financeira para participar na próxima edição do principal evento do desporto-rei do território.

Em dois meses, pouco ou nada se alterou e o projecto azul e branco continua na corda bamba. O presidente da direcção da Casa do Futebol Clube do Porto em

O ex-ginasta chinês Zhang Shangwu, que ganhou duas

medalhas de ouro nos Jogos Mundiais Universitários de Pequim em 2001, foi descoberto a mendigar na rua, após passar quase quatro anos na prisão por roubo. Este foi um dos casos que reabriu o debate sobre o esque-cimento que muitos desportistas aposentados da China sofrem.

Zhang, de 28 anos, saiu da prisão em Abril de 2007, empenhou duas medalhas por cerca de 50 yuans cada e pouco depois foi detido por roubar computadores, telemóveis e outros materiais numa escola de desporto de Pequim. Este ano saiu de prisão e desde então vive da caridade nas ruas, até que os

CAMPEÕES CHINESES DE GINÁSTICA SÃO ESQUECIDOS PELO PAÍS

Do pódio para as ruasmeios de comunicação chineses o descobriram.

Zhang, nascido em Hebei, no norte da China, começou a treinar aos cinco anos, com agora estre-las da ginástica nacional - como Yang Wei, campeão olímpico -, e ganhou duas medalhas de ouro na Universíada de ginástica de Pequim. No entanto, um ano depois sofreu uma grave lesão no calcanhar, o que o afastou da equipa nacional. A sua lesão e a falta de uma educação superior, impediram-no de encontrar um trabalho, o que o levou à delin-quência e a mendigar, segundo contou o próprio Zhang à im-prensa. Segundo o jornal South China Morning Post, o caso de Zhang não é isolado e “reflecte

o destino de milhares de jovens que se dedicam a tempo integral a árduos programas de treino desde a infância, não pensando em mais nada a não ser ganhar uma medalha nas Olimpíadas”.

O jornal lembra outros casos, como a ex-campeã de maratona Ai Dongmei, que também ven-deu as suas medalhas depois do marido ter ficado sem trabalho, ou a do campeão nacional de halterofilismo, Zou Chunlan, que anos depois foi descoberto a trabalhar como massagista.

Neste caso, foram muitos os que ofereceram ajuda ao despor-tista aposentado para que deixe as ruas. Segundo a publicação de Hong Kong, uma rede hoteleira ofereceu trabalho ao ex-atleta,

enquanto uma fundação liderada pela campeã olímpica de patina-gem de velocidade Yang Yang entrou em contacto com Zhang lhe dar apoio psicológico.

Ontem, o advogado da ginasta chinesa que ficou paralisada de-vido a um acidente no “Goodwill Games 1998” chegou a um acordo com companhias de seguros dos EUA para que a campeã pudesse usufruir cuidados médicos e de reabilitação na China. O advoga-do, Ming Hai, disse que não pode-ria divulgar detalhes do negócio, mas avançou que a seguradora ofereceu 10 milhões de dólares em dinheiro e cuidados de saúde durante toda a vida de Sang Lan. “Mais uma vez, quando ela está em apuros, o povo americano dá um passo em frente para ajudá--la.”, salientou o advogado. A acção em tribunal prossegue con-tra vários réus chineses, que não apoiaram a ginasta em nenhum momento desde o seu acidente.

Macau diz ainda assim que a colectividade que dirige tem preocupações bem mais imediatas. “Por agora, esta-mos sobretudo preocupados com a constituição de uma equipa que possa dignificar o nome do Futebol Clube do Porto na “Bolinha”. Ainda temos a prova pela frente e como a participação é com-pulsiva, não podemos pura e

simplesmente dizer que nos ficámos por aqui e que não vamos participar”, explica o dirigente.

Com a ascensão da Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau ao convívio dos “grandes” do futebol do território e a eventualidade do projecto portista poder vir a desaparecer, come-çam a correr rumores nos

bastidores do desporto-rei da RAEM que algumas das principais referências dos dragões poderão estar de malas aviadas para o onze encarnado.

António Aguiar garante não estar ao corrente de quaisquer movimentações, mas diz ainda assim que Macau não é Portugal e que os jogadores são livres de

optar pelo que consideram ser melhor para o seu futuro. “O futebol em Macau tem muito poucas semelhanças com o que se passa em Por-tugal ou noutros países lá por fora e nem o FC Porto nem qualquer outro clube se podem arrogar a dizer que não a um jogador a quem tenha sido feita uma melhor proposta. Temos vontade de

participar na próxima edição da Liga de Elite, mas quere-mos fazê-lo com uma equipa que possa dignificar o nome do Futebol Clube do Porto e para isso precisámos de di-nheiro. De qualquer forma, o Campeonato só se começará a discutir em Dezembro, o que nos deixa ainda algum tempo”, assegura o líder dos dragões da RAEM.

Dignificar o nome do Futebol Clube do Porto po-derá simplesmente significar uma época ao mesmo nível da temporada realizada este ano pelo onze azul e branco. O Futebol Clube do Porto terminou a segunda época consecutiva no primeiro es-calão do futebol do território na parte cimeira da tabela. Há um ano, os dragões sagraram-se vice-campeões da RAEM, atrás apenas do insuperável Windsor Arch Ka I. Este ano, com o reforço da concorrência, o FC Porto não conseguiu melhor do que a quarta posição na prova, atrás de Ka I, Monte Carlo e da Selecção de Sub-23 da Associação de Futebol de Macau.

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[f]utilidadesTERÇA-FEIRA 19.7.2011www.hojemacau.com.mo

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STAR SPORTS 31 13:00 (Delay) FIM Mx1 World Motocross Championship 2011 - Races Grand Prix of Latvia15:00 ATP - Skistar Swedish Open Quarterfinals18:00 Jakarta World Junior Golf Championship 2011 19:00 FIA Wtcc 2011 - Inside Wtcc19:30 FINA Aquatics World 2011 20:00 Vip Formula Drift Singapore21:00 FIA Wtcc 2011 - Inside Wtcc21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 FINA Aquatics World 2011 22:30 Golf Focus 2011 23:00 Jakarta World Junior Golf Championship 2011

STAR MOVIES 4012:10 When In Rome13:45 Mighty Joe Young15:45 Toy Story 217:25 Crazy Heart19:20 Deadly Impact21:00 John Grisham’S The Rainmaker23:20 Brothers

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MGM 4312:15 Witness to the Mob14:15 Contamination. 716:00 Fascination17:45 Women vs. Men19:15 The Hunting Party21:00 The First Power22:45 Carry Me Home00:30 Sleeping with the Devil

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ANIMAL PLANET 5213:00 The Web Of Life13:30 Fooled By Nature: Curious Coursthip14:00 Animal Cops Houston: Coming Up Daisy15:00 Wild Recon: Hidden Cures16:00 Swamp Brothers17:00 Nick Baker’s Weird Creatures18:00 Meerkat Manor19:00 Caught In The Moment: Costa Rica20:00 The Web Of Life20:30 Fooled By Nature: Fantastic Feeders21:00 Wild Recon:Moving Target22:00 Swamp Brothers23:00 Nick Baker’s Weird Creatures00:00 Meerkat Manor

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AXN 6212:15 Csi: Crime Scene Investigation13:05 House14:00 Breaking The Magician’S Code14:55 Numb3Rs15:45 Csi: Crime Scene Investigation16:35 Top Chef18:20 Chuck19:10 Csi: Miami20:05 Criss Angel Mindfreak20:35 Sony Style Tv Magazine21:05 Chuck22:00 Csi: Miami22:55 Ncis: Los Angeles23:50 Chuck00:45 Ncis: Los Angeles

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Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-ALAGOA. INCA. 2-BA. ARGUCIAR. 3-O. DELIRE. RE. 4-NA. LADO. PAI. 5-ALGIDO. MOVA. 6-CAC. CILA. 7-ROGO. NARINA. 8-EVA. MANA. AC. 9-CE. VOTARA. A. 10-ATRASACA. BB. 11-SOIS. LEMBRA.VERTICAIS: 1-ABONA. RECAS. 2-LA. ALCOVETO. 3-A. D. GAGA. RI. 4-GAELICO. VAS. 5-ORLADO. MOS. 6-AGIDO. NATAL. 7-URO. CANAVE. 8-ICE. MARIRAM. 9-NI. POLI. A. B. 10-CARAVANA. BR. 11-AREIA. ACABA.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-O m. q. lagoa. Indígena da raça dos Incas. 2-Bário (s.q.). Usar de argúcias. 3-Esteja em delírio. Repetição (Pref.). 4-Naquela. Banda, costado. Inventor (Fig.). 5-Muito frio. Mexa, mude. 6-Traste velho e sem préstimo. Género de liliáceas, conhecida por cebola-albarrã. 7-Suplico, peço. Fossa nasal. 8-Companheira de Adão. Alimento dos Israelitas no deserto (Relig.). Actínio (s.q.). 9-Estado do Ceará, Brasil (abrev.). Elegera por meio de votos. 10-Protelava. Consoantes iguais. 11-Estrelas, astros. Suscita a lembrança.

VERTICAIS: 1-Afiança, fica por fiador. 2-O m. q. porcas (Prov.). 2-Lantânio (s.q.). O m. q. alcaiote. 3-Tatibitate, tartamuda. Graceja. 4-Diz-se de um dos dois grupos de língua celta, o irlandês e o escocês. Andes. 5-Guarnecido com orla ou cercadura. Dentes molares (Prov.). 6-Actuado. Festa da natividade de Cristo. 7-Espécie de boi selvagem. Cânhamo. 8-Levante, eleve. Fizeram pontaria, encarara. 9-Níquel (s.q.). Bruni. 10-Grupo excursionista. Brasil (abrev.). 11-Praia, areal. Ultima, cessa.

SALA 1HARRY POTTER AND THEDEATHLY HALLOWS: PART 2 [B] Um filme de: David YatesCom: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint14.15, 16.45, 19.15, 21.45

SALA 2MR. POPPER’S PENGUINS [A] Um filme de: Mark WatersCom: Jim Carrey14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3TRANSFORMERSDARK OF THE MOON [B] Um filme de: Michael BayCom: Shia LaBeouf, Markiss McFadden, Rosie Huntington-Whiteley14.00, 16.45, 19.30, 22.15

OPINIÃOcaderno d iá r i o

Pedro Correia



DOMINGO, 10 Acabou de vez. O News of the World praticava jornalismo de sarjeta há longos anos. Começou com actores de cine-ma e cantores da moda e prosseguiu - com um crescente sentimento de impunidade - a imiscuir-se na vida íntima de quem quer que fosse, manipulando emoções e sentimentos da forma mais primária e atiçando ódios demenciais. Só com um lema: vender papel. E vendia mesmo. O problema também é este: vivemos num mundo onde demasiadas pessoas gostam de consumir imundícies.

Rupert Murdoch, o milionário australia-no que decidiu encerrar hoje o mais popular jornal britânico, detém cerca de 40% dos principais títulos da imprensa do Reino Unido - incluindo o histórico The Times. Durante demasiado tempo o poder político em Londres foi-se curvando ao poder deste indivíduo, que através dos editoriais do Sun, por exemplo, era capaz de influenciar largas faixas do eleitorado. Quando este tablóide decidiu apoiar Tony Blair em 1997, contribuiu decisivamente para a vitória do “novo trabalhismo” nas urnas, destronando 18 anos de poder conservador. Em 2010, a orientação foi a oposta: Murdoch passou a alinhar com os conservadores, contribuindo editorialmente para a vitória de David Ca-meron contra o trabalhista Gordon Brown. O actual primeiro-ministro, aliás, não hesitou em nomear o ex-director do News of the World como seu director de comunicação, cargo do qual foi entretanto destituído.

É natural a indignação colectiva contra as ilegalidades praticadas por este jornal - que incluiu a intercepção ilegal de telefonemas privados a cerca de quatro mil pessoas e o suborno a polícias. Mas essa indignação deve estender-se ao conjunto dos órgãos de informação britânicos, durante demasiado tempo foram condescendentes com este jornalismo de esterco, e sobretudo à classe política britânica, que não hesitou em ‘flirtar’ com Murdoch por mera conveniência de ocasião. À esquerda e à direita.

Não pode haver meio caminho entre um comportamento criminoso e um compor-tamento que não o é. O jornalista tem por dever deontológico a procura permanente da notícia, mas deve fazê-lo sempre através de meios lícitos. Precisamente ao contrário do que fez o News of the World.

Os fins não justificam os meios na política. Por maioria de razão, o mesmo sucede no jornalismo, que obedece a um estrito código deontológico e profissional.

SEGUNDA, 11 Ainda a propósito deste tema: o jornalismo português necessita com urgên-cia de mecanismos de auto-regulação, sem interferência de estruturas administrativas dependentes do poder político. Essa auto--regulação deve fixar regras claras no acesso à profissão e prever sanções a diversos níveis por graves e reiterados atropelos às normas éticas e deontológicas - podendo, no limite, levar à apreensão da carteira profissional.

Com a crise europeia, volta-se a Karl Marx. Já não com a obsessão de encontrar terapias salvíficas na obra do grande teórico do século XIX, mas pelo menos para se estabelecer uma comparação com o diagnóstico que então traçou e os tempos actuais. Ando a ler um livrinho dele, o clássico O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, e confirmo o seguinte: Marx escrevia muito bem

A actual Comissão da Carteira Profissio-nal, que superintende nestas matérias, é um órgão administrativo, burocrático. Não tem efectivos poderes disciplinares em matéria deontológica, como aliás se tem compro-vado abundantemente nas mais diversas situações. Por isso defendo a existência de uma Ordem dos Jornalistas, criada por lei da Assembleia da República com a incumbência de regular o acesso à profissão, estabelecer um efectivo regime de incompatibilidades e exercer acção disciplinar contra as infracções ao código deontológico, que aliás devia ser profundamente alterado e actualizado. Para incluir normas sancionatórias a jornalistas da área económica que possam influir na cotação de bolsas através das notícias que publicam, por exemplo.

QUARTA, 13 Por toda a parte, na Europa, despontam ancestrais ódios étnicos e se-

culares disputas fronteiriças que pareciam adormecidas voltam à tona. O nacionalismo tornou-se moeda corrente. Países como a Dinamarca fecham as fronteiras e os parti-dos xenófobos ganham terreno eleitoral. O colapso dos mercados financeiros potencia tudo isto. Mas a verdadeira crise - que é uma crise de identidade, uma crise de projecto - já vinha de trás.

Os sinais que nos chegam de várias lati-tudes europeias são preocupantes. . Fala-se muito da Conferência de Berlim de 1885 - que desenhou o mapa político de África - como fonte original de muitos dos actuais con-flitos nesse continente. Mas a Conferência de Versalhes (1919) e a Conferência de Ialta (1945) também estão na origem de muitos dos conflitos europeus: os mapas da maioria das nações do nosso continente foram várias vezes redesenhados, nomeadamente nessas cimeiras internacionais. Fronteiras étnicas, linguísticas, religiosas e até orográficas foram subitamente alteradas a regra e esquadro. O problema é que os fantasmas da História ameaçam renascer a qualquer momento.

QUINTA, 14 Com a crise europeia, volta--se a Karl Marx. Já não com a obsessão de encontrar terapias salvíficas na obra do grande teórico do século XIX, mas pelo menos para se estabelecer uma compara-ção com o diagnóstico que então traçou e os tempos actuais. Ando a ler um livrinho dele, o clássico O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, e confirmo o seguinte: Marx escrevia muito bem.

Repare-se nos dois parágrafos de arranque da obra (traduzo directamente do castelhano, pois estou a ler uma versão impressa nos anos 70 em Barcelona: «Hegel diz em algum lado

que todos os grandes factos e personagens da história universal se produzem, digamos, duas vezes. Mas esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a outra como farsa. (...) Os homens fazem a sua própria his-tória, mas não a fazem de modo arbitrário, sob circunstâncias eleitas por si próprios, mas sob circunstâncias directamente proporcionadas e herdadas do passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. Lutero disfarçou-se de apóstolo Paulo, a revolução de 1789-1814 en-vergou alternadamente as vestes da República Romana e do Império Romano, e a revolução de 1848 não conseguiu fazer melhor do que parodiar a de 1789 e a tradição revolucionária de 1793 a 1795.»

Fica agarrado o leitor, logo de início, a esta prosa. Mesmo o leitor que está muito longe de ser marxista.

SÁBADO, 16 A União Europeia ameaça tornar-se um cadáver político. Sem líderes à altura dos desafios, com uma opinião pública egoísta, colocada perante desafios quase intransponíveis, à mercê de diversos demagogos que inflamam as mentes com o veneno neonacionalista (com amplos se-guidores, à direita e à esquerda), a Europa hoje novamente desunida necessita de uma verdadeira refundação. De baixo para cima, não de cima para baixo. Nada a ver com a receita agora preconizada pelo presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, que pretende criar um supermi-nistério europeu das Finanças nos países da zona euro, impondo uma política fiscal única. No fundo, isto seria mais do mesmo: a crescente cedência da soberania popular e democrática a um poder tecnocrático não sujeito ao escrutínio público. O caminho deve ser o inverso: em vez de tornar ainda mais volumosas as estruturas burocráticas de Bruxelas, o processo de decisão deve ser devolvido aos políticos, respaldados no voto popular. Pafraseando a célebre frase de Malraux sobre a religião no século XXI, o projecto de integração ou caberá aos cidadãos europeus - ou não será nada. Há que rever a cotação do euro, há que adaptar as directivas europeias às necessidades de cada país, há que renegociar os tratados comunitários. Há que retomar, se for caso disso, a Europa “a duas velocidades” para que o passo não seja maior que a perna.

Eis a quadratura do círculo: com que políticos poderá o projecto europeu ser reconfigurado? Faltam-nos estadistas como Jean Monnet, Robert Schuman, Alcide de Gasperi ou Konrad Adenauer. Mas é preci-samente ao exemplo destes visionários que precisamos de regressar. Para aprofundar os mecanismos democráticos, sem os quais a União Europeia está condenada a sucumbir. Para termos uma autêntica Europa dos cida-dãos - não a Europa dos tecnocratas, capazes de transformar o sonho da integração num insustentável pesadelo.

Só falamos e só vemos aquilo que nos interessa. Padre Manuel Teixeira [1912-2003]

à f l o r da pe leHelder Fernando



Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Patrícia Ferreira, Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros, Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Luís Sá Cunha, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

MA semana, a que passou, pa-recendo contrariar os melhores auspícios. Ainda não será caso

para hospício, tenhamos esperanças.Começa logo pelo continente chinês: a

inflação é a mais elevada desde há três anos; reflexo natural, negativo, para todos os lados do país. As prisões de artistas e jornalistas com posições críticas sobre algumas medi-das oficiais; no mais recente caso conhecido, um jornalista é acusado de “chantagem e apropriação de benefícios de publicidade”. A “igreja patriótica” ordena um novo bispo, continuando a ignorar as objecções do Vatica-no; resultado, está o bispo excomungado; sem novidade, por alguma razão é considerada “igreja patriótica”. Grandes marcas como a Nike, Adidas, Puma, H&M, Lacoste e mais uns quantos nomes finórios do império ocidental, andam produzindo na China em fábricas altamente poluidoras do ambiente. E o próprio governo central, ainda com a memória nas escandaleiras que envolveram a Câmara de Comércio da Cruz Vermelha no continente, anuncia a criação de um mecanis-mo de auditoria para fiscalizar os donativos e outros actos chamados “de caridade”. Se calhar não é preciso ser extensivo à RAEM.

Portas adentro, alastra o flagelo da droga, incrementando-se, num frenesim interessan-tíssimo, as já célebres consultas públicas e o Aeroporto Internacional continua a ter cada vez menos passageiros. Enquanto isso, o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) continua a detectar precisamente casos de corrupção; desta vez foram seis suspeitos, dois de Hong Kong e quatro da chamada China continental; um desses suspeitos pertence à direcção de uma empresa da-quelas auto-denominadas “de construção e fomento predial”; parece que o fulano exigia que os operários, em troca do recru-tamento, lhe pagassem entre 2 mil e 4 mil patacas. Há quantos anos a gente ouve falar em coisas destas em variadíssimos sectores? Acabadinho de inaugurar, o grande e mais recente empreendimento Galaxy já está con-frontado com mais de 80 queixas entregues nos Serviços para os assuntos Laborais, por trabalhadores não residentes; estes, afirmam não lhes ser permitido descanso semanal, feriados obrigatórios ou compensação por

Balanço duma semana cheia de promessas

trabalho extraordinário, entre outros direitos. O famoso património de Macau - o tal

reconhecido como “património mundial” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - é, aparen-temente, olhado com displicência por vários círculos responsáveis fora das estruturas que têm por obrigação cuidar dele com todo o respeito e afecto; este nosso património histórico é tema de um processo fadista, no que o fado tem de mais fatalista; ajardinam--lhe as bermas e colocam-lhe fortalezas de betão à volta; deve ser para proteger o património; abafam-no, amesquinham-no, não lhe organizam actos que o dignifiquem; parece bastar-lhes a multidão compacta a emporcalhar e a vulgarizar o ambiente, desde o Largo do Senado até às Ruínas, da Rua da Felicidade até ao porto Interior, na demanda de lulas secas, biscoitos, fatias de gordura frita e umas quantas quinquilharias pimba. Atracções de felicidade absoluta que a RAEM proporciona a estes queridos visitantes nos mais badalados locais do património cultural. Há uns tempos que a UNESCO exigiu saber o ponto da situação sobre esse nosso património classificado; está oficialmente prometido que até à data limite, 1 de Fevereiro de 2013, o relatório será entregue. Como titulou este jornal, “Macau tapa a história com prédios altos”. Deve ser uma forma “harmoniosa” e “patriótica” de “amar” Macau e “as suas gentes”.

O futuro transporte chamado “metro ligeiro” já tem quilómetros de polémica pesada, e ainda nem sequer as questões referentes aos concursos estão resolvidas

com clareza. Depois do caso “Bombardier” e de outras controvérsias algo bombásticas, a “Waterleau” aparece publicamente a re-clamar pagamento por perdas na ordem de 1 milhão de patacas por mês, mais o impe-dimento de obter uma receita de quase 600 milhões por ter sido posta fora do concurso para a ETAR. Já não bastava a Justiça (TUI) ter dito definitivamente “não” a uma pretendida manifestação contra o putativo traçado do “metro ligeiro”.

Sobre a separação da provedoria de justiça do CCAC, as opiniões de especialis-tas dividem-se e até há quem afirme que o CCAC nem sequer devia existir. Onde isto já vai! Como se conjugará a independência do Comissariado, se o organismo está direc-tamente dependente do chefe do Executivo? É uma das várias perguntas que têm sido

feitas. Do que se sabe, é a previsão de mais imunidades para o respectivo comissário.

Na Assembleia Legislativa, as perguntas são muitas, interpelações também. Entre as mais recentes questões: Quais os motivos por que o calendário da “reforma legislativa”, preconizado nas Linhas de Acção Governa-tiva para este ano, ainda não foi cumprido. Alterações legislativas sobre a declaração de rendimentos e interesses patrimoniais que o governo devia ter entregue na AL em Março passado, é outro dos temas quentes; talvez pela razão simples de a alteração desejada por uma parte dos deputados e da população, apontar para a obrigatoriedade do senhor chefe do Executivo, dos senhores secretários, dos senhores directores de ser-viços e dos senhores deputados, também tornarem públicos, como qualquer cidadão de bem, os seus rendimentos e bens. Um senhor deputado regional declara que em Macau os ricos estão ficando cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Nada harmonioso; muito menos harmoniosas as discrepâncias entre pandas e urso, habitantes de Macau, tratados de maneira diferenciada.

Outra realidade local muito curiosa é a reacção do IACM às velhas e cada vez mais fortes críticas às supostas campanhas públicas, tipo higiene, etc., feitas à base de bonecada apalhaçada e linguagem textual não muito longe disso. Pois o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais argumenta que esta bonecada é a melhor ideia para chegar eficazmente à inteligência do cidadão. Quem diria, hein?

E os tais jardins projectados para um cocuruto da Taipa, com o nome aconche-gante de “Jardins de Lisboa”, destinados a aparatosas torres de habitação de luxo apenas ao alcance dos importantões do capital? A promessa é o resultado ser divulgado esta semana. Em outro estilo de gravidade, a conclusão de que autocarros novos estão a chegar; o que parece ser mais difícil é a existência de motoristas que cheguem.

A propósito de promessas. Dia sim, dia não, surge um porta-voz a prometer que a língua portuguesa será mais respeitada e melhor tratada. Está à vista. Só faltam os pagadores de promessas.

Uma semana macaense em cheio.

Há uns tempos que a UNESCO exigiu saber o ponto da situação sobre esse nosso património classificado; está oficialmente prometido que até à data limite, 1 de Fevereiro de 2013, o relatório será entregue. Como titulou este jornal, “Macau tapa a história com prédios altos”. Deve ser uma forma “harmoniosa” e “patriótica” de “amar” Macau e “as suas gentes”

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TERÇA-FEIRA 19.7.2011www.hojemacau.com.mo

EUROPA 30 MILHÕESSEM CONTA BANCÁRIAEstudos recentes, divulgados em Bruxelas, indicam que na União Europeia, cerca de 30 milhões de consumidores maiores de 18 anos não têm uma conta bancária. Entre estas pessoas, a quem a Comissão chama “sem-banco”, estima-se que a mais de “6 milhões foi mesmo vedado o acesso” a uma conta. A Comissão entende que estes cidadãos estão “impedidos de beneficiar das regras do mercado único”. O acesso a uma conta bancária “tornou-se uma condição essencial” para participar “plenamente na vida económica e social de uma sociedade moderna”, refere a nota divulgada em Bruxelas, considerando que o “uso de dinheiro está a diminuir rapidamente”.

FUTEBOL BRASIL ELIMINADO DA COPA AMÉRICAO Brasil falhou tanto durante todo o jogo que acabou eliminado da Copa América. Sempre superior ao Paraguai durante a partida, o bicampeão em título saiu pela porta pequena, derrotado nos quartos-de-final (2-0 nos penáltis), depois de 120 minutos sem golos. O Brasil falhou, falhou, falhou. Primeiro Neymar, depois Robinho e até Pato. E o Paraguai foi acreditando. Quando não era Justo Villar, o veterano guarda-redes paraguaio de 34 anos, eram os defesas a salvar em cima da linha. E o jogo foi para prolongamento. No total dos 90 minutos, a estatística dava 11 oportunidades para o Brasil contra zero do Paraguai: 16 remates dos brasileiros para apenas dois (que não foram à baliza) dos paraguaios. Muito para uns e muito pouco para outros. Mas o empate sem golos permanecia.

CHINA ATAQUE À ESQUADRA FAZ QUATRO MORTOSPelo menos quatro pessoas, incluindo dois agentes de segurança, morreram ontem num ataque a uma esquadra da polícia no Xinjiang, região do noroeste da China palco de violentos confrontos há dois anos. Pelo menos outras três pessoas, uma delas um agente de segurança, ficaram feridas no mesmo incidente, ocorrido na cidade de Hotan. Um grupo de pessoas atacou um posto da polícia e tentou “fazer reféns”, segundo a Xinhua. Em Julho de 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco de confrontos entre uigures e hans (a etnia maioritária na China) que fizeram cerca de 200 mortos e 1700 feridos.

FACEBOOK POLÍCIA COM PROCESSO DISCIPLINARA PSP de Portugal abriu um inquérito disciplinar contra um agente que publicou no Facebook comentários sobre questões de serviço e críticas a colegas e superiores hierárquicos. Revoltado por não lhe ter sido concedida uma folga num dos feriados de Abril, o agente em causa, de 42 anos e a trabalhar no departamento de investigação criminal, escolheu esta rede social para manifestar a sua indignação. “Infelizmente o estado da Polícia é este” – escreveu em Maio passado o agente principal.

INGLATERRA EX-DIRECTORA DE TABLÓIDE LIBERTADAA ex-directora do jornal britânico “News of the World”, Rebeka Brooks, foi libertada sob caução na noite de domingo, confirmou um porta-voz policial citado pela agência France Presse. “Posso confirmar que [Rebeka Brooks] foi libertada ao início desta noite sob caução até o final de Outubro”, disse o porta-voz da polícia, David Wilson. Rebeka Brooks, a rainha dos tablóides britânicos, era até há uma semana uma das mais influentes mulheres do mundo da comunicação, graças a uma mescla de ambição, encanto pessoal e habilidade para se ligar ao poder.

ITÁLIA BERLUSCONI SOFRE TRAUMATISMO CRANIANOO presidente italiano, Silvio Berlusconi, sofreu um “pequeno traumatismo craniano” depois de escorregar no banho na noite de domingo. O líder está bem, mas continua sob vigilância. Berlusconi “caiu no banho e bateu com a cabeça, mas sofreu apenas um pequeno traumatismo craniano”, disse o médico particular do chefe de Estado à imprensa italiana. “Após a queda, realizámos um exame para avaliar a inflamação que ocorre sempre depois de um traumatismo e estava tudo bem”. Apesar disso, o médico disse também que Berlusconi sofreu uma “forte contusão” na nuca e sente dores na mandíbula.

car toonpor Steff

Casos dos SS | Discussão no fórum da CTM apagado

Passar despercebidopor estes dias

Gonçalo Lobo [email protected]

O caso do “namorico no horário de expediente” está já entregue à Justi-ça. De acordo com um

comunicado dos Serviços de Saú-de (SS) ontem divulgado, o chefe do Departamento de Recursos Humanos dos Serviços de Saúde (SS), Patrick Leong Weng Pan, terá apresentado queixa junto da Polícia Judiciária pelo caso que foi divulgado por uma rapariga chinesa no website chinês Tianya (http://www.tianya.cn). Os ecos da discussão no fórum da CTM, onde os utilizadores criticavam a situação e pediam mão pesada, fo-

ram, entretanto, apagados na tarde de ontem sem qualquer justificação.

Leong, que meteu férias ontem e regressa ao trabalho amanhã, foi acusado por uma rapariga chinesa de, alegadamente, assediá-la. De acordo com relatos no site Tianya, Leong reservava cerca de quatro a cinco horas do seu dia laboral a “namorar” virtualmente com raparigas da China. Em específico, uma delas, sentindo-se enganada, revelou quase ao pormenor como tudo se processava.

Os SS assinalaram que “o tra-balhador em causa está de férias” e que o caso está agora a desenvolver--se judicialmente. Da sua parte, contudo, aponta que “estão muito atentos ao caso”. “Se necessário,

[os SS] procederão ao apuramento da responsabilidade disciplinar do trabalhador em causa”, lê-se na pequena nota.

Recorrendo ao software de conversação na Internet QQ, Pa-trick Leong terá se vangloriado da sua posição social enquanto responsável de cargo superior nos SS, e referido as suas habilitações literárias. “Alegava que era licen-ciado em psicologia e patologia clínica, ambas as graduações com distinção, bem como mestrados terminados”, escreveu a rapariga no fórum.

O chefe do Departamento de Recursos Humanos dos SS não quis avançar detalhes sobre o caso ao ser contactado pelo Hoje Macau.

O MUNDODE MURDOCH

FOI ontem publicado em Boletim Oficial o regula-mento administrativo que altera os estatutos da

Fundação Macau. A partir de agora, está limitado a seis milhões de patacas o montante máximo de subsídio concedido pelo presidente do Conselho de Curadores da Fundação Macau para as responsabilidades ineren-tes à entidade e o pessoal não poderá auferir salários superiores aos fixados para a Administração Pública.

No início deste mês, quando o Executivo apresen-tou o rol de mudanças, a justificativa dada foi para se cumprir “o princípio de eficiência promovido pela Ad-ministração Pública” e para “aumentar a transparência de funcionamento da instituição”. Os novos estatutos prevêem também o aumento das competências do Conselho Fiscal, que tem de informar o Conselho de

Curadores e ainda elaborar um relatório de recomen-dações para corrigir anomalias.

O presidente, o vice-presidente e os restantes mem-bros do Conselho de Administração, num total de sete assentos, têm de ser todos residentes da RAEM, e fica também estipulado que o organismo deve reunir-se “pelo menos uma vez por semana”.

Foram ainda redigidos os fins da Fundação agora dirigida por Wu Zhiliang, nas quais fica bem frisada o carácter promocional da instituição nos campos cultural, social, económico e científico. “A actividade da Fundação é desenvolvida predominantemente em Macau, poden-do desenvolver intercâmbios e colaborar com instituições ou entidades cujas actividades sejam compatíveis com os seus fins”, apontam os novos estatutos. – V.A.

ALTERAÇÃO AOS ESTATUTOS JÁ ESTÁ EM VIGOR

Fundação Macau com limites

Documents

Hoje Macau 19 JUL 2011 #2413