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Lei Sindical MOMENTO INOPORTUNO PARA AVANÇAR • PÁGINA 6 Governo Electrónico MEIO CAMINHO ANDADO PARA COMBATER CORRUPÇÃO • PÁGINA 6 hoje AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 macau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEGUNDA-FEIRA 22 DE AGOSTO DE 2011 ANO X Nº 2437 TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 33 HUMIDADE 55-95% CÂMBIOS EURO 11.6 BAHT 0.3 YUAN 1.3 PUB Ter para ler O deputado eleito por sufrágio directo não está nada satisfeito com a actuação de Chui Sai On. Em entrevista ao Hoje Macau, Au Kam San diz que o Chefe do Executivo peca por não ter ideias próprias, ler cábulas na Assembleia Legislativa e não conseguir domar os seus subordinados. O democrata fala ainda da necessidade de se fiscalizar o dinheiro que o Governo gasta e da sua can- didatura para as eleições de 2013. > PÁGINAS 4 E 5 Política do deixa andar Au Kam San queixa-se da falta de rumo de Chui Sai On Fórmula 3 MAU AGOIRO PARA O GP DE MACAU COM FALTA DE PILOTOS • PÁGINA 12

Hoje Macau 22 AGO 2011 #2437

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Edição do Hoje Macau de 22 de Agosto de 2011 • Ano X • N.º 2437

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Page 1: Hoje Macau 22 AGO 2011 #2437

Lei Sindical

MOMENTO INOPORTUNOPARA AVANÇAR

• PÁGINA 6

Governo Electrónico

MEIO CAMINHO ANDADO PARA

COMBATER CORRUPÇÃO• PÁGINA 6

hoje

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10macau

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 22 DE AGOSTO DE 2011 • ANO X • Nº 2437

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 33 HUMIDADE 55-95% • CÂMBIOS EURO 11.6 BAHT 0.3 YUAN 1.3

PUB

Ter para ler

O deputado eleito por sufrágio directo não está nada satisfeito com a actuação de Chui Sai On. Em entrevista ao Hoje Macau, Au Kam San diz que o Chefe do Executivo peca por não ter ideias próprias, ler cábulas na Assembleia Legislativa e não conseguir domar os seus subordinados. O democrata fala ainda da necessidade de se fiscalizar o dinheiro que o Governo gasta e da sua can-didatura para as eleições de 2013. > PÁGINAS 4 E 5

Política do deixa andarAu Kam San queixa-se da falta de rumo de Chui Sai On

Fórmula 3

MAU AGOIROPARA O GP DE MACAU

COM FALTA DE PILOTOS• PÁGINA 12

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SEGUNDA-FEIRA 22.8.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

O vice-presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou ontem que os

Estados Unidos e a China precisam de reconhecer as mútuas responsabilida-des globais e de garantir maior justiça em termos de condições de comércio e investimento. Joe Biden transmitiu uma mensagem assente na dependên-cia recíproca entre os dois países em Chengdu, naquele que foi o último dia da sua visita à China, primeira e principal etapa do périplo pela Ásia.

À semelhança do que fez quando chegou a Pequim, Joe Biden tentou amenizar as preocupações da China sobre os seus 812,9 mil milhões de euros em títulos do Tesouro americano, apesar do défice e depois de, no início do mês, a agência de notação Standard & Poor’s ter baixado o ‘rating’ atribuído à dívida dos Estados Unidos de AAA para AA+, pela primeira vez na história.

Ao garantir que a China pode estar descansada, o vice-presidente frisou que os Estados Unidos não estão em condições de falhar os compromissos assumidos, numa sessão de perguntas e respostas com estudantes na Univer-sidade de Sichuan.

Neste contexto, Joe Biden observou que os juros da dívida baixaram, fa-zendo com que os títulos fossem mais procurados do que nunca, ao apontar

que os Estados Unidos “continuam a ser a melhor aposta em termos do local a investir”.

Uma vez que os norte-americanos detêm 85% da dívida, qualquer po-lítico que falhe vai desapontá-los e “nenhum político quer isso”, afirmou. Joe Biden enfatizou ainda as trocas de informação frequentes entre o presidente norte-americano, Barack Obama, e o seu homólogo chinês Hu Jintao ao nível político e económico, e entre outros elementos de ambos os governos, ao apontar para a necessida-de de aumentar os intercâmbios entre líderes civis e militares relativamente a aspectos de segurança, como a cri-minalidade informática.

“O facto é que a China e os Estados Unidos enfrentam as mesmas ameaças e partilham muitos objectivos e respon-sabilidades”, disse. Joe Biden frisou que tanto os Estados Unidos como a China precisam de estabilidade global, o que inclui evitar que Irão e a Coreia do Norte obtenham armas nucleares.

O vice-presidente norte-americano reconheceu ainda que existem muitos chineses – designadamente empresá-rios – insatisfeitos com o tempo que precisam para poderem obter um visto que lhes permita visitar os Estados Unidos ao garantir que Washington

está a trabalhar com vista a melhorar o processo.

Por outro lado, Joe Biden referiu que as empresas norte-americanas continuam a enfrentar grandes obstá-culos ao investimento na China, bem como “restrições que nenhuma outra grande economia impõe de forma tão abrangente”.

A prosperidade entre a China e os Estados Unidos figura como a chave da recuperação económica mundial e nenhum assunto sério pode ser re-solvido sem Washington e Pequim na mesa, frisou Joe Biden que passou o último dia em visita com o homólogo , Xi Jinping, cujo nome é apontado como o próximo líder da China.

WASHINGTON E PEQUIM PARTILHAM RESPONSABILIDADES GLOBAIS, DIZ JOE BIDEN

De costas voltadas não se anda

Autoridades alegam questões de segurança, organizações denunciam discriminação

Filhos de migrantes chutados das aulasA decisão foi inespera-

da e deixou cerca de 14 mil crianças sem escola. Mais de 30

estabelecimentos de ensino foram encerrados pelas au-toridades chinesas na região de Pequim por alegados problemas de segurança. Mas as escolas eram frequentadas por filhos de trabalhadores migrantes e o Governo está a ser acusado de discriminação.

As escolas foram encerra-das abruptamente, sem aviso. As autoridades apressaram-se a defender que não estavam cumpridos os requisitos de segurança, uma questão sensí-vel na China que ainda tem na memória as mortes de crianças em escolas de construção defi-ciente que desabaram durante o terramoto de Sichuan, em Maio de 2008. Mas o encerra-mento dos estabelecimentos de ensino está a deixar milha-res de pais sem opção.

As escolas que fecharam destinam-se aos filhos de trabalhadores migrantes que estão impedidos de frequentar os estabelecimentos de ensino financiados pelo Estado. Cerca de 30 escolas fecharam desde Junho, garantiu à AFP Zhang Zhiqiang, fundador de uma organização de apoio a estes trabalhadores, a Amiga dos Trabalhadores Migrantes. “As autoridades são preconceituo-sas contra estes trabalhadores e é negada às crianças uma boa educação, o sistema é discriminatório”, adianta. É nesta situação que se encon-tram centenas de milhões de chineses que procuram uma melhor vida nas cidades.

Na China há um sistema burocrático de registo, o Hukou, que obriga milhões de pessoas a manter a morada de origem mesmo quando se mudaram para a cidade, e sem um registo na nova moradas é-lhes negado o aces-so aos serviços financiados pelo Governo, o que inclui educação e saúde. Logo, os filhos dos migrantes acabam por frequentar escolas mais baratas, apesar de privadas, muitas delas sem qualquer autorização para funcionar.

Por vezes, essa autorização até já foi pedida há vários anos.

A agência estatal Xinhua noticiou o encerramento de 24 escolas em três distritos de Pequim – Haidan, Chaoyang e Daxing, isto ainda antes do início do ano lectivo. Várias escolas já terão sido demolidas e a professora de uma dessas escolas, Xie Zheqing, contou à AFP que os seus 1400 alunos não têm qualquer sítio para onde ir. “Não sei nada sobre o que vão fazer aos alunos e professores, quando é que a escola irá reabrir, qual é o pla-no. Só sei que a escola fechou num ápice”.

Responsáveis pelo sector da Educação adiantaram à agência Xinhua que as escolas não cumpriam os requisitos oficiais de segurança, mas o director de um desses esta-belecimentos de ensino con-siderou “irrealista” esperar que as escolas frequentadas por migrantes cumpram essas normas. Entre elas está, por exemplo, a necessidade de uma escola ter pelo menos 15 mil metros quadrados, mais de 3500 dos quais cobertos.

Na escola primária de Hongxing Zidi um homem deitou-se no chão para pro-testar contra o encerramento, e em muitas escolas as máquinas já estão a proceder às demoli-ções. A população de Pequim aumentou cerca de 44% desde 2000 e atingiu, em Novembro do ano passado, 19,6 milhões de pessoas. Entre elas, adian-tou o China Daily, estão pelo menos 249 mil crianças dos 6 aos 14 anos que não estão legalmente inscritas como residentes na capital, cerca de 28% do total nesta faixa etária.

As escolas que fecharam destinam-se aos filhos de trabalhadores migrantes que estão impedidos de frequentar os estabelecimentos de ensino financiados pelo Estado

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SEGUNDA-FEIRA 22.8.2011

3www.hojemacau.com.mo

PUB

EDITALEdital no: 137/E/2011Processo no: 1724/BC/2010/F, 1729/BC/2010/F, 1839/BC/2010/F, 1840/BC/2010/F, 1842/BC/2010/F, 1731/BC/2010/F, 1843/BC/2010/F, 1726/ BC/2010/F, 1844/BC/2010/F, 1732/BC/2010/F, 1730/BC/2010/F, 1733/BC/2010/F, 1837/BC/2010/F, 1734/BC/2010/F, 1728/BC/2010/FAssunto: Demolição da obra não autorizada pela infracção às respectivas disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI)Locais: Rua da Praia do Manduco no 57, Edf. Wan Seng, Bloco 1, fracções 4o andar K e 5o andar K, Macau. Rua da Praia do Manduco no 59, Edf. Wan Seng, Bloco 2, fracções 1o andar B, 1o andar D, 2o andar B, 2o andar C, 2o andar D, 3o andar B, 3o andar D, 4o andar B, 4o andar D, 5o andar B e 5o andar D, terraços sobrejacentes às fracções 5o andar D e 5o andar E, Macau.

Jaime Roberto Carion, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, faz saber por este meio aos donos das obras ou aos proprietários, bem como aos utentes das fracções abaixas indicadas, cujas identidades se desconhecem, o seguinte:

1 O agente de fiscalização desta DSSOPT deslocou-se ao local acima indicado e verificou a realização de obra sem licença cuja descrição e situação é a seguinte:

Fracção Processo no Obra Infracção ao RSCI e motivo da demolição Sanção

1.1 Bloco 14o andar K 1724/BC/2010/F

Instalação de gaiola metálica junto à janela da fracção na parede exterior do referido edifício.

Infracção ao no 12 do artigo 8o, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edi-fício.

Nos termos do no 7 do artigo 87o do mesmo regulamento, é sancio-nável com multa de $2 000,00 a $20 000.00 patacas.

1.2 Bloco 15o andar K 1729/BC/2010/F

1.3 Bloco 21o andar B 1839/BC/2010/F

1.4 Bloco 22o andar B 1840/BC/2010/F

1.5 Bloco 23o andar B 1842/BC/2010/F

1.6 Bloco 23o andar D 1731/BC/2010/F

1.7 Bloco 24o andar B 1843/BC/2010/F

1.8 Bloco 24o andar D 1726/BC/2010/F

1.9 Bloco 25o andar B 1844/BC/2010/F

1.10 Bloco 25o andar D 1732/BC/2010/F

1.11 Bloco 22o andar D 1730/BC/2010/F

Instalação de gaiola e varan-da metálicas junto à janela da fracção na parede exterior do referido edifício.

Infracção ao no 12 do artigo 8o, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edi-fício.

Nos termos do no 7 do artigo 87o do mesmo regulamento, é sancio-nável com multa de $2 000,00 a $20 000.00 patacas.

1.12 Bloco 21o andar D 1733/BC/2010/F Fechamento do pátio do edi-

fício com laje de betão.

Infracção ao no 12 do artigo 8o, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edifício.

Nos termos do no 7 do artigo 87o do mesmo regulamento, é sancio-nável com multa de $2 000,00 a $20 000.00 patacas.

1.13 Bloco 22o andar C 1837/BC/2010/F

Construção de um compar-timento não autorizado com cobertura em chapa de zinco, paredes em alvenaria de tijo-lo, janela em caixilharia de alumínio e gaiola metálica na fachada do edifício junto à fracção.

Infracção ao no 12 do artigo 8o, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edi-fício.

Nos termos do no 7 do artigo 87o do mesmo regulamento, é sancio-nável com multa de $2 000,00 a $20 000.00 patacas.

1.14

Bloco 2 terraço sobrejacente à

fracção5o andar D

1734/BC/2010/F

Construção de um compar-timento não autorizado com cobertura em chapa de zinco, paredes em alvenaria de tijo-lo e gradeamento metálico no terraço sobrejacente à fracção.

Infracção ao no 4 do artigo 10o, obstrução do caminho de eva-cuação.

Nos termos do no 3 do artigo 87o do mesmo regulamento, é sancio-nável com multa de $4 000,00 a $40 000.00 patacas.

1.15

Bloco 2 terraço sobrejacente à

fracção5o andar E

1728/BC/2010/F

Construção de um compar-timento não autorizado com cobertura em chapa de zinco, paredes em alvenaria de tijo-lo e janela em caixilharia de alumínio no terraço sobreja-cente à fracção.

Infracção ao no 4 do artigo 10o, obstrução do caminho de eva-cuação.

Nos termos do no 3 do artigo 87o do mesmo regulamento, é sancio-nável com multa de $4 000,00 a $40 000.00 patacas.

2 De acordo com o no 1 do artigo 95o do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei nº 24/95/M, de 9 de Junho, foi realizada, no seguimento de notificação por edital publicado nos jornais em língua chinesa e portuguesa de 14/06/2011, a audiência escrita dos interessados, mas não foram carreados para o procedimento elementos ou argumentos de facto e de direito que pudessem conduzir à alteração do sentido da decisão de ordenar a demolição da obra não autorizada acima indicada.

3 Sendo as escadas e corredores comuns e terraço do edifício referidos nos pontos 1.14 a 1.15 considerados como caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no no 4 do artigo 10o do RSCI. As janelas e as varandas referidas nos pontos 1.1 a 1.13 são consideradas como pontos de penetração para realização operações de salvamento de pessoas e de combate a incêndios, não podendo ser obstruído com elementos fixos (gaiolas, gradeamentos, etc.), de acordo com o disposto no no 12 do artigo 8o. Pelo que de acordo com o no 1 do artigo 88o do RSCI e por meu despacho de 15/08/2011 exarado sobre a informação no 04966/DURDEP/2011, ordeno aos donos da obra ou proprietários que procedam, por sua iniciativa, no prazo de 8 (oito) dias contados a partir da data de publicação do presente edital, à demolição das obras acima indicadas e à reposição dos locais afectados, bem como aos interessados e aos utentes que procedam à remoção de todos os materiais e equipamentos nele existentes e à desocupação do local acima referido, devendo, para o efeito e com antecedência, apresentar na Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, a declaração de responsabilidade do construtor responsável por essa demolição, bem como a apólice de seguro contra acidentes de trabalho e doenças profissionais. Após a conclusão dos referidos trabalhos deverá ser comunicado o facto à DSSOPT para efeitos de vistoria.

4 Findo o prazo da demolição e da desocupação não será aceite qualquer pedido de demolição da obra acima mencionada. De acordo com o no 2 do artigo 139o do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei no 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se ainda que nos termos dos nos 1 e 2 do artigo 89o do RSCI, a DSSOPT, em conjunto com outros serviços públicos e com a colaboração do Corpo de Polícia de Segurança Pública, procederá a partir do termo do prazo atrás referido à execução dos trabalhos acima referidos, a expensas do infractor. Além disso, tendo o prazo da demolição e da desocupação voluntárias expirado, a DSSOPT dará início aos trabalhos da demolição e da desocupação, não podendo ser cancelados os referidos trabalhos uma vez iniciados. Por fim, os materiais e equipamentos deixados no local acima indicado serão depositados no local indicado à guarda de um depositário a nomear pela Administração. Findo o prazo de 15 (quinze) dias a contar da data do depósito e caso os bens não tenham sido levantados, consideram-se os mesmos abandonados e perdidos a favor do governo da RAEM, por força da aplicação do artigo 30o do Decreto-Lei no 6/93/M, de 15 de Fevereiro.

5 As obras acima indicadas infringem o disposto no RSCI, pelo que, os infractores são sancionáveis com a respectiva multa. Além disso, de acordo com o no 4 do artigo 87o do mesmo regulamento, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração ou segurança do edifício.

6 Nos termos do no 1 do artigo 97o do RSCI e das competências delegadas pelos nos 1 e 4 da Ordem Executiva no 124/2009, publicada no Boletim Oficial da RAEM, Número Extraordinário, I Série, de 20 de Dezembro de 2009, da decisão referida no ponto 3 do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 8 (oito) dias contados a partir da data de publicação do presente edital.

Aos 15 de Agosto de 2011O Director dos ServiçosJaime Roberto Carion

Maria João [email protected]

A China continua a construir edifícios mes-mo apesar de muitos apartamentos, e às

vezes cidades inteiras, estarem a menos de metade da ocupação prevista. Stephen Joske, economista do Economist Intelligence Unit (EIU) em Pequim, considera que o abran-damento que se regista actualmente com números altos de imóveis vazios é passageiro e será corrigido em breve. Numa palestra em Pequim, Stephen Joske explicou que o mercado imobiliário continua a ser um bom indicador da saúde da economia chinesa.

“A China vai ter de rever as restrições para quem comprar casa porque se trata de uma área chave para a economia de merca-do”, disse. Actualmente, os trabalhadores migrantes não podem comprar casa nas cidades para onde se mudam, independen-temente do número de anos que já tenham vivido nas mesmas. Para Stephen Joske este é um cenário a ser alterado uma vez que impede mais de um terço da população de comprar casa. Detalhes que serão estudados pelo governo para poder acabar com o risco de excesso de oferta. O economista defende que quanto mais tarde for feita a correcção, mais difícil será.

“Os mercados têm correcções cíclicas que acontecem. As vendas estão a abrandar e os preços em alguns sítios a descer, mas isto não vai manter-se”, defende. Apesar de ter proibido famílias de comprarem várias casas, o Governo chinês ainda não impôs um

sistema de impostos que penalize quem tem apartamentos vazios.

Espera-se que a taxa de urbanização con-tinue a crescer até 2020 quando vai chegar aos 60%, segundo as projecções do Econo-mist Intelligenge Unit. Este ano a população urbana atingiu os 665 milhões de pessoas, o que representa mais de 49% da população total. E nos próximos anos haverá mais gente a viver nas cidades do que no campo.

A China quer construir 300 novas cidades nos próximos 20 anos, sendo um dos países mais representativos da tendência da grande urbanização mundial. Stephen Joske considera que a economia chinesa entrou num segundo estágio de desenvolvimento através de políticas que privilegiam os investimentos longe dos grandes centros urbanos da costa. Embora em Xangai e Pequim os preços por metro quadrado continuem muito altos, o abrandamento que se verificou noutros pontos do país mostra que esta é a altura certa para quem pretende comprar casa, uma vez que a partir do próximo ano os preços devem subir novamente. Defensor de que a China é uma economia motivada sobre-tudo pela procura interna, Stephen Joske diz que “o país continuará a crescer mesmo sem ter de fazer nada por isso”.

O espaço para este crescimento está na China do interior onde as cidades fantasmas proliferaram nos últimos anos. Agora como forma de motivar os investidores, o governo vai acabar por criar novas regras e terminar com proibições antigas. O excesso de oferta que se observa de momento será absorvido quando terminarem as restrições à procura.

HÁ MAIS OFERTA E MENOS PROCURA, MAS POR POUCO TEMPO

Mercado imobiliáriomove economia

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SEGUNDA-FEIRA 22.8.2011

4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Entrevista | Au Kam San, deputado da Assembleia Legislativa

“Chui Sai On não tem ideias próprias e aceita facilmente as dos outros”

Virginia [email protected]

QUANDO o ouvimos na Assembleia Legislativa, parece que nada está bem em Macau. Há alguma

coisa que esteja bem?Todo o Governo tem pontos positivos, mas não nos podemos esquecer que o papel da AL é questionar as facetas duvidosas e pedir esclarecimentos daquilo que querem que aprovemos. Obviamente, não temos grande poder de decisão – podemos nós, os deputados eleitos directamente, opor-nos a uma lei, mas nunca conseguimos a maioria contra. Quase sempre votamos a favor, porque consideramos que algumas legislações são essenciais, como o caso da lei orgânica do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC). Como deputados independentes, temos um papel essencial na monitorização do trabalho do Governo, temos de estar em cima do Executivo para tentar garantir que as coisas estão a ser feitas de forma correcta. Se achamos que há algo que não bate, é nossa obrigação denunciar. Não sou nenhum “yes man”. E só estou a fazer o papel de um verdadeiro deputado. Há duas semanas, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, fez a sua segunda visita à AL para o debate com os deputados. Essas aparições têm valido a pena?A intenção de ir à AL revela uma certa responsabilidade. Se não há comunicação entre a AL e o Executivo, não estamos ali a fazer nada, apenas a fingir que estamos a trabalhar. Naturalmente que o objectivo dos deputados nos plenários com o líder do Governo é ter respostas para as dúvidas e problemas que encontramos.

No fim de mais uma sessão legislativa, o deputado Au Kam San faz o balanço do papel da Assembleia Legislativa na tomada de decisões. A passividade, considera, é culpa do sistema. O órgão limita-se, portanto, a analisar leis e não a apresentar políticas, por falta de abertura e de mais candidatos eleitos directamente. Susana Chou deixa saudades, Florinda Chan merece sair e Chui Sai On tem de mostrar se merece ser Chefe do Executivo

Estamos a dar-lhe a oportunidade de pronunciar-se também sobre as suas opiniões. Gostávamos todos de ter uma interacção mais positiva, um verdadeiro debate. Mas, honestamente, Chui Sai On não aparece na AL com respostas substanciais para aquilo que queremos saber – e isso apesar de ele já saber de antemão o que lhe vamos perguntar. Isto reflecte que o Governo não tem um sentido apurado de transparência para com a sociedade. Nunca são apresentados novos pontos de vistas ou novas soluções. Essa é uma diferença entre o actual Chefe do Executivo e o anterior, Edmund Ho?Embora o Edmund Ho não tivesse resposta para tudo, ele esforçava-se a encontrar uma solução para os principais pontos da nossa discussão. Chui Sai On sai-se pior nisto. O Chefe do Executivo tem as nossas perguntas nas mãos com uma semana de antecedência e prepara assim as respostas. Chui apenas lê papéis na AL. Ho digeria a informação e falava de cor. Isso significa que Chui Sai On só se limita a ler a cábula?Exactamente. Se perguntamos qualquer coisa que não está ali no papel, o Chefe do Executivo não tem capacidade de responder ou de apresentar uma medida imediata e provisória para a situação. E as respostas que ele traz, desiludem-nos profundamente. Resta esperar que para a próxima tenha um melhor desempenho. Queremos que o Governo tenha consciência dos problemas reais, que nos ouça. Se ele conseguir fazer isso, já é um bom começo. Os deputados eleitos directamente são claramente mais activos que os outros. Que avaliação faz do trabalho dos seus colegas apontados pelo Governo?

Prefiro não tecer críticas, porque este é um problema do sistema. Fui eleito por uma associação pró-democracia e a minha função é “puxar” pela democracia. Afinal, foi por isso que os

residentes votaram em mim e não noutro candidato qualquer. O facto de haver três deputados democratas eleitos para a AL demonstra que a população quer um comportamento mais

democrático do Governo. Há apenas 12 eleitos por sufrágio directo e cada voto que é dado a estas 12 pessoas reflecte os anseios de cada estrato da população. Acredito que os eleitos são mais activos porque temos a obrigação de o ser. Temos de cumprir com a responsabilidade que nos foi dada.Mas há deputados que nem sequer pedem o uso da palavra nas sessões plenárias...Os que são nomeados pelo Chefe do Executivo e os eleitos por sufrágio indirecto focam-se em áreas completamente diferentes. Os “indirectos” estão atentos às reacções dos grupos pelos quais foram escolhidos, mas têm acções limitadas. Os nomeados têm ainda mais limitações por terem como meta agradar o Governo. Se a AL tivesse mais deputados eleitos directamente, teria um papel muito mais activo. Para estimular a actividade responsável da AL, é necessário ajustar urgentemente o número de deputados nomeados e eleitos directamente e indirectamente. Enquanto os directos não forem maioria, todas as leis vão continuar a passar sem grande oposição. Há também quem aponte uma certa passividade ao actual presidente da AL, Lau Cheok Va, quando comparado ao desempenho da antiga presidente, Susana Chou. É justa a comparação?De certa forma, não. A Susana Chou esteve à frente da AL por dez anos, tem uma grande experiência política. Já Lau Cheok Va só está ali há dois anos e parece que ainda está a apalpar terreno. Uma coisa é certa: Susana era uma pessoa mais estável, mais franca e disposta a falar, intervir. As sessões com ela tinham mais ritmo por ser uma pessoa activa

“Chui Sai On não aparece na AL com respostas substanciais para aquilo que queremos saber – e isso apesar de ele já saber de antemão o que lhe vamos perguntar. Isto reflecte que o Governo não tem um sentido apurado de transparência para com a sociedade. Nunca são apresentados novos pontos de vistas ou novas soluções”

ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

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5www.hojemacau.com.mo

e sem medo de se pronunciar. O Lau está ali apenas a ver o que se passa. Nunca revela as suas opiniões. A ver se ele aprende como a coisa se faz para melhorar ao longo do tempo. Acha que a AL está a fazer um bom trabalho?A AL é bastante passiva. E tem o problema de não termos o direito a nos opormos, o que poderia fazer a diferença no final. Estamos restritos a propostas de lei e temos de esperar que o Governo nos entregue a documentação para começarmos a analisá-la. Se a AL fosse mais activa, faria as suas próprias pesquisas e apresentaria políticas que melhorassem os pontos que estão a ser apresentados pelo Executivo. Na área legislativa, limitamo-nos a ler papéis e a dar as nossas opiniões – o que nem sempre conta. No que toca a monitorização do Governo, acredito que os eleitos directamente têm tido um papel crucial. Mas gostávamos de ter uma maior interacção com os principais cargos da RAEM. Queremos que nos ouçam e que expliquem eventuais desentendimentos. O Governo está sempre a salientar a importância das auscultações públicas, mas não está a fazer bom uso delas. A AL não consegue usar o sistema como deve ser porque não servimos verdadeiramente de ponte entre o Governo e a população e estamos limitados no nosso papel de “cães de guarda”. É dos deputados que mais interpelações envia ao Executivo. Quando as respostas chegam, fica satisfeito?De maneira alguma. Ultimamente, o Governo tem respondido a quase todas as interpelações. Mas o problema é a falta de conteúdo das respostas. Faço perguntas directas, mas recebo respostas evasivas. Temos de repensar a função do sistema das interpelações. Talvez, se o Executivo respondesse directamente às nossas questões, não precisaríamos de estar constantemente a bater na mesma tecla. É cansativo para nós, é cansativo para eles. As interpelações servem para elevar a quantidade e a qualidade de informações prestadas à sociedade. Não é apenas escrever uma “cartinha” para ver o que sai dali. O que eu quero é aumentar o fluxo de informação, ter as respostas correctas nas horas certas e resolver problemas recorrentes que o Governo insiste em ignorar. O que é que o Executivo anda a esconder de nós?Isso é muito difícil de dizer, mas

é claro que há o que esconder. O slogan da transparência e da governação científica não tem funcionado. Não vejo uma direcção substancial do Governo, parece que não sabe para onde está a ir e onde quer chegar.

Esse é um problema recorrente, ou seja, já existia com o anterior líder do Governo?Chui Sai On é muito diferente de Edmund Ho. Durante as eleições, Ho tinha objectivos claros. Chui não. Algumas pessoas querem ser Chefe do Executivo para fazer a diferença, outras só porque sim, porque querem brilhar. Acho que a principal falha deste Governo é a ineficiência em lidar com os secretários e outros subordinados. Qual é o principal mérito de Chui Sai On?Ele não é tão subjectivo, mas isso pode também ser um sinal de falta de ideias. Quando uma pessoa pensa claro e tem as suas próprias ideias, pode cair no erro de ser demasiado subjectiva. No entanto, Chui não tem as suas próprias opiniões e por isso tem mais facilidade em aceitar as dos outros. É preciso que tenha mais poder e influência sobre os seus subordinados. O que vemos é que os secretários estão sempre a delegar a outros os trabalhos que lhe competem. Por exemplo, Francis Tam [secretário para a Economia e Finanças] e Florinda Chan [secretária para a Administração e Justiça] foram designados para apresentar medidas anti-inflação. Mas passaram essa responsabilidade a outras pessoas. É obviamente uma falta de respeito à decisão do chefe. Há muitos mais exemplos disto. Depois criam-se novos cargos e novos departamentos para lidar com assuntos que outras pessoas deveriam estar a estudar. Chui é indeciso, não tem

coragem de mudar secretários e não usar bem as pessoas nomeadas por si.Essa é uma decisão difícil?Pelo menos Florinda Chan deveria ser imediatamente substituída. O seu mau desempenho não vem de agora. Está há 11 anos a fazer asneiras. Acho que Chui deve estar à espera da melhor oportunidade para avançar com mudanças. Ninguém percebe como tem aguentado tanto. A única explicação que encontramos é que, se calhar, ele ainda não encontrou ninguém apropriado para o cargo. Mas tem de procurar melhor. Há esperanças de vermos um Governo verdadeiramente transparente?Macau agora não tem um Governo transparente. É preciso trilhar um árduo caminho até lá. Não basta dizer. O facto de se está a tentar já é louvável. Para mim, enquanto deputado, posso sempre aproveitar o slogan para cobrar respostas e soluções. Vamos ver quando vamos deixar a teoria e pôr em prática a essência de tal slogan. Uma das suas principais críticas é ao aumento do número de funcionários públicos e de novos departamentos e gabinetes. Poucos dias depois de se ter manifestado descontente com este facto, a Administração anunciou mais contratações e mais departamentos. Acha que lhe dão ouvidos?Eles ouvir, ouvem. Mas não significa que prestem atenção. Querem mais funcionários e mais gabinetes e ninguém será capaz

de interromper essa meta. Para a Administração é muito natural continuar a contratar e a expandir-se. Só o facto de se prever uma crise financeira é que ia poder levar a um aperto do cinto. Por agora, o que interessa é gastar. O sistema financeira da RAEM não é sólido?É uma espécie de galinheiro sem porta. Ninguém consegue controlar, nem a AL monitorizar. Todos os anos a AL aprova um orçamento para o Executivo, mas a forma como o dinheiro é gasto não implica aprovação. Noutro lugar, a AL estaria no direito de controlar os gastos públicos. Em Macau? Esquece lá isso. Não conseguimos impedir o Governo de gastar. As regras deste jogo estão mal. Macau está bem agora, não precisamos de recorrer ao dinheiro da Poupança Central. A experiência, contudo, diz que é nos tempos prósperos que se deve poupar para evitar dissabores futuros.Acredita que as medidas anti-inflação anunciadas recentemente pelo Governo, como mais cheques e mais subsídios para a faixa mais carenciada, são superficiais?Claramente. Não são efectivas a longo prazo. Macau sofre de inflação importada e está a adoptar medidas superficiais para esconder o problema. Tem de haver combate na fonte, ou seja, rever o câmbio da pataca e ter mais empresas a importar bens. O yuan está a valorizar-se e a pataca a cair devido à sua ligação ao dólar de Hong Kong e dos EUA. Não se vê uma determinação

clara em lidar de frente com o problema. José Chu, director dos Serviços para a Administração e Função Pública, referiu que Macau não está preparada para a reforma política devido à falta de consenso entre a população. A culpa é mesmo da sociedade?Não podemos aceitar esse tipo de desculpas quando o assunto é a democratização do sistema. É claro que o consenso não aparece sozinho. É preciso agir, incentivar o debate e analisar seriamente as decisões. Florinda Chan prometeu que seguiria por esse caminho, mas esteve muito dedicada aos pandas. Para os pandas, foi fácil organizar uma eleição democrática para os seus nomes. Foi antes perguntado se havia consenso na sociedade? É claro que não. O Governo está a fugir de algo que não é fácil escapar. A reforma faz parte da evolução política e social. Sem ela, estamos parados no tempo. Na semana passada, o Executivo avançou com um despacho para regular as normas das consultas públicas, um tema que está sempre debaixo do seu olho. Há tendência a melhorar agora?O sistema anterior claramente não estava a funcionar. Faltava uma orientação e uma definição do que deveria ir à auscultação pública e que tipo de pessoas deveriam opinar. Além de recolher opiniões, o Governo deveria saber como usá-las, algo que até agora não tem sido bem-sucedido. Vejo com bons olhos o despacho, mas quero agora ver como será usado na prática e se os problemas actuais vão finalmente ser conduzidos. Problemas como aquele a envolver o projecto Jardins de Lisboa, na Taipa, e as opiniões recolhidas pela sua associação?Sim. Esse é um deles. O público claramente está contra, mas o Governo já tinha decidido avançar ainda antes de falar com as pessoas. Tem um comportamento ambíguo. Diz uma coisa, mas faz outra. Além de deputado, é professor do secundário. Quase dois anos depois de Chui Sai On ter assumido o cargo, que nota lhe daria?Negativa. Se fosse meu aluno, chumbava-o. Não tem uma linha governativa e não tem poder sobre os seus subordinados. Vai recandidatar-se em 2013?Não me parece que me vou reformar tão cedo. Não vou deixar o trabalho a meio. Quero continuar a servir a sociedade. Por isso, contem comigo na lista de candidatos.

DESPESA DOS VISITANTES AUMENTA 15%A despesa total dos visitantes de Macau, excluindo os gastos no jogo, cresceu 15% entre Abril e Junho, ao fixar-se nos 10,1 mil milhões de patacas. No segundo trimestre, a despesa per capita dos visitantes foi de 1482 patacas, mais 3% em relação às 1436 patacas registadas em igual período de 2010, quando a despesa total dos visitantes – excluindo a despesa no jogo – foi de 8,8 mil milhões de patacas, segundo dados dos Serviços de Estatística e Censos. Os visitantes oriundos da China continental revelaram-se os mais gastadores no segundo trimestre, com uma despesa per capital de 1868 patacas, seguidos dos japoneses (1303 patacas), dos residentes de Hong Kong (906 patacas) e de Taiwan (888 patacas).

HOJE

MAC

AU

“Estamos restritos a propostas de lei e temos de esperar que o Governo nos entregue a documentação para começarmos a analisá-la. Se a AL fosse mais activa, faria as suas próprias pesquisas e apresentaria políticas que melhorassem os pontos que estão a ser apresentados pelo Executivo”

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6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

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O comissário Contra a Corrupção de Macau, Vasco Fong, defendeu que “a

implementação de um Governo electrónico eficiente permitirá reduzir em grande medida o fenómeno da corrupção”.

No preâmbulo do Boletim Informativo do Comissariado Contra a Corrupção, uma publicação semestral, Vasco Fong refere como exemplo o caso de Singapura, onde pedidos e renovações de autorização administrativa – para a entrada no território, concessão de visto de trabalho e outros – são formulados por via electrónica.

Tal faz com que seja “basicamente nulo

o contacto pessoal entre os requerentes e os funcionários da administração”, enfatiza o mesmo responsável no artigo, citado numa nota oficial, em que aponta que tal permite, ao mesmo tempo, que o exercício do poder discricionário seja também sujeito “a um controlo rigoroso”.

Na perspectiva do comissário, esta “é uma tendência inevitável na modernização do sistema administrativo” do território, ao apontar e que a mesma “constitui uma forma eficaz e inovadora de prevenção da corrupção, podendo assim servir de referência”.

Joana [email protected]

TÊM de ser ouvidas as opiniões dos em-pregadores acerca da implementação

de uma lei sindical e a calen-darização só é feita quando houver reconhecimento geral da sociedade sobre o assunto. É desta forma que Shuen Ka Hung, director para os Serviços dos Assun-tos Laborais (DSAL), reflecte a necessidade ou não de criar uma Lei Sindical.

Em resposta a uma in-terpelação de José Pereira Coutinho, deputado da As-sembleia Legislativa e pre-sidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM), o director da DSAL frisa que ainda não está na altura para que esse tipo de diploma entre em vigor no território e relembra a apresentação feita pelos deputados, em Junho de

CCAC | “GOVERNO ELECTRÓNICOTEM MENOS HIPÓTESES DE CORRUPÇÃO”

Computadores cumpridores

DSAL diz que ainda não é altura de existir Lei Sindical

Ter em conta “a sociedade”2007, Julho de 2008 e Abril de 2009, que teve como final a reprovação em plenário.

“Alguns deputados apresentaram uma pro-posta da ‘Lei Reguladora do Direito Fundamental da Associação Sindical’, mas devido a divergências de opinião entre deputados foi rejeitada após votação na generalidade”, escreve Shuen Ka Hung, acrescen-tando que o principal motivo se prendeu com a “falta de um ambiente laboral mais maduro”. O responsável da DSAL refere-se, assim, à necessidade de não só ter em conta os direitos dos traba-lhadores como os benefícios para as “diversas partes”.

Pereira Coutinho já tinha questionado o Governo sobre o assunto, em Dezembro do ano passado. Em Fevereiro deste ano, o Executivo respon-deu ao deputado alegando que estava a tomar a iniciativa de intervir nas negociações entre empregadores e traba-lhadores, algo que Pereira Coutinho não considera su-ficiente. “É claro que a DSAL não é um substituto de sindi-catos nem tem mandato para representar os trabalhadores”, defendeu o deputado.

Na primeira resposta a Pereira Coutinho, o Gover-no frisava ainda, segundo o próprio deputado, que a questão da produção legis-lativa da lei sindical remete

para que haja um equilíbrio de interesses em várias par-tes – como os direitos dos trabalhadores e o desenvol-vimento económico geral de Macau -, “o que apresenta uma certa complexidade e, por isso, tem de ser feito um estudo cuidadoso, caso con-trário, não só poderá pôr em causa os benefícios gerais de Macau mas também acabar por afectar os interesses dos trabalhadores”.

Shuen Ka Hung negou nesta última resposta ter afirmado tal coisa, mas voltou a vincar que têm de ser ouvidas as opiniões dos empregadores. “Isto significa que, somente com

o reconhecimento da socie-dade, é que a criação desta legislação vai ser mais ade-quada ao benefício colectivo da sociedade de Macau”, escreve o director da DSAL.

Pereira Coutinho viu-se, assim, sem resposta às suas perguntas, que interroga-vam o Governo sobre “como é que a entrada em vigor de uma lei sindical iria afectar os interesses dos trabalhado-res, porque iria pôr em causa os benefícios gerais de Ma-cau e quais os que poderiam vir a ser afectados”.

Shuen Ka Hung salien-tou que, mesmo sem a im-plementação deste diploma, o Governo da RAEM iria, de

acordo com a legislação em vigor, garantir os direitos dos trabalhadores, estimulando a resolução de conflitos atra-vés de diálogos entre parte laboral e trabalhadora.

O presidente da ATFPM recebeu na sua sede duas especialistas na questão sindical, no início do mês. Pereira Coutinho organizou uma conferencia de impren-sa onde falou precisamente sobre a necessidade de rever a lei laboral – especialmente no que diz respeito à com-pensação de horas extraor-dinárias não pagas, trabalho em dias de fim-de-semana, e feriados obrigatórios -, e sobre a urgência de um diploma sobre a negociação colectiva. “Esta [negociação colectiva] é uma matéria que ainda não está na lista de prioridades, mas tem que estar”, frisou Lakshmi Vaidhiyanathan, uma das convidadas e secretária-ge-ral dos Serviços Públicos In-ternacionais (PSI) da Região Ásia-Pacífico. Também na conferência, esteve Yoshiko Inagaki, secretária-geral da Região Este da Ásia dos Ser-viços Públicos Internacio-nais, que frisou que, apesar de existir já a lei sindical no Japão, ainda estão em falta o direito à greve e à negocia-ção. No entanto, salientou na altura a responsável, espera “conseguir-se brevemente regular o direito à greve dos trabalhadores nipónicos e a negociação colectiva”. José Pereira Coutinho manifes-tou a mesma vontade para o território.

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7www.hojemacau.com.mo

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Virginia [email protected]

QUEM vive no Edifício Kong Hoi, perto da

Rua da Praia do Mandu-co, vive com medo. Desde 2008, que alguém sem autorização tem vindo a construir habitações nos telhados residenciais, algo que está a afectar a estru-tura do prédio.

Após a conclusão da casa não autorizada, os residentes do edifício foram encon-trando diferentes níveis de rachaduras nas paredes das suas casas e até mesmo nas janelas e nos tectos, que suspeitam terem sido desen-

WANG Jun, reitor do Instituto para Ciências Sociais da Universidade Sun

Yat-sen, acredita que a cooperação económica teve um rápido desenvolvimento e que as trocas comerciais entre a China e Macau substituíram o anterior contacto de negócios entre Hong Kong e a RAEM. A China está, assim, a tornar-se um importante suporte para o rápido desenvolvimento económico do território, algo que deve ser aproveitado para a Ilha da Montanha.

Para o reitor, o desenvolvimento de Hengqin deve ter em conta as relações entre Macau e China. O desenvolvimento da ilha vizinha vai trazer muitas medidas de bem--estar, como descontos de impostos, política fundiária e financiamento para empresas, etc.

As empresas de Macau são principalmen-te de pequeno e médio tamanho, com capital limitado e, se eles desejam entrar no mercado,

devem primeiro pensar num mercado mais dinâmico e não numa indústria do mesmo tipo, de modo a intervir como concorrentes.

Wang Jun disse ao jornal “Ou Mun” que o desenvolvimento da Ilha da Montanha tem um impacto importante para a economia e a sociedade de Macau. Além disso, frisou ain-da, tem também a vantagem de diversificar e de cooperar para aprofundar a indústria entre a China e Macau.

O desenvolvimento de Hengqin está voltado principalmente para a indústria terciária, algo que é positivo, uma vez que, segundo o reitor, a ilha nunca poderia desen-volver uma indústria de jogos que concorres-se com Macau. Mas após o desenvolvimento de Hengqin, e de acordo com o aumento do fluxo de população, a ilha poderia oferecer a oportunidade de se expandir o comércio e a restauração. - V.L.

EDITAL

Edital no :144/E/2011Processo no :1082/BC/2011/F, 1084/BC/2011/F, 944/BC/2011/FAssunto :Notificaçãododespachodeembargoedoiníciodoprocedimentodeaudiênciapelainfracçãoàsrespectivas disposiçõesdoRegulamentodeSegurançaContraIncêndios(RSCI)Local:PátiodoPilotos/n,Edf.AquaCourt,fracçõesA5,B3,C2,B5,A4,C1,A2,B2,C4eC5,Macau.

Jaime Roberto Carion, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), faz saber por este meio aos donos das obras ou seus mandatários, aos encarregados das obras, aos técnicos responsáveis pelas obras e executores das obras existentes no local acima indicado, cujas identidades se desconhecem, o seguinte:

1. Processono1082/BC/2011/F.Localdaobra: PátiodoPilotos/n,Edf.AquaCourt,fracçõesA5,B3,C2,Macau. Em27/07/2011,oagentedefiscalizaçãodestaDSSOPTdeslocou-seaolocalacimaindicadoeverificouarealização de obra sem licença cuja descrição e situação é a seguinte:

1.4 Nos termos do no 3 do artigo 88odoRSCI,aprovadopeloDecreto-Leino 24/95/M, de 9 de Junho, o agente de fiscalizaçãoordenouaimediatasuspensãodaexecuçãodaobra. 1.5 Nostermosdono1doartigo88odoRSCI,pormeudespachode15/08/2011,exaradosobreasinformações no 5304/DURDEP/2011 de 05/08/2011 ( Processo no 1082/BC/2011/F), determinei o embargo das obras mencionadasnospontos1.1a1.3. 1.6 Odespachodeembargoacimaindicadosópodeserlevantadodepoisdecessaromotivoqueodeterminou,em conformidadecomopreceituadonono9doartigo88odoRSCI. 1.7 Acontinuaçãodostrabalhosdepoisdoembargo,notificadopelopresenteedital,sujeitaosdonos,responsáveis eexecutoresdasobras(quersejamempreiteirosoutarefeiros)àspenasdocrimededesobediênciaqualificada, nostermosdono6doartigo88odoRSCI. 1.8 Nostermosdoartigo97odoRSCIedascompetênciasdelegadaspelosnos 1e4daOrdemExecutivano124/2009, publicadanoBoletim Oficial daRAEM,NúmeroExtraordinário,ISérie,de20deDezembrode2009,dadecisão referidanoponto1.5dopresenteedital,relativamenteàsobrasreferidasnoponto1.1a1.3,osinteressados podemapresentar recursohierárquiconecessárioparaoSecretárioparaosTransportes eObrasPúblicas, a interpornoprazode8(oito)diascontadosapartirdadatadepublicaçãodopresenteedital. 1.9 Orecursoreferidononúmeroanteriornãotemefeitosuspensivo,devendoporissoaobramanter-seembargada.

2. Processono1084/BC/2011/F.Localdaobra: PátiodoPilotos/n,Edf.AquaCourt,fracçõesB5,A4eC1,Macau. Em27/07/2011,oagentedefiscalizaçãodestaDSSOPTdeslocou-seaolocalacimaindicadoeverificouarealização de obra sem licença cuja descrição e situação é a seguinte:

3. Processono944/BC/2011/F.Localdaobra: PátiodoPilotos/n,Edf.AquaCourt,fracçõesA2,B2,C4eC5,Macau. Em11/07/2011,oagentedefiscalizaçãodestaDSSOPTdeslocou-seaolocalacimaindicadoeverificouarealização de obra sem licença cuja descrição e situação é a seguinte:

4. Sendoasjanelasevarandasacimareferidasconsideradascomopontosdepenetraçãopararealizaçãodeoperaçõesdesalvamentodepessoasedecombateaincêndios,nãopodeserobstruídocomelementosfixos(gaiolas,gradeamentos,etc.),deacordocomodispostononº12doartigo8º do RSCI.Asalteraçõesintroduzidaspelosinfractoresnosreferi-dosespaços,descritasnospontos1,2e3dopresenteedital,contrariamafunçãodessesespaçosenquantopontosdepenetraçãonoedifícioecomprometemasegurançadepessoasebensemcasodeincêndio.Assim,asobrasexecutadasnãosãosusceptíveisdelegalizaçãopeloqueterãonecessariamentedeserdeterminadaspelaDSSOPTasuademoliçãoafimdeserreintegradaalegalidadeurbanísticaviolada.

5. Nostermosdono7doartigo87odoRSCI,ainfracçãoaodispostonono12doartigo8o,ésancionávelcommultade $2000,00a$20000,00patacas.

6. Considerandoamatériareferidanospontos4e5dopresenteedital,podemosinteressados,querendo,pronunciar-seporescritosobreamesmaedemaisquestõesobjectodoprocedimento,noprazode5(cinco)diascontadosapartirdadatadepublicaçãodopresenteedital,podendorequererdiligênciascomplementareseoferecerosrespectivosmeiosdeprova,emconformidadecomodispostonono1doartigo95odoRSCI.

7. OsprocessospodemserconsultadosduranteashorasdeexpedientenasinstalaçõesdaDivisãodeFiscalizaçãodo DepartamentodeUrbanizaçãodestaDSSOPT,situadasnaEstradadeD.MariaII,nos32-36,EdifícioCEM,2oandar, Macau(telefonesnos85977154e85977227).

Aos 15 de Agosto de 2011

O Director dos Serviços

Jaime Roberto Carion

Fracção Andar Obra Situação da obra

Infracção ao RSCI e motivo da demolição

1.1 A 5 Instalação de gaiola metálica na fachada doedifíciojuntoàvarandadafracção. Em curso

Infracção ao no 12 do artigo 8o, obstrução do acesso aos pontos de penetraçãonoedifício.

1.2 B 3 Instalação de varanda metálica na fachada doedifíciojuntoàjaneladafracção. Em curso Idem

1.3 C 2 Instalação de varanda metálica na fachada doedifíciojuntoàjaneladafracção. Em curso Idem

Fracção Andar Obra Situação da obra

Infracção ao RSCI e motivo da demolição

2.1 B 5 Instalação de gaiola metálica na fachada doedifíciojuntoàvarandadafracção. Concluída

Infracção ao no 12 do artigo 8o, obstrução do acesso aos pontos de penetraçãonoedifício.

2.2 A 4 Instalação de varanda metálica na fachada doedifíciojuntoàjaneladafracção. Concluída Idem

2.3 C 1 Fechamento do pátio da fracção com gradeamentometálico. Concluída Idem

Fracção Andar Obra Situação da obra

Infracção ao RSCI e motivo da demolição

3.1 A 2 Instalação de gaiola metálica na fachada do pátiodoedifíciojuntoàjaneladafracção. Concluída

Infracção ao no 12 do artigo 8o, obstrução do acesso aos pontos de penetraçãonoedifício.

3.2 B 2 Instalação de gaiola metálica na fachada do pátiodoedifíciojuntoàjaneladafracção. Concluída Idem

3.3 C 4 Instalação de gaiola metálica na fachada do pátiodoedifíciojuntoàjaneladafracção. Concluída Idem

3.4 C 5 Instalação de gaiola metálica na fachada do pátiodoedifíciojuntoàjaneladafracção. Concluída Idem

CASA ILEGAL ASSUSTA MORADORES MAS DSSOPT NÃO RESOLVE

Três anos a afectar segurança

MACAU TEM DE EXPANDIR COMÉRCIO E RESTAURAÇÃO

Ilha da Montanha para tudo

cadeadas pela construção da fracção ilegal.

Os moradores já se quei-xaram à Direcção dos Servi-ços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), mas em vão, já que ainda não obtiveram qualquer resposta da parte da entidade.

Os moradores do prédio temem que as rachas possam tornar-se maiores e afectem a sua segurança, pelo que pedem à DSSOPT para dei-tar abaixo a construção. O edifício Kong Hoi, que tem cinco andares, foi construído no ano de 1989. Os residentes afirmam que desde 2008, alguém não autorizado cons-truiu um portão de metal

entre o 4.º e o 5.º andar e, em seguida, ocuparam os telhados e construíram uma casa com cerca de 400 metros quadrados.

Na altura da construção da fracção, os moradores apresentaram queixa à DS-SOPT, que alertou o cons-trutor. Os avisos foram, no entanto, ignorados. Depois de terem voltado a pedir ajuda à DSSOPT, a entidade disse que nada poderia fazer até porque ninguém respon-de quando algum fiscal toca à campainha da habitação.

A casa foi concluída em 2009, mas a DSSOPT diz que apenas pode manter o rumo normal da investigação “de acordo com os procedimen-tos e que faltam recursos humanos”.

Em Março deste ano, os moradores receberam a car-ta de resposta da DSSOPT, que afirmou que estaria a se preparada uma inspecção detalhada, mas até agora não houve nenhuma resposta novamente. Alguns mora-dores duvidam mesmo que o Governo considere a proprie-dade como ilegal, já que a casa foi totalmente construída em qualquer tratamento adequa-do do Governo”.

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8www.hojemacau.com.mo vida

A autoridade nacional do medicamento (Infarmed)

desaconselha o uso de cigarros electrónicos alegando que es-tes, tal como os convencionais, podem induzir dependência, independentemente da quan-tidade de nicotina dispensada.

Numa circular divulgada hoje na Internet, o Infarmed indica que, até ao momento, “não tem qualquer autorização ou registo para este tipo de pro-dutos, nem como medicamento, nem como dispositivo médico”. Assim, é desaconselhada a uti-lização deste tipo de produtos, por não ser possível assegurar a sua qualidade, segurança e eficácia/desempenho.

O enquadramento do cigarro electrónico enquanto medi-camento, dispositivo médico ou produto de consumo geral, depende do seu conteúdo em nicotina, da sua indicação de uso, e se essa é, ou não, uma

O primeiro genoma de um can-guru – da espécie “Macropus

eugenii” – foi sequenciado por um consórcio de cientistas da Austrá-lia, Estados unidos, Japão, Inglater-ra e Alemanha. O resultado deste trabalho internacional, publicado na revista Genome Biology, deverá contribuir para esclarecer muitas das características misteriosas desta pequena espécie de canguru, como o facto de o seu período de gestação de 12 meses incluir 11 em que simplesmente hiberna no útero da mãe.

Depois de nascerem, com so-mente meio grama, as crias desta espécie passam nove meses na bolsa marsupial da mãe. Só a seguir é que vão em busca do mundo lá fora. Os adultos, quando se põem em pé, têm apenas meio metro de altura e o seu peso anda entre os cinco a sete quilos. Embora sejam criaturas mais nocturnas, por vezes também são vistos ao entardecer. Encontram-se no Oeste e Sul da Austrália, na Nova Zelândia e em várias ilhas da região.

Outras das suas invulgares ca-

A maior floresta tropical do mundo, a Amazónia, vai poder ser descoberta a partir de casa. O Google

Street View chegou ao noroeste do Brasil e as primeiras fotografias do Rio Negro já estão disponíveis online. Os promotores do projecto querem que as imagens panorâmi-cas destes lugares remotos sirvam

Clickecológico

CAÇA AO CAMARÃO• Há 500 anos que é assim no mar do Norte. Os pescadores entram no mar com cavalos para apanhar camarões. As redes transportadas pelo mamífero vão se enchendo de crustáceos que depois são trazidas para terra, onde são esvaziadas – como faz este pescador belga. Todos os anos, os turistas vêm ver esta actividade tradicional durante o Verão.

GENES PODEM EXPLICAR PORQUE CANGURU HIBERNA 11 MESES NO ÚTERO DA MÃE

Segredos reveladosracterísticas é a de terem um olfacto excelente, que se descobriu ter na origem um detector de cheiro em que estão envolvidos 1500 genes.

Também já se descobriu que o seu genoma tem genes responsá-veis pela produção de antibióticos no leite materno, o que protege os recém-nascidos de infecções bacterianas, segundo refere um co-municado do grupo a que pertence a revista Genome Biology.

Este genoma, o terceiro de um marsupial a ser sequenciado, pode vir a revelar-se muito útil no desenvolvimento de tratamentos para doenças humanas, realça um dos elementos do consórcio, Marilyn Renfree, da Universidade de Melbourne, na Austrália. A aná-lise da sequenciação do genoma é acompanhada por uma série de artigos em várias revistas do grupo BioMed Central.

Os antepassados dos cangurus separaram-se dos outros mamífe-ros há 130 milhões de anos, pelo que se espera igualmente agora aprofundar o estudo da evolução dos mamíferos.

INFARMED DESACONSELHA USO DE CIGARROS ELECTRÓNICOS

Meros sabotadores da independênciafinalidade médica. E lembra que “os fins médicos devem ser devidamente fundamentados, com dados clínicos e científicos, e esses dados têm que ser submeti-dos às autoridades competentes para avaliação”.

Já no ano passado, a Organi-zação Mundial de Saúde (OMS) havia esclarecido que não con-sidera os cigarros electrónicos como um sistema de ajuda ao abandono do tabagismo e que os mesmos contêm aditivos

Fotografias da Amazónia já estão disponíveis no Google Street View

Ver a paisagem sem sair de casade alerta para os perigos da des-florestação.

A ideia surgiu em Copenhaga há dois anos, quando o superintendente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgilio Vianna, conheceu dois executivos do Google durante um debate sobre alterações climáticas. “Propus a ideia e foi imediatamente aprovada. Dois anos depois, estamos

aqui”, diz Virgilio Vianna, citado pela BBC.

Aqui é a Reserva Florestal do Rio Negro, paragem inaugural, para testar o equipamento do Google Street View em cima de um barco. É a primeira vez que é usado para fotografar panorâmi-cas com centro na água. E aqui é tam-bém a comunidade de Tumbira, a duas horas de Manaus, capital estadual.

FARO DOS CÃES PODERÁ DETECTAR CANCRO NOS PULMÕESSegundo o jornal britânico “Daily Mail”, é a primeira vez que os cientistas estudam a capacidade dos cães em detectar a doença. O estudo indica ainda, que os animais podem receber treino para alertar sobre a presença do cancro. “Os cães podem farejar o cheiro de um cancro do pulmão muito antes que os sintomas apareçam”, dizem pesquisadores alemães. A pesquisa foi realizada no hospital Schillerhoehe, na Alemanha. Geralmente, o cancro do pulmão é descoberto em estado avançado, uma vez que, os sintomas não aparecem na fase inicial. Por isso, os cães farejadores poderiam ajudar a salvar vidas. Nos testes realizados na Alemanha, os cães identificaram com sucesso 70% dos casos, mas os cientistas ainda não sabem qual a substância exacta que eles detectam.

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OS animais e as plantas estão a fugir para latitudes frias e

para altitudes maiores nas últimas quatro décadas devido às altera-ções climáticas, mostra um estudo publicado na edição online da revista Science e citado pelo jornal Público. “Estas alterações são o equivalente aos animais e às plantas a distanciarem-se do Equador 20 centímetros por cada hora, todas as horas do dia, todos os dias do ano”, explicou em comunicado Chris Thomas, biólogo e professor da Universidade de York, e líder do projecto que originou o artigo.

A equipa analisou informação de duas mil espécies de animais e plantas. Segundo o resumo do artigo “a distribuição das espécies alterou-se recentemente para altitudes superio-res a uma média de 11 metros por década, e para latitudes maiores a uma média de 16,9 quilómetros por década”. Estes resultados são em média duas a três vezes superiores aos estudos que já se tinham feito.

A informação recolhida foi de espécies de aves, animais, répteis, in-sectos, aranhas e plantas, na Europa, América do Norte, Chile, Malásia e

Planetaem números

3000

INFARMED DESACONSELHA USO DE CIGARROS ELECTRÓNICOS

Meros sabotadores da independênciaJá no ano passado, a Organi-

zação Mundial de Saúde (OMS) havia esclarecido que não con-sidera os cigarros electrónicos como um sistema de ajuda ao abandono do tabagismo e que os mesmos contêm aditivos

químicos que podem ser tóxicos.Os cigarros electrónicos

apresentados como uma solução para deixar de fumar “sabotam as estratégias da OMS” de luta contra o tabaco, segundo a or-ganização.

Os cigarros electrónicos são “uma ferramenta para sabotar as estratégias destinadas a encora-jar as pessoas a deixar de fumar”, defendeu Eduardo Bianco, di-retor regional da Aliança para a Convenção Quadro da OMS pela luta anti-tabaco (CCLAT).

A mesma opinião é par-tilhada pela Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo que, em Novembro, referiu à agência Lusa que os cigarros electrónicos vendidos na Internet e apresentados como eficazes para deixar o hábito são prejudiciais à saúde, mantêm a dependência e funcionam como um aliciante para os mais novos começarem a fumar.

Luís Rebelo, presidente da confederação, alertou, na ocasião, para o facto de muitos destes cigarros estarem dispo-níveis com diferentes sabores adocicados, como o chocolate, podendo funcionar como um aliciante para crianças e jovens se iniciarem no tabagismo, já que “produtos aditivos com sabor e cheiro melhoram a capacidade de fumar para quem está a começar”.

Os cigarros electrónicos, tam-bém chamados de “e-cigarros”, são geradores de aerossóis cuja forma lembra a dos cigarros “normais” e que produzem fumo artificial aromatizado, com ou sem nicotina.

As empresas que comercia-lizam esse produto, inventado na China em 2004, afirmam ser menos nocivo que os cigarros tra-dicionais e defendem que cons-tituem uma solução para ajudar os consumidores a deixar o vício de fumar, o que é contestado pela OMS e por outras organizações não-governamentais.

árvores são salvas com uma tonelada de papel reciclado

ANIMAIS E PLANTAS ESTÃO A FUGIR PARA LATITUDES MAIS FRIAS

40 anos em fuga

Fotografias da Amazónia já estão disponíveis no Google Street View

Ver a paisagem sem sair de casaA equipa do Google que está no

Brasil – para treinar funcionários da FAS e alguns nativos, que serão os responsáveis pelo grosso do trabalho – convocou uma reunião em Tumbira para revelar aos seus habitantes o propósito do projecto, que registará o quotidiano desta comunidade, tal como já aconteceu em Nova Iorque, Londres ou Lisboa. “O que queremos

é que estas pessoas mostrem a flo-resta e as suas comunidades do seu ponto de vista”, nota Virgilio Vianna. “É muito importante mostrar o am-biente e o modo de vida da população nativa, mas também sensibilizar o mundo para os desafios das altera-ções climáticas, da desflorestação e do combate à pobreza”, sublinha.

A FAS, organização não-gover-mental criada para promover a preservação da biodiversidade no Amazonas, quer sobretudo que estas fotografias sirvam para relevar as con-sequências das actuais políticas globais para o ambiente, com destaque para os efeitos da desflorestação na paisagem.

Ao nível técnico, este projecto é também um desafio para o Google. Além das fotografias feitas a navegar no Rio Negro e no Rio Amazonas (o segundo mais extenso do planeta), há ainda a floresta e a troca dos au-tomóveis por um tripé com rodas para passear o equipamento pelas comunidades locais. “Tudo aqui é muito diferente. Estamos acostu-mados a fazer imagens de lugares que têm endereços formais, o que não é o caso destas comunidades, e muito menos dos rios e da floresta”, observa Tuxen-Bettmen, do Google. O resultado final poderá depois ser visto no Google Maps e no Google Earth, com fotografias de alta de-finição de uma das regiões menos acessíveis do planeta.

na ilha de Marion, no sul de África . “Mostrámos pela primeira vez que as mudanças de distribuição das espécies estão relacionadas com o grau das alterações climáticas numa dada região”, explicou, citada pela AFP, I-Ching Chen, a primeira autora do artigo, que fez o doutoramento na Universidade de York.

Mas estas mudanças não são lineares. Há espécies que viajam muito para norte, outras menos, há outras que se mantêm com a mesma distribuição, mas tornam-se mais frequentes nas áreas dessa região que são mais frias e diminuem de frequência nas zonas mais quentes. Há casos em que outras condicio-nantes, como a redução do habitat, travam migrações que pareceriam

óbvias sob a óptica das alterações climáticas.

Na Grã-Bretanha, a borboleta Fabriciana adippe “esperar-se-ia que viajasse para norte se as alterações climáticas fossem a única coisa a afectá-la, mas na verdade tem vindo a diminuir por causa da perda de habitat”, disse em comunicado David Roy, co-autor do artigo. O especialista refere-se ainda à Polygonia c-album, uma borboleta comum na Grã--Bretanha, que, “em duas décadas, se moveu 220 quilómetros do centro da Inglaterra para Edimburgo”.

Apesar de este estudo não prever as consequências destes efeitos, que se espera que continuem a sentir-se ao longo deste século, Chris Thomas defende que as histórias não vão ser todas iguais: “A rapidez com que as espécies estão a mover-se devido às alterações climáticas indica que muitas estão realmente a ir em direcção à extinção, devido à dete-rioração das condições climáticas. Por outro lado, outras espécies estão a mover-se para novas áreas onde o clima se tornou apropriado, por isso vão haver alguns ganhadores, assim como perdedores.”

FARO DOS CÃES PODERÁ DETECTAR CANCRO NOS PULMÕESSegundo o jornal britânico “Daily Mail”, é a primeira vez que os cientistas estudam a capacidade dos cães em detectar a doença. O estudo indica ainda, que os animais podem receber treino para alertar sobre a presença do cancro. “Os cães podem farejar o cheiro de um cancro do pulmão muito antes que os sintomas apareçam”, dizem pesquisadores alemães. A pesquisa foi realizada no hospital Schillerhoehe, na Alemanha. Geralmente, o cancro do pulmão é descoberto em estado avançado, uma vez que, os sintomas não aparecem na fase inicial. Por isso, os cães farejadores poderiam ajudar a salvar vidas. Nos testes realizados na Alemanha, os cães identificaram com sucesso 70% dos casos, mas os cientistas ainda não sabem qual a substância exacta que eles detectam.

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11www.hojemacau.com.moCULTURA

RAÚL Ruiz morreu esta sexta-feira, em Paris, aos 70 anos, na sequência de uma in-

fecção pulmonar. O realizador, referência do cinema mundial com mais de uma centena de filmes, tinha acabado a mon-tagem de um filme sobre a sua infância no Chile e estava a meio de uma nova produção portuguesa, “As Linhas de Torres Vedras”.

O realizador deixa “uma das maiores e mais intensivas obras da história do cinema”, considera Paulo Branco, que produziu 15 filmes do chileno. Em declarações ao jornal “Pú-blico”, o produtor português não poupa elogios a Raúl Ruiz, “enorme artista, absolutamen-te único”. “Não há ninguém que se possa comparar”.

“Tive a sorte de trabalhar com ele ao longo de 35 anos, de ser seu amigo”, acrescenta. Paulo Branco diz que estava a trabalhar em “vários projec-tos” com Ruiz e que a morte do realizador foi “completa-mente inesperada”, a meio da rodagem de “As Linhas de Torres Vedras”. Mas o filme será acabado, assegura Paulo Branco.

Raúl Ruiz cultivava uma “ligação muito grande” a Por-tugal e este novo filme era um regresso ao século XIX portu-guês, depois de “Mistérios de Lisboa”. Entre os dois filmes, avançam as invasões francesas para primeiro plano. Adria-no Luz, Albano Jerónimo e Léa Seydoux são alguns dos

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Morreu Raúl Ruiz, o realizador “incomparável”

“Mistérios de Lisboa” perde pai

actores que transitam entre as duas histórias, aos quais se juntam John Malkovich e Mathieu Amalric.

“Mistérios de Lisboa” é uma obra de época e de fôle-go: a adaptação do romance homónimo de Camilo Castelo Branco tem quase quatro horas e meia, na versão para cinema, e seis na montagem em seis episódios para televi-são. Mas é, ainda assim, um sucesso internacional, com estreias em sala e em festivais de mais de uma dezena de pa-íses, vários prémios (incluindo o francês Louis Delluc) e aplauso da crítica.

Obra-prima é uma qualifi-cação recorrente do filme. Ali-ás, é muito fácil encontrar pela rede referências ao “génio” do chileno. O que é difícil é encontrar uma ponta por onde

começar a desenrolar as obras dignas de nota do realizador, radicado em França desde 1973, após o golpe de Estado de Augusto Pinochet no Chile.

Quando chegou à Europa, Ruiz começou a trabalhar para televisão e continuou a ser tão ou mais profícuo quanto era em casa. Fez de tudo: ficção e documentário, cinema e vídeo, curtas e longas. A pri-meira destas foi Tres tristes tigres (1968), já depois de ter experimentado a dramaturgia durante a segunda metade da década de 1950 (escreveu mais de uma centena de peças para teatro de vanguarda).

Tres tristes tigres, Leo-pardo de Ouro (Locarno), é um bom ponto de partida. Podemos então dar um salto considerável – com prejuízos vários – para chegar a Les trois couronnes du matelot (1983). Este filme valeu ao chileno o prémio Perspectivas do Cinema, em Cannes, e abriu-lhe as portas para um número especial dos Cahiers du Cinema. A biopic do pintor austríaco Klimt, estreada em 2006, permite-nos construir um terceiro pilar de segurança para depois mergulhar em espiral pela filmografia do realizador.

Outra forma de ir en-trando pela extensa obra do chileno é pela literatura que adaptou ao cinema: Jean Giono (Les Ames Fortes), P. Calderon de la Barca (La Vie

est un Songe), Robert Louis Stevenson (l’Îlle au Trésor), Racine (Berenice), Pieree Klos-sowski (La Vocation Suspen-due e L’Hypothese du Tableau Volé), Franz Kafka (La Colónia Penal), Camilo (Mistérios de Lisboa). Há ainda o emble-mático Le Temps Retrouvé, a partir de Marcel Proust.

A diversidade é evidente: setecentistas, modernistas, vitorianos, românticos e surrealistas. Raúl Ruiz usou todas essas influências na tradução cinematográfica que fez do realismo mágico (a ligação à sua América La-tina nunca se perdeu), para construir uma linguagem tão profusa quanto ele próprio. A morte, aos 70 anos, surgiu de forma inesperada, depois de ter ultrapassado um can-cro no fígado diagnosticado durante a rodagem de “Mis-térios de Lisboa”.

SUCESSO EM NOVA IORQUEA distribuidora de “Mistérios de Lisboa” nos Estados Unidos, Music Box Films, considera o filme um sucesso de bilheteira na primeira semana em Nova Iorque, a poucos dias de se estrear também em Los Angeles. “O filme teve um grande lançamento. Lotámos várias sessões no primeiro fim-de-semana nas salas totalmente novas da Film Society of Lincoln Center e no IFC Film Center”, disse à Lusa o director da Music Box, Edward Arentz. De acordo com o responsável da distribuidora baseada em Chicago, as receitas de bilheteira nas duas salas nova-iorquinas deverão atingir 30 mil dólares até final da semana. “É um bom começo para um filme em língua estrangeira e muito bom para um filme com apenas duas sessões por dia”, adiantou Arentz. O filme de Raul Ruiz estreou-se a 5 de Agosto em Nova Iorque. Já foi exibido em França (onde continua em exibição, tendo sido visto por 100 mil espectadores), Espanha, Taiwan, Suíça e Bélgica e tem estreia assegurada noutros países, como Japão, Brasil, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia.

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SEGUNDA-FEIRA 22.8.2011

12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

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CHINA PROÍBE JOGADORESDA NBA SOB CONTRATO A Federação Chinesa de Basquetebol (CBA) vai proibir jogadores que estejam sob contrato com equipas da NBA de jogarem no campeonato chinês, avança a agência oficial Xinhua. Vários jogadores da principal liga norte-americana de basquetebol têm manifestado o desejo de jogarem na China, caso a paralisação que actualmente afecta a competição obrigue a um cancelamento total ou parcial da temporada 2011-12. Basquetebolistas como Kobe Bryant, dos Los Angeles Lakers, ou Carmelo Anthony, dos New York Knicks, aceitariam uma experiência no campeonato chinês, mas apenas caso pudessem regressar às seus respectivas equipas da NBA logo após um eventual retomo da competição. De forma a prevenir eventuais saídas das estrelas da NBA a meio da época, a federação chinesa só irá aceitar jogadores da NBA que se encontrem sem contrato (denominados “free agents”), mas estes terão sempre de jogar a temporada toda. O arranque da nova época NBA está agendado para Novembro, mas para tal é necessário que jogadores e equipas cheguem a um acordo quanto a questões salariais.

Sérgio [email protected]

O piloto sueco Félix Rosenqvist, em Dallara-Merce-des, venceu no

passado fim-de-semana o Zandvoort Masters de Fór-mula 3. Tudo seria normal se a prova, que habitualmente reunia listas de inscritos superiores a 30 pilotos ao ponto de a organização ser obrigada a realizar pré--qualificações para a corrida, ter tido na edição deste ano apenas a participação de 16 concorrentes.

Desde 1991, ano da pri-meira edição da prova, que a mais célebre corrida de Fórmula 3 da Europa não tinha tão poucos carros à partida. Mau agoiro para o Grande Prémio de Macau que aí vem. As razões para números tão desapontantes na prova holandesa são várias, mas a principal prende-se com a ausência

Fórmula 3 | “Masters” paupérrimo faz tocar sirenes em Macau

Pilotos procuram-se

da maior parte das equipas do Campeonato Britânico de Fórmula 3.

As formações da ilha do canal sempre alegaram que

a prova holandesa beneficia as equipas do campeonato europeu, pois estas correm em Zandvoort, em prova a contar para o campeonato

na Primavera, e a corrida usa pneus Kumho, pneus esses que as estruturas da Fórmula 3 Euroseries estão muito mais familiarizadas.

A Yokohama voltará a equipar os fórmulas do Grande Prémio de Ma-cau, criando com isso uma igualdade muito apreciada no paddock. Contudo, a paupérrima lista de inscritos do “Masters” é apenas um reflexo do estado da disci-plina na Europa, com a F3 Euroseries reduzida a pou-co mais que uma dúzia de concorrentes e o homólogo campeonato britânico a ter dificuldades para chegar às duas dezenas de pilotos nas grelhas de partida.

Mas não só na Euro-pa a Fórmula 3 vive dias cinzentos, pois no Japão, país de grandes tradições desportivas, o campeonato tem este ano apenas quatro inscritos na categoria prin-cipal, aquela que utiliza os monolugares e motores da última geração. Dadas as suas singularidades, o Grande Prémio de Macau irá com certeza atrair as principais equipas do pais do sol nascente, assim como as principais formações in-

glesa, no entanto, a “nossa” prova tem mais um óbice pela frente que o recente desinteresse dos pilotos pela disciplina.

OBSTÁCULODO MÉDIO ORIENTEA Driving Force Events, dirigida pelo ex-director de comunicações da Benetton e Toyota F1, Andrea Ficarelli, oferece-se a pagar o trans-porte de barco da Europa às equipas de F3 que queiram participar num evento no circuito Yas Marina em Janei-ro. Este promotor sedeado no Abu Dhabi recusa-se no entanto a patrocinar o envio de avião do material que esteja em Macau no mês de Novembro.

Visto que não há tempo suficiente de enviar os carros e material das equipas de barco de Macau para o Golfo Pérsico, esta prova limitar--se-á às equipas que optem por não correr no Circuito da Guia ou que tenham carros sobresselentes estacionados na Europa. A seu favor esta corrida de Abu Dhabi tem o facto do moderno autódro-mo árabe ser actualmente uma das paragens obrigató-ria da caravana da Fórmula

1 e no mês de Janeiro ser praticamente impossível testar no velho continente.

TROFÉU INTERNACIONAL FIA JÁ DECIDIDOO Troféu Internacional FIA de Fórmula 3, que a fede-ração internacional lançou no início do ano e que o Grande Prémio de Macau é a jornada de encerramento, já não será decidido nas ruas do território.

O espanhol Roberto Merhi, nono classificado no “Masters”, selou o título na pista holandesa e já não precisa de se deslocar sequer em Novembro a Macau para receber da FIA a tão restrita super-licença. Sendo assim, o vencedor da prova de Macau fica com o prestígio de ganhar uma das mais ape-tecidas corridas de mono-lugares para jovens pilotos e leva para casa os dez mil dólares norte-americanos de “prémio monetário”.

O 58.º Grande Prémio de Macau terá lugar nos dias 17 a 20 de Novembro, com treinos e provas de qualifica-ção nos dias 17 e 18 (quinta e sexta-feira) e as corridas nos dias 19 e 20, sábado e domingo, respectivamente.

KOBE BRYANTDESMENTE CONTRATAÇÃO O basquetebolista norte-americano negou ter chegado a acordo com o Shanxi Zhongyu, contrariando as declarações do presidente do clube chinês, Wang Xingjiang, que o tinha anunciado como reforço durante o tempo em que o lockout na NBA estiver em vigor. O dirigente chinês tornou pública a contratação do extremo dos Lakers, apesar da recusa da Associação de Basquetebol da China. Apesar da recusa em rumar ao campeonato chinês, Kobe Bryant mantém abertas a hipótese de jogar noutras ligas, nomeadamente na brasileira e na turca.

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[f]utilidades

[Tele]visãowww.macaucabletv.com

17:45 Ninja19:15 Happythankyoumoreplease21:00 Open Season22:35 Welcome To Mooseport00:30 Over The Top

HBO 4112:00 Scott Pilgrim Vs. The World14:00 Crocodile Hunter: Collision Course15:35 American Graffiti17:25 Money Train19:20 Inglourious Basterds22:00 Boardwalk Empire23:45 Clive Barker’S Lord Of Illusions

CINEMAX 4213:00 Vampires: The Turning14:30 The Devil’S Teardrop16:00 The Bridge On The River Kwai18:45 The Invisible Man20:00 Epad On Max 12420:30 Smokin’ Aces 2: Assassins’ Ball22:00 Frankenfish23:25 Suspect Zero

MGM CHANNEL 4312:30 Neon City14:15 The Tenth Man16:00 Cool Blue17:30 A Home of Our Own19:15 Sometimes They Come Back21:00 Windows22:45 Eight Men Out00:45 Miracle on Ice

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NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 5110:00 Hooked15:00 Adventure Wanted16:00 Secrets Of The Viking Warriors

(MCTV 50) Discovery Channel23:00 DEADLIEST CATCH

Informação Macau Cable TV

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Entre Pratos15:00 Ei-los Que Partem – História da Emigração Portuguesa16:00 Bom Dia Portugal17:00 Quem Quer Ser Milionário – Alta Pressão17:45 Resistirei18:30 Reportagem RTP19:00 Liberdade 21 - II20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Maternidade23:00 Verão Total: Especial “7 Maravilhas da Gastronomia” – Ponta Delgada

TVB PEARL 8306:00 Charlie Rose07:00 First Up07:30 NBC Nightly News08:00 Putonghua E-News08:30 ETV10:30 Inside the Stock Exchange11:00 Market Update11:30 Inside the Stock Exchange11:32 Market Update12:00 Inside the Stock Exchange12:02 Market Update12:30 Inside the Stock Exchange12:35 Market Update13:00 CCTV News - LIVE14:00 Market Update14:40 Inside the Stock Exchange14:43 Market Update15:58 Inside the Stock Exchange16:00 Sesame Street17:00 Scooby-Doo! Mystery Incorporated17:30 Tales of Tatonka18:00 Putonghua News18:10 Putonghua Financial Bulletin18:15 Putonghua Weather Report18:20 Financial Report18:30 America’s Funniest Home Videos18:50 6 billion Others19:00 The Wall Street Journal Report19:30 News At Seven-Thirty19:50 Weather Report19:55 Earth Live20:00 The Pearl Report20:30 The Vampire Diaries and Leading Brands of the World21:30 Vivienne Westwood’s London22:30 Market Place22:35 The Mentalist and The CEO Connection 23:40 World Market Update23:45 News Roundup00:00 Earth Live and Leading Brands of the World00:05 Universiade 2011 – Daily Bulletin01:00 The Wall Street Journal Report01:30 FIFA Football World02:00 Bloomberg Television05:00 TVBS News05:30 CCTV News

ESPN 3013:00 Tiger Street Football 201115:00 Bupa Great Edinburgh Cross Country15:30 MLB Regular Season 2011 Philadelphia Phillies vs. Washington Nationals18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2011 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 The Friendship Games Duke vs. China National Team22:00 Sportscenter Asia 22:30 Monday Night Verdict 23:00 Mundialito De Clubes - Beach Soccer Santos vs. Corinthians

STAR SPORTS 3113:00 British Touring Car Championship 2011-Hl14:00 PGA Europro Tour 2011 Highlights 16:00 (Delay) FIM Mx1 World Motocross Championship 2011 - Races Grand Prix of Great Britain 17:00 (Delay) FIM Mx2 World Motocross Championship 2011 - Races Grand Prix of Great Britain 18:00 Intercontinental Rally Challenge 201118:30 FINA Aquatics World 2011 19:00 Ladies Irish Open Supported By Failte Ireland H/ls20:00 Goodwood Festival Of Speed 2011 21:00 Game 21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Intercontinental Rally Challenge 2011 22:30 Engine Block 2011 23:00 V8 Supercars Championship Series 2011-Races

STAR MOVIES 4011:50 Last Action Hero14:05 The A-Team16:10 Hot Shots, Part Deux!

17:00 Hooked18:00 Dog Whisperer21:00 The Border22:00 Megastructures00:00 The Border

ANIMAL PLANET 5213:00 Predators’ Prey13:30 Fooled By Nature14:00 Rocket Dogs15:00 Most Extreme16:00 Pit Bulls And Parolees17:00 The Haunted18:00 Chasing Nature19:00 Luke Gamble’s Vet Adventures20:00 Growing Up...21:00 Most Extreme22:00 Cats 10123:00 The Haunted00:00 Chasing Nature

HISTORY CHANNEL 5413:00 Modern Marvels14:00 It’s Good To Be The President16:00 Malaysia Revisited16:30 Pawn Stars17:00 The Universe18:00 Modern Marvels19:00 Monsterquest20:00 IRT Deadliest Roads21:00 Pawn Stars23:00 American Pickers

BIOGRAPHY CHANNEL 5513:00 Four Heavenly Kings14:00 Last Train Home15:00 My Ghost Story 16:00 Marisa Tomei17:00 Teri Hatcher18:00 Breakthrough with Anthony Robbins19:00 Sell This House19:30 Caesars 24/7 20:00 Airline USA21:00 Keith Urban22:00 Child of Our Time: 200423:00 Relapse00:00 I Survived

AXN 6212:15 Csi: Ny13:05 Blue Bloods14:00 Wipeout14:55 Chuck15:45 Csi: Ny16:35 Hawaii Five-O18:20 Wipeout19:15 Top Chef20:10 Criss Angel Mindfreak21:05 Hawaii Five-022:00 The Voice22:55 Justified23:50 The Voice,00:45 Justified

STAR WORLD 6312:10 Masterchef Australia13:35 Grey’s Anatomy14:30 The Gates15:25 Glee16:20 Parenthood17:15 Australia’s Next Top Model18:10 How I Met Your Mother18:35 Masterchef Australia20:00 Hell’s Kitchen20:55 The Glee Project21:50 Glee22:45 Masterchef Australia00:05 Hell’s Kitchen

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-USADA. EXIJA. 2-LIMO. A. IDEM. 3-GARANTIAS. 4-PAR. BAR. SUF. 5-OS. TALAS. SE. 6-L. VIR. SAL. M. 7-EU. ABOLI. OE. 8-NNE. ABA. IZA. 9-HIFRURICO. 10-PARA .S. PENA. 11-ASARA. TESOS.VERTICAIS: 1-UL. POLEN. PA. 2-SIGAS. UNHAS. 3-AMAR. V. EIRA. 4-DOR. TIA. DAR. 5-A. ABARBAR. A. 6-ANA. OBUS. 7-E. TRASLAR. T. 8-XII. SAI. IPE. 9-IDAS. L. ICES. 10-JESUS. OZONO. 11-AM. FEMEA. AS.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Velha, gasta. Reclame pela força ou em virtude de um direito. 2-Alga filamentosa das águas doces. Também. 3-Abonavas. 4-O macho e a fêmea. Unidade de pressão. Sufixo (abrev.). 5-Eles. Apertos, embaraços (Fig.). Hipótese. 6-Estar para acontecer ou chegar. Sabor. 7-A pessoa que fala. Anulei. Oh! 8-Nor-nordeste (abrev.). Riba. Árvore de raiz medicinal. 9-Aquele que tem hidrúria. 10-Deixa de andar. Punição. 11-Colocara asas. Retesados.

VERTICAIS: 1-Povoação em Oliveira de Azeméis. Pó fino contido na antera das plantas. Rapaz (Pop.). 2-Acompanhes. Lâminas córneas que revestem as extremidades dos dedos. 3-Adorar, idolatrar. Terreiro onde se junta o sal que se tira das marinhas. 4-Sofrimento moral. Solteirona. Conceder. 5-Resistir a. 6-Anual. Bomba, granada. 7-Parte traseira do lar ou da lareira. 8-12 (rom.). Vai para fora. Nome de várias plantas do Brasil e de África. 9-Partidas. Ergas, levantes. 10-Apelido. Ozónio (Pref.). 11-Amerício (s.q.). Mulher. Corifeu.

SEGUNDA-FEIRA 22.8.2011www.hojemacau.com.mo

13SALA 1RISE OF THE PLANETOF THE APES [B] Um filme de: Rupert WyattCom: James Franco, Freida Pinto, John Lithgow14.15, 18.00, 21.45

THE FORTUNE BUDDIES [B] FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Chung Shu KaiCom: Eric Tsang, Cho-Iam Wong, Siu Cheung Yuen16.15, 20.00

SALA 2CARS 2 [A] FALADO EM CANTONENSEUm filme de: John Lasseter14.15, 16.00, 18.00, 19.45

THE FORTUNE BUDDIES [B] FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Chung Shu KaiCom: Eric Tsang, Cho-Iam Wong, Siu Cheung Yuen21.45

SALA 3THE FORTUNE BUDDIES [B] FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Chung Shu KaiCom: Eric Tsang, Cho-Iam Wong, Siu Cheung Yuen14.15

LARRY CROWNE [B] Um filme de: Tom HanksCom: Tom Hanks, Julia Roberts16.00, 18.00, 19.45, 21.45

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OPINIÃOcaderno d iá r i o

Pedro Correia

SEGUNDA-FEIRA 22.8.2011

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QUARTA, 17 Os “indignados” espanhóis proporcionaram ontem a todo o mundo uma triste imagem de intolerância ao protestarem vigorosamente na rua, em Madrid, contra a visita do Papa à capital espanhola, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude.Vejo as lamentáveis imagens destes manifes-tantes anticatólicos em confronto com a polícia antimotim na Porta do Sol e interrogo-me se fariam o mesmo caso se se tratasse da visita de qualquer outro líder religioso - do Arcebispo de Cantuária ao Dalai Lama, passando por um imã sunita ou xiita. Os “indignados”, que tan-to falam em liberdade, põem afinal em causa a liberdade religiosa, indiferentes à presença em Madrid de centenas de milhares de jovens oriundos de todas as partes do mundo para celebrarem em clima de vitalidade, alegria, comunhão e festa estas jornadas presididas por Bento XVI, que se desloca de Roma à capital espanhola enquanto líder religioso e não como Chefe do Estado do Vaticano.

Suprema contradição: estes “indigna-dos”, que tanto contestam - e com razão - a sociedade de consumo e o excesso de materialismo no mundo contemporâneo consideram inaceitável a visita do Papa por custar (dizem) 50 milhões de euros ao erário público. Eles, que são contra o “economicismo”, utilizam agora o mais economicista dos argumentos. Quando já foi divulgado que as receitas geradas pela presença em Madrid de cerca de um milhão de peregrinos, durante seis dias, ascenderão a cem milhões de euros - o que duplica as estimativas das despesas. Sendo que, como a Jornada Mundial da Juventude é no essencial autofinanciada, do erário público espanhol sairá apenas o estritamente necessário para garantir uma eficaz operação de segurança. Mas isto tanto ocorre numa visita papal como num megafestival rock ou num espectáculo desportivo capaz de mobilizar multidões.

Sucede que, quanto mais vigorosos forem os protestos anti-Papa, mais necessárias serão as medidas de segurança, o que leva afinal os “indignados” a sobrecarregar o erá-rio público. Efeitos perversos da intolerância vaticanófoba: os manifestante acabam por desperdiçar, com esta tonta demonstração anticatólica, grande parte do capital de simpatia que haviam granjeado desde 15 de Maio na sociedade espanhola, ao saírem pela primeira vez à rua contestando a corrupção galopante, o desemprego juvenil e a quebra de promessas eleitorais por parte dos prin-cipais responsáveis políticos.

QUINTA, 18 Aos 84 anos, morreu José Fon-tes Rocha - o maior génio vivo da guitarra portuguesa. Tal como sucedia com Carlos Paredes, o instrumento musical era nele o complemento perfeito das próprias mãos, tornando-se um objecto mágico que dedi-lhava com insuperável perícia.

Tive a sorte e o privilégio de escutar ao vivo a arte de Fontes Rocha na fase culminante da sua carreira, quando integrava o Quarteto de

E se quase tudo na vida dava um filme porque não também a matéria de que são feitos os nossos sonhos?

no universo é que nenhuma delas procurou alguma vez contactar-nos.” A frase, dita por Calvin e Hobbes, é bem reveladora de um certo cinismo fin de siècle. Quando eu tinha a idade do Calvin, vivia-se a última das três décadas prodigiosas do pós-guerra, marca-das pelo maior crescimento económico de que há registo na História - uma era de pleno emprego e de expansão do Estado-providên-cia, pouco propícia a cinismos. Fiz parte da primeira geração formada e formatada pelos ecrãs de televisão, ainda sem reality shows. A ficção televisiva moldava-nos o imaginário: tão depressa cavalgávamos nas pradarias norte-americanas, à semelhança dos heróis do Bonanza, como viajávamos ao encontro de novos universos, tal como víamos em Espaço 1999 ou O Caminho das Estrelas. Éramos crentes, éramos crédulos: o impossível estava ali ao virar da esquina. A banda desenhada que líamos compulsivamente e os filmes de Steven Spielberg indiciavam-nos isso. Ao contrário do que viria a dizer Calvin ao seu tigre, nem púnhamos em causa que os extraterrestres nos visitassem: bastava-nos estar no lugar certo e à hora certa para os recebermos em festa e júbilo.

Pensei nisto tudo enquanto via Super 8, de J. J. Abrams. E como poderia não ter pensado se eu tinha a data daqueles adoles-centes em 1979, ano em que decorre a acção do filme, e também andava de câmara super 8 em punho? Também eu tive um grupo de ci-nema onde havia apenas uma rapariga entre vários rapazes, também eu vivi pelo menos um ano inteiro a pensar de manhã à noite na realização de um filme de ficção do qual só acabariam por restar alguns fragmentos.

Super 8 -- produzido por Spielberg, não por acaso -- é isto: um filme em que toda a verosi-milhança fica suspensa, numa espécie de pacto implícito entre o realizador e os espectadores. O que vemos resulta da imaginação frenética e galopante de um adolescente que confunde a vida real com um episódio de Twilight Zone. O desfecho, empolgante para alguém da minha geração, pode parecer pueril e absurdo para quem cresceu já após a ressaca dos 30 anos prodigiosos da História da Europa e dos EUA, adolescentes da era Calvin que olham para E. T. e só conseguem ver água com açúcar. Não foi o meu caso: J. J. Abrams fez-me voltar aos 15 anos e reviver o grupo Focus, que fundei, fez-me trautear de novo aquela saborosa canção do Chico Buarque (“agora eu era o herói / e o meu cavalo só falava inglês...”), fez-me sentir uma vontade irreprimível de procurar aquelas velhas bobinas amarelas da Kodak onde estão registadas em super 8 as minhas incipientes tentativas de candidato a George Lucas. Ficção e realidade interpenetram-se a tal ponto que é necessário permanecermos mais dois minutos na sala escura, enquanto decorre o genérico final, para percebermos definitivamente que tudo aquilo é apenas um filme.

E se quase tudo na vida dava um filme porque não também a matéria de que são feitos os nossos sonhos?

Raul Nery acompanhando Amália Rodrigues pelos palcos mais prestigiados do mundo (incluindo o Lincoln Center, em Nova Ior-que). Poucos anos antes essa arte ficara bem expressa -- e acessível para sempre às gerações futuras -- naquele que é não só o melhor álbum de Amália mas o mais deslumbrante disco desde sempre editado com música portugue-sa: Com Que Voz. Os extraordinários dotes interpretativos e vocais da fadista casavam na perfeição com o exímio talento de Fontes Rocha, a quem os guitarristas mais jovens justamente chamavam mestre.

de Amália, da autoria de Cristina Margato. Um documentário que reunia Fontes Rocha (então com 82 anos), Raul Nery (88) e Joel Pina (89) lembrando em conjunto os tempos áureos em que acompanhavam Amália pelo mundo. Fala-se agora tanto na necessidade da definição de serviço público de TV: este documentário, para mim, é um exemplo de relevante serviço público. Tal como a mag-nífica série documental sobre a guerra em África (1961-75) rodado por Joaquim Furta-do, ou a biografia televisiva em três episódios de José Afonso assinada por Joaquim Vieira, ou um recente documentário sobre a vida e obra de Vitorino Nemésio que vi também na RTP2. Ou um debate moderado por Paula Moura Pinheiro entre Fernando Pinto do Amaral e Eugénio Lisboa a propósito de David Mourão-Ferreira, esse poeta hoje tão injustamente esquecido. Ou Filipa Melo à conversa com Jorge Silva Melo sobre um dos melhores romances portugueses do século XX: Húmus, de Raul Brandão. Ou Filipa Leal declamando de modo insuperável o tocante poema Portugal, de Alexandre O’Neill.

Isto é serviço público.

SÁBADO, 20 “A prova mais evidente de que existem outras formas de vida inteligente

Num característico sinal dos tempos, não li um obituário digno do seu papel na música portuguesa em nenhum dos principais jor-nais que se publicam em Lisboa, todos muito entretidos com as habituais irrelevâncias de Verão. Até por isso lembro, em jeito de con-traste, um magnífico documentário que vi recentemente na RTP 2 intitulado As Cordas

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Pode perder-se um posto elevado, mas a dignidade fica intacta.Padre Manuel Teixeira [1912-2003]

SEGUNDA-FEIRA 22.8.2011

15www.hojemacau.com.mo

Gonçalo Alvim*[email protected]

A GRANDE Depressão do princípio dos anos 30 do séc. XX justificou o aparecimento de uma nova forma de avaliação do desempenho económico dos países que ficou conhecido por Produto Interno Bruto (PIB). Simon Kuznets, economista americano do National Bureau of Economic Research, apresentou-o pela primeira vez em 1937 num relatório ao Congresso dos EUA que se intitulava “Natio-nal Income, 1925-35”. O PIB ganhou depois relevância internacional com a Conferência de Bretton Woods de 1944 – onde foram criadas instituições internacionais como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Inter-nacional – ao tornar-se a medida standard de avaliação da economia dos países.

O desenvolvimento da comunicação so-cial e a generalização do acesso à informação permitiu ao povo, de uma forma geral, ter algum conhecimento sobre o que é o PIB e o que ele significa para um país. Sabe por exemplo que a China tem neste momento um crescimento do seu PIB de cerca de 10% ao ano – o crescimento em Macau é ainda superior – e que a Europa e os EUA estarão a ter um crescimento de cerca de 1%. E conclui assim que uns estão muito bem e recomendam-se e outros estão muito mal.

Em contra-corrente, foi criado 1990, no seio das Nações Unidas, o Índice de Desen-volvimento Humano (IDH), com o objectivo explícito de “desviar o foco do desenvolvi-mento da economia e da contabilidade da renda nacional para políticas centradas em pessoas”. Este índice combina essencialmen-te a expectativa de vida ao nascer, o acesso ao conhecimento e o PIB per capita. No entanto, há que reconhecê-lo, o povo parece não lhe ter ligado grande importância e poucos sa-berão qual o IDH do seu país ou que países têm tido uma maior evolução neste índice.

O que o povo sabe é o PIB do seu país, ou pelo menos a sua evolução. Portugal, por exemplo, para mal dos nossos pecados, teve um crescimento do PIB inferior a 1% nesta primeira década do séc. XX. Isso eu sei, como outros o sabem, tal como sei que a nossa dívida ultrapassa já o valor do PIB anual, o que, entre outras razões, levou as agências de rating a classificar-nos como “lixo”.

Convém no entanto precisar um pouco sobre o que é e o que não é o PIB, para avaliar-mos até que ponto nos devemos preocupar.

Folha Solta

PIBalhIces

Normalmente a regra é esta: o que os outros países fazem para recuperar a sua economia é com eles, desde que paguem o que devem com os respectivos juros; o que nós fazemos é connosco. A menos que estejamos muito endividados…

O PIB, como sabemos, mede o valor final de todos os bens e serviços produzidos por uma economia. Mas, como alertou o referido Simon Kuznets, “distinções devem ser tidas em conta entre quantidade e qualidade de crescimento, entre custos e retorno, e entre curto e longo prazo. Objectivos de maior crescimento devem especificar maior cresci-mento de quê e para quê.” Quis-nos ele dizer que o PIB, embora nos indique a quantidade de coisas produzidas, não nos esclarece sobre a sua qualidade ou sobre o estado de desenvolvimento económico de um país.

estando o PIB a crescer, a economia estava a desenvolver-se?

Entre outros, há um aspecto essencial que o PIB não contabiliza e deveria contabilizar: os custos ambientais. Se um país investe no ambiente, se protege florestas sem fins produtivos, se reduz a utilização de com-bustíveis fósseis, se aposta na qualidade dos produtos alimentares, se penaliza a poluição das suas águas, se exige a elaboração de estu-dos de impacte ambiental, qual o reflexo no seu PIB? Negativo. E se fomenta a construção rápida, cega, independentemente de saber

se vivem mais anos quer dizer que vão estar mais anos sem produzir e que deverá haver mais pessoas a cuidar delas, certo? Então, negativo. Muito negativo!

Mas a vida do povo é demasiado compli-cada para se envolver em grandes elabora-ções técnicas. Ele sabe quando o PIB sobe ou desce e sabe quando tem ou não tem dinheiro na carteira. Percebe quando dizem que o seu país está em crise ou quando dizem que têm todos de apertar o cinto para relançar o cres-cimento económico. Compreende que isso pressupõe falta de condições para a criação de novos postos de trabalho, o que significa mais chatices na sua vida, mais problemas em aguentar o emprego ou em conseguir um novo, mais graxa a dar ao chefe, quando o tem. Isto tudo, claro, enquanto não chega àquele patamar em que o prado parece ver-dinho e a paisagem consoladora: a reforma.

Como é compreensível, com todos estes conhecimentos acumulados o povo vai in-chando na sua insatisfação e explodindo de quando em vez. Normalmente acontecem pequenas explosões, é certo, mas ainda assim com algum impacte. Explode no trânsito, no trabalho, em casa, algumas vezes na rua e muitas vezes em recintos próprios para o efeito, como os estádios de futebol. As suas razões parecem reais e absolutamente válidas e, sempre que o pode fazer, deixa um pape-linho com uma cruz numa caixa quadrada a castigar aqueles que não olharam como deviam para o crescimento desse grande ídolo moderno: o PIB nacional.

Normalmente a regra é esta: o que os outros países fazem para recuperar a sua economia é com eles, desde que paguem o que devem com os respectivos juros; o que nós fazemos é connosco. A menos que estejamos muito endividados…

Mas a História tem as razões que tem e eu pergunto se, daqui a alguns anos, aqueles países que tiveram um maior crescimento do seu PIB não se irão arrepender de o ter conseguido como conseguiram; ou se, todos nós, que tanto nos embrenhámos nestas coi-sas que nos pareciam importantíssimas, não iremos chorar as oportunidades perdidas.

É que, parece-me, toda esta PIBalhice moderna está a destruir um planeta mara-vilhoso com milhares de milhões de anos, o único onde o Homem ainda pode habitar. E isso é que nos devia fazer explodir.

*Arquitecto Paisagista, Mestre em Engenharia Urbana

Se, por exemplo, o Governo português resolvesse financiar a construção de grandes galos de Barcelos em todas as povoações do país, talvez conseguisse com isso fazer o PIB do país subir, mas qual seria o bene-fício para o país? Podíamos concluir que,

que a durabilidade do produto final será inferior? Positivo. Mas se as pessoas vivem mais anos e têm melhor qualidade de vida em consequência das medidas ambientais tomadas e da melhoria dos cuidados de saúde, então o PIB deverá subir, não é? Bem,

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SEGUNDA-FEIRA 22.8.2011www.hojemacau.com.mo

HOMEM JULGADO POR NEGLIGÊNCIA E MORTEChao, residente local de 26 anos vai ser julgado por homicídio por negligência. O homem conduzia um veículo ligeiro na Avenida de Amizade, quando se despistou numa curva por não ter reduzido a velocidade. O carro ultrapassou a linha divisória, acabando por embater num táxi que circulava no sentido oposto. O automóvel de Chao, onde o homem seguia com um amigo, ficou parado na faixa contrária, acabando por fazer com que um outro táxi batesse. Seis passageiros das viaturas ficaram feridos, tendo sido transportados para o hospital, onde uma mulher acabou por falecer, depois de ter estado em coma. Chao tem agora de enfrentar julgamento, já que o Ministério Público considerou que o suspeito não garantiu segurança na condução, não respeitou a lei, negligenciou a vida dos outros utentes das vias públicas e prejudicou gravemente a vida e a integridade física dos outros. Foi-lhe deduzida a acusação por suspeita do de crime de homicídio por negligência e de ofensa à integridade física por negligência grave. Em Macau registaram-se 6.900 acidentes de viação no primeiro semestre deste ano, tendo-se registado um aumento significativo dos casos de incumprimento das sinalizações de trânsito.

PASSE PARA AS ILHAS DE HONG KONGA partir de hoje e até 31 de Dezembro, já pode ir visitar as ilhas de Lantau, Cheung Chau e Peng Chau, em Hong Kong, de forma ilimitada. Tudo o que precisa de fazer é comprar um passe – no valor de 60 dólares de Hong Kong. A ideia foi lançada pela empresa de ferry “New World First Ferry” em associação com o Turismo da RAEHK e oferece a possibilidade de conhecer três as ilhas mais famosas da região vizinha, de segunda a sábado. À venda apenas em Hong Kong, nas pontes 5 e 6 no First Ferry Costumer Services, o “Island Hopping Pass” oferece ainda 10% de desconto em vários locais da região, que estão anexados ao guia das ilhas.

JOVEM ACUSADO DE VIOLAÇÃO DE MENORUm jovem de 18 anos foi acusado de violação e aguarda agora julgamento, depois de manter relações sexuais com uma menor durante cerca de sete meses. Kuong, aluno do secundário, terá conhecido a vítima através da internet entre Fevereiro e Março do ano passado. Em Abril, e depois de afirmarem estar apaixonados, os dois adolescentes estavam juntos em casa de Kuong, quando este pediu à rapariga para ter relações sexuais. Ku, a vítima, rejeitou mas foi “persuadida” após muita insistência de Kuong. Até Setembro de 2010, os dois terão mantido relações sexuais, mesmo tendo o jovem a consciência de que Ku era menor. O Ministério Público considerou haverem fortes indícios de violação, uma vez que o jovem satisfazia apenas os seus desejos sexuais durante todo o período em que manteve relações com a vítima, até que o caso foi descoberto.

INTERNET 35 MIL DISPONÍVEIS A TRAIRÉ um site de encontros. Mas, com uma diferença substancial: funciona assumidamente para comprometidos à procura de um ‘flirt’ com alguém na mesma situação. O Second Love já tem 35 mil inscritos em Portugal e propõe traição simples e segura, dizem os promotores. Depois do sucesso na Holanda - onde foi fundado e conta com 180 mil subscritores -, na Bélgica e mais recentemente em Espanha, o Second Love chegou a Portugal. Desde Abril, já se inscreveram no site 35 mil pessoas, 70% com formação superior e maioritariamente entre os 35 e os 50 anos. A proporção é de sete homens para três mulheres, mas elas estão a aderir cada vez mais.

INGLATERRA VÍDEO REVELA ATAQUE À POLÍCIAAs autoridades britânicas divulgaram um vídeo captado por uma câmara de segurança da cidade de Birmingham que mostra, alegadamente, como indivíduos envergando máscaras disparam contra agentes desarmados e um helicóptero. A polícia britânica continua a divulgar imagens dos envolvidos nos motins, apelando à população que ajude a identificá-los. Desta vez, tornou público um vídeo que mostra um grupo de 30 a 40 jovens, vestidos de preto e com máscaras, enquanto atacavam um bar na madrugada de terça-feira, 9. Quando a polícia tentou dispersar o grupo, os saqueadores atiraram cocktails molotov e disparam tiros contra os agentes e os carros da autoridades. A polícia quer agora acusar os envolvidos de tentativa de homicídio e fogo posto.

car toonpor Steff

ÓCULOS

Macau sem sucesso nas Universíadas de Shenzhen

Sem medalhas Joana Freitas *[email protected]

MACAU saiu das Univer-síadas de Shenzhen sem medalhas ao pescoço. As melhores classifica-

ções do território foram as vitórias no xadrez de homens, com Kaimeng Wong a ganhar por duas vezes – uma contra um oponente de Singapura e outra contra um da Holanda -, uma vitória no badminton contra a Síria e uma vitória no ténis de mesa contra o Sri Lanka, segundo dados disponibilizados pelo Instituto do Desporto ao Hoje Macau.

Ainda assim, os sonhos das equipas de badminton e ténis de mesa viram-se desfeitos quando a primeira perdeu com a Índia e a segunda com a Rússia.

Na natação, nos 4 x 100 metros, as mulheres de Macau conseguiram alcançar o 14.º, com a ocupação da posição número 35 no atletismo feminino de 100 metros.

Até ontem ao fim da tarde Macau não fazia sequer parte da tabela dos classificados. Já a China ocupava a primeira posição, com 116 medalhas, 56 das quais de ouro.

Em segundo e terceiro lugar estão a Rússia e o Japão – com 101 e 81 medalhas. A ocupar a décima posição ficou Taiwan, com cinco das 20 medalhas de ouro. Hong Kong fi-gurava nas últimas posições da lista, com apenas duas medalhas de ouro, bem atrás de Portugal, que saiu de Shenzhen em 24.º lugar, com quarto medalhas, duas em ouro.

O português Alberto Paulo con-quistou no sábado a medalha de ouro nos 3 mil metros obstáculos, com o tempo de 8.32,26 minutos. O atleta madeirense atacou decisivamente a 1200 metros do final, sendo ape-nas acompanhado pelo turco Halil Akkas, que não foi capaz de aguen-tar o ritmo do português e teve de contentar-se com a segunda posição.

Já Nelson Évora tinha consegui-do na sexta-feira o ouro de Portugal

na competição, após o triunfo de no triplo salto, prova em que renovou o título universitário obtido em Belgrado, em 2009.

Patrícia Mamona conquistou a medalha de prata no triplo salto fe-minino, com a marca de 14.23 metros, ficando apenas a dois centésimos da medalha de ouro, conquistada pela russa Ekaterina Koneva.

Outra das medalhas de prata foi para Sara Moreira, nos 5.000 metros de atletismo.

A atleta, juntamente com Patrícia Mamona, Alberto Paulo, Nélson Évora, Jorge Paula e João Pedro Ferreira seguem na segunda-feira para os Mundiais de Daegu, Coreia do Sul, que começam no próximo fim-de-semana.

Macau contou com uma delega-ção de 61 atletas que competiram nas provas de badminton, ténis de mesa, esgrima, natação, salto para a água, atletismo, taekwondo e xadrez.

* com Lusa