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Do oito ao oitenta. Se até há pouco tempo só se ouviam queixas acerca da falta de controlo sobre a actuação dos motoristas de táxi, agora são os profissionais do sector que vêm a terreiro lamentar-se de inúmeras dificuldades para exercerem a sua profissão. Falta de espaços para descansar ou baixos rendimentos, são apenas alguns dos queixumes apresentados pelos taxistas que aproveitam para pedir que se volte a aumentar as tarifas. Os taxistas também choram TAXIS TRABALHADORES DO SECTOR APRESENTAM QUEIXAS hojemacau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUINTA-FEIRA 22 DE JANEIRO DE 2015 ANO XIV Nº3257 PUB CASO LUÍS AMORIM Novas provas levam julgamento para Março ASSISTÊNCIA SOCIAL Vozes unidas pela autonomia profissional ARRENDAMENTO Era uma vez uma lei amiga do inquilino SOCIEDADE PÁGINA 8 SOCIEDADE PÁGINA 7 POLÍTICA PÁGINA 4 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB GRANDE PLANO PÁGINA 3

Hoje Macau 22 JAN 2015 #3257

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Hoje Macau N.º3257 de 22 de Janeiro de 2015

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Do oito ao oitenta. Se até há pouco tempo só se ouviam queixas acerca da falta de controlo sobre a actuação dos motoristas de táxi, agora são os profissionais do sector que vêm a terreiro lamentar-se de inúmeras dificuldades para

exercerem a sua profissão. Falta de espaços para descansar ou baixos rendimentos, são apenas alguns dos queixumes apresentados pelos taxistas que aproveitam para pedir que se volte a aumentar as tarifas.

Os taxistas também choramTAXIS TRABALHADORES DO SECTOR APRESENTAM QUEIXAS

hojemacau

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q U I N TA - F E I R A 2 2 D E J A N E I R O D E 2 0 1 5 • A N O X I V • N º 3 2 5 7PU

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CASO LUÍS AMORIMNovas provas levam julgamento para Março

ASSISTÊNCIA SOCIALVozes unidas pela autonomia profissional

ARRENDAMENTOEra uma vez uma lei amiga do inquilino

SOCIEDADE PÁGINA 8 SOCIEDADE PÁGINA 7 POLÍTICA PÁGINA 4

AGÊNCIA COMERCIAL PICO28721006

PUB

GRANDE PLANO PÁGINA 3

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“A rede 4G é mais rápida do que a rede 3G que temos actualmente, o que vai fazer com que seja mais fácil para qualquer pessoa partilhar dados, incluindo as crianças. Penso que a rede 4G, só por aumentar a velocidade o tráfico da informação, tem potencial para aumentar a práticade muitos crimes”SPENCER LI•Vice-presidente da Sociedade de Criminologia de Macau

“No que diz respeito à proposta apresentada no relatório de auditoria sobre o estabelecimento de uma ‘cláusula penal compensatória’ nos contratos para aumentar a capacidade de supervisão contratual, o GIT considera que, devido à complexidade dos motivos que levamao atraso das obras, deve--se ainda estudar se esta proposta poderá, de facto, promover efectivamentea boa concretizaçãodas empreitadas”GIT• Sobre o metro

“Grande parte das empresas, aqui em Macau, têm acções nominativas, poucas são as que têm acções ao portador. Ou seja, é um universo muito pequenino para o número de empresas queexistem em Macau”ALBANO MARTINS• Economista, sobre as acçõesao portador

2 hoje macau quinta-feira 22.1.2015

‘‘on t emmacau

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

www.hojemacau.

com.mo

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L I G U E - S E • PA R T I L H E • V I C I E - S EPropriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

DIÁRIODE

BORDO

“O GIT não controla a empresa e deve haver uma revisãocompleta [da obra do metro], tal como do Regime de Concessão.

Caso contrário, o mesmo pode acontecer no traçado de Macau, dando azo à confusão orçamental e à prorrogação do prazo”

Mak Soi Kun, deputado, sobre o GIT e a construção do metro ligeiro | P. 5

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MOTOCICLISTAS ATRAVESSAM a ponte de Sanchung para Taipei, em Taiwan. Os motociclos são o principal meio de transporte em Taiwan e também os maiores causadores de poluição sonora e do ar.

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hoje macau quinta-feira 22.1.2015 3GRANDE PLANOFIL IPA ARAÚ[email protected]

“S E queremos cum-prir todas as leis impostas pelo Go-verno não conse-

guimos trabalhar”, começou por defender Tai Kam Leong, vice-presidente da Associação de Taxistas de Macau, na reunião com os representantes com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, que decorreu na tarde de ontem.

Foram 19 os represen-tantes de associações e trabalhadores do sector que aproveitaram a oportunida-de para apresentar queixas e sugestões num encontro que se previa tranquilo.

“O ponto principal é a falta de praças onde nós [taxistas] possamos descansar. Não estou a dizer que faltam praças, mas as que existem estão sempre ocupadas com outros carros [civis] e nós não podemos parar. Assim temos que parar em sítios que não é suposto e somos multados”, defendeu um dos taxistas presentes.

É inegável o aperto de cinto que o Governo tem feito quanto às ilegalida-de cometidas por alguns taxistas. Aperto que tem, conforme se mostra nas redes sociais, resultado. Extorsão, raptos, não parar quando é solicitado, esco-lher caminhos mais longos para assim cobrarem mais - os taxistas têm sido alvo de várias críticas por parte da sociedade. Perante este cenário, a DSAT, coope-rando com as autoridades judiciais, iniciou uma ver-dadeira caça à ilegalidade, tendo só nos primeiros sete dias do ano aplicado 352 multas aos taxistas, quase um quinto das que foram efectuadas ao longo de todo o ano de 2014. De acordo com dados do Conselho Consultivo do Trânsito, 66 destas dizem respeito a cobrança excessiva de tarifas e 28 a recusa no transporte de passageiros. As restantes – 260 – refe-rem-se a estacionamento ilegal, ou seja fora dos locais de tomada e largada de passageiros, uma das queixas agora apontadas pelo taxistas, que dizem parar onde o cliente quer e não sempre em praças de táxi, como são obrigados.

SEM HIPÓTESE E é exactamente este ponto que todos os participantes

“Às vezes estão pessoas na rua a pedir um táxi e eu passo a fingir que não vejo porque não posso parar. Esta não é uma atitude correcta”Taxista

“Acredito que haja maus taxistas, nós até os podemos despedir, mas também existem bons. E esta nova lei vem piorar a nossa situação”ZHANG Taxista

TÁXIS MOTORISTAS APRESENTAM QUEIXAS E QUEREM “LEGISLAÇÃO JUSTA”

Paga o justo pelo pecador

NOVO AUMENTO DE TARIFASVários foram os taxistas presentes que se queixaram da “pouca qualidade de vida” dos profissionais do sector, alegando um aumento das despesas de forma constante. Por isso, apelaram à DSAT para que o Governo, tendo isso em atenção, estude a hipótese de aumentar a tarifa praticada. Recorde-se que no início do ano a bandeirada subiu de 15 para 17 patacas. Também a aplicação que permite chamar um táxi por telemóvel foi duramente criticada pelos presentes, alegando que muitos taxistas decidem enveredar pelo caminho da ilegalidade por “ganharem mais”. “Estamos a perceber toda essa questão e estamos muito atentos”, foi a única resposta do Governo quanto ao assunto.

Não há forma do Governo e os taxistas chegarem a acordo. Se antes havia falta de legislação e controlo, agora os profissionais dizem que existe a mais. Queixam-se de falta de espaços para descansar, limitações nas áreas de paragem e de baixos rendimentos. Ontem, vários taxistas e associações apresentaram as suas queixas à DSAT, assegurando que não são eles as ovelhas negras

mencionados. Leung, pro-fissional do sector, explicou que “há um grande risco” na profissão. “Às vezes os clientes ficam chateados porque não podemos parar e batem-nos. Já para não falar dos jovens bêbedos à noite. Sofremos um grande risco”, partilha.

O uso de câmaras nas vias públicas também es-teve sobre a mesa de dis-cussão. Sendo que todos os taxistas defenderam que é algo que dificulta o traba-lho. “Temos que deixar os nossos clientes em ruas es-condidas para não pararmos em sítios ilegais. Se assim é, porque é que o Governo não coloca câmaras de vi-gilância também nas praças de táxis, assim sabemos que só nós podemos parar lá”, argumenta, referindo-se à ocupação de outros carros

nos locais. Zhang, taxista de

Macau, explicou que também no sector exis-te falta de recursos

humanos. “Existe uma grande falta de mão-de--obra no nosso sector, por isso, mesmo com menos pessoas, a qualidade do serviço é pior. Acredito que haja maus taxistas, nós até os podemos despedir, mas também existem bons. E esta nova lei vem piorar a nossa situação”, remata.

OUVIDOS DE MERCADORDepois de ouvir todos os comentários, Kou Ngai Wa, Chefe da Divisão de Gestão de Transportes do Departamento de Gestão de Tráfego, explicou que quanto às praças de táxis, o “Governo vai estudar e perceber se existe efecti-vamente falta, ou se são suficientes”. Caso sejam poucas, diz, vão ser criadas mais, como garante.

De acordo esteve Kuong Vai Cheok, Chefe do De-partamento de Planeamen-to e Desenvolvimento de Tráfego, que adiantou que o “Governo irá perceber se é necessária uma revisão ao regulamento dos taxistas”, sublinhando no entanto que “a DSAT vai continuar a colaborar com as autori-dades policiais contra as ilegalidades”.

Os representantes do Executivo mostraram-se inabaláveis quanto às quei-xas apresentadas pela popu-lação. “Não estamos contra os taxistas que cumprem as regras, mas sim contra os que não as cumprem”, afirmou Kuong Vai Cheong.

da reunião abordam. “Com-preendemos que haja mais inspecção, mas os inspec-tores precisam de perceber a lei. Como vamos dizer aos clientes que não podemos parar? É também o cliente que nos pede onde parar, porque é que somos nós os multados?”, argumentou um dos participantes.

Com imagens de várias praças de táxis ocupadas por carros civis, presidente de uma das associações de ta-xistas, explicou que “assim é muito difícil trabalhar”.

“Por exemplo, ali na zona do Porto Interior, eu quis parar e estava tudo ocupado, por isso parei numa zona de linha amarela, veio logo um inspector à paisana da DSAT dizer que eu não podia fazer aquilo, preparado para me multar”, relata.

Na visão da também taxista, é normal que as pessoas se sintam ofendidas e “fiquem chateadas” por os taxistas não pararem quando solicitados. “Às vezes estão pessoas na rua a pedir um táxi e eu passo a fingir que

não vejo porque não posso parar”, explicou, sublinhan-do que esta “não era uma atitude correcta”.

MAIS FALHAS Apesar das zonas de para-gens terem sido o tema rei, outros lacunas foram apre-sentadas pelos profissionais do sector. Para Li, um outro taxista, o Governo tem as-sumido uma atitude muito forte em relação ao sector.

“Se atendemos somos multados, se não atende-mos somos multados na mesma”, conta.

Também um outro ta-xista presente explica que “deste a transferência da soberania de Macau para a China que a qualidade de vida dos taxistas tem vindo a piorar, muito pelo aumento do custo de vida”. O mesmo participante alegou que, de certa forma, o Governo está a fomentar a que a popula-ção tenha tendencialmente vontade de usar outro tipo de meios de transportes, como os autocarros, afastando assim os usuários de táxis.

A violência também se tornou um dos pontos

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4 hoje macau quinta-feira 22.1.2015POLÍTICA

FIL IPA ARAÚ[email protected]

O projecto de lei sobre o arrendamento, que está a ser levado a cabo por um grupo

de deputados onde se inclui Song Pek Kei, e onde está envolvido Gabriel Tong e o académico Ale-xander Hai, não tem data para ser apresentado. Há um texto inicial, mas os responsáveis não adiantam

JOANA [email protected]

E STÁ concluída a revisão da Lei de En-quadramento Orçamental. Isso mesmo confirmou ontem o Secretário para a

Economia e Finanças, Lionel Leong, que acrescenta, contudo, que o Governo está ainda a ponderar sobre a possibilidade de se apresentarem contas das obras públicas à Assembleia Legislativa (AL).

De acordo com um comunicado do Gabi-nete de Lionel Leong, as linhas da proposta de revisão da Lei de Enquadramento Orçamental “foram concluídas” e, actualmente, “estão em curso os trabalhos de edição e tradução”. A conclusão destes, adianta ainda, está prevista para o 1º trimestre do ano, sendo que é apontado que a lei chegue à AL ainda durante 2015.

“Prevê-se a entrega para pareceres, no segundo trimestre, aos serviços responsáveis pelos assuntos de Justiça e outros serviços competentes, no sentido de que a proposta entre em processo legislativo ainda este ano.”

Inicialmente, a Direcção dos Serviços de Finanças tinha dito ao HM que a alteração à lei deveria ficar concluída ainda até ao final

do ano passado, mas em Outubro de 2014, na AL, o ex-Secretário para a tutela da Economia adiantou que seria só este ano. O documento está, então, concluído, mas Lionel Leong aponta o próximo ano como meta para a sua aprovação.

“O ideal seria que a proposta de lei fosse aprovada pela AL antes de Abril de 2016 e depois, seguindo os trâmites da nova lei, será aplicado o processo de liquidação do orçamento financeiro do ano de 2016, tal como a elaboração do orçamento financeiro do ano de 2017”, pode ler-se no comunicado que cita o Secretário.

Ainda assim, é deixado o alerta de que “o ritmo dos trabalhos de revisão depende do processo legislativo concreto e se será neces-sário proceder ao ajustamento do conteúdo da proposta de acordo com as opiniões recolhidas”.

CONTAS NA AL? Lionel Leong disse ontem que considera que Macau precisa de um “sistema duplo contabi-lístico”, um sistema que se caracteriza por ter duas contabilidades distintas que funcionam separadamente, em diferentes contas com-pletamente separadas. Mas Lionel Leong não elaborou nem deu detalhes sobre o assunto.

Sobre os pedidos que têm vindo a ser feitos por diversos deputados e também pela socie-dade – de que o Governo apresente contas ao hemiciclo antes de estas serem autorizadas, nomeadamente no que às obras públicas diz respeito – Lionel Leong diz que ainda está a ser estudado.

“Sobre o facto de haver necessidade em apresentar os orçamentos de grandes empreen-dimentos para discussão na AL, o Secretário disse que o Governo tem conhecimento desta intenção no seio da sociedade, mas irá primeiramente analisar os artigos do diploma para verificar se estes correspondem às expec-tativas”, adianta o comunicado, que não diz se esta pode ou não vir a ser uma hipótese.

A ideia dos deputados que defendem esta necessidade é que os orçamentos para os em-preendimentos de grande envergadura tenham de ser fiscalizados pelo hemiciclo, de forma a evitar-se derrapagens como as do metro ligeiro.

Seja como for, Lionel Leong assegura que a revisão da Lei de Enquadramento Orçamental está concluída, sendo que apesar da “prioridade” ser empenhar-se nos trabalhos de elaboração dos artigos da proposta, o Governo está aberto à realização de auscultações públicas.

Não há data para a apresentação do projecto de lei sobre o arrendamento, que está a ser elaborado por um grupo de deputados. São os responsáveis que o afirmam, ainda que digam ter um texto inicial e que podem ainda vir a recolher opiniões. Um dos pontos no projecto é a criação de um tecto máximo para o aumento das rendas

LEI DO ARRENDAMENTO DEPUTADOS TÊM PROJECTO, MAS NÃO HÁ DATA PARA APRESENTAÇÃO

“Uma lei amiga dos inquilinos”“Temos uma orientação para facilitar a resolução de conflitose introduzir uma arbitragem para resolver os problemas. Quanto aos preços das rendas, a deputada Song Pek Kei quer criar um coeficiente de actualizaçãodas rendas”ALEXANDER HAIAcadémico envolvidona criação do projecto de lei

sequer se poderá ver a luz do dia este ano.

“Ainda não há um calendário que permita adiantar uma data concreta para apresentação [do projecto] final”, garantiu Song Pek Kei em declarações ao HM. Em concordância estão também Gabriel Tong e Alexander Hai, que defende que “a conclusão de uma proposta desta dimensão implica vários pontos e ter em atenção vários assuntos”, sendo por isso

“normal” que não haja uma data” concreta.

Questionado sobre se o projecto estaria pronto ainda este ano, Ale-xander Hai não soube responder. “Não sei, depende. Não posso dar uma data”, admitiu. “Há um projecto feito, mas que é passível de alterações. Ainda é necessário ouvir opiniões que a sociedade tem para dar”, clarificou Song Pek Kei.

Na visão de Gabriel Tong, o texto legislativo está pronto, mas

LEI ORÇAMENTAL GOVERNO QUER APROVAR ALTERAÇÕES ANTES DE ABRIL DE 2016

Já prontinho e em stand-by

é necessário que “os deputados que iniciaram o projecto” preparem a proposta. Apesar de assumir que já prestou todo o apoio que lhe competia, o deputado assume que “podem existir retoques que os outros deputado da equipa de trabalho queiram realizar”.

Recorde-se que este projecto já conta com mais de um ano de ela-boração, algo totalmente “natural” para Gabriel Tong. “[A elaboração] demora porque envolve várias partes. Foi feita uma sondagem, foram necessários fundos do pró-prio grupo para fazer inquéritos ao público e depois passámos à análise jurídica. Como se vê, esta iniciativa privada requer muito trabalho. Não considero que seja muito tempo para elaborar este tipo de projecto”, defende.

Também Alexander Hai jus-tifica o tempo gasto, por ser um “processo muito complicado”.

PONTOS PRINCIPAIS Alexander Hai, que está no grupo da elaboração do projecto, refere ao HM que o texto tem como pontos principais “controlar o preço das rendas”, assim como “resolver de forma facilitada os conflitos entres as partes envolvida - inquilinos e senhorios”.

Está também previsto, segundo

o analista, a criação de um coefi-ciente que irá fixar um tecto para os preços das rendas.

“Esta é uma lei amiga dos inqui-linos. Temos uma orientação para facilitar a resolução de conflitos e introduzir uma arbitragem para resolver os problemas. Quanto aos preços das rendas, a deputa-da Song Pek Kei quer criar um coeficiente de actualização das rendas”, impondo assim um limite máximo, frisa.

Recorde-se que também em 2013, o deputado Ho Ion Sang mos-trou a sua opinião defendendo que o Governo deveria retirar o regime do arrendamento do Código Civil e criar uma Lei do Arrendamento independente. “Tem de se regular, especificamente, o mercado de arrendamento e, ainda, a adequada margem de aumento das rendas, tendo como objectivo o desenvol-vimento saudável do mercado de arrendamento de imóveis, o apoio às PME e o aumento da qualidade de vida da população”, afirmou na altura, relembrando que já existiu em Macau um Regime do Arren-damento Urbano que regulava que a actualização das rendas e que ditava que esta ou era acordada entre senhorio e arrendatário ou em função de coeficientes apro-vados pelo então Governador. O Regime foi revogado. “Podemos ver que, com vista a garantir que o aumento das rendas fosse justo para o arrendatário, o poder pú-blico impunha-se”, acrescentou o deputado na altura.

Também esta semana, Ung Choi Kun pediu uma lei do arren-damento independente.

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TIAGO ALCÂNTARA

5 políticahoje macau quinta-feira 22.1.2015

FLORA [email protected]

O deputado da área de construção Mak Soi Kun não concorda

com o Gabinete de Infra- Estruturas de Transportes (GIT) quando este disse que o pagamento de penalidades compensatórias pode fazer au-mentar o orçamento das obras. A sugestão da introdução desta cláusula, que permite ao Governo pedir uma indem-nização mais facilmente, foi sugerido pelo Comissariado de Auditoria, mas o GIT disse esta semana que ainda tinha de perceber se isso seria eficaz.

“No mercado privado, o pagamento de penalidade compensatória também é implementado, portanto o mesmo deve acontecer nas obras públicas. Se o concor-rente estimular um risco alto de obra, então o preço de concessão poderá também ser alto, devendo assim ganhar a concessão da obra”, disse Mak Soi Kun ao jornal Ou Mun, que acrescenta que o GIT disse que “o pagamento de pena-lidade compensatória – uma prática internacional – pode fazer aumentar o orçamento e fazer com que os construtores rejeitem a construção”.

SEM CONTROLOAlém disso, Mak Soi Kun aponta que o mesmo pro-blema já havia surgido no

FONG CHI KEONG VISÃO SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA É A MESMA DA SOCIEDADE

“É estúpido bater porquegastamos dinheiro a curar”

Deputadas apelamà criação de licençade paternidade

AS deputadas Wong Kit Cheng, Ella Lei e Song Pek Kei apelaram à criação da li-

cença de paternidade no privado, defendendo que esta deve ser de cinco dias, à semelhança do regime que já existe na Função Pública.

Wong Kit Cheng, que também é vice-pre-sidente da Associação Geral das Mulheres de Macau e que se senta no hemiciclo pelos Kai Fong, citou, numa interpelação escrita, uma investigação que mostra que 98% dos inquiridos defendem cinco dias de licença. A deputada eleita pela via directa espera ainda que o Governo reveja a Lei Laboral para prolongar as licenças de maternidade e paternidade e o tempo de amamentação dos filhos.

Já a deputada Ella Lei, que representa a Federação de Associações dos Operários (FAOM), apontou que em Hong Kong já foi implementada uma licença de paternidade de três dias, enquanto que em Macau a lei não especifica esse ponto. Song Pek Kei, número três do deputado Chan Meng Kam, referiu que actualmente os homens apenas podem tirar dois dias do emprego que contam como faltas justificadas, defendendo também uma semana de licença de paternidade. - F.F.

Kwan Tsui Hang e Mak Soi Kun não se conformam com o recente relatório do Comissariado de Auditoria e pedem uma revisão geral aos contratos com as empresas relacionadas com o metro. Kwan Tsui Hang pede ainda a intervenção do CCAC

METRO DEPUTADOS QUEREM REVISÃO DO CONTRATO COM EMPRESAS

Venha o diagnóstico do CCAC

“No mercado privado, o pagamentode penalidade compensatória tambémé implementado, portanto o mesmodeve acontecer nas obras públicas” MAK SOI KUN Deputado

início da construção do metro ligeiro, com a mesma empresa consultora. “O GIT não controla a empresa e deve

haver uma revisão completa [da obra do metro], tal como do Regime de Concessão. Caso contrário, o mesmo

pode acontecer no traçado de Macau, dando azo à confusão orçamental e à prorrogação do prazo”, adiantou.

Também a deputada Kwan Tsui Hang considera que o relatório publicado pelo CA demonstra que o GIT não foi capaz de supervisionar o construtor nem um mecanis-mo de multa eficaz. “É já um problema já frequente” nas obras públicas, acrescentou.

O deputado nomeado Fong Chi Keong fez alguns esclareci-

mentos sobre o seu discurso na Assembleia Legislativa (AL), aquando da discussão e votação da proposta de lei sobre a violência domésti-ca. Fong Chi Keong disse que não queria proclamar a violência doméstica, nem prejudicar qualquer pessoa. Mas o deputado não retira que esta é a visão tradicional de Macau.

Tendo sido o único de-putado a abster-se na hora da votação, Fong Chi Keong confessou que “os deputados que falam na AL devem assu-mir responsabilidades, se não ninguém diz a verdade”. Fong Chi Keong afirma ainda não

ser igual aos outros deputados e que não pretende agradar ao Governo, mas promete fazer discursos de forma cautelosa nos próximos debates.

Contudo, o deputado confessa que aquilo que disse vai de encontro ao tradiciona-lismo da sociedade chinesa. E vai mais longe. “Discordo da existência de violência doméstica nas famílias, ba-ter na mulher e nos filhos é estúpido, porque depois é preciso gastar dinheiro para curar [os ferimentos]. Quando há conflitos entre as pessoas, deve haver compreensão e soluções”, adiantou.

Ainda assim, Fong Chi Keong disse ainda que pre-tende retirar o que disse, como “há pessoas que gostam de ser

agredidas” e “dor também é alegria”, tendo admitido que “falou demais”. Segundo o Jornal do Cidadão, Fong Chi Keing continua a discordar da “tolerância zero” para a violência doméstica, apon-tando que esta não deve ser considerada crime público. “A definição de violência do-méstica como crime público contraria normas do Código Penal, como a ‘justiça da de-terminação de penas’ e ‘unida-de subjectiva e objectiva’, que são bases de determinação de penas no Código Penal”, diz, apontando que não devem ser alteradas essas normas por causa da Lei da Violência Doméstica e que não deve ser adoptada a medida “reta-liatória” de penalidade. - F.F.

“Mesmo depois de crí-ticas atrás de críticas ainda não foi possível resolver o problema e o Chefe do Executivo e oficiais de Obras Públicas não podem fugir mais à sua responsa-bilidade” afirmou Kwan ao Ou Mun.

A deputada concorda com a retirada de concessão às empresas ou construtores que violem os contratos. Além

disso, Kwan espera que a Comissão de Acompanha-mento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas da Assembleia Legislativa deslinde as “doenças” do metro ligeiro através de uma comunicação mais estreita com o Governo, pedindo ainda que o Comissariado contra a Corrupção interve-nha na investigação sobre isto mesmo.

Kwan Tsui Hang Mak Soi Kun

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hoje macau quinta-feira 22.1.20156 política

Os deputados querem reunir com o Executivo antes do Ano Novo Chinês para discutir a actualização do valor das indemnizações a pagar por despedimento sem justa causa. Tudo para aferir da base científica do aumento de 14 para 20 mil patacas. O consenso continua sem existir

INDEMNIZAÇÕES LABORAIS DEPUTADOS QUEREM NOVA REUNIÃO COM GOVERNO

Em perfeita discordância

SEGUROS PARA DIAS DE TUFÃO A presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), Kwan Tsui Hang, anunciou que o sector empresarial chegou a um acordo sobre o valor do seguro para os trabalhadores que estão de serviço quando é içado o sinal de tempestade tropical igual ou superior a oito. De acordo com a rádio Macau, a decisão foi tomada no âmbito das mudanças no Regime de Reparação dos Danos Emergentes de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais. “As empresas que trabalham 24 horas por dia, para assegurar o seu funcionamento, têm de ter trabalhadores. Então essas empresas têm de comprar um seguro com uma sobretaxa de 0,4%”, explicou a deputada. O valor foi acordado entre o sector empresarial e um grupo de seguradoras, acrescentou KwanTsui Hang. WWW. IACM.GOV.MO

ANDREIA SOFIA [email protected]

O valor de 20 mil patacas proposto pelo Governo para o pagamen-

to de indemnizações a traba-lhadores despedidos sem justa causa continua a gerar discór-dia na Assembleia Legislativa (AL), sobretudo no seio dos deputados que representam a classe laboral e patronal.

Ontem foi a primeira reunião da 2.ª Comissão Permanente - que analisa a lei na especialidade - desde que o diploma foi aprovado na generalidade. A discussão foi acesa. Para já, os deputados não estão satisfeitos com as explica-ções apresentadas e exigem reunir com urgência com o Executivo, para compreen-derem o aumento de 14 para 20 mil patacas.

“Precisamos de falar directamente com o Gover-

no e espero que possamos reunir antes do Ano Novo Chinês”, disse o deputado Chan Chak Mo, que preside

à Comissão. “Segundo o Governo o valor foi fixado com base num equilíbrio para interesse de ambas as partes e sobretudo tendo em conta a situação do sector do Jogo e do crescimento económico. Mas mesmo assim gostaríamos de ouvir mais da parte do Governo”, acrescentou.

Apesar das dúvidas, Chan Chak Mo garantiu que há poucas possibili-dades do diploma sofrer grandes alterações em sede de especialidade. “Sim [vamos tentar negociar valores], mas isso depende do Governo, que decide a alteração do valor e se se in-troduzir alguma alteração substancial, [isso] depende do Governo. Mas não é uma grande hipótese.”

PRESSÃO PARA FIM DOS LIMITESAs alterações ao limite máximo de indemnizações já sofriam de falta de con-senso no seio do Conselho Permanente de Concerta-ção Social (CPCS), o que levou o Executivo a fazer a proposta de 20 mil pata-cas. Contudo, os deputados continuam a exigir o fim desses limites.

“Os representantes do sector laboral querem perguntar ao Governo se há ou não um calendário para retirar esse limite de 12 vezes e o valor má-ximo de indemnização.

Espero que o Governo se possa comprometer que o cálculo de 12 vezes e o montante máximo possam ser eliminados no futuro. Devia fazer-se o cálculo de acordo com a antiguidade do trabalhador”, explicou Chan Chak Mo.

“Foi dito que o valor de

20 mil patacas é para todo o sector económico, mas alguns deputados defen-dem que isso tem falta de uma base científica. O valor não pode abranger todos os sectores económicos e por isso gostaríamos de ouvir o Governo. Alguns deputados entendem que se isto for feito vai ser uma tarefa muito complicada, e se calhar só aquando da revisão geral da Lei Labo-ral é que poderão reunir-se condições para o fazer. Por exemplo, para os trabalha-dores do sector do Jogo, o seu salário, por compara-ção, é mais elevado. Quem é que vai sair beneficiado e prejudicado? Temos de ou-vir o Governo”, defendeu o presidente da Comissão.

A proposta de lei diz ainda que o montante de indemnizações pode ser actualizado a cada dois anos com base na situação económica do território, mas a Comissão Perma-nente quer mais detalhes.

“[A revisão] será feita de acordo com a evolução da economia, mas isto é um pouco vago, porque pode não ser feita. O que é que [o Governo] quer dizer com o desenvolvimento econó-mico? Alguns deputados pretendem pormenorizar o processo e exigem que a revisão seja de acordo com a taxa de inflação ou desemprego”, disse ainda Chan Chak Mo.

Aviso de recrutamentoPretende admitir, mediante contrato individual de trabalho, nos termos do “Novo Estatuto de Pessoal do

Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, homologado pelo Despacho n° 49/CE/2010, trabalhadores para os seguintes cargos:

1. Um Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de informática, referência n°0101/DI/2015)2. Um Técnico de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de arquivística e de biblioteconomia, referência n°0201/DFD-

SAA/2015) 3. Um Adjunto-técnico de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de engenharia civil, referência n°0301/DEP-SCEU/2015)4. Um Assistente de relações públicas de 2.ª classe, 1.º escalão (Referência n°0401/PAISL-GC/2015)5. Um Assistente Técnico Administrativo de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de serviços administrativos, referência

n°0501/DAPA-GC/2015)

Documentos de candidatura: Relativamente às condições, os documentos necessários e os pormenores do concurso, constantes do aviso,

podem ser obtidos na página electrónica (http://www.iacm.gov.mo/p/recruit/) deste Instituto ou consultados nos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação;

O prazo de apresentação das candidaturas terminará no dia 11 de Fevereiro de 2015; Os interessados ao concurso obrigam-se a entregar pessoalmente o boletim de inscrição devidamente

preenchido e assinado e os documentos referidos no aviso de concurso, no prazo acima referido e dentro das horas de expediente, nos seguintes Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação.

Locais e horário de expediente dos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação: Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Norte – Rua Nova da Areia Preta, n° 52, Centro de

Serviços da RAEM (Tel. 2847 1366) Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas – Rua da Ponte Negra, Bairro Social da Taipa, n° 75 K

(Tel. 2882 5252) Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Central – Rotunda de Carlos da Maia, Nos .5 e 7 ,

Complexo da Rotunda de Carlos da Maia, 3º andar (Tel. 8291 7233) Posto de Atendimento e Informação Central – Avenida da Praia Grande nos 762-804, China Plaza, 2° andar

(Tel. 2833 7676) Posto de Atendimento e Informação de T’ói San – Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, n° 127, r/c, Edf. D.

Julieta Nobre de Carvalho, bloco “B” (Tel. 2823 2660) Posto de Atendimento e Informação de S. Lourenço – Rua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado

de S. Lourenço, 4° andar (Tel. 2893 9006)Horário: Centro de Prestação de Serviços ao Público: 2ª a 6ª feira, das 09:00 às 18:00 horas, sem interrupção ao almoço.Posto de Atendimento e Informação: 2ª a 6ª feira, das 09:00 às 19:00 horas, sem interrupção ao almoço.

Macau, aos 20 de Janeiro de 2015.

Presidente do Conselho de Administração Vong Iao Lek

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HOJE

MAC

AU

7SOCIEDADEhoje macau quinta-feira 22.1.2015

A sessão de consulta pública, ontem realizada pelo IAS, juntou professores e estudantes que, a uma só voz, se manifestaram ardentementecontra as propostas do Governo

FLORA [email protected]

E STUDANTES e professo- res da área de assistên-cia social do Instituto Po-litécnico de Macau (IPM)

mostraram ontem, de forma in-tensa, querer mais “autonomia da profissão”, bem como uma carreira especial para assistentes sociais da Função Pública incorporada no novo Regime de Credenciação e Inscrição para o exercício das funções.

As opiniões foram manifes-tadas numa sessão de consulta pública organizada pelo Instituto de Acção Social (IAS) no IPM. Dezenas de estudantes e profes-sores do curso de Assistência Social participaram e mostraram--se contra as ideias do Governo, tendo empunhado até cartazes de manifesto. Logo no início da consulta, dezenas de estudantes e assistentes sociais levantaram papéis solicitando “autonomia da profissão”, fazendo mesmo com que a sessão fosse suspensa.

Um dos pedidos é que os mem-bros da Comissão Profissional de que credencia os assistentes sociais sejam eleitos pelos próprios assis-tentes sociais.

Os estudantes presentes dis-seram que já tinham estudado o documento recentemente pu-blicado que vai prever o regime de credenciação, não deixado sequer os representantes do IAS apresentarem o documento da consulta.

“Queremos fazer perguntas de imediato”, disseram.

TEMORES REPETIDOSAs perguntas chegaram e foram sobretudo em relação aos assis-tentes sociais da Função Pública, que não estão incluídos neste re-gime. Os estudantes querem que seja implementada uma carreira

Inflação acima dos 6%A taxa de inflação em Macau atingiu os 6,05% em 2014, divulgaram ontem os Serviços de Estatística e Censos, que apontam os preços da habitação e combustíveis como o principal motor da subida. De acordo com os dados, os preços da habitação em combustíveis subiram 11,93% em 2014 e os produtos alimentares e bebidas não alcoólicas 6,11%. Em sentido inverso, seguiram as comunicações, com uma queda de 0,31%. Só no mês de Dezembro, os preços em Macau subiram 5,59% face a idêntico mês de 2013, numa escalada potenciada pelas subidas de 11,69% na secção habitação e combustíveis, de 5,83% nos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas e de 5,42% na saúde.

ASSISTÊNCIA SOCIAL ESTUDANTES E PROFESSORES QUEREM AUTONOMIA PROFISSIONAL

Uma revolução assistida

“Se for possíveluma comissão temporária no início e depoispelo menos 80% dos membros serem eleitos por assistentes sociais, pode evitar--se suspeitas de que ‘determinado membro não representa as vozes de outros assistentes’”LEUNG KAI YIN Professordo Curso de Licenciaturaem Serviço Social do IPM

especial de assistente social, que fique abrangida pelas leis da Administração.

Um dos estudantes mostrou--se preocupado com o facto dos membros da Comissão que credencia e pune os assistentes sociais poderem ser donos ou responsáveis de institutos sociais apenas e não serem formados na área de assistente social, assim, dizem, levando a que não haja profissionalismo. A composição da Comissão já foi um problema apontado por outros profissio-nais, que dizem temer que seja constituída maioritariamente por elementos do Governo.

O chefe do Departamento de Estudos e Planeamento do IAS, Zhang Hong Xi, frisou que não há razões para temer, porque “compa-rando com o Regulamento Geral da Construção Urbana, cuja com-posição dos membros da Comissão é menos clara”, a dos assistentes sociais é já muito específica.

“A composição é um presi-dente, quatro representantes do Governo e quatro da sociedade. É abrangente, porque contém as-sociações, instituições do ensino superior e assistentes sociais da linha frente”, garantiu.

O responsável acrescentou que o Governo deve ter um papel

predominante na Comissão, mas referiu que, ainda assim, ia tentar comunicar com os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) para se criar também uma carreira especial.

O director do IAS, Iong Kuong Io, reiterou também que a elabo-ração de regime é necessário, de acordo com Lei Básica, e que deve haver uma escolha dos membros para a Comissão em causa pelo Governo. Apesar disso, diz, vai ser mantido espaço para os estudantes darem as suas opiniões. Foi aberta a possibilidade de se alterar a com-posição, mas Iong Kong Io disse não poder responder de imediato,

justificando que isto ainda depen-de de vários processos, como a própria aprovação na Assembleia Legislativa(AL). Uma coisa é certa: não vai haver necessidade de uma terceira consulta pública para isso.

MAIS INDEPENDÊNCIAOutros estudantes preocupam-se ainda com que os assistentes so-ciais que estudam fora de Macau possam ser abrangidos no regime, mas também que o regime “pos-sa atingir nível internacional”, permitindo que os estudantes de Macau possam trabalhar como assistentes sociais tanto cá, como no estrangeiro.

Leung Kai Yin, professor do Curso de Licenciatura em Servi-ço Social do IPM, sugere que seja escrito claramente no documento da consulta a autorização que permite uma maior autonomia da profissão, por exemplo alar-gando o número de membros da Comissão e o nível de qualidade.

Dezenas de estudantes e assistentes sociais levantaram papéis solicitando “autonomia da profissão”, fazendo mesmo com que a sessão fosse suspensa

“Se for possível uma comissão temporária no início e depois pelo menos 80% dos membros serem eleitos por assistentes sociais, pode evitar-se suspeitas de que ‘determinado membro não repre-senta as vozes de outros assisten-tes’”, frisou.

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8 sociedade hoje macau quinta-feira 22.1.2015

A Direcção dos Serviços de Protecção Ambien-tal (DSPA) gastou, em

2013, mais de metade do seu orçamento em infra-estruturas ligadas ao meio ambiente, num total de 200 milhões de patacas. A informação consta de um comunicado ontem emitido, no qual a entidade fala da “complexidade das obras de construção” e do “aperfeiçoamento das grandes infra-estruturas de protecção ambiental”, onde se incluem as obras de melhoria da Cen-tral de Incineração da RAEM ou a construção da Estação de Água Reciclada.

O organismo garante ainda que irá “em breve” abrir o concurso público para esses projectos, estando neste momento a proceder “à

C&C Advogados Parcerias com Cabo Verde e Portugal

QUALIDADE DO AR“MUITO POUCO SAUDÁVEL”Ontem, a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), fixou a qualidade do ar no nível “insalubre”, mas a aplicação móvel vai mais longe e diz mesmo que o ar estava “muito pouco saudável”. De acordo com o website dos SMG, o dia de hoje regista um nível de qualidade do ar igualmente negativo, com nível de poluição acima da média. Ontem, as alíneas que registam a poluição na berma das ruas e na zona de alta densidade habitacional de Macau mostravam índices de 102 e 113, respectivamente, sendo que a média é de 25. Para o dia de hoje, os SMG prevêem que o índice da qualidade do ar em Macau seja entre 170 a 200, alcançando novamente o nível de “insalubre”.

A junção de fotografias dasduas autópsiasfeitas ao jovemLuís Amorim,que apareceu morto em 2007, ditou o adiamento do julgamento que tem a RAEM como ré num processo de negligência.O adiamento foi feito a pedido do MP, que diz precisar de tempo para a análise das provas. A nova data está marcada para Março e são cerca de duas dezenas as testemunhas arroladas – entre elas, está o ex-director do Instituto de MedicinaLegal de Coimbra

LUÍS AMORIM JULGAMENTO ADIADO DEVIDO A JUNÇÃO DE NOVAS PROVAS

Dois meses de espera

“Temos de nos debruçar sobre [os documentos], porque a prova que eventualmente deles resulte pode ter influência e ser necessário fazer contra-prova”MINISTÉRIO PÚBLICO

JOANA [email protected]

F OI adiado para Março o julgamento que opõe os pais de Luís Amorim à RAEM. Inicialmente marcada para

as 9h30 de ontem, a audiência que inicia o processo de indemnização por danos à família do jovem por-tuguês que apareceu morto debaixo da Ponte Nobre de Carvalho foi adiada devido à junção de mais documentos por parte da acusação.

Maria José e José Amorim in-terpuseram um processo contra a RAEM por negligência na investi-gação conduzida pelas autoridades de Macau, aquando da morte do filho, então com 17 anos, a 30 de Setembro de 2007.

Pedro Redinha, advogado da família, e Sofia Linhares, advogada estagiária, pediram a junção ao processo de 31 novos documentos no dia 19 de Ja-neiro, a dois dias do início do julgamento. As provas incluem maioritariamente fotografias das duas autópsias feitas a Luís Amorim, que terá sido assassina-do, ao contrário do que defende o Ministério Público de Macau (MP), que caracterizou desde sempre a morte do jovem como sendo um suicídio.

Ontem, o MP pediu o adia-mento do julgamento por não ter tido tempo para análise das provas. “Temos de nos debruçar sobre [os documentos], porque a prova que eventualmente deles

resulte pode ter influência e ser necessário fazer contra-prova”, começou por frisar o magistrado do MP, explicando que teria de

AMBIENTE OBRAS PARA INFRA-ESTRUTURAS CUSTARAM 200 MILHÕES

Em luta contra os resíduosapreciação final do processo de concurso”.

A DSPA lembra que, também nestes projectos, se verificam atrasos na sua concretização. “Devido à complexidade e exigências técnicas dos trabalhos, o

tempo necessário para a concepção e elaboração do caderno de encargos excedeu o previsto, tendo atrasado o início do concurso público”, explica o organismo.

Para além disso, “o de-partamento responsável está

empenhado com os trabalhos preparativos para que seja aber-to, a curto prazo, o concurso público dos respectivos pro-jectos”, sendo que “as obras de aperfeiçoamento do sistema de tratamento de cheiros da ETAR da península de Macau estão a decorrer de acordo com os procedimentos estabelecidos”.

Com a promessa de arran-car com a criação de um sistema de reciclagem e com a consulta pública sobre a utilização de sa-cos de plástico, a DSPA prome-te ainda “acelerar os trabalhos de construção dessas estruturas, para, a longo prazo, assegurar uma melhor articulação com os problemas ambientais que irão surgir com o desenvolvi-mento social, principalmente o aumento do volume de resíduos que são tratados”.

O escritório de advoca-cia C&C, sediado em

Macau e que tem como um dos sócios fundadores o advogado Rui Cunha, vai desenvolver um projecto com parceiros de Cabo Verde e Portugal.

A iniciativa foi ontem apresentada na Cidade da Praia, capital cabo--verdiana, e serviu para divulgar as “Oportunida-des de investimento em Cabo Verde”. Segundo um comunicado, esta parceria “visa apoiar os clientes nestes três paí-ses, no quadro de um protocolo de cooperação assinado recentemente. É vista como mais um passo na política de ex-pansão e crescimento das sociedades Arnaldo Silva & Associados (Cabo Ver-

de) e Abreu Advogados (Portugal) e do escritório C&C. Figura ainda como um veículo de promoção no desenvolvimento das relações entre os respec-tivos países”.

A apresentação feita ontem pretendeu “mos-trar aos convidados as possibilidades que o país oferece” e contou com a presença de José Duarte, presidente da Cabo Verde Investimentos e embai-xador Extraordinário e Plenipotenciário de Cabo Verde (não residente) no Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Qatar, e ainda do consultor e ex-dirigente do PSD Luís Marques Mendes. Rui Cunha foi o representante do escri-tório de Macau em Cabo Verde.

inquirir as testemunhas com base no teor dos documentos.

SEM OPOSIÇÃODa parte dos advogados da família não houve qualquer oposição ao pedido do magistrado, com Pedro Redinha a frisar que “face aos argu-mentos do MP, nada poderia ter a opôr sobre o pedido de adiamento” do julgamento.

A mudança dita que a primeira audiência seja apenas a 11 de Mar-ço, sendo que, neste dia, deverão ser ouvidas três testemunhas de manhã e uma à tarde.

Às 14h30 é ouvida uma das tes-temunhas principais entre as cerca de 20 arroladas – é Duarte Nuno Vieira, o ex-director do Instituto de Medicina Legal de Coimbra, que fez a segunda autópsia a Luís Amorim.

Recorde-se que foi através deste segundo exame que as au-toridades portuguesas colocaram de pé a tese de homicídio, indi-cando que houve “falhas graves” e “negligência” na forma como foi feita a primeira autópsia, por um médico legista de Macau. Os médicos legistas portugueses di-ziam já que a morte do jovem tinha sido “precedida de violência”. Por cá, o procurador-geral do MP, na altura Vong Vai Va, admitiu que a investigação não foi “perfeita”, mas não ordenou a abertura de qualquer inquérito.

Entre as outras testemunhas arroladas estão agentes da PJ e médicos, sendo que duas foram já inquiridas em Portugal.

O tribunal marcou ainda sessões para os dias 18 de Março e 15 de Abril. A família pede uma indemni-zação civil de 15 milhões de patacas.

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9 sociedadehoje macau quinta-feira 22.1.2015

LEONOR SÁ [email protected]

O número de turistas que visitaram Macau no ano passado aumen-tou 7,5%, fixando-se

nos 31,5 milhões de pessoas e espera-se que, este ano, este nú-mero suba mais 5%. A informação foi dada ontem pela directora da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernan-des, que disse ainda que Macau quer apostar em formas mais efi-cazes para chegar ao consumidor.

“Estamos a utilizar meios mais modernos e eficazes de atingir os consumidores directamente por-que, antes, as pessoas dependiam muito de agências de viagem, mas hoje em dia temos que ser mais directos”, continuou.

Numa conferência sobre o ba-lanço dos trabalhos do organismo, a responsável referiu ainda que as quatro novas rotas turísticas anunciadas, que abarcam a pe-

A administração do Novo Ban- co quer manter na sua ope-ração asiática os adminis-

tradores José Morgado e Carlos Freire, uma decisão tomada depois do regulador em Macau ter recusa-do uma proposta de novos corpos sociais, disse à agência Lusa Vítor Fernandes.

Fonte ligada ao processo con-tactada pela agência Lusa explicou que numa primeira fase a adminis-tração do Novo Banco apresentou à Autoridade Monetária de Macau (AMCM) os nomes de Paulo Fran-

NOVO BANCO JOSÉ MORGADO E CARLOS FREIRE DEVEM FICAR NA ADMINISTRAÇÃO

AMCM mostra cartão vermelhoco, João Rato e William Mok para integrarem a Comissão Executiva, com José Morgado (actual presiden-te da Comissão Executiva), Paula Ferreira e Morais Sarmento, para o Conselho de Administração. Mas, a fonte contactada pela Lusa refere uma “recusa” dos novos corpos ge-rentes por parte do regulador, ainda que Vítor Fernandes, administrador do Novo Banco, fale em conselho de “manutenção” dos actuais gestores.

Tal como aconteceu em Por-tugal, Vítor Fernandes reconhece que o Novo Banco Ásia, o antigo

Banco Espírito Santo do Oriente, sofreu o impacto da intervenção pública que ditou o fim do antigo BES, nomeadamente com a “dimi-nuição significativa” dos depósitos dos clientes.

Fontes do sector financeiro local explicaram que no início da crise, no Verão de 2014, o actual Novo Banco Ásia tinha depósitos entre 3500 e quatro mil milhões de patacas, valores agora subs-tancialmente inferiores, mas que Vítor Fernandes se recusou revelar.

O administrador admitiu, contu-

do, que o rácio entre empréstimos e depósitos ronda agora os 300% quando as boas práticas internacio-nais indicam como limite de alarme os 120% e a banca de Macau en-cerrou 2014 com um rácio de 86%.

MINIATURASApesar da disparidade dos núme-ros, Vítor Fernandes desvaloriza a situação por se tratar “de um peque-no banco, de nicho” de mercado.

“É verdade. Os depósitos tanto em Portugal como aqui em Macau caíram significativamente”, disse

ao salientar, contudo, que a “boa notícia é que desde Setembro de 2014 e até agora, os depósitos em Portugal já voltaram a subir em montantes relevantes”, embora não os possa revelar dado que o banco ainda não apresentou contas.

Vítor Fernandes manifestou-se convicto que, quer em Portugal, quer em Macau, 2015 será um “ano de progressivo crescimento” e lembrou que a “confiança se perde num minu-to”, mas “leva tempo a conquistar”.

Apesar de aceitar que a situação em Macau não é idêntica àquela que se vivia antes da crise do BES, Vítor Fernandes vincou ainda que o mais “importante” foi o Novo Banco Ásia ter tido o apoio da casa--mãe em Portugal no “momento” em que foi necessário. - LUSA/HM

“Estamos a utilizar meios mais modernos e eficazes de atingir os consumidores directamente porque, antes, as pessoas dependiam muito de agências de viagem, mas hoje em dia temos que ser mais directos”HELENA DE SENNA FERNANDES Directora da DST

Os Serviços de Turismo delinearam ontem grandes expectativas para o turismo na região. Na calha estão a fiscalização de pensões ilegais, melhor promoção online e lançamento, até meadosde Fevereiro, de quatro novas rotas turísticas. O númerode turistas não vai parar de aumentar

nínsula e as duas ilhas, deverão ser activadas ainda antes do Ano Novo Chinês. As novas rotas vão passar na zona norte, nas Ruínas de S. Paulo e Jardim Camões, na Taipa e em Coloane.

Tal como em anos anteriores, também em 2014 a maior fatia de visitantes proveio do continente, perfazendo um total de 28 milhões de pessoas. No entanto, a percen-

tagem de turistas internacionais diminuiu cerca de 1,1%, quando comparando com o ano de 2013.

Questionada sobre a dimi-nuição do numero de turistas internacionais, Helena de Senna Fernandes explicou que a DST vai tentar atrair mais pessoas a virem a Macau, através dos representantes que nomeou para vários países.

“Realmente, a percentagem de turistas chineses não vai mudar de um dia para o outro e também não queremos que eles diminuam, mas o nosso trabalho prende-se agora com a necessidade de atrair turistas além-China. Temos que ver como podemos trazer mais pessoas de Hong Kong e Taiwan”, disse a directora, em declarações aos jornalistas.

UM SUCESSO DE INSPECÇÃONo que diz respeito ao combate de alojamento ilegal no território, a directora da DST avançou que fo-ram levadas a cabo 313 operações de fiscalização que serviram para

DST TURISTAS DEVEM AUMENTAR 5% ESTE ANO

Directos ao consumoidentificar 1200 fracções. Tudo isso permitiu encerrar e passar para as mãos do Ministério Públi-co 153 casos. Nesta área, a DST pretende continuar a “optimizar o procedimento de licenciamento” e a combater a prestação ilegal de alojamento.

Helena de Senna Fernandes re-fere que há ainda trabalho a fazer no sentido de transformar Macau num Centro Internacional de Turismo e Lazer, como são a elaboração de estudos científicos, a fiscalização e formação do sector, a criação de actividades promocionais e a cooperação regional e internacio-nal. Há, no entanto, novidades: a mesma responsável anunciou que será criado um novo balcão de promoção e atendimento ao público no novo terminal marítimo do Pac On, na Taipa.

MARCA MACAUAlém disso, a DST está a pensar criar um sistema de formação de pessoal do sector denominado “plataforma de aprendizagem na página electrónica”. Em termos de publicitar a marca e imagem de Macau no estrangeiro, estão planeadas acções de promoção a curto e médio-prazo, bem como um reforço da publicidade no meio digital.

Segundo Helena de Senna Fernandes, que adiantou ainda que o fundo disponível para a DST conta com mais de mil milhões de patacas, “é preciso cooperar com os nossos vizinhos” para incentivar a vinda de mais pessoas à região.

Neste momento, assegurou a directora, estão a ser estabelecidos contactos com os aeroportos cir-

cundantes – incluindo o de Baiyun, em Guangzhou – de forma a criar a ponte entre os meios de transportes e a visita a Macau.

“Há muito mais possibilidade, da nossa parte, de atrair turistas a ficar mais tempo antes de atra-vessarem a fronteira”, explicou a responsável da DST, referindo a importância da abertura da fron-teira 24 horas.

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S. VALENTIM CASINOS COM AMBIENTE ROMÂNTICO

O amorandano ar

10 hoje macau quinta-feira 22.1.2015EVENTOS

A Orquestra Sinfónica de Gotemburgo inicia uma digressão pela China este

ano e tem Macau como o ponto de partida. A 3 de Abril, o grupo sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), trazendo ao território o que de melhor se faz na música europeia.

Considerada uma das “maiores” sinfónicas europeias, a Orquestra nórdica foi nomeada Orquestra Nacional da Suécia desde 1997, tendo actuado em todo o mundo.

“Afirmou-se como força musi-cal internacional a partir de 1982, então sob a batuta do lendário maestro estoniano Neeme Järvi, tendo tocado em salas de classe mundial e festivais de música de renome, da Europa e EUA ao Ex-tremo Oriente”; começa por apontar um comunicado da organização.

A orquestra foi galardoada por diversas vezes depois de ter gravado para discográficas como a Deutsche Grammophon e a escandinava BIS,

O roteiro internacional de promoção da moda por-tuguesa organizado pela

Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) leva 10 criadores e duas marcas, entre Janeiro e Abril, a salões sectoriais em Berlim, Paris, Londres, Nova Iorque e Xangai.

Segundo informação disponi-bilizada à Lusa pela ANJE, este roteiro decorre no âmbito do pro-jecto Estratégia para o Mercado Global e Xangai (em Abril) e Nova Iorque (em Fevereiro) são as gran-des novidades da iniciativa, que arrancou esta semana em Berlim, com a presença, nos certames Seek e Show&Order, de Luís Buchinho, Daniela Barros, Hugo Costa e Su-sana Bettencourt.

Paris, a capital francesa, vai receber duas visitas do roteiro promocional, sendo a primeira já esta semana, entre quinta-feira e sábado, na Tranoï Homme, com propostas masculinas da marca Klar e dos criadores Mafalda Fonseca e Hugo Costa.

No mês de Fevereiro, entre os dias 01 e 03, a moda portuguesa aterra em Londres (Inglaterra), no Scoop Internacional Fashion Show, que recebe a marca TM Collection e as designers Carla Pontes e Susana Bettencourt.

O roteiro chega a Nova Iorque, nos Estados Unidos, entre 23 e 25 de Fevereiro e são seis os criadores nacionais - Luís Buchinho, Diogo Miranda, Susana Bettencourt, João Melo Costa, Daniela Barros e Katty

Xiomara - a levar as suas propostas ao Edit New York, “um evento que reúne talentos emergentes num segmento ‘premium’ de moda feminina”.

Entre 06 e 09 de Março, o roteiro regressa a Paris, desta vez para apoiar a participação da marca Klar, de Luís Buchinho e de Susana Bettencourt na Tranoï Femme.

“Na verdade, nesse mesmo pe-ríodo, o projecto executa uma dupla investida na cidade luz e, tirando proveito da dinâmica inerente à Semana de Pronto-a-Vestir, integra o ‘showroom’ Fashion Scout Paris com os designers Carla Pontes, Daniela Barros e João Melo Costa”, acrescenta a ANJE.

A encerrar este périplo está a presença no Alter Showroom, em Xangai, entre 07 e 15 de Abril.

Música Porteiro do hotel Conradganha assento nos Grammys Peter Cao é porteiro do hotel Conrad Macao, mas a sua voz valeu-lhe um bilhete, no dia 8 de Fevereiro, para os Grammys – os prémios internacionais de música que têm lugar em Los Angeles. A história de Peter teve início num concurso de talentos organizado pela cadeia de hotéis Hilton, que deu aos seus funcionários a oportunidade de mostrarem o que valem numa competição musical. O porteiro foi um dos quatro finalistas – a nível mundial – e o prémio inclui dois bilhetes de avião para a cidade norte-americana das celebridades, juntamente com um vale de 500 dólares americanos. Lady Gaga é o ídolo musical do funcionário e por isso mesmo este reúne a esperança de poder conhecer a cantora que é já um sucesso internacional.

CCM ORQUESTRA DE GOTEMBURGO SOBE AO PALCO EM ABRIL

Para celebrar a Páscoa

MODA LUSA NA ROTA DE NOVA IORQUE, XANGAI, BERLIM, PARIS E LONDRES

Investida internacional

incluindo as sinfonias completas de Sibelius, Nielsen e Tchaikovsky, para além de óperas de Rachma-ninov e Prokofiev.

Dirigida pelo maestro ameri-cano Kent Nagano, a estreia da Orquestra Sinfónica de Gotem-

burgo em Macau traz-nos o eterno ‘Concerto para Violino em Mi Me-nor’, de Mendelssohn, a ‘Sinfonia N.º 2’, de Jean Sibelius, e ‘Beast Sampler’, a mais recente obra de Anders Hillborg, considerado o maior compositor sueco vivo.

WORKSHOPS NA CALHAComo já tem sido hábito em ocasiões anteriores, o CCM vai aproveitar este espectáculo para realizar eventos educacionais, com o objectivo de gerar uma maior sensibilidade artística. Desta vez, o CCM convidou o crítico de mú-sica Chow Fan Fu para moderar uma tertúlia antes do espectáculo. Esta palestra, em cantonense, é de entrada livre e irá ter lugar na sala de conferências do CCM, uma hora antes do início do concerto.

O concerto está, então, marcado para as 20h00, sendo que os bilhetes custam entre as 180 às 480 patacas e estão à venda a partir de 25 de Janeiro.

O dia dos namorados aproxima-se e

como já é habitual os hotéis preparam

menús especiais para celebrar a ocasião

Kent Nagano

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S. VALENTIM CASINOS COM AMBIENTE ROMÂNTICO

O amorandano ar

11 eventoshoje macau quinta-feira 22.1.2015

ROMANCE DA RAPOSA • Aquilino RibeiroO clássico de aventuras de Aquilino Ribeiro com as ilustrações do célebre autor de “História Alegre de Portu-gal” e “Super-heróis da História de Portugal”, Artur Correia. Um livro para miúdos e graúdos, repleto de humor e ensinamentos.

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

O MENINO-ESTRELA • Oscar WildeDois lenhadores voltam do trabalho na floresta para casa, numa noite fria de inverno, quando vêem uma estrela-cadente. Ao aproximarem-se do salgueiro onde a estrela caiu, deparam-se com uma criança envolta num manto dourado, enfeitado com estrelas. Um deles leva a criança para casa, onde ela cresce: um menino vaidoso e cruel. Que dificuldades terá este menino de enfrentar até que encontre o verdadeiro sentido da humildade, respeito pelo próximo e amor aos demais?

O hotel MGM está a ofe- recer uma série de ac-tividades para os mais apaixonados aprovei-

tarem no dia 14 de Fevereiro, dia de S. Valentim. Uma das surpresas integra um jantar a dois com direito a seis pratos de degustação com velas à mistura. O menu oferecido tem a particularidade: cada uma das escolhas foi apelidada consoante as diferentes fases de uma relação.

É o chef Elie Khalife, do res-taurante Aux Beaux Arts, que vai confeccionar a delícia de carpaccio com caviar e gelado, chamada “Primeiro Encontro”. E porque o amor assim o dita, o seu prato será o “Sensual”, feito com paté, líchia, doce e maracujá. O terceiro e quarto pratos incluem lagosta, romã, sopa de tomate com caranguejo e gelatina, sendo respectivamente as fases da “Paixão” e “La vie en rose”. A de-gustação continua com “Momentos” e “Beijo francês”, ficando o menu total a 828 patacas por pessoa.

Contudo, as surpresas do MGM não se ficam por aqui: o hotel

disponibiliza uma “viagem de spa” especialmente

desenhada para dois, com tratamento de pés, cuidados de corpo e massagem holística. O pacto de beleza inclui ainda cham-panhe, chocolates e um banho refres-cante na piscina. Duas horas des-te tratamento para

duas pessoas custa 1888 patacas por pes-

soa e 3588 para o casal, estando disponível de 1 a

28 de Fevereiro.

SANDS COTAI CENTRAL Já o hotel Sheraton dedica o restau-rante italiano Bene como o local para o encontro romântico. Com o menu “Amore” o restaurante promete disponibilizar aos clientes refeições para um dia especial, que poderão ser degustadas numa cabana junto à piscina do hotel. Há ainda programas especiais no spa.

O preço do jantar é de 1888 pa-tacas para duas pessoas, com preços mais elevados para quem optar por um ambiente mais romântico. Os tratamentos no spa podem chegar às 2888 patacas para duas pessoas.

O dia dos namorados aproxima-se e

como já é habitual os hotéis preparam

menús especiais para celebrar a ocasião

O hotel Conrad Macao vai or-ganizar uma série de actividades também no dia 14 de Fevereiro, sendo que tem pensado um jantar à luz das velas numa das cabanas junto à piscina exterior, um tratamento de beleza no spa Bodhi ou um luxuoso lanche no restaurante The Lounge.

Se o pedido de casamento está na calha, o hotel também dispo-nibiliza descontos de 10% para quem decidir dizer ‘Sim’ e marcar o banquete do copo-de-água no Conrad, incluindo alojamento e entretenimento para a festa. O preço de aluguer de uma cabana na piscina custa 2688 patacas com uma garrafa de champanhe incluída. Em comunicado, o Conrad promete uma experiência “inesquecível” e íntima entre o casal.

A inclusão de jantar neste espa-ço – que integra cinco pratos e dois cocktails de champanhe para duas pessoas – custa 1888 patacas por casal e inclui ostras, lagosta, presunto e uma mousse especial de Dia dos Namorados feita de framboesas e chocolate. Os jantares serão servidos entre as 18h00 e as 23h00 e a orga-nização recomenda a reserva prévia. Já o The Lounge reserva brioches de trufa, macarrons e scones com formato de corações. O lanche fica a 268 patacas por casal e conta com a oferta de um cocktail e uma rosa para a amada. A refeição encontra-se disponível de das 15h00 às 18h00 de sexta-feira a domingo, nos dias 13, 14 e 15 do próximo mês. O pacote de tratamento de spa acontece de 1 a 28 de Fevereiro e inclui uma mas-sagem Bodhi, um banho para dois e uma outra massagem ayurvédica. O Conrad tem ainda vales de oferta disponíveis.

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12 CHINA hoje macau quinta-feira 22.1.2015

O andamento mais lento da economia chinesa está a levar o governo a procurar novas fon-

tes de crescimento e as empresas locais e multinacionais a aplicar um plano B para prosperar num dos mercados mais importantes do mundo.

Os chineses já há algum tempo que aprenderam a conviver com a desaceleração económica. Pequim vinha a preparar o terreno há meses para a divulgação feita esta semana de que a economia do país cresceu 7,4% no ano passado, a menor taxa em décadas, repetindo um mote de que esta agora é a “nova normalidade”.

As empresas nacionais e estrangeiras estão a ajustar-se a uma economia menos vibrante com mudanças de estratégia que, por vezes, causa fortes quedas nas vendas e erros na oferta de produtos que podem vir a ter consequências drásticas.

A Unilever PLC, por exemplo, debateu-se com seis meses difíceis. O gigante anglo-holandês, fabri-cante do sabonete Dove, do chá Lipton e do desodorizante Axe, anunciou esta terça-feira que as suas vendas na China baixaram 20% pelo segundo trimestre con-secutivo.

A Unilever afirmou que ago-ra fornece menores volumes de mercadorias para os grandes retalhistas do país, à medida que os consumidores chineses ficam menos propensos a pagar mais por produtos de marcas conhecidas e que a desaceleração económica nos principais centros populacionais a pressiona a procurar expandir-se em cidades mais pequenas.

“A qualidade das vendas [em grandes cidades] e a desaceleração económica estão levar-nos a fazer estes ajustes”, disse o director-pre-sidente da Unilever, Paul Polman.

O director-superintendente da General Motors Co. , Dan Am-mann, disse na semana passada, numa conferência com investi-dores, que as fabricantes também estão a procurar vender veículos em cidades mais pequenas, com ên-fase nas vendas para mercados de auto-peças e acessórios, e alterando

O país adapta-se progressivamente ao novo ritmo da economia. Apesar da manutençãode alguns estímulos económicos, são várias as empresas que reduzemcustos e pessoal

EMPRESAS AJUSTAM-SE A UMA ECONOMIA MAIS LENTA

Outras vibrações

As empresas nacionais e estrangeiras estão a ajustar-se a uma economia menos vibrante com mudanças de estratégia que, por vezes, causa fortes quedas nas vendase erros na ofertade produtos

sua linha de produtos para vender modelos com margens mais altas, como os utilitários desportivos e os Cadillacs. “Este mercado está a amadurecer rapidamente”, disse Ammann.

DESPEDIMENTOS E OUTROS CORTESOutros estão a enfrentar a desacele-ração com drásticos cortes de custos com pessoal e na produção, que tornam ainda mais lentos o fluxo de dinheiro e a actividade económica.

Zhen Jiangke, de 47 anos, que trabalha numa petroquímica em Pequim, diz que a sua empresa planeia cortar 10% da força de trabalho, o que o obrigará a apertar o cinto. “Não estou a comprar nada, já que os meus rendimentos são muito baixos”, diz Zhen, acrescen-tando que as coisas devem piorar

no sector petroquímico à medida que os custos de produção sobem. “Não estou muito otpimista.”

Muitos economistas estimam que o crescimento vai desacelerar ainda mais este ano, já que o go-verno provavelmente vai manter a abordagem de estímulos limitados. A prioridade dos líderes chineses é evitar uma desaceleração brusca, ao mesmo tempo que procuram evitar o aumento de dívida e ten-tam direccionar a economia para o consumo e serviços.

“Devemos esperar taxas de crescimento que comecem no dígito 6 ao longo de 2015 — pre-vemos um crescimento de 6,8% em 2015, desacelerando para 6,5% em 2016”, escreveu Andrew Col-quhoun, director de cobertura de dívida soberana na Ásia e Oceania da Fitch Ratings.

MANTER ESTÍMULOSApesar dos temores de acumu-lação de dívida para projectos deficitários, o governo ainda quer estimular sectores e empresas que considera valiosos. Pequim está a tentar, por exemplo, direc-cionar crédito a empreendedores, agricultores, certos projectos de

infra-estrutura para os quais há procura, onde há mais probabi-lidade de que os investimentos gerem um crescimento maior. Mas isto tem se mostrado difícil: algu-mas empresas têm relutância em contrair empréstimos e os bancos evitam estender os financiamentos a pequenas empresas, por temer que estas não consigam pagá-los, dizem analistas.

“Muitas das empresas que estão

pesadamente endividadas são contro-ladas pelo Estado, mas, infelizmente, são as que têm acesso a crédito”, diz Julian Evans-Pritchard, economista da empresa de pesquisa Capital Economics. “Portanto, acabam por excluir as empresas privadas.”

Entretanto, muitas empresas em sectores problemáticos — como o saturado mercado imobi-liário, que responde por cerca de 25% do PIB quando incluídos os sectores siderúrgico, de cimento e outras indústrias relacionadas — ainda esperam que condições mais favoráveis de financiamento estimulem os negócios.

Jiang Yixiong, gerente da em-presa on-line Fujian FOCH Group, que fabrica equipamentos de enca-namento e presta serviços na área, diz que os negócios desaceleraram nos últimos seis meses devido à saturação do mercado imobiliário. “Acho que se o governo pudesse facilitar as condições de crédito, isso seria uma grande ajuda para companhias como a nossa”, diz.

Mas Pequim tem poder de fogo limitado, mesmo para ajudar sec-tores que considera cruciais, como o de agricultura.

Em Novembro, a principal agência de planeamento da China anunciou sete projectos nas áreas de transportes, gasodutos e outras rela-cionadas que esperava que fossem conduzidos por governos locais ao longo do primeiro trimestre.

Mas muitos governos locais esquivaram-se de seguir as direc-trizes do governo central, receosos de ampliar ainda mais o seu já alto endividamento, além de temer as novas regras em vigor para controlar os financiamentos concedidos pelo chamado “shadow banking”, o sis-tema financeiro paralelo. A dívida dos governos locais chegou a 17,9 biliões de yuans em 2013, mais 67% que no fim de 2010, de acordo com Tribunal de Contas do país.

Alguns analistas não acreditam que os projectos serão lançados a tempo. “Sem recursos, todas essas aprovações de projectos não sig-nificam nada”, diz Peng Junming, ex-autoridade do banco central que hoje comanda a empresa de investimentos Junfan Investment Co. - Wall Street Journal

7,4%foi o crescimento do país

no ano passado, a menor taxa

em décadas

Muitos economistas estimam que o crescimento vai desacelerar ainda mais este ano, já que o governo provavelmente vai manter a abordagem de estímulos limitados

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13 chinahoje macau quinta-feira 22.1.2015

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O primeiro chefe do Go-verno de Hong Kong, Tung Chee-hwa, de-fendeu que os habi-

tantes da cidade devem deixar de se comportar “como estrangeiros” em relação à China Continental e devem valorizar as leis de segurança nacional.

As declarações de Tung, ontem reproduzidas pelo jornal South China Morning Post, surgiram depois de o deputado Stanley Ng Chau-pei ter sugerido que fossem aplicadas a Hong Kong as aper-tadas leis de segurança da China.

No entanto, o actual chefe do executivo, CY Leung, já disse que o seu Governo não tem planos para avançar com legislação no âmbito da segurança nacional.

O antigo chefe do executivo, agora com 77 anos, considera ser apenas uma questão de tempo até a cidade começar a alinhavar as suas próprias leis de segurança nacional, como o polémico Artigo 23.º, necessário para aplicar legis-lação que proíba actos de “traição, sedição, secessão ou subversão”.

“A nossa nação está a começar a fortalecer-se e a sua importância está a crescer na arena internacio-nal. De uma perspectiva de Hong Kong, não podemos agir como es-trangeiros. Devemos saber que isto é importante e temos, um dia, de avançar com legislação”, afirmou.

Hong Kong foi palco de protes-tos no final do ano passado contra o sistema de escolha do chefe do exe-cutivo, que prevê uma pré-selecção dos candidatos por Pequim.

Pequim continuaa ser o maior credor dos EUA

A China continua a ser o maior credor dos Estados Unidos, apesar

de a sua carteira de títulos do Tesouro norte-americano ter atingido o valor mais baixo dos últimos 14 meses, noti-ciou ontem a imprensa oficial chinesa.

Em Novembro passado, o mon-tante da divida dos Estados Unidos detido pela China somava 1,25 biliões de dólares, menos 230.000 milhões de dólares do que no inicio de 2014, assinala o Diário do Povo, órgão central do Partido Comunista Chinês, citando estatísticas do Departamento do Tesouro norte-americano.

Ao mesmo tempo, o Japão, o segundo maior credor dos Estados Unidos, comprou mais dívida dos Estados Unidos, elevando para 1,24 biliões de dólares a sua carteira de títulos do Tesouro norte-americano.

“A dívida dos Estados Unidos é um ‘abrigo seguro’ para o capital externo, mas com o yuan a tornar-se cada vez mais globalizado, a atracção pela divida dos Estados Unidos está a diminuir”, diz o jornal.

A China é a segunda economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, e apesar de estar a abrandar, o seu Produto Interno Bruto cresceu 7,4% em 2014.

EMPRESAS AJUSTAM-SE A UMA ECONOMIA MAIS LENTA

Outras vibraçõesHONG KONG ANTIGO CHEFE DO GOVERNO DEFENDE ADOPÇÃO DE LEIS DE SEGURANÇA CHINESAS

O que é nacional é bom“A nossa nação está a começar a fortalecer- -se e a sua importância está a crescer na arena internacional.De uma perspectivade Hong Kong,não podemos agir como estrangeiros”TUNG CHEE-HWA Primeirochefe do Governo de Hong Kong

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14 hoje macau quinta-feira 22.1.2015

hARTE

S, L

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S E

IDEI

AS

M ACAU tinha um contin-gente de soldados que, aliado ao corpo científico dos Jesuítas, foi o terror

nos campos de batalha ao longo da primeira metade do século XVII. Partiu este várias vezes para a China, a fim de lutar pela dinastia Ming contra os man-chus do Nordeste. Com os canhões se-guiam bombardeiros, que manejavam as bombardas (canhão curto de grande calibre).

Por essa altura, a cidade de Macau vivia sem um chefe militar permanen-te, pois desde 1617 acabara a Viagem ao Japão da Nau do Trato onde vinha

José simões morais

FUNDIÇÃO BOCARRO E ARTILHEIROS AJUDAM

A DINASTIA MINGo Capitão-geral que, enquanto estava na Cidade do Nome de Deus, supe-rintendia no governo militar. Francis-co Lopes Carrasco em 31 de Agosto de 1616 tomara posse de Capitão de terra e da Ouvidoria de Macau, mas pelos problemas causados à cidade e ao Capitão-mor da Viagem ao Japão, regressou a Goa preso em 1617 por ordem do Vice-Rei. Em apenas um ano, muitas foram as queixas contra ele como Ouvidor e pelos excessos e desordens por ele cometidas. Assim se passaram anos e então, os macaen-ses fizeram um pedido ao Vice-Rei da Índia para lhes enviar um outro chefe

militar permanente e por isso, veio de Goa para Macau D. Francisco Masca-renhas, que tomou posse como Go-vernador e Capitão Geral em 17 de Julho de 1623.

É desse mesmo ano a criação na Ci-dade do Nome de Deus da Fundição no Chunambeiro, próximo da Forta-leza do Bomparto, sendo dirigida nos primeiros dois anos por Pero (Pedro) Dias Bocarro, que com esse propósi-to em 1623 viera da Índia. Em 1625, Pero Dias foi substituído na fábrica do Chunambeiro pelo seu filho, Manuel Tavares Bocarro, que com ele já aí tra-balhava.

A necessidade de haver um fundi-dor de artilharia em Macau sentia-se fortemente em 1621, para equipar “en-tão uma bateria no ponto onde hoje existe o Forte de Santiago da Barra, outra em São Francisco e uma terceira em Bomparto. A cidadela de São Paulo do Monte, principiada em 1616, ainda não estava concluída de todo, embora a Guia estivesse ainda por fortificar, e não havia quaisquer outras obras de defesa.” Refere-se J. F. Marques Pereira, no seu livro Ta-Ssi-Yang-Kuo, ao ano de 1622.

Nos contingentes militares de Macau iam artilheiros com canhões e “levados até à fronteira, prestaram grandes serviços contra os invasores (manchus) que, avançando em grandes massas, sofreram tantas baixas com os tiros, que se puseram em fuga e passa-ram a ser cada vez mais cautelosos nos seus ataques.” Tal aconteceu em 1621, após o imperador Tian Qi (1620-27, Zhu Youjiao) ter pedido canhões, que seguiram para Norte em ajuda no com-bate aos manchus.

As dúvidas acerca das datas do envio das expedições militares, pelas fontes históricas não ficam desfeitas e muitos historiadores misturam da-tas com acontecimentos que outros consideram de forma diferente. Por exemplo, J. F. Marques Pereira diz que no ano de 1622, “embora pareça que o contingente auxiliar destinado para socorro dos chineses contra os tár-taros, ainda não tinha partido para o Norte, contudo a guarnição da cidade devia ter sido bastante reduzida em número, por estarem muitos morado-

A NECESSIDADE DE HAVER UM FUNDIDOR DE ARTILHARIA EM MACAU SENTIA-SE FORTEMENTE EM 1621, PARA EQUIPAR “ENTÃO UMA BATERIA NO PONTO ONDE HOJE EXISTE O FORTE DE SANTIAGO DA BARRA, OUTRA EM SÃO FRANCISCO E UMA TERCEIRAEM BOMPARTO

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15 artes, letras e ideiashoje macau quinta-feira 22.1.2015

res ausentes na feira de Cantão, fazen-do ali as suas compras para a viagem anual ao Japão.”

Há quem dê a data de 1621 para canhões e meia dúzia de bombardeiros terem sido enviados de Macau para en-sinar o manuseamento das bombardas e cálculos de tiro em Pequim e entre esses portugueses seguia João Correia, que morreu na expedição e foi enter-rado na China. No entanto tal história parece ter acontecido em 1624.

A FAMÍLIA BOCARRO

Segundo o que Sousa Viterbo afirmou, Francisco Dias era pai de Pero ou Pe-dro Dias Bocarro e cujo filho era Ma-nuel Tavares Bocarro. O último dos Bocarros foi Jerónimo Tavares, nomea-do para o cargo de mestre de fundição de artilharia do Estado da Índia pelo Vice-Rei Luís de Mendonça Furtado e Albuquerque e confirmada por carta régia de 21 de Novembro de 1674. É considerado o último fundidor da fa-mília Bocarro na Índia, não se sabendo o seu grau de parentesco com Manuel Tavares.

Em 1587, o avô Bocarro, Francis-co Dias é enviado de Portugal para a Índia, mas em 1589 estava doente e velho, tendo-lhe sucedido o seu filho Pero Dias Bocarro nomeado pelo Go-vernador D. Duarte de Menezes fundi-dor de artilharia confirmada por el-Rei a 12 de Outubro de 1590.

Em 1623 foi Pero Dias Bocarro da Índia para a Cidade do Nome de Deus montar uma fundição, tendo regressa-do a Goa em 1625, onde continuou o seu trabalho de fundidor, enquanto o seu filho Manuel Tavares, que nascera em Goa, ocupou o lugar em Macau até 1656. Aqui Manuel Tavares Bocar-ro fabricou quase toda a artilharia de ferro e bronze existente pela cidade, sendo ainda da sua autoria as estátuas do Beato Francisco Borja, Santo Inácio de Loiola, S. Francisco Xavier e Beato Luís Gonzaga colocadas na fachada da Igreja da Madre de Deus em Macau.

Por carta datada de 4 de Maio de 1635, o Conde de Linhares procurou convencer Manuel Tavares Bocarro a regressar a Goa, pois grandes projectos se preparavam e para a construção de uma armada, cujos oito galeões esta-vam quase prontos, era preciso equipá--los com artilharia e o fundidor Pero Dias Bocarro estava já muito velho.

Mas os projectos de vida de Ma-nuel Tavares pareciam estar em Ma-cau, como se pode comprovar pelas duas cartas seguintes datadas também de 1635, que Manuel Ramos enviou ao Vice-Rei da Índia. Na primeira, de

23 de Outubro, referia ter caído a casa da fundição, por ocasião de uns tu-fões, tendo vindo o fundidor Manuel Tavares Bocarro a repará-la com o seu dinheiro, pelo que pediu à cidade que lha vendesse, o que não foi aceite. Já a carta de 13 de Dezembro faz referência à pretensão do Governador de Manila em atrair para a sua cidade o fundidor Manuel Tavares Bocarro, coisa que já o antecessor tentara. Ele tem recusado porque é muito brioso, mas não tem outros ganhos quer no seu contrato, quer nos seus negócios com os chine-ses. Diz-se que Manuel Bocarro fundiu vinte e duas peças num mês e meio, desde Outubro.

Até o Governo Imperial Chinês encomendava canhões e mosquetes a Macau, feitos na célebre Fundição dos Bocarros.

Em 1635, era Governador Manuel da Câmara Noronha (1621-1636) quando chegou a Macau a primeira nau inglesa London, fretada pelo Vice-Rei da Índia e quando regressou a Goa ia carregada de artilharia da fundição de Bocarro.

Entre 1625 a 1656, dos seus fornos Manuel Tavares Bocarro produziu a artilharia que granjeou grande fama e procura em todo o Oriente e por fim, de 1657 até 1664 tornou-se o Gover-nador de Macau, não se sabendo se aqui morreu, ou se regressou a Goa.

DE SOLDADOS A REIS

Tal como acontecera em 1621 e mais tarde em 1624 e em 1630, os contin-gentes militares de Macau foram cha-mados pelo Imperador da China para prestar serviços contra os invasores manchus, mas essa ajuda à dinastia Ming deixava muitas vezes Macau des-guarnecida.

Em “1621, a China sofria uma guer-ra civil e os piratas, que formavam um poderoso grupo, tentaram pôr cerco a Macau e transformá-la na sua base de operações. Os portugueses fizeram--se ao mar, onde se seguiu um renhido combate, no qual foram mortos mais de mil e quinhentos piratas e muitos foram feitos prisioneiros.” E continuan-do com Montalto de Jesus: vitória que foi saudada pelo imperador Ming “com uma mensagem cheia de louvores pelos honrosos serviços prestados à China pelos portugueses.

Além disso, o prestígio militar dos portugueses nessa época levou o Rei do Sião, após a conclusão de um tratado, em 1616, a contratar guardas portugue-ses para as instalações reais de Ayuthia, onde os soldados casaram com mu-lheres nativas e fundaram uma colónia

portuguesa, para cujo desenvolvimento e prosperidade muito contribuíram os missionários e mercadores de Macau.”

Hoje no Myanmar, na capital Yan-gon, ainda os birmaneses que sabem ha-ver por ali alguém com nacionalidade portuguesa, logo retratam o heroísmo e carácter de Filipe de Brito quando aqui foi empalado, após o Rei Anaukphitlun o capturar. “O pontiagudo pau quando lhe atravessou os órgãos vitais e a sua expressão não se modificou.”

Filipe de Brito Nicote fora um aventureiro português, que após viver na corte do Rei de Arracão, edificou a cidade de Sirião, onde viveu e gover-nou como rei. Em 1613, o Rei de Awa conseguiu por fim conquistar Sirião e ordenou a Nicote que o adorasse como deus. Devido à recusa, foi empalado vivo, tendo sofrido durante dois dias horríveis tormentos. Quatrocentos portugueses e seus descendentes foram depois enviados para a capital Awa, tendo sido bem tratados. Falam-nos ainda na bravura dos portugueses como soldados, o seu excelente desempenho no uso das armas de fogo, muitas vezes utilizado pelos senhores destes reinos, para se combaterem uns aos outros.

Tanto no mar, como em terra, os marinheiros e soldados portugueses distinguiram-se pela bravura e por se-rem destemidos e não preconceituosos, casando-se com as mulheres locais, foi possível de um pequeno rectângulo de terra, com milhão e meio de popula-ção, conquistar o mundo e fazê-lo a nossa casa.

UM NOVO ENVIO DE SOLDADOS

Como escrevemos no artigo anterior “Calças Rasgadas” o Padre Semedo, S.J., apenas faz referência a um grupo expedicionário de quatrocentos ho-mens, que ele com os seus próprios olhos viu em Nanchang no ano de 1630. Pagos pela corte Ming, parti-ram de Macau em direcção à Grande Muralha, mas quando se encontravam em Jiangxi foram interrompidos na sua marcha, devido às intrigas dos comer-ciantes de Cantão junto aos mandarins provinciais. Na pequena expedição que continuou para Norte, o Capitão Gon-çalves Teixeira morreu em Tengzhou às mãos dos revoltados soldados de Ma-cau, que não recebiam já o soldo fazia tempo.

Os portugueses voltaram a ser re-quisitados como corpo expedicionário em 1643 pelo Imperador da China, nessa altura ainda governava o Impe-rador Chong Zhen, o décimo sétimo e último imperador da dinastia Ming, conhecido por Zhu Youjian (1628-44).

A cidade de Cantão, tal como Nan-jing, esperava um ataque do rebelde Li Zi Cheng e Macau enviou uma grande peça de ferro e um artilheiro, enquan-to para Nanjing seguiram três solda-dos. Em Cantão o ataque não chegou a acontecer e o canhão aí ficou como oferta, retribuída com a cessão de um pequeno terreno, Oitem, na Ilha da Lapa, à cidade e aos jesuítas.

Morto o último imperador da di-nastia Ming em 1644, a pequena cor-te Ming estabeleceu-se em Yingtian (Nanjing) e aí formou a dinastia Ming do Sul (1644-1662).

Yingtian foi capturada em Junho de 1645 pelas forças Qing e a corte dos Ming voltou a fugir, agora para Han-gzhou. Depois, refugiando-se em Fu-jian, a dinastia Ming do Sul estabele-ceu-se em Fuzhou, onde subiu ao trono o imperador Long Wu (Agosto 1645 - Outubro 1646), cujo nome era Zhu Yujian, príncipe de Tang. Pertencia à oitava geração descendente do terceiro filho do primeiro imperador da dinastia Ming e tinha a esperança de conseguir derrotar os manchus, que formavam já a dinastia Qing.

ENTRE 1625 A 1656, DOS SEUS FORNOS MANUEL TAVARES BOCARRO PRODUZIU A ARTILHARIA QUE GRANJEOU GRANDE FAMA E PROCURA EM TODO O ORIENTE E POR FIM, DE 1657 ATÉ 1664 TORNOU-SE O GOVERNADOR DE MACAU, NÃO SE SABENDO SE AQUI MORREU,OU SE REGRESSOU A GOA

Terço de canhão (reforçado) fundido em 1623, por Pedro Bocarro (Museu Militar de Lisboa)

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16 DESPORTO hoje macau quinta-feira 22.1.2015

O Atlético de Madrid vai abrir três escolas de fu-tebol na China, anunciou ontem o consórcio chinês

Wanda Group, que acabou de adquirir 20% das acções daquele clube por 52 milhões de dólares.

O acordo com o Atlético de Madrid, actual campeão de Espanha, foi assi-nado pelo presidente do Wanda Group, Wang Jianlin, con-siderado um dos homens mais ricos da China, com uma fortuna estimada em cerca de 18.000 milhões de dólares.

Além da aber-tura das referidas escolas, o acordo prevê contratos de patrocínio e a possibilidade de uma digressão do Atlético de Madrid na China ainda este ano, adiantou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

As duas partes acordaram também

investir 34 milhões de dólares num centro de juvenil em Madrid para im-pulsionar a formação de novos talentos para o futebol chinês.

Consórcio com interesses na área do cinema, imobiliário e indústria

hoteleira, o Wanda Group já patrocinou o envio para Espa-nha de 90 jovens jogadores chineses e o número deverá atingir os 180 em 2017.

O grande rival do Atlético de Madrid, o Real Madrid, abriu há cerca de dois anos uma escola de futebol na China, em colabo-ração com o campeão chinês, o Guangzhou Evergrande.

Uma academia com o nome de Luís Figo, dirigida por um antigo treinador--adjunto do Sporting, Joaquim Rolão Preto, já começou também a operar na China, com escolas em Pequim e outras cidades.

IFFHS Ancelotti é o melhor treinador de clubes em 2014, Mourinho o quartoCarlo Ancelotti foi eleito o melhor treinador de clubes de 2014, segundo a Federação Internacional da História e Estatística do Futebol (IFFHS). José Mourinho é o único treinador português que aparece no top10 dos melhores treinadores, surgindo em quarto lugar. Diego Simeone surge em segundo lugar e Pep Guardiola em terceiro, mas com uma pontuação bastante inferior à do treinador do Atlético de Madrid.

Mónaco confirma Bernardo Silva até 2019O Mónaco confirmou, na manhã desta quarta-feira, a compra de Bernardo Silva ao Benfica e revelou que o médio assinou um contrato válido até 30 de Junho de 2019. O clube monegasco recorda, na página oficial, que Bernardo Silva tem «apenas 20 anos» e esta época já disputou 21 jogos. O vice-presidente do Mónaco, Vadim Vasilvey, mostra-se satisfeito e admite que o jogador português «faz parte dos jovens talentosos» com que o cube quer «construir o futuro». «Ele já demonstrou o seu potencial e, por isso, para nós era importante segurá-lo. Esperamos que o Bernardo continue a evoluir com a camisola vermelha e branca, inserido no nosso plantel de grande qualidade», concluiu.

Open da Austrália João Sousa não teme confronto com Andy MurrayO tenista português vai jogar na sexta-feira contra o britânico, na terceira contra do Open da Austrália, e está confiante: «Já o defrontei por várias ocasiões e conhecemo-nos bem. Vai ser sem dúvida um encontro exigente para ambos. Agora o importante é recuperar bem para estar a cem por cento na sexta-feira». Depois de vencer Martin Klizan, o português igualou a sua melhor prestação de sempre em torneios do Grand Slam e, por isso, mostra-se satisfeito: «Estou contente com a minha prestação! Não comecei da melhor maneira o encontro, se bem que os dois primeiros ‘sets’ foram muito exigentes a nível físico e mental. Ele não aguentou as condições atmosféricas da melhor maneira e optou por desistir. O terceiro ‘set’ e o princípio do quarto ‘set’ penso que joguei a um nível muito elevado e estou contente por ter acabado o jogo a jogar dessa maneira.»

ANÚNCIOHM-1ª. vez – 22.1.15

Execução Ordinária nº CV3-13-0106-CEO 3º Juízo Cível

- EXEQUENTE: LI CHUNG TAI, com residência de contacto sita em Macau, na Rua de Pequim, nº 202ª-246, Centro Financeiro, 13º andar I.----------------- EXECUTADA: TENG MEI IONG, residente em Macau na Rua das Bruxelas, nº169, edf. “Nam On Fa Un”, bloco IV, 12º andar P ou em Macau, na Taipa, na Rua de Nam Keng nº641, edf. “Hou Teng Tou Vui”, bloco IV, “Ian Hou Hin”, 20º andar E.-----------------------------------------------------------------------FAZ-SE SABER QUE por esta Secção, correm éditos de VINTE DIAS, contados da afixação do presente edital, citando os Credores Desconhecidos do executado, para no prazo de QUINZE DIAS, decorrido que seja o dos éditos, reclamarem o pagamento dos respectivos créditos pelo produto do imóvel penhorado à executada TENG MEI IONG, sobre que tenham garantia real:----------------------

Imóvel penhorado

Denominação: Fracção autónoma designada por “E20”, do 20º andar “E”.----------------------------------------------------------------------Situação: nºs 367 a 663 da Rua de Nam Keng, nºs 662 a 732 da Avenida de Kwong Tung, nºs 310 a 588 da Rua de Coimbra e nºs 325 a 409 da Avenida de Guimarães.-----------------------------------------Fim: Para habitação.---------------------------------------------------Número de matriz: 040904D.-------------------------------------------Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº 23204-C do livro B.----------------------------------------------------------------------Número de inscrição da propriedade horizontal: nº31090F.---------

ATLÉTICO DE MADRID VAI ABRIR TRÊS ESCOLAS DE FUTEBOL NA CHINA

Talentos com toque ibérico

O acordo com o Atlético de Madrid, actual campeão de Espanha, foi assinado pelo presidente do Wanda Group, Wang Jianlin, considerado um dos homens mais ricos da China

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Page 17: Hoje Macau 22 JAN 2015 #3257

17hoje macau quinta-feira 22.1.2015 (F)UTILIDADESTEMPO POUCO NUBLADO MIN 12 MAX 20 HUM 40-75% • EURO 9 .2 BAHT 0 .2 YUAN 1 .3

O QUE FAZER ESTA SEMANA?

João Corvo fonte da inveja

ACONTECEU HOJE 22 DE JANEIRO

U M D I S C O H O J E

Se queres ser livre, esquece-te de ti.

C I N E M ACineteatro

SALA 1BLACKHAT [C]Um filme de: Michael MannCom: Chris Hemsworth, Viola Davis, Tang Wei, Wang Leehom14.15, 16.45, 19.15, 21.45

SALA 2INTO THE WOODS [B]Um filme de: Rob Marshall

Com: James Corden, Emily Blunt, Meryl Streep14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3AMERICAN SPINER [C]Um filme de: Clint EastwoodCom: Bradley Cooper, Sienna Miller14.315, 16.45, 19.15, 21.45

BLACKHAT

Nasce Lord Byron, um dos grandes poetas europeus• Hoje é dia de recordar Lord Byron, que nasceu em Londres, no dia 22 de Janeiro de 1788. É considerado um dos maiores poetas europeus e uma das grandes figuras do Romantismo. Os seus escritos continuam a fazer parte das obras mais lidas na actualidade.É uma das personalidades mais influentes do Romantismo e ficou conhecido graças a trabalhos notáveis, como ‘Pere-grinação de Child Harold’ e ‘Don Juan’ – este último nunca acabado, em virtude da morte de Byron.A obra de Lord Byron exprime um pessimismo romântico, que pode ser analisada num registo autobiográfico de alguém com a tendência de se colocar contra a sociedade.A sua vida é marcada pela excentricidade. Byron teve inúmeras amantes, contraiu dívidas e sobre si recaíram suspeitas da prática de incesto.Morreu em Missolonghi, a 19 de Abril de 1824, após compli-cações resultantes de uma febre reumática. Hoje recorda-se um homem que permanece vivo na história da literatura.Nasceram neste dia Francis Bacon, filósofo inglês (1561), Pierre Gassendi, filósofo e matemático francês (1592), Lord Byron, poeta inglês (1788), Vicente de Freitas, militar e político português (1869), D. W. Griffith, realizador norte-americano (1875), Robert E. Howard, escritor norte-americano (1906), Lev Landau, físico e matemático soviético (1908), Bill Bixby, actor e realizador norte-americano, famoso por interpretar o Incrível Hulk (1934), Alfredo Palacio, ex-presidente do Equador (1939), John Hurt, actor inglês (1940), Steve Perry, músico norte-americano (1949), e Michael Hutchence, actor, cantor e compositor australiano, ex-vocalista dos INXS (1960).

“BETWEEN THE LINES: LIVE AT THE FILLMORE”(SARA BAREILLES, 2008)

A cantora norte-americana Sara Bareilles sagrou-se no mundo da música em 2004, com a estreia do seu primeiro álbum, ‘Careful Confessions’. No entanto, ‘Between the Lines’ parece ser o álbum que melhor mostra as qualidades da californiana como cantora, uma vez que se trata de um disco gravado ao vivo, num concerto na sala Fillmore. Este inclui a aclamada ‘Love Song’ e ‘Gravity’, mas é com uma das faixas finais que Bareilles realmente nos conquista, com a sua reinterpretação de ‘Sittin On The Dock Of The Bay’ – música original de Otis Redding. A jovem de 35 anos conta com mais de dez álbuns editados, tanto em estúdio como ao vivo. - Leonor Sá Machado

• AmanhãBUFFET DE VINHO E CERVEJA E ESPECTÁCULOS AO VIVOSoho, City of Dreams, a partir das 19h00Bilhetes a 150 patacas

DJ SASHA IN HONG KONG Club 18, 21h00Bilhetes a 588 a 688 HKD

• SábadoREGGAE SESSIONS IIIHot Rod Café, 22h00Entrada livre

• DiariamenteEXPOSIÇÃO “PONTO DE PARTIDA: PINTURASDE DENNIS MURREL E DOS SEUS ARTISTAS” (ATÉ 31/01)Fundação Rui Cunha, 18h30Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE SÂNDALO VERMELHO (ATÉ 22/03)MGM ResortEntrada livre

EXPOSIÇÃO DE PINTURA “KOREAN ART”, COM OH YOUNG SOOK E KIM YEON OK (ATÉ 15/02)Galeria Iao HinEntrada livre

EXPOSIÇÃO DE DESIGN DE CARTAZES “V•X•XV:” (OBRAS DE 1999, 2004 E 2009) [ATÉ 15/03]Museu da Transferência da Soberania de Macau, 10h00 às 19h00Entrada livre

EXPOSIÇÃO “TRANSMUTATION” E “FOAM TIP” (PINTURA E PORCELANA, POR CAROL KWOK E ARLINDA FROTA) Signum Living Store, 18h30 (até 31/01)Entrada livre

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DE TAM KAI HON “BRILHANTE”Centro UNESCO de Macau, 18h30Entrada livre

“SELF/UNSELF” – EXPOSIÇÃO DE TRABALHOS DE ARTISTAS HOLANDESES (ATÉ 15 DE MARÇO)Centro de Design de MacauEntrada livre

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18 OPINIÃO hoje macau quinta-feira 22.1.2015

A sério?

Tudo bem Aqui ninguém me conhece Vou ser quem eu quiser Vou seguir a minha pista, abraçando o meu par Fechar os olhos e ver

Jorge Palma, “Tudo Bem (Os Morangos Estão Lá)”

L EMBRO-ME quando che-guei a Macau ter pensado: não é tarde nem é cedo. Estávamos em pleno ano de 1993, cheguei numa tarde chuvosa de Agosto, dias depois de mais um tufão, que era algo de que então só tinha ouvido falar. A minha primeira morada foi algures

na zona norte da cidade, rodeado pela cinzentona Avenida Almirante Lacerda, a dois passos de uma tal Estrada Coe-lho do Amaral, mesmo de frente para a enigmática Rua da Barca, todos temas

bairro do or ienteLEOCARDO

Penso no que foi Macau quando cheguei, o sabor da sua génese multicultural que aprendi a identificar e a gostar, e agora parece-me uma imitação sensaborona, fabricada num qualquer armazém da Areia Preta

em tez metalizado, em tons de preto e branco cujo céu negro e o calor abafado tornavam ainda mais salientes. Enquanto olhava pela primeira vez da janela do meu quarto senti o peso do mundo nos ombros, um sentimento que interpretei como de medo, de ter feito a aposta errada ao deixar para trás o anil do céu lusitano, o ar que nos enchia os pulmões quando respirávamos fundo. Acreditam que ainda não vi em Macau uma única espiga? Não que me recorde. Onde vivia lá em Portugal passava todos os dias por terrenos baldios de onde brotavam as espigas, como que fazendo questão de marcar a sua presen-ça. Mesmo nas zonas mais urbanizadas, com prédios uns a seguir aos outros, há sempre um cantinho qualquer que ficou por calcetar de onde brota, mesmo que timidamente, uma carnuda espiga.

O problema com as primeiras impres-sões é elementar – só nos é permitido fazer uma. Sabendo pouco ou nada desta realidade tão díspar, o que via da janela do quarto causava-me aperto que mais tarde

vim a entender ser o apelo das velhas pedras que se erguiam e sustentavam a cidade que tantas histórias tinha para contar. Não con-tribuiu muito o facto de na altura decorrer uma greve dos funcionários municipais, que deixaram o lixo por recolher durante quase uma semana. A primeira imagem que me ficou da Cidade do Santo Nome de Deus foi o cinzento, a chuva, o chão molhado, o calor e a humidade misturados com o

cheiro do lixo e os ratos, acompanhados do som de um ou outro bate-estacas e, tudo junto, parecia que era o demo que se ria de mim, exalando um bafo fétido. Foi um choque, só isso. Três meses depois tinha quase tanta certeza como tenho hoje que Macau era a cidade onde iria passar senão o resto, a maior parte dos meus dias. Foi só deixar o Marrafico cansar-se da risota e escutar o que contavam as tais pedras, e sentir os passos pela calçada cheia de coisas para contar. Escutar é o mais im-portante quando as nossas pegadas ainda não deixam marcas. Paciência, era a tal paciência de chinês de que tanto se ouve por aí falar.

Foi só um ano depois que mergulhei nos livros que falavam da História de Macau – não interessa porquê, não foi por vontade própria, mas em boa hora acon-teceu. Deu para entender que o próprio “timing” da minha chegada – da nossa, de todos os que aqui chegaram durante o epílogo da História do nosso Império Ultramarino – foi o ideal. Os quatro sé-culos e meio de interlúdio entre a nossa chegada a estas paragens e nossa saída de cena são pontuados por momentos de tensão que só os livros nos permitem imaginar. Se há quem sentiu na pele outras saídas de cena menos dignas do actor que foi o nosso lusitano expansionismo, é de lamentar, mas Macau foi o bom aluno, um exemplo a seguir. Foram as garantias que me vinham sendo dadas logo desde a hora em que assentei os pés nesta cidade tão acolhedora, tão calorosa e tão livre que me levaram a ficar. Era evidente o ambiente de relativa confiança da parte dos que tomaram a mesma decisão que eu, uns mais categoricamente, outros mais reservados, ninguém temia uma brusca alteração da matriz que caracterizava a Macau que aprendemos a amar.

Depois de 1999, a data que para muitos chegou a ser um prazo de validade como os que constam dos pacotes de bolachas ou das latas de conserva, passaram cinco anos, tivemos testes à nossa vontade de levar adiante os compromissos, resisti-mos às contrariedades e demos provas de identidade, de um sentimento de pertença. Depois veio a bonança, as “vacas gordas”, e estranhamente fomo-nos acomodando, tornámo-nos mais individualistas, quando um pouco mais de espírito de união nos po-dia ter evitado alguns dissabores, algumas cisões que se sentiram e que se continuam a fazer sentir. Sinto hoje menos confiança, e não falo por mim, pois não passo de mais um peão neste tabuleiro, mas de quem nos devia transmitir essa confiança. Penso no que foi Macau quando cheguei, o sabor da sua génese multicultural que aprendi a identificar e a gostar, e agora parece-me uma imitação sensaborona, fabricada num qualquer armazém da Areia Preta. Então como é, estamos a brincar ou é para levar isto a sério?

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19 opinião

Rui TavaResin Público

hoje macau quinta-feira 22.1.2015

Respostas sem pergunta

A CONTECEU uma coisa inte-ressante na semana passada. Pela primeira vez o Tribunal de Justiça da União Europeia respondeu a uma pergunta do Tribunal Constitucional Alemão sobre “o que for preciso”. A resposta ainda não é definitiva, mas é já re-levante para o nosso futuro.

Um pouco de paciência, então. “O que for preciso” é, se bem se lembram, o que Mario Draghi do Banco Central Europeu disse que faria para salvar o euro. Esse “faremos o que for preciso” acalmou os mercados em Julho de 2012, e dois meses depois, em Setembro, Draghi apresentou um plano para compra de dívida dos estados que, mesmo engavetado, produziu milagres. Nunca foi gasto um cên-timo, o plano não foi implementado, mas o mero facto de existir deu a entender que o BCE não deixaria repetirem-se as divergên-cias entre taxas de juros que vimos em 2010 e 2011, e que levaram a Grécia, Portugal e outros a ajoelharem-se perante os credores.

Na Alemanha, o plano de Draghi — co-nhecido por OMT, na sigla em inglês para Transacções Monetárias Directas — ficou logo debaixo de fogo, com vários políticos e economistas alegando que se tratava de uma violação dos tratados e pedindo ao Tribunal Constitucional Alemão que parasse a coisa ainda antes de começar.

A troika é provavelmente ilegal. O Tribunal de Justiça praticamente grita que lhe perguntem para poder dar essa resposta — mas os estados-membros não lhe perguntam, por medo ou por seguidismo

A opinião (ainda provisória) do Tribunal de Justiça da UE é clara: as medidas são proporcionais, necessárias, adequadas e não violam os tratados. O BCE pode ir até mais longe para comprar dívida dos estados, porque se trata de salvar o euro. O risco que o contribuinte alemão corre (por uma im-provável ou mesmo impossível insolvência do BCE) é muitíssimo menor do que o risco que os outros estados e os seus contribuintes correm se o BCE deixar os mercados andar. Se esta opinião for confirmada, a Alemanha perdeu, e virou-se uma página decisiva no debate europeu.

Mas há mais! O Tribunal de Justiça res-pondeu também a uma coisa que não lhe fora perguntada. Preparem-se, porque é o mundo da austeridade ao contrário: o BCE pode

comprar dívida dos estados “se for preciso” — mas não pode participar na troika.

Quem conseguiu ler até aqui talvez se lembre que isto sempre foi afirmado nesta crónica. A troika é provavelmente ilegal. O Tribunal de Justiça praticamente grita que lhe perguntem para poder dar essa resposta — mas os estados-membros não lhe perguntam, por medo ou por seguidismo.

Desde o início da crise do euro que de-masiadas respostas ficaram por dar porque nenhum governo quis fazer as perguntas certas. Não é demais lembrar que temos 28 governos vergados à austeridade no Con-selho Europeu. E assim nunca ninguém se perguntou porque não podemos fazer uma conferência europeia de resolução de dívida, ou usar os fundos do Banco Europeu de In-vestimentos para um plano de recuperação e relançamento das economias do Sul, ou porque não podemos ter um Mecanismo Europeu de Estabilidade inteiramente co-munitarizado.

Mas agora, com a possível vitória de um governo anti-austeridade na Grécia, já este domingo, e a emergência de uma aliança política da Europa do Sul — este fim-de-semana será lançada a Declaração de Barcelona, que propõe ideias como as que estão no parágrafo anterior — o Conselho Europeu vai ter de ouvir as perguntas. As respostas já estão prontas, e são “o que é preciso” para salvar o euro.

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hoje macau quinta-feira 22.1.2015

cartoonpor Stephff

Hong KongMagnata detidodevido a participação em protestosO magnata de Hong Kong Jimmy Lai, dono de vários órgãos de comunicação e conhecido pela sua simpatia ao movimento pró-democracia, foi detido e logo em seguida libertado pelas autoridades, no âmbito das investigações aos protestos no ano passado. De acordo com a AFP, foi o próprio empresário que se apresentou à polícia. Na semana passada, a casa e o escritório de Lai foram alvo de um ataque com fogo posto que terminou sem danos significativos. Lai, de 66 anos, dono da empresa que publica o jornal Apple Daily, compareceu ontem nas instalações da polícia em Wanchai, a pedido das próprias autoridades. Após mais de duas horas dentro do edifício, Lai falou aos repórteres. “Fui detido”, disse, após ter sido libertado. O empresário disse ter sido acusado de dois crimes: “organizar e juntar uma reunião ilegal e participar numa reunião ilegal”. Questionado sobre se a polícia vai tomar mais medidas, Lai disse não ter conhecimento. “Como é que posso saber? Têm o direito de me voltar a chamar a qualquer momento”, respondeu.

Ex-estudantesde Coimbra criam associação

UM grupo de residentes de Macau promoveu a criação

da Associação dos Antigos Estu-dantes de Coimbra, um organismo que pretende reunir naturais e antigos estudantes da cidade para a manutenção da “boa tradição”. “É uma associação que pretende ser aglutinadora de todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, estão ligados a Coimbra”, disse à agência Lusa José Rocha Dinis, administrador do Jornal Tribuna de Macau. Rocha Dinis destacou que a Associação visa “manter e fomentar os laços de solidarie-dade e camaradagem académica que unem todos os naturais de Coimbra e os antigos alunos da Universidade de Coimbra”. O objectivo é também apoiar “acti-vidades socioculturais, artísticas e desportivas de Coimbra em Macau” e “apoiar a integração em Macau de naturais e antigos alunos da Universidade de Coimbra que venham trabalhar para Macau”. Rocha Dinis explicou que a ideia nasceu logo após um jantar de con-vívio realizado em 2013 e que no encontro de 2014 ganhou forma com a manifestação de vontade de muitas pessoas. “Agora é tempo de voltar a reunir, a 7 de Fevereiro, para entre mais um repasto lançar oficialmente a Associação que tem muito trabalho para fazer”, concluiu.

FLORA [email protected]

L I Gang disse esta semana que as quedas das receitas dos casinos, na ordem dos 2,52% em 2014, nada têm a ver com as medidas anti-corrupção adoptadas por

Pequim. O chefe do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM referiu que essas medidas “não são a causa principal” para essa descida, considerando que as receitas não vão continuar a descer, e aponta antes para factores como o abrandamento do crescimento económi-co chinês e a abertura de mais casinos na Ásia. Contudo, dois académicos contactados pelo HM possuem uma visão diferente de Li Gang.

Davis Fong, docente da Universidade de Macau (UM), acredita que as medidas anti--corrupção afectam de forma passiva as receitas dos casinos.

“Quando existem medidas contra o bran-queamento de capitais, os governantes do interior da China podem ter um controlo sobre

JOGO ESPECIALISTAS REAFIRMAM QUE MEDIDAS ANTI-CORRUPÇÃO INFLUENCIAM RECEITAS

Quem fala assim não é GangO chefe do Gabinete de Ligação do Governo Central, Li Gang, disse esta terça-feira que as medidasde combate à corrupção na China em nada contribuem para a queda das receitas dos casinos em Macau. Davis Fong e Nelson Kot discordam, ainda que falem de uma influência “passiva”

“Quando existem medidas contrao branqueamento de capitais, os governantesdo interior da China podem ter um controlo sobre si próprios quando vêm divertir-se em Macau. Podem pensar que é melhor não jogar”DAVIS FONG Docente da UM

si próprios quando vêm divertir-se em Macau. Podem pensar que é melhor não jogar ou não terem coragem de jogar no território, porque sabem das investigações a casos de lavagem de dinheiro levadas a cabo pelo Governo Cen-tral”, apontou.

Davis Fong acrescentou que alguns governan-tes do interior da China “podem não participar em algumas actividades” em Macau, estejam ou não ligadas ao sector do Jogo, pelo que existirão menos oportunidades de vir à RAEM.

Também Nelson Kot, presidente da Asso-ciação de Estudos Sintético-Sociais de Macau, acredita que “deviam existir pessoas do interior da China que traziam grandes montantes de di-nheiro para jogar em Macau”, considerando que há uma relação com as medidas anti-corrupção e a queda das receitas, ainda que “não haja informações concretas sobre isso”.

UNION PAY NÃO AJUDA Citado pela imprensa, Li Gang garantiu ainda que as causas para a queda das receitas do Jogo

são várias e que “o combate aos corruptos que vêm jogar a Macau não é a principal causa da queda”. Li Gang disse mesmo que foram “muito raros” os casos de dirigentes corruptos que vieram jogar ao território.

Apesar das declarações, as autoridades chinesas não estarão muito convencidas da imu-nidade dos casinos locais a actos menos lícitos, nomeadamente no que se refere à transferência de montantes da China para Macau e exigiram a colaboração da Autoridade Monetária de Macau e dos bancos na aplicação de um sistema de monitorização das transferências feitas através do sistema Union Pay.

Questionado sobre este sistema de moni-torização, Li Gang disse que o dinheiro que entrou em Macau por via do branqueamento de capitais “não foi muito”.

“As receitas do Jogo atingiram o ano pas-sado 30 mil milhões, quantos milhões é que os governantes corruptos da China puderam gastar em Macau?”, questionou.

Nelson Kot concorda e Davis Fong também. “A proibição do uso de Union Pay nos

casinos também pode diminuir a facilidade de gastar o dinheiro em Macau, o que faz com que haja menos transacções bancárias, o que naturalmente diminui as receitas”, defendeu Fong ao HM.

Davis Fong disse ainda que a proibição total do fumo nos casinos também pode levar a uma diminuição do número de clientes, especialmen-te aqueles que querem fumar enquanto jogam e não têm dinheiro suficiente para apostar nas salas VIP.

Para o chefe do Gabinete de Ligação na RAEM a actual situação do sector é apenas fruto de “um ajustamento razoável”, algo que tem vindo a ser defendido pelo Governo também.

Concordo com o director-executivo da So-ciedade de Jogos de Macau (SJM), Ambrose So, que previu um desenvolvimento estável depois de um período de ajustamento a meio deste ano. A situação não é tão má, o Governo Central não precisa de intervir”, frisou Li Gang.

NOVO ALVO