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PUB • ILHA DA MONTANHA Reitor fala de lazer para as famílias PÁGINA 6 TRIBUNAL DÁ RAZÃO A GRUPO DE CIDADÃOS CONTRA A VENETIAN PÁGINA 7 COTAI AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 22 DE JULHO DE 2013 • ANO XII • Nº 2897 PUB MOP$10 PUB Ter para ler O deputado Fong Chi Keong, que é proprietário do edifício, já ga- rantiu que nem uma pataca sairá do seu bolso. O supermercado, apesar de ter causado os danos, também não se chega à frente. E Li Ka Shing, o bilionário de Hong Kong, já pôs a cadeia à venda. O caso ainda pode ir parar a tribunal. PÁGINA 5 PARK’N SHOP Obras arrancam. Não se sabe quem paga A nega de Fong ENTREVISTA ANGELA LEONG “Não bastou ser a mulher de Stanley Ho” PÁGINA 2 E 3 • LA SCALA Um caso dos discos pe(r)didos PÁGINA 7 ANTÓNIO FALCÃO BRUCE LEE Eterna força do dragão PÁGINA 15

Hoje Macau 22 JUL 2013 #2897

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2897 de 22 de Julho de 2013.

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Page 1: Hoje Macau 22 JUL 2013 #2897

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• ILHA DA MONTANHA

Reitor fala de lazer para as famílias

PÁGINA 6

TRIBUNAL DÁ RAZÃO A GRUPO DE CIDADÃOS CONTRA A VENETIAN PÁGINA 7COTAI

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FE IRA 22 DE JULHO DE 20 13 • ANO X I I • Nº 2897

PUB

MOP$10

PUB

Ter para ler

O deputado Fong Chi Keong, que é proprietário do edifício, já ga-rantiu que nem uma pataca sairá do seu bolso. O supermercado, apesar de ter causado os danos, também não se chega à frente. E Li Ka Shing, o bilionário de Hong Kong, já pôs a cadeia à venda. O caso ainda pode ir parar a tribunal. PÁGINA 5

PARK’N SHOP Obras arrancam. Não se sabe quem paga

A nega de Fong

ENTREVISTA ANGELA LEONG

“Não bastou ser a mulher de Stanley Ho” PÁGINA 2 E 3

• LA SCALA

Um caso dos discos pe(r)didos

PÁGINA 7

ANTÓ

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FALC

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ANTÓ

NIO

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ÃO

2 hoje macau segunda-feira 22.7.2013ENTREVISTA

ANDREIA SOFIA [email protected]

CECÍLIA L INcecí[email protected]

Mora em Hong Kong mas gran-de parte da sua vida é feita em Macau. Como olha para as dife-renças políticas e sociais entre as duas regiões?A minha carreira e trabalho na Assembleia Legislativa (AL) es-tão em Macau e metade do meu tempo é passado cá, às vezes mais do que isso. Ambas as sociedades têm as suas características, embora as disposições na Lei Básica de Hong Kong sejam diferentes. Por isso é difícil fazer uma compara-ção entre os sistemas políticos e culturais, porque a história do seu desenvolvimento não é a mesma. Hong Kong é um centro financeiro mundial e, por isso, os seus residen-tes são mais sensíveis à economia, e o ritmo de vida é mais rápido. Macau, devido ao facto de ter sido uma pequena vila de pescadores no passado, dá hoje maior ênfase ao intercâmbio cultural. A cultura é mais rica e o ritmo de vida é bastante mais calmo.

De que forma pode servir a socie-dade de Macau, estando ligada ao sector do jogo?Tenho prestado o meu apoio aos cidadãos desde que estou na AL. Tenho a responsabilidade de ouvir as suas necessidades e as opiniões de todas as classes, e luto por elas. Com os contactos que tenho man-tido com as pessoas, criei centros de serviços para a sociedade. Como também estou na gestão de uma concessionária de jogo, sendo este o sector mais importante da econo-mia, então consigo entender o que os funcionários do jogo precisam. Promover o desenvolvimento sus-tentável do sector é também minha responsabilidade.

Porque optou por apelar aos vo-tos das comunidades portuguesa e macaense?

A directora-executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) candidata-se às eleições com a confiança de que cumpre o seu dever junto dos mais necessitados. Angela Leong defende que as áreas da política e jurídica “têm espaço para melhorar” e exorta o Executivo a fazer ainda mais no sector do turismo

ANGELA LEONG ACREDITA QUE CENTRO DO JOGO SERÁ NO COTAI

“Deveria ser resolvido o problema da diversificação económica”

Essas comunidades são uma parte importante da população. O seu contributo é grande para o inter-câmbio cultural, e isso também é um símbolo importante da har-monia entre o Oriente e Ocidente. Como sou uma candidata pela via directa, luto por obter o maior número de votos junto dos cida-dãos. Os macaenses e portugueses desempenham um grande papel nesta plataforma que é Macau, promovendo o desenvolvimento das questões económicas entre Macau, China e os países de língua portuguesa.

É deputada em Macau, mas gostava de o ser no hemiciclo de Hong Kong?Quando cheguei a Macau, vinda do continente, há mais de vinte anos, tinha o amor dos meus vizinhos e dos moradores, sempre me trata-ram bem. Por isso quando me tornei deputada optei por fazer coisas para apoiar estas pessoas. Tendo esta posição posso esforçar-me mais para responder às necessidades dos cidadãos e da sociedade. O que eu peço ao Governo é que crie mais meios para o bem-estar. Qualquer deputado em Macau e Hong Kong serve os cidadãos e fala por eles. Tudo o que fazem é para promover o desenvolvimento harmonioso da sociedade.

Espero que o Governo possa acelerar o ritmo dos trabalhos para rever as políticas sociais, para que se possa criar uma medida mais adequada para os grupos socialmente mais vulneráveis

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3 entrevistahoje macau segunda-feira 22.7.2013

O Governo disse que metade dos turistas não pernoitam em Macau, e os que o fazem não vão além das duas noites. Isso é um sinal alarmante para a indústria do turismo

ANGELA LEONG ACREDITA QUE CENTRO DO JOGO SERÁ NO COTAI

“Deveria ser resolvido o problema da diversificação económica”Falou dos meios necessários para garantir o bem-estar das pessoas. Que outras questões considera essenciais na sociedade?O desenvolvimento social e a diversificação económica. Não podemos esquecer o tráfego, os serviços de saúde, os altos preços das habitações e a inflação. O Governo deveria mesmo resolver o problema da diversificação eco-nómica, por forma a manter um elevado nível da qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável de Macau.

O sistema jurídico e político local é mais atrasado em relação às regiões vizinhas?Cada região tem diferentes pas-sados ao nível da história e do desenvolvimento social. Por isso os sistemas políticos e jurídicos são diferentes. A economia de Macau desenvolveu-se muito nos últimos anos mas, na minha opinião, tanto a política como a área jurídica ainda têm espaço para melhorar, por forma a acompanhar o ritmo do desenvolvimento.

Nos próximos quatro anos a situação pode melhorar?O Governo já fez alguns esforços nos últimos anos, por isso posso prever que daqui para a frente o sistema vai continuar sempre a melhorar, em prol do desenvolvi-mento sustentável de Macau.

Como avalia o seu número dois, Kent Wong?Ele dá apoio às questões ligadas aos jovens, porque é presidente da Associação Geral Internacional dos Jovens Empresários de Macau, e também já doou muito dinheiro para as bolsas de estudo da Uni-versidade de Macau (UMAC). Ele não poupa esforços para promover o desenvolvimento físico e mental dos jovens e a sua contribuição para a sociedade de Macau é óbvia. Tem o meu voto de confiança em absoluto.

E Hetzer Siu, o seu número quatro, que desenvolve um tra-balho em prol dos portadores de deficiência?Há muitos anos que o senhor Siu ajuda os deficientes e tem vindo a dedicar-se à promoção do trabalho de desenvolvimento do bem-estar social. Os seus esforços já obtiveram o reco-nhecimento das associações de serviço social de Macau, bem como das pessoas com deficiên-cia e das suas famílias. Acredito que o facto do senhor Siu ser um membro da nossa equipa servirá

para representar a voz deste tipo de pessoas, particularmente a voz dos mais desfavorecidos, para que o Governo e o público possam entender as suas necessidades, dando depois mais apoio.

Nesse sentido, como avalia as políticas que o Governo tem vindo a desenvolver junto dos mais necessitados? Ainda há espaço para melhorar?Sim. Por exemplo, há muito tempo que se discute a contribuição tripar-tida para o Fundo de Previdência Central, mas até agora o Governo ainda não foi capaz de promover um acordo. Melhorar este sistema iria significar uma melhoria das condições de vida na altura da re-forma e a sociedade considera que este sistema tem de ser melhorado. Por outro lado, os serviços de saúde é uma área que todas as classes sociais querem ver melhorada. Es-pero que o Governo possa acelerar o ritmo dos trabalhos para rever as políticas sociais, para que se possa criar uma medida mais adequada para os grupos socialmente mais vulneráveis.

STANLEY HO E O COTAI

Muitos associam o seu sucesso como empresária e deputada a Stanley Ho, seu marido. Con-corda?

Não posso negar que o meu marido me deu apoio e incentivo quando eu comecei na empresa e que isso ajudou na minha carreira. Mas eu própria contribui para que essa carreira se desenvolvesse e pretendo continuar a fazer o meu melhor para que a minha carreira se mantenha assim. A chave para o sucesso de cada está no seu esforço pessoal e, para cada avanço, cada um tem que ter uma grande deter-minação e um espírito indomável. As experiências de vida também são fundamentais.

Se não fosse deputada, qual seria a outra via para servir a sociedade?Iria sempre continuar a apoiar as questões sociais, especialmente os cidadãos mais fracos. Iria apos-tar na oferta de actividades em diversas áreas, para que pudesse contribuir para uma melhoria das vidas dessas pessoas.

Como equilibra a sua vida pes-soal com o seu trabalho, tanto na AL como na SJM?Embora esse trabalho me ocupe muito, opto sempre por deixar totalmente de lado as minhas ocu-pações em prol do meu tempo de descanso, para que consiga manter um equilíbrio entre o tempo gasto com a família, a empresa e o meu trabalho na AL.

Como olha para o futuro de Macau? A indústria do jogo vai manter-se como o principal sector económico?Como ainda não atingimos a tão falada diversificação económica, acredito que a curto prazo o jogo vai manter-se como o principal sector. Nos últimos anos Macau tem vindo a receber 20 milhões de turistas por ano, e acredito que o futuro do turismo de Macau deve continuar nessa perspectiva. Mas temos de melhorar as infra-estruturas na ac-tual fronteira, na nova ligação com Guangdong, no terminal marítimo do Pac On e os novos aterros.

Como se pode desenvolver a indústria dos casinos de forma sustentada?

Espero esse desenvolvimento sau-dável, mas defendo que o Governo precisa de incentivar de forma activa outros sectores, como os projectos sem ligação ao jogo. O desenvolvimento do Cotai já está numa fase avançada, todas as obras dos casinos já estão em andamento e, provavelmente, o centro da in-dústria poderá ser nessa zona. As operadoras de jogo podem discutir com o Governo para que se possam explorar mais rotas para trazer mais turistas internacionais para Macau. Com isso tanto a indústria do jogo como a diversificação económica têm maior espaço de expansão.

Qual a posição que a SJM quer ter no Cotai para os próximos anos? Quer manter a liderança, à semelhança do que já acontece actualmente no mercado?O mais importante é ter um desen-volvimento sustentável do jogo. A SJM tem vindo a promover a diversificação da industria e esse aspecto também será muito impor-tante no projecto do Cotai.

O que poderemos esperar desse empreendimento, em termos do número de mesas de jogo e a fatia destinada às actividades de lazer?A proposta para o nosso projecto no Cotai já foi entregue ao Gover-no, estamos à espera da análise, por isso nesta fase não podemos avançar mais dados.

Qual será, nos próximos anos, a posição de Pequim perante a indústria do jogo?O Governo Central já definiu Macau como um centro mundial de turis-mo e lazer e também apresentou uma direcção quanto ao fomento da diversificação económica. Acredito que o sector do jogo e do turismo vai sentir desafios com o desenvolvimento do jogo e do turismo nas regiões vizinhas. E dou um exemplo: o Governo disse que metade dos turistas não pernoitam em Macau, e os que o fazem não vão além das duas noites. Isso é um sinal alarmante para a indústria do turismo. Já foi dito por especialistas que deveriam ser criadas infra-es-truturas turistas mais características e eu concordo, porque isso iria atrair mais visitantes.

O que deve ser feito nos próximos anos, mais concretamente?Espero que a estratégia do de-senvolvimento do turismo seja ajustada por forma a explorar mais as rotas internacionais. Isso deve ser feito com a cooperação das regiões vizinhas, explorando diversos pontos turísticos. Devem haver respostas às necessidades dos visitantes, principalmente para estabelecer um modelo de viagens de lazer, a diversificação do produ-to turístico. Deve ser estabelecida de forma constante uma marca de turismo única de Macau.

Os serviços de saúde é uma área que todas as classes sociais querem ver melhorada. Espero que o Governo possa acelerar o ritmo dos trabalhos para rever as políticas sociais

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4 hoje macau segunda-feira 22.7.2013

O Chefe do Executivo da RAEM reuniu na passada sexta-feira com Xue Xiao-feng, secretário do Comité

Municipal de Zhongshan, por forma a “abordar a futura direcção do desenvol-vimento da cooperação no âmbito do Acordo-Quadro de Cooperação Guang-dong Macau”. Segundo um comunicado oficial, a visita serviu para “saber mais sobre o plano actual do desenvolvimen-to da cidade de Zhongshan e reforçar o intercâmbio bilateral”.

Um dos projectos que poderá sair do papel diz respeito à futura criação da “nova zona de Cuiheng” em Zhongshan, já anunciada num anterior encontro bilateral. Tal zona poderá receber um projecto ligado ao turismo individual

Au Kam San pede mais fiscalização à despesa públicaO deputado Au Kam San entregou uma interpelação escrita ao Governo onde fala da “irracionalidade do planeamento do terminal marítimo do Pac On” e da “urgência em construir um mecanismo de fiscalização às despesas públicas. “Já todos sabem que a construção do terminal é uma medida temporária para aliviar a pressão causada pelo transporte marítimo e que, uma vez construída a ponte Hong Kong – Macau – Zhuhai o terminal será inútil. Porque é que o Governo insistiu na expansão da sua área de construção?”Au Kam San defende que o actual terminal, no Porto Exterior, “é capaz de atender todas as necessidades, mas o Governo não o usa. Prefere, pelo contrário, gastar muito dinheiro para construir um novo terminal na Taipa e ainda mais um, provisório, no Pac On. Parece-me muito estranho”. O deputado eleito pela Associação Novo Macau (ANM) questiona ainda a formulação do planeamento do projecto e pede a responsabilização dos altos cargos do Governo. É ainda exigida a revisão das regras de elaboração do orçamento geral da região, para que seja estabelecido um mecanismo de fiscalização. - Z.X.

José Chu diz que responsabilização existeO director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), José Chu, garante que “ao longo dos anos tem sido gradualmente construído na RAEM um sistema de responsabilização na RAEM”. A frase pertence à resposta enviada ao deputado Chan Meng Kam, que interpelou o Executivo sobre a criação de um sistema a esse nível. Quanto à avaliação dos funcionários públicos, José Chu defende que “depende não só dos dirigentes mas também do sistema de fiscalização dos diversos departamentos”. “São realizadas avaliações regularmente aos departamentos dos serviços públicos, sendo ainda feitas inspecções de dois em dois anos para manter a qualidade do serviço”, acrescenta José Chu.

Empréstimos da Viva Macau questionadosO deputado Paul Chan Wai Chi lembrou o Executivo, através de uma interpelação escrita, que o caso da Viva Macau Airlines, a companhia aérea que entrou em falência em 2012, ainda não tem solução à vista, depois de tanto tempo em processo judicial. A falta de recuperação dos empréstimos cedidos à empresa pelo Governo em 2008 e 2009 foi questionada pelo deputado. No total, a empresa obteve 212 milhões de patacas do Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial (FDIC). Paul Chan Wai Chi questionou qual será a “data exacta” para a recuperação do montante e quais as “medidas concretas para evitar desperdícios do dinheiro público, no que diz respeito à situação de empréstimos a companhias áreas de baixo custo”.

Ho Ion Sang questiona controlo dos preçosO deputado Ho Ion Sang voltou a questionar o Executivo sobre o trabalho feito pelo grupo de controlo da inflação, da responsabilidade da Direcção dos Serviços de Economia (DSE). Numa interpelação escrita, Ho Ion Sang cita queixas dos cidadãos, apontando que o grupo não tem tido os efeitos desejados e que representa “um desperdício do dinheiro público”. “O que a equipa faz, que é publicar os preços dos alimentos, representa um modo de trabalhar muito infantil.” O deputado exige saber os planos concretos de trabalho no que diz respeito à análise do fornecimento de alimento e controlo dos preços. “A equipa tem a função de investigar e apresentar sugestões ao Governo. Estará mesmo a cumprir esta função? Quando é que os resultados dessas investigações vão ser tornados públicos para os cidadãos verificarem e poderem dar opiniões?”, questiona Ho Ion Sang.

ZHOU [email protected]

O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) confirmou na passada

sexta-feira a abertura de um processo de investigação so-bre os chamados “autocarros fantasma”, noticia a imprensa chinesa. Contudo, Ho Chio Meng, procurador do Minis-tério Público (MP), não deu quaisquer garantias da aber-tura da instrução do processo.

“O caso é complicado por estarem envolvidas questões como o interesse público e o uso de dinheiros públicos,

razão pela qual precisamos de tempo para analisar e clas-sificar”, disse o procurador do MP, citado pela imprensa chinesa.

Contudo, Ho Chio Meng disse que a instrução do pro-cesso irá depender do desen-volvimento da investigação por parte do CCAC. “Daqui a três meses teremos a decisão”, afirmou.

Do lado do CCAC, os responsáveis confirmaram que já têm na sua posse vá-rios documentos e dados para “aprofundar o conhecimento do caso”. Mas “como ainda está a ser investigado, não

podem ser divulgadas mais informações concretas”, disse o CCAC.

A investigação levada a cabo por esta entidade surge no seguimento do polémico relatório do Comissariado de Auditoria (CA) que não só ar-rasou o modelo de autocarros como chamou a atenção para os erros nos procedimentos de recolha de tarifas por parte das operadoras. A Transmac, TCM e Reolian foram ainda acusadas de colocarem na estrada “autocarros fantas-ma”, ou seja, autocarros sem passageiros que alega-damente servem apenas para

obter mais subsídios da parte da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT).

A DSAT reagiu de imediato ao documento e afirmou que iria rever o modelo de autocar-ros, em vigor desde Setembro de 2011. Quanto às operado-ras, negaram publicamente ter “autocarros fantasma” e frisaram respeitar as regras no que diz respeito à recolha das tarifas.

Ao canal chinês da TDM, o CCAC disse ainda que tudo o que “envolve corrupção é intolerável e será tratado de uma forma severa”.

CHEFE DO EXECUTIVO REUNIU COM SECRETÁRIO DE ZHONGSHAN

Chui atento a Cuiheng

CCAC ABRE INVESTIGAÇÃO SOBRE AUTOCARROS. MP SEM CERTEZA

Ho Chio Meng indeciso

com barcos de recreio. Chui Sai On disse que o Governo “tem em grande atenção a cooperação na exploração da nova zona de Cuiheng e por isso espe-ra poder compreender melhor o plano concreto de Zhongshan e estudar por-menorizadamente a próxima direcção da cooperação bilateral”.

Mas o Chefe do Executivo acredita que o mais importante é a “promoção global” do Acordo-Quadro de Coopera-ção Guangdong-Macau.

UMA ZONA PRIVILEGIADADurante o encontro, Xu Xiaofeng fez uma “apresentação detalhada” sobre a futura “nova zona de Cuiheng”, que deverá ter cerca de 230 quilómetros quadrados. Fica a promessa de vir a ser

desenvolvida “num local privilegiado e com uma aperfeiçoada rede de trânsito”.

O responsável do continente frisou ainda que “a nova zona de Cuiheng poderá passar a ser um exemplo e uma plataforma estratégica de promoção da cooperação entre Macau e Guangdong” sem esquecer o contributo para a tão al-mejada diversificação da economia local.

O projecto está ainda na fase inicial, mas os dirigentes confirmaram a existência de contactos “para acompanhar o assunto do turismo individual de barcos de recreio”, depois da assinatura de uma “carta de in-tenções no passado dia 14 de Junho. Este foi um dos primeiros passos tomados para o arranque de um projecto considerado “pioneiro no seio da cooperação entre a província, Macau e Hong Kong”. - A.S.S.

Depois da assinatura de uma “carta de intenções” para o desenvolvimento do turismo individual de barcos recreio na zona, o Chefe do Executivo garantiu estar atento a Cuiheng. Xue Xiaofeng acredita que empreendimento poderá ajudar à diversificação económica

POLÍTICA

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5 políticahoje macau segunda-feira 22.7.2013

LI KA SHING PÕE PARK’N SHOP À VENDAA cadeia de supermercados do empresário mais rico da Ásia, Li Ka-shing, está à procura de novo comprador. A notícia foi avançada pelo The Wall Street Journal, no fim-de-semana, ao indicar que o dono do grupo Hutchinson Whampoa Ltd, que detém entre negócios o Park’n’shop, contratou os bancos de investimento Goldman Sachs e o Bank of Amrica/Merrill Lynch para vender a sua rede de supermercados a 2 mil milhões de dólares americanos (15 mil milhões de patacas). Os detalhes da empresa e de venda serão, segundo o jornal americano, serão enviados a potenciais compradores em breve. O objectivo é tentar repor algum dinheiro noutros negócios mais desafiantes, já que é prática comum para Li alienar activos para manter os lucros crescentes em tempos difíceis. O deputado Ronny Tong Ka-wah, do Partido Cívico, disse ao South China Morning Post que “é melhor ter um proprietário diferente para o negócio de rede de supermercados em Hong Kong, uma vez que Li tem já monopólios em muitos mercados na cidade”. No entanto, frisou, é preciso que assegure aos consumidores que não sairão afectados pois o Park’n’shop é o principal fornecedor de óleos e arroz. A companhia detém no seu império portos, propriedades, hotéis, o grupo de lojas Watson & Co e a Fortress, uma empresa fornecedora de electricidade, e outra telecomunicações, a Hutchinson. - R.M.R.

Hetzer Siu quer boletins de voto em brailleO número quarto da lista de Angela Leong, Hetzer Siu, disse aos jornais chineses que gostaria que fossem criados boletins de voto em braille, sistema de linguagem para portadores de deficiência visual. Isto porque segundo o presidente da Macao Special Olympics houve vários deficientes que se queixaram da inacessibilidade ao voto em 2009. Hetzer Siu pede ainda que seja encurtado o tempo de espera dos deficientes nos serviços de saúde.

PJ diz não fazer escutas ilegaisChan Kin Hong, chefe de divisão de investigação de crimes informáticos da Polícia Judiciária (PJ), disse que a monitorização das escutas telefónicas é uma das formas usadas para a investigação de crimes, mas negou que sejam feitas quaisquer escutas ilegais. Esta foi uma das acusações feitas por Jason Chao, presidente da Associação Novo Macau (ANM). O responsável da PJ disse ainda que no Código Penal está previsto que se alguém fizer uma intercepção ilegal das escutas telefónicas pode incorrer numa pena de prisão até três anos.

Crise de condomínio no La Baie du NobleMais de dez proprietários de fracções no empreendimento residencial La Baie du Noble, na Areia Preta, realizaram uma conferência de imprensa na passada sexta-feira acusando o Polytec Group de impedir a criação de uma administração de condomínio. Contudo, o Polytec Group, responsável pelo desenvolvimento do edifício, é acusado de ter defraudado assinaturas para criar uma administração de condomínio cujos responsáveis serão apoiados pela empresa, escreve a imprensa chinesa. As alegadas assinaturas foram descobertas por um dos proprietários, que já chamou as autoridades para proceder a uma investigação.

Siu Wai Chi vai ser o juiz do caso das campasA edição deste domingo do jornal Va Kio confirma que Siu Wai Chi vai ser o juiz do processo de prevaricação ligado ao caso das campas, que envolve Raymond Tam e outros dirigentes do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Siu Wai Chi é também juiz do caso La Scala, actualmente em julgamento no Tribunal Judicial de Base. O anterior juiz do caso das campas, Ip Song Sang, já obteve a aprovação do tribunal para não julgar este caso, porque possui relações estreitas com Raymond Tam no âmbito da Comissão para os Assuntos Eleitorais.

CECÍLIA L [email protected]

RITA MARQUES [email protected]

A reunião no Instituto de Habitação, na passada sexta-feira, fazia antever um

caso de justiça. Lau Chio Kam, responsável da administração do condomínio Flower City, dizia à saída não aguardar mais do que dois dias por um plano de reparações aos danos do prédio sob pena de apresenta-ção de uma queixa na polícia. No entanto, ontem, indicou ao HM que as obras de reparos urgentes deixam alguma mar-gem para negociações. Ainda que, refere, haja uma dívida de condomínio que nem o arren-datário do Park’n Shop nem o

CASO PARK’N SHOP OBRAS AVANÇAM. NINGUÉM ASSUME PAGAMENTO

Afinal quem vai pagar?Há avanço sobre os planos de obras mas não há ainda acordo sobre quem as vai pagar. Lau Kam Chio, administrador do condomínio do Flower City, disse ao Hoje Macau que para já não avança para tribunal porque o Park’n Shop vai hoje fazer reparações urgentes. No entanto, ainda há contas por saldar no Fundo Comum de Reserva do prédio. Esse montante ninguém assume, afirma, mas terá de haver responsabilidades no prazo de uma semana

proprietário da loja, Fong Chi Keong, assumem.

“Após a reunião, o arrendatá-rio do Park’n Shop comprometeu--se a fazer obras urgentes na segunda-feira [hoje] para que a bomba de água não caia e ficou ainda acordado que vai entregar o plano de reparação esta sema-na”, explicou Lau Chio Kam, avançando uma cedência por parte do inquilino, ainda que o Governo apenas tenha pedido a apresentação do plano e obras feitas em dois meses.

Ainda assim, permanecem diferendos sobre o Fundo Comum de Reserva do edifício Flower City. A loja do Park’n Shop tem dívidas de 10 anos a este plano financeiro de gestão do prédio e taxas de manutenção do telhado que se traduzem em cerca de 1,5 milhões de patacas. No entanto,

salienta Lau Chio Kam, nem inquilino nem proprietário se comprometem a saldar a dívida.

FONG CHI KEONG FORA DA LEI?“Fong Chi Keong disse que, enquanto proprietário, não ia pagar o condomínio porque os proprietários da loja nunca pagam. Mas isso é contra a lei, a Sociedade de Investimento Taipa, Limitada que construiu o edifício Flower City, tem três andares [incluindo o rés-do-chão, onde se situa o Park’n Shop] e 123 estacionamentos. Se não paga o Fundo Comum de Re-serva é contra o artigo 1333º de lei 39/99/M”, frisa o responsável da administração do condomínio.

“Segundo o artigo 1343º do Código Civil, ambos os arrendadores e proprietários têm responsabilidade a pagar o Fundo Comum de Reserva, por

isso na segunda-feira vamos entregar uma carta à gestão de Park’n Shop a dizer que numa semana o supermercado deve dar uma resposta sobre a questão do pagamento atraso”, afiançou.

O HM tentou contactar o deputado Fong Chi Keong para confrontá-lo sobre o pagamento mas o deputado recusou a prestar depoimentos até ao fecho da edição.

Um conselheiro jurídico do IH disse, no entanto, à TDM na passada sexta-feira que essa res-ponsabilidade tem de ser dividida entre arrendatário e proprietário.

Recorde-se que os danos em cinco pilares estruturais do edifício Flower City foram causados pelo Park’n Shop, se-gundo confirmaram inspectores do departamento governamental de Obras Públicas na semana passada.

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6 hoje macau segunda-feira 22.7.2013SOCIEDADE

JOANA [email protected]

O novo campus da Uni-versidade de Macau (UMAC) na Ilha da Montanha já está em

funcionamento. Desde sábado que a zona que marca a cooperação entre Macau e Guangdong está sob a ju-risdição do território. De acordo com um despacho publicado em Boletim Oficial, na sexta-feira, o campus foi transferido para a RAEM no dia 20, ficando agora sob a administração do Governo. Ou seja, a lei aplicada será a do território.

O acesso, contudo, ainda não é público. Conforme já tinha sido avançado pelo HM, as obras de construção de algumas partes do novo campus – como as residências – estão atrasadas. O Governo não fala em atrasos, mas admite que ainda falta concluir os trabalhos para o abastecimento de água e electricidade, segurança e teleco-municações, que ficarão a cargo da Administração. “Actualmente, os engenheiros, técnicos e operários, que permanecem ainda no campus para concluir os trabalhos neces-sários, possuem certificação legal de trabalho de Macau. A Cons-trutora Grupo Nanyue começou já, no início deste ano, a retirar os trabalhadores que não eram mais necessários, assim como os equipamentos, para acompanhar a implementação da jurisdição da RAEM”, pode ler-se num comu-nicado.

SEM DATASNa visita feita à nova extensão do território, Cheong U, secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, frisou que o local “é ainda uma em-preitada”, não podendo ser aberto

PREÇO DUPLICOUCom um investimento calculado em 9.800 milhões de patacas, quase o dobro do orçamento inicial, o novo campus afirma-se como um projecto verde com arquitectura adaptada ao clima quente e húmido do sul da China e que combina as culturas ocidental e oriental. O projecto é assinado pelo arquitecto chinês He Jingtang, que desenhou o pavilhão da China na Expo 2010, em Xangai.O campus conta com cerca de dez colégios residenciais - o maior sistema do género na Ásia -, pensados à imagem dos que existem em universidades como a de Oxford ou Harvard, com uma área comercial, que terá restaurantes de comida portuguesa, e com quatro centros de investigação científica. Segundo o reitor, a Universidade de Macau abrirá novos cursos, nomeadamente um de Macaulogia, sobre a história e a cultura do território.O encontro anual da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) vai ter lugar neste novo campus em 2014.

TRÊS homens com defi-ciência mental fugiram do Centro Hospitalar

Conde de São Januário, há alguns dias. Na sexta-feira, um comunicado do hospital dava conta do aparecimento dos doentes, apesar de nada ter sido avisado aos jorna-listas sobre a sua fuga do São Januário.

Os homens terão abando-

ILHA DA MONTANHA CAMPUS DA UMAC INAUGURADO MAS SEM ACESSO AO PÚBLICO

“Um dia histórico para Macau”

DOIS MIL ALUNOS MUDAM-SE EM SETEMBRONo mesmo dia em que o novo campus da UMAC passou a estar sob jurisdição de Macau o reitor da instituição, Wei Zhao, enviou um comunicado a alunos, professores e funcionários, ao qual o Hoje Macau teve acesso. No documento refere-se que vai ser organizado um “período experimental para o alojamento em Agosto”, sendo que em Setembro “cerca de dois mil estudantes vão viver no novo campus”. Espera-se ainda que “alguns membros das faculdades irão mudar-se nesta altura”. Contudo, “a mudança completa de todo o pessoal académico e administrativo vai decorrer durante o período de férias do Ano Novo Chinês, no Inverno”. “O departamento dos assuntos académicos vai calendarizar um número limitado de cursos para o novo campus. Para além disso, os laboratórios de investigação serão transferidos em primeiro lugar. Algumas unidades de apoio e departamentos poderão mudar-se no período de Outono de 2013”, pode ler-se ainda. O comunicado assinado por Wei Zhao mostra ainda que a maior parte dos eventos académicos, como conferências e encontros, já podem ter lugar nos últimos meses do ano. - A.S.S.

ao público. Apesar de caracterizar o momento como um “grande dia para a RAEM” e de dizer que o campus vai servir toda a população de Macau, Cheong U admite que só vai abrir gradualmente. Datas para que funcione em pleno, ao certo, não há, mas Cheong U acredita que poderá ser em Fevereiro de 2014.

Por volta do mês de Agosto, al-guns dos alunos poderão mudar-se para lá. “A UMAC vai começar os trabalhos preparativos de mudan-ça, incluindo a instalação e testes das redes telefónica, informática e de wi-fi, assim como dos equi-pamentos para 350 salas de aulas e mais de 400 apartamentos de residência de estudantes, que en-volve a deslocação de mais de cem mil peças de mobiliário”, avança o comunicado do Executivo. “Conforme o plano de mudança de instalações, cerca de dois mil estudantes e professores entrarão gradualmente no novo campus no período das férias de Verão, e algumas actividades de abertura do novo ano lectivo serão realizadas.

DOENTES MENTAIS FOGEM DO SÃO JANUÁRIO, MAS HOSPITAL SÓ COMUNICA APARECIMENTO

Saudades da famílianado o hospital “por terem saudade dos familiares”. Os médicos encarregados por estes pacientes avisaram os familiares assim que deram falta deles e explicaram-lhes como os deveriam tratar, na eventualidade de os en-contrarem. “Conseguiu-se localizar rapidamente os do-entes que saíram do hospital sem qualquer aviso e foram

recolhidos com sucesso, não tendo sido verificados quaisquer ferimentos.”

De acordo com o São Januário, os homens com-prometeram-se a não fugir mais do hospital, que, por sua vez, assegura que irá aperfeiçoar o sistema de vigilância do edifício da Clínica Psiquiátrica. “O Serviço de Psiquiatria do

Centro Hospitalar Conde de São Januário convocou uma reunião de balanço desta contingência com os serviços competentes no sentido de se evitarem acontecimentos semelhan-tes no futuro”, pode ler-se no comunicado.

O HM tentou, há cerca de duas semanas, obter números face aos doentes psiquiátricos que estão a ser tratados compulsivamente, de acordo com a lei que per-mite este tipo de tratamento. No entanto, não foi possível obter qualquer resposta dos Serviços de Saúde. - J.F.

O Instituto de Ciência de Medicina Chinesa, o Laboratório Estatal de Estudo de Qualidade de Medicina Chinesa, o State Key Laboratory of Analog and Mixed-Signal VLSI e as secções de Administração e Apoio Académico estarão a fun-cionar no novo campus de forma faseada.”

Para quem, depois, queira visi-tar as novas instalações da UMAC, pode fazê-lo de autocarro – haverão linhas especiais -, a pé ou de bici-cleta, já que carros não autorizados não podem entrar. A população, diz Cheong U, vai poder usufruir da biblioteca, dos estádios e do centro cultural, bem como da parte exterior do campus para passear.

SEGURO E FORMOSOEm comunicado, o Governo ad-mite ter tido muitas dificuldades no decorrer das obras, “quer no aspecto do projecto, quer na fase de construção”, mas o Gabinete de Desenvolvimento das Infra--Estruturas (GDI) garante, agora, que tudo está apto para funcionar.

Questionado pelos jornalistas sobre o problema do túnel suba-quático que liga Macau à Ilha da Montanha e que ruiu enquanto a ser construído, Chau Vai Man, coordenador-assistente do GDI, assegurou que “a estrutura do túnel corresponde às exigências de segurança do projecto” e que o

acidente “ocorreu numa fase inicial da construção do túnel, pelo que não está relacionado com a segurança da estrutura do próprio túnel”.

Neste período experimental, estarão no novo campus cerca de dois mil alunos. A nova UMAC vai ter capacidade para mais de dez mil, já que é mais de vinte vezes maior do que o actual campus.

Relativamente à utilização das instalações actuais da UMAC, Cheong U afirmou não existir ainda um projecto concreto, mas diz “considerar” a direcção cultural e educativa.

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7 sociedadehoje macau segunda-feira 22.7.2013

JOANA [email protected]

V ENETIAN Macau, Ve- netian Viagens, Vene-tian Cotai, Las Vegas Sands e Banco da

Nova Escócia. Todos estes foram alvo de uma acção intentada por três residentes de Macau contra a possibilidade de deixarem de terem cerca de 260 marcas registadas. O motivo: o mesmo que tem vindo a ser constantemente alegado pe-los tribunais para declarar nula a registabilidade de marcas pedidas pela operadora de Sheldon Adelson – o facto de ter ‘Cotai’ ou ‘Strip’ no nome, que não distingue uma marca, mas é apenas um local de Macau. Mas não só.

A decisão do Tribunal de Se-gunda Instância (TSI) segue uma anterior acção interposta o Tribunal Judicial de Base (TJB) e vem dar parcialmente razão a três homens que, já em 2009, se uniram contra a Las Vegas Sands.

Ip Kim Fong, residente de Ma-cau, é um deles. Há cerca de quatro anos Ip Kim Fong organizou um

AS autoridades portugue-sas esqueceram-se de colocar o depoimento

gravado de António José de Castanheira Lourenço, ex--coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-Estruturas (GDI), na carta rogatória enviada para Macau. O anúncio foi feito pelo procurador-adjunto do Ministério Público (MP), na última sessão do julgamento do chamado caso La Scala. “As autoridades portuguesas esqueceram-se da versão digital do depoimento, mas já pedimos que nos enviem com a maior brevidade possível”, frisou.

As cartas rogatórias têm

vindo a levantar alguma dis-cussão devido ao tempo que demoram a chegar ao território. Foram enviadas cartas deste tipo - que apelam à cooperação entre países e têm por objectivo a realização de processos no ex-terior – para Portugal e Bélgica, entre outros países.

No entanto, recorde-se, já no início do julgamento a defesa de um dos arguidos, Steven Lo, pediram que a sessão fosse adiada porque a carta rogatória que iria permitir o depoimento de Castanheira Lourenço no Tribunal Judicial de Base, ainda não estava em Macau.

Cerca de quatro meses de-pois da inquirição daquela que

é uma testemunha considerada pela defesa como “transversal a todos os arguidos”, as boas notícias não chegam. A carta foi devolvida ao território, depois de passar por Pequim, mas terão chegado apenas as actas. “Não há respostas no documento que chegou”, disse o MP.

Resta agora esperar que chegue, então, a versão digital do testemunho de Castanheira Lourenço, pedido pela defesa de Steven Lo. Também ainda não há novidades sobre o pa-radeiro de outras cartas roga-tórias. O julgamento continua amanhã, com uma testemunha do Comissariado contra a Cor-rupção a ser ouvida. - J.F.

MAIS de 5%. O orçamento ini-cial para o pro-

jecto da Wynn no Cotai vai aumentar, de acordo com um comunicado que a operadora de Macau entregou na Bolsa de Valores de Hong Kong. Segundo a revista Macau Business, há “trabalhos adicionais que se espera que aumentem os custos para cerca de 1,59 mil milhões de dólares de Hong Kong”.

O projecto, recorde--se, foi apresentado em Junho passado e estava inicialmente estima-

do em 32 mil milhões de patacas. Na altura, Steve Wynn foi quem apresentou o “Encore” aos jornalistas. A Wynn planeava construir um hotel de cinco estrelas com dois mil quartos, um clube nocturno, de nome Clímax, uma dezena de restaurantes, espaços comerciais e lojas, locais de espectáculos, área de convenções, entre outros locais de que o patrão da operadora preferiu não falar. O ponto forte seria a componente de receitas extra-jogo e a utilização de infra-estruturas públi-

cas, como o metro ligeiro que deverá circular den-tro do recinto da Wynn.

O futuro empreendi-mento está a ser cons-truído num terreno que ocupa 205.797 metros quadrados.

Em Janeiro deste ano, também Segundo a Macau Business, a Lei-ghton Contractors (Asia) disse ter sido a escolhida para fazer o design e a construção do resort do Cotai. “Os primeiros trabalhos vão custar cerca de 203.5 milhões de dólares americanos”, terá dito a empresa. - J.F.

GRUPO DE CIDADÃOS INTENTA ACÇÃO CONTRA A LAS VEGAS SANDS E VENETIAN PELA SEGUNDA VEZ

Vingança servida mornaÉ a segunda vez que se unem contra a operadora de Sheldon Adelson, por diferentes motivos. Depois de 2009, agora o “Concerned Macau Residents Group” volta a atacar a Las Vegas Sands e subconcessionárias evocando a protecção do património para impedir que a empresa possa registar mais de 200 marcas com o topónimo ‘Cotai’ ou ‘Strip’. O tribunal deu-lhes razão

grupo contra a operadora denomi-nado “Concerned Macau Residents Group”, que se queixava de que a empresa de Sheldon Adelson não estava a cumprir promessas. De acordo com o jornal Ponto Final, na altura, os homens diziam ter sido afectados pelas acções da Sands, por exemplo, porque estas fizeram com que muitas pessoas perdessem o emprego na indústria do jogo e do imobiliário. “A Sands fez muito dinheiro em Macau mas, em vez de concluir o trabalho no Cotai, parou de investir e redireccionou os seus recursos e dinheiro para Singapura. Os trabalhos vão ficar assim, por con-cluir, enquanto as pessoas perdem os seus empregos”, alegava na altura.

O grupo afirmava que as acções da Sands iriam causar prejuízos à economia de Macau e à popu-lação, porque considerava que a operadora iria deixar inacabadas as construções no Cotai.

Agora, o motivo é outro, segun-do dizem: o património.

NEGÓCIOSSegundo o acórdão, analisado pelo HM, os recorrentes – que inicial-

mente recorreram ao TJB - “alegam ser um grupo de cidadãos de Macau, que pretendem zelar pela manuten-ção do património da RAEM, que compreende necessariamente as suas expressões coloquiais e oficiais para a designação de uma deter-minada zona da RAEM”. Ou seja, os homens – onde além de Ip Kim Fong, se incluem ainda Cheong Ut Kuan e Lu Kam Chiu – dizem estar preocupados com o facto de a Las Vegas Sands e suas subconcessio-nárias estarem a “limitar iniciativas negociais futuras que se pretendam encetar” na zona do Cotai, devido a terem mais de duas centenas de marcas já definitivamente regista-das com esse nome.

O grupo pretendia que o tri-bunal declarasse nulas as marcas já registadas da Sands e que de-clarasse “irregistáveis” marcas futuras. O tribunal, contudo, não lhes deu razão.

50-50No acórdão agora feito pelo TSI, pode ler-se que o TJB não con-siderou o topónimo Cotai como sendo património, independen-

temente de se considerar a possi-bilidade ou não de esta ser uma palavra susceptível de protecção de marca. O tribunal evoca a Lei de Salvaguarda do Património. “Os nomes de locais ou lugares de Macau, como acontece com ‘Cotai’ e ‘Strip’ não fazem parte nem do património cultural, nem do domínio público.” Além disto, dizia ainda o TJB que os homens não alegavam qualquer matéria que permitisse ao tribunal consi-derá-los como interessados. Este foi o motivo principal que levou o tribunal a absolver as Venetian e a Las Vegas Sands, levando o grupo a apresentar recurso no TSI.

O TSI voltou a analisar o caso e

decidiu que a petição inicialmente interposta pelo grupo tinha razão de ser, contrariando o TJB. “Os autores alegaram que as marcas ‘Macau Strip’ ou ‘Cotai Strip” não são susceptíveis de protecção por falta de capacidade distintiva, por serem apenas zonas geográficas de Macau”, pode ler-se na decisão do TSI. Logo, não está inadequado o pedido de declaração de nulidade das marcas.

Mas, se os homens venceram a possibilidade de fazer este pedi-do, o tribunal ainda não decidiu se essas marcas irão ser ou não retiradas à Las Vegas Sands e suas subconcessionárias. A luta vai, por isso, continuar no tribunal.

COTAI PROJECTO DA WYNN MAIS CARO

Dança de milhõesLA SCALA PORTUGUESES TER-SE-ÃO ESQUECIDO DE DISCO

Castanheira sem voz

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REACÇÕES

8 hoje macau segunda-feira 22.7.2013CHINA

L AU Fat Wai, o cidadão chinês de nacionalidade portuguesa condenado à morte em 2009 na cidade

chinesa de Cantão, foi execu-tado em finais de Fevereiro, adiantou na sexta-feira o jornal Ponto Final. Lau Fat Wai era residente de Macau e, segundo os irmãos, citados pelo jornal, passou a fronteira para a China continental em 2006 para entre-gar uma encomenda a alguém com quem tinha alegadamente uma dívida, tendo depois sido detido, e, três anos mais tarde, condenado à morte por tráfico de droga e posse de arma proibida.

Segundo a lei chinesa, o tráfico de mais de 50 gramas de heroína incorre na pena de morte, como aconteceu com o cidadão britânico Akmal Shaikh, executado em 2009 em Urumqi, noroeste da China, através de injecção letal.

O presidente da China, Xi Jinping, e o vice-presidente da Venezuela, Jorge Arreaza, mantiveram nesta

sexta-feira um encontro no Grande Palácio do Povo de Pequim, sede do Parlamento do país, no qual a figura do falecido líder Hugo Chávez esteve muito presente.

“Guardamos uma viva memória sobre a visão, o entusiasmo, a franqueza e o afecto especial que tinha o presidente Hugo Chávez em relação à China”, destacou Xi perante os jornalistas presentes no início da reunião.

Uma das filhas do ex-líder venezuelano, Rosa Virgínia Chávez, que é a esposa de Ar-reaza, também estava presente no encontro.

Chávez “foi um grande amigo do povo chinês, que apresentou e forneceu rele-

A crescente influência da China é preferida na América Latina, em rela-

ção à americana, embora manter fortes laços com o vizinho do norte continue a ser uma priori-dade, segundo uma pesquisa do Pew Research Center publicada nesta quinta-feira em Washing-ton. “Embora os Estados Unidos sejam geralmente apontados como tendo maior impacto que a China, a influência da China é vista de maneira mais positiva na maioria dos países”, afirmou a pesquisa, realizada com mais de 6.100 pessoas em Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, El Salva-dor, México e Venezuela, como parte de um estudo global sobre a percepção das duas potências em quatro dezenas de países.

Na Venezuela, que recebeu

• ASSUNÇÃO ESTEVESPRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, lamentou “profundamente” a execução de Lau Fat Wai, e considerou que a pena de morte “não tem justificação moral nem cabe na ideia de Direito”. “Lamento profundamente. Sinto uma grande frustração. A pena de morte não tem justificação moral e, por isso, não cabe na ideia de Direito”, referiu. “A comunidade internacional não será verdadeiramente civilizada enquanto persistir a pena de morte. E é um dever fundamental de todos nós mobilizar todos os meios para que ela seja extinta em todos os lugares da Terra”, conclui. Em Fevereiro de 2012, Assunção Esteves emitiu um comunicado em que se manifestava contra a condenação do cidadão sino-português e reuniu-se com o embaixador da China em Lisboa, tendo-se manifestado na ocasião “optimista” quanto ao desfecho do caso.

• TERESA NOGUEIRAAMNISTIA INTERNACIONAL

A secção portuguesa da Amnistia Internacional (AI) afirmou-se “extremamente decepcionada” com a execução de Lau Fat Wai, apesar dos “múltiplos apelos” e das diligências que as autoridades portuguesas fizeram junto das chinesas. “Estamos extremamente decepcionados, primeiro porque a pena de morte é algo que a Amnistia não admite de maneira nenhuma. E, em segundo lugar, porque é um cidadão português residente em Macau”, afirmou Teresa Nogueira. A responsável da AI criticou que Lau tenha acabado por ser executado “quase às escondidas” e apesar dos “múltiplos apelos” que a Amnistia fez e “apesar daquilo que o adjunto do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Diogo Afonso de Belfort Henriques, disse que estava a ser feito” pela diplomacia portuguesa, numa audiência em Fevereiro de 2012. “Quando [Presidente chinês] Hu Jintao se deslocou a Portugal [em 2010] escrevemos a [Presidente da República] Cavaco Silva, e [ao então primeiro-ministro] José Sócrates, que não nos responderam”, acrescentou.

• JOÃO RIBEIROPARTIDO SOCIALISTA

O Partido Socialista manifestou “profunda desilusão e sentida discordância” pela execução de Lau-Fat Wai, numa carta dirigida ao embaixador chinês em Lisboa. “No espírito do que fora a tomada de posição do Partido Socialista junto de Vossa Excelência, no início do mês de Fevereiro de 2012, venho pela presente carta exprimir a minha profunda desilusão e sentida discordância face à execução do cidadão português Lau-Fat Wai”, refere o texto da carta enviada pelo secretário nacional para as Relações Internacionais e Cooperação do PS, João Ribeiro. A execução é considerada pelo PS como “um acto cruel e desumano”, antes de definir a pena capital como “inútil” e recordar que “tanto Portugal como a União Europeia se opõem, de modo incondicional, à pena de morte”. A mensagem de João Ribeiro conclui com uma referência às resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas “que apelam à adopção de moratórias quanto às execuções e as posições históricas que Portugal e que o Partido Socialista têm tido, no âmbito dos Direitos Humanos, sobre este assunto”.

LUSO-CHINÊS CONDENADO À MORTE EM CANTÃO FOI EXECUTADO

Autoridades surdas e mudasO primeiro advogado de Lau

era o português Vasco Passei-ra, com escritório em Macau, que contactou as autoridades portuguesas com o objectivo de conseguir a suspensão da pena de morte e substituição desta por uma pena de prisão, mas o caso passou a ser depois acompanhado por um advogado de Cantão.

Este outro advogado disse à agência Lusa, no final de 2009, que aguardava a resposta do Supremo Tribunal Popular a um recurso que tinha apresentado em Março desse ano.

Desde 2007 que as conde-nações à morte na China têm de ser validadas pelo Supremo Tribunal Popular, o que tem contribuído para reduzir o nú-mero de execuções, mas este país continua a ser considerado como o que mais aplica a pena de morte, sendo responsável

pela maioria das registadas anualmente em todo o mundo.

ADOPTADO EM MACAULau Fat Wai nasceu em Cantão e foi adoptado por uma família chinesa de Macau - a mãe tinha nacionalidade portuguesa - e deixou um filho, também com nacionalidade portuguesa. Lau obteve, pela última vez, no Consulado-Geral de Portugal em

Macau, o passaporte português a 29 de Outubro de 2003 e o bilhete de identidade a 02 de Fevereiro de 2004, mas, ao contrário das auto-ridades portuguesas, as chinesas não reconhecem a dupla naciona-lidade, considerando-o, por isso, como um cidadão chinês.

A Amnistia chegou a lançar, em todo o mundo, um apelo para as autoridades chinesas não executarem Lau Fat Wai.

CHÁVEZ EVOCADO EM PEQUIM

Um modelo a seguir

SONDAGEM REVELA MUDANÇA DE ATITUDE

Latinos preferem a China

investimentos e financiamentos chineses, 57% encara como po-sitiva a influência de Pequim, e o número sobe a 71% se for con-sultada a influência na economia. Já o peso geral de Washington no país é bem visto por 29%, e por 46% em assuntos económicos.

Na Bolívia (31%), na Argen-tina (27%) e no Chile (36%) tam-

bém são em maior número os que vêem com bons olhos o papel da China, enquanto os Estados Uni-dos encontram apoio no México (33%), em El Salvador (51%) e no Brasil (46%), ainda que por estreita margem em comparação com os asiáticos.

A vantagem dos americanos na região dá-se no campo do “soft power”, que compreende a sua tecnologia, a maneira de fazer negócios e a cultura popular adoptada por muitos latino-ame-ricanos, segundo o Pew Research Center, um centro de estudos com sede em Washington.

O presidente Barack Obama, que afirmou que a América Latina representa uma oportunidade para seu país, viajou em Maio para a Costa Rica e México e tentou relançar a relação com a região, grande esquecida de Washington na última década.

Mas a China não fica atrás. O presidente Xi Jinping realizou este mês uma ronda por Trinidad e Tobago, Costa Rica e México, que apoia o aumento dos investi-mentos e o comércio chinês com a América Latina, que converte-ram o gigante asiático num dos principais sócios da região.

vantes conclusões para o estabelecimento e desenvolvimento de nossa associação pacífica”, acrescentou Xi.

O presidente assegurou que tanto o governo como o povo da China sentiram “uma grande pena por seu falecimento”. O vice-presidente venezuelano, por sua vez, afirmou que Chávez “admirava a China por sua capacidade de inovar e de gerar um modelo social e económico que é referência no mundo todo”.

“Foi um lutador anti-imperialista e

sempre desejou que a China fosse uma potência - em breve, a primeira mundial -, que, por sua vez, estabelece uma relação de respeito mútuo, de desenvolvimento partilhado, de paz e de harmonia com o resto do mundo”, assinalou o venezuelano.

Segundo Arreaza, o seu país viveu até 1998 sob o jugo dos Estados Unidos, mas, desde 2001, estabeleceu “uma aliança es-tratégica de benefício mútuo com a China, que teve muitos frutos para ambos os povos e hoje é tida como referência e modelo”.

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9 chinahoje macau segunda-feira 22.7.2013

A polícia chinesa deteve, na quinta-feira, o advogado Liu Weiguo quando este se preparava para visitar

na prisão o seu cliente Xu Zhiyong, activista e também causídico, infor-mou a Human Rights na China.

“Liu Weiguo foi detido na quinta--feira quando se tentava reencontrar Xu no centro de detenção n.º 3 de Pequim”, precisou a organização não-governamental, com sede nos Estados Unidos, com base nas sua próprias fontes e citando informações publicadas nas redes sociais.

“Depois de ter procedido às for-malidades para ver [Xu Zhiyong], Liu Weiguo foi interpelado pelas autoridades (...) que lhe disseram que não estava qualificado para defender Xu”, disse na sua conta de Twitter Hu Jia, proeminente activista chinês, defensor dos direitos humanos.

Segundo a Human Rights na China, Liu Weiguo foi, de seguida, detido pelas forças de segurança pública “pela suspeita de ‘reunião para perturbar a ordem pública’”, a mesma acusação que pende sobre Xu Zhiyong.

O banco central da China anunciou as aguardadas reformas nas taxas de juros nesta sexta-feira,

eliminando o controlo sobre as taxas que os bancos podem cobrar aos clientes para empréstimos. O BC informou em co-municado que os bancos poderão agora reduzir as taxas o quanto considerarem que seja adequado.

Segundo o banco central, é esperado que a acção reduza os custos financeiros para as empresas. Entretanto, a medida não eliminou o tecto existente para as taxas de depósito, actualmente em 110% das taxas referenciais, o que muitos economistas vêem como a medida mais importante que Pequim eventualmente precisará tomar na liberalização do seu regime de taxa de juros.

A medida, que entrou em vigor no sábado, irá reduzir os custos dos

AS contas de milha-res de estudantes e funcionários da

Universidade de Hong Kong foram alvo de um ciberataque, detectado na terça-feira durante uma inspecção de segurança rotineira, informou a im-prensa local. De acordo com o jornal South China Morning Post, ‘hackers’ poderão ter acedido a da-dos dos estudantes e fun-cionários da universidade, mas a origem e impacto do ciberataque estão ainda a ser investigados.

A universidade de-tectou a situação durante uma inspecção de rotina à segurança das suas plataformas e procurou de imediato remover os programas dos ‘hackers’, segundo um porta-voz da instituição de ensino su-perior citado pelo mesmo diário.

Um total de 3.676 con-tas de correio electrónico foram afectadas e, por isso, suspensas, tendo sido pedido aos utilizadores que alterassem a suas se-nhas de acesso às mesmas antes da sua reactivação.

O caso foi reportado às autoridades da antiga colónia britânica e surge menos de uma semana depois de o Governo de

Macau ter anunciado que serviços públicos do território foram alvo de um ciberataque com origem em Hong Kong e nos Estados Unidos.

Também menos de uma semana antes deste anúncio, as autoridades de Macau pediram esclareci-mentos ao Consulado-Ge-ral dos Estados Unidos em Hong Kong sobre o programa de espionagem global PRISM, revelado pelo ex-técnico da CIA, Edward Snowden, que viajou no final de Junho da antiga colónia britânica para Moscovo, onde se encontra a aguardar res-posta aos pedidos de asilo enviados a vários Estados.

As autoridades de Macau não negaram que o ciberataque, de que vários serviços públicos do território foram alvo, possa estar relacionado com este caso.

O secretário para a Segurança de Hong Kong, Lai Tung-kwok, rejeitou as sugestões dos Estados Unidos de que Pequim possa ter tido um papel na decisão de Hong Kong de permitir que Snowden partisse para a Rússia, ao sublinhar que o Governo agiu apenas de acordo com a lei.

Homem fez-se explodirno Aeroporto de PequimUm homem numa cadeira de rodas fez explodir uma bomba que construiu, este sábado, junto à porta do terminal 3 do Aeroporto Internacional de Pequim, ferindo-se a si mesmo, mas sem provocar outras vítimas, indica a agência oficial Xinhua. O homem, de nacionalidade chinesa, foi assistido por socorristas, acrescenta a agência chinesa de notícias, que indica ainda que a polícia já abriu um inquérito. Segundo a Xinhua, a explosão ocorreu às 18:24 locais e não causou mais vítimas. Por seu lado, a cadeia de televisão central chinesa adiantou que o incidente não causou nenhuma perturbação nos planos de voo dos aviões. Fotografias difundidas pela Xinhua mostram o pessoal médico a socorrer uma pessoa que está deitada no chão e pessoas a correr pelo terminal, que está cheio de fumo branco.

Tibetano de 18 anos auto-imolado pelo fogo Um monge tibetano morreu depois de se ter auto-imolado pelo fogo no sábado, no sudoeste da China, naquele que é o primeiro protesto do género em mais de um mês. Kunchok Sonam, de 18 anos, levou a cabo uma acção de protesto, no sábado, fora de um mosteiro no município de Aba, parte da província de Sichuan, informou a Radio Free Asia, citando residentes locais. Segundo uma testemunha, Kunchok Sonam gritou slogans a favor da liberdade do Tibete. Esta auto-imolação pelo fogo foi a primeira no período de cinco semanas, indicou o órgão de comunicação social, acrescentando que outros monges evitaram que as autoridades chinesas levassem o corpo de Sonam depois do protesto. As restrições de comunicação na área “foram intensificadas” após o incidente, segundo a organização “Free Tibet” num comunicado. Cerca de 120 tibetanos imolaram-se pelo fogo desde Fevereiro de 2009 em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês, indicou o grupo baseado em Washington “International Campaign for Tibet”, após a notícia da recente imolação pelo fogo. O Dalai Lama, laureado com o Nobel da Paz que vive no exílio, na Índia, desde 1959, tem descrito as imolações pelo fogo como actos de desespero, sobre os quais diz não ter poder de controlo, mas também não os condena.

HK UNIVERSIDADE ALVO DE ATAQUE

Contas ao léuCHINA LIBERALIZA TAXAS DE EMPRÉSTIMO BANCÁRIOS

A mãe de todas as medidas

ADVOGADO DETIDO NA CHINA ENQUANTO VISITAVA ACTIVISTA NA PRISÃO

Gaiola perigosa de entrar

empréstimos para empresas e pessoas, encerrando o que muitos observadores disseram ter sido custos de empréstimos artificialmente altos que beneficiavam os grandes credores do Estado à custa de empresas privadas.

“A reforma desta vez não expande a margem de flutuação nas taxas de depósito. A principal consideração é que as reformas das taxas de depósito

serão mais profundas e irão necessitar de condições maiores”, informou o banco central

Os grandes credores da China, que incluem Industrial and Commercial Bank of China Ltd, China Construction Bank Corp, Bank of China Ltd e Agri-cultural Bank of China Ltd, em geral resistiam à aguardada reforma, já que provavelmente afectará suas margens. Mas analistas dizem que a mudança é necessária para que o crédito seja distri-buído mais efectivamente na economia.

O facto do primeiro-ministro Li Keqiang ter adoptado a medida ape-nas quatro meses depois de assumir o cargo envia um sinal de que ele e a sua administração estão a considerar seria-mente a realização de reformas com o objectivo de reequilibrar a segunda maior economia do mundo.

Liu Weiguo, advogado conhe-cido por defender activistas políti-cos, pronunciou-se, de igual modo, no ano passado, sobre uma reforma nos ‘campos de reeducação’ pelo trabalho na China, ao assinar uma carta aberta com outros nove cole-gas de profissão.

Xu Zhiyong, um activista que lidera o movimento “Gongmeng”, defensor dos direitos civis e que insta os membros do Governo a divulgarem os seus bens para acabar com a corrupção no Parti-do Comunista, foi detido e viu os seus bens confiscados na passada terça-feira.

Na quinta-feira, Washington deu conta dos seus receios relativa-mente à detenção de Xu Zhiyong. “Apelamos às autoridades para que libertem Xu imediatamente

[e] não restrinjam a sua liberdade de movimentos”, afirmou Marie Harf, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

Xu Zhiyong é “uma grande figura pública na defesa da transparência e na luta contra os funcionários corruptos”, indicou Marie Harf, ao sublinhar que os Estados Unidos têm receio de que seja julgado por causa da sua campanha pública.

Os grupos de defesa dos direi-tos humanos têm denunciado um intensificar das operações contra activistas políticos na China, de-pois da investidura, em Março, do Presidente Xi Jinping. Pelo menos 24 foram acusados desde o fim de Março, segundo dados da Chinese Human Rights Defenders, orga-nização não-governamental com sede nos Estados Unidos.

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10 hoje macau segunda-feira 22.7.2013CONCERTO

RITA MARQUES [email protected]

N EM tudo foram rosas. Talvez não muitos saibam mas Mariza não

subiu ao palco do Venetian Theatre na melhor forma. Também poucos com certeza o notaram. Mas a fadista che-gou a admitir que lhe custara acordar às 5h em Shangai, onde actuara na noite ante-rior, para poder estar diante de todos sábado à noite. O concerto, talvez por isso, não começou à hora marcada. Mas meia hora depois. Às 20h15, entrou primeiro a sua voz com “Promete, jura”. Logo após, num longo vestido preto, com rendas reveladoras, desfilava Mariza numa passadeira de ovações.

A sala não estava ao seu jeito. A audiência, dispersa, não trazia as melhores ener-gias. E foi antes de “Rosa da Madragoa” (3ª canção) que a audiência se aconchegou,

MARIZA NÃO ENCHEU O PALCO MAS QUEM A VIU FICOU PREENCHIDO COM A SUA APARIÇÃO

São rosas, senhor, são rosas

A sala não estava ao seu jeito. A audiência, dispersa, não trazia as melhores energias. E foi antes de “Rosa da Madragoa” que a audiência se aconchegou, a seu pedido, reduzindo a imensidão do recinto, que não encheu para recebê-la. O agradecimento veio em jeito de dança

a seu pedido, reduzindo a imensidão do recinto, que não encheu para recebê-la. O agradecimento veio em jeito de dança.

A comunicação com o público era intercalada entre a língua mãe para os seus compatriotas portugueses e o inglês, em regra, para os admiradores dos quatro cantos do mundo que ali se encontravam. O “Ni hao” (Olá!) e o “Xiè Xiè” (Obri-gada) também não se mos-

traram tímidos, até porque Mariza já conhece bem a casa (Macau) que a recebe pela terceira vez.

Depois da “rapariga que perdeu o seu amor num dia de ‘Chuva’”, seguiu-se “As me-ninas dos meus olhos” onde ecoou a cumplicidade com o público, em trejeitos mais delicodoces. E foi então que se apresentou como a menina, filha de pai português que lhe introduziu o gosto pelo fado, com o qual aprendeu a con-

viver também nas travessas da Mouraria, onde se viria a estrear como “cantadeira de fados” no restaurante da propriedade dos pais “Zalala”.

Porém, a mãe moçambicana também lhe transmitiu “as raízes africanas” que sempre lhe despertaram curiosidade enquanto filha da terra de Ma-

puto. “Sempre tentei perceber essa parte de mim”, disse no concerto. E foi assim que chegou “a um do melhores artistas africanos”, Tito Paris,

Não é rainha nem foi recebida como tal. Mas é embaixadora do fado no mundo e quem conhece os trunfos da sua voz não se cansa de a ver e rever. Deu três rosas - “Rosa da Madragoa”, “Dona Rosa” e “Rosa Branca” - mas foi à terceira que viu brotar mais “energia” do público. E isso fê-la sair de Macau com a “alma cheia”

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11 concertohoje macau segunda-feira 22.7.2013

RITA MARQUES [email protected]

NA véspera do concerto, o Hoje Macau não chegou à conversa

com Mariza mas recebeu as suas palavras expectantes via e-mail. Era com “carinho e curiosidade” que queria ser acolhida numa terra que já a recebeu três vezes, depois de ter acolhido também o seu pai enquanto comandante da Ilha de Taipa. Por isso, indica, a Macau vem sempre com ânsia de reconhecer a confluência das duas culturas - portuguesa e chinesa.

“Gosto muito das culturas orientais e em Macau sinto--me em casa. Fascina-me saber que há muita influência de Portugal na cultura maca-ense. Além de que sempre tive uma imagem muito bonita, pois o meu pai viveu cá nos anos 60”, adiantou a fadista.

O espectáculo, acrescen-tou, viria a ser uma conver-gência também dos seus cinco

discos de estúdio, de “Fado em Mim” (2001) a “Fado Tradicional” (2011), onde não seriam esquecidos “os temas mais emblemáticos”. Até porque, o concerto no Venetian Theatre, grande casa da operadora Sands China, se insere na digressão mundial de 2013, que ainda vai passar por Dinamarca, Luxemburgo, Áustria, Suíça, Hungria e Alemanha. Por essa razão, não houve lugar a um “cheirinho” do novo álbum que, adiantou, está na calha. “Já estou a trabalhar nele. Está a ser feito com muito carinho e cuidado, como se fosse uma renda de Bilros”, afiançou, sem adiantar a data de lançamento.

Sobre o público, ao fim de quatro anos, data do último concerto (2009) no Centro Cultural de Macau, adiantava que tinha de ser o “bom”, independentemente das nacionalidades na plateia. Mas, não esquece, a crescente admiração do povo chinês.

Talvez, por isso, confesse, o fado desde que se tornou Património Imaterial da Hu-manidade pode agora cada vez mais ser partilhado e vivido por todos. “O Fado é Música! Música de um povo, mas música! A música não tem língua, atravessa frontei-ras e une povos e culturas. É isso que eu tento fazer com o meu Fado”, indicou.

Mas, confessa, a res-ponsabilidade pesa sempre quando é uma das principais embaixadoras da cultura portuguesa. “Sim, sinto-me um veículo que transporta a cultura de um país, de um povo que se chama Portugal. A responsabilidade de querer fazer o melhor que sei e posso, pesa sempre.”

E, após Amália Rodri-gues, que também ecoou nos quatro cantos do mundo, Mariza é vista como a sua mais promissora sucedânea e isso acarreta uma vontade destemida. Ainda assim, a comparação assusta-a. “Ser

comparada com alguém é aterrador. Amália é única e será sempre a nossa Diva”, explicou a fadista que em 2005 recebeu o Prémio Amália Rodrigues Interna-cional.

O fado viveu, mais uma vez, em Macau pela sua voz. Mas não ecoa nas ruelas da cidade. Sobre a possibilida-de de ver aqui criada uma espécie de Mouraria, numa dos bairros artísticos da cidade, Mariza não releva e parece antes acreditar que o “Fado não esteja morto em Macau». «Eu estou a caminho de estar aí! E eu canto...», assentiu.

Na China, a fadista esteve na noite de sexta em Shangai, acompanhada pela Orquestra Filarónica da China, num espectáculo que integra o cartaz do festival ao ar livre que decorre anualmente - o MISA (Music in the summer air), e acolhe grandes nomes da música clássifa e folk chinesa e internacional.

MARIZA VISITOU PELA TERCEIRA VEZ MACAU NO ÂMBITO DO “WORLD TOUR 2013”

“Em Macau sinto-me em casa”

MARIZA NÃO ENCHEU O PALCO MAS QUEM A VIU FICOU PREENCHIDO COM A SUA APARIÇÃO

São rosas, senhor, são rosas

com quem gravou “Beijo de Saudade”, em português e crioulo. E, assim, nos intro-duziu ao seu álbum “Terra”, de 2008.

“Barco Negro”, de Amália Rodrigues, pôs novamente a sala em suspenso. E, de segui-da, veio a “música dedicada aos amigos portugueses”, na qual Fernando Pessoa con-firma que “Há uma música de um povo”. Mas há lugar a dividi-la com os várias nações, disse-o, porque hoje

(e desde 2011) é património imaterial da humanidade reconhecido pela UNESCO. “O fado agora pertence ao mundo”, frisou.

MACAU COLHEU “A SUA ROSA BRANCA”Houve lugar a “guitarradas”, e a várias introduções dos seus também competentes companheiros de palco, para descanso da artista três vezes nomeada para os Grammy, que introduziram a guitarra portuguesa a quem está mais familiarizado com instru-mentos tradicionais como a “Pipa”. E, por instantes, o público foi teletranspor-tado para uma qualquer taverna de um bairro típico de Lisboa. E então houve “Mais uma lua”, “Fado primavera” e “Dona Rosa”. E depois de mais uma rosa cantada, brotaram várias de entre as vozes da plateia, que quiseram dar mais de si a Mariza ecoando a medo de pronúncia errada: “[Quem tem quem tem amor a seu jeito] Colha a rosa branca, ponha a rosa ao peito”. Um dos pontos altos. Onde o contacto entre a fadista e o público ganhou maior proximidade até porque veio até aos assentos pedir “mais energia”, que lhe foi retribuída. “Preciso de sair de Macau com a alma cheia e para isso preciso de vos ouvir”, apregoou em “Rosa Branca”.

O agradecimento fez-se sentir numa performance à capela de “Boa Noite Soli-dão”, sem acompanhamento sequer de microfone. Mas a projecção da sua voz não deixa que se sinta a sua falta. Mas ainda vinha novo “pre-sente” embrulhado no inglês de Nat King Cole, com “Smi-le”. “Para quem não entende português”, explicou. “Oh gente da minha terra” serena novamente os ouvidos mais atentos à sua música, que transporta Amália. E, antes da actuação, avança, há gente da sua terra está em toda a parte e em cada palco que a acolhe. “As pessoas da minha terra são todos vocês, não apenas os portugueses. Tentam per-ceber a minha cultura, o fado e a mim enquanto artista”, sussurrou. Mas, na fila da frente, alguém lhe mostrou as cores da terra que consagrou: o vermelho, verde e amarelo num cachecol da selecção portuguesa.

A jóia da coroa foi ouvi-da de pé mas, infelizmente, sem copo na mão. “Oiça lá Ó Senhor Vinho” faça a despedida. E fez.

Não é rainha nem foi recebida como tal. Mas é embaixadora do fado no mundo e quem conhece os trunfos da sua voz não se cansa de a ver e rever. Deu três rosas - “Rosa da Madragoa”, “Dona Rosa” e “Rosa Branca” - mas foi à terceira que viu brotar mais “energia” do público. E isso fê-la sair de Macau com a “alma cheia”

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12 publicidade hoje macau segunda-feira 22.7.2013

NOTIFICAÇÃO EDITAL (Reparação coerciva)

Lurdes Maria Sales, Chefe do Departamento de Inspeção do Trablaho, manda que se proceda, nos termos do nº 3 do artigo 9º do artigo 11º do Regulamento Administrativo nº 26/2008 – Normas de funcionamento das acções inpectivas do trabalho conjugadas com os artigos 58º , 72º nº 2 e 136º nº 2 do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, à notificação da transgressora do Auto nº 139/0708/2013, de 25 de Junho de 2013, sociedade “Café Cubos de Macau Lda”, sita na Rua de Cinco de Outubro 119B-119C, em Macau, para no prazo de 15 (quinze dias), a contar do 1º dia útil seguinte à da publicação dos presentes éditos, proceder ao pagamento das multas aplicadas no aludido auto, no valor de Mop$250.000,00 (duzentas e cinquenta mil patacas), por práticas das transgressões laborais previstas no artigo 20º da Lei nº 21/2009 – Lei da contratação de trabalhadores não residentes, de 26 de Abril, conjugado com o nº 3 do artigo 62º e artigo 77º da Lei nº 7/2008, Lei das relações de trabalho, de 18 de Agosto, e punida na alínea 6) do nº 1 e alínea 5) do nº 3 do artigo 85º da Lei nº 7/2008 – Lei das relações de trabalho. Mais acresce que sendo que de acordo com o artigo 87º da Lei nº 7/2008, a pena de multa prevista na alínea 6) do nº 1 do artigo 85º é convertível em prisão nos termos do Código Penal. Por outro lado, a notificada deve, no mesmo prazo, proceder ao pagamento da quantia em dívida aos trabalhadores não residents LIANG QISHENG, TAN BINGJUN, TAN XIUPING, FAN GUANGLIN, LUO WEIMING, CHEN ZHENLI, ZHOU GUOBIN, MAI ZHIHONG, ZHUO MANYING e TAN XIUFEN no valor de Mop$258.955,00 (duzentas e cinquenta e oito mil e novecentas e cinquenta e cinco patacas), devendo ainda, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao termo do atrás citado prazo, fazer prova do pagamento efectuado.

A cópia do auto, a notificação, o mapa de apuramento da quantia em dívida aos referidos trabalhadores não residents e as guias de depósitos deverão ser levantados, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, nºs, 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1º andar, Macau, sendo facultada a consulta do processo em causa, instruído por estes Serviços.

Decorridos os prazos, sem que tenha sido dado cumprimento à presente notificação, seguir-se-á tramitação judicial, com a remessa do auto ao Juízo.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 11 de Julho de 2013.

A Chefe de DepartamentoLurdes Maria Sales

NOTIFICAÇÃO EDITAL (Pagamento da multa aplicada)

Lurdes Maria Sales, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, manda que se proceda, nos termos dos artigos 14º e 15º do Regulamento Administrativo nº 26/2008 – Normas de funcionamento das acções inspectivas do trabalho, conjugados com os artigos 68º, nº 2 do artigo 72º e nº 2 do artigo 136º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, à notificação do transgressor da Notificação nº 55/R/2013, senhor OLFINDO, WILLIAM CUEVAS, residente na Praceta do Bom Sucesso, nº 48, Edifício Pou Fong Kok, 26 andar W, Macau, para no prazo de 15 (quinze dias), a contar do 1º dia útil seguinte ao da publicação dos presents éditos, proceder ao pagamento da multa da aludida notificação, no valor de Mop#20.000,00 (vinte mil patacas), por prática das infracções administrativas previstas no nº4 do artigo 26º e artigo 27º da Lei nº 21/2009 – Lei da contratação de trabalhadores não residentes, nº 2 do artigo 23º da Lei nº 21/2009 – Lei da contratação de trabalhadores não residents, conjugado com nº 3 do artigo 17º da Lei nº 7/2008 – Lei das relações de trabalho, artigo 20º da Lei nº 21/2009 – Lei da contratação de trabalhadores não residentes, conjugado com nº 6 do artigo 63º da Lei nº 7/2008 – Lei das relações de trabalho e punida nas alíneas 3) e 4) do nº2 do artigo 32º da Lei nº 21/2009 – Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes, as alíneas 3) e 9) do nº 1 do artigo 88º da Lei nº 7/2008 – Lei das relações de trabalho, devendo ainda, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao do termo do atrás cistado prazo, fazer prova do pagamento efectuado.

As cópias da informação e do despacho, a notificação e a guia depósito deverão ser levantadas, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, nº 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1º andar, Macau, sendo facultada a consulta do processo nº 6681/2011, instruído por estes Serviços.

Decorridos os prazos, sem que tenha sido dado cumprimento à presente notificação, é lavrada a respectivda certidão e remetida à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para efeitos de cobrança coerciva nos termos legais.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 12 de Julho de 2013.

A Chefe do DepartamentoLurdes Maria Sales

N.º 72/2013 N.º 73/2013

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13hoje macau segunda-feira 22.7.2013 VIDA

A S escolas estão agora mais apetrechadas de valores ambientais. A garantia é da Direcção

dos Serviços de Protecção Am-biental (DSPA), desde que lançou o programa Eco-Escolas em 2010, já que cada vez o conhecimento sobre a protecção do ambiente se espalha pelos estabelecimentos de ensino. Só no ano passado, explica o organismo, em 17 sessões de seminários temáticos de educação ambiental que atraíram a participa-ção de mais de 5300 alunos.

Exibem-se nestas eco-escolas placas de conhecimentos temáti-cos sob o tema “Série de vida de baixo carbono - qualidade do ar e a redução dos resíduos a partir da fonte”. Há mais recursos de educação ambiental, mais acti-vidades temáticas ambientais e formação de eco-aquisição aos trabalhadores e professores de escolas.

No próximo ano lectivo, sa-lienta, serão proporcionadas mais actividades de educação ambiental

CIENTISTAS portugueses e dos EUA recolheram bacté-rias marinhas ao largo de São

Miguel e Santa Maria, duas ilhas dos Açores, que podem vir a ser utilizadas no combate de várias patologias, entre as quais o cancro. A revelação foi feita por Ana Lobo, química do Departamento de Quí-mica da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, que esteve envolvida no projecto.

“Trata-se das prodigiosinas que nós isolamos das bactérias recolhidas no mar dos Açores e que são antibióticos, anticancerígenos, antimaláricos, imunossupressores. Portanto, têm uma grande gama de actividade farmacológica e estão a ser já desenvolvidos, alguns deles, em versão farmacêutica”, declara a cientista.

Ana Lobo aponta que o projec-to teve como objectivo justamente “descobrir compostos marinhos” de bactérias marinhas que “podem ser úteis” como “possíveis medica-mentos” ou que “possam originar medicamentos”. A cientista refere que após a recolha dos compostos de origem marinha foi feita uma triagem no Centro Biotecnológico de San Diego, na Califórnia, EUA.

OS Serviços de Saúde de Macau (SSM) apelam à população para estar atenta

aos recentes casos de coronavírus da síndrome respiratória do Médio Oriente, que pode ser transmitido através de contacto próximo. Segundo informações disponibilizadas pela Or-ganização Mundial de Saúde (OMS), foram descobertos mais quatro casos no passado dia 18 nos Emirados Árabes Unidos. Contudo, os SSM confirmam que “até ao presente mo-mento, não foi detectada qualquer anomalia” nos residentes de Macau, tendo sido reforçada a “monitorização e vigilância epidemiológica” face a patologia. Os SSM avisam ainda “os trabalhadores de saúde da primeira

ECO-ESCOLAS PROGRAMA DA DSPA CONSEGUE MAIOR CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

5300 alunos assistem a 17 seminários

BACTÉRIAS DOS AÇORES PODEM VIR A COMBATER O CANCRO

A cura que vem do fundoSERVIÇOS DE SAÚDE DIZEM NÃO HAVER VÍTIMAS

Alerta para vírus do Médio Oriente

- 10 palestras sob diferentes temas - e cinco colecções de placas de exposição. E será fornecido um curso de formação sobre técnicas de aplicação a professores e tra-balhadores das escolas, para que o Guia de Gestão Ambiental para as Eco-Escolas de Macau seja melhor aplicado.

CONCURSO AMBIENTALA 3ª edição do “Projecto Peda-gógico de Educação Ambiental” recebeu este ano mais obras, agora na fase de análise. Estão 33 traba-lhos a concurso, 20 do secundário e 13 de pré-escolar e básico, que apresentaram os conhecimentos de educação ambiental aplicadas às disciplinas de literatura, inglês, geografia, belas artes e música e outras.

Por outro lado, também abor-daram a legislação local e o de-senvolvimento da área ambiental das regiões vizinhas. A lista dos premiados será divulgada nos primeiros dez dias de Setembro de 2013. - R.M.R.

linha para se manterem em alerta, e aos cidadãos para a necessidade de tomarem atenção à higiene pessoal e alimentar quando viajarem no exte-rior, evitando deslocação aos hospitais locais e contactos com os doentes”.

Os quatro novos casos confirmados nos Emirados Árabes Unidos ocor-reram num homem de 28 anos e três mulheres com idades compreendidas entre os 30 e os 40 anos. As mulheres trabalham numa instituição médica em Abu Dhabi. As informações da OMS confirmam que os quatro pacientes “tinham cuidado de doentes dos casos confirmados no passado, tendo mani-festado os mesmos sintomas ligeiros”. Sem sintomas de infecção respiratória, os quatro pacientes estão agora numa “situação clínica estável”.

Até ao momento já ocorreram 88 casos de infecção com o coronavírus do Médio Oriente, o que resultou em 45 mortes. Arábia Saudita, Qatar, Jordânia e Emirados Árabes Unidos são os países mais afectados, mas há casos em países como França, Alemanha, Grã-Bretanha, Tunísia ou Itália. “Todos estes casos têm relação directa e indirecta com os países do Médio Oriente”, avisam os SSM.

A docente da Universidade Nova de Lisboa aponta que se centraram os trabalhos em estirpes streptomyces, onde descobriram uns compostos conhecidos por prodigiosinas, que são vermelhos, e cujo nome deriva justamente da palavra prodígio.

Ana Lobo explica que as bactérias terrestres produzem compostos análogos, que são “conhecidos há muitos anos”, apareceram com “maior inten-sidade” em estátuas italianas de santos, que “supostamente choravam” sangue, gerando manifestações religiosas.

A cientista refere que as prodigiosinas são metabolitos secundários, ou seja, compostos orgânicos que não estão directa-mente envolvidos em processos de crescimento, desenvolvimen-to e reprodução dos organismos,

que se formam na bactéria depois desta ter crescido e que podem permitir a geração de produtos sintéticos e biológicos.

Ana Lobo considera que “foi interessante” que a sua equipa viesse a encontrar uma estirpe marinha não estudada com compostos análogos aos que existem em “espécie terrestre”.

A cientista portuguesa revela que neste momento se está a en-trar nos ensaios clínicos a nível mundial, uma vez que ainda não há “nenhuma droga” derivada destes compostos a ser fornecida aos doentes, acentuando que a “redução da toxicidade” pode ser feita com “alterações simples” ou “relativamente simples”.

A docente da Universidade Nova de Lisboa explica que os trabalhos de laboratório “ainda decorrem” e o “processo vai levar o seu tempo” até chegar ao mercado uma substância nova, uma vez que estes são “processos morosos”.

A cientista aponta que o interesse nestes compostos é “verificar a química”, “aumen-tar a sua estabilidade” e “reduzir a sua toxicidade”, para além de outros fatores, visando o seu aproveitamento.

Page 14: Hoje Macau 22 JUL 2013 #2897

14 hoje macau segunda-feira 22.7.2013CULTURA

Arqueólogos chineses descobrempote de bronze pintado com três mil anos

O guitarrista Custódio Castelo atuou este sá-bado no Festival Pince Cordes, em Mirecourt,

na França, onde apresentou o seu mais recente álbum, “InVentus”, se-guindo para uma residência artística em Macau.

Custódio Castelo, na guitarra portuguesa, foi acompanhado, em Mirecourt, por Carlos Menezes, no contrabaixo, e Domingos Galécio, na guitarra clássica.

O concerto antecipou a residência artística do músico, de 22 a 27 de Julho, em Macau, onde actuará com a Orquestra Chinesa de Macau, no dia 26, no Centro Cultural local.

Em Macau, Custódio Castelo é apenas acompanhado por Carlos Menezes, como director musical, e do programa consta a peça “O

JÁ começou a chegar às livrarias brasileiras a colec-ção que reúne toda a biblio-

grafia do poeta português, um dos maiores da segunda metade do século XX. E até ao fim do ano estreia um documentário.

Ruy Belo e Chico Buarque vão encontrar-se finalmente. O poeta português admirava o mú-sico e escritor brasileiro, que não chegou a conhecer. Conta Teresa Belo, sua mulher, ao jornal O Globo, que o autor de Homem de Palavra(s) encomendava muitos vinis do cantor aos amigos que viajavam para o Brasil.

Belo interessava-se muito por nomes da literatura brasileira como Carlos Drummond de An-drade, Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto, mas Chico Buarque era Chico Buarque. “Ficava muito comovido com as canções e admirava a postura política dele”, lembra Teresa Belo.

Agora, o cantor e compositor, um dos mais populares da música brasileira, é um dos convidados de um documentário sobre o poeta português que será lançado no Brasil até ao fim do ano. Vai ler dois dos seus poemas, Orla marítima e Oh as casas as casas as casas. O documentário Ruy Belo, era uma vez, de Nuno Costa Santos, reúne críticos e escritores dos dois lados do Atlântico à volta deste homem que sempre cruzou a poesia com a política ou a espiritualidade e que viria

Arte Fundação Oriente dá prémiosaos melhores jovens artistas de Macau

UM pote pintado foi descoberto num grupo de sepulturas na Província

de Hubei, centro da China, marcando a primeira descoberta de bronze pintado de uma dinastia de quase três mil anos, afirmaram os arqueólogos.

Os investigadores ainda estão a escavar o cemitério de Yejiashan na cidade de Suizhou. Acredita-se que o cemitério foi usado no enterro dos senhores do Estado de Zeng durante o início da dinastia Zhou Oeste (1046-771 a.C.).

Zhang Changping, professor da Fa-culdade de História da Universidade de Wuhan, disse que a descoberta do pote ajudará os investigadores a entender

melhor as mudanças de preferências estéticas ocorridas durante a dinastia de Zhou Oeste.

Mais de mil e quinhentas obras de bronze, cerâmica e itens laqueados foram até agora escavados das sepulturas.

Huang Fengchun, director da equipa de arqueologia que trabalha no cemitério, disse que os itens ajudarão bastante na in-vestigação sobre a cronologia da dinastia de Zhou Oeste e poderiam servir como uma importante prova para o estudo da cultura na Bacia do Rio Hangjiang.

O cemitério de Yejishan foi desco-berto em 2011 e foi uma das descobertas arqueológicas mais importantes do ano na China.

A Fundação Oriente vai atribuir pré-mios aos melhores jovens artistas do

território. Até ao dia 27 de Setembro, os interessados podem candidatar-se àquela que é a segunda edição do Prémio Funda-ção Oriente/Artes Plásticas. “Instituído com o objectivo de reconhecer e apoiar jovens artistas plásticos de Macau, em início de carreira, o prémio pretende ainda proporcionar-lhes a oportunidade de exporem o seu trabalho em Macau e ainda de desenvolverem as suas qua-lidades artísticas em Portugal”, pode ler-se num comunicado enviada pela organização aos jornalistas.

São 50 mil patacas para o artista da RAEM que apresente o melhor trabalho nas áreas da pintura, escultura, fotografia, gravura, vídeo ou instalação. “Metade daquela importância será entregue ao premiado, destinando-se o restante a

apoiar uma residência artística do ven-cedor em Portugal, durante um mês, a fim de trabalhar ou estagiar junto de uma instituição ou instituições artísticas públicas ou privadas.”

Ao prémio podem candidatar-se apenas artistas actualmente residentes em Macau ou que provem ter vivido em Macau durante os últimos dois anos, independentemente da sua na-cionalidade, portadores de Bilhete de Identidade de Residente, com idade compreendida entre os 18 e os 35 anos. Cada artista apenas poderá apresentar um trabalho a concurso.

Dos trabalhos apresentados a con-curso serão seleccionados pelo júri um máximo de 20, que serão apresentados publicamente no âmbito do IV Salão de Outono, a realizar na Casa Garden. É destes 20, que saíra um vencedor.

POESIA DE RUY BELO NO BRASIL PELA PRIMEIRA VEZ

Um autor findamental

GUITARRISTA CUSTÓDIO CASTELO, DIA 26, NO CCM COM ORQUESTRA MACAENSE

Musical portuguesa aberta ao mundoEncantador de Tristezas”, em três andamentos, e ainda as composi-ções “Ventus”, “Ausente”, “Terra de Pó” e “Inquietude”.

“O Encantador de Tristezas” será unicamente interpretado por Custódio Castelo e Menezes, e os restantes serão interpretados em instrumentos chineses pela orquestra macaense.

O CD “InVentus” é constituído por doze temas da autoria de Custó-dio Castelo, músico distinguido em 2010 com o Prémio Amália Rodri-gues para Melhor Instrumentista.

“O encantador de tristezas”, “Sobre Lisboa”, “In agradecimento Fado” – um “obrigado e um bem--haja a Amália Rodrigues” -, e “In agradecimento a Miss Morna”, homenagem a Cesária Évora e à morna, são alguns dos temas do

álbum “InVentus”, editado em Julho do ano passado, já apresen-tado em vários palcos portugueses, nomeadamente na Casa da Música, no Porto, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e no Festival de Músicas do Mundo, em Sines.

Segundo o texto que acompanha o CD “InVentus”, os 12 temas que o constituem “reflectem a vivência e uma memória [em que] se alicerça esta tradição musical portuguesa, por vocação aberta ao mundo”.

Para o musicólogo Rui Vieira Nery, citado nas notas de apresentação do álbum, Custódio Castelo “é, sem dúvida, uma das referências indiscu-tíveis da renovação da guitarra por-tuguesa, nas últimas duas décadas”.

Natural de Almeirim, Custódio Castelo construiu um instrumento aos sete anos, integrou vários gru-

pos de música popular e bandas rock, até que, através da discografia de Amália Rodrigues, descobriu o som da guitarra portuguesa pelo qual se “apaixonou”.

Acompanhou nomes como Vicente da Câmara, Amália Rodri-gues, Camané e Ana Moura, entre outros, e foi o principal compositor e guitarrista no começo da carreira de

Cristina Branco, com a qual gravou sete álbuns - uma parceria que levou a imprensa internacional a referir-se à composição musical de Castelo como “fulgurante”, “bela e perfeita”, entre a tradição e a inovação.

Desde 2008, Custódio Castelo lecciona o primeiro curso superior de Guitarra Portuguesa, no Institu-to Politécnico de Castelo Branco.

a morrer em 1978, aos 45 anos, deixando versos como estes: “É triste ir pela vida como quem/ regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro”.

Segundo o jornal brasileiro, o documentário de Costa Santos, faz parte de uma espécie de “ope-ração Ruy Belo”, destinada a dar a conhecer ao público brasileiro um autor fundamental da poesia portuguesa da segunda metade do século XX, a que chamam com frequência “poesia pós-Pessoa”. Dessa “operação” faz parte a primeira edição brasileira de toda a bibliografia do poeta, 35 anos depois da sua morte.

Nas estantes das livrarias brasileiras os seus novos leito-res já podem encontrar Aquele Grande Rio Eufrates (1961), título de estreia, e os dois seguintes - O Problema da Habitação (1962) e Boca Bilín-gue (1966). Mas até ao fim do ano a editora 7Letras promete pôr à venda os seis volumes que faltam para completar a integral do autor de A Margem da Alegria (1974), o homem que traduziu Borges e Lorca e que

amava o mar. “Amei a mulher amei a terra amei o mar/ amei muitas coisas que hoje me é difícil enumerar/ De muitas delas de resto falei”, escreveu.

Cada um dos volumes lança-dos pela 7Letras, numa colecção organizada pelo escritor e crítico Manoel Ricardo de Lima, terá um prefácio de um poeta brasi-leiro diferente, procurando fazer a ponte entre o autor português dos anos 1960 e 70 e o leitor brasileiro contemporâneo.

Para o autor de um desses prefácios (o de Boca Bilíngue), Tarso de Melo, é urgente que os grandes poetas portugueses da segunda metade do século XX, com destaque para Belo, Sophia de Mello Breyner e Herberto Helder, sejam conhecidos no Brasil. “Esses autores são capa-zes de nos fazer rever não apenas a forma como nos relacionamos com a poesia portuguesa, mas com nossa própria poesia”, escreve o também poeta, lem-brando que em Boca Bilíngue, Belo, então com 33 anos, de-monstra o seu desencanto com um país mergulhado na ditadura do Estado Novo.

É por isso que nele podemos ler poemas como Morte ao meio--dia, com versos assim: “No meu país não acontece nada/ o corpo curva ao peso de uma alma que não sente/ Todos temos janela para o mar voltada/ o fisco vela e a palavra era para toda a gente”.

Page 15: Hoje Macau 22 JUL 2013 #2897

15 culturahoje macau segunda-feira 22.7.2013

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COMUNICADO AOS EVENTUAIS CREDORES DO “RESTAURANTE PRAIA GRANDE, LIMITADA”(a “Sociedade”), sociedade comercial com sede em Macau,

na Praça Lobo de Ávila, nº 10 A, r/c, registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis

de Macau sob o nº 4994,com o capital social de MOP$26.000,00

Serve o presente anúncio para comunicar e informar todos os eventuais credores da Sociedade que os seus únicos e actuais sócios irão a breve trecho ceder a terceiros a totalidade das quotas que detêm na Sociedade.

Assim, no âmbito dessa transmissão ficou acordado entre os cedentes e os cessionários que quaisquer dívidas e/ou encargos (independentemente da respectiva natureza ou origem e quer os mesmos se relacionem com a actividade comercial da Sociedade ou com quaisquer bens, móveis ou imóveis, que lhe pertençam ou se encontrem registados em seu nome) pelas quais a Sociedade seja responsável até à data da referida cessão de quotas serão suportados pelos actuais sócios, ficando os novos sócios totalmente exonerados dessa obrigação.

Assim, ficam desde já notificados todos os eventuais credores da Sociedade para no prazo de dez dias úteis, a contar da publicação do presente anúncio, virem reclamar junto desta o pagamento dos seus eventuais créditos sob pena de, findo o referido prazo, os mesmos se considerarem extintos.

As reclamações deverão ser apresentadas por escrito, acompanhadas dos documentos comprovativos dos créditos reclamados, e entregues no seguinte endereço:

Avenida Dr. Mário Soares, n.º 25, Edifício Montepio, 1.º andar, Comp. 13, Macau.

Macau, aos 22 de Julho de 2013

B RUCE Lee, o homem que levou as artes marciais ao cinema e que ajudou a fazer

a ponte entre o oriente e oci-dente, em plena Guerra Fria, morreu há 40 anos, em Hong Kong.

Turistas, fãs de cinema ou adeptos dos desportos de combate, formam aglomera-dos cada vez mais numero-sos junto à estátua de bronze do artista, na “Avenida das estrelas”, em Kowloon, de frente para os arranha-céus de Hong Kong.

“Este monumento honra a memória de Bruce Lee e recorda-nos o sonho que tínhamos, em criança, de um mundo livre das forças maléficas pelos defensores da justiça”, é referido num ‘site’ de fãs.

O ‘chef’ Fausto Airoldi mudou-se para Macau para liderar o novo departamento de Pesquisa e

Desenvolvimento na área de comidas e bebidas do empreendimento de jogo Galaxy, com 50 restaurantes e 2.250 quartos de hotel. “Estive [no Galaxy] em Novembro do ano passado a fazer um jantar gastronómico, que correu muito bem, e convidaram-me para voltar em Janeiro para fazer uma auditoria aos processos e às cozinhas e, um mês ou dois depois, fizeram-me uma proposta de trabalho”, explicou o ‘chef’ português em entrevista à agência Lusa.

“Este é um projecto muito grande e estive sempre ligado a grandes projectos, abri o CCB, o Casino Lisboa, trabalhei na Bica do Sapato, e francamente nos dias de hoje não há grandes projectos em Portugal e este enquadra-se naquilo que quero fazer. O grupo também é muito sólido e foi isso que me atraiu”, sustentou.

O grupo Galaxy, sediado em Hong Kong, chegou a considerar contratá-lo como consultor, mas acabou por lhe “oferecer” um novo departamento para liderar. “Com a minha apresen-

BRUCE LEE, UMA LENDA ‘VIVA’ EM HONG KONG, 40 ANOS APÓS A SUA MORTE

O justiceiro universalBruce Lee (Li Xiaolong,

em chinês), nasceu na Chi-natown de São Francisco, Califórnia, e cresceu em Hong Kong, onde se tornou um ícone da cultura popu-lar chinesa, e faleceu a 20 de Julho de 1973, com 32 anos, devido a um edema cerebral.

Mestre em artes mar-ciais, Bruce Lee conheceu uma carreira breve, mas prolífica com filmes que se tornaram de culto como “Big Boss” (1972) ou “A fúria do dragão” (do mesmo ano).

Os seus filmes, porém, só mais tarde chegaram à Repú-blica Popular da China, que na altura era um país muito fechado e vivia então em plena Revolução Cultural Proletária.

Para assinalar o 40.º aniversário da sua morte, um “passeio Bruce Lee” leva os fãs sobre os passos do mestre em Hong Kong: as casas, a escola, ou mesmo um mosteiro, que aparece no filme “A fúria do dragão”.

A filha, Shannon Lee, inaugurou, no sábado, uma grande exposição no Hong Kong Heritage Museum, que inclui 600 itens que per-

NOVO DEPARTAMENTO DE PESQUISA DE COMIDAS LIDERADO PELO CHEF

Airoldi contratado pelo Galaxy

tenceram ao ícone das artes marciais, incluindo livros, cadernos, e peças de roupa.

Shannon Lee tinha quatro anos quando o pai morreu.

“Eu conheço-o de uma forma diferente. Através das pessoas que o conheciam, dos seus amigos, da minha família, mas também através de suas próprias palavras, porque ele escreveu muito”, ao anotar todos os livros que lia, afirmou.

Campeão de ‘Kung Fu’ e criador de ‘Jeet Kune Do’, uma arte marcial com as mãos desprotegidas, tem muitos seguidores, como Jackie Chan.

“Ele alcançou a fama através do Kung Fu. É como a dança e a música, é uma linguagem que é suficiente em si mesma”, afirmou o seu biógrafo, Roger Lo.

Os filmes de Bruce Lee, afirmou o biógrafo, “são como os filmes mudos de Charlie Chaplin: univer-sais”.

Para Roger Lo, “Bruce Lee construiu pontes entre as culturas ocidentais e orientais”, uma vez que ele cresceu em Hong Kong e nos Estados Unidos.

tação em Janeiro, perceberam a ne-cessidade de terem um departamento de R&D [Research & Development - Pesquisa e Desenvolvimento] e, por isso, criaram-no e, como o projecto é de vários anos e há muito trabalho a fazer, decidiram contratar-me a tempo inteiro”, explicou.

NOVOS PROCESSOSCom mais de 30 anos de experiência no sector das comidas e bebidas, Fausto Airoldi vai acompanhar toda a produção do complexo turístico Galaxy Macau, que abriu portas em 2011 com três hotéis, estando outros dois em construção, que, até 2015, aumentarão o número total de quartos para cerca de 3.500.

“Cabe-me procurar novas tecnolo-gias, novos processos, novas maneiras de fazer, mais eficientes e também ajudar os chefes de cozinha a desen-volverem ao máximo os seus menus, de acordo com as novas tendências e tecnologias da cozinha”, indicou, salientando que pretende transformar o Galaxy Macau em “líder de mercado na área das comidas e bebidas”.

Como em Macau todos os empre-endimentos turísticos têm de ter, pelo menos, um restaurante com sabores portugueses, Airoldi vai contribuir com a sua experiência para também melhorar “a parte tecnológica e de receituário” do “Gosto”, o estabe-lecimento de comida portuguesa e macaense (cozinha de fusão de base portuguesa) do Galaxy Macau, que tem agora, pela primeira vez, um ‘chef’ português, Mário Gil.

Na mesma entrevista, o chef por-tuguês lamentou a “incapacidade de Portugal de afirmar o que é português” no estrangeiro.

“O pastel de nata já foi aqui tão alterado que já não o conhecemos, já é mais pudim, mas perdemos o barco para dar a conhecer o verdadeiro”, disse, salientando que “Portugal ainda vende sol e mar, quando os chineses detestam sol e devíamos antes estar a vender a gastronomia, os museus, a cultura e até casinos”.

Apesar de os portugueses estarem em Macau há mais de quatro séculos, Fausto Airoldi considerou que não conseguiram dar a conhecer à China muito da sua cultura nem aproveitar as potencialidades do território. “Os portugueses tinham aqui um dia-mante fabuloso, mas somos muito de capelinhas, por isso, os chineses pegaram nisto e, ao fim de dez anos, Macau facturou seis vezes mais do que Las Vegas, o potencial estava cá, nós é que não soubemos aproveitar”, disse.

Ao prever que a “Ásia é uma região que vai estar a crescer nos próximos 30 anos e, em termos de hotelaria, é das mais avançadas em termos de qualidade”, Fausto Airoldi não hesi-tou em afirmar que não irá regressar a Portugal “tão cedo”.

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16 hoje macau segunda-feira 22.7.2013DESPORTO

MARCO [email protected]

S ANTOS da casa operam milagres. A jogar em casa, a Selecção de ve-teranos do território não

deixou créditos por mãos alheias e conquistou a oitava edição do Interport que todos os Verões coloca frente a frente as velhas glórias da Região Administrativa Especial de Macau e os antigos craques dos relvados da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong.

No relvado do Canídromo, os atletas do território foram quem fez a festa, ainda que o triunfo no desafio se tenha revelado tudo menos fácil. A formação oriunda da antiga colónia britânica entrou melhor na partida e conseguiu inaugurar o marcador na sequên-cia de uma boa movimentação ofensiva. O placard permaneceu

inalterado até à recta inicial da etapa complementar, quando Lei Lok Song transformou em golo a intransigência da selecção do território, repondo a igualdade no placard.

O tempo regulamentar es-gotou-se sem que nenhuma das equipas conseguissem justificar a vitória com um novo golo e o desafio acabou por se decidir na lotaria das grandes penalidades, com a formação da casa a mos-trar mais eficácia no tira-teimas a partir da marca de onze metros. Com jogadores como Ka Li Man, Domingos Chan, Sio Man e Lam Ka Koi na equipa, Macau derrotou a congénere de Hong Kong nas grandes penalidades por 4 - 1.

No desafio contra a formação da antiga colónia britânica a se-lecção de veteranos do território contou com um reforço muito especial. Francisco Manhão,

presidente da Associação dos Veteranos do Futebol de Macau, convidou Vítor Sereno para to-mar parte no desafio. O Cônsul--Geral de Portugal em Macau e Hong Kong aceitou o repto e vestiu a camisola do onze do território do principio ao fim do encontro, juntando o nome à lista dos vencedores do troféu.

Há muito afastado das lides do futebol, o próprio Francisco Manhão acabou também por calçar as sapatilhas e subir ao relvado, ainda que apenas por um quarto de hora. O dirigente da Associação dos Veteranos do Futebol de Macau tirou o véu à décima terceira edição do Torneio da Soberania.

A prova, que se disputa a 13,14 e 15 de Dezembro, será uma vez mais disputada por oito equipas e volta a trazer a Macau a equipa de veteranos do Club Sport Marítimo, dois anos

depois da formação madeirense ter marcado presença na compe-tição pela última vez.

Para além do Marítimo, a edição de 2013 do Torneio da Soberania deverá ser ainda dis-putada pelas selecções de Macau, de Hong Kong, de Taiwan, da Malásia e da Coreia do Sul. Este ano, a República Popular da China far-se-á representar na competição por um onze de Pequim.

Em 2012, o futebol português esteve representado na mais conceituada prova de veteranos da região do Delta do Rio das Pérolas pelas velhas glórias do Sporting Clube de Portugal. A décima segunda edição do Tor-neio da Soberania foi conquistada pela Coreia do Sul, que bateu Fujian no encontro decisivo da competição por duas bolas a zero. O triunfo foi o quarto consecutivo da selecção sul-coreana.

Sporting Montero em LisboaFredy Montero, avançado colombiano, de 25 anos, já se encontra em Lisboa, tendo, inclusivamente, iniciado ainda ontem a realização dos testes médicos que, quando aprovados, vão validar um contrato por cinco temporadas já assinado entre o Sporting e o jogador, que pertencia aos quadros dos norte-americanos dos Seattle Sounders mas que na última temporada esteve emprestado aos colombianos do Millonarios. Está assim colocado um ponto final na incerteza levantada nos últimos dias em relação à contratação deste jogador pelo Sporting, alimentada, inclusivamente, pelo seu empresário, Helmut Wenim, que declarou que ainda não havia acordo entre o Sporting e o jogador, que teria até outras propostas em carteira para Montero, com este já em viagem e com destino a Lisboa; um episódio que que não caiu nada bem para os lados de Alvalade.

Tottenham atento a SalvioInformações apuradas em Inglaterra apontam para avanços do Tottenham de André Villas Boas por Salvio, numa altura em que o Manchester City está já em campo para tentar tirar o extremo direito argentino de 23 anos do Estádio da Luz. Uma quantia a rondar os 30 milhões de euros não deverá ser, no entanto, suficiente para levar as águias a libertar um dos seus principais futebolistas, que custou cerca de 13 milhões. Salvio, recorde-se, esteve em foco no estágio do Benfica na Suíça, apontando três golos, dois ao Carouge, um ao Bordéus.

«Cardozo não tem condições para continuar» Na opinião de Miguel Vítor, actual jogador do PAOK, Tacuara «não tem condições para continuar no Benfica». «Foi uma situação muito grave, não só com o treinador mas também com um colega [André Almeida], acusando-o dentro de campo. Foi muito mau», justifica, acrescentando: «Se ele queria dizer alguma coisa, que o fizesse no balneário, não uma coisa que passasse para toda a gente. Acusar um colega dentro de campo, e nem percebi bem porquê, foi uma coisa muito grave, das piores que já vi no futebol.»

Nápoles Albiol confirmadoReal Madrid e Nápoles confirmaram este domingo, nos respectivos sites oficiais, o acordo para a transferência de Raúl Albiol para o clube italiano. O jogador assinou contrato válido por quatro temporadas. Os clubes não revelaram o valor do negócio, porém, estima-se que o Nápoles tenha desembolsado 11 milhões de euros para garantir os serviços do jogador de 27 anos. Albiol poderá, no entanto, não ser o único reforço do Nápoles proveniente do Santiago Bernabéu já que Aurelio De Laurentiis, presidente do clube, está em negociações avançadas pelo avançado Gonzalo Higuaín. Segundo a Imprensa italiana, os dois clubes já chegaram a acordo para a transferência do internacional argentino.

MARÍTIMO CONFIRMADO NO TORNEIO DA SOBERANIA

Veteranos vencem Hong Kong

BARCELONA LUIS ENRIQUE APONTADO À SUCESSÃO A TITO VILANOVA

Bom filho à casa tornaLUIS Enrique, novo treina-

dor do Celta de Vigo, equi-pa espanhola de futebol que

está a estagiar em Melgaço, poderá ser o sucessor de Tito Vilanova no comando técnico do FC Barcelona, noticia a agência EFE.

Segundo a EFE, no contrato celebrado entre o clube galego e Luis Enrique ficou definida uma

cláusula de rescisão no valor de três milhões de euros, mas o documento não deverá estar ainda registado na Federação Espanhola de Futebol (RFEF).

Caso o contrato já tenha dado entrada nos serviços da RFEF, Luis Enrique deixa de ser opção para o FC Barce-lona, já que o artigo 162 dos regulamentos do organismo

não permite que um treinador oriente mais que uma equipa da liga espanhola na mesma época.

A EFE contactou o presi-dente do Celta de Vigo, Carlos Mourino, que se encontra junto da equipa em Melgaço, mas o dirigente recusou pronunciar-se sobre o futuro de Luis Enrique.

Luis Enrique, que repre-

sentou como jogador o FC Barcelona entre 1996 e 2004, iniciou a carreira de treinador em 2008, na equipa B dos cata-lães. Em 2011, deixou a Cata-lunha para orientar os italianos da AS Roma, onde permaneceu apenas uma temporada. Regres-sou agora ao activo quando foi contratado pelo Celta de Vigo.

Após uma recaída de um cancro na glândula parótida, problema que o afecta há quase dois anos, Tito Vilanova, de 44 anos, anunciou sexta-feira o abandono do cargo de treinador do “Barça”.

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C I N E M A Cineteatro[ T E L E ] V I S Ã O

Pu Yi

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (Diferido)14:40 RTPi Directo18:10 Cougar Town - Sr.218:30 Contraponto (Repetição)19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 TDM Desporto22:20 Escrito nas Estrelas - Final23:00 TDM News23:30 Com Ciência00:00 Telejornal (Repetição)00:30 RTPi Directo

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Consigo15:00 EUA – New Jersey Contacto - 201315:30 Em Reportagem (Madeira)16:00 Bom Dia Portugal17:00 AntiCrise17:15 Portugal Aqui Tão Perto18:20 O Teu Olhar (Telenovela)19:00 A Ilha dos Escravos20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 EUA – New Jersey Contacto - 201322:45 Verão Total

30 - FOX Sports 12:00 The Open Championship 2013 Day 415:00 MLB Regular Season 2013 New York Yankees vs. Boston Red Sox18:00 Tour De Taiwan 2013 Highlights 18:30 (Delay) Baseball Tonight International 201319:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 The Open Championship 2013 - Day 4 Highlights20:30 Issf Shooting World Cup 201321:00 NASCAR Nationwide Series 2013 - Highlights22:00 FOX SPORTS Central22:30 The Open Championship 2013 Day 4

31 - STAR Sports12:00 MotoGP World Championship 2013 - Main Races US Grand Prix13:30 FIM Supermoto World Championship 2013 - Highlights14:00 Accu-Stats One-Pocket Invitational 201317:30 FIM Supermoto World Championship 2013 - Highlights18:00 Wonderful Wimbledon Murray’s Road To The Title19:00 Rebel TV 2019:30 Auto GP World Series21:00 FINA Aquatics World 201321:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 Nissan GT Academy 201322:30 MotoGP World Championship 2013 - Main Races US Grand Prix

40 - FOX Movies12:40 Abraham Lincoln: Vampire Hunter14:25 The Da Vinci Code16:55 Once Upon A Time17:45 Ring Of Fire - Part 2 Of 219:20 Up21:00 Surf;S Up22:30 Men In Black Ii00:00 Abraham Lincoln: Vampire Hunter

41 - HBO13:00 Green Lantern14:55 A Thousand Words16:30 Star Trek Insurrection18:15 Star Trek: Nemesis 20:10 Hanna22:00 Strike Back23:30 True Blood00:30 The Iron Lady

42 - Cinemax12:30 Green Lantern: First Flight14:15 Memphis Belle16:00 Ulzana’S Raid18:00 Firewalker20:15 Piranha Ii: The Spawning22:00 Ghost Ship23:30 Eastbound & Down S308: 00:00 Curb Your Enthusiasm00:45 The Skulls Ii

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

O ESTRANGULADOR DE CATER STREET • Anne PerryEnquanto as irmãs Ellison – Charlotte, Sarah e Emily – visitam amigos e tomam chá nos melhores salões londrinos, uma das suas criadas é brutalmente assassinada. Para Thomas Pitt, o jovem e pacato inspetor destacado para o caso, ninguém está acima de suspeita. A sua investigação na requintada casa da família Ellison vai provocar reações extremas: para uns, será de absoluto pânico; para outros, de deselegante curiosidade; para a jovem Charlotte será algo mais íntimo e empolgante.

CAI O PANO • Agatha ChristieHercule Poirot regressa à mansão de Styles, palco do seu primeiro caso. Na casa está reunido um grupo que muito agrada ao Capitão Hastings. O seu choque é, pois, imenso quando Poirot anuncia que, entre eles, se encontra um assassino implacável. Nenhum dos convidados tem perfil de criminoso, muito pelo contrário. Com o passar dos anos, a saúde do detetive deteriorou-se. Será que as suas célebres celulazinhas cinzentas vão desapontá-lo pela primeira vez? «Cai o Pano: O Último Caso de Poirot» («Curtain: Poirot’s Last Case») foi originalmente publicado em 1975 na Grã-Bretanha, tendo sido editado no mesmo ano nos Estados Unidos.

hoje macau segunda-feira 22.7.2013 FUTILIDADES 17

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 31 HUM 75-95% • EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.3

POR MIM

FALO

Os ossos

[ ]

SALA 1MONSTERS UNIVERSITY [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Dan Scanlon14.00, 16.00, 19.45

DESPICABLE ME [3D] [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Chris Renaud, Pierre Coffin18.00

WORLD WAR Z [C]Um filme de: Marc ForsterCom: Brad Pitt, Marc Forster, Mireille Enos21.45

SALA 2 PACIFIC RIM [3D] [B]Um filme de: Guillermo del ToroCom: Charlie Hunnam, Idris Elba, Rinko Kikuchi, Charlie Day14.15, 19.14

PACIFIC RIM [B]Um filme de: Guillermo del ToroCom: Charlie Hunnam, Idris Elba, Rinko Kikuchi, Charlie Day16.45, 21.45

SALA 3TURBO [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: David Soren14.30, 16.15, 19.45

TURBO [3D] [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: David Soren18.00

MONSTERS UNIVERSITY [3D] [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Dan Scanlon21.30

O livro da dinastia Ming “A Criação dos Deuses” narra episódios interessantes. Um deles – na verdade dois parágrafos – conta o seguinte: Dera o príncipe Wen ordens para que fosse construída uma piscina num dos terraços do seu palácio. Passava o monarca pelas obras quando reparou num estranho volume transportado por dois servos. O que é isso, que levais aí?, perguntou o príncipe.Eram os ossos, já meio desirmanados, de um esqueleto antigo, anónimo, encontrado durante as escavações. Iam ser deitados fora. Tragam aqui os ossos – disse o soberano – , coloquem-nos numa pequena urna e enterrem-na na encosta. Seria um crime deixá-los assim expostos só porque resolvi construir uma piscina.Estas foram as ordens do príncipe que muito maravilharam as suas gentes:Que divina virtude – comentaram – A bondade do nosso senhor estende-se até aos ossos dos mortos. A sua benevolência em toda a parte é sentida e cada uma das suas acções está de acordo com a vontade do Céu.“A bondade do nosso senhor estende-se até aos ossos dos mortos.” Na verdade, foi esta frase que me chamou a atenção.É que o governante não deve estar em demasia alheado do que não é de hoje se quiser tomar boas decisões para o amanhã. Deve ter em consideração “os ossos dos mortos”, respeitá-los, pois quem respeita será respeitado.Isto é verdade na China, como é verdade nesta sua pequena parte chamada Macau. Wen e Wu foram dois grandes soberanos (c. 1000 a.C.); neles se incarnaram algumas das principais virtudes que devem assistir quem detém o poder. De uma delas não quis deixar de dar conta aos nossos leitores.

M A C A U [ S Ã ] A S S A D OCRIATIVOS Foto: Hoje Macau

• Ora aí está uma solução para o estacionamento das motas. Esta inovação aconteceu no edifício The Praia e parece-nos dentro da mais perfeita normalidade. Existe aquele pequeno detalhe de ser contra a lei, mas isso não passa de um pormenor. Que chatice estas leis que não nos deixam ser criativos!

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hoje macau segunda-feira 22.7.201318 OPINIÃO

Orville SchellJOhn Delury

AO discursar na abertura do Strategic and Economic Dia-logue, um encontro anual que reúne autoridades chinesas e americanas do alto escalão, o vice-presidente america-no Joe Biden referiu-se à sua primeira visita à China em 1976, ano da morte do camarada Mao Tsé-tung.

“Na ocasião, já estava claro que a China estava prestes a uma mudança fenomenal”.

Isso foi há 37 anos, quando a China ainda era um dos países mais pobres do mundo - mesmo depois de um século em que testou fórmulas e fórmulas para se tornar novamente uma nação sólida e poderosa.

Mas não ficou claro na ocasião se as mudanças incipientes que Biden observou realmente se consolidariam. Poucos imagi-navam que, no início do século XXI, a China estaria em posição de concorrer com os Estados Unidos económica e militarmente. Assim, depois de passar muitas gerações atolada num ciclo de reformas fracassadas e revoluções, como conseguiu a China fi-nalmente chegar a este prolongado período de dinamismo económico?

Uma das explicações mais interessantes e paradoxais tem a ver com Mao, o mesmo Mao que teve um efeito destrutivo sobre a China nas últimas décadas da sua vida. Ao arrasar o edifício da velha China de modo tão implacável, Mao na verdade abriu caminho para as reformas subsequentes empreendidas por Deng Xiaoping e, assim, foi muito im-portante para o renascimento de uma China que ele jamais imaginou ainda vivo.

Nenhum líder da China no século XX foi mais ditatorial e impiedoso no assalto à cultura tradicional do que Mao. Sob seu governo despótico, a herança confuciana da China e os velhos valores sociais foram submetidos a ataques incessantes sem pa-ralelos na história. Desde o início do século XX, reformadores como o intelectual Liang Qichao e o líder político Sun Yat-sen afirma-vam que a modernização da China exigiria destruir o velho para abrir caminho para o novo. E desejavam transformar a dócil po-pulação num conjunto de cidadãos patriotas e transformar a xenofóbica classe governante numa elite moderna e cosmopolita.

Mas nenhum dos predecessores de Mao conseguiu - ou desejou -, ter a mesma audácia ideológica, muito menos a força organizacional e a liderança implacável para desafiar os milhares de anos de cultura do modo agressivo necessário para neutralizar o estorvo da tradição à modernização.

O jovem Mao, discípulo de Liang e de Sun, era de um estofo muito mais duro. E acabou por adoptar uma forma mais radical de revolução - que se baseava na subleva-ção violenta, constante. Enquanto outros conseguiram apenas abafar a influência da antiga cultura chinesa, Mao quase extirpou suas raízes, e daí sua influência sobre várias gerações subsequentes de chineses.

A revolução capitalista de MaoAs suas sucessivas campanhas políticas

e ideológicas culminaram na Grande Revo-lução Cultural do Proletariado, que terminou apenas com a sua morte e quase rompeu os vínculos da tradição em que o pai tinha ascendência sobre o filho, o marido sobre a mulher, o professor sobre o aluno, a família sobre o indivíduo, o passado sobre o futuro e a continuidade sobre a mudança. A Revolução Cultural iniciada por Mao em 1966 foi uma década perdida de sessões de críticas vio-lentas contra pais, professores e quadros do partido, de jovens das cidades enviados para trabalhos no campo e de disputas de poder ferozes entre os líderes do alto escalão. As campanhas em massa de Mao como “Critique Confúcio e Lin Biao”, e “Destrua os Quatro Velhos” tornaram a própria tradição chinesa uma inimiga da revolução.

ROMPIMENTOOs vínculos dessa tradição atormentaram re-formadores anteriores e muitos confessaram ser incapazes também de escapar dela. Lu Xun, mestre em literatura chinesa moder-na, admitiu “redescobrir incessantemente”

dentro dele “ideias odiosas que os antigos registaram em suas obras”. Profundamente influenciado por Mao, Lu esperava que pelo menos a próxima geração pudesse ser poupada: “Permita que o homem consciente assuma o pesado fardo da tradição, que ele abra o portão da escuridão para seus filhos se evadirem para um espaço de liberdade e luz onde passarão os seus dias felizes e levarão uma vida verdadeiramente humana”. E foi este “portão da escuridão” que Mao desejava demolir.

Mas tão poderosa era a influência do pas-sado que, mais tarde, quase todas as primeiras gerações de reformadores retrocederam inelutavelmente para o “portão da escuridão” dos valores e da cultura tradicionais do qual desejaram ardentemente escapar. Liang, Lu e mesmo o fundador do Partido Comunista, Chen Duxiu, retornaram aos estudos clás-sicos chineses no fim da vida, procurando consolo nos textos antigos ao depararem com sua própria mortalidade e uma sociedade tão obstinadamente resistentes às mudanças.

Vista a partir das lentes da história, a força destruidora da revolução de Mao pode ter uma

conotação diferente, de um instrumento que era cruel, mas necessário, abrindo o caminho para qualquer coisa que surgisse. É verdade que as duas décadas finais de Mao - desde a Campanha Anti-Direitista até o Grande Salto em Frente, passando pela Grande Revolução Cultural - foram anos “perdidos” terríveis da China. Dezenas de milhões de pessoas foram perseguidas em nome da revolução perma-nente de Mao; dezenas de milhões morreram de fome por causa das medidas económicas imprudentes de Mao.

Mas, examinando através do olhar frio da história, podem ter sido exactamente esses períodos de mais completo niilismo de Mao que demoliram a velha sociedade chinesa, libertando os chineses das suas amarras tradicionais. O brutal governo de Mao foi talvez o precursor essencial, embora paradoxal, do boom subsequente da China sob o regime de Deng Xiaoping e seus su-cessores, lançando os chineses na sua busca determinada e irrestrita de riqueza e poder.

Mesmo John Fairbank, da Universidade Harvard, que iniciou os estudos modernos chineses nos Estados Unidos (e é um entu-siasta de Mao), avaliou a virtude purificadora da revolução permanente do Camarada Mao. “Na velha sociedade, os professores eram venerados pelos alunos, as mulheres eram submissas a seus maridos, e o idoso era tratado com deferência pela juventude”, escreveu, em 1980.”Demolir tal sistema de-morou muito porque era necessário mudar os valores e pressuposições aceitas na infância. Era necessário um líder com uma violenta força de vontade, um homem determinado a destruir o velho establishment burocrático sem que nada o detivesse.”

ANTICAPITALISMOEm 1966, Mao lançou a Revolução Cultural para impedir a China de “seguir o caminho capitalista”. Mas, ironicamente, seus esfor-ços acabaram por ter exactamente o efeito contrário. Um veredicto comum seria: “Sem uma revolução cultural não existe reforma económica”, disseram Roderick MacFar-quhar e Michael Schoenjals, historiadores importantes do período, em seu livro publi-cado em 2008, “A última revolução de Mao”. “A Revolução Cultural foi um desastre tão grande que levou a uma revolução cultural ainda mais profunda, exactamente aquela que Mao pretendia impedir”.

Ao forçar a sociedade chinesa a aban-donar seus hábitos antigos, Mao presenteou Deng com um vasto “canteiro de obras” onde as velhas estruturas e censuras na maior parte foram demolidas. Portanto, pronto para Deng implementar suas novas estratégias de reforma e abertura. A capacidade destruidora de Mao, que deveria preparar a China para sua versão de socialismo utópico, inversa-mente abriu caminho para a transformação da China exactamente no tipo de economia capitalista que muitos criticavam quando ele estava vivo, mas também uma nação com a qual Mao e todos os reformadores chineses modernos antes dele sonhavam construir: uma nação forte e próspera. A pergunta agora para os líderes é o que pretendem fazer com a riqueza e o poder que hoje possuem.

Ao tentar impedir a China de seguir o ‘caminho capitalista’, o líder da Revolução Cultural conseguiu exactamente o efeito contrário

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Zhou Xuefei [estagiária] Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Tiago Alcântara; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

RicaRdo Pinhotwitter.com/ricardo

Televisores ligados em salas de espera para consultas médicas: um problema clínico.

disse-me um passarinho...

19 opiniãohoje macau segunda-feira 22.7.2013

NA semana passada discutimos a questão do montante de reserva para reparações e ma-nutenção dum condomínio – fundo consolidado. Afir-mámos que a administração deste fundo assenta em três pilares: colecta, administra-ção e utilização. Da colecta já falámos a semana passada.

Hoje vamos falar dos outros dois pilares. O segundo pilar do fundo consolidado

é a administração. Administração significa a forma como a empresa de administração dum condomínio gere o fundo consolidado. O fundo consolidado é um activo dos pro-prietários individuais gerido pela empresa de administração do condomínio. Um dos deveres da empresa de administração é manter um registo do montante do fundo no livro de contas. Os donos do fundo consolidado, ou seja, todos os proprietários individuais, devem ter o direito de inspeccionar o livro de contas.

A situação torna-se mais complexa quan-do um apartamento é posto à venda. Será que o potencial comprador tem o direito de inspeccionar o livro de contas? Numa tran-sacção imobiliário, o advogado do potencial comprador tem esse direito?

Em Hong Kong, numa transacção imo-biliária, o advogado, em representação do comprador, mas não o comprador potencial, com a sua autorização (do comprador), pode exercer o direito a inspeccionar o livro de contas do fundo consolidado dessa proprie-dade. O advogado tem o dever de verificar conjuntamente com a empresa de adminis-tração o balanço do fundo consolidado, mais os juros existentes.

O fundo consolidado deve fazer parte do preço de venda de um apartamento? Se, por exemplo, o vendedor propõe vender um apartamento por 3.8 milhões e o total acumulado no fundo consolidado é de 0.2 milhões, o preço de venda é de 3.8 ou de 4 milhões?

Em Hong Kong, o montante do fundo consolidado não faz parte do preço de venda dum apartamento. No documento de consulta do Regime Jurídico da Administra-ção das Partes Comuns do Condomínio da Direcção dos Serviços da Reforma Jurídica e do Direito Internacional, como não se

refere esse problema, para o esclarecer, é melhor o vendedor da propriedade infor-mar o comprador do preço da propriedade e o montante do fundo consolidado dessa propriedade. Isto é fundamental, porque independentemente do número de vezes que um apartamento seja vendido, o fundo consolidado continua nas mãos da empresa de administração. Não pode ser devolvido ao proprietário individual. Portanto, numa transacção imobiliária, os valores devem estar especificados separadamente.

O terceiro pilar do fundo consolidado é a utilização. “Utilização” significa a forma como o fundo é gerido. Actualmente, o caso mais famoso de reparações e manutenção é o do supermercado ParknShop no Edifício Flower City. O jornal “Macau Daily Times” relatou, no dia 15 de Julho, que o conselho de proprietários do Edifício Flower City apresentou queixa à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transporte (DS-SOPT), afirmando que este caso envolvia materiais de construção ilegais, saídas de

emergência bloqueadas e a destruição de pilares. Após a investigação, a DSSOPT concluiu que “ a infiltração de água talvez tenha sido causada pela falta de manutenção das torres de arrefecimento e pela enorme concentração de equipamento de ventilação na caixa de refrigeração.” Para mais, “o local onde estava localizado o refrigerador não tem aquecimento.” Foi requerido ao ParknShop a manutenção e reparação dos danos dos pilares estruturais e do tecto da cave do Edifício Flower City.

Este caso é bom para a reflectirmos sobre a gestão do fundo consolidado.

O ParknShop é responsável pela repara-ção de todos os danos causados, incluindo a reparação do tecto da cave. Será que o Pa-rknShop pode usar o fundo consolidado para este tipo de reparações e de manutenção?

Não nos esqueçamos que o ParknShop é um inquilino e não um senhorio. Um pro-prietário tem o direito de contribuir para o fundo consolidado, mas será que um inquili-no também tem esse direito? O Documento

de Consulta do governo não esclarece esta questão claramente.

Olhemos para a situação em Hong Kong. A lei de não especifica que partes devem con-tribuir para o fundo. Tanto os senhorios como os inquilinos o podem fazer. Existem pelo menos duas condições para utilizar o fundo :

1. Reparação e manutenção da parte ex-terior e das áreas comuns do condomínio; e

2. Os danos da parte exterior e das áreas comuns são geralmente causados por depreciação e não provocados por alguém.

Se o caso do ParknShop acontecesse em Hong Kong, a segunda condição não estaria preenchida, porque os danos foram causados pelo próprio ParknShop. Portanto, ParknShop não poderia requerer a utilização do fundo para reparações e manutenção. Por outras palavras, teria de usar o seu próprio dinheiro para o fazer.

A situação em Macau é diferente. Visto que o Documento de Consulta do governo não esclarece a questão da utilização do fundo, claramente, vale a pena pensar nestas duas questões e no caso do ParknShop. Numa linguagem simples, será que um proprietário individual pode usar o fundo, para o qual contribui, para reparar danos por si causados, num condomínio, e mais especificamente, numa área comum? Será que um inquilino o pode fazer?

Se o dono ou o inquilino puderem utilizar as suas contribuições prestadas ao fundo consolidado para pagar as reparações dos prejuízos que foram causados por eles pró-prios, o fundo consolidado poderá esgotar-se facilmente. Por fim, o Conselho de proprie-tários poderá não ter dinheiro suficiente para a reparação e manutenção da parte exterior e das áreas comuns do condomínio.

Na legislação futura de Macau, será permitido que o dono de um apartamento utilize as suas contribuições prestadas ao fundo consolidado para pagar as despesas resultantes das reparações dos prejuízos na área comum, que foram por si causados? Qual o montante certo para o fazer? A po-pulação, provavelmente, poderá responder ao Documento de Consulta do governo para expressar o seu ponto de vista.

*Professor Associadono Instituto Politécnico de Macau

macau v is to de hong kongDAVID CHAN*[email protected]://blog.yahoo.com/legalpublications

Gestão de condomíniosFundo consolidado II

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Page 20: Hoje Macau 22 JUL 2013 #2897

O esquecimento é fundamental para a manutenção da nossa sanidade mental, ou seja, esquecer é tão ou mais importante do que recordar. Mas às vezes os esquecimentos são embaraçosos, aborrecidos, para não dizer chatos. Foi o que se passou na sexta-feira passada quando nos esquecemos de dizer aos nossos leitores que o “h”, o nosso suplemento, foi de férias e só volta em Setembro. Pronto! Está dito!

ESQUECIMENTO

hoje macau segunda-feira 22.7.2013

ÍNDIA DIRECTORA OBRIGA ALUNOS A COMER VENENO

Em nome do marido

Manila Cinco voos por semana A companhia aérea Tigerair Filipinas, um consórcio da Singapore Tiger Airways Holdings, quer voar cinco vezes por semana entre Manila e Macau. A empresa solicitou à Direcção de Aeronáutica Civil filipina para relocar 900 assentos para Macau, segundo a agência de notícias sobre aviações Philippine Flight Network. A possibilidade chega com o novo acordo de serviço aéreo, estabelecido em Junho entre os dois território, que prevê uma expansão dos voos. Caso seja aprovado, será o primeiro voo internacional da companhia aérea a partir do Aeroporto Internacional Ninoy Aquino. Actualmente, a companhia aérea utiliza o aeroporto Clark para os seus destinos internacionais que servem, por exemplo, Bangkok, Hong Kong e Singapura. A nova parceria possibilita ainda o aumento do número de direitos de assento entre Manila e Macau aumento em 1000 de 3500 para 4500. Os novos lugares também se destinam à possibilidade de plataforma aérea entre Macau e outros paragens nas Filipinas, excluindo Manila. O director-geral da Tigerair Filipinas, Olive Ramos, espera aumentar a fatia de mercado da companhia no segmento de companhias aéreas Philippine orçamento de 3% para 5% em 2013.

PS suspeita de escutas ilegais O secretário geral do PS, António José Seguro, suspeita da existência de escutas ilegais na sede nacional do partido, no Largo do Rato. Miguel Ginestal, chefe de gabinete de António José Seguro entregou uma queixa na Procuradoria Geral da República ao cuidado da procuradora Joana Marques Vidal. De acordo com os termos da queixa e do pedido de investigação apresentados, o PS tem dúvidas fundamentadas de que os telefones, os computadores e outros meios técnicos da sede nacional do partido estão a ser vigiados. Uma fonte da direcção do partido recusou prestar esclarecimentos porque o assunto é delicado e deve ser tratado exclusivamente nas instâncias judiciais.

Gangue burlou casinos Estoril e LisboaUm grupo de homens do leste europeu foi identificado e detido pela PSP depois de terem tentado burlar diversas «slot machines» dos casinos de Lisboa e Estoril. Os suspeitos tentaram viciar várias máquinas de jogo, mas foram detectados pelas câmaras de vigilância, o montante em causa atingiu os 50 mil euros. A primeira tentativa de burla aconteceu sábado no Casino de Lisboa, quando o grupo entrou e alguns dos elementos levavam mochilas. O jogo parecia estar correr bem, «ganharam cerca de 50 mil euros no pouco tempo que estiveram na sala», afirmou fonte do casino.

Super-Homem e Batman à cacetadaOs super-heróis Super-Homem e Batman vão enfrentar-se num novo filme, anunciaram no sábado, na Califórnia, os estúdios Warner Bros e o realizador da superprodução “O Homem de Aço”. O novo filme foi anunciado pelo realizador Zack Snyder, cabendo ao ator Briton Henry Cavil o papel de Super-Homem, enquanto o intérprete de Batman não foi ainda escolhido, uma vez que Christian Bale “abandonou a sua capa”, depois da terceira e última versão do “Cavaleiro das Trevas”, no ano passado. O filme reúne vários super-heróis na mesma produção cinematográfica, o que dá a entender que os estúdios da Warner Bros querem seguir a fórmula utilizada, com sucesso, pela Disney em 2012 em os “Vingadores”. “Sejamos honestos, é mais do que mítico ver o Super-Homem e o nosso novo Batman enfrentarem-se, uma vez que se trata dos maiores super-heróis do mundo”, disse Zack Sinyder.

Nova Zelândia Sismo de 6,5 graus Um terramoto de 6,5 graus de magnitude atingiu neste domingo a Nova Zelândia, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O abalo ocorreu a uma profundidade de 10 quilómetros. O epicentro do sismo situou-se a 57 quilómetros da cidade de Wellington, capital do país. O tremor foi sentido em toda a ilha do Norte e até em Christchurch, ilha do Sul. Não há ainda relatos de danos ou feridos. O boletim do Centro de Alarmes de Tsunami no Pacífico esclarece que até o momento não há risco de formação de tsunami. O terramoto aconteceu dois dias depois de Wellington ter tremido durante 30 segundos, na sequência de um abalo 5,7 graus de magnitude.

O mais antigo curso de verão de português dos EUA, na Universidade de Massa-chusetts, em Dartmouth, comemora este

ano a sua 20.ª edição com mais de quatro dezenas de alunos. O curso é organizado pelo Centro de Estudos Portugueses da universidade e é apoiado pela Fundação Luso-Americana para o Desenvol-vimento (FLAD), esclarece o director do centro, Frank Sousa. “Fomos o primeiro curso que surgiu no país, em 1994, e neste momento há cursos semelhantes em vários estados, o que nos enche de orgulho”, diz Frank Sousa.

“Somos conhecidos a nível nacional por ser um curso muito exigente”, explica o responsável. Frank Sousa diz que “cerca de metade dos alunos são luso-americanos que querem melhorar o seu português, outros são investigadores que estudam

temas relacionados com países lusófonos, empresá-rios que têm clientes que falam português e outros são apenas curiosos.”

O professor garante que “o ensino do portu-guês nos EUA está numa boa fase.” “É uma das poucas línguas que tem crescido todos os anos, segundo as estatisticas da Modern Language As-sociation. Ao contrário do francês ou do alemão, que têm descido, temos crescido sempre entre 5 e 10%”, diz.

Além da componente lectiva, o curso de Verão promove uma série de eventos culturais, como o Portuguese and Lusophone Film Series, um festival de cinema apoiado pelo Instituto Camões em que participa sempre um realizador português. Este ano, Vanessa S. Dias apresentou o seu documentário “Um filme Português.”

A directora de um co-légio na Índia, onde morreram 23 crian-ças esta semana por

terem ingerido comida que conti-nha um insecticida muito tóxico, obrigou os alunos a almoçarem, revela uma investigação oficial hoje divulgada.

Elementos do Governo india-no deslocaram-se ao colégio de Masrakh, no Estado setentrional de Bihar, e entrevistaram crianças do centro educativo e as suas mães para esclarecerem como ocorreu a intoxicação, refere o diário Times of India.

A investigação permitiu apu-rar que as crianças “se negaram” no início a provar a comida que lhes deram, porque tinha um “aspecto estranho” e não chei-rava como habitualmente, mas a directora do centro “ralhou-

EUA ENSINO DE PORTUGUÊS É SUCESSO HÁ 20 ANOS

Língua sempre a crescer

cartoonpor Stephff

KERRY E O PROCESSO DE PAZ

-lhes” e “obrigou-as a comer o almoço”.

“A directora insistia em que o óleo usado para preparar a co-mida não podia estar estragado, pois tinha sido comprado na loja do marido”, revelou a investiga-ção, que esclarece ainda que ela se negou a socorrer as crianças

quando estas começaram a sentir--se mal. Segundo a investigação, “as duas horas que foram perdi-das poderiam ser cruciais para salvar as crianças”, concluiu a investigação.

As crianças morreram na ter-ça-feira passada, depois de come-rem lentilhas, batatas e arroz do almoço do dia na escola. Muitas das 23 crianças, com cerca de 12 anos, foram enterradas na aldeia de Gandaman, num campo junto ao colégio que frequentavam, e que servia uma refeição gratuita por dia aos alunos pobres.

Um cozinheiro e mais 24 crianças foram tratados no hospi-tal e as autoridades consideraram que estavam então fora de perigo. A polícia tinha indicado que iria investigar como a substância tó-xica foi parar ao óleo da cozinha do colégio.