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MUITO NUBLADO MIN 14 MAX 20 HUM 60-90% EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 25 DE JANEIRO DE 2013 ANO XII Nº 2780 PUB PUB PUB Ter para ler INVESTIMENTO EM PORTUGAL Consulado anuncia programa de residência PÁGINA 4 ENTREVISTA AO EMBAIXADOR DA CHINA EM CABO VERDE Su Jian fala de “momento de perfeito entendimento” CENTRAIS PLANEAMENTO URBANO Lei com aprovação agendada para o próximo mês PÁGINA 3 ECONOMIA AMCM prevê crescimento de um dígito para 2013 ÚLTIMA Aprender o quê? Irregularidades e queixas marcam o estado da Educação em Macau Professores queixam-se de cursos extra “inúteis” apenas necessários para subir na carreira e a DSEJ suspeita de mais casos irregulares no Programa de Aperfeiçoamento Contínuo. O dia de ontem ficou marcado por um sen- timento nebuloso na área da Educação. Numa altura que tanto se fala do novo campus da UMAC na Ilha da Montanha, das parcerias com Portugal e outros países, o Governo tem em mãos mais um problema para re- solver. Como se não bastasse, o deputado Au Kam San denunciou aumentos obscenos nas propinas da MUST e pede fiscalização do GAES. PÁGINAS 2 E 5 VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) PUB h • CHINA LITERATURA E ESTÉTICA FUNDO DE SEGURANÇA SOCIAL FRANCISCO MANHÃO DEFENDE CONTRIBUIÇÕES IGUAIS NO PÚBLICO E NO PRIVADO PÁGINA 3

Hoje Macau 25 JAN 2013 #2780

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Edição do Hoje Macau de 25 de Janeiro de 2013 • Ano X • N.º 2780

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Page 1: Hoje Macau 25 JAN 2013 #2780

MUITO NUBLADO MIN 14 MAX 20 HUM 60-90% • EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 25 DE JANEIRO DE 2013 • ANO XII • Nº 2780

PUB PUB

PUB

Ter para ler

INVESTIMENTO EM PORTUGAL

Consuladoanuncia programa de residência

PÁGINA 4

ENTREVISTA AO EMBAIXADOR DA CHINA EM CABO VERDE

Su Jian fala de “momentode perfeito entendimento”

CENTRAIS

PLANEAMENTO URBANO

Lei com aprovação agendada parao próximo mês

PÁGINA 3

ECONOMIA

AMCM prevê crescimento de um dígito para 2013

ÚLTIMA

Aprendero quê?

Irregularidades e queixas marcamo estado da Educação em Macau

Professores queixam-se de cursos extra “inúteis” apenas necessários para subir na carreira e a DSEJ suspeita de mais casos irregulares no Programa de Aperfeiçoamento Contínuo. O dia de ontem ficou marcado por um sen-timento nebuloso na área da Educação. Numa altura que tanto se fala do novo campus da UMAC na Ilha da Montanha, das parcerias com Portugal e outros países, o Governo tem em mãos mais um problema para re-solver. Como se não bastasse, o deputado Au Kam San denunciou aumentos obscenos nas propinas da MUST e pede fiscalização do GAES. PÁGINAS 2 E 5

VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS)

PUB

h• CHINA LITERATURA E ESTÉTICA

FUNDO DE SEGURANÇA SOCIAL

FRANCISCO MANHÃO DEFENDE CONTRIBUIÇÕES IGUAIS NO PÚBLICO E NO PRIVADO

PÁGINA 3

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sexta-feira 25.1.2013política2 www.hojemacau.com.mo

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Tel 28594643

Travessada Praia, 17 r/c

Cecília [email protected]

O aviso foi feito pela instituição esta ter-ça-feira. Segundo o jornal Ou Mun,

a Universidade de Ciências e Tecnologia (MUST, na sigla inglesa) vai aumentar as pro-pinas cobradas aos alunos de licenciatura, argumentando que os valores não sofrem uma actualização desde 2000. Desta forma, o custo de uma licenciatura pode passar das actuais 30 mil patacas para cerca de 60 mil já no pró-ximo ano lectivo, em áreas como arte, design, biologia ou medicina chinesa. Já as propinas para os estudantes não residentes irão manter-se nas 30 mil patacas.

Contudo, os alunos vão pagar apenas uma parte des-se aumento, sendo o res-tante montante suportado com apoios da Fundação da MUST, que irá conceder cerca de 40 mil patacas para o efeito. Contudo, tal entidade recebe apoios da Fundação Macau (FM), o que já gerou criticas por parte do deputado Au Kam San. Ao diário de língua chinesa, os responsáveis pela instituição garantiram que o ajuste das propinas vai apenas render 20 milhões de patacas à universidade. A MUST afirma usar esta receita adicional para melhorar as instalações de en-sino e criar mais laboratórios de investigação no futuro.

Au Kam San voltou, assim, a questionar o finan-ciamento dado pela FM dado à Fundação da MUST. Aos jornais Exmoo News e Cheng Pou, disse que em 2012 as ajudas da FM atingiram as 100 milhões de patacas, enquanto que em 2009 a universidade recebia apenas 50 mil patacas anuais. “O ajuste das propinas ultrapassa o valor da inflação,

A Associação Novo Macau (ANM) entregou ontem

uma carta ao Gabinete de Ligação Macau-China onde

Deputado Au Kam San pede fiscalização do GAES

Propinas da MUST para locaisvão aumentar quase o dobromas todo o dinheiro é do Go-verno. Já várias vezes falei deste assunto na Assembleia Legislativa (AL), sobre o facto da FM necessitar de financiar uma universidade privada, mas nunca obtive uma expli-cação racional.” O deputado pede que o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) faça uma fiscalização das contas, no que diz respeito aos

lucros obtidos e perdas para a universidade, frisando que o Governo tem que suportar os ajustes. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o di-rector do GAES, Sou Chio Fai, afirmou que, segundo os regu-lamentos do ensino superior, o GAES “não tem poderes e funções para a intervenção nas universidades” no que diz respeito ao ajustamento

de propinas, mas prometeu “analisar a situação”.

MOTIVO? “PEDIRMAIS DINHEIRO”Segundo o jornal Cheng Pou, tanto o Fundo da MUST como a FM partilham caras bem conhecidas na sua gestão. Liu Chak Wan, construtor, é um dos membros mais influentes da FM, sendo também mem-

bro do Conselho Executivo da RAEM. Já Chui Sai Cheong, irmão mais velho do Chefe do Executivo e deputado pela via indirecta, manterá uma boa posição no Fundo da MUST, bem como na FM. Como ór-gão político, a FM é gerida no seu conselho de administração por Wu Ziliang, mas cabe a Chui Sai On, presidente do Conselho de Curadores, a

tomada de todas as decisões. Para Au Kam San, a

principal razão do ajuste das propinas é um motivo para pedir mais dinheiro à FM, acusando deste ser outro caso de “transferência de benefí-cios”. “O ajuste das propinas diz respeito à administração da universidade, mas se são en-volvidos dinheiros públicos, tal deve ser supervisionado.”

Novo Macau entrega carta ao Gabinete de Ligação por discordar de discurso de censura

Não ensinar os média a fazer artigoscontesta recentes declara-ções do vice-presidente do organismo, Li Gang. O res-ponsável terá dito, na semana

passada, que pretendia que os directores dos órgãos de comunicação social chineses deveriam “separar as ques-tões principais” das notícias que são dadas aos cidadãos, uma espécie de censura nos jornais.

Num discurso feito num jantar onde apenas os meios de comunicação social chineses foram os convi-dados a estar presentes, o vice-presidente terá feito declarações que deixaram a ANM insatisfeita.

Ontem, os funcionários do gabinete não receberam bem a presença dos mem-bros da associação nem dos jornalistas, recusando-se mesmo a tirar uma fotogra-fia de prova de recebimento da carta, acto comum em Macau.

Um dos membros da ANM, Scott Chiang, con-

sidera que numa sociedade aberta e livre, o discurso do responsável do gabinete não foi o mais correcto. “Que tipo de ideia devem passar os média aos cidadãos não pode ser uma ordem dada pelo gabinete. Queremos que o senhor vice-presidente explique bem o seu discurso. Se não, vai deixar o público com dúvidas sobre se o Go-verno Central quer liderar as opiniões principais da socie-dade de Macau. O Gabinete não tem direito a ensinar os média a como fazer artigos.”

A ANM considera que os média têm que oferecer informações imparciais e justas, sendo que cabe aos cidadãos interpretarem e concordarem ou não com a notícia, mas assegura que alguns não fazem bem isso. Contudo, a associação considera que se os funcio-

nários do Governo Central instam os média a liderar a consciência e pensamento público, não está a separar a verdadeira função do gabinete e o trabalho dos média. “Cito o que foi dito em Hong Kong, que o gabinete só arranja amigos em Hong Kong e Macau mas não governa a região. Acho que o gabinete se preocupou demais face à questão dos jornais de Ma-cau, até porque os média de Macau na língua chinesa já estão condicionados por si e poucas vezes embaraçaram o Governo da RAEM.”

A carta foi assinada em nome do jornal Oi Mun, a publicação da ANM, que surge como uma sátira do jornal Ou Mun, que a as-sociação considera sempre “silenciar” as notícias mais sensíveis. – C.L.

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ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

3políticasexta-feira 25.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

NUMA altura em que a Federação das Associações dos Operários

de Macau (FAOM) anda na rua a recolher assinaturas

Joana [email protected]

A Lei de Planeamento Ur-banístico tem aprovação

na generalidade agendada para o dia 4 de Fevereiro, depois de ter sido ontem ad-mitida na Assembleia Legisla-tiva. Dentro de duas semanas, os deputados vão poder ter nas mãos uma das leis mais esperadas do território, para analisarem e discutirem o seu conteúdo.

Recorde-se que a Lei do Planeamento Urbanístico foi tida como necessária em 2008, quando o Governo considerou ser preciso apre-sentar um projecto devido “à necessidade de um sistema de planeamento que se adequas-se à realidade de Macau”. O Executivo encomendou ao Centro de Pesquisa de Desenvolvimento Urbano da Província de Guangdong a

Macau é a cidade mais difícil para comprar casa?No seu blog, Ng Kuok Cheong mostrou ontem um gráfico sobre as cidades de todo o mundo em que é mais difícil comprar uma casa. O gráfico usa dados compilados até ao fim do terceiro trimestre de 2012 e faz a proporção entre os preços dos imóveis e a renda familiar. Hong Kong aparece como a cidade mais difícil para adquirir casa, seguido de Vancouver, no Canadá, e Sydney, na Austrália. Embora o gráfico não contenha Macau e mostre Hong Kong como o local onde é mais difícil comprar uma casa, Ng Kuok Cheong fez os seus cálculos próprios. De acordo com os dados do Governo em Novembro de 2012, o deputado concluiu que Macau é pior do que Hong Kong, ficando no primeiro local onde comprar casa é pior no mundo. - C.L.

Lei do Planeamento Urbanístico com apresentação e aprovação agendada para Fevereiro

Finalmente a caminho

Cheques deveriam ser entregues em Fevereiro O presidente da APOMAC não concorda que a ajuda pecuniária do Governo só chegue às contas bancárias da população em Abril. “Deveria pagar o montante em Fevereiro, para que todas as pessoas pudessem passar o Ano Novo Chinês um bocadinho melhor. A comunidade é, na sua maioria, chinesa, e o ano novo é uma época muito importante”, assumiu Manhão, que considera que, nos próximos anos, o processo deveria começar logo no inicio do ano.

Memorando políticoa caminhoO já anunciado candidato ao cargo de deputado pela via indirecta confessou ao Hoje Macau que está a trabalhar para esse projecto. “Já tenho um manifesto para todas as associações, clubes desportivos e centros culturais”, explicou Francisco Manhão, garantindo que ainda não tem uma data para a entrega do documento a possíveis apoiantes. “Tenho ainda de reunir com os meus colaboradores.”

realização de um estudo para o regime de planeamento urbano e a proposta de lei esteve em consulta pública no primeiro trimestre do ano passado – sem muitos dos pormenores que os deputa-dos diziam ser necessários. Contudo, não sem antes ser alvo de avanços e recuos do Governo. Em Dezembro do ano passado, por exemplo, Lau Si Io afirmou que a lei

não poderia avançar sem se saber primeiro quais as trans-formações que vão ocorrer nos terrenos a desenvolver nos novos aterros. O secre-tário para as Obras Públicas e Transportes voltou atrás em Outubro e admitiu que a Lei poderia ser entregue à AL até ao final de 2012. Só agora entrou em processo legisla-tivo, a par da Lei de Terras e da Lei de Salvaguarda do

Património, com as quais se articula.

O conteúdo do documen-to proposto prevê que bens imóveis privados possam ser expropriados, se o plano ur-banístico assim o exigir. Por exemplo, para a construção de praças, parques, jardins ou redes viárias, o Governo pode retirar as propriedades aos cidadãos e expropriá--los dos seus direitos sobre os imóveis, a troco de uma indemnização.

O planeamento urbanís-tico do território vai estar assente em dois tipos de pla-nos: o director – que assenta na estrutura geral – e os de pormenor, para zonas mais específicas, que definem re-gras para a altura dos edifícios e de aproveitamento de solos, assim como as políticas para a protecção do património cultural e do ambiente.

Previstas na lei passam

a estar multas em caso de infracção, que podem ir das 25 mil aos dois milhões de pa-tacas. Mas uma das maiores novidades no que ao plane-amento urbano diz respeito é a participação da população. Os planos urbanísticos vão depender do aval da popula-ção, sendo que a lei prevê que todos os projectos têm de ser submetidos a consulta públi-ca antes de serem aprovados pelo Chefe do Executivo. Caso o projecto seja muita alterado, será posto nova-mente a auscultação. Mas o Governo não está sozinho e além de querer os cidadãos a participar, conta ainda com a ajuda de um Conselho do Planeamento Urbanístico – um grupo constituído por cerca de 40 pessoas, entre arquitectos, especialistas e, pelo menos, quase duas dezenas de representantes do Governo.

Patrões a contribuir 20%, trabalhadores a contribuir 10%. Na opinião do presidente da Associação dos Aposentados, Pensionistas e Reformados de Macau, é assim que deve ser feita a actualização das contribuições do privado para o Fundo de Segurança Social. Francisco Manhão nem quer ouvir falar em contribuições iguais

Francisco Manhão apoia Operários na questão do FSS

Público e privado devem ter contribuições semelhantescontra o facto de patrões e trabalhadores poderem vir a contribuir de igual forma para o Fundo de Segurança Social (FSS), há uma voz que os apoia.

Francisco Manhão, pre-sidente da Associação dos Aposentados, Pensionistas e Reformados de Macau (APOMAC), e já anunciado candidato a deputado, de-fende que as contribuições devem ser iguais ao sistema já praticado no sector público. “Concordo com os Operários, e não há exemplo maior do que na Função Pública. O Governo é o patrão, contribui com 20%, enquanto que o funcionário público é o traba-lhador e contribui com 10%”, assume Manhão ao Hoje Macau, considerando que o sistema deveria ser semelhan-te para manter o equilíbrio do mercado laboral.

“O Governo deveria actualizar as contribuições gradualmente, todos os anos

ou de dois em dois anos”, acrescenta, esperando que se chegue a um consenso nos próximos meses. Mas

deixa um aviso. “A força do patronato é muito poderosa em Macau, mas o patronato tem de contribuir com mais.”

Manhão aponta ainda como solução uma actua-lização salarial no sector privado, de forma anual.

SALÁRIO MÍNIMOIGUAL PARA TODOSConfrontando com o facto do Governo já estar a prepa-rar uma proposta para avan-çar com o salário mínimo, Francisco Manhão diz que pode “servir de exemplo” para o debate sobre as con-tribuições para o FSS.

E dá uma proposta. “Acho que o salário mínimo deveria rondar as 3 mil, 3500 patacas. Não pode divergir (entre resi-dentes e não residentes), dada a carestia de vida, porque eles

(não residentes) trabalham aqui. Temos de ver o nível de inflação e de subsistência, contabilizar tudo e chegar a uma conclusão. Mas tudo depende da actividade.”

Recentemente, diver-sos entendidos na matéria disseram ao diário Ponto Final que o salário mínimo deveria ter como valor base as 25 a 30 patacas por hora, valores semelhantes aos que se praticam em Hong Kong.

Ao mesmo jornal, a Di-recção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) não soube avançar se o salário mínimo será ou não igual para residentes e não residentes. “A proposta não está concluída”, disse apenas.

Deputado Au Kam San pede fiscalização do GAES

Propinas da MUST para locaisvão aumentar quase o dobro

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sexta-feira 25.1.2013sociedade4 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

UM montante igual ou superior a um milhão de euros, a criação de 30 postos de trabalho ou

aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros são três dos critérios para qualquer investidor de um “Estado terceiro”, fora da União Europeia, poder ad-quirir a Autorização de Residência para a Actividade de Investimento (ARI). Ontem foi promovido este programa, que entrou em vigor em Outubro passado, num semi-nário realizado pelo Consulado de Portugal, com a ajuda da Agência para Investimento e Comércio Externo de Portugal - AICEP, que pretendeu atrair mais investidores estrangeiros desta feita junto de “alavancadores”, frisou o cônsul--geral de Portugal em Macau e Hong Kong.

“Esta é a primeira ocasião que temos um seminário dedicado especificamente ao assunto, com operadores já no terreno já com propostas [Caixa Geral de Depósi-tos, BES, BCP] e que convidamos a que os investidores de Macau percebam a oportunidade que aqui têm, que dêem gás a este projecto (...) Estavam empresas de imo-biliário, financeiras, advogados,

Joana [email protected]

OS residentes de Macau preocupam-se com que

seja criado “com prioridade” um mecanismo de admissão periódica das candidaturas a habitação social e a fixação de um prazo de espera. Esta é, pelo menos, uma das conclusão da ronda de auscultação pública levada a cabo pelo Instituto da Habitação (IH) de Maio a Julho do ano passado.

Isto tem vindo a ser pedido já algum tempo, uma vez que o Governo não tem datas fixas para aberturas de concurso para a aquisição deste tipo de fracções. Depois de Lau Si Io, secretário para as Obras Públi-cas e Transportes, ter avançado o ano passado que iriam ser abertos mais concursos deste tipo, o IH informou ontem que o

primeiro concurso será apenas para a distribuição de fracções de tipologia 1. “O concurso para habitação pública vai ser no primeiro trimestre deste ano”, referiu Tam Kuong Man, presidente do IH. “Vamos ini-ciar a distribuição das fracções T1 que sobram seguindo a lista dos candidatos em espera e, de-pois, vamos abrir um concurso para a atribuição também de fracções T1.”

Segundo dados apresenta-dos pelo organismo, ontem, a maioria da população inquirida sobre a Estratégia do Desen-volvimento para a Habitação Pública (2011-2020) – através de consultas públicas, internet, telefone, fax ou carta – quer ver resolvidos os problemas de aquisição de habitação da classe média e dos jovens e quer que o Governo reserve mais terrenos para a habita-

ção pública. A coordenação do desenvolvimento entre a habitação pública e o mercado imobiliário privado é outra das preocupações que quem respondeu às questões do Exe-cutivo apela a que seja tido em conta para as estratégias futuras no que à habitação diz respeito.

A consulta pública teve

lugar de 3 de Maio a 1 de Julho de 2012 e foram recebidos 423 textos de opiniões de sectores sociais, com um total de 1048 artigos de opiniões.

MAIS CASASEm estudo, o IH, diz ter ainda a actualização dos limites máximos e mínimos dos ren-dimentos para a aquisição de habitação pública. Ao mesmo tempo, Tam Kuong Man ga-rante que as 19 mil habita-ções – que deviam ter estado prontas no ano passado – estão praticamente concluídas e que as 6300 já anunciadas estarão prontas em 2015.

Mas o Governo não fica por aqui: “De certeza que vão haver mais fracções além dos das 6300, nos novos aterros vamos ter mais terrenos. Só não sabemos quantos, temos de esperar pelo planeamento.”

A ROFF, que opera na implementação de so-luções SAP, anunciou ontem a abertura de

uma nova filial em Macau e a assinatura de um contrato com a multinacional suíça Givaudan, o maior produtor mundial de aromas e fragrâncias, que se assume como o maior cliente da empresa portuguesa.

A ROFF estima que o investimento na nova filial asiática, anunciado pela empresa no evento da inauguração das suas novas instalações, em Lisboa, pelo ministro da Economia e do Em-prego, Álvaro Santos Pereira, se traduza numa facturação na ordem dos 1,5 milhões de euros no primeiro ano de actividade no mercado chinês.

A ROFF Macau dispõe actualmente de uma equipa fixa de dez consultores, sendo que o número de colaboradores da empresa no mer-cado chinês deve agora aumentar, quer através da deslocação de mais recursos europeus quer por via de contratação local.

Quanto ao acordo firmado com a multinacio-nal suíça, o maior contrato de sempre assinado pela ROFF, inclui a manutenção de um sistema integrado de gestão que permite à empresa opti-mizar os seus processos de negócio e sustentar o crescimento estratégico do grupo. O projecto irá prolongar-se por um período de 3 anos. - Lusa

Habitação pública Residentes querem mecanismo fixo nos concursos

Candidaturas só para T1ROFF abre filial em Macau e anuncia contrato com multinacional suíça

Consulado português apresentou programa de residência para investidores

Puxar os cordões à bolsa em Portugal

engenharia. A porta estava aberta e todos eram bem-vindos. E teve casa cheia”, anunciou Manuel Can-sado de Carvalho, reconhecendo mais ainda a necessidade desta promoção depois de esta semana o South China Morning Post não ter incluído o ARI num artigo de fundo sobre programas do género noutros países.

Questionado sobre se poten-ciais investidores chineses também foram alertados sobre a iniciativa, Cansado de Carvalho não hesitou. “Claro. E estavam.” Mas poucos, numa apresentação feita em inglês mas sem tradução simultânea para chinês ou português. Ainda assim,

o seminário calhou em boa hora, no dia depois de ser anunciado que a mais recente operação de venda de dívida pública teve grande pro-cura estrangeira, representando o regresso de Portugal aos mercados e de se destacar mais uma descida de juros da dívida portuguesa. Porém, para já, esta porta aberta a chineses, sobretudo tendo em conta a vantagem de Macau como plataforma comercial entre Macau, a China e os países de língua portu-guesa, ainda não teve real impacto, pelo menos a julgar pela resposta do cônsul de Portugal. “Não digo [quantos pedidos recebeu o Con-sulado]”, resguardou-se. “Sim, já

tivemos um pedido”, rectificou depois. A nova delegada da AICEP, Maria João Bonifácio, por sua vez, revelou já “ vários pedidos de vistos” de chineses, remetendo o número exacto para os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) portugueses.

LEGISLAÇÃODEVE SER TRADUZIDA Ao Hoje Macau, Rita Santos, secre-tária-geral adjunta do Fórum Macau, avançou que duas dezenas de pessoas procuraram saber mais informações sobre o ARI - sobretudo agências imobiliárias de Macau -, represen-tando as suas dúvidas questões que devem ser resolvidas. “A legislação portuguesa necessita de ser traduzida para chinês (...) Para pedir o primeiro visto para ir a Portugal para quem é de Zhuhai e Cantão, que são a maioria dos investidores chineses, precisam de ir a Pequim porque o Consulado só abarca Macau e Hong Kong”, indica.

Chegada há duas semanas ao território, Maria João Bonifácio adianta que Portugal tem muitas outras áreas de interesse e o recru-tamento de novos investidores não passa apenas pelo ARI. “Entende-mos que pode ser muito útil para os chineses que querem ter acesso ao mercado da União Europeia, mas não só. Vimos também para captar outro tipo de investimentos

que não seja apenas o ARI, que é obviamente um produto muito interessante, e dinamizar as nossas exportações, as trocas comerciais com a China, Macau e Hong Kong”, revela. E em que áreas poderá haver mais apostas? “Gostaríamos de ver investimento no sector automóvel, aeronáutica, (…) e há outros sec-tores muito apetecíveis. Máquinas, tecnologias, saúde”, enumerou.

MÁS CONDIÇÕESCOMO ATRACTIVONa sua apresentação, exaltou o menor número de direitos e privi-légios do novo Código de Trabalho português como um incentivo para os investidores. Questionada sobre esta particularidade no seu discurso preferiu falar de uma “lei laboral um pouco mais flexível” numa sociedade com “recursos humanos altamente qualificados”. “Nunca é bom quando os trabalhadores perdem benefícios mas temos de pensar que temos de tornar a economia portuguesa mais competitiva e tem de ser à força de medidas drásticas, tanto para os trabalhadores portugueses como para as empresas que também verão a sua carga fiscal aumentada (...) continu-amos a ter custos competitivos na Europa, ou seja, não entendemos que queremos atrair investimento à custa de trabalhadores a custo zero, ou seja, com preços baixos”, justificou.

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5sociedadesexta-feira 25.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Cecília Lin*[email protected]

TRÊS professores de uma instituição de ensino privada falaram ao Hoje Macau sobre a “inutilida-

de” de cursos que lhes são exigidos, a partir do novo Quadro Geral do Pessoal Docente das Escolas Par-ticulares do Ensino Não Superior, de forma a poderem aumentar o valor da sua folha salarial.

“Alguns professores não apre-sentam um certificado profissional - como uma licenciatura - e, por esse facto, são ‘obrigados’ a fre-quentar cursos extra caso queiram aumentar o seu rendimento”, expli-cou uma professora de mandarim do ensino primário que pediu o anonimato.

Joana [email protected]

A Direcção dos Serviços de Educação e Juventu-

de (DSEJ) está a investigar 11 casos “irregulares” no que diz respeito ao Programa de Desenvolvimento e Aper-feiçoamento Contínuo. Os casos continuam depois de, em Novembro, terem sido detectados rombos no valor de 22 milhões de patacas pelo Comissariado de Auditoria, por causa da DSEJ ter de-monstrado “deficiências de vários níveis” na execução, gestão e fiscalização do programa.

Ontem, o organismo reve-lou que os casos a ser investi-gados actualmente envolvem, principalmente, a integração de cursos, a utilização de formadores não qualificados e a entrega de informações incorrectas à DSEJ. Mas os problemas não se ficaram por aqui. “Para além disso, a DSEJ também encaminhou três casos suspeitos de burla ou falsificação de documentos para o Ministério Público”, pode ler-se num comunicado do organismo.

Em Novembro, os cursos aprovados que mostraram, posteriormente, deficiên-cias foram mais de 500. As principais lacunas apontadas

Comerciantes isentos de taxas este anoOs proprietários de vendilhões e de diversas bancas de comércio de rua ficam isentos do pagamento de taxas para desenvolverem a sua actividade, pelo menos este ano. A decisão foi tomada pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, cujo despacho já está publicado em Boletim Oficial. Segundo o documento, “os vendilhões, artesãos e outros operadores na rua ficam isentos, durante o ano de 2013, ao pagamento de taxas previstas” na Tabela de Taxas, Tarifas e Preços do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Segundo a mesma legislação, as taxas variam entre as mil e 1600 patacas, sendo que para os vendilhões que trabalham com estruturas fornecidas pelo IACM não têm de pagar taxas que podem variar entre as duas mil e as 2600 patacas, consoante a dimensão da estrutura. Os vendilhões e artesãos ambulantes não pagam as taxas que variam entre 250 e 600 patacas, enquanto as licenças especiais, nomeadamente para os vendilhões na praia de Hac Sá, também ficam abrangidas por esta decisão. Segundo o mesmo despacho, os arrendatários das bancas dos mercados também ficam isentos do pagamento de rendas e taxas, não sendo também cobradas as taxas de inspecção previstas na mesma tabela do IACM. - A.S.S.

Professores queixam-se de cursos extra “inúteis” necessários para subirem na carreira

Progressão a quanto obrigas

Mais de 14 mil professores frequentaram formaçõesA DSEJ deu a saber ao Hoje Macau que no ano lectivo 2011/12, o Governo já organizou 25 tipos de formação, incluindo gestão de ensino, moral e cívica, o ensino do pensamento inovador, ensino de cooperação, promoção de leitura e cooperação entre escola e casa. 14,106 professores marcaram presença num total de 337 formações. A DSEJ disse que vai fortalecer o trabalho da promoção das actividades na profissão de docentes e, ao mesmo tempo, ouvir as opiniões e propostas para rever o efeito do programa e dar apoio ao desenvolvimento profissional dos professores.

DSEJ suspeita de mais onze casos irregulares no Programa de Aperfeiçoamento Contínuo

Mais de 200 milhões em subsídios

Cursos que, segundo refere, não aumentam a sua qualidade de ensino porque muitos nem es-tão relacionados com a sua área, complementa uma professora de desporto de ensino médio. Por outro lado, são exigidos num tem-po extracurricular que deveria ser utilizado para preparação de aulas, adianta ainda.

“Como professora de desporto sou obrigada a tirar aulas teóricas

sobre gestão de ensino, ou seja, reaprender como ensinar”, indica a docente, que também preferiu não dar a cara. “Não acredito que este tipo de cursos aumentem a qualidade das minhas aulas, por exemplo.” Também a professora de mandarim se viu “obrigada” a frequentar um curso cujo objectivo tem dúvidas que lhe seja útil nas aulas que leccionar: aprender a língua inglesa.

Contactada pelo Hoje Ma-cau, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) explicou que os professores podem deixar de leccionar, se a carga lectiva for excessiva, uma vez que “estão a fazer formação e reciclagem de conhecimentos”, sendo que os professores conti-nuam a receber o seu rendimento mensal normal. No entanto, os professores consultados voltam

a frisar que apenas beneficiam os professores que já trabalham na mesma escola há mais de sete anos, ou que trabalham em diferentes instituições de ensi-no há dez anos. Além disso, há ainda outra condição. “Quando acabado o programa de estudo, os professores precisam de traba-lhar mais alguns anos na mesma escola onde leccionavam ante-riormente, e que lhes manteve o pagamento durante a ‘licença sem vencimento’”, explica a pro-fessora de mandarim. “A ideia é manter os professores por mais tempo na escola, isto porque os professores acabam por tentar encontrar melhores condições noutras escolas ou até noutras áreas, como no Governo, por exemplo.” - * com Rita Marques Ramos

pelo comissariado à DSEJ diziam respeito à forma de apreciação dos pedidos das instituições para a autoriza-ção de cursos subsidiados. É que a DSEJ não teve em conta os critérios que deve-riam ser seguidos para que fosse validada a autorização. A DSEJ foi ainda acusada de não ligar aos períodos de apresentação de pedidos es-tipulados por regulamento. Resultado: foram admitidos

pedidos para 402 cursos de 32 instituições fora do prazo e que não cumpriam sequer requisitos para tal.

Depois da polémica em torno do programa que pretende estimular a apren-dizagem entre os residentes – e que atribui cinco mil patacas por pessoa para tal -, a DSEJ vem a público afirmar que está a realizar “uma série de trabalhos de inspecção, bem como

revisão dos documentos, vistorias ‘in loco’, escolha de casos a inspeccionar, en-trevistas e acompanhamento de queixas” e que, até agora, realizou um total de 3900 vistorias. “Os resultados da situação da maior parte das instituições é boa, cor-respondendo às regras do subsídio”, assegura.

Desde o seu lançamento, que o Programa de Aper-feiçoamento e Desenvolvi-

mento Contínuo autorizou mais de 30 mil cursos e abriu 780 mil vagas. No total, já 270 milhões de patacas foram utilizados.

Quanto ao subsídio para os cursos no exterior, o mon-tante do subsídio utilizado atinge mais de 31 milhões de patacas. Os locais dos cursos do ensino superior autorizados no exterior são, principalmente, Taiwan e na China continental.

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sexta-feira 25.1.2013nacional6 www.hojemacau.com.mo

Maria João BelchiorEm Pequim

A possibilidade de um con-flito sério entre a China e o Japão começa a ser levada mais a sério, tanto

pelos dois países envolvidos, como pelos vizinhos e possíveis aliados. O cenário, cinco ilhas do mar da China oriental, é a razão que está a levar ao limite a paciência dos dois países, vizinhos que há muito têm esta disputa pendente.

Para Pequim a culpa é japone-sa. Diaoyu ou Senkaku, um nome diferente como a mais pequena das divergências nas duas visões sobre os pedaços de terra no mar da China oriental

Para o governo central chinês Diaoyu é uma questão de soberania chinesa e dos sentimentos do povo chinês. Depois de em Setembro do ano passado, várias manifestações anti-Japão terem saído à rua em diferentes cidades do país, esta quinta-feira foi a vez de sete ac-tivistas de Hong Kong e Taiwan terem tentado aproximar-se de ilha numa embarcação que foi afastada pela guarda costeira japonesa.

Num dos piores momentos das relações bilaterais entre os dois

UM indivíduo do interior da China foi hoje condenado por

fraude no valor de mais de cerca de 10,25 mil milhões de patacas, no que é descrito como um dos maiores casos de lavagem de di-nheiro da história de Hong Kong.

Oriundo da província de Guang-dong, Luo Juncheng, de 22 anos, foi condenado por um tribunal de Hong Kong a dez anos e meio de prisão, noticiou a AFP, com base na imprensa local e em declarações de um porta-voz judicial.

Luo Juncheng foi responsável por operações de lavagem de di-nheiro diárias no valor de cerca de 50 milhões de patacas entre Agosto de 2009 e Abril de 2010, de acordo com documentos apresentados em tribunal que citam depoimentos.

Cerca de 13,1 mil milhões de patacas passaram por contas bancárias registadas em Hong Kong em nome de Luo Juncheng, entre Agosto de 2009 e Abril de 2010, período em que permaneceu na Região com um visto de duas entradas.

De acordo com a AFP, não ficou clara a proveniência do di-nheiro. O funcionário judicial não confirmou os detalhes do caso e o escritório de advocacia que re-presentou o réu escusou-se a fazer comentários quando contactado pela agência de notícias francesa.

Na leitura da sentença, a juíza Esther Toh observou que, apesar de Luo Juncheng ter agido sob instruções do interior da China, ele foi responsável pela gestão das

contas bancárias em Hong Kong e que, além de ter agido como agente de remessas, intermediou a gestão do dinheiro, indicou a rádio e televisão pública de Hong Kong (RTHK).

Nesse sentido, a juíza instou as autoridades a prestarem mais atenção ao papel dos agentes de remessas em casos de lavagem de dinheiro.

Em consequência do aumento do número de casos nos últimos anos, Esther Toh Toh disse que devia ser considerada a revisão da pena para os crimes de lavagem de dinheiro.

O crime de lavagem de di-nheiro é punido com uma pena de prisão máxima de 14 anos em Hong Kong.

A economia chinesa deverá crescer 8,2% em 2013 e 8,5% no ano

seguinte, segundo as previsões anun-ciadas na quarta-feira em Washington pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Trata-se de um valor que corres-ponde a mais de o dobro da média mundial de crescimento prevista pelo FMI para 2013 e 2014 (de 3,5% e 4,1%, respectivamente) e uma subida de 0,4 pontos percentuais em relação aos resultados económicos da China em 2012.

Indústria chinesa registou em Janeiroo maior crescimento dos últimos dois anosA indústria chinesa registou o maior crescimento dos últimos dois anos em Janeiro de 2013, confirmando a recuperação da segunda maior economia mundial, indicou ontem o Hong Kong Shanhgai Bank (HKSB). De acordo com o índice elaborado mensalmente por aquele banco britânico, a actividade industrial da China em Janeiro atingiu 51,9 pontos, mais do que 51,5 pontos do mês anterior. (Abaixo dos 50 pontos, como aconteceu durante um ano consecutivo, até Novembro passado, significa contracção). “Apesar de uma ainda tímida procura global”, o aumento do consumo interno deverá potenciar a “recuperação em curso na China”, disse um economista do HKSB citado pela France Press.

Diaoyu é mais que uma desavença de vizinhos

Um equilíbrio precáriopaíses, a tensão tornou-se a regra. O anúncio do aumento do orçamento de defesa pelo Japão, o primeiro em dez anos, pode não chegar para preocupar a China mas começa a criar tensão com outros países.

CADA VEZ MAIS DRONESPouco depois de assumir o cargo, o novo primeiro-ministro Shinzo Abe anunciou recentemente uma revisão do orçamento de defesa definido para 2011-2016. O ob-jectivo é renovar o arsenal militar e aumentar o número de militares. Na água e no ar as patrulhas de vi-gilância são cada vez mais comuns. Shinzo Abe já disse que a posição japonesa nesta questão não está aberta a negociações.

Do lado chinês também não há lugar para debates sobre quem tem direitos sobre as ilhas.

No mês passado o governo central anunciou que em breve vai realizar testes aéreos com um drone

fabricado na China. O primeiro drone produzido nacionalmente pode ser, segundo alguns analistas, uma cópia de um modelo americano, o X-47B. Depois de algumas fotos terem sido publicadas num jornal chinês em Novembro passado, resta agora saber para quando os primeiros testes.

Do lado japonês estas informa-ções são vistas com cada vez mais apreensão. E o mesmo se aplica aos Estados Unidos que tem o

compromisso de proteger o Japão em caso de ataque.

A turbulência nas águas do mar da China Oriental não parece estar para terminar em breve. A imprensa oficial chinesa anunciou no ano passado o objectivo de construir onze bases navais para drones até 2015. Para as forças militares chinesas, nenhum esforço será em vão para recuperar as ilhas Diaoyu.

A disputa sobre o território está

Chinês condenado num dos maiores casosde lavagem de dinheiro em Hong Kong

50 milhões de patacas por diaEconomia chinesa deverá crescer 8,2% em 2013 e 8,5% em 2014, prevê FMI

Mais do dobroda média mundial

A China é a segunda maior eco-nomia mundial, a seguir aos Estados Unidos, e no quarto trimestre de 2012 interrompeu o abrandamento dos últimos dois anos, crescendo 7,9%, mais 0,5 pontos percentuais do que do trimestre anterior.

A outra grande economia emer-gente, a Índia, deverá crescer 5,9% em 2013 e 6,4% em 2014, prevê também o FMI.

Quanto ao Brasil, as previsões apontam para um crescimento de 3,5% em 2013 e 4% em 2014.

O FMI reviu em baixa as perspectivas económicas para a zona euro em 2013, de 0,2% para -0,2%, e salientou que os países europeus continuam a apresentar riscos para a conjuntura mundial em recuperação.

Na actualização das perspecti-vas económicas mundiais (‘World Economic Outlook’, em inglês), a instituição dirigida por Christine Lagarde considerou que “a zona euro continua a constituir um grande risco para a conjuntura global” e que, os riscos de uma estagnação prolongada na região da moeda única vão crescer se o ritmo de reformas não for mantido.

também relacionada com a riqueza de recursos de gás natural na área. As patrulhas chinesas têm vindo a aproximar-se da zona exclusiva japonesa num passo que Tóquio considera uma provocação.

A tensão que começou no final do Verão passado reflecte-se por enquanto principalmente nas relações económicas.

Em breve a China terá um novo governo que vai herdar esta complicada situação de status quo entre os dois países. Em Março será anunciado o governo assim como o próximo orçamento militar. No primeiro discurso à Nação como primeiro-ministro Li Keqiang vai certamente anunciar uma posição pública do novo governo central.

No Estados Unidos há já um investimento maior no treino téc-nico para operadores de drones do que em pilotos e é Washington é quem primeiro vende estes aviões não tripulados ao Japão.

China e Japão estão em lados opostos. Numa região que parece cada vez mais atribulada com impasses sobre territórios e águas, resta saber quem fica do lado de quem numa situação em que os dois vizinhos dizem não haver mediação possível.

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7sexta-feira 25.1.2013 www.hojemacau.com.mo região

O ministro da Justiça de Timor-Leste, Dionísio Babo, disse esta quarta--feira que a prisão da

antiga responsável pela pasta Lúcia Lobato mostra que o sistema judi-cial timorense está a crescer e a ter mais credibilidade. “Eu lamento, porque é uma amiga e colega do

A Comissão Nacional Antinarcóticos da Indonésia disse que Timor-Leste conti-

nua a ser considerado um país de trânsito para a entrada de drogas na Indonésia, noticiou quarta-feira a edição na Internet da revista indonésia Tempo.

Segundo o chefe de divisão de relações públicas da Comissão Nacional Antinarcóti-cos da Indonésia (BNN), Sumirat Dwiyanto, Timor-Leste é frequentemente utilizado como destino de trânsito antes das drogas serem transportadas para a Indonésia.

A guarda anti-drogas “tem recusado afrou-xar o controlo da fronteira de Timor-Leste. Um guarda desprevenido pode ser uma janela de oportunidade para os traficantes de droga en-trarem na Indonésia”, disse Sumirat Dwiyanto, citado na notícia da Tempo.

Coreia do Norte planeia novo teste nuclear e ameaça EUAA Coreia do Norte anunciou esta quinta-feira que prepara um novo teste nuclear e que continuará com o seu programa de lançamento de satélites e mísseis de longo alcance – acções, afirmou o governo norte-coreano, dirigidas aos Estados Unidos, país classificado como inimigo. O regime de Pyongyang fez esta advertência através de um comunicado publicado pela agência estatal KCNA, apenas dois dias depois do Conselho de Segurança da ONU ter ampliado as sanções contra o país comunista devido ao seu recente lançamento de um foguete. “Não ocultamos o facto de que os satélites e mísseis de longo alcance que continuaremos a lançar e o teste nuclear que vamos realizar estarão dirigidos ao inimigo jurado do povo norte-coreano, os Estados Unidos”, diz o texto.

PIB sul-coreano subiu 2%em 2012, o valor mais baixo dos últimos três anosO Produto Interno Bruto da Coreia do Sul subiu 2% em 2012, o crescimento mais fraco em três anos devido à crise económica mundial, revelam dados preliminares divulgados ontem pelo Banco da Coreia. Os dados supõem uma contracção de quatro décimas face à última previsão do Banco da Coreia, que em Outubro tinha assegurado um crescimento económico de 2,4% para 2012 depois de duas revisões em baixa. O crescimento estimado de 2% também traduz uma queda acentuada face aos dados de 2011 quando o Produto Interno Bruto da Coreia do Sul aumentou 3,6%, bem como contra os dados de 2010 quando aquela que é a quarta economia asiática avançou 6,2%. Para 2013, o Banco da Coreia prevê, na última análise feita a 11 de Janeiro, um crescimento de 2,8% depois das primeiras previsões apontarem para uma expansão do Produto Interno Bruto de 3,2%.

Prisão de Lúcia Lobato mostra que sistemajudicial de Timor-Leste está a crescer, diz Governo

Lição para ganhar credibilidade

Timor-Leste ainda é porta de entrada de droga na Indonésia

Com escala em Singapura

antigo Governo, mas, por outro lado, elogio o sistema judicial de Timor-Leste por ter a coragem de fiscalizar os actos do Governo”, afirmou Dionísio Babo.

Segundo o ministro da Justiça, a prisão, na terça-feira, de Lúcia Lobato para cumprir cinco anos de prisão, a que foi

condenada por participação eco-nómica em negócios, mostra que o sistema judicial está a crescer e a ficar mais maduro na tomada de decisões em casos deste peso. “Com esta decisão, o sistema judicial passa a ter também mais credibilidade perante o povo”, sublinhou.

Para Dionísio Babo, a prisão de Lúcia Lobato serve também de lição aos membros do Go-verno, funcionários públicos e para outras pessoas que traba-lhem em instituições do Estado, que, disse, precisam de ter mais cautela quando tomarem deci-sões relacionadas com despesas públicas.

Lúcia Lobato vai cumprir cinco anos de prisão no Esta-belecimento Prisional de Gleno, em Ermera, depois de o Tribunal Distrital de Díli a ter condenado por participação económica em negócios.

O crime é relativo à aqui-sição de fardas para equipar guardas prisionais da Direcção Nacional dos Serviços Prisio-nais e de Reinserção Social.

Na sentença proferida pelo tribunal, a ministra foi também condenada ao pagamento de cerca de 32 mil patacas.

No âmbito deste processo, um funcionário do Ministério da Justiça timorense também foi condenado a cinco anos de prisão e ao pagamento de uma multa ao Estado superior a 370 mil patacas.

Segundo a revista, nos últimos quatro meses a Comissão Nacional Antinarcóticos intensificou a cooperação com a Polícia Nacional de Timor-Leste no âmbito da for-mação, troca de informação e na resolução

de casos. “As drogas são provenientes da Índia ou Singapura e têm como destino Ku-pang (em Timor Ocidental), Jacarta (capital da Indonésia) e Medan (ilha de Samatra)”, disse o responsável.

A Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) tem feito várias apreensões de droga nos últimos meses.

Em declarações aos jornalistas no pas-sado mês de Outubro, o comandante da PNTL, comissário Longuinhos Monteiro, disse que a droga com destino à Indonésia é proveniente do Irão e depois transportada para o continente africano, seguindo para a Índia e o Nepal.

O comissário Longuinhos Monteiro explicou também que a droga entra em Timor-Leste através de Singapura.

Diaoyu é mais que uma desavença de vizinhos

Um equilíbrio precário

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sexta-feira 25.1.2013www.hojemacau.com.mo8 entrevista

A caminho dos 37 anos de relações diplomáticas, China e Cabo Verde, vivem cada vez mais momentos de perfeito entendimento. O apoio recebido da China é bem interpretado em várias frentes sociais, segundo o jornalista observou. São bastantes e importantes esses apoios. Estruturais, muitos deles, como é o exemplo das barragens. Colocado em finais de Novembro passado como representante diplomático em Cabo Verde, o embaixador Su Jian, figura muito simpática e pude verificar que estimada, já exerceu em Timor-Leste, nos anos 90 integrou o Grupo de Ligação Conjunto China-Portugal, faz-nos agora, no seu amplo gabinete na Praia, o ponto da situação e importância desses apoios, configurando outros

Su Jian, embaixador da China em Cabo Verde

“Cabo Verde é um amigo fiel, por isso o forte apoio da China”

Helder [email protected]

O grande objectivo da China em Cabo Verde, que o novo embaixador da República Popular da China (RPC),

mencionou ao Hoje Macau, vai no sentido, do “reforço das relações entre os dois países, não somente no campo económico como também cultural e profissional”. Su Jian fez mesmo questão de pormenorizar: “estimular e incrementar, reforçando as relações bilaterais entre instituições culturais dos dois países, por exemplo, entre bibliotecas e bibliotecas, entre museus e museus, entre grupos de artistas de um e de outro lado. Muitos cabo-verdianos têm manifestado interesse em conhecer mais de perto diferentes aspectos da cultura chinesa, inclusivamente da cultura chinesa dos nossos dias. Como todos sabemos, vários filmes chineses têm recebido prémios internacionais. Pois há muita gente em Cabo Verde que deseja maior aproximação ao cinema chinês, às telenovelas chinesas, e a outros ramos culturais. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que

esses exemplos, e outros, sejam pro-jectados aqui, que fiquem ao alcance dos cabo-verdianos que o desejarem. A nossa amizade e cooperação também passa por estes exemplos”.

São cada vez mais frequentes as permutas de visitas de trabalhos entre diplomatas dos dois países. Naturalmente, que os grande em-preendimentos apoiados substan-cialmente pela China neste país, são bem visíveis, havendo outros já projectados e que estão dando a Cabo Verde impulsos fortes e fun-damentais como é fácil observar.

Alguns desses empreendimentos: - Em 2013 será inaugurado na Ilha de Santiago o Estádio Nacional - “a maior obra erguida em Cabo Verde depois da Independência”, comenta o embaixador Su Jian.- O Palácio Presidencial cujas obras vão ter início em breve. - A Barragem do Poilão, na Ribeira Seca, Ilha de Santiago, a primeira grande obra hidráulica em toda a história de Cabo Verde, inaugurada há cerca de quatro anos.- O Complexo Educativo na Ilha do Sal.

- O Projecto de Governação Elec-trónica.- A 2.ª fase do Hospital Central na cidade da Praia, a capital, a iniciar muito em breve.

Posteriormente à entrevista ao embaixador da China, Francisco Mendes, ligado ao Ministério das Relações Exteriores de Cabo Verde, profundo especialista nos assuntos chineses e ex-delegado, em Macau, junto do secretariado permanente do Fórum Macau, figura incontornável quando se fala da China com sentido culto e atento, além da sua tradicional e inexcedível disponibilidade, ouvido informalmente pelo Hoje Macau,

comentou a importância do funciona-mento da Barragem do Poilão para a agricultura e para os mercados: “São um milhão e sete mil metros cúbicos de água. Notam-se os verdes que crescem nos locais, mas não é tudo, os mercados dizem o outro lado dos benefícios trazidos pela barragem. Por exemplo, a mandioca que antes custava cerca de cinco euros, agora o preço nem chega a um euro. Foi nítida a baixa de preços nos produ-tos hortícolas. Anteriormente havia grande dificuldade de acesso a água subterrânea para a agricultura e muitos diziam que as barragens não seriam possíveis pelo facto de o nosso país ser definido por ilhas que não suportariam

“Uma paixão! Macau é uma cidade de culturas diferentes, como uma cidade de museus, a própria cidade é um museu guardando diferentes culturas. Ainda não voltei depois de 1994, ouvi falar do muito progresso, muitos casinos (risos). Mas espero que os artistas, os intelectuais tenham também o seu espaço digno, apesar dessas expansão dos casinos, porque a cultura deve ter o seu espaço próprio”

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9sexta-feira 25.1.2013 www.hojemacau.com.mo entrevista

[Cabo Verde] é “um bom modelo de estabilidade social e política, um grande exemplo para o continente africano, pois aqui nunca foi disparado um tiro depois da independência. Outra razão é a importância “geoestratégica de Cabo Verde, a sua localização e influência junto a África, e a dois passos da Europa e da América do Sul”

Su Jian, embaixador da China em Cabo Verde

“Cabo Verde é um amigo fiel, por isso o forte apoio da China”

o peso das barragens, neste caso desta barragem. Então os chineses constru-íram e agora todo o mundo reconhece o grande benefício que esta barragem trouxe ao nosso País”.

Sobre o complexo educativo na ilha do Sal, também fomos infor-mados que será uma escola técnica com vocação para o Turismo. E quanto ao mencionado Projecto de Governação Electrónica, fomos complementarmente elucidados, ainda por Francisco Mendes, de que se trata de equipar modernamente o Governo com as denominadas TIC’s, que são as tecnologias de informação e comunicação, alicerçadas por redes de comunicação, computadores, câmaras, telefones, de modo, por exemplo, a existir um tratamento automático de informação, comuni-cação dessa informação através de hardware e software, com transmis-são através de redes de computadores e outros meios de comunicação. “No fundo e em síntese, este Projecto de Governação Electrónica vai permitir completar a ligação total e eficiente entre todos os serviços do Estado em todas as ilhas, portanto tudo

em rede. A primeira fase destas ligações já está feita, agora é a fase de criação de um centro, uma base de dados com bastante dimensão, permitindo desenvolver um assina-lável parque tecnológico. A ponto de ser possível a criação de empresas no sector das novas tecnologias de informação, baseadas aqui mesmo em Cabo Verde. Após este projecto estar terminado, notar-se-á o grande salto significativo nesta matéria. E existem negociações entre os dois países para novos projectos de grande dimensão que trarão a Cabo Verde, assinaláveis progressos, como é o caso da Cabnave, empresa cabo-verdiana de reparação naval, instalada na ilha de S. Vicente, que está negociando com empresas chinesas do ramo. Um projecto to-talmente empresarial. Naturalmente que poderá haver capital vindo da China, mas sobretudo o know-how chinês”, resume Francisco Mendes.

A IMPORTÂNCIA GEOESTRATÉGICA DE CABO VERDEVoltando à entrevista ao embaixador Su Jian, “a China oferecerá os seus

préstimos para novos projectos infra-estruturais em Cabo Verde de modo a dinamizar a economia deste país, ajudando definitivamente o seu desenvolvimento sustentável”. Por um conjunto de razões, este apoio forte a Cabo Verde por parte das autoridades da China. Em resumo, podemos considerar assim essas razões: a amizade e bom relaciona-mento de quase quatro décadas, e o facto de, na expressão usada pelo embaixador Su Jian, Cabo Verde ser “um bom modelo de estabilidade social e política, um grande exemplo para o continente africano, pois aqui

nunca foi disparado um tiro depois da independência. Outra razão é a importância “geoestratégica de Cabo Verde, a sua localização e influência junto a África, e a dois passos da Europa e da América do Sul”.

Este embaixador garante ao Hoje Macau que “a China tem o cuidado de estar sempre trabalhando para ajudar um amigo fiel que é Cabo Verde, apesar da crise financeira internacional. Desejamos, inclusiva-mente, aumentar a nossa assistência e os nossos investimentos neste país, fomentando o encontro e o negócio entre empresários de ambos os lados” Sobre que áreas estão interessados os empresários chineses, ficámos sabendo que “nas pescas, no turismo, na formação profissional, nas infra--estruturas, sempre com as empresais cabo-verdianas e o aval do Governo de Cabo Verde”.

Mantendo um discurso onde as preocupações culturais também são evidentes, o experimentado diplo-mata Su Jian conheceu Macau de perto. Especialmente nos anos 90 do século passado, pois entre 1991

e 94 pertenceu ao Grupo de Ligação Conjunto. À pergunta sobre que recordações de Macau respondeu afectuoso: “Uma paixão! Macau é uma cidade de culturas diferentes, como uma cidade de museus, a pró-pria cidade é um museu guardando diferentes culturas. Ainda não voltei depois de 1994, ouvi falar do muito progresso, muitos casinos (risos). Mas espero que os artistas, os inte-lectuais tenham também o seu espaço digno, apesar dessas expansão dos casinos, porque a cultura deve ter o seu espaço próprio”.

O Hoje Macau entrevistou o embaixador Su Jian, na véspera da chegada de uma delegação chinesa integrando elementos de Macau como o secretário para as Finanças Francis Tam e dirigentes do Fórum de Macau como Rita Santos. Comen-tário deste anfitrião: “ Eu considero muito importante este laço entre Macau-China e Cabo Verde, neste caso. Macau tem muitos pontos semelhantes com Cabo Verde. São dois territórios que dão importância à cultura, ao património cultural, ambos possuem muitos artistas em vários ramos da Arte”

E a importância de Macau na dinâmica política da China? “Muito importante”, respondeu o embaixador, prosseguindo: “Para promover as relações chinesas com Cabo Verde temos três mecanismos: a Comissão Conjunta Económica, Comercial e Técnica. o Fórum de Cooperação Sino-Africano, e o Fórum de Macau”.

Por fim, mas não no fim das importâncias, solicitado a endossar uma mensagem a Macau, região que ele conhece, antecipadamente o embaixador Su Jian sublinhou ser uma mensagem importante. Esta: “Espero que Macau possa ser realmente uma plataforma, um bom ponto de ligação entre a China e, neste caso Cabo Verde. Existem todas as facilidades: a língua, aspectos culturais, isso é muito importante. Fazerem coisas juntos, neste país, será muito importante e exemplar como colaboração trilateral”.

“A China oferecerá os seus préstimos para novos projectos infra-estruturais em Cabo Verde de modo a dinamizar a economia deste país, ajudando definitivamente o seu desenvolvimento sustentável”

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sexta-feira 25.1.2013vida10 www.hojemacau.com.mo

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www. iacm.gov.mo

Notificação n°.001/DM/SIS/2013

Considerando que não se revela possível notificar o interessado, por ofício, te-lefone ou outra forma, para efeitos de prosseguimento do respectivo processo admi-nistrativo sancionatório, nos termos dos artigos 10°, 58° e n°. 1 do art° 72° do “Có-digo do Procedimento Administrativo”, aprovado pelo Decreto-Lei n°. 57/99/M, de 11 de Outubro.

Ordeno, assim, por meu despacho de 15 de 01 de 2013 e nos termos do n° 2 do art° 72° e dos art°s 93° e 95° do “Código do Procedimento Administrativo”, o início do procedimento administrativo, com vista a rescisão do contrato de arrendamento, contra FU MOK FONG(傅木房), arrendatário da banca de Produtos Refrigerados n° 26, situada no 2° do Mercado do Iao Hon, por se haver verificado a interrupção da exploração da respectiva banca por um longo período de tempo, tendo, porém, o arrendatário o direito de apresentar as suas alegações no decurso do procedimento.

O arrendatário acima mencionado deve, no prazo de 10 (dez) dias, a contar do dia seguinte ao da publicação desta notificação, comparecer na Divisão de Mercados do IACM, sita na Avenida do Ouvidor Arriaga, n°. 70 A, Edf. Fortune Tower, 1° andar, para efeitos de audiência; caso contrário, expirado o prazo, prosseguirá o procedimento admi-nistrativo com vista à rescisão do contrato de arrendamento da referida banca.

Nos termos do n° 3 do art° 95° do “Código do Procedimento Administrativo”, a falta de comparência do notificado não constitui motivo bastante para adiamento da audiência, mas, caso apresente uma justificação razoável até ao termo do prazo que lhe foi fixado, poderá ela ser adiada.

Macau, aos 15 de 01 de 2013

O Vice-Presidente do Conselho de Administração

Lei Wai Nong

A 26 de Janeiro de 2012, um grupo internacional de especialistas de

gripe das aves tinha decidido impor a si próprio a suspen-são do estudo das mutações do vírus H5N1 da gripe das aves que o poderiam tornar transmissível pelos espirros entre seres humanos. On-tem, numa carta enviada às revistas Nature e Science, os mesmos 40 signatários declaram que tencionam retomá-las.

A moratória fora decidi-da na sequência das críticas levantadas por uma parte da comunidade científica na altura da publicação, naquelas mesmas revistas, de dois artigos - respecti-vamente da autoria de Ron Fouchier, do Centro Médico Erasmus (Holanda), e de Yoshihiro Kawaoka, da Universidade do Wisconsin (EUA) - sobre as questões

Especialistas retomam investigação com vírus mutantes da gripe das aves

Entender a doença

de segurança ligadas ao facto de criar, em laborató-rio, vírus H5N1 mutantes adaptados ao contágio por via aérea entre mamíferos, tal como uma vulgar gripe sazonal. Na altura, a ênfase foi posta na ameaça bioter-rorista, mas actualmente as preocupações estão mais

viradas para os riscos de eventuais “fugas” acidentais de tais vírus.

Inicialmente prevista para durar dois meses, a moratória acabaria por se prolongar por um ano, para “explicar ao público os be-nefícios para a saúde destes trabalho, descrever as medi-

das que permitem minimizar os riscos e dar tempo aos países para rever as suas po-líticas”, nomeadamente de biossegurança, lê-se na carta agora publicada (acessível em http://www.sciencemag.org/site/special/h5n1/). Os defensores destas investiga-ções têm argumentado que conhecer o número mínimo de mutações que tornariam o H5N1 numa nova praga humana global deverá per-mitir não só desenvolver vacinas, mas criar sistemas de alerta, caso essa com-binação de mutações surja naturalmente.

Os mesmos signatários de 2012 - Fouchier, Kawa-oka e um elenco de estrelas

mundiais da gripe das aves - assinam, portanto, esta nova carta, considerando que essas metas foram atingidas. E que, na medida em que uma série de países já redefiniu as suas normas de biossegurança e aprovou as pesquisas nessas condi-ções, é urgente retomá-las. Apesar de os EUA, o maior financiador mundial na área através dos Institutos Na-cionais de Saúde (NIH), não ter ainda dado a sua resposta e não se saber quanto é que ela poderá ainda demorar. “Por que é que os outros países deveriam esperar pelos Estados Unidos?”, disse ontem Fouchier, du-rante uma conferência de imprensa telefónica inter-nacional organizada pela Science, salientando, aliás, que combinações de duas mutações por eles identifi-cadas antes da moratória já foram detectadas em H5N1 no Egipto.

ASSINAR POR BAIXOInterrogado pelo jornal Público sobre quais os países que já responderam afirmativamente - ou que estarão em vias de o fazer -, o investigador disse serem basicamente os países onde se localizam os laboratórios dos signatários: Alemanha,

Canadá, China, EUA, Ho-landa, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia. “Não tenho uma lista dos países”, decla-rou, “mas a Holanda, Canadá e, em princípio, todos os países da União Europeia já deram a sua aprovação”. O Japão, salientou, pelo seu lado, Kawaoka, ainda não o fez.

Todavia, reconheceram estes cientistas, os níveis de biossegurança exigidos aos laboratórios para evitar fugas ou a contaminação dos que neles trabalham não estão harmonizadas a nível mundial. Mas esperam que a Organização Mundial da Saúde venha a agir nesse sentido.

O debate está, contudo, longe de estar encerrado. Muitos cientistas continuam a criticar a realização destas investigações - e subsistem dúvidas inclusivamente entre os signatários da nova carta. Ilaria Capua, do Instituto Zooprofiláctico Ex-perimental de Pádua (Itália), admite na Nature os seus receios ao jornalista Declan Butler. Não com o punhado de laboratórios com altos padrões de segurança ac-tualmente envolvidos, mas “com o risco de proliferação deste tipo de investigação a mais longo prazo”.

Concretamente, onde é que as pesquisas poderão ser retomadas nas próximas se-manas? Fora dos EUA e sem fundos dos NIH. O que por enquanto exclui totalmente a equipa de Kawaoka e parcialmente a de Fouchier.

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11sexta-feira 25.1.2013 www.hojemacau.com.mo cultura

De acordo com o disposto no artigo 13.º do Orçamento da Região para o ano de 2013, aprovado pela Lei n.º 17/2012, os bens imóveis adquiridos com destino à habitação, até ao valor de $3 000 000,00 (três milhões de patacas) encontram-se isentos, no referido ano, de imposto do selo sobre transmissão de bens, pelo que se comunica o seguinte:

I. Para beneficiar da isenção do referido imposto do selo, devem os contribuintes apresentar requerimento em conformidade, junto da Direcção dos Serviços de Finanças, desde que preencham os seguintes requisitos.

1. sejam residentes permanentes da Região Administrativa Especial de Macau, maiores de idade, e,2. não sejam proprietários, no ano de 2013, de qualquer bem

imóvel (tais como: bens destinados a habitação, a comércio, a escritório, a indústria, a estacionamento de veículos motorizados, etc.) na Região Administrativa Especial de Macau, salvo casos em que se detenha apenas um imóvel destinado ao estacionamento de veículos motorizados.

II. Considera-se proprietária a pessoa singular que tenha adquirido bens imóveis por qualquer um dos documentos considerados como fonte de transmissão para efeitos fiscais, independentemente do registo de aquisição na Conservatória do Registo Predial.

III. A transmissão de bens imóveis a terceiro que não seja por motivo de sucessão hereditária, no período de 3 anos contados da data da concessão da isenção, determina a caducidade da mesma, devendo o seu beneficiário, antes daquela ocorrer, proceder ao pagamento do imposto do selo que seria devido nos termos gerais.

IV. Os contribuintes que obtiveram o benefício fiscal desta natureza em anos anteriores, não têm direito à isenção atrás mencionada.

Aos 8 de Janeiro de 2013.

A Directora da DSF

Vitória da Conceição

AVISOISENÇÃO DE IMPOSTO DO SELO SOBRE TRANSMISSÕES DE BENS

José [email protected]

A aclamada pianista fran-cesa Hélène Grimaud está em Macau pela primeira vez para inter-

pretar este sábado, no Grande Au-ditório do CCM, pelas 20h, obras de Mozart, Liszt, Berg e Bartók. Em conferência de imprensa ontem realizada nas instalações do CCM a pianista falou sobre o recital que a traz até Macau. Para além da sua paixão pela música, Grimaud é também uma pessoa que se assume comprometida com várias causas.

Apoiante vocal da Amnistia Internacional, entre outras orga-nizações de defesa dos Direitos Humanos, em 1999 fundou o Wolf Conservation Centre (WCC) em Nova Iorque, que é hoje uma das mais importantes instituições na luta pela preservação desta espé-cie. Descrita como uma intérprete emotiva e espiritual, a multiface-tada pianista francesa tem uma abordagem única dos compositores clássicos. “Não é fácil sobre isso. Acho que não me compete a mim e não é fácil de definir por palavras a minha interpretação musical. Mas acho que o mais importante é ser honesto, ter respeito pela partitura e ter alguma vontade de correr riscos. Fazer com que num recital as pessoas sintam que a peça está

Andreia Sofia [email protected]

AUTOR do blogue “Ma-cau Antigo” e da obra

“Macau, os anos da guer-ra:1939-1945”, João Botas está a preparar novos projec-tos, que deverão ver a luz do dia ainda este ano.

Ao Hoje Macau, o autor confessou que está a preparar uma biografia sobre Manuel da Silva Mendes, que viveu no período compreendido entre 1867 e 1931, obra que deverá ser publicada em formato livro no final deste ano. Contudo, esperam-se mais iniciativas, como a “colocação de uma placa alusiva a Manuel da Silva Mendes na sua antiga casa, hoje sede de um instituto das Nações Unidas”, em Macau, bem como a edição da obra em formato e-book, depois de publicada a versão em papel.

Para colaborar neste pro-jecto, João Botas confirma que conta “com o apoio do professor António Aresta, um especialista na matéria”, tendo já enviado convites para António Conceição Júnior e o arquitecto Carlos Marreiros.

Com uma viagem a Ma-cau planeada para breve para obter mais apoios e realizar

Livro deverá ser lançado em Outubro ou Novembro deste ano

João Botas está a preparar biografiade Manuel da Silva Mendes

Recital de Hélène Grimaud com obrasde Mozart, Liszt, Berg e Bartók no CCM

Viagem à Europa Central

a ser escrita nesse momento. Esse deve ser o objectivo principal de uma actuação ao vivo,” disse Hé-lène Grimaud.

Questionada pelo Hoje Macau sobre o programa que vai apresen-tar em Macau, Grimaud revelou

que o alinhamento do recital do próximo sábado lhe é muito caro. “ Este é um programa que guardo no coração. Embora tenha gravado estas peças num disco há dois anos, nunca as tinha tocado antes e gosto de as levar a todo lado. O próximo

disco está a sair e isto representa o fim de um ciclo,” disse a pianista.

Juntar compositores tão diver-sos num recital tem para Grimaud uma explicação. “Tive sempre um grande fascínio pelo império Austro-Húngaro. Pode olhar-se

para o programa e dizer que histó-rica e geograficamente o programa vai muito para além do império Austro-Húngaro, mas apesar disso eu vejo-o como uma viagem pela Europa Central. Começando com Mozart que está antes do começo deste império, passando pelas Danças Populares romenas de Bartok, que dá uma cor triste e trágica ao programa. Remete-nos para todos os acontecimentos sem sentido que tiveram lugar, ignoran-do etnias e agrupando populações em constelações que não eram as delas. É algo que me diz muito. A escolha da sonata de Mozart não é inocente. Não podia ser outra, tinha de ser esta. É a mais dramática, a que fala mais na primeira pessoa. Está cheia de contrastes, é quase violenta. É uma partitura atípica e assombrada para Mozart, cheia de alternâncias entre andamentos ‘fortíssimo’ e ‘pianíssimo’ , disse a pianista francesa, acrescentando que é “quase uma antecipação do que estava para vir com Beetho-ven.”

Segundo Grimaud, o programa está imbuído de uma dramaturgia forte que ganha dimensão quando se juntam peças musicais. “ Sempre achei fascinante juntar partituras. Todas elas ganham uma outra luz em conjunto e soam de forma di-ferente do que se estivessem a ser tocadas noutro contexto.”

mais pesquisas, o autor con-tou ainda que esta será uma obra de distribuição gratuita. “Em troca do apoio finan-ceiro, cada patrocinador irá receber um determinado número de livros, de acordo com o montante do apoio.”

HOMEM DE LETRASE DO DIREITOEsta biografia é a terceira obra de João Botas, que

pretende homenagear uma figura que diz estar “esque-cida”. “Serão apresentados documentos inéditos, desde artigos de sua autoria a fo-tografias. Vai abordar a vida e obra de Manuel da Silva Mendes, homem de espírito multifacetado: professor e reitor do Liceu, advogado, juiz, presidente do Leal Senado. Teve ainda tempo para se dedicar ao estudo

da filosofia taoísta e da arte chinesa, e em ambos os cam-pos revelou-se um profundo conhecedor. A sua colecção particular serviu de base ao aparecimento do Museu

Luís de Camões e hoje é um dos mais importantes espólios do Museu de Arte de Macau.”

“Não obstante a importân-cia da sua vida e obra, sobre Manuel da Silva Mendes paira

um manto de silêncio não só injusto como inexpli-cável. É por tudo isto que se justifica o aparecimento desta biografia”, explica ainda o autor.

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sexta-feira 25.1.2013desporto12 www.hojemacau.com.mo

Marco [email protected]

O anúncio já era há muito aguardado, mas agora

é mesmo oficial. A última grande referência do pugi-lismo amador rendeu-se aos encantos dos milhões movi-mentados pelos principais circuitos mundiais da moda-lidade e juntou-se na quarta--feira, em Pequim, ao grupo de atletas representados pelo promotor norte-americano Bob Arum. O chinês Zou Shiming, campeão olímpico em Pequim e em Londres, assinou um contrato com a empresa Top Rank para com-petir como profissional e o batismo de guerra do lutador nos grandes palcos do boxe internacional deve ocorrer em Macau. O bi-campeão olímpico deverá ser uma das figuras de proa da série de combates de que o resort Ve-netian Macau será palco no início da Primavera. Será no maior casino do mundo que se vai decidir a seis de Abril o título mundial da World Boxing Association na ca-

tegoria de pesos “mosca”, com o filipino Brian Viloria a colocar o título a concurso num combate em que deverá ter como adversário o mexi-cano Juan Francisco Estrada.

O nome do primeiro adversário de Zou Shiming nas andanças do circuito profissional ainda não é conhecido e os responsáveis pela promotora Top Rank também não foram muito expansivos quanto às condi-ções que norteiam o contrato anteontem assinado. Por esclarecer estão questões como o número de combates em que o campeão olímpico vai competir na sua época de estreia como profissional ou o retorno garantido ao mais conceituado lutador chinês da actualidade. Numa conferência de imprensa organizada em Pequim ao início da noite de quarta--feira, Bob Arum qualificou Zou Shiming como um dos maiores talentos do boxe mundial e garantiu que vai fazer o que está ao seu alcance para transformar o campeão olímpico numa

figura de proa da modalidade a nível mundial: “Zou possui um talento incrível e não é difícil perceber porque razão é tão popular na República Popular da China. Farei tudo o que me for possível para assegurar que Zou Shiming terá uma carreira espectacu-lar como pugilista profissio-nal”, assegura Arum.

Zou Shiming, de 31 anos, era visto por muitos como o melhor lutador amador na categoria de peso “mosca” ligeiro. Medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, o atleta chinês renovou o títu-lo olímpico no último Verão, depois de já se ter sagrado campeão do mundo em 2005, 2007 e 2011. Tido como um dos desportistas mais popu-lares da República Popular da China, Zou é conhecido dentro de portas pela sua extraordinária velocidade e pela ligeireza do seu jogo de pernas. São estas as armas com que o atleta chinês quer triunfar num circuito profissional da modalidade que tem em Macau a sua primeira paragem.

Zou Shiming estreia-se como profissional em Macau

O amadorismo já era

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SALA 1THE GRAND MASTER [B](FALADO EM CANTONÊS E MANDARIM LEGENDADO EM CHINÊS)Um filme de: Kar Wai WongCom: Tony Leung Chiu Wai, Ziyi Zhang, Chen Chang14.30

THE IMPOSSIBLE [C]Um filme de: Issara Nadee, Patchanon Thumjira, Kirati NakintanonCom: Apinya Sakuljaroensuk, Peter Knight, Ray Macdonald16.45, 21:30

LES MISÉRABLES [B]Um filme de: Tom HooperCom: Hugh Jackman, Anne Hathaway, Russel Crowe, Amanda Seyfried, Eddie Redmayne, Aaron Tveit, Samantha Barks, Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen18.45

SALA 2THE TOWER [C](FALADO EM COREANO LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)14.30, 16.45, 19:15, 21:30

SALA 3THE LAST STAND [C]Um filme de: Kim Jee-WoonCom: Arnold Schwarzenegger, Zach Gilford, Forest Whitaker14.15, 16.05, 17:55, 19.50

THE GRAND MASTER [B](FALADO EM CANTONÊS E MANDARIM LEGENDADO EM CHINÊS)Um filme de: Kar Wai WongCom: Tony Leung Chiu Wai, Ziyi Zhang, Chen Chang21:45

sexta-feira 25.1.2013 13www.hojemacau.com.mo futilidades

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:45 RTPi Directo19:00 TDM Talk Show (Repetição)19:30 Resistirei20:30 Telejornal21:15 Ler + Ler Melhor21:30 Regresso a Sizalinda22:10 Escrito nas Estrelas23:00 TDM News23:30 Portugueses Pelo Mundo00:20 Telejornal – Repetição01:00 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Sexta às 915:10 Percursos16:00 Bom Dia Portugal17:00 Cuidado com a Língua 17:15 15º Aniversário da RTP África18:00 Ler +, Ler Melhor19:05 Depois do Adeus20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:10 Portugal no Coração

30 - ESPN12:00 China National Table Tennis Champs15:00 Southern Classic 201217:30 Premier League Darts 201219:00 The Football Review 2012-201319:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201320:00 (LIVE) Asean Basketball League 2013 Chang Thailand Slammers vs. Singapore Slingers22:00 Sportscenter Asia 201322:30 AFF Suzuki Cup 2012 Final, 2nd Leg Thailand vs. Singapore

31 - STAR Sports12:00 (LIVE) Australian Open 2013 Women’s Doubles Final/ Mixed Doubles Semifinal

16:30 (LIVE) Australian Open 2013 Men’s Singles Semifinal19:00 Rolex FEI World Cup Jumping 2012/1320:00 Ifmxf Freestyle Motocross World Championships 201220:30 500 Great Goals21:00 Game 201221:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 FINA Aquatics World 201322:30 Game 201223:00 Motorsports@petronas 201223:30 Score Tonight 2013

40 - FOX Movies11:40 Glee: The Concert Movie13:05 Spy Kids14:35 Kung Fu Hustle (Mand)16:15 Stand By Me17:45 Perfect Catch19:30 Cloudy With A Chance Of Meatballs21:00 Shark Night22:35 Fair Game00:25 Spy Kids

41 - HBO13:00 New Year’S Eve15:00 Barbershop 216:50 Pay It Forward 19:00 The Adjustment Bureau 20:45 Harry Potter And The Deathly Hallows23:00 Underworld: Awakening00:30 Sleepy Hollow

42 - Cinemax12:30 Star Trek Vi14:20 Terminal Velocity16:00 The Spy With A Cold Nose17:30 Calendar Girl19:00 Batman: Year One20:05 Jaws Iii21:45 Epad On Max22:00 Profugos23:45 My Soul To Take

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SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Toadas, boatos. Que mia muito. 2-Bruto. Malícia (Fig.). Protecção. 3-Vogais. Iguais. Vaso bojudo, de gargalo estreito, geralmente de barro. Idem (abrev.). 4-Encerrado. 5-Paraíso terreal. Eleve, erga. 6-Comida (Prov.). Instrumento que serve para determinar a direcção vertical. 7-Corrente de água. Segurar-se com as gavinhas. 8-Carboneto de hidrogénio proveniente da destilhação da hulha. 9-Carta de jogar. Importunes, enfades. Consoantes iguais. 10-Faz doação. Combinação, mistura (Prep.). Jogo semelhante ao da paciência. 11-Evitas um mal. Zunir, zumbir.

VERTICAIS: 1-Irradiem. Rio que banha o distrito de Beja. 2-É engnado. Entregar, Debaixo de. 3-De outro modo. Ave fabulosa, única no seu género, a qual durava séculos e que, queimada, renascia das próprias cinzas (Mit.). Avenida (abrev.) 4-Espécie de resina perfumada que corre das incisões feitas no tronco do benjoeiro. 5-Tal como foi ditto. Verniz preto ou vermelho. 6-Dá pancada, bate. Vielas. 7-Porção de terra cercada de água por todos os lados. E não. 8-Agregareis. 9-Imprime. Luneta. Cobalto (s.q.). 10-Rio da Rússia. Ave corredora. Doutora (abrev.) 11-Porto abrigado. Declamador.

HORIZONTAIS: 1-ECOS. MIADOR. 2-MAU. SAL. ABA. 3-II. BILHA. ID. 4-T. FECHADO. A. 5-EDEN. A. ICE. 6-MANJA. PRUMO. 7-RIO. B. ELAR. 8-S. XILENIO. A. 9-AS. MACES. DD. 10-DOA. COM. CRO. 11-OBVIAS. ZOAR. VERTICAIS: 1-EMITEM. SADO. 2-CAI. DAR. SOB. 3-OU. FENIX. AV. 4-S. BENJOIM. I. 5-SIC. A. LACA. 6-MALHA. BECOS. 7-ILHA. P. NEM. 8-A. ADIREIS. Z. 9-DA. OCULO. CO. 10-OBI. EMA. DRA. 11-RADA. ORADOR.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

Aqui há gatoESTOU VICIADO!Queridos mulher e filhos,

Estou viciado. Caso ainda não tenham dado conta de onde passo os meus dias e noite, consecutivos, venho aqui confessar-me. Se, até ao momento, o meu ar de zombie, o meu cheiro (a álcool, tabaco, perfume barato e a pitada de transpiração a nervoso miudinho), os meus ornamentos de ouro, as malas Chanel e Louis Vitton com que te brindei mulher e a ameaça - que tentei ocultar com desleixo alcoolizado - ainda não me denunciaram, quero ao fim de dois dias declará-lo. E, desde logo, caso se perguntem de que vício padeço, informo que são todos os que posso contrair no mundo dos casinos.Por essa razão, peço por favor interditem-me a entrada nestes espaços de perdição. Apresentem a presente carta à Direcção de inspecção e Coordenação de Jogos, ouvi dizer que com a minha autorização legal os casinos põem-me na lista negra e batem-me com a porta na cara da próxima vez.

P.S.: Penhorei casa, e tudo que estava dentro, o carro e, creio que, a certa altura da passada noite, arranjei-vos outro pai de família.

Julgo que seja mais ou menos assim que os 30 jogadores, que preenchem uma alta franja de “vítimas” do jogo, se tenham automutilado nos dois últimos meses. Ai não? Talvez o senhor leitor saiba melhor. Eu cá gostava de perceber como é que funciona. Como é que jogadores patológicos lucidamente se excluem de uma acção que não controlam? E os casinos apresentam dois matulões à entrada - quais seguranças de discotecas - que verificam se estão na lista dos viciados? Ou é depois de terem perdido as suas “lecas” lá dentro que vem de lá a brigada de inspecção - com certeza, todos os dias a fazer o seu trabalho com elementos destacados para cada casino - que os põem de lá para fora? Eu, gato que sou, acho graça a isto. Portanto, avançar com uma lei que legaliza a lista de jogadores problemáticos e compulsivos, mas apenas com a autorização dos próprios. Ou muito me engano ou não se hão-de “auto-excluir” muito mais do que estas ligeiras 30 dezenas, quando - ainda que tenha baixo para 2% o número de viciados em Julho último, segundo dados oficiais - deve atingir um número largo de “investidores” nas ‘slot machines’, nas mesas da roleta ou no bacará. Aliás, a variar o número, deve descer, já que os próprios no minuto seguinte podem arrepender-se, pedindo a revogação da interdição prevista. Interessante!Calculo que ainda se vá a tempo de incluir na legislação, aprovada em finais do ano passado, que os próprios não têm de concordar com a família que os acusa e denuncia pelo facto de serem patológicos. Mas a quem é que convinha isso? Deixa lá andar que o crescimento económico tem de continuar em altas.

LENDAS DO PORTO • Joel CletoUma viagem pela História e Património da região do Porto a pretexto de mais de duas dezenas de lendas. Através destas páginas o leitor é convidado a (re)visitar monumentos como a Sé do Porto, a Torre de Pedro Sem, a Casa de Ramalde, a capela do Senhor da Pedra ou a igreja de Matosinhos. Mas também a contactar com personalidades históricas como o rei Ramiro, Zé do Telhado, Camilo Castelo Branco, D. Pedro IV ou o Infante D. Henrique. Aqui encontrará igualmente as explicações lendárias para a origem dos “tripeiros”, da associação da concha da vieira aos Caminhos de Santiago, ou de topónimos como Miragaia, Matosinhos ou Valongo. Episódios fabulosos, transmitidos durante séculos através da orali-dade, as lendas não deixam de encerrar pistas preciosas (por vezes as únicas que chegaram aos nossos dias) para a compreensão de muitos episódios históricos e para a génese de muitas localidades e seus monumentos.

TESOURO DA COZINHA REGIONAL PORTUGUESA• Maria Odette Cortes ValenteEste livro leva-nos a visitar sabores, aromas e texturas que seriam de supor raros num país de tão pequenas dimensões, mas cuja riqueza Maria Odette Cortes Valente deixa bem patente ao longo destas centenas de páginas. Esperamos que se delicie com os milhares de receitas recolhidas pela autora, cuja missão tem sido sempre não se permitir que se percam os traços da culinária portuguesa, património de todos nós. Pu Yi

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sexta-feira 25.1.2013opinião14 www.hojemacau.com.mo

Políticacrepúsculo dos ídolosArnaldo Gonçalves

política é o que é. Sem meias--tintas ou verniz que disfarcem, por muito tempo, as fraquezas de uns e a inconsistência de outros. Porque o voto é que decide, não a vontade dos agentes políticos

ou os prognósticos dos fazedores de opinião.Está-se a encerrar um ciclo político em

Portugal. Um ciclo que começou com a eleição de Pedro Passos Coelho nas eleições internas no PSD e a vitória dos social-demo-cratas nas eleições legislativas de Junho de 2011. Um ciclo que se traduziu numa série de medidas impopulares destinadas a equilibrar as contas públicas, reduzir as despesas do Estado; medidas que foram tomadas em ca-tadupa, sem particular sensibilidade social, à custa do empobrecimento dos portugueses.

Não há remição para os pecados políticos em democracia. Normalmente paga-se nas urnas os erros de visão, os desacertos de calendário político, a falha de comunicação com o eleitor médio que na verdade decide tudo: a sorte de uns, a infelicidade de outros.

Temos 39 anos de experiência democrática e não temos que ver estas coisas como tragédia mas apenas como etapas de um longo percurso. O que a democracia tem de notável e o que a faz o sistema que todos os outros procuram plagiar

Pensar que o regresso aos mercados ou a renegociação do pacote de ajuda financeira da troika irá resolver como que por milagre os nossos problemas é cair, outra vez, na ilusão das medidas desgarradas do país real e que o sector bancário que tem sido o único favorecido com a actual situação possa salvar o país. O capital é apátrida, não tem orgulho nacionalista, ou amor à Pátria, apenas procura a melhor retribuição para as suas aplicações e investimentos

Aé esta capacidade de “despachar” o governo sem derramamento de sangue, nem golpe de Estado, dando a confiança a um outro partido ou bloco de partidos que se afirma alternativo do que está no poder.

Na verdade, Portugal tem um calendário político, oficial, que decorre do mandato (constitucional) da Assembleia da República e tem tido um ciclo político muito mais curto de governo, com dois anos, em cada dois anos. Tivemos, assim eleições legislativas em 2002 e 2005 e mais recentemente em 2009 e 2011. Não cairá o mundo se tivermos eleições em 2014.

Pelo sururu que vai nos bastidores, Antó-nio Costa prepara-se para medir forças com António José Seguro para a liderança do Partido Socialista. Era previsível que o pre-sidente da autarquia de Lisboa aproveitasse este interregno pós-Sócrates para retemperar forças e preparar-se para um regresso político, em força. Como aliás já se sabia, António José Seguro tem sido uma solução fraca de liderança do Partido Socialista. Nunca foi alternativa ao governo do PSD, nem um efectivo líder da oposição ao centro-direita.

António Costa é um político de outra têmpera, de outra qualidade. Mais situado à esquerda, é um político popular, carismá-

tico, de trato fácil, com enorme impacto no PS histórico e muitas simpatias no Partido Comunista e no Bloco de Esquerda. É um líder natural que sabe o que quer e que tem a memória do PS pelo seu lado. Faz a ponte entre as novas gerações dos jotas e os tra-

dicionais republicanos laicos que rodearam António Guterres.

Tudo se tratará agora de saber qual o melhor timing político para o avançar da sua candidatura a líder. Um congresso ex-traordinário parece ser a melhor solução não sendo previsível que António José Seguro se demita voluntariamente das suas respon-sabilidades de líder. Do lado dos socratistas foi dado o sinal por Pedro Silva Pereira de assentimento a esta necessidade de consultar os socialistas, sobre o momento interno. Também por coincidência (ou talvez não) Jorge Coelho está livre de responsabilidades como homem forte da Mota Engil…

Que resposta encontrará este avanço do PS para o poder da parte do PSD?

Existem suficientes sinais internos de que o actual rumo de penalização do eleitor, de atropelo da classe média, de adelgaçamento do Estado social não leva a lado nenhum, ou melhor levará, pelo decorrer do tempo, à der-rota eleitoral. Também as últimas sondagens de opinião dão um manifesto desligamento dos eleitores das opções do governo.

O presidente do partido teve já o tempo suficiente para analisar a situação e as suas várias coordenadas de saída. A determina-ção é importante, em política, mas quando se transforma em obstinação é sinal de falta de lucidez. O país já não suporta mais austeridade, nem queda das pensões e sub-sídios sociais, nem subida do desemprego, designadamente entre a população jovem e melhor qualificada. Ultrapassou-se o limiar da tolerância. A menos que Portugal se quei-ra parecer à Albânia em vez das pequenas nações promissoras da Europa do Norte.

Pensar que o regresso aos mercados ou a renegociação do pacote de ajuda financeira da troika irá resolver como que por mila-gre os nossos problemas é cair, outra vez, na ilusão das medidas desconchavadas do país real. Como que acreditar que o sector bancário que tem sido o único favorecido pela actual situação possa salvar o país da escassez de capital. O capital é apátrida, não tem orgulho nacionalista, ou amor à Pátria, apenas procura a melhor retribuição para as suas aplicações e investimentos.

Esta não é uma conclusão ideológica, é uma conclusão realista.

Uma visão liberal de governabilidade do país não dispensa o Estado social. Bem pelo contrário, todos os velhos liberais, começando por John Stuart Mill, Benjamin Constant ou Alexis de Tocqueville, visio-naram a acção do Estado em socorro dos mais necessitados. O processo de integração europeia comprova que é possível combinar desenvolvimento e solidariedade, Mercado e Estado, equilíbrio orçamental e políticas pú-blicas de crescimento. O pacto com a troika não é um colete-de-forças; é um quadro de acção política. Existem escolhas.

Este é o momento de parar e pensar. E arrepiar caminho enquanto ainda há tempo.

cartoon por Steff PREPARAR NOVO TESTE

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15opiniãosexta-feira 25.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

contramãoIsabel [email protected]

Os cornos no destinoÁ em casa não se falava de política ao jantar. Percebi mais tarde que devia ser do hábito, por força do silêncio imposto durante muitos anos de vida e de medo. Quando nasci, a liberdade era ainda uma

coisa fresca, uma novidade, a democra-cia era um conceito solene, uma palavra a respeitar mais do que todas as outras.

Embora não se falasse de política ao jantar, as eleições eram um momento tratado com religiosa reverência, mais religiosa ainda porque aconteciam sem-pre depois da missa do meio-dia, numa escola transformada numa urna gigante onde toda a cidade votava. Eu ia lá, solene como toda a gente, pela mão da minha mãe, vê-la dobrar o papelinho com que ajudava a escolher o futuro.

Nos domingos eleitorais, a missa do meio-dia era ainda mais interminável, eu a contar pelos dedos a imensidão de dias que me faltavam para poder votar e poder conduzir, os meus dois grandes objectivos de vida aos seis ou sete anos. Nos domingos eleitorais podia ir mais tarde para a cama.

Nessa época, os políticos eram todos presidentes de câmaras – eram os homens que, achava eu, escolhiam os músicos para os concertos de Verão no centro da cidade e mandavam noutras coisas tipo as bibliote-cas e as escolas da autarquia. Nessa época, lembro-me bem, as campanhas eleitorais eram momentos animados, também com muita música, e em casa dos meus avós havia um avental com as cores de um par-tido, numa altura em que os partidos ainda se preocupavam, concluo eu agora, com o que os eleitores tinham no prato para comer.

A essa altura do campeonato, já alguém me tinha explicado que nem sempre se tinha podido votar. Eram tempos muito cinzentos, com muita pobreza, e em que as meninas eram tratadas de forma diferente dos meninos, os ricos eram tratados de forma diferente dos pobres, os das aldeias eram esquecidos e as oportunidades só estavam nas cidades. Daí a importância da tal cruz no papelinho, a importância de se escolher quem ia mandar na cidade.

Lembro-me perfeitamente da minha primeira desilusão política. Devia ter uns oito anos, a idade em que, por razões várias, passei a andar com a palavra injustiça na ponta da língua. Descobri que a escola da mulher do presidente da câmara tinha água quente e um chão novo. Em contraste, a da minha mãe, a escola onde a minha mãe dava aulas, tinha buracos no telhado. Chovia nas salas. A minha mãe dava aulas na escola

Eu e outros como eu somos de uma Europa mergulhada na apatia política de anos e chegamos a uma certa Ásia onde a política era, até pouco mais de uma década, um ser estranho e distante. Eu e outros como eu chegamos aqui e dizem-nos que somos estrangeiros, numa terra onde curiosamente todos são como nós. A menina não fale, a menina não resmungue, a menina perceba onde está

mais pobre da cidade, com os meninos mais pobres da cidade, na zona mais pobre da ci-dade. Ainda assim, indignada e de lágrimas nos olhos, a minha mãe acreditava no voto, na cruzinha. Eu só podia fazer o mesmo.

Não sei onde é que nos perdemos na política, onde é que a política nos perdeu. Cresci e as pessoas políticas que fui conhe-cendo eram de duas espécies: os amigos mais velhos que eram jovens adultos por altura do 25 de Abril, inconformados com a evolução do país, parados algures; e os joti-nhas da minha idade, de cores diferentes, de partidos diferentes, todos demasiado iguais à excepção dos cortes de cabelo, mais franja menos melena, camisola dobrada à direita ou à esquerda. Nem uns, nem outros me interessavam por aí além.

Não sei onde é que nos perdemos na política e também não sei por que é que nin-guém nos explica nas escolas que a política

é importante, que a política é cidadania. Que a política se faz todos os dias e que é coisa que pertence a todos, em todos os momen-tos. Só sei que os da minha geração – e

perdoem-me os que sentem o contrário – estão longe da política como o diabo quer estar da cruz. Como se a política e os políticos fossem todos presidentes de câmaras que deixam as escolas dos meninos pobres com buracos no telhado enquanto instalam esquentadores nas escolas das mulheres que, neste caso, se chamam esposas. Às tantas são – e

desculpem-me os que fazem o contrário.Não sei onde é que nos perdemos na

política, qual foi o momento exacto em que as desilusões de uma geração – será que as houve? – se juntaram à falta de noção de que os países são nossos, as cidades são nossas, as escolas são nossas e só nós as podemos acarinhar.

Eu e outros como eu somos de uma Eu-ropa mergulhada na apatia política de anos e chegamos a uma certa Ásia onde a política era, até há pouco mais de uma década, um ser estranho e distante. Eu e outros como eu chegamos aqui e dizem-nos que somos estrangeiros, numa terra onde curiosamente todos são como nós – se não de primeira, estrangeiros de segunda ou terceira geração. A menina não fale, a menina não resmungue, a menina perceba onde está.

À nossa apatia europeia misturamos, devagarinho, o alheamento asiático. Nada dos interessa, nada nos comove, nada nos move. Eu e outros como eu somos de uma democracia que já permite discussões de política ao jantar, mas onde não caem bem discussões de política no emprego. Ou reivindicações laborais na pausa para o almoço, com o chefe presente. Ainda não crescemos o suficiente para encaixarmos a diferença de opiniões na gaveta certa, sem que a divergência de ideias seja entendida como afronta a quem manda. A menina não fale, a menina não se indigne, a menina veja lá onde está, a menina veja lá o favor que lhe fazem em estar aqui.

Deviam dar-nos o animal que espeta os cornos no destino (obrigada Natália), um animal que não tem pátria nem continente. Se não nos é dado, devíamos ir à procura dele. Para acreditarmos que a cidadania faz sentido, que os políticos fazem sentido, que um avião e um jornal não nos bastam (obrigada Natália). Queria poder viver o tempo em que a política nos emociona. E se discute à hora do jantar, no emprego, e até nas cidades onde só nos querem estrangeiros.

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Page 16: Hoje Macau 25 JAN 2013 #2780

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sexta-feira 25.1.2013www.hojemacau.com.mo

A Responsável pelo Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar Conde de São

Januário, Dr.a Ieong Kin Mui, apontou que a importação para Macau de leite em pó para bebé é sujeita à monitorização de qualidade, bem como, a composição dos seus ingredientes principais é quase igual e corresponde às normas internacionais, entretanto, é possível que uma parte das marcas de leite em pó sublinhe a função da composição adicional de uma fórmula especial, porém, este adicional não é a composição principal e necessária de leite em pó, quer dizer, a substituição por outra qualquer marca de leite em pó não afecta a saúde do bebé, por isso, não é necessário consumir insistentemente o leite em pó de uma marca determinada. Os pais podem alterar a marca de leite em pó para bebé, sob a orientação de um profissional de saúde, assim como observar o aparecimento da mudança de hábitos alimentares do bebé durante o período de substituição do leite em pó, sendo possível que o bebé possa, em período curto, diminuir a quantidade

Existem no mercado várias marcas de leite em pó e parte delas indicam que incluem ingredientes

nutritivos especiais. A técnica superior do Serviço de Alimentação e Dietética do Centro Hospitalar Conde de São Januário (área de nutrição), Dra. Chao Sok I, afirmou que os leites em pó existentes à venda no mercado de Ma-cau satisfazem a norma de composição do leite em pó para bébés estipulada pela Comissão de Codex Alimentarius, incluindo proteínas, gorduras, vitaminas, sais minerais, entre outros.

A Dra. Chao Sok I complementou que, de um modo geral, o leite em pó para bébés é composto essencialmente de leite de vaca ou leite de soja e outros aditivos, ao qual se adicionam vitaminas, sais minerais e outros suplementos. Os

De acordo com as informações dos Serviços de Saúde, registou-se um crescimento na taxa de amamentação nos últimos dez anos

em Macau, tendo passado de 47% em 2000 para 81% em 2010. A enfermeira-chefe do Centro de Saúde de Tap Seac, enfermeira Lei Ca Pou, afirmou que o leite materno proporciona várias vantagens para a mãe e o bebé, nomeadamente para o bebé essas vantagens incluem: fornece suficiente nutrição, é rico em anticorpos, aumenta a capacidade imunitária, reduz a oportunidade do bebé ficar com alergia, é fresco e saudável, possui temperatura adequada, dá sentimento de segurança e satisfação para o bebé, assim como ajuda o desenvolvimento do cérebro e da inteligência. Quanto à mãe, as vantagens são: ajuda a contracção do útero, a recuperação pós-parto é mais rápida, promove a relação entre mãe-filho, reduz a probalidade de padecer de cancro da mama e poupa dinheiro e tempo, entre outras. A enfermeira Lei Ca Pou salientou que a amamentação constitui a forma mais adequada de alimentação para os bebés quanto à saúde, crescimento e desenvolvimento, e exerce ainda uma forte influência positiva na saúde das mulheres.

Um médico afirma que os bebés não necessitam que lhes seja administrado leite em pó de uma marca fixa

Substituição por outra marca de leite em pó não afecta a saúde do bebé

de administração, contudo, os pais não precisam de se inquietar com isso.

Alguns pais preocupam-se que a alteração de marca do leite em pó pode provocar prisão de ventre no bebé ou diminuição do seu apetite. No entanto, a médica especialista retorquiu que quando se recorre à consulta médica, a prisão de

ventre do bebé é um problema frequente, sendo possível ter relação com o método de preparação do leite em pó, e só uma pequena percentagem dos casos é um problema patológico. O método correcto de preparação do leite em pó é: em primeiro, coloca-se no biberão uma quantidade adequada de água potável, a seguir, de acordo com a proporção de leite em pó indicada pela marca consumida, coloca-se o leite em pó na quantidade adequada no biberão e agita-se bem, permitindo que a solução não fique demasiado concentrada. Antes de alimentar o bebé, deve ser invertido o biberão para testar a temperatura do leite e a fluidez de saída do leite, através da colocação de leite na parte de trás da mão, com vista a evitar a temperatura excessiva de leite e a maior ou menor fluidez, que podem afectar a

sucção e o apetite do bebé. O bebé de 4 a 5 meses pode começar gradualmente a consumir alimentos sólidos, os quais podem beneficiar a defecação. Em caso dos pais verificarem problemas no bebé, tais como, prisão de ventre, fezes anormais, podem recorrer ao organismo de saúde para compreender a situação existente.

A mesma especialista pediátrica acrescentou que o alimento de bebé mais adequado é o leite materno, uma vez que é um alimento digerível e com anticorpos, e contém nele toda a nutrição necessária para o desenvolvimento do bebé, razão pela qual recomenda que a mãe deve recorrer à amamentação. O bebé de 5 a 6 meses não só deve consumir leite em pó, como também alimentos sólidos para obter a nutrição suficiente ao seu desenvolvimento.

É similar o valor nutritivo do leite em pó das diversas marcas

existentes no mercado

Várias vantagens da amamentaçãoA AMAMENTAÇÃO CONSTITUI A FORMA MAIS ADEQUADA DE ALIMENTAÇÃO PARA A SAÚDE, O CRESCIMENTO E O

DESENVOLVIMENTO DOS BEBÉS

ingredientes essenciais de leite em pó são similares nas diversas marcas. Parte das marcas de leite em pó para bébés tem aditado outros ingredientes que não se encontram indicados nos “ingredientes necessários” estipulados pela Comissão de Codex Alimentarius.

A Dra. Chao Sok I afirmou que o leite materno é um óptimo alimento para a criança com idade

igual ou inferior a seis meses. Relati-vamente aos leites em pó p[ara bébés que indicam que podem levar os bebés a ficar mais inteligentes, que facilitam a eliminação das fezes, esta indica que ainda carece de suporte por vários estudos a comprovação desses efeitos. De uma maneira geral, os pais apenas seguem as orientações e o número de vezes para a alimentação quanto à preparação de leite fornecido pelo fabricante para alimentar os bebés, de tal maneira que os bebés possam obter suficiente nutrição.

Ieong Kin Mui

Chao Sok I

Andreia Sofia [email protected]

“DEPOIS de dez trimestres con-secutivos com um crescimen-

to anual de dois dígitos, a economia de Macau parece ter conhecido um abranda-mento.” É desta forma que a Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) começa a analisar o panorama económico do território na mais recente edição do rela-tório “Análise da Estabilidade Monetária e Financeira”.

Para 2013, a AMCM prevê que o abrandamento continue, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) a um dígito. “A pro-cura externa vai continuar a registar um abrandamento, enquanto a procura interna, equivalente a 40% do valor da procura externa, vai continuar a crescer a um ritmo acelerado”, aponta o relatório, que defende que a região “vai continuar a ter perspectivas positivas”. Em 2012, a economia de Macau terá crescido cerca de 9%.

No que diz respeito à área laboral, “vai con-tinuar a manter-se favo-

Número de não-residentes vai crescer “de forma progressiva”

Economia de Macau vai crescera um dígito, diz AMCM

rável, marcada por uma forte procura ao nível do sector dos serviços e da construção”. Quanto aos não-residentes, vão con-tinuar a crescer “de forma progressiva”, dada a pro-cura do mercado ao nível dos recursos humanos.

Face à taxa de desem-prego, deverá continuar a manter-se nos 2% em 2013. “Vai continuar a manter-se um baixo número de pessoas desempregadas, que atingiu os valores mais baixos desde os últimos 15 anos”, refere o relatório da AMCM.

Já a inflação deverá ser “moderada”, graças ao abrandamento interno e ao controlo da inflação no resto do mundo.

APOSTAS VIP ESTÁVEISComo principal sector eco-nómico, o turismo sofreu

também um abrandamento, diz a AMCM, que deverá continuar a registar-se este ano. “Como resultado dos riscos dos mercados mun-diais, as divisas gastas pelos turistas vão continuar a estar expostas aos riscos externos das economias regionais,

com um abrandamento das apostas VIP”.

Outra área da economia que deverá registar um bom momento é a da construção. “Os investimentos em larga escala no sector público, como os desenvolvimentos da Ilha da Montanha e a ponte Zhuhai-Hong Kong-Macau, deverão impulsionar em grande parte os investimentos feitos em 2013. Em paralelo, um conjunto de projectos de construção ligados ao turismo no Cotai deverão fomentar os investimentos feitos no sector privado.”

O relatório deixa ainda uma análise de “perspectivas favoráveis” para o consumo doméstico, que “tem vindo a registar um elevado nível de estabilidade nos anos recentes”.