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TEMPO POSSIBILIDADE DE TROVOADAS MIN 23 MAX 27 HUMIDADE 80-95% • CÂMBIOS EURO 9.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 27 DE JULHO DE 2012 ANO XI Nº 2660 PUB Ter para ler HOTÉIS DE BAIXO CUSTO DST assume insuficiências PÁGINA 5 CANÍDROMO NÃO CUMPRE ANIMA à espera dos galgos PÁGINA 12 VENDA DE EDIFÍCIOS EM CONSTRUÇÃO Deputados consideram diploma deficitário PÁGINA 3 A agência norte-americana, que dedica a segunda revisão em baixa para Macau este ano, aponta como factores negativos a desaceleração da economia na China e, imagine-se, a passagem do tufão Vicente pelo território. Contudo, prevê, no médio prazo, momentos confortáveis, muito por causa do novo empreendimento Sands Cotai Central. PÁGINA 2 DOCBRAZIL Cinema brasileiro volta a Macau dois anos depois PÁGINA 15 Agência de notação financeira Fitch revê, em baixa, crescimento económico de Macau para 2012 Em marcha lenta AGRESSÃO NO NEW CENTURY Kai Sze Wai oferece recompensa de 10 milhões PÁGINA 4

Hoje Macau 27 JUL 2012 #2659

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Edição do Hoje Macau de 27 de Julho de 2012 • Ano X • N.º 2660

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TEMPO POSSIBILIDADE DE TROVOADAS MIN 23 MAX 27 HUMIDADE 80-95% • CÂMBIOS EURO 9.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 27 DE JULHO DE 2012 • ANO XI • Nº 2660

PUB

Ter para ler

HOTÉIS DE BAIXO CUSTO

DST assumeinsuficiências

PÁGINA 5

CANÍDROMO NÃO CUMPRE

ANIMAà esperados galgos

PÁGINA 12

VENDA DE EDIFÍCIOS EM CONSTRUÇÃO

Deputados consideram diploma deficitário

PÁGINA 3

A agência norte-americana, que dedica a segunda revisãoem baixa para Macau este ano, aponta como factores negativosa desaceleração da economia na China e, imagine-se, a passagem do tufão Vicente pelo território. Contudo, prevê, no médio prazo, momentos confortáveis, muito por causa do novo empreendimento Sands Cotai Central. PÁGINA 2

DOCBRAZIL

Cinema brasileirovolta a Macaudois anos depois

PÁGINA 15

Agência de notação financeira Fitch revê, em baixa, crescimento económico de Macau para 2012

Em marcha lenta

AGRESSÃO NO NEW CENTURY

Kai Sze Wai oferece recompensa de 10 milhões

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2 política sexta-feira 27.7.2012www.hojemacau.com.mo

Gonçalo Lobo [email protected]

A agência norte-americana de notação financeira Fitch reviu a sua previsão de crescimento económi-

co de Macau para este ano. Assim sendo, a Fitch prevê que em 2012 as receitas sejam de 10% ou 12%, o que reflecte uma visão cautelosa da agência e uma das consequências, a curto prazo, da desaceleração económica da China.

A agência assumiu, em comuni-cado, que esta é a segunda revisão em baixa nos últimos meses já que, em Junho, haviam previsto um crescimento na ordem dos 15%, já abaixo cinco pontos percentuais daquilo que seria de esperar no início do ano que seriam valores nas ordens dos 20%.

Cecília [email protected]

NG Kuok Cheong, Au Kam San e Paul Chan Wai Chi, os

três deputados representantes da Associação Novo Macau (ANM), entregaram um projecto de lei que pretende alterar as regras do pagamento das indemnizações aos trabalhadores que são despedidos sem justa causa.

Uma das alterações pretendidas diz respeito à remuneração base mensal para calcular a indemni-zação, fixada nas 14 mil patacas. Os deputados pretendem duplicar o valor para 28 mil patacas, e ex-plicam porquê.

“A lei está feita com base no diploma de 1998. Na altura da Ad-ministração Portuguesa, o Governo disse-nos que o máximo de 14 mil patacas cobria mais de 90% dos trabalhadores de Macau. Se ajus-tarmos este limite, esperamos que também possa cobrir esses 90%”, disse Ng Kuok Cheong.

O deputado acredita ainda que “a manutenção das 14 mil patacas

ATFPM quer pensionistas de Macau a receber subsídios de PortugalJosé Pereira Coutinho vai a Portugal em Agosto para tentar negociar com responsáveis de Governo do país o retorno de contribuições aos aposentados e pensionistas residentes em Macau. Num comunicado enviado aos jornalistas, o deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) afirma que tem recebido queixas quanto ao corte nos subsídios de férias e de Natal e que parte para Lisboa com a missão de os reaver. A ATFPM quer que estes aposentados e pensionistas - que vivem no território mas estão dependentes do Governo português - não sejam penalizados pelos cortes nos subsídios derivado da crise financeira em Portugal. “Residem em Macau, recebem pensões em Macau, beneficiam de isenção do IRS pelo facto de cá viverem. Por isso, devia haver uma excepção nessa medida”, defendeu Pereira Coutinho. - J.F.

Deputados da Novo Macau querem mexer na lei laboral

Despedidos com indemnizações mais altas

A agência de notação norte-americana diz que Macau vai crescer menos este ano. Tudo por culpa da desaceleração económica da China. Contudo prevê que, no médio prazo, o território possa ter um futuro confortável, muito por culpa do Sands Cotai Central

Fitch Ratings revê em baixa o crescimento económico de Macau

Confortável mas não tanto

No final das contas, as re-ceitas de Macau têm-se cifrado em 58%, em 2010, e 42%, no ano passado. Até ao momento, as receitas globais do território subiram quase 20% este ano – valores de Junho.

Seja como for, a desaceleração tornou-se perceptível em Maio, quando a receita cresceu apenas 7,3%, seguido de 12,2%, no mês seguinte. Aliás, a Fitch espera mesmo uma tendência lenta de

crescimento, possivelmente com a baixa de um dígito.

O recente tufão Vicente tam-bém é para Fitch um marco impor-tante na economia deste ano. De acordo com a agência de notação o fenómeno natural que assolou recentemente o território teve grande impacto, principalmente ao nível dos transportes entre Macau e a vizinha região de Hong Kong.

Em Junho, a Fitch reviu a pre-visão do crescimento do PIB real

da China de 8,0% para 8,2%. Con-tudo, a previsão para 2013 reverteu os valores passando de 8,2% para 8,0%, tudo na expectativa de um

estímulo modesto para o segundo semestre de 2012.

Para a Fitch, o médio prazo será confortável para Macau. A abertura do Sands Cotai Central, no início deste ano, foi, considera a agência, um balão de oxigénio para o território, que estará em alta, pelo menos, até 2016.

Contudo, a oferta de jogo re-gional vinda do Vietname e das Filipinas merecerá pela Fitch, nos próximos dois anos, de uma atenção redobrada. A agência refere mesmo que “qualquer impacto merece ser estudado de perto”. Apesar disso, os dados demográficos regionais permanecem, segundo a Fitch, atraentes e com maior espaço de penetração.

A agência refere igualmente que o segmento VIP do mercado de jogo vai tornar-se pouco mais de 70% no futuro. A alavanca esteve, ao longo dos últimos dois anos, num cresci-mento mais rápido deste segmento do que no mercado de massas. A Fitch prevê que a tendência é que isso venha a mudar nos próximos anos, tornando o mercado de massa na maior parcela.

está desactualizada”, lembrando o facto de, em 1998, “os deputados discutiram a alteração do montante e não se chegou a qualquer acordo”. Para além disso, “a renda média já aumentou de cinco mil patacas anuais, valor de 1998, para onze mil patacas. Por isso, propomos o montante máximo aumente para 28 mil patacas devido ao desen-volvimento económico”.

CÁLCULO TAMBÉM DEVE MUDAROs três pró-democratas desejam ainda que o cálculo do valor má-ximo da indemnização vá acima das 12 vezes o salário base, dado que actualmente trabalhar 12 anos ou 30 anos num local é semelhante na hora de pagar a indemnização a um trabalhador despedido. “Se alguém estiver a trabalhar para uma empresa durante 30 anos, então o cálculo deve ser feito a 30 anos”, disse Ng Kuok Cheong. “Esta disposição não é justa para os empregados que têm uma longa re-lação com o trabalho em questão”, acrescentou ainda. Além disso, argumentam que outros colegas

do hemiciclo, como Lam Heong Sang, Lee Chong Cheng e Kwan Tsui Hang já fizeram interpelações sobre o assunto.

A actual lei é muito clara na hora de definir regras nestes casos. “O valor máximo da indemnização é limitado a doze vezes a remune-ração base do trabalhador no mês da resolução do contrato, qualquer

que seja a duração da relação de tra-balho”. No mesmo artigo 70º, diz ainda que “o montante máximo da remuneração de base mensal, utili-zado para calcular a indemnização, é de 14 mil patacas, actualizável de acordo com o desenvolvimento económico, salvo um valor mais elevado acordado entre o empre-gador e o trabalhador.”

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3políticasexta-feira 27.7.2012 www.hojemacau.com.mo

O deputado José Pereira Coutinho questiona o Governo sobre as

condições materiais e de trabalho dos Serviços de Alfândega (SA), depois de ter recebido queixas apresentadas pe-los funcionários “da linha da frente”. Para além disso, existem suspeitas de contratações de trabalhadores ilegais.

“Um grande número de pessoal aduaneiro da linha da frente referiu que os SA continuam a manter as tecnologias desactualizadas, preju-dicando directa e gravemente a vida e bens da população em geral e de mais de 20 milhões de visitantes por ano”, afirma o deputado em interpelação escrita.

As queixas dizem respeito ao facto das lanchas de fiscalização não possuírem electricidade ou controlo da temperatura, bem como de “instalações e equipamentos de segurança contra incêndios.” Falta-lhes também “instalações sa-

Joana [email protected]

OS deputados que-rem que o Exe-cutivo inclua nas cláusulas dos

contratos entre vendedor e comprador de edifícios em construção a possibilidade das prestações poderem ser pagas consoante o andamento das obras. A proposta de lei sobre a Promessa de Transmissão de Edifícios em Construção está a ser debatida na especialidade pela 1ª. Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), que ontem reuniu com o Governo.

Do encontro saíram algu-mas sugestões de melhoria do projecto do diploma, até porque os deputados consi-deram que os requisitos para a venda dos edifícios em construção são deficitários. “Pedimos ao Governo para elevar os requisitos nesta matéria. Apesar de estarem previstas situações em que a venda só pode ser feita com a autorização prévia das Obras Públicas e após estarem con-cluídas as fundações, isso são requisitos relativamente baixos”, explicou Kwan Tsui Hang.

A presidente da comissão explicou que os deputados deixaram sugestões para que essas melhorias pudessem ser feitas. Uma delas foi precisamente dar a possibili-dade dos compradores deste tipo de edifícios pagarem ao sabor das obras. “Pagam as prestações consoante o andamento das obras e se a obra for suspensa, também se suspende o pagamento. Isto não só protege o possível comprador, como incentiva o promotor a acelerar os trabalhos e a concluir a construção.”

Isto implica, contudo, a alteração de normas já vigentes e o Executivo já avisou que quer mexer o menos possível na legislação já em vigor. Actualmente, a lei prevê que nos contratos celebrados entre comprador e vendedor sejam incluídas cláusulas obrigatórias. Os deputados consideram que numa dessas cláusulas se devia incluir a situação dos pagamentos. “Assim evita--se mexer no Código Civil e no Código Comercial

Venda de Edifícios em Construção Deputados querem pagamentos consoante avanço das obras

Protecção dos compradores precisa-se

Governo já foi questionado por Coutinho através de interpelação escrita

Serviços de Alfândegaacusados de más condições

ao mesmo tempo que se reforçam as garantias do comprador e se aceleram as construções dos edifícios.”

REGIME MAIS APERTADOKwan Tsui Hang deu ainda aos jornalistas o exemplo de Hong Kong e da China continental, onde as vendas de edifícios em construção só podem ser feitas após 1/3 do edifício estar construído, ao contrário de Macau, que apenas exige que estejam concluídas as fundações. Esta não foi ainda uma sugestão dos deputados, mas estes acreditam que isto evitaria situações como as que se pretendem sal-vaguardar com a nova lei: de que as obras sejam sus-pensas depois das fracções serem compradas. “Há um vazio legal neste regime de transmissão de edifícios em construção e pretendemos que esta lei consiga resolver esse problema. Mas, para já, a legislação existente só obriga a uma autoriza-ção prévia de venda, da necessidade de conclusão das fundações e do registo provisório, o que não resol-

ve o problema dos prédios ficarem inacabados”, rei-terou a presidente. Mesmo que as obras fiquem inaca-badas, os compradores têm de continuar a pagar, o que comprova que a lei precisa de ser melhorada.

Os deputados da comis-são contaram ontem com a presença de Lau Si Io, secretário para as Obras Públicas e Transportes e ainda outros membros do hemiciclo exteriores à comissão. O regime de Promessa de Transmissão de Edifícios em Constru-ção foi aprovada em Junho na generalidade, com o plenário a levantar muitas questões ao Executivo. Além das ontem discuti-das na comissão, há ainda dúvidas sobre como pode a nova lei proibir a venda dupla da mesma fracção e evitar que os edifícios fiquem inacabados. O Exe-cutivo já se comprometeu a estudar melhorias e os deputados esperam que em três meses consigam concluir os trabalhos para “acelerar a aprovação da lei na especialidade”.

nitárias e abastecimento de água, o que obriga os tripulantes a fazer as necessidades no mar”. Desta forma, “o pessoal aduaneiro da linha da frente sente-se permanentemente em stress face às condições das instalações complementares das lanchas de fiscalização”.

Perante esta situação, Pereira Coutinho pretende saber “quando

é que o Governo procede ao aper-feiçoamento do regime de gestão interna dos SA e ao melhoramento, a curto prazo, das lanchas de fis-calização”.

ILEGALIDADES?Acusada ainda de ter reduzido funcionários e das questões laborais não estarem a cumprir os critérios

legais. “O pior é que o número do pessoal do serviço nas lanchas de fiscalização sofreu, sem razão, uma redução de seis para três, o que implica na realidade um aumento de risco para o pessoal de servi-ço.” Para além disso, “segundo consta, o pessoal responsável pela reparação das lanchas não possui documentos de identidade emitidos pelo Governo, por isso suspeita-se da contratação de trabalhadores ilegais”. Existe ainda o facto de “as regras do gozo de férias não serem iguais para todo o pessoal da SA, pois apenas o pessoal de direcção e chefia pode gozar de forma flexível e arbitrária as suas férias”.

Pereira Coutinho pretende, as-sim, que o Governo “uniformize o método de revisão das férias goza-das” e olhar de perto para eventuais ilegalidades na contratação de funcionários. – A.S.S.

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4 sociedade sexta-feira 27.7.2012www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

DEZ milhões de dólares de Hong Kong é o va-lor que Ng Men San, ex-administrador do

hotel-casino Greek Mythology, oferece a qualquer pessoa que possa fornecer informações so-bre o homem que encomendou o seu ataque em Junho passado, num restaurante do hotel. O pro-motor de jogo, mais conhecido como Kai Sze Wai ou Ng Wai, publicou ontem um anúncio no jornal Ou Mun, onde se apresenta e faz a oferta a quem possa co-operar com a Polícia Judiciária para que esta puna o “cérebro” do ataque.

Kai Sze Wai foi espancado por seis homens armados com paus e martelos, ficando com os braços e pernas partidos, segundo alguns

Rita Marques [email protected]

O edifício à entrada da Rua do Volong há muito se apresenta

em estado de degradação visível. No entanto, esta semana, após a passagem do tufão Vicente, os moradores manifestaram junto das autoridades preocupações acres-cidas face ao prédio, que mais do que nunca, se mostra um perigo público iminente.

Desta forma, na quarta às 18h, uma equipa de bombeiros, agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Direcção de Serviços de Obras Públicas e Transportes (DS-SOPT) foram chamadas ao local, tendo comprovado que o edifício de dois andares está “em perigo iminente de ruína”, representando “grave perigo” para a segurança dos transeuntes, disse a DSSOPT em comunicado ao Hoje Macau.

Nessa tarde, guardas da PSP procederam à “vedação da área” junto ao edifício no. 3, tendo de imediato “interdito a rua”. Ao Hoje Macau, um porta-voz da PSP, garantiu que, “até à próxima segunda-feira, dois guardas ficarão de plantão dia e noite até nova

vistoria da DSSOPT” de modo a salvaguardar a não passagem de carros e pessoas na zona.

O mesmo responsável afirmou que, “apesar de haver desprendi-mento dos vãos das janelas do 1º piso” bem como uma “inclinação da fachada para a rua”, provocada por duas árvores que rompe-ram a cobertura, “danificando gravemente o gradeamento na cobertura do edifício, tal como confirmou a DSSOPT, “ninguém ficou ferido nem houve danos de propriedade”.

A DSSOPT, depois de ter veri-ficado novamente na manhã de on-tem o estado do edifício, considera necessária “a sua imediata demo-lição”. “A DSSOPT irá adoptar os procedimentos urgentes e em breve proceder à sua demolição e estas despesas ficarão depois ao encargo do seu proprietário.”

Segundo indica, esta não é a primeira vez que o prédio é alvo de fiscalização, já que em 2008, a Comissão de Vistoria deslocou-se ao local tendo classificado “como edifício em mau estado de conser-vação, pelo que foi exigido ao seu proprietário a sua reparação”, no entanto, “assim não procedeu”.

A Sands China sofreu uma quebra de 40% nas receitas

do jogo no segundo trimestre, número que deriva também da recente multa aplicada pelo Governo devido ao atraso na construção dos lotes no Cotai. Sheldon Adelson, patrão da San-ds, confirmou que a descida nos lucros se deveu a menos dinheiro dos jogadores ganho pelo casino a par com os custos de abertura dos novos hotéis no Cotai Central.

Segundo a imprensa finan-

ceira norte-americana, as acções da operadora na bolsa de Hong Kong caiu para o nível mais baixo mal foi anunciado o de-créscimo nas receitas. Também a Las Vegas Sands sofreu quebras de 34%, derivadas das diminui-ções nas receitas de Macau, mas ainda assim Sheldon Adelson afirma manter-se confiante no cenário da RAEM. O magnata da Venetian assumiu à imprensa dos EUA que já foram submetidos os planos para o novo projecto da

operadora no lote três do Cotai, o que mostra que o investimento no território se mantém, mesmo com a diminuição dos lucros e com as recentes polémicas sobre alegada corrupção da Sands e das acusações de autorização de prostituição nos casinos da operadora. Recorde-se ainda que a Sands foi multada recente-mente pelo Executivo num total de 900 mil patacas pelo atraso no desenvolvimento do lote do Cotai. - J.F.

Fundação Macau atribui mais de 21 milhões a projecto de assistência a idososA Fundação Macau (FM) anunciou que vai subsidiar em 21 milhões de patacas um projecto de assistência domiciliária a idosos, após um pedido de apoio financeiro formulado pela Caritas. A verba concedida para apoiar os “Serviços de Apoio a Idosos em Casa” destina-se a “suportar as despesas dos primeiros três anos relativas ao desenvolvimento deste projecto, numa colaboração conjunta entre esta Fundação e a Caritas”, indica uma nota da instituição. O projecto oferece quatro tipos de serviços: cuidados de saúde, apoio por parte de trabalhadores sociais, reabilitação, bem como serviços médicos. Este projecto irá, segundo as estimativas, oferecer um total de 140 vagas aos utentes, cobrindo todos os bairros do território. Com o projecto implementado, vai organizar-se no primeiro ano, a primeira equipa de cuidados de saúde na península, que vai alargar os serviços às ilhas, oferecendo-se serviços médicos além dos cuidados de saúde.

Studio City com menos uma parcela de 10 mil metros quadrados Esta semana, um despacho do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, excluiu uma parcela com 10 mil metros quadrados do terreno onde está a ser construído o empreendimento Macau Studio City. Publicado em Boletim Oficial, o despacho dita ainda um prazo de aproveitamento máximo de 72 meses. O documento diz que a finalidade do terreno se mantém para a construção de um complexo de hotéis de cinco estrelas e um centro de produção cinematográfica com instalações de apoio para turismo e recreio e não menciona quaisquer actividade relacionada com casinos, mas segundo o Jornal Tribuna de Macau, fonte conhecedora do processo adiantou que o projecto vai ter casino. Isso não se confirma, sabe-se apenas que, para já, a renda anual é de 3,9 milhões de patacas e após a conclusão do projecto a renda anual ascenderá a nove milhões de patacas.

Ex-administrador do Greek Mythology oferece recompensa sobre informações de atacantes

PJ diz que está a investigar caso

Rua do Volong fechada até segunda-feira devido a risco de queda de edifício

Perigo público põe PSP de plantão

Sands China regista quebras nas receitas, mas Adelson não desiste

Confiança em Macau

Sze Wai esteve recentemente envolvido num conflito com a ex-mulher, Chan Meng Fun, a quem atribui a culpa do ataque. Os dois estão em disputa pela propriedade onde está erguido o hotel-casino.

PJ NÃO SABE DE NADAO anúncio é legal e público, mas a PJ afirma que nada tem a ver com o caso. Em comunicado, as autoridades afirmam que a publi-cação de Kai Sze Wai “não tem ligações com a PJ, nem teve o seu consentimento nem aprovação”, mas salientam que o caso está a ser investigado normalmente, como qualquer outro. “Na qualidade de polícia criminal, a PJ tem o dever de investigar qualquer crime de que tenha conhecimento, de forma firme e detalhada, esperando que possa haver colaboração por parte de todos.” - com Cecília Lin

orgãos de comunicação social. O homem foi identificado pelas autoridades como sendo consi-derado alegado rival do líder da seita 14 Quilates, Pang Nga Koi, na década de 90.

O anúncio colocado no jornal em língua chinesa tem a particu-laridade de oferecer dez milhões de dólares de Hong Kong a todas as pessoas que ajudem a PJ a punir o autor moral do ataque. Mesmo todas. Qualquer pessoa que possa dar informações recebe o montante, incluindo os homens que atacaram Ng Men San. “Se o fizerem, recebem o dinheiro e ainda é pedido ao juiz que lhes reduza a pena”, pode ler-se no anúncio.

A oferta é válida por três meses e o autor da informação que ajude a identificar e punir o homem por trás do ataque ainda pode receber um bónus. Kai

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5sociedadesexta-feira 27.7.2012 www.hojemacau.com.mo

Cecília [email protected]

UM grupo de oito alunos do curso de Serviço Social do

Instituto Politécnico de Macau (IPM) realizou um estudo junto de idosos e portadores de de-ficiência para testar os acessos nos transportes públicos, mas o resultado não se revelou dos melhores. Os responsáveis pelo trabalho dizem que tanto auto-carros como taxistas vão contra o novo artigo da Convenção dos Direitos das pessoas com defi-ciência, das Nações Unidas. Tal ponto afirma que “um governo tem a responsabilidade de tomar medidas adequadas para assegu-rar que pessoas com deficiência tenham acesso a transportes sem barreiras”. A realidade de Macau não cumpre as regras da convenção, diz o estudo, e as queixas fizeram-se ouvir.

Au Chi Cheng, responsável pela equipa do estudo, pretende que o Governo implemente mais autocarros sem barreiras, afirmando que actualmente apenas existem dez. Pede ainda “inspecções regulares” e mais equipamentos para deficientes

NO dia em que a DST lançou 300 equipamentos de áudio-

-guia para o turista individual, João Costa Antunes confirmou uma queixa que já tinha sido feita pela associação dos guias turísti-cos ao Hoje Macau: há cada vez menos guias turísticos de língua estrangeira. “Sabemos que neste momento o número de turistas está a aumentar muito e o número de guias praticamente não chega para o número de pessoas que nos visitam.” Dessa forma, o lança-mento dos aparelhos de áudio-guia pretendem ser “um complemento à operação” dos guias turísticos, porque “hoje em dia continua a ser possível chegar a uma agência e pedir um guia individual. Mas pretendemos fornecer um serviço gratuito”, disse Costa Antunes. Disponíveis a partir de hoje, os equipamentos significam um investimento de 360 mil patacas, servindo para dar informações “simples” em seis línguas sobre o centro histórico, o Museu do Grande Prémio e o Museu do Vi-nho. Cada turista terá de fazer um requisito, pagando um depósito de 200 patacas.

“Estamos na fase de lançamen-to, vamos ver qual é a resposta ao produto, e naturalmente que esta-mos a trabalhar para o alargamento a outros pontos da cidade, não só a nível do património mas com ou-tras características. É um projecto

Andreia Sofia [email protected]

O Governo está neste momento a ana-lisar o processo de licenciamento

de três novas unidades ho-teleiras de baixo custo, que irão proporcionar mais 300 quartos face aos 1500 exis-tentes. Contudo, João Manuel Costa Antunes, da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) frisou ontem existir pouca promoção a um sector que apenas tem uma taxa de ocupação na ordem dos 50%. Mas, sobretudo, o que falta é apostar num mercado que “tem espaço para crescer”.

“Temos estado em reu-niões preparatórias para definir linhas de orientação, que iremos desenvolver. Es-tamos a trabalhar com vários departamentos no sentido de proporcionar ao mercado, e também aos residentes, a possibilidade de desenvol-ver investimentos face ao alojamento económico”.

Novos equipamentos pretendem dar respostas no sector

Poucos guias e muitos turistasEstudo do IPM mostra difíceis

acessos nos transportes públicos

Um sistema contra a Convenção

auditivos nos autocarros e táxis. A equipa olha também para os benefícios do Metro Ligeiro. “Os incapacitados têm muita esperança. A altura da carruagem e plataforma deve estar adaptada e devem existir informações cla-ras nas estações. Cada zona deve ter um serviço complementar de autocarros”.

O QUE MOSTRAM AS QUEIXASNa altura do inquérito, idosos e incapacitados afirmaram que “os degraus de entrada e saída dos autocarros são muito altos, as instalações anti-barreiras são imperfeitas e que os motoristas não sabem usá-las, além de que não conseguem ajudar as pesso-as”. Para além disso, “a maioria dos avisos stop não funciona e as pessoas não conseguem sair no seu destino, os anúncios de paragem estão incorrectos e os assentos especiais não são facilmente identificáveis”. Os taxistas não escaparam às criti-cas, tendo sido acusados de “não terem conduta profissional, por recusar-se a transportar idosos e incapacitados e por enganarem os deficientes visuais com tarifas excessivas.”

Há três hotéis de baixo custo à espera de licença, mas não chega

“Há mercado para crescer”

“Temos pouco mais de 25 mil quartos de hotel, e 1500 são económicos. Pen-so que é insuficiente para o volume de turistas que

vem a Macau. Há mercado para crescer ao nível do alojamento económico”, acrescentou ainda.

Neste sentido, a DST

vai financiar uma página electrónica que permite reservar e pagar alojamen-to mais barato, que será gerida pela associação

do sector. “É uma grande mais valia”, disse Costa Antunes, garantindo que “todos os hotéis de baixo custo estão em obras, todos

eles querem terem uma maior aparência e valo-rização. E isso quer dizer que o mercado está pronto para isso.”

UMA “BOA IDEIA”A NORTEO anuncio feito pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, de que iriam ser desen-volvidos hotéis de baixo custo na zona norte, junto ao futuro posto fronteiriço de Guangdong, merece comentários positivos por parte de João Costa Antu-nes. “Neste momento ainda estamos em reuniões para obtermos informações mais completas sobre este novo projecto. É uma boa ideia existir descentralização do alojamento, e existindo disponibilidade de terrenos na zona norte, não tenho duvidas de que será um sucesso a partir do momento em que esteja regulamenta-do. Mas estamos numa fase preliminar, que não permite mais dados concretos”.

de forma faseada”, esclareceu o director da DST.

“HÁ REGULAMENTAÇÃO”Confrontado com as criticas dos guias turísticos feitas ao Hoje Ma-cau, que se queixam de situações ilegais e pouca fiscalização por parte do Governo, Costa Antunes garante que há regulamentação suficiente. “De 1993 para cá os guias turísticos criaram a sua pró-pria associação, portanto caberá

à classe desenvolver todo o seu trabalho. As dificuldades que exis-tem estão regulamentadas. Devo dizer que não existem problemas dentro do meio que não estejam devidamente definidos por lei, ao contrário de outros destinos, que por vezes não têm regulamentação tão completa. Há muitas regiões que neste momento estão a criar leis porque não têm uma regula-mentação tão completa como em Macau. – A.S.S.

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6 nacional sexta-feira 27.7.2012www.hojemacau.com.mo

A Cnooc Ltd. revelou ontem o que pode-rá tornar-se a maior aquisição da China no

estrangeiro até hoje. A petrolífera estatal informou que fechou a compra da canadiana Nexen Inc. por 120 mil milhões de patacas. Falta agora a aprovação das entidades dos Canadá e outros reguladores.

Se levado a cabo, o grandioso negócio marcará a investida mais significativa da China até agora para garantir fornecimentos de petróleo e gás natural e assim alimentar seu rápido crescimento, em particular no que diz respeito a áreas promissoras mas tecni-camente complexas como gás de xisto e areias betuminosas. O negócio também teria reflexos globais, já que salientaria como o fluxo crescente de investimentos da China para o resto do mundo está a transformar os mercados, desde combustíveis até arte e imóveis.

Mas o negócio também repre-sentará um teste considerável da disposição do mundo desenvol-vido para aceitar que o capital chinês assuma participações controladoras em indústrias e recursos estratégicos. Sete anos atrás, a Cnooc empreendeu uma mal sucedida iniciativa para com-prar a americana Unocal por 150 mil milhões de patacas. A intensa oposição política que o negócio gerou afugentou outros compra-dores chineses durante anos.

A compra da Nexen pela Cnooc provavelmente vai reque-rer aprovação dos reguladores dos Estados Unidos, Canadá e outros países — uma perspectiva delicada, especialmente nos EUA, que se preparam para uma eleição onde a China tem sido um tópico

A Argentina e a China assinaram um acordo

de cooperação espacial, que prevê a instalação na Patagónia, no sul, de uma antena chinesa para obser-var o espaço, informou na quarta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino.

O acordo foi assinado entre a Comissão argentina de Actividades Espaciais e a Agência Chinesa de

Assinantes 3G aumentam 47,3 milhõesO número de assinantes de serviço de telemóveis de terceira geração (3G) na China aumentou 47,33 milhões entre Janeiro e Junho de 2012, segundo as estatísticas publicadas na terça-feira pelo Ministro da Indústria e Informatização. O número total de assinantes de 3G chegou a 176 milhões até o fim de Junho, disse o ministério em declaração publicada na internet. O número de utilizadores de banda larga de internet cresceu 14,03 milhões, para se situar em 164 milhões durante o primeiro semestre do ano. As receitas dos principais negócios da indústria de telecomunicações da China registaram um aumento anual de 9,2%, atingindo cerca de 520 mil milhões de patacas nos primeiros seis meses do ano.

Taxa de desemprego urbano atinge 4,1%A taxa de desemprego urbano da China chegou a 4,1% no fim de Junho, disse na quarta-feira o Ministério dos Recursos Humanos e da Segurança Social. A taxa manteve-se estável em relação ao primeiro trimestre de 2012, e foi menor que a meta governamental de 4,6% para este ano. A China gerou 6,94 milhões de novos empregos nas áreas urbanas no primeiro semestre, cumprindo com 77% da meta anual, disse Yin Chengji, porta-voz do ministério. Ao todo, 2,94 milhões de desempregados encontraram trabalho nos primeiros seis meses do ano, acrescentou Yin.

Rede ferroviária de alta velocidade até 2015A China estabelecerá uma rede ferroviária de alta velocidade que cobrirá quase todas as cidades com população superior a 500 mil habitantes até 2015, de acordo com um programa oficial. O Conselho de Estado divulgou na terça-feira um plano de construir uma rede de transporte abrangente durante o período de 2011 a 2015. Segundo o plano, a China deve completar basicamente a construção de uma rede ferroviária de alta velocidade com uma extensão de operação total de mais de 40 mil quilómetros até ao fim de 2015.

Oferta chinesa por petrolífera do Canadá chega a 120 mil milhões

Maior compra de sempre

China instala antena de observação na Argentina

Cada vez mais espaçoLançamento e Controlo de Satélites, especifica o comunicado do Ministé-rio, citado pela AFP. O objectivo é “definir os parâmetros para o estabe-lecimento de instalações terrestres de acompanha-mento, comando e recolha de dados”.

O acordo lança ainda as “bases para uma futura colaboração, que incluirá a instalação de uma antena

para realizar pesquisa no espaço longínquo na pro-víncia de Neuquèn”, no sul do país, informa ainda o ministério.

O governo sublinhou que este “é um projecto da maior importância” para o país, que vai per-mitir “desenvolver as actividades de exploração interplanetária, estudos do espaço longínquo, observação astronómica,

seguimento e controlo de satélites e aquisição de dados científicos”.

A Agência Espacial Europeia está a terminar a instalação de uma antena na província argentina de Mendoza, no centro-oeste do país, dedicada a missões de exploração do espaço longínquo por satélite.

A China tornou-se em 2003 o terceiro país a enviar pelos seus pró-prios meios homens para o espaço.

A Argentina é um dos países da América do Sul mais avançados no domí-nio espacial.

importante. Além do Canadá, a Nexen tem activos no Golfo do México, na Nigéria e na área britânica do Mar do Norte, onde é uma das maiores produtoras de petróleo por volume.

UM RECORDEMas o sector de combustíveis mudou nos últimos anos. Em-presas em todo mundo estão a aceitar cada vez mais o dinheiro chinês, à medida que os projectos se tornam mais caros e ambicio-sos. Ilustrando essa tendência, a petrolífera estatal chinesa Sinopec fechou anteontem, separadamen-te, a aquisição de 49% dos activos no Mar do Norte da canadiana Talisman Energy Inc., por 12 mil milhões de patacas.

O negócio entre a Cnooc e a Nexen, se realmente acontecer, será a maior aquisição no estran-geiro já feita por uma empresa da China, segundo a provedora de dados Dealogic, eclipsando os

115 mil milhões que a Aluminum Corp. pagou em 2008 por 12% da companhia de minério anglo--australiana Rio Tinto PLC.

A Cnooc é a maior produtora marítima da China por volume, mas ultimamente tem sido menos activa nos negócios do que suas concorrentes Sinopec e China National Petroleum Corp.

A canadiana Nexen está en-volvida numa série de negócios em que as petrolíferas chinesas se concentraram nos últimos anos. Tem 121.000 hectares em blocos de gás de xisto na Bacia do Rio Horn, na província canadiana da Columbia Britânica, que descreve como “um dos campos de gás mais promissores da América do Nor-te”. Isso poderia tornar a Nexten atraente para a Cnooc, a qual, a exemplo das outras grandes pe-trolíferas chinesas, tem procurado adquirir tecnologia de gás de xisto, na esperança de reproduzir a revo-lução que pôs os EUA numa nova

era de energia barata. Extraído de formações rochosas compactas, o gás de xisto é abundante mas requer uma técnica complicada.

PONTOS FRACOSA Nexen também experimentou al-guns fracassos relativos à produção, inclusive a perda de uma concessão importante no Iémen, o que causou uma reformulação no comando da empresa e a saída de vários executi-vos, entre eles o presidente Marvin Romanow, que estava no posto há três anos. A Nexen ainda sofreu outros reveses devido a falhas de equipamentos e taxas de produção decepcionantes por vários anos, no seu projeto de areia betuminosa em Alberta (Canadá).

Os executivos da empresa passaram uma imagem positiva de uma fusão em que os activos norte-americanos continuariam a ser controlados pelo comando da Nexen em Calgary (Canadá). E os executivos da Cnooc também disseram que pretendem pôr a em-presa na bolsa de Tóquio. Ambas as iniciativas poderiam agradar aos reguladores do Canadá.

“A aquisição da Nexen é um grande investimento no Canadá para a nossa companhia”, disse durante uma conferência telefó-nica com o Wall Street Journal Li Fanrong, presidente da Cnooc. “Acreditamos que é um dos melhores destinos para o inves-timento no estrangeiro. Vamos trabalhar activamente para conse-guir a aprovação dos governos do Canadá, EUA e China.” Li disse que a aquisição poderia ajudar a Cnooc a aumentar as suas reservas em 30% e a produção em 20%.

O Ministério da Indústria do Canadá confirmou ontem que o negócio será analisado pelo governo federal.

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7nacionalsexta-feira 27.7.2012 www.hojemacau.com.mo

O vice-presidente da Chi-na, Xi Jinping, pediu na terça-feira que os fun-cionários e membros

do Partido Comunista da China (PCC) façam maiores esforços para construir o socialismo com carac-terísticas chinesas e melhorem a construção do Partido.

Xi, também o membro do Comitê Permanente do Bureau Po-lítico do Comité Central do PCC, fez o comentário na cerimónia de encerramento de um seminário de alto nível, com presença de funcio-nários provinciais e ministeriais, antes do próximo 18º Congresso Nacional do PCC. “O socialismo com características chinesas está profundamente enraizado na China e corresponde à situação do país e tem uma grande vitalidade. Isso ficou plenamente demonstrado com os enormes êxitos alcançados pelo país nos últimos mais de 30 anos. Na China contemporânea, só o socialismo com características chinesas pode desenvolver a China, beneficiar a população e revitalizar a nação.”

O PCC tem mais de 82 milhões de membros e, segundo Xi, está

A China estabeleceu oficialmente, na terça-

-feira, a cidade de Sansha, na Ilha Yongxing na Pro-víncia de Hainão, no ex-tremo sul do país.

A cerimónia para cele-brar a fundação da cidade começou às 10h40 na praça em frente ao prédio principal do governo da ci-dade. A bandeira nacional foi hasteada enquanto se tocava o hino, imediata-mente a seguir às tabuletas do Governo Municipal de Sansha e do Comité Municipal de Sansha do Partido Comunista da China (PCC) terem sido desveladas.

Na cerimónia, Sun Saochi, vice-ministro dos Assuntos Civis, anunciou a aprovação pelo Conselho de Estado do estabeleci-mento da cidade.

Luo Baoyou, chefe do Partido na Província de Haináo, disse no discurso de abertura que Sansha foi

EUA dizem que direitos humanos degradam-seO governo dos Estados Unidos afirmou ontem que a situação nos direitos humanos na China continua a degradar-se e que é tempo de os seus dirigentes autorizarem a dissidência, noticiou a AP. O subsecretário de Estado Michael Posner fez a afirmação depois de um encontro bilateral anual entre os Estados Unidos e a China sobre os direitos humanos, que terminou ontem em Washington. A reunião, que decorreu à porta fechada, é uma oportunidade para criticar o tratamento dado pelos dirigentes de Pequim aos activistas pró-democracia e às minorias religiosas e étnicas. Posner, cujas responsabilidades incluem as questões da democracia e dos direitos humanos e laborais, disse que existe uma frustração crescente entre o povo chinês, por não ter a capacidade de expressar as suas divergências com o governo.

Vice-presidente destaca socialismo com características chinesas

O que é bom é para manter

Sansha estabelecida oficialmente no Mar do Sul da China

Uma cidade polémica

tando que a maior vantagem do Partido são seus laços estreitos com o povo. “O propósito fun-damental do Partido é servir a população incondicionalmente. O PCC mantém-se fiel à linha de trabalho que consiste em ‘das massas e para as massas’ e insiste que todo o trabalho do Partido deve mostrar a vontade, os interesses e as necessidades das pessoas. Estas vantagens são os tesouros e recur-sos do Partido. O nosso Partido pode aproveitar essas vantagens para começar do zero e obter gran-des lucros e certamente irá usá-las para criar um futuro melhor.”

Seguindo o discurso do presi-dente Hu Jintao na segunda-feira, para inaugurar o seminário de dois dias, Xi pediu unidade e confiança na autoridade central. “No seu discurso, Hu analisou as novas situações e as missões do país em termos do desenvolvimento do socialismo com característi-cas chinesas, explicou diversos assuntos-chave sobre a situação geral do PCC e do país, e solucio-nou uma série de questões teóricas e práticas relacionadas com o fu-turo desenvolvimento do Partido e da nação. O discurso tem uma importância crucial para inspirar as pessoas a lutar para construir uma sociedade economicamente ajustada de uma forma generali-zada, com confiança e uma mente aberta, de maneira viável mas também inovadora.”

preparado para dirigir a grande causa do socialismo com caracte-rísticas chinesas no maior país em desenvolvimento do mundo, que tem uma população de 1,3 mil mi-lhões de pessoas. “O PCC e o povo chinês se esforçarão para atingir a meta de estabelecer uma sociedade economicamente ajustada de uma forma generalizada e um país

próspero, democrático, civilizado, harmonioso e modernizado, assim como o rejuvenescimento da nação chinesa.”

Além disso, Xi sublinhou a importância de fortalecer a construção do Partido. “É preciso aproveitar bem as vantagens únicas do PCC, desenvolvidas durante sua luta de longo prazo, de acordo com

as novas condições práticas. São as garantias fundamentais de todas as nossas grandes tarefas com o fim de superar todas as dificuldades e continuar avançando.”

ELOGIO DAS VANTAGENSXi também expôs as vantagens teóricas, políticas, organizacionais e institucionais do PCC, acrescen-

fundada para administrar as ilhas Xisha, Zhongsha e Nansha e suas águas circundantes no Mar do Sul da China. “O governo provincial estará dedicado a tornar a cidade numa base importante para salvaguar-dar a soberania da China e para servir ao desen-volvimento dos recursos marítimos.”

A tarefa principal, para já, será construir um poder político em Sansha para garantir a administração eficiente. O governo da cidade localiza-se na Ilha Yongxing, que ocupa 2,13 quilómetros quadrados, a maior no grupo de ilhas Xisha.

Wei Qiqiang, um pes-cador de 61 anos, disse que os pescadores estavam habituados a viver em cabanas feitas de madeira, quando chegou à ilha pela primeira vez, em 1979.

Hoje, a ilha tomou a forma de uma cidade

com infra-estruturas que incluem um pequeno ae-roporto militar, um porto marítimo, ruas, uma clíni-ca, uma agência dos cor-reios e um observatório.

Na terça-feira, os 613 habitantes locais que vivem da pesca tornaram--se residentes oficiais de Sansha.

O governo munici-pal recém-eleito planeia tornar o turismo um dos três pilares económicos

para o desenvolvimento de Sansha, além da pesca e exploração de gás e pe-tróleo, anunciou Xiao Jie, presidente de càmara da cidade eleito na segunda--feira.

O ex-chefe do Depar-tamento Provincial de Agricultura de Hainão afirmou que o primeiro governo municipal de Sansha se dedicará à gestão administrativa, desenvolvimento econó-

mico, vida da população e protecção ambiental nos próximos cinco anos.

ACORDO COM A SHELLA petrolífera anglo-holan-desa Royal Dutch Shell assinou contratos com a chinesa CNOOC para explorar poços de petróleo e gás no Mar do Sul da China, disputados também por Vietname, Filipinas, Malásia, Brunei e Taiwan.

Mediante os acordos assinados, a Royal Dutch Shell irá explorar os blocos da plataforma submarina de Yinggehai, nas imedia-ções de Hainão.

A Shell irá suportar os custos de exploração en-quanto que a CNOOC virá a deter até 51% dos direitos comerciais do petróleo e gás natural encontrados pela companhia europeia.

Especialistas estimam que no Mar do Sul da China esteja uma das maiores reservas mundiais de pe-tróleo, apesar de, até agora, a região não ter sido ex-plorada devido às tensões de soberania e disputa das ilhas na região entre vários países e a China.

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8 publicidade sexta-feira 27.7.2012www.hojemacau.com.mo

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9regiãosexta-feira 27.7.2012 www.hojemacau.com.mo

DOIS activistas chi-neses foram en-viados para um campo de trabalho

por terem participado na mar-cha pró-democracia realizada a 1 de julho, em Hong Kong, e noutros protestos, noticiou ontem a imprensa local.

Esta foi a primeira vez que Pequim puniu ativistas envolvidos em manifestações na antiga colónia britânica, onde a lei garante a liberdade de expressão e reunião, de acordo com a edição do jornal em língua inglesa South China Morning Post.

O grupo de defesa dos direitos humanos “União dos

O Conselho de Planeamento e Desenvolvimento Econó-

mico de Taiwan revelou ontem que em 2025 a ilha terá uma proporção mais elevada de maio-res de 65 anos do que os países desenvolvidos.

Em 2010, a idade média da população de Taiwan era de 37,4 anos, mas em 2060 será de 57,4 anos, idade superior aos 55,9 anos previstos para a Coreia do Sul e aos 53,4 anos do Japão, indicam as previsões do Conselho.

Em 2018, contudo, mais de 14% dos taiwaneses serão maiores de 65 anos e para 2025, a percentagem será de cerca de 20%, dados que irão atribuir à população da ilha o estatuto de

“sociedade muito envelhecida”, superando os Estados Unidos e países europeus.

Apesar das previsões pessi-mistas, as crenças tradicionais impulsionaram os nascimentos para o Ano do Dragão – que reina no zodíaco chinês – sendo espe-rados para 2012 cerca de 230.000 partos, números que irão aliviar a pressão do envelhecimento populacional na Formosa.

Já para 2013, o ministro sem pasta, Hsueh Chern-lay, estima que o número de nascimentos desça para 180.000, bem como em 2025 é esperado que a popu-lação da ilha comece a diminuir, devido à idade avançada das pessoas.

OS três partidos que vão integrar o pró-

ximo Governo de Timor--Leste iniciaram ontem em Díli conversações para a formação do novo executivo, disse à agên-cia Lusa Dionísio Babo, secretário-geral do CNRT.

A 16 de julho, o Par-tido Democrático (PD), de Fernando Lassama, e a Frente Mudança, acei-taram a coligação com o Conselho Nacional da Reconstrução Timorense de Xanana Gusmão, o partido mais votado nas legislativas de 7 de julho.

Nas legislativas, o Conselho Nacional da Reconstrução de Timor--Leste, de Xanana Gus-mão, conseguiu 36,68% dos votos, garantindo 30 lugares no Parlamento, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Indepen-dente (Fretilin) 29,89% dos votos e 25 lugares, o Partido Democrático (PD) 10,30% e oito lugares e a Frente Reconstrução Nacional de Timor-Leste (Frente Mudança) 3,11% dos votos e dois lugares.

Depois de o partido de Xanana Gusmão ter

convidado os dois parti-dos que elegeram menos deputados para formar Governo, rejeitando uma coligação com a Fretilin, o segundo partido mais votado pelos timorenses, registaram-se distúrbios no país que provocaram um morto.

Agora, de acordo com Dionísio Babo, os três par-tidos, “através de grupos de trabalho” vão sentar-se à mesa e começar a dis-cutir. “Há vários pontos a acertar e estas reuniões, ainda sem os líderes dos partidos, podem demorar vários dias, mas o objetivo é começar as conversas sobre a formação do Go-verno e, inclusivamente, começar a falar sobre as pastas do executivo. Terão de ser coincidentes com os programas políticos apre-sentados à população.”

Dionísio Babo expli-cou ainda que não serão, “de forma imediata”, discutidos nomes para o executivo, mas terá de haver um consenso sobre as pastas para depois se saber quem serão as pessoas indicadas para ocupar os postos.

Malásia Explosãoem cargueiro faz um mortoPelo menos uma pessoa morreu e outras quatro estão dadas como desaparecidas depois de um navio carregado com metanol ter explodido na ilha malaia de Labuan, frente à costa do Bornéu. Um incêndio a bordo do barco, propriedade da Corporação Internacional Malásia e carregado com químicos, desencadeou uma série de explosões. Segundo um comunicado da agência marítima da Malásia, de ontem, os 29 membros da tripulação lançaram-se à água para evitarem as chamas, tendo 24 sido resgatados com vida. A única vítima mortal conhecida até agora foi encontrada a flutuar perto do local do acidente e prosseguem as buscas pelos quatro tripulantes desaparecidos. As autoridades desconhecem as causas do acidente.

Coreia do Sul HyundaiMotor anuncia lucrosA Hyundai Motor anunciou ontem que o lucro líquido da empresa no segundo trimestre deste ano aumentou 10 % para o equivalente a 18 mil milhões de patacas devido à subida da procura dos seus carros nos mercados externos. As receitas aumentaram cerca de 9% e o lucro operacional foi 18% superior do que no mesmo período de 2011. A potenciar os lucros da Hyundai estiveram as vendas em mercados como a Europa e os Estados Unidos, que segundo a empresa aumentaram mais de 10% na primeira metade deste ano, anulando as vendas mais baixas no mercado interno.

Coreia do Sul Economia com crescimento lentoA economia sul-coreana cresceu 0,4% entre Abril e Junho, menos de metade do crescimento no primeiro trimestre de 2012, dados justificados com a diminuição das exportações e do consumo interno, revelou o Banco da Coreia. Entre Janeiro e Março o Produto Interno Bruto da Coreia do Sul tinha subido 0,9%. Os dados trimestrais para o período entre Abril e Junho são mais baixos do que o previsto pelos analistas, que indicavam um crescimento de 0,5% e traduz também o menor crescimento da quarta economia asiática, desde que no último trimestre de 2011 registou um crescimento económico de apenas 0,3%.

Japão Autoridadesinvestigam acidente com caçaAs autoridades norte-americanas e japonesas estão a investigar o acidente com um caça F-16 dos Estados Unidos, que caiu no Pacifico após ter levantado voo de uma base do Japão. O avião, que seguia a caminho do Alasca, integrava o esquadrão da base aérea de Misawa e despenhou-se domingo a cerca de 250 milhas da costa de Hokkaido, a principal ilha do nordeste japonês. O piloto do caça, que não foi identificado, conseguiu ejectar-se em segurança e foi recolhido seis horas depois numa missão de salvamento encetada em conjunto pelas autoridades japonesas e norte-americanas.

Ásia Consórcio compracompanhia de gás britânicaUm consórcio liderado pelo homem mais rico da Ásia, o empresário de Hong Kong Li Ka-shing, anunciou ontem um acordo para a aquisição da companhia britânica de gás MGN Gás Network, por cerca de 8,5 mil milhões de patacas. A Cheung Kong Holdings, à cabeça do consórcio, vai adquirir a MGN Gas Networks, que detém a distribuidora Wales and West Utilities, a qual tem 7,4 milhões de clientes no País de Gales e no sul de Inglaterra. Esta empresa representa “um investimento de qualidade que fornecerá um contributo estável e duradouro às receitas”, indica o consórcio num comunicado.

Activistas de Hong Kong enviados para campo de trabalho

Protestos foram punidos

Taiwan enfrenta envelhecimento acelerado até 2025

À frente dos países desenvolvidos

Partidos do novo governo começaram ontem a conversar

O novo futuro de Timor

Direitos dos Povos da China” (People’s Rights Union, na designação inglesa), com sede em Hong Kong, disse que Song Ningsheng, de 44 anos, e Zeng Jiuzi, de 53, foram julgados e sentenciados a 14 meses num campo de trabalho, depois de terem participado na manifestação de 1 de Julho. Os indivíduos foram igualmente acusados de fazerem petições em Pequim nos dias 9 e 11 de Julho, acrescentou o jornal.

O presidente do grupo, Liu Weiping, afirmou que agentes de segurança da China segui-ram os dois homens durante a viagem para Hong Kong, por ocasião do 15.º aniversário

da transferência do exercício de soberania do Reino Unido para a China. “Se este pessoal da segurança do interior da China prevalecer, qual será o significado para os residentes de Hong Kong? Eles deviam pensar nisto.”

O protesto de 1 de julho desafiou a nova liderança da região e evidenciou o desa-grado popular após 15 anos

sob administração chinesa. A organização da manifestação estimou uma participação de 400.000 pessoas, a maior dos últimos oito anos e que registou quase o dobro dos participantes do ano passado.

Já a polícia estimou terem participado cerca de 63.000 pessoas, ainda assim o maior número reportado nos últimos oito anos.

A manifestação na antiga colónia britânica teve lugar depois de Leung Chun-ying, conotado com as autoridades comunistas chinesas, ter sido empossado chefe do Executivo de Hong Kong, na presença do presidente chinês Hu Jintao.

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GONÇ

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10 sexta-feira 27.7.2012www.hojemacau.com.moentrevista

Helder [email protected]

DE novo em Macau, sempre ligado a projectos musi-cais, Rui Filipe, compo-sitor, director musical e

produtor, com o mais recente CD dos “RosaNegra” debaixo do braço, desta vez desenvolveu, junto de formandos maioritariamente asiáticos, acções de formação em canto tradicional português. Afirma que foi mágica esta experiência.

Acções de formação na área do canto tradicional português, trouxeram--no a Macau. Uma excelente experiência, esta ini-ciativa da Casa de Portugal. Envolveu cerca de uma dúzia de formando, mui-tos deles não falantes de português, mas com um entusiasmo enorme em adquirir novas experiências culturais como esta.

Grande desafio.Um desafio que foi tão longe que no dia do tufão só apareceram dois formandos: um natural da Mongólia, licenciado em música, que toca acor-deão e conhece algumas modinhas portuguesas, e um macaense. Como ninguém mais apareceu nesse dia, fiz uma clivagem nos workshops, come-çando a traduzir para chinês, através da intervenção do aluno macaense, algumas canções portuguesas, por exemplo “Ó Rosa Arredonda a Saia”. Foi uma experiência mágica.

Interessante seria a continuação dessa iniciativa?Sem dúvida, algo que me apetecia perpetuar. Nitidamente, observei o in-teresse por este tipo de conhecimentos e partilhas. Eu vim dar música nestas acções, e outros deram dança, que teve muita aderência e a maior parte das pessoas também não fala português. O interesse foi sempre muito, gostam do ritmo, dos movimentos, daquele entusiasmo. Fiquei fascinado com esta ideia de traduzir para chinês cantigas tradicionais portuguesas. Percebi que gostam imenso destas melodias, embo-ra tenham dificuldade em cantá-las. Daí eu ter a ideia de realizar um momento diferente no workshop. Nestas acções, a ideia foi não apenas estabelecer a ligação do reportório tradicional por-tuguês, como ainda executar cantigas de roda, pondo-os a tocar ferrinhos,

Rui Filipe, compositor, produtor musical

“Vão nascer muitas licenciaturas à volta do fado”

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11sexta-feira 27.7.2012 www.hojemacau.com.mo entrevista

Rui Filipe, compositor, produtor musical

“Vão nascer muitas licenciaturas à volta do fado”

A música sem fronteirasPor várias ocasiões em Macau, no campo da música, por exemplo como compositor e director musical de Dulce Pontes, ou com as vozes e ritmos do grupo “Xaile”. Autor, produtor e director de projectos musicais de grande qualidade na música portuguesa. Vindo da música clássica, Rui Filipe tem como instrumento referencial o piano, embora seja multi-instrumentista. Estudou música no Instituto Gregoriano, aos 20 anos de idade começou a actividade profissional, gravou dois discos com Dulce Pontes, tocou em espectáculos dela, continuando desde a segunda metade dos anos 90 com variados projectos de composição e direcção.

adufe, a fazer as lengalengas, o ola ri lo lé... Com uma grande animação e sensibilidade por parte deles. Foi uma experiência maravilhosa, onde encon-trei, no foro humano, proximidades.

São pontes essenciais para divul-gação cultural?Pontes que não nos fazem perder a essência, pelo contrário, dão ampli-tude, hã uma afirmação ainda maior e um maior respeito pelas origens. Tem havido vários trabalhos neste sentido e sempre com excelentes resultados.

E as influências anglo-saxónicas na música portuguesa, ainda se notam com frequência?Nos anos 80 foi realmente a grande vaga da música anglo-saxónica em Portugal, consumíamos toda aquela programação americana e inglesa. Mesmo na televisão com as séries americanas, o modelo de vida, de sonho em ter aquele estilo de vida, enfim... Neste momento em Portugal e penso

que em grande parte da Europa, está acontecendo um regresso às origens. Então acontecem muitos festivais de música do universo da chamada “world music”, em que surge música dos Balcãs, do norte de África, do Bali, do Senegal, música ‘folk’ do norte da Europa, há uma grande mistura.

Até que, há uma dúzia de anos, por aí, o revivalismo revitalizou o fado...Mas ainda não terá chegado concreta-mente à classe mais nova. Entre outros grupos, os Deolinda são um passo importantíssimo nesse sentido. São

formas que ajudam a revitalizar o fado, embora de formas diferentes. O nosso projecto “RosaNegra” é um exemplo também de grande vigor e com total respeito pelo fado tradicional, embora caminhe por rumos mais globais.

Ligado a vários projectos musicais como compositor, o “RosaNegra” será o que, ultimamente, mais destaque tenha tido, uma vez que surge como compositor, músico e produtor do mais recente álbum “Fado Mutante”?Realmente, vim de outras músicas,

de trabalhos ligados ao teatro e a outras áreas. Como tenho composto e dirigido musicalmente diversifi-cadas iniciativas na área da música, formei uma produtora que está ligada a projectos ligados ao fado, como os “RosaNegra”, se bem que a ideia deste trabalho seja um fado mutante, tal como o nome do álbum descreve. Concebido com o meu parceiro Jo-hnny Galvão, na parte dos textos e na produção. Mas temos a ideia de realizarmos vários projectos com que sonhamos há muito.

“RosaNegra”, no “Fado Mutante” é um álbum a indicar vários trajec-tos na música... De alguma maneira, o caminho duma certa diáspora com influência moçára-be, mediterrânica, judaica, da penín-sula ibérica, influência sefardita, ao fim e ao cabo. Como ainda a incursão por algum crioulo, influências que passaram por Portugal e que estão na base do que é o fado, naturalmente na

minha leitura. O fado é aquela música de porto, música que que traz, leva e partilha. Talvez também caiba no fado um certo chorinho brasileiro, também o tango porque, afinal, par-tilham coisas idênticas, sentimentos semelhantes, como a saudade, por exemplo. Também uma cadência, um estado emocional parecido.

Em palco os “RosaNegra” apre-sentam uma “mise en scène” muito particular, com movimentos e rou-pagens fora do comum, incluindo a forma de interpretar do cantor.É verdade, a nossa partilha ao vivo é diferente. Desde logo pela razão de não termos propriamente o tradi-cional cantor de postura habitual. O Jonas vem do teatro, da dança e que, curiosamente, descobriu o fado em Londres enquanto estudante lá. Co-meçaram a desafiá-lo para cantar e ele começou a cantar fado em Londres. Não sendo um fadista tradicional, tem na génese o fado, até porque a mãe cantava fado, ele conhece o reportório antigo do fado. Ele faz a sua própria diáspora. Felizmente nos cruzámos através da cantora de jazz, a Maria João, que conhecia ambos e, saben-do que procurávamos uma voz para esta viagem diferente do “RosaNe-gra”, apresentou-me o Jonas. Então completámos a nossa ideia de trazer uma linguagem nova dentro daquilo que é o fado, património mundial. Somos pessoas urbanas, vivemos no século 21, tentamos abrir caminhos na nossa forma de expressão dentro da sensibilidade por detrás do fado.

Dentro da sensibilidade de um novo aprofundamento do fado...Exactamente, até porque irão por certo nascer uma série de licenciaturas à volta do fado. Naturalmente que o sentido cromático, o que nos anima estética e liricamente, procura tam-bém semelhanças com o que vem do antes, fazemos as nossas pesquisas, mas com referências urbanas deste século, da nossa criatividade en-quanto autores e intérpretes. Proposta estética global abarcando o sentido visual, auditivo e da transpiração em cima dos palcos.Em 2006, Rui Filipe inicia um projecto seu de nome “RosaNegra”, ficando pelo caminho muitas colaborações com artistas como Paulo Gonzo ou Maria João, programas de televisão, saraus, peças de teatro, etc. Comprometeu-se com a produtora RAGA e a sua estética de Música Portuguesa Planetária. Vieram depois trabalhos de compo-sição cada vez mais intensos, como é o caso do segundo e mais recente álbum do grupo “RosaNegra”, com nova constituição e com um álbum lançado internacionalmente, chama-do Fado Mutante. Este compositor está também ligado à “Amálgama Companhia de Dança”, nascida no princípio deste século e que tem como divisa “difundir a Arte numa visão ho-lística e universalizante”. Companhia que também esta semana realizou acções de formação por iniciativa da Casa de Portugal em Macau.

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12 vida sexta-feira 27.7.2012www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

A ANIMA – Socieda-de Protectora dos Animais continua à espera da Elite

Doll, a cadela galgo que o Canídromo prometeu pela segunda vez entregar para adopção. Há meses que a situação se repete, há meses que a sociedade – que tenta romper o destino fatal que os galgos da companhia de corri-das enfrentam quando já não servem para apostas – espera.

Mas a situação parece agora tender a agravar-se. Segundo fonte da ANIMA, a Yat Yuen - Companhia do Ca-nídromo recusa-se a enviar um modelo do acordo contratual que as duas entidades terão de assinar para iniciarem as campanhas de adopção. “Se não conhecemos as cláusulas,

Ao som de “Racing to Death” de Maria Daines, o vídeo da Grey2K mostra imagens da violenta função que os galgos desempenham na Yat Yuen. O vídeo promove o fim da exportação destes cães para Macau e a criação de uma política de adopção no território. Entretanto, o grupo informou que 26 pistas de corridas foram já encerradas nos EUA, transformando-se em escolas e outras instituições sociais.

Canídromo continua a não cumprir política de adopção dos galgos

Resgate em suspenso

como vamos discutir a forma de adopção?”

A ANIMA assegura que a recusa em fornecer o do-cumento é mais uma forma do Canídromo evitar o que, claramente, não quer fazer. “É mais uma manobra dila-tória deles para aumentarem

os prazos para iniciarmos as campanhas de adopção.”

A sociedade protectora dos animais – que acolhe agora mais de duas centenas de cães, mas afirma estar aberta a recolher os galgos da Yat Yuen – chegou mesmo a elaborar um contrato “simples e justo”, que terá sido enviado pela Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DCIJ) ao Canídromo, mas este não chegou sequer a responder. “A única coisa que sabemos foi-nos dita oralmente. O DCIJ e o Ins-tituto para os Assuntos Cívicos e Municipais terão ouvido da Yat Yuen que esta tem o acordo pronto. Mas isto é uma manobra deles [Canídromo], porque o Governo exige que eles tenham uma política de adopção.”

ADOPÇÃO FICTÍCIA Como em vários locais do mundo onde existem este tipo

de corridas, é obrigatório ter esta medida, para evitar que centenas de cães sejam aba-tidos por lesões ou reforma. Em Macau, isso não só não se está a cumprir, como os maus tratos e abates de animais são alarmantes. Centenas de animais “aposentados” com ferimentos e 27 já abatidos desde o início do ano – às vezes mais do que um no mesmo dia são os dados mais recentes que o Canídromo disponibiliza sobre a situação dos galgos que correm por apostas.

Como dito anteriormente pelo Hoje Macau, os números reais podem ser bem mais altos: há possibilidade de 137 cães terem sido abati-dos desde Janeiro, por não poderem mais desempenhar o papel de corredores. Além disso, um vídeo dos activis-tas Grey2K enviado ao Hoje Macau mostra imagens de galgos magoados, mortos e em condições decadentes no Canídromo de Macau.

O grupo, que se dedica a promover a adopção ds galgos à volta do mundo, promove, o fim da exporta-ção de galgos para Macau. O território já recebeu um total de 986 galgos me três anos só da Austrália, mas essa contabilização pode deixar de existir. O cônsul australiano em Hong Kong terá afirmado que não iria autorizar mais a exportação destes animais para Macau sem uma polí-tica de adopção. “Daí eles terem sido forçados a fazer o acordo, que esperamos que cumpram.”

A ANIMA já tinha refe-rido que não ia esperar mais para receber a Elite Doll, mas o prazo é sempre prolongado, uma vez que a sociedade pre-tende mesmo acabar com as mortes prematuras dos cães na Yat Yuen. Para já, uma in-formação por escrito chegará ao Chefe do Executivo sobre a espera do contrato com o Canídromo. Como sempre que o Hoje Macau tentou, a Yat Yuen continua a não mostrar-se disponível para prestar esclarecimentos.

A ANIMA continua à espera que o Canídromo cumpra com o prometido: dar início a uma campanha de adopção dos galgos. Mas a companhia das corridas nem responde à Sociedade Protectora dos Animais, nem fornece o documento que diz ter pronto para o acordo

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13desportosexta-feira 27.7.2012 www.hojemacau.com.mo

PARASKEVI Papachris-tou foi ontem eliminada

dos Jogos Olímpicos de Londres por ter feito co-mentários xenófobos sobre os imigrantes africanos na Grécia.

O Comité Olímpico Grego decidiu retirar dos Jogos de Londres a atleta de triplo salto, Paraskevi Papachristou, como pe-nalização por ter escrito comentários racistas contra os imigrantes africanos residentes no seu país, na sua conta do Twitter. “Com tantos africanos na Grécia... os mosquitos do Nilo Ocidental comem pelo menos comida caseira!”, escreveu Papachristou. O tweet da atleta desenca-deou uma onda de indig-nação na Grécia, tendo o

Judo Conhecidosadversários dos portuguesesO sorteio da prova olímpica de judo decorreu esta quinta-feira, em Londres. Telma Monteiro, número três do `ranking´ mundial na categoria de menos 57 quilos e uma das maiores promessas lusas para as medalhas nas Olimpíadas de 2012, vai defrontar a norte-americana Marti Malloy na primeira ronda da competição. Ainda no quadro feminino, Joana Ramos enfrenta a vencedora do duelo entre Priscilla Gneto (Grã-Bretanha) e Hongmei He (China. Yahima Ramirez, judoca portuguesa nascida em Cuba, vai começar os Jogos frente à britânica Gema Gibbons. João Pina, único representante nacional no judo masculino, tem combate marcado com o ucraniano Volodymyr Soroka na primeira fase da competição.

Ténis Sorteio do quadro olímpico masculinoRealizou-se na manhã desta quinta-feira o sorteio do quadro principal do torneio olímpico de ténis masculino. Roger Federer, número um do Mundo e 1.º cabeça-de-série vai defrontar o colombiano Alejandro Falla na primeira ronda da prova. O suíço, que procura no All England Club conquistar a primeira medalha de ouro olímpica em singulares da carreira, está na mesma metade do quadro que o 4.º pré-designado David Ferrer. O espanhol vai medir forças com o canadiano Vasek Pospisil no primeiro encontro. Novak Djokovic, segundo cabeça-de-série, inicia o torneio frente ao italiano Fábio Fognini enquanto Andy Murray, finalista vencido do torneio de Wimbledon em 2012, terá no suíço Stanislas Wawrinka um osso duro de roer na primeira eliminatória.

Atleta grega expulsa por fazer comentários racistas

Xenofobia anti-desporto

O ex-presidente do Benfica Vale e Azevedo, a aguardar em Lon-dres a decisão de extradição para Portugal, confessou que

esteve quase a suicidar-se em Fevereiro de 2004, após o episódio em que esteve em liberdade 14 segundos. “Foi o momento mais difícil em toda a minha vida. Tive de ter muita força para não por termo à vida”, lembrou à agência Lusa, numa entrevista concedida em Londres na terça-feira, em que se completou quatro anos de regime de permanência de residência no Reino Unido.

Vale e Azevedo referiu que tem estado a viver “um inferno” desde 2001, com mais “de 500 sessões de tribunais e processos que são ‘vira o disco e toca o mesmo’”, e que os 14 segundos em liberdade a 19 de Fevereiro de 2004 e a imediata detenção “foi um momento de enorme provação”. “Ainda hoje é um episódio que me emo-ciona e me perturba extraordinariamente e que perturbou a minha família extraordi-nariamente. Penso que tive sorte também dos meus filhos e da minha mulher terem resistido”, frisou.

O presidente do Benfica de 3 de No-vembro de 1997 a 31 de Outubro de 2000 considerou que a exibição de outro mandado de detenção, logo que transpôs a porta do estabelecimento prisional da Polícia Ju-diciária em Lisboa, foi “das coisas piores que se podem fazer a uma pessoa”. “Não esqueço. E não esqueço, obviamente, quem mo fez”, acrescentou, em referência ao juiz Ricardo Cardoso, de quem chegou a dizer que pertencia “aos notáveis do Benfica da oposição”.

Liberdade quase levou Vale e Azevedo a terminar com a vida

14 segundos depois

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Vale e Azevedo, que tinha a mulher e o irmão à sua espera nesse dia, já com as malas os sacos do ex-presidente do Benfica e um televisor no carro, acabaria por ser libertado cinco meses mais tarde.

O advogado afirmou à Lusa que “o in-ferno” em que vive desde 16 de Fevereiro de 2001, altura em que foi detido no âmbito do processo Ovchinnikov, lhe destruiu a vida. “Todo esse percurso, a prisão e os processos, destruiu completamente a minha vida. Obrigou-me a mudar, a fazer um esforço para sobreviver e continuar a sobreviver e ir em frente”, sublinhou o ex-presidente do Benfica, à espera que o High Court, tribunal inglês de instância superior, marque a audiência para decidir a sua extradição para Portugal.

SAUDADES DE PORTUGALRejeitando que é um foragido à justiça, Vale e Azevedo, 55 anos, admitiu que tem “saudades” de Portugal e expressou que tem dúvidas de que “houvesse muita gente que resistisse emocional e fisicamente a esta provação”. “A verdade é que a nossa vida - a minha, a dos meus filhos e da mi-nha mulher - é muito diferente”, declarou, referindo, com convicção, de “a justiça portuguesa” não foi justa desde a sua detenção em 2001, cerca de cinco meses após ter perdido as eleições no Benfica. “Não se pode dizer que uma justiça é justa quando põe uma pessoa permanentemente há dez anos a ser julgada pelos mesmos factos. Isto não é justiça. Não pode ser justa para uma pessoa que cumpriu seis anos de uma pena de 11 anos e está há

quatro anos no regime de permanência na habitação”, salientou.

Admitiu ainda que sentiu ter sido usado pela justiça portuguesa para “mostrar traba-lho” e, que, “se calhar”, ainda continua a ser usado, lembrando “os muitos processos” que ainda tem, como o programado para outubro, em que é acusado de peculato e branqueamento de capitais.

Neste caso, a acusação advoga que Vale e Azevedo apropriou-se indevidamente de quatro milhões de euros do Benfica, verbas resultantes de transferências de jogadores.

NOTIFICAÇÃO EDITAL Nº 101/2012(Exercício do direito de defesa)

Considerandoquenãoserevelapossívelnotificar,nostermosdosartigos10.ºe58.ºdoCódigodoPro-cedimentoAdministrativo,aprovadopeloDecreto-Lein.º57/99/M,de11deOutubro,osenhorHoTaiA,proprietáriode“OnMeiHeiCheMeiIong”,residentenaRua1daCidadeNovadeToiSan,S/N,EdifícioSanSengSiFaUn,Bloco11,R/C“U”,Macau,pessoalmente,porofício,telefone,ououtraforma,RaimundoVizeuBento,ChefedoDepartamentodeInspecçãodoTrabalho,mandaqueseproceda,nostermosdon.º2doartigo11.ºdoDecreto-Lein.º52/99/M,de4deOutubro,conjugadocomoartigo94.ºdomesmocódigo,ànotificaçãodosenhorHoTaiA,paranoprazode15(quinze)dias,exercer,porescrito,osdireitosdeaudiênciaededefesa,emrelaçãoàseventuaisinfracçõesabaixoindicadas:1. Oreferidoempregadornãoterentregueosrecibosdopagamentoderemuneraçãoreferenteaoperíodo

de19/3/2010a31/7/2011aotrabalhadornãoresidenteArielBrunoCruz,infringindoassimoartigo20.ºdaLein.º21/2009–Leidacontrataçãodetrabalhadoresnãoresidentes,conjugadocomn.º6doartigo63.ºdaLein.º7/2008–Leidasrelaçõesdetrabalho.Dofactoacimareferido,nostermosdaalínea9)don.º1doartigo88.ºdaaludidaLein.º7/2008–Leidasrelaçõesdetrabalho,asupracitadainfracçãoépunidacommultadeMOP$5.000,00aMOP$10.000,00porcadatrabalhadoremrelaçãoaoqualseverificaainfracção.

2. Oreferidoempregadornãoterpagoaremuneraçãoreferenteaoperíodode26/4/2010a31/7/2011pormeiodedepositoàordemdotrabalhadornãoresidenteArielBrunoCruzeminstituiçãobancáriadaRAEM,infringindoassimoartigo27.ºdaLein.º21/2009–Leidacontrataçãodetrabalhadoresnãoresidentes.Dofactoacimareferido,nostermosdaalínea4)don.º2doartigo32.ºdaaludidaLein.º21/2009–Leidacontrataçãodetrabalhadoresnãoresidentes,asupracitadainfracçãoépunidacommultadeMOP$5.000,00aMOP$10.000,00porcadatrabalhadoremrelaçãoaoqualseverificaainfração.

3. OreferidoempregadornãotersujeitadoàformaescritaocontratodetrabalhoceleradocomotrabalhadornãoresidenteArielBrunoCruz,infringindoassimoartigo23.ºdaLein.º21/2009–Leidacontrataçãodetrabalhadoresnãoresidentes.Dofactoacimareferido,nostermosdaalínea1)don.º2doartigo32.ºdaLein.º21/2009–Leidacontrataçãodetrabalhadoresnãoresidentes,asupracitadainfracçãoépunidacommultadeMOP$5.000,00aMOP$10.000,00porcadatrabalhadoremrelaçãoaoqualseverificaainfracção.

Assim,podeexerceroseudireitodedefesaporescritonoprazode15(quinze)dias,acontardo1.ºdiaútilseguinteaodapublicaçãodopresenteedital.AnotificaçãodaacusaçãoemcausapodeserlevantadanoDIT,sitanaAvenidadoDr.FranciscoVieiraMachado,n.ºs221-279,edifício“AdvancePlaza”,1ºandar,Macau,dentrodashorasdeexpediente,sendotambémpermitidaaconsultadorespectivoprocesson.º7066/2011.Àfaltadeapresentaçãodadefesaescritapelonotificado,dentrodoprazoacimareferido,éaplicadaamulta.

DirecçãodosServiçosparaosAssuntosLaborais,aos23deJulhode2012.

OChefedeDepartamento,

RaimundoVizeuBento

Comité sido pressionado por vários partidos políti-cos para que a atleta não participasse nos Jogos.

Em declarações à tele-visão grega Skai, Isidoros

Kouvelos, secretário-geral do Comité Olímpico grego, afirmou que a atleta “não mostrou nenhum respeito pelos valores olímpicos, pelo que não poderia mais continuar a fazer parte da equipa. (Paraskevi Papa-christou) cometeu um erro, e na vida nós temos de pagar pelos nossos erros”.

Após ter sido expulsa, Paraskevi Papachristou, 23 anos, mostrou-se arrependi-da e apresentou um pedido de desculpas através do Facebook, afirmando que foi “uma brincadeira infeliz e de mau gosto. (...) não que-ria ofender ninguém nem violar os direitos humanos. O meu sonho está vinculado aos Jogos Olímpicos e não poderia participar se não respeitasse esses valores”.

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14 cultura sexta-feira 27.7.2012www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

APOIAR as indústrias criativas locais é cada vez mais uma aposta de diferentes instituições

em Macau. Desta feita, a delegação da Fundação Oriente (FO) quer reconhecer o talento de jovens artistas plásticos locais, dando-lhes a oportunidade de exporem os seus trabalhos em Macau mas, acima de tudo, desenvolverem as suas qualidades artísticas em Portugal, arranjando-lhes uma porta de en-trada nas capitais de arte europeias.

O “Prémio Fundação Oriente de Artes Plásticas” está aberto a candidaturas até dia 28 de Se-tembro, segundo dado a conhecer pela entidade, e está em causa um prémio de 50 mil patacas aos ar-tistas que se destaquem nas áreas de pintura, escultura, fotografia, gravura, vídeo ou instalação.

O grande vencedor, no entanto, verá metade do montante aplica-do numa residência artística em Portugal. A ideia, segundo explica a Fundação Oriente, é dar a opor-tunidade de durante um mês em

O primeiro pianista chinês a vencer a medalha de

Ouro do “Van Cliburn Inter-nacional Piano Competition” traz as suas mãos mágicas ao centro do palco do Grande Auditório do Centro Cultural de Macau (CCM).

Haochen Zhang, de 22 anos, estreou-se com apenas cinco anos no Shanghai Music Hall num recital que inclui as partituras de Bach, bem como

A cerimónia de entrega dos prémios da se-

gunda edição de “Contos de Macau”, competição promovida pela Teledi-fusão de Macau (TDM), decorreu ontem no The

Fundação Oriente catapulta talentos de áreas artísticas diversas

Artistas locais lançados para Portugal

Prodígio do piano actua no Grande Auditório do CCM amanhã às 20h

Rachmaninoff pelas mãos de Haochen Zhang

“Contos de Macau” receberam contratos externos com a TDM

As imagens da cidade

2013 trabalhar ou estagiar junto de instituições artísticas públicas ou privadas. Aqui, ficará posterior-mente, ao critério consensual do promotor do prémio com o artista premiado.

Apenas artistas residentes em Macau ou que cá viveram nos últi-mos dois anos, independentemente da sua nacionalidade, podem con-correr ao prémio, desde que tenham idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, inclusive, até à data limite de entrega dos trabalhos. Doutro modo, cada artista só poderá pôr um dos seus trabalhos a concur-so, segundo condições do prémio.

Haverá um júri escolhido para seleccionar 20 trabalhos candi-datos, que serão divulgados no âmbito do III Salão de Outono, a realizar na Casa Garden. Para nomear o único vencedor, haverá um painel de jurados composto um representante da FO (presidente), um indicado pelo Instituto Cultura de Macau, e outras três personali-dades ligadas à actividade artística de Macau, Hong Kong e China Continental. Na página online da FO (www.foriente.pt) está o regulamento relativo ao concurso.

sonatas de Haydn e Mozart. Um ano mais tarde entrou na “Competição de Piano e Shanghai” de orquestras, ten-do ganho aos sete e aos nove anos o primeiro prémio deste evento musical.

Com 12, Haochen Zhang ganhara já a “quarta Compe-tição de Tchaikovsky para Jo-vens Músicos”. Desde então, o jovem já internacionalizou o seu talento pelos cantos do

mundo, tendo actuado com a Orquestra Nacional Sinfóni-ca da China, a Filarmónica do Estado de Cracóvia e a Orquestra Filarmónica de Londres, enumerando apenas alguns.

Em 2005, ganhou conhe-cimentos académicos mais aprofundados no “Curtis Insti-tute of Music”, tendo estudado com Gary Graffman, músico reconhecido mundialmente.

Amanhã, está presente no CCM para deslumbrar amantes e amadores desta arte, brincando com as teclas do piano com partituras de “Prelude to the Afternoon of a Faun” (Debussy), “Piano Concert No. 3 in D minor” (Rochmaninoff) e “Pictures at an Exhibition” (Mussorgsky). A subida ao palco é às 20h, e as entradas custam entre 80 e 150 patacas. - R.M.R.

Plaza Guest, no edfício Xin Hua, na Zona Ater-rada do Porto Exterior (ZAPE).

Foram cinco os me-lhores documentários mas apenas o “Grande

Prémio” garantiu o pri-meiro prémio. “Coração Doce” recebeu a segunda maior distinção, e “Ro-cha Valentino”, “Contar histórias de Macau” e “Residentes” foram dis-tinguidos com títulos de excelência.

Os vencedores rece-beram um total de 190 mil patacas além de terem sido congratulados com a oportunidade de obter contratos externos com a TDM.

A TDM começou a realizar este concurso desde o ano passado. De acordo com o número de pessoas de cada uma das cinco equipas, a TDM atribuiu 70% a 85% de apoio financeiro, num total de 330 mil patacas. Os contos videográficos serão emitidos a 30 de Julho e a 3 de Agosto às 23h30. - R.M.R.

Page 15: Hoje Macau 27 JUL 2012 #2659

15culturasexta-feira 27.7.2012 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

A cultura cinemato-gráfica brasileira volta a atravessar mundo para chegar

às comunidades de língua portuguesa na China, e mos-trar o multiculturalismo da terra do “samba” em paragens do continente e em Macau.

O evento, que arrancou pela primeira vez em 2010, ano em que o território co-nheceu histórias dos tantos “brasis” possíveis, vem pela terceira vez a terras asiáticas para dar a conhecer a sua diversidade cultural.

Nas duas últimas edi-ções, já foram exibidos quinze documentários leva-dos a seis cidades chinesas: Macau, Pequim, Tianjin, Shangai, Cantão e Shen-zhen. A eleição das cidades está relacionada, neste pri-meiro momento, às regiões da China onde o curso de português é oferecido como licenciatura nas universida-des. Desta forma, este públi-co particular - chineses com um prévio contacto com a língua - pode desempenhar o papel de multiplicador junto da audiência em geral.

Este ano, os oito docu-mentários da mostra vão

passar por Pequim, no pri-meiro fim-de-semana de Setembro, depois por Xan-gai, nos dias oito e nove, e por último, Macau, com três dias dedicados: 21, 22 e 23 de Setembro. Tianjin ainda não tem data confirmada mas estará também no itinerário deste festival.

O DocBrazil Festival 2011 conseguiu ser incorpo-rado no Festival 789, um dos maiores eventos dedicado ao público jovem chinês em Pequim, avançando no objectivo de entrar no ca-lendário cultural da capital, e depois projectá-lo noutras cidades chinesas.

DocBrazil Festival volta a Macaupara a terceira edição com “Caras do Brasil”

Um palco de multiculturalidade sino-brasileiraAs estórias que têm construído o Brasil vão ser dadas a conhecer a territórios multiculturais chineses em Setembro. Os dois grandes países vão cimentar semelhanças e disparidades junto de comunidades de língua portuguesa e não só

Esta é a segunda vez que se realiza o “DocBrazil Fes-tival” em Macau. Qual a grande aposta deste ano?Esta edição, que será a segunda realizada em Macau, em Setembro, che-ga com a bagagem de ser a terceira edição do festival, que amadureceu, expandiu as actividades paralelas e chega com uma proposta: a da reflexão da imagem que o Brasil contemporâneo apresenta no mundo. O grande interesse por trás do DocBrazil é chegar ao público que se identifica com os objectivos do festival.

Como foi recebido na primeira edição em 2010?O DocBrazil Festival teve a sorte e a honra de contar com todo o apoio da Casa do Brasil em Macau. Hou-ve uma satisfação muito grande pelo facto do fes-tival ter sido realizado na Casa Garden. Esta parceria continua sendo fundamen-tal no que toca à promoção da cultura brasileira neste pedacinho lusófono chi-nês. Foi super prazeroso também ter atingido em termos de público alvo, o de chegar a um público formado por chineses e estrangeiros, para além do público lusófono.

Qual o grande objectivo deste evento?Mostrar as tantas imagens possíveis do Brasil, através dos documentários selec-cionados e da plataforma

Palavra de Fernanda Ramone, curadora do “DocBrazil Festival”

criativa que integra o festi-val. O mais bonito do festi-val acaba sendo este espaço de grande troca de impres-sões que não se limitam ao cenário brasileiro mas a um espaço múltiplo e diverso, resultado da participação directa ou indirecta de cada produtor, artista, design e de cada um que veio assitir ao DocBrazil em cada uma destas cidades.

Qual o tema deste ano?“Faces of Brazil” é o tema do festival este ano.

Queria que me explicasse esta ideia de unir os dois vídeos “Faces of Brazil” e “Faces of China”. Quais as principais assimetrias entre os dois países?Os dois vídeos são resul-tados de parcerias bem interessantes. O “Faces of Brazil” foi realizado pelo coletivo de fotográfos brasileiros, o Paralaxys, que fizeram um trabalho lindíssimo inclusive de compor uma trilha sonora instrumental especial e exclusivamente para este trabalho. O “Faces of China” é resultado de uma parceria com a The World of Chinese Magazine. E é fantástico porque conta com a participação única e excluiva dos leitores da revista. Sobre as simetrias e assimetrias o intuito desta vídeo-arte é justamente deixar que o público re-flicta e aponte os pontos em comum e as distâncias entre ambos os países.

Qual é a importância deste festival no sentido de divul-gar a cultura cinematográ-fica brasileira na China?É de grande importância. O DocBrazil Festival é o único festival dedicado a promover o género na Chi-na. O reconhecimento do MinC (Ministério de Cul-tura do Brasil) é um sinal da relevância do projecto. De que forma é acolhido nas comunidades brasilei-ras e também portuguesa - já que é vocacionado para as regiões onde é lec-cionada a licenciatura em português -, nestes pontos da China? Entre a comunidade lu-sófona o festival sempre chega e toca de uma ma-neira especial, em função da proximidade cultural e da distância em relação à casa (Brasil, Portugal). Este ano, um dos documentários seleccionados, o “Cartas para Angola” aprofunda estas relações ao mostrar as heranças e identidades culturais entre Brasil, An-gola e Portugal.

Como foi feita a selecção destes documentários, através de um elo de li-gação entre as histórias?Existe uma linha comum, a busca pela identidade que oferece dentro do tema deste ano (Faces of Brazil) um diálogo entre todos os documentários. Para além deste critério, existe ainda a preocupação de respeitar as subtilezas do universo chinês, ou seja trabalhar e formar um público antes de exibir temas que possam causar desconforto. - R.M.R.

No documentário “Cartas para Angola” mostram-se duas margens do Atlântico que falam a mesma língua

As raça negra da Bahia é representada no filme “A Cidade das Mulheres” sob o olhar da antropóloga Ruth Landes

Page 16: Hoje Macau 27 JUL 2012 #2659

16 futilidades sexta-feira 27.7.2012www.hojemacau.com.mo

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:45 RTPi DIRECTO19:00 TDM Talk Show (Repetição)19:30 Resistirei20:30 Telejornal21:00 Olhar Macau21:30 Regresso a Sizalinda22:15 Aquarela do Brasil23:00 TDM News23:31 The Worse Whisperer (O Encantador de Cavalos)02:15 Telejornal (Repetição)02:45 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Há Conversa15:30 Cenas do Casamento - SIC16:00 Bom Dia Portugal17:00 Portugal Negócios - Com: Cláudio Ranito17:30 Cinema Português - Daqui Prá Frente19:00 Estado de Graça 20:00 Jornal da Tarde 21:15 Ler +, Ler Melhor21:30 Heróis Olímpicos 22:15 Verão Total - Reguengos de Monsaraz

30 - ESPN13:00 Young Achievers13:30 Beijing Golden Moments14:30 Vancouver Golden Moments15:30 Asian Golden Moments 216:00 When The Games Begin17:30 The Games Through The Lens18:30 Champions And Challengers19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201220:00 Countdown To The London 2012 Olympic Games20:30 Sport Without Boundaries21:00 Beijing Golden Moments22:00 Sportscenter Asia 201222:30 Living The Dream23:30 Host City London

31 - STAR Sports13:00 GT Asia Series Round 313:30 Total Rugby 14:00 GP3 Series 2012 16:00 Hot Water 2012/13 17:00 FIA F1 World Championship 2012 - Highlights German Grand Prix 18:30 SBK Superbike World Championship 2012 - Highlights 19:00 When The Games Begin20:00 Host City London21:00 Football Asia 2012/13 21:30 (LIVE) Score Tonight 2012 22:00 Inside Grand Prix 2012 22:30 SBK Superbike World Championship 2012 - Highlights 23:00 When The Games Begin

40 - FOX Movies12:30 X-Men: First Class14:40 U216:15 Bewitched18:00 Ice Age19:25 Glastonbury 201121:00 Killers22:45 Predators00:35 Transporter 2

41 - HBO12:00 Tenacious D In The Pick Of Destiny13:30 Syriana15:40 Blues Brothers 200017:45 Hbo Central18:10 Cinema Verite19:45 Die Another Day 22:00 The Chronicles Of Riddick00:00 After.Life

42 - Cinemax12:30 Ticking Clock14:20 The Lost Boys16:00 The Wrecking Crew17:55 Robin Hood20:15 The Woods21:45 Epad On Max22:00 Faster23:40 The Karate Kid

[Tele]visãoAqui há gato

Sudoku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Emblema da justiça; Fedor. 2-Aracnídeo de dimensões muito reduzidas; Cortar cerce. 3-Ruminante da América do Sul; Agulha de sapateiro. 4-Ice; Cério (s.q.); No ano do Senhor (abvev. lat.). 5-Nome científico do joio; Pequena argola. 6-Da natureza da aranha. 7-Anadava para lá; Desembaraçado. 8-Corpo Diplomático (abrev.); Inflamação do ouvido (pl.). 9-A eles; Espécie de calçado (ant.); Primeira mulher, Segundo a Bíblia. 10-Suspiro; Conter. 11-Insignificância; Abertura por onde o vulção expele a lava.

VERTICAIS: 1-Guitarra russa. 2-Entusiástico, exaltado. 3-Lâmina pequena; Que não está podre nem estragado. 4-Pedra de altar; Armadilha para apanhar coelhos. 5-Dificuldade; Acto ou efeito de premeditar um crime sem que este cheque a ser praticado. 6-Catedral; Espécie de cegonha pequena. 7-Jarro (planta); Acrescentara. 8-Salve! (interj.); Aquele de que se fala; Extraterrestre (abrev.). 9-Instante; União da preposição a com o artigo o; Carta de jogar. 10-Guardar silêncio; Assistir. 11-Charruas; Face.

HORIZONTAIS: 1-Balança; Aca. 2-Ácaro; Rapar. 3-Lama; Sovela. 4-Ale; Ce; AD. Lólio; Aro. 6-Aracnídeo. 7-Ia; Hábil. 8-CD; Otiles. 9-Aos; Osa; Eva. 10-Ai; Reter. 11-Avo; Cratera.VERTICAIS: 1-Balalaica. 2-Acalorado. 3-Lamela; São. 4-Ara; Ichó. 5-Nó; Conato. 6-Sé; Íbis. 7-Aro; Aditara. 8-Ave; Ele; ET> 9-Ape; Ao; Sete. 10-Calar; Ver. 11-Arados; Cara.

SERÁ DESTA?O projecto megalómano, que quis agregar traços arquitectónicos de alguns monumentos icónicos mundiais, na zona do Porto Exterior, parece não se deixar morrer. A área de que falo, com certeza o leitor já terá percebido, é o parque temático e de restauração nascido em 2006, a Doca dos Pescadores. Um empreendimento que partiu dos ideais do empresário e ex-político David Chow, e apesar de, cada vez mais parecer uma cidade fantasmagórica - que não atrai muitos turistas nem tampouco locais - ainda parece resistir às poucas receitas porque o seu mentor não desiste do conceito, ainda que se queixe da falta de apoio governamental [de que pouco precisa]. Em todo o caso, para revitalizar o espaço foram injectadas mais umas patacas no último ano, por parte do Governo, para arrancar com o Museu de Dinossauros e a “Galeria do Gelo”. Digo que não creio que esse apoio lhe faça falta porque, mais uma vez, avançou com novos projectos na Doca que, só numa primeira fase, vão ser custeados por Chow em cinco mil milhões de patacas. [Isto depois de, como se sabe, ter avançado para a construção um resort de luxo na costa do Benim, aquele país que tivemos de ir procurar no continente africano]. Pois bem, o projecto, que não parece tão turístico como se previa, ainda deve dar alguma luta. Ou afinal, até será rentável porque não acredito que alguém, por muito abastado que seja, esteja cá para perder dinheiro. Aí vem portanto, segundo o que já em 2009 se apurara - quando anunciada a intenção de reestruturação do espaço - duas unidades hoteleiras, uma marina para iates recreativos, um teatro coberto, mais restaurantes e mais espaços comerciais. Só me pergunto qual será a estratégia para chamar visitantes. Porque, confesso, o espaço por si parece-me agradável, mas ninguém gosta de caminhar por uma zona que parece abandonada. Algo como um cenário do “Thriller” de Michael Jackson, o que apesar de ser uma experiência única dá alguns arrepios. A estratégia de marketing parece estar bem montada, não escasseiam eventos culturais para este ano mas ainda assim só se atrai pessoas nesses períodos, e não numa base diária sobretudo, no que toca à noite. Cá para mim algo está a falhar. Se calhar não obedece à filosofia do Feng Shui, sabe-se lá. Vamos ver se com mais esta montra de capital injectado, haverá esperança. Acho que torcemos todos por isso, já que há falta de espaços de lazer à noite em zonas ao ar-livre. E esta aposta parece-me interessante.

Pu Yi

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LUTO PELA FELICIDADE DOS PORTUGUESES • Rui ZinkIrónico, já se sabe, e verdadeiro (também já se sabe). Entre os jogos dos afectos e desafectos, da conjugali-dade normal e da loucura mansa deste povo à beira-mar pasmado, Rui Zink luta seriamente contra a morte da capacidade de nos pensarmos e de rirmos de nós próprios e da nossa vidinha.

FUMO SAGRADO • Guillermo Cabrera Infante“Fumo Sagrado” é mais do que um livro - são vários: é uma história do tabaco que começa com a sua descoberta, em 1942, por um marinheiro da tripulação de Cristóvão Colombo; é uma celebração do tabaco e do acto de fumar, essa prática bizarra; e uma rapsódia em que intervêm o cigarro e cachimbo. Mas é, sobretudo, uma cónica erudita da relação entre o charuto e o cinema. Cabrera Infante, ele próprio um consumidor apaixonado de «puros», é o guia e o narrador das extraordinárias histórias ligadas a um prazer que faz «sempre recordar um tempo que nunca existiu». Um livro para apreciadores dos prazeres do fumo.

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SALA 1THE DARK NIGHT RISES [B]Um filme de: Christopher NolanCom: Christian Bale, Anne Hathaway, Gary Oldman, Liam Neeson14.15, 18.45, 21.30

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SALA 3DORAEMON NOBITA AND THE ISLAND OF MIRACLES ANIMAL ADVENTURE [A]FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Kôzô Kusuba14.15, 19.30

THE PIRATES! BAND OF MISFITS [3D] [A]FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Peter Lord17:45

ICE AGE 4: CONTINENTAL DRIFT [3D] [A]FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Steve Martino, Mike Thurrneier16.00, 21.30

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caderno diár ioPedro Correia

17opiniãosexta-feira 27.7.2012 www.hojemacau.com.mo

SEGUNDA, 16 Francisco Assis - que conheço bem e cujo trabalho acompanhei de perto quando liderou a bancada parlamentar do PS - po-deria dar outra dinâmica ao partido que foi derrotado nas legislativas de Junho de 2011 em Portugal. Há que reconhecer no entanto - fazendo-se justiça ao actual líder, António José Seguro - que os socialistas têm uma missão difícil nesta fase enquanto maior partido da oposição: há 15 meses foram eles próprios que ne-gociaram e assinaram as condições do empréstimo de emergência que colocou o País sob resgate interna-cional. O pano de fundo em que nos encontramos é esse.

É certo que Seguro, por mérito próprio, derrotou Assis na eleição interna do PS, vai fazer agora um ano. Mas vejo sempre mais o ex--líder parlamentar a seguir, enquan-to líder da oposição, o conselho que Felipe González deu recentemente ao actual líder do Partido Socialista espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba: «Debe hacer la oposición como si no quisiera gobernar.»

González, que venceu quatro eleições legislativas em Espanha, sabe do que fala. E não ignora a diferença entre um político banal e um estadista: o primeiro pensa na eleição seguinte, o outro pensa na geração seguinte.

TERÇA, 17 Numa entrevista televisiva, o bispo D. Januário Torgal Ferreira, capelão-mor das Forças Armadas, diz algo que nem o mais ra-

José Hermano Saraiva morre hoje em Lisboa, com 93 anos incompletos. Logo os obituários se apressam a destacar que foi ministro da Educação no último Governo de Salazar. Foi-o, de facto, durante escassos meses

dical dirigente da oposição se atreve a dizer: o actual Governo português é “profundamente corrupto”. Espero que a esta hora o sereníssimo proto--purpurado já tenha debitado junto da instância competente, isto é, o Ministério Público, tudo quanto sabe sobre a “profunda corrupção” de que diz ter conhecimento, naturalmente acompanhado de provas irrefutáveis. Tendo certamente presente o preceito bíblico: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”.

QUARTA, 18 A Madeira arde. Colado à televisão, noite adiante, observo as inclementes imagens da tragédia. Impressionante, sem dúvida, para qualquer pessoa. So-bretudo para aqueles que, como eu, se deslocam regularmente à ilha. Conheço bem todos estes locais agora incinerados. A impotência do homem perante a natureza confirma--se em instantes como este. Andamos demasiado esquecidos disso. E só nos lembramos dessa evidência quando a tragédia nos bate à porta. Sob a forma de fogo ou de água. Quando a terra treme ou um vulcão se agita.

Escoam-se em segundos todos os sonhos de grandeza e ostentação. E ficamos reduzidos à dimensão ínfima. Que é verdadeiramente a nossa.

QUINTA, 19 Aos jovens que o procuravam para lhe perguntar como conseguia captar imagens que nenhum outro repórter fotográfico era capaz de obter, Robert Capa

costumava retorquir: “Eu estava lá. Se não te aproximares suficien-temente, nunca conseguirás uma boa fotografia.”

Lembrei-me desta lição de jor-nalismo esta tarde, ao acompanhar as dramáticas imagens televisivas dos pavorosos incêndios que de-vastam muitas zonas do país, com destaque para a Madeira. Conhecida em todo o mundo pelo magnífico verde das suas paisagens, a ilha corre agora o risco de se transformar num mar de cinza, já com as chamas a atingirem diversas zonas urbanas.

Vou com frequência à Madeira: considero-a uma das minhas terras adoptivas. Dói-me profundamente a visão destas imagens das chamas a devorarem casas, quintas e florestas em zonas que já visitei demorada-mente, com um deslumbramento que nunca se apaga.

Com grande parte da costa sul da ilha em chamas, os repórteres acor-rem à região autónoma, mostrando

aos portugueses a real dimensão desta tragédia. Estes repórteres, trabalhando sem horário, por vezes em condições duríssimas, prestam um inestimável serviço público. Mesmo os dos canais privados, que nesta matéria se equivalem aos do canal público.

Foi precisamente num dos ca-nais privados, a SIC, que vi a melhor reportagem do dia. Assinada pela repórter Sara Antunes de Oliveira e pelo repórter de imagem Rui do Ó. Estavam tão perto da frente de incêndio que a dado momento tiveram de abandonar o local: um súbito golpe de vento deslocara as chamas na direcção deles.

Robert Capa aplaudiria este jor-nalismo que não se limita a observar à distância. Eu registei a assinalável coragem física desta equipa de re-portagem da SIC. E também uma rápida entrevista de Sara Antunes de Oliveira a um chefe local dos bombeiros, presente no teatro das operações. A dado momento, alguém diz que há pessoas dentro de uma casa cercada pelas chamas. “Eu não lhe roubo mais tempo”, diz de imediato a repórter ao chefe dos bombeiros. A entrevista era impor-tante, mas salvar vidas humanas era incomparavelmente mais urgente.

O jornalista competente nunca abdica do seu contributo cívico. Nem que perca uma boa entrevista por causa disso.

SEXTA, 20 José Hermano Sa-raiva morre hoje em Lisboa, com 93 anos incompletos. Logo os obituários se apressam a destacar que foi ministro da Educação no último Governo de Salazar. Foi-o, de facto, durante escassos meses. Mas quem salienta isto acima de tudo o resto na sua biografia tem falta de memória e falta de visão. Saraiva foi, essencialmente, um talentoso divulgador da História de Portugal e um grande defensor do nosso património histórico e cultural. Livros seus, como a História Concisa de Portugal e a Vida Ignorada de Camões foram best sellers em Portugal nos anos posteriores ao 25 de Abril de 1974 e transmitiram pela primeira vez a centenas de milhares de portugue-ses o gosto pela História.

Bastaria isto para salientar a importância do mais popular his-toriador português.

Mas José Hermano Saraiva foi mais que isso: foi também um co-municador ímpar - um dos maiores nomes de sempre da RTP e, por via disso, da televisão portuguesa. Curiosamente, quem chamou pela primeira vez a atenção para este facto, na sua inesquecível coluna do Diário de Lisboa, foi Mário Castrim.

cartoonpor Steff

OLIMPÍADAS

Comunista, insuspeito de simpatias políticas pela ditadura salazarista, mas capaz de reconhecer o mérito a quem o tinha. Além de ser o me-lhor crítico de TV desde sempre em Portugal: deixou um lugar que nunca foi preenchido.

Havia algumas semelhanças entre ele e José Hermano Saraiva. Com as suas luzes e sombras, o historiador era também uma figura inconfundível, irrepetível. Faz falta a Portugal, nos tempos que correm, haver personalidades assim. Como a de Saraiva, como a de Castrim. Pensassem o que pensassem, tinham um dom cada vez mais es-casso: o da eloquência. Virtude rara, palavra quase desconhecida nos nossos dias. É pena que seja assim.

SÁBADO, 21 Prossegue a polé-mica post mortem em torno da figura de Saraiva, com alguns a acusá-lo até de ter pretendido “matar” estudantes comunistas. Faz-me impressão ler e ouvir coisas deste género visando alguém acabado de falecer por parte de quem não teve coragem de lhe dirigir tais acusações em vida. Imbe-cilidades destas à parte, é óbvio que não podemos avaliar um percurso de 92 anos por um episódio ocorrido em 1969, quando o então ministro da Educação José Hermano Saraiva foi o rosto da repressão estudantil em Coimbra. No fundo, isso é o mesmo que avaliar o longo percurso de José Saramago por um episódio ocorrido em 1975, quando era director-adjunto do Diário de Notícias e despediu mais de 20 jornalistas por delito de opinião apenas porque não estavam em sin-tonia com o Partido Comunista e o seu amigo general Vasco Gonçalves, que detinham o poder à altura.

Ainda há hoje quem não perdoe a Saramago este despedimento colectivo à margem da lei nem os editoriais incendiários pró-Governo e anti-PS que o futuro Nobel da Li-teratura escreveu em Julho, Agosto e Setembro de 1975, como há quem não perdoe a Saraiva ter sido ministro da Educação do Governo de Marcelo Caetano durante a repressão dos estudantes em Coimbra. Não é o caso de Mário Soares, que acaba de enaltecer a memória deste “grande homem de cultura”, nem de Jorge Sampaio, que o lembra como “um extraordinário professor” quando lhe deu aulas, na década de 50, no liceu Passos Manuel.

Só pessoas de vistas muito cur-tas ou de um imenso sectarismo são capazes de avaliar uma vida inteira por um facto só: salvo em casos ab-solutamente excepcionais, ninguém merece o banimento cívico por um episódio isolado da sua biografia. Um homem é sempre algo mais do que a sua circunstância.

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perspect ivasJorge Rodrigues Simão

18 opinião sexta-feira 27.7.2012www.hojemacau.com.mo

Cidade, menorese experiências notáveis“Mais homens formou Sócrates com os seus costumes que com as suas lições”.

Séneca

nova concepção de urbanismo não termina com a apresentação do projecto. A realidade urbana, mutante, relacional e perfectível precisa de uma gestão ambien-tal urbana ou de urbanismo de

carácter permanente e, por tanto, são ne-cessários elementos de informação que permitam orientar as decisões, partindo de uma base empírica. Ainda que, as realidades urbanas possam ser diferentes em função do tipo de actividades que desenvolvem (maior ou menor terciarização da economia, por exemplo), é necessário reconhecer, no entan-to, a existência de muitas características que lhes são comuns, o que permite a definição de indicadores capazes de descrever a cidade e compará-la com outras realidades urbanas.

Assim, as diferentes zonas urbanas da mesma cidade podem descrever-se de forma comparativa para reduzir diferenças. O sim-ples facto das cidades conterem população, permite apresentar um determinado nível de qualidade de vida e algumas necessidades básica, que se devem colmatar e que serão razoavelmente satisfeitas em função do nível económico e social do seu meio regional. Um importante relatório sobre o ambiente europeu foi elaborado em 1995, pelo “Grupo de Trabalho da Agência Europeia do Am-biente”, instituída pelo Regulamento (CEE) n. º 1210/90, do Conselho, de 7 de Maio de 1990, que deverá cooperar com as estruturas existentes a nível comunitário, a fim de dar à Comissão Europeia, a possibilidade de assegurar a plena aplicação da legislação comunitária relativa ao ambiente.

A sua elaboração foi efectuada também, em colaboração com a região CEENU, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), a OCDE, o Conselho da Europa, a OMS, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e o Eurostat, conjuntamente com os países da Europa a título individual. O designado por “Relatório Dobris”, intitulado “O Ambiente na Europa”, abrange o estado do ambiente em 51 países da Europa. O “Relatório Do-bris” apresenta um total de 55 indicadores descritivos do meio ambiente urbano, agrupados em três categorias que são os indicadores urbanos básicos (patterns), os indicadores de fluxos urbanos, e os indica-dores de qualidade ambiental urbana.

Os dados estatísticos relativos a estes indicadores são incompletos para muitas das 51 cidades europeias analisadas no “Relatório Dobris”. O conhecimento da

realidade urbana na Europa está longe de ser completa e carece de empenho, esforços de investigação e tratamento da informação, dado o baixo nível de fiabilidade e compa-rabilidade dos dados disponíveis. Alguns dos problemas urbanos são de ordem social (individualismo, segregação, desvincu-lação, riqueza, isolamento, consumismo, competitividade entre iguais), enquanto outros são de ordem ecológica ou ambiental (ruídos, poluição do ar e das águas, desper-dício dos recursos materiais e energéticos, falta de espaços verdes e de relacionamento social, produção desnecessária de resíduos, transporte individualizado, deficits em co-municação territorial).

Importa considerar que estes problemas, tanto os de ordem social, como ambiental, es-tão estreitamente inter-relacionados. Assim, por exemplo, pode-se avaliar e comparar os efeitos sobre a qualidade de vida na cidade e os comportamentos insolidários derivados de um individualismo patente como são os ruídos desnecessários, resíduos nas ruas, estacionamento e paragem de veículos em locais indevidos e nas vias públicas. Reci-procamente, um ambiente ruidoso, poluído, sujo, repleto de carros e sem a existência de espaços e serviços mínimos destinado ao lazer de crianças, jovens e adultos, induz ao “stress” e favorece o isolamento das pessoas como forma de autodefesa psíqui-ca, limitando as relações com os outros, impossibilitando a adequação imediata do meio ambiente ao seu redor e tornando difícil a participação na solução quotidiana dos problemas que se apresentam na rua.

A rua ou não é de ninguém ou talvez seja apenas dos veículos, entre eles os que a utilizam para a realização de serviços públicos como a recolha de resíduos e pe-los que a aproveitam para nela deambular sem destino, onde a presença de menores vai crescendo, que com as suas trapaças e mentiras muitas das vezes vão enganando os pais que neles confiaram, os menos importados ou os impossibilitados, para iniciarem precocemente a sua viagem ao sexo, cigarro, álcool e drogas entre outros tipos de experiência, vindo a constituir se não for a situação imediatamente despistada e tratada, marginais e delinquentes.

Exige-se desde logo um compromisso entre a sociedade e as autoridades, que passe pela monitorização cuidada, atenta, participativa e imediata. A prevenção evita a marginalização e a delinquência quando atempadamente aplicada. Medidas e solu-ções atrasadas são como não existentes e sem valor palpável. É algo que afecta ou afectará quase todas as famílias, base das sociedades, independente da localização geográfica.

Quando é perceptível que jovens adoles-centes entre os 12 e os 18 anos se dedicam a essas práticas, muitos dos pais em vez de procurar apoio ou relatar às competentes autoridades, incluindo a escola, escondem o problema e fomentam o uso de anticoncepcio-nais entre outras práticas, porque o necessário é que a filha menor não chegue a casa grávida, pactuando numa situação criminosa de graves contornos ético sociais. Não faz tese a ideia de que este tipo de comportamento dos pais é um gesto de compreensão e maior amor pelo menor, quando se trata exactamente do oposto.

Igualmente, não faz tese que essa falsa compreensão faça do menor um ser com maior responsabilidade, inverta a marcha e não prossiga na escalada de novas experiências e só depois de entrar na fase da delinquência, marginalidade, quando não na morte emocio-nal ou física por “overdose” se darem conta os pais e a sociedade, que tudo pode ser evitado pelo recurso à ajuda em interesse do filho menor e da colectividade. Igualmente não faz tese ainda, o velho e errado pensamento que tais situações só acontecem às outras famílias e nunca à nossa. Também não constitui tese, que a tomada de uma decisão firme pode conduzir o menor ao suicídio, quando as

estatísticas a nível mundial demonstram o contrário.

A nossa família e tão vulnerável quan-do as demais, e pode-se tornar mais pelo esconder dos problemas e complacência de uma falsa e ignorante compreensão nas relações paterno-filiais. Estas situações corroem e destroem famílias e o tecido social, pelo que urge a sua denúncia pronta e atempada. Os menores merecem uma recuperação digna e um ajuste aos valores sociais existentes e predominan-tes, mais que constar de tabelas de dados estatísticos.

O termo indicador no contexto que vimos a tratar, sugere a avaliação sobre o valor de algum aspecto da realidade com frequência condutor das decisões a tomar. Os indicadores constituem uma síntese ou descrevem uma propriedade emergente e compreensível de um sistema de relações. Em qualquer sistema, a interpretação do significado dos dados básicos que descrevem as mudanças que sofrem os diferentes elementos do mesmo, é difícil de levar a cabo, devido ao grande volume de informação disponível e da dificuldade existente para comparar as alterações nos diferentes elementos do sistema. Resulta necessário, pois, a análise da informação básica para deduzir propriedades simples do sistema.

A informação, analisada em diferentes níveis de agregação, pode ser então útil em diferentes contextos (científico, técnico, político). Diferentes tipos de indicadores são usados tradicionalmente na maioria das disciplinas sobretudo nas ciências sociais, na economia e na política. Um tipo de indicadores que desde há muito tempo tem vindo a ser usado pelas ciências biológicas e ambientais são os bioindica-dores. Trata-se de espécies concretas de organismos que apenas estão presentes, se o meio no qual se encontram reúne uma série de características (determinados intervalos de temperatura, de salinidade da água ou de outro tipo de propriedades do meio físico).

Os indicadores resultam da agrega-ção da informação a um nível máximo de integração. Um bom indicador será aquele que reflicta de forma fidedigna o comportamento do sistema em relação a um aspecto de interesse para a gestão ou simplesmente para o conhecimento da evolução da realidade. A emergência da cultura da sustentabilidade conduziu a que os valores de uma sociedade não só devem deduzir-se do conhecimento da economia, por exemplo, mas que se deve integrar uma ampla série de aspectos como são os ambientais e sociais.

A

Exige-se desde logo um compromisso entre a sociedade e as autoridades, que passe pela monitorização cuidada, atenta, participativa e imediata

Page 19: Hoje Macau 27 JUL 2012 #2659

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

19opiniãosexta-feira 27.7.2012 www.hojemacau.com.mo

feira do livro anual de Hong Kong é como um parque de diversões para amantes dos livros e um belo lugar para eu aliviar o meu stress. O gozo de encontrar um bom

livro é muito mais satisfatório do que comprar um. Durante a feira do livro, a organização agendou conferências apresentadas diáriamente por acadé-micos, alguns dos quais com pontos de vista marcantes. De tal maneira, que uma pessoa fica muito mais inspi-rada por ouvi-los do que pelos livros encontrados.

Como tinha alguns assuntos pessoais a tratar em Hong Kong, fui à feira do livro logo no dia de abertura. Para ser franco, a qualidade dos livros parece-me pior de ano para ano, enquanto o preço dos livros da China aumenta também ano a ano. Para uma pessoa como eu, que anda sempre em livrarias, a feira do livro torna-se por isso pouco inte-ressante. Contudo, no que diz respeito à feira deste ano, a organização convidou conferencistas muito interessantes. Um deles foi Ms. Zi Zhongyun.

Segundo a informação distribuída, Ms. Zi Zhongyun é membro honorá-rio da Academia Chinesa de Ciências Sociais, ex-directora e investigadora do Instituto de Estudos Americanos da Academia e editora-chefe da “Estudos

Americanos”. Há muito tempo que ela se focou em questões internacionais, história e cultura da Ásia e Ocidente e problemas relacionados com a moder-nização da China. Quando o anfitrião, Liang Wendao, apresentou Ms. Zi à audiência, disse que a obra e as opiniões dela tinham conteúdos muito provoca-dores. À medida que Ms. Zi envelhece, fica também mais ousada a expressar as suas opiniões. Ela é capaz de apontar os problemas por trás de várias questões sem qualquer reserva.

O tema da conferência de Ms. Zi foi “Natureza Humana, Cultura e Sistema”. Ela reconhece nos estudos e conclusões dos filósofos da China Antiga que o temperamento das pes-soas é similar, mas altera-se quando contactam com diferentes sistemas e ambientes. A cultura molda-se através de ciclos de vida longos enquanto os sistemas regulam o estilo de vida das pessoas. Há uma relação causal entre sistema e cultura. A China contempo-rânea é confrontada com problemas que surgem dos seus sistemas e não da sua cultura. Por isso, não faz sentido melhorar os valores éticos do povo chinês, uma vez que a ética não pode ser usada para castigar pessoas sem escrúpulos. Pelo contrário, as pessoas boas tornam-se más sob ambientes competitivos injustos. Só a lei pode

controlar as más pessoas, de maneira a que as boas sejam protegidas. A con-ferencista criticou também a abertura de vários Institutos de Confúcio nos últimos anos, dizendo que são ape-nas uma busca superficial, pois, na prática, não podem resolver qualquer um dos problemas com que se depara a China de hoje. A democracia e os direitos humanos não são um rótulo, mas de facto direitos da humanidade.

A conferência de Ms. Zi estava marcada das 14h30 até às 16h00. An-tes das 14h00, já havia muita gente na fila para a sala onde ela ia discursar. Como é óbvio, a sala esgotou quando a palestra começou. A apresentação tinha imenso conteúdo informativo e Ms. Zi não desperdiçou um único segundo, como se temesse não ter uma segunda oportunidade de fazer ouvir as suas ideias. Sendo ela uma mulher de meia idade que ainda vive com intensidade as diferentes questões que afectam a China e estando tão preocupada com o futuro da humanidade, senti-me tocado pela sua paixão.

Não se deve perder os livros desta feira, mas mais importante ainda é assistir às conferências.

*Deputado e membroda Associação Novo Macau Democrático

edi tor ia lCarlos Morais José

um gr i to no desertoPaul Chan Wai Chi*

DESCALÇAR O RELVASO caso Miguel Relvas está a deixar estranhamente sem pio grande parte dos intelectuais da “direita” portuguesa. A falta de vergonha na cara, o chico-espertismo e outros defeitos nacionais encontraram neste personagem o seu mais lídimo representante. Agora que foi claramente denunciado, como defender que continue a ser um ministro de Estado e número 2 de um governo? Que credibilidade poderá ter esse executivo? E como podem homens como Nuno Crato ou mesmo Vítor Gaspar sentar-se à mesma mesa com uma pessoa cujo percurso negro está agora à vista de todos?Miguel Relvas representa o pior do Portugal democrático. Na verdade, é a ascensão deste tipo de gentalha que justifica o actual estado do país. Foram eles que embolsaram o dinheiro que veio da União Europeia para o desenvolvimento de Portugal. Os fundos europeus fomentaram o crescimento as suas carteiras e contas bancárias e pouco mais.Agora assistimos ao embaraço com que algumas figuras do PSD encaram a situação, entre um silêncio envergonhado e a fidelidade ao partido que, pelos vistos, está acima da fidelidade ao país. Gostaria muito que pessoas como Vasco Graça Moura, Pacheco Pereira e, em Macau, Arnaldo Gonçalves explicassem claramente o que pensam deste caso e como podem continuar a apoiar um governo que tem como número 2 um personagem deste calibre. Estarão dispostos a assobiar para o lado e tapar o Relvas com a peneira só para defender os interesses do seu partido e manter Passos Coelho (outro que tal) no comando da nação?Geralmente, a atitude tem sido relembrar o “engenheiro” (outro que tal) e aplaudir as políticas de austeridade (para alguns) que se têm provado tenebrosas. Sendo complacente, até compreendo que se deixem enganar pelo economês ditado por Merkel e pelo FMI, mas é mais difícil engolir que queiram ser governados pelo símbolo máximo do chico-espertismo.

Portugal está numa situação tão crítica, numa crise tão profunda, que poderá existir uma oportunidade para mudar alguma coisa. Nomeadamente em termos éticos, afinal a base de funcionamento de uma sociedade. Foram os Relvas, do PSD e do PS, que arrastaram Portugal para a miséria ideológica, tornando a mediocridade, a mentira e a burla “legal” em comportamentos apreciados e elogiados. As pessoas sérias são “estúpidas”, “fora do tempo”, “desajustadas” e “inúteis”. Estudar, trabalhar, investigar, compreender, tudo isto se subordina ao verbo “enriquecer” e não importam os meios.Depois de terem engolido Dias Loureiro e as trapalhadas do BPN, como vão as pessoas sérias do PSD descalçar mais este Relvas?

Gostaria muito que pessoas como Vasco Graça Moura, Pacheco Pereira e, em Macau, Arnaldo Gonçalves explicassem claramente o que pensam deste caso e como podem continuar a apoiar um governo que tem como número 2 um personagem deste calibre

A feira do livrode Hong Kong

A

Zi Zhongyun

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AS DEZ MAIORES FORTUNAS

sexta-feira 27.7.2012www.hojemacau.com.mo

Soraia Chaves imita foto nua de MarilynSoraia Chaves posou com os seios visíveis através de um lenço transparente numa produção para a revista do Expresso que assinala o 50º aniversário da morte de Marilyn Monroe. Na imagem já divulgada, da autoria de Ana Baião, a actriz da telenovela “Dancin’Days” imita uma icónica foto de Marilyn tirada por Bern Stern na derradeira sessão fotográfica da mais famosa loira do mundo. Soraia surge com uma peruca loira, os lábios pintados de vermelho-vivo e uma echarpe transparente, reproduzindo fielmente a pose de há mais de 50 anos de Marilyn. No ano passado, Lindsay Lohan também se inspirou em Marilyn Monroe para posar para a Playboy, numa edição que foi um sucesso de vendas.

Barroso em Atenas para apoio e confiançaO presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, chegou ontem a Atenas, onde se vai reunir com o novo primeiro-ministro, Antonis Samarras. A viagem está a ser interpretada como um gesto público de apoio político, num momento em que a Grécia continua em graves dificuldades económicas e financeiras. Numa reunião que servirá para discutir novas medidas a tomar, o chefe do novo Governo de coligação helénico aproveitará também para pedir a Durão Barroso apoio na tentativa de renegociação dos termos do memorando de entendimento com a troika.

Elton John voltaa contratar barrigaO músico britânico Elton John voltou a contratar uma barriga de aluguer para ser pai. Uma fonte não identificada contou ao The Daily Mail que a mulher em causa já tinha dado à luz o outro filho de Elton John e o companheiro David Furnish. Pais de Zachary, de um ano e meio, o casal contraiu matrimónio em 2005.

Holmes avisou sobrea matança de DenverSe o tiroteio na estreia do último filme da saga Batman, que terminou com a morte de 12 pessoas e cerca de 60 feridos, em Denver chocou os Estados Unidos, a cadeia de informação Fox News avançou ontem com uma informação que está a gerar ainda mais ultraje. Tudo porque o atirador, James Holmes, agora detido, terá avisado que planeava realizar o ataque, mas nada foi feito. O jovem de 26 anos enviou um caderno com vários detalhes, desde descrições a ilustrações, do massacre que planeava levar a cabo, para a Universidade do Colorado, onde estudava Neurociências, dirigido ao psicólogo da instituição, mas o pacote foi ignorado. A universidade já admitiu ter recebido “um pacote suspeito”, que entregou à polícia, mas garante que o caderno chegou apenas depois do massacre no cinema, enquanto que a Fox e, agora, outros meio de informação, como o Huffington Post, asseguram que o plano da matança chegou à instituição de ensino dias antes, mas foi ignorado, acabando por nunca ser analisado pelo psiquiatra a quem estava endereçada. “No pacote que descobrimos estava um bloco de notas com pormenores sobre a forma como ele ia matar as pessoas. Tinha até desenhos e ilustrações do massacre”, disse fonte da polícia à Fox News. James Holmes, cuja próxima audiência em tribunal está marcada para 30 de Julho, foi, recorde-se, detido logo depois de ter entrado na sala de cinema, ter lançado bombas de fumo e ter disparado indiscriminadamente sobre os outros espectadores. Holmes vestia um colete à prova de bala, um capacete policial e três armas. Tinha deixado a sua casa armadilhada.

volta em Setembro

O h, suplemento das sextas-feiras do Hoje Macau, vai de férias em Agosto, regressando em Setembro ao convívio dos nossos leitores. Aos viciados nesta humilde publicação recomendamos calma e a releitura de números anteriores. Aos amantes prescrevemos abstinência e saudade. Aos assíduos solicitamos paciência. Os outros, como diria Passos Coelho, que se lixem.

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A crise generalizada que se faz sentir em vários países europeus afecta os mais carenciados

mas os mais ricos também não escapam aos seus efeitos.

A soma das fortunas dos mais ricos do País ascende a 14,4 mil milhões de euros, cerca de 8,5% do Produto Interno Bruto de Portugal. Este número representa

Revista Exame divulga lista dos mais ricos

O top 10 de Portugal

1 - Alexandre Soares dos Santos 2.070 milhões de euros

2 - Américo Amorim, 1.955,9 milhões de euros

3 - Família Guimarães de Mello, 700,1 milhões de euros

4 - Belmiro de Azevedo, 680,9 milhões de euros

5 - Família Alves Ribeiro, 650,8 milhões de euros

6 - Rita Celeste Violas e Sá, Manuel Violas 609,3 milhões de euros

7 - Família Cunha José de Mello, 560 milhões de euros

8 - Fernando Figueiredo dos Santos, 542,3 milhões de euros

9 - Maria Isabel dos Santos, 542,3 milhões de euros

10 - Luís Silva e Maria Perpétua Bordalo Silva, 521 milhões de euros

uma queda de 17,5% nas 25 maiores fortunas do País.

A lista dos mais endinhei-rados foi publicada ontem pela revista Exame, que no topo coloca Alexandre Soares dos Santos, destronando assim Américo Amorim, em primeiro lugar nos últimos quatro anos.

Alexandre Soares dos San-tos terá uma fortuna avaliada

em 2.070 milhões de euros, quando em 2004, data em que começou a ser feita a lista, tinha 330 milhões.

Presidente não executivo do grupo, é o accionista maioritário da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, que detém 56,14% do capital da JM SGPS.

O Grupo Jerónimo Martins, detentor dos supermercados Pingo Doce e da cadeia polaca Biedronka, tem ainda outros dois accionistas na lista.

No segundo posto está Américo Amorim, que terá perdido 24,4% da fortuna face ao ano transato, com uma for-tuna avaliada 1,9 mil milhões de euros.

O terceiro posto, ocupado anteriormente por Belmiro de Azevedo (681 milhões de euros, perdas de 47,5%), passa a ser ocupado pela família Guimarães de Mello, com 700,1 milhões de euros, e quedas na ordem dos 30,4%. A lista é feita com base na contabilização de activos.