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TEMPO CHUVA MIN 13 MAX 16 HUMIDADE 80-98% • CÂMBIOS EURO 10.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUARTA-FEIRA 28 DE NOVEMBRO DE 2012 ANO XII Nº 2744 PUB “POR UMA RENDA JUSTA” Petição conta com mais de mil assinaturas PÁGINA 4 GRANDE PRÉMIO DE MACAU Comissão recusa responsabilidades na morte de Yau PÁGINA 16 AQUECIMENTO GLOBAL Encontrar sucessor para o Protocolo de Quioto em Doha CENTRAIS É esse o valor que cada recluso do Estabelecimento Prisional de Macau custa aos cofres públicos. O director do EPM, Lee Kam Cheong, admitiu que, em doze anos, o gasto individual com cada preso aumentou o triplo, o que irritou os deputados. Outra das situações que foi questionada na sessão de ontem da AL relacionaou-se com o prazo das obras da nova prisão. Os deputados não entendem como é que se pode demorar tanto a construir algo que é essencial ao território. O director da prisão justificou di- zendo que o atraso de “60 dias” foi por causa de obras nas fundações. PÁGINAS 2 E 3 Deputados questionam prazo das obras da nova prisão. Aumento do número de reclusos preocupa Cada preso custa mil patacas por dia JOGO ACADÉMICOS DEFENDEM LEGISLAÇÃO TEM DE SER ALVO DE REFORMA PÁGINA 5 PUB LAG 2013

Hoje Macau 28 NOV 2012 #2744

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Edição do Hoje Macau de 28 de Novembro de 2012 • Ano X • N.º 2744

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Page 1: Hoje Macau 28 NOV 2012 #2744

TEMPO CHUVA MIN 13 MAX 16 HUMIDADE 80-98% • CÂMBIOS EURO 10.1 BAHT 0 .2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FEIRA 28 DE NOVEMBRO DE 2012 • ANO XII • Nº 2744

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“POR UMA RENDA JUSTA”

Petição conta com mais de mil assinaturas

PÁGINA 4

GRANDE PRÉMIO DE MACAU

Comissão recusa responsabilidades na morte de Yau

PÁGINA 16

AQUECIMENTO GLOBAL

Encontrar sucessor para o Protocolode Quioto em Doha

CENTRAIS

É esse o valor que cada recluso do Estabelecimento Prisional de Macau custa aos cofres públicos. O director do EPM, Lee Kam Cheong, admitiu que, em doze anos, o gasto individual com cada preso aumentou o triplo, o que irritou os deputados. Outra das situações que foi questionada na sessão de ontem da AL relacionaou-se com o prazo das obras da nova prisão. Os deputados não entendem como é que se pode demorar tanto a construir algo que é essencial ao território. O director da prisão justificou di-zendo que o atraso de “60 dias” foi por causa de obras nas fundações. PÁGINAS 2 E 3

Deputados questionam prazo das obras da nova prisão. Aumento do número de reclusos preocupa

Cada preso custa mil patacas por dia

JOGO ACADÉMICOS DEFENDEM

LEGISLAÇÃO TEM DE SERALVO DE REFORMA

PÁGINA 5

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LAG2013

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TIAGO ALCÂNTARA

quarta-feira 28.11.2012LAG2013

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Cheong Kuok Va diz que é preciso “ouvir as opiniões da sociedade”

Governo quer aumentar multas para ilegais

Andreia Sofia [email protected]

NO segundo dia do debate sectorial das Linhas de Acção Governativa (LAG) para a tutela da

Segurança os deputados voltaram a não dar tréguas para a questão dos ilegais, e Cheong Kuok Va fez uma revelação: as punições para quem

MESES depois da en-trada em vigor da

lei da videovigilância, os deputados questionaram o secretário para a Segurança, Cheong Kuok Va, sobre a aplicação da lei na realidade.

Se Ângela Leong falou do facto de alguns morado-res afirmarem que as câma-ras não estão bem distribu-ídas no combate ao crime e que questionar “quais os critérios” para a sua colo-cação, o nomeado Gabriel Tong também lançou as mesmas questões. “Existia a necessidade de aprovarmos esta lei e fizemo-lo. Vão

Deputados questionaram critérios de instalação de câmaras

Avanços na videovigilância aguardam concurso

O secretário para a Segurança falou ontem da possibilidade das multas para quem tem excesso de permanência em Macau virem a “duplicar ou triplicar”, mas há que ter cuidado: “temos de ouvir as opiniões nos sectores do turismo e restauração para equilibrarmos os interesses”. Cheong Kuok Va elogiou os trabalhos no combate aos trabalhadores ilegais

fica mais tempo em Macau do que o legalmente permitido podem aumentar no futuro. “As multas aplicadas para quem ultrapassa o período de permanência tem vindo a diminuir. De 100 mil patacas passou para 30 mil e temos vindo a acompanhar a evolução para ver se é necessário agravar as multas, por forma a duplicar ou a triplicar o actual valor. Temos de ouvir as

opiniões da sociedade, especial-mente nos sectores do turismo e da restauração, para equilibrarmos todos os interesses”.

Cheong Kuok Va disse ainda que em 80% dos casos as pessoas ficam entre um a sete dias a mais do que o permitido. “Provavelmente gosta-ram tanto de Macau que optaram por ficar mais dias”, acrescentou, apon-tando que Macau tem uma “politica

folgada” quanto à emigração. “O visto pode ser renovável num perí-odo de 20 dias, quando em muitas outras regiões leva 30 ou 90 dias. Macau vive à custa de visitantes e é uma medida mais folgada”.

“ENCONTRAR CONSENSO” PARA ILEGAIS Depois de vários deputados terem questionado na Assembleia Legis-

lativa (AL) as politicas do Governo na área dos trabalhadores ilegais, Cheong Kuok Va respondeu que todos os organismos têm unido esforços. “Para além das acções de combate tem sido reforçada a cooperação. A Policia Judiciária (PJ) faz patrulhas frequentes nos casinos. A política de Trabalha-dores Não Residentes (TNR) tem uma história de 30 anos em Macau e para as LAG 2013 centrámo-nos neste trabalho quer ao nível das acções diárias quer ao nível das forças policiais. Todos os serviços estão a trabalhar nesse sentido”.

O secretário para a Seguran-ça disse ainda que é importante procurar respostas também em sede de Concertação Social. “Se a política não for bem coordenada pode haver prejuízos para ambas as partes. Espero que em sede de concertação social possam dar boas opiniões. Algumas políticas podem ser polémicas e vamos ter que encontrar um consenso”.

Depois do deputado Ng Kuok Cheong ter falado da existência de ilegais em projectos de constru-ção civil, Cheong Kuok Va disse “não concordar” com acções de fiscalização nos estaleiros “porque podem haver ameaçar à vida das pessoas e não queremos acções indesejáveis”.

Dados avançados pelo secretá-rio revelam que este ano a Policia de Segurança Pública (PSP) e os Serviços de Alfândega realizaram fiscalizações a 3773 locais com a participação de 21316 pessoas, onde foram detectados um total de 97 ilegais.

haver mais 1300 câmaras em Macau, concentradas nas zonas da policia e na alfândega. Parece que é para facilitar os serviços das au-toridades, mas os crimes não acontecem apenas nessas zo-nas. É preciso instalar mais câmaras nas vias públicas. Qual é o critério?”

Cheong Kuok Va ga-rantiu que “falta a abertura do concurso público para receber as propostas” para instalar as restantes 400 câmaras para além das 1300 que já existem nos postos fronteiriços. “No Boletim Oficial pode ver-se que as

formalidades já foram fina-lizadas e que as câmaras já estão instaladas nos postos fronteiriços. Os Serviços de Policia Unitários (SPU) têm vindo a acompanhar a instalação das câmaras consoante as opiniões dos organismos”.

CÂMARAS NAS PONTESSe o deputado nomeado Gabriel Tong chamou a atenção para a existência de mais equipamentos nas ruas, Ung Choi Kun lem-brou os diversos acidentes de viação que se verificam nas pontes de Macau e

lançou o alerta. “Não sei porque é que não se conse-guem captar imagens nesses locais, porque isso dificulta as investigações. Deveria haver câmaras para captar os acidentes”.

Já Vong Hin Fai defendeu câmaras junto às passadei-ras. “Temos de respeitar os dados pessoais e aproveitar da melhor forma este sistema de forma cientifica. É viável se houver câmaras junto das passadeiras? Assim os condutores se souberem da existência das câmaras abrandam a velocidade e dão a passagem”. - A.S.S.

TIAGO ALCÂNTARA

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3quarta-feira 28.11.2012 www.hojemacau.com.mo

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

Os deputados questionaram o facto das obras do novo Estabelecimento Prisional de Macau ainda não terem sido concluídas, confrontando o facto com o aumento do número de reclusos. Lee Kam Cheong disse que a primeira fase do projecto termina no inicio de 2013 e falou dos custos da manutenção: cada preso custa ao Governo mais de mil patacas diárias

Andreia Sofia [email protected]

NO segundo dia do debate sectorial das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o ano de

2013, as questões levantadas pelos deputados não variaram muito face ao primeiro dia, e mantiveram-se as dúvidas quanto à conclusão do novo Estabelecimento Prisional de Macau (EPM), projecto inicia-do em 2010. Lee Kam Cheong, director do EPM, garantiu na Assembleia Legislativa (AL) que a primeira fase do projecto, que

“MACAU transfor-mou-se num cen-

tro de trânsito de droga”. É desta forma que o director da Policia Judiciária (PJ), Wong Sio Chak, traçou o retrato do combate aos estupefacientes no debate das Linhas de Acção Gover-nativa (LAG) para o ano de 2013, depois de vários de-putados terem questionado o panorama de consumo e tráfico de droga. “Em Se-tembro de 2011 instalámos o equipamento de raio-X

no aeroporto e os casos diminuíram: se em 2010 houve 13 casos de correio de droga, este ano só houve um. Conseguimos algum sucesso na nossa tarefa, mas a polícia nunca pode dizer que a situação está totalmente resolvida. Creio que vão haver mais casos dado o desenvolvimento de Macau e o crescimento das receitas de jogo. As meto-dologias são diferentes e os casos vão ser cada vez mais ocultos, e a policia precisa

de mobilizar mais recursos. Macau transformou-se num centro de trânsito de droga”, apontou.

Segundo Wong Sio Chak, houve uma redução dos nú-meros de tráfico e consumo, contudo o número de pro-cessos encaminhados para o Ministério Público (MP) aumentou.

NOVOS FENÓMENOS De acordo com o director da PJ, há novas tendências no que diz respeito ao consumo.

“Há um novo fenómeno que é o consumo nas residências e foram descobertos muitos turistas que consomem dro-gas nos hotéis. Esse também é um novo fenómeno”. So-bre as criticas apresentadas pelos deputados quanto à necessidade de reforçar o policiamento nas fronteiras, Wong Sio Chak garantiu que tudo está a ser feito. “Refor-çámos a vigilância nos postos fronteiriços e é destacado constantemente pessoal para estes lugares.” - A.S.S.

Questionado prazo das obras da nova prisão

Cada recluso custa mil patacas por dia

Escola superior vai usar instalações da prisão Outro dos organismos que se queixa de falta de espaço é a Escola Superior de Forças de Segurança, que segundo Cheong Kuok Vá já terá feito um pedido formal para ocupar as actuais instalações do EPM, quando a nova prisão entrar em funcionamento. “Há tensão ao nível das instalações da escola, e esperamos que com as obras no EPM a actual escola possa ficar destinada às actuais instalações da prisão. As instalações estão saturadas e por exemplo não podem oferecer almoços em simultâneo a todos os alunos”. O secretário para a Segurança disse ainda que tal afecta a formação de policias. “As formações demoram oito meses a um ano e há inconveniências e dificuldades em concretizar este trabalho”. Desde 1999 que já foram formados um total de 2831 alunos, a maioria para a Policia Judiciária.

Macau serve de base a correios de droga, diz director da PJ

Droga cada vez mais em trânsito

teve inicio em Agosto de 2010, só terá fim no inicio do próximo ano. “Tem um atraso de cerca de 60 dias porque eram necessárias obras adicionais ao nível das fundações e situação geográfica, e a planta foi sujeita a alterações. Verificaram-se problemas e teve de haver obras de consolidação”.

Mas Lee Kam Cheong apro-

veitou o momento para falar dos custos diários que o Governo tem com cada recluso: 1027 patacas. “Efectuámos uma análise quanto aos custos e em 2000 cada recluso custava diariamente 337 patacas. Em Hong Kong os custos nessa altura eram de 700 dólares de Hong Kong. Depois houve aumentos crescentes face ao desenvolvimen-

to do sector do jogo. Condizem com a subida de preços e é um orçamento feito com base numa visão de longo prazo.”

NOVA PRISÃO COM MAIS ACOLHIMENTOO debate sobre as obras aconteceu depois de vários deputados terem frisado a ligação entre o crescente número de reclusos e as limitações de infra-estruturas. “Não há uma data para a conclusão das obras e o número de reclusos está a aumentar. O director já afirmou que alguns reclusos tinham que dormir no chão. Se calhar o secre-tário (Cheong Kuok Vá) tem que dialogar com Lau Si Io (secretário para as Obras Públicas) para que se assumam responsabilidades”, apontou Paul Chan Wai Chi.

O director do EPM deu ainda mais pormenores sobre a futura prisão, que será na povoação de Ka Hó. “Deverá aumentar a capacidade de acolhimento para 1500 reclusos, com uma cama, ou 2700 com beliches. A planta para a segunda fase das obras já foi entregue mas ainda em fase de dis-cussão técnica. Esperamos chegar a um consenso para avançar para

concurso público. Vamos envidar mais esforços para concretizar as obras do novo EPM.”

RECLUSOS AUMENTAM 4,86%O deputado Vong Hin Fai foi outro dos que questionou o novo projecto do Governo, tendo em conta “o crescente número de reclusos em prisão preventiva”. Lee Kam Cheong admitiu que “o espaço é de facto limitado” e falou das previsões para o futuro. “Tendo em conta o rácio homens/mulheres o aumento é de 4,86%, e se não houver grandes casos a ala masculina consegue ter capa-cidade de resposta”. Depois de Lee Kam Cheong ter relembrado o facto de seis reclusas estarem neste momento a dormir no chão na ala feminina da prisão, Che-ong Kuok Vá, secretário para a Segurança, pediu “tratamento humanitário”. “Devem ser dadas três refeições por dia aos reclusos, e o tratamento deve responder aos critérios internacionais. O centro tem vindo a responder a estes critérios. Se algum recluso sofrer maus tratos sofrer maus tratos pode apresentar uma queixa que vamos acompanhar o caso”.

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quarta-feira 28.11.2012www.hojemacau.com.mopolítica4

Joana [email protected]

O que começou devido à vontade espontânea de

um grupo de cidadãos vai agora tornar-se algo oficial. A petição “Por uma renda justa”, que andou a circular pela internet durante este mês, vai ser entregue ama-nhã na sede do Governo.

Segundo um comunica-do do grupo organizador, o documento está dirigido ao Chefe do Executivo e con-seguiu reunir mais de mil assinaturas. O objectivo da petição era encontrar solu-ções para travar o aumento dos preços e a situação de especulação imobiliária que se vive no território. Em português, inglês e chinês, o grupo apresentou como solução fixar um coeficiente de actualização de renda de acordo com a taxa de inflação anual local, para impedir que aconteçam

casos em que os aumentos das rendas atingem mais de 60%.

Os organizadores afir-mam que o documento que deverá chegar agora às mãos de Chui Sai On “re-flecte a preocupação dos residentes pelo problema da inflação das rendas no mercado imobiliário”, problema que, recorde-se, o Governo disse não poder controlar por Macau ser um mercado livre.

Recentemente, o Exe-cutivo lançou medidas para travar a especulação imobiliário no mercado privado, mas apenas para os casos de compra e venda de imóveis. Essas foram, contudo, polémi-cas já que foram muitas as vozes que se levantaram sobre se desempenhariam mesmo a função que lhes foi atribuída ou se ainda tornariam pior a transac-ção de imóveis.

Macau bate recordes na taxa de desempregoEntre Agosto e Outubro, a taxa de desemprego em Macau foi inferior a dois por cento. Dados dos Serviços de Estatística e Censos indicam que neste período, a taxa caiu para 1, 9 por cento, menos 0,1% face ao período anterior, entre Julho e Setembro, quando era de 2 por cento. Entre Agosto e Outubro, havia 346,6 mil pessoas empregadas, mais 2400 do que nos três meses precedentes. As subidas mais significativas foram nos ramos do comércio a retalho e da construção. A população activa totalizou 353,3 milhares de pessoas, com a taxa de actividade a situar-se nos 72,3 por cento. Os dados publicados referem ainda 6,7 mil pessoas desempregadas no final de Outubro, o que significa que 300 pessoas conseguiram arranjar emprego durante os últimos três meses. Entre os desempregados, 19,3 por cento procuravam o primeiro emprego. Por sua vez, a taxa de subemprego, também registada pelos Serviços de Estatística e Censos, manteve o mesmo nível do que nos três meses precedentes, ou seja, 0,8 por cento.

Nova subdirectora da DSAL toma posse Tomou ontem posse Teng Nga Kan como a nova subdirectora dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Na presença do também novo director, Wong Chi Hong, e da subdirectora Noémia Lameiras, Teng Nga Kan foi empossada formalmente. Teng vai ser responsável pela liderança do trabalho do Departamento de Inspecção do Trabalho e do Departamento de Segurança e

Saúde Ocupacional, tendo anteriormente ocupado cargos noutros serviços. Foi Chefe do Departamento de Assuntos Jurídicos do Gabinete do Procurador, sendo que tem licenciatura e mestrado em Direito, e ainda técnica superior do Departamento de Inspecção do Trabalho da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais. O anterior subdirector, Chan Keng Leong passa a exercer funções na Macau Investimento e Desenvolvimento, S.A.

Petição “Por uma renda justa” entregue amanhã na sede do Governo

Mil pessoas pedem justiça

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5quarta-feira 28.11.2012 www.hojemacau.com.mo sociedade

Rita Marques [email protected]

A legislação sobre regulamentação da indústria do jogo está obso-

leta, acreditam alguns es-pecialistas. A necessidade é premente sobretudo numa altura em que se começa a pensar no futuro das concessões atribuídas às operadoras de jogo. Jorge Godinho, académico de direito na Universidade de Macau (UMAC), indica que este é o único meio para a diversificação da economia do território e por isso “tem de haver uma obrigação ju-rídica”, que está datada para o período em que caducam os contratos de concessão. O ex-consultor jurídico da Sands China, Luís Mesquita Melo, chama-lhe “exercício de reflexão” que “tem de [começar a] ser feito” no presente. “Todas as con-cessões de jogo têm à volta de 20 anos, irão expirar em 2020 e 2022, estamos a meio

O Japão prepara-se para aprovar uma proposta de lei, que se

encontra a ser discutida desde 2010, para casinos-integrados começarem a operar no território. Toru Miha-ra, director do Centro de Estudos de Indústrias de Entretenimento da Universidade de Comércio de Osaka, acredita que para que pos-sam ser atraídas as concessionárias, os impostos retirados ao jogo não vão ser significativos. “O Estado terá alguma porção das receitas revertidas num imposto de jogo que será o mais baixo possível para atrair os investidores. Neste momento, isso está em debate e deve ser continuado até ao momento decisivo”, explica no Congresso de Jogo Asiático e Hospitalidade, onde foi orador no painel sobre “Sessões dos Países - Novos Projectos e Oportunidades Potenciais”.

Sands China apoia jogo responsávelNa última segunda-feira, a Sands China agraciou três centros de aconselhamento com 450 mil patacas como parte do seu programa de apoio a iniciativas que promovam o jogo responsável em Macau. A Associação dos Jovens Cristãos de Macau, o Centro de Reabilitação do IEF para Problemas de Jogadores e o Sheng Kun Hui, coordenado pelo Insitituto de Acção Social, receberam cada um 150 mil patacas para reforçar o seu trabalho no apoio ao vício do jogo e para actividades educacionais sobre jogo responsável.

Legislação tem de ser alvo de reforma antes de expirarem as concessões de jogo

Destino de jogo mantém-se além de 2020

Especialista em indústria de diversão acredita em baixo peso dos impostos

Casinos estão a chegar ao Japão

Jorge Godinho, professor de direito na UMAC, está confiante na renovação de contratos do Governo com as concessionárias daqui a oito ou dez anos mas para tal impõe-se uma “reforma do sistema” nesse momento decisivo. Por sua vez, o advogado Luís Melo acredita que “avaliação” da matéria jurídica, sem quaisquer mexidas há 10 anos, tem de ser feita agora, a meio do período de concessão

desse período e tem de ser feita uma avaliação e na medida do possível pública com intervenção de todas as pessoas que trabalham na indústria para que o sistema jurídico aplicável ao jogo possa ser melhorado e possa trazer também credibiliza-ção a Macau”, explicou à margem do “Congresso de Jogo Asiático e Hospitali-dade”, onde foi orador no painel sobre “Actualização de Regulamentação Regio-nal e Comparações”.

Jorge Godinho explica que é a única forma de se chegar ao objectivo que o Governo procura: o de-senvolvimento de outras actividades económicas. “Se não estiverem escritas na lei, no plano de investimento das concessões, não se fazem. Tem de haver uma obrigação jurídica de que o casino não é mais do que x % da área, que tem de ter espectáculos ou convenções ou o que se entenda. Se não tiver, não cumpriu a concessão, vai perdê-la”, explica. O que lhe

parece certo para já, adianta, é a renovação dos contratos com as operadores já que, caso contrário, a esta altura haveriam de existir indí-cios em contrário. “Houve períodos históricos em que se viram momentos claros de que ia haver mudanças de fundo, nos anos 50, 80 e 90, estes últimos com a passagem de monopólios. (...) Neste momento não vejo os pressupostos de que haja uma mudança”.

A PASSO E PASSONa opinião de Luís Melo começam, no entanto, a ser dados os primeiros passos para a actualização desta legislação. Esta semana foi publicado o novo regula-mento administrativo sobre o fornecimento e requisitos das máquinas, equipamentos e sistemas de jogo o que veio trazer outro domínio de relação entre operadoras e regulador. “É claramente um avanço na medida em que permite que os fabricantes de equipamentos de jogo

passem a ter uma relação directa com o regulador.”

A par desta, outras pro-postas de lei aplicadas este ano foram debatidas por especialistas do território, tais como a proposta de lei de condicionamento da entrada, trabalho e jogo nos casinos a menores de 21 anos, que Duarte Chagas, as-sessor jurídico da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, avalia como um “desafio para a indústria - ca-sinos e reguladores”, na qual estão previstos programas de auto-exclusão.

Porém, Luís Melo apon-ta também problemas na legislação em vigor desde 2002 a respeito dos promo-tores de jogo, entre os quais a sua estrutura accionista que determina que apenas pessoas individuais podem comprar acções de socie-dades que prestam serviços de promoção de jogo. “Por exemplo, a maior parte das situações em que os promo-tores de jogo estão listados indirectamente na bolsa de

Hong Kong se faz através de um contrato de transfe-rência de lucros e ao fazê-lo entre um ‘junket’ e uma sociedade listada na bolsa não há qualquer controlo dessa sociedade por parte do regulador de Macau”, analisa o advogado. Um pro-blema semelhante, aponta, está expresso também nos requisitos de licenciamento e de controlo da actuação dos promotores de jogo - em que os concessionários do jogo são responsáveis por todos os actos dos ‘junkets’ - e sobre o qual “o Governo também devia ser responsabilizado”, já que é quem licencia os mesmos. “Há uma falta de transpa-rência não só no domínio especifico dos junkets mas no funcionamento geral do mercado de jogo que tem que necessariamente ser melhorada.

AUTO-GESTÃO DO FUMOOs casinos têm trabalho pela frente mas é ligeiro. Criar salas de fumadores

com uma legislação e parâ-metros específicos pode vir a ser um desafio, explica Jorge Godinho, dadas as especificidades dos edifícios de cada casino. No entanto, as normas regulamentadas pelo Governo este mês são bastante “flexíveis”. “Impõe 50% mas não diz onde deve passar a linha (...) o casino pode decidir que a zona das ‘slot machines’ é toda de não fumador e pode decidir que muitas ou todas as salas VIP são de não fumadores. Há toda uma gestão que é li-vre.” Mas passada esta meta, “entre dois a quatro anos, é que as pessoas realizem que a única coisa a fazer, quando se atingiu esse passo inter-médio, é dar mais um passo que falta [a eliminação total de zonas de fumadores]”, ainda que antes se tenha de dar um passo intermédio de 75% de áreas livres de fumo. A medida foi também recentemente defendida por Angela Leong, administra-dora delegada da Sociedade de Jogos de Macau.

Esse momento, avança, está para breve. O próximo trimestre, já no ano de 2013, é a data marcada para a discussão e aprovação da “Lei para a Promoção de Zonas Es-peciais para Casinos-Integrados” pelo “Diet”, o parlamento japonês. “Se a lei passar dá-se início aos tra-balhos. O mercado vai ser activado

Conselheiros (os dois órgãos que compõem a Diet)”.

A nova lei foi acordada como um “Processo de Legislação com duas etapas”, da qual constam a primeira fase sobre “Promoção” e a segunda relativa à “Implementa-ção”. A mesma foi decidida a partir de uma Liga de Congressistas para a promoção do turismo, criada para o efeito em Abril de 2010, cujos membros activos são mais de 170 de vários partidos. “Foi discutido com muitas partes interessadas e ministros entre 2010 e 2011, que gerou um consenso em Agosto do ano passado”, informa Mihara. A mesma, identifica, é complexa já que surge de “diferentes conceitos num mesmo pacote de lei” mas que “assegura a integridade, a segurança e a solidez para garantir a segurança das pessoas”, afiança. - R.M.R.

com a possibilidade de abertura do primeiro casino em 2016 ou 2017”, disse o académico, que acredita que “haverá 10 casinos numa primeira fase, no entanto, tal só será certo quando se chegar a um consenso entre os dois ou três principais partidos da Câmara dos Representantes e da Câmara dos

HOJE

MAC

AU

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6 sociedade quarta-feira 28.11.2012www.hojemacau.com.mo

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Cecília [email protected]

MAIS quatro ter--renos estão a ser vendidos na Ilha da Monta-

nha, mas desta vez o Governo de Zhuhai não vai impor limi-tes aos possíveis compradores, como está a ser feito com o lote de terra que a semana passada a região vizinha decidiu vender. Todos, sejam do continente ou de Macau, podem comprar.

Há uma semana, o Ou Mun avançou com a notícia de que o Governo de Zhuhai pôs a leilão uma parcela de terreno de mais de 30 mil metros quadrados na Ilha da montanha, destinada exclusivamente a empresas de Macau. Agora, as quatro terras à venda ocupam um total de 120 mil metros quadrados, tendo como vista a Taipa e

Joana [email protected]

SE ainda não comprou as prendas de Natal, fique

a saber que poderá fazê-lo mais barato. Durante todo o mês de Dezembro, terá lugar o Festival de Compras de Macau 2012, que vai oferecer a possibilidade a ci-dadãos e turistas de fazerem compras a baixo preço e de obterem descontos e ofertas especiais, em vários locais da cidade. No total, são mil as lojas que participam no evento. Desde os casinos, à Torre de Macau, ao New Yahon, à Doca dos Pesca-dores e às associações de

pequenas e médias empresas do território, são várias as casas comerciais que cele-bram o festival que, entre outros, tem como objectivo ajudar Macau a tornar-se um centro internacional de turismo e lazer.

Esta é a segunda vez que o território recebe o Festival de Compras, tendo inclusive aumentado para o dobro o número de lojas face ao ano passado.

Este ano, o festival terá uma cerimónia de abertura, hoje, no anfiteatro romano da Doca dos Pescado-res, pelas 19h, com Hins Cheung King Hin, cantor de Hong Kong, e Terence

Chi Iong, de Macau, como convidados.

A cerimónia é de entrada livre, mas é necessária a entrega de bilhetes na porta, que podem ser levantados gratuitamente nas lojas da CTM, da Tv Cabo e no New Yaohon. Os residentes de Macau podem ainda parti-cipar em diversos sorteios, que vão entregar mais de 12 mil prémios.

A organização do festi-val conta com a colaboração de 17 grupos e a Câmara de Comércio de Macau e tem o carimbo da Direcção dos Serviços de Turismo. David Chow é o presidente da Organização.

Ontem foram chamados as primeiras famílias seleccionadas para escolher as fracções económicas T3 do Edifício Cheng I, na Avenida Conselheiro Borja. Entre os 60 agregados familiares convocados, 55 compareceram ao Instituto de Habitação (IH) dos quais 52 famílias ficaram com os apartamentos. Entre os cinco agregados familiares que não compareceram, três foram mudados automaticamente para o último lugar da lista de espera e dois agregados familiares

pediram a suspensão do processo. O Edifício Cheng I é composto por dois blocos, com 34 pisos, comportando um total de 770 fracções de habitação económica. Entre as quais, 120 fracções de T1, 524 fracções de T2 e 126 fracções de T3. Devido à inexistência de candidatos de T1 na respectiva lista geral, explicou o IH, as mesmas não serão distribuídas antecipadamente, sendo distribuídas apenas as 650 fracções de habitação económica de dois e três quartos.

Mais quatro terrenos disponíveis na Ilha da Montanha. Governo de Zhuhai está vendedor

Aberto e sem limites

Festival de Compras 2012 realiza-sepela segunda vez durante mês de Dezembro

Macau vai abraçar febre das compras

Famílias agradadas com fracções económicas do Edifício Cheng I

a zona dos lagos Sai Van. O Governo de Zhuhai acredita que, no futuro, o desenvol-vimento dos terrenos será acelerado, mas não avança concretamente o preço dos lotes. A previsão, contudo, é de que os cinco terrenos possam originar receitas de 1.600.000.000 renmimbis para os cofres do Governo de Zhuhai.

O terreno que começou a ser vendido a semana pas-

sada – e destinado apenas a compradores de Macau - vale mais do que estes quatro lotes.

Embora não haja limites à origem dos compradores, cada terra só pode ser vendi-da a empresas envolvidas em pesquisas de alta tecnologia.

As empresas de Macau já disseram que o preço não é muito alto para as grandes empresas, mas consideram ser difícil para as pequenas e médias empresas.

Em 2011, Macau absorveu um investimento directo do exterior de 5,19 mil milhões de patacas, número que desceu significativamente em 17,47 mil milhões de patacas face ao ano 2010. De acordo com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), a descida foi causada pelo facto das empresas ter distribuído mais dividendos aos sócios, o que se traduziu num fluxo de capital que saiu do território. Em termos de residência habitual do investidor, o investimento directo do exterior era proveniente, principalmente, das Ilhas Virgens Britânicas (8,43 mil milhões de patacas), dos Estados Unidos da América (3,35 mil milhões de patacas) e da China continental (2,29 mil milhões de patacas). A maior parte deste investimento foi aplicado em actividades culturais, recreativas e outros serviços (4,25 mil milhões de patacas), como o comércio por grosso e a retalho (3,21

mil milhões de patacas) e como as actividades financeiras (1,61 mil milhões de patacas). Por seu turno, o fluxo que as empresas do território investiram no exterior correspondeu a um valor de 965 milhões de patacas no ano de 2011. O valor líquido do fluxo de investimento directo totalizou 4,22 mil milhões de patacas, informam os Serviços de Estatística e Censos. O rendimento obtido em investimento directo externo pelos investidores em Macau foi de 46,71 mil milhões de patacas em 2011, traduzindo um acréscimo significativo de 18,36 mil milhões de patacas comparativamente ao ano 2010. A maior parte deste rendimento, 66,1% do total, pertencia ao sector do jogo, que tem sido o mais elevado ao longo dos anos. Por seu turno, o rendimento que as empresas de Macau obtiveram do seu investimento directo no exterior atingiu 1,28 mil milhões de patacas. - C.L.

Macau com menos investimento do exterior

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7sociedadequarta-feira 28.11.2012 www.hojemacau.com.mo

www. iacm.gov.mo

Notificação n°017/DLA/SAL/2012(Aviso aos titulares de estabelecimentos de comidas e bebidas sobre a decisão do cancelamento da licença)

Considerando que não é possível notificar os interessados, por ofício, telefone ou outra forma, sobre a decisão do cancelamento de suas licenças, nos termos dos artigos 10° e 58° do “Código do Procedimento Administrativo”, aprovado pelo Decreto-Lei n° 57/99/M, de 11 de Outubro, o signatário notifica, pela presente, nos termos dos artigos 68° e 72° do mesmo Código, os seguintes titulares de estabelecimentos de comidas do conteúdo da respectiva decisão administrativa:

Por despacho de 20 de Abril e de 03 de Agosto do corrente ano, e de acordo com o no 2 do artigo 31° “A ausência de pedido de renovação da licença por 2 anos consecutivos determina a caducidade da licença e o seu consequente cancelamento”, do Decreto-Lei no 16/96/M, de 1 de Abril, são, pela presente, notificados, os titulares dos seguintes estabelecimentos que, por dois anos consecutivos, não procederam à renovação das licenças, do cancelamento de validade das suas respectivas licenças.

Número Estabelecimento de comidas Endereço Titular Data de

despacho

1

Estabelecimento de Comidas (Sopa de Fitas e Café) U Tong Wong Min Tin

Rotunda de Carlos da Maia, nº. 2 C, loja F, r/c e s/l, Macau

Lei Kuok Heng 20.04.12

2 Heong CaféTravessa do Mercado Municipal, nº. 28, Macau

Lee, Hon Seng 03.08.12

3

Estabelecimento de Bebidas O Cantinho do Marujo

Rua de Évora, nº. 11, Taipa

O Cantinho, Limitada

03.08.12

Nos termos do artigo 145º e 149º do “Código do Procedimento Administrativo” aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, o interessado poderá apresentar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, reclamação contra o citado acto administrativo e/ou, nos termos do artigo 15º do Regulamento Administrativo nº 32/2001, apresentar recurso hierárquico facultativo para o Conselho de Administração do IACM, no prazo previsto do n° 2 do artigo 155° do “Código do Procedimento Administrativo”, não invalidando a aplicação do artigo 123º do citado Código.

Poderá ainda apresentar recurso contencioso para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau, no prazo previsto na Secção II do Capítulo II do “Código de Processo Administrativo Contencioso” aprovado pelo Decreto-Lei nº. 110/99/M, de 13 de Dezembro.

A falta de apresentação de impugnação acima mencionada contra a decisão, constante da presente notificação, implica a sua execução imediata.

Macau, aos 16 de Novembro de 2012.

O Vice-Presidente do Conselho de Administração

Lei Wai Nong

UM especialista em po-lítica pública chinesa

defendeu à Lusa que o lan-çamento de uma campanha anti-corrupção por Pequim irá “afectar activamente” o jogo em Macau, que diz ter crescido em parte alimenta-do por dinheiro proveniente de práticas ilegais. “A in-dústria do jogo registou um grande desenvolvimento nos últimos cinco anos, especialmente nos grandes apostadores, e muito dinhei-ro proveniente de práticas ilegais está a entrar no jogo em Macau”, disse o pro-fessor da Universidade de Macau, Liu Bolong.

A luta contra a corrupção foi identificada como uma das prioridades da nova lide-rança política chinesa para os próximos dez anos, encabe-çada por Xi Jipping, o novo secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), eleito no 18.º Congresso no início de Novembro.

Liu Bolong identificou a venda de terrenos como um dos exemplos de transacções ilícitas na origem do dinhei-ro que é apostado em Macau, mas também apontou práti-cas duvidosas às empresas estatais e privadas do interior da China. “Além das em-presas estatais, muitas das empresas privadas chinesas estão muito ligadas aos fun-cionários públicos locais, porque se não tiverem uma boa relação com eles é muito difícil fazer negócios na China, por isso, a campanha anti-corrupção vai tornar mais difícil aos empresários do sector privado terem este tipo de entretenimento, e nesse sentido vai afectar a acção dos grandes aposta-dores”, afirmou.

Liu Bolong frisou, no entanto, que Macau pouco pode fazer na luta anti--corrupção porque “este é um assunto da competência chinesa”. “Macau tem uma influência muito limitada porque é muito difícil saber que recursos aplicados no jogo têm origem em práticas ilegais ou não”, disse.

Para o professor da Universidade de Macau, o Governo da Região devia aproveitar o actual momento em que os cofres públicos estão “bastante cheios” (so-bretudo graças aos impostos arrecadados do jogo) para diversificar a economia e proporcionar diferentes oportunidades de carreira para os jovens licenciados do território além dos casinos.

Já o consultor jurídico Tony Coles, do departa-

Política de anti-corrupçãode Pequim irá ter repercussões

Campanha podeafectar Macau

mento de Jogo e Apostas da empresa Jeffrey Green Rus-sell, sediada em Londres, considerou à Lusa que “a corrupção não deverá repre-sentar um problema maior em Macau do que noutras jurisdições, desde que exista um regime fortemente regu-lado e bons reguladores”. “A corrupção não é um proble-ma em Las Vegas, não é um problema no Reino Unido e não é um problema em muitos destinos mundiais, da mesma forma que não deve ser um problema par-ticular de Macau”, afirmou o também participante no Congresso de Jogo e Hotela-ria Asiático (Asian Gaming & Hospitality Congress), a decorrer em Macau na terça e quarta-feira.

Tony Coles estimou, em contrapartida, um maior im-

pacto da entrada em vigor em 2013 da proibição de fumar nos casinos, apesar de al-gumas excepções previstas como a criação de salas de fumadores condicionadas a regras. “O facto de não se poder fumar nos casinos tem um grande impacto co-mercialmente. A corrupção não tem sido um problema”, comparou.

Por outro lado, o consul-tor jurídico não antevê gran-des mudanças de fundo que contrariem o crescimento do jogo em Macau. “Macau continua a ser o único sítio onde o jogo é legal em toda a China, por isso não sei se faria sentido o Governo central chinês ter permitido e encorajado (...) a regulação e expansão dos casinos e de repente mudar essa aborda-gem”, afirmou. - Lusa

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quarta-feira 28.11.2012nacional8

A China disse duran-te um debate esta segunda-feira na Organização Mun-

dial do Comércio (OMC) que os problemas nas economias emergentes estão relacionados com as injecções de dinheiro promovidas pelos países ricos para combater a crise. Mas rejeitou a proposta do Brasil, apresentada no início deste mês, de usar as normas internacionais de comércio para compensar por desequilíbrios cambiais. “Nós, bem como muitos outros países, temos sido críticos dessa política irresponsável de desva-lorização cambial — afirmou o vice-representante da China na

OMC, Zhu Hong, referindo-se às medidas de estímulo mo-netário adoptadas pelos ricos para combater a crise. Têm um impacto negativo prolongado, especialmente nas economias emergentes”, afirmou o repre-sentante chinês.

Para China, a questão cam-bial deve ser tratada pelo FMI

A reunião de segunda-feira visava a discutir a proposta do Brasil de incluir nas regras da OMC um sistema para lidar com desequilíbrios cambiais. O embaixador do Brasil na orga-nização, Roberto Azevedo, tem vindo gradualmente a adoptar uma postura mais rígida em rela-ção ao assunto. “A OMC parece

estar sistemicamente mal prepa-rada para lidar com os desafios apresentados pelos efeitos macro e microeconómicos das taxas de câmbio no comércio”, afirmou o Brasil na sua proposta, à qual a agência Reuters teve acesso.

“Os membros querem, pe-rante este cenário, considerar a necessidade de implementar algumas mudanças comerciais para as taxas de câmbio”.

O Brasil já qualificou as in-jecções de recursos promovidas pelos países ricos como egoístas. Mas Zhu afirmou que esta é uma questão para o Fundo Monetário Internacional (FMI), não para a OMC, por se tratar de um pro-blema monetário.

A China espera que o embaixador japonês

na China recentemente nomeado possa fazer os esforços devidos para pro-mover os laços bilaterais, disse na segunda-feira o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hong Lei.

Hong proferiu as decla-rações na conferência de imprensa diária, informa

UMA estação de rádio norte-americana revelou

ontem que 20 estudantes ti-betanos foram hospitalizados depois de confrontos com a polícia durante uma mani-festação de protesto contra um panfleto do Governo que classifica de irrelevante a língua tibetana. De acordo com a Rádio Free Ásia, pelo menos 20 estudantes foram hospitalizados na segunda--feira depois do protesto em Qinghai, na província de Hainão, ter derivado em vio-lência. O caso foi difundido

tendo como fonte tibetanos no exílio que estão em contacto com a população da região. Os estudantes iniciaram o protesto depois de um folheto distribuído numa unidade de saúde local considerar irrelevante a língua tibetana e condenar as imolações de tibetanos classificando-os de “actos de estupidez”. Entre-tanto, também ontem, alguns jornais internacionais e gru-pos de activistas dos Direitos Humanos informaram que quatro tibetanos imolaram--se pelo fogo no domingo

e segunda-feira em protesto contra o domínio chinês no Tibete.

De acordo com um comu-nicado da organização Free Tibet, sediada em Londres, pelo menos três dos tibetanos morreram em consequência dos ferimentos provocados pelas chamas, elevando para 20 casos de imolação em Novembro.

A Free Tibet não especifi-cou o local dos acontecimen-tos nem a fonte da informação que, habitualmente, é difun-dida pelos tibetanos no exílio.

Nevoeiro forte faz sete mortos em estrada no leste da ChinaSete pessoas morreram e 35 ficaram feridas em pelo menos 22 acidentes em vários trechos de uma estrada na Província de Shandong, leste da China, face ao forte nevoeiro que na segunda-feira atingiu a região, anunciaram funcionários do governo local. Um forte nevoeiro atingiu partes do sudeste de Shandong segunda-feira pela manhã, reduzindo a visibilidade em diversas zonas para menos de 50 metros, revelaram as autoridades meteorológicas. Alguns trechos da via em Shandong foram fechados temporariamente.

China opõe-se a que OMC trate de questão cambial

FMI que resolva

Chancelaria chinesa comenta nomeação de novo embaixador japonês

Regresso à normalidadeEstudantes tibetanos hospitalizados após confrontos com polícia durante protesto

Mais quatro imolações

a rádio China. O governo japonês aprovou na última quinta-feira a nomeação de Masato Kitera, secretário--chefe-adjunto do gabinete, como o novo embaixador do país na China. A desig-nação foi efectivada esta segunda-feira.

Ao comentar a saída do embaixador japonês Uichi-ro Niwa, que deixou o cargo depois de servir 28 meses

como embaixador na Chi-na, o porta-voz chinês disse que “elogiamos os esforços feitos pelo embaixador Niwa para promover e desenvolver os laços entre a China e o Japão”.

Hong descreveu que as relações China-Japão atravessam um período extremamente grave na actualidade. “Esperamos que o lado japonês possa enfrentar os fatos, mostrar sinceridade e resolver os problemas adequadamente em conjunto com a China, a fim de retomar o desenvol-vimento normal dos laços bilaterais”, disse.

“Desejamos que o novo embaixador possa fazer os esforços devidos para atingir esse objectivo”, acrescentou.

Em Setembro, Shinichi Nishimiya foi designado como o novo embaixador na China, mas morreu de in-suficiência cardíaca aguda antes de partir para o país.

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quarta-feira 28.11.2012 9www.hojemacau.com.mo região

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A marinha norte-america-na proibiu a ingestão de

álcool à noite aos fuzileiros estacionados no Japão como medida disciplinar, depois de vários militares norte--americanos terem sido acusados de cometer delitos naquele país nas últimas semanas, informou ontem a agência Kyodo.

De acordo com a ordem, todo o pessoal da marinha norte-americana no Japão está proibido de consumir bebidas alcoólicas todos os dias entre as 22 e as 8h, incluindo nos dias de licença.

A decisão foi tomada como forma de reforçar as medidas disciplinares dentro das Forças Armadas norte--americanas no país asiático depois de ter sido activado o recolher obrigatório no passado dia 19 de Outubro.

Essa ordem, que restringe entre as 23h e as 5h as saídas diárias das bases de todo o pessoal militar norte-ameri-cano no Japão, foi anunciada depois de a 16 de Outubro

Japão quer aprovar medidas de ajuda económicaO Governo do primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda quer aprovar sexta-feira um novo pacote de estímulo económico de cerca de 80.000 milhões de patacas, revelaram fontes oficiais nipónicas. O plano, o segundo do género depois da aprovação em Outubro de uma série de estímulos avaliados em cerca de 40.000 mil milhões de patacas, irá integrar fundos de reserva incluídos no Orçamento correspondente de 2012 e não irá obrigar a uma nova emissão de dívida pública. A medida agora conhecida deverá gerar protestos da oposição porque tem lugar duas semanas depois da dissolução da Câmara Baixa e quando estão convocadas eleições para 16 de Dezembro, podendo ser considerada uma medida eleitoral. De acordo com a agência Kyodo, o ministro das Finanças Koriki Jojima reuniu-se ontem com Yoshihiko Noda para analisar as medidas contidas no programa que visa impulsionar o crescimento de sectores como o meio ambiente, saúde pública e agricultura.

Tailândia Escolas encerradas para reclamar mais protecção para docentesCentenas de escolas na província tailandesa de Pattani, no sul do país, suspenderam ontem as aulas para reclamarem a revisão de medidas de protecção para os professores, um dos alvos do conflito separatista que assola aquela região muçulmana. Desde 2004, ano em que a guerrilha muçulmana retomou a luta armada, mais de 150 docentes perderam a vida acusados de serem um símbolo da autoridades do Governo e de impor a cultura budista nas regiões do sul da Tailândia, onde a maioria da população segue a religião muçulmana. A Confederação de Professores das Províncias da Fronteira Sul concordou segunda-feira em encerrar temporariamente 332 escolas em Pattani até nova ordem, depois do homicídio quinta-feira do director de um colégio às mãos da milícia muçulmana, refere ontem o Bangkok Post.

Marinha norte-americana proíbe ingestão de álcool durante a noite

Reforço disciplinar

último dois membros da marinha terem sido detidos sob a acusação de violação de uma mulher na província de Okinawa (sul).

No passado 2 de No-vembro, já com o recolher obrigatório em vigor, um soldado de 24 anos das For-ças Aéreas norte-americanas estacionado na base de Kade-na (Okinawa) protagonizou

outro incidente, ao invadir uma residência e agredir um adolescente, atirando-se depois da janela do aparta-mento, no terceiro andar.

Na cidade de Sasebo (sudoeste), que alberga uma base naval norte-americana com 3.100 efectivos, foi en-contrado no final de Outubro o cadáver de um membro da marinha, que morreu electro-

cutado depois de tocar numa catenária numa estação de comboio.

Os Estados Unidos man-tém no Japão cerca de 48.000 soldados desde o fim da II Guerra Mundial, metade dos quais deslocados no arquipé-lago de Okinawa (sudoeste), que alberga 75 por cento das instalações militares de Washington no arquipélago.

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quarta-feira 28.11.2012www.hojemacau.com.mo10 vida

É preciso encontrar um sucessor para o Protocolo de Quio-to, que termina no

fim deste ano. É para isso que 190 países começaram esta segunda-feira uma reunião de dez dias em Doha, a capital do Qatar. Mas em causa estão apenas 15% das emissões de dióxido de carbono (CO2), pois muitos países excluíram--se já das negociações.

Os Estados Unidos, que representam 17,6% das emis-sões de gases com efeito de estufa em consumo energético a nível mundial, nunca ratifi-caram o Protocolo de Quioto assinado em 1975; o Japão, a Rússia e o Canadá retiraram--se entretanto. A Austrália, que durante muitos anos se manteve de fora, anunciou o seu envolvimento.

Assim, as negociações para o sucessor do Tratado de Quioto debruçam-se sobre as emissões da Austrália e da União Europeia — uma vez que o documento assinado em 1997 obrigava as nações mais industrializadas a fazer cortes nas suas emissões de carbono e, em traços largos, permitia aos países em desenvolvimen-to continuar a emitir.

Entre os países em desen-volvimento que ficaram isentos de reduzir as suas emissões, estão a Índia e sobretudo a China — a segunda economia mundial, que emite 26,3% dos gases com efeito de estufa em consumo energético, e portanto em algumas medidas é mesmo o maior emissor de CO2. Esta

A conferência interna-cional sobre alterações

climáticas devia conseguir um segundo período para o protocolo de limite às emis-sões de gases com efeito de estufa e garantir acções para países em desenvolvimento, defende a Quercus, admitindo que “será muito difícil”.

Mais de 190 países vão estar reunidos a partir de segunda-feira em Doha, no Qatar, na Conferência das Partes da Convenção das Na-ções Unidas sobre Alterações Climáticas (COP18), tentan-do chegar a formas de travar o aumento da temperatura do planeta e ultrapassar as divergências, principalmente entre pobres e ricos.

Portugal estará repre-sentado por uma delegação governamental e a associação ambientalista Quercus estará entre as Organizações Não Governamentais (ONG). “Uma conferência ideal seria ter um segundo período de

Quantos países são precisos para prolongar o Protocolo de Quioto?

Começar a contagem

Quercus pede novo período para cumprir Quioto

Necessário mas difícilcumprimento de Quioto a entrar em vigor rapidamente, mesmo com algumas disposi-ções transitórias”, disse hoje à agência Lusa o coordenador do grupo Energia e Alterações Climáticas da Quercus, Fran-cisco Ferreira.

É também “preciso garan-tir que são definidas acções principalmente em relação a países em desenvolvimento e objectivos de redução de emissões para os países de-senvolvidos e que tudo isto seja verificável, transparente e assumido”, especificou.

Francisco Ferreira apon-tou um ponto que “será muito complicado de decidir” e pode pôr em causa as negociações que é o financiamento, pois foi criado o fundo climático verde e definidos objectivos

de financiamento de 100 mil milhões de dólares por ano. “O nível de ambição a curto prazo tem de ser mais elevado e é imperativo que seja acordado um calendário de negociações de modo a alcançar um regime climático global justo, ambi-cioso e vinculativo em 2015”, defende a Quercus.

O ambientalista questiona “como é possível, no quadro de crise económica, os países oferecerem verbas para o combate e adaptação às alte-rações climáticas, quando a sua economia está em causa”, por isso considera ser “funda-mental” alguns países darem um sinal. “Não há excessivos optimismos, vai ser muito difícil conseguirmos resolver uma série de divergências, por exemplo, saber se no próximo

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10 ESPÉCIES ANIMAIS MAIS AMEAÇADAS

11quarta-feira 28.11.2012 www.hojemacau.com.mo vida

Quantos países são precisos para prolongar o Protocolo de Quioto?

Começar a contagem

Quercus pede novo período para cumprir Quioto

Necessário mas difícil

1. GAZELA DAMA DO SARA

2. LINCE IBÉRICO

3. TIGRE

4. PANDA GIGANTE

5. RINOCERONTE NEGRO

6. HIPOPÓTAMO

7. URSO POLAR

8. DIABO-DO-MAR (MANTA)

9. BALEIA AZUL

10. TUBARÃO BRANCO

divisão é um foco de tensão permanente que tem impedido um acordo, com a União Eu-ropeia a tentar fazer uma ponte entre os países mais ricos e os que reivindicam o direito de emitir mais para se poderem desenvolver.

UE INDECISAMas a União Europeia chega a estas negociações com uma posição pouco vincada, por-que já alcançou as suas metas de redução das emissões de gases com efeito de estufa, e oito anos mais cedo do que o previsto. O objectivo era redu-zir em 20% as suas emissões até 2020, tendo como ponto de partida os valores de 1990. Uma vez alcançada a meta mais cedo, e ainda por cima num contexto de possível de-pressão económica, a EU não chega à mesa negocial com propostas inovadoras e arro-jadas – nem deve canalizar mais fundos para a adaptação e mitigação dos efeitos das alterações climáticas.

Quanto aos EUA, após a sua reeleição, e após os efeitos devastadores do furacão Sandy na costa de Nova Jersey e Nova Iorque, e de uma seca terrível que destruiu a colheita de cere-ais durante o Verão e está a fazer subir o preço dos alimentos, Barack Obama, disse que se vai empenhar pessoalmente nas questões do clima — mas o Congresso não lhe é favorável.

À ESPERA DE QUATRO GRAUSApesar de todos os problemas, os negociadores das Nações

Unidas comprometeram-se a ter um novo tratado assinado até 2015, que entre em vigor até 2020 — o que não é cedo, com os cenários de cata-clismos traçados pelos mais recentes relatórios científicos sobre as emissões de CO2 e os resultados que estão a ter sobre o planeta.

O horizonte a evitar a todo o custo nas conversações con-tinua a ser que a temperatura média no planeta suba acima de 2º Celsius até 2100, em relação aos valores do fim do século XIX. Mas o CO2 que atiramos para a atmosfera atingiu tal quantidade que o mais provável é que a Terra fi-que já 4º mais quente em 2060, mesmo antes de 2100. “Este mundo será tão diferente da-quele em que vivemos que é difícil descrevê-lo”, avisa o presidente do Banco Mundial, o norte-americano Jim Yong Kim, no preâmbulo de um novo relatório apresentado na semana passada, a propósito da cimeira climática em Doha, que se prolongará até 7 de Dezembro.

O novo estudo do Banco Mundial afirma que “um mundo 4º mais quente de-sencadeará uma cascata de cataclismos”. São exemplos as secas, que não serão apenas na África Subsariana, mas também na Europa e nos Es-tados Unidos — a do Verão passado poderá ser só uma amostra —, ou a chegada de doenças como a malária — ou a Dengue — a locais de onde há muito estavam ausentes.

acordo vamos ter uma divisão entre países desenvolvidos e em desenvolvimento ou se haverá uma repartição das res-ponsabilidades por todos sem esta classificação”, salientou o vice-presidente da Quercus.

“Há posições muito dife-rentes e objectivos difíceis de conciliar e Doha tem de ser um marco porque estamos em 2012 e o protocolo tem de estar pronto até 2015”, alertou Francisco Ferreira, acres-centando que o programa de acção para os próximos oito anos tem de ser definido agora.

FINANCIAMENTOPROCURA-SESe os responsáveis dos países conseguirem definir orienta-ções sobre algum financia-mento para o fundo climático

verde e medidas para 2020 que garantam “pelo menos uma inversão da tendência de aumento” das emissões, além de “um programa muito claro” para o novo acordo de 2015, “Doha será um êxito”, re-sumiu o ambientalista.

Nos últ imos dias têm sido di-vulgados re-latórios que apontam

para “um agravamento muito significativo” dos problemas relacionados com as altera-ções climáticas.

A Agência Europeia do Ambiente alertou para o facto das alterações climáticas esta-rem a afectar todas as regiões

da Europa, causan-do múltiplos

impactes

na sociedade e no ambiente, danos que, no futuro, poderão ter custos elevados.

A Organização Meteo-rológica Mundial informou que a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera atingiu um novo recorde em 2011.

O estudo “Turn Down the Heat”, encomendado pelo

Banco Mundial ao Insti-tuto Potsdam, concluiu

que o mundo caminha para um aquecimento

global de 4º Cél-sius até ao final deste século, se a comunidade internacional não agir.

Esta con-ferência, que termina a 07 de Dezembro, segue-se às reuniões de 2011, em Dur-ban, e de 2009 em Copenhaga.

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quarta-feira 28.11.2012publicidade12

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AVISOCONCURSO PÚBLICO N.º 34/P/2012

Faz-se público que, por despacho de Sua Excelência, o Chefe do Executivo, de 8 de Novembro 2012, se encontram aberto o Concurso Público para “Fornecimento de Material de Consumo Clínico para o Bloco Operatório dos Serviços de Saúde”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 28 de Novembro de 2012, todos os dias úteis das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão do Aprovisionamento e Economato, sita Cave 1 do Centro Hospitalar Conde de S. Januário, onde serão prestados esclare-cimentos relativos ao concurso, estando interessados sujeitos ao pagamento de $68,00 (sessenta e oito patacas), a título de custo das respectivas fotocópias ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de S. Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 2 de Janeiro de 2013. O acto público deste concurso terá lugar no dia 3 de Janeiro de 2013, pelas 10,00 horas, na Sala do “Museu” situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de $100.000,00 (cem mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 20 de Novembro de 2012 O Director dos Serviços, Lei Chin Ion

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QUANDO um nú-mero suficiente de cores do arco--íris se misturam, vemos luz bran-

ca. Quando muitas frequên-cias sonoras se sobrepõem, acabamos por ouvir sempre o mesmo distintivo ruído “branco” (aquela crepitação irritante que sai dos altifalan-tes do auto-rádio quando es-tacionamos o carro no piso -3 de um parque subterrâneo). Mas que odor sentiríamos se cheirássemos uma mis-tura de muitos componentes odoríferos diferentes?

Será que existe tam-bém um cheiro “branco”? Segundo resultados pu-blicados na última edição da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) por uma equipa de cientistas israe-litas, tudo indica que sim. Basta misturar um número suficiente de odores de igual intensidade e que abrangem todo o “espectro olfactivo” para o nosso nariz achar, a dada altura, que qualquer

Depois da luz branca e do ruído branco, surge o cheiro branco

Ser cândido já não significa purezaum dos cheiros assim ob-tidos é, por assim dizer, o mesmo cheiro. Noam Sobel e colegas, do Instituto Weiz-mann de Ciência (Israel), designam este cheiro de “branco olfactivo”.

Para realizar o estudo, estes cientistas partiram de uma variedade de 86 molé-culas odoríferas - cheiros agradáveis como o das rosas, desagradáveis como o da transpiração, cheiros que costumam estar associados a substâncias comestíveis ou pelo contrário a produ-tos tóxicos. Diluíram as moléculas para nivelar a sua intensidade e com esses ingredientes de base prepa-raram uma série de misturas. Pediram então a um grupo de participantes, entre os quais um profissional dos perfumes, para avaliar as diferenças ou semelhanças entre os cheiros das diversas misturas. “Constatámos”, escrevem os investigadores na PNAS, “que à medida que fazíamos aumentar o número de componentes

independentes (...), as mis-turas se tornavam cada vez mais semelhantes entre si, apesar de não terem entre elas qualquer componente em comum”. A partir de 20 componentes, a distinção olfactiva entre as misturas tornava-se difícil e, “com cerca de 30 componentes, a maioria das misturas tinham o mesmo cheiro”.

TUDO A BRANCOMas então, perguntam, “por que é que, no mundo real, misturas com inúmeros componentes, tais como o vinho, o café ou as rosas não cheiram todos igual, todos a branco?” Um primeiro elemento de resposta é que o leque de cheiros que com-põem o odor das substâncias reais é muito estreito. Um segundo elemento é que os componentes dos cheiros naturais não costumam ter intensidades uniformes: por exemplo, o característico cheiro a rosas deve-se na realidade ao esmagador contributo (98%) de uma

única molécula: o álcool beta-feniletílico. Por isso, apesar de poder haver uma multiplicidade de outros cheiros envolvidos - que nos casos reais podem atingir as centenas -, nada ultrapassa a predominância desse único cheiro distintivo. Aquilo que é a essência do

“branco olfactivo” - igual intensidade de todos os componentes e uma distri-buição por todo o espectro olfactivo - não se verifica com os cheiros reais. “A que cheira o branco olfactivo?”, perguntam ainda os cientis-tas. Segundo os voluntários que participaram no estudo,

trata-se de um cheiro que não é nem agradável, nem desagradável, nem impo-nente de mais, nem parecido com nada de conhecido. Os cientistas especulam aliás que, mesmo a existir na natureza, a sua ocorrência é provavelmente “um evento extremamente raro”. E por isso propõem, na versão online do seu artigo, uma lista de “receitas” artificiais de branco olfactivo.

Seja como for, pensam que este inédito cheiro possa vir a ser utilizado para perceber melhor a neurobiologia do olfacto, que permanece em parte misteriosa. A teoria mais consensual descreve este sentido com uma espécie de máquina de detectar mo-léculas odorantes, explica um comunicado do Instituto Weizmann, mas o estudo agora publicado sugere, pelo contrário, que o nosso sistema olfactivo apreende os cheiros no seu conjunto e não os odores individuais que os compõem. “Os resul-tados”, diz Sobel, citado no mesmo documento, “dizem respeito aos princípios mais básicos subjacentes ao nosso sentido do olfacto e levantam algumas questões em relação às ideias feitas sobre o tema”.

E houve outras surpresas ainda: numa das experi-ências, o branco olfactivo mostrou-se capaz de neutra-lizar outros cheiros. Como explica no seu site a revista Nature, “quando as [quatro] moléculas-chave do cheiro a rosas foram combinadas com uma mistura de branco olfactivo, o cheiro a rosas foi ocultado - demonstrando-se assim que poderia vir a ser utilizado para mascarar odo-res”, por exemplo nas casas de banho públicas.

13vidaquarta-feira 28.11.2012 www.hojemacau.com.mo

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quarta-feira 28.11.2012publicidade14

A APOMAC congratula e felicitao Sr. David Chow Kam Fai, Presidente

Honorário, pela distinção atribuída pelo Presidente da República de Djibouti com o Grau de Oficial da Ordem de Independência.

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15quarta-feira 28.11.2012 www.hojemacau.com.mo cultura

INAUGURA hoje, no Al-bergue, pelas 18h30 horas

a exposição do fotógrafo por-tuguês Isaac Pereira. Nascido em 1966 e com passagens pela Universidade do Minho e pelo Ar.co - Centro de Arte e Co-municação Social, em Lisboa, o fotógrafo vem a Macau para nos levar a uma terra mítica, Akhromatopia, diz a nota de imprensa da organização. “Isto não é um manifesto. São apenas pedaços de uma viagem interior – ou viagens - através de um território que habitualmente visito e ao qual decidi chamar Akhromatopia. Pode ser uma aldeia, uma cidade, um país em qualquer ponto do planeta ou somente um conjunto de pensa-mentos e sensações guiadas pela percepção e pela intuição. Se a realidade existe apenas posso di-zer que vejo Akhromatopia pelas suas janelas e espelhos, sempre a preto e branco. Gostaria somente

de partilhar um espaço e um tempo de intimidade com estas imagens que produzi. Elas já não me pertencem. De facto, a sua própria realidade já não existe e, porventura nunca terá existido. Não há cores. Ponto. Quis criar quatro “espaços e tempos” para esta exposição em relação com o espaço disponível na galeria e com o próprio espaço da ins-talação fotográfica”, diz o autor na nota de imprensa.

Os quatro “espaços e tempos”, que o fotógrafo faz questão de dizer que não são conceitos mas sim

quatro pequenas histórias relacionadas, tem como base, “Sem lugar”, “Rejeição”, “Deslocado” e “Perturbado”.

A exposição pode ser vista a partir de amanhã e até dia 30 de Dezembro, na Galeria do Al-bergue todos os dias das 12h às 20h, excepto às segundas-feiras, das 15 às 20h. A entrada é livre.

Cecília [email protected]

O Ballet Nacional da China visita pela quinta

vez Macau, desde 2006. A Fundação Macau convidou mais uma vez o conceituado grupo de dança do continente para actuar hoje no auditório da Escola Secundária Kao Ip pelas 19h30.

O Ballet Nacional da China visitou ontem a es-cola para se dar a conhecer pessoalmente aos alunos que praticam a modalidade, naquele que foi um evento privado.

O grupo fez uma apre-sentação geral sobre o ballet, tendo em seguida

Violino de Jazz no anfiteatro das Casas-Museu da Taipa O Jazz Club de Macau apresenta no próximo domingo, dia 2 de Dezembro, a partir das 18h, no anfiteatro das Casas-Museu da Taipa o concerto do violinista norte-americano Christian Howes. Recentemente nomeado pela Jazz Journalists Association como “Violinista do Ano” foi descrito pelo Minneapolis Tribune como “indiscutivelmente o mais fascinante jovem violinista de jazz”. Antigo professor associado da Escola de música de Berklee é também o fundador da Creative Strings Academy, uma escola online de improvisação para músicos de cordas.

VALTER Hugo Mãe é o grande vencedor da 10ª edição do Prémio Portu-gal Telecom de Literatura

em Língua Portuguesa. O escritor português recebeu esta noite numa cerimónia que decorreu no Auditório Ibirapuera, em S. Paulo, no Brasil, o prémio na categoria de melhor romance com a “A máquina de fazer espanhóis” e também foi o vencedor do Grande Prémio Portugal Telecom 2012. “Muito obrigado. É uma honra ser finalista com todos esses escri-tores com quem fui finalista, estava convencido que Bernardo Kucinski [académico brasileiro que escreveu “K.”, um primeiro romance que se passa na época da ditadura e que recebeu uma menção honrosa] ia ganhar”, disse o escritor português, emocionado quando recebeu o pré-mio de melhor romance das mãos do vice-presidente da PT Brasil, Abílio Martins.

Mais tarde voltou ao palco para receber o grande prémio da noite. “Tenho de falar devagar para não me comover. Cresci a escrever muito, mas não achava que ser escritor era algo que eu pudesse ser. Agradeço que subitamente eu possa estar mais perto de vocês, mas se calhar mais perto de mim”, disse o escritor.

Também eram finalistas na categoria de romance o brasileiro Michel Laub, com “Diário da queda” (que irá ser publicado em

Albergue SCM inaugura exposiçãode fotografia de Isaac Pereira

Viagem a uma terra mítica

Ballet Nacional da China hoje no palco da escola Kao Ip

“Pas de deux” de excelência

Valter Hugo Mãe é o grande vencedor do Prémio Portugal Telecom 2012

Tudo por causa da máquina

Portugal pela Tinta da China no próximo ano) e o brasileiro de ascendência argentina, Julián Fuks, com “Procura do romance”.

O artista brasileiro multimédia Nuno Ramos venceu a categoria de poesia com a obra “Junco”. O escritor, que já foi vencedor do Pré-

mio Portugal Telecom 2009 com “Ó”, agradeceu à mulher, Sandra, que fez os desenhos deste livro, “uma espécie de cena original de tudo o que ele faz”. Na categoria de poesia concorriam ao prémio o poeta português Gastão Cruz, com o livro “Escarpas” e Zulmira

ensinado alguns passos de ballet aos alunos, que têm vindo a aprender algumas técnicas nas aulas de dança durante o ano. Os vinte e dois alunos presentes subiram ao palco para

dançarem juntos dos seus ídolos. Por fim, apresentou trechos de ballet clássicos, incluindo Pas de Deux e Pas de Quatre, seleccio-nado do bailado Lago dos Cisnes.

Esta foi a primeira visita a uma instituição de ensino regular, depois de em anos anteriores ter também visitado institui-ções de ensino superior locais, como a Universi-dade de Macau, o Instituto Politécnico de Macau e a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau.

O Ballet Nacional da China, composto por mais de 70 bailarinos, é o único grupo profissional de ballet na China, criado em 1959.

Ribeiro Tavares (“Vesúvio”), e ainda jovem poeta mineira Ana Martins Marques (“Da arte das armadilhas”).

O Prémio Camões 2012, o es-critor brasileiro Dalton Trevisan, vencedor das edições de 2003 e 2007 do Prémio Portugal Telecom

e que este ano concorreu com o livro de contos “O anão e a ninfe-ta”, foi o vencedor na categoria de conto e de crónica. O escritor, que não se deixa fotografar desde os anos 60 e vive isolado em Curitiba, não esteve no Auditório Ibirapue-ra, em São Paulo, mas enviou a representante da editora Record. Além de Dalton Trevisan, eram candidatos os brasileiros Sérgio Sant’Anna que recebeu o prémio em 2004, com “O livro de Praga”; João Anzanello Carrascoza, com “Amores mínimos”; e Evando Nascimento, com “Cantos do mundo”.

A cerimónia, que decorreu no auditório no edifício projectado pelo arquitecto Oscar Niemeyer, teve apresentação do cantor e mú-sico Arnaldo Antunes (ex- Titãs) e da actriz brasileira Maria Fernanda Cândido e foram recordadas as várias obras premiadas ao longo dos dez anos do galardão.

O valor atribuído aos vencedo-res de cada categoria é de 50 mil reais (185 mil patacas) cada um, o mesmo valor do Grande Prémio Portugal Telecom 2012.

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quarta-feira 28.11.2012desporto16

Marco [email protected]

AS mortes de Luis Car-reira e de Phillip Yau

Wing-Choi nas corridas de qualificação para o Grande Prémio de Macau fizeram da 59ª edição do certame a mais trágica de todos os tempos. O circuito da Guia nunca tinha assistido à morte de pilotos de carros e de motos num mesmo evento e os acidentes acabaram por ensombrar incontor-navelmente a competição, colocando a organização da prova numa situação delica-da. Nos dias que se seguiram ao acidente que vitimou Philip Yau foram muitos os que colocaram em causa a

A selecção de hóquei em patins de Macau comprometeu as hipóteses de que dispunha de conseguir alcançar um lugar nas meias-finais do Mundial B da modalidade, ao somar no Uruguai o segundo desaire consecutivo num período de dois dias. Depois de perder frente à Áustria por 4-3, a selecção campeã asiática somou nova derrota no frente-a-frente com a Holanda. O grupo de trabalho orientado por Alberto Lisboa não conseguiu evitar uma derrota por oito bolas a cinco e nem a

inspiração ofensiva de Hélder Ricardo – que apontou três dos golos da formação do Lótus – ajudou a contrariar o maior acerto do cinco holandês. No outro encontro do Grupo A da competição, a Áustria derrotou Israel por quatro golos sem resposta. A formação austríaca junta-se à Holanda nas meias-finais da prova. Macau discute com Israel o terceiro lugar do grupo, num desafio inconsequente em termos de classificação em que o cinco do território joga sobretudo o seu bom nome.

Comissão do Grande Prémio recusa responsabilidades na morte de Phillip Yau

Socorro foi adequado, diz Costa Antuneseficácia do socorro prestado ao piloto da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong. Ontem à tarde, o coordenador da Comissão do Grande Prémio voltou a reiterar que o traçado da Guia é seguro e garantiu que as equipas médicas e as equipas de socorro fizeram tudo o que estava ao seu alcance para salvar a vida a Philip Yau: “De forma al-guma o piloto foi socorrido em tempo lento. Eu já referi publicamente que a primeira coisa quando há um acidente

em pista é enviar médicos preparados para o local do acidente”, explica João Manuel Costa Antunes. “Em cerca de um minuto estava junto ao piloto sinistrado um dos melhores médicos internacionais de circuitos de automóveis para poder identificar a situação e só depois de ter um completo diagnóstico é que se propicia movimentar o pilotol. Pode-remos estar uma hora com o piloto dentro da viatura para tentar estabilizá-lo se para isso tivermos de salvar uma

vida”, sublinha o coordena-dor da Comissão do Grande Prémio.

O Chevrolet Cruze de Phillip Yau despistou-se na curva do Mandarim e acabou por embater violentamente nos rails de protecção lateral. A violência do embate que vitimou o piloto de Hong Kong levou a organização a deslocar para o local do acidente todos os meios possíveis e necessários para auxiliar o condutor, mas Phillip Yau só é conduzido ao hospital oito minutos após o embate. Costa Antunes diz que o socorro médico pres-tado após o acidente foi o adequado. O coordenador da Comissão do Grande Prémio sustenta que rapidez nem sempre é eficácia e sublinha que uma resposta mais célere dificilmente teria feito a di-ferença a 16 de Novembro: “Não é por vermos que um piloto é retirado do carro mais rápido que significa forçosamente que está a ser mais bem tratado. Muitos

acidentes em que os pilotos são precipitadamente retira-dos de viaturas conduzem a situações fatais. Nós o que fizemos, neste caso concre-to, foi tentar identificar, foi tentar estabilizar e só depois da ordem do perito médico dizer que poderiamos movi-mentar o piloto é que assim foi feito”, esclarece o tam-bém director da Direcção dos Serviços de Turismo.

João Manuel Costa An-tunes foi ontem reconduzido por mais dois anos no cargo de coordenador da Comissão do Grande Prémio. Cons-tituído por cerca de duas dezenas e meia de pessoas, o organismo foi criado em 2003 com a incumbência explícita de organizar e gerir o principal evento do calendário desportivo do território.

Hóquei em Patins Fim de linha para Macau

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quarta-feira 28.11.2012 17www.hojemacau.com.mo futilidades

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:45 RTPi DIRECTO19:30 TDM Entrevista (Repetição)20:00 Ana Moura – Leva-me aos Fados20:30 Telejornal21:00 Montra do Lilau21:30 (Irmãos e Irmãs)22:10 A Raia dos Medos23:00 TDM News23:30 A viagem do Sr. Ulisses01:00 Telejornal (Repetição)01:30 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira 14:35 Viva a Música15:30 AntiCrise15:50 Ler +, Ler Melhor16:00 Bom Dia Portugal17:00 Decisão Final 17:50 Vingança18:40 Destino: Portugal – Guimarães19:10 Fado: Um Legado Português para o Mundo20:00 Jornal Da Tarde21:20 O Preço Certo22:05 Ler +, Ler Melhor22:15 Portugal no Coração

30 - ESPN13:00 FIFA Beach Soccer World Cup 2013 Ukraine vs. Poland14:00 AFF Suzuki Cup 2012 Vietnam vs. Philippines16:00 AFF Suzuki Cup 2012 Thailand vs. Myanmar18:00 Great South Run18:30 London Triathlon19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201220:00 Engine Block 201220:30 Chang World of Football 2012/1321:00 World Championships (Italy) - Womens22:00 Sportscenter Asia 201222:30 Engine Block 2012

23:00 Chang World of Football 2012/1323:30 FIFA Beach Soccer World Cup 2013 Ukraine vs. Poland

31 - STAR Sports13:00 Golf Focus 201213:30 BMW New Zealand Open Day 416:30 Max Power 2012/1317:25 Smash 201217:55 (LIVE) AFF Suzuki Cup 2012 Indonesia vs. Singapore20:00 Smash 201220:30 World of Gymnastics 201220:40 (LIVE) AFF Suzuki Cup 2012 Malaysia vs. Laos22:45 (Delay) Score Tonight 201223:15 World of Gymnastics 201223:30 Smash 2012

40 - FOX Movies12:40 Nowhere Boy14:20 Armageddon16:50 The Double18:30 Gulliver’S Travels20:00 Homeland21:00 Limitless22:45 X-Men: First Class

41 - HBO12:00 Se7En14:10 2 Fast 2 Furious16:00 Beethoven17:30 Beethoven’S 2Nd19:00 The Karate Kid Part Ii21:00 Boardwalk Empire22:00 Cowboys & Aliens00:00 Unbreakable

42 - Cinemax12:00 Clash Of The Titans13:45 Star Trek Insurrection16:00 Charade17:50 Red Skies19:05 Return To The House On Haunted Hill20:20 Salt22:00 Strike Back23:35 Pet Sematary

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

QUEM FOI / QUEM É JESUS CRISTO? • Anselmo BorgesNesta obra é investigada a possibilidade de uma biografia de Jesus, reflecte-se sobre a relação deste com o dinheiro, a política, a Igreja, as religiões, as mulheres. Pela abrangência de temas abordados, a competência científica dos autores, a actualidade e honestidade da investigação, a força do confronto entre a fé e o mundo contemporâneo em crise global, esta é seguramente a obra mais importante sobre Jesus publicada em Portugal.

O NÚMERO DE OURO - A HISTÓRIA DE FI, O NÚMERO MAIS

ASSOMBROSO DO MUNDO • Mario LivioNeste livro fascinante, Mario Livio conta a história do número fi. A curiosa relação matemática, geralmente conhecida como «número de ouro», foi definida por Euclides há mais de dois mil anos devido ao papel crucial que desempenha na construção do pentagrama, a que se atribuíam propriedades mágicas. Desde então, surgiu nos sítios mais espantosos: em conchas de moluscos, girassóis, cristais de certos materiais e formas de galáxias. Há quem diga que os criadores das Pirâmides e do Parténon a empregaram e crê-se que esteja presente nos quadros Mona Lisa de Leonardo da Vinci e O Sacramento da Última Ceia de Salvador Dalí, além de estar supostamente relacionada com o comportamento das bolsas.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Soma, totalidade. Frouxa. 2-Nome de mulher. Chefe de um corpo turco. Rio europeu. 3-Denominação das línguas em que se dá aglutinação. 4-Gálio (s.q.). Compor versos rimados. Abalava. 5-Nome de homem. Uniforme, constante. 6-Voz com que se chama a atenção de outrem (Interj.). Suflixo. 7-17 (rom.). Pode ser contido. 8-Rio de França. Arrolei, fechei. Avenida (abrev.). 9-Natural de uma ilha. Sentido da palpação. 10-Decifrou, adivinhou. Corpo celeste, satélite da Terra. Forma aportuguesada de czar. 11-Produza emissões. Nome de mulher.

VERTICAIS: 1-Nome de homem. O m. q. xale. 2-Bebedeiras (Pop.). Têm valor. 3-Algum, um certo. Tomba. Interjeição designativa de dor, o m. q. ui!. 4-Material de construção, que protege as paredes e tectos contra o calor e humidade. 5-Género de plantas faseoláceas, a que pertencem a ervilha e o chícharo. Sala em que se recebe a lição. 6-Instrumento para encurvar as calhas das linhas férreas. Apartamento (abrev.). 7-Fúteis, vulgares. Substância análoga ao álcool. 8-Subtileza, sofisma. 9-Ilha inglesa no mar da Irlanda. Ironia (Interj.). Letra grega. 10-Chocava, abalroava. Espécie de roupão, em geral branco (pl.). Onde há muita areia. Cidade alentejana.

HORIZONTAIS: 1-TOTAL. BAMBA. 2-ISA. AGA. AAR. 3-ACLUTINANTE. 4-AGA. RIMAR. IA. 5-OSCAR. IGUAL. 6-ALO. SUF. 7-XVII. A. CABE. 8-AA. TAPEI. AV. ILHEU. TACTO. 10-LEU. LUA. SAR. 11-EMITA. LUISA.VERTICAIS: 1-TIAGO. XAILE. 2-OSGAS. VALEM. 3-TAL. CAI. HUI. 4-A. URALITE. T. 5-LATIRO. AULA. 6-GIM. AP. U. 7-BANAIS. ETAL. 8-A. ARGUCIA. U. 9-MAN. UFA. CSI. 10-BATIA. BATAS. 11-AREAL. EVORA.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

Aqui há gatoMACAU NUNCA SERÁ UM CIDTLNão sei se ainda não perceberam, se estão a fazer-se de despercebidos. Por isso, decidi escrever com as minhas patinhas peludas o seguinte: Macau NUNCA será um Centro Internacional de Turismo e Lazer. Senhores do Governo, parem de usar esse slogan quando sabem que isso será algo impossível, a menos que uma mudança drástica – e ao falar em drástico refiro-me a toda uma mudança de pensamento, atitude e savoir-faire – aconteça no “território”. Não. Macau nunca será um Centro de Internacional de Turismo e Lazer só porque vocês assim o querem. E apresento-vos razões para que acreditem em mim. Ora vejamos...

Razão número 1: a maioria das pessoas que contacta com os turistas “internacionais” que buscam “o lazer” não sabe falar inglês, a tal língua dita universal. Nada mais sabem além do chinês. Restaurantes, lojas de lembranças, taxistas... nada. Alguns nem sabem os nomes dos hotéis, que está esparramado em todos os lados. E, na rua, se os turistas precisarem de informações, esqueçam. O mais provável é que levem com alguém a tapar a boca enquanto se ri envergonhado(a) e a abanar a cabeça em negação.

Razão número 2: os casinos, pura e simplesmente, não chegam para chamar turistas internacionais. Ora passo a explicar. Ninguém no seu perfeito juízo vem da Europa ou dos EUA para ver casinos e chineses a jogar cartas ou roleta. Ninguém. Lazer significa bons hotéis, mas não só. Significa museus – baahhh -, praias – vamos mesmo falar nisso? -, monumentos – acham mesmo que alguém vem de propósito ver as ruínas? Portanto, Centro Internacional de Turismo e Lazer não funciona quando vocês apenas se preocupam com a construção de mais casinos, mais mesas, mais roletas, menos jardins, menos imaginação.

Razão número 3: os autocarros e os táxis.

Razão número 4: o espaço, amigos. Ninguém que procura lazer quer andar aos encontrões na única zona turística que Macau tem. E Macau nunca conseguirá conciliar ser esse centro com ser “uma cidade propícia para viver”. As duas coisas simplesmente não se coadunam.

Uma solução possível para transformarem Macau no tal Centro de Turismo e Lazer? Façam publicidade ao circo que se passa na Assembleia. Pode ser que tenham turistas a rir-se com as palhaçadas que por lá se discutem.

Pu Yi

SALA 1COLD WAR [C](Falado em cantonês e legendado em chinês/inglês)Um filme de: Longman Leung, Sunny LukCom: Aaron Kwok, Andy Lau, Tony Leung Ka Fai, Eddie Peng14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 2LIFE OF PI 3D [A]Um filme de: Ang LeeCom: Suraj Sharma, Gerard Depardieu14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3RISE OF THE GUARDIANS 3D [A]Um filme de: Peter Ramsey14.30, 16.15, 18.00, 19.45

ALEX CROSS [C]Um filme de: Rob CohenCom: Tyler Perry, Matthew Fox, Jean Reno21.30

LIFE OF PI

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quarta-feira 28.11.2012opinião18

Alberto CAstroin Jornal de Notícias

M indivíduo morre. Aparece-lhe o São Pedro que lhe diz: “tens três minutos para me convence-res de que deves ir para o Céu”. Em vez de se tentar justificar, o sujeito começa a discutir que três

minutos é pouco tempo, o que é o Céu, mais isto e aquilo. Esgotado o tempo, não disse nada em seu abono. Imagine o resultado.

A actual discussão sobre a redução das despesas e as funções do Estado tem contor-nos que a aproximam da historieta anterior. Todos achamos que três meses são pouco tempo. Há quem não acredite no Inferno e outros que discutem a legitimidade do São Pedro. Entretanto, a despesa vai-se fazendo, o défice público acumulando-se e a hora da verdade aproximando-se.

É verdade que há muito ruído nesta discussão. O corte proposto é definitivo ou só até nos vermos livres da tutela da troika? No segundo cenário, o Governo tem uma legitimidade que não lhe assiste se estiver em causa uma reforma do Estado, para a qual são necessários consensos, cedências e negociações que garantam a estabilidade do resultado. É provável que a solução seja mista, com medidas adicionais limitando a despesa, mas insuficientes para alcançar a meta proposta. De uma maneira ou de outra, a discussão sobre as funções e o funcionamen-to do Estado tem de ser feita. Embora seja reducionista centrá-la no lado da despesa, os “três minutos” que temos a tal obrigam. Evitado o Inferno, podemos e devemos incluir outras variáveis e dimensões.

Uma das dificuldades deste debate reside em ultrapassarmos absolutos ideológicos, desde os que confundem serviço público com serviços do Estado aos outros que deificam a privatização. Não haverá aqui espaço para o pragmatismo dos que querem salvaguardar as funções do Estado, mas não

Quando está em cima da mesa garantir que o Estado não deixa de cumprir certas funções sociais, importa criar as condições para analisar com rigor o custo das alternativas para cumprir o serviço público

Um passo para o ladolêem a Constituição como determinando o monopólio estatal? Não valerá a pena confrontar números, em especial quando coexistem oferta estatal e privada, mesmo levando em conta que essa comparação é dificultada, e as conclusões condicionadas, pela má qualidade dos dados? Esse é um problema com que se confronta quem decide sobre o serviço público. Será exagerado afirmar que “não se pode gerir o que não se pode medir”, mas a falta de informações credíveis abre espaço ao arbítrio estribado na ideologia, qualquer que ela seja. Talvez isso explique a eternização dessa limitação!

Ainda que padecendo desse pecado original, foram, nos últimos tempos, dados a conhecer dois estudos sobre os custos do Ensino Básico e Secundário. A mim, surpreendeu-me sobretudo a disparidade de custos dentro do sector estatal, não apenas entre regiões como na mesma região. Quan-do as regras e orientações são as mesmas, parece-me fundamental tentar perceber o

porquê dessas diferenças, aferir se têm ou não repercussões no aproveitamento dos alunos e divulgar, e premiar, as melhores práticas. Qualquer empresa faria isso e não acho que, neste caso, haja muitos argumentos para não adoptar essa prática.

Imaginemos, entretanto, que essa em-presa pretende decidir se quer manter essa actividade internamente ou subcontratá-la. Como é óbvio, nessa decisão tomaria em consideração a totalidade de custos, desde as remunerações até ao equipamento e ins-talações. Se fossem maiores do que os da alternativa, poderia manter a operação se, e enquanto, não tivesse de fazer mais investi-mento. Nesse período, a empresa olha só aos custos que evitaria se encerrasse a função. Se estes forem menores do que o que teria de pagar se recorresse ao mercado, compensa manter o serviço. Transitoriamente. Cedo ou tarde, será necessário reparar ou substituir equipamento ou instalações. Nessa altura, a melhor opção tornar-se-á evidente.

Quando está em cima da mesa garantir que o Estado não deixa de cumprir certas funções sociais, importa criar as condições para analisar com rigor o custo das alternati-vas para cumprir o serviço público. O estudo encomendado pelo Ministério da Educação só olha para o curto prazo e para os custos directos, permitindo leituras equívocas e, até, decisões erradas, com consequências gravosas para o contribuinte. É pouca ajuda para o debate sobre as funções do Estado. Um passo para o lado.

U

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a pal içadaCorreia Marques

19opiniãoquarta-feira 28.11.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

frase que dá o título a esta crónica (a qual, confirmei depois, é de Charlie Brown Jr) surgiu-me num fim de tarde de um dia a meio da passada semana, na tran-quilidade de um hotel asiático, à

beira-mar, olhando a rebentação das ondas lá ao fundo, com o sol a pôr-se nas minhas costas, e um manso esquilo a vir comer da minha mão uns amendoins com que acom-panhava o meu gin tónico, enquanto lia os jornais de Macau.

Abençoadas gentes estas que permitem que os pássaros e os esquilos se passeiem pelo meio dos humanos, sem medo. E sinto remorsos das fisgas da minha infância com que tentava caçar pardais. E, é por essas e por outras, que lá os bichos são esquivos e fugidios, sem que, por contraponto, os hu-manos sejam mais fortes ou mais corajosos.

Li as referidas notícias e senti asco face

Abençoadas gentes estas que permitem que os pássaros e os esquilos se passeiem pelo meio dos humanos, sem medo. E sinto remorsos das fisgas da minha infância com que tentava caçar pardais. E, é por essas e por outras, que lá os bichos são esquivos e fugidios, sem que, por contraponto, os humanos sejam mais fortes ou mais corajosos

Ser forte é ter coragem para continuara tanta falta de carácter; a tanta falsidade; e a tanto oportunismo político de algumas figuras já, de nós, bem conhecidas. Mas senti também alguma perplexidade com outras no-vidades. Mas enfim como escreveu o nosso Luis Vaz de Camões: “Continuamente vemos novidades,/diferentes em tudo da esperança;/do mal ficam as mágoas na lembrança,/ e do bem, se algum houve, as saudades”. Um dia, nas minhas memórias, talvez volte ao assunto. Por enquanto, por decoro, por aqui me fico porque, para bom entendedor, meia palavra basta.

Relaxado, na calma do cair do dia, ouvindo apenas o som do silêncio, olhos fechados, revisitei lugares e acontecimentos da minha vida.

E, como não podia deixar de ser, vieram--me à memória os tempos dos meus 21 e 22 anos na Guiné que em muito, para o bem e para o mal, contribuíram para fazer

Ade mim a pessoa que hoje sou. Paciência, há outros que nem assim são! Lá, muito depressa, aprendi muita coisa. Aprendi o valor da vida, mas também quanto a mesma é efémera. Intui que líder é quem é firme

sem ser prepotente, é aquele que assume em pleno as suas responsabilidades, aquele que quando um seu subordinado é difamado, vilipendiado, injustiçado, acorre em sua defesa. Verifiquei que um comandante que não esteja na primeira linha de combate, à frente ou lado a lado dos seus soldados, dando o corpo às balas, nunca será res-peitado, nem pelas suas tropas nem pelo inimigo. Interiorizei o valor da entreajuda e da solidariedade, mas também o conforto da solidão. Conheci o valor, mas igualmente os custos, da frontalidade.

Vi ainda, nos devaneios de “desgraçado pássaro que nasce em mau ninho”, o meu país e sofro com as suas gentes e com o seu futuro hipotecado. Mas sofro igualmente com o seu conformismo, com o seu amole-cimento. Mas não me admiro. Na verdade já Camões dizia que “o fraco rei faz fraca a forte gente”.

Page 20: Hoje Macau 28 NOV 2012 #2744

quarta-feira 28.11.2012www.hojemacau.com.mo

Seita Moon deixade fabricar carrosA Igreja sul-coreana da Unificação, conhecida como a “seita Moon” abandonou o negócio de produção de veículos na Coreia do Norte ao ceder a empresa Pyeonghwa Motors ao regime do país depois de 12 anos de operações, revelou o diário Joongang Ilbo, de Seul. Park Sang-Kwon, director geral da companhia e membro da confissão religiosa, apresentou um requerimento ao Ministério da Unificação da Coreia do Sul para iniciar uma nova actividade empresarial no norte que poderá estar relacionada com o fornecimento de bens a hotéis. O mesmo responsável ainda tentou vender a unidade fabril ao Governo de Pyongyang, mas finalmente decidiu doar o projecto em troca dos direitos de exploração de outro tipo de negócio no país, revelou o jornal citando uma fonte não identificada que será próxima do regime da Coreia do Norte. A empresa, que em 2009 tinha um capital social equivalente a cerca de 300,8 milhões de patacas, produz veículos compactos com tecnologia da europeia Fiat.

Sismo sacudiuilhas MolucasUm terramoto de magnitude 5.6 na escala de Richter foi registado esta terça-feira nas ilhas Molucas, na Indonésia. Não houve registo de danos materiais ou vítimas na sequência do abalo sísmico.

Tornado teve rajadas de vento até 270 km/hUm relatório divulgado esta segunda-feira pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera revela que o tornado que assolou a região do Algarve teve ventos que sopraram até 270 km/hora. Durante 40 minutos, localidades como Lagoa e Silves foram assoladas por uma intempérie que deixou um rasto de destruição e provocou 13 feridos. A coluna de vento ciclónico que afectou a região formou-se no mar, percorreu sete quilómetros até chegar a terra, onde se deslocou-se por cerca de 30,5 quilómetros antes de desaparecer.

Pyongyang poderá lançar míssilA Coreia do Norte poderá efectuar um lançamento de míssil nas próximas três semanas, de acordo com imagens divulgadas pela DigitalGlobe Inc., operadora que comercializa imagens de satélite de alta resolução. “Tendo em consideração a movimentação na zona, os camiões e o transporte de combustível, é possível que a Coreia do Norte efectue o seu quinto lançamento nas próximas três semanas”, indicou a companhia, cujas imagens revelam um grande aumento de movimentos nas plataformas de lançamento, semelhante aos preparativos observados antes do lançamento falhado de Abril. Esse lançamento foi, na altura, muito criticado pelos Estados Unidos e pelas Nações Unidas, que consideraram que o objectivo do regime de Pyongyang era realizar um teste camuflado de um míssil balístico. A Coreia do Norte negou, dizendo que pretendia colocar um satélite em órbita.

Morreu o médico Joseph MurrayMorreu o médico norte-americano Joseph Murray, primeiro cirurgião a realizar com sucesso um transplante de órgãos em humanos e vencedor do Prémio Nobel de Medicina em 1990. Murray realizou o primeiro transplante em 1954, substituindo o rim de um paciente por outro, doado pelo irmão gémeo. Murray tinha 93 anos e morreu em Boston, nos Estados Unidos, onde estava internado depois de um enfarte.

ONU adopta resolução contra mutilação genital feminina A Assembleia Geral da ONU adoptou a primeira resolução contra as mutilações genitais femininas, que atingem 140 milhões de mulheres no mundo. A excisão e outras práticas são ilegais em cerca de 20 países africanos, na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, mas ainda não tinham sido objecto de condenação das Nações Unidas para os países onde acontece. Mais de 110 países, incluindo meia centena dos Estados africanos, apoiaram o projecto de resolução, que solicita aos países membros que “complementem medidas punitivas com actividades de educação e informação”. Cesare Ragaglini, embaixador italiano na ONU, disse que a resolução “é uma ferramenta muito poderosa para vencer a hesitação dos países em proibir esta prática”. Segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM), as mutilações genitais femininas afectam entre 100 e 140 milhões de raparigas e mulheres no mundo; a prática estendeu-se nos últimos anos aos países ocidentais devido ao aumento dos fluxos migratórios.

Exportações para a China crescem 40%

O gosto português

car toonpor Steff

AS exportações portu-guesas para a China aumentaram 40% nos primeiros dez

meses de 2012, abrandando um pouco o crescimento, mas, pela primeira vez, somaram cerca de dez milhões de patacas, disse fonte diplomática. “Verificou--se uma certa desaceleração em relação ao ritmo do primeiro semestre, mas espera-se que seja um situação conjuntural e haja uma recuperação até ao final do ano”, comentou o embaixador de Portugal na China, José Tadeu Soares.

Segundo dados da Admi-nistração-geral das Alfândegas Chinesas, entre Janeiro e Outubro deste ano, as exportações portu-guesas para a China atingiram 9,8 mil milhões de patacas, um

aumento de 40% em relação a igual período de 2011.

Aquele montante é superior ao total de 2011, ano em que as vendas portuguesas para a China subiram 54,1%, para 8,9 mil mi-lhões de patacas. Nos primeiros nove meses de 2012, o aumento foi de 45,8%.

As importações portuguesas da China, entretanto, diminuí-ram 11%, para 16 mil milhões de patacas.

Segunda maior economia mundial, a China está hoje entre os 10 maiores mercados de Por-tugal, numa subida de mais de vinte lugares em relação a 2000.

OS 4.000 bilhetes gratuitos para o concerto de sábado em Singapura do sul-coreano

PSY, famoso pelo hit mundial “Gangnam Style”, esgotaram em duas horas noticiou a imprensa local citada pela Efe. O músico, que na realidade se chama Park Jae Sang, actuará no auditório do empreendimento Marina Bay Sands, num con-certo de solidariedade que durará cerca de uma hora, informou hoje o diário Straits Times”. PSY, que na quarta-feira actuará em Banguecoque, converteu-se numa sensação mundial com o vide-oclip “Gangnam Style”, que faz referência a um bairro da moda em Seul. Na quinta-feira, o cantor

pop estará em Macau para um concerto no Club Cubic, no complexo turístico City of Dreams, com os bilhetes à venda por 650 patacas. Desde que foi lançado em Julho passado, “Gangnam Style” tornou-se no vídeo mais visto no Youtube com mais de 828 milhões de visitas, e número um nas listas do Reino Unido e foi premiado na recente gala da MTV em Frankfurt (Alemanha). O actor Hugh Jackman, as cantores Madonna e Britney Spears, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o secretário-geral da ONU, Ban KI-moon, foram algumas das figuras públicas que já executaram os passos de dança da música “Gangnam Style”.

Cantor de “Gangnam Style” esgotou4.000 bilhetes em duas horas em Singapura