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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB POLÍTICA PÁGINA 5 EVENTOS CENTRAIS DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUARTA-FEIRA 29 DE ABRIL DE 2015 ANO XIV Nº 3320 ENSINO Juventude contra o sistema FAM 2015 Caldeirão das artes PUB PATRIMÓNIO DESIGNAÇÕES DE LOCAIS HISTÓRICOS VÃO MUDAR Ruínas de São Paulo, Casa do Mandarim ou o Templo de Kun Iam são alguns dos ícones da cidade que vão ver o seu nome alterado. A decisão saiu da primeira reunião plenária do Conselho do Património Cultural e visa “eliminar mal-entendidos”. O nome das coisas hojemacau h GRANDE PLANO PÁGINA 3 Mortos sem consciência

Hoje Macau 29 ABR 2015 #3320

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Hoje Macau N.º3320 de 29 de Abril de 2015

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Page 1: Hoje Macau 29 ABR 2015 #3320

AgênciA comerciAl Pico • 28721006

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política Página 5

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património designações de locais históricos vão mudar

Ruínas de São Paulo, Casa do Mandarim ou o Templo de Kun Iamsão alguns dos ícones da cidade que vão ver o seu nome alterado. A decisão

saiu da primeira reunião plenária do Conselho do Património Culturale visa “eliminar mal-entendidos”.

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Mortos sem consciência

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2 hoje macau quarta-feira 29.4.2015

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l i g u e - s e • pa r t i l h e • v i c i e - s ePropriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

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A FundAção Rui Cunha fez ontem três anos. Trata-se de uma instituição que, estando fundamentalmente voltada para o Direito, não deixa de apoiar outras áreas como a música, as artes e etc.. Deste ponto de vista, a FRC constitui mais espaço, muito bem situado, para a reali-zação de eventos culturais. E, de facto, a FRC tem aberto as suas portas a um sem número de acontecimentos da mais diversa índole.Mas, afinal, o que é isto de uma fundação? No caso vertente, trata-se de um advogado de Macau, com uma carreira bem sucedida, que lhe permitiu alguns milhões e que, agora, se dispõe a partilhar através da sua fundação. Ou seja, alguém que ficou milionário entende ser

a sua obrigação devolver parte desse dinheiro à sociedade, através de realizações culturais e do fomento de estudos da sua área privilegiada (o Direito).Se todos os milionários de Macau seguissem este exemplo, talvez esta sociedade fosse bastante mais interessante e com muito mais capacidade de interagir com o mundo contem-porâneo. Infelizmente, essa não é a realidade. A maior parte dos nossos milionários prefere fazer outras coisas, gastar o seu dinheiro de outro modo e pouco deixa para a populaça.Veja-se o caso da Fundação Stanley Ho, que existe em Portugal, não em Macau, e cuja ac-tividade é desconhecida. Por aqui existe ainda

a Fundação Henry Fok, o maior magnata do jogo de Macau até à liberalização (pelo me-nos), cuja fundação parece existir para pagar antigos favores e da qual não existe notícias de intervenção na sociedade local. É pois a FRC um bom exemplo. Dedicada especialmente a uma área, mas capaz de se interessar por outras, constitui, após três anos, uma referência fundamental no panorama cul-tural da RAEM. É certo que nem sempre toma as melhores opções, como é certo que poderá fazer melhor do que tem feito. Mas tomáramos nós que os ricos homens desta terra tivessem (só mais alguns) a mesma atitude. Já imaginaram o que seria se fossem simplesmente mais dez?

A MoRTE do afro-americano Freddie Gray continua a motivar protestos em Baltimore, onde um edifício em chamas é o símbolo mais comum por estes dias. O jovem morreu com graves ferimentos na coluna enquanto em custódia policial. Protestos contra o que se diz ser racismo enchem as ruas de Maryland, onde foi já declarado o estado de emergência.

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Um bom exemplo

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“Estamos a tentar resolver o problema e, em situações de urgência comprovada, concedemos passaportes temporários. Não é apenas um problema de Macau, estende-se a toda a zona asiática”Vítor Sereno• Cônsul-geral de Portugalna RAEM, sobre a demorade aquisição de documentosde viagem dos bebés portugueses

“Não tem melhorado apenas este mês, mas sim nos últimos quatro e a prevalência de situações de ‘fishing’ diminuiu provavelmente de 85% para cerca de 10%”Andrew Scott• Presidente da Associaçãode Passageiros de Táxi de Macau, sobre a melhoria do serviço de táxis

“Temos de ver que os chineses caem em desgraça quando fazem algo de errado e não são capazes, se são funcionários inferiores, de dizer que não. Assumir a responsabilidade para [os chineses] é mais complicado do que a admissão de erro para um ocidental”nelSon Kot• Director da Associação de Estudos Sintéticos Sociais de Macau, sobre a questão da assunção de responsabilidades na Função Pública

“Em muitas escolas de Macau o modelo de educação é tradicional,os professores ensinam as matérias para que os alunos apenas memorizem,

parece quase uma lavagem ao cérebro”Kwan un San, responsável da Juventude dinâmica de Macau, sobre a reforma do ensino | P.4

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3grande planohoje macau quarta-feira 29.4.2015

o nome e as plantas de delimitação geo-gráfica de vários imóveis patrimoniais

do território estão a ser alterados. A notícia foi avançada ontem pelo presidente do Instituto Cultural (IC), Guilherme Ung Vai Meng, durante a primeira reunião ple-nária do Conselho do Património Cultural (CPC).

“Verificámos vários problemas na delimitação gráfica e no nome de alguns imóveis”, começou o responsável por explicar. Para o presidente do IC, a decisão de actualizar a lista de nomes e delimi-tações gráficas surge como forma

BiBlioteca do Patanee associação Ho tong i aBrem este ano

centro Histórico resultados de consulta PúBlica saBem-se em Breve

O nome de vários locais históricos do território vai ser alterado de forma a tornar mais correcta a sua designação. Também as plantas de delimitação gráfica destes espaços serão actualizadas. Para este ano está ainda previsto o restauro das oficinas navais e a abertura da Associação Ho Song I Tong

Património Nomes de imóveis vão ser actualizados

mudar para melhor?

de “eliminar mal-entendidos” que possam surgir e que não esclareçam suficientemente a população e os turistas do que se trata.

Alguns exemplos são as Ruínas de São Paulo, que passam a incluir “Igreja” na sua nomenclatura, ou da Casa do Mandarim e do Templo de Kun Iam, que terão igualmente outros nomes. A reunião serviu ainda para os membros do Conse-lho expressarem as suas opiniões relativamente a esta decisão.

Livro de todos os nomesO arquitecto Carlos Marreiros su-blinhou a necessidade de se alterar alguns destes nomes de acordo

A Biblioteca do Patane deverá abrir ao público ainda este ano. O espaço, que ocupa os números 61 a 89 da Rua da Ribeira do Patane, está em remodelação há mais de um ano e meio, tendo o Instituto Cultural previsto a abertura do espaço para final do ano passado. No entanto, isso não se verificou. O anúncio do novo prazo foi feito ontem pelo presidente do IC, Guilherme Ung Vai Meng. De acordo com uma notícia de Janeiro de 2014, a remodelação daquilo que anteriormente eram seis habitações é complexa, pois exige uma série de diferentes restauros, nomeadamente da fundação. “Construídas de forma contígua na década de 1930, as casas eram então um edifício típico com varanda, onde o rés-do-chão se destinava ao comércio e o andar superior para residência”, refere o IC. O mesmo documento indica que as obras de remodelação “básica da estrutura integral da biblioteca” e outras foram concluídas há cerca de 15 meses. Já a Associação Ho Tong I – edifício situado a Rua de São Paulo e a Calçada de São Francisco Xavier

– deverá abrir em Agosto próximo, de acordo com Guilherme Ung Vai Meng, sob forma de uma Escola de Artes. No plano de obras do IC para este ano está ainda incluído restauro das oficinas navais e de um edifício da Rua das Estalagens, em Coloane. Ainda este ano, deverá abrir a Farmácia Chong Sai, também no Patane. O restauro da farmácia já havia sido feito, mas “houve complicações com elevador que não foi montado porque se descobriu uma parede com valor histórico”, explicou o responsável do IC. “Estamos a andar a um ritmo mais rápido para ver se abrimos ainda este ano”, sublinhou Ung Vai Meng.

Os resultados da consulta pública sobre a preservação do Centro Histórico serão publicados até 6 de Junho. A informação foi ontem anunciada por Guilherme Ung Vai Meng, que levantou um pouco do pano e disse que a maioria dos inquiridos concorda plenamente com a preservação desta zona do território. No entanto, pouco mais de 2% discorda, referindo que o documento de consulta devia “elencar medidas de protecção” e não apenas questionar os cidadãos sobre a preservação. Outros 93,3% concordam com a criação de corredores visuais, enquanto uma esmagadora maioria de 93,8% é a favor do controlo de publicidades no Centro Histórico. Ainda assim, uma ínfima margem dos inquiridos prefere que esta questão esteja equilibrada de forma a ajudar ao mercado e à economia, mas sem prejudicar o ambiente envolvente. Mais de 6% das respostas

apontavam para uma necessidade de pormenorizar certos aspectos dos projectos arquitectónicos de restauro, como são critérios financeiros. Em suma, Ung Vai Meng refere a necessidade de melhor esclarecer as medidas de altura dos prédios nos planos de salvaguarda, bem como de definir a morfologia das ruas através de normas não-vinculativas, ao invés de ser criada uma fórmula de uso obrigatório. “Esta consulta é muito importante para nós”, sublinhou o presidente do Instituto Cultural.

com a sua história ou vivência. “A fortaleza da Guia deve chamar-se também Ermida e o Forte e Quartel de São Francisco deve incluir a zona de Bateria do quartel”, frisou o arquitecto. Além disso, Marreiros gostaria de ver alterado o nome da Penha, à qual se deveria acrescen-tar “de França”, ou do jardim Lou Lim Ieok para Lou Kau, de forma a dignificar o pai e não o filho daquela família.

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura também esteve presente e sugeriu que o assunto fosse retomado na próxima sema-na, depois de todos os membros terem analisado a lista de imóveis

e terem já preparadas as conside-rações sobre eventuais mudanças.

AmpLiAr pArA gArAntir protecçãoA decisão de amplificar as plantas de delimitação gráfica das constru-ções ou locais patrimoniais surgiu devido à necessidade de melhor proteger certos elementos. Um dos casos mencionados é o do Museu de Arte Sacra, que vai passar a estar integrado na planta de pro-tecção da Igreja de S. Domingos, no Leal Senado. “Naquela altura [de criação das plantas], a delimi-tação era feita manualmente, não é correcta . Ainda é preciso instau-

rar um processo junto do registo predial através de averbamento”, esclareceu o Secretário-geral do Conselho, Cheong Cheok Kio.

As alterações referidas deverão ser publicadas através de regula-mento administrativo de forma a actualizar a presente Lei de Salvaguarda do Património. Esta legislação veio substituir um diplo-ma de 1992 que determinava, pela primeira vez, a existência de um certo número de locais e espaços considerados de “interesse arqui-tectónico”. As plantas actualmente em uso são ainda dessa altura.

Leonor sá [email protected]

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hoje macau quarta-feira 29.4.20154 publicidade

ANÚNCIO

A Região Administrativa Especial de Macau faz público que, de acordo com o Despacho de 17 de Abril de 2015, do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, foi autorizado o procedimento administrativo para adjudicação da empreitada “Obra N.o 4 – Obras de Manufacturação e Colocação de Barreiras de Pneus e Tecpro e Obras de Vedação, Plataformas e Conservação Geral do Circuito para o 62º Grande Prémio de Macau”.

1. Entidade que põe a obra a concurso: Comissão do Grande Prémio de Macau

2. Modalidade do procedimento: Concurso público.

3. Local de execução da obra: Circuito da Guia.

4. Objecto da empreitada: A referida obra tem como objecto a construção de uma passagem aérea metálica para peões, a sua posterior desmontagem e armazenamento, a montagem e posterior desmontagem da rede de protecção no pitwall, de vedações em contraplacado e em rede para viadutos e passagens, a construção de plataformas nos postos dos comissários de pista, para fotógrafos, as reparações e pinturas dos muros do circuito e o fornecimento de materiais para eventuais reparações do circuito durante as competições, assim como, a manufacturação e montagem de barreiras de pneus de protecção com cobertura de mantas de borracha e a montagem de colchões de protecção e de lancis plásticos biselados (kerbs) em algumas das curvas do Circuito da Guia, incluindo toda a produção e instalação dos respectivos acessórios necessários para a montagem de barreiras Tecpro.

5. Prazo máximo de execução: datas limite constantes no Caderno de Encargos.

6. Prazo de validade das propostas: 90 dias, a contar do acto público do concurso.

7. Tipo de empreitada: Por Preço Global.

8. Caução provisória: MOP250,000.00 (duzentas e cinquenta mil patacas), prestada, em numerário ou mediante cheque visado, a entregar na Divisão Financeira da Direcção dos Serviços de Turismo, por depósito bancário ou garantia bancária aprovada nos termos legais à ordem da Comissão do Grande Prémio de Macau, devendo ser especificado o fim a que se destina.

9. Caução definitiva: 5% do preço total de adjudicação.

10. Valor da Obra: Sem preço base.

11. Condições de admissão: Entidades inscritas na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes na modalidade de execução de obras.

12. Adiamento: Em caso de encerramento dos serviços públicos por motivo de força maior, a sessão de esclarecimento, o termo de entrega das propostas e a abertura das propostas será adiado para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, à mesma hora.

13. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Comissão do Grande Prémio de Macau, sita em Macau, na Avenida da Amizade n.º 207, Torre de Controlo do Grande Prémio de Macau, até às 17.45 horas do dia 19 de Maio de 2015.

14. Sessão de esclarecimento: Os interessados podem assistir à sessão de esclarecimento deste concurso público que terá lugar às 10:00 horas, do dia 6 de Maio de 2015, na sede da Comissão do Grande Prémio de Macau.

15. Local, dia e hora do acto público do concurso: Local: Comissão do Grande Prémio de Macau;Dia e hora: 20 de Maio de 2015, pelas 10:00 horas.Os concorrentes deverão fazer-se representar no acto público de abertura das propostas para apresentação de eventuais reclamações e/ou esclarecimento de dúvidas acerca da documentação integrante da proposta.

16. Critérios de apreciação das propostas e respectivos factores de ponderação:a) Preço: 80%; b) Prazo de execução: 5%;c) Plano de trabalhos: 10% ;e

i. Nível de detalhe, descrição, encadeamento e caminho crítico das tarefas: 3%;ii. Adequabilidade à mão-de-obra e meios propostos: 7%.

d) Experiência em obras semelhantes: 5% i. Obras executadas deste tipo, de valor e dimensão igual ou superior, com

comprovativos de recepção e de qualidade pelos Donos de Obras Públicas: 3%;

ii. Currículo de obras públicas e privadas desta natureza: 2%.

O cálculo está descrito no artigo 11.° do Programa de Concurso.

17. Local, data, horário para exame do processo e preço para a obtenção de cópia: Local: Comissão do Grande Prémio de MacauData e horário: Dias úteis, a contar da data da publicação do anúncio até ao dia e hora do Acto Público do Concurso;Preço: MOP500,00 (quinhentas patacas).

A Comissão do Grande Prémio de Macau, aos 22 de Abril de 2015.

O Coordenador,

João Manuel Costa Antunes

Assine-oTelefone 28752401 | fax 28752405

e-mail [email protected]

www.hojemacau.com.mo

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hoje macau quarta-feira 29.4.2015 5política

N um dia em que várias associações se queixam das condições de traba-lho no sector do Jogo ou

das políticas do Governo, a Juven-tude Dinâmica de macau (macau Youth Dynamics) vai pedir, no 1º de maio, a reforma de todo o sistema educativo. Em entrevista ao Hm, Kwan un San, responsável pela associação, disse que uma das principais reivindicações se prende com a mudança do modelo tradicional no ensino não superior, por forma a desenvolver diversas áreas. Kwan un San fala ainda da falta de interesse de aprendizagem por parte dos alunos.

O Secretário para a Econo-mia e Finanças, Lionel Leong, garantiu ontem

que a quebra nas receitas do Jogo já está a atingir outros sectores económicos, nomeadamente ao nível do comércio e indústria. No seu discurso, proferido no âmbito de um encontro com a Associação Comercial de macau, Lionel Leong referiu que “os problemas provo-cados pela queda da indústria do Jogo estão a propagar-se, de forma progressiva, para as actividades conexas, deixando os respectivos operadores a confrontar-se com uma variedade de dificuldades, até ainda com desafios nunca antes encontrados”.

Para colmatar este cenário mais negativo, o Secretário frisou que é importante a união do sector. “Perante um cenário económico tão difícil, [apelo] à sinergia dos es-forços dos diversos sectores sociais para manter a harmonia conjuntural, solicitando que colaborem em tirar proveito da situação conjuntural para impulsionar o ajustamento da

estrutura económica”, disse no dis-curso, citado em comunicado oficial.

CresCer para baixoTendo referido, segundo a Rádio ma-cau, que ainda é possível diversificar a economia, Lionel Leong considera que permanece a tendência de ajus-tamento no sector, “prevendo-se que a economia local deverá continuar a apresentar um crescimento decres-cente”.

O encontro na ACm, que juntou cerca de 30 empresários e comercian-tes, serviu ainda para o Secretário para a Economia e Finanças falar da importância da aposta na estratégia “uma Faixa e uma Rota” e do estabe-lecimento de zonas de comércio livre, as quais “têm como ponto fulcral a inovação de políticas”, pretendendo “proporcionar um ambiente de ne-gócios internacional e assente nos princípios do mercado e do Direito, favorecendo a redução de requisitos de acesso impostos aos investidores estrangeiros, nomeadamente aos investidores de Hong Kong, macau e de Taiwan”.

SAFP Concurso Centralizado atrasa devido a rejeiçãode entrada dos candidatos

“Actualmente os alunos memorizamo que os professores ensinam, só para terem notas para testes e exames, nem pensamno objectivo das disciplinas”

LioneL Leong ConsequênCias da quebra do Jogo estão a espaLhar-se

Por desafios nunca antes navegadosO director substituto

da Direcção dos Serviços de Adminis-tração e Função Públi-ca (SAFP), Kou Peng Kuan, assegura que há situações que contribuí-ram para o atraso nos processos do Concurso Centralizado de Ingres-so na Função Pública. Numa resposta a uma interpelação escrita de Si Ka Lon, Kou Peng Kuan explica que, aquando do ingresso de adjuntos--técnicos, “acontece constantemente os can-didatos rejeitarem a aprovação de entrada ou não declararem que aceitam a distribuição do trabalho e há até outros candidatos que desistem dos cargos e não vão trabalhar, mesmo depois de terem sido aceites”.

O director substituto assegurou ainda que o

organismo presta aten-ção a insuficiências e problemas existentes nos processos do Concurso Centralizado de Ingresso, trabalhando no sentido de melhorar os procedi-mentos, alargar o espaço de escolhas mútuas entre departamentos e candi-datos e diminuir o prazo de ingresso. Ainda assim, o responsável assegura que o actual método do Concurso Centralizado de Ingresso existe para evitar situações de ne-potismo.

Si Ka Lon insurgia--se contra aquilo que acredita ser um tempo de espera demasiado longo dos funcionários públi-cos desde o momento em que se candidatam até ao início de funções. De acordo com o depu-tado, alguns esperavam mesmo três anos.

Querem mudar a forma como se ensina em macau, por a considerarem tradicional. A Juventude Dinâmica de macau vai sair à rua no 1º de maio com este propósito, pedindo o fim da memorização ao estilo de “lavagem cerebral”

ensino Juventude dinâmica exige mudanças totais

Memorizar, não obrigado

Para a líder da Juventude Dinâmica de macau, o Governo deve “encontrar, rever e refor-mar” os problemas existentes no actual sistema. “Em muitas escolas de macau o modelo de educação é tradicional, os pro-fessores ensinam as matérias para que os alunos apenas memori-zem, parece quase uma lavagem ao cérebro. Contudo, não dão atenção ao conhecimento que os

alunos devem absorver, apenas se preocupam com as médias altas para que possam frequentar as universidades”, disse ainda.

A responsável disse que o objectivo da reforma do ensino pedida é para que “os alunos te-nham mais interesse em aprender

e também para que tenham um pensamento independente”. Isto porque “quando os alunos não ganham conhecimentos não con-seguem pensar de forma livre”, até porque o colocar de questões não é algo frequente nas escolas de macau.

A Juventude Dinâmica de macau pede ainda que o sistema de ensino não se foque apenas nas “disciplinas principais, como o chinês, inglês, matemática”, sendo que “a arte e o desporto também são disciplinas importantes, sendo ignoradas pelas escolas”. “Podem haver talentos nessas áreas”, lembrou.

LógiCa inCorreCtaNo que diz respeito à educação patriótica, Kwan un San lembrou que vários deputados de macau junto à Assembleia Popular Nacional (APN) apontaram a diminuição do conhecimento dos jovens sobre o país, pedindo a consolidação dessa educação. mas a responsável não vê lógica nesse pedido.

“Actualmente os alunos me-morizam o que os professores ensinam, só para terem notas para testes e exames, nem pensam no objectivo das disciplinas. O mesmo acontece na educação patriótica, pelo que o reconhecimento da nacionalidade dos jovens não vai aumentar na consolidação dessa educação”, rematou.

Flora [email protected]

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6 política hoje macau quarta-feira 29.4.2015

A União Europeia (UE) defendeu que as autori-dades de Macau devem considerar a promoção

do envolvimento da população na eleição do Chefe do Executivo, apesar de a Lei Básica de Macau não prever a introdução do sufrá-gio universal. Ainda que admita a diferença entre Macau e Hong Kong neste sentido, a Comissão Europeia diz que “as autoridades devem considerar promover um maior grau de envolvimento da população na eleição do líder do Governo, aumentando assim a legitimidade e o apoio público ao cargo e reforço da boa governação”.

A União Europeia sustentou ainda que “as liberdades e direitos fundamentais dos cidadãos con-tinuaram a ser respeitados” em 2014. E, por outro lado, destacou que “passos positivos foram dados para melhorar a situação dos tra-balhadores migrantes, assim como no combate à violência doméstica e tráfico humano”.

Segundo o relatório anual onde se pode ler as sugestões a Macau, a Comissão Europeia considera que os órgãos de comunicação social em Macau continuaram a apresentar diversidade de opiniões, mas salientou que “a liberdade de imprensa está em risco” devido a factores como a “auto-censura” ou a negação do acesso a conferências de imprensa.

E, neste âmbito, citou casos de jornalistas de Hong Kong impedi-dos de realizar o seu trabalho em Macau e o relatório anual da Fede-ração Internacional de Jornalistas divulgado no final de Janeiro.

Da acaDemia e Do exteriorAlém disso, referiu que a “liberdade académica foi posta em causa pela decisão de não renovar os contratos” de dois professores da Universidade de Macau e Universidade de São José.

“Sem um sector académico vibrante não é possível satisfazer as necessidades da economia e da sociedade”, indicou o documento.

A Comissão Europeia observou também que a economia de mercado da RAEM “continuou a funcionar eficientemente” não obstante o declínio nas receitas do Jogo.

Ainda assim, descreveu como prioridade a melhoria das condições de vida dos cidadãos para fazer face ao aumento do custo de vida e da habitação.

Já no domínio da política exter-na, a UE referiu que “o Governo focou-se em dinamizar o papel de Macau como plataforma para o

Chan Son Usai de vogaldo Fundodas Indústrias Culturais

CHEGA hoje ao fim a comissão de serviço de

Chao Son U como vogal do Conselho de Administração do Fundo das Indústrias Culturais. Num comunicado, Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultu-ra, garante que “irá anunciar em breve a nomeação de um novo vogal”, assegurando transparência no exercício deste tipo de cargos.

“O Gabinete do Secretá-rio para os Assuntos Sociais e Cultura reitera que o Fun-do das Indústrias Culturais é um organismo essencial do Governo da RAEM, do qual se exige absoluto rigor, transparência e exemplar isenção na gestão dos fun-dos públicos. As alterações orgânicas no Fundo das Indústrias Criativas têm por objectivo introduzir uma nova e diferente dinâmica na gestão do Fundo das Indústrias Culturais da RAEM assim como refor-çar a credibilidade interna e externa que os dirigentes daquele organismo têm de ter”, pode ler-se.

O fim da prestação de serviço deste funcionário público surge no segui-mento da abertura de um processo de averiguações instaurado por Alexis Tam, com base na suspeita de que estaria a ser atribuído um subsídio por este Fundo a uma empresa pertencente a um familiar de um dos membros do conselho de administração. Ao Jornal Tribuna de Macau, uma fon-te garantiu que a abertura do processo se deveu ao facto da “gestão pública ter de ser feita afastando qualquer sus-peita de favorecimento que porventura possa existir”. À data, poderia “estar em cau-sa a imperativa necessidade de gerir com rigor, imparcia-lidade e isenção de dinheiros públicos, bem como o bom nome e a credibilidade do organismo”. a.S.S.

O relatório anual da União Europeia aponta os problemas mais habituais de Macau e deixa a mensagem de que as autoridades deveriam considerar introduzir o sufrágio universal

UE RelatóRio sugeRe que Chefe seja esColhido pela população

Males do mesmo

“As autoridades devem considerar promover um maior grau de envolvimento da população na eleição do líder do Governo, aumentando assim a legitimidade e o apoio públicoao cargo e reforço da boa governação”RElatóRio da CoMissão EURopEia

comércio e cooperação económica entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.

No relatório, são também abor-dados outros temas como o combate à corrupção, sendo referido que “os

cidadãos de Macau continuam a expressar a opinião de que o Comis-sariado Contra a Corrupção (CCAC) precisa de agir com mais eficiência”.

“No domínio da corrupção no sector público, o número de denún-

cias recebidas e os casos investiga-dos esteve ao mesmo nível de 2012.

A julgar pelos casos divulgados, as principais violações continuam a ser a aceitação de subornos para actos ilegais, abuso de poder e falsificação de documentos. As violações das obrigações dos funcionários públicos e má gestão que lesam os interesses públicos também foram bastante comuns”, acrescentou.

No plano das prioridades para 2015, a União Europeia referiu ainda a cooperação com vista à diversificação da economia de Macau. LUSa/Hm

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7sociedadehoje macau quarta-feira 29.4.2015

o s dez terrenos de-socupados pelo Go-verno não deverão servir para construir

habitações. É o que dizem especia-listas e um deputado ouvidos pelo HM, que afirmam que os locais são ideais apenas para indústrias.

Ben Leong, presidente da Asso-ciação dos Arquitectos de Macau, considera que o planeamento des-ses terrenos deve ser feito depois de uma análise pormenorizada de cada zona.

“Deve fazer-se um planeamen-to para desenvolver a zona do Pac On, bem como da Ilha Verde, já que estes são terrenos industriais que não foram utilizados de forma apropriada. No futuro, devemos analisar o que falta em cada zona, por exemplo, instalações recrea-tivas, de saúde, escolas, entre outros.”

A Ilha Verde e o Pac On são alguns dos locais onde o Executivo está a tentar recuperar alguns dos terrenos cuja concessão caducou. Estes lotes fazem parte de dez

F OI ontem apresentado o novo projecto da Galaxy, integrado na

segunda fase de desenvolvi-mento da operadora de Jogo no Cotai. segundo a Rádio Macau, o Broadway Macau vai custar 43 mil milhões de dólares de Hong Kong e é uma aposta da empresa para a renovação da licen-ça, numa altura em que o Executivo está a analisar o processo de revisão das mesmas.

Jogo galaxy apresenta “Broadway Macau” coM olhos na licença

O grande musical chega ao Rio das Pérolas“Obviamente conside-

ramos isso”, disse à Rádio Macau Gillian Murphy, directora-geral da Broadway Macau. “Temos seis hotéis, no resort, e é preciso esta componente de entreteni-mento”.

Com abertura prevista

para 27 de Maio, o “Broad-way Macau” vai ter um hotel com 320 quartos, espaços de entretenimento ao ar livre e uma sala de espectáculos para três mil pessoas. Todo o espaço faz parte de um plano de investimento mais alargado, que deverá atingir

o total de cem mil milhões de dólares de Hong Kong.

Oferta lOcalA aposta nos recursos locais promete ser uma realidade. Enquanto que na zona de restauração mais de metade das empresas presentes se-

rão de Macau, será assinado um acordo com a Live Music Association, para que haja bandas locais a actuar no “Broadway Macau”.

“Estamos a escolher ar-tistas de renome da Ásia, que possamos trazer. Em Agos-to, vamos ter espectáculos

fixos, durante duas semanas. Potencialmente, um musical da Broadway. Mas, seja um musical da Broadway ou a Ópera de Pequim, o que queremos é complementar a oferta actual do mercado”, disse à Rádio Macau a res-ponsável.

“Deve fazer-se um planeamento para desenvolver a zona do Pac On, bem como da Ilha Verde, já que estes são terrenos industriais que não foram utilizados de forma apropriada. No futuro, devemos analisaro que falta em cada zona”Ben leong presidente da associação dos arquitectos de Macau

O Governo está neste momento a recuperar dez terrenos, mas a promessa de que alguns serão reservados para habitação pública não serve para estes lotes. É que os espaços, defendem agentes da área, são industriais. Há quem apele mesmo à revisãodo regime de usodos terrenos, para facilitar a mudançade industrialpara residencial especialistas Lotes recuperados não podem servir para habitação

espaços de ninguémcuja recuperação já foi oficializada no Boletim Oficial, ainda que as concessionárias possam ter algum tempo para eventuais recursos em tribunal.

No entanto, nove desses ter-renos são de uso industrial, o que leva Ben Leong, Au Kam san e Paul Tse a considerarem que não possam ser construídas habitações públicas, um desejo manifestado por muitos, incluindo o deputado da ala democrata.

NãO pOdiQuando questionado sobre a possi-bilidade de se criar um complexo de habitação pública nestes terrenos desocupados do Pac On, seme-lhante ao que se ergueu em seac Pai Van, o presidente respondeu de forma negativa.

“Não se pode fazer um plano assim para o Pac On. Além disso,

já há um grande complexo desses a ser construído na zona A dos novos aterros.”

Recorde-se que o Governo asse-gura que, dos terrenos que estão a ser recuperados, alguns serão reservados para habitação pública. Contudo, também para o deputado Au Kam san, acérrimo defensor desta medida, a maioria destes lotes não é adequada para a construção de habitações.

“Veja-se o exemplo do Parque Industrial do Pac On: a poluição é grave, não é adequado construir habitações sociais. só há um que resta, e esse tem oito mil metros quadrados. Aí poderão ser criadas estas habitações”, frisou.

O deputado diz esperar que o Governo acelere os processos de recuperação de terrenos desocupa-dos, até porque, refere, “o assunto

já foi discutido mais de quatro anos e, até ao momento, ninguém sabe em que situação se encontram os outros 36 terrenos” que restam recuperar. Para Au Kam san, é inaceitável esta demora.

Para Paul Tse, director da Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial de Macau, o regime de gestão de terrenos do Governo que regu-lamenta a alteração de usos de terrenos deve ser melhorado, de forma a oferecer mais habitações à população.

“De acordo com a Lei de Terras, os processos da alteração de uso de terrenos são muito complica-dos. Acho que o Governo deve tratar de forma mais fácil esses processos, mudar os regulamentos para uma forma mais adequada, para que se atinja um mecanismo simples e flexível, sem contrariar a lei. Desta forma, os terrenos industriais podem ser transferidos para uso habitacional, oferecendo mais habitações para a população, sendo estas privadas ou públicas.” rematou.

flora [email protected]

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8 sociedade hoje macau quarta-feira 29.4.2015

www. iacm.gov.mo

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Aviso de recrutamentoPretende admitir, mediante contrato individual de trabalho, nos termos do “Novo Estatuto de Pessoal do

Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, homologado pelo Despacho n° 49/CE/2010, trabalhadores para os seguintes cargos:

1. Um Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de electromecânica, referência n°1103/DLA-SAL/2015)2. Um Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de qualidade e controlo, referência n°1203/GQC/2015)3. Um Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de engenharia civil, referência n°1303/DR-SSVMU/2015)4. Um Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de formação, referência n°1403/DFD-SAA/2015)5. Um Técnico de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de informática, referência n°1503/DI/2015)

Documentos de candidatura: Relativamente às condições, os documentos necessários e os pormenores do concurso, constantes do aviso,

podem ser obtidos na página electrónica (http://www.iacm.gov.mo/p/recruit/) deste Instituto ou consultados nos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação;

O prazo de apresentação das candidaturas terminará no dia 19 de Maio de 2015; Os interessados ao concurso obrigam-se a entregar pessoalmente o boletim de inscrição devidamente preenchido

e assinado e os documentos referidos no aviso de concurso, no prazo acima referido e dentro das horas de expediente, nos seguintes Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação.

Locais e horário de expediente dos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação: Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Norte – Rua Nova da Areia Preta, n° 52, Centro de

Serviços da RAEM (Tel. 2847 1366) Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas – Rua da Ponte Negra, Bairro Social da Taipa, n° 75 K

(Tel. 2882 5252) Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Central – Rotunda de Carlos da Maia, nos.5 e 7, Complexo

da Rotunda de Carlos da Maia, 3º andar (Tel. 8291 7233) Posto de Atendimento e Informação Central – Avenida da Praia Grande nos 762-804, China Plaza, 2° andar

(Tel. 2833 7676) Posto de Atendimento e Informação de T’ói San – Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, n° 127, r/c, Edf. D.

Julieta Nobre de Carvalho, bloco “B” (Tel. 2823 2660) Posto de Atendimento e Informação de S. Lourenço – Rua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado

de S. Lourenço, 4° andar (Tel. 2893 9006)Horário: Centro de Prestação de Serviços ao Público: 2ª a 6ª feira, das 09:00 às 18:00 horas, sem interrupção ao almoço.Posto de Atendimento e Informação: 2ª a 6ª feira, das 09:00 às 19:00 horas, sem interrupção ao almoço.

Macau, aos 23 de Abril de 2015. Presidente do Conselho de Administração

Vong Iao Lek

T rês anos depois de ter sido anunciada a decisão, sabe-se agora que em 2016

é a data para a mudança das instalações do Instituto Helen Liang, o qual passará a funcionar como creche. Segundo confirmação do Instituto de Acção social (IAs) ao HM, ainda está a ser feita “a preparação da fase inicial da transferên-cia da creche juntamente com a Diocese de Macau, prevendo-se que possa entrar em funcionamento em 2016”.

O mais recente re-latório anual da Direcção dos ser-

viços de Educação e Juven-tude (DsEJ), referente ao ano de 2013, revela que os residentes com mais de 60 anos são os que menos procuram os cursos do Programa de Desenvolvi-mento e Aperfeiçoamento Contínuo. No total, só 8907 pessoas, entre 2011 e 2013, optaram pelos cursos de educação contínua, repre-sentando uma magra fatia de 6,2%.

No topo surgem os jovens entre os 25 e 39 anos (35,6% do total) e em segundo lugar os jovens com idades compreendi-das entre os 15 e 24 anos (34,1%). Em terceiro lugar

Nepal residente de Macauconta a sua experiência

só no próximo ano é que o Instituto Helen Liang deverá ser transformado em creche, cujo espaço será gerido pela Diocese de Macau. O Instituto de Acção social ainda está a analisar os processos das crianças que vivem no instituto, sendo que parte delas poderão voltar a viver com as famílias biológicas

Helen liang InstItuto transformado em creche só para o ano

Deus põe a mão por baixo

O IAS confirmou ainda que caberá à Igreja a gestão do espaço, que deverá ter vagas para 200 crianças. Em relação às crianças que actualmente residem no instituto, localizado junto à Avenida da Praia Grande, o organismo público ainda está a analisar cada processo.

“O IAs está a acompa-nhar e a fazer as avaliações e as crianças que têm con-dições poderão ir viver com as suas famílias. As que têm necessidade de alojamento serão transferidas para ou-tras instalações para crianças

e jovens, para que se possa continuar com o serviço de apoio.”

À procura de um destino Actualmente são cerca de 22 as crianças que residem no Instituto Helen Liang, com idades que não vão além dos 12 anos. A maioria tem famílias com problemas sociais e económicos, que não as podem acolher.

Numa reportagem publi-cada no HM o ano passado, Anita Wong, irmã das Mis-sionárias Dominicanas do rosário que estão a gerir a

instituição, disse esperar que o destino das crianças seja bem decidido pelo IAs. “Trata-se de uma decisão do Governo e não sabemos de nada, mas já disse que, se querem uma mudança, têm de ser responsá-veis a transferir estas crianças. Depois disto vamos voltar para a igreja e continuar com o nosso trabalho.”

Aberto desde a década de 60, o Instituto Helen Liang foi concebido pelo arquitec-to Manuel Vicente e acolhia crianças órfãs. andreia sofia silva (com Flora Fong)

[email protected]

aperfeiçoamento Contínuo iDosos não partiCipam

Programa veio para ficar

UM residente de Ma-cau contou ao canal

chinês da rádio Macau a sua experiência como sobrevivente do sismo no Nepal, numa altura em que o balanço de mortos é su-perior a quatro mil. Ieong viajou para Katmandu, a capital do país, tendo fica-do alojado num hotel. Aí, recorda que o “ambiente ficou totalmente escuro”, tendo pensado que se tratava de uma falha de electricidade. só depois sentiu o abalo “violento” que se tornou fatal, tendo saído do hotel.

“só pensei em refugiar--me e correr para um lugar ao ar livre. Vi pessoas a saltarem do segundo andar do hotel para escaparem. Muitas casas antigas e sítios históricos desabaram e muitos corpos de mortos só puderam ser colocados no exterior dos hospitais”, conta Ieong.

O residente lembra que, nas duas noites após o sismo, viveu num campo de refugiados. “Como os

habitantes receavam mais réplicas do tremor de terra, não tiveram coragem para regressar a casa. Numa tenda ficaram mais de 30 pessoas, sem água, comida nem materiais de cuida-dos de saúde, pelo que as condições de higiene eram más.”

só no terceiro dias após o desastre é que Ieong conseguiu sair de Katman-du para Pokhra, onde as consequências do sismo se fizeram sentir com menor intensidade e onde havia mais condições de segu-rança. Contudo, ainda não sabe quando poderá voltar ao território. F.F.

estão os residentes de meia idade, entre os 40 e 59 anos (24,1%). Olhan-do para as escolhas dos residentes, conclui-se que estes optam por utilizar o subsídio do Governo em cursos técnico-profissio-nais (33%), seguindo-se as aulas de condução (24%). Em terceiro lugar surgem os cursos de artes liberais (22%).

Em três anos, a DsEJ atribuiu um total de 520 mi-lhões de patacas para estes cursos. No seguimento do relatório do Comissariado da Auditoria (CA), que denunciou ilegalidades cometidas por muitas ins-tituições educativas que participaram no programa, a DsEJ garante que reali-

zou mais de 3600 acções de fiscalização in loco, tendo sido prestados “1025 esclarecimentos verbais e 250 advertências escritas às instituições infractoras”.

sem avançar números, a DsEJ garante que “para garantir o uso razoável do erário público, instaurou processos de averiguação, com seriedade e isenção, sobre casos de infracção, além de punibilidade a acções de infracção admi-nistrativa”.

A DSEJ afirma ainda ter realizado uma avaliação ao programa, sendo que mais de 90% dos inqui-ridos apoia o programa. Contudo, 67,5% considera que “a primeira fase do programa devia manter a diversificação”, enquanto 50% acha que “o programa devia ser baseado no de-senvolvimento adequado de Macau”. Outros 49,4% disseram que “os traba-lhos do programa deviam concentrar-se na promoção das capacidades profissio-nais”. a.s.s.

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9 sociedadehoje macau quarta-feira 29.4.2015

COMISSÃO DE REGISTO DOS AUDITORES E DOS CONTABILISTASAviso

Torna-se público, de acordo com o n.º 4 do ponto 5.º dos Regulamentos para a prestação de provas para inscrição inicial ou revalidação de registo como auditor de contas, contabilista registado e técnico de contas, elaborados nos termos do artigo 18.º do Estatuto dos Auditores de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 71/99/M, de 1 de Novembro , do artigo 13.º do Estatuto dos Contabilistas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 72/99/M, de 1 de Novembro, e da alínea 3) do artigo 1.º do regulamento da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 2/2005, de 17 de Janeiro,que se encontra afixada, na sobreloja da Direcção dos Serviços de Finanças, sito na Avenida da Praia Grande nºs 575, 579 e 585, e colocado no respectivo “ Web-site”, no local relativo à CRAC e para efeitos de consulta, a lista provisória dos candidatos à prestação de provas para a inscrição inicial ou revalidação de registo como Auditor de Contas, Contabilista Registado e Técnico de Contas no ano de 2015, elaborada e homologada por deliberação do Júri designado para o efeito.

Em caso de dúvidas, agradecemos o contacto com a CRAC, durante as horas de expedinte, através do telephone número 85995343 ou 85995344.

Direcção dos Serviços de Finanças, aos 20 de Abril de 2015

O Presidente do Júri, Iong Kong Leong

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A empresa Mcore Properties In-vestment e os grupos subor-

dinados vão oferecer aos seus funcionários um plano de empréstimo para o va-lor de entrada na primeira aquisição de imóveis em “condições favoráveis”. O valor máximo é de três milhões de patacas.

De acordo com o Jornal do Cidadão, o director geral da companhia Mcore Properties Investment, Leong Meng Fai, juntamente com os directores das empresas a si subordina-das, Anzac e Suncity, anun-ciaram o respectivo plano na passada segunda-feira. Este visa ajudar os jovens com problemas financeiros e que não têm capacidade de reunir o valor para dar a entrada na compra de casa.

“Tendo em conta os em-préstimos privados de bancos em Macau, os juros são de

UM Jason Chao fala em “desrespeito pelo direito” à informação

Residências Diminuem furtos graças a cidadãos-patrulha

Jogo Ambrose So garante diminuição das “cartas de aviso”

O grupo UMAC Wa-tchdog acusou o

corpo docente da Uni-versidade de Macau de desrespeito pelo direito à informação. O colectivo – que diz zelar pelo interesse da comunidade estudantil daquela instituição de ensino superior – referia--se ao alegado comporta-mento censurável de um membro da Universidade de Macau, que tentou afastar e impedir um jor-nalista de gravar imagens do incêndio que teve lugar na passada quinta-feira.

De acordo com um comunicado enviado pelo activista Jason Chao, exis-te um vídeo que mostra um indivíduo que se iden-tifica como Mestre da Fa-culdade, numa tentativa de prevenir um jornalista de filmar, dizendo-lhe que o incidente acabou e que não havia nada mais para gravar, uma vez que aquele era um local pri-

vado. De seguida, pediu--lhe que se retirasse. “As palavras e acções físicas do mestre denotaram uma mentalidade que limita ou restringe a cobertura noticiosa”, aponta o co-municado.

Em sua defesa, funcio-nários e estudantes da UM dizem que os jornalistas não deveriam estar a filmar aqueles momentos, pois tratava-se de uma viola-ção da sua privacidade, por estarem apenas de pijama. No entanto, Chao argumenta que o interesse público do incidente é “in-questionável”, trazendo a lume lógicas de dinheiros públicos e medidas de segurança pública.

Por último, o activista faz um apelo ao Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, a quem pede que a UMAC seja forçada a acabar com a “hostilidade” para com os média.

Há mais de 300 resi-dentes locais a patru-

lhar quase 400 edifícios do território. A infor-mação chega da Polícia Judiciária (PJ) e mostra que o grupo Amigos da Prevenção Criminal na área da Habitação tem agora mais adeptos e par-ticipantes do que há um ano, quando foi criado. O intuito é permitir que os cidadãos possam par-ticipar no patrulhamento e manutenção da ordem em várias zonas de Macau.

“Os participantes estão distribuídos em diversas zonas de Macau, assim a PJ aproveita este fac-tor para formar grupos que participam nas ac-ções de sensibilização sobre prevenção criminal, designadamente patru-

lhamentos de inspecção para prevenção criminal nos edifícios membros”, explica um comunicado da PJ. O mesmo grupo serve ainda para ajudar a PJ quando as autoridades policiais detectam algum “crime ocorrido em zonas habitacionais”.

De acordo com o mes-mo documento, o número de furtos em casas dimi-nuiu drasticamente, quase 80%, comparando os 17 destes primeiros três me-ses com os 79 detectados no mesmo período do ano passado. A PJ anunciou ainda estar a estudar a criação de uma plataforma que facilite a comunicação entre a polícia e os mem-bros do grupo de vigilan-tes, através de softwares móveis.

AMbrOSE So nega que as regras para os

croupiers estejam a ser apertadas, conforme se têm queixado associações de Jogo. Num discurso proferido num almoço com os média, o director-geral da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) assegurou que as “regras de disciplina não têm sido apertadas” e que as regras normalmente usadas pela operadora não foram alteradas.

“De facto, o número de cartas de aviso enviadas aos funcionários em 2015 des-ceu 25% quando comparado com o ano passado.”

Estas cartas de aviso são denominadas pelos presi-dentes das associações de Jogo como “despedimentos indirectos”, já que, assegu-ram, se um funcionário rece-ber duas delas é despedido.

Ambrose So realçou ainda a importância do treino

dos empregados e afirma que a SJM tem “constantemen-te” investido em formação e contratação de locais.

O responsável pela SJM fez ainda questão de realçar que, devido à economia, o

ambiente de Macau está mais desafiante. Ainda as-sim, mantém-se a abertura do Lisboa Palace em 2017 e, em menos de um mês, estará aberto ao público o primeiro museu 3D em Ma-

cau, no Ponte 16. A número um da SJM, Angela Leong, assegurou ainda que a SJM está empenhada na contra-tação e uso de produtos de empresas locais para os seus casinos.

“Tendo em conta os empréstimos privados de bancos em Macau, os juros são de 10 a 16%. No nosso plano, os funcionários com mais de 21 anos dos nossos grupos podem pedir um empréstimo até três milhões de patacas e com juros inferiores a 4,5%”

Uma agência de propriedades resolveu passar a perna aos bancos e dar aos jovens funcionários benefícios na aquisição da primeira casa. O pagamento de um empréstimo que pode ir até três milhões de patacas pode ser feito em 12 anos

ImóveIs AgênciA oferece plAno de empréstimo Aos funcionários

Pessoa feliz trabalha melhor

10 a 16%. No nosso plano, os funcionários com mais de 21 anos dos nossos grupos podem pedir um empréstimo até três milhões de patacas e com juros inferiores a 4,5%, com um período de reembolso máximo de 12 anos”, explicou Leong. A previsão aponta que mais de dez mil funcionários possam vir a usufruir desta regalia.

Dinheiro Da casaO director-geral acrescentou que todo o capital do plano

vai ser suportado pelos sócios, tendo já sido criada uma equipa profissional para apreciar os pedidos. Leong defende ainda que o em-préstimo não vai depender de questões de antiguidade dos funcionários e também não será afectado se estes deixarem a empresa durante o período de reembolso. Quando questionado sobre se o plano vai competir com os planos bancários deste género, Leong afirmou que se trata de uma medida be-néfica para os funcionários apenas e que não entra em conflito com medidas imple-mentadas pelo Governo ou pelos bancos. O objectivo passa por ser um atractivo para que mais pessoas se queiram juntar à equipa da empresa, de forma a manter uma equipa de funcionários jovens e capazes.

Flora [email protected]

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hoje macau quarta-feira 29.4.201510 eventos

O terceiro melhor fotógrafo do mundo é luso

Cinema Português integraequipa de filme no Qatar

O fotógrafo Eduardo Leal ficou em tercei-ro lugar no Sony World Photography

Awards 2015, considerado o maior concurso de fotografia do mundo, na categoria “Profis-sional - Campanha”. O português foi selec-cionado entre mais de 87.000 candidaturas naquela categoria.

Eduardo Leal, um fotógrafo documen-tal ‘freelancer’ e residente em Londres, participou com uma série de imagens intitulada “Plastic Trees”. Este trabalho chama a atenção para o efeito dos sacos

de plástico no ambiente e foi captado no Altiplano Boliviano. O anúncio foi divul-gado na cerimónia de gala dos Sony World Photography Awards 2015, realizada na passada quinta-feira em Londres.

Na qualidade de terceiro classificado, Leal terá o seu trabalho exposto na Exposição dos Sony World Photography Awards 2015 na Somerset House, em Londres, e as suas

fotografias serão publicadas na edição de 2015 do livro dos Sony World Photography Awards.

O vencedor da categoria Profissional Campanha foi o fotógrafo francês, Sebastian Gil Miranda, tendo o fotógrafo britânico, Jonathan Syer, ficado em segundo lugar.

Actualmente na sua oitava edição, os Sony World Photography Awards apresentam todos

os anos os melhores trabalhos fotográficos contemporâneos do mundo, numa ampla variedade de géneros. De inscrição gratuita e aberta a fotógrafos com qualquer nível de experiência, é uma competição de peso na in-dústria fotográfica e atrai talentos emergentes e artistas reconhecidos.

A edição de 2015 dos prémios registou um número recorde de candidaturas, com 183.737 imagens de 177 países, reiterando a sua posição como o maior concurso de fotografia do mundo.

e STá aí à porta o Festi-val de Artes de Macau (FAM), com início marcado para sexta-

-feira, dia 1 de Maio. O FAM, que celebra a 26.ª edição este ano, apresenta teatro, dança e música, mas também cinema, workshops e palestras.

O festival arranca na sexta-feira com o ‘Lied Bal-let’, que se estreia na ásia. Com Thomas Lebrun como coreógrafo, considerado um dos melhores na área, este ballet apresenta uma peça em três actos onde coincidem e se chocam épocas que se meta-morfosearam e deram lugar à arte da coreografia actual. Lebrun é fascinado pelas nuances e pela diversidade que a dança pode transmitir. O espectáculo está marcado para as 20h00 de sábado e

domingo, no Centro Cul-tural de Macau (CCM), e os bilhetes custam entre as cem e as 350 patacas.

Mas, se prefere teatro à dança, pode escolher a peça “Sa-vanna – Uma Paisa-gem Possível”, a ter lugar nos mesmos dias, com sessões às 11h00, 15h00 e 20h00.

Esta é caracterizada como uma “emocionan-

te peça de teatro visual, que conta duas comovedo-

ras histórias sobre o ciclo da vida”. A primeira, uma narra-tiva autobiográfica da autoria do marionetista israelita Amit Drori, é sobre o ciúme que um rapaz tem do piano da sua mãe.

A 26ª ediçãodo FAM arranca com teatro, dança e uma mistura de várias artes já neste fim-de-semana. Do Teatro D. Pedro V ao CCM, são diversas as peças à escolha

Festival de artes de Macau arranca esta sexta-Feira

Da dança ao teatroO compositor e ‘sound designer’ português

Filipe Goulart foi convida-do pela realizadora Sonya Shaykhoun, do Qatar, para integrar a equipa do seu mais recente filme, “The Journey Home”, que vai ser rodado naquele país do Médio Oriente.

De acordo com uma nota de imprensa enviada ao Boas Notícias, Filipe Goulart “será o director de som do projecto, uma curta-metragem que já se encontra em rodagens” e “que relata a história de uma mulher que fica em coma durante nove meses” depois de um grave acidente.

A realizadora está, neste momento, à procura de financiamento colectivo na plataforma ‘IndieGogo’, onde ambiciona reunir 20.000 dólares para dar vida ao filme, cuja história quer servir de inspiração “àqueles que procuram força numa situação difícil”.

“Durante o coma, a jovem mulher revisita as cenas do

acidente e, quando finalmen-te acorda, tem de lutar para conseguir de volta a sua vida e a sua independência, desa-fiando todas as probabilidades e o medo com que o trauma a deixou”, explica Shaykhoun, que diz ter juntado para este trabalho “a melhor família cinematográfica”, na qual se inclui Filipe Goulart.

Residente em Lisboa, onde trabalha na produtora CreArt, o ‘sound designer’ português confessa que os Açores e as suas memórias do arquipélago são a maior inspiração para as bandas sonoras dos filmes em que se encontra envolvido.

Para já vai trabalhar no Qatar, mas Filipe Goulart não esconde o desejo de, um dia, poder ser director de som de um filme rodado nas ilhas açorianas. “Os Açores têm um potencial imenso ao nível cinematográfico. Serei o primeiro a envolver-me num projecto que mostre ao mundo as nossas paisa-gens e história”, assegura o compositor.

Embora cativado pelo instru-mento, ressente a adoração que ela lhe tem. Quando a sua mãe morre, o rapaz persegue o piano e desmonta-o tentan-do apagá-lo da sua memória, apenas para descobrir que não consegue pensar noutra coisa.

Na segunda história, os executantes começam a de-sembalar caixas de madeira e a construir o cenário da

‘Savana’. À medida que desembalam mais caixas, re-velam maravilhosos animais robotizados. Primeiro surgem pequenos insectos, depois ani-mais maiores, uma tartaruga e um elefante com a sua cria. A história muda de direcção quando a mãe elefante morre.

“Podemos olhá-la como uma imagem do paraíso onde a vida está a ser criada pela

primeira vez, mas por outro lado, é uma possibilidade assustadora de uma natureza artificial que poderia apenas existir num quarto, isolado do “mundo real”, como um paraíso perdido. A história do piano e a natureza artificial de Savanna criam em conjunto um poema cénico sobre a delicada tensão da criação e da destruição”, explica a organização.

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hoje macau quarta-feira 29.4.2015 11 eventos

À venda na Livraria Portuguesa Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

HiSTóRiaS poSSíveiS • david Machado«Os homens e as mulheres destes contos, não possuindo existências fantásticas, têm as suas vidas penduradas algures nos limites da realidade. E o mundo, tal como o conhecemos, permite estas histórias. Porém, é o mero facto de serem contadas que as torna possíveis. Cada um destes dezasseis contos tem o seu narrador particular, alguém presente na história e testemunha de tudo, que ainda assim não participa nos acontecimentos. […] O David Machado conta histórias, e daquelas com que se faz a Literatura. Mas mais importante do que contar, é saber contá-las. E ele sabe.» José Riço Direitinho

a noiTe doS animaiS invenTadoS • david MachadoIlustrações de Teresa LimaVencedor do Prémio Branquinho da Fonseca, atribuído pelo jornal Ex-presso e pela Fundação Calouste Gulbenkian, David Machado transporta o leitor até um quarto escuro onde dormem Jonas e os seus irmãos. Dotados de uma imaginação poderosa começam a inventar animais até não caberem mais no quarto. Como irão resolver esta situação? Com ilustrações magníficas de Teresa Lima este é um livro para fazer sonhar os pequenos leitores.

FAM Artista local com deficiênciaé autor de lembranças

Talentos Candidaturaspara concurso abrem em Maio

UM cinto de bagagem e um saco multi-funções

de viagem. São estes os pro-dutos de design feitos por Leong Ieng Wai, uma artista com deficiência e autismo, que poderão ser compradas nos locais onde vão de-correr os espectáculos do Festival de Artes de Macau. O projecto surge de uma parceria com a Associação de Reabilitação Fu Hong e pretende “mostrar o talento e potencialidade de pessoas com deficiências, revelando uma arte sem fronteiras”.

O trabalho de Leong Ieng Wai, ou 0.38, terá como temas os locais que servem de palco ao FAM, como o teatro Dom Pedro V, a Igreja de São Domingos ou a Ga-leria do Tap Seac. Já o saco multi-funções é inspirado

O prazo de candidatura para os Prémios para

Talentos de Macau da Fun-dação Macau acontece entre os dias 4 e 15 do próximo mês. “Os Prémios têm como objectivo criar um estímulo nos residentes de Macau para que sejam incentivados a empenhar-se na procura da excelência do seu de-senvolvimento pessoal, promovendo o seu próprio crescimento, e assim contri-buir para o desenvolvimento harmonioso da sociedade de Macau”, refere a organiza-ção em comunicado.

Existem duas categorias diferentes, de Realização e de Êxito, estando a primeira sujeita à participação em três diferentes subcatego-

Festival de artes de Macau arranca esta sexta-Feira

Da dança ao teatronas paisagens dos bairros antigos de Macau, tendo Leong Ieng Wai recriado com “hábeis pinceladas” edifícios que ladeiam as antigas ruas, revelando in-tensa e tridimensionalmente as feições das pessoas em primeiro plano.

“Através da promoção destes artigos para uso em viagem, a organização espera, por um lado, levar o Festival e obras de artis-tas locais ao estrangeiro, promovendo e exibindo mais além as características culturais do território e, por outro, com a cooperação da Associação de Reabili-tação Fu Hong de Macau, demonstrar as potenciali-dades e talento de pessoas com deficiências”, revela o Instituto Cultural.

rias, incluindo galardão de equipa, individual e de equipa profissional de assistência técnica. Para se inscreverem, os candidatos só têm que ser residentes da RAEM e ter obtido, durante o ano passado, um galardão de primeiro, segundo ou terceiro lugar em compe-tições ou actividades na-cionais, “dentro das áreas académica ou cultural, de inovação científica ou ocu-pacional e profissional”. Os residentes premiados vão ter direito a prémios que variam entre as três mil e as 60 mil patacas. A lista dos seleccionados vai ser publicada dois meses de-pois de finalizado o prazo de candidatura.

Os bilhetes para esta peça custam 150 patacas e o espec-táculo acontece no edifício do Antigo Tribunal.

outras dançasJá o Teatro D. Pedro V recebe a obra de dança-teatro “Memory Blueprint III”, uma “expedi-ção para recuperar a Macau dos nossos corações”. Numa cidade em rápido crescimento

como Macau, onde edifícios históricos se entrelaçam com novos arranha-céus, uma questão pertinente deve ser levantada: como reter a paisa-gem original na nossa mente dado o progresso rápido? É o que questiona a organização do FAM, que traz uma produção centrada no desenvolvimento urbano e na preservação de Macau. A equipa de produção

do espectáculo, que integra ta-lentos locais e internacionais, projecta em palco as suas preo-cupações e grandes esperanças no futuro de Macau, através de várias formas de dança, música e efeitos visuais, reflectindo sobre a relação entre o ser humano e a natureza.

A realizar pela Associação de Artes Workshop Experi-mental Soda-City, o espectá-

culo conta com a participação da bailarina portuguesa Ale-xandra Battaglia e acontece no sábado e domingo, às 20h00, tendo os bilhetes um custo entre as 120 e as 150 patacas.

No mesmo local, das 10h00 às 19h45, o documentário inter-ligado a este show, denominado “Mapa da Memória”, vai ser projectado, sendo a entrada livre. J.F.

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12 china hoje macau quarta-feira 29.4.2015

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AnúncioHM-1ª vez 29-4-15

PROCeSSO DeCLARAÇÃO De MORTe PReSUMIDA 3º JUÍzO CÍveL nº Cv3-15-0011-CPe

AUTORA: 葉鳳琼, casada, de nacionalidade chinesa, residente na “中國廣東省

珠海市香洲區南香里一街 36棟602”;---------------------------------------------------Réus: 文康根, casado, de nacionalidade chinesa, com última residência conhecida em “澳門台山九街11號”, ora ausente em parte incerta.-------------------------------文光耀, masculino, residente na “中國廣東省珠海市香洲區翠微西路688號幸福里3棟1701”.-------------------------------------------------------------------------文麗華, feminino, residente na “中國廣東省珠海市香洲區南香里一街36棟602”.----------------------------------------------------------------------------------------MINISTÉRIO PÚBLICO DA R.A.e.M., e-------------------------------------------INTeReSSADOS INCeRTOS.---------------------------------------------------------- FAz SABeR, que, pelo 3º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos, respectivamente, de TRÊS MeSeS e TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do anúncio, citando o ausente文康根 e os INTERESSADOS INCERTOS para, no prazo de TRINTA DIAS, findos os dos éditos, contestarem a petição inicial dos autos acima identificados, apresentada pela autora, na qual pede se julgue procedente e provada a presente acção e, em consequência, se declare a morte presumida de文康根, devendo as provas ser requeridas com a contestação, tudo como melhor consta da petição inicial, cujos duplicados se encontram nesta Secretaria à sua disposição.------------

R.A.E.M., aos 23 de Abril de 2015

***

a construção da liga-ção ferroviária de alta velocidade entre Hong Kong e a cida-

de chinesa de Cantão pode custar 30% mais do que o orçamento inicialmente previsto, advertiu na segunda-feira o deputado Michael Tien Puk-sun.

A concretizar-se a estimati-va, o custo da ligação seria de 85 mil milhões de dólares de Hong Kong.

De acordo com o South China Morning Post, o deputado do “New People’s Party” (NPP, Novo Partido Popular), que lidera o painel dos Transportes no Conselho Legislativo, disse que recebeu informações dos custos estimados através de “vários canais”, incluindo dos empreiteiros.

A MTR Corporation con-firmou no seu relatório anual lançado este mês que o custo da ligação ferroviária de alta velocidade, que vai ligar a an-tiga colónia britânica à capital

U M dos principais jor-nais chineses, o Chi-na Daily, distinguiu

ontem as iguarias confec-cionadas pelo único ‘chef’ português estabelecido em Pequim, Paulo Quaresma, num artigo de quase uma página inteira intitulado “Lisboa no Prato”.

“Eu cozinho à maneira das mães portuguesas e quero dar às pessoas o verdadeiro sabor da cozi-nha portuguesa”, diz Paulo Quaresma numa entrevista ilustrada com fotografias de três especialidades típicas do país: pasteis de baca-lhau, rodelas de chouriço e pasteis de nata.

Presunto fumado e sopa de tomate com ovo escalfado foram outros pratos exóticos assinalados pelo China Daily.

Paulo Quaresma, de 40 anos e dez de profissão, diri-ge a cozinha do “Camões”, restaurante aberto em 2008 num hotel de cinco estrelas do centro de Pequim, pro-priedade de um magnata de Macau.

Posteriormente, abriu

Governo reduz em60% prémios literáriose artísticos

O Governo chinês anunciou que vai reduzir este ano até 60% o número

de prémios destinados ao mundo artístico e literário, numa tentativa de cortar a cor-rupção dos júris, diz a agência Xinhua.

O Ministério do Comércio difundiu na segunda-feira à noite que o excesso de cerimónias de prémios e o reconhecimento de artistas no mundo da arte e literatura derivaram em redundâncias e numerosas irregularidades, incluindo subornos.

A partir desta semana, o Ministério do Comércio vai regular a participação de funcionários públicos em concursos e prémios, com o objectivo de promover “a igualdade e transparência” e impedir os pactos de interesses entre funcionários e artistas.

Os funcionários também não podem participar na selecção dos premiados - quem infringir esta nova norma será penalizado.

O ministro da Cultura, Luo Shugang, atribuiu estas irregularidades, concre-tamente, a “alguns escritores e artistas, obcecados pelo dinheiro e fama ilusó-ria”, a quem aconselhou a “centrar a sua criatividade na responsabilidade social”.

“As futuras competições e entrega de prémios devem defender os principais valores socialistas contra a mentalidade corrupta”, concluiu o ministro.

Comboios Ligação entre HK e Cantão pode Custar 30% mais do que o previsto

Derrapagens a alta velocidade

85mil milhões de dólares

de Hong Kong, estimativa

do custo final da ligação

ferroviária entre as duas regiões

da província de Guangdong, adjacente a Macau e Hong Kong, poderia ser revisto em alta, mas não avançou detalhes.

Em Abril do ano passado, foi tornado público que a ligação ferroviária, que deveria abrir este ano, não estaria pronta antes de 2017.

A culpA é dA terrAO operador ferroviário disse posteriormente que os custos de construção iriam atingir os 71,5 mil milhões de dólares de Hong Kong, 10% mais do que o custo inicialmente estimado em 65 mil milhões de dólares de Hong Kong.

O atraso na construção foi então atribuído pelo operador às condições do solo, entre outras.

“A MTR está agora a usar dinheiro para recuperar o atraso e ter a ligação aberta em 2017. Se nenhum dinheiro extra for usado, o troço pode não abrir ainda em 2018”, disse Tien, acrescentando que os fundos de contingência estavam a esgotar-se.

Capital da província chine-sa de Guangdong, a cidade de

Cantão situa-se no sul da China, a 150 quilómetros de Macau e Hong Kong.

A maior linha ferroviária de alta velocidade do mundo, com quase 2.300 quilómetros de ex-tensão, começou a funcionar entre Pequim e Cantão no final de 2012.

A viagem demora apenas cer-ca de oito horas, quase um terço do tempo gasto actualmente pelo comboio mais rápido que liga as duas cidades.

pequim Jornal Chinês Distingue ‘Chef’ português

A cozinha da mãeoutro restaurante portu-guês, “Dom Frango”, cujo ‘chef’ é chinês.

FelicidAde cApitAlPaulo Quaresma chegou há cinco anos a Pequim, onde entretanto casou com uma mulher chinesa e é pai de um rapaz já com dois anos: “Sou feliz aqui”, disse.

Sede de um município com cerca de 21,5 mi-lhões de habitantes e uma área equivalente a metade da Bélgica, Pequim tem dezenas de restaurantes europeus, nomeadamente franceses, italianos e es-panhóis.

“A cozinha portuguesa em Pequim é menos conhe-

cida do que outros sabores europeus”, salienta o China Daily

Paulo Quaresma lamen-ta que “poucos chineses saborearam a autêntica cozinha portuguesa”, mas como diz o jornal, ele “está ansioso por mudar isso”.

Fundado no início da dé-cada de 1980, o China Daily é o mais antigo jornal oficial chinês de língua inglesa, com edições diárias no continente, em Hong Kong e nos Estados Unidos, e edições semanais para a Europa e África.

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ANÚNCIO DO CONCURSO

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMOANÚNCIO

A Região Administrativa Especial de Macau, através da Direcção dos Serviços de Turismo, faz público que, de acordo com o Despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 14 de Abril de 2015, se encontra aberto concurso público para adjudicação do “Serviço de aluguer de barcaças e barcos de apoio destinados ao 27.o Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau”.1. Entidade que põe a prestação de serviços a concurso: Direcção dos Serviços de Turismo.2. Modalidade do concurso: Concurso público.3. Objecto dos serviços: aluguer de barcaças e barcos de apoio destinados ao 27.o Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau.4. Prazo de execução: Obedecer às datas constantes no Caderno de Encargos.5. Prazo de validade das propostas: O prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso.6. Caução provisória: MOP85.000,00 (oitenta e cinco mil patacas), a prestar mediante garantia bancária ou depósito em numerário, em ordem de caixa

ou cheque visado, emitido à ordem da Direcção dos Serviços de Turismo, efectuado directamente na Divisão Financeira da Direcção dos Serviços de Turismo ou no Banco Nacional Ultramarino de Macau, através de depósito à ordem do Fundo de Turismo, na conta número:「8003911119」devendo ser especificado o fim a que se destina.

7. Caução definitiva: 4% do preço total da adjudicação.8. Preço base: Não há.9. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Balcão de Atendimento da Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’ Assumpção, n.os 335-341, Edifício Hotline, 12.º andar até às 17:45 horas do dia 20 de Maio de 2015.10. Local, dia e hora do acto de abertura das propostas: pelas 10:00 horas do dia 21 de Maio de 2015 no Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sito no 14.º andar da sua sede.Os concorrentes ou os seus representantes legais deverão estar presentes no acto público de abertura das propostas para os efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados a concurso, nos termos do artigo 27.° do Decreto-Lei n.° 63/85/M, de 6 de Julho.Os concorrentes ou os seus representantes legais poderão fazer-se representar por procurador devendo, neste caso, apresentar procuração notarial conferindo-lhe poderes para o acto de abertura das propostas.11. Adiamento: Em caso de encerramento dos serviços públicos por motivo de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas, a data e a hora de abertura de propostas serão adiados para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, à mesma hora.12. Critérios de apreciação das propostas:

Critérios de adjudicação Factores de ponderaçãoPreço 50%Experiência do concorrente 20%Maior garantia de segurança e eficiência na prestação do serviço 20%Maior flexibilidade dos prazos na prestação do serviço 10%

13. Local, dias, horário para a obtenção da cópia e exame do processo do concurso:

Local: Balcão de Atendimento da Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’ Assumpção, n.os 335-341, Edifício Hotline, 12.º andar, além disso ainda se encontra igualmente patente no website da Direcção dos Serviços de Turismo (http://industry.macautourism.gov.mo), podendo os concorrentes fazer “download” do mesmo.Dias e horário: Dias úteis, desde a data da publicação do respectivo anúncio até ao dia e hora limite para entrega das proposta e durante o horário normal de expediente.

Direcção dos Serviços de Turismo, aos 22 de Abril de 2015.

O Director dos Serviços, Subst.oCheng Wai Tong

O Facebook não está, afinal, bloqueado em toda a China

continental: no “Lush”, em Pequim, é possível aceder àquela rede social e a outros ‘sites’ proibidos em nome da “estabilidade social” e da “segurança nacional”.

Trata-se de um bar de estudantes, perto de algumas das maiores universidades chinesas, no noroeste de Pequim, e o lema da casa é, precisamente, “comida autêntica, internet livre”.

Mais de 650 milhões de chineses usam a internet, 80% dos quais através de dispositivos móveis (PC, smartphones ou tablets). Milhares de cafés, restau-rantes e lojas têm “WiFi” (internet sem fios), mas se o cliente não tiver uma VPN (Virtual Proxy Network) instalada no seu aparelho, só conseguirá ir aos ‘sites’ permitidos pelo governo chinês.

A assinatura de uma VPN, que permite aceder à internet através de um servidor localizado fora da China, custa 6 ou 7 dó-lares por mês - o preço de um bilhete de cinema. No “Lush”, no entanto, não se paga nada para saltar a chamada “Grande ‘firewall’ da China”: basta fazer a ligação à rede local.

“É uma atracção extra do ‘Lush’”, diz um estudante europeu.”Não conheço mais nenhum sítio com aquele sistema”.

O controlo da Internet é um dos traços mais negati-vos da imagem internacional da China, eclipsando por

O espaço está aberto sete dias por semana, das 8:00 até às 4da manhã do dia seguinte, com um espírito que parece congregar características do Partido Comunista Chinês como a “flexibilidade” e a “adaptabilidade”

Pequim O bar que serve hambúrgueres, saladas e “internet livre”

uma brecha na muralha

Trata-se de um bar de estudantes, perto de algumas das maiores universidades chinesas, no noroeste de Pequim, e o lema da casa é, precisamente, “comida autêntica, internet livre”

vezes o crescente bem-estar material proporcionado pelo rápido desenvolvimento do país.

Naquele aspecto, a grande potência emergente está ao nível da vizinha Coreia do Norte e do Irão, dois dos outros raros países cujos governos baniram o Facebook.

Se Pequim for a cidade escolhida para organizar os Jogos Olímpicos de inverno de 2022, ‘sites’ como Face-book, Twitter, Google ou Youtube estarão acessíveis, prometeu a directora do departamento de informa-ção do governo municipal, Wang Hui.

O acesso ao Facebook foi bloqueado em Julho de 2009, após os violentos tumultos étnicos que aba-laram então o Xinjiang e que causaram 197 mortos. Segundo as autoridades, a violência foi instigada por “separatistas e extremistas religiosos” através de redes sociais externas.

RefeRência geneRosaNo “Lush”, o Facebook está acessível todos os dias

e não apenas durante duas semanas, como acontecerá dentro de sete anos se o Co-mité Olímpico Internacional optar pela capital chinesa. (A decisão será anunciada em Julho próximo. Almaty, no Cazaquistão, é a outra candidata)

O horário do bar também é generoso: abre às 08:00 e fecha às 04 da manhã do dia seguinte, sete dias por semana.

Aberto em 2003, o “Lush” é uma referência entre os milhares de jovens estrangeiros que estudam em Pequim, nomeadamente norte-americanos, o segun-do grupo mais numeroso, a seguir aos sul-coreanos.

Pelas estatísticas do ministério chinês da Edu-cação, em 2014, a China tinha 337.054 estudantes estrangeiros (mais 5,77% do que em 2013), oriundos de 203 países e regiões.

O “Lush” fica a quinze minutos a pé da Universi-dade de Língua e Cultura de Pequim (BLCU), consi-derada uma “míni-ONU”, com cerca de 9.000 alunos estrangeiros, incluindo uma

turma do curso de chinês do Instituto Politécnico de Leiria.

“I love Wu”, dizem as t-shirts pretas das em-

pregadas. (“Love” está representada por um co-ração vermelho e “Wu” corresponde ao primeiro caractere do nome do bairro

onde fica o bar, Wu Dao Kou). A mesma frase está impressa nos guardanapos de papel e como o resto da atmosfera, condiz com a banda sonora ambiente: Madonna, Coldplay, etc.

paRa todos os gostosNo menu sobressaem tam-bém os pratos ocidentais e nas bebidas, expostas atrás do balcão, não faltam o gin, vodka, rum, tequila ou whiskey. Mas às terças-fei-ras há Karaoke, divertimento colectivo muito popular entre a juventude chinesa e asiática.

Num plano simbólico, a liberdade consentida ao “Lush” parece encarnar duas características habi-tualmente atribuídas ao Partido Comunista Chinês - “flexibilidade” e “adapta-bilidade”.

“A ambiguidade, na China, está por toda a parte, o que torna o país por vezes frustrante e, outras vezes, fascinante”, observou esta semana um sinólogo ale-mão, Bjorn Conrad, a pro-pósito da política ambiental do governo chinês.

antónio caeiroLusa

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WANG CHONG 王充 OS DiScurSOS POnDeraDOS De WanG cHOnG

Quando Zichan, do país de Zheng, chegou de visita oficial a Jin, o marquês de Jin encontrava-se doente. Han Xuanzi recebeu os vi-sitantes e tomou Zichan de parte para lhe dizer: “O meu príncipe está doente e acamado já há três meses. Apesar de sacrificarmos aos espíritos das montanhas e dos rios, a sua doença apenas se agrava. Hoje, sonhou que um urso amarelo entrava no seu quarto: o que será esta funesta aparição?” Zichan respondeu: “O príncipe é um soberano esclarecido e a sua administração é notável, como poderia tal aparição ser funesta? Certa vez, Yao matou Gun no monte Yu e Gun transformou-se num urso amarelo, que se insta-lou nas profundezas da montanha, passando a ser objecto de sa-crifício para os Xia e sendo venerado durante as três dinastias [Xia, Shang e Zhou]. Hoje é o país de Jin que dirige a liga, será que [o marquês] se esqueceu de oferecer sacrifício a Gun?”E, assim, Han Xuanzi retomou os sacrifícios dos Xia a Gun e o marquês melhorou. O urso amarelo era o espírito de Gun. Pe-netrara no quarto do marquês porque este não lhe prestava cul-to. Uma vez reparado esse esquecimento, o estado do marquês melhorou. Não será isso prova de que os mortos são dotados de consciência?”

* * *

A isto respondo: a morte de Gun no monte Yu é um facto bem co-nhecido. Mas como saber que o seu espírito se transformou num urso amarelo que passou a assombrar as profundezas da monta-nha? Poderíamos acreditar nesta história se fosse um caso seme-lhante ao de Gong Niu’ai, do país de Lu, que se transformou em tigre na sequência de uma doença [e permaneceu bem visível sob essa forma]. Mas quando Gun desapareceu nessa montanha, nin-guém ficou ao pé de si. Como saber que se transformou deveras num urso amarelo? Para mais, a história diz que foi o espírito de Gun a transformar-se em urso amarelo, o que significa que Gun já estava morto. Contudo, ninguém pode afirmar que depois da morte a alma e o espírito de um defunto se possam transformar em urso amarelo.As pessoas falam de fantasmas depois da morte, mas estes fan-tasmas parecem-se a gente viva, diferindo somente na aparência. Ora, nós já demonstrámos que os fantasmas não são os espíritos dos mortos, muito menos um urso, que não tem forma humana e em nada se parece a um homem!Se o espírito de Gun se transformou em urso amarelo, então, o espírito de um urso também se pode transformar num homem? Ou seja, quando vemos pessoas em sonhos, como saber que não se trata de espíritos de animais mortos?Identificamos o urso amarelo ao espírito de Gun e acreditamos que os fantasmas vistos em sonhos são os espíritos subtis dos mor-tos. Não sabemos, portanto, se o urso deve ser identificado ao espírito de uma pessoa ou de um animal , o que torna difícil de sustentar que esse urso seria mesmo o espírito de Gun.

Os sonhos são apenas imagens produzidas pelo espírito, em jeito de aviso, antes de um acontecimento fasto ou nefasto. O urso pode ter sido presságio de um qualquer evento [e não o fantasma de Gun].Mesmo admitindo que ao morrer o espírito de Gun se transfor-mou em urso amarelo, como estar certo de que o urso visto em sonhos pelo marquês era mesmo Gun? Os grandes senhores feu-dais oferecem sacrifício às montanhas e rios: se o marquês de Jin tivesse sonhado com montanhas e rios, teríamos interpretado o sonho de maneira análoga, como uma aparição de montanhas e rios aos quais se teria esquecido de sacrificar? Os doentes sonham com frequência ter a seu lado este ou aquele antepassado: será que o antepassado vem para exigir oferendas? O que os homens veem nos seus sonhos são presságios de outras coisas, aquilo que vemos em sonhos não é necessariamente a realidade. Como prová-lo? Pelo facto de, se sonharmos com uma pessoa viva, ela não se lem-brar, no dia seguinte, de nos ter visto.Podemos concluir que nenhum urso amarelo penetrara no quarto do marquês. Se não entrou, Gun não veio exigir nenhuma ofe-renda de alimentos. Se não o fez, então a doença do marquês não se pode atribuir ao abandono dos sacrifícios aos Xia. Como tal, a remissão da doença não pode ser considerada uma recompensa pela retoma dos sacrifícios. Assim, não há nesta história qualquer prova de que os mortos sejam dotados de consciência. Isto assemelha-se à lenda segundo a qual Liu An, duque de Huai-nan, após ser executado por rebelião, se teria transformado em imortal para ascender ao céu. A história da transformação de Gun em urso amarelo após a sua execução não tem qualquer funda-mento e Zichan mostrou-se incapaz de explicar correctamente as coisas.Por coincidência, o estado do marquês melhorou e quando Zi-chan evocou a história do urso amarelo o povo acreditou que se trataria do espírito de Gun.

Tradução de Rui CascaisIlustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.

Invenções sobre a morte – 19 & 20

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15 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 29.4.2015

Invenções sobre a morte

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16 publicidade hoje macau quarta-feira 29.4.2015

NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 23/2015(Solicitação de Comparência do Trabalhador)

Nos termos das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 6.º do Regulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugadas com o artigo 58.º e n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notificam-se os trabalhadores abaixo indicados:

1. O Sr. GIRON, BILLY JOSHUA, trabalhador não-residente então auto-rizado a prestar trabalho para a sociedade “DRAGONE MACAU LIMI-TADA” (Processo n.º 5611/2013);

2. A Sra. WEN, QIAOQIAO, trabalhador não-residente então autorizado a prestar trabalho para a sociedade “WYNN RESORTS (MACAU), S.A.” (Processo n.º 8494/2013);

3. O Sr. NG, IOK FONG, trabalhador residente do “RESTAURANTE CASA NOBRE” (Processo n.º 8662/2013);

4. O Sr. CHEUNG, SAI TAK DICKY, então trabalhador residente da “CIA. PRODUTOS QUÍMICOS KWAN ON LDA” (Processo n.º 8844/2013);

5. O Sr. NG KWAN HO, então trabalhador residente da sociedade “COM-PANHIA DE CONSTRUÇÃO E ENGENHARIA CIVIL HCCG (MA-CAU) LIMITADA” (Processo n.º 9908/2013);

6. O Sr. LIN, WEIJIAN, trabalhador não-residente então autorizado a prestar trabalho para o “ESTABELECIMENTO DE COMIDAS POR-TUGUESA PORTO” (Processo n.º 10113/2013);

7. O Sr. CARINO, BEEJAY CARANTO, trabalhador não-residente en-tão autorizado a prestar trabalho para a sociedade “COMPANHIA DE CORRIDAS DE CAVALOS DE MACAU, S.A.R.L.” (Processo n.º 10448/2013);

8. A Sra. NASRIYAH, trabalhadora não-residente então autorizada a pres-tar trabalho para “CHEONG HOI MENG.” (Processo n.º 10768/2013);

9. O Sr. FEDOROV, DMITRY, trabalhador não-residente então autorizado a prestar trabalho para a “SOCIEDADE DE JOGOS DE MACAU S.A.” (Processo n.º 523/2014);

10. A Sra. SABO, CASEY M, trabalhadora não-residente então autorizada a prestar trabalho para a sociedade “DRAGONE MACAU LIMITADA” ( Processo n.º 2574/2014);

11. O Sr. GUAN, RUIKANG, trabalhador não-residente então autorizado a prestar trabalho para a sociedade “COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO E ENGENHARIA CIVIL HCCG (MACAU) LIMITADA” (Processo n.º 5567/2014);

12. O Sr. BORDAGE, PETER ALFONSO, trabalhador não-residente então autorizado a prestar trabalho para a sociedade “DRAGONE MACAU LIMITADA” (Processo n.º 5792/2014);

13. O Sr. LI WEISHENG, trabalhador não-residente então autorizado a prestar trabalho para a sociedade “SAN TERART – DESIGN DECO-RAÇÃO E ENGENHARIA (MACAU) LIMITADA” (Processo n.º 7024/2014).

Para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do primeiro dia útil seguinte à da publicação do presente édito, comparecerem no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, a fim de prestarem as respectivas declarações relativamente ao acidente de trabalho em que os notificados foram vítimas.

Mais se comunica que nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 103.º do aludido Código do Procedimento Administrativo, o procedimento é extinto quando por causa imputável aos notificados estes estejam parados por mais de seis meses.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 24 de Abril de 2015.

A Chefe de Departamento,

Lurdes Maria Sales

NOTIFICAÇÃO EDITAL Nº. 22/15(Trabalho ilegal – Exercício do direito de defesa)

Considerando que se revela ser impossível notificar, nos termos dos artigos 10º. e 58º. do Código do Procedimento Administrativo , aprovado pelo Decreto-Lei nº. 57/99/M, de 11 de Outubro, os indivíduos abaixo mencionados, por ofício, telefone, pessoalmente, ou outra forma, Lurdes Maria Sales, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho (DIT), manda que se proceda, nos termos do nº. 2 do artigo 11º. do Decreto-Lei nº. 52/99/M, de 4 de Outubro, conjugado com o artigo 94º. do mesmo Código, à notificação dos indivíduos abaixo mencionados, para no prazo de 15 (quinze dias), a contar do 1º. dia útil seguinte ao da publicação do presente édito, exercerem por escrito os seus direitos de defesa, em virtude de terem eventualmente cometidos infracção ao disposto no Regulamento Administrativo nº. 17/2004, de 14 de Junho – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal e à Lei nº. 21/2009 de 27 de Outubro – Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes. Os eventuais infractores abaixo mencionados poderão levantar, dentro das horas de expediente, a respectiva Nota de Culpa no DIT, sito na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, nºs. 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1º. andar, em Macau, sendo também facultados a consulta dos respectivos processos. Findo o prazo acima referido, os processos seguirão as respectivas tramitações nos termos do Código do Procedimento Administrativo.

1. Relativamente ao processo nº. 4042/2013:a. GE QINGDA (titular de Salvo Conduto para Hong Kong e Macau, por motivo de missão oficial, da República

Popular da China), é suspeito de não possuir autorização de contratação válida de trabalhadores não residentes e aceitou a prestação de trabalho por duas trabalhadoras não residentes, o referido facto constitui eventual-mente infracção ao disposto na alínea 1) do nº. 1 do artigo 32º. da Lei nº. 21/2009, “Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes”.

b. QIU LEJIAO (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizada a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhadora, é suspeita de prestar actividade ao empregador diferente daquele para a qual esteja autorizada a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao dispos-to na alínea 2 do nº. 5 do artigo 32º. da Lei nº. 21/2009, “Lei da contratação de trabalhadores não Residentes”.

2. Relativamente ao processo nº. 1253/2014:WANG HUIHUANG (titular de título de identificação de trabalhador não-residente), é suspeito de ter exerci-do actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2º., conjugado com o nº.1 do artigo 3º. do Regu-lamento Administrativo nº. 17/2004, de 14 de Junho – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal.Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 14 de Abril de 2015.

A Chefe do DIT,Lurdes Maria Sales

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17hoje macau quarta-feira 29.4.2015 (F)utilidadestempo muito nublado min 23 max 29 hum 70-95% • euro 8 .7 baht 0 .2 yuan 1 .2

João Corvo fonte da inveja

C i n e m aCineteatro

O que fazer esta semana

Aconteceu Hoje 29 de abril

?Sala 1the avengerSÇ age of ultton [3d] [b]Filme de: Joss WhedonCom: robert downey Jr., Chris Hemsworth, Mark ruffalo14.15, 19.15

the avengerSÇ age of ultton [b]Filme de: Joss WhedonCom: robert downey Jr., Chris Hemsworth, Mark ruffalo16.45, 21.45

Sala 2faSt and furiouS 7 [c]Filme de: Jame WanCom: Paul Walker, Vin diesel, dwayne Johnson14.15, 16.45, 21.45

faSt and furiouS 7 [3d] [c]Filme de: Jame WanCom: Paul Walker, Vin diesel, dwayne Johnson19.15

Sala 3child 44 [c]Filme de: daniel espinosaCom: Tom Hardy, Gary Oldman, Noomi rapace14.15, 16.45, 19.15, 21.45

Morre Hitchcock,o mestre do suspense• O mestre do cinema de suspense nasceu no dia 13 de agosto de 1899 em inglaterra e morreu aos 81 anos de idade, em los angeles, no dia 29 de abril de 1980. alfred Joseph Hitchcock foi um cineasta inglês, considerado um dos mais conhecidos e populares realizadores de todos os tempos. entre as suas obras, estão clássicos como Festim diabólico (1948), Janela indiscreta (1954), O Homem que Sabia demais (1956), Um Corpo que Cai (1958) e Psicose (1960).O suspense de Hitchcock trouxe inovações técnicas nas posições e movimentos das câmaras, nas elaboradas edições e nas surpreendentes trilhas sonoras que realçam os efeitos de suspense e terror. O clima de suspense é acentuado pelo uso de música forte e dos efeitos de luz. alfred Hitchcock nasceu no seio de uma família humilde filho de emma e William Hitchcock. O pai vendia frutas e verduras e tinha mais dois irmãos. a sua infância foi disciplinada, embora um pouco excêntrica. Solitário, estava sempre isolado mas atento ao que se passava à sua volta. O pai era um comerciante autoritário da região de east end. aqui começa o interesse do realizador pela questão da transgressão, presente em todos os seus filmes. Hitchcock raramente falava da mãe.Frequentou um centro jesuíta, que lhe deixou uma profunda marca. “O método de punição, é claro, foi muito dramático. O aluno devia decidir quando tinha de ir para a punição que lhe era imposta. devia dirigir-se para a sala especial onde estava o sacerdote encarregado de aplicar a punição. era como ir para a sua própria execução. era muito mau. eles não usavam o mesmo tipo de cinto com que batiam nas crianças noutras escolas, usavam um de borracha”, disse Hitchcock, anos depois. Neste dia, mas em 2002, assinala-se ainda a morte de Fernando Pessa, jornalista português.

O filme, por si só, é uma película que nos leva a pensar sobre as rela-ções humanas, com amor e amizade à mistura, o lugar onde estamos e para onde queremos ir. Faz-nos também apaixonar profundamente pelo Japão e pelo frenesim de uma cidade que nunca dorme. A banda sonora também nos apaixona graças às músicas que dão um toque único a este filme, mas que também conseguem ser ouvidas por si só. Nessa altura criamos, quase sem nos apercebermos disso, as nossas próprias imagens e viagens interiores. Andreia Sofia Silva

“LoSt in trAnSLAtion”(BAndA SonorA originAL, 2003)

U m d i s C o h o j e

Sexta-feiraCONCerTO de KaTy Perry Venetian, 20h00Bilhetes entre as 380 às 1680 patacas

lied balleT (FeSTiVal de arTeS de MaCaU)Centro Cultural de Macau, 20h00Bilhetes das 100 às 350 patacas

Sábadolied balleT (FeSTiVal de arTeS de MaCaU)Centro Cultural de Macau, 20h00Bilhetes das 100 às 350 patacas

SaVaNNa, UMa PaiSaGeM iMPOSSíVel (FeSTiVal de arTeS)Centro Cultural de Macau, 11h00, 15h00 e 20h00Bilhetes a 150 patacas

DOcumentáriO “macau memória” (30 minutOs)Teatro d. Pedro V, 10h00 às 19h45entrada livre

domingo Documentário “macau memória” (30 minutos)Teatro d. Pedro V, 10h00 às 19h45entrada livre

SaVaNNa, UMa PaiSaGeM iMPOSSíVel (FeSTiVal de arTeS)Centro Cultural de Macau, 15h00 e 20h00Bilhetes a 150 patacas

diariamente exPOSiçãO de FOTOGraFia de erWiN OlaF (aTé 8 de MaiO) Casa Gardenentrada livre

exPOSiçãO “HOMeNaGeM a MeSTreS iNSPiradOreS”(aTé 10 de MaiO) armazém do boi entrada livre

exPOSiçãO “ValqUíria”, de JOaNa VaSCONCelOS(até 31 De OutubrO)MGM Macau, Grande Praça entrada livreA sinceridade é aflitiva.

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18 opinião hoje macau quarta-feira 29.4.2015

Q uase sucessivamente, Yao Feng, pseudónimo do poeta e professor Yao Jing Ming, lan-çou no auditório do Consulado Geral de Portugal as suas “Pa-lavras Cansadas da Gramáti-ca”, da editora Livros do Meio, e, na Casa de Portugal em Ma-cau, numa edição do Instituto Cultural de Macau, assistiu-se

ao lançamento de “almas Transviadas” de Tang Hio Kueng, com tradução para por-tuguês da Professora ana Cristina alves.

a singularidade destes dois eventos não se resume ao concreto de as obras terem sido publicadas em português e os autores serem de nacionalidade chinesa. O singular é os mesmos não terem nascido em Macau, o primeiro em Pequim e o segundo em Xangai. Contudo, ambos adoptaram esta cidade como sua.

estes eventos revelam uma abertura ao Outro, uma saudável ausência de precon-ceito e discriminação, substituídos pela valorização da diversidade que tem origem em autores que possuem uma visão aberta do mundo.

simbolicamente estes eventos que envol-vem não apenas a questão da língua, mas também a da alteridade que politicamente se consubstancia na formulação da decisão da R.P. da China em consagrar Macau como a sede do Fórum da Cooperação económi-ca entre a China e os países de expressão portuguesa, o que, para os habituais atentos e veneradores, deveria servir de bússola comportamental como é habitual.

Hoje em dia ser-se chinês, português, inglês, filipino ou vietnamita num mesmo espaço, só pode constituir-se no elogio da diversidade, à maneira dos Tang, que aco-lheram árabes, judeus, japoneses, coreanos.

Na segunda década do século XXI não faz sentido posturas xenófobas, quase sem-pre associadas à pobreza cultural, assentes num populismo demagógico que apela aos instintos mais primários dos manipulados.

Não são de todo aceitáveis discursos discriminatórios para com os trabalhadores não residentes, só possíveis em gente que se esquece das suas próprias origens e que envergonha a cultura desta cidade que, por ser indizível, se situa no plano da imateria-lidade patrimonial.

a importância da obrigatoriedade de um ensino bilingue ou, ainda, multilingue, permitirá indubitavelmente a abertura e are-jamento de comportamentos agora por vezes ainda etnocêntricos, em tudo incompatíveis com o espírito e o destino multicultural desta cidade.

as políticas sociais precisam de ser inclusivas, integradoras. Macau ou está a passar a fase da sua adolescência enquanto Região administrativa especial, e é neces-sário preparar as próximas décadas, para que a sementeira dê, a seu tempo, os frutos esperados. a riqueza material em si não constitui sequer sinónimo de desenvolvi-

Na segunda década do século XXI não faz sentido posturas xenófobas, quase sempre associadas à pobreza cultural, assentes num populismo demagógico que apela aos instintos mais primários dos manipulados

alteridadeurbanidadesAntónio ConCeição Júnior

mento. Quando muito é potencial que requer uso adequado sob pena de se incorrer no novo-riquismo.

Hoje, a cidadania não pode ser uma circunscrição, uma freguesia ou paróquia. Hoje, a cidadania tópica é apenas uma das parte de uma consciência que só pode desejar a alteridade como forma primeira de acesso a uma cidadania do mundo.

Posturas xenófobas que apontam à dis-

criminação, quantas vezes esquecidas as próprias origens, não podem ter lugar em parte nenhuma.

Também por isso, é justamente a edu-cação Cívica que urge ser não apenas uma disciplina escolar obrigatória mas uma colectânea de princípios, regras e deveres a requer uma imposição legal conducente à responsabilização individual.

está extinto um velho instrumento, o

do Corpo de Fiscais Municipais. Muita falta faz um Corpo de Fiscais Cívicos, com competências para prevenir ou actuar sobre comportamentos incivilizados, pejamentos, sujidade, e todo um tipo de transgressões que perturbem a ordem e se configurem no complemento do ensino a haver.

exemplarmente, Raimundo do Rosário não hesita em recorrer a técnicos do exte-rior se não os houver cá. exemplarmente, alexis Tam fala várias línguas e move-se com à vontade entre as diversas culturas que caracterizam Macau.

“Palavras Cansadas da Gramática” e “almas Transviadas” tornam-se assim tes-temunhos e paradigmas de uma cidadania cuja semeadura se espera poder tornar-se numa prioridade educacional.

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hoje macau quarta-feira 29.4.2015 ócios / negócios 19

‘Fado’, restaurante português Luís américo, cheF e gestor do projecto

“O amor à cozinha é fundamental, porque é um trabalho que exige algum sacrifício porque estamos sempre a trabalhar quando os outros estão a descansar”

Q uando se fala em música por-tuguesa, o Fado é o estilo que rapidamente surge na mente de

qualquer português. São letras melancóli-cas e ritmos calmos, guitarradas mexidas e vozes poderosas. no entanto, hoje fala-se de comida, também ela lusa, mas recriada em Macau para dar a conhecer aos locais e turistas aquilo que de melhor se faz na terra de Camões. o Fado de Macau encontra-se num espaço amplo, de cores garridas e ambiente calmo, onde quem por lá passa pode experimentar pratos típicos.

o HM esteve à conversa com o chef e gestor do projecto, Luís américo, que co-meça por explicar o intuito do restaurante. “Este espaço já tinha sido um restaurante, mas [os proprietários do Royal] estavam à procura de um formato que fosse um bocadinho diferente daquele que já exis-te em Macau, em termos de restauração portuguesa”, começou por explicar o chef.

Foi assim mesmo que nasceu o Fado. no entanto, e ao contrário de um qualquer estabelecimento gourmet daqueles que por aí agora florescem, este serve comida tipicamente portuguesa e serve-a com recurso a loiça de marcas nacionais como são a Vista alegre e a Cutipol.

Fugir à tentaçãoantes de se criar o Fado, Luís américo e a restante equipa que lidera o projecto fizeram uma incursão a vários restaurantes lusos já existentes, para saber que capaci-dade tinha ainda o mercado de absorver uma coisa deste género. no entanto, o mais importante foi “fugir à tentação” de criar um espaço muito semelhante aos já existentes. “Sentimos que pelo facto da mão-de-obra [dos restaurantes] ser muito chinesa e filipina, começa a haver uma fu-são. Com o passar do tempo, começam-se a introduzir outros elementos na cozinha portuguesa e aquilo que é realmente na-cional passa a ser uma cozinha típica de Macau”, explica Luís américo.

Há quase dois anos abertos, o balanço feito pelo chef é positivo. a ideia inicial e

“TenTamos sempre não desvirTuar os praTos”

um pequeno oásis de gastronomia e design luso no Hotel Royal, mesmo na Rua nova À Guia. no Fado usa-se loiça 100% portuguesa, o Bacalhau à Brás é confeccionado à frente da clientela e o espaço revela um ambiente descontraído, mas cuidado. Quase dois anos depois, o balanço é positivo e o projecto é para continuar

que se tem mantido é a de ter, todos os dias do ano, dois chefs portugueses ‘in loco’ para darem continuidade à produção do cardápio. Este é, por sua vez, elaborado e criado pelo gestor e restante equipa. o menu de almoço é alterado a cada duas semanas e o de jantar fica sempre mais algum tempo disponível.

ao nível das matérias-primas, o esforço vai sempre ao encontro de tentar “trazer tudo de Portugal, pelo menos os produtos essenciais”, que Luís descreve como sendo os vários tipos de queijos, o bacalhau e a alheira. o chef, que está em Macau apenas duas vezes ao ano – no início de cada semestre –, refere que a equipa tem dado bastante bem conta do recado e tem sido, desde a abertura em 2013, um projecto com asas para voar.

na tradição é que está a virtudeComo qualquer restaurante que se preze, também este tem pratos e receitas de as-sinatura. o Bacalhau à Brás do Fado até história tem. “Temos o nosso Bacalhau à Brás, que é muito interessante porque

fomos buscar aquilo que existia nos anos 70 e 80 nos restaurantes de cinco estrelas e que era muito característico”, começa o chef por contar. “Há aqueles carrinhos que vão para junto da mesa e tentamos sempre pensar em algo que tenha que ver com a experiência e emoção”, continua.

não se trata de uma metáfora: o prato é mesmo confeccionado em frente ao cliente e, ao que parece, “as pessoas adoram” partilhar aquele momento com quem cozinha. outros exemplos são uma recriação do famoso

Leitão da Bairrada – assado exactamente como em Portugal – e várias outras receitas que integrem alheira.

“usamos imenso alheira e consegui-mos ter cá óptimas alheiras, pelo que temos um prato de assinatura que é uma alheira crocante com um pudim de grelos”, diz Luís, em jeito de sugestão. o intuito do Fado é manter o sabor dos ingredientes e pratos que são tipicamente portugueses, mas apresentá-los de forma criativa. “Se as pessoas gostam de comer alheira com grelos e alho salteado, fazemos um ‘twist’ em termos de apresentação porque as pes-soas acabam por provar aquilo que estão à espera, mas com outro estímulo visual”, sublinhou ao HM. “Tentamos sempre não desvirtuar os pratos”. Há ainda várias so-bremesas, como são foundant de abóbora acompanhado de requeijão e amêndoas, levando-nos até à Serra da Estrela.

À hora de almoço, a clientela pode fazer uma dança de sabores, escolhendo uma de cinco entradas, cinco pratos e quatro sobremesas. “as pessoas podem escolher, dentro de um orçamento controlado, quase uma mini-carta de almoço”, explica o gestor do projecto.

a Falar é que a gente se entendePor estar situado dentro de um hotel, o Fado não paga renda pelo espaço que ocupa, mas há certamente outras preocupações a ter em conta. uma das mais complicadas, diz Luís, tem que ver com a língua e a própria cultura. É que cozinhar com amor não é para todos e a arte de bem servir também não chega às mãos do comum mortal.

“Há muitas vezes dificuldades com a barreira linguística e embora sejam dois chefs portugueses, a equipa divide-se em chineses e filipinos”, esclarece. São dez as pessoas que cuidam do Fado.

“o amor à cozinha é fundamental, porque é um trabalho que exige algum sacrifício porque estamos sempre a traba-lhar quando os outros estão a descansar, os horários são um bocado pesados porque se trabalha em dois turnos diários e se não se gostar, as pessoas começam a ficar saturadas”, confessa Luís américo.

Cozinhar não é como fazer equações matemáticas ou escrever literatura num caderno. É preciso, de acordo com o chef, dedicação e vontade de agradar. “Temos que ter consciência que estamos a tentar proporcionar às pessoas bons momentos e às vezes é essa ideia que é difícil de passar.”

leonor sá [email protected]

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hoje macau quarta-feira 29.4.2015pu

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cartoon por StephffÁsia Tráfico humano move 1.800 ME por anoO tráfico humano na Ásia gera cerca de 2.000 milhões de dólares de lucro por ano para os grupos criminosos e provoca muitas mortes e abusos, segundo um relatório da ONU divulgado ontem. A Agência das Nações Unidas para as Drogas e Crime (UNODC) indicou em comunicado que o estudo analisa o tráfico de imigrantes em 28 estados desde o Médio Oriente até ao Pacífico, onde as máfias cobram até 50.000 dólares por pessoa. Segundo o relatório “Tráfico de imigrantes na Ásia: Tendências actuais e desafios”, muitas pessoas buscam uma vida melhor por vezes em países tão distantes como a Austrália, Canadá ou Estados Unidos, mas acabam a ser vítimas dos traficantes. “O movimento de pessoas através das fronteiras na Ásia deve crescer rapidamente e para níveis sem precedentes, em parte devido às novas infra-estruturas e à abertura das fronteiras”, disse Jeremy Douglas, representante da UNODC para o leste asiático e Pacífico. “Além disso, a produção de documentos fraudulentos é generalizada”, acrescentou Jeremy Douglas.

Prisão perpétuapara capitão de ferryO capitão do ferry Sewol, cujo naufrágio há um ano causou 304 mortos, foi condenado ontem a prisão perpétua na sessão do julgamento de recurso, em que os magistrados reviram a anterior sentença de 36 anos de prisão. Na sua decisão, o Alto Tribunal de Gwangju declarou Lee Joon-seok culpado de homicídio, por não cumprir deliberadamente as suas responsabilidades como capitão durante o naufrágio. A sentença destaca que o capitão se mostrou passivo durante os momentos cruciais, já que não deu ordem de evacuação da embarcação quando o devia ter feito, e não efectuou também esforços para resgatar os passageiros.

Recolhido medicamento Voveron 50 TabletsOs Serviços de Saúde detectaram que o medicamento anti-inflamatório Voveron 50 Tablets fabricado pela Fynk Pharmaceuticals Ltd. do Paquistão, não satisfaz os padrões de qualidade. De acordo com as informações prestadas por importador, o lote de medicamento afectado é apenas fornecido nas farmácias de Macau. Caso os cidadãos tenham adquirido o produto acima mencionado, devem proceder à consulta junto do Departamento dos Assuntos Farmacêuticos dos Serviços de Saúde, para o devido seguimento.

Q uatro jovens de Hong Kong que tinham sido dadas como desapareci-

das na sequência do sismo regis-tado no sábado no Nepal foram encontradas e estão bem de saúde, informou a imprensa da antiga colónia britânica.

Segundo o South China Mor-ning Post, as quatro jovens, com idades entre 25 e 28 anos, estavam a caminho do acampamento do monte Evereste quando foi regis-tado o sismo de magnitude 7,8.

China Presidente da Sinopec detido por suspeitasde corrupção

a detenção por suspeitas de corrupção do presidente

da Empresa Estatal Química e Petrolífera da China (Sinopec), a segunda maior empresa chi-nesa do petróleos e a principal refinadora, Wang Tianpu, foi esta segunda-feira anunciada pelas autoridades do país.

Em comunicado divulgado na sua página na Internet, a Comissão Central de Inspecção e Disciplina do Partido Comu-nista da China informou que Wang está a ser investigado por “sérias violações da lei e disciplina do partido”, um eu-femismo usado por norma para designar a corrupção.

o portal de notícias chinês Caixin publicou que Wang ale-gadamente abusou do seu poder para dar contratos da Sinopec a familiares e amigos e “fazer favores” a Zhou Bin, o filho do ex-ministro da Segurança Pública, entretanto caído em desgraça, Zhou Yongkang.

Wang ascendeu à presidên-cia da Sinopec em 2011. Em 2014, juntamente com outros executivos, foi sancionado pela explosão de um oleoduto na cidade costeira de Qingdao, que provocou a morte de 62 pessoas e ferimentos a outras 136, em Novembro de 2013.

o anúncio da investigação a Wang acontece quando as autoridades chinesas centram a campanha anti-corrupção no sector da energia, depois de terem sido acusados milhares de políticos e inclusive alguns dos principais comandantes militares.

Em Março passado, o Go-verno anunciou uma inves-tigação similar centrada no vice-presidente da maior petro-lífera do país, a estatal Empresa Nacional de Petróleo da China (Petrochina), Liao Yongyuan.

Nepal QUATrO JOVENS DE HONG KONG A SALVO APóS SiSMO

O destino marca a sorte

As quatro jovens, com idades entre 25 e 28 anos, estavam a caminho do acampamento do monte Evereste quando foi registado o sismo de magnitude 7,8

três das jovens são estudan-tes da Faculdade de Medicina da universidade de Hong Kong e a outra é advogada.

Na manhã de ontem, uma das jovens enviou uma mensagem a um amigo através da aplicação Whatsapp a dizer que estavam a salvo em Lobuche, perto do Monte Evereste. a jovem tam-bém enviou uma foto do grupo.

Na noite de segunda-feira, cerca de 20 residentes de Hong Kong continuavam desapareci-dos após o sismo no Nepal.

Ligações a MacauNa altura do terramoto havia 18 pessoas com ligações a Macau no Nepal. “Foram encontra-dos 18 dispositivos móveis em ‘roaming’ no Nepal, dos quais 17 foram encontrados na segunda-feira e outro hoje”, informou em resposta escrita à Lusa o Gabinete de Gestão de Crises do turismo de Ma-cau, com base em informações fornecidas pelas operadoras de telecomunicações.

O mesmo gabinete confir-mou ter recebido um pedido de

assistência referente a um grupo de cinco pessoas, solicitando a possibilidade de antecipar os respectivos regressos do Nepal.

“o Gabinete de Gestão de Crises do turismo contactou a companhia aérea sobre a possi-bilidade de antecipar o regresso dos cinco residentes em causa e foi informado pela mesma que não seria possível, uma vez que não existem vagas disponíveis de regresso antes do dia 30 de abril, a data inicialmente mar-cada”, referiu.

“A companhia afirmou ainda que o voo marcado para esse dia com destino a Hong Kong estava confirmado sem qualquer impe-dimento”, acrescentou.

Segundo o gabinete, “após contacto com os cinco residentes no Nepal, os mesmos decidiram regressar na data inicialmente marcada, uma vez que se estavam em segurança e alojados junto dos seus familiares”.

as equipas de resgate ten-tavam ontem chegar às regiões mais remotas do Nepal após o sismo que devastou o país e causou mais de 4.300 mortos.