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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 14 MAX 21 HUMIDADE 55-95% CÂMBIOS EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 29 DE DEZEMBRO DE 2011 ANO XI Nº 2520 PUB Ter para ler Arnaldo Gonçalves doutorou-se com uma tese sobre China e União Europeia, onde explica as nuances desta relação. Portugal “é um velho amigo” e pode ser determinante para facilitar os investimentos chineses noutros países europeus. PÁGINAS 4 E 5 A porta para a Europa Portugal ajuda a “limar preconceitos étnicos” a favor da China GOVERNO JUSTIFICA SUBSTITUIÇÃO DE ÁRVORES EM HAC SÁ AS CASUARINAS MORREM DE PÉ CENTRAIS Medida mais perto de existir ASSUNTOS LABORAIS QUEREM SALÁRIO MÍNIMO DEPRESSA Página 6 Fumar dá polémica ATÉ JÁ NA RUA QUEREM PROIBIR O TABACO Página 7

Hoje Macau 29 DEZ 2011 #2520

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Edição do Hoje Macau de 29 de Dezembro de 2011 • Ano X • N.º 2520

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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 14 MAX 21 HUMIDADE 55-95% • CÂMBIOS EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUINTA-FEIRA 29 DE DEZEMBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2520

PUB

Ter para ler

Arnaldo Gonçalves doutorou-se com uma tese sobre Chinae União Europeia, onde explica as nuances desta relação. Portugal“é um velho amigo” e pode ser determinante para facilitaros investimentos chineses noutros países europeus. PÁGINAS 4 E 5

A porta para a EuropaPortugal ajuda a “limar preconceitos étnicos” a favor da China

GOVERNO JUSTIFICA SUBSTITUIÇÃO DE ÁRVORES EM HAC SÁ

AS CASUARINAS MORREM DE PÉ CENTRAIS

Medida mais perto de existir

ASSUNTOS LABORAIS QUEREM SALÁRIOMÍNIMO DEPRESSA

Página 6

Fumar dá polémica

ATÉ JÁ NA RUAQUEREM PROIBIRO TABACO

Página 7

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QUINTA-FEIRA 29.12.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

OS Estados Unidos recomendaram à China e ao Japão que deixem de

promover o enfraqueci-mento das suas moedas, num relatório do Tesouro divulgado terça-feira.

O Departamento do Tesouro afirmou, no rela-tório semestral sobre as taxas de câmbio, noticiado pela AFP, que o yuan con-tinua “consideravelmente subavaliado”, apesar da apreciação registada nos últimos meses, e que as

HONG Kong tem vindo a enfren-tar “obstáculos” no âmbito do

desenvolvimento como um centro de negócios ‘offshore’ em yuan, defen-de a Academia Chinesa de Ciências

A China vai iniciar em 2012 as obras do aero-

porto mais alto do mundo, em Nagqu (Tibete), disse a imprensa estatal na terça--feira. O novo aeroporto fica-rá a 4.436 metros de altitude, 102 metros mais alto que o aeroporto de outra cidade tibetana, Qamdo, actual recordista mundial, e deve ser inaugurado daqui a três anos, segundo a agência de notícias Xinhua.

O Tibete tem actual-mente cinco aeroportos civis, mas por razões climá-ticas apenas três operam durante o ano inteiro.

Nos últimos anos, a China tem investido mui-

tos milhões de patacas para reformar e construir aeroportos, especialmente no extremo oeste do país.

INVESTIMENTO SUFOCANTEPequim também tem despejado fortunas no desenvolvimento de in-fra-estruturas no Tibete, na esperança de sufocar o sentimento separatista que existe na região. Ac-tivistas dizem também que as obras irão acelerar a migração de chineses da etnia han e de outros grupos para o Tibete, di-luindo a cultura budista tradicional da região.

Washington acusa China e Japão de enfraquecer moedas

América amuadaintervenções para fazer baixar o iene não parecem legítimas.

“A tendência de longa data de a China acumular reservas em divisas estran-geiras, a persistência de um excedente nas suas contas correntes e a apreciação in-completa do yuan, tendo em conta em particular o rápido crescimento da produti-vidade no sector dos bens exportáveis, indicam que a taxa de câmbio real do yuan continua a estar desalinhada e se mantém consideravel-

HONG KONG QUER SER CENTRO DE NEGÓCIOS OFFSHORE MAS ESTÁ DIFÍCIL

Paixão pelo yuan não aqueceTIBETE | AEROPORTO MAIS ALTO DO MUNDO EM 2012

mente subavaliada”, lê-se no relatório.

O termo “desalinhado” pertence ao vocabulá-rio do Fundo Monetário Internacional (FMI) e é considerado como uma infracção às obrigações dos estados-membros daquela instituição.

JAPÃO NA MIRAEm Junho de 2010, Pequim decidiu deixar evoluir a taxa de câmbio entre o yuan e o dólar, depois de quase dois anos em que manteve a mo-

eda imóvel. Desde então, a divisa chinesa apreciou-se cerca de oito por cento face ao dólar, um ritmo que o Tesouro norte-americano considera insuficiente.

Os Estados Unidos tam-bém dirigiram críticas a Tóquio. “Em vez de reagir às preocupações nacionais sobre um iene forte, inter-vindo para tentar influenciar a taxa de câmbio, o Japão deveria tomar medidas fun-damentais e profundas para impulsionar o dinamismo da sua economia.”

Sociais. Um relatório recentemente divulgado pelo ‘think-tank’ de Pe-quim avança que cerca de dois terços do capital denominado em yuan em Hong Kong é mantido em depósitos

a prazo, investimentos com uma taxa de rendibilidade “extremamente baixa”.

Estes dados provam que não existem, actualmente, ferramentas de investimento suficientes na di-visa chinesa, refere o documento, citado pela rádio e televisão pública de Hong Kong (RTHK). A Academia Chinesa de Ciências Sociais diz ainda que a China deve considerar a crise financeira internacional como uma oportunidade para “internacionali-zar” o yuan.

Em Agosto, o vice-primeiro-minis-tro chinês Li Keqiang visitou a antiga colónia britânica, altura em que “pre-miu” o botão que marcou o arranque da emissão de 20 mil milhões de yuan em títulos do tesouro em Hong Kong, uma iniciativa com vista ao esforço do papel definido por Pequim para a região administrativa especial. A emis-são anunciada foi a terceira e a maior desde 2009.

O líder chinês - apontado como sucessor de Wen Jiabao no cargo de primeiro-ministro - considerou durante a sua visita que o território goza de uma vantagem natural no desenvolvimento de negócios ‘offsho-re’ em yuan, tendo anunciado, nesse sentido, um pacote de novas medidas que incluíam, entre outras, a expansão dos canais de circulação da moeda.

Os depósitos denominados em yuan em Hong Kong aumentaram 2,2%, em Setembro, para 622,2 mil milhões, segundo os dados oficiais mais recen-tes. - Lusa

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QUINTA-FEIRA 29.12.2011

3www.hojemacau.com.mo

A China colocou em funcionamento um serviço de nave-gação por satélite

desenvolvido no próprio país, com o objectivo de criar uma alternativa ao Sistema de Posicionamento Global dos Estados Unidos e que, se-gundo especialistas do sector da defesa, poderia ajudar os militares chineses a identificar, acompanhar e atacar navios americanos na região, em caso de conflito armado.

O Sistema de Navegação por Satélite Beidou começou a oferecer os primeiros ser-viços de posicionamento, navegação e cronometragem para a China e “arredores” na segunda-feira, disse Ran Chengqi, porta-voz do sis-tema. Acrescentou que até ao momento a China lançou dez satélites para o sistema

A China deve dar aos seus habitantes rurais uma parte bem maior dos lucros obtidos com

o confisco de terras agrícolas em nome do cresci-mento económico, disse o primeiro-ministro Wen Jiabao nesta terça-feira, uma semana depois de um impasse que dramatizou a tensão generalizada sobre as terras.

Wen, que apareceu como o defensor dos agricultores, também advertiu as autoridades do governo a não obrigarem os aldeões a abrir mão dos seus direitos sobre a terra mesmo que estes se estejam a juntar à onda crescente de migração para as cidades em busca de trabalho, divulgou a agência de notícias oficial Xinhua.

O discurso de Wen numa conferência anual de política rural destacou os problemas das terras para o Partido Comunista, que luta para equilibrar a pressão da urbanização e da industrialização contra os temores sobre a desigualdade rural e a agitação.

Wen disse que depois de décadas de rápido crescimento, garantido por terras aráveis confisca-das com uma indemnização baixa, estava na altura de a China favorecer os agricultores. “Deveríamos reconhecer que o nosso nível de desenvolvimento económico tem aumentado muito, e não podemos mais sacrificar os direitos de propriedade dos agricultores em prol de custos mais baixos de industrialização e urbanização.”

Mas ainda não é certo que essas regras sejam cumpridas pelos governos locais, dependentes do confisco de terras para atrair investimentos e gerar rendimento.

Nos últimos 10 dias, até à passada quarta-feira, os moradores de Wukan, na província de Guang-dong, expulsaram as autoridades e protestaram contra o confisco de terras aráveis e contra a morte de um dos organizadores do protesto, chamando a atenção para os problemas que estes habitantes estão a viver.

Os protestos só terminaram depois das auto-ridades terem feito concessões sobre as terras e a morte do líder, Xue Jinbo, cuja família suspeita que tenha sido provocada por espancamento durante a sua detenção.

Agricultores chineses com benefícios

China faz a sua própria versão do GPS

Oriente orienta-seBeidou, incluindo um este mês, e planeia colocar mais seis em órbita em 2012, para aumentar a precisão do sistema e expandir a sua cobertura para a maior parte da região da Ásia e Oceania.

A China começou a cons-truir o precursor experimen-tal do Beidou em 2000, com o objectivo de criar o seu próprio sistema global — chamado Compass — com 35 satélites até 2020. Além do GPS — a sigla em inglês para o sistema americano —, o único outro sistema global em funcionamento é

o Gionass, da Rússia, embora o sistema Galileo, da União Europeia, deva estar finali-zado até 2020.

O Beidou, assim como o GPS, vai oferecer serviços gratuitos para civis — usu-ários chineses e interna-cionais — que poderão ser usados juntamente com aplicações desenvolvidas comercialmente para ajudar à navegação de veículos pri-vados, monitorar camiões e navios comerciais e oferecer assistência em casos de de-sastres naturais. O sistema tem a vantagem de incluir o

serviço de mensagens curtas de telemóvel.

FACTOR MILITARO projecto foi desenvolvido em parte para dar às empre-sas chinesas uma fatia maior no mercado de sistemas de navegação por satélite da China, que hoje é dominado pelo GPS e que, segundo a agência estatal de notícias Xinhua, estava avaliado em 620 mil milhões de patacas em Maio deste ano.

Ran não falou sobre o po-tencial uso militar do serviço na conferência de imprensa,

cuja transcrição foi colocada no site do departamento de informações do Conselho de Estado chinês.

O sistema também vai dar ao exército chinês uma alternativa ao GPS, que foi desenvolvido pelo Pentágono e é controlado pelo governo americano. Os EUA poderiam , em teoria, inutilizar ou negar acesso ao sistema a terceiros em caso de conflito, embora afirmem que nunca tenham feito isso. Acredita-se que o GPS seja amplamente utili-zado pelos militares chineses, dizem os especialistas da área da defesa.

O Beidou não é visto como tão preciso quanto o GPS americano. No entanto, o sistema poderia ser usado juntamente com o sistema de satélites de sensores remotos Yaogan e satélites de imagem

mais antigos para dar apoio a operações militares tácticas, de acordo com um trabalho feito por Eric Hagt e Matthew Durnin para o “Journal of Stra-tegic Studies”, em Outubro.

“Embora a China ainda tenha muito a fazer antes de ter uma cobertura táctica em tempo real, mesmo do ambiente marítimo regional, o país conta agora com uma cobertura fiável e frequente de alvos estacionários e tem ao menos a capacidade básica de identificar, e acompanhar os navios no mar”, acrescen-taram. “Com um sistema de reconhecimento espacial como espinha dorsal, a China está claramente a adquirir maior capacidade não apenas de se defender contra aviões que penetrem no seu espaço aéreo, mas também maior capacidade de ataque.”

Esta semana, ao visitar Lisboa, lembrei-me de Macau, da discoteca do Tap Seac, das escadas e do sem-abrigo chinês. Passei pelo Campo dos Mártires da Pátria e ainda estava lá um dos mártires. Debaixo de um alpendre, deitado sobre resmas de papelão, embrulhado em cobertores e jornais à volta do pescoço, saía fumo de cigarro daquele amontoado de sobras aquecedoras de uma falsa vivência. Era um sem-abrigo. Carlos M. Cordeiro, P.15

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4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Joana [email protected]

Porque decidiu fazer a tese sobre esta temática? Cheguei a Macau há 23 anos. Como assessor de dois gabinetes do governo de Macau, acompa-nhei os dossiers de cooperação Macau-UE. Depois disso, en-quanto académico e investigador, alarguei esse interesse a outros domínios da política interna e externa da China. Daí a escolha do tema da tese se ter tornado natural. Quanto tempo demorou a reco-lher os factos para escrever a tese?O doutoramento levou cinco anos, já que preferi manter-me no siste-

O investigador terminou recentemente a tese de doutoramento sobre Parceria Estratégica entre a China e a UE. Para ele, Portugal pode ajudar a eliminar preconceitos étnicos da Europa face aos investimentos chineses

Entrevista | Arnaldo Gonçalves, doutorado em Ciência Política e Relações Internacionais

“Portugal é um velho amigo da China”

ma antigo do que transitar para o sistema de Bolonha. Dois anos na fase curricular e de seminários in-tensivos, um ano e meio de recolha de dados de campo, consulta das fontes e realização das entrevistas e um ano e meio de redacção da tese. Na parte final, a compatibilização de fontes e apuro da redacção exigiu-me cinco horas de trabalho diário. Durante este tempo, contei com a ajuda da Comissão Euro-peia, centros de investigação da China, da embaixada portuguesa em Pequim e da minha orientado-ra, Dra. Carmen Mendes. Quais os pontos-chave aborda-dos?A minha questão de partida consistia em qualificar a parceria

estratégica entre União Europeia e China. Tentar perceber se a relação bilateral era ocasional, passageira ou estava já amadu-recida, tendo vocação de futuro. Tracei duas hipóteses explicativas, a que chamei Hipóteses Maximax e Maximin, inspirando-me na “Teoria da Justiça”, do filósofo americano John Rawls.Quais são essas hipóteses?A primeira traduzia uma visão muito ampla da relação bilateral. Incluía uma dimensão de segu-rança e estratégia, onde os parcei-ros procuram tirar vantagens ab-solutas. A segunda centrou-se na dimensão comercial e económica da parceria - ampliada a um nú-mero cada vez maior de questões

de política global, procurando os parceiros concertar posições e ganhar o que seria possível. Uma estratégia “win-win”. Passei em revista os instrumentos de política europeia e chinesa e as actas dos diálogos sectoriais têxtil, comer-cial, da propriedade intelectual e cheguei à conclusão que a relação era compartilhada, tendo evolu-ído de forma significativa e que era mutuamente vantajosa.Que fontes utilizou na investi-gação?Consultei documentos internos da Comissão Europeia e realizei entrevistas de campo, em Pequim, a académicos e quadros do Minis-tério dos Negócios Estrangeiros da China, que validaram os meus

resultados. Debrucei-me nas relações China-Estados Unidos – é evidente a diferença no nível, complexidade, cumplicidade e aprofundamento da relação sino--europeia comparativamente a esta. De acordo com o que escreveu, os direitos humanos não foram empecilho para a relação entre a China e a Europa. Porquê?A questão dos direitos humanos surgiu na sequência da repres-são em Tiananmen, em Junho de 1989. A Europa reagiu, como o resto do mundo, impondo sanções e decretando o embargo de armas à China. Já em 1990, a UE apercebeu-se que os Estados Unidos desenvolviam negocia-

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QUINTA-FEIRA 29.12.2011

5www.hojemacau.com.mo

REFORMA POLÍTICA MAIS PERTO DE MACAU Ho Iat Seng, vice-presidente da Assembleia Legislativa (AL) e membro do Comité da Assembleia Popular Nacional, acredita que Macau pode enviar já em Fevereiro uma proposta de revisão do método de eleição do Chefe do Executivo e dos deputados à AL para Pequim. Segundo a TDM, o comité está reunido até dia 31 do próximo mês para interpretar a Lei Básica e perceber se Macau pode ou não alterar as leis. Ho Iat Seng diz-se confiante na luz verde da parte do Governo Central.

Entrevista | Arnaldo Gonçalves, doutorado em Ciência Política e Relações Internacionais

“Portugal é um velho amigo da China”

ções secretas com Pequim.A UE estava a ficar para trás?Sentiu que não podia fundar a sua política com Pequim, numa concepção moral e axiológica de política externa. Teria de ser pragmática. Os direitos huma-nos estão no artigo 6 do Tratado da União Europeia, como ponto fulcral da identidade da União. Mas no mundo interdependente e complexo em que vivemos não se escolhem os vizinhos e os países com que nos relacionamos. Como actor global, a União Europeia tem que estar presente em todos os palcos onde a política inter-nacional tem lugar, se quiser ser influente. Os dois parceiros têm--se consultado sobre esta questão no diálogo criado em 1991 entre eles, e a UE nunca obstruiu a qualidade do diálogo e da coope-ração. Há académicos na Europa que acham que a China não se distingue da Coreia do Norte, do Sudão ou do Zimbabué quanto aos direitos humanos, o que é um profundo disparate.Porquê?Tem havido inúmeros progressos da parte da China neste campo, mas este processo de afinação com a prática internacional leva tempo, porque tem a ver com a sobrevivência do regime e a afir-mação da classe média. Nós, eu-ropeus, temos que ter uma atitude proactiva, ajudando e cooperando de boa fé com a China. Existem culturas (e identidades) diferen-tes entre o homem europeu e o homem chinês. Na tese, detenho--me a articular os postulados do confucionismo e a influência que teve (e tem) na concepção oriental da vida e da sociedade.Como pode ser caracterizada a parceria estratégica entre a China e a UE, nomeadamente no que toca a Portugal?É uma relação bilateral global e de médio e longo prazo. Trata-se de uma relação aprofundada, mu-tuamente querida e que atingiu um grande nível de cumplicidade e complementaridade. É uma parceria com uma componente muito forte no campo comercial e económico, pois foi por aí que os líderes políticos europeus e chineses quiseram alicerçar a relação logo a seguir ao reco-nhecimento diplomático em 1975. Dez anos depois, com o processo de abertura ao exterior empreendido pelo patriarca das reformas, Deng Xiao Ping, a parceria ganhou uma dimensão mais global envolvendo questões políticas, como a partilha de uma visão multilateral da vida inter-nacional, dos direitos humanos,

do G20 e o sistema financeiro internacional.Apesar da dimensão de Portugal?Portugal é um pequeno país periférico da União Europeia, membro fundador da Zona Euro, e primeira potência europeia a chegar à China e última a sair do continente asiático. O desapareci-mento de uma certa contiguidade geográfica impulsionada pela história de Macau e a recolocação de Portugal no projecto europeu limitou a amplitude das oportu-nidades que poderiam advir da parceria estratégica estabelecida entre os dois países. A Europa não precisa de Portugal para desenvolver a relação de parceria estratégica e global com a China. E Pequim está no mesmo pé. Qual é a perspectiva europeia sobre a China? A Europa tem uma política exter-na com inspiração na Estratégia de Segurança Europeia de 2000. Esta política vê a China como uma ameaça e uma oportunida-de, arguindo que a UE tem de se afirmar no plano global e de-senvolver parcerias com os seus principais interlocutores: China, a Rússia, o espaço do Mediterrâneo. A UE elaborou vários documen-tos de política, durante as Comis-sões Delors, Prodi e Barroso, que foram afinando o relacionamento com a China e acentuando os vectores que a Europa quer apro-fundar. Também em 2003, a China fez sair o seu primeiro documento de política externa. Era significati-vamente sobre a Europa, identi-ficando os pontos em que queria estreitar relações.Era um documento realista?Houve, talvez, expectativas excessivas de parte a parte com cada um dos parceiros a tentar transformar o outro à sua ima-gem. Só em 2008, China e UE perceberam que tinham sido algo “naives” - as duas representam duas das mais antigas civilizações do mundo, têm uma identidade muito própria que é dificilmente aculturável. Alguma desilusão no “namoro”, permitiu que adoptas-sem uma visão mais pragmática e realista quanto ao que esperar uma da outra. A Europa tem uma visão positiva da China e, não tendo uma presença militar e físi-ca na Ásia-Pacífico, não a conside-ra – ao invés dos Estados Unidos – uma ameaça de segurança.A nível da parceria, há um dos lados que beneficia mais em termos da cooperação?Não creio que um dos lados bene-ficie mais que o outro nessa rela-ção. A União Europeia é o primei-ro parceiro económico e comercial

da China, esta é o segundo par-ceiro da União Europeia. Trata-se de uma tendência irreversível que se tem consolidado nos últimos quatro anos, por interesse dos Estados-Membros, mas também da Comissão Barroso, que desde 2004 tem dado passos decisivos nesse aprofundamento. A relação bilateral é uma relação de soma positiva, em que todos ganham e beneficiam.Pode especificar?A China por ter na Europa um mercado para o escoamento dos seus produtos manufacturados e das suas exportações, a Europa por encontrar na China um local privilegiado para a acção das suas multinacionais. O défice comer-cial, os problemas do dumping, a violação de regras da propriedade intelectual, nunca pesaram – ao contrário do que acontece nas relações sino-americanas – no contencioso entre os dois lados. Em 2016 quando a China alcan-çar, automaticamente, o estatuto de economia de mercado, deixará de estar sujeita a medidas protec-cionistas impostas por países eu-ropeus, que não souberam fazer o seu processo de ajustamento e reconversão industrial. Também de acordo com a sua tese, há uma aprendizagem que pode beneficiar os dois países. Em que termos?Existe uma aprendizagem no sen-tido que China e União Europeia são processos em curso, actores internacionais que estão ainda a formar a sua identidade. A China é um Estado-soberano unitário, mas os problemas com que se confronta no domínio regional no Tibete, Xinjiang e noutras zonas mostra que terá que evoluir para um formato constitucional mais aberto, que acondicione a afirma-ção das autonomias regionais e ét-nicas. A Suíça é um bom exemplo de acomodação de identidades díspares, que poderia servir de exemplo à China.E qual é o caso da União Euro-peia?A União Europeia não é um Estado-nação, mas algo que fica a meio do caminho entre uma confederação de Estados e uma organização regional. Um actor in-ternacional “sui generis”, chamou--lhe Joseph Weiler. Como actores “inacabados”, China e Europa podem aprender uma com a outra, caminhar em conjunto, ver o que têm em comum ao nível dos valo-res e interesses. Devem procurar “passar” a sua visão multilateral do mundo. A União Europeia desenvolve projectos de coopera-ção técnica e jurídica com a China

que são essenciais - em termos de localização de valências, que terão retorno a seu tempo. Parte desse retorno estamos já a ver: na localização de investimentos chi-neses em sectores essenciais para a retoma do crescimento económico na Europa. Outros se seguirão nos próximos dez anos, pois trata-se de uma estratégia pensada e de grande fôlego.

Fala numa China que caminha para a sua afirmação no palco in-ternacional nos aspectos econó-mico e comercial. A entrada nas empresas portuguesas ajuda esse objectivo?Há uma subida da China na escala do valor e na sofisticação do pro-cesso industrial. A China começa a exportar produtos tecnologicamen-te mais avançados que têm pouco a ver com os produtos baratecos que se encontram nas lojas dos trezentos. Por outro lado, tem uma enorme liquidez financeira e quer estar menos dependente da sua carteira de títulos e de aplicações até aqui centradas em títulos de divida soberana norte-americana. Isso vai-lhe permitir influenciar de-cisões politicas e tornar-se um actor internacional relevante. Faltava--lhe dar o terceiro passo: dispor de interesses relevantes em empresas ocidentais.Como nos EUA?Nos Estados Unidos isso é difícil,

por uma política proteccionista que tem sede no Congresso e no Senado norte-americanos, ao invés das regras da Organização Mundial de Comércio. Torna--se mais fácil na Europa dada a necessidade urgente de capitali-zação e reforço de activos das em-presas, designadamente no sector dos serviços e das tecnologias de informação. A China esta a diver-sificar a sua carteira de investi-mentos e isso é um factor positivo para os seus interesses e para os da Europa. Portugal é um velho amigo da China e pode ajudar a limar alguns preconceitos étnicos que se vêem emergir nalgumas capitais europeias quanto aos investimentos chineses. A China é uma ameaça do ponto de vista estratégico e militar?Temos poucos elementos de aná-lise que nos permitam tirar uma conclusão a esse respeito. Embora venha crescendo do ponto de vista das despesas militares e de defesa, a China não é para já uma ameaça para os seus vizi-nhos regionais e para os Estados Unidos no quadro geo-estratégico da Ásia-Pacífico. Assistiremos a uma China a dotar-se de capaci-dade estratégica ofensiva, naval e aérea nos próximos dez anos. Tem capacidade financeira para isso e é cada vez mais autónoma no capítulo das tecnologias que têm tanto aplicação militar como civil. Irá condicionar a projecção de poder das marinhas do Japão, da Coreia do Sul, das Filipinas, da Indonésia ou mesmo da Índia.Os EUA têm razões para estar assustados?A administração Obama tem tido uma visão míope nesse assunto em particular e não parece perce-ber que se recuar para a sua zona económica exclusiva, a China pre-encherá o vazio estratégico. Não há vácuos em política internacio-nal: sai um entra outro. Se pudesse destacar um assunto chave sobre a sua tese, qual seria?É difícil destacar um assunto-cha-ve. Talvez que o caminho dos po-vos se faz de diálogo, cooperação e intercâmbio e não de confronto, assertividade e satisfação cega de interesses nacionais. O nacionalis-mo é uma ratoeira que a Europa bem conhece, pois levou-a por duas vezes à guerra, e que a China minimiza, pois crê ser diferente. É um equívoco. Somos todos iguais sendo diferentes. Platão e Confúcio viveram no mesmo século, sem se conhecerem, mas a obra de ambos afirma um humanismo profundo - que diz que os humanos só o com-preendem enquanto seres sociais, na relação uns com os outros.

O nacionalismo é uma ratoeira que a Europa bem conhece, pois levou-a por duas vezes à guerra, e que a China minimiza, pois crê ser diferente. É um equívoco.

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QUINTA-FEIRA 29.12.2011

6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

DSAL quer instituir rapidamente o salário mínimo

Cautela em tempo de pazVirginia Leung *[email protected]

OS sinais de instabi-lidade económica previstos para o panorama inter-

nacional não deverão afectar para já o prodígio económico de Macau, considera Shuen Ka Hung, chefe da Direcção dos Serviços para os Assun-tos Laborais (DSAL). Ainda assim, alerta o responsável, o Governo deve estar prepara-do e ser “vigilante em tempo de paz”, aliás como já havia aconselhado o primeiro--ministro chinês, Wen Jiabao, em palavras dirigidas ao Chefe do Executivo. A ins-tituição do salário mínimo poderá vir a ser uma medida importante para proteger a população da inflação.

Num encontro realizado anteontem com os meios

de comunicação de língua chinesa, Shuen Ka Hung congratulou-se com o facto de a indústria dos serviços se mostrar empenhada no combate aos efeitos da inflação, avançando para a opção de aumentar os salá-rios dos seus empregados em conformidade. No ano passado, recordou, a DSAL recebeu um número clara-mente crescente de queixas de trabalhadores. A razões para essa subida, de acordo com o responsável: o cresci-mento da população activa e o facto de os empregados revelarem um nível cada vez

maior de consciência sobre a defesa dos seus direitos.

TEMPESTADE LÁ FORA, BONANÇA CÁ DENTROPara 2012, espera-se que o ambiente económico inter-nacional continue a atraves-sar um período turbulento, com grandes flutuações. Ma-cau, com o seu microclima de grande vigor financeiro, deverá escapar incólume às atribulações externas, pelo menos provisoriamente. No entanto, o director da DSAL aconselha todos os sectores da economia a estarem preparados para

lidar cuidadosamente com as eventuais dificuldades que possam aparecer.

O próximo ano será decisivo para a indústria da construção: prevê-se a conclusão em 2012 das 19 mil unidades de habitação pública, o arranque das obras do metro ligeiro de superfície, a entrada do novo plano director urbanístico na fase de planeamento porme-norizado, etc. – tudo facto-res favoráveis ao estímulo do desenvolvimento da indústria da construção. O avançar de várias obras pú-blicas de grande dimensão

pode garantir que a taxa de desemprego não aumente.

A instituição do salá-rio mínimo não deixa, no entanto, de revestir-se de grande importância para um território que se quer desen-volvido. Nesse sentido, teve lugar ontem uma reunião para decidir que organização ficaria incumbida da inves-tigação em cooperação com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) e Shuen Ka Hung espera agora que a legislação para a criação do salário mínimo não demore muito a ficar pronta. A aplicação efectiva

ficará, no entanto, depen-dente da chegada de empre-gados e empregadores a um consenso.

QUEM ESTUDAPode ficar a saber-se hoje qual a empresa que ficará encarregue de estudar a implementação do salário mínimo no território, segun-do disse Shuen Ka Hung, em conversa com a rádio Macau. O responsável não quis avançar ontem com o nome, porque falta fechar o acordo com a entidade, mas admitiu ser uma instituição académica.

O estudo sobre o salário mínimo está em processo e, no início do ano, a Univer-sidade de Macau e outra instituição privada que não se identificou ofereceram-se para levar a cabo o estudo. - * com Joana Freitas

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QUINTA-FEIRA 29.12.2011

7www.hojemacau.com.mo

PUB

Virginia [email protected]

O Conselho Executi-vo (CE) concluiu a fase de debate e prepara-se para

avançar para a abertura do mercado das telecomunica-ções em Macau. Mas antes, considera o deputado Lee Chong Cheng, o Governo deve clarificar o modelo de abertura do mercado de forma a garantir que haja um ambiente de concorrência limpa no concurso para as concessões.

Concluído o debate sobre o “estabelecimento e opera-ção do sistema da rede de telecomunicações fixas pú-blicas”, o CE planeia agora avançar com a emissão das novas licenças de operação (fala-se em três licenças). Lee Chong Cheng considera que a abertura do mercado vai permitir ao Governo o retomar das rédeas no sector.

É já domingo que entra em vigor a nova Lei Anti-tabaco. O Gabinete para a Prevenção

e Controlo do Tabagismo apresentou a nova legislação durante os encontros de guias tu-rísticos profissionais de Guangdong, Hong Kong e Macau, para se proceder a acções de informação dos turistas. O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), por sua vez, está a planear a criação de zonas para fumadores em seis parques públicos, mas a população considera que aqueles espaços, frequentados por crianças e idosos, não são locais adequados para tal.

Nos planos de estabelecimento de zonas para fumadores em seis parques e jardins de Macau, o IACM pretende ga-rantir um acompanhamento e avaliação das operações para proceder às revisões e ajustes adequados. A administração municipal sublinha que as zonas para fumadores ficarão devidamente afastadas das instalações de lazer infantil e de des-porto público, e separadas por “painéis de plantas protectores”.

No entanto, alguns residentes mais cépticos consideram que essas barreiras

vegetais não terão grande efeito. As zo-nas para fumadores, defendem, devem ficar mesmo bem afastadas dos espaços públicos de lazer para evitar os efeitos prejudiciais sobre a saúde das pessoas e que as crianças fiquem expostas ao mau exemplo dos fumadores.

Um idoso de nome Cheong manifestou--se preocupado com o prejuízo da paz que a criação de zonas para fumadores nos parques representaria: o movimento de fumadores a ir e vir afectaria a atmosfera de descanso dos parques. - V.L.

CONSELHO DE CONSUMIDORES CHUMBA 51 LOJASO Conselho de Consumidores (CC) anunciou que atribuirá o logótipo de ‘‘Lojas Certificadas’’ do ano de 2012 às 1190 lojas aderentes, ao mesmo tempo que este ano foram já classificadas 9 lojas certificadas como loja de ‘‘classe A’’, conforme o sistema de classificação introduzido no mecanismo de avaliação. O objectivo é garantir a qualidade dos serviços. O CC avaliou este ano 1241 lojas, das quais 51 não foram aprovadas, o que apresenta uma taxa de reprovação de aproximadamente 4%. As políticas indevidas de venda e o registo de reclamações são as razões principais que não as deixaram passar na avaliação. O CC refere ainda problemas como os preços de produtos mal indicados e falta de esclarecimento da taxa de câmbio.

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RESIDENTES CONTESTAM CRIAÇÃO DE ZONAS PARA FUMADORES NOS PARQUES PÚBLICOS

Fumódromos nos jardins não!

Medidas recomendadas para assegurar justa concorrência no mercado

Abrir a sério as telecomunicaçõesMas para que tudo decorra de forma saudável, defende o deputado da Assembleia Legislativa (AL), o Gover-no deve esclarecer o modo como será feita essa abertura, incluindo informação sobre o número de operadoras que se irão juntar à existente.

De acordo com a intenção do Governo, a companhia de telecomunicações fixas original ficará incumbida de gerir a rede pública, como é da prática internacional em processos semelhantes. Após a abertura do mercado, é na-tural que a actual concessio-nária, por estar familiarizada com a distribuição, conexões e estratégias de desenvolvi-mento, parta de uma posição

mais vantajosa em relação à concorrência. Por isso, con-sidera Lee Chong Cheng, permitir que a actual conces-sionária obtenha uma nova

licença de operação incon-dicionalmente seria injusto para as novas operadoras. O parlamentar apela assim ao Governo para que aprenda

a lição com o que aconteceu na atribuição do serviço de autocarros públicos e, para garantir uma contenda justa, fixe prazos razoáveis para

que os investidores candi-datos ao concurso possam ter tempo suficiente para se prepararem e avaliarem o mercado.

O Governo deve ter em atenção os as tarifas e a qualidade do serviço, que são as componentes que mais preocupam o público, afirmou ainda Lee Chong Cheng, apelando ao Exe-cutivo para que divulgasse claramente os padrões e requisitos. “Depois de aberto o mercado, como ficam os serviços de telefones móveis, chamadas internacionais e Internet? Poderá aumentar a velocidade da Internet? Quais as metas para a aber-tura do mercado?”

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QUINTA-FEIRA 29.12.2011

8www.hojemacau.com.mo vida

Joana [email protected]

CHAMAM-SE “ár-vores da tristeza” e fizeram jus ao nome. Cerca de 300 das 755

deste tipo de árvores que enfei-tam a praia de Hac Sá vão ser substituídas este ano. A escolha recaiu sobre as Terminalia de folha pequena (Terminalia Mantaly). “Tivemos de escolher um tipo de árvore que consiga resistir ao mesmo ambiente e características biológicas das árvores da tristeza”, referiu on-tem Raymond Tam, presidente de Administração do Instituto

UMA nova análise às fezes do panda responde, finalmente,

a uma velha questão: como é que os pandas gigantes sobrevivem com uma dieta que é 99% de bambú, quando têm entranhas de carnívoros?

Os animais que comem plantas tendem a ter um intestino mais longo, que os ajuda na digestão das fibras. Nos pandas, isto não acontece.

Quando, em 2009, cientistas sequenciaram o genoma dos pan-das, descobriu-se que faltam a este animal os genes para a produção de enzimas que ajudam na digestão da celulose – as fibras que se encontram no principal alimento do ursinho preto e branco.

Isto levou a que os investiga-dores pensassem que os intestinos

EXCREMENTOS DE PANDA AJUDAM A PERCEBER O ANIMAL

Como sobrevivem só com bambú?do panda teriam, por si só, uma bactéria que atacava a celulose. Contudo, essa bactéria nunca foi encontrada.

Agora, um novo estudo levado a cabo pela equipa de Fuwen Wei, da Academia Chinesa do Instituto de Ciência da Zoologia no Pequim, mostra que o sistema digestivo dos pandas contém micro-organismos semelhantes aos dos herbívoros.

Recorrendo a genes nas fe-zes de sete pandas-gigantes selvagens e um de cativeiro, os investigadores viram que 13 das espécies de bactérias são de uma família conhecida por digerir a celulose, mas sete dessas são exclusivas dos pandas.

“Isto pode ser causado pela di-ferente dieta destes animais e o seu interior digestivo único, já que os

Árvores de Hac Sá vão ser substituídas por outra espécie

A tristeza tem fimpara os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). “Além disso, considerámos a paisagem turística.”

O organismo é o respon-sável por retirar as árvores antigas de Hac Sá e replantar as 45 terminalia que chegam da Estrada Flor de Lótus. Esta é a primeira fase do projecto de replantação, já que metade

das árvores da tristeza precisa de ser abatida.

Plantadas nos anos 60/70, as árvores que se erguem actualmente em Hac Sá estão a sucumbir à infestação da formiga branca, entre outros parasitas, na ordem dos 18%. O problema principal reside, no entanto, no apodrecimento da espécie. “Estas árvores

As “árvores da tristeza” vão ser retiradas de Hac Sá

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QUINTA-FEIRA 29.12.2011

9www.hojemacau.com.mo

VÍDEO DE TURISTA COM GORILAS VISTO POR MAIS DE 800 MIL PESSOASUma família de gorilas selvagens sentou-se ao lado de um turista de visita ao Parque Nacional de Bwindi, no Uganda. A mãe lambeu-lhe a cara e uma das crias tirou-lhe folhas do cabelo. O vídeo, há uma semana no YouTube, já foi visto por mais de um milhão de pessoas. Bwindi significa “impenetrável”. Esta área protegida, criada em 1942 como reserva florestal e depois em 1994 como parque nacional, cobre 327 quilómetros quadrados de vegetação densa, com vales profundos e encostas cobertas por floresta. John, um turista norte-americano, vivia o seu último dia de visita ao parque nacional quando foi surpreendido por uma família de gorilas – o pai, a mãe e três crias – que se sentou junto a si. Veja o vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=hg2hCuDy2wg&feature=player_embedded.

Clickecológico

OS PANDAS DE CHENGDU

• Os pandas Qiqi (à esquerda) e Zhizhi comem uma refeição no Centro de Investigação sobre Reprodução de Pandas Gigantes em Chengdu, na província de Sichuan. Em Janeiro, a China vai começar a enviar pandas criados em cativeiro para uma zona selvagem controlada no Sul daquela província, com 780 hectares.

Foto: China Daily/Reuters

EXCREMENTOS DE PANDA AJUDAM A PERCEBER O ANIMAL

Como sobrevivem só com bambú?

Sabiaque...

80% do total de marfimé retirado de elefantes ilegalmente caçadose abatidos?

pandas estão num diferente ‘ramo’ dos restantes animais da cadeia dos herbívoros”, explicou o líder da equipa à National Geographic.

Os pandas digerem, contudo, apenas 17% dos 9 a 14 kg de alimento seco que comem por dia. Isso explica porque é que este animal evoluiu lentamente, num estilo de vida de conservação de energia.

Então, como é que os pandas se tornaram herbívoros? Alguns cientistas teorizam que, como a população humana aumentou, os pandas foram empurrados para altitudes mais elevadas. Os animais, em seguida, adoptaram uma dieta de bambú para não terem de competir com outros carnívoros, como os ursos negros asiáticos. Se lhes oferecermos carne, os pandas vão comê-la. Mas não caçam para isso.

Árvores de Hac Sá vão ser substituídas por outra espécie

A tristeza tem fimlevam 20 anos para amadu-recer e, aos 50, entram na fase de velhice”, explica um dos colaboradores do IACM, académico da Universidade de Zhong Shan. “As de Hac Sá atingiram já os 40 anos .”

NUTRIR A TERRAA malnutrição do solo – cujo pH é muito ácido –, a salini-

dade e a influência humana também são factores que contribuíram para o envelhe-cimento da espécie.

Análises ao solo de Hac Sá revelam altos níveis alcalinos e pouco fósforo e nitrogénio. Para conservar as “tristezas” que ainda restam, o IACM já se comprometeu a prevenir infestações e nutrir mais a

terra onde as árvores estão plantadas.

A terminalia de folha pequena tem as raízes mais fundas – podendo, assim con-sumir os melhores nutrientes do solo -, é mais resistente à poluição e a pouca densidade da copa deixa trespassar a luz. Além disto, têm uma duração de 80 anos.

Os tufões e ventos fortes que afectam a zona de Hac Sá levaram à queda de muitas das árvores da tristeza. Em 2010, de Julho a Dezembro registaram-se 51 casos de quedas de árvores e dez delas foram desta espécie.

A terminalia de folha pequena vai ser a nova espécie em Hac Sá

O IACM já começou o processo de transplantação

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PUB.QUINTA-FEIRA 29.12.2011

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Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 15 de Dezembro de 2011, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de Onze Camas de Parto aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos encontram à disposição dos interessados desde o dia 28 de Dezembro de 2011, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato sita na Cave 1 do Centro Hospitalar Conde de S. Januário, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento do custo das respectivas fotocópias ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar

Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega das propostas termina às 17,45 horas do dia 31 de Janeiro de 2012. O acto público deste concurso terá lugar no dia 1 de Fevereiro de 2012, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto do C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de $ 44, 000,00 (quarenta e quatro mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 21 de Dezembro de 2011

O Director dos Serviços, SubstºChan Wai Sin

AVISOCONCURSO PÚBLICO N.º 41/P/2011

AVISORENOVAÇÃO DE INSCRIÇÃO NA D.S.S.O.P.T.

Avisa-se, nos termos do disposto no nº2 do artigo 10º do Decreto-Lei Nº 79/85/M, de 21 de Agosto, que os técnicos, construtores civis e empresas, já inscritos nestes Serviços, devem proceder a renovação da sua inscrição dentro do mês de Janeiro de 2012 na Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT. Passado o prazo mencionado, caduca-se a respectiva inscrição.

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, aos 21 de Dezembro de 2011

O Director dos Serviços, Jaime Roberto Carion

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QUINTA-FEIRA 29.12.2011

11www.hojemacau.com.moCULTURA

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Lia [email protected]

QUEBRAR a distân-cia entre o objecto de arte e o público é o que se pre-

tende quando se cria uma instalação. Em Macau, numa ponte com Portugal, esta corrente tem outro nome – Dancing Foot. Três criativos, dois lá e um cá, dão asas à imaginação e transformam--na em atmosferas criativas. Uma distância necessária e favorável, porque no ter-ritório há mais apoios. “É diferente o conceito de elabo-ração dos trabalhos e é mais fácil produzir”, explica João Oliveira, o artista residente na região.

O ambiente preferido deste criador é a rua, por haver maior dinamização e possibilidade de inte-racção, conseguindo uma relação com o público e provocando sensações a quem vê e toca.

Na gaveta há projectos, que aqui têm condições para serem realizados. Como uma parede deline-ada em forma de estúdio, na qual o espectador pode fazer música. Numa versão mais oriental, com um pé na contemporaneidade, está outro projecto baseado no Livro das Mutações. Um clássico da cultura chinesa, que pode vir a ter a forma dos tempos modernos, com a nova tecnologia a responder às perguntas de cada um. “A ideia é unir a nova tecnologia com o tradicional chinês.”

As ideias não param e o criativo gostava de vê-las em formato real. “Penso que em Macau é possível pôr os pro-jectos em prática. E podemos contar com apoios à criação e financeiros.” João é agora freelancer e tem como objec-tivo, na sua arte, continuar a colaborar com os festivais de arte do território. “Quando eu era adolescente não havia tanto evento. O panorama cultural tem vindo a crescer em qualidade e quantidade.”

ARTE RECICLÁVEL O conceito segue a linha do reaproveitamento de materiais e da reciclagem, até porque tudo começou em regime “low budget”.“O orçamento nunca foi muito

Macau como porto de abrigo para criações artísticas

As ideias estão a instalar-sealto, então optamos pela via da reciclagem. E ficou.”

Ficou e estabeleceu-se na região em jeito de uma loja - a Massala - também ela construída de raiz e com o aproveitar de materiais. Este espaço cresceu, com arte, design e comida orgâ-nica. Numa visita ao projec-to, parece uma loja comum, mas não é. Para além de artigos de vestuário, as paredes têm estantes, onde saltam à vista livros e arte-

AS BOLAS DA PARADAO primeiro projecto já foi realizado. Chamava-se Aug Tree – uma árvore temperamental que altera as suas cores e os seus sons consoante o momento e a maneira como se interage, transmitindo assim as energias e as vibrações do período do dia em que se encontrava. O convite chegou pela organização do evento que marcou o dia da transferência de soberania. O Instituto Cultural apoiou e quis ver o produto final. Tal como todo o trabalho de instalação, que vale no imediato e desmonta-se a seguir, assim aconteceu com as bolas coloridas e sonoras de João Oliveira. Restam fotografias, daquilo que foi uma mostra original e que pretende trazer a arte do Ocidente para o canto de Macau.

sanato, algum reinventado por Débora Costa, a outra proprietária. “Quisemos fazer um pequeno espaço cultural, uma coisa que já se faz muito na Europa e que aqui faltava.”

Para o próximo ano, este empreendedorismo luso promete trazer sessões de curtas-metragens “mais alternativas”, acolher quem tenha arte para mostrar e concertos. “Somos uma casa aberta. Aberta a quem tiver uma ideia ou quem quiser mostrar trabalhos. E aberta como espaço de experimen-tação. Nos concertos, por exemplo, gostávamos de ter aqui artistas que trouxessem algo novo, algo que tenham guardado.”

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12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

Motociclista chinês reclama alterações no GP Motos

Dá para baixar a fasquia?Sérgio [email protected]

NOS últimos anos, foram os pilotos de matriz portu-guesa os únicos a

apresentarem publicamente o seu desagrado pelo rumo tomado pelo automobilismo e motociclismo de Macau. No entanto, do lado os cole-gas de matriz chinesa, a in-satisfação, por vezes contida, tem crescido e com reflexos na imprensa. Em entrevista ao “Jornal Oumun“ antes da época natalícia, Sou Sio Hong, um dos dois últimos resistentes motociclistas de velocidade de Macau, pediu reformas no Grande Prémio de Motos de Macau, admitin-do que a fasquia actual está muito acima da realidade dos “motards” locais. Para ele, dificilmente se voltará a ver os pilotos da casa a alinharem na única corrida de duas rodas do Grande Prémio se nada for feito em contrário.

“A barreira de entrada no Grande Prémio é muito alta”, disse ao jornal diário de maior tiragem do terri-tório. “Antes de tudo tens que ganhar experiência em Macau e uma licença espe-cifica é obrigatória também. Eu sou o último dos ‘David’ no Grande Prémio. Qualquer dia não haverá um represen-tante local de matriz chinesa e isso fará todos rir.” Sou su-geriu para a prova de motos o modelo utilizado na Corrida da Guia, onde os pilotos

que ficam de fora da “regra dos 107%” na qualificação são, na maioria dos casos, repescados e autorizados a participar nas corridas.

O fim da prova para mo-tos com 600 cc (centímetros cúbicos de cilindrada) levou pilotos da RAEM como Ip Weng Keong e Leong Iok Choi a abrir mão da parti-cipação no Grande Prémio

do território. O português João Fernandes dizia ao Hoje Macau, antes da edição 2011, que poderia vir a seguir pelo mesmo caminho, se as condições de participação no evento não se alterarem. O único “motard” de etnia chinesa inscrito na 45ª edição da prova, que alinhou este ano aos comandos de uma Honda CBR 1000RR e não

se qualificou para a corrida de domingo, está em perfeita sintonia com os seus “colegas de profissão” e reclama que “um degrau é necessário” para se chegar ao nível do Grande Prémio de Macau.

“Todos aqueles que vi-vem no mundo do motoci-clismo de Macau querem que a Comissão do Grande Prémio de Macau instaure

uma corrida de nível nacio-nal e regional do tipo 600cc (Supersport), uma taça de iniciados ou até (recupe-rar) a corrida das Scooters, permitindo assim que os da terra tenham uma hipótese de participar num evento internacional como Macau.” Mas a esperança é a última a morrer e Sou lá vai dizendo “quem sabe se a 60ª edição

do Grande Prémio de Macau não nos traz uma surpresa”.

O LUGAR DE TRIMBYApós três dezenas de anos em que o inglês Mike Trimby foi co-coordenador do Grande Prémio de Motos de Macau, em 2012 a prova terá outro timoneiro. O ex-corredor, que não fala mais sobre este assunto à imprensa, emitiu no passado mês de Novembro um comunicado onde dizia que “não quer estar envolvido (na prova) depois de 2011”, alegando como motivo, entre outras coisas, “o aumento das responsabilidades na minha posição como CEO da IRTA, envolvendo-me anualmente em 18 Grande Prémios do Campeonato Mundial”.

A identidade de quem ocupará o lugar de Trimby é ainda desconhecida, apesar de haver nomes falados. Po-rém, Daniel Tam Ka Keong, membro da Subcomissão Desportiva do Grande Prémio de Macau, disse ao canal tele-visivo de Hong Kong “NOW TV”, que a federação chinesa de motociclismo, a CMSA (na sigla inglesa) figurava como favorita.

Apesar da sua reduzida dimensão internacional, a CMSA, que co-organiza o Campeonato da China de Superbikes em conjunto com o Circuito Internacional de Zhuhai, tem representantes no Conselho de Directores da Federação Internacional de Motociclismo da Ásia, assim como na Comissão de Velocidade da mesma.

Marco [email protected]

A cidade chinesa de Hefei acolhe em Outubro do próximo ano a

14ª edição do Campeonato Asiático de Hóquei em Patins, num evento que marca o regresso da principal competição continental da modali-dade à República Popular da China, dois anos depois de Dalian ter acolhi-do a derradeira edição do certame.

A candidatura de Hefei acaba por ser uma solução de último recurso para os responsáveis pela Confederação Asiática de Patina-gem. Confrontados com a inexis-tência de propostas concretas para a organização do evento, os respon-sáveis pela presidência chinesa do organismo viram-se obrigados a tomar em mãos a responsabilidade

HEFEI ACOLHE CAMPEONATO ASIÁTICO DE HÓQUEI EM PATINS

A solução de recursode organizar novamente o torneio.

Para a selecção de hóquei pa-tinado do território, o Asiático de Hefei pode pautar um encontro com a história. Os tetracampeões asiáticos vão competir na capital da província continental de Anhui com os olhos postos não apenas na revalidação do título alcançado há dois anos em Dalian, mas sobre-tudo na conquista de um inédito quinto galardão consecutivo.

O Campeonato Asiático de Hó-quei em Patins é, ainda assim, apenas uma das provas em que a formação orientada por Alberto Lisboa vai es-

tar envolvida em 2012 e pode mesmo nem ser a mais significativa. Um mês antes de disputar o principal certame continental da modalidade, o cinco do território ruma à América do Sul e ao Uruguai para competir na 15ª edição do Campeonato do Mundo do escalão B, uma prova que teve Macau como território anfitrião por três ocasiões.

Não é só para os tetracampões asiáticos de hóquei em patins que o ano de 2012 se afigura como um ano de desafios de monta. Um mês após a realização do Campeonato Asiático, a selecção feminina deve

rumar ao Brasil para disputar o Mundial da categoria. As aspirações das atletas do território são modestas, mas o certame brasileiro pode vir a ter uma importância fulcral para o futuro do hóquei patinado a nível planetário. À margem do evento, o Brasil acolhe também as eleições para os corpos gerentes da Federação Internacional de Roller Sports e o acto eleitoral pode pautar uma mudança de rumo nas políticas de divulgação da modalidade caso paute o fim do consulado do italiano Sabatino Aracu à frente do organismo.

À imagem do que sucedeu nas

últimas eleições, o presidente da Associação de Patinagem de Macau deverá voltar a integrar uma das listas candidatas ao escrutínio. A candidatura a que António Aguiar poderá estar vinculado poderá ser liderada por um português e de-verá ter por principal pressuposto a recuperação do prestígio perdido pela modalidade ao longo da últi-ma década. “É óbvio que com um português à frente dos destinos da Federação Internacional de Roller Sports poderíamos esperar uma outra postura face ao futuro da mo-dalidade. No mínimo, poderíamos esperar um regresso ao caminho de que nos desviámos há dez anos. Durante a última década, o hóquei em patins regrediu e perdeu prati-cantes”, reconhece o presidente da Associação de Patinagem de Macau.

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TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO18:30 That 70\’s Show (Que Loucura de Família)19:00 Olha Macau ( Repetição )19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Castle22:00 Passione23:00 TDM News23:45 Herman 201100:20 Reportagem Sic01:01 Telejornal (Repetição)01:30 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Especial Saúde15:00 Grandes Livros II15:40 Nativos Digitais16:00 Bom Dia Portugal17:00 Fado Maior17:05 O Elo Mais Fraco18:00 Resistirei18:45 Vida Animal em Portugal e no Mundo19:20 Correspondentes19:15 Tempo Final20:00 Jornal Da Tarde 21:20 O Preço Certo22:15 Com Ciência22:45 Portugal no Coração

ESPN 3013:00 Bupa Great South Run13:30 Euro Asia Allstars Cup 2011 Day 116:30 2011 Bridegepoint Education Holiday Bowl California vs. Texas19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 2011 Remax World Long Drive Championship 21:30 Bupa Great South Run 22:00 Sportscenter Asia 22:30 AFC Asian Cup 2011 Quarterfinal Iran vs. Korea Republic

STAR SPORTS 3113:00 Hyundai Hopman Cup Xxiii USA vs. Great Britain15:30 HSBC Sevens World Series 2011/12-Highlights 16:00 Laureus Spirit Of Sport 16:30 FIA F1 World Championship Highlights 2011 Italian Grand Prix 18:00 FA Classics FA Cup 2001/02 Final Arsenal vs. Chelsea19:00 HSBC Sevens World Series 2011/12-Highlights 19:30 Achilles Formula Drift Indonesia 2011 21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Global Football 2011 22:30 Game - Christmas Special 23:00 FIA F1 World Championship Highlights 2011 Singapore Grand Prix

STAR MOVIES 4011:55 My Life In Ruins 13:35 Flatliners 15:35 Anaconda 17:10 The A-Team19:15 Tangled 21:00 Dear John 22:55 Date Night 00:30 The A-Team

HBO 4112:00 The Book Of Eli13:55 True Blood14:50 Celine Through The Eyes Of The World16:55 Ice Castles18:30 Armored20:00 The Social Network22:00 Kick-Ass23:50 True Blood00:45 The Back-Up Plan

CINEMAX 4211:45 Inglourious Basterds14:15 The Last Boyscout 16:00 Earth Vs. The Flying Saucers17:30 20 Million Miles To Earth19:00 Ninja Iii The Domination20:30 Snow Beast22:00 Funny People00:05 Blown Away

[f]utilidadesQUINTA-FEIRA 29.12.2011www.hojemacau.com.mo

13

[Tele]visão

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Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Relativo ao gelo ou às geleiras. 2-Tornassem oco. Doutor (abrev.). 3-Arsénio (s.q.). Amerício (s.q.). Cintura. 4-Duas consoantes. Soluço. Conceda abono. 5-Filó. Negação (Pref.). 6-Nome que os Muçulmanos dão ao seu Deus. Mulher solteira já de certa idade. 7 (Rom.). 7-Deus-Sol, no antigo Egipto. Habitante de praia ou praias (Bras.). 8-Demo, diabrete. Escândio (s.q.). Pertences. 9-Nome de mulher. Senhor (abrev.). Duas vogais. 10-Oferece. O m. q. ocelado. 11-Convocareis.

VERTICAIS: 1-Provido de albarda. 2-Tecido fino. Peça de vestuário, que se veste por cima do sapato e das calças, para proteger do frio. 3-Cheiro desagradável (Bras.). Bário (s.q.). Autores (abrev.). 4-Juntai. Estado da Paraíba, Brasil (abrev.). Surpresa (Interj.). 5-Vogal (pl.). Pessoa metediça, intrometida (Bras.). 6-Protecção (Fig.). Ena!. Aguardente. 7-Acabais. Entre eles. 8-Prefixo de negação. Nome de letra. Ressoar. 9-Cobalto (s.q.). Sexto. Soma, une. 10-Aspecto fisionómico, garbo. Duas vogais. 11-Designação genérica dos compostos de arsénio em que este elemento entra com a menor valência.

HORIZONTAIS: 1-GLACIARIO. A. 2-OCASSEM. DR. 3-A. AS. COS. 4-LP. AI. ABONE. 5-BOBINETE. AN. 6-ALA. TIA. VII. 7-RA. PRAIEIRO. 8-DIABO. SC. ES. 9-ANA. SR. OA. O. 10-DA. OCULADO. 11-O. CHAMAREIS.VERTICAIS: 1-G. ALBARDADO. 2-LO. POLAINA. 3-ACA. BA. AA. C. 4-CASAI. PB. OH. 5-IS. INTROSCA. 6-ASA. EIA. RUM. 7-REMATAIS. LA. ECOAR. 9-O. CO. VI. ADE. 10-DONAIRE. OI. ARSENIOSO. S.

[ ] CinemaCineteatro | PUB

SALA 1THE TWILIGHT SAGABREAKING DAWN PART1[C]Um filme de: Bill CondonCom: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner13.45, 17.45, 21.45, 00.00

ALVIN AND THE CHIPMUNKS [A](Falado em Cantonese)Um filme de: Mike MitchellCom: Jason Lee, Jenny Slate16.00, 20.00

SALA 2SHERLOCK HOLMESA GAME OF SHADOWS [B]SRD DOBLY SURROUND SOUND SYDTEMUm filme de: Guy Ritche

Com: Robert Downey Jr., Jude Law, Noomi Rapace13.30, 21.45, 00.00

HAPPY FEET 2 [A](Falado em Cantonese)Um filme de: George Miller

SALA 3MISSION: IMPOSSIBLE GHOST PROTOCOL [C]Um filme de: Brad BirdCom: Tom Cruise, Jeremy Renner, Simon Pegg16.15, 18.45, 21.15, 23:45

ALVIN AND THE CHIPMUNKS [A](Falado em Cantonese)Um filme de: Mike MitchellCom: Jason Lee, Jenny Slate14.30

OS COCÓSDOS BÓBIS Há cada vez mais humanos em Macau. Cães e gatos também. Tenho observado a abertura de novas lojas de animais e salões de beleza para bichos de estimação um pouco por toda a parte. Ao que parece, o nível de vida de bóis e tarecos está a subir também. No entanto, quase não se vê casas de banho para cães nas ruas de Macau, o que é especialmente grave se tivermos em conta que esse porcalhões, ao contrário de nós gatos, preferem fazer as suas necessidades em público do que em casa numa caixa de areia apropriada. Por isso, obrigam os pobres dos donos a darem “passeios nocturnos” para que depositem os seus cocós na via pública. Felizmente, os donos costumam limpar depois as prendas com água ou folhas de jornal. Por mim, fico contente por ver que a maior parte dos donos tem a decência de tentar manter o ambiente comunitário livre dos dejectos dos seus amigos. Mas não consigo imaginar uma razão para que o município não proporcione mais casas de banho para eles.Está a tornar-se cada vez mais comum ter um cão em Macau (ainda que não perceba bem porquê, uma vez que as pessoas que querem um bicho de estimação podiam com a mesma facilidade conseguir um gato, mas adiante...). Tem graça que as pessoas em Macau estejam tão preocupadas com a sua qualidade de vida e, ao mesmo tempo, pareçam incluir nessa “qualidade” o terem de andar a recolher os cocós fedorentos dos seus canídeos.Os humanos costumam ter os cães como seus amigos e alguns até são tratados como se fossem parentes (sorte a deles). Gostaria, já agora, de ver a mesma atitude da parte do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), que em vez disso, continua a “defecar” para os cocós dos bobis. Alô, senhores do IACM, Macau precisa de casas de banho para cães!Mais uma sugestão: nalguns países desenvolvidos da Europa, os donos dos cães têm à sua disposição sacos de plástico especiais para o efeito de recolher os cocós, para não terem andar à procura de jornais velhos antes de saírem de casa para os seus “passeios nocturnos”. Assim, se não for possível fazer casas de banho para cães, existe ainda essa alternativa.

Pu-Yi

A TRAGÉDIA DO EURO • Philipp BagusCom este livro, o autor explica que o Euro não é o que os seusarquitetos esperavam, tendo-se transformado numa moeda sujeita a interesses políticos e, portanto, destinada ao fracasso. Indo mais longe, Bagus defende que o que está em causa é todo o projeto da União Europeia, pois a visão socialista que tem vigorado, e à qual o autor se opõe, atropela a autonomia das nações e o seu desenvolvimento. Desmontando os mecanismos precários que sustentam um sistema que apelida de insusten-tável, A Tragédia do Euro constitui uma análise económica rigorosa, repleta de detalhes empíricos, oferecendo um retrato nítido, e por vezes cru, do surgimento desta moeda. Para econo-mistas, para políticos ou para leigos, esta é uma leitura essencial que ajuda a compreender como o sistema bancário internacional opera e porque é tão instável.

O FADO ILUSTRADO • Jorge Miguel“Estamos ao virar do século XIX. A Europa está assolada por uma vaga de atentados reivindicados pelos anarquistas. Em Portugal, a Carbonária, uma fração terrorista, já se instalou e pretende derrubar o regime monárquico… Até aqui, a cera tem estado em mãos brutas, banais, toscas, reles, rotineiras … É necessário pô-la em mãos de artistas, nas nossas. Vamos fazer disto!” - Banda desenhada

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car toon por Steff O FUNERAL

da es t re laCarlos M. Cordeiro

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Nuno G. Pereira; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Carlos Picassinos; Hugo Pinto; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros; Vanessa Amaro Colunistas Arnaldo Gonçalves; Carlos M. Cordeiro; Boi Luxo; Correia Marques; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Á muitos anos, na década de 1980, passei por Macau e impressionei--me com um facto. Numa cidade

onde o dinheiro dos casinos imperava dando início a um novo ciclo de progresso e desenvol-vimento, existia um dos locais mais visitados pelos amigos da noite. No Tap Seac, junto ao Hotel Estoril, uma discoteca proporcionava música, copos e mulheres até o sol raiar. Em frente à porta da discoteca, onde estacionavam os carros mais luxuosos da época, situavam--se umas escadas que davam acesso à artéria posicionada numa cota superior. Por baixo das escadas o facto surpresa, anormal, chocante. Dormia, melhor, vivia ali um homem rodeado de jornais velhos e de uma sarapilheira. O frio e a humidade de Dezembro não o preocupavam porque em cada noite deviam oferecer-lhe mais de duas dúzias de cervejas. Perguntei a razão de tal desiderato. “Era muito rico, faliu no casino, a família abandonou-o e vive aí das nossas esmolas... mas é caso único!”

Esta semana, ao visitar Lisboa, lembrei--me de Macau, da discoteca do Tap Seac, das escadas e do sem-abrigo chinês. Passei pelo Campo dos Mártires da Pátria e ainda estava lá um dos mártires. Debaixo de um alpendre, deitado sobre resmas de papelão, embrulhado em cobertores e jornais à volta do pescoço, saía fumo de cigarro daquele amontoado de sobras aquecedoras de uma falsa vivência. Era um sem-abrigo.

Mais à frente, sob as luxuosas salas pombalinas dos ministérios governamen-tais, em plenas arcadas do Terreiro do Paço, qual atracção turística, deparei com um ser humano enrolado em roupa velha, com os seus papelões de antigas encomendas oriundas sabe-se lá de que país exportador e com eles construiu uma espécie de caixote que o abrigava do frio. Era um sem-abrigo.

Ao percorrer a Avenida da Liberdade, um, dois, três homens deitados sobre a mármore das entradas de certos edifícios ou de lojas que encerram o luxo da moda promovida nas revistas da especialidade, ali dormiam por terem ficado desempregados, enveredado pelo consumo das drogas, pela mendicidade e até pelo simples acto de ajudar a arrumar um carro. Eram mais três sem-abrigo.

Na Praça do Duque de Saldanha, sim aque-le que está a indicar aos lisboetas o caminho mais rápido para o trabalho, o Saldanha neto do Marquês de Pombal que se chamava João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun, o mesmo que os

Com os sem-abrigo não há novo ano No Tap Seac, junto ao Hotel

Estoril, uma discoteca proporcionava música, copos e mulheres até o sol raiar. Em frente à porta da discoteca, onde estacionavam os carros mais luxuosos da época, situavam-se umas escadas que davam acesso à artéria posicionada numa cota superior. Por baixo das escadas o facto surpresa, anormal, chocante. Dormia, melhor, vivia ali um homem rodeado de jornais velhos e de uma sarapilheira.

milhares de automobilistas que por ali passam não fazem a mínima ideia que foi marechal do exército e quatro vezes primeiro-ministro, o mesmo que do alto do seu pedestal observa quantos portugueses desgraçadamente aban-donados dormem nas ruas de um país qua ainda não encontrou o rumo necessário para pôr termo a uma das maiores lacunas sociais.

Em plena quadra de bons desejos, bons votos e boas festas, num tempo em que o egoísmo dos que mais podem despreza os que mais precisam, enquanto tivermos sem-abrigo ao nosso lado, não poderemos festejar esta quadra de paz, de amizade e de solidariedade entre os homens. Festejar sim, quando o novo ano nos traga uma cama para todos os sem-abrigo.

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PASSAGEM AÉREA APROVADA NO COTAI O Governo aprovou a construção da primeira passagem aérea para peões, que vai ligar dois casinos/resorts no Cotai. Segundo a revista Macau Business, uma fonte da Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) avançou que a licença para a construção da ligação pedonal entre o Sands Cotai Central e o Venetian está dada e prevê que início às obras já em 2012. O projecto apresentado pela Sands China Ltd – proprietária de ambos os espaços – foi submetido pela companhia, como refere a revista. A passagem aérea, com acesso directo à rua de ambos os lados, estará equipada com elevadores, escadaria normal, escadas rolantes e ar condicionado.

BRASIL COMO QUINTA MAIOR ECONOMIADO MUNDO O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o Brasil deverá alcançar o posto de quinto maior e economia do mundo antes de 2015, prazo previsto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). “O FMI prevê que o Brasil será a quinta economia em 2015, mas acredito que isso ocorrerá antes”, declarou o ministro à comunicação social, assinalando que a velocidade de crescimento do Brasil é, hoje, o dobro da registada na Europa. “É inexorável que nós passemos a França e no futuro, quem sabe, a Alemanha, se ela não tiver um desempenho melhor”, disse Mantega, citado pelo jornal O Estado de São Paulo.

BOMBA MATA TRÊS SOLDADOS DA NATOTrês militares que integravam a força da NATO no Afeganistão morreram na sequência da explosão de uma bomba de fabrico artesanal, junto a uma estrada no leste do país. “Três elementos que estavam ao serviço da Força Internacional de Assistência e Segurança morreram na sequência de um ataque com um explosivo improvisado no leste do Afeganistão”, informou a força da NATO no Afeganistão (ISAF) em comunicado. A nacionalidade dos soldados mortos não foi ainda divulgada, nem mais pormenores acerca do incidente, que ocorreu na terça-feira.

TRASEIRO PARA EVITAR ROUBO DE CARROSInvestigadores japoneses do Instituto Avançado de Tecnologia Industrial estão a desenvolver um sistema que evita o roubo de veículos através do reconhecimento do traseiro do condutor habitual. De acordo com o jornal espanhol La Vanguardia, o invento identifica a pessoa que se senta no banco do condutor, que está dotado de 360 sensores, ligados a um computador. Com esses dados, constrói um mapa do traseiro do indivíduo em causa. Se o mapa não coincidir com o padrão do condutor habitual, o computador accionará um alarme. Este dispositivo analisa a forma das nádegas do condutor e a pressão que exerce sobre o banco. Os inventores do novo sistema querem colocá-lo à venda dentro de poucos anos e garantem que o grau de fiabilidade é de 98%.

CHIMPANZÉ DE TARZAN MORRE AOS 80 ANOSA mais famosa chimpanzé de sempre morreu na véspera do dia de Natal. Com 80 anos, Chita, a inseparável companheira de Tarzan nos filmes deste herói da selva, vivia numa reserva florestal da Florida, nos Estados Unidos. Chita viveu o dobro da expectativa de vida normal de um chimpanzé em cativeiro. A reserva Suncoast Primate Sanctuary informou que o animal morreu devido a problemas renais. Entre outros filmes, a chimpanzé participou em “Homem Macaco”, de 1932, e em “Tarzan e sua Companheira”, de 1934. Clássicos que relatam as aventuras do homem criado na selva, protagonizados por Johnny Weissmuller e Maureen O’Sullivan. A directora assistente da reserva, que tomava conta de Chita, contou que a chimpanzé era extrovertida, gostava de futebol, pintar e de fazer as pessoas rir.

Virginia [email protected]

OS problemas ambientais não conhecem fronteiras. Partindo desse princípio, um grupo de especialis-

tas de Hong Kong e Macau, convi-dado para a palestra “Aspectos da Consciência Ambiental”, defendeu que a base jurídica era o ponto de apoio para políticas bem sucedidas de promoção da defesa do ambien-te, pelo que era essencial reciclar a moldura legal para a protecção ambiental.

Convidados pelo Centro de Pesquisa de Opinião Pública de Macau e pela Fundação Macau para a palestra, vários académicos das duas Regiões Administrativas Es-peciais chinesas fizeram um ponto da situação e definiram estratégias de abordagem para as questões do ambiente. Ho Kin Chung, director científico da Universidade de São José, apresentou alguns casos de Hong Kong e sublinhou a ausência de fronteiras quando se trata de problemas ambientais.

Actualmente, a lei de protecção ambiental está a ficar desajustada do desenvolvimento da sociedade, pelo que é necessário rever e voltar

Reciclagem legislativa para a protecção ambiental

Problema sem fronteiras

a legislar a promoção da defesa do ambiente, defendeu Jiang Yi Wa, docente da Faculdade de Direito da Universidade de Macau (UM). O Governo deveria clarificar a dis-tribuição de responsabilidades nos trabalhos de protecção ambiental, entre sociedade, particulares, or-ganizações e o próprio Governo. Além disso, afirmou a responsável, é necessário clarificar quem é o líder e reforçar o conhecimento de toda a sociedade sobre protecção do ambiente, popularizando a preocu-pação mútua pela defesa ambiental, prestando o apoio necessário e coordenação das políticas.

Para o professor Kenneth Wong, do Departamento de Geografia da

Universidade Baptista de Hong Kong, a população de Macau está ainda numa fase muito embrionária da consciência para a protecção ambiental, pelo que o Governo, os proprietários e os indivíduos em geral deveriam reflectir pro-fundamente sobre as tendências de desenvolvimento na cidade a longo prazo. Isto para estabelecer um modelo de desenvolvimento conjunto e, gradualmente, tornar Macau uma cidade habitável e sustentavelmente desenvolvida. O Governo não deve descurar promoção e educação dos valores ecológicos entre as gerações mais jovens, nem a introdução de conhe-cimentos relevantes na sociedade.