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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ TERÇA-FEIRA 2 DE ABRIL DE 2013 ANO XII Nº 2822 PUB PUB FUTEBOL Monte Carlo mantém liderança PÁGINA 16 CHINA 390 novos museus num só ano CENTRAIS PUB VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) Ter para ler MOP$10 TROVOADAS MIN 19 MAX 23 HUM 80-98% EURO 10.0 BAHT 0.2 YUAN 1.2 ONU GOVERNO DA RAEM RESPONDE AO COMITÉ DOS DIREITOS HUMANOS PÁGINA 2 IMOBILIÁRIO China cria medidas contra especulação Exemplo a seguir COUTINHO PROMETE VOLTAR AO ATAQUE OUTONO VERMELHO PÁGINA 4 LEI SINDICAL Ao contrário de Macau, onde impera a lei da selva, Pequim e Xangai decidiram tomar medidas muito concretas contra a especulação imobiliária. Que passam pelo aumento dos impostos na venda, entre outras. Ali ao lado, existe preocupação pela harmonia social. Aqui a solução é imigrar para Zhuhai. O que muitos se preparam para fazer: três mil residentes já se interessaram por um projecto que está a ser construído na Ilha da Montanha. PÁGINAS 5 E 8

Hoje Macau 3 ABR 2013 #2822

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2822 de 3 de Abril de 2013

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Page 1: Hoje Macau 3 ABR 2013  #2822

AgênciA comerciAl Pico • 28721006 D irector carlos morais josé • terça-feira 2 de abril de 2013 • Ano Xi i • nº 2822

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Futebol

Monte Carlo mantém liderança

Página 16

China

390 novos museus num só ano

Centrais

pub

Venham mais cinco (séculos)

Ter para lermop$10

trovoadas min 19 max 23 hum 80-98% • euro 10.0 baht 0.2 yuan 1.2

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governo da raem resPondeao Comité dos direitos humanos

Página 2

imobiliário china cria medidas contra especulação

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lei sindiCal

Ao contrário de Macau, onde impera a lei da selva, Pequim e Xangai decidiram tomar medidas muito concretas contra a especulação imobiliária. Que passam pelo aumento dos impostos na venda, entre outras. Ali ao lado, existe preocupação pela harmonia social. Aqui a solução é imigrar para Zhuhai. O que muitos se preparam para fazer:três mil residentesjá se interessarampor um projecto queestá a ser construído na Ilha da Montanha.

Páginas 5 e 8

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terça-feira 2.4.2013política2 www.hojemacau.com.mo

1 – Fraco conhecimento das disposições da Convenção dos Direitos Civis e Políticos tanto nos sistemas legais, como judiciários e entre o público em geral.

2 – Atribuir ao Governo Central o poder de interpretação da Lei Básica pode enfraquecer e minar a aplicação da lei e a indepen-dência judiciária.

3 – Todos os cidadãos têm direito a voto, de acordo com a Lei Bá-sica, e o Comité lamenta que Macau não tenha intenção de aplicar o sufrágio universal, nem, pelo menos, de publicar um calendário para esse efeito.

4 – A diferença salarial entre homens e mulheres continua a ser preocupante, sobretudo no sector privado.

5 – A magnitude dos casos de violência doméstica permanece pouco clara e é lamentável a falta de legislação sobre este caso, bem como os casos de assédio sexual.

6 – É lamentável a falta de informação acerca do mandato do om-budsman [provedor de justiça] e a sua capacidade para investigar queixas individuais. O facto do comissário do Comissariado Contra a Corrupção ser apontado pelo Chefe do Executivo também pode afectar a independência do organismo .

7 – Preocupa a persistência de casos de tráfico humano em Macau, bem como o baixo número de casos que chegam às autoridades e o baixo número de condenações nesse âmbito .

8 – Macau continua com recursos humanos insuficientes nos tribu-nais e com atrasos nos procedimentos judiciais . O Comité entende que se deveria ponderar a descriminalização do crime de difamação.

9 – As medidas tomadas contra jornalistas são preocupantes e afectam a liberdade de expressão, especialmente os casos de censura e a aplicação da lei de Segurança Interna, impedindo jornalistas de Hong Kong de entrar no território

10 – A situação dos trabalhadores não-residentes – como a falta de contratos, as taxas que estes pagam às agências e os baixos salários – preocupa o Comité.

1 – O Governo da RAEM irá continuar a promover medidas de defesa dos direitos humanos, em cum-primento das disposições do Pacto, dando concretização ao espírito promovido pelo Pacto.

2 – A Lei Básica é uma Lei Nacional promulgada pela Assembleia Popular Nacional e o poder de inter-pretação apenas pertence ao Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional. Mas, garante Macau, o exercício de tal poder não prejudica de modo algum a independência judicial, nem o princípio da lega-lidade ou o alto grau de autonomia da RAEM .

3 – O Regime Eleitoral da RAEM deve ser definido conforme a Lei Básica e a Decisão do Comité Perma-nente da Assembleia Popular Nacional de 2012. Actualmente, o Regime Eleitoral da RAEM corresponde à situação concreta da Região e não está em contrariedade com as disposições do Pacto aplicáveis à RAEM.

4 – O Governo nada diz sobre este facto.

5 – O Governo engoliu em seco e corou de vergonha, por se refugiar na “tradição chinesa (?)”

6 – Macau considera desnecessário criar-se um órgão independente no âmbito dos direitos humanos, porque a RAEM goza de poder judicial independente e os direitos estão “totalmente salvaguardados”. A revisão da lei orgânica do Comissariado contra a Corrupção reforçou a sua função na protecção dos direi-tos, liberdades, garantias e interesses legítimos das pessoas. “O Chefe do Executivo, enquanto dirigente máximo da RAEM, representa a RAEM, pelo que a nomeação do Comissário contra a Corrupção pelo Chefe do Executivo não afecta a independência do Comissariado contra a Corrupção.”

7 – Tendo a RAEM um sistema judicial cabal e independente, caso as pessoas considerem violados os seus direitos fundamentais, podem interpor acção judicial invocando directamente as disposições cons-tantes do Pacto; em caso de insuficiência económica, podem requerer o apoio judiciário para que possam, através da via judicial, obter ou defender os seus direitos e interesses legalmente protegidos. Existem organizações de apoio às vítimas de tráfico humano.

8 – Quanto ao funcionamento dos tribunais o Governo não responde. Quanto ao crime de difamação e à recomendação do Comité para ponderar a descriminalização, o Governo da RAEM considera que a lei deve proteger os diversos direitos e, sendo o direito à honra um direito pessoal importante, a lei penal deve prevenir violações à honra e aplicar aos infractores as sanções correspondentes.

9 – Os jornalistas gozam plenamente em Macau da liberdade de imprensa e de reportagem, podendo entrar e sair livremente de Macau. A proibição legal de entrada da pessoa em causa não se deve à sua identidade de jornalista, mas ao entendimento das autoridades de segurança pública de que, como indiví-duo, pode afectar a segurança. O sector dos média em Macau tem conhecido um grande crescimento da sua actividade, quer em termos de quantidade dos média, quer em termos de discussão de questões sobre a política, a economia, a sociedade e a vida das pessoas, entre outras áreas.

10 – O contrato de trabalho celebrado com trabalhador não residente está sujeito a forma escrita.

O Comité dos Direitos Humanos da Organi-

zação das Nações Unidas (ONU) admite estar satis-feito com a possibilidade de diálogo entre a delegação de Macau e a organização, mas ainda assim aponta o dedo ao território no que à aplicação da Convenção dos Direitos Civis e Políticos diz respeito.

O relatório, analisado pelo Hoje Macau, também salienta alguns aspectos positivos da RAEM. Estes passam, por exemplo, pela aplicação da lei que reconhe-ce o estatuto de refugiado e a lei que combate o tráfico humano. A adopção de protocolos internacionais opcionais também caiu bem entre o Comité, como foi o caso da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, entre outros.

Macau esteve em Gene-

ONU Macau no Comité de Direitos HumanosO QUE ELES DIzEM O QUE RESPONDE O GOvERNO

ONU apresenta recomendações a Macau, que rejeita algumas

Um ano para melhorardireitos destes, ao viverem juntos, devem ser iguais aos casais de sexo diferente que habitam na mesma casa.

- Deve ser assegurado o ensino do chinês como segunda língua a minorias étnicas e não-chineses. Por outro lado, as minorias étni-cas estão subrepresentadas nos graus de educação mais elevados.

- O Comité está preocu-pado com a discriminação e exploração de trabalhadores migrantes

- O Comité está preo-cupado com a utilização de força excessiva pelas autoridades e pelo uso de gás-pimenta. Deve ser cria-do um órgão independente para investigar as queixas relacionadas com isto, ao invés de ser permitido que seja a própria polícia a tratar do assunto.

bra entre os dias 18 e 19 do mês passado para defender o primeiro relatório após a transferência de soberania. Relatório que, lamenta a ONU, chegou atrasado.

Dentro de um ano, Ma-cau deverá fornecer infor-mação sobre a aplicação das recomendações, mas a próxima revisão do Comité só deverá ser feita em 2018.

Ontem, o deputado José Pereira Coutinho apresentou um projecto de lei de divul-gação pública dos tratados dos direitos humanos e das convenções sobre o direito do trabalho. Trata-se, diz, de responsabilizar o Governo

pela divulgação em escolas e universidades do que dizem estes tratados e convenções.

HONg KONg “espaNCaDO” Ao mesmo tempo que Ma-cau, a ONU lançou ainda as recomendações para Hong Kong. Em muitos pontos semelhante à RAEM, a re-gião vizinha recebe alertas do Comité que se encaixam noutros âmbitos. veja o resu-mo feito pelo Hoje Macau.

- Hong Kong deveria ter uma legislação que elimi-nasse qualquer defesa para o crime de tortura.

- Do mesmo modo, deve-

ria considerar impossível a extradição de qualquer indi-víduo quando este se arrisca a ser torturado, condenado à morte ou a prisão perpétua.

- O uso de videovigi-lância deve ser esclarecido junto do público e o uso da força pela polícia tem-se revelado, em muitos casos, desproporcional.

- Deterioração da liber-dade de imprensa e da liber-dade académica, incluindo prisões, agressões e assédio a jornalistas e académicos.

- Deve ser revista a legislação, de forma a que não sejam discriminadas as pessoas com deficiência,

impedindo-os, por exemplo, de votar.

- Devem ser feitas leis que proíbam a discriminação baseada no género e contra homossexuais e que os

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3políticaterça-feira 2.4.2013 www.hojemacau.com.mo

frases mortais

Rita Marques [email protected]

Com a mesma rapidez com que deu entrada a 20 de março na Assembleia Legislativa (AL), a pro-

posta de lei sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo, produzida pelo deputado Pereira Coutinho, foi reprovada pelos seus colegas uma semana depois. Na última quinta-feira, teve apenas um voto a favor do seu autor, três abstenções (de Paul Chan Wai Chi, Ng Kuok Cheong e Lam Heong Sang) e 17 votos contra. “Foi falta de coragem para uma questão tabu. Não houve coragem em afirmar no hemiciclo as ideias e os sentimentos internos. Serviu de teste para avaliar a co-ragem dos deputados em matéria de defesa de minorias”, defende o deputado, que se surpreendeu com a tomada de posição dos deputados democratas.

“Tudo levava a entender que os democratas me apoiariam neste projecto. Inclusivamente, na discussão na generalidade do projecto elaborado por mim, os democratas intervieram em meu favor demonstrando de alguma forma o apoio ao projecto mas depois, não sei, deve ter sido pro-blema ao carregar os botões. Só houve um a favor. As abstenções não me satisfizeram porque mos-traram falta de coragem.”

Chao PassoMaioR que a PeRnaJá Jason Chao, fundador do Grupo de Respeito pelos Direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), não se mostrou de-siludido com a abstenção e veto dos seus colegas da Associação Novo macau. “Soube da decla-ração do Ng Kuok Cheong, que estaria inclinado inicialmente a votar a favor mas depois soube que o Coutinho conduziu um inquérito a 500 pessoas e por isso achou que a consulta pública não foi extensa o suficiente”, explicou, sem dar conta de desentendimentos internos. Aliás, assume, este foi um passo (legislativo) maior do que a perna. “olhando para tudo de uma perspectiva mais ampla, houve o [primeiro] movimento gay em Dezembro passado e em meio ano

União civil homossexual Pereira Coutinho acusa deputados de “falta de coragem”

Da aL nem bom vento nem bom casamento

• Lam Heong Sang

“o diploma seria um passo para a extinção humana.”

• Kwan TSui Hang

“Qual a diferença entre união civil e o casamento? as pessoas poderiam

usar esta oportunidade para lutar por este objectivo, sendo depois união

civil e casamento aprovados.”

• meLinda CHan

“não representa a sociedade como um todo, apenas alguns indivíduos.”

• Fong CHi Keong

“a homossexualidade não é consentida há mais de 1000 anos.”

• LeoneL aLveS

“Seríamos a primeira região asiática a ter uma lei assim.”

• ng KuoK CHeong

“a união civil entre pessoas de mesmo sexo pode levar ao casamento

entre homossexuais, o que tem impacto no casamento dito ‘tradicional’.

apoio a orientação da proposta (ou seja, a protecção de direitos

iguais) mas estou contra o impacto da legislação no sistema actual do

casamento.”

• PauL CHan wai CHi

“não podemos ignorar os homossexuais porque existem desde

civilizações antigas. Temos de respeitar o homossexual mas quando

envolve a legislação temos de a considerar mais seriamente”

• au Kam San

não estava na assembleia Legislativa por isso não votou. “Talvez não seja

a altura ideal para fazer a lei”, disse ao Hoje macau.

tivemos um diploma a dar entrada na Assembleia Legislativa para a união civil. É um passo muito rápido, não houve tempo para que a sociedade compreende-se ampla-mente o conteúdo de estudos de géneros e de que formas devemos incluir pessoas com orientações sexuais diferentes”, avaliou Jason Chao, futuro candidato a um as-sento na Assembleia Legislativa.

A prioridade é a “educação das pessoas”, no entanto, ressalva, qualquer proposta de lei ou esforço legislativo que promova a igual-dade de direitos dos LGBT é bem recebida. A mesma constatação é feita por Pereira Coutinho. “A educação ainda é muito precoce. E temos de trabalhar mais para que os jovens tenham uma consciência nítida e compreensiva sobre a edu-cação sexual. E isso tem a ver com a liberdade individual de opção

sexual e não discriminação porque macau por um lado pretende ser uma cidade internacional aberta mas, por outro lado, constringe-se em direitos humanos.”

ConsuLta PúbLiCa PeLa aLPor essa razão, Jason Chao pro-mete não ficar de braços cruzados. o grupo que lidera vai lutar por mais, respeitando em certa parte as declarações dos deputados que vetaram o projecto-lei. “Ainda não finalizámos um plano mas prova-velmente na próxima semana ou dentro deste mês vamos fazer uma nova petição para a AL conduzir uma auscultação pública [defen-dida em plenário pelos deputados Ng Kuok Cheong e Leonel Alves] sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo”, avançou.

“Eles podem decidir como conduzi-lo de forma a satisfazer

as necessidades dos deputados e a forma como introduzir o tópico à sociedade. Independentemente do resultado, achamos sempre justo haver esta legalização da união civil e do casamento de pessoas do mesmo sexo.”

No entender de Pereira Cou-tinho, embora um inquérito mais alargado produza na teoria resul-tados mais fidedignos, não trará grandes avanços se for levado a cabo pelo Executivo. “o Governo vai tender para um certa orienta-

ção de acordo com o resultado que pretende”, começa por dizer o deputado. “o grande problema é que o Governo não diz o que quer fazer com estas consultas (...) Estamos muito confiantes de que aquilo que nós fizemos foi tentar trazer um assunto para um hemi-ciclo que tem sido muito morno e que, normalmente, anda a reboque do Governo com a actualização dos salários, que não precisou de auscultação para começar agora a ser discutida em sede de comissão.”

Pereira Coutinho acredita que a votação em massa contra a proposta de lei sobre a união civil entre homossexuais denotou “falta de coragem para uma questão tabu”. A abstenção dos democratas surpreendeu-o até porque “inicialmente apoiaram o projecto”. Jason Chao, apesar de se mostrar “desapontado”, compreende que a proposta de lei foi um passo “muito rápido” quando a prioridade é “educar a sociedade”. Ainda este mês, compromete-se lançar nova petição para que a Assembleia Legislativa conduza uma auscultação pública

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4 política terça-feira 2.4.2013www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

Há muitos interesses instaurados tanto no Governo como nos de-putados que, nas cadei-

ras dos hemiciclos, não defendem os interesses da população. Esta é a mensagem deixada por Pereira Coutinho que, na última quinta--feira, viu ser rejeitada a proposta de lei relativa ao “Direito Funda-mental de Associação Sindical” mas promete nova luta na próxima legislatura, em Outubro.

“Há uma minoria que não quer largar o poder porque está agarrada à arvore das patacas e não quer ceder os interesses instalados em Macau por isso é que não quer equilibrar os pratos da balança. Não percebe nada de democracia e dos direitos fundamentais dos trabalhadores e por isso não lar-gam o osso”, começa por explicar o deputado eleito por via directa, que recebeu apenas o apoio de oito companheiros, todos estes eleitos directamente pela população.

Pereira Coutinho frisou, em declaração de voto enviada ao Hoje Macau, que “sem o apoio dos deputados, não foi possível ultrapassar as resistências que os grandes empresários fizeram a esta iniciativa legislativa, o que bem reflecte a composição deste hemiciclo”.

E, adianta, ter alvos montados na próxima campanha legislativa para os 12 deputados que votaram contra. “Fica aqui a promessa, que no momento próprio, durante a campanha eleitoral que se avizinha de que irei transmitir à população quem está com os trabalhadores e que está contra os trabalhadores.”

Em seu entender, “os trabalha-

O presidente da Novo Ma-cau, Jason Chao, final-

mente decidiu prosseguir com a sua candidatura à Assembleia Legislativa por via da associa-ção que dirige, excluindo a ideia de concorrer pelo grupo Macau Consciência com o académico Bill Chou como número dois.

Em declarações ao Hoje Macau, diz encabeçar a ter-ceira lista, já aprovada pelo quadro da Associação Novo Macau, já que a primeira terá Ng Kuok Cheong como núme-ro um e a segunda será dirigida por Au Kam San.

“A nossa principal es-tratégia só será apresentada possivelmente em Maio,

quando decidirmos os nossos candidatos. Agora ainda é muito cedo, ainda estão a ser considerados”, remata Chao. “Nessa altura, vamos apresen-tar o plano à Assembleia-Geral para declarar oficialmente a nossa decisão final.”

Sobre o seu companheiro do grupo Macau Consciência, Jason Chao esclarece que já não tem quaisquer aspirações a um lugar no hemiciclo dedicando-se em exclusivo à vida académica.

NãO é mais do que reite-rar o que está expresso

em dois diplomas que re-montam aos anos 80. O novo projecto de lei, entregue por Pereira Coutinho à Assem-bleia Legislativa na última quinta-feira, não introduz nova regulação legal visa apenas “clarificar o sentido já vigente” de duas leis, pro-duzidos ainda no tempo da Administração portuguesa, que estabelecem a ilha de Coloane como uma reserva ecológica que ascende a cerca de 200 mil metros quadrados.

“Supostamente agora é entendida como sendo apta a proibir que se possa construir na sua área de protecção”, explica Pereira

“Há uma minoria que não quer largar o poder”, explica o deputado, mas promete voltar ao ataque em Outubro e denunciar quem votou contra durante a campanha eleitoral

Lei Sindical Coutinho viu chumbado pela quarta vez o projecto de lei

Um osso muito duro de roer

dores continuam a ser explorados com horas extraordinárias todos os dias, nomeadamente, o dos casinos em matéria de subsídios de turnos e nocturnos”, ainda que a Direcção dos Serviços para os Assuntos La-borais (DSAL) lhe tenha afirmado em interpelação que “os acordos são firmados com os trabalhadores, com a sua anuência e por isso não querem esses subsídios”.

Coutinho não compra a ideia. “Como é que não querem? Eles

são forçados a aceitar estes acordos injustos que são impostos unila-teralmente, eles não têm margem para discussão sobre as cláusulas contratuais dos contratos individu-ais de trabalho. Esta é a realidade”, reitera ao Hoje Macau. Por isso, explica, o propósito da proposta de lei é “diminuir e evitar ao máximo possível a exploração dos trabalha-dores” e que, enquanto tal lei não existir, haverá “incumprimento da obrigação de regulamentar o

direito fundamental de associação sindical” o que é “uma vergonha para a imagem da RAEM”.

Os 12 votos contra foram jus-tificados pelo tempo inoportuno para a análise de uma lei desta natureza, além de que este diploma seria penalizador para os interesses do patronato.

De notar que a implementação da Lei Sindical e do direito à greve constam da Lei Básica, facto ao qual o Governo parece estar alheio.

Coloane Coutinho apresenta defesa da reserva ecológica

Já está escrito, senhoresEleições 2013 Jason Chao avança separado mas no âmbito da ANM

A terceira lista

• contra tsui Wai KanHo Sio KamLau Veng SengSio chi WaiVong Hin FaiJosé chui Sai Pengchan chak MoFong chi KeongHo Iat SengKou Hou Inchui Sai cheongVítor cheung

• a FaVorKwan tsui Hang Lee chong cheng Lam Heong Sang ng Kuok cheong Paul chan Wai chi Ho Ion Sang Melinda chanPereira coutinho

• abStençõeSLeonel alvescheang chi KeongUng choi Kun chan Meng Kam

como foia votação

Coutinho na nota justifica-tiva do diploma entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, Lau Cheok Va.

O deputado opõe-se a que as zonas verdes de Coloane sejam alvo de um ataque especulativo, dado

que esta “reserva ecológica visa precisamente evitar que se destrua o ambiente, nomeadamente através de obras de construção civil ou outros desenvolvimentos descontrolados”, afirma, convicto de que a popula-

ção de Macau está do seu lado, depois de apurados resultados favoráveis em auscultação pública.

Por essa razão, “para evitar qualquer dúvida que possa existir, ainda que pouco razoável”, apresenta o novo projecto de lei “que mais não faz do que clarifi-car o sentido normal e claro da reserva total criada na Ilha de Coloane criada pelo Decreto-Lei nº 33/81/M, de 19 de Setembro, e am-pliada pelo Decreto-Lei nº 30/84/M, de 28 de Abril”. Porém, afirma, o mesmo seria evitável se houvesse “elementar bom senso na aplicação deste regime jurídico”. – r.M.r.

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terça-feira 2.4.2013 www.hojemacau.com.mo 5sociedade

O novo regime jurídico de apoio judiciário,

aprovado pela Assembleia Legislativa em Agosto do ano passado, entrou ontem em vigor para assegurar que “nenhum residente seja impedido, por insu-ficiência de meios econó-micos, de fazer valer ou defender os seus direitos e interesses legalmente protegidos por meio de processo judicial, quando tenha essa necessidade”, salienta um comunicado da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ).

Qualquer habitante que necessite de recorrer à Justiça poderá solici-tar apoio judiciário no âmbito de uma lei que entrou ontem em vigor, desde que os seus bens disponíveis não exce-dam as 320 mil patacas, valor que comprova a “insuficiência económi-ca”. Recentemente foi criada uma Comissão de Apoio Judiciário,

Cecília [email protected]

DuRAnte o passado fim-de--semana, incluindo sexta-fei-ra, mais de três mil residentes de Macau consultaram o

primeiro e único projecto de residência na Ilha Montanha: o Sea of Dreams, exposto na Feira Internacional de Imobiliário de Macau 2013. uma responsável pela feira confirmou ao Hoje Macau que, em cada dia, mais de mil pessoas os consultaram, demonstrando o seu interesse em adquirir uma casa na Ilha da Montanha “Henqin”.

Lao Ngai Leong, director da Agên-cia Comercial Industrial Chong Sai, Lda., que representa a agência chinesa Huarong em Macau, disse na sexta-feira que o projecto ainda não foi vendido oficialmente mas já tinha recebido 1500 registos de residentes de Macau, desde a feira de 2012.

Wang Pinghua, presidente da Com-panhia Imobiliária Huarong, confessou ao jornal Ou Mun que a resposta de venda em Macau foi melhor do que o es-perado. O número total de habitações é de 1816, sendo o registo prioritário para o mercado de Macau e seus residentes. Wang revelou ainda que esta decisão teve a sua origem em pesquisas de mercado em Pequim, Xangai e Zhuhai. Os mais interessados são compradores de Hong Kong e Macau.

Com a implementação das políticas benéficas para a Ilha Montanha e a faci-litação da passagem fronteiriça, o director considera que o projecto é atraente para os residentes de Macau viverem ou investirem. Wang afirma que o Sea of Dreams será o único projecto de residên-cia, nos próximos três a cinco anos na Ilha Montanha, estando a obra planeada para ser concluída em 2015. A venda deverá

Joana [email protected]

A união Geral das Asso-ciações dos Moradores

de Macau (uGAMM) rece-beu 36% do total do dinheiro atribuído pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Mu-nicipais (IACM), no quarto trimestre do ano passado.

Das cerca de 3,279,934 patacas, a uGAMM foi a mais beneficiada. A organização recebeu um total de 1,179,085 patacas, para diversos fins.

entre eles, jogos desportivos para idosos, comemorações do Ano novo Lunar, festas de confraternização entre vizinhos e festival de lanter-nas. Os dados, publicados em Boletim Oficial, mostram que o dinheiro foi dividido entre os centros comunitários da uGAMM, nomeadamente na Zona norte.

no topo da lista dos mais beneficiados, estão ainda o Armazém do Boi – associa-ção de cariz cultural -, que recebeu 563.500 patacas

para exposições e apresenta-ções, e a Comissão Cultural da Associação Geral dos Operários de Macau. esta última recebeu 99 mil pata-cas para eventos como festas de confraternização e cursos de dança e ópera cantonesa.

O Centro Social e Recreati-vo do IACM também recebeu pouco mais de 82 mil patacas, a par da Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores do Bairro de San Kio, cujas 77 mil patacas foram direccionadas para comemorações.

De fora da lista dos mais beneficiados pelo IACM não ficou nem a Associação de Protecção aos Animais Abandonados de Macau – que recebeu 60 mil patacas para despesas de funciona-mento -, nem a Federação das Associações dos Operários de Macau, cujo montante atribuído chegou às 43 mil patacas.

Os apoios financeiros do IACM serviram sobretudo para festas, celebrações e saraus.

Os preços “loucos” da habitação em Macau espicaçaram a curiosidade de milhares de residentes em relação ao primeiro projecto de habitação na Ilha da Montanha. A meio deste ano começa a venda

Imobiliário Mais três mil pessoas consultaram projecto Sea of Dreams, na Ilha de Henqin, durante feira imobiliária

A montanha pariu um prédio

Fronteira Qing Ming estende período de abertura O deputado de Macau à Assembleia Popular Nacional Lao Ngai Leong disse no domingo que a Alfândega de Zhuhai está-se a preparar para nos feriados, como o 1º de Maio e 1º de Outubro, abrir uma hora mais cedo e fechar uma hora mais tarde, nas Portas do Cerco e na Ilha Montanha. Por outro lado, os Serviços de Alfândega de Macau terão afirmado que entre dia 3 e 6 de Abril as Portas do Cerco também verão o seu período dilatado por causa de feriado Qing Ming, mas a notícia ainda não foi anunciada ao público.

Apoios financeiros IACM atribuiu mais de três milhões em três meses

Massa para comícios e bebícios

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Apoio judiciário Para pessoas com insuficiência económica

tribunalpara todos

com um mandato de três anos renovável e que é presidida pelo director dos Serviços de Assun-tos de Justiça, André Cheong, para apreciar os pedidos, tarefa que, até agora, estava a cargo dos tribunais.

O requerente pode, nestes casos, solicitar, jun-to da Comissão de Apoio Judiciário, nomeadamen-te, a “isenção de preparos e de custas, bem como a nomeação de patrono e pagamento de patrocínio judiciário”, acrescenta o comunicado.

em média, registam-se anualmente aproxima-damente 300 casos com recurso ao patrocínio judiciário, segundo dados oficiais divulgados no ano passado.

começar a meio deste ano, mas o preço ainda não foi decidido.

uma residente da RAeM, de nome Leong, afirmou ao jornal Ou Mun que o preço da habitação em Macau é muito alto, que é difícil mudar de casa e con-siderou a vantagem do Sea of Dreams por ser mais barato do que habitação em Macau e mais conveniente que em Zhuhai. Por outro lado, as condições de residência no Continente são melhores e quem viver na Ilha Montanha não precisará de veículos com duas licen-ças, o que acontece a quem pretenda levar o seu carro para Zhuhai.

Leong prepara-se para comprar uma casa na Ilha da Montanha para os seus filhos, pensando no futuro. O Sea of Dreams fica menos de 500 metros do campus da universidade da Macau e a cerca de 500 metros da Ponte Flor de Lótus. Tem um total de oito edifícios com 10 a 16 andares, incluindo um jardim in-fantil, uma rua comercial, um Club House de 2,300 metros quadrados. numa primeira fase, as casas que serão postas à venda, durante este ano, terão uma área entre 87-139 metros quadrados.

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6 sociedade terça-feira 2.4.2013www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

O Governo vai alocar mais de cem milhões de patacas em

subsídios para que os estudantes do ensino superior possam com-prar material escolar. O anúncio foi feito na semana passada por Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Executivo, e vem no seguimento da conclusão do Regulamento Administrativo relativo ao “Subsídio para aqui-sição de material escolar no ano lectivo de 2012/2013”.

No ano passado, o Executivo atribuía duas mil patacas aos es-tudantes do ensino superior para o efeito, mas decidiu, este ano, aumentar esse montante para três mil patacas. “O diploma estipula que beneficiam do subsídio para aquisição de material escolar os estudantes que sejam titulares do bilhete de identidade de residente da RAEM e estejam a frequentar, na RAEM ou no es-trangeiro, cursos reconhecidos, conferentes do grau académico de doutoramento, mestrado,

A Air Macau encerrou 2012 com lucros de 281

milhões de patacas, de acor-do com o relatório anual do seu accionista maioritário, a Air China. Este valor repre-senta um aumento de 8% em termos anuais, indica a Air China, que detém 66,9% do capital da Air Macau.

O número de passageiros da companhia de bandei-ra de Macau registou um crescimento de 15,9% para 1,6 milhões, ao contrário do segmento de carga: foram transportadas 12.438 tone-ladas, menos 31,5% do que em 2011.

No final de 2012, a frota da Air Macau contava com 13 aeronaves que operavam 20 rotas, 13 das quais loca-lizadas no interior da China, escreveu, na semana passa-da, o jornal Business Daily, citando o relatório.

Depois de anos de preju-ízos avultados, a Air Macau registou, em 2010, lucros de 231,8 milhões de patacas, os

maiores desde a sua funda-ção em 1995, ultrapassados em 2011 e 2012.

No final de 2011, os accionistas da Air Macau aprovaram por unanimidade a injecção de 700 milhões de patacas pelo Governo, para renovação da frota e novos investimentos.

Com isso, o Governo reforçou a sua posição, transformando-se no se-gundo accionista na Air Macau, através do aumento da sua participação de 5% para 21%.

A Air China mantém, contudo, a posição maioritá-ria na companhia de bandeira da Região Administrativa Especial, detida ainda pela Sociedade de Turismo e Di-versões de Macau (STDM) e por outros accionistas minoritários.

Recorde-se que a Trans-portadora Aérea Portuguesa (TAP) vendeu a Air Macau em 2009 e 2010 porque dava prejuízos.

Exportações aumentaram 24% As exportações de Macau aumentaram 24% para 1,58 mil milhões de patacas nos dois primeiros meses do ano, face a igual período de 2012, sobretudo devido à re-exportação, indicam dados oficiais divulgados a semana passada. De acordo com os dados dos Serviços de Estatística e Censos, a subida do valor exportado ficou a dever-se ao aumento de 44% na re-exportação - que se cifrou em 1,30 mil milhões de patacas. A exportação doméstica sofreu um recuo de 23% para 286 milhões de patacas. Já as importações totalizaram 13,02 mil milhões de patacas nos dois primeiros meses do ano, reflexo de uma subida de 17% em termos anuais, levando a um agravamento do défice da balança comercial que atingiu os 11,44 mil milhões de patacas no final de Fevereiro. Por mercados, destacam-se os valores exportados para Hong Kong (977 milhões de patacas) e para o interior da China (200 milhões de patacas), com aumentos anuais de 48% e 23%, respectivamente, indicam os mesmos dados. A contrariar a tendência estiveram as exportações para os Estados Unidos (74 milhões de patacas) e para a União Europeia (46 milhões de patacas), com descidas de 9% e 18%, respectivamente. A maioria das exportações eram produtos não têxteis, num cabaz em que bens como jóias e relógios deram um ‘pulo’ anual de 85% e de 143%. Apesar de as exportações terem conhecido uma expansão no cômputo dos primeiros dois meses do ano, sofreram um recuo anual em Fevereiro de 12%, situando-se nos 577 milhões de patacas, contra importações avaliadas em 5,83 mil milhões de patacas, as quais cresceram 3% em termos anuais. - Lusa

Subsídios Cem milhões para estudantes

Material para todosAir Macau com mais 8% de lucros

Pela terceira vez

licenciatura ou com duração não inferior a dois anos lectivos”, frisou Leong Heng Teng.

O Governo prevê que os sub-sídios provoquem despesas de cerca de 111 milhões de patacas no orçamento do território. No total, 37 mil estudantes podem ser beneficiados.

O Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) vai ser a entidade responsável pela verificação e registo dos pedidos dos estudantes – que têm de ser feitos até ao dia 31 de Maio. Desta forma, o Executivo fica ainda a saber em que cursos estão inscritos os estudantes de Macau e que quadros qualificados estão a ser formados.

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7sociedadeterça-feira 2.4.2013 www.hojemacau.com.mo

ASSISTANT PRINCIPAL SECONDARY SECTION REQUIRED FOR SEPTEMBER 2013

The College seeks a Christian teaching professional with good leadership, management, interpersonal and organizational skills to head a team of 42 teachers.

Candidates should be good team players, flexible, resilient and creative, and have a good sense of humour.

A good knowledge of IGCSE, A/S level and A level examinations is essential.

Interested candidates should send a personal letter of application electronically stating how s/he meets the above requirements, a CV, the names and contact details of three referees to:

Ms Cissy Chan, Personnel Manager, Macau Anglican College, 109-117 Avenida Padre Tomas Pereira, Taipa, Macau.

Tel: 00853 28850000

Email: [email protected]

Website: www.acm.edu.mo

Owing to continued growth, we are seeking English speaking, qualified and experienced teachers of Cambridge IGCSE level subjects for the 2013/2014 school year:

- French

- ICT

Candidates must have degrees specific to the subject and full teaching qualifications.

We are also seeking for a primary music qualified teacher.

MAC is an English medium school which offers an attractive salary package including a housing allowance for non-Macau residents, small class sizes and a multicultural Christian ethos.

Send cover letter, CV, documents and contactable referees to [email protected] or fax 85328850022. In your application letter, kindly state how you meet all the above requirements. Include the names of two contactable referees.

Os serviços de saúde (ss) garantem estar a acompanhar com “a máxima aten-

ção” os novos casos de gripe das aves que têm recentemente acontecido. Não há ainda qual-quer caso em Macau, mas as autoridades já apelaram aos profissionais de saúde para se manterem alerta. Em altura de feriados e fins-de-semana pro-longados, os ss aconselham os

Saúde Vales até 600 patacas para residentes em MaioA partir de Maio, os residentes permanentes de Macau podem imprimir os vales de saúde atribuídos pelo Governo. Cerca de 363 milhões de patacas foram retirados do orçamento da RAEM para o efeito. Durante uma conferência, na semana passada, foi anunciado que os vales de saúde para este ano terão um valor de 600 patacas – mais cem do que em 2011. A intenção do Executivo é subsidiar as despesas médicas dos residentes numa única prestação e “partilhar os resultados do desenvolvimento económico”, revela o porta-voz do Conselho Executivo. “[O Governo] tem como objectivo promover um sistema de medicina familiar e sensibilizar os cidadãos para a protecção da sua saúde e, simultaneamente, reforçar a colaboração entre o sector público e privado de prestação de serviços de cuidados de saúde.” Os vales de saúde só podem ser utilizados até ao dia 31 de Agosto de 2014, apesar de serem transmissíveis, uma única vez, a favor de cônjuge ou dos familiares mais próximos do beneficiário, desde que também estes sejam titulares de bilhete de identidade de residente permanente da RAEM. Estima-se que estejam inscritos no programa de prestação de cuidados de saúde 700 entidades e cerca de 1.200 médicos, todos do sector privado já que os vales não podem ser usados para os cuidados de saúde do sector público. No ano passado, 455 mil residentes, 70% do total previsto, imprimiram os vales de saúde, obrigando a um investimento de 259 milhões de patacas – 77% da verba prevista. Os 12 vales de saúde – com valor de 50 patacas cada – podem já ser impressos nos 21 postos de impressão, no átrio da chegada do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco, átrio do rés-do-chão do Edifício China Plaza, Centro de Apoio ao Programa de Comparticipação nos Cuidados de Saúde, átrio de Chegada do Terminal Marítimo Hong Kong / Macau e ainda Centro de Saúde de Tap Seac, Centro de Saúde de Fai Chi Kei, Centro de Saúde da Areia Preta e Centro de Saúde da Taipa. - J.F.

Gripe das Aves Macau sem qualquer caso. China com duas mortes

Nova estirpe causa alerta

Segurança Aeroporto leva a cabo simulacro nos tanques de combustível

Incêndio a fazer-de-conta

residentes a evitar ter contacto com aves e outros animais.

Em Macau, há um caso de hospitalização de um homem, a quem foi diagnosticada pneu-monia. O residente de Macau, do sexo masculino, de 40 anos, regressou a Macau vindo do Quirguistão. Os resultados dos testes rápidos de gripe A e B foram de reacção negativa e a amostra do tracto respiratório foi enviada ao Laboratório de

saúde Pública dos serviços de saúde para o teste do novo coronavírus, sendo o resultado também negativo.

Os SS foram notificados, no passado domingo, de três novos casos confirmados de infecção de gripe A - H7N9. O comunicado chegou através da Comissão de saúde Nacional e de Planeamento Familiar da China, depois de duas pessoas terem morrido em Xangai.

Dois homens, com 87 anos e 27 anos de idade, morreram no início de Março.

Um outro caso ocorreu na província de Anhui, sendo o doente do sexo feminino, com 35 anos de idade. A mulher, que se encontra em estado crítico, é vendedora de carne de porco nos mercados de rua.

Não foi detectada nos três casos qualquer relação epide-miológica. Os peritos afirmam que o referido vírus não dispõe de forte capacidade de trans-missão entre seres humanos.

O subtipo H7N9 pertence a um dos tipos dos vírus da gripe aviária e é muito raro ocorrer uma infecção nos seres humanos.

Para a prevenção das doen-ças como gripe aviária e novo coronavírus, os ss apelam aos residentes que lavem as mãos, cubram a boca e o nariz quando tossirem e espirrarem e evitem ter contacto ou consumam carne de aves. Caso surjam sintomas como febre e tosse, entre outros, e em especial febre alta e dificuldade de respiração, devem recorrer de imediato ao médico.

BOMBEIrOs, ambulâncias, técnicos equipados com fatos

térmicos e um grande aparato. Na passada quinta-feira, o Hoje Macau assistiu ao que parecia um grande incidente no Aero-porto Internacional de Macau. O evento foi apenas um simulacro anual, cujo cenário foi o de um incêndio no cimo de um tanque de combustível do aeroporto.

O fogo começou às 14h45, sen-do que a Nam Kwong – a empresa distribuidora do combustível – foi a responsável pela activação dos sistemas de segurança. De acordo com um comunicado do Aeroporto, a activação das medidas é sempre feita pela Nam Kwong, de acordo com os planos de emergência in-ternos da empresa, apesar de ser em colaboração com o plano de emergência do aeroporto.

No local, era possível ver mais

de dois carros de bombeiros e ambulâncias, técnicos com fatos térmicos e vedações ao público. Os tanques do aeroporto – que ficam junto do terminal marítimo da Taipa, deitavam também água, uma medida de segurança.

De acordo com a nota do aero-porto, enviada posteriormente às redacções, o simulacro não incluía feridos, mas o comandante pediu, de qualquer forma, por reforços, “considerando o grau crítico do incidente e do local, ordenando a evacuação de todos os funcioná-rios do aeroporto”.

Todo o evento correu de forma suave, assegura a Aviação Civil de Macau, que anuncia ainda mais exercícios do género durante este ano. A intenção é testar a capaci-dade de resposta das autoridades de Macau e da Nam Kwong, no caso de acidentes graves. - J.F.

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terça-feira 2.4.2013nacional8 www.hojemacau.com.mo

Enquanto que em Macau se vive na “lei da selva” imobiliária, no continente o governo toma medidas concretas para travar a especulação e evitar a desarmonia social

Num esforço para arre-fecer o mercado imobi-liário, duas das maiores cidades da China anun-

ciaram neste fim de semana que iriam colocar em prática uma série de novas restrições e penalidades sobre as vendas de imóveis.

Na capital do país, o governo municipal de Pequim informou que as pessoas solteiras agora só podem comprar uma residência. A cidade também aumentou a quantia mínima de entrada para os compradores de uma segunda casa e impôs uma taxa de 20% sobre os ganhos dos proprietários que vendem uma residência.

Em Xangai uma taxa idêntica sobre o lucro de capitais foi anun-ciada e teve efeito imediato. As autoridades da cidade comprome-teram-se a aplicar outras medidas destinadas a estabilizar os preços

Imobiliário Pequim e Xangai lançam novas medidas para combater especulação

O exemplo que vem do Céudos imóveis. Os impostos sobre lucros de capital mais duros substi-tuem o imposto de 1% a 2% sobre o preço final do imóvel vendido.

O anúncio foi feito semanas após o Conselho de Estado da Chi-na dizer que o governo vai tomar medidas mais fortes para garantir que os preços dos imóveis não continuem a subir, alimentando o que muitos analistas acreditam ser é uma bolha imobiliária que pode-ria danificar seriamente a economia e agravar as tensões sociais entre ricos e pobres.

Os preços dos imóveis na China têm aumentado acentuadamente desde o ano passado, com os preços da habitação em muitas grandes cidades a subir uma média de 3,1% só em Fevereiro, segundo uma pesquisa do governo. Em muitas cidades, o custo de comprar uma nova casa duplicou nos últimos cinco anos.

Num país onde as opções de investimento são limitadas, a propriedade é considerada uma boa reserva de valor.

ExCEssO dE dinhEirO E dE CréditOMichael Pettis, professor de finan-ças da Universidade de Pequim e associado-sénior do Carnegie En-dowment for International Peace, diz que a China enfrenta os desa-fios que muitos outros mercados

emergentes estavam a enfrentar: o excesso de dinheiro e de crédito.

“A China tem um problema de liquidez, e por isso não está claro para mim se mudar a estrutura fiscal ou brincar em torno das margens aborda o problema real”, diz Pettis. “O aumento das taxas de juros seria a coisa mais simples que se poderia fazer. Até porque também precisam travar o crescimento do crédito.”

Algumas das novas medidas haviam sido antecipadas após o anúncio do Conselho de Estado no começo de março. A ameaça de regras mais duras tinha provo-cado uma corrida em todo o país para vender propriedades antes das prefeituras especificarem as medidas que tomariam, bem como suas datas de início.

divórCiO para quE tE quErOXangai e outras grandes cidades tinham visto um aumento no número de pedidos de divórcio em agências de casamento, com muitos casais admitindo abertamente que pediam o divórcio simplesmente para con-tornar as regras de propriedade e que mais tarde se iriam casar novamente.

Os media estatal chineses in-formaram no fim de semana que o governo central está a planear introduzir um sistema nacional e unificado de registo de propriedade até o fim de 2014 — o que poderia, eventualmente, tornar possível

impor um imposto de propriedade anual sobre as famílias.

Embora as cidades chinesas não imponham impostos anuais sobre a realização de imóveis residenciais, o governo lançou medidas prati-camente todos os anos durante a última década, num esforço para penalizar a especulação no merca-do imobiliário.

Os esforços têm sido muitas vezes eficazes apenas temporaria-mente na pressão sobre os preços, mas o mercado geralmente dá-lhes volta, com investidores, proprie-tários de imóveis e até bancos e agentes de propriedade identifican-do brechas nas restrições, dizem os analistas.

Porque a economia chinesa está ligada intimamente ao mer-cado imobiliário — e porque é uma grande fonte de rendimento para os bancos, pelas hipotecas que emitem, e os governos locais, que lucram com a venda de terras — quaisquer medidas governa-mentais para conter o sector têm o potencial de afectar a economia.

Em Xangai, cidade de cerca de 22 milhões de habitantes, os bancos já não estão autorizados a oferecer empréstimos a residentes que queiram comprar uma terceira casa, e aqueles que procuram uma segunda hipoteca precisam fazer maiores adiantamentos e pagar as taxas de hipoteca mais elevadas.

A cidade também informou que vai tornar mais difícil a compra de casas para estrangeiros, pes-soas de outras cidades da China e indivíduos divorciados, uma dica clara a sua intenção de combater as tentativas dos moradores locais de se divorciarem para contornar algumas restrições.

GOvErnO COnstrói mais baratOAs autoridades de Pequim e Xan-gai também prometeram construir residências mais acessíveis. Neste ano, Pequim anunciou que planeia construir 70 mil unidades de habi-tação a preços acessíveis e Xangai, 10.000 unidades.

“O governo central está a sentir o calor e não apenas por razões sociais”, disse Joe Zhou, analista de propriedade do Société Géné-rale, num relatório divulgado na semana passada.

Para ele, a medida do primeiro--ministro Li Keqiang, que assumiu o cargo em março, de promover a urbanização como um motor de crescimento “só aumenta a urgência de cortar nos preços dos imóveis, porque a estratégia requer implici-tamente que os preços da habitação estejam ao alcance de futuros migrantes, cujo poder de compra é provável que seja mais limitado do que aqueles que já aplanaram o seu caminho para as áreas urbanas”.

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terça-feira 2.4.2013 www.hojemacau.com.mo 9região

Dois dias depois de um gigan-tesco deslizamento de terras

soterrar 80 mineiros perto de uma mina de cobre no Tibete, a esperança de encontrar sobreviventes diminuiu com o resgate de 15 corpos no do-mingo, elevando para 17 o registo total de mortes.

Dois corpos tinham já sido resga-tados no sábado, segundo a agência de notícias Nova China. outros 66 mineiros continuam desaparecidos, debaixo de dois milhões de metros cúbicos de terra desde o desliza-mento de sexta-feira.

As equipas de socorro têm de lutar contra uma grande quantidade de neve e contra as dificuldades decorrentes da elevada altitude da região de Mai-zhokunggar, situada 4.600 metros acima do nível do mar e a leste de Lhassa, capital regional do Tibete.

os especialistas do Ministério da Terra e dos Recursos Naturais chegaram entretanto ao local para investigar as causas da catástrofe, disse Yang Donglinag, director da agência governamental de seguran-ça do trabalho.

Alguns socorristas têm de es-cavar com as mãos porque o desli-

zamento bloqueou as estradas que conduzem à mina o que impede a chegada de equipamentos.

Existem cada vez menos hipó-teses de encontrar sobreviventes devido à grandeza do deslizamento, disse o vice-secretário do comité regional para o Tibete autónomo do Partido Comunista Chinês, Wu Yingjie. “As duas prioridades de momento são a busca de pessoas sepultadas e tentar impedir uma nova catástrofe.”

A maioria dos mineiros eram imigrantes provenientes das provín-cias de Yunnan, Guizhou e sichuan, segundo a Nova China. A mina, de onde é extraído cobre e outros metais, é operada por uma filial da China National Gold Group Corporation.

As regiões montanhosas do Ti-bete são zonas onde podem ocorrer deslizamentos de terra devido às actividades ligadas à exploração de minério. Nos últimos anos, a China descobriu importantes recursos minerais no Tibete, como dezenas de milhões de toneladas de cobre, chumbo e zinco e biliões de tone-ladas de minério de ferro, segundo a imprensa estatal.

Diaoyu Três navios chineses em patrulha Três navios patrulha chineses entraram ontem em águas territoriais das ilhas disputadas com o Japão, indicou a guarda costeira nipónica. Os três barcos navegavam na zona de 12 milhas náuticas em torno das ilhas Diaoyu, por volta das 1:30, segundo as autoridades nipónicas. A disputa territorial entre a China e o Japão em torno das Senkaku/Diaoyu não é nova, mas agravou-se em Setembro último, depois de Tóquio ter anunciado a compra de três dos cinco ilhotes do pequeno arquipélago, de apenas sete quilómetros, administrado, de facto, pelo Governo japonês.

A actividade da indústria manufac-tureira da China aumentou sig-

nificativamente em Março, atingindo o nível mais elevado dos últimos 11 meses, indicam dados ontem revela-dos. De acordo com a Federação de Logística e Aquisições da China, o Purchasing Managers index (PMi na sigla em inglês) situou-se nos 50,9 pontos, ou seja, oito décimas acima do registado em Fevereiro, figurando como o nível de actividade mais alto dos últimos 11 meses. o índice manteve-se acima da fasquia dos 50 pontos pelo sexto mês consecutivo.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMi sugere uma ex-pansão do sector, pelo que se ficar

abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção em termos do nível de produção. Em 2012, o PMi atingiu o seu máximo em Abril, com 53,3 pontos, e o seu mínimo em Agosto, com 49,2 pontos, coincidindo com o pior trimestre do ano no que diz res-peito ao crescimento económico da segunda maior economia mundial.

As grandes empresas foram as que viram aumentar de forma mais significativa a sua actividade, com um PMi de 51,4 pontos, seguidas das médias (50,3 pontos), enquanto as pequenas - que representam mais de 80% da produção do país - ainda se encontravam em fase de contracção (49,3 pontos).

A Presidente da Coreia do sul, Park Geun-hye, or-

denou ontem ao exército para que “responda com força” e sem ter em conta “considera-ções políticas” a um eventual ataque por parte da Coreia do Norte.

“No caso da ocorrência de qualquer provocação contra os nossos cidadãos e contra o nosso país devemos responder com força logo na fase inicial, independentemente de con-siderações de foro político”, afirmou Park Geun-hye, numa

Coreia do Norte Kim nomeianovo ministro da Segurança A Coreia do Norte informou ontem da nomeação de Choi Bu-il, homem de confiança de Kim Jong-un, para o cargo de ministro da Segurança, num gesto visto como reflexo da determinação do jovem líder em continuar a consolidar a sua liderança. No final de Fevereiro, fontes dos serviços de inteligência de Seul especularam sobre a nomeação de Choi Bu-il, o qual substitui no cargo o anterior ministro, o general Ri Myong-su. “A nomeação pode formar parte dos actuais esforços de Kim [Jong-un] para consolidar o seu poder ao designar pessoas de confiança para lugares chave e ao substituir aqueles que serviram o seu pai”, avaliou fonte oficial em Seul. Nascido em 1944, Choi Bu-il graduou-se na prestigiada Universidade Kim Il-sung, tornando-se num oficial militar de carreira, alcançando o posto de vice-chefe do Estado-Maior do Exército Popular norte-coreano. Choi Bu-il foi nomeado general em Setembro de 2010, quando o regime introduziu formalmente o herdeiro actualmente no poder, Kim Jong-un, em substituição do seu pai, Kim Jong-il, que morreu um ano e dois meses depois. Depois da morte do “querido líder”, Choi Bu-il foi designado vice-presidente de uma comissão nacional presidida por Jang Song-thaek, tio de Kim Jong-un e considerado pelos analistas como o número dois do regime de Pyongyang.

Tibete 66 mineiros desaparecidos após deslizamento de terras

Neve e altitude dificultam socorro

Seul Presidente ordena ao exércitopara “responder com força” a eventual ataque

Mulher de armas

Indústria Actividade cresceu em Março

sempre a bombar

reunião com o seu ministro da Defesa, Kim Kwan-jin.

“A razão de ser das Forças Armadas é a protecção do país e do povo das ameaças”, disse a chefe de Estado, que somente um mês depois de ocupar ofi-cialmente o cargo se vê a braços com uma das maiores crises dos últimos anos a afectar as relações entre o sul e o Norte.

Park Geun-hye, a primeira mulher a assumir a presidên-cia da Coreia do sul, já tinha advertido de que reagirá de forma veemente a um eventual

ataque por parte da Coreia do Norte, ainda que mantenha, por outro lado, uma postura voltada para uma eventual melhoria das relações com o país vizinho e lhe conceda ajuda humanitária.

Por seu lado, o líder norte--coreano, Kim Jong-un, as-segurou, este domingo, que o seu regime vai continuar a progredir no desenvolvimento de armas nucleares e a ampliar o seu arsenal, apenas um dia depois de a tensão ter disparado com Pyongyang a garantir a entrada em ‘estado de guerra’.

As ameaças do regime à Coreia do sul e aos Estados Unidos têm sido lançadas a um ritmo praticamente diário desde que, no dia 7, as Nações Unidas alargaram as sanções contra a Coreia do Norte pelo ensaio nuclear realizado em Fevereiro.

Para agravar a tensão con-tribuem ainda os exercícios de defesa conjuntos em território sul-coreano realizados por seul e Washington, os quais envolvem submarinos e aviões com capacidade nuclear. Estas manobras foram fortemente condenadas pela Coreia do Norte que as considera um “teste de invasão” ao seu país.

Seul- EUA Juntos contra ciberataquesA Coreia do Sul e os Estados Unidos vão reforçar a cooperação, a fim de estarem preparados para eventuais ciberataques, depois de, em de Março, várias entidades sul-coreanas terem sido afectadas, revelou ontem o Governo de Seul. A 20 de Março, um ‘apagão’ repentino afectou os computadores das cadeias televisivas KBS, YTN e MBC e dos bancos Shinhan, Jeju e Nonghyup, paralisando por completo os seus sistemas informáticos durante vários dias. Inicialmente, as autoridades sul-coreanas atribuíram o ataque a um código procedente de um endereço de IP da China, o que alimentou as suspeitas da implicação da Coreia do norte, mas, mais tarde, indicaram ter encontrado o rasto de computadores da Europa e Estados Unidos. As investigações para apurar a origem dos ataques prosseguem.

Japão “Provocação agressiva” nãoO ministro porta-voz do governo nipónico, Yoshihide Suga, garantiu no domingo que o Japão “não pode permitir a provocação agressiva da Coreia do Norte”, em resposta às crescentes ameaças do regime de Pyongyang. Questionado sobre as medidas que o seu executivo podia tomar, Suga disse que vai reforçar a vigilância e que vai “manter uma relação estreita com os Estados Unidos, a Coreia do Sul, a China e a Rússia”. A Coreia do Norte disse domingo, através do diário Rodong Sinmun, que as bases militares norte-americanos em território japonês seriam alvo de ataque se se desencadear um conflito armado na península coreana.

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terça-feira 2.4.2013www.hojemacau.com.mo10 cultura

In The New York Times

Depois de anos de acti-vidade, a construção e expansão de museus nos estados Unidos diminuiu

por causa da crise económica. Na Europa, onde a situação financeira é ainda pior, veneráveis instituições financiadas pelo Estado chegam a implorar por dinheiro. Na China, por outro lado, a situação é outra.

A construção de Museus - gran-des, pequenos, apoiados pelo go-verno, financiados por instituições particulares - está em alta. Em 2011, cerca de 390 novos museus foram construídos. e os números conti-nuam em alta. A China está a abrir museus numa escala surreal.

Muitos possuem um propósito multifuncional, misturando história, etnografia, ciência, política, arte e entretenimento. o museu dedicado apenas à arte é um conceito relativa-mente novo na China. Os modelos para isso, a maioria deles ocidentais, estão ainda a ser analisados. No entanto, tendem a alinhar-se em ambas as extremidades do espectro temporal, incidindo ou sobre o mo-derno ou o muito antigo.

ArTe moderNA A AbrIrAté recentemente, os museus de arte contemporânea na China eram administrados privadamente, seja por uma empresa ou por colec-cionadores ricos. Em Outubro de 2012, um importante precedente foi criado com a abertura do Museu de Arte Contemporânea de Xangai, o primeiro museu do país de arte moderna financiado pelo governo.

Se o reconhecimento oficial da importância da estatura inter-nacional da arte chinesa demorou para acontecer, quando aconteceu, a sua chegada foi bastante ousada. O museu de Xangai, popularmente conhecido como a Central Eléctrica da Arte – encontra-se numa central de energia convertida do século XIX - é fisicamente espectacular. O museu abriu com um apelo global importante na forma da Nona Bienal de Xangai.

A Bienal fechará no dia 31 de Março. Enquanto isso, cerca de 2,575 quilómetros ao oeste de Xangai, na cidade oásis de Dunhuang na mar-gem do deserto de Gobi, um outro museu, ou algo parecido com um museu, muito menos convencional do que a central de energia, está a ser construído. O seu objectivo não é atrair multidões para a nova arte, mas mantê-las longe do contacto nocivo,

País com o maior número de milionários do mundo construiu 390 novas instituições de arte apenas em 2011 e os números continuam a subir. Macau é excepção

China investe seriamente na construção de museus

o recado mora ao lado

porque demasiado, com a arte antiga, especificamente as antigas pinturas de murais budistas que cobrem os interiores de centenas de cavernas na região de Dunhuang.

Apesar de suas diferenças, os museus de Xangai e Dunhuang compartilham uma qualidade típica

de novas instituições culturais da China: ambição. Muitas vezes, esta é simplesmente medida em relação a seu tamanho.

Quando o renovado Museu Na-cional da China foi inaugurado em Pequim, em 2011, uma das principais atracções foi o facto de ser o maior

museu de qualquer tipo no mundo, apesar da história que conta da China ser fragmentada.

A preferência pelo gigantismo ficou evidente, novamente em Xan-gai, no ano passado. No mesmo dia da inauguração do museu na central eléctrica , um segundo museu do

Estado também foi inaugurado em Xangai, o Museu da Arte da China, às vezes chamado de Palácio da Arte Chinesa. Dedicado em grande parte ao modernismo chinês do século XX, e alojado numa estrutura origi-nalmente erguida para a Exposição Mundial de 2010, anunciava-se como o maior museu de arte mo-derna no país. E de facto é, embora qualquer um possa ver que a sua colecção exaustiva beneficiaria se existisse uma séria edição.

mIlIoNárIosINvesTem em ArTeMas os dois museus estatais de Xangai são apenas a ponta do novo iceberg artístico da cidade, com inúmeras instituições menores a ser inauguradas para compensar na falta de dimensão. A maioria dos museus mais pequenos são propriedade privada. Pelo menos dois, o Museu de Arte de Minsheng e o Museu de Arte de Rockbund, possuem reputações sólidas.

Ao levar em consideração o valor da nova arte na China, e o facto do país ter, segundo a Forbes, o maior número de milionários do mundo, a perspectiva de novos museus pri-vados parece interminável. Como esses museus se vão estabelecer, no entanto, ainda não se sabe. Construir estruturas é uma coisa; reunir obras significativas é outra.

Muitas colecções particulares hoje são simplesmente produtos ditados pelo mercado global: os três mais populares artistas chineses, artistas europeus mais populares, e assim por diante. Mas, embora museus para tais colecções estejam a proliferar, a China ainda não possui nenhuma oferta de um museu com uma visão histórica abrangente da arte contemporânea do país ao longo dos últimos 30 anos.

sem supervisão administrativa experiente, como será possível pre-venir que os futuros museus de arte moderna patrocinados pelo Estado - e certamente haverão mais – não seguirão o caminho “ quanto maior melhor”? O que poderá evitar que museus privados sejam glorificados como instalações de armazenamento - lugares para que os coleccionadores guardarem a sua arte, sem um propó-sito maior do que apenas ostentar o poder pessoal através da acumulação de material?

o exemplo de duNhuANgUm objectivo maior é precisamente o que o projecto de Dunhuang possui a seu favor. Ou talvez até mesmo objectivos maiores como preservar o passado, mas também, simbolica-mente, corrigir os erros do passado.

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11terça-feira 2.4.2013 culturawww.hojemacau.com.mo

As cavernas budistas podem ser encontradas em diversos locais ao redor de Dunhuang, mas a grande maioria, cerca de 700, estão esculpi-das em rochedos num lugar chamado Mogao a vários quilómetros da cida-de. Segundo a lenda, no século IV, um monge errante foi atraído para Mogao por uma visão de luzes que piscavam. Acreditando que o lugar era sagrado, cavou uma caverna do penhasco e aí permaneceu.

Outros monges vieram. Mais ca-vernas foram escavadas para servirem

de templos e salas de meditação, e as suas paredes foram cobertas com pinturas. Esculturas de Buda, algumas muito grandes, foram esculpidas e pintadas para criar ambientes decora-tivos. O local tornou-se um magneto para peregrinações, e um importante centro de aprendizagem com uma vasta biblioteca de manuscritos reunidos da China imperial até o leste, e da Índia até o oeste.

Foi apenas muito tempo depois, em 1940, que a China decidiu recuperar a cavernas e começou a

restaurá-las. Com o tempo, a sua mística aumentou. Em 1979, o ano em que foram abertas ao público, apareceram 20 mil visitantes. Até o final de anos 2010, a contagem anual subiu para 800 mil. Agora, a ameaça de danos às pinturas, através da ex-posição da humidade gerada pelos seres humanos e dióxido de carbono, tornou-se grave. Hoje, quase todas as cavernas estão fechadas.

Para preservar Mogao tanto como uma obra de arte quanto objectivo turístico, os arqueólogos responsáveis pelo local apresentaram uma proposta ao governo chinês para criar um centro de visitantes que iria permitir com que as pessoas visitassem as cavernas com acesso mínimo. O plano foi aprovado. O centro de visitantes, projectado pelo arquitecto Cui Kai Pequim como um grupo de cúpulas futurísticas, abrirá este ano.

A operação será cuidadosamente regulada. Visitantes virão para o cen-tro, assistirão um curta-metragem sobre a história da Rota da Seda de Dunhuang, e depois terão acesso a projecções digitais de vários dos interiores das cavernas mais ela-borados. Depois irão de autocarro para Mogao, onde verão diversas cavernas reais e passarão algum tempo num museu de artefactos de

Mogao - esculturas portáteis, têxteis, pergaminhos manuscritos - antes de voltarem para o centro.

Uma selecção de tais objetos estará disponível na Galeria Institucional da China em Manhattan, Nova York que começará no dia 19 de Abril para lançar “O Ano de Dunhuang”, uma série de eventos cujo objectivo é atrair a atenção do Ocidente, e de doações. Dos US$ 52 milhões que o centro deverá custar, US$ 33 milhões é do governo chinês, o resto deverá ser arrecadado de forma independente.

Este projecto não é o único exem-plo de conservação auxiliada pela tecnologia na China. Um semelhante foi documentado numa exibição chamada de “Ecos do Passado: As Cavernas Templos budistas de Xiangtangshan”, que foi organizada pelo Museu de Arte Inteligente em Chicago em 2010. Mas Dunhuang ocupa um lugar especial no imagi-nário cultural da China. Cuidar das cavernas significa correr atrás da negligência do passado. E talvez ainda mais importante é a experiên-cia de poder presenciar a arte dessas cavernas na beira do deserto.

Será que essa experiência será tão intensa com uma intervenção digital? E se for o caso, quanto dessa intervenção é aceitável? Nas questões de cultura contemporânea, a China faz-e perguntas, tanto sobre a natureza da arte quanto a função dos museus, que os ocidentais raramente consideram. Mas com a falta de di-nheiro para ser investido nas nossas próprias instituições culturais, com museus como resultado da vaidade de milionários também em alta no Ocidente, e com um público viciado em ver a arte através de telemóveis, a curva de aprendizagem da China em relação aos seus museus, tem muito que nos ensinar também.

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12 cultura terça-feira 2.4.2013www.hojemacau.com.mo

Macau 50 magníficosNo passado dia 22 de Março, pelas 18:30, decorreu na Arts For All (AFA) a inauguração da exposição “Best 50 Paintings Exhibition”. Para esta exposição foram seleccionadas 50 pinturas da autoria de 17 artistas locais. Os 50 trabalhos exibidos apresentam abordagens muito diversas. Entre os participantes estão James Wong, Allen Wong, James Chu, Fortes Pakeong Sequeira, Sylviye Lei, Lei Hio Meng, José Drummond, Hong Wai, Tong Chong , Coke Wong, Chao Chi Chun, Cai Guo Jie, Lai Ieng, Lai Sio Kit, Eric Fok, Nick Tai e José Dores. Estes 17 artistas, que agora exibem o seu trabalho, apresentam-se também enquanto núcleo activo e empenhado no desenvolvimento do contexto artístico local. Para além de uma exposição de pintura, “Best 50 Paintings Exhibition” é o reflexo do trabalho que, nesse campo, tem vindo a ser desenvolvido em Macau. A exposição “Best 50 Paintings Exhibition” é apoiada pela Secretaria dos Asuntos Sociais e Cultura do Governo de Macau, pelo Instituto Cultural de Macau e pela Perfect Vintage. Mais informação pode ser consultada em www.afamacau.com.

Arquitectura Todospor Denise Scott BrownEm 1991, o arquitecto Robert Venturi foi distinguido com o Prémio Pritzker, pela qualidade inegável das suas contribuições nos campos da teoria e prática da arquitectura. Ao seu lado, no trabalho e na vida, esteve sempre Denise Scott Brown. Hoje, vinte e dois anos depois, o movimento Women in Design exige que Brown seja igualmente reconhecida como vencedora do Prémio Pritzker de 1991. Segundo os organizadores da petição, ainda em curso na internet, a então decisão do Júri, atribuindo o galardão unicamente a Venturi, ignorou a enorme dimensão do contributo de Brown no percurso trilhado pelo seu marido. Entre várias obras, Denise Scott Brown foi co-autora, em conjunto com Robert Venturi, de Learning From Las Vegas (1977), livro essencial no contexto da teoria da arquitectura. Em defesa da noção de criatividade conjunta, a petição pode ser consultada em http://www.change.org/petitions.

Bienal de Veneza Kimsooja e a condição humanaKim Seungduk, curadora responsável pela participação Coreana na Bienal de Veneza deste ano, convidou a artista Kimsooja a transformar o pavilhão da Coreia num espaço profundamente sensorial. A artista Coreana propõe-se elaborar um diálogo rizomático entre cor e luz. Kimsooja nasceu na Coreia, em 1957, e divide a sua residência entre Nova Iorque, Paris e Seoul. A artista Coreana tem desenvolvido o seu trabalho a partir do recurso ao vídeo e à instalação, combinando performance e fotografia. No seu trabalho, Kimsooja tem procurado investigar questões relativas à condição humana, revisitadas na estética, na cultura, na política e no ambiente. Kimsooja expôs recentemente no Miami Art Museum (2012); no Perm Contemporary Art Museum, na Russia (2012); no Kunsthal 44 Møen (2012); e no Museum of Modern Art St. Etienne (2012). A Bienal de Veneza de 2013 decorrerá entre 1 de Junho e 24 de Novembro. A representação de Macau conta com a participação do arquitecto Carlos Marreiros.

Tiago [email protected]

Chegou ao fim, no passado dia 31 de Março, a grande retrospectiva sobre

a obra de Andy Warhol, exibi-da no Museu de Arte de hong Kong. Mas “Andy Warhol: 15 Minutes eternal”, assim se chama a exposição, continuará a sua itinerância. A Viagem, que teve início em 2012, em Singapura, rumará agora até Xangai, depois Pequim e, fi-nalmente, terá a sua conclusão em Tóquio, já em 2014. A pro-posta é simples: dar a conhecer ao oriente, a obra de um dos artistas mais mediáticos de sempre. Warhol, que morreu em 1987, deu nas vistas ao declarar: “No futuro, todos serão mundialmente famosos por 15 minutos.”

Pintor, escultor, desig-ner, ilustrador, realizador, escritor e coleccionador americano, Andy Warhol estudou no Carnegie Institute of Technology em Pittsburg, entre 1945 e 1949. em 1950 muda-se para Nova Iorque, onde começa a trabalhar como artista comercial e ilus-trador para revistas e jornais. o seu trabalho da década de 50 revelar-se-á atractivo e por vezes excêntrico, os próprios originais dão a sensação de serem impressos. Warhol desenvolveu a técnica da “Blotted Line”, um primeiro passo em direcção a outras técnicas de reprodução, tais como a serigrafia. A partir dos anos 60, Warhol passará a dedicar-se fundamentalmen-te à pintura. Motivado pelo desejo de ser tão reconhecido como Jasper Johns e Robert Rauschenberg, começa a pintar uma série de quadros baseados em imagens de publicidade e em histórias da banda desenhada. Assim nasceram alguns dos primei-ros trabalhos representativos do que viria a ser a Pop Art.

Andy Warhol foi atraído pelas imagens chocantes dos tablóides novaiorquinos, pelo dinheiro e por todo um conjunto de produtos pro-venientes da sociedade de consumo, como por exemplo, as garrafas de Coca-Cola e as latas de sopa Campbell. A partir de 1962, juntamente com o grupo de artistas do seu atelier de Nova Iorque,

The Factory, começa a pintar retratos de famosos, assim como a executar trabalhos fotográficos, filmes e músi-ca, tendo também publicado a revista de celebridades Interview e organizado es-pectáculos de televisão e concertos multimédia com o grupo musical Velvet underground. em 1968 par-ticipou pela primeira vez, numa exposição europeia e na documenta 4, em Kassel. Nesse mesmo ano, Warhol foi vítima de um atentado, tendo sido hospitalizado durante dois meses. Nos últimos anos da sua actividade, utilizou como ponto de referência e suporte para os seus tra-balhos, a obra de grandes mestres como Leonardo Da Vinci. em 1989 teve duas grandes retrospectivas, uma no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e outra, no Museu Ludwig em Colónia. Warhol é considerado como a figura principal e a mais controversa da Pop Art.

entre outras obras, no Mu-seu de Arte de hong Kong, foi exibida “Time Capsule-23”, uma colecção de objectos pessoais de Warhol, acon-dicionados numa caixa de cartão aberta. Na caixa podem ser encontradas lembranças do artista, recolhidas no de-curso de uma visita a hong Kong, realizada em 1982, como um mapa turístico da cidade, as passagens aéreas de Warhol, bem como cadernos do hotel Mandarin utilizados pelo artista. “25 anos depois da sua morte, Warhol con-tinua a ser um personagem complexo e muitas vezes incompreendido. A sua obra, realizada a partir de objectos de consumo, tais como caixas de ketchup heinz, pinturas de Marilyn Monroe e Mao Tse-Tung está impressa na nossa consciência colectiva “, afirma Eric Shiner, director do Museu Andy Warhol, em Pittsburgh. em exibição estão mais de 450 fotografias, pin-turas e esculturas, incluindo obras como “Campbell’s Soup” (1961), “Silver Liz” (1963), “Jackie” (1964), “Marilyn Monroe” (1967), “Mao” (1972), “The Last Supper” (1986) e “Self--Portrait” (1986). As datas e locais relativos às exposições em Xangai, Pequim e Tóquio, não foram ainda divulgados.

Museu de Arte de Hong Kong “Andy Warhol: 15 Minutes eternal”

Um inovador no Oriente

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terça-feira 2.4.2013 www.hojemacau.com.mo 13cultura

Maria João Belchiorem Pequim

Por mais anos que passem, Julio Iglesias parece não perder o charme,

pelo menos para o mercado chinês. Esta segunda-feira, o cantor espanhol recebeu em Pequim dois prémios pelas mãos de Lang Lang, o mais famoso pianista da China: o prémio de ser o mais popular artista estrangeiro na China e o recorde do Guiness World records por ser o cantor com mais álbuns vendidos do mundo. Um recorde que ultrapassa os 300 milhões de álbuns e que foi entregue em Pequim onde Julio Iglesias regressou depois de 20 anos de ausência.

Com três concertos marcados, a China é um mercado não de todo desconhecido para o cantor que disse ter tido sempre a certeza que o país iria adquirir a impor-tância que hoje tem. Agora com 70 anos,

vai cantar nos palcos de Xangai a 14 de Abril, Shenzhen a 18 de Abril e Pequim no dia 21.

o antigo guarda-redes do real Madrid não pode deixar de fazer piadas sobre a dificuldade de fazer um espectáculo com Lang Lang dizendo que “o real Madrid e o Barcelona dificilmente conseguem actuar bem juntos”, como menção ao seu clube favorito e ao de Lang Lang. o pianista chinês não poupou elogios a Julio Iglesias de quem disse ter “mais discos publicados que eu tenho notas no meu piano”.

Uma poderosa campanha de marke-ting está agora a relançar o nome de Julio Iglesias entre os chineses, apelando a uma classe jovem que há 20 anos eram ainda crianças. Para o cantor, o regresso aos palcos chineses representa também um novo mercado para os sucessos antigos que devem voltar a ouvir-se nos palcos durante este mês de Abril.

A Quinta Amarela, no Porto, acolheu a primeira facul-dade de Letras

da Universidade do Porto, durante grande parte da sua curta mas produtiva existência, de 1919 a 1931. Aludindo ao prodígio de se produzir uma enorme riqueza intelectual em pouco mais de dez anos, em condi-ções precárias e no meio de inúmeras e acesas críticas, Pedro Baptista intitulou o livro que dedica à história da instituição de “o Milagre da Quinta Amarela - Histó-ria da Primeira Faculdade de Letras da Universidade do Porto (1919-1931)”. A obra, editada pela Universi-dade do Porto editorial, foi

Livro Pedro Baptista conta a história da primeira faculdade de letras do Porto

Quando pensar é um milagre

Pequim Julio Iglesias recebe dois prémios

Charme espanholno País do Meio

apresentada no passado dia 27 de Março por Arnaldo Pinho, professor jubilado da Universidade Católica.

A obra promove a com-preensão do processo de fun-dação da Primeira Faculdade de Letras, traçando igual-mente os perfis biográficos de alguns dos seus alunos e professores mais ilustres, personalidades que se dis-tinguiram pela excelência em diferentes ramos das ciências sociais e humanas.

Fundada por Leonardo Coimbra, contando com pro-fessores tão ilustres como Augusto Ferreira Nobre, Da-mião Peres, Newton de Ma-cedo, Francisco Torrinha, Magalhães Basto ou Mendes Correia, e estudantes como Adolfo Casais Monteiro, Agostinho da Silva, Delfim Santos e Sant’Anna Dioní-sio, entre outros, a primeira Faculdade de Letras deixou um duradouro legado de vitalidade intelectual e aca-

démica que Pedro Baptista regista neste livro.

Simultaneamente, a obra possibilita um melhor en-tendimento do complexo contexto político e social das primeiras décadas do século XX português. Foi editada no âmbito das Come-morações do Centenário da Universidade do Porto, nas quais se procurou celebrar e valorizar o passado da instituição, nomeadamente através da edição de um conjunto de livros que ver-sam diferentes aspectos da sua história.

Pedro Baptista nasceu em Nevogilde, Porto, em 1948. Licenciado e dou-torado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, é investigador de mobilida-de externo no Instituto de Filosofia desta Faculdade. Publicou Ao Encontro do Halley (ensaio, 1987), Sporá

(romance, 1992; finalista do Grande Prémio do romance da SPE), o Cavaleiro Azul (romance, 2001), Pessoas, Animais e outros que Tais (narrações, 2006) e Centená-rio do Gabiru (estudo, 2007). É autor ainda de diversas comunicações no campo da filosofia. Politicamente acti-

vo, foi dirigente estudantil de 1968 a 1971, co-fundador de o Grito do Povo em 1971, preso político e de-portado em 1973 e deputado socialista à Assembleia da república, eleito pelo Porto, entre 1995 e 1999.

Actualmente, vive em Macau.

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14 cultura terça-feira 2.4.2013www.hojemacau.com.mo

Christine hong, fundadora e presi-dente da Yun Yi, é a promotora desta

iniciativa, cuja ideia surgiu quando se viu confrontada com as “mudanças físicas e sociais drásticas” ocorridas na sua terra natal durante os dez anos em que esteve a estudar música nos estados Unidos.

“regressei de nova iorque em 2007 e, um dia, ao conduzir pela cidade, dei por mim a olhar em redor, a reparar nos novos edifícios construídos e apercebi-me das mudanças físicas e sociais drásticas que Macau registou nos últimos anos, que me

Associação explora em livro razões para se viver em Macau

O coração conhece e a razão ignora

ANÚNCIO [Nº. 63 /2013]

Vimosporestavianotificarosproprietáriosdasseguintesfracções,nousodascompetênciasdelegadaspelon.º13doDespachon.º09/IH/2012,publicadonoBoletimOficialdaRAEM,n.º13,IISérie,de28deMarçode2012,enostermosdon.º2doartigo72.ºdoCódigodoProcedimentoAdministrativo,aprovadopeloDecreto-Lein.º57/99/M,de11deOutubro,doseguinte:

Morada N.º do processo Fracção Proprietário Infracção

EdifícioJardimdoM

ardoSul,Bloco1

49/CDH-DAG/2011 10ºandarR LeiIokWa

Construçãoilegaldasportasdeferronocorredorcomum,ouapesardeaportadeferroilegal ter sido removida,mas este acto de reposiçãofoiefectuadoforadoprazode 30 dias indicado, peloque estes actos constitueminfracções, nos termos daalíneah)don.º2doartigo16.º do Decreto-Lei n.º41/95/M,de21deAgosto,“não colocar grades de segurança e estendais que não obedeçam aos padrões definidos pelo IH”.

50/CDH-DAG/2011 9ºandarR IpKaPui

54/CDH-DAG/2011 16ºandarG LaoWongChun/FongPouKin

55/CDH-DAG/2011 15ºandarH ChanKioWan

57/CDH-DAG/2011 15ºandarA FongChiFong

59/CDH-DAG/2011 14ºandarG MakManNei

60/CDH-DAG/2011 12ºandarM LaoWongChun/FongPouKin

EdifícioVengTimSanC

hun,Bloco2

09/CDH-DAG/2012 6ºandarBB NgSanKeong/ChanSamU

EsteInstitutonotificou,atravésdacartaregistada,edosanúncioeedital,nostermosdoartigo72.ºdoCódigodoProcedimentoAdministrativo,osinteressadosacimamencionadosquedeviamterapresentado,porescrito,assuascontestações,noprazodedezdias,parajustificaraconstrução ilegaldasportasde ferronocorredorcomum,masestesnãoasapresentaram,noprazo indicado,oua justificaçãoapresentadapelos interessadosnão foi aceite, osactosreferidosconstitueminfracções,comprovadaspelasfotografias,nostermosdaalíneah)don.º2doartigo16.ºdoDecreto-Lein.º41/95/M.Deacordocomaalíneaa)don.º1doartigo18.ºdomesmodecreto-lei,osproprietáriosdasfracçõesacimamencionadasqueefectuaramosactosdeinfracçõesestãosujeitosàaplicaçãodeumamulta,demilpatacas(MOP1000,00).

Maisseinformaqueestãoobrigadosareporasituaçãooriginal,noprazodetrintadias,acontardadatadepublicaçãodopresenteanúncio.Seonãofizer,amultadiáriaédemilpatacas(MOP1000,00),atéserrepostaasituaçãooriginal,nostermosdon.º3doartigo18.ºdomesmodecreto-lei.

Peloque,devedirigir-seaoInstitutodeHabitação,sitonaTravessaNortedoPatane,n.º102,IlhaVerde,Macau,parapagararespectivamulta,noprazodedezdias,acontardadatade publicação do presente anúncio, sob pena de amesma ser executada coercivamente emprocessocivil.

Poroutrolado,deacordocomosn.os3e4doartigo19.ºdomesmodecreto-lei,podeminterpor impugnação judicial, aoTribunal Judicial deBase, a impugnação judicial não temefeitosuspensivo.

Aos26deMarçode2013.PeloPresidente,IamLeiLeng

ChefedaDivisãodeAssuntosJurídicos

A associação cultural Yun Yi vai publicar este ano o livro “Why Macau?”, que explora as mudanças e a multiculturalidade do território através da experiência de mais de 30 residentes, que contarão as suas histórias em várias línguas

deixaram bastante surpre-endida”, disse.

Ao constatar que “Ma-cau era uma cidade em que praticamente toda a gente se conhecia e onde hoje se vêem mais caras ocidentais, estando também a regressar muita gente que foi estudar para fora”, Christine hong foi imediatamente assalta-da pela dúvida, ‘porquê?’.

“Porque é que muitas pessoas escolheram Macau para viver ou decidiram regressar? Por razões pro-fissionais, familiares, por amor ou simplesmente por aventura? intriga-me esta ideia e, por isso, conside-rei que seria interessante publicar um livro para ex-plorar as respostas a estas questões”, explicou.

O projecto está a ser de-senvolvido através da asso-ciação Yun Yi, que fundou em Outubro de 2010 como “ponte para dar a conhecer o que Macau tem a oferecer no campo das artes e da cultura”, com o objectivo de retratar a actual região Administrativa especial chinesa, em contraponto com o seu passado e procu-rando perspectivar o futuro do território a partir daquilo que lhe dá vida - as pessoas.

entre 30 e 35 residentes originários de 13 países e regiões e que trabalham em diferentes áreas vão dar a conhecer, na sua língua materna, as razões que os trouxeram a Macau e a sua experiência de viver no território.

“Contamos com a cola-boração de artistas, advoga-dos, engenheiros, professo-res, pessoas que trabalham nos casinos, na indústria de entretenimento, cantores, donas de casa, portugue-ses, macaenses, chineses, franceses, cambojanos, fili-pinos, indianos, japoneses”, apontou Christine hong.

A aposta na publicação das histórias nas línguas maternas dos autores, dis-se, tem como objectivo a exploração das “relações sociais, já que podemos pedir a pessoas que são fluentes nessas línguas que não dominamos para nos contarem essas histórias que não conseguimos ler”.

“Através deste livro es-peramos que as pessoas de Macau e de fora olhem para a região de uma perspectiva diferente. há histórias de pes-soas que chegaram a Macau há 30 anos e fazem um retrato do território nessa altura e outras de pessoas que che-garam recentemente, por isso faz-se esta comparação entre a Macau de antes e a Macau de hoje, perspectivando-se o futuro”, defendeu.

O livro contará também com ilustrações de um artis-ta, que ainda não está esco-lhido, estando a associação a procurar apoio financeiro para a sua finalização, e será lançado em agosto, acom-panhado por uma exposição com fotografias e trabalhos artísticos sobre as experiên-cias de vida em Macau dos autores das histórias. - Lusa

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terça-feira 2.4.2013

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Aviso Informa-se que se encontra publicada, a lista provisória dos candidatos, no dia 20 de Março de 2013, de acordo com o aviso referente à abertura do concurso, publicado por este Instituto no dia 30 de Janeiro de 2013, para o recrutamento, em regime de contrato além do quadro, de 13 lugares de fiscal técnico de 2.ª classe, 1.º escalão, da carreira de fiscal técnico. Os candidatos podem consultar na página electrónica deste Instituto (http://www.ihm.gov.mo), “Recrutamento”, ou dirigir-se pessoalmente à recepção deste Instituto, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, rés-do-chão, dentro das horas de expediente.

Instituto de Habitação, aos 28 de Março de 2013.

O Presidente,

Tam Kuong Man

A Sociedade de Abasteci-mento de Água de Ma-cau, S.A. (S.A.A.M.) voltou a sofrer nova

quebra de lucros pelo segundo ano consecutivo. Desta feita registou um decréscimo de 12.6% quando comparado a 2011. Ainda assim, a S.A.A.M garantiu, no ano pas-sado, uma factura final positiva no valor de 49,43 milhões de patacas (com um aumento de 10% das receitas de venda de água), ainda que o aumento do preço das matérias-primas e energia eléctrica, dos recursos humanos e

UM espumante por-tuguês que figura na

carta do Grand Lisboa é produzido em Rio Maior, em Portugal, numa peque-na adega familiar à qual o casino asiática compra toda a produção ainda antes de colhidas as uvas.

Denominado “Ninfa”, em homenagem à “Ninfa Fontenária de Rio Maior” - cuja estátua foi encontrada durante as escavações ar-queológicas de uma antiga vila romana -, o espumante nasce no Alto da Serra e disputa preferências com vinhos italianos e franceses no menu.

Distinguindo-se pela sua cor branco-salmonado “é um espumante bastante diferente do que é habitual em Portugal, feito só de Pinot Noir [uma casta fran-cesa] de uvas tintas que nós produzimos nas encostas da Serra dos Candeeiros, numa vinha onde tivemos a sorte de conseguir encontrar o terreno propício”, explica

15www.hojemacau.com.mo vida

S.A.A.M. anuncia baixa de lucros mas avança com o projecto de expansão da ETAR este ano

Tratar da saúde à água

Grand Lisboa compratoda a colheita de espumante português

Dar de beber à alegria

a poupança no consumo de água dos cidadãos estejam na origem da quebra de lucros.

No entanto, segundo informa em comunicado, a companhia pretende dar início aos trabalhos

necessários para a melhoria dos processos de tratamento da Estação de Tratamento de Água do Reser-vatório (ETAR) do Porto Exterior e à sua terceira fase de construção ainda este ano, que implica um

investimento de 100 milhões de patacas. Com perspectivas de conclusão em 2014, a capacidade de abastecimento de água diária de Macau passará então dos actuais 330 mil metros cúbicos para 390

mil, o que, explica a S.A.A.M., servirá para satisfazer as necessi-dades do futuro desenvolvimento económico de Macau.

Segundo informa um comu-nicado da empresa, “as políticas de poupança de água activamente implementadas pelo Governo têm obtido resultados significati-vos, pois o aumento do consumo doméstico foi mais moderado.” Ainda assim, o consumo total de água em Macau atingiu em 75.28 milhões de metros cúbicos no ano passado, um aumento de 6.7% quando comparado a 2011. - R.M.R.

João Barbosa, proprietário da Adega Porta da Teira.

À casta juntam-se o calcário da serra e a pro-ximidade às salinas de Rio Maior para acentuar a cor e o sabor do espumante de “bolha muito fina e que transmite várias sensações sem agredir o palato”, se-gundo o produtor, que ape-lida o “Ninfa” como “um espumante muito francês”.

Muito francês, mas produzido bem à portu-guesa numa adega onde as vindimas ainda são feitas com recurso a familiares e amigos, que se juntam para colherem as uvas que nascem nos seis hectares de vinha.

Destas saem produções anuais de cerca de 60 mil garrafas de vinhos tintos e brancos (alguns dos quais premiados internacional-mente) que, também sob a marca “Ninfa”, são ex-portados para países como o Brasil, Angola, Canadá, Suíça, Alemanha e Holan-da. Quanto ao espumante, a produção cinge-se a 1,2 hectares de vinha, cuja co-lheita está antecipadamente vendida para Macau.

A Adega Quinta da Teira pertence à Sociedade Agrí-cola João Teodósio Matos Barbosa & Filhos, Lda., empresa familiar fundada em 1997 pelo descendente do fundador das caves D. Teodósio. - Lusa

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Marco [email protected]

terça-feira 2.4.2013desporto16

resultados

classificação

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O Clube Desporti-vo Monte Carlo conquistou este fim-de-semana,

no estádio da Taipa, o título informal de campeão de In-verno, ao terminar a primeira ronda da principal prova do futebol de Macau na liderança da tabela classificativa, com três pontos de vantagem sobre o Windsor Arch Ka I.

A chuva persistente não se afigurou suficiente para estragar a festa ao grupo de trabalho orientado por Tam Iao San. Os vice-campeões do território conservaram a liderança isolada da Liga de Elite ao golearem o arqui--rival Lam Pak por cinco bolas a uma. O desequílibrio final pelo qual se pautou o desenlace não traduz o de-sempenho dentro das quatro linhas do plantel orientado por Chan Man Kin. O Lam Pak saltou para a frente do marcador logo aos dois minutos, com o reforço Wilton Gilberto a estrear-se em grande com a camisola do clube azul e branco, ao abrir de cabeça o placard na resposta a um pontapé de canto apontado por Timba.

William Carlos Gomes teve nos pés a oportunidade de dilatar o marcador pou-co depois, mas acabou por permitir o corte providencial de Paulo César no momento exacto em que ajeitava o pé para o remate. Incapaz de conter o ímpeto inicial do adversário, o Monte Carlo só à passagem do primeiro quarto de hora da partida consegue chegar com perigo à área à guarda de Tai Chou Tek, numa jogada conduzida por Du Zhiqiang em que o banco “canarinho” fica a pedir grande penalidade, depois do dianteiro da Re-pública Popular da China ter sido derrubado no último reduto adversário.

Du não marcou à primei-ra, mas marcou à segunda. Aos 23 minutos, o avançado do Monte Carlo levou a bom porto uma jogada de ataque da formação orientada por Tam Iao San e repôs a igual-dade no marcador. O Lam Pak não baixou os braços

Benfica aplica goleada à moda antiga

Monte Carlo esmagaLam Pak e mantém liderança

e só não marcou de novo na jogada imediata porque Paulo Cesar negou sobre a linha o golo à linha avançada azul e branca.

O plantel às ordens de Chan Man Kin esteve em bom plano durante toda a primeira parte. William Carlos Gomes e Wilton Gilberto revezaram--se no assédio a Domingos Chan por várias ocasiões, forçando o veterano guarda--redes do Monte Carlo a per-manecer permanentemente em alerta. Aos 35 minutos, o guardião responde com uma defesa apurada a uma boa iniciativa de William Gomes, num remate que pautaria uma das derradeiras oportunida-des flagrantes do Lam Pak em toda a partida. O desafio mudou inesperadamente de rumo a dois minutos do fim da primeira parte, com Lam Ka Pou a receber ordem de expulsão. Em dificuldades, o defesa azul e branco travou em falta um adversário e viu o cartão vermelho directo, num altura em que chovia copiosamente no Estádio da Taipa.

O intervalo trouxe melho-rias significativas em termos de condições atmosféricas e os líderes aproveitaram a vantagem numérica de que

dispunham para decidirem o encontro a seu favor. O grupo de trabalho orientado por Tam Iam San saltou pela primeira vez para a frente do marcador aos 56 minutos, com Denil-son a marcar na sequência de um pontapé de canto.

O Monte Carlo precisou de um minuto para dilacerar as eventuais dúvidas que ainda pudessem persistir sobre o nome do vencedor do cotado desafio. Aos 57 minutos, Du Zhiqiang assinou um dos melhores momentos da partida, ao bater Tai Chou Tek com um remate colocado, desferido à entrada da área do Lam Pak.

O guarda-redes do con-junto azul e branco ainda conseguiu conter novos estragos aos 68 minutos, ao defender, ainda que de forma incompleta, um novo remate da linha ofensiva adversária. O camisola 16 do Lam Pak nada pode fazer – porém – aos 73 minutos para evitar o quar-to golo dos vice-campeões do território, apontado por Denilson num “chapéu” com peso, conta e medida.

A vencer por margem folgada, o Monte Carlo ainda conseguiu festejar um novo golo, a cinco minutos do fim da partida. Marcou

Chan Man com um remate cruzado, desferido a quase trinta metros do último re-duto adversário.

BenfiCa CiMenta terCeiro LugarOs “canarinhos” não foram os únicos a tirar proveitos da vitória frente ao arqui-rival azul e branco. O Benfica aproveitou o deslize do Lam Pak para cimentar a terceira posição da tabela com uma vitória rotunda sobre o Kei Lun. As águias golearam o penúltimo classificado da Liga de Elite por onze bolas a zero, numa partida em que Pio Junior apontou quatro golos. O primeiro tento do desafio, apontado logo aos dois minutos, teve no entanto a chancela de Luis Carlos Ferreira, conhecido no mundo do futebol por Jardel. Numa tarde para mais tarde recordar, Pio Junior fez pela primeira vez o gosto ao pé aos cinco minutos e voltou a bater Eusébio Rodrigues Mendes aos 34, numa jogada em que tirou o guarda-redes do Kei Lun do caminho com um toque subtil. Cuco, antigo médio da Casa de Portugal, estreou-se a marcar com a camisola do Benfica a cinco minutos do fim da primeira parte, mas não foi de todo o último jogador encarnado a marcar na primeira metade do desafio. O Benfica voltou aos golos aos 44 minutos, com Jardel a bisar a partir da marca de onze metros.

O macaense Vinício Mo-rais Alves mostrou aos 47 minutos que a sede de vitória das águias não esmoreceu com a recolha ao balneário. O sétimo golo da partida surgiu à passagem da primeira hora de jogo, num pontapé coloca-díssimo de Cuco, que coroou uma exibição de gala com dois tentos portentosos. Pio Gomes Junior voltou a feste-jar aos 73 minutos, ao bater de cabeça o último homem do Kei Lun e celebrou de novo quatro minutos depois, numa jogada de insistência do ataque encarnado.

Fabrizio Lima, aos 82 minutos, e Marquinhos, aos 89, completaram aquela que é a maior goleada da edição de 2013 da Liga de Elite até ao momento. As vitórias mais dilatadas da prova

Kuan Tai 0 – 1 Ka IBenfica 11 – 0 Kei LunMonte Carlo 5 – 1 Lam PakSub-23 0 – 3 PolíciaC.P.K 3 – 1 Lam Ieng

Equipa J V E D GM-GS Pontos

Monte Carlo 9 9 0 0 31-5 27

WA Ka I 9 8 0 1 31-5 24

Benfica 9 7 0 2 28-3 21

Lam Pak 9 6 0 3 25-10 18

Kuan Tai 9 4 0 5 8-10 12

Polícia 9 3 1 5 12-17 10

Lam Ieng 9 3 1 5 10-29 10

Chao Pak Kei 9 3 0 6 11-26 3

Kei Lun 8 1 0 8 7-40 3

Sub-23 9 0 0 9 4-27 0

tinham sido alcançadas pelo Ka I, com duas goleadas por sete bolas a zero, mas os campeões do território parecem estar longe do ful-gor de outrora. A formação orientada pelo brasileiro Joseclér não foi além de um triunfo pela margem mínima no frente-a-frente com a exigente formação do Kuan Tai. O único tento da partida foi apontado nos instantes do desafio, numa altura em que relógio já levava quatro minutos sobre os noventa minutos regulamentares. O golo foi apontado pelo incon-tornável Nicholas Torrão, na resposta a uma boa solicita-ção do nigeriano Christopher Nwarou. Com o tento, Torrão reforçou a liderança da tabela dos melhores marcadores, com dezoito golos em nove partidas disputadas.

Nos restantes desafios da nona ronda da Liga de Elite, o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública derrotou sem apelo nem agravo a Selecção de Sub-23 da Associação de Futebol de Macau por três bolas a zero. Marcaram para a formação das forças de segurança da RAEM Cheong Loi (aos 11 e aos 46 minutos) e Cheong Chi Long (aos 91). Na guerra da manutenção, o Chau Pak Kei alcançou uma importante vitória sobre o Lam Ieng. O “satélite” do Lam Pak esteve a ganhar, mas o campeão da II Divisão da época passada deu a volta ao resultado na segunda parte, acabando por triunfar por três bolas a uma.

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17terça-feira 2.4.2013 www.hojemacau.com.mo futilidades

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

Aqui há gato

[Tele]visão

Pu Yi

Porque não ConSeguimoS (nem queremoS) ComPrAr CASA em mACAuCom um salário de vinte mil patacas e o Bir, você pode pedir cerca de 70% dos cinco milhões de patacas ao banco, isto com 20 anos de reembolso e taxa de juro anual de 2,5%. ou seja, meu caro leitor, ainda tem que pagar a primeira fase do empréstimo de 1,5 milhões de patacas, bem como 18,546.82 patacas nos próximos vinte anos, a cada mês. Parece que, assim, falta pouco dinheiro para a vida pessoal, não é? Sim, mas isso é a realidade em macau. e isso explica por que estão os jovens de macau a procurar os T1 de habitação económica, com a qualidade tão má e que limitam tanto o futuro. Porque não conseguem comprar uma casa privada aqui em macau. embora se diga por aí que o rendimento médio mensal já subiu até às 14 mil patacas por mês, não há condições para os jovens terem a casa ideal nesta terra. o que é isso de casa ideal? Para mim, que moro nesta redacção bonita, acho que uma casa ideal é quando não se olha para a janela da vizinha, sem varanda e que impede a roupa de secar. mas, a maioria dos residentes de macau mora neste tipo de apartamento, sendo que alguns estão satisfeitos com as condições porque sabem que ter uma casa á é uma graça em macau. outros sabem que qualquer casa em Zhuhai é melhor do que as “casas de luxo” da rAem. Aliás vê-se isso nas notícias, constantemente. Ainda agora, a primeira residência na ilha montanha – a Sea of Dreams - já está quase esgotada. está bem, “esgotada” não é a palavra ideal para a situação porque o prédio ainda não foi vendido oficialmente, estando apenas na fase de registo, mas cerca de 1,816 unidades - 15,000 residentes de macau - fizeram já registos, o que mostra que uma casa em macau já não é nada atraente. Uma pessoa com capacidade financeira com certeza não quer comprar uma casa num espaço limitado e gastar tudo na poupança do banco. o pior é que o preço da habitação em macau nunca vai descer, pelo menos com o desenvolvimento económico ligado ao jogo, e o conluio entre comerciantes e governo.

TDM 13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360º (Diferido)14:40 RTPi DIRECTO18:30 TDM Desporto 19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 TDM Entrevista21:30 Donas de Casa Desesperadas S.822:10 Escrito nas Estrelas23:00 TDM News23:30 Magazine Liga dos Campeões00:00 Portugal Aqui Tão Perto01:00 Telejornal – Repetição01:30 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

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30 - FOX Sports13:00 Ge Canary Wharf Triathlon 201213:30 US Open 9-Ball C’ship 201215:30 MLB Regular Season 2013 Texas Rangers vs. Houston Astros18:30 (Delay) Baseball Tonight International 201319:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 Ge Canary Wharf Triathlon 201221:00 Copa Lagos 2012 Portugal vs. Argentina22:00 FOX SPORTS Central22:30 Australian Ironman 2012/1300:00 (LIVE) Nextgen Series 2012/13 Final

31 - STAR Sports10:30 USA Swimming Grand Prix - Orlando13:30 Inside Sailing 2013

14:00 Indonesia PGA Championship Day 317:00 Rolex FEI World Cup Jumping 2012/1318:00 Swisse Mark Webber Tasmania Challenge 201219:00 FIA World Touring Car Championship 2013 - Highlights19:30 Laureus Spirit Of Sport20:00 The Verdict20:30 Indonesia PGA Championship Day 4 Highlights 21:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 Copa Lagos 2012 Portugal vs. Lebanon23:00 The Verdict23:30 Score Tonight Special - Kings And Champions 40 - FOX Movies11:50 National Treasure: Book Of Secrets13:55 Transporter: The Series14:40 The Twilight Saga16:35 Rio18:15 Spider-Man20:15 The Walking Dead21:00 John Carter23:15 This Means War00:55 National Treasure

41 - HBO12:00 Dr. Seuss’ The Lorax13:30 Harry Potter And The Prisoner Of Azkaban16:00 Honey, I Shrunk The Kids17:40 The Conversation19:40 Clear And Present Danger22:00 Boss23:00 Girls23:30 Enlightened00:00 Take Me Home Tonight

43 - MGM Movies11:45 Ninja Vengeance13:15 Frankie And Johnny14:45 A Prayer For The Dying16:30 The Raven18:00 Psych-Out19:30 The Raven21:00 Company Business22:45 Sunday Bloody Sunday00:30 Rich In Love

SoluçõeS do problema

HORIZONTAIS: 1-SURDA. APTAS. 2-ATAIS. POEMA. 3-CASAI. ODIAR. 4-AMAL. M. AMIO. 5-R. ROSICRE. U. 6-T. GEMIA. T. 7-ERMA. A. MIAM. 8-SOA. CIA. ARU. 9-SITUA. METAL. 10-EXAME. ACEDA. 11-SAIAM. ROSAS.VERTICAIS: 1-SACAR. ESSES. 2-UTAM. TROIXA. 3-RASAR. MATAI. 4-DIALOGA. UMA. 5-ASI. SE. CAEM. 6-MIMAI. 7-APO. CI. AMAR. 8-PODARAM. ECO. 9-TEIME. IATES. 10-AMAI. TARADA. 11-SAROU. MULAS.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-Mulher que ouve muito mal. Que têm aptidão. 2-Apertais com nó. Obra em verso. 3-Ligai pelo matrimónio. Sentir aversão. 4-Condutor de palanquim na India. O m. q. ami (planta). 5-O m. q. rosicler. 6-Pranteava, chorava. 7-Despovoada. Gritam (Fig.). 8-Produz som. Acto de ciar (Mar.). Sapo amazónico. 9-Coloca num lugar certo. Substância mineral simples, boa condutora do calor e da electricidade. 10-Prova a que alguém é submetido. Consinta. 11-Desocupem. Venturas.

VERTICAIS: 1-Arrancar. Pronome demonstrativo (pl.). 2-Joeiram, outam. Pacóvio, troxa. 3-Achanar. Tirai a vida. 4-Conversa com outra pessoa. A Primeira de um série ou ordem. 5-Segurei com a mão. Catedral. Pendem. 6-Amimai. 7-Constelação austral. 101 (Rom.). Prezar, venerar. 8-Desbastaram. Reflexão da voz. 9-Insista. Embarcações de recreio. 10-Prezai. Sexualmente degenerada, anormal. 11-Cicatrizou, curou. Pessoas ruins e manhosas.

GI JOE RETALIATION

Sala 1the croodS [a](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Chris Sanders, Kirk De Micco14.30, 19.30

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Sala 2 GI joe retalIatIon [3d] [c]Um filme de: Jon M. ChuCom: Channing Tantum, Bruce Willis, Dwayne Johnson14.30, 19.30

the croodS [a](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Chris Sanders, Kirk De Micco16.30, 21.30

Sala 3olympuS haS fallen [c]Um filme de: Antoine FuquaCom: Gerard Butler, Morgan Freeman, Aaron Eckhart14.30, 16.45, 19.15, 21.30

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Complete Chamber musiC For Violin • António Fragoso, Carlos DamasA morte de António Fragoso (1897 - 1918) com a idade de 21 anos, roubou um jovem de potencial extraordinário à arte da música nacional. As obras aqui apresentadas revelam um jovem compositor completamente ciente das grandes figuras musicais da época, a influência de Debussy e Fauré, por exemplo, pode ser detectada na Suite romantique para violino e piano de 1916. Carlos Damas foi professor no Conservatório de música de macau, integrou a orquestra de macau e participou no Festival de música de macau, no Festival de Artes de macau e no quinto Festival de Artes da república Popular da China.

VIERAM COMO ANDORINHAS • William Maxwellinteligente, subtil e soberbamente escrito, Vieram como andorinhas é um breve romance sobre um rapaz extremamente sensível crescendo numa cidade pacata no estado de illinois. É um retrato poético e perspicaz de uma família burguesa americana enfrentando os problemas diários da vida durante a pandemia de gripe que matou milhões de pessoas no mundo em 1918-1919. o génio de maxwell prende-se com a sua capacidade de exprimir emoções profundas e complexas através de observações simples e magnificamente descritas.

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terça-feira 2.4.2013publicidade18 www.hojemacau.com.mo

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IToda a gente sente: há um não sei quê de displicência, um não sei quê de deixa andar, cada vez mais inexplicável, cada vez mais a multiplicar raízes para crescerem frutos podres. Nos variados sectores e dimensões. Dos táxis trafulhas que descaradamente ofendem uma classe profissional cujos elementos na sua maioria pretendem le-var a vida na legalidade, aos da intrujice do imobiliário. Todos protegidos pela máxima “livre concorrência de mercado”, que tudo pode querer dizer e nada diz.

A “livre concorrência” não pode ser uma concorrência injusta. Nem sequer está provado, muito pelo contrário, que o tipo de “livre concorrência” à solta na RAEM é a felicidade generalizada, a harmonia em todos os lares, a sociedade maravilhosa. A “livre concorrência” deve ser tabelada, disciplinada, ter regras concretas e reais, proteger as comunidades em geral, dos especuladores tarados, alicerçar fundamen-tos válidos, uma vez que é determinante na organização, inclusivamente política e jurídica, da sociedade. Desta presente sociedade de Macau. Existe ou não existe na RAEM legislação que não permite e até reprime os abusos de poder, nomeada-mente os abusos do poder económico, o apaparicar do protectorado açambarcador? Este não condenar do aumento gigantesco e arbitrário dos lucros à custa da exclusão cada vez maior de pessoas, não é com-patível com a necessidade efectiva da tal “harmonia social” tantas vezes falada por tudo e por nada.

IIPorventura, as entidades responsáveis em Macau andarão numa roda viva para resol-ver , rejeitando, o alegado atentado grave à saúde pública que é sermos, todos nós, pelo menos desde 2011, receptores de lixo contaminado, ou seja resíduos electrónicos perigosos exportados directamente (à má fila?) do Canadá. No sortido constam “ba-terias recicladas, baterias de níquel-cádmio, baterias de chumbo-ácido e tubos de raios catódicos, por exemplo os antigos ecrãs de televisão e de computador”.

Só faltava esta.Na última edição do JTM, na semana

passada, quinta-feira, o jornal informa que questionou a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental sobre o assunto, tendo recebido em forma de email, resposta nestes termos: “as perguntas e o assunto são complicados”. E pronto, fiquem--se com esta que a gente “vai analisar e

19terça-feira 2.4.2013 www.hojemacau.com.mo opinião

à f lor da peleHelder Fernando

A “livre concorrência” não pode ser uma concorrência injusta. Nem sequer está provado, muito pelo contrário, que o tipo de “livre concorrência” à solta na RAEM é a felicidade generalizada, a harmonia em todos os lares, a sociedade maravilhosa. A “livre concorrência” deve ser tabelada, disciplinada, ter regras concretas e reais, proteger as comunidades em geral, dos especuladores tarados, alicerçar fundamentos válidos, uma vez que é determinante na organização, inclusivamente política e jurídica, da sociedade

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Não basta ouvir, é preciso entender

acompanhar” a coisa. Realmente, estes assuntos de protecção ambiental são muito complicados.

O JTM conta que após consultar dados oficiais referentes às compras de mercado-rias, por parte de Macau, ao estrangeiro, não encontrou qualquer registo ou referências com aqueles nomes e nas datas menciona-das (Agosto e Dezembro de 2011), entre as mercadorias que a região comprou ao Canadá.

Parece que a empresa exportadora, a Electronics Recycling Canada, tem vasta experiência neste desfazer de lixo perigo-so. Segundo o JTM, a ERC enfrenta 24 acusações de violação da Lei de Protecção Ambiental em vigor no Canadá. Como para este tipo de moscambilhas tem de existir parcerias, a página daquela empresa na internet enumera parceiros em Macau, Hong Kong, China continental, Filipinas, Vietname, Coreia, Inglaterra, EUA e no próprio Canadá. Ainda pela verificação feita pelo JTM, informações sobre quem é, por exemplo, o parceiro em Macau e onde tem o escritório, não constam.

Negligência só de um lado ou negligên-cia de vários?

IIIAinda em matéria de qualidade ambiental, o que também já todos perceberam é que Co-loane tem os dias contados se não aparecer alguém com poder de persuasão, tenha essa

persuasão as características que tiver, para travar a loucura e o atentado desrespeitoso para com os cidadãos, que um conjunto de gananciosos que gostam tanto de Macau como nós gostamos de pancada, se perfila

despudoradamente para passar ao ataque quase total.

Algumas vozes são ouvidas a contrariar este assalto, agora também a Coloane. E de novo, há quem traga à memória aquela fra-se batida: “o governo português de Macau estimava mais o território do que os actuais governantes”. Esta constatação, no mesmo sentido de outras também já proferidas em plena Assembleia Legislativa, por diferen-tes deputados chineses, obviamente que não terá carga saudosista, mas possui um significado tremendo a que os governantes da RAEM também devem estar atentos. Até porque – governante, naturalmente, não ouve – não é somente na AL que este género de constatações faz eco.

Mas não basta ouvir do que se fala e como se fala; o necessário é entender o que se ouve, compreender o conceito.

IVAinda existe um tipo de pessoas que acre-dita nos outros sem ser só por acreditar; e também existe quem dê crédito aos sonhos, às utopias e a outras coisas em que não podemos tocar. Ou não sabemos.

Da mesma forma há pessoas de quem não nos irritamos por esperar, apenas porque o significado que têm para nós justifica que esperemos por elas toda a vida.

cartoon o coelho da páscoapor Steff

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terça-feira 2.4.2013www.hojemacau.com.mo

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Incêndio no templo contíguo às Ruínas de S. PauloO Templo de Na Tacha, junto às Ruínas de São Paulo, sofreu no passado domingo à noite um incêndio que terá sido causado por um curto-circuito eléctrico no armazém. O director do Instituto Cultural (IC) Ung Vai Meng foi ao local tomar o pulso à situação, revelando que nada de importante se perdeu durante o incêndio. O IC vai entregar um relatório sobre o caso. Com efeito imediato, o templo fechou as suas portas mas como o incêndio não afectou a sala principal, as autoridades tentarão concluir as reparação necessárias antes de Festival Na Tacha, no dia 18 de Maio.

São Tomé e Príncipe con-tinua a reconhecer Taiwan,

logo está excluído de relações diplomáticas com a China que, contudo, tem uma presença indirecta no sector petrolífero e ligações do partido comunista chinês ao partido do presidente são-tomense. Gerhard Seibert, analista ligado ao Centro de Estudos Africanos (CEA) do ISCTE, disse desconhecer “pas-sos concretos” no sentido de uma troca de Taiwan pela República Popular da China, recentemente falada no arquipélago a pro-pósito de ligações chinesas do MPSTP-PSD.

“Mas, como em São Tomé e Príncipe estão sempre à procura de financiamentos, não sei. É possível que numa certa con-juntura eles possam mudar de parceiros. Mas acho que isso, por enquanto, não está a acon-tecer”, disse.

Seibert sublinha que a coope-ração taiwanesa tem dado frutos no arquipélago, sendo emble-mático o projecto que permitiu praticamente erradicar a malária, e que o montante disponibilizado por Taiwan para investimentos públicos está “muito à frente” de países europeus, apenas ul-trapassado por Nigéria e Angola.

“Enquanto os taiwaneses puderem garantir este fluxo de ajudas, São Tomé e Príncipe não sentirá necessidade de mudar de parceiro”, diz Seibert.

A China estabeleceu relações diplomáticas com São Tomé e Príncipe logo depois da inde-pendência, em Julho de 1975. Mas a 6 de Maio de 1997, o presidente Miguel Trovoada anunciou o estabelecimento de relações com Taiwan.

“Embora esta acção tenha suscitado fortes repercussões em São Tomé e Príncipe e oposição do Governo, dos principais par-tidos políticos e personalidades de vários círculos, as autoridades de topo recusaram-se a corrigir a decisão errada”, relata a página do Ministério das Relações Ex-teriores da China. As relações foram suspensas no próprio dia, os acordos de cooperação foram cancelados e foi retirado o “staff” da embaixada, bem como

engenheiros e pessoal médico cooperante.

Dessa época, resta uma dívida de 17 milhões de dólares à China, além do Palácio dos Congressos, “um dos maiores projectos da época pós-colonial”, afirma Seibert.

A cooperação bilateral entre os dois Estados incluía o en-vio semestral de um navio de grande porte com todo o tipo de mercadoria, incluindo géneros alimentícios e materiais de cons-trução civil.

os chineses deixaram para trás o emblemático edifício onde funcionou a embaixada e as instalações de uma empresa de construção civil denominada Covec, sendo os interesses de Pequim no arquipélago assegu-rados actualmente pela missão diplomática portuguesa.

Após a compra da Addax, em 2009, a petrolífera estatal chinesa Sinopec passou a ser accionista de quatro blocos na zona de desen-volvimento conjunto petrolífero com a Nigéria (JDZ). Contudo, em 2012 a Sinopec e a subsidiária Addax, juntamente com outras participando nos blocos 2,3 e 4, abandonaram a JDZ, devido a resultados insatisfatórios na pesquisa.

Mantêm apenas uma partici-pação no bloco 1, que foi perfura-do em 2012 pela operadora Total, aguardando-se a divulgação dos resultados.

No início de 2012, chegou a ser noticiada no arquipélago, e posteriormente desmentida, a presença de uma delegação são--tomense no Fórum Macau, polo de interacção económica entre a China e a lusofonia, onde é o único dos “8” não representado.

Quase dois anos depois de eleito, Manuel Pinto da Costa ainda não se encontrou com o Governo de Taiwan, que o seu antecessor Fradique de Menezes frequentemente visitava. “É bem possível que ele ande com estas ideias [de ligação à China] porque o partido dele, MLSTP, nunca cortou com o partido comunista chinês (PCC). Até houve um con-gresso do MLSTP onde estiveram representantes de Taiwan ao lado dos do PCC”, afirma Seibert.

São Tomé Ligação a Taiwan perturba

Coração dividido