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TEMPO PERÍODOS DE CHUVA MIN 17 MAX 21 HUMIDADE 80-98% • CÂMBIOS EURO 10.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 30 DE NOVEMBRO DE 2012 ANO XII Nº 2746 PUB PUB “POR UMA RENDA JUSTA” Assinaturas nas mãos de Chui PÁGINA 5 MUNDIAL B NO URUGUAI Macau fora da elite do hóquei PÁGINA 16 h O TERCEIRO HOMEM EGIPTO CONFRONTOS VOLTARAM À PRAÇA TAHRIR CENTRAIS MARIA DE LURDES SALES DSAL escolheu a pessoa “mais ajustada ao cargo” PÁGINA 6 LAG 2013 Onde pára a saúde? Deputados criticam filas de espera e atrasos no novo hospital No dia em que o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, foi à AL, os deputados criticaram fortemente o Governo porque este investir dinheiro na área da saúde sem resultados práticos. As filas de espera no São Januário e os atrasos na construção do novo hospital da Taipa também foram alvo de reparo. De Cheong U apenas uma promessa: “Vamos envidar esforços para recrutar mais pessoal.” PÁGINAS 2 E 3

Hoje Macau 30 NOV 2012 #2746

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Edição do Hoje Macau de 30 de Novembro de 2012 • Ano X • N.º 2746

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Page 1: Hoje Macau 30 NOV 2012 #2746

TEMPO PERÍODOS DE CHUVA MIN 17 MAX 21 HUMIDADE 80-98% • CÂMBIOS EURO 10.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 30 DE NOVEMBRO DE 2012 • ANO XII • Nº 2746

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“POR UMA RENDA JUSTA”

Assinaturasnas mãos de Chui

PÁGINA 5

MUNDIAL B NO URUGUAI

Macau forada elite do hóquei

PÁGINA 16

h • O TERCEIRO HOMEM

EGIPTO

CONFRONTOS VOLTARAM À

PRAÇA TAHRIR CENTRAIS

MARIA DE LURDES SALES

DSAL escolheu a pessoa “mais ajustada ao cargo”

PÁGINA 6

LAG 2013

Onde pára a saúde?Deputados criticam filas de espera e atrasos no novo hospital

No dia em que o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, foi à AL, os deputados criticaram fortemente o Governo porque este investir dinheiro na área da saúde sem resultados práticos. As filas de espera no São Januário e os atrasos na construção do novo hospital da Taipa também foram alvo de reparo. De Cheong U apenas uma promessa: “Vamos envidar esforços para recrutar mais pessoal.” PÁGINAS 2 E 3

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sexta-feira 30.11.2012LAG2013

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Governo cria subsídio para professores reformados “como forma de agradecimento”

Lei do Ensino Superior quase prontaJoana [email protected]

AINDA não se sabe qual será o valor, mas o Governo vai lançar um

novo subsídio para os profes-sores de Macau que deixem o ensino para ir para a reforma. Naquele que foi o primeiro dia de debate sectorial da área dos assuntos sociais e cultura, o secretário da tutela avançou com a notícia em resposta a Ho Sio Kam, depu-tada e professora, que pediu mais reconhecimento dos professores. “Pretendemos introduzir um subsídio para agradecer aos professores o contributo que deram ao ensino de Macau”, afirmou Cheong U no plenário. “Isto

O Governo compro-meteu-se ontem a

construir mais cinco creches no próximo ano, depois de terem sido várias as críticas dos de-putados face à escassez de vagas para as crianças, numa altura em que a taxa de natalidade está a crescer em Macau. O anúncio foi feito ontem pelo secretário Cheong U, no primeiro dia de debate das Linhas de Ac-ção Governativa (LAG) para os assuntos sociais e cultura.

Segundo os cálculos

Mak Soi Kun acusou ontem a Universidade de Macau (UMAC) de ter salários diferentes para os professores de fora e os locais, pedindo esclarecimentos sobre o que chama de discrepância salarial. A questão foi lançada pelo deputado no plenário de ontem, dedicado ao debate sectorial da área dos assuntos sociais e cultura. Zhao Wei, reitor da instituição, presente no hemiciclo, negou que haja qualquer favorecimento.

“Não temos critérios diferentes face aos locais. As remunerações são conforme o grau do professor, mas tratamos todos de igual forma”, atirou. O reitor fez ainda questão de acrescentar que a UMAC tem mesmo vagas fixas para que estudantes de Macau possam tirar curso universitário e ainda quotas para os que tirem cursos no exterior mas queiram regressar para ensinar na instituição. - J.F.

Governo promete mais creches e lares durante próximos anos

Não é suficiente, dizem deputados

a nova Lei para o Ensino Superior. Este é um projecto que pretende contribuir para o desenvolvimento geral das instituições de ensino superior, avaliando-as de forma a que possa ser feito um melhor planeamento do desenvolvimento deste ensino em Macau.

O secretário assegura que a versão “está mais ou menos finalizada”, faltando apenas uma “re-análise” e melhor o projecto. “Acreditamos que num curto espaço de tempo possa entrar em processo legislativo.”

O Governo incumbiu ainda instituições de fora para criarem instruções que sirvam de guia para que as universidades de Macau possam ser avaliadas.

é para demonstrar o respeito pelo trabalho e pelas virtudes dos docentes reformados.”

Segundo o secretário, a atribuição pecuniária será feita de uma só vez e é apenas para os profissionais que tenham, pelo menos, 55 anos até ao final de Agosto do próximo ano. O cálculo para o subsídio terá em conta os anos de serviço do docente, mas ainda permanece des-conhecido o montante que poderá ter. “Não temos o projecto final, mas será divul-gado o mais breve possível”, assegurou Cheong U.

LEI PARA BREVEHo Sio Kam foi também quem indagou o Executivo sobre a situação em que se encontra actualmente

O projecto de lei que permite punir a violência doméstica

vai mudar de nome. É mais uma das modificações que o tão espera-do diploma sofre antes de chegar à Assembleia Legislativa (AL). O anúncio foi feito ontem, por Cheong U. O secretário da tutela dos assuntos sociais e cultura falava no primeiro dia de debate sectorial da sua área e disse que a nova lei terá de frisar também que pretende não só punir a violência doméstica, como preveni-la. “O Instituto de Acção Social (IAS) já fez consultas à sociedade e o público não dá só importância ao tipo de crime”, explicou o secretário. “O mais importante é a protecção das vítimas. Por isso, a proposta vai mudar de nome e passa a ser Lei de Prevenção e Combate à Violência Doméstica.”

Não foi, contudo, apenas esta a mudança face ao diplo-

Violência Doméstica Afinal diploma só é apresentado em 2013

Lei muda de nome

UMAC Reitor garante que não há discrepâncias salariais

do Executivo, as novas cinco instalações vão conseguir disponibili-zar um total de 1400 vagas. Mas isto apenas em 2013, já que Cheong U assume que a Ad-ministração quer criar mais sete mil vagas até 2015, um aumento de 76% em comparação com o ano de 2010.

Chan Meng Kam, contudo, não se mos-trou satisfeito com as medidas avançadas pelo Governo para resolver o problema. “O que foi anunciado

não vai ao encontro das necessidades reais da população.”

Já no início deste mês, Lam Heong Sang fez uso do período antes da ordem do dia no plená-rio para frisar que em dois anos e meio foram mais as crianças que nasceram no território do que as vagas que abriram em locais para elas ficarem.

DOENTES E IDOSOSMas não é só aos mais novos que o Governo diz estar atento. De acordo com as promes-sas de Cheong U, está ainda a ser planeada a construção de mais quatro lares nos pró-ximos três anos, que vão dar oportunidade a cerca de 350 deficientes intelectuais.

Também nas ilhas, até 2015, vão ser colo-cadas mais 1100 camas para idosos, que se juntam a outros novos cinco complexos de apoio familiar. - J.F.

ma que vem desde 2008 a ser estudado. Depois de ontem a vice-presidente do IAS ter afirmado que o diploma poderia vir a ser aprovado ainda este ano, o secretário responsável pela lei volta a afirmar o que anteriormente tinha dito. “Só em 2013 é que o diploma será apresentado.”

A polémica em torno de considerar o crime de violência doméstica como um crime pú-blico não foi motivo para que Cheong U tecesse comentários, apesar de Ng Kuok Cheong, deputado da bancada demo-crata, ter pedido explicações ao Governo sobre a alteração súbita deste artigo. - J.F.

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3sexta-feira 30.11.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

AS filas de espera que se formam à porta do Cen-tro Hospitalar do

Conde de São Januário (CHCSJ) foram ontem o principal tema no primeiro de debate sectorial da área dos assuntos sociais e cultura. Os deputados criticam o Gover-no porque acreditam estar a ser investido muito dinheiro sem que se vejam resultados. Desde falta de especialistas nas áreas mais necessitadas no território a listas de espera longas demais para exames normais ou de cardiologia e oncologia, os membros do hemiciclo quiseram expli-cações e dados sobre tudo.

José Pereira Coutinho não perdoou e apresentou núme-ros num cartaz feito proposi-tadamente para o secretário Cheong U. O deputado fala num aumento cinco vezes maior de 2009 para 2011, sem que se vejam realmente melhorias. “Há uma subida de 1,9 mil milhões para cinco mil milhões no investimento na saúde, mas sem melhorias significativas nem médicos, nem infra-estruturas.”

O hospital das ilhas deve-ria estar concluído em 2014, mas o Governo já anunciou que haverá um atraso. En-quanto isso, o CHCSJ é o único hospital público para a população de Macau e tem tempos de espera para exames de cardiologia, oncologia ou mesmo de TAC, que vão de seis meses a dois anos. “Falam do novo hospital, mas onde está o novo hospital? Para onde foi o dinheiro? O nosso serviço de urgência do São Januário parece um centro de acolhimento de refugiados. Nós não somos mendigos”, atirou Pereira Coutinho.

Em resposta às ilustra-ções do deputado, também Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, e Cheong U apresentaram dois cartazes: um com o projecto do novo hospital, outro com o projecto de alteração aos serviços de urgência do São Januário.

NOVAS INSTALAÇÕESSEM PROFISSIONAISCom a primeira fase do novo hospital das ilhas concluída, em 2017, Macau vai poder

Deputados criticam longas listas de espera no hospital Conde de São Januário

Governo fala em “utilização inadequada”

Lei do Erro Médico chega este ano à AL“Onde está a Lei do Erro Médico? Na Assembleia, dizem vocês. Isso foi uma esperteza vossa, a passar a bola. Mas nós somos deputados espertos e passamos a bola outra vez para vocês.” José Pereira Coutinho descreve assim a situação actual do diploma sobre o Erro Médico, há muito para ser aprovado pelos deputados. Cheong U, secretário para os assuntos sociais e cultura, disse ontem no plenário que a lei poderá ser submetida ao exame dos deputados ainda este ano, porque em Outubro foi finalizada a última versão da proposta. Em Abril deste ano previa-se que o diploma passasse para 2013, por não haver tempo suficiente para que a lei fosse aprovada. A opção que a proposta de lei seguirá vai residir no pagamento de indemnização em caso de erro médico por culpa. Este sistema inclui seguros e fundos criados pelos profissionais de saúde. O diploma está a ser discutido desde 2002 e já foi alvo de duas auscultações públicas. - J.F.

contar com mais cem camas nos serviços de urgência, 466 camas para os serviços gerais e 45 na especialidade. A segunda fase está pronta em 2019.

Mas o São Januário está também a sofrer modifica-ções no serviço de urgência. As obras, que ficarão con-cluídas no segundo semestre de 2013, permite que sejam colocadas mais 96 camas no hospital.

Face às criticas dos de-putados, Lei Chin Ion quis amenizar os ânimos. O di-rector dos Serviços de Saúde admite que a questão da lista de espera é “colocada todos os anos”, mas fala numa subida de 30% no número de pacientes que recorrem às urgências. Um aumento que “nem a abertura de um

novo serviço de urgência de apoio na Universidade de Ci-ência e Tecnologia (MUST) conseguiu amenizar”, frisa. Recorde-se que o Governo paga mais de 900 mil pata-cas por mês para arrendar o espaço à universidade.

Mas Lei Chin Ion tem outras justificações para que o CHCSJ não consiga res-ponder a todos os pedidos de urgência. “Não diria que há abuso, mas 70% do total dos pacientes que recorreram às urgências utilizaram o ser-viço de forma inadequada. Cerca de 30% destes foi no São Januário.” O director dos Serviços de Saúde descarta ainda que este seja um problema apenas de Macau e diz que, apesar de o objectivo continuar a ser reduzir a lista de espera, têm

de se estudar até que nível isso pode ser feito.

Até que todas as obras estejam concluídas, os Ser-viços de Saúde vão conti-nuar a adjudicar serviços ao hospital Kiang Wu, devido à falta de médicos de espe-cialidade de que o hospital público sofre. “Macau tem 1842 enfermeiros, o que faz que por cada mil pessoas haja 3,3 enfermeiros. É insu-ficiente mas vamos reforçar o número de pessoal. Mas o número de médicos não é assim tão inferior do que noutras regiões, apesar de faltarem alguns na especia-lidade.”

Cheong U fez questão de frisar ontem que o novo hos-pital tem mais luz solar, espa-ços verdes e melhor acesso, mas os deputados conside-

ram que há mais além disso. “O novo hospital é muito bonito, mas temos de falar nos recursos humanos. Há planos para recrutar recursos humanos que acompanhem

o aumento da população?”, interrogou Ho Ion Sang. O Governo assume que isso é necessário e garante que vai “envidar esforços” no sentido de recrutar mais pessoal.

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CHUI DISCUTE QUESTÕES DE SEGURANÇA COM O CONTINENTE

sexta-feira 30.11.2012www.hojemacau.com.mopolítica4

Mudanças ocorrem devido à aplicação do direito local em Hengqin

Empresas de Macau têm de operar na Ilha da Montanha

O Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, teve ontem um

encontro com o presidente da Associação de Polícias da China,

Tian Qiyu. O encontro serviu para um debate conjunto com os

serviços policiais locais, sobre as estratégias para lidar com

crime organizado transfronteiriço.

OS deputados que compõem a 1.ª Comissão Per-manente da As-

sembleia Legislativa (AL) voltaram ontem a reunir-se para debater a proposta de lei que determina que as leis locais serão aplicadas no novo campus da Universi-dade de Macau (UMAC) em Hengqin, também conhecida como Ilha da Montanha.

Segundo a apresen-tação da deputada Kwan Tsui Hang, e presidente da comissão, as empresas de Macau ficam obriga-das a prestar serviços em Hengqin, a não ser que os contratos estabeleçam o contrário de forma expres-sa. “Agora o novo campus da UMAC vai ser integrados

na RAEM. Se os contratos não disserem que o campus não está incluído, estão au-tomaticamente estendidos ao novo campus”, disse, em declarações reproduzidas pela TDM.

A deputada referiu ain-da que haverá casos em que os contratos devem ser renegociados, para que as empresas em questão não percam regalias. Kwan Tsui Hang apresentou o exemplo da empresa responsável pela recolha do lixo, que recebe consoante a quantidade do lixo que recolhe das ruas. Neste caso, os cálculos terão de ser repensados. As alterações aos contratos podem ser feitas até que o Direito de Macau possam estar aplicado na Ilha da Montanha.

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REIVINDICAÇÕES ONLINE

5sexta-feira 30.11.2012 www.hojemacau.com.mo sociedade

Cecília [email protected]

Rita Marques [email protected]

COMEÇOU a gan- har forma há cerca de um mês numa platafor-

ma online que chegasse a todos os habitantes de Macau, por isso foi redigi-da em três línguas (chinês, português e inglês). A ideia partiu de um grupo de pes-soas que pensaram em con-junto numa proposta para apresentar ao Governo de modo a travar o aumento desregulado das rendas. Para tal, precisavam de o apoio de 1000 pessoas. Tal não foi difícil, já que o problema é transversal e está na ordem do dia. On-tem o número necessário de assinaturas subscrevia a petição entregue na sede do Governo. “A nossa ideia é sensibilizar o Governo

A petição “Por uma Renda Justa” atingiu ontem o seu primeiro objectivo. Depois de recolhidas as 1000 assinaturas necessárias, foi entregue na sede do Governo e agora espera que a Administração aplique um regulamento que “fixe um coeficiente de actualização de renda de acordo com a taxa de inflação anual”, até porque a população não pode esperar anos até que os aterros venham resolver o problema da especulação imobiliária

Chui Sai On tem em mãos a indignação de mais de 1000 pessoas face à especulação imobiliária

“Por uma Renda Justa” chegou ao GovernoAlguns dos subscritores têm inclusivamente manifestado as suas pre-ocupações bem como sugestões em comentários à petição, facto que “vai ser considerado” pelos autores da petição para “novas iniciativas”.

• QUEIXAS“No último apartamento que arrendámos não nos foi dado os dois meses de garantia, que só seria depositada na nossa conta depois de dada a chave e a casa”

“Há regras e para a actualização de rendas mas não há limite ao aumento. Em principio, a actualização de rendas só deveria ser feita depois de trabalhos de preservação na propriedade. Novamente, o arrendamento está terminado, sem qualquer razão, o inquilino tem de renegociar um novo contracto por completo, e aí reside o problema.”

“Ao fim de um ano somos obrigados a assinar novo contrato, com um aumento da renda.”

“Poderão os senhorios ser livres de negociar os termos e condições do novo arrendamento ou podem ser limitados pela renda anterior” Nesse casos, que entidade pode fazer esse controlo considerando que muitos dos contratos não são registados?”

“As rendas mudam a cada ano praticamente para o dobro a cada ano mas segundo vejo o meu rendimento não aumentou, então o que esperam os senhorios e agências? Que todos mudemos para Zhuhai, para casas maiores e mais baratas?

• SUGESTÕES“Não nos devemos centrar no aumento de rendas mas nos contractos de curto-prazo, em um ou dois anos. E a preservação das propriedades e a falta de conduta das agências imobiliárias que continuam a agir fora da lei”

“A lei de Macau devia mudar e permitir ao inquilino para ficarem na propriedade no mínimo cinco anos, nos mesmos termos e condições contratuais, incluindo a renda.

“As medidas devem ser adaptadas às necessidades de cada país e região. Macau não precisa de copiar, mas criar uma ajustada às suas necessidades sociais e moldura legislativa”

de que é preciso fazer mais qualquer coisa e não esperar mais quatro, cin-co, seis anos pelos novos aterros. É possível mexer já através de medidas governativas”, explica Manuel Pinho, advogado e membro deste grupo de trabalho responsável pelo abaixo-assinado.

E a solução proposta ao Executivo passa por “fixar um coeficiente de actuali-zação da renda de acordo com a taxa de inflação anual local”, tal como expressa a petição que nas plataformas online conta já com mais de 2000 adeptos. “É uma iniciativa que curiosamente abarca todas as comuni-dades, não só pessoas de todas as nacionalidades, como locais e residentes, mas também pessoas com emprego, à procura do primeiro emprego, jovens estudantes. Isso significa que toca a todos os secto-

res da sociedade e a todas as pessoas que vivem em Macau”, caracteriza.

“MATERIALIZAR”OUTRAS IDEIASAgora, indica, resta esperar por resposta. Não há um “de-adline” para tal, existe apenas uma vontade de ir mais longe, caso a resposta não seja a esperada. Só então, admitem “materializar” outras ideias. “Temos de aguardar uma resposta do Governo, qual o seu “feedback” e em função disso temos de nos reunir e ver que outras iniciativas podemos levar avante”, refere o também autor da iniciativa.

Kelvin U, trabalhador na área da comunicação social, arrendatário de uma casa em Macau, foi outro porta-voz da acção. “O aumento da renda chega, por vezes, aos 60%. Claro que representa uma grande pressão para nós, que não conseguimos comprar uma casa. Não tenho

condições para ser candidato a uma habitação pública e ainda me deparo com dificuldades em alugar um apartamento. Esta situação não dá qualquer estabilidade porque acabamos por estar sempre a mudar de casa a cada dois anos, já que, de acordo com a lei, os pro-prietários podem ajustar a lei a cada dois anos.”

Por essa razão, Kelvin U foi mais um dos elementos que viu necessidade em chamar à atenção do Governo para a premência de criar um docu-mento que regule o aumento das rendas, mas também “o mercado das agências imobili-árias porque algumas agências não têm conduta profissional”. “Nem avisam os proprietários sobre o aumento da renda que impõe”, evidencia. Ou seja, para que os próprios ganhem maior comissão sobre a mesma e, com tanta trapaça, “o rendimento das pessoas, não está em proporcional ao aumento das rendas”.

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6 sociedade sexta-feira 30.11.2012www.hojemacau.com.mo

Depois de críticas vindas da Associação dos Inspectores face à nomeação de Maria Lurdes Sales para o cargo de coordenadora do departamento de inspecção, Wong Chi Hong, director da DSAL, nega ao Hoje Macau que a nova responsável tenha falta de experiência profissional para exercer a função

Rita Marques [email protected]

“ESCOLHEMOS a tra-balhadora mais ajus-tada ao cargo. É uma pessoa macaense,

tem uma licenciatura em Direito, da Universidade de Macau, sabe português e sabe muito bem chinês. Era chefe financeira e adminis-trativa por isso, achamos que era uma pessoa que ficava muito bem nesse cargo”, respondeu Wong Chi

Cecília [email protected]

O Centro de Estudo de Desenvolvimento de

Qualidade dos Cidadãos de Macau (CEDQCM) realizou uma série de actividades sobre o jogo responsável e o acto de apostar, que vão durar até ao final do mês de Dezembro. O centro, dirigido pelo deputado Lee Chong Cheng, realizou a actividade em conjunto com a Associa-ção dos Trabalhadores da In-dustria de Jogos de Fortuna e Azar de Macau (ATIJFAM), segundo o jornal do Cidadão, de língua chinesa.

Director da DSAL defende a nomeação de Maria de Lurdes Sales

“Escolhemos a trabalhadora mais ajustada ao cargo”

Centro do deputado Lee Chong Cheng realiza actividade sobre jogo

“Empregados de casinos são grupo de alto risco”

Segurança e HigieneOntem teve lugar a cerimónia de entrega do “Prémio de Excelência em Segurança no Trabalho da Construção Civil - 2012”, na qual foram distinguidas sete empresas de construção e quatro estaleiros. A nível de candidatos à edição deste ano do Prémio, também se registou uma subida significativa, segundo indica Wong Chi Hong. “Este ano, 26 empresas participaram neste evento em comparação com os 21 do ano passado. Isto é importante para os trabalhadores da área”, avança o dirigente da DSAL. “A higiene e segurança no trabalho é uma importante matéria, mas para que seja bem sucedida é importante que todas as pessoas participem”, reiterou.

Leong Sun Iok, vice--presidente da ATIJFAM, sublinhou que não estão contra o acto de jogar, mas querem sim falar das “vitimas” dos jogos e fa-zer com que não voltem a apostar nos casinos. “Os empregados dos casinos são um grupo de alto risco, e esta série de actividades pretende chamar a atenção para este tipo de grupos, bem como as pessoas que não podem apostar”.

Segundo o deputado Lee Chong Cheng, director do CEDQCM, “não apostar” e “jogo responsável” são duas vertentes “que se comple-

mentam”. “Não apostar é para pessoas que não jogam nos casinos, como é o caso dos jovens e adolescentes, e aqui esperamos que possam melhorar o seu auto-controlo e que não joguem no futuro. Quanto ao jogo responsá-vel é algo que se destina objectivamente às pessoas que costumam apostar nos casinos, mas que necessitam de ser responsáveis para com eles próprios, a família e a sociedade”.

As actividades estão desenvolvidas em duas partes, sendo que numa está prevista a distribuição de folhetos por Macau. Em

meados de Dezembro será realizada uma série de visitas a casinos e empresas ligadas ao jogo. No último dia das actividades será realizado uma cerimónia sobre o acto de não apostar, marcada para a zona das Portas do Cerco. Os organizadores esperam que os participantes possam “ter o seu próprio compro-misso para com a Convenção das não apostas, por forma a que não participem nas actividades ligadas ao jogo, melhorem a sua capacidade de auto-controlo e que as suas acções tenham um im-pacto positivo nas pessoas em seu redor”.

Hong ao Hoje Macau, referindo--se à adequação de Maria Lurdes Sales ao cargo de coordenadora do Departamento de Inspecção da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

O responsável da DSAL indica a nomeação como a mais apropria-da aquando da saída de Raimundo

Vizeu Bento, que alegadamente não terá sabido da não renovação do seu contrato pela DSAL e, por tal facto, pediu a reforma, segundo fontes ouvida pelo Hoje Macau ligadas ao processo.

Por sua vez, um membro da Associação dos Inspectores tam-bém ouvido por este jornal, que

optou pelo anonimato, denunciou a falta de competência de Maria de Lurdes Sales para o cargo, as-sumido a função a 16 de Setembro, para o cargo. “A pessoa que o irá substituir é chefe da divisão admi-nistrativa e financeira. Tem alguma experiência na área da inspecção, mas pouca.”

TRABALHADORES SEAC PAI VANÀ margem de um evento de uma cerimónia sobre Segurança no Trabalho na Construção Civil, Wong Chi Hong anunciou também que a questão dos 300 trabalha-dores das obras de Seac Pai Van que apresentaram queixas face aos seus salários e folgas junto da DSAL está já resolvido com a entidade patronal. “Todos os empregadores receberam aquilo que reivindicavam junto da en-tidade empregadora. Já foi tudo resolvido, todos os trabalhadores não-residentes já receberam todo

o dinheiro que tinham direito. Receberam todo o rendimento e todas as compensações (...) O nosso colega foi ao estaleiro para apurar o cálculo do rendimento, depois analisámos e está tudo em ordem”, avançou o director da DSAL.

A confirmação de Wong Chi Hong foi dada 10 dias depois dos empregados se tem reunido com a DSAL, que lhes informou que o empregador se tinha comprome-tido a pagar tudo. Ainda assim, o responsável alega desinformação por parte da entidade patronal so-bre esta matéria. “O empregador não sabe muito bem os artigos da lei de trabalho, aquilo a que têm direito os trabalhadores locais e não-residentes. Por exemplo, quando o trabalhador quer traba-lhar ao domingo, o empregador pode fazer um documento em que se estabelece mais esse dia de trabalho e recebe mais um dia de trabalho. Se ele não tem esse do-cumento, e o trabalhador precisa que esse empregado trabalhe [ao domingo] tem de receber o dobro. Porque há seis dias e um de des-canso”, informa Wong Chi Hong, avançando por isso a necessidade de maior divulgação sobre a lei de trabalho. “No futuro, vamos reforçar esta informação nestes estaleiros civis. Pensamos fazer um seminário para os trabalha-dores e empregadores da área.”

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7sociedadesexta-feira 30.11.2012 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

ESTÁ dado o primeiro passo para a abertura da segunda

edição do Macau Shopping Festival, que começa amanhã e decorre até ao dia 31 de Dezem-bro. O evento de abertura decorreu ontem na Doca dos Pescadores e contou com a presença do Chefe do Executivo, Chui Sai On.

Este ano cabe à Doca dos Pescadores e ao seu mentor, David Chow, a responsabilidade de pro-mover o evento. No seu discurso de apresentação, o antigo depu-tado da Assembleia Legislativa (AL) garantiu que a iniciativa vai ajudar muito o comércio local. “O comité de organização estima que as actividades do festival venham a impulsionar as vendas dos ne-gócios a retalho acima dos 10%.”

Aos jornalistas, continuou a mostrar optimismo face a um festival que, pela primeira vez, tem uma ligação com a Doca dos Pescadores. “Penso que todos estão juntos para tornar Macau num lugar ideal para fazer com-pras. Isto é para a promoção de Macau, um encontro de homens de negócios que estão a impul-sionar o sector. O mercado vai com certeza expandir-se.”

No total, o festival é organi-zado por mais de 1000 entidades

Faltam dois mil enfermeirospara atingir padrões O Centro de Políticas da Sabedoria (CPS), associação do deputado Ho Ion Sang, revelou ao diário de língua chinesa Ou Mun que há falta de enfermeiros em Macau. Loi Min Keong, um dos responsáveis entrevistados pela publicação, disse que para Macau atingir os padrões mundiais, seriam necessários mais dois mil enfermeiros do que aqueles que existem actualmente. “É preciso lidar com a construção de um modelo para o sistema de saúde, bem como o modelo de cuidados de saúde”, apontou o responsável, que frisou a abertura do novo hospital das Ilhas, o que vai originar a necessidade de “expandir a área da enfermagem.” Para Loi Min Keong, a falta de enfermeiros deve-se sobretudo aos salários mais reduzidos, pelo que “a maioria dos enfermeiros tende a ir trabalhar para departamentos do Governo”. “Nesta fase é importante formar mais profissionais de saúde para que possam realizar mais trabalhos de acompanhamento junto dos doentes, bem como noutras actividades, como cuidados especializados, orientação na saúde e educação preventiva”. A longo prazo, o centro considera ainda que se deveria “aumentar a formação de pessoal”, pelo que exigem ao Governo que aumente também a oferta de cursos de enfermagem, professores e locais de estágio. “Devem aumentar ainda as oportunidades para treinar enfermeiros para especialidades medicas, por forma a melhorar o seu estatuto profissional.” Quanto aos Serviços de Saúde de Macau (SSM), também tem trabalho a fazer. Segundo o CPS, deve ser modificado o actual sistema de qualificação nos exames, e deve-se acelerar o processo de aprovação da licença profissional, por forma a que “o fluxo dos estudantes de Macau que terminem o curso noutros países, por forma a que se resolva o problema da falta de profissionais”. - C.L.

Retalho ganha mais 10% com Macau Shopping Festival

Impulsionar as comprasligadas ao comércio, incluindo centros comerciais, retalhistas e Pequenas e Médias Empresas (PME). “Vai proporcionar uma nova experiência ao nível das compras para os visitantes e residentes, com um mês cheio de ofertas especiais, reduções de preços e prémios de mais de três milhões de patacas”.

FESTIVAL EM TESTE O ano passado o festival de compras aconteceu em No-

vembro. David Chow consi-dera que o evento ainda está “numa fase de teste” quando à data de realização. “Desta vez decidimos realizar em Dezembro, queremos que aconteça todos os anos e que continue. Verificámos que a melhor época para o mercado do retalho é Dezembro. Mas ainda estamos a testar qual é o melhor mês para os turistas virem. Não queremos que este festival venha a acontecer

ao mesmo tempo de outros, queremos que todos os anos aconteça uma época especial para o retalho e compras”, apontou o empresário.

Para já, David Chow consi-dera que o número de empresas participantes “excedeu em grande parte o número do ano passado. Incluem os maiores centros comerciais, marcas internacionais e as PME. O evento vai satisfazer as neces-sidades dos visitantes”.

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sexta-feira 30.11.2012nacional8

UMA empresa imo-biliária chinesa tenciona cons-truir o mais alto

arranha-céus do mundo, com 220 andares, em apenas nove meses, anunciou ontem o jornal China Daily. “Há partes do edifício que serão prefabricadas e montadas no local”, disse um técnico da empresa explicando a rapidez da obra.

O edifício, projectado para Changsha, capital da província de Hunan, sul da China, terá 838 metros de altura, mais 20 metros que o actual arranha-céus mais alto do mundo, o Burj Khallifa, inaugurado

UM cidadão chinês residente na Zona Económica Espe-

cial de Shenzhen, adjacente a Hong Kong, foi detido depois de denunciar um alegado caso de corrupção de um alto funcio-nário que terá mais de 80 casas e 20 automóveis de luxo.

De acordo com o diário South China Morning Post, Zhou Zujie, 41 anos, foi detido terça-feira, pouco antes de um encontro com jornalistas onde iria dar mais detalhes sobre as acusações que

fez em carta aberta com alguns vizinhos.

A agência oficial chinesa Xinhua também noticiou a detenção de Zhou Zujie, mas destaca que este está acusado de crimes económicos investigados desde Maio e que a decisão das autoridades não está relacionada com as suas denuncias, mas sim porque prestou falsas declara-ções quanto à propriedade de quatro empresas.

No entanto, a detenção gera

alguma suspeita dado que Zhou Zujie acusa Zhou Weisi, número dois de um subdistrito de Shen-zhen de possuir as casas, carros e um hotel de luxo.

Nas contas de Zhou Zujie, o alto funcionário tem um patrimó-nio de mais de cerca de 2,5 mil milhões de patacas, conseguido através da ocupação ilegal de terrenos e outras práticas cor-ruptas que incluem subornos às autoridades para ampliar os seus negócios imobiliários.

O julgamento do proprietário do clube de futebol inglês

Birmingham City, Carson Yeung Ka-sing, acusado de branqueamento de capitais, foi adiado para Abril do próximo ano. A notícia surge depois de uma primeira informação de que a defesa declarou a inocência do arguido.

O julgamento devia ter come-çado ontem em Hong Kong e estar concluído no prazo de 15 dias, mas acabou por ser adiado após o juiz de um tribunal distrital, Douglas

Yau, ter acedido ao pedido do ad-vogado de defesa, Joseph Tse, que argumentou precisar de mais tempo para preparar o caso complexo, noticiou a agência AP.

O empresário, de 52 anos, enfrenta cinco acusações de bran-queamento de capitais, que envol-vem um montante superior a 720 milhões de patacas. As acusações de lavagem de dinheiro envolvem transacções bancárias realizadas entre Janeiro de 2001 e Dezembro de 2007.

Armada chinesa em manobras militares no Pacífico Cinco navios da armada chinesa estão em águas internacionais do Pacífico para manobras com fogo real num momento de tensão entre Pequim e vários vizinhos asiáticos pela soberania de várias ilhas. As manobras decorrem, no entanto, num ambiente de maior abertura com as autoridades chinesas a revelarem a realização dos exercícios militares abertamente que vão ter lugar em águas próximas do arquipélago japonês de Okinawa. Pela primeira vez a imprensa oficial chinesa revelou as movimentações dos navios militares junto a águas japonesas, país com quem a China mantém um diferendo sobre a soberania das ilhas Diaoyu, próximas de Okinawa. De acordo com a China, as manobras pretendem testar a capacidade da armada em navegação nocturna e aumentar a eficácia de combate em águas abertas.

SIDA já matou este ano mais de 17.700 pessoas na ChinaAs mortes causadas pelo HIV/SIDA estão a aumentar na China, tendo atingido as 17.740 nos primeiros dez meses deste ano, alertou esta quarta-feira o Ministério da Saúde chinês. Aquele número representa um aumento de 8,6 por cento em relação a igual período de 2011, indicou a mesma fonte. Entre Janeiro e Outubro de 2012, a China registou 68.802 novos casos, elevando o total para quase meio milhão de seropositivos (492.191). A incidência da SIDA está a aumentar sobretudo entre as pessoas com mais de 50 anos e os jovens dos 15 aos 24, de acordo com a mesma fonte.

Empresa chinesa quer construir o mais alto arranha-céus do mundo

838 metros de altura em nove meses

Julgamento do donodo Birmingham City adiado para Abril

Caso complexoAutoridades chinesas de Shenzhen prendem

cidadão que acusou alto quadro de corrupção

Cá se fazem, cá se pagam

há cerca de três anos no Dubai.

O projectado arranha--céus de Changsha, chama-do “Sky City”, terá 4.000 apartamentos, um hotel, escritórios, uma escola, um hospital, lojas e um restaurante, adiantou o promotor, Broad Group, ao China Daily.

Urbanistas ouvidos pelo jornal alertaram que em situações de emergência, um edifício com aquela dimensão “poderá ser uma armadilha mortal”. “Com tanta gente a viver e a trabalhar no edifício, haverá riscos”, comentou Li Xun, vice-presidente

da Academia Chinesa de Planeamento Urbano e Design.

A China é o país do mundo com mais arra-nha-céus em construção (239), disse o China Dai-ly, citando um estudo de uma agência especializada norte-americano, sendo que o número diz respeito aos edifícios com mais de 200 metros de altura.

O mais alto arranha-céus chinês, com 492 metros, é o World Financial Center, em Xangai, mas ao lado deste está a ser construído um ainda mais alto, de 632 metros, com inauguração prevista para 2014.

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sexta-feira 30.11.2012 9www.hojemacau.com.mo região

AS Filipinas anun-ciaram que não vão carimbar o novo pas-saporte da China por

este incluir um mapa da região do Mar do Sul da China onde Manila e Pequim disputam território.

A decisão das autoridades filipinas segue-se à tomada de posição idêntica pelas autori-dades vietnamitas que também possuem diferendos com Pe-quim sobre a soberania territorial em parte de ilhas do Mar do Sul da China.

Para as autoridades filipinas, carimbar os novos passaportes seria “legitimar” o que a China

UM novo partido anti-nuclear foi criado esta quarta-feira

para encorajar o desenvolvi-mento das energias renováveis, dois anos após o acidente na central nuclear de Fukushima e duas semanas antes das eleições legislativa no Japão.

O “Partido do Futuro do Ja-pão” é uma iniciativa do autarca da cidade de Shiga (centro-oeste), Yukiko Kada, e reúne várias facções políticas que se opõem à energia nuclear.

O novo partido, segundo os seus dirigentes, espera obter muitos assentos no parlamento

nas eleições legislativas de 16 de Dezembro.

O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, dissolveu a 16 de Novembro a câmara dos deputados, convocando eleições legislativas antecipadas para 16 de Dezembro.

Desde então, uma série de novos partidos surgiram, mas a maioria deles desapareceu logo de-pois, formando depois coligações com outras formações políticas, na esperança de recolher votos dos 35 a 40 por cento de eleitores que dizem não se reconhecer nos actuais partidos existentes.

O líder norte-coreano, Kim Jong-Un substituiu o

ministro da Defesa por um general da linha dura, num movimento que pretenderá reforçar o seu controlo sobre os militares, indica a agência sul-coreana Yonhap.

O vice-marechal Kim Jong-Gak foi demitido do cargo de ministro após sete meses de funções, explica a Yonhap que cita um alto res-ponsável da presidência que, no entanto, não identifica. O antigo ministro foi substitu-ído por Kim Kyok-Sik, um

general da linha dura que terá sido um dos responsáveis do ataque em 2010 a um navio de guerra da Coreia do Sul, lançando a tensão na penín-sula coreana.

Analistas políticos da região indicam que a refor-mulação governamental, se confirmada, será a última de uma série de mudanças dos quadros de nível superior ordenada por Kim Jong-Un desde que assumiu o poder após a morte do país Kim Jong-Il em Dezembro de 2011.

Coreia do Sul volta a adiar lançamento de foguete A Coreia do Sul voltou ontem, pela segunda vez, a adiar o lançamento do seu foguete Naro-1 (KSLV-1) devido a um problema detectado no sistema desenvolvido parcialmente com tecnologia do país. O lançamento estava previsto para as 16h locais desde a base espacial da ilha de Naro, a cerca de 485 quilómetros a sul de Seul, mas a contagem decrescente foi interrompida quando faltavam apenas 17 minutos para o lançamento. O porta-voz do Instituto de Investigação Aeroespacial da Coreia explicou que foram detectados problemas na segunda fase do foguete de lançamento e disse que a contagem voltará a ser retomada quando estes estiverem resolvidos.

Tailândia adiou julgamento de “camisas vermelhas”Um tribunal tailandês decidiu ontem adiar para Dezembro o início do julgamento de 24 líderes dos “camisas vermelhas” que em 2010 desencadearam uma onda de protestos nas ruas de Banguecoque. Os acusados, onde estão incluídos cinco actuais deputados, enfrentam, em teoria, a pena de morte pelo seu envolvimento no protesto que chegou a ter 100.000 pessoas nas ruas da capital e que visava manifestar o apoio ao antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto do cargo em 2006 e cuja irmã mais nova é a actual chefe do Governo.

Milhares de timorenses no aniversário da proclamação da independênciaForam aos milhares as pessoas que participaram quarta-feira em Same, distrito de Manufahi, nas cerimónias do 37.º aniversário da proclamação unilateral da independência de Timor-Leste e do centenário da revolta de Manufahi, liderada por Dom Boaventura. Os milhares de convidados foram reunidos na base de Luak, a cerca de seis quilómetros de Same, onde Dom Boaventura assentou arraiais para lutar contra a ocupação portuguesa há 100 anos, e local escolhido para colocar a nova estátua ao primeiro herói timorense. A proclamação unilateral da independência foi feita pela Fretilin a 28 de Novembro de 1975. Nove dias depois, Timor-Leste foi invadido pela Indonésia.

Filipinas recusam carimbar novo passaporte chinês

Igual ao Vietname

Novo partido é criado para disputar eleições legislativas no Japão

Anti-nuclearKim Jong-Un substituiu ministro da Defesa da Coreia do Norte

Linha dura

reclama como seu e por isso foi decidido conceder os vistos aos cidadãos chineses num papel à parte que é anexado ao pas-saporte.

Além das Filipinas e Vietna-me, também Taiwan protestou contra o mapa que agora surge nos passaportes chineses e a Índia, que tem uma opinião divergente de Pequim sobre a fronteira na zona norte do país, decidiu conceder vistos aos turistas chinesas com um carimbo onde apresenta o seu próprio mapa.

Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China já disse que colocar o mapa no novo passaporte não pretende atingir nenhum país em particular.

A China mantém diferendos territoriais com vários países da região, nomeadamente com o Japão devido às ilhas Diaoyu.

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sexta-feira 30.11.2012www.hojemacau.com.mo10 egipto

Foi em Junho que Mursi venceu as eleições no Egipto, depois do período de transição no Egipto com a queda de Mubarak e o comando do país através de uma junta militar. Segundo a Agência France-Presse (AFP), Mursi não foi a escolha inicial do seu partido, que recaiu sobre Jairat al-Shater. Shater acabaria por ser excluído depois de se saber de uma antiga condenação no tempo do antigo ditador. Formado em engenharia, Mursi, com 60 anos, apresentou-se enquanto “único candidato com um programa islâmico” e defensor de um “projecto de renascimento”, baseado nos princípios do Islamismo. Durante a sua campanha presidencial, prometeu relações “mais equilibradas” com os Estados Unidos e ameaçou rever o

tratado de paz com Israel caso os americanos parassem as suas ajudas ao país. De acordo com o perfil traçado pela AFP, Mursi, pouco carismático e de olhar tímido, não tinha o favoritismo junto de muitos analistas políticos. Mas ao longo da campanha foi adquirindo segurança e ganhou também os benefícios da rede de militantes da Irmandade Muçulmana. Nascido em Charqiya, no delta do rio Nilo, Mursi formou-se em engenharia na Universidade do Cairo, em 1975, e fez o seu doutoramento na Universidade de Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Militante de um grupo anti-Israel, o Comité de Resistência ao Sionismo, dedicou grande parte da sua vida às actividades da Irmandade que o levou ao poder.

A reacção do aparelho judicialOs tribunais já repudiaram a Declaração Constitucional lançada por Mursi. Num discurso proferido na passada sexta-feira, Mohammed Mursi elogiou o poder judicial do Egipto, mas falou especificamente os elementos corruptos que pretende eliminar. Depois dessas declarações, um porta-voz do Supremo Tribunal Constitucional veio dizer que o organismo se sentiu “atacado” pelo presidente. “O que realmente entristeceu os membros deste tribunal foi quando o presidente da República se juntou à campanha de ataque contínuo sobre o Tribunal Constitucional, uma surpresa dolorosa para nós”, admitiu Maher Samy. Os magistrados têm vindo a negociar com Mursi sobre a forma de restringir os seus novos poderes à medida que o povo pede a dissolução da Assembleia Constituinte. Os tribunais de Cassação e de Recursos do Egipto já afirmaram que iriam suspender todos os seus trabalhos até que o Tribunal Constitucional aja sobre a declaração de Mursi, que veio lançar mais estragos à já conturbada relação entre o presidente e os tribunais.

Mursi, o presidente engenheiro

Centenas de feridos e dois mortos marcam nove dias de protestos no Cairo

Gritos de liberdade regressaram à praça Tahrir

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11sexta-feira 30.11.2012 www.hojemacau.com.mo egipto

Na próxima semana os egípcios vão tentar concluir a nova Constituição do país por forma a controlar os protestos que ecoam no Cairo, desde que o presidente Mohamed Mursi lançou um decreto que lhe dá ampliação de poderes. Há nove dias que os egípcios lutam nas ruas contra o que consideram ser um regresso aos tempos de Hosni Mubarak, presidente derrubado durante a Primavera Árabe

Andreia Sofia Silva*[email protected]

“NÓS não que-remos uma ditadura de novo. O re-

gime de Mubarak era uma ditadura. Tivemos uma revolução para ter justiça e liberdade”. As palavras de Ahmed Husseini, proferi-das à agência Reuters, são o espelho do que centenas de egípcios pensam neste momento: estão contra a ampliação de poderes decretada pelo actual presi-dente, Mohamed Mursi, do partido Justiça e Liberdade, fundado pela Irmandade Muçulmana.

Segundo a Reuters, os manifestantes prometem não abandonar os protestos que já se espalharam por várias cidades do país. “A nossa decisão é continuar na praça. Não vamos sair enquanto essa declaração não for derrubada”, apon-tou Hamdeen Sabahi, líder do movimento Corrente Popular, de esquerda, e que esteve na corrida nas últimas presidenciais.

Para além da partici-pação dos populares, os protestos contam com vozes de líderes políticos. No total,

as repressões do Governo e da policia já terão provoca-do 450 feridos, sendo que 49 estavam internados até esta segunda-feira, segundo informações do Ministério da Saúde.

Há nove dias que a praça Tahrir está cheia de protes-tos que fazem lembrar os momentos que marcaram os acontecimentos da Pri-mavera Árabe, quando o regime ditatorial de Hosni Mubarak chegou ao fim.

Desta vez, os egípcios estão contra uma Decla-ração Constitucional feita pelo novo presidente há semanas, que determina que todos os decretos ela-borados pela presidência não podem ser revogados ou cancelados por “nenhum indivíduo nem nenhuma organização política ou governamental”, nem mes-mo pelo poder judicial. A oposição já reagiu e acusa Mursi de ser “um faraó dos tempos modernos”.

Enquanto isso, a comuni-dade internacional já reagiu à medida, com os Estados Unidos já revelaram os seus receios e a organização Hu-man Rights Watch, com sede em Nova Iorque, afirmou que o documento concede mais poderes a Mursi do que à jun-ta militar que se encontrava a governar o Egipto no período de transição.

O porta-voz da presi-dência, Yasser Ali, já veio declarar que esta medida visa apenas tratar de uma “questão de soberania” e que não viola quaisquer leis ou a competência do siste-ma judicial. Mursi afirma que o decreto não passa de uma forma de quebrar um impasse político para levar o Egipto a percorrer um caminho mais rápido para a democracia.

MURSI FALA NA PRÓXIMA QUINTA-FEIRAUma fonte presidencial avançou à Reuters que Mo-hammed Mursi está pronto para ir à televisão explicar tudo o que está à volta da sua decisão. “O presidente vai falar à nação pela te-levisão estatal na noite de quinta-feira e falará sobre o decreto constitucional e do porquê de ele ter sido emi-tido, assim como sobre os eventos que se seguiram.”

Entretanto, a Assem-bleia Constituinte, com-posta por 100 membros, tem estado a trabalhar na primeira versão da nova Constituição, que deverá estar concluída dentro de

dias. “Vamos começar agora e terminar hoje, se Deus quiser. Se vocês estão cha-teados com o decreto, nada irá pará-lo excepto uma nova Constituição promulgada imediatamente”, disse o presidente da assembleia, Hossam el Gheriyani.

A Irmandade Muçulma-na espera que este docu-mento venha a substituir o decreto de Mursi e, assim, resolver os protestos popu-lares. A nova Constituição tem que entrar em vigor antes que o novo Parlamento seja escolhido em eleições que deverão ocorrer no primeiro semestre de 2013. Até lá, Mohammed Mursi detém os poderes Executivo e Legislativo.

De acordo com a Reu-ters, a nova Constituição irá ser aprovada através de um referendo popular, e o partido de Mursi espera con-seguir os votos necessários. Contudo, o processo deverá conhecer inúmeras divisões. A oposição da Irmandade Muçulmana tem vindo a boicotar a Assembleia Cons-tituinte, por considerar que os políticos islâmicos estão a tentar impôr a sua visão. A legitimidade desse órgão já foi mesmo posta em causa através de vários processos que pedem a sua dissolução.

OS RECEIOS INTERNACIONAISEntretanto, tanto os Estados Unidos como a União Eu-ropeia já lançaram apelos para que se mantenha a es-tabilidade politica e os ares de democracia conseguidos através das revoluções da Primavera Árabe.

Victoria Nuland, porta--voz do departamento de Estado dos Estados Unidos, já disse, através de um co-municado, que a Declaração Constitucional de Mursi “preocupa muitos egípcios

e a comunidade internacio-nal”. “Uma das aspirações da revolução era a garantia de que o poder não ficaria concentrado em demasia nas mãos de qualquer pessoa ou instituição. O actual vazio constitucional no Egipto apenas pode ser resolvido com a adopção de uma Constituição que inclua deveres e direitos e que respeite as liberdades fundamentais, os direitos individuais e uma legis-lação consistente com os compromissos internacio-nais do Egipto.”

A Administração norte--americana apela ainda “à calma e à coragem de todas as partes para que trabalhem em conjunto” e deixa o desejo de que “todos os egípcios resolvam as suas

divergências em relação a estes assuntos importantes de forma pacífica e através do diálogo democrático”.

Já os europeus pedem à presidência egípcia que se respeite o processo de-mocrático. “É de extrema importância que o processo democrático seja concluído de acordo com os com-promissos assumidos pela liderança egípcia”, disse um porta-voz da chefe de Relações Exteriores da UE, Catherine Ashton.

Estes compromissos incluem “a separação de poderes, a independência da Justiça, a protecção das liberdades fundamentais e a realização de eleições parlamentares democráti-cas o mais cedo possível”, acrescentou. - *com agências

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GONÇALO LOBO PINHEIRO

sexta-feira 30.11.2012entrevista12

Helder [email protected]

NATÉRCIA Chicane é uma jovem cineasta moçambicana. Os te-mas que tem abordado

são situações do quotidiano, histórias de vida. O sentido peda-gógico do seu cinema, em curtas e quase grandes metragens, tem sido aplaudido em Moçambique e também reconhecido por estruturas nacionais e internacionais como o Instituto Nacional de Audiovi-sual e Cinema de Moçambique (INAC), a AMOCINE - Associa-ção Moçambicana de Cineastas, o ISARC, Instituto Superior de Artes e Cultura, ou o Instituto Nacional Moçambique-Alemanha. Tal como, em Macau, os espectadores do Ciclo de Cinema Moçambicano que, durante quatro dias, aconteceu no auditório do Consulado-geral de Portugal nesta região, por iniciativa da Associação local dos Amigos de Moçambique.

A relação de Natércia com o cinema parte do seu grande interesse pela escrita, particularmente poesia e contos. “Mais a sério, comecei a escrever sobre um adolescente que vendia alfaces e couves na rua. Acor-dava e ouvia a sua voz apregoando os produtos”, lembra a cineasta. Nascia uma história para cinema.

Um carinho especial desta cineasta pela sua curta-metragem “Johana - A terra que roubou os nossos maridos”, que é o “curto relato sobre a vida de Alice que,

Apesar de formada em contabilidade e auditoria, os dois focos de maior interesse são o cinema e a poesia. Foi o cinema a trazê-la até Macau. Natércia Chicane nasceu na capital moçambicana, Maputo, e desde pequena tem o gosto de escrever. Depois veio o cinema. Estudos e acções de formação no campo do cinema designadamente através da Dockanema, uma produtora que realiza festivais da 7.ª arte e dá formação completa inclusive em escrita para cinema e, principalmente, na área do documentalismo

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13entrevistasexta-feira 30.11.2012 www.hojemacau.com.mo

Natércia Chicane, cineasta e poetiza moçambicana

“Macau inspira-me poesia e cinema”como tantas mulheres moçambi-canas, vê o seu marido partir para África do Sul à procura de melhores condições”.

Natércia Chicane prossegue a sua formação através do Insti-tuto Superior de Artes e Cultura, algumas vezes forçosamente in-terrompida devido a solicitações, como acontece com esta sua vinda a Macau.

No Ciclo de Cinema Moçam-bicano promovido pela AAM (Associação dos Amigos de Moçambique) a realizadora mos-trou também o seu mais recente trabalho, estreado em Outubro no Teatro Avenida em Maputo, “Nas Entrelinhas da Vida”. Um filme de 60 minutos, rodado na capital moçambicana, com actores, canto-res, e relatando o comportamento feminino nos dias de hoje, naquele país, principalmente nos grandes centros onde, como diz Natércia, “muitas mulheres são obcecadas por bens materiais, festas, sem reflectirem nos valores da vida”.

Perguntámos a Natércia Chica-ne se o INAC, dirigido por Djalma Lourenço que integrou esta comi-tiva moçambicana, dava apoio aos seus trabalhos e projectos: “Não propriamente apoio financeiro, mas dá-nos apoios em equipa-mentos, espaços para ensaios e filmagens. Também existe um fundo para apoio à cultura, nesse caso temos algum apoio financeiro destinado às despesas da parte técnica dos filmes que fazemos”.

PRIMEIRO A POESIAAntes do entusiasmo pelo cinema, ainda estudante, a poesia já tinha lugar na existência de Natércia Chicane. Escrevia contos, cróni-cas, pequenos poemas. “Em geral, gostava mesmo era de escrever. O que fazia ficava comigo, mas os colegas sabiam e alguns insistiam para que eu desse a conhecer. En-tão, um pouco mais tarde, algumas coisas foram publicadas em jornais e ditas em público.”

Naturalmente agora, enquanto poetisa, tem mais estreito con-tacto com poetas da sua geração, mencionando Paulo Paulo, Feling Capela ou Adriano Juma. “Sem nunca esquecer minha irmã, Tela Chicane, multifacetada artista no teatro, no cinema, na dança, como produtora de eventos, na poesia ou na prosa. Ela é fantástica!”, sublinha Natércia. Paralelamente, Natércia menciona, também como referência, a poesia de Mia Couto “que sendo essencialmente, na actividade literária, um grande pro-sador tem poemas que eu aprecio bastante”.

Esta poetiza obviamente que gostava de publicar o seu primeiro livro. Já possui, mais ou menos organizadas, umas largas dezenas de poemas e até concebeu um título provisório ou, o mais certo, já defi-nitivo, que é “A Dança do Amor”. “Mas os custos são muitos, editar livros em Moçambique sai muito caro, somente com apoios, tenho esperança de conseguir”.

Como Natércia Chicane define a sua poesia? “Não defino exac-tamente. É uma poesia livre, sem preocupações de rimar, embora por vezes faça alguma rima”. Surge a outra pergunta: Porque escreve poesia? “Acho que é para dar continuidade a um sentimento no momento, que pode ser um instante

de inspiração que me leva rapida-mente a escrever ou me conduz a uma mais profunda reflexão poé-tica comigo mesmo. Mas sempre pretendo deixar tudo o que sinto nas palavras que escrevo. Não o faço de forma disciplinada, escrevo quando o que vejo ou sinto me encaminha, talvez em impulsos, para a poesia, sem organizar nada. É aquele momento. A disciplina e organização deixo para as minhas actividades relacionadas com o cinema.”

A jovem poetisa e cineasta , juntamente com quatro poetas do seu país, realizou a obra poética e cinematográfica “Sonhos Ver-des”, pela qual recebeu a Menção Especial no XXVII Prémio Mun-dial de Poesia Nosside. Confessa ao jornalista: “Para mim, os prémios servem como incentivo, gosto de recebê-los, quem não gosta? Mas a grande utilidade dos prémios é darem-nos força, estímulo, para fazermos mais e melhor. Sinto-me orgulhosa, até pela importância daquela men-ção honrosa, no contexto de um Prémio com dezenas de países participantes, 61 línguas e cente-nas de poetas. Moçambique, com o conjunto de trabalhos poéticos

que apresentou, ficou em posição de topo, em quarto lugar, depois do Brasil que ficou em terceiro, de Cuba em segundo e da Itália em primeiro.”

O Hoje Macau oferece aos leitores um excerto do poema “Sonhos Verdes”, merecedor da mencionada Menção Honrosa:

Sou apenas um putoque vai empurrando sonhos verdesnas saias linda da alfacee no corpo esbelto da minha couve

Sou apenas um putoque emerge dos becos desta cidade e a muitos conquista

(...)

São verdes os meus sonhosiguais às folhas de alfaceSim, verdesa cor da esperança

(...)

Na opinião de Natércia Chica-ne, a poesia moçambicana tem um encanto muito particular. O cha-mado “país da marrabenta” é um dos “maiores e mais importantes difusores da qualidade literária da Língua Portuguesa”.

Alguma crítica literária mo-çambicana considera esta poetiza e cineasta “cada vez mais incor-ruptível”. Donde lhe virá esta força criativa, que influências? Ela já nos tinha falado da sua irmã Tela Chi-cane. Acrescentou, depois de uma pausa, a referência sentida a seu pai “que gostava muito de escrever e morreu precisamente a escrever a história da ida para a África do Sul dos milhares e milhares de trabalhadores moçambicanos com esperança de melhores dias, força-dos a deixar a família para trás”. “Eu tive essa amarga experiência com a ausência de meu pai.”

PREOCUPAÇÃO SOCIALLogo num primeiro olhar para a poesia e para os trabalhos no cinema, nota-se certa incidência em temas sociais, principalmente

nos filmes realizados por Natércia Chicane. “Isso é verdade, mas nem sempre. Por vezes, no campo da poesia, opto por temas românticos. Alguns poemas até gostava que fossem musicados. Alguns amigos que são músicos já me disseram que um ou outro poema merecem ser cantados. Fico muito feliz com essa hipótese.”

Questionada sobre se a sua poesia tinha um cunho identifi-cativo moçambicano, a poetiza comenta: “Alguns poemas sim, mas nem sempre, posso inspirar--me em sentimentos românticos, por exemplo.”

Cinema e poesia que se cruzam. A poesia ajudando a realizar mais e melhor cinema, ou o cinema in-fluenciando poeticamente a poesia de Natércia? “É possível que a poesia me ajude a fazer cinema, sim, principalmente do lado dos sentimentos. O contrário, o cinema ajudar-me a escrever melhor poesia, isso talvez ainda não possa dizer. O que sinto é que o cinema me ajudou muito a ter contacto com histórias de vida impressionantes, portanto, ter mais informação. O meu filme “Nas Entrelinhas da Vida”, estre-ado o mês passado em Maputo e apresentado agora em Macau, por exemplo, retrata o dia-a-dia de um casal onde o marido trai constante-mente a esposa com outras mulheres que só têm interesses materiais. A educação dos filhos longe do apoio paterno. Na verdade, a poesia deu--me mais sensibilidade para este amargo tipo de situações”.

Pela primeira vez em Macau, a jovem cineasta e poetiza afirma convicta que “esta terra é extraor-dinária”. “Adoro ver esta fusão de culturas nesta parte da China, esta modernidade e o antigo lado a lado, as pessoas circulam num ambiente confortável. Vêem-se portugueses e de outras comunidades de língua portuguesa, perfeitamente à vonta-de, todos se dão bem. Sem esquecer a forma extraordinária como fomos acolhidos pela Associação dos Amigos de Moçambique, a quem estamos muito agradecidos por esta oportunidade e pela forma tão entusiasmada, tão bonita, como divulgam a cultura moçambicana. Tenho a certeza de que esta minha passagem me irá inspirar para escrever alguma poesia.”

E filmar em Macau? “Oh, isso adorava! Macau está cheio de luzes, de cores. Sinto que Macau é uma região que me inspira poesia e cine-ma. Filmar uma história aqui seria excelente, porque não? Talvez ainda em pequena escala mas tudo o que vi em Macau, esta mistura toda, me inspira de alguma maneira.”

A jovem poetisa e cineasta, juntamente com quatro poetas do seu país, realizou a obra poética e cinematográfica “Sonhos Verdes”, pela qual recebeu a Menção Especial no XXVII Prémio Mundial de Poesia Nosside

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sexta-feira 30.11.2012cultura14

O jurista Eduardo Ribeiro lançou ontem, em Ma-cau, no Clube Militar, a obra “Camões em Ma-

cau, Uma verdade historiográfica”, o “remate final” num exaustivo trabalho de investigação iniciado há seis anos e que acabaria por se revelar uma “paixão”.

O livro, o terceiro centrado no poeta português, figura como “uma versão actualizada do primeiro que saiu em 2007”, em jeito de uma “resposta pronta e imediata” à tese defendida pelo historiador Rui Manuel Loureiro que lançava “dúvidas” sobre a presença de Luís de Camões em Macau.

A tese, interpretada como uma “provocação”, levou Eduardo Ri-beiro a ingressar numa viagem sem retorno: “Comecei a ganhar-lhe o gosto, apanhei-me sozinho e fui--me entretendo, rodeando-me de livros por tudo o que era canto, de-cidido a descobrir tudo que havia”.

Camões não surge, contudo, “sozinho” nas mais de 400 páginas da obra: “Entrelaço-o nos homens da sua época, nos correligionários, naqueles que partilhavam ideais, que queriam uma Lusitânia nova, em que em vez dos feitos das armas se enaltecessem as virtu-des morais”, afirmou o escritor à agência Lusa.

“Este livro fala de tudo o que diz respeito a Camões desde os indícios da historicidade, dos

A sumarenta “laranja da baía” nasceu, afinal, no

sul da China, onde lhe cha-mam “laranja umbigo”, e foi levada pelos portugueses para a Europa, no século XVII, e depois para o Brasil, na primeira globalização econó-mica do mundo. “Nos países do Mediterrâneo oriental, como na Grécia ou Turquia, ainda hoje ‘laranja’ diz-se ‘portucali’”, comentou o

Ritmos latinos voltam ao McSorley’s Ale HouseEste sábado, das 23h em diante, o bar McSorley’s Ale House, no Venetian, oferece mais uma festa latina. “Swing On”, com DJ Clovis e Julian Ortiz na percussão, promete muita animação ao ritmo da Salsa, Reggae, Samba, Merengue ou Funk, entre outros. O preço de entrada é de cem patacas com direito a uma bebida. O bar oferece ainda um show “Hot & Sexy” e convida todos a dançar pela noite dentro.

Terceiro VAFA na Casa Garden a partir de sábadoComeça já este sábado o terceiro VAFA, Festival Internacional de Video Arte, organizado pela AFA (Art For All) e pela Fundação Oriente, com o apoio do SKY2. O evento que tem início no dia 1 de Dezembro na Casa Garden, pelas 18:30 horas, vai estender-se até ao próximo dia 6 de Janeiro de 2013. Na cerimónia de apresentação serão apresentados os trabalhos dos 25 finalistas desta edição. Fabian Heitzhausen, um dos vencedores do anterior festival vai estar presente na apresentação de sábado para receber o prémio VAFA 2012 e mais tarde, no domingo pelas 16:30 horas para partilhar a sua experiência artística.

“Camões em Macau, Uma verdade historiográfica”, o “remate final” de uma investigação de seis anos

O fim da viagem

As “laranjas da baía” também vieram da China, mas pela mão dos portugueses, no século XVII

De Ganzhou até Xabregas

contemporâneos, dos biógrafos, dos cronistas, do que o próprio Camões diz sobre a presença dele em Macau e ele, afinal, também diz muita coisa e só pode ter sabido aqui em Macau. Fala inclusiva-mente da Nau do Trato no Cais de Patane, do Monte de Patane - hoje Gruta de Camões -, onde narra o Adamastor, episódio autobiográfi-co”. “Na versão extensa da ‘Década Oitava’ (…) diz-se que veio para a China, que foi aqui provedor de defuntos, que teve um naufrágio no regresso onde morreu a ‘moça china’, indicando-se ainda o nome do capitão-mor com quem veio para Macau”.

Os dois códices são descobertos no século XX que é justamente quando se começa a pôr em dúvida a presença de Camões em Macau, realçou o autor.

A junção de peças de um complexo puzzle permitiu ao in-vestigador avançar com outra data em que Camões chegou a Macau - 1562 - contra a tese defendida pelo historiador José Hermano Saraiva

(1563), que foi, no entanto, o pri-meiro a fugir às datas aventadas. “Todos os grandes historiadores estavam errados na cronologia, apontavam para os anos 1550”.

“Ele esteve efectivamente acoi-tado naqueles penedos que a partir do século XIX começam a ser cha-mados a Gruta de Camões, porque se tinha esquecido o antigo nome, como descreve um documento dos Jesuítas, proprietários desse chão” explica Eduardo Ribeiro, realçando a extensa bibliografia em que se apoia.

Editado pela Labirinto de Le-tras, o livro, que assinala o final de um trabalho que acabaria por se tornar numa “paixão” com hora marcada “para depois do expedien-te”, vai ser lançado em Portugal talvez na primavera do próximo ano, disse.

Entretanto, o “Roteiro Crono-lógico de Camões no Oriente”, o primeiro trabalho da colectânea “Camões no Oriente” será dado à estampa em inglês.

Encerrado o capítulo Camões, o investigador, radicado em Macau desde 1985 com o regresso a Por-tugal marcado para 2013, planeia dedicar-se a um trabalho de cariz autobiográfico sobre os tempos que viveu em Angola. “Foram sete anos no pós-independência e esse período da minha vida foi muito rico em todos os aspectos”, conta Eduardo Ribeiro. - Lusa

embaixador de Portugal na China, José Tadeu Soares, a propósito da exposição “A Aventura das Plantas”, inau-gurada na quarta-feira numa universidade de Ganzhou, na província chinesa de Jiangxi.

Ganzhou, um município de cerca de nove milhões de habitantes, que se assume como “capital mundial da laranja”, produz anualmente mais de mil milhões toneladas

daquele fruta. “Eles aqui até sabem que foi um governador de Macau que levou aquele tipo de laranjas para Portugal e plantou duas laranjeiras em Xabregas (bairro de Lisboa)”, contou José Tadeu Soares, que assistiu à abertura da exposição, convidado pelas autoridades locais.

Baseada nas investigações do professor José Eduardo Ferrão, a exposição conta

em três línguas (português, chinês e inglês) a história de 25 plantas que há cinco sécu-los atravessaram continentes e que fazem hoje parte da alimentação global.

“É um dos capítulos menos estudados dos desco-brimentos”, mas foi dos que teve “reflexos científicos, técnicos, económicos e so-ciais mais marcantes e dura-doiros”, realça a exposição, já apresentada em Pequim, em 2011, pelo presidente do Instituto de Investigação Cientifica Tropical (IICT), Jorge Braga de Macedo.

A “aventura” começa na Ásia, a terra do arroz, do chá, da pimenta e da manga, por exemplo, e termina na Euro-pa, de onde os portugueses levaram as uvas para o resto do mundo.

Das Américas vieram nomeadamente a batata, o tabaco, o cacau e o girassol. África deu ao mundo a pal-meira e o café.

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15sexta-feira 30.11.2012 www.hojemacau.com.mo vida

DADOS dos Serviços de Estatís-tica e Censos (DSEC) apontam para um aumento do consumo de energia em termos genera-

lizados, ao nível dos casinos, famílias e sectores comercial e industrial. Trata-se de um consumo na ordem dos 1,26 mil milhões de Kwh nos três últimos meses do ano, um aumento de 10,7% face ao segundo trimestre de 2012.

No terceiro trimestre deste ano os consumos no sector do jogo aumentaram

6,5% face ao ano passado, enquanto que as famílias consumiram um total de 273 milhões de Kwh, um aumento de 25,3% face aos três meses anteriores.

Já o comércio e industrias consumiram um total de 928 milhões de Kwh, um aumento de 6,9%. Este consumo representa 73,7% do volume total da electricidade consumida.

Quando ao volume de consumo em termos anuais, atingiu 3,219 mil milhões de Kwh, um aumento de 9,2%. Quanto à importação de electricidade foi de 2,95 mil

milhões de Kwh, um aumento de 26,6%. Já a produção local de electricidade teve uma queda de 42,1%.

Quanto ao volume de gás de petróleo liquefeito (GPL) teve uma descida de consumo na ordem dos 6,2% no terceiro trimestre do ano. Quanto aos preços médios de venda ao público, em igual período, a gasolina sem chumbo e do gasóleo cresce-ram 0,6%. Já o GPL em botija fixou-se nas 13,92 patacas por quilo, isto é, reduziu-se 11,4%, face ao trimestre anterior.

FUMAR “apodrece” o cére-bro ao danificar a memória,

a capacidade de aprendizagem e as capacidades cognitivas, segundo investigadores do King´s College London.

Um estudo que envolveu 8.800 pessoas acima dos 50 anos revelou que elevados níveis de tensão arterial e ex-cesso de peso afectam o cére-bro. Os cientistas alertam que a população precisar de estar atenta, uma vez que o estilo de vida adoptado pode causar não só malefícios no corpo como também a nível cerebral. O estudo foi publicado no jornal Age and Ageing.

Os cientistas estavam a in-vestigar vínculos entre o estilo de vida e ataques cardíacos e as consequências nas capaci-dades cognitivas.

Viagem a Marte custa 3,8 milhões de patacasEste é o valor indicado pelo multimilionário Elon Musk, fundador e director executivo de uma empresa especializada em transportes espaciais, a Space X. A Space X foi fundada em 2002 com o objectivo de levar passageiros ao espaço. No entanto, com a chegada a Marte, está a abrir os horizontes e a ver uma nova oportunidade de negócio, o planeta vermelho Marte. Segundo o Daily Mail, o multimilionário já está a preparar esta aventura e, até, já tem um preço em ideia: uma viagem a Marte custará 3,8 milhões de patacas, certamente um valor que não é para qualquer carteira. Elon Musk referiu, ainda, que pretende criar uma colonização em Marte com 80 mil pessoas. O objectivo será enviar dez numa fase inicial, onde começaram a produzir e a criar as necessidades para a subsistência da vida humana, como oxigénio e produtos alimentares. Depois, conforme a evolução, pretende aumentar a colonização, até, às 80 mil pessoas.

Buraco negro gigantedescoberto em galáxia longínquaAstrónomos anunciaram poder ter descoberto o maior buraco negro jamais observado, com uma massa equivalente a 17 mil milhões de vezes a do Sol e localizado numa galáxia longínqua. O buraco negro é tão gigantesco que representa 14% da massa total da galáxia, contra os apenas 0,1% de buracos negros “normais”. Uma proporção de tal forma elevada que poderá forçar os especialistas a reverem as suas teorias sobre a formação das galáxias, refere a agência noticiosa AFP. O monstro “NGC 1277” está situado a 220 milhões de anos-luz da Terra, numa galáxia dez vezes mais pequena que a Via Láctea. A entrada do buraco negro é onze vezes mais larga que a órbita do planeta Neptuno em torno do Sol. “Trata-se verdadeiramente de uma galáxia insólita”, resumiu em comunicado Karl Gebhardt, da universidade do Texas, em Austin. “É quase inteiramente um buraco negro. Poderá constituir o primeiro objeto de uma nova classe, os buracos negros galácticos”, acrescentou o investigador, co-autor do estudo publicado hoje pela revista britânica Nature. Os buracos negros são as forças mais poderosas conhecidas no universo e geram um campo gravitacional tão intenso que a nem a própria luz consegue escapar.

Consumo de luz aumentou junto dos casinos e famílias

Andamos a gastar mais

Estudo Fumar danifica gravemente o cérebro

Investigadores avisam para mentes “podres”

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1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei n.º 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com o artigo 2.º e o artigo 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.Localização dos terrenos:- Avenida do General Castelo Branco, n.os 69 a 87, Rua da Concórdia, n.os 58 a 78, Rua do General Castelo Branco,

n.ºs 2 a 4 e Rua do Conselheiro Borja, n.os 1 a 3, em Macau, (Edifício Ko Fu e Ko Fong);- Avenida do General Castelo Branco, n.os 89 a 113, Rua da Concórdia, n.os 80 a 104 e Rua do Conselheiro Borja,

n.os 2 a 4, em Macau, (Edifício Yuet Fat e Yuet Tak);- Rua do Comandante João Belo, n.os 3 a 125, Rua do General Ivens Ferraz, n.os 4 a 88 e Avenida do General

Castelo Branco, n.os 25 a 39, em Macau, (Edifício To Pou Garden).2. Agradecemos aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da

Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício Finanças, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento da Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se-á à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.Aos, 9 de Novembro de 2012.

A Directora dos Serviços de Finanças, Vitória da Conceição

1. O prazo limite para a apresentação do pedido de atribuição do Plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2009 é fixado em 31 de Dezembro do corrente ano.

2. Os indivíduos que satisfaçam os requisitos de atribuição, mas não tenham ainda formulado o pedido, devem dirigir-se até ao termo do prazo supracitado ao Centro de Serviços do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, n.ºs 762-804, Edifício “China Plaza”, 2º andar, Macau, para efeitos de tratamento das respectivas formalidades.

3. Por último, solicita-se que os cheques ainda não sacados sejam apresentados, com a maior brevidade, junto de qualquer instituição bancária de Macau.

Macau, aos 29 de Novembro de 2012.

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

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Plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2009

Dados sobre a saúde e o estilo de vida do grupo de voluntários com mais de 50 anos foram recolhidos e os seus cérebros examinados através de testes que implicaram a memorização de palavras e o reconhecimento de certos ani-mais. Os testes foram repetidos após quatro e oito anos.

Os resultados revelaram que quanto maior o risco de ataque cardíaco ou AVC mais o declínio das capacidades cog-nitivas. Também constatou-se uma “associação consistente” entre o vício tabágico e os re-sultados nos testes, que eram piores nos fumadores.

Um dos investigadores,

Alex Dregan, afirmou: “O de-clínio cognitivo torna-se mais acentuado com o envelheci-mento e para um número cada vez maior de pessoas interfere com as suas funções diárias.”

“Identificámos uma série de factores de risco que poderiam ser associados a um maior declínio cognitivo, sendo que todos eles poderiam ser dimi-nuídos”, enfatizou.

Acrescentou que é neces-sário que as pessoas estejam conscientes de que precisam de fazer alterações na sua forma de estar, porque isso influencia o declínio cognitivo.

Segundo Simon Ridley, do Alzheimer´s Research UK, “as investigações têm repe-tidamente vinculado o vício de tabaco e a hipertensão a um maior declínio cognitivo e, inclusivamente, um maior risco de demência, e este estudo vem corroborar as evidências”. “Uma dieta equilibrada, um peso saudável, exercícios físicos regulares, verificar rotineiramente os níveis de pressão arterial e de colesterol e não fumar podem fazer toda a diferença”, concluiu.

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sexta-feira 30.11.2012desporto16

Marco [email protected]

NA derradeira oportu-nidade de que dispu-nha para assinar um brilharete na edição

de 2012 do Mundial B de hóquei em patins, a selecção de Macau não conseguiu firmar credenciais e falhou a qualificação para as meias-finais da prova. O grupo de trabalho orientado por Alber-to Lisboa defrontou a exigente formação de Inglaterra em par-tida a contar para os quartos-de--final da prova e não conseguiu evitar a vitória do conjunto adversário, num desafio que teve em Owen Stewart o seu maior protagonista. O atleta do Midd-lesbrough Roller Hockey Club marcou os três golos com que o cinco inglês derrotou a formação do território. A perderem por dois golos, os campeões asiáti-cos ainda conseguiram reduzir a desvantagem para a margem mínima por intermédio de Nuno Antunes, mas a cerca de cinco minutos do fim, Owen Stewart voltou a fulminar as esperanças do atletas do território ao apontar o terceiro e último golo de Ingla-

Ronaldo e Mourinho entre os finalistas na Bola de OuroRonaldo, Messi e Iniesta foram os três melhores futebolistas do mundo em 2012, enquanto José Mourinho, Guardiola e Vicente del Bosque foram os melhores treinadores. Cristiano Ronaldo volta, sem surpresa, a estar entre os três melhores jogadores do mundo. Assim como José Mourinho. Falcao, Neymar e Miroslav Stoch são os candidatos ao prémio Puskas, que premeia o melhor golo do ano. Sasaki (Japão), Sundhage (Suécia) e Bino (França) são os finalistas para melhor treinador de equipas femininas. A brasileira Marta e as norte-americanas Alex Morgan e Abby Wambach disputam o título de melhor jogadora do mundo.

NBA Recorde de Rondo acaba ao soco no Celtics-NetsA jornada da madrugada de quinta-feira na Liga norte-americana de basquetebol ficou marcada por uma ‘batalha campal’ no jogo entre os Boston Celtics e os Brooklyn Nets. Depois de Kris Humphris ter cometido uma falta sobre Kevin Garnett, Rajon Rondo empurrou o jogador dos Nets, dando início a uma série de empurrões e trocas de ‘mimos’ entre os jogadores das duas equipas. Ranjo Rondo foi expulso de imediato, ele que viu a sua série recordista de 37 jogos consecutivos sempre acima das dez assistências ter sido interrompida, depois de ter somado apenas três em 18 minutos na partida. Humphries e Wallace também acabaram expulsos, mas os Nets conseguiram bater os Celtics por 95-83, impondo a sétima derrota em 15 jogos à equipa de Boston.

Scolari confirmado como seleccionador do BrasilA Confederação Brasileira de Futebol anunciou, esta quinta-feira, Luiz Felipe Scolari como novo seleccionador do Brasil, isto dias depois do despedimento de Mano Menezes. Scolari, que levou o Brasil ao seu último título mundial há dez anos, estava livre depois de ter sido despedido do Palmeiras, em Setembro, devido a maus resultados, que levaram mesmo a equipa de São Paulo a descer de divisão. Por seu lado, Carlos Alberto Parreira, que orientou o Brasil no Mundial de 1994, onde o “escrete” conquistou o seu quarto título mundial, foi nomeado coordenador da Selecção. Em 2014, Scolari, de 64 anos, vai tentar não repetir aquilo que aconteceu em 1950, quando os brasileiros falharam a conquista do título mundial, quando a competição se realizou no Brasil.

Macau vinga adeus ao Mundial AMenos de quinze horas depois de ter perdido com a Inglaterra e de ter comprometido as aspirações a um lugar por entre a elite do hóquei em patins mundial, a selecção de hóquei patinado do território vingou o adeus à luta pelas posições cimeiras no Mundial do Uruguai. A formação orientada por Alberto Lisboa iniciou a luta pelo quinto lugar na competição às primeiras horas da manhã de ontem, hora local, derrotando o Egipto por oito bolas a cinco, num desafio que pautou o regresso aos golos de Hélder Ricardo. O goleador-mor da selecção do território tinha ficado em branco no desafio dos quartos-de-final frente à Inglaterra, mas não demorou a quebrar o jejum no encontro com o cinco egípcio. O atleta, natural de Valado de Frades, concelho de Alcobaça, inaugurou o marcador no pavilhão Sérgio Matto ao fim de pouco mais de um minuto de jogo e voltou a celebrar por outras três ocasiões na segunda parte. Nuno Antunes, que apontou o único golo de Macau no desafio com a Inglaterra, também esteve em evidência, ao assinar um ‘hat-trick’. Dionísio da Luz foi o outro atleta da RAEM que deixou o nome debruado a ouro nos anais da partida, ao bater a defensiva egípcia por uma ocasião. Macau voltou a entrar em campo ao início da manhã de hoje, frente à exigente Holanda. O cinco do território e o cinco holandês já se encontraram na corrente edição do Mundial B, com a vitória a sorrir à formação dos Países Baixos por 8-5.

Hóquei Macau perde e falha subida ao Mundial A

Inglaterra mais forteterra. Orientada pelo português José Carlos Amaral, a Inglaterra vai disputar com a Áustria o acesso à final do Campeonato do Mundo do Uruguai. Nos quartos--de-final da competição, o cinco austríaco - que ainda não provou o sabor da derrota na América do Sul – manteve a invencibilidade, ao levar a melhor sobre o Egipto por quatro bolas a uma, com golos de Manuel Parfant, Jacob Stockinger e Stefan Sahler.

Nas meias-finais da prova es-tão também o anfitrião Uruguai e a formação da África do Sul. A protagonizar uma campanha a todos os níveis irrepreensível, o cinco sul-africano goleeou a frágil formação de Israel por cinco golos sem resposta e vai esgrimir argumentos com o Uruguai na partida de acesso ao encontro decisivo do Mundial. A jogar em casa, a formação uru-guaia não defraudou e derrotou categoricamente a Holanda por seis bolas a duas, num desafio em que o capitão uruguaio, Claudio Maeso, voltou a estar em grande evidência. O atleta do Platense marcou três dos golos da sua equipa e leva já doze tentos apontados na competição.

Apesar de já não poder al-mejar à ascenção ao convívio dos grandes do hóquei sobre rodas, a selecção do Lótus tem ainda margem de manobra para procurar repetir o quinto lugar alcançado há dois anos em Dor-nbirn. Os campeões asiáticos disputam entre hoje e amanhã uma liguilha classificativa com

as formações que não conse-guiram garantir a presença nas meias finais da prova. Depois de ter derrotado Israel e de ter perdido com a Holanda na pri-meira fase da prova, a selecção orientada por Alberto Lisboa vai voltar a esgrimir argumentos com as duas formações. Para além de holandeses e israelitas, Macau tem ainda pela frente as selecções do Egipto e do México. Das nove equipas que disputam o Mundial de Cane-lones, o cinco mexicano foi o único a não conseguir marcar presença nos quartos-de-final da competição.

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SALA 1KILLING THEM SOFTLY [C]Um filme de: Andrew DominikCom: Brad Pitt, Richard Jenkins, James Gandolfini14.30, 18.00, 19.45

COLD WAR [C](Falado em cantonês e legendado em chinês/inglês)Um filme de: Longman Leung, Sunny LukCom: Aaron Kwok, Andy Lau, Tony Leung Ka Fai, Eddie Peng16.15, 21.30

SALA 2LIFE OF PI [3D] [A]Um filme de: Ang LeeCom: Suraj Sharma, Gerard Depardieu14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3RISE OF THE GUARDIANS [3D] [A](Falado em cantonês)Um filme de: Peter Ramsey16.15, 18.00, 19.45

ALEX CROSS [C]Um filme de: Rob CohenCom: Tyler Perry, Matthew Fox, Jean Reno14.30, 21.30

KILLING THEM SOFTLY

sexta-feira 30.11.2012 17www.hojemacau.com.mo futilidades

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24H RTPi15:00 Debate das Linhas de Acção Governativa para 2013 – Área dos Assuntos Sociais e Cultura (Directo)20:00 O Encontro com a Língua Portuguesa20:30 Telejornal21:15 Ler + Ler Melhor21:30 Regresso a Sizalinda22:15 Bocage23:00 TDM News23:30 Portugueses Pelo Mundo00.20 Telejornal – Repetição01:00 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Escape.TV - SIC14:50 Sexta às 915:35 AntiCrise16:00 Bom Dia Portugal17:00 Portugal Negócios17:30 Correspondentes18:00 Gala 1º Aniversário Fado Património Mundial19:45 Nativos Digitais20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:05 Ler +, Ler Melhor22:15 Portugal no Coração

30 - ESPN13:00 Great South Run13:30 Barcelona Triathlon14:00 Pac 12 Conference Football Stanford vs. UCLA17:00 AFF Suzuki Cup 2012 Indonesia vs. Singapore19:00 The Football Review 2012-201319:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201220:00 Smash 201220:30 Football Asia 2012/1321:00 World of Gymnastics 201221:15 (LIVE) AFF Suzuki Cup 2012 Philippines vs. Myanmar

23:20 World of Gymnastics 201223:30 Sportscenter Asia 2012

31 - STAR Sports13:00 Inside Sailing13:30 HSBC FEI Classics 2012/201314:30 Euro Asia Allstars Cup 201217:00 Inside Sailing17:30 British Rally Championship 201219:30 FIA World Touring Car Championship 2012 - Highlights20:00 Ifmxf Freestyle Motocross World Championships 201220:30 Game 201221:00 FINA Aquatics World 201221:15 (LIVE) AFF Suzuki Cup 2012 Thailand vs. Vietnam23:20 FINA Aquatics World 201223:30 Triathlon

40 - FOX Movies11:55 The Help14:20 Fair Game16:10 Unstoppable17:50 The Walking Dead18:40 The Chronicles Of Narnia

41 - HBO12:00 The Bourne Supremacy14:00 Frequently Asked Questions About Time Travel15:50 Cocktail17:40 The Hunt For Red October20:00 Captain America22:00 Xxx0:10 Sanctum

42 - Cinemax12:05 Navy Seals14:00 Star Trek 1016:00 The Viking Queen17:35 The Long Kiss Goodnight20:00 Darklight21:45 Epad On Max22:00 Strike Back23:35 Poison Ivy

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

MUDANÇAS • Mo YanEm Mudanças, Mo Yan descreve, na primeira pessoa, as alterações políticas e sociais no seu país ao longo das últimas décadas, num romance disfarçado de autobiografia, ou vice-versa. Ao contrário da maioria dos escritos históricos sobre a China, que se limitam a narrar acontecimentos políticos, Mudanças conta a história do povo, numa perspectiva mais intimista de um país em transformação. Avançando e recuando no tempo, Mo Yan dá vida à História, descrevendo com acutilância e muito humor os efeitos dos acontecimentos do dia-a-dia na vida do cidadão comum. “A haver um Kafka na China, talvez ele seja Mo Yan. Tal como Kafka, Mo Yan possui a capacidade de analisar a sua sociedade através de uma multiplicidade de lentes, criando transformações fantasistas ao jeito da Metamorfose ou evocando a burocracia entorpecedora e a crueldade despreo-cupada dos governos modernos.” - Publishers Weekly

CRÓNICA DO PÁSSARO DE CORDA • Haruki MurakamiA obra-prima do maior escritor de culto da actualidade. Toru Okada, um jovem japonês que vive na mais completa normalidade, vê a sua vida transformada após o telefonema anónimo de uma mulher. Começam a aparecer personagens cada vez mais estranhas em seu redor e o real vai degradando-se até se trans-formar em algo fantasmagórico. A percepção do mundo torna-se mágica, os sonhos invadem a realidade e, pouco a pouco, Toru sente-se impelido a resolver os conflitos que carregou durante toda a sua vida. Este livro conta com uma galeria de personagens tão surpreendentes como profundamente autênticas e, quase por magia, o mundo quotidiano do Japão moderno aparece-nos como algo estranhamente familiar. «Murakami é um forjador de mitos para o milénio, dono de uma sábia pretensão.» - New York Times Book Review

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Ama-seca (Bras.). Exprime por gestos. 2-Diz-se de um órgão animal ou vegetal que apresenta a forma de dois lábios. 3-Mata por imersão. Manco e surdo (Prov.). 4-Nada (abrev. pop.). Lavrais. Segundo. 5-Ave pernalta, que foi objecto de culto entre os Egípcios. Bairro ou parte contígua às povoações. 6-Figurava. Corre com grande velocidade (Fig.). Actínio (s.q.). 7-Glória, celebridade. O rosto de um barco. 8-Em (Arc.). Estado do Brasil, cuja capital é Fortaleza. Nota do tradutor (abrev.). 9-Notícia anónima, sem confirmação, que corre publicamente. Combinou. 10-Gado bovino resultante do cruzamento de touros zebus com vacas nacionais. 11-Plano, rapado. Engoda.VERTICAIS: 1-Afastei. O Sol (Poét.). 2-Um pobre-daibo (Fam.). 3-Pedido de atenção (Interj.). Andavam. Criada grave, aia. 4-Frutos em forma de bagos miudinhos. Relato do que se disse ou se fez em assembleias (pl.). 5-Levantar as abas de. Vento forte. 6-Dá por bom. 7-Preflixo que significa muito grande. Rabo (Pref.). 8-De idade avançada, anciã. Anteparo para resguardar os olhos da claridade (pl.). 9-Maior Botequim. Internet Relay Chat (abrev.). 10-Clérigo que tem a segunda das ordens sacras. 11-Apelido. Peixe escômbrida.

HORIZONTAIS: 1-BABA. MIMA. 2.B. LABIADO. G. 3-AFOGA. XORDO. 4-NA. ARAIS. II. 5-IBIS. B. ABAS. 6-IA. VOA. AC. 7-FAMA. N. PROA. 8-EN. CEARA. NT. 9-BOATO. ALIOU. 10-O. MALABAR. M. 11-RASO. ISCA.VERTICAIS: 1-BANI. FEBO. 2-B. FABIANO. R. 3-ALO. IAM. AMA. 4-BAGAS. ACTAS. 5-ABAR. V. EOLO. 6-I. ABONA. A. 7-MAXI. A. RABI. 8-IDOSA. PALAS. 9-AMOR. BAR. IRC. 10-A. DIACONO. A. 11-GOIS. ATUM.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

Aqui há gatoVÃO VIVERPARA LONGETal como se esperava, a população aderiu em massa à petição lançada por um grupo de “indignados” (com justa causa, diga-se) sobre a elevada e desregulada inflação das rendas, tanto por parte de arrendatários como pelas agências. Não é novidade para ninguém que os senhorios tentam jogar com os contratos da forma que bem entendem. Fazem-se de desentendidos depois de um ano de contrato, exigindo um aumento de renda, só possível ao fim de dois. E nisto apanham os mais distraídos ou menos informados sobre a lei. Sobem conforme entendem o preço cobrado nos primeiros dois anos porque não há (nova) lei de Mediação Imobiliária que trave um aumento fora de parâmetros aceitáveis. E, logo de início, junto com a actuação das agências imobiliárias, atiram preços altamente desajustados do valor das suas habitações (de tal maneira que dois apartamentos do mesmo tamanho, num mesmo prédio podem divergir em mais de metade do preço); acabam por aumentar os preços de um dia para o outro na agência, quando vêm muita afluência de interessados; pedem mais garantias do que o permitido para garantir mais um ano de contrato; e por aí fora. E, nisto, muitos dos contratos não estão sequer registados. E quem regula isto? Ninguém. A somar a isto. A inflação continua. A especulação imobiliária ganhou proporções inaceitáveis. As ofertas são poucas para tanta procura (de resto, em fracas condições para os preços que se praticam), o que coloca as rendas nos pícaros, sobretudo, porque há quem as veja como um investimento (o único sector viável para aplicar dinheiro) e o Governo continua a facilitar os créditos para aquisição da segunda habitação.E depois admiram-se que a população envelheça. Não é porque apenas o indicador demográfico assim o prevê, mas porque as pessoas vão procurar melhor qualidade de vida para fora daqui. Atravessando a fronteira, o residente de Macau encontra apartadmentos mais baratos, em melhores condições e não se depara com um inflação a disparar da mesma maneira em bens de primeira necessidade.

Pu Yi

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a outra faceCarlos Morais José

sexta-feira 30.11.2012opinião18

ÃO bastava todos sabermos quão pe-rigoso elemento é a água – nele nos podemos afogar e mesmo tomar banho – quando reparamos que dentro dela estamos metidos e só as nossas cabecitas conseguem, num desespero, assomar.

Vai subindo a água... e de mansinho, devagar, de-vagarinho. Quando por ela damos ei-la fria e em redor… cuidado com a água que, apesar do seu alegre movimento em riachos e cascatas, é parada e não tem fundo. O único fogo que verdadeiramente apaga é a nossa sede, mas não a sede da alma. Para isso precisa de ser misturada com o seu irmão álcool que, no seu interior, é habitado por um misterioso fogo. Este ardor manifesta-se nas enrubescidas faces e em disparatadas acções.

E por falar do fogo, senhores, o que dizer do malandro?! Dizei lá de vossa justiça não ser verdade que quando pelo canalha damos já o fazemos de dedos – e sabe-se lá que mais – desastradamente queimados. É assim o fogo, o sedutor subtil, que como as serpentes encantam os passarinhos descui-dados (comparação também ela infantil) também ele é capaz – grande pedófilo! – de atrair as despreve-nidas criancinhas, fascinadas tão novinhas por tão mavioso ondular e pelo seu brilho no escuro. Tarde demais quando ferida fica a alma e as mãozinhas trucidadas pela curiosidade. Se, por outro lado, nos permitiu a técnica (quem se tramou foi o amigo Prometeu); por outro, afastou-nos do Paraíso onde o bovino Adão ainda o não conhecia. Até Eva nos salvar, por ali muito pouca coisa ardia...

Mas que dizer, afinal, da traiçoeira madeira, a que parece que quebra sem quebrar, a que a todos se dobra para mexer a sopa em panela boa? Que dizer do blasfemo bambu, sempre a apontar ao céu, pontilhado de rebentos verdes, a mirarem--se impudentes nas águas dos rios amarelos deste mundo? E o eucalipto cheiroso, canibal, inimigo do pinhal, terá bons sentimentos? Sim!… O que dizer dela… da madeira, da cruz, do barrote? Do rolo da massa que nos persegue em femininas mãos quando a horas tardias entramos em casa sem a necessária chama. A madeira arde e flutua, faz o leito, a mesa e o bordão. É de madeira a estátua do meu rico São João...

Tremo agora quando me preparo para vos falar do cruel, do impiedoso, metal. Desde que o vão

Poise então agora o amável leitor os pés sobre a terra. E vá daqui com ela, pegue-lhe na mão, beije-lhe os olhos devagar e sem pensar. Veja como o sol lhe vai evaporando as manias e dela se eleva um cheiro sereno e eficaz. É constante a terra. É fiel: não se deixa ocupar por qualquer um: há quem tenha sorte e quem tenha azar numa terra. A terra tem tudo a ver com o destino porque ela nos acolherá. Do pó vieste e ao pó voltarás, reza a experiência de um ateísmo que vacila entre o cemitério e o centro de recuperação de toxicodependentes de Coloane

Elementar, caro leitor

buscar às entranhas da terra pouco mais faz que causar as dores de uns e as riquezas de outros. Pela sua têmpera passa muita vida, a maior parte dela inocente, mas o metal é surdo e nada ouve, a ninguém atende, aliado preferencial da morte: passa cortante pelas vidas. É também belo o metal por viver nessa proximidade do demo, por nele defeituosamente se reflectir o sol e por vezes o seu próprio senhor. Ah!… não reconhece o dono… o metal. Vai com todos e nada leva a mal. Bem quen-tinho muda de forma, sem perder a sua essência. Enfim, um exemplo de paciência...

Poise então agora o amável leitor os pés sobre a terra. E vá daqui com ela, pegue-lhe na mão, beije-lhe os olhos devagar e sem pensar. Veja como o sol lhe vai evaporando as manias e dela se eleva um cheiro sereno e eficaz. É constante a terra. É fiel: não se deixa ocupar por qualquer um: há quem tenha sorte e quem tenha azar numa terra. A terra tem tudo a ver com o destino porque ela nos acolherá. Do pó vieste e ao pó voltarás, reza a experiência de um ateísmo que vacila entre o cemitério e o centro de recuperação de toxicodependentes de Coloane.

Ou não será assim? Tudo isto é elementar, meu caro leitor.

N

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edi tor ia lCarlos Morais José

19opiniãosexta-feira 30.11.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Ele há pessoas que gostam de acreditar. Nada acontece por acaso, dizem. E apoiam--se na Religião, na Ciência, na História, nos factos do mais rudimentar quotidiano, para justificar a sua crença. Desfiam argumen-tos, muitos dos quais bastante aceitáveis, por vezes bonitos, até. É que, se as coisas ficarem por aqui, nem irão mal de todo. O pior é quando o determinismo se transforma em teoria da conspiração. Isto é, quando qualquer acontecimento, sobretudo os que nos dizem respeito, têm por detrás uma con-jura, um conluio, uma complicada trama de interesses e personagens. Quanto a teorias da conspiração, nenhum de nós é inocente: todos já as fizemos ou, pelo menos, estivemos tentados a acreditar nalguma. Nem que fosse só por um momento.

E compreende-se. Sim, não se pode negar que as conspirações são atraentes. Em pri-meiro lugar, porque entretêm imenso. Quem fala e pensa sobre conspirações gasta uma boa parte de um tempo que doutra maneira talvez custasse a passar. Depois, porque permitem imaginar e imaginar de tudo um pouco. Sobretudo, imaginar os outros, os conspiradores, a conspirar. E, confessemos que esses conspiradores são sempre muito mais inteligentes e interessantes quando os imaginamos nas suas actividades cons-pirativas do que o são na realidade. Logo, a conspiração dá alguma cor ao mundo. Em terceiro lugar, temer a existência de uma conspiração permite a vitimização. “Fui vítima de uma conspiração, pá”, dirá alguém, significando com isso que forças obscuras lhe tolheram o seu normal passo nos negócios, na carreira ou nos amores. O que dá jeito. Afinal, se somos vítimas de uma conspiração, ficamos inocentes de culpa. E que haverá de mais difícil neste mundo pós-freudiano que a ausência de culpa? Os culpados por nada resultar são os outros, os conspiradores, e se as coisas nos correm mal nada melhor que atribuir a razão a causas externas e misteriosas.

Misteriosas? Quer dizer... Sabe-se, em geral, quem conspira. Ou melhor de que zona vem a conspiração. Mas nunca exactamente quantos são os conspira-dores. “Não me digas que também está metido nisso”, ruminamos com um travo de inocência e espanto. Conhecemos ou julgamos conhecer um conspirador ou um grupo de conspiradores. Mas quase sempre elaboramos sérias teorias sobre a identidade do chefe e quais os seus verdadeiros desígnios. E essa é uma das

As conspirações

Estou desconfiado que muito boa gente tem com as conspirações uma espécie de toxicodependência: adormecem e acordam a respirar conspirações. A conspiração vicia. É excitante e treina as células cinzentas

vantagens da conspiração: a sua influ-ência pode ser infinita, ter por isso um medonho peso, representar portanto um obstáculo irremovível. Ao imaginar uma conspiração é sempre impossível deter-minar exactamente até onde vão os seus tentáculos. Quantas vezes não começámos por ouvir uma teoria que começa no Este-ves da tabacaria e desagua no Presidente da República? As teorias sobre as cons-pirações raramente têm limites e muitas vezes criam cenários que causariam inveja aos conspiradores se estes os chegassem a conhecer.

As conspirações têm ainda uma outra e determinante vantagem. Fazem-nos afastar da realidade. Esta é de uma banalidade atroz e os acontecimentos idem aspas. Se explicássemos as coisas na sua simplicidade morríamos de pasmo.

Não. Há que inventar, atribuir jogadas, desfiar acções secretas, relatar motivações obscuras. Assim, as coisas ganham algum interesse porque a realidade, confessemos humildemente, interessa tanto como os programas da RTPi. Numa palavra: fazem--nos adormecer.

Na maior parte dos casos, a realidade é uma grande chatice, algo de plano, igual a si própria, repetitiva. Pelo contrário, as teorias conspirativas são ousadas, nalguns casos inteligentes, noutros feéricas, a maior fatia delirantes. Estimulam a ima-ginação, dão origem a ficção que, nalguns casos, já teve honras de passar nos ecrãs dos cinemas.

Finalmente, há ou não há conspirações? Muitos afirmam que é como no caso das bruxas: lá que as há... Esta teoria não deixa de ser interessante porque apresenta um exemplo do que se pode chamar o famoso caso de crença espertalhona, o argumento final e brutal de Pascal para a existência de Deus: pelo sim, pelo não, o melhor é acreditar não vá Ele existir e se não existir também não se perdeu nada. Perdeu-se sim, pelo menos no caso das conspirações: perdeu-se tempo, coisa que não tenho a certeza de possuirmos em abundância.

Há, no entanto, quem se divirta e não passe sem uma boa conspiraçãozinha. O problema é a repetição. Estou desconfiado que muito boa gente tem com as conspirações uma espécie de toxicodependência: ador-mecem e acordam a respirar conspirações. A conspiração vicia. É excitante e treina as células cinzentas. E como a inteligência não é sinónimo de bom senso nem de honradez,

muita gente inteligente vive embrenhada em inúmeras teorias da conspiração, nas quais constroem imensos castelos, adquirem vastas propriedades, destroem outras tantas personalidades.

Se em Macau a teoria da conspiração é tão ou mais importante que as próprias Linhas de Acção Governativa, no seio da comuni-dade portuguesa atinge limites difíceis de igualar. Isto deve-se à pequenez do grupo, dos interesses, dos contextos, das vidas em geral. E deve-se também a uma assumida maldade que impregna a comunidade. Ao contrário do que acontece no pequeno rectângulo, os portugueses de Macau não inventam anedotas, criam conspirações. A conspiração, ao contrário da anedota, não faz rir: faz tremer pela existência de um mundo misterioso de gente preocupada connosco, cujo objectivo na vida é dar cabo da nossa. Isto já vem de longe, mas a verdade é que a nossa comunidade é, em geral, amedrontada e maricas. E, em grande parte, por causa das teorias da conspiração.

Curioso é que depois de um período em que os chineses assumiam o papel-mor de conspiradores, rapidamente a vidinha acabou por provar que os nossos amigos estavam interessados em quase tudo, menos em fazer--nos a vida negra. Salvas raras excepções.

Finalmente compreendemos que não temos assim tanta importância. As cínicas conspirações destinar-se-ão a outros alvos certamente que muito mais interessantes que os portugueses e o seu residual poder na cidade do Nome de Deus.

Por isso, agora as conspirações voltaram a ser endógenas, formatadas, destinadas e elaboradas pela própria comunidade. Se alguém faz isto ou aquilo, se toma esta ou aquela decisão, tem de haver algo de não-dito, algo de escondido, um objectivo secreto, um segredo cujo alcance não deixará de ter sérias repercussões nas nossas vidas. Nada poderá ser simples, claro, transpa-rente: uma razão obscura que a razão geral desconhece e que não suporta desconhecer terá necessariamente de emergir. E aqui reside o verdadeiro motivo deste estado de sítio: a nossa comunidade está tão distante da realidade que a sua vida só poderá fi-nalmente desabrochar na conspiração. Se isto não acontecesse passaríamos o tempo de boca cheia e calada. Sem conspiração desapareceria a pequena vingança, a ‘petite imagination’, a pequena intriga, o “não sei exactamente, mas ouvi dizer que...”, enfim, o entretenimento.

Não será fácil neste contexto encontrar soluções. Aposto que a personalidade mais bem colocada para analisar a situação deverá ser o próprio cônsul-geral Manuel Cansado de Carvalho, pois imagino-o como depositário da maior parte das teorias da conspiração. Se quisesse, aposto, poderia dedicar a sua reforma a compilar, editar e publicar, baseado num hipotético arquivo em formação, um volume intitulado “Macau e as Teorias da Conspiração – elementos para o estudo de uma comunidade portuguesa no Oriente”. Mas não sei se este é o tema que o levaria aos céus do doutoramento, nem se lhe apeteceria enveredar pela análise estrutural ou psicanalítica das conspirações.

Enquanto a explicação não vem, o melhor é conspirar, conspirar sempre e com denodo. Uma receita para amortecer o furor: que o Centro Cultural melhore a sua programação e que o Tony da Air Asia que arranje mais destinos com voos de baixo custo. Este pão e este circo parecem não ser, de todo, suficientes.

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sexta-feira 30.11.2012www.hojemacau.com.mo

Guantanamo poderá ser encerradaA prisão de Guantanamo, em Cuba, poderá ser encerrada e os 166 detidos transferidos com segurança para prisões nos Estados Unidos, de acordo com um documento. “O relatório demonstra que, se houver vontade política, podemos, finalmente, encerrar a prisão de Guatanamo sem colocar em risco a segurança nacional”, disse a Senadora Dianne Feinstein, presidente do Comité de Informações do Senado. O documento, revelado na quarta-feira, mostra que as prisões norte-americanas nos Estados Estados já têm 373 reclusos condenados por terrorismo, que estão distribuídos por 98 prisões. Em 2009, depois de ter assumido a presidência, Barack Obama ordenou o encerramento de Guantanamo, mas uma lei Republicana que cortou os fundos para transferência de presos para os Estados Unidos travou a medida.

Descoberta paisagem de Mona LisaDuas pesquisadoras italianas dizem ter descoberto onde se situa a paisagem do enigmático quadro Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, afirmando que esta faz parte da região montanhosa de Montefeltro, a este de Florença, em Itália. Olivia Nesci, da Universidade de Urbino, e Rostta Borchia, artista e fotógrafa, alegam, num livro prestes a ser divulgado em Itália, que ao caminhar pelas montanhas de Montefeltro à procura de lugares imortalizados pela obra do pintor Piero della Francesca, descobriram o local onde Leonardo da Vinci se terá inspirado criar a paisagem atrás de Mona Lisa, conta o jornal espanhol ABC. As duas pesquisadoras italianas são co-autoras de um estudo, publicado em 2008, sobre as paisagens exibidas nas obras do pintor italiano Piero della Francesca não sendo as primeiras a alegarem ter descoberto a verdadeira paisagem da Mona Lisa, sobre a qual ainda não se chegou a nenhuma conclusão definitiva. Resta agora aguardar confirmação oficial.

Sistema para controlo das mulheresO Governo da Arábia Saudita criou um sistema um sistema que alerta os maridos caso as suas mulheres saiam do país. Com isso, o “paraíso das arábias” tornou-se no país mais radical do mundo no que respeita a levar à letra a lei islâmica – também é o único país no mundo onde as mulheres não podem sequer conduzir. O sistema consiste no envio de um SMS para os maridos casos estas dêem uso ao passaporte para sair do país, coisa que só podem fazer se tiverem um papel assinado com a autorização para tal.

Corte nas pensões inferiores a mil eurosO primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou, esta quarta-feira, que não há como não fazer cortes nas pensões, uma vez que 70 por cento das despesas do Estado corresponde a gastos com “salário e prestações sociais”. Em entrevista à TVI, quando questionado, duas vezes, se esses cortes iriam afectar as pensões inferiores a mil euros Passos Coelho não rejeitou essa ideia, sublinhando que 70 por cento da despesa primária do Estado é para “despesas com pessoal e prestações sociais”. “Entre 2000 e 2012, o peso das pensões passou de nove por cento do PIB para cerca de 13,5 por cento. Cerca de 30 por cento deste aumento resulta de factores de demografia e 70 por cento resulta de outros factores” como decisões políticas “porque decidimos dar mais”, disse Passos Coelho.

Tentativa de homicídio com os seiosUma mulher alemã é acusada pelo ex-namorado de o ter tentado sufocar com as mamas e está a ser julgada por tentativa de homicídio armado. O queixoso, Tim Schmidt, de 30 anos, diz que a ex-namorada, Franziska Hansen, o tentou asfixiar com o peito, copa 38DD, quando faziam sexo. A mulher negou as acusações em julgamento, alegando que ambos participavam em jogos sexuais de forma consensual. “Ela estava sentada em cima de mim, nua, e eu estava a beijar-lhe os seios. De repente, ela agarrou a minha cabeça e apertou-a entre as mamas com toda a força”, disse a alegada vítima ao De Bild. “Fiquei sem conseguir respirar. Devo ter ficado roxo. Não me conseguia libertar e pensei que ia morrer.” O homem, com cerca de 82 quilos, contou que acabou por conseguir libertar-se da mulher, com 57 quilos, e que fugiu nu para casa de um vizinho. Foi aí que alertou as autoridades.

Siso poderá regenerar tecidosUm grupo de investigadores concluiu que uma célula estaminal pluripotente extraída da polpa dentária do dente do siso é capaz de regenerar alguns tecidos. De acordo com a agência EFE, a equipa liderada por Maher Atari, da Faculdade de Odontologia da Universidade Internacional da Catalunha, demonstrou ‘in vitro’ a capacidade da célula estaminal pluripotente extraída da polpa dentária de regenerar tecido ósseo, hepático e nervoso.

Chefes da Polícia da CPLP querem melhorar troca de informações e reforçar formação

Contra crime organizado e tráfico de drogas

car toon por Steff

A VI reunião do Conse-lho dos Chefes da Po-lícia da Comunidade dos Países de Língua

Portuguesa (CPLP) terminou ontem em Díli, Timor-Leste, com o compromisso de conti-nuar a aperfeiçoar a troca de informações policiais e reforçar a formação. “Ficou decidido in-crementar a troca de informações para melhor combate ao crime organizado e tráfico de droga”,

Naufrágio de navio de pesca em DalianPelo menos 11 pessoas morreram e cinco estão dadas como desaparecidas devido a um naufrágio de um barco de pesca na costa de Dalian, nordeste da China, revelaram hoje as autoridades marítimas do país. Nas últimas horas das tarefas de resgate, o número de mortos subiu de nove para 11 e as identidades das vítimas já foram apuradas, mas as autoridades marítimas não revelam detalhes sobre os mortos. Cerca das 2h locais de quarta-feira, a embarcação que levava a bordo 17 tripulantes afundou-se quando o comandante do navio tentava aproximar-se e proteger-se junto a uma embarcação maior e quando estava apenas a duas milhas náuticas do porto de Dalian, na província chinesa de Liaoning. Mais de uma centena de barcos, patrulhas marítimas e um helicóptero estão na zona do acidente na tentativa de identificar sobreviventes ou os corpos dos restantes elementos desaparecidos. Pelo menos um dos tripulantes sobreviveu, tendo sido levado para um hospital da região.

afirmou o comandante-geral da Polícia Nacional de Timor--Leste, comissário Longuinhos Monteiro, cujo país assumiu a presidência daquele órgão.

Em comunicado divulgado à imprensa, o Conselho dos Chefes da Polícia da CPLP destaca também como princi-pais conclusões do evento a “aprovação do Plano de Acção da Comissão de Policiamento de Proximidade e Prevenção

Criminal”, cujos conteúdos vão passar a estar acessíveis através de um sítio na Internet.

Os chefes da polícia da CPLP chegaram a consenso sobre a organização, no próximo ano, de um curso de formação e partilha de boas práticas policiais em matéria de controlo de armas e explosivos.

O documento final refere também a decisão de “manter, no âmbito das suas prioridades, as questões relativas à igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, no seio das respec-tivas instituições”.

A reunião, que ontem termi-nou, teve início na segunda-feira e contou com a presença de res-ponsáveis máximos e peritos das forças e serviços de segurança de Angola, Brasil, Cabo Verde, Mo-çambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor-Leste. - Lusa

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