Jason Chao critica o facto do Gorverno ainda nem sequer ter comentado as recomendaçõesda ONU e não descarta mais acções de protesto.

E o futebol começou na China

MUNDIAL Os tifoside Macau acreditamna vitória da suaSquadra Azzurra

NAÇÕES UNIDASNovo Macau pressiona

As excursões a “custo zero” já são ilegaisna China continental. O Governo prepara-separa pôr um ponto final a estas viagens.

PORTAFECHADA

GOVENO REVÊ LEIDAS AGÊNCIAS DE VIAGENS

DESPORTO PÁGINA 16 POLÍTICA PÁGINA 3

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 S E X TA - F E I R A 6 D E J U N H O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 1 0 4

hojemacauPU

B

PÁGINA 2

h

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

2 hoje macau sexta-feira 6.6.2014POLÍTICAJOANA FREITASjoana.freitas@hojemacau.com.mo

O Governo está a rever a legislação que regula as agências de viagem e espera conseguir

proibir as chamadas ‘excursões a custo zero’. Isso mesmo con-firmou Cheng Wai Tong, director substituto do Serviços de Turismo (DST), numa resposta à deputada Kwan Tsui Hang.

Estas excursões são viagens em grupo a Macau, provenientes da China continental, onde os turistas não pagam as excursões, mas têm obrigatoriamente que fazer compras nas lojas indicadas pelas agências. Com a entrada em vigor de uma nova lei do turismo na China, as autoridades do continente já consideraram esta prática ilegal. Por cá isto continua a acontecer, sendo que, ainda recentemente, um jornalista da CCTV deu conta da situação. O Executivo diz agora querer acabar com o problema.

“Em resposta à evolução turís-tica, a DST activou a revisão do diploma que regula a actividade das agências de viagem”, começa por explicar Cheng Wai Tong. “No decurso desta revisão propôs-se a regulamentação de excursões a ‘custo zero’, prevendo-se a proi-bição da organização de viagens turísticas na RAEM a preço inferior ao custo da organização.”

O responsável da DST indica que as agências que insistirem na realização destas viagens e não cumprirem as regras, vão ser sancionadas. “Caso esse projecto de lei seja aprovado, a agência de viagens deve exibir a informação da excursão que organiza, incluin-do os custos da organização e os preços a cobrar pela prestação do serviço de acolhimento”, explica ainda Cheng Wai Tong.

DIFÍCIL LIMITARKwan Tsui Hang questionou o Governo em Abril sobre o turismo, criticando o facto de não existir

A maioria das dispu-tas turísticas em Macau não tem a

ver com irregularidades das agências de viagens locais, nem conflitos com os guias do território, mas sim com o planeamento da viagem feito na China continental. A análise é feita pelo sub-director da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), numa resposta enviada à deputada Kwan Tsui Hang.

A deputada questionou o Governo sobre os confli-tos que acontecem muitas vezes entre guias e turistas no território e a DST explica que, de entre 26 pedidos de ajuda e queixas recebidos

“As normas não definem critérios para se entender o que se entende por ‘preços inferiores ao custo’ e respectivas regras de fiscalização executáveis, por isso o regime é como se não existisse”KWAN TSUI HANG

São ilegais na China continental e o Governo está a querer proibi-las através da revisão da lei das agências: as excursões a custo zero estão perto do fim, mas o Executivo alerta para a necessidade de se proteger as agências de viagens

TURISMO GOVERNO ESTÁ A REVERLEI DAS AGÊNCIAS DE VIAGENS

Pagar para ver

DST “MAIORIA DAS DISPUTAS TURÍSTICAS É CULPA DE AGÊNCIAS DA CHINA”

Nós por cá, tudo bem

regulamentação em Macau eficaz. A deputada ainda chegou a recordar que a DST ponderou a fixação de custos mínimos por excursão – algo que já acontece em Hong Kong – em 2006, mas isso nunca chegou

a acontecer. Em 2011, ainda se acordaram normas com a China continental em parte semelhantes às que o Governo quer prever na lei que vai ser revista, mas Kwan Tsui Hang nega que tenham efeito.

“As normas não definem cri-térios para se entender o que se entende por ‘preços inferiores ao custo’ e respectivas regras de fiscalização executáveis, por isso o regime é como se não existisse”, critica a deputada na interpelação enviada ao Executivo.

Kwan ainda perguntou à DST se não se pondera fixar um preço mínimo para as excursões que vêm a Macau, mas Cheng Wai Tong diz que o Governo não pode interferir, por haver uma grande variedade de oferta destas viagens. “É difícil para a Administração determinar prévia e uniformemente um custo mínimo a essas excursões.”

PROTECÇÃO ÀS AGÊNCIAS Apesar de manifestar vontade em regulamentar esta ilegalidade, a DST refere que é preciso cautela para não prejudicar o sector. Cheng Wai Tong escreve, por exemplo, que ao serem obrigadas a comu-nicar ao Executivo os custos de organização e de acolhimento das

excursões – como mandará a lei – vão ter “custos administrativos significativos”. Isto, devido ao número elevado de turistas que entram no território através de excursões. Só em 2013, foram 10 milhões.

“Para tentar salvaguardar o de-senvolvimento saudável do sector é também importante equilibrar as dificuldades operacionais com que se deparam os parceiros turísticos, especialmente porque a maioria são PME”, defende o subdirector da DST. “Pelo que essa matéria merece uma consulta ampla e uma consideração global e cuidadosa.”

Este ano, um jornalista da CCTV fez-se passar por turista e veio a Macau numa excursão da qual acabou por ser expulso depois de ter recusado pagar 160 patacas para entrar no Venetian. Segundo o jornalista – que teve de acabar por ir sozinho na viagem de regresso – a guia turística ainda anunciou que cada turista teria de gastar um mínimo de 3000 yuan em compras.

Aquando deste acontecimento, Helena de Senna Fernandes, direc-tora da DST garantiu que havia intenção de se rever a lei. Dias depois, o subdirector substituto afirma que já tinha sido activado o processo. Esta lei está em vigor há mais de 30 anos.

Na resposta a Kwan Tsui Hang é ainda assegurado que está também em processo legislativo o regulamen-to da profissão de guia turístico.

“No decurso desta revisão propôs-se a regulamentação de excursões a ‘custo zero’, prevendo- -se a proibição da organização de viagens turísticas na RAEM a preço inferior ao custo da organização.”CHENG WAI TONG

desde Outubro do ano pas-sado a 17 de Abril deste, ape-nas dois eram relacionados com agências do território.

“Muitas devem-se à di-vergência entre as agências de viagens organizadoras do interior da China e o excursionista. Cabe à DST averiguar a existência de irregularidades por parte da agência ou do guia turís-tico local responsável pelo acolhimento e verificou-se que, em dois casos, duas

violaram a lei de Macau, pelo que lhes foi instau-rado um auto de notícia”, diz Cheng Wai Tong.

A maioria das queixas prende-se com cobrança de actividades opcionais, alojamento, perda de con-tacto com o guia turístico e itinerários diferentes dos acordados com as agências da China. Ape-sar de a RAEM ajudar na resolução dos conflitos, quando se trata de proble-

mas ligados às agências do continente, ainda que estes aconteçam em Macau, o Governo apenas tem de comunicar o sucedido às autoridades chinesas.

Kwan queria que o Governo divulgasse uma lista de agências locais incumpridoras, algo que a DST recusa fazer porque não existe acordo formal quando entre o excursio-nista e a agência. “Não existe uma relação contra-

tual directa com a agência de viagens receptora, de Macau. Por isso, é difícil que a lista de divulgação da lista das agências de viagens infractoras em Macau dê um contributo directo e positivo para incentivar os turistas na escolha de viagens turís-ticas de qualidade.” - J.F.

HOJE

MAC

AU

3 políticahoje macau sexta-feira 6.6.2014

O Governo vai estudar a hipótese de a Comis-são para os Assuntos

Eleitorais (CAE) ser um órgão permanente. José Chu confir-mou isso a Leong Veng Chai, salientando, contudo, que ainda é necessário reunir mais opiniões sobre o assunto.

Numa interpelação es-crita enviada ao Governo, o deputado da Nova Esperança questionou sobre a necessida-de de haver mais consciência política em Macau, sugerindo que, se a CAE fosse um órgão

JOANA FREITASjoana.freitas@hojemacau.com.mo

O Governo deve acatar as recomendações do Comité dos Direitos Económicos, Sociais

e Culturais da Organização das Nações Unidas (ONU) com a maior brevidade possível. Pelo menos é o que diz a Associação Novo Macau, que assegura estar atenta às recomendações do organismo para Macau e promete vigiar se estas vão ou não ser cumpridas.

Depois de, o mês passado, ter sido dado a conhecer o relatório do Comité sobre Macau, Jason Chao, presidente da associação, convo-cou uma conferência de imprensa para comentar os resultados. Ao HM, o activista disse que Macau deveria seguir o exemplo de Hong Kong, que, recentemente, começou já uma consulta pública para pôr fim à discriminação, tal como recomendado pelo Comité.

“O que mais critico é o facto de, em Macau, o Governo não ter sequer ainda comentado as recomendações, nem ter dito nada sobre elas. Por isso é que quis mostrar ao público que a ONU fez estas recomendações”, começa por dizer Jason Chao. “Para mim, o principal problema realçado pela ONU é o problema da habitação, que é importante, e o facto de ainda haver discriminação em Macau.”

O problema da habitação pública e dos concursos feitos pelo Instituto de Habitação não escapam à análise da ONU no relatório, sendo que a or-ganização diz que o Governo deveria voltar a permitir que candidatos que estejam já em lista de espera e não tenham acesso a fracções, possam manter-se no mesmo lugar.

Também a questão da discrimi-nação foi apontado pelo Comité, que diz que Macau não tem legis-lação eficaz contra a discrimina-ção. No relatório conclusivo do Comité, que avalia informações apresentadas à ONU pelo Governo da RAEM, são apontadas ainda

“... caso o Governo recuse as recomendações, precisaremos de uma série de acções para protestar e forçar o Governo a fazer isso.”

O presidente da associação Novo Macau, Jason Chao, promete estar atento ao comportamento do governo face às recomendações do Comité da ONU e não descarta a hipótese de mais acções de protesto

ONU NOVO MACAU URGE GOVERNO A ACATAR RECOMENDAÇÕES, A EXEMPLO DE HONG KONG

Esperança é a última a morrer

ELEIÇÕES GOVERNO PONDERA COMISSÃO PERMANENTE E PROMETE REVISÃO DAS LEIS ELEITORAIS

“Em tempo oportuno”, há mudanças

críticas à forma como são tratados os trabalhadores não-residentes (TNR) e os deficientes.

“O Comité nota com preocupa-ção que Macau ainda não adoptou legislação específica contra a discriminação e que ainda persis-

te a discriminação generalizada contra emigrantes, lésbicas, gays, bissexuais e transexuais”, aponta o documento analisado pelo HM. A Novo Macau concorda.

COM ESPERANÇA MAS SEM DORMIRJason Chao disse ontem ao HM que a questão fundamental, agora, é ver se o Governo vai acatar as recomendações da ONU. “Será que vai observar? Isto é o que peço ao Governo que faça. Pelo menos eu vou estar atento sobre o que o Governo vai fazer perante as recomendações. Mas devia, sem dúvida, acatá-las. O Governo de Macau deve estar obrigado a seguir as recomendações feitas pelo Co-mité e espero que isso aconteça.”

Sobre a violência doméstica, que tomou uma grande parte da análise da

ONU, Jason Chao diz esperar que o Governo não só inclua a comunidade gay na lei – algo que estava previsto, mas que foi retirado -, mas mais ain-da, que torne este tipo de violência num crime público, como tem vindo a ser defendido pela ONU.

“Não deveríamos precisar de acti-vidades extra para colocar o Governo nessa linha de pensamento, mas, caso o Governo recuse as recomendações, precisaremos de uma série de acções para protestar e forçar o Governo a fazer isso. Mas, isso também depende da reacção da população, até porque a violência doméstica diz respeito

permanente poderia ficar a cargo desta educação diaria-mente. José Chu, director dos Serviços da Administração e Função Pública (SAFP) respondeu ao deputado, asse-gurando que, se a população assim o desejar, isso pode vir a acontecer.

“Em 2008, na revisão das leis eleitorais, durante o período de consulta, houve opiniões que sugeriam que a CAE deveria ser um órgão permanente, a quem compete coordenar assuntos eleitorais

e, na altura, o Governo, depois de ter ponderado, prolongou o prazo de duração dessa Comissão”, começa por dizer José Chu. “O Governo tem mantido uma postura aberta em relação à ideia de trans-formar a Comissão num órgão permanente e irá continuar a ouvir as opiniões da sociedade e, posteriormente, vai estudar um modelo de funcionamento adequado.”

José Chu ressalva, no entanto, que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Muni-

cipais (IACM) se encarrega da educação cívica, a par da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça.

REVISÃO DA LEI PROMETIDAEm cima da mesa, está tam-bém a promessa de que vão ser iniciados os trabalhos para a revisão das leis eleitorais. Leong Veng Chai cita um relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) que indica que há falhas na Lei Eleitoral, uma vez que continua a haver casos de

corrupção nas eleições, nome-adamente praticados através de associações. É o caso de entrega de prendas e refeições para que os eleitores escolhem determinados candidatos.

José Chu assegura que o Governo tem em conta as recomendações do CCAC e da Comissão para os Assun-tos Eleitorais da Assembleia Legislativa – que também

frisou o mesmo problema num outro relatório – e pro-mete que mudanças.

“A Lei Eleitoral para o Chefe do Executivo, a Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa e a Lei do Re-censeamento Eleitoral estão relacionadas, pelo que a revi-são dessas leis tem de ser feita em conjunto. Na fase actual, será revisto e acompanhado o conteúdo mencionado no re-latório e, posteriormente, vão iniciar-se em tempo oportuno os trabalhos de revisão da Lei Eleitoral.”

Este ano, isso já não acon-tece uma vez que as eleições para o Chefe do Executivo es-tão já marcadas, bem como as da Comissão que o elege. - J.F.

“O que mais critico é o facto de, em Macau, o Governo não ter sequer ainda comentado as recomendações, nem ter dito nada sobre elas.”

a uma minoria da população e é complicado fazer uma maior parte da população participar em algo que é para menos pessoas.”

Ainda assim, diz Chao, é prefe-rível que o Governo tenha em conta as recomendações da ONU, até porque “o Comité tem a autoridade para dizer o que o Governo deve aplicar no seu território, de acordo com a Convenção”.

A Novo Macau diz preferir que o Executivo respeite isso, em vez de ser necessário sair à rua nova-mente, ainda que não se prenda em protestar se isso não acontecer.

• Consumo energético por unidade de PIB

• Taxa de cumprimento da qualidade do ar (com base nos antigos padrões)

• Índice global da qualidade das águas costeiras

• Taxa de tratamento centralizado das águas residuais urbanas

• Quantidade média de ruído reduzido em zona geográfica (apenas quatro

estações foram monitorizadas)

• Reciclagem e tratamento de resíduos especiais e perigosos

INDICADORES CUMPRIDOS

• Taxa de recolha de resíduos recicláveis

• Consumo de energia (relativo ao uso de gás natural)

• Taxa de arborização urbana

INDICADORES NÃO CUMPRIDOS

hoje macau sexta-feira 6.6.20144 SOCIEDADELEONOR SÁ MACHADOleonor.machado@hojemacau.com.mo

D E entre as nove acções incluídas no Planea-mento da Protecção Ambiental de Macau

– programa desenvolvido pelo Executivo e que visa a melhoria da qualidade do ambiente da RAEM –, seis atingiram ou superaram a meta de objectivos estabelecidos pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) e que deverão ser cumpridos pelo próprio Governo. A implementação deste programa está pensada a três ní-veis: curto, médio e longo prazo. Deverá estar em vigor durante dez anos – de 2010 a 2020.

Dos seis parâmetros com re-sultados positivos, contam-se o nível de utilização de recursos e de energia, a qualidade do ar e das águas costeiras e três relativos ao controlo de poluentes e reciclagem de resíduos. As informações por apurar dizem respeito à conservação ecológica e ao consumo de energia limpa. Os dados, publicados e apre-sentados ontem em conferência, referem-se a valores estatísticos obtidos em 2012 ou antes, sendo que não existem números actuais.

De entre as futuras medidas inseridas no programa de protecção ambiental, está a diminuição da poluição provocada por materiais de construção, que deverão ser guardados em aterros preparados para o efeito, mais tarde podendo ser utilizados para diferentes efei-tos. A medida está ainda em estudo e, a ser posta em prática, só daqui a três ou quatro anos.

De acordo com Vong Man Hung, directora substituta da DSPA, muitos dos assuntos e ac-ções “têm que continuar a ser es-tudados”, uma declaração que tem vindo a ser feita desde 2010, ano em que o planeamento arrancou.

Outro dos assuntos polémicos que tem vindo a ser discutido há já vários anos é o da política de “quem polui, paga mais”, patente nas Li-nhas de Acção Governamental da RAEM e que engloba a criação de um conjunto de medidas que visam

QUEM quiser trocar as notas da emissão espe-

cial do ano lunar do Cavalo e da Cabra pode fazê-lo a partir do dia 16 de Junho. Em comunicado, a Autori-dade Monetária de Macau (AMCM) indica que os inte-ressados se devem inscrever a partir das 09:00 horas do dia 16 de Junho de 2014 até às 18:00 horas do dia 11 de Julho de 2014, através do site da AMCM (www.amcm.gov.mo).

A cada residente de Ma-cau só é permitido efectuar um registo, incidindo, em simultâneo, sobre as notas dos anos do Cavalo e da Ca-bra, emitidas pelo Banco da China e pelo Banco Nacional Ultramarino, os dois bancos emissores.

O número de notas dos anos do Cavalo e da Cabra que cada banco emissor disponibiliza para a troca é de 30 unidades, sendo que cada residente pode trocar 60

notas de cada um dos signos do zodíaco. A troca é apenas para quem seja portador de BIR. As trocas acontecem no dia 6 de Outubro e 31 de Dezembro de 2014. Para além dos dois bancos emissores, os locais de troca incluem ainda os sítios indicados pelos bancos Industrial e Comercial da China (Macau), Tai Fung, Weng Hang, Luso Interna-cional, Comercial de Macau, Construção da China (Macau) e de Guangfa da China.

DE acordo com as esta-tísticas dos Serviços

da Alfândega da China, as trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa entre Janeiro e Abril de 2014 foram de 41,3 mil milhões de dólares, um crescimento homólogo de 12,25%. As importações da China dos Países de Língua Portugue-sa foram de 28 mil milhões de dólares, um acréscimo homólogo de 14,75%,

AMBIENTE EXECUTIVO TRAÇA METAS PARA SI PRÓPRIO

O exemplo vem de cima

a poupança de energia hídrica e eléctrica, bem como a redução da poluição ambiental. Mesmo depois de realizado um estudo prévio em Abril de 2010 – pelo Instituto Politécnico de Macau – e vários inquéritos à população, a questão continua por resolver e a precisar de “uma série de estudos, inclusive mais auscultações públicas”, disse

Vong. Para reduzir o impacto da poluição ambiental em Macau, uma das ideias em cima da mesa, inserida na lógica de “quem polui, paga” é a criação de um programa de custeamento dos sacos de plás-tico adquiridos pela população. Resta saber em que moldes e quando está para acontecer.

Vong aproveitou ainda para ex-plicar que “a melhoria da qualidade do ar e do ambiente em Macau não apenas da responsabilidade do Governo, mas sim de todos os cidadãos”, acrescentando que a participação da população é “es-sencial e necessária”.

Em curso está um estudo enco-mendado ao Instituto das Ciências Ambientais do Sul da China, tute-lado pelo Ministério da Protecção Ambiental e que pretende avaliar a eficácia e os resultados das acções integradas no Planeamento da Protecção Ambiental de Macau. O programa de melhoria ambiental do território deverá continuar a ser posto em prática até 2020 através da criação e implementação de novas acções de curto, médio e longo prazo.

O Planeamento da Protecção Ambiental de Macau, desenvolvido e posto em prática pelo Governo, visa a melhoria da qualidade do ambiente e até agora foram seis – de um total de nove – as acções que cumpriram os objectivos estabelecidos pela DSPA. Há, no entanto, muito que continua por se saber. São vários os assuntos que permanecem em análise desde 2010

Inscrições para a troca de notas do zodíaco abrem este mês Trocas entre China e PLP sobem entre Janeiro e Abril enquanto as exportações da China para os Países de Língua Portuguesa foram de 13,3 mil milhões de dólares, um aumento homólogo de 7,38%. As trocas comerciais em Abril foram de 12,23 mil milhões

de dólares, um crescimento de 29,65% face ao mês anterior: as importações da China dos Países de Língua Portuguesa foram de 8,731 mil milhões de dólares, um crescimento de 36,71% face ao mês anterior, en-quanto as exportações da China para os Países de Língua Portuguesa foram de 3,499 mil milhões de dólares, um crescimento de 14,83% face ao mês anterior.

CAMIÃO ARRANCA PARTE DA FRENTE DE UM TÁXI

5 sociedadehoje macau sexta-feira 6.6.2014

JOANA FREITASjoana.freitas@hojemacau.com.mo

A S publicações nas redes sociais sobre agências imobiliárias ou táxis que prestam maus ser-

viços à população têm sido comuns em Macau e o tribunal considerou que, pelo menos algumas delas, não violam a lei. Isso mesmo foi confirmado ontem através de um acórdão tornado público e anali-sado pelo HM.

Num caso que junta dois agen-tes de mediação imobiliária, uma mulher foi absolvida pelo tribunal da acusação de difamação, mesmo depois de um recurso ter sido interposto contra ela. A situação remonta a Janeiro do ano passa-

• Com uma habilidade normalmente reconhecida a dentistas, o condutor desta betoneira conseguiu, com um só golpe, extrair a parte frontal de um belo táxi noir, por acaso estacionado numa passadeira. Foi junto ao Casino Wynn, num dia igual aos outros, nesta cidade de Macau.

Abertas inscrições para Fundodas Indústrias Criativas

Uma alegada difamação na internet contra dois agentes imobiliários não foi tida como uma violação da lei pela justiça que acabou por dar razão à mulher em causa

TRIBUNAL ABSOLVIDA MULHER ENGANADA POR DOIS AGENTES IMOBILIÁRIOS

Olho por olho, dente por dente“Usou a livrança que passei para regatear o preço, mas veio a vender a fracção a outra pessoa!!! Tenham cuidado quando arranjarem prédio.”

do, quando a mulher publicou no Facebook um comentário sobre os dois agentes. “Estou mesmo cha-teada!!!! Os agentes imobiliários de hoje não sabem mesmo traba-lhar!!! Mandou-me passar uma livrança [documento de promessa de compra] para ver um prédio. Só me disse que o prédio já não se vendia quando a livrança se tinha passado!!! Se o prédio não se vende, diga-me logo no início. Para quê passar a livrança!!! Para me divertir!!! Outro ainda pior. Usou a livrança que passei para regatear o preço, mas veio a vender a fracção a outra pessoa!!! Tenham cuidado quando arranjarem prédio. Nunca procurem as agências imobiliárias do Sr. ‘A G’ e do Sr. ‘H I’!!!”, dizia o comentário no Facebook.

Por ter os nomes verdadeiros dos agentes imobiliários, estes decidiram processar a mulher por difamação e pedirem uma indem-nização civil. A mulher contestou e o Tribunal Judicial de Base (TJB) decidiu não a condenar, uma vez que ela apenas dizia a verdade.

“Tendo ouvido as declarações e esclarecimentos prestados pela

arguida durante a audiência de jul-gamento e depois de ter analisado os factos provados, [o tribunal] formou a convicção de que a arguida se limi-tava a expor o que lhe efectivamente aconteceu”, frisa o acórdão do TJB.

O tribunal considerou que, nes-te caso, a mulher estava protegida pelo direito de impunibilidade previsto no Código Penal, tendo sido, por isso, absolvida.

Os dois agentes ainda tentaram interpor recurso contra a mulher no Tribunal de Segunda Instância (TSI), considerando que o tribunal inferior não analisou bem as provas e que estas eram insuficientes para a formação da decisão ora em causa. Também o TSI discordou da razão dos queixosos, considerando que a mulher não pode ser condenada de modo algum.

“Após analisada a fundamen-tação dada pelo [TJB] sobre a sua decisão, o TSI entendeu que qual-quer pessoa capaz de ler o texto da sentença recorrida, depois de o ler, à luz das regras da experiência da vida quotidiana humana, não con-sideraria desrazoável o resultado do conhecimento de facto obtido pelo TJB. Da decisão, resulta que o

COMEÇAM hoje e vão até dia 18 de Julho as inscrições para

o Fundo das Indústrias Culturais e Criativas (FIC). Os interessados podem descarregar no site do FIC o boletim de candidatura.

O FIC tem como objectivo prestar apoio financeiro a pro-jectos das indústrias culturais de Macau, de forma a fazer crescer estas indústrias em Macau. O apoio financeiro tem por âmbi-to, principalmente, dezenas de ramos de actividade culturais e criativos das áreas do design criativo, exposições e espectá-culos culturais, colecção de obras artísticas e média digital. O apoio é dirigido a empresas comerciais interessadas no desenvolvimento de projectos das indústrias cultu-rais que se integrem nestes fins. Caso o empresário comercial

seja pessoa singular, deve ser residente da RAEM, caso seja pessoa colectiva, mais de 50% do seu capital social deve ser detido por residentes da RAEM.

O FIC procederá à avaliação tendo em conta a originalidade do projecto, a razoabilidade dos objectivos e possibilidade de realização do projecto, a razoabi-lidade da exploração do projecto, das estratégias de produção e das estratégias de marketing, o nível de procura do mercado e a van-tagem competitiva do projecto em relação a outros produtos, o benefício económico expectável do projecto e outros.

Os subsídios podem ser a fundo perdido ou a empréstimos sem juros, sendo que o montante de apoio é decidido consoante as necessidades da empresa.

“Os agentes imobiliários de hoje não sabem mesmo trabalhar!!! Mandou-me passar uma livrança [documento de promessa de compra] para ver um prédio. Só me disse que o prédio já não se vendia quando a livrança se tinha passado!!!”

[TJB] acabou por aceitar as decla-rações da arguida, admitindo que a mesma, de boa-fé, tinha reputado as circunstâncias por si publicadas na Internet como verdadeiras.” O TSI decidiu manter a decisão, absolvendo a mulher.

Recentemente, têm-se recorri-do cada vez mais às redes sociais para partilhar nomes e informações sobre agentes imobiliários que tentam enganar os clientes, algo comum em Macau, como é do conhecimento público. No Face-book, há, pelo menos, duas páginas dedicadas a isto, uma relacionada com agentes imobiliários, outra com taxistas.

6 sociedade hoje macau sexta-feira 6.6.2014

PUB

Open Tender Notice

Request for Proposal – Design and Build of Passenger Terminal Building North Extension at Macau International Airport (RFQ-198)

1. Company: Macau International Airport Co. Ltd. (CAM)2. Tendering method: Open tendering3. Objective: To select a suitable Contractor to undertake design and

construction works (design and build) for the passenger terminal building north extension in Macau International Airport

4. Request for tender documents: Tender Notice and Tender Document can be downloaded from MIA’s website www.macau-airport.com and www.camacau.com until 7 days prior to the deadline for submission of Bidders’ tenders. Please regularly check the website for any clarification or changes/modification/amendment in the Tender Document.

5. Location and deadline for submission of Bidders’ tenders:Macau International Airport Co. Ltd. (CAM)4th Floor, CAM Office Building, Av. Wai Long, Taipa, MacauBefore 12:00 pm (noon) on 30 Jul 2014 (Macau Time).The addressee of the tender shall be Mr. Deng Jun – Chairman of the Executive Committee. The tenders received after the stipulated date and time will not be accepted.

6. CAM reserves the right to reject any tender in full or in part without stating any reasons.

-END-

LEONOR SÁ MACHADOleonor.machado@hojemacau.com.mo

A Direcção dos Serviços para os Assuntos La-borais (DSAL)

anunciou ontem que vai passar a disponibilizar, gratuitamente, dois cursos profissionais para jovens entre os 14 e os 24 anos de idade, permitindo uma maior especialização nas áreas que deverá colmatar o problema da escassez de recursos humanos e pessoal especializado em Macau. O assunto tem sido um dos mais debatidos na Assem-bleia Legislativa.

As inscrições para os cursos de Electricidade de Instalações e de Electrónica de potência e telecomuni-cações, que têm a duração de dois anos e deverão ser realizados em regime pre-sencial diurno. Os alunos inscritos receberão uma bolsa de estudo mensal de 3500 patacas e a finalização do programa de formação profissional dá acesso a um certificado de aptidão profissional equivalente ao 11º ano de escolaridade.

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) vai criar cursos profissionais gratuitos para jovens entre os 14 e os 24 anos de idade. A iniciativa governamental foi anunciada depois da escassez de pessoal qualificado em Macau ter sido um dos assuntos mais debatidos na Assembleia Legislativa

FORMAÇÃO DSAL CRIA CURSOS DE QUALIFICAÇÃO PARA JOVENS

Conhecimento precisa-se“O Clarim” passa hoje a ser trilingue

O jornal O Clarim vai hoje para as bancas com uma

edição trilingue. “A edição de sexta-feira vai sair para as bancas em três línguas: o tra-dicional caderno em língua portuguesa, o suplemento em língua inglesa, que vai ter uma pequena secção em língua chinesa”, explicou à Rádio Macau José Miguel Encarnação, editor do se-manário católico. Esta era, esclarece José Miguel En-carnação citado pela rádio, uma ideia antiga que agora avança, depois da entrada da nova direcção do jornal. “Era uma vontade que já existia, mesmo na Diocese, que o jornal chegasse a mais pessoas das diferentes comunidades de Macau. A ideia foi transmitida ao Bispo de Macau e a outras pessoas da Diocese, liga-das à comunicação social e, quando a nova direcção tomou posse, fizemos logo o suplemento em inglês, in-tegrado agora da secção em chinês, com quatro páginas”, adianta.

De acordo com a DSAL, o currículo dos cursos foi preparado e adaptado ao mercado de trabalho, procurando que

os jovens tenham melho-res hipóteses de encontrar emprego nestas áreas. Ainda de acordo com a entidade responsável

pela criação do programa, existe “uma grande pro-cura de técnicos de obras de reparação no sector hoteleiro, nas empresas públicas e nas empresas de grande dimensão”.

O curso de Electrici-dade de instalações com-preende a aprendizagem de técnicas de controlo de circuito eléctrico e de verificação e reparação de avarias, enquanto o curso de Electrónica de potencia e telecomunicações prevê a análise de circuitos eléctricos e a instalação

de aparelhos electrónicos de sistema contra incên-dio ou fiscalização de segurança. A conclusão dos cursos mencionados deverá habilitar os jovens a trabalhar como técnicos de reparação da secção de obras nos mais variados locais.

A questão da falta de pessoal qualificado e recursos humanos tem pre-ocupado os deputados da AL e o assunto tem vindo a ser bastante discutido no seio do órgão legislativo há já algumas semanas.

7CHINAhoje macau sexta-feira 6.6.2014

Q UANDO fotografou um jovem que ten-tava, isoladamente, bloquear o acesso dos

tanques à praça de Tiananmen, em 1989, Jeff Widener não imaginava o “profundo impacto” que aquela imagem teria na sua própria vida.

“Teve um profundo impacto, tanto na minha vida profissional, como pessoal: Estou feliz por ter sobrevivido e por a fotografia ter saído e por ter conhecido uma mulher maravilhosa, 20 anos depois”, afirmou o fotojornalista norte-americano em entrevista à agência Lusa.

“Se alguém me tivesse dito durante os eventos de Tiananmen que eu voltaria 20 anos mais tarde e encontrar a minha [futura] mulher, eu diria que era maluco”, brincou o fotojornalista, 57 anos, que conheceu a mulher em 2009, em Pequim, onde regressou para uma visita “retrospectiva” no âmbito de um documentário da BBC.

TIANANMEN•25 ANOS FOTOGRAFIA DO “HOMEM TANQUE” COM “PROFUNDO IMPACTO” NA VIDA DO AUTOR

O destino joga-se num segundo“Sempre que olho para o ‘homem tanque’ penso no que teria acontecido se tivesse perdido aquele momento ou aquela foto: Seria como o miúdo num jogo de basquetebol que não encesta quando estão em causa os decisivos pontos da vitória”

O fotojornalista norte-americano, Jeff Widener, voltou à China, desta vez a Hong Kong, para registar a vigília que assinalou os 25 anos dos acontecimentos de Tiananmen

Cinco anos depois, elege como palco para não deixar passar em branco tão importante efeméride Hong Kong, o único local da Re-pública Popular da China, a par de Macau, onde se realiza abertamen-te uma vigília em homenagem às vítimas da repressão do movimento pró-democracia.

“A minha vida tem sido real-mente fascinante: Tantas coisas

aconteceram no decurso dela que me sinto muito afortunado por ter feito muitos amigos ao longo dos anos e por estar aqui no 25.º aniversário” dos acontecimentos de Tiananmen, afirmou Jeff Wi-dener que, actualmente, vive em Hamburgo, na Alemanha, país de onde é natural a sua mulher.

“Este é o momento e decidi vir e vou fotografar a vigília como parte da história, não estou aqui como activista, mas estritamente por mim. E estou contente por ter vindo para reencontrar velhos amigos e antigos colegas. É um momento extraordinário de retrospectiva e de análise pessoal”, realçou o fo-tojornalista que chegou a ponderar regressar a Pequim.

“Pensei nisso, mas acho que não queria a ‘tensão’ nem preo-cupar-me com o que ia acontecer lá”, sustentou Jeff Widener, que admite uma de relação ‘amor-ódio’ com a imagem, conhecida como “homem tanque” que lhe valeu uma nomeação para um Pulitzer.

Contudo, “é extraordinário o número de coisas que o ‘homem tanque’ trouxe para a minha vida” e “as portas que me abriu”, reco-nheceu o fotojornalista, assediado por outros profissionais, princi-palmente quando se aproxima alguma efeméride relacionada com Tiananmen.

“Não interessa o que eu penso, mas o que pensam os chineses. Cabe aos chineses decidirem o seu futuro. Não tem nada a ver com mais ninguém, nem com o Governo sequer.”

Só agora tinha três entrevis-tas marcadas na agenda, conta Widener.

“É tudo um pouco arrebata-dor e eu sei que dentro de uma meia-dúzia de dias vou voltar a ser uma pessoa normal de novo, pelo menos tão normal quanto posso ser”, disse o fotojornalista que cobriu eventos noticiosos em mais de 100 países.

Para Jeff Widener, a foto que tirou no dia 05 de Junho de 1989 “é importante para algumas pessoas”, mas “há outras que simplesmente

não querem saber” daquele aconte-cimento, referindo-se aos chineses que não se mostram interessados em saber mais sobre o massacre.

“Não interessa o que eu penso, mas o que pensam os chineses. Cabe aos chineses decidirem o seu futuro. Não tem nada a ver com mais ninguém, nem com o Governo sequer. Agora que a situ-ação económica melhorou, penso que muitos sentem que, enquanto assim for, estão dispostos a ‘fechar os olhos’ ao regime comunista”, disse, considerando que “o tempo dirá o que vai acontecer” no país.

“Se estes jovens se interessam, devem fazer algo em relação a isso. Cabe aos chineses decidir o que querem fazer e aceitar ou não”, frisou durante a entrevista na City University Of Hong Kong, onde está patente até à próxima sexta--feira, dia 06, uma exposição com 25 fotografias de Jeff Widener, 13 das quais de Tiananmen.

“Sempre que olho para o ‘homem tanque’ penso no que teria acontecido se tivesse perdido aquele momento ou aquela foto: Seria como o miúdo num jogo de basquetebol que não encesta quando estão em causa os decisivos pontos da vitória”, salientou.

“Mas não sou herói. Na verda-de, eu fugi dos tanques e ele ficou lá”, recordou.

JEFF

WID

ENER

8 china hoje macau sexta-feira 6.6.2014

U M vendedor de bolos de carne do centro da China viu a sua clientela subir bastante depois de utiliza-

dores de redes sociais chinesas terem reparado nas suas semelhanças com o Presidente do país, Xi Jinping.

Ainda que bem mais jovem do que o Presidente chinês, Shao Jianhua, o modesto comerciante de uma loja no centro de Changsha, capital da província de Hunan, no centro do país, tem sorriso e cara semelhantes a Xi.

O sósia do Presidente regista uma afluência inédita de clientes, o que lhe permitiu vender 1.600 bolos num só dia de trabalho.

No entanto, não só a aparência ex-plica o sucesso: os seus bolos tiveram uma classificação de quatro estrelas (em cinco) no site dianping.com, o guia

online de restauração mais popular da China, e os comentários dos utilizadores não falavam na aparência do vendedor, mas sim nas filas durante as horas de refeição e na qualidade dos bolos.

Os bolos são populares em Han-gzhou, na província de Zhejiang (este), e Shao começou a vendê-los quando se mudou para Changsha, há cinco anos.

Em Março, um vendedor de espeta-das do nordeste da China suscitou um interesse particular na Internet, por se parecer com o dirigente norte-coreano Kim Jong-Un.

O cabelo semelhante ao de Kim não passou despercebido e a sua foto apareceu publicada em vários jornais chineses, enquanto trabalhava a fazer churrasco.

A China estenderá a sua rede ferroviária de alta velocidade ao remoto Xinjiang ainda este

ano, procurando impulsionar o turismo e desenvolvimento económico daquela conturbada região autónoma de maioria muçulmana, anunciou ontem a imprensa oficial chinesa.

O novo comboio, cujos testes terminaram esta semana, atingirá 250 quilómetros por hora, redu-zindo para oito horas a viagem de 1.776 quilómetros entre Lanzhou, capital da província de Gansu, e Urumqi, capital da Região Autó-noma do Xinjiang.

A mesma viagem demora ac-tualmente 20 horas.

“Todos os comboios serão

O grupo chinês de co-mércio electrónico Alibaba, um dos

gigantes mundiais do sector, comprou 50% das acções do Guangzhou Evergrande, um clube de futebol da cidade de Cantão, capital da pro-víncia de Guangdong, que faz fronteira com Hong Kong e Macau.

O Guangzhou Evergran-de é considerado a melhor equipa da liga chinesa e a cedência das acções custou ao gigante do comércio electrónico cerca de 1.500 milhões de patacas.

O anúncio da compra foi feito em Cantão pelo presi-dente do Alibaba, Ma Yun, conhecido internacionalmente como Jack Ma, o magnata do imobiliário Xu Jianyin, pre-

Homem preso por assassinar cinco pessoas de uma mesma família A polícia no centro da China informou ter detido um homem que assassinou cinco pessoas, incluindo três crianças pequenas. O departamento de polícia da cidade Ganzhou disse no seu microblog esta quinta-feira que um suspeito de sobrenome Liu foi detido na quarta-feira. As vítimas foram dois idosos e três crianças, incluindo um par de gémeos, que foram mortos na noite de segunda-feira. Liu era vizinho das vítimas e as duas famílias tinham disputas sobre a propriedade. Tais incidentes não são raros na China, e muitas vezes são acusadas pessoas consideradas mentalmente instáveis ou por terem um rancor contra a sociedade. Os idosos e as crianças são particularmente vulneráveis em áreas rurais, porque os pais muitas vezes os deixam por conta própria em casa.

CAMINHOS-DE-FERRO ALTA VELOCIDADE CHEGA ESTE ANO A XINJIANG

Uigures a todo o gás

SÓSIA DO PRESIDENTE CHINÊS É SUCESSO DE VENDAS

Descubra as diferençasALIBABA COMPRA METADE DE EQUIPA DE FUTEBOL CHINESA

Campeões de investimento

patrulhados por pessoal armado e a segurança a bordo estará as-segurada”, disse um responsável do serviço ferroviário de Urumqi citado pelo jornal Global Times.

A construção da nova linha, iniciada em 2009, custou 143,5 mil milhões de yuan, refere o jornal.

Urumqi fica a mais de dois mil quilómetros de Pequim.

Situado no noroeste da China, junto ao Afeganistão, Paquistão e várias ex-republicas soviéticas da Ásia Central, o Xinjiang tem sido palco de frequentes explosões de violência e ataques terroristas, atribuídos pelas autoridades a “separatistas” e “extremistas religiosos”.

O último ocorreu há cerca de duas semanas num mercado ao ar

livre de Urumqi, onde um ataque suicida com explosivos causou 43 mortos.

Com um território cerca de 17 vezes maior que Portugal e ape-nas 23,5 milhões de habitantes, muito rico em recursos minerais, o Xinjiang é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo.

Os uigures - a maior etnia do Xinjiang, de religião muçulmana e cultura turcófona - constituem 46% da população, mas há cerca de meio século ultrapassavam os dois terços.

A rede ferroviária chinesa de alta velocidade, iniciada há menos de uma década, é a maior do mundo, com mais de 10.000 quilómetros de extensão.

sidente do clube e até agora o principal investidor.

O Guangzhou Evergrande é treinado desde 2012 pelo antigo seleccionador italiano Marcello Lippi, chegou à super-liga chinesa em 2011 e desde então venceu a prova por três vezes, seguindo na actual temporada como líder da competição.

Na época passada o Guan-gzhou Evergrande venceu também a Liga dos Campe-ões Asiática, tornando-se na primeira equipa chinesa a vencer a prova em mais de duas décadas.

O grupo Alibaba é o maior do mundo em volume bruto de mercadorias transaccionadas através de meios electrónicos.

9REGIÃOhoje macau sexta-feira 6.6.2014

PUB

O Governo do Japão decidiu activar um plano que permitirá a contratação de es-

trangeiros para serviços domés-ticos, uma medida destinada a potenciar uma maior integração da mulher japonesa no mercado laboral do país asiático.

A legislação necessária poderá ser aprovada no Outono, explica-ram fontes ligadas ao processo citadas pela agência Kyodo.

O plano permitirá a contra-tação de não japoneses para a realização de tarefas de limpeza e assistência a crianças e idosos em Tóquio e noutras seis zonas económicas especiais designadas no plano de reformas estruturais impulsionado pelo primeiro--ministro Shinzo Abe, e que poderá ser, depois, estendido a todo o país.

Actualmente a legislação japonesa não permite que a população nipónica contrate estrangeiros para este sector, exceptuando os diplomatas ou trabalhadores considerados al-tamente qualificados, um grupo que não será superior a 1.200 pessoas segundo os últimos dados do Ministério da Justiça.

Com os números de tra-balhadores domésticos muito elevados em relação a outros países, muitas vezes a mulher é

Índia Dois jovensmortos em ataquede populares

DOIS adolescentes da casta mais baixa da Índia, ou “intocáveis”,

morreram na sequência de um lincha-mento, no estado de Bihar, no norte da Índia, acusados de tentar roubar, disse ontem uma fonte policial à agência noticiosa espanhola EFE.

Os rapazes, que morreram no hos-pital, foram atacados na terça-feira por um grupo de pessoas “numa zona rural, porque pensaram que iam roubar”, disse o superintendente Jayant Kant, da polícia de Patna, a capital do estado.

O oficial garantiu que duas pesso-as foram detidas e a polícia procura outras por alegada implicação na morte dos dois estudantes, “num caso que está a ser investigado para determinar os motivos”.

Os rapazes, Chhotu e Bholu, voltavam de um exame numa escola, quando na localidade de Baikathpur foram atacados por várias pessoas, que os deixaram inconscientes junto a uma estrada, de acordo com o diário local The Indian Express.

O ataque foi causado pela suspei-ta de que os adolescentes, que viviam na localidade vizinha de Mirnagar, pretendiam roubar. Dias antes, uma bateria de um tractor foi roubado em Baikathpur.

JAPÃO TRABALHADORES DOMÉSTICOS ESTRANGEIROS ACEITES

Uma outra mulher

obrigada a abandonar o empre-go para tomar conta dos filhos e de familiares dependentes pelo que a medida poderá reintegrar no mercado laboral 2,2 milhões de mulheres.

Potenciar a presença femi-

nina na economia nipónica para potenciar o crescimento é um dos principais objectivos da nova legislação e do actual Governo que tem como meta que em 2020 cerca de 30% dos altos quadros japoneses sejam mulheres, nú-

mero que na actualidade não ultrapassa 1%.

O Japão é um dos países de-senvolvidos com uma baixa taxa de emigração – menos de 2% da população – e onde existe maior desigualdade no mercado laboral.

10 hoje macau sexta-feira 6.6.2014EVENTOS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

SANTA ISABEL – RAINHA DE PORTUGAL • José Miguel Pero-SanzD. Isabel, infanta de Aragão, é conhecida na História de Portugal e de Espanha pelo seu modelo de «rainha santa» que deve viver e exercer o seu poder num contexto de profundo catolicismo, ainda que marcado por complexos problemas morais e pelas nem sempre fáceis relações entre o Papado e os reinos cristãos. Elaborada com base em rigorosas fontes históricas e historiográficas, esta biografia lê-se como um romance, proporcionando uma visão muito precisa de um período histórico palpitante e descrevendo a vida de uma rainha da Idade Média que se esforça por ser coerente com a sua fé num con-texto pessoal e histórico tão complexo como apaixonante e decisivo.

RESTAURANTE CANIBAL • Gabriel MagalhãesPode existir um restaurante canibal no Portugal actual? Pode, de facto. Dois amigos, Susana, uma rapariga que estuda cinema e veste sempre de preto, e Gustavo, rapaz particularmente sorridente e especialista em informática, vivem a aventura inquietante de descobrir um restaurante antropófago na cidade do Porto, que surge associado a um projecto de investigação univer-sitário apoiado por um conhecido programa da União Europeia, o que lhe dá uma cobertura legal. É possível rirmo-nos da crise? É. As páginas deste romance, que constitui uma sátira divertida e um livro do mais puro humor negro, pretendem ajudar o leitor a encontrar o seu caminho rumo à felicidade no meio da crueldade contemporânea.

LEONOR SÁ MACHADOleonor.machado@hojemacau.com.mo

M ACAU já tem, desde o final de Maio, um novo espaço de arte.

A galeria de arte Macpro, localizada num dos primeiros edifícios da Avenida da Praia Grande, orgulha-se de ser um local não apenas de exposições artísticas, mas também “um espaço ”, que pode ir desde uma passagem de modelos, a um cocktail empresarial ou uma simples reunião.

O espaço criativo, que segue o lema “arte é vida”, acolhe a sua segunda exposi-ção em parceria com a galeria UG, do Japão. “Diálogo com arte contemporânea japonesa” é um dos principais projectos da dupla e está pensada para continuar por vários anos, funcionando como uma ponte de intercâmbio entre artistas nipónicos e de Macau para exporem os seus trabalhos no exterior e no território. Segun-do Yany Kwan, a ideia passou por “criar um espaço para as pessoas usarem e, ao mesmo tempo, que pudesse mostrar artistas de todo o mundo”. Foi o seu pai que construiu o prédio onde a Macpro se encontra. “Quem apareceu primeiro? O ovo ou a galinha?”, responde Kwan, quando questionado sobre a necessidade de espaços artísticos em Macau. Diz que existe um binómio no que toca ao universo da arte em Macau, pois sem galerias, os artistas não têm onde expor o seu trabalho. No entanto, a falta de talentos dispensa a existência de tais espaços.

“Não quero ser o único a ter uma galeria deste género. Quero que sejam criados muito mais espaços como este e um dia talvez seja possível ter um distrito de arte em Macau, como já existe em Paris ou Pequim”, confessa o presidente, acrescentando que “a cultura não vem do dia para a noite”, é preciso ser fomentada.

ARTE GALERIA MACPRO INAUGURA EM MACAU

Mais do que uma simples montra

“Não quero ser o único a ter uma galeria deste género. Quero que sejam criados muito mais espaços como este e um dia talvez seja possível ter um distrito de arte em Macau, como já existe em Paris ou Pequim”YANY KWAN Presidente da Macpro

hoje macau sexta-feira 6.6.2014 11 eventos

Campeonato de Karting começa hojeEntre hoje e domingo, no Circuito de Coloane, vão decorrer as provas do primeiro round do Campeonato de Karting da Associação Automóvel Macau-China (AAMC) assim como a quarta corrida do Campeonato de Motociclismo da AAMC. Os treinos decorrem hoje e as corridas propriamente ditas terão lugar durante o fim-de-semana. Sábado podemos ver os karts em ação e as motas no domingo, sempre entre as 09h e as 18h, com entrada livre.

F OI ontem apresentado à im-prensa, na Creative Macau, o documentário “As crónicas

de Wu Li no Colégio de S. Paulo”. O projecto visa contar a história por trás das Ruínas de S. Paulo (originalmente conhecida como Igreja da Madre de Deus) e do Colégio de S. Paulo que lhe estava anexado - considerado a primeira universidade de estilo ocidental na China assim como a primeira biblioteca de livros ocidentais. Estes factores fizeram com que a instituição se tornasse um grande dinamizador do intercâmbio cul-tural entre a China e o Ocidente, um papel que Macau em geral desempenha há mais de 400 anos.

Wu Li, ilustre pintor e poeta da Dinastia Qing, foi o primeiro intelectual chinês a frequentar o Colégio de S. Paulo e acabou mes-mo por se tornar um padre jesuíta. É ele o narrador do documentário, que usa as suas experiências para nos introduzir ao Colégio e à so-ciedade da altura.

Escrito por Silvie Lai, residente em Macau desde 1995, o docu-mentário tem realização de James Jacinto, nascido no território. Lai e Jacinto têm os dois ligações a Ma-cau, expressas sobretudo através do seu trabalho.

Silvie Lai, guionista e reali-zadora, tem desenvolvido desde 2007 documentários focados em Macau e na sua cultura, à seme-lhança de James Jacinto – que trabalha na área de produção e realização de filmes há mais de 20 anos. James trabalhou na TDM e, mais recentemente, dedicou-se também à produção de documen-tários relacionados com a cultura do território.

O Colégio de S. Paulo foi fundado em 1594 por jesuítas da Companhia de Jesus, com a intenção de aqui preparar os

missionários que viajavam para o Extremo Oriente, mas um in-cêndio destruiu–o completamente em 1835, assim como a Igreja da Madre de Deus que estava anexada ao edifício. Apenas a fachada e a escadaria sobreviveram – agora conhecida como as Ruínas de S. Paulo – e vieram a ser incluídas na Lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO.

FASE FINALA equipa começou o trabalho nos finais de 2011 e conta acabar a obra na segunda metade de 2015, tendo já filmado em Pequim, Macau e Portugal. Apesar de não ter ainda garantido todo o financiamento necessário (estão ainda à espera da resposta de algumas entidades priva-das), o projecto está agora numa fase final de produção que inclui casting, design/produção de guarda-roupa e aquisição de adereços para uma cena épica que visa recriar a cerimónia inaugural da Igreja de Madre de Deus com mais de uma centena de actores e figurantes.

Pretendem assim fazer uma reconstituição histórica da Macau do século XVII e do quotidiano do Colégio e para tal contam com a consultadoria de sete historiadores: Padre Luís Sequeira, S.J. (vice--director, Instituto Ricci), César Guillén-Nunez (historiador de arte, Instituto Ricci), Wu Zhiliang (historiador, Presidente do C.A. da Fundação Macau), Leonor Seabra (historiadora, Universidade de Macau), Li Tiangang (historiador, Universidade de Fudan), Luís Fi-lipe Barreto (historiador, Centro Científico e Cultural de Macau em Portugal) e Fok Kai Cheong (historiador, Instituto Milénio de Macau).

O trailer pode ser visto em www.macauheritage.info/portu-guês.html - H.M.

DOCUMENTÁRIO CRÓNICAS DE WU LINO COLÉGIO DE SÃO PAULO

A história por detrás da História

Temos artistas fantásticos em Macau, mas queremos mostrar o seu trabalho lá fora. Acho que gostam de expor, mas é preciso que vendam as suas obras, para que tenham suporte financeiro e não passem a vida apenas a criar [sem receber nada em troca]”, explica o empresário.

Desta vez, a parceria entre a Macpro e a UG permitiu que os fãs de arte possam ver o traba-lho de mais de uma dezena de artistas do Japão em Macau. A exposição, que contém pintu-ras e esculturas de Gekko Nu-mata e Kunihiro Nohara, abre portas já este sábado e ficará disponível ao público até 22 de Agosto. Esta é a primeira de várias iniciativas combinadas entre os dois espaços asiáticos, pelo que deverão haver mais eventos do género durante os próximos anos.

“Temos artistas fantásticos em Macau, mas queremos mostrar o seu trabalho lá fora”

Numata concentra o seu talento no reino animal selva-gem. Começou por pintar seres humanos, mas sente que a fauna permite uma maior “ginástica” e é mais “inspirador”. Já Nohara prefere esculpir, principalmen-te nuvens. A estes elementos, adiciona-lhes elementos que lembram a arte e a sociedade tradicional japonesa.

Simultaneamente, a Mac-pro vai acolher todo o tipo de eventos, assim dinamizando o espaço, ao mesmo tempo que mostra as peças expostas.

Kwan aproveitou para anunciar que a galeria vai aco-lher ainda este ano exposição de fotografia sobre o trabalho do conhecido arquitecto por-tuguês, Siza Vieira. A mostra está pensada para Setembro, mas ainda não há data marcada para a inauguração do evento.

No mês passado, a Macpro contou com “Dolce Vita Ma-cau”, uma iniciativa realizada em parceria com a artista de moda italiana, Livia Meldolesi. A estilista tem a sua própria marca de roupa de alta costura na cidade italiana de Ravenna. No território, optou por expor a sua colecção de praia 2014, que compreende fatos de ba-nho e bikinis especialmente desenhados para o corpo das mulheres asiáticas. A mostra compreendeu uma passagem de modelos e a apresentação da autora e da sua linha de roupa.

Fachada da Igreja de Madre Deus, também conhecida por Igraja de S. Paulo

Visita lateral da Cidade Pribisa, em Pequim

Num parque público em Pequim Altar principal e retábulo da Igreja de S. Roque, Lisboa

Muro antigo do Colégio de São Paulo

Interior da Igreja da Imaculada Conceição, em Pequim

Panorâmica sobre a cidade de Lisboa

12 publicidade hoje macau sexta-feira 6.6.2014

a caminho dos 5000 amigosJUNTA-TE A OPERA!

http://www.facebook.com/hoje.macau

no facebookhojemacau

´ ´

“Dê sempre o seu melhor para dar ao seu filme a oportunidade de ser visto pelo maior número de audiências possível”

F ALÁMOS anteriormente na forma de chegar ao cinema, feita principalmente através de festivais. Então, agora, depois

do cinema e do festival, podemos co-meçar a tentar aproximar-nos das esta-ções de televisão, para que estas pas-sem o nosso filme. A TV Cabo de Ma-cau passou o meu filme, ‘Roulette City’, como filme do ano novo lunar em 2013. No mesmo ano, também a TDM que-ria comprar o filme para passar exacta-mente na mesma ocasião mas, como já tinha prometido à TV Cabo de Macau antes da TDM falar comigo, tive que manter a minha promessa. Isto, para vos explicar que as estações de televi-são querem, de facto, o seu material, estão interessadas no seu filme. Se tiver uma longa-metragem, é possível que a consiga passar na televisão em Macau. E, se os seus contactos foram bons o su-ficiente, pode mesmo conseguir que o seu filme passe nas televisões de Hong Kong ou da China continental, até.

Thomas Lim*

FAZER UM FILME EM MACAU: DO GUIÃO ÀS FILMAGENS

Capítulo XI: Distribuição televisiva, online e em DVD

* actor, guionista e director do filme“Roulette City”,

“LEMBRE-SE, O SEU

FILME TERÁ VIDA

PRÓPRIA DEPOIS DA

PÓS-PRODUÇÃO ESTAR

PRONTA. VOCÊ SERÁ

APENAS UM DOS PAIS

DO SEU FILME. NÃO

PODE CONTROLAR O

SEU FUTURO, MAS PODE

GUIÁ-LO...”

Há, no entanto, outra forma muito popular de distribuir o nosso filme, hoje em dia: online. A internet é, sem dúvida, o canal do futuro para mostrar os nossos fil-mes, porque tenho a certeza que o DVD vai acabar. Amazon, iTunes, Google Play e Hulu são as plataformas online mais populares para distribuirmos filmes. Para já, o ‘Roulette City’ está a ser distribuído internacionalmente em DVD e VOD na Amazon, iTunes e Google Play, através do meu distribuidor japonês. Tenho a certeza que há distribuidores em Hong Kong que farão o mesmo e filmes feitos em Macau trazem possivelmente algo novo para eles venderem.

O problema que sinto existir em Macau é que os realizadores e cineastas locais não prestam muito atenção ao pormenor da distribuição, nem põem muito esforço na distribuição dos seus filmes. Contentam-se, normalmente, com mostrar apenas o seu filme em festivais de cinema de Macau, uma vez ou duas e não tentam levá-lo a outras plataformas. É por isto que muita gente, incluindo residentes de Macau, nunca viram um filme feito em Macau. Isto também mostra que poucos realizadores conhecem os processos de distribuição.

Se passou muito tempo a fazer o seu filme, este merece ser visto. Se tiver um filme feito em Macau e nos quiser con-tactar para pedir ajuda na distribuição, é bem-vindo a fazê-lo, contactando-nos através do site da nossa empresa www.islandmanpictures.com.

Para dar um exemplo, digo-lhe que, mesmo depois de dois anos após o ‘Roulette City’ ter tido a sua primeira passagem nos cinemas comerciais – e

mesmo estando já disponível em DVD e nas plataformas online – continuo a trabalhar para que possa ser visto por mais audiências. Em Fevereiro, fechei um negócio para que o ‘Roulette City’ pudesse ser visto em toda a China con-tinental, na CNTV – uma subsidiária da CCTV, estação estatal chinesa. Estou extremamente agradado com a oportu-nidade de mostrar o meu filme na China, uma vez que é um dos maiores e mais desejados mercados do mundo. Sei que quanto mais amplamente distribuído o meu filme for, mais fácil será para mim fazer o meu próximo filme.

Lembre-se, o seu filme terá vida própria depois da pós-produção estar pronta. Você será apenas um dos pais do seu filme. Não pode controlar o seu futuro, mas pode guiá-lo, levando-o a festivais, cinemas, etc. Também não pode dizer se as pessoas vão gostar ou não, até que elas o vejam. Então, por favor, dê sempre o seu melhor para dar ao seu filme a oportunidade de ser visto pelo maior número de audiências possível.

ARTE

S, L

ETRA

S E

IDEI

AS

hoje macau sexta-feira 6.6.2014

ARTE

S, L

ETRA

S E

IDEI

AS

13

h

14 hoje macau sexta-feira 6.6.2014h

O JOGO DE FUTEBOL TEVE ORIGEM EM LINZI NA CHINA

C UJU, pontapear uma bola com os pés, foi a forma mais antiga de um desporto a que hoje se chama futebol.

A sua origem remonta ao final do Período Primavera e Outono, início dos Reinos Combatentes, quando fo-ram estabelecidas regras e a bola do jogo tornou-se semelhante às que hoje rolam pelos estádios. Já o seu declínio ocorreu na dinastia Yuan e continuou até desaparecer completamente do quotidiano chinês nos finais da dinastia Qing. Uma das razões para deixar de ser jogado foi o cuju ter ficado orien-tado para o entretimento e não ser um jogo de competição, o que levou ao desinteresse das pessoas, assim como, terem aparecido outras formas de di-versão mais elitistas.

José simões morais

Na Europa existem desde o século XVIII relatos de um jogo de rua em que duas equipas andavam atrás de uma bola pontapeando-a e que, sem regras claras, acabava invariavelmente em confronto com todos os elementos aos murros e pontapés. No final, todos re-colhiam a casa esmurrados e a sangrar, mas satisfeitos e bem-dispostos pois tinham libertado as energias condensa-das de um dia de trabalhos.

Pode-se dizer ter sido esta a origem do moderno jogo de futebol, despor-to como hoje o conhecemos, que em meados do século XIX, em Inglaterra, passou a ser mais disciplinado e com regras, tendo-se formado clubes.

Em 21 de Maio de 1904 foi criada a Federation International de Football Association �FIFA� em Paris, França, fi - �FIFA� em Paris, França, fi-cando a sua sede em Zurich, Suíça.

Em 1928, o então presidente da

FIFA, Jules Rimet, decidiu elevar o fu-tebol internacional a outro patamar, criando competições para profissionais e amadores, tendo a edição inaugural do primeiro campeonato do Mundo ocorrido em 1930 no Uruguai. A taça para essa competição foi concebida pelo escultor francês Rafael em 1928 e feita com 3,8 kg de ouro e uma altura de 35 cm, tendo representada a deusa grega da Vitória. Nesse primeiro Cam-peonato do Mundo, que contou com 13 equipas, o Uruguai venceu a Ar-gentina por 4 a 2 e ficou depositário da taça durante quatro anos, até à realiza-ção em Itália do segundo Campeonato do Mundo.

Em 1970, como o Brasil ganhou o seu terceiro Campeonato do Mundo �1958, 1962� ficou para sempre com a

SÓ ENTRE 9 E 11 DE JULHO DE 2004, FOI FEITA UMA

VOTAÇÃO ENTRE OS 36 ESTUDIOSOS INVESTIGADORES

QUE, POR UNANIMIDADE, DECLARARAM LINZI, COMO

O LOCAL DA ORIGEM DO FUTEBOL.

15 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 6.6.2014

taça, que em 1946 tinha já mudado de nome, de Vitória passara a chamar-se Troféu Jules Rimet, em homenagem ao Presidente da FIFA que criara o Campe-onato do Mundo. Essa taça foi rouba-da no Rio de Janeiro em 1983 e nunca mais apareceu. O novo e actual troféu surgiu no Campeonato do Mundo de 1974 realizado na Alemanha Ociden-tal e é feito com 6,2 kg de ouro, tendo uma altura de 36,5 cm.

Quando nos anos 70 do século XX, muitos países reclamaram ser o berço do futebol e a Inglaterra se procla-mou como o país onde se iniciara o desporto-rei, a FIFA achou necessário criar um grupo de investigadores para recolher informações arqueológicas e apreciar os registos históricos. Assim, foram encontrados muitos locais com possibilidade para serem declarados como a pátria do futebol. Só entre 9 e 11 de Julho de 2004, foi feita uma vo-tação entre os 36 estudiosos investi-gadores que, por unanimidade, decla-raram Linzi, como o local da origem do Futebol.

Na Cerimónia de Abertura do Campeonato Asiático de Futebol (AFC) de 15 de Julho de 2004, em Beijing, altura que também se realiza-va na capital chinesa a Terceira Expo-sição de Futebol na China, o presiden-te Blatter em anúncio oficial disse que a origem do jogo de futebol vem do Cuju, praticado na China antiga.

Na comemoração dos 100 anos da Federation International de Football Association (FIFA), em 2004, o presi- (FIFA), em 2004, o presi-dente Joseph S. Blatter reconheceu ter sido na China, mais propriamente em Linzi, pertencente a Zibo, actual pro-víncia de Shandong, que se iniciou o jogo com bola e usando os pés.

O REINO QI

Linzi foi a capital do Reino Qi durante 800 anos. Este reino, situado na actual província de Shandong, foi oferecido a Jiang Taigong pelos relevantes serviços prestados ao Rei Wu, o fundador da dinastia Zhou do Oeste e a seu pai, o sábio Rei Wen.

Jiang Taigong, também chamado Jiang Ziya, viveu no século onze antes da nossa Era e tornou-se conselheiro do governo do reino Zhou, quando este combatia a dinastia Shang (1600-1046 a.n.E.).

O último imperador da dinastia Shang, de nome Zhou, era um tirano que, sem cuidar da governação do seu país, divertia-se a punir e executar ofi-ciais honrados e honestos a seu bel-pra-zer. Jiang Shang (outro nome de Jiang Ziya) trabalhou para ele como perito em assuntos de estratégia militar mas, à medida que o foi conhecendo, a sua

indignação aumentava, a tal ponto que odiava o imperador com quantas forças tinha. Por isso, abandonando o cargo, retirou-se para um local afastado, onde viveu isolado durante muito tempo. Quando aos oitenta anos, o rei Wen do estado de Zhou, que então flores-cera em Shaanxi, o encontrou um dia a pescar sentado à beira do rio, percebeu estar perante uma pessoa de grande ta-lento. Na realidade, Wen tinha ouvido da boca do seu progenitor a premoni-ção de que um sábio apareceria um dia para ajudar a governar os assuntos do estado de Zhou. Logo que o viu, o rei achou que Jiang Shang era um velho invulgar e resolveu falar com ele. De-pois de uma conversa, o rei descobriu que, na realidade, o velho pescador era um estratega militar e político da mais alta estirpe. O Rei Wen levou Jiang Shang para a sua corte, nomeou-o seu primeiro-ministro e deu-lhe o título de Jiang Taigongwang (Esperança do Du-que de Zhou), que foi posteriormente abreviado para Jiang Taigong.

Depois do Rei Wen ter morrido, o seu filho, o Rei Wu, resolveu reunir as

tropas e marchar contra o imperador da dinastia Shang, mas Jiang Taigong impediu-o. Disse-lhe ser oportuno es-perar, pois ainda não tinha chegado o momento e revelou-lhe ser a paciência que conduz ao sucesso. Algum tempo depois, chegaram à corte de Zhou no-tícias de que povo de Shang vivia sob tal opressão, que não havia já quem se atrevesse a abrir a boca para dizer fosse o que fosse. Então, Jiang Taigong e o Rei Wu decidiram que era chegada a hora de passar à ofensiva, pois o povo tinha perdido por completo a confian-ça no monarca. A batalha sangren-ta teve então lugar em Muye, a cerca de 35 quilómetros de Yin, capital de Shang (actual Anyang, na província de Henan). Jiang Taigong conduziu a luta à cabeça das tropas e em frente ao rufar dos tambores de guerra levou as tropas de Shang para o sudoeste, enquan-to as fileiras comandadas pelo rei Wu cercavam a capital. O imperador de Shang enviara para o campo de batalha escravos mal treinados. Muitos deles revoltaram-se contra o tirano, outros renderam-se às tropas do Reino Zhou, e assim a capital caiu.

Derrotado o tirano, o Rei Wu e os seus descendentes instalaram a dinas-tia de Zhou do Oeste, que reinou na China entre 1046 a 771 a.n.E.. O Rei Wu nomeou Jiang Taigong duque do Estado de Qi, que muito prosperou devido ao saber do velho político e estratega. Este mandou abrir estradas e explorar os recursos naturais do Rei-no de Qi.

Os séculos foram passando e a di-nastia Zhou superintendia politica-mente a todos os reinos confederados por um pacto de aliança em torno da “Lealdade para com o reino de Zhou”. Mas no início do século VIII a.n.E. al-guns reinos, sobretudo os mais afasta-

dos de Hao (próximo da actual cidade de Xian), a capital da dinastia Zhou, começaram a tornar-se poderosos. Ligando-se por laços familiares e eco-nómicos quebraram o pacto de aliança e quiseram-se tornar independentes da dinastia Zhou para formar principados. No entanto, foi uma invasão das tribos nómadas em 771 a.n.E., que terminou com a dinastia Zhou do Oeste, obri-gando o Rei Ping a mudar-se para Les-te e a passar a capital para Luoyi (hoje Luoyang). Assim foi criada a dinastia Zhou do Leste (770-256 a.n.E.), con-tinuando o território de Oeste a ser considerado Zhou, apesar de não ha-ver um efectivo controlo desta dinastia nessa região.

Durante a nova dinastia Zhou do Leste houve dois diferentes períodos; o da Primavera e Outono, com início em 722 a.n.E. e que terminou em 476 a.n.E. e daí até 221 a.n.E., o período conhecido como Reinos Combatentes.

Os reinos com maior poder nesse tempo eram os Jin, Qin, Qi e os Chu (com o território entre os rios Ama-relo e Yangtzé e Sul de Henan). Com uma contínua progressão para Norte, o reino dos Chu começou a inquietar os outros, que viviam a Norte e foi por isso que, em 679 a.n.e., o duque Huan do reino de Qi parou a guerra civil que no reino Song existia. Ape-lando a uma nova aliança em torno da “Lealdade para com o reino de Zhou” para fazer frente aos Chu, Rong e Di, estas duas últimas, tribos provenien-tes das estepes do Norte, resolveu o duque realizar uma grande reforma no seu reino Qi. Enriquecendo-o, prepa-rou o reino Qi com um grande e forte exército para os tempos que estavam para vir.

Já desde 685 a.n.E. o Duque Huan, Xiaobai do Reino Qi (Qi Huan Gong) tinha como seu primeiro-ministro Guan Zhong que pretendia dotar o reino com uma força militar poderosa. Para isso criou o Regime “Wu Gui”, que combinava a vida militar com a civil. Wu era formado por cinco homens e Gui por cinco famílias. Em tempo de paz eram agricultores e tinham treino militar e lutavam quando a guerra che-gava.

Também para conseguir uma força militar mais bem organizada, as pes-soas foram divididas em quatro ofícios por específicas apetências e assim, se-parou-as em negociantes, agricultores, artesãos e um corpo dirigente.

Criando a sociedade com especiali-zações, usou o jogo Cuju para as trei-nar, constituindo equipas, jogavam seis elementos para cada lado.

Esta a origem do Cuju, a mais antiga forma do jogo de futebol que apareceu há 2600 anos.

CRIANDO A SOCIEDADE

COM ESPECIALIZAÇÕES,

(“WU GUI”, ) USOU

O JOGO CUJU

PARA AS TREINAR,

CONSTITUINDO

EQUIPAS, JOGAVAM

SEIS ELEMENTOS PARA

CADA LADO. ESTA A

ORIGEM DO CUJU, A

MAIS ANTIGA FORMA DO

JOGO DE FUTEBOL QUE

APARECEU HÁ 2600 ANOS

PUB

• GUARDA-REDES: Buffon (Juventus), Perin (Genova), Sirigu (PSG);

• DEFESAS: Abate (Milan), Barzagli (Juventus), Bonucci (Juventus), Chiellini

(Juventus), Darmian (Torino), De Sciglio (Milan), Paletta (Parma);

• MÉDIOS: Aquilani (Fiorentina), Candreva (Lazio), De Rossi (Roma),

Marchisio (Juventus), Thiago Motta (PSG), Parolo (Parma), Pirlo (Juventus),

Verratti (PSG);

• AVANÇADOS: Balotelli (Milan), Cassano (Parma), Cerci (Torino), Immobile

(Torino), Insigne (Nápoles).

OS 23 DE CESARE PRANDELLI

• ITÁLIA – INGLATERRA

Arena Amazónia, Manaus

14 de Junho, 06:00*

• ITÁLIA – COSTA RICA

Arena Pernambuco, Recife

21 de Junho, 00:00*

• ITÁLIA – URUGUAI

Estádio das Dunas, Natal

25 de Junho, 00:00*

*horário de Macau

A ITÁLIA NO CAMPEONATO DO MUNDO

16 DESPORTO hoje macau sexta-feira 6.6.2014

MARCO CARVALHOinfo@hojemacau.com.mo

A Itália apresenta-se no Campeonato do Mundo de Futebol com quatro estrelas na camisola,

mas para os adeptos da squadra azzurra em Macau, velhas glórias não movem moinhos. Francesco Navarrini, Marco Canarelli e Fa-brizio Croce acreditam que a Itália pode chegar longe na competição, mas para tal é necessário que o onze transalpino mostre todo o seu valor desde a primeira hora e entre a vencer no frente-a-frente com a Inglaterra: “Acho que até às meias-finais poder ir. Até ao fim quase, acho eu. Acho que não vai ganhar, mas acredito que a Itália pode ser uma boa candidata a che-gar longe na competição”, defende Francesco Navarrino.

Para que o onze transalpino dei-xe a sua marca no Mundial o triunfo na jornada inaugural da competição é essencial, sustenta o arquitecto Marco Canarelli. O presidente da recém-formada Associação de Amizade Itália-Macau acredita que o grupo de trabalho orientado por Cesare Prandelli poderá fazer um bom campeonato do mundo se ultrapassar o primeiro grande obstáculo com que se irá deparar nos relvados brasileiros”, sustenta.

A selecção italiana já não falha a presença na fase final de um Campeonato do Mundo de Fute-bol desde 1958 e levantou pela última vez o troféu há oito anos na Alemanha. Crónica candidata ao título, a formação orientada

MUNDIAL 2014 “TIFOSI” RESIDENTES NO TERRITÓRIO ACREDITAM NO TÍTULO

Pirlo é a confirmação, Cerci poderá ser a surpresa

por Cesare Prandelli vai com-petir no Brasil com uma equipa onde se misturam experiência e espontaneidade, uma receita que agrada aos tifosi do território por garantir a estabilidade da squadra azzurra: “O guarda-redes, o Pirlo e o De Rossi deveriam ser pontos

fixos. Eventualmente penso que o Chiellini estará confirmado tam-bém, apesar de ter sido suspenso por três jogos”, defende Fabrizio Croce. “O segredo terá que passar por encontrar um equilíbrio entre os jogadores mais experientes, que têm uma maior experiência inter-

nacional, por já terem jogado, por exemplo, na Liga dos Campeões, e os mais novos, que não têm ainda grande experiência competitiva, mas que têm uma maior entusias-mo, porque querem mostrar o seu talento. O trabalho de Prandelli passa por encontrar o equilíbrio entre estas duas questões”, com-plementa Navarrini.

GRUPO EXIGENTENo Brasil, a squadra azzurra integra as contas do exigente grupo D na companhia da Costa Rica e de dois antigos campeões do mundo, o Uruguai e a Inglaterra. Nos relva-dos brasileiros, os adeptos italianos que residem em Macau contam com o génio do maestro Pirlo para chegar longe na competição: “É impressionante como, aos trinta e muitos anos, Andrea Pirlo, conti-nua a manifestar um nível de jogo tão elevado”, aplaude Francesco Navarrini. Marco Canarelli vai mais longe. O arquitecto considera que o médio da Juventus continua a ser a grande referência da Itália e o único jogador capaz de colocar a selecção transalpina na senda do título: “Pirlo é seguramente o líder da equipa, por tudo o que fez, pelos troféus que venceu e estou seguro que o grupo o irá seguir”, afiança.

Jogadores como Gianluigi Buffon, Andrea Pirlo e Danielle de Rossi deverão ser titularissímos no onze escalonado por Cesare Prandelli para o Mundial, mas a Itália deverá apresentar-se no Brasil com um ou outro trunfo na manga. Alessio Cerci, extremo do Torino, poderá ser uma das boas

surpresas da competição, garantem os tifosi do território: “Cerci, sem dúvida nenhuma. Cerci se joga rebenta com aquilo tudo”, acredita piamente Fabrizio Croce. Marco Canarelli subscreve: “O Cerci é um jogador forte no drible e pode levar facilmente a melhor sobre o adversário. Digamos que é o Cristiano Ronaldo da Itália.”

A Itália estreia-se no Campe-onato do Mundo a 15 de Junho, horário de Macau, frente à Ingla-terra e enfrenta a Costa Rica no Recife seis dias depois, antes de encerrar as contas da fase de grupos com o Uruguai a 25 de Junho. Os desafios serão sempre o prelúdio a um Campeonato do Mundo que os italianos desejam longo e já quem eleja um adversário preferencial para o encontro decisivo do Mun-dial: “A final? Eu gostava que fosse a França porque temos uma conta por saldar, embora já tenhamos ganho por outras vezes. Gostava que fosse a França. Gostava de ganhar um jogo assim a sério, sem que houvesse grandes penalidades pelo meio e cabeçadas e coisas inúteis”, remata Fabrizio Croce.

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇAS

E D I T A LContribuição Predial Urbana

Faz-se saber, nos termos do disposto no artigo 95.º, nº 2, do Regulamento da Contribuição Predial Urbana, aprovado pela Lei n.º 19/78/M, de 12 de Agosto, que, durante os meses de Junho, Julho e Agosto de 2014, estará aberto o cofre da Recebedoria da Repartição de Finanças de Macau para o pagamento voluntário da única prestação da contribuição predial urbana, em relação aos prédios constantes das matrizes desta Repartição.

O prazo da cobrança à boca do cofre é de trinta dias, com início no 1º dia do mês indicado no documento de cobrança.

Findo o prazo da cobrança à boca do cofre, terão os contribuintes mais sessenta dias para satisfazerem as suas colectas, acrescidas de três por cento de dívidas e juros de mora legais, conforme o disposto no artigo 96.º, n.º 1, do citado Regulamento.

Decorridos sessenta dias sobre o termo do prazo da cobrança voluntária, sem que se mostre efectuado o pagamento da contribuição liquidada, dos juros de mora e três por cento de dívidas, proceder-se-á ao relaxe.Aos, 8 de Maio de 2014.

A Directora dos Serviços,Vitória da Conceição

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, chegou ao seu término, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei n.º 8/91/M, de 29 de Julho, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que devem os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.Localização dos terrenos:- Estrada de Cacilhas, n.ºs 11 a 13, em Macau;- Avenida de Venceslau de Morais, n.ºs 217 a 235, Rua

de Venceslau de Morais, n.ºs 1 a 9 e Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 679 a 701, em Macau, (Edifício Industrial Nam Fong);

- Avenida do Conselheiro Borja, n.ºs 314 a 330, em Macau, (Edifício Hang Fat);

- Avenida do Conselheiro Borja, n.ºs 332 a 338, em Macau, (Edifício Son Cheng);

- Avenida do Conselheiro Borja, n.ºs 480 a 496, Travessa dos Lotus, nº 30 e Rua Leste da Ilha Verde, n.ºs 11 a 69, em Macau, (Edifício Escola Ilha Verde);

- Avenida do Almirante Lacerda, n.º 121, em Macau;- Rua do Barão, n.ºs 17 a 23 e Pátio de Chan Loc, n.ºs 23

a 25, em Macau, (Edifício Ieng Fat);- Rua Almirante Sérgio, n.ºs 20 a 20B, em Macau,

(Edifício Vai Fu Kok);- Avenida de Demétrio Cinatti, n.ºs 49 a 50 e Rua do

Visconde de Paço D´Arcos, n.ºs 366 a 370, em Macau, (Edifício Veng Sin).

2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.Aos, 21 de Maio de 2014.

A Directora dos Serviços de Finanças,Vitória da Conceição

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

hoje macau sexta-feira 6.6.2014 (F)UTILIDADES 17

Pu Yi

LÍNGUADE gATO

João Corvo fonte da inveja

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 27 MAX 32 HUM 70-95% • EURO 10.8 BAHT 0.2 YUAN 1.2

ACONTECEU HOJE 6 DE JUNHO

Nasce Malangatana, artista plástico e poeta moçambicano• Malangatana foi um célebre artista plástico e poeta, que nasceu a 6 de Junho de 1936, em Moçambique, e morreu em Matosinhos, Portugal, a 5 de Janeiro de 2011. A expressão da sua arte fez-se de diversas formas, através do desenho, da pintura, da escultura, cerâmica, murais, poesia e música.Iniciou os seus estudos enquanto ajudava a sua mãe, com-pletando a 3.ª classe, até que com 11 anos muda-se para Lourenço Marques – actual Maputo –, à procura de trabalho. Diversos ofícios humildes permitiram-lhe sobreviver e como apanhador de bolas num clube de ténis consegue retomar a aprendizagem. Trabalhava durante o dia e estudava à noite. As aulas suscitaram proximidade com arquitectos e pessoas da Arte. O trabalho permitiu conhecer Augusto Cabral, um homem que era frequentador do clube de ténis e que ofereceu a Malangatana algum material de pintura, ajudando-o também a vender os primeiros trabalhos.Em 1958, ingressou num clube de artes, onde conhece e mantém contacto com outros nomes da área. A sua primeira exposição, colectiva, dá-se no ano seguinte, altura em que se torna artista profissional, com o apoio de Pancho Guedes, arquitecto português. Malangatana tinha 25 anos quando apresenta a primeira exposição individual, em 1965, no Banco Nacional Ultramarino. Dois anos depois, publica alguns poemas, até que é indiciado como membro Frelimo: é preso, mas acaba absolvido. Voltou a ser detido por motivos políticos, em 1971, em virtude da sua obra ‘25 de Setembro’, numa altura em que assegurara uma bolsa na Fundação Gulbenkian para estudar cerâmica. Malangatana volta a ser detido num centro de reeducação, como pena pelo comportamento na época colonial. Ao longo da sua vida, Malangatana arrecadou diversos prémios, dos quais se destaca a medalha Nachingwea, pela contribuição para a cultura moçambicana, e investidura, a 16 de Fevereiro de 1995, como Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1997, a UNESCO nomeou-o ‘Artista pela Paz’ e foi-lhe entregue o prémio Príncipe Claus. Morre a 5 de Janeiro de 2011, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos.

JugosláviaRaramente me deixam sair desta redacção. Sou um gato sitiado pelo amor dos que tratam de mim. Mas ontem foi uma excepção: talvez porque sou preto, deixaram-me ir ver o concerto dos ciganos, num espaço a que chamam Centro Cultural. Disseram-me: vai assim de negro, talvez não dêem por ti. E não deram. Lá me escapuli entre dois guardas e uma gentil relações públicas. E o concerto começou, dirigido por um senhor vestido de branco. Claro que o meu conhecimento de música húngara (incluindo as fenomenais canções da terra de Bartok), da imersão sérvia na cultura de todos os Balcãs, e uma paixão secreta pelos filmes do Kusturica (sobretudo desde o seu incontornável “Gato Preto, Gato Branco”, estão a ver o problema, não é?) influenciaram a minha disposição. Isto para não falar da minha admiração pelos nómadas, eu que passo de gato enclausurado, sem acesso a telhados, nem gatas loucas.Enfim, avizinhava-se uma noite glória, nos sentidos mais extremos que os meus execráveis leitores eventualmente conceberão. À minha disposição, tinha finalmente um espectáculo e, mais importante, as gatas que rodeiam o Centro Cultural, caso as minhas donas me dessem dois segundos para existir longe dos seus colos exigentes.Sou um gato sortudo, confesso. Vivi um momento único na história deste único território para onde emigrei na barriga de minha mãe, com meus sete irmãos. O senhor Bregovic diz que toca música cigana, mas a música é outra. Ele parte daquelas melodias aciganadas, daqueles sopros nómadas, e depois junta-lhe muito mais tradições, incluindo da igreja ortodoxa. Enfim, vários tratados num só concerto.Só não percebi porque razão os ciganos, segundo ele disse, são perseguidos na Europa. Aqui em Macau ninguém persegue ninguém. A não ser os deputados da Assembleia Legislativa que gostam de bater nos trabalhadores não residentes. Mas esses para chegarem a ser pessoas ainda lhes falta muitos concertos. Sobretudo dos que vêm da Jugoslávia, esse país que não existe.

C I N E M ACineteatro

SALA 1MALEFICENT [B]Um filme de: Robert StrombergCom: Angelina Jolie, Sharlto Copley, Elle Fanning, Sam Riley14.30, 16.30, 21.30

MALEFICENT [3D] [B]Um filme de: Robert StrombergCom: Angelina Jolie, Sharlto Copley, Elle Fanning, Sam Riley19.30

SALA 2 X-MEN: DAYSOF FUTURE PAST [B]Um filme de: Bryan SingerCom: Patrick Stewart, Ian McKellen, Hugh Jackman, James McAvoy14.15, 16.30, 21.30

THE ETERNAL ZERO [C](FALADO EM JAPONÊS, LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Takashi YamazakiCom: Junichi Okada, Haruma Miura, Mao Inoue19.00

SALA 3EDGE OF TOMORROW [C]Um filme de: Doug LimanCom: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Kick Gurry14.30, 16.30, 21.30

EDGE OF TOMORROW [3D] [C]Um filme de: Doug LimanCom: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Kick Gurry19.30

MALEFICENT

Recapitular anteontem é honestamente impossível.

Dentro dos combustíveis fósseis, o gás natural é promovido como uma das alternativas menos poluentes. Mas o novo processo de extração por fracturação hidráulica (horizontal fracking) tem vindo a levantar protestos um pouco por todo o mundo. Em ‘Gasland’, um documentário nomea-do para um Óscar em 2011, Josh Fox percorre os EUA para explicar a técnica e revela porque tanta gente se opõe a ela. Há décadas que se fala na necessidade de controlar a poluição e a comunidade científica diz mesmo que estamos em risco de provocar uma extinção em massa, mas infelizmente o lucro continua a ser mais importante do que tudo o resto para as companhias petrolíferas.

H O J E H Á F I L M EGASLAND

FILME/DOCUMENTÁRIO DE JOSH FOX, 2010

18 hoje macau sexta-feira 6.6.2014

E LE há coisas que me continuam a surpreender. Às tantas o proble-ma é meu – tenho esta mania de achar que as pessoas aprendem, evoluem, mudam, adaptam-se às circunstâncias, olham e anali-sam o que as rodeia. É um hábito estranho este de acreditar que há circunstâncias que nos alteram, que nos fazem abrir os olhos.

Mas sou assim. Continuo a acreditar que, se o mundo muda, as pessoas também conseguem ir mudando com ele. E, com as pessoas, os Governos, as formas de gerir, de mandar, de pensar naquilo em que se administra.

Aqui fica o contexto: esta semana, os Serviços para os Assuntos de Tráfego e os Serviços dos Assuntos de Justiça chama-ram os jornalistas para uma conferência de imprensa que, julgavam os que leram a convocatória enviada, serviria para dar a conhecer o futuro dos transportes públicos de Macau. Existia a convicção, entre os jornalistas, de que a Administração iria anunciar finalmente quem vai suceder à Reolian. Existia a convicção de que se iria ficar a perceber com quem tem o Governo andado a negociar e quais são os termos deste negócio, em que uma malfadada empresa escolhida por concurso público

contramãoISABEL CASTROisabelcorreiadecastro@gmail.com

Não te digoQuem lá esteve, ficou a saber apenas que, para a semana, acaba-se com o segredo. Não, espere, caro leitor – afinal, pode ser só daqui a duas semanas. O Governo considera que se o nome for revelado antes de concluído o processo de negociação, pode sair prejudicado. São as regras da transparência governativa

é substituída, depois de falida e falecida, por outra encontrada através de um ajuste directo.

Acontece que os jornalistas foram ao engano. Sobre a nova concessionária pouco ou nada se disse: quem lá esteve ouviu um longo discurso sobre o novo esquema de tarifas a ser imposto à futura e misteriosa operadora, pormenores técnicos que, em termos gerais, já tinham sido explicados na Assembleia Legislativa. Em suma: nada de novo.

Acontece também que, ao contrário do que alguns elementos desta Administração continuam a julgar, os jornalistas não ser-vem apenas para segurar microfones, ligar microfones e desligar microfones. Servem também para – imagine-se – fazer pergun-tas. É um hábito irritante, mas acontece assim. E acontecendo assim, fizeram-se perguntas.

Das perguntas saíram, a ferros, res-postas pouco claras. Ainda assim, quem lá esteve ficou a saber que isto de vir com manias internacionais trabalhar com gente de Macau não funciona – afinal, foi esse o grande problema da Reolian, pelo que deu a entender o director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego. Sobre a sucessora da falida operadora, quem lá esteve ficou

a saber que menos de cinco empresas se mostraram interessadas (louvo o rigor matemático) e que estão excluídas as duas empresas de autocarros que andam nas ruas de Macau (isto porque têm de ser três as concessionárias), mas não ficou a saber se a misteriosa interessada em suceder à Reolian

tem alguma ligação, directa ou indirecta, à Transmac ou à TCM. De igual modo, quem lá esteve não ficou a saber se o mistério vai ser deslindado antes ou depois de assinado o contrato. Quem lá esteve, ficou a saber apenas que, para a semana, acaba-se com o segredo. Não, espere, caro leitor – afi-nal, pode ser só daqui a duas semanas. O Governo considera que se o nome for revelado antes de concluído o processo de negociação, pode sair prejudicado. São as regras da transparência governativa.

Já se disse tudo sobre o que significou a saída à rua de 20 mil pessoas contra o regime de garantias para os titulares dos principais cargos. Do tudo que se disse, escrito e espe-culado, ficam algumas certezas: quando quer, a população mexe-se; quando a população se mexe, o Governo tem dificuldade em gerir a contestação e acaba inevitavelmente por ceder; a população de Macau está hoje muito mais atenta ao que se passa na cidade do que estava quando Chui Sai On foi eleito Chefe do Executivo.

Por termos uma população hoje mais atenta – e mais reivindicativa – espanta-me que o Governo não leia os sinais, que conti-nue com esta forma estranha de comunicar, que faça só por fazer, para muitas vezes ter de desfazer. Quando não se tem nada para dizer, não se começa uma conversa. A não ser que seja sobre o tempo, o calor e a humidade. Mas para isso os jornalistas que fiquem nas redacções, onde há sempre qualquer coisa para fazer.

E também por termos hoje uma popula-ção mais atenta – e mais exigente – espanta--me que se continue a considerar que os assuntos da governação só à governação dizem respeito, como se as pessoas não tivessem o direito a saber, a perguntar, a terem dúvidas. Como se no Governo não estivessem pessoas, mas sim seres superiores.

Ao contrário do que alguns elementos desta Administração continuam a pensar, os jornalistas não fazem perguntas por mera curiosidade, não fazem perguntas por serem mauzinhos. Os jornalistas não são um bando de gente sem formação, um conjunto de maltrapilhos malcheirosos de microfone em punho e câmara ao ombro a correr atrás de gente importante. Os jornalistas fazem – ou devem fazer – as perguntas que as pessoas que não são jornalistas querem fazer.

Nem 20 mil pessoas na rua bastaram para que alguns sectores da Administração percebam que não vale a pena tentar tapar o sol com a peneira. Nem 20 mil pessoas na rua bastaram para que alguns sectores da Administração – a começar por quem manda – percebam que assim não se vai lá.

Isto assim cansa. Começa a faltar a paci-ência para jogos de bastidores e informações debaixo dos tapetes dos palácios. É destas coisas que se constrói o cansaço. É assim que começa o cansaço colectivo. É assim que se destrói o que, tantos anos depois, ainda não se conseguiu fazer.

OPINIÃO

RÁDI

O M

ACAU

19 opiniãohoje macau sexta-feira 6.6.2014

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Redacção Joana Freitas (Coordenadora); Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; José C. Mendes; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

Governo da RAEM em crise política por culpa própria

2 0000 pessoas protestaram nas ruas sob um calor tórrido e outras 7000 juntaram-se no relvado em frente à Assembleia Legislativa, com um único ob-jectivo: exigir que o governo retirasse a proposta de Lei do regime de garantias. Embora a Assembleia Legislativa tenha agido de acordo com o pedido

de Chui Sai On e aprovado por unanimidade a retirada da votação, o problema não está ainda resolvido. O presidente da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng, disse à imprensa que a revisão da proposta de Lei significava a sua retirada. Na realidade, existe uma di-ferença entre as duas actuações. A proposta avançada pelo governo está completamente fora da realidade. Numa edição do jornal Mingpao de Hong Kong, apareceu uma tabela com o que o Chefe do Executivo e os funcionários superiores teriam a receber no fim dos seus mandatos e onde se mos-trava os funcionários superiores e o Chefe do Executivo de Hong Kong não tinham compensações do género. Na realidade, a formulação desta proposta sem consulta pública, reflecte apenas o desejo do Chefe do Executivo. Esta postura do governo não convence; o timing e a base legal não são aceitáveis. A única vantagem do governo da RAEM foi ter um número suficiente de deputados a votar a favor da proposta e ter mobilizado organizações com interesses a defender para apoiar a proposta. Mas como a consciência da população tem vindo a au-mentar, ajudada pelos avanços das bases de comunicação das novas tecnologias, a atitude do governo não teve resultados. Nos últimos anos a população aprendeu algumas lições com o acréscimo de “2 + 2 deputados” e os “100 membros do Conselho Eleitoral para o Chefe do Executivo”, bem como com os resultados das eleições para a Assembleia Legislativa, 2013. A população já não fica calada nem esconde as suas ideias. Aprendeu a confiar nas suas ideias e a decidir por si. E ao permitir que uma associação se mani-festasse no mesmo local em que outros com ideias contrárias protestavam, o governo só veio agravar a situação, fazendo com que as pessoas digão “NÃO” de forma activa.

O governo nunca esperou uma mani-festação de 20 mil pessoas. Nem sequer os organizadores do protesto. “A consciência

cívica dos manifestantes foi surpreendente para todos. A ver vamos como é que o go-verno vai lidar com a crise por ele instalada. No seguimento do pedido dos manifestantes para retirar a proposta de lei, o governo convocou uma reunião de emergência do Conselho Executivo. Três deputados que fazem parte do Conselho Executivo disse-

ram abertamente que fariam tudo para que a lei fosse revista para acalmar os ânimos. Mas, em menos de 24 horas, Chui Sai On reuniu-se com o presidente da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng, e propôs o adia-mento da discussão da lei nessa tarde no na AL, tendo esta discussão ficado agendada para mais tarde. O governo aparenta in-

competência em lidar com a crise, ao não ter uma abordagem definida, mudando de planos e não retirando a proposta de lei. De certa forma, foi o governo que impul-sionou as 7000 pessoas que se deslocaram à Assembleia Legislativa para expressar a sua insatisfação. Os três deputados que propuseram a reavaliação dos pormenores da lei acabaram por cumprir uma missão ingrata. A discussão da proposta acabou por cair enquanto se mostrou que o governo não confia na 2.ª Comissão Permanente.

*Ex-deputado e membroda Associação Novo Macau Democrático

um gr i to no desertoPAUL CHAN WAI CHI*

Não faltam talentos no governo, faltam é talentos que queiram assumir as suas responsabilidades

O projecto de lei só pode ser emendado ou retirado pelos seus proponentes. A Assem-bleia Legislativa tem um papel passivo. Em plena crise, o governo não tomou medidas para remediar a situação e fugiu de forma irresponsável aos seus deveres para com a Assembleia Legislativa. Culpar o Secretário da Administração e Justiça pela redacção do projecto é outro acto irresponsável. O Secretário da Administração e Justiça supervisiona a formulação de projectos de lei, mas estes têm sempre de ser discutidos e analisados pelo Conselho Executivo, antes de serem assinados e aprovados pelo Chefe do Executivo e finalmente serem apresenta-dos à Assembleia Legislativa. O Chefe do Executivo e o Conselho Executivo não são responsáveis pelas suas decisões?

Muitos são os que facilmente perdem racionalidade face ao dinheiro e ao poder, enquanto outros fogem às responsabilidades e evitam as consequências. O governo está a passar por uma crise política criada por si próprio. E por enquanto, a única saída é tomar a iniciativa de retirar o projecto de lei e deixar que o próximo governo lide o assunto, através de uma consulta pública, e não só.

Não faltam talentos no governo, faltam é talentos que queiram assumir as suas res-ponsabilidades.

hoje macau sexta-feira 6.6.2014

cartoonpor Stephff

OBAMA NA POLÓNIA

Nem Ronaldo, nem Pepe, nem Meireles O avançado Cristiano Ronaldo, o defesa Pepe e médio Raul Meireles vão falhar o jogo particular com o México na sexta-feira, no estádio Gillette, em Boston. A federação revelou que os três jogadores vão falhar o penúltimo jogo de preparação antes do início do Mundial 2014. O departamento médico considerou os três jogadores «inaptos» e por isso o trio vai continuar com o trabalho específico no hotel e exercícios de inserção desportiva no campo. Cristiano Ronaldo é o caso mais grave dos três, com dores musculares na coxa esquerda e uma tendinose rotuliana. Além do México, Portugal defronta nos Estados Unidos a República da Irlanda, a 10 de Junho, em New Jersey, cidade onde está instalado.

Papa denuncia novas formas de escravaturaO papa Francisco denunciou ontem as novas formas de escravidão de que os ciganos são vítimas e exigiu a elaboração de novas políticas comuns das instituições civis e religiosas em todo o mundo. O santo padre falava na abertura de um encontro no Vaticano sobre a «igreja e os ciganos», intitulado «Anunciar o Evangelho nas periferias». «As pessoas menos protegidas são as que caem na armadilha da exploração, da mendicância forçada e de várias formas de abuso. Os ciganos são, entre estas, os mais vulneráveis», reiterou o papa argentino, que denuncia constantemente a exploração e o tráfico de seres humanos. «É necessário, agora mais do que nunca, a elaboração de novas políticas no âmbito civil, social e cultural, assim como na estratégia pastoral da igreja para enfrentar os desafios provenientes das novas formas de perseguição, opressão e inclusivamente de escravidão» em relação aos ciganos em todo o mundo, disse.

China Doze condenações à morte por terrorismo Doze pessoas foram condenadas à morte por actividades terroristas na remota e conturbada região de Xinjiang, província chinesa de maioria muçulmana, no noroeste do país, anunciou ontem a imprensa oficial chinesa.As condenações, três das quais com pena suspensa por dois anos, o que habitualmente é comutado em prisão perpétua, foram proferidas após uma serie de julgamentos em seis tribunais daquela região, nomeadamente em Urumqi, a capital de Xinjiang, situada a mais de dois mil quilómetros de Pequim.No conjunto, foram julgadas 81 pessoas, acusadas em 21 processos de “promoção, direcção ou participação em organizações terroristas”, homicídio premeditado e fogo posto, segundo a Televisão Central da China.

Obama diz ser difícil imaginar UE sem Reino UnidoO Presidente norte-americano, Barack Obama, disse ontem, em Bruxelas, que lhe custa imaginar o projecto europeu a correr bem sem o Reino Unido, da mesma forma que não imagina Londres beneficiar com uma exclusão do projecto europeu. Questionado, na conferência de imprensa no final da cimeira do G7, celebrada entre quarta-feira e ontem, em Bruxelas, sobre a eventualidade de os britânicos decidirem, em referendo, sair da União Europeia -- cenário que o primeiro-ministro britânico, David Cameron, voltou a dizer ser mais provável caso não haja uma reforma das instituições comunitárias -, Barack Obama lembrou o contributo do Reino Unido para a Europa actual. Apontando que foi, em boa parte, graças à reacção do Reino Unido, na II Guerra Mundial, que é possível a celebração da reunião do G7 hoje em Bruxelas, no coração de uma «Europa unificada e próspera», o Presidente dos Estados Unidos disse que é difícil conceber o projecto europeu sem os britânicos, mas também o Reino Unido fora desse projecto.

TAILÂNDIA JUNTA LANÇA CAMPANHA PARA CONQUISTAR POPULAÇÃO

Felicidade para todosM ILITARES a cantar

êxitos da música “rock” norte-ame-ricana, fotografias

com modelos fardadas e cortes de cabelo gratuitos são algumas das iniciativas da junta militar no poder na Tailândia para conquis-tar o apoio da população.

O “Monumento para a Vi-tória”, lugar emblemático dos movimentos sociais tailandeses durante os últimos anos, foi invadido na quarta-feira pelas bandeiras de centenas de parti-dários do golpe de Estado militar de 26 de Maio.

A iniciativa faz parte da campanha “Levar a felicidade à população”, para melhorar a imagem dos militares e contra-riar as críticas ao golpe.

O exército organizou tam-bém actividades paralelas como um posto de exames médicos,

DE acordo com a fonte, o Ministério Público esclarece que “procede a investigações

relacionadas” com eventuais “suspeitas de cor-rupção na atribuição de vistos gold”, mas que, de momento, “não existem arguidos constituídos”.

O jornal Correio da Manhã e a revista Sába-do noticiaram ontem a existência de “suspeitas de luvas nos vistos de Portas” e “suspeitas de corrupção em dois ministérios”.

Revela a revista que estão também a ser investigados outros altos quadros dos minis-térios da Justiça, da Administração Interna, do SEF, elementos do Serviço de Informação de Segurança (SIS) e várias empresas imobiliárias.

De acordo com a revista Sábado, o Departamen-to Central Investigação e Acção Penal e a Unidade Nacional de Combate à Corrupção estão a inves-tigar António Figueiredo, presidente do Instituto dos Registos, no âmbito de um inquérito sobre a atribuição dos chamados vistos gold a cidadãos estrangeiros que, por exemplo, comprem imóveis em Portugal por mais 500 mil euros.

Ainda segundo a revista, a investigação está envolta em polémica interna, uma vez que alguns dos alvos do inquérito terão descoberto já este ano que estavam a ser investigados. Por causa disso, revela a Sábado, a procuradora Susana Figueiredo terá mandado in-vestigar esta alegada quebra de confidencialidade.

uma cantina militar gratuita ou espectáculos da segunda divisão de cavalaria. Fontes das auto-ridades municipais garantiram que os eventos vão continuar nos próximos meses.

As províncias do norte e nor-deste do país, bastiões do movi-mento dos “camisas vermelhas” apoiantes do governo deposto, são um dos principais objectivos da estratégia de propaganda.

A campanha de relações públicas é uma iniciativa do chefe da junta militar, general Prayuth Chan-Ocha, que criou um comando de operações de in-formações, cujas tarefas incluem a organização de eventos, serviços à comunidade e conferências de imprensa.

O programa inclui uma fase de três meses de reconciliação e um período de reformas, que se prolongará pelo menos até 2016,

depois do qual os militares anun-ciarão a realização de eleições.

Desde 22 de Maio, a junta militar dissolveu o governo e o senado, suspendeu a Constitui-ção, à excepção das disposições relativas à monarquia, impôs o recolher obrigatório e censurou os meios de comunicação.

A Tailândia vive uma grave cri-se política desde o golpe de estado de 2006 contra o antigo primeiro--ministro Thaksin Shinawatra, que vive exilado no Dubai para evitar uma condenação à revelia de dois anos de prisão por corrupção.

Thaksin ou aliados ganharam todas as eleições na Tailândia nos últimos 13 anos, incluindo a vitória eleitoral em 2011 da irmã, Yingluck, destituída em Maio pelo Tribunal Constitucional.

Ao todo, a Tailândia registou 12 golpes militares desde o fim da monarquia absoluta em 1932.

Suspeitas de corrupção em vistos gold na mira do MP