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CHINA GREENPEACE LANÇA ALERTA RESÍDUOS DE PESTICIDAS ENCONTRADOS EM AMOSTRAS DE ERVAS MEDICINAIS PÁGINA 9 • TORNEIO 30 ANOS APM Competição termina com Macau a golear Taiwan por 15-2 PÁGINA 16 • ARQUITECTURA Prémio Aga Khan premeia questões sociais CENTRAIS Trata-se de um problema que atinge centenas de mulhe- res em Macau. Desde o início do ano que já se somam dezenas mas, mesmo assim, ainda existem candidatos à Assembleia Legislativa que não têm qualqualquer opi- nião sobre assunto. Seja como for, as notícias começam a ficar animadoras. 65% dos candidatos a deputados responderam afirmativamente à criminalização pública da violência doméstica, num desafio lançado por Cecilia Ho. Os indirectos não responderam. PÁGINA 6 PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 PUB Ter para ler DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 9 DE SETEMBRO DE 2013 • ANO XIII • Nº 2932 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Mais de metade das listas candidatas pela via directa à AL apoia criminalização Pelo fim do tempo das cavernas CHINA ENSINO DO PORTUGUÊS MILHÕES DE LICENCIADOS COM EMPREGO CERTO PÁGINA 8 AGNES LAM PROMETE LEVAR À AL REVISÃO DA LEI ORÇAMENTAL VEÍCULOS DE PROPAGANDA REPRESENTAM O GROSSO DAS QUEIXAS NA CAEAL PÁGINAS 2 A 5

Hoje Macau 9 SET 2013 #2932

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Edição do jornal Hoje Macau N.º2932`de 9 de Setembro de 2013.

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Page 1: Hoje Macau 9 SET 2013 #2932

• CHINA GREENPEACE LANÇA ALERTA

RESÍDUOS DE PESTICIDAS ENCONTRADOS EM AMOSTRAS DE ERVAS MEDICINAIS

PÁGINA 9

• TORNEIO 30 ANOS APM

Competição termina com Macau a golear Taiwan por 15-2

PÁGINA 16

• ARQUITECTURA

Prémio Aga Khan premeia questões sociais

CENTRAIS

Trata-se de um problema que atinge centenas de mulhe-res em Macau. Desde o início do ano que já se somam dezenas mas, mesmo assim, ainda existem candidatos à Assembleia Legislativa que não têm qualqualquer opi-nião sobre assunto. Seja como for, as notícias começam a ficar animadoras. 65% dos candidatos a deputados responderam afirmativamente à criminalização pública da violência doméstica, num desafio lançado por Cecilia Ho. Os indirectos não responderam. PÁGINA 6

PUB

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10

PUB

Ter para lerDIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 9 DE SETEMBRO DE 2013 • ANO XI I I • Nº 2932

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Mais de metade das listascandidatas pela via directa à AL apoia criminalização

Pelo fim do tempodas cavernas

• CHINA ENSINO DO PORTUGUÊS

MILHÕES DE LICENCIADOS COM EMPREGO CERTO

PÁGINA 8

AGNES LAM PROMETE LEVAR À AL REVISÃODA LEI ORÇAMENTAL

VEÍCULOS DE PROPAGANDA REPRESENTAM O GROSSO DAS QUEIXAS NA CAEAL

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rectamente, através de quaisquer meios de publicidade comercial em órgãos de comunicação social ou fora deles”.

Por outro lado, tal como vincou anteriormente a CAEAL por meio de comunicado, a propaganda em carros e autocarros não é permi-tida. “Esta comissão não permite qualquer tipo de divulgação de natureza comercial. Os autocarros e táxis já sabem que não devem fazer propaganda. Em relação aos autocarros públicos, o Governo adjudicou este serviço, logo, existem regulamentos próprios que não lhes permitem [fazer publicidade eleitoral]. Os táxis também estão a exercer as suas actividades com licenças emitidas pelo Governo e têm de seguir os respectivos regulamentos para o exercício da actividade, de manei-ra que também os táxis não devem divulgar propaganda das listas”, clarifica Ip. Os carros privados, por sua vez, não têm as mesmas restrições. “Quanto aos veículos privados, quando a lei não impe-de qualquer titular pode pôr ele decidir [colocar publicidade].”

no crime de corrupção. “Qualquer acto que seja de corrupção [o autor] terá de assumir [o autor] as suas responsabilidades”, frisa. “Às vezes um jantar pode ser uma cultura e tradição de Macau, é difícil de então dizermos o que é tradição e infracção. Desde que possamos comprovar que alguém esteja a influenciar a vontade de voto de alguém através de oferta de vantagens é corrupção.”

Quem pode incorrer ainda numa pena são os responsáveis de estabelecimentos de educação. Ip Son Sang explica que, embora seja permitida a distribuição de panfletos nas escolas, deve haver um “tratamento justo”, por isso, se abre portas à propaganda de uma lista tem forçosamente de aceitar as restantes. “Qualquer pessoa [res-ponsável de um estabelecimento de ensino] que infringe este princípio tem que assumir uma responsabi-lidade penal”, afirmou.

IP SON SANG RESPONDEA JASON CHAOAo contrário do que Jason Chao, número um da Liberais da Novo Macau, diz ter acontecido à questão dirigida ao presidente da CAEAL sobre se é permitida a publicidade de listas na internet, por exemplo, no Google e no Facebook, que não foi respondida, Ip Son Sang aos jornalistas foi bastante claro na sexta-feira passada. “Desde que a divulgação seja feita de acordo com a lei, qualquer forma é permitida. Só que, nos dias 14 e 15 não po-dem fazer propaganda, seja de que maneira for”, disse, acrescentando que a comissão eleitoral irá emitir “instruções para o uso da internet no acto de campanha”.

Esta estrutura virtual não entra assim nas restrições que a lei eleitoral faz relativamente “a propaganda feita, directa ou indi-

2

O presidente da Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa, Ip Son Sang, avança que “mais de me-tade das listas são suspeitas de terem colocado ou distribuído panfletos nos espaços públicos que a lei não permite”

O ESSENCIAL

hoje macau segunda-feira 9.9.2013ELEIÇÕES2013

RITA MARQUES [email protected]

Q UASE uma centena de queixas chegaram até agora à Comissão para os Assuntos Elei-

torais da Assembleia Legislativa (CAEAL), no entanto, Ip Son Sang adianta que três casos já foram “encaminhados” mas não escru-tina para que órgãos judiciais ou de investigação, nomeadamente, Ministério Público (MP) e Co-missariado Contra a Corrupção (CCAC).

Foram ao certo 92 reclamações, sendo que 28% das mesmas (26 queixas) estão relacionadas com o ruído provocado por veículos de campanha eleitoral contratados pelas listas de candidatura. O pre-sidente da CAEAL diz, por isso, que vão ser emitidos alertas para que as listas “respeitem o horário permitido para actividades relacio-nadas com a campanha”. Segundo a lei eleitoral, não são permitidas acções de campanha entre as 2 e as 7h30, sendo que a partir das 23 e até às 9h está interdito o uso de altifalantes ou outros equipamen-tos sonoros.

Sobre as restantes queixas mantém-se desconhecida a razão que sustenta a sua apresentação, se estará relacionada com compra de votos e quantas têm por base a van-dalização de cartazes ou colocação dos mesmos em sítio impróprio. Uma coisa é certa: não há (ainda) queixas sobre chamadas a ameaçar

Foram entregues 92 queixas à CAEAL, 28 por cento das quais relacionadas com o ruído provocado pelos veículos de propaganda eleitoral. Três foram “encaminhadas”, embora Ip Son Sang não adiante se para o CCAC ou MP

NULOS POPULAÇÃO MAIS CONSCIENCIALIZADAIp Son Sang mostra que a eleições legislativas de 2009 serviram de exemplo para que não se voltem a repetir votos inválidos por falta de formação do eleitor. ”Como podemos controlar ou reduzir o número de votos nulos? Para já, frisamos que iremos evitar a repetição do caso. Perceber se é um voto nulo ou não, é uma questão jurídica. Agora o porquê de ter surgido um voto nulo é um facto que esta comissão chamou a atenção do público sobre o que é um voto com efeito. Temos também em simulação o preenchimento de boletins de voto para que a população saiba como deve votar”, salienta o presidente da CAEAL.

CAEAL RECEBEU 92 QUEIXAS E TRÊS FORAM ENCAMINHADAS PARA OS ÓRGÃOS COMPETENTES

Veículos de propaganda na mira da população

os candidatos, ainda que alguns se tenham dito publicamente alvo das mesmas.

Mas Ip Son Sang explica que “de acordo com as informações prestadas pelas autoridades po-liciais, mais de metade das listas são suspeitas de terem colocado ou distribuído panfletos nos espaços públicos que a lei não permite”, salienta, invocando que tal acto pode estar sujeito

a uma sentença por “crime de desobediência”.

Sobre os jantares e oferendas concedidos pelas listas, que possa eventualmente implicar a compra do eleitorado, Ip Son Sang diz não ter nenhum caso desses em mãos que, salvaguarda, é difícil de averiguar. Mas deixa claro que se houver provas de compra de votos põe-se em marcha um processo judicial, com fundamento

DIFAMAÇÕES CONTRAKWAN SÓ O TUI DIRÁA CAEAL alertou a lista 17, Aliança para a Democracia, encabeçada por Lei Man Chao, sobre o possível abuso de expressões no âmbito da campanha eleitoral contra Kwan Tsui Hang e a Federação dos Operários de Macau (FAOM), que lidera, poderem violar o direito penal. Ainda assim não assume que haja, de facto, calúnias que dêem direito a crime até porque só quem pode decidir é o Tribunal de Última Instância, para onde são dirigidos estes casos. Cabe agora à FAOM apresentar a sua queixa. “Pode pedir ao Ministério Público (MP) ou, mediante a lista lesada, pedir ao seu mandatário para suspender à lista em causa o seu tempo de antena”, explica Ip Son Sang, sobre os passos que Kwan, enquanto candidata, deve ponderar. Para já, o presidente da CAEAL não adianta se o caso foi já entregue ao MP.

BRAILLENOS BOLETINS“TALVEZ” SÓ NO “FUTURO”Não é desta que os invisuais vão poder votar autonomamente. Apesar de as queixas das associações afectas já terem sido, por diversas vezes, tornadas públicas, a CAEAL decidiu também desta vez fechar os olhos. “[Nesta altura] os boletins de voto já estão feitos, tal como prevê a lei [eleitoral], agora se nas próximas eleições da Assembleia Legislativa devemos ou não ponderar o aperfeiçoamento para facilitar outras pessoas? Vamos talvez ponderar no futuro”, diz Ip Son Sang, em resposta à comunicação social. Sobre os incapacitados fisicamente e as suas queixas no acesso às assembleias de votos, o presidente da CAEAL diz que os seus direitos e bem-estar salvaguardados. “Acreditamos que qualquer pessoa não vai sentir dificuldade para entrar nos locais para a votação. Esta comissão vai também colaborar com outras autoridades, dispondo de recursos humanos suficientes para prestar apoio às tais pessoas portadoras de deficiência.”

Ip Son Sang

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3 eleiçõeshoje macau segunda-feira 9.9.2013

RITA MARQUES [email protected]

N O sétimo dia de campa-nha eleitoral, na passada sexta-feira, o percurso matinal escolhido pela

lista Observatório Cívico não foi acidental. Os objectivos, aliás, eram bem claros. Agnes Lam, a número um desta lista sete, escolheu os alvos certos para expor as suas lutas e os objectivos que a fazem almejar um lugar na Assembleia Legislativa.

O dia começou às 8h30 da manhã à frente no Edifício da Administra-ção, onde estão situados os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), as palavras de ordem foram: “reforma”, “responsabilização” e “rotatividade”. “Queremos uma reforma da Administração Pública mais eficiente, uma das coisas que precisa de ser criado é o mecanismo de responsabilização para os titula-res de altos cargos e, desta vez, no nosso programa político defendemos que é preciso haver rotatividade dos responsáveis máximos das direcções dos Governo”, explica a ex-jornalista, ao Hoje Macau, sobre uma adenda àqueles que eram os seus compromissos em 2009, na primeira vez que se candidatou às eleições legislativas.

Rui Leão, número três e porta--voz da lista para a comunidade portuguesa, complementa frisando que “há uma grande perda de recursos e de capacidade dentro da própria Administração porque não há um regime do pessoal administrativo que permite que essas mais-valias venham ao de cima”. “E o carrei-rismo que se tem vindo a observar promove a baixa competência e não um sistema de meritocracia”, exalta.

Agnes Lam, volta, para defen-der ainda “um sistema de justiça na progressão da carreira dos fun-cionários públicos”.

Meia hora depois, a sede da Direcção de Serviços de Regulação e das Telecomunicações serviu de novo alvo de campanha. “O Governo tem de abrir o mercado televisivo e de Internet. Um sistema integrado para a televisão, Inter-net, telecomunicações se for bem planeado não trará os problemas que tivemos este ano”, defende a candidata, ao mesmo tempo que crítica o “estranho” acordo feito entre TV Cabo e anteneiros.

Uns passos mais à frente foi a vez de lançar reprimendas à inacção dos Serviços de Finanças. A Observatório Cívico, diz, vai exigir mudanças. “Pedimos que seja revista a lei de enquadramento orçamental que data dos anos 80 e está ultrapassada. E não deixa que haja espaço para a Assembleia Legislativa fazer o seu trabalho de monitorização”, indica Lam.

DIÁLOGO COM O GOVERNOCENTRAL SOBRE TURISMONo Leal Senado, a mensagem dirigia-se, por um lado, à Comis-

Queremos uma reforma da Administração Pública mais eficiente, uma das coisas que precisa de ser criado é o mecanismo de responsabilização para os titulares de altos cargos e, desta vez, no nosso programa político defendemos que é preciso haver rotatividade dos responsáveis máximos das direcções dos GovernoAGNES LAM candidata pelo Observatório Cívico

Rever o sistema de chefia, criar um regime de rotatividade e a responsabilização dos titulares de altos cargos são medidas que Agnes Lam quer implementar, por isso, se for eleita, promete a partir de Outubro apresentar projectos-lei. A revisão da lei orçamental será uma das primeiras propostas

SE FOR ELEITA, AGNES LAM VAI APRESENTAR DIPLOMAS ATÉ DEZEMBRO,ENTRE OS QUAIS, A REVISÃO À LEI DE ENQUADRAMENTO ORÇAMENTAL

“Queremos apresentarprojectos-lei ainda este ano”

AGNES LAM PODE RECORRER À JUSTIÇAA professora de comunicação da UMAC, e também candidata pelo Observatório Cívico, diz-se injuriada por um grupo anónimo que a acusa de ter tirado proveito de estudos sobre a condição da mulher, adjudicados com montantes redondos, à instituição académica que pôs Agnes Lam, à data também membro da Comissão dos Assuntos das Mulheres, a conduzi-los. A candidata diz que não passam de calúnias e pondera recorrer à justiça após as eleições para provar a sua inocência, defendendo que houve transparência nos trabalhos de investigação encomendados à universidade.

são para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa e, por outro, aos Serviços de Turismo. “Criticamos a decisão de não se fazer campanha ou a impossibi-lidade de se colocar propaganda

eleitoral nesta zona. Não podemos desistir de um lugar, símbolo de democracia, por causa dos turistas. E pedimos, ao mesmo tempo, que o Governo dê atenção à capacidade do território, e que siga o caminho de reformar a política de turismo. O Governo deve fazer uma estimativa da capacidade e deve considerar um diálogo com o Governo Cen-tral para saber se devemos receber assim tantos turistas”, resume a cabeça de lista.

Na sede do Governo, o pedido era simples: “Queremos o sufrá-gio universal para o Chefe do Executivo em 2019”. E, depois dos candidatos e apoiantes da lista sete circundarem os lagos, a meta foi cortada no escritório dos deputados - a Assembleia Legislativa. Aqui, novamente, impera a palavra pelo sufrágio universal directo. “Tem de fun-cionar plenamente e muitos dos lugares devem ser votados pelo público e também esperamos que o poder monetário seja maior”, disse Agnes Lam, sem hesitação.

E se for eleita, quando se sentar no hemiciclo o que fará primeiro?

“Tratar da revisão da lei do orça-mento e lutar por uma monitoriza-ção da construção pública.” Uma promessa fica feita: “Queremos apresentar projectos-lei ainda este ano”, avança.

CERTIFICAÇÃOPROFISSIONAL É IMPOSIÇÃORui Leão vem ainda em defesa da tão antecipada certificação profissional, algo que vê como prioritário e fundamental. “É uma coisa que está na gaveta desde a passagem de soberania e que nós arquitectos temos batalhado para que seja implementado, tal como

para outras classes, como médicos, engenheiros, contabilistas e por aí fora. A acreditação é muito impor-tante. Não faz com que as classes assumam autoridade a nível da sua gestão, ética profissional, código deontológico, não há ninguém que o pode assumir. E a actividade profissional não pode progredir porque ninguém tem esse papel”, salientou o arquitecto.

A professora de comunicação da Universidade de Macau dis-se ainda estar confiante na sua eleição focando, para isso, toda a sua energia nos próximos dias de campanha.

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CANDIDATO TODO-O-TERRENO

4 eleições hoje macau segunda-feira 9.9.2013

CECÍLIA L [email protected]

A Associação de Promoção dos Direitos dos Ci-dadãos, lista en-

cabeçada por Hong Weng Kuan, vai contar com votos do sector jurídico, político e dos residentes de Fujian. Quem o diz é o próprio cabe-ça de lista, que é da província de Fujian e se estreia agora como candidato a deputado.

Hong Weng Kuan é ad-vogado, enquanto o número dois da lista é funcionário público e o três, polícia refor-mado. “Esforçamo-nos para que as eleições sejam profis-

O número um da Associação para Promoção da Demo-cracia, Liberdade, Direi-

tos Humanos e Estado de Direito de Macau, Cheong Weng Fa, acredita que vai conseguir obter entre um a dois assentos na Assembleia Legislativa (AL). “Quando saio para fazer campanha, sinto que muitos residentes me apoiam. Também tenho muitos membros da associação [de Mútuo Auxílio dos Operários de Macau] e, por isso, acho que conseguirei ga-

Au Kam San querLeal Senado de voltaA Associação de Novo Macau Democrática apresentou, ontem, o seu programa político, onde os principais focos de luta incluem melhorar o acompanhamento financeiro e sistema de concessão de terras, bem como a criação de um bom planeamento urbano e cortes nos financiamentos da Fundação Macau. Além disso, o deputado Au Kam San, cabeça de lista, apela ao fim do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), voltando a existir o Leal Senado. Durante a Administração Portuguesa, Macau tinha um senado fora da Assembleia Legislativa (AL) onde os intervenientes desse senado eram todos eleitos directamente pelos cidadãos. Na verdade, o trabalho de quem fazia parte do Leal Senado era o de tratar os assuntos sociais dos cidadãos. “Penso que com o fim do IACM e a recuperação do Leal Senado, a cidade pode aumentar, eficazmente, o trabalho relacionado com os assuntos sociais. Se for reeleito vou lutar pela criação de um senado.” “O nosso objectivo é o de ganhar dois assentos na AL”, afirmou, ainda, o deputado.

Chan Meng Kam não faz por menos. O candidato da lista 13 – Associação dos Cidadãos Unidos de Macau – aposta num jipe todo-o-terreno e com faróis bem grandes para iluminar o caminho.

LISTA LIDERADA POR ADVOGADO HONG WENG KUAN ESTREIA-SE

Contar com Fujian e sector jurídico

CHEONG WENG FA ACREDITA QUE CONSEGUE CINCO MIL VOTOS

Um a dois cargos, sem problema

sionais, independentes, lim-pas e justas, a fim de mudar a injustiça na sociedade, bem como mudar a sociedade e o futuro. Não vamos violar as regras de campanha e va-mos ser discretos, apesar de querermos lutar pelo apoio dos cidadãos. Ou seja, não vamos fazer muita campanha porque servir o público não é só alguns dias, tem que ser sempre”, disse Hong Weng Kuan.

O candidato afirma que já serve a sociedade há dez anos e garante que, depois das eleições, também vai continuar a fazê-lo. O di-nheiro é um dos problemas da lista. “Temos menos de

300 mil patacas para campa-nha, o dinheiro é, principal-mente, para festas à noite e para alugar os equipamentos de áudio.”

PROGRAMANo programa político, o principal desejo da lista é “melhorar as políticas” e alterar o Estatuto das Forças de Segurança de Macau. “Quando um polícia traba-lhar dez anos, deve poder obter mais dois anos de experiência e quando for reformado, deve poder ter uma pensão não inferior a um terço do seu último salário. Também queremos uma reserva de terrenos para

construir residências para os polícias.”

Hong Weng Kuan quer ainda mudanças no que diz respeito ao prazo de instru-ção criminal, já que diz que os alegados suspeitos sofrem muito, ao ficarem muito tempo sem se determinar se são ou não arguidos. “É necessário aumentar a eficá-cia do processo jurídico. O Governo também tem que responder às necessidades a longo prazo do sector jurídi-co, como a construção de um edifício independente para os tribunais e a alteração do sistema de remuneração para os funcionários judiciais.”

O candidato pretende que a actualização do salário dos juízes, por exemplo, esteja ligado à remuneração recebida pelo Chefe do Exe-cutivo, de forma a “existir um equilíbrio entre a grande quantidade do trabalho dos juízes e o salário”.

nhar esses lugares na AL. Não há problema.”

No que diz respeito ao pro-grama político, Cheong Weng Fa diz que um dos objectivos principais é acelerar a construção de habitação pública, emitir che-ques todos os anos e aumentar o

salário mínimo pelo menos para as 30 patacas por hora. Segundo o Jornal do Cidadão, Cheong Weng Fa referiu que o seu orçamento de campanha é de menos de 50 mil patacas, contudo o candidato tem confiança de que consegue mais de cinco mil votos.

Mas as coisas não estão fáceis para a lista de Cheong. O candi-dato diz que os cartazes da sua campanha estão a ser destruídos com malícia e que chegou mesmo a receber chamadas de ameaça nos últimos dias. “[Quem me ligou] disse-me que só sonho

em ser deputado e ameaçou matar-me.”

Antes do período de campa-nha, Cheong Weng Fa sempre acusou Kwan Tsui Hang de enganar o público e teve mesmo um conflito com a deputada em frente ao Mercado Vermelho, bem como a instauração de um processo. Além disso, foi ainda o candidato que denunciou a Associação dos Conterrâneos de Jiangmen sobre as ofertas de dinheiro aos idosos. – C.L.

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5 eleiçõeshoje macau segunda-feira 9.9.2013

CECÍLIA L [email protected]

A lista de Mak Soi Kun - União de Macau-Guang-dong - foi critica-

da, na sexta-feira, devido ao dinheiro que Mak Soi Kun doou aos idosos da Asso-ciação de Conterrâneos de Jiangmen em Macau.

Aquando da apresen-tação do seu programa político, o deputado ex-plicou que sempre deu atenção aos idosos e que o que ofereceu através da associação não é dinheiro proveniente de fundos do Governo, mas sim das quo-tas dos membros e doações da sociedade. “Dou 30 mil patacas por ano para a minha quota e também peço doações à sociedade”, começou por dizer. “Não acho anormal que todos os candidatos da lista sejam

O S alunos de Escola Secundária Téc-nico-Profissional

da Associação Geral dos Operários de Macau, que está sob a égide da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), vão ser parte de uma sondagem.

Um convite da Associa-ção para o Estudo da Políti-ca Social de Macau insta os estudantes eleitores a fazer um inquérito sobre qual a lista em que vão votar no dia 15 de Setembro. “A ac-tividade ajuda os alunos do últimos dois ano da escola a ter mais oportunidade para Ho Ion Sang

questionado sobre Sin Fong Garden Na sexta-feira, quando o candidato Ho Ion Sang fazia campanha em Mong Há, foi questionado por um proprietário do Edifício Sin Fong Garden, que queria saber quando o caso irá ser resolvido. Recorde-se que o edifício foi evacuado o ano passado, por estar em perigo de derrocada. O proprietário acusou o deputado de falar sem acções, recordando que foi um dos que sempre prometeu soluções. Ho Ion Sang não respondeu, mas acabou a campanha mais cedo do que planeado. Em declarações à TDM , Ho Ion Sang referiu que se as pressões sobre o Sin Fong Garden continuarem, vai fazer queixa à Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa e à PSP. O candidato apelou ainda aos residentes “para serem tolerantes e racionais”.

DINHEIRO DADO A ASSOCIAÇÃO DE JIANGMEN É DAS QUOTAS, DIZ MAK SOI KUN

“Dou 30 mil patacas por ano”

ACTIVISTA LEI K IN ION TAMBÉM ENSINA A VOTAR

FAOM ACEITA CONVITE PARA INQUIRIÇÃO DE ALUNOS ELEITORES

Ensinar ou influenciar?participar nas actividades sociais, ao mesmo tempo que podem ser treinados para votar.”

A percentagem de alu-nos que já têm direito a votar, devido a terem já 18 anos, vão ser orientados por professores da escola para fazerem o inquérito – com duração de três horas –, separados em três grupos diferentes. A Associação obriga, contudo, à autori-zação dos pais.

Recorde-se que, an-teriormente, a FAOM foi alvo de críticas devido à existência de rumores de que os alunos com capaci-dade elegível eram obriga-dos a votar nos candidatos da federação.

Ontem, no Facebook, uma cidadão de nome Sugar Lam publicou a sua própria experiência numa página pública de política, explicando que uma crian-ça de dez anos lhe disse ter sido ensinada na escola que todos os familiares dos alunos têm que votar na lista da FAOM, porque o reitor é candidato. “A es-cola chama-se Escola dos Filhos dos Trabalhadores de Macau”, refere.

Sobre esta nova acti-vidade, contudo, não há, para já, qualquer reclama-ção. - C.L.

A FAOM não vai ser a única a ensinar a votar. Nos folhetos que Lei Kin Ion, da Associação de Activismo para a Democracia, distribui na rua, o candidato propõe-se a ensinar a votar. Mas Lei Kin Ion é bem específico. “Como alguns votos podem ser desperdiçados e alguns grupos podem não ter votos suficientes, para os democratas terem quatro cargos na Assembleia Legislativa, bem como para a nossa lista ter um, os eleitores podem fazer assim: se uma família tiver três a quatro votos, dois a três votos vão para outros grupos democratas. Um deles é para mim. Se tiverem apenas direito a dois votos, um vai para outro grupo democrata e um para a nossa lista.” Devido a esta ser uma prática recorrente, Jason Chao fez ontem um apelo aos eleitores para recusarem a transferência de votos. Nas últimas eleições, diz Andrew Cheong, responsável pela organização da campanha das três listas da Novo Macau, e os Kai Fong (lista da Associação Geral dos Moradores de Macau) terão oferecido quatro mil votos à FAOM, visto que a lista

membros da associação, também não considero que o facto de a associação dar subsídio contra a inflação ou pensões para os idosos tenha ligação com as cam-panhas.”

Mak Soi diz que o dinhei-ro dado - mais de oito mi-lhões de patacas - foi “para cuidar dos idosos”, uma vez que é vice-presidente da associação. “Tenho a consciência tranquila.”

PROGRAMAAo apresentar o seu progra-ma político, Mak Soi Kun disse este é um programa baseado nas opiniões dos cidadãos. O candidato

assegura que ainda tem confiança de obter dois as-sentos na AL. “Tenho entre 70% a 80% de confiança de que vou ganhar dois lu-gares. Vou principalmente

lutar para resolver a ques-tão das dificuldades em obter vaga para consultas medicas, melhorar a rede de transportes, aumentar a quantidade de habita-

ção pública e combater o alto preço da habitação privada.” Além disso, o deputado também promete acelerar a legislação sobre o ambiente, estabelecendo

um sistema de avaliação ambiental com participação dos cidadãos. O deputado, e novamente candidato, diz que também dá atenção ao estabelecimento de um mecanismo de “mediação regulamentar dos assuntos familiares”, bem como a uma legislação para prote-ger as mulheres e os direitos e interesses das crianças. O aumento do investimento em recursos educacionais é outra das promessas, bem como a criação de escolas de formação profissional. No final, reiterou ainda a implementação de um me-canismo de responsabiliza-ção dos cargos principais.

liderada por Kwan Tsui Hang sentia que não ia ter votos suficientes para dois cargos na AL. Mas, a FAOM ganhou dois cargos ficando três mil votos inúteis, enquanto os Kai Fong perderam 1,5 mil votos. Jason Chao, o número um da Liberais da Novo Macau disse ao HM que não vai ensinar os eleitores

como transferir os votos “porque é perigoso e também não temos direito a obrigar os eleitores a votar.” Chao apela também aos eleitores que recusam todos os inquéritos antes das eleições. “Alguns inquéritos podem ser usado para conseguir votos. Os residentes tem direito a recusar-se a fazer.”

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CONTRA• LEE SIO KUAN - Lista 16, Supervisão pela Classe Baixa (directo)

* Em declarações ao HM, Lee Sio Kuan disse não ser contra, apenas não ter

opinião [ver texto]

A FAVOR• JASON CHAO - Lista 2, Liberais da Novo Macau (directo)

• LEE KIN IUN - Lista 3, Associação de Activismo para Democracia (directo)

• AU KAM SAN - Lista 5, Associação Novo Macau Democrático (directo)

• AGNES LAM - Lista 7, Observatório Cívico (directo)

• JOSÉ PEREIRA COUTINHO - Lista 9, Nova Esperança (directo)

• CHEONG WEN FA - Lista 10, Associação para a Promoção da Democracia,

Liberdade, Direitos Humanos e Estado de Direito de Macau (directo)

• PAUL PUN - Lista 11, Associação Esforços Juntos para melhorar a

Comunidade (directo)

• MELINDA CHAN - Lista 12, Aliança Pr’a Mudança (directo)

• CHAN MENG KAM - Lista 13, Associação dos Cidadãos Unidos de Macau

(directo)

• LEONG SEK - Lista 15, Frente do Movimento Operário (directo)

• KOU NGON FON - Lista 18, Acções Inovadoras (directo)

• NG KUOK CHEONG - Lista 19, Associação de Próspero Macau Democrático

(directo)

• KUAN VAI LAM - Lista 20, Cuidados para Macau (directo)

SEM POSIÇÃO • HONG WENG KUAN - Lista 4, Associação de Promoção dos Direitos dos

Cidadãos (directo)

• LEI MAN CHAO - Lista 17, Aliança de Democracia na Sociedade (directo)

NÃO RESPONDE• ANGELA LEONG - Lista 1, Nova União para o Desenvolvimento de Macau

(directo)

• KWAN TSUI HANG - Lista 6, União para o Desenvolvimento (directo)

• MAK SOI KUN - Lista 8, União de Macau-Guangdong (directo)

• HO ION SANG - Lista 14, União Promotora para o Progresso (directo)

*

• HO IAT SENG, KOU HOI IN, CHEANG CHI KEONG, JOSÉ CHUI SAI PENG - União

dos Interesses Empresariais de Macau (indirectos)

• LAM HEONG SANG, LEI CHENG I - Comissão Conjunta da Candidatura das

Associações de Empregados (indirectos)

• CHUI SAI CHEONG, LEONEL ALVES, ALBERTO CHAN - União dos Interesses

Profissionais de Macau (indirectos)

• CHAN HONG - Associação de Promoção do Serviço Social e Educação

(indirecta)

• VITOR CHEUNG LAP KWAN E CHAN CHAK MO - Associação União Cultural e

Desportiva Excelente (indirectos)

CRIMINALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

6 hoje macau segunda-feira 9.9.2013SOCIEDADE

JOANA [email protected]

D AS 20 listas candidatas pela via directa aos lugares de deputados no hemiciclo, 13 (65%)

apoiam a criminalização da vio-lência doméstica. Os resultados foram apresentados pelo Grupo de Cidadãos pela Violência Domésti-ca como Crime Público e também mostram que todos os candidatos a deputados indirectos – e que re-presentam sectores na Assembleia Legislativa (AL) – nem sequer respondem à questão lançada pela organização.

O flagelo da violência domésti-ca já atingiu dezenas de mulheres desde o início do ano, mas, para alguns daqueles que estão na cor-rida para a AL, ainda não houve tempo para pensar no assunto. É o caso de seis listas que se candi-datam pela via directa. De acordo com Cecilia Ho, líder do Grupo de Cidadãos pela Violência Do-méstica como Crime Público, dois candidatos – Hong Weng Kuan, da Associação de Promoção dos Direitos dos Cidadãos, e Lei Man Chao, da Aliança de Democracia na Sociedade – não têm qualquer opinião sobre o assunto.

Outras quatro listas que inte-gram já ex-deputados – como a de Angela Leong, a de Kwan Tsui Hang, a de Mak Soi Kun e a de Ho Ion Sang – não deram sequer qualquer resposta sobre o tema.

Já Lee Sio Kuan, da Lista Supervisão pela Classe Baixa, é o único candidato directo a votar contra a criminalização da vio-

EMPREGADAS DOMÉSTICAS INCLUÍDAS Um dos desejos de Cecilia Ho é a inclusão das empregadas domésticas que trabalham em Macau na protecção contra a violência doméstica. A líder do Grupo de Cidadãos pela Violência Doméstica como Crime Público aponta que, ao viverem e trabalharem no território, a protecção destas mulheres deve estar abrangida por lei, por “ser parte do agregado familiar”. Cecilia Ho diz que estas mulheres podem também ser abusadas, mas a sua inclusão tem também mais uma outra razão: as empregadas domésticas podem servir de testemunhas de actos de violência doméstica dentro de portas.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 65% DAS LISTAS CANDIDATAS PELA VIA DIRECTA APOIAM CRIMINALIZAÇÃO

Indecisões mantêm-seA maioria dos candidatos a deputados directos pede a criminalização da violência doméstica, mas ainda há quem não se tenha decidido. Já no que toca à lista dos indirectos, nenhum se deu ao trabalho de responder ao desafio do Grupo de Cidadãos pela Violência Doméstica como Crime Público

lência doméstica. De acordo com Cecilia Ho, Lee Sio Kuan “respon-deu que se opõe a que a violência doméstica seja considerada crime público”, mas se este voto contra aparece como resultado da sonda-gem levada a cabo pelo grupo, ao HM o candidato toma outra posi-ção. “Não sou contra, só não tenho opinião, porque defendo os direitos dos operários. Essa não é a minha área. Porque me perguntam a mim? É como se me perguntassem sobre homossexuais, eu não sou, por isso não tenho posição”, disse.

Na lista dos candidatos indi-rectos – 12 no total – ninguém respondeu à questão sobre se a violência doméstica deve ou não ser criminalizada.

INDIRECTOS SEM RESPONSABILIDADESO desafio lançado aos candidatos a deputados já tinha sido prome-tido por Cecilia Ho, aquando do lançamento de uma petição para entregar ao Chefe do Executivo, este ano, que pretendia transformar a violência doméstica em crime público.

Ao HM, a líder do grupo tinha dito que, uma vez quem faz as leis são os deputados, esses é que deve-riam ser ouvidos. Anteriormente, o Grupo já tinha criticado alguns deputados – principalmente os nomeados pelo Executivo – que se mostravam preocupados que a Lei contra a Violência Doméstica ficas-se entalada na AL por estar quase a acabar a legislatura. “A inten-ção de convidar todos a virem ter connosco e a responder com qual proposta de lei concordam – crime

público ou semi-público –, serve para que as pessoas que queiram votar saibam o que defendem. Os obstáculos a esta lei vêm do lado legislativo.”

Os resultados apresentados no sábado deixam Cecilia Ho desapontada com os candidatos a deputados pela via indirecta, que a líder da organização considera não terem qualquer responsabilidade perante a sociedade. “Nenhum dos 12 respondeu ao grupo. Este é um bom exemplo de que a maior parte dos candidatos eleitos indirecta-mente não precisa de responder perante a população”, frisou Ce-cilia Ho à TDM. “Não respondem aos eleitores, porque estão na AL para defender os interesses de um sector.”

Se a posição dos indirectos deixou o grupo desapontado, já Juliana Devoy – directora do Centro do Bom Pastor, que acolhe mulheres e crianças vítimas de violência doméstica – mostrou--se positivamente surpreendida com os candidatos directos. “A quantidade de candidatos que nos apoiam foi surpreendente, para mim, porque não esperava que fossem tantos”, frisou ao canal português da TDM. “Espero que estejam a ser sinceros e que apoiem verdadeiramente esta causa.”

Juliana Devoy assegura que, nos últimos meses, quatro novas mulheres vítimas de violência doméstica deram entrada no Cen-tro do Bom Pastor e que muitas outras contactaram o centro para pedir ajuda. Apesar de toda a discussão em torno do problema, a irmã não considera que esta não teve um efeito desencorajador na sociedade.

FAZER MAIS Recorde-se que o Governo decidiu alterar a proposta inicial da Lei de Combate à Violência Doméstica de crime público para semi-público, em nome da harmonia social. Cecilia Ho volta a reiterar que o público não está bem informado sobre a diferença entre os dois tipos de crime e critica o Gover-no no sentido de não fazer mais trabalhos no sentido de informar

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TIAG

O AL

CÂNT

ARA

7 sociedadehoje macau segunda-feira 9.9.2013

U MA responsável do Instituto de Promo-ção do Comércio

e do Investimento de Macau (IPIM) deslocou--se a Urumqi, de 1 a 3 de Setembro, para participar na 3.ª China-Eurasia Expo (CEE), que teve lugar em Urumqi, capital da Re-gião Autónoma Uigur de Xinjiang.

Esta edição da CEE adopta como tema “Aber-tura, Confiança Mútua, Co-Desenvolvimento” e tem como objectivo pro-picionar aos empresários nacionais e estrangeiros um ambiente eficiente e conveniente para exposi-ção e negociações comer-ciais, ao mesmo tempo

U MA delegação de Ma-cau visitou o Centro Nacional da China para

a Segurança Alimentar para conhecer, “in loco”, as instala-ções e a situação de funciona-mento do centro. A ideia prin-cipal foi a de debater e trocar ideias com os profissionais, de forma a dar continuidade à concretização das tarefas na área da segurança alimentar.

O director do centro, Liu Jinfeng referiu estar disposto a compartilhar, com o Centro de Segurança Alimentar de Macau, os seus recursos, no que toca aos dados relacio-nados com a supervisão da segurança alimentar.

O centro assegura que está a esforçar-se por ace-lerar as acções conducentes

à integração do padrão da segurança alimentar para, no futuro, providenciar a Macau uma referência, que ainda não existe. “No futuro, esperamos que ambas as partes pos-sam reforçar a colaboração, desenvolver questões que envolvam estudos relevantes a nível nacional, conceber planos juntamente com o Centro de Segurança Ali-mentar e estabelecer, a longo prazo, uma estreita relação de colaboração, no campo da for-mação de pessoal para a área da comunicação de riscos”, pode ler-se em comunicado.

A delegação de Macau participou ainda na conferên-cia temática sobre o reforço da supervisão da saúde de aves migratórias e sobre a

possibilidade de se orga-nizar acções de formação no quadro da avaliação de espécies em vias de extinção em Macau e estabelecer um intercâmbio sobre as tarefas a desenvolver nos cuidados a prestar aos pandas gigantes “Kai Kai” e “Xin Xin”.

A secretária para a Admi-nistração e Justiça, Florinda Chan, salientou, no encontro, que o dia 20 de Outubro do cor-rente ano será o dia da entrada em vigor da Lei de Segurança Alimentar e da criação do Cen-tro de Segurança Alimentar, os quais, para o Governo da RAEM, servem de duas traves mestras da acção governativa e do desenvolvimento de ini-ciativas quanto aos respectivos trabalhos preparativos.

Pequenas causas cíveis mudam de sítioO Juízo de Pequenas Causas Cíveis do Tribunal Judicial de Base vai ser transferido, a partir de hoje, para a Avenida da Praia Grande, no Edifício Comercial Nam Tung, 21º andar. A informação foi ontem avançada pelo Gabinete de Comunicação Social. Para reduzir o impacto da mudança aos, cidadãos, entre hoje e 30 de Setembro este Juízo ainda aceita documentos relativos a pequenas causas cíveis, mas a partir do dia 1 de Outubro, a mudança torna-se efectiva.

MACAU REPRESENTADO NA 3.ª CHINA-EURASIA EXPO PARA ABRIR CAMINHO A EMPRESAS LOCAIS

IPIM vai à feira

DELEGAÇÃO DE MACAU VISITA CENTRO NACIONAL DA CHINA PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR

Pela nossa saúde

a população. A organizadora do grupo entendeu que os eleitores devem saber o que defendem os candidatos sobre o assunto e pede que questionem aqueles que ainda não responderam.

A defesa dos direitos das mulheres – que Cecilia aponta serem 95% do total das vítimas de violência doméstica – é outro dos pedidos que a também académica tem em mente com a defesa da criminalização, até porque, diz, um dos maiores problemas é o medo do agressor. “Há cerca de 55 mil mulheres vítimas de vio-lência doméstica em Macau, mas a Polícia de Segurança Pública só aponta 200 casos por ano. Apesar de haver homens vítimas, 95% são mulheres e isso acontece devido à discriminação sexual, à falta de independência financeira, ao facto de não trabalharem, de serem mães solteiras ou até porque têm medo de perder a casa onde moram.”

Não sou contra, só não tenho opinião, porque defendo os direitos dos operários. Essa não é a minha área. Porque me perguntam a mim? É como se me perguntassem sobre homossexuais, eu não sou, por isso não tenho posição LEE SIO KUAN Lista Supervisão pela Classe Baixa

A organizadora assegura que deixa a violência doméstica como crime semi-público permite que as mulheres continuem a ser vítimas, por não poder haver intervenção das autoridades ou assistentes so-ciais sem queixa formal da vítima. “Manter o crime semi-público só irá permitir que em casos de vio-lência doméstica, a polícia não possa desempenhar o seu papel. Isto é não respeitar os direitos humanos básicos das vítimas de violência doméstica e é contrário à Declaração Universal das Nações Unidas dos Direitos Humanos e da Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulhe-res”, diz em comunicado.

O Grupo de Cidadãos pela Violência Doméstica como Crime Público pretende continuar a lutar pela criminalização e anuncia já um próximo passo: após as eleições, constituir uma Aliança em conjunto com os deputados que mostraram o seu apoio e com outras organizações que trabalham de perto com os casos de violência doméstica.

que se cria uma platafor-ma para a discussão de negócios e exploração de modelos de cooperação em projectos de investi-mento. Foram instaladas no recinto diversas zonas de exposição, incluindo a Zona de Exposição Inter-nacional e de Hong Kong, Macau e Taiwan, Zona de Exposição de Produtos, Zona de Exposição das Imagens de Investimento, Zona de Exposição das Altas e Novas Tecnolo-

gias e Zona de Exposição do Comércio de Serviços.

O IPIM instalou no recinto da CEE o Pavilhão de Macau, com área de 54 metros quadrados, visando, essencialmente, publicitar e promover o novo am-biente de investimento na RAEM, os serviços prestados pelo IPIM, a função de Macau como plataforma de serviços para a cooperação económica e comercial entre a China Continental e os Países de

Língua Portuguesa. Foi também salientada, no referido pavilhão, a função do “one-stop service”, con-cebido para a licitação de convenções e exposições e o respectivo apoio em Macau.

Irene Lau, vogal do IPIM, participou nas principais actividades realizadas no âmbito da CEE, nomeadamente o Fórum para o Desenvol-vimento Económico e Cooperação entre a China

e a Eurásia. A dirigente encontrou-se ainda com o sub-director do De-partmento do Comércio do Corpo de Produção e Construção de Xinjiang, com o qual trocou im-pressões sobre a situação mais recente do desenvol-vimento económico nos dois territórios, bem como a melhor forma de reforçar a cooperação entre Macau e aquela região autónoma, tendo a dirigente do IPIM manifestado o desejo de as empresas de Xinjiang aproveitarem a platafor-ma económica e comer-cial proporcionada pela RAEM para intensificar a cooperação com os países lusófonos.

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8 hoje macau segunda-feira 9.9.2013CHINA

S EIS a sete milhões de no-vos licenciados saem anu-almente das universida-des chinesas, excedendo

as ofertas de emprego disponíveis no mercado, mas Liu Jiantong não parece preocupada: “A China tem muitos negócios com o Brasil e outros países lusófonos”.

Liu Jiantong, 21 anos, é fi-nalista do curso de português da Universidade de Estudos Estran-geiros de Pequim (Beiwai), a mais antiga licenciatura em língua portuguesa da República Popular da China, criada em 1961.

Durante quase vinte anos, aquele curso foi o único do género no país e até ao final da década de 1990 surgiu apenas mais um, em Xangai. Hoje, não contando com Macau e Hong Kong, há vinte universidades chinesas que ensinam português. “O português tem um retorno do ponto de vista

do emprego, o que não acontece com outras línguas”, realça o embaixador de Portugal na China, Jorge Torres-Pereira.

Liu Jiantong diz o mesmo: “Os chineses que falam português são muito procurados”.

Da província de Heilongjiang, na fronteira com a Sibéria, até a tropical ilha de Hainan, no Mar do Sul da China, há uma dezena de cidades chinesas onde se pode aprender português.

O número de estudantes ultrapassou os 1.100 em 2012 e no próximo ano, só em Pequim, deverão abrir mais dois cursos.

A maioria das licenciaturas apareceu na última década, coincidindo com a criação do Fórum Macau para Cooperação Económica e Comercial entre a China e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 2003.

A presença chinesa em Mo-çambique, Timor-Leste e outros países da CPLP é também cada vez mais forte.

Como todos os estudantes de português, logo na primeira aula, em Setembro de 2010, Liu Jiantong adoptou um nome por-tuguês - Julieta. Tinha 18 anos. “Gosto muito da história de Ro-meu e Julieta. Eu também quero encontrar o meu Romeu”, disse.

Natural de Henan - província do centro da China, com cerca de 95 milhões de habitantes -, Julieta e nove colegas da Beiwai fizeram o terceiro e penúltimo ano na Universidade de Coimbra.

Foi a primeira vez que saiu da China: “Gostei muito, espe-cialmente dos portugueses, que são muito simpáticos. O clima e a comida são óptimos”.

Pelo que viu, desde Guima-

rães aos Açores, Portugal “tem pouca gente” e “há chineses em todas as terras do país”.

O português não é uma língua fácil. Pelo contrário: “No início foi difícil, sobretudo por causa da pronúncia e da gramática”.

“A maneira de pensar também é diferente”, acrescenta.

Mas, três anos depois, Julieta já sabe cozinhar “bacalhau à Brás”, gosta de jogar futebol e admite até poder encontrar o seu Romeu em Portugal: “É possível”, diz.

Por ora, vai gozando as últi-mas semanas das férias de verão: “Só vou começar a procurar emprego no segundo semestre (do ano lectivo 2013/14)”.

O sonho de Julieta é simples: “Gostaria de viver alguns anos fora da China, trabalhar em Por-tugal, Brasil ou África, e depois voltar”.

Pequim apoia esforçosda ONU na questão Síria A China apoia os esforços da Organização das Nações Unidas (ONU) para a resolução do problema na Síria, declarou esta sexta-feira Hong Lei, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Em conferência de imprensa, Hong disse que “esperamos que as partes relevantes continuem a manter contacto e aprofundem negociações para obter uma solução pacífica e apropriada para a Síria”. Hong referia-se aos planos dos Estados Unidos de realizar uma acção militar sem a aprovação da ONU e à declaração norte-americana de que a Rússia deixou o Conselho de Segurança “refém” na matéria. Samantha Power, a embaixadora norte-americana para a ONU, disse não ver maneira de o Conselho de Segurança aprovar a acção militar porque o posicionamento da Rússia condiciona as resoluções. “A comunidade internacional deve defender os objectivos e princípios da Carta da ONU, assim como as regras básicas nas relações internacionais, para manter a paz e estabilidade na Síria e no Médio Oriente”, afirmou Hong.

Aumento do excedente comercial para 220 mil milhões de patacasA China registou um excedente comercial de 220 mil milhões de patacas em Agosto, mais 8,3 % do que no mês homólogo do ano passado, revelam dados oficiais ontem divulgados. Segundo um comunicado da Administração Geral das Alfândegas chinesas, o excedente comercial que a China registou em Agosto representa um aumento de 60,7 % em relação a Julho e superou as expectativas dos analistas. As exportações chinesas aumentaram mais do que o esperado em Agosto, nomeadamente 7,2 % face ao mesmo mês do ano passado, para 1,4 biliões de patacas. Já as importações chinesas subiram menos do que o esperado, designadamente 7 % para 1,2 biliões de patacas. A economia chinesa, a segunda maior do mundo, a seguir aos Estados Unidos, registou um crescimento de 7,7 % em 2012, o que representa o seu maior abrandamento desde 1999.

Marinha chinesa entra nas águas de arquipélago disputado com JapãoQuatro navios da Marinha chinesa entraram sexta-feira nas águas territoriais de ilhas situadas no Mar da China Oriental, que são disputadas por Pequim e Tóquio, noticiou a agência Jiji Press. Os navios entraram pelas 20:15 locais nas águas da ilha de Uotsurijima, uma das cinco ilhas do arquipélago das Diaoyu administrado pelo Japão, onde se mantiveram cerca de duas horas. Esta nova incursão chinesa ocorre enquanto o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, apela ao Presidente chinês, Xi Jinping, para que melhore as relações bilaterais, em encontro bilateral realizado à margem da cimeira do Grupo dos 20, em São Petersburgo, na Federação Russa.

PORTUGUÊS, NA CHINA, É UMA LÍNGUA COM EMPREGO CERTO

Procura não pára de crescer

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9 chinahoje macau segunda-feira 9.9.2013

MARIA JOÃO BELCHIOREm Pequim

A velha farmácia em Han-gzhou transporta-nos até outros tempos. A decoração do edifício

leva-nos quase ao ano de origem em 1723. Tongrentang é a mais antiga farmácia chinesa do país. Aberta ainda na dinastia Ming pela primeira vez em Pequim, tornou-se ao longo dos anos numa rede na-cional da farmacopeia tradicional chinesa.

Numa das lojas na cidade de Hangzhou, cada fim de semana entram milhares de pessoas que bebem um chá medicinal grátis. Algumas ficam na fila para as com-pras ou mesmo para consultas com os médicos de medicina tradicional chinesa, muitos que trabalham em exclusividade para as clínicas da farmácia.

Catalogadas a China tem mais de onze mil ervas medicinais, a maior componente da medicina tradicional. A maior procura das últimas décadas levou ao desapa-recimento de muitas ervas e flores selvagens que hoje são cultivadas unicamente em estufas. Muitos agricultores trabalham em pequena escala com plantações específicas para abastecer farmácias. Mas à semelhança do que está a acontecer na alimentação, produzir muito e rápido, está a reflectir-se numa cada

A China está a pon-derar mudar a ce-lebração do Dia

do Professor de 10 para 28 Setembro, fazendo coincidir a efeméride com o aniversário de Confúcio e a prática em vigor em Taiwan, disse sexta-feira a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

A ideia faz parte de uma proposta divulgada quinta-feira pelo Ga-binete de Assuntos Le-gislativos do Conselho de Estado, o executivo do governo chinês, no âmbito de um pacote de novas medidas para a área da Educação.

Desde 1985, o Dia dos Professor é assi-nalado na República

Popular da China a 10 de Setembro, pouco depois do início do ano escolar, mas há cerca de uma década um académico especialista em cultura tradicional sugeriu que a data devida ter “um significado histórico” e coincidir com o dia do nascimento de Confúcio, no século VI A.C.

Embora historiadores divirjam acerca daquela data, as celebrações do nascimento de Confúcio costumam realizar-se a 28 de Setembro e “em Taiwan, onde a cultura tradicional chinesa é zelosamente salvaguar-dada, o Dia dos Professo-res é a 28 de Setembro”, refere a Xinhua.

Confúcio é “o mais importante pedagogo e filósofo da Civilização Chinesa”, salienta a Xinhua.

A proposta de mu-dança do Dia do Pro-fessor na República Po-pular da China ilustra a crescente aproximação entre Pequim e Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista ter tomado o poder no continente, em 1949.

Durante a década da Revolução Cultural na China continental (1966-76), Confúcio foi considerado “um pensador decadente e reaccionário”.

E XECUTIVOS de cerca de cem empresas portuguesas e chinesas ligadas ao negó-

cio da energia vão reunir-se nos dias 16 e 17 de Setembro em Pequim para debater oportuni-dades de investimento conjunto, nomeadamente em África.

É um dos maiores fóruns em-

PEQUIM PONDERA MUDAR O DIA DO PROFESSOR

Aproximação a TaiwanFÓRUM LUSO-CHINÊS DEBATE OPORTUNIDADES EM ÁFRICA

Concentrar energias

CHINA GREENPEACE ENVIA ALERTA NACIONAL

Cocktail de pesticidas ou medicamentovez menor qualidade e segurança do produto.

Nos alimentos têm sido detecta-dos cada vez mais frequentemente restos de resíduos tóxicos, resul-tantes dos pesticidas utilizados contra as pragas e como forma de proteger as culturas.

Para o consumidor final há uma preocupação cada vez maior que se reflecte na Internet onde men-sagens de alerta e mesmo rumores se tornam virais em poucas horas. Há cada vez mais chineses a exigir que sejam dadas garantias sobre os produtos que se produzem a nível nacional. E não é só nos alimentos que está o problema.

51 TIPOS DE PESTICIDASDepois de entre 2011 e 2012 ter sido feito um estudo à qualidade das folhas de chá consumidas na China, a organização Greenpeace decidiu numa campanha deste ano testar a qualidade das ervas medicinais cultivadas na China e para consumo nacional.

A cada vez maior procura con-tribuiu para o aumento do cultivo e consequentemente para a maior industrialização da produção. Re-colhendo um total de 65 produtos mais conhecidos, a Greenpeace comprou amostras em farmácias nacionais que foram depois envia-das para laboratórios independen-tes a fim de se realizarem os testes. E os resultados são alarmantes.

Nas 65 ervas medicinais esco-lhidas para análise, identificaram--se 51 tipos de resíduos de pesti-cidas diferentes, alguns dos quais banidos da China. No total das 65 ervas, houve 48 com resultados positivos ao nível dos resíduos. Nas maiores redes de farmácias nacionais como a Tongrentang e a Yunnan Bai Yao, outra loja com representação nacional, os resultados dos testes evidenciaram resíduos em 17 das 25 amostras da Tongrentang e em 9 das 10 amos-tras compradas na Yunnan Bai Yao. Várias amostras com resultados positivos evidenciaram mais de 20 tipos de pesticidas apenas numa erva medicinal.

A popularidade de alguns

produtos comprados levou a Gre-enpeace a deixar o alerta com várias medidas urgentes para a saúde do cada vez maior número de pessoas que prefere escolher a via tradicio-nal de medicamentação.

REGRAS PARA TODOSApenas algumas das grandes redes nacionais de farmácias tradicionais dependem das suas próprias colhei-tas. A venda habitual de mais de 1000 ervas medicinais diferentes leva a que se opte por serviços contratados, isto é, por compra a outros produtores. A rede que se vai estendendo a vários agricultores, pequenos e grandes, levanta natural-mente dúvidas sobre o controle que é feito em cada uma das culturas.

É urgente uma campanha de formação para os agricultores que utilizam cada vez mais os pesticidas com base apenas em experiências anteriores ou aconse-lhados pelos vendedores. A falta de conhecimento contribui para uma situação na qual se desconhecem os efeitos do que é utilizado ou em que quantidades. Para a Gre-enpeace na China continental, a responsabilização deve ser feita de cima para baixo.

Em média, na China o uso de pesticidas cresce três por cento por ano. A industrialização veio para ficar e o crescimento do consumo obriga a uma produção cada vez mais rápida. De acordo com o relatório tornado público pelo grupo da Greenpeace em Pequim, vai ser necessária a criação de mais estímulos para a agricultura ecológica e com menor uso de pesticidas. Identi-ficar os riscos do uso excessivo e punir quem o faça, são outras das medidas deixadas como su-gestão pela Greenpeace. É mais um passo entre muitos que devem ser dados através de estímulos do governo que, nos últimos anos, tem revelado uma maior preocupação com a qualidade e segurança alimentar e médica. No entanto, à semelhança de vá-rias outras questões, nem sempre a mensagem dada por Pequim consegue ter eco a nível regional.

presariais luso-chineses e o pri-meiro do género promovido pela Electricidade de Portugal (EDP) na capital chinesa. “Queremos intensificar o relacionamento económico entre Portugal e a China e pôr os dois países a olhar conjuntamente para as oportuni-dades de um mercado emergente,

que é África, e particularmente os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) “, disse à agência Lusa João Marques da Cruz, membro da Conselho de Administração Executivo da EDP.

Além dos tradicionais for-necedores da EDP, sobretudo empresas de engenharia e de equi-pamento, a reunião de Pequim contará com a participação de bancos, escritórios de advogados e até de companhias eléctricas chinesas concorrentes da China Three Gorges (CTG), o maior accionista da eléctrica portuguesa.

Em declarações à agência Lusa, o administrador da EDP adiantou também estar prevista para Novembro “uma missão conjunta” a Moçambique, “um país muito rico em recursos energéticos”.

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10 hoje macau segunda-feira 9.9.2013ARQUITECTURAPRÉMIO AGA KHAN 2013 DISTRIBUI 7,6 MILHÕES DE PATACAS

Cinco projectos que mudaram a vida de comunidades muçulmanasC OMO é que se con-

segue que a constru-ção de um cemitério islâmico na Áustria

decorra sem polémicas? Como se convence os comerciantes de um bazar iraniano a juntar fundos para a reabilitação do espaço? Como se unem duas cidades? Como se faz renas-cer o centro histórico de uma cidade palestiniana, criando ao mesmo tempo postos de trabalho para a comunidade local? Como se convence um médico a viver num contentor?

As questões sociais, muito mais do que as técnicas ou as arquitectónicas, dominaram a conferência de imprensa na qual foram anunciados os cinco projectos vencedores do Prémio Aga Khan para a Arquitectura 2013, no Hotel Tivoli, em Lisboa. Faroukh Derakhshani, o director do prémio patrocinado pela Rede Aga Khan para o De-senvolvimento com o valor de um milhão de dólares (cerca de 7,6 milhões de patacas) e que desde 1977 é atribuído a cada três anos, explicou que o número de finalistas depende inteiramente da decisão júri. Este ano foram escolhidos cinco de entre 20 finalistas, seleccionados por sua vez de entre perto de 500 candidaturas.

Assim, o milhão de dó-lares será dividido de forma igual entre o Centro de Ci-rurgia Cardíaca Salam, em Cartum, no Sudão, a revita-lização do Centro Histórico Birzeit, em Birzeit, Palestina, a ponte que liga Rabat e Salé em Marrocos, a reabilitação do Bazar de Tabriz no Irão, e um cemitério islâmico em Altach, na Áustria. Trata--se de projectos realizados em locais onde haja uma “presença significativa” de comunidades muçulmanas, e que têm que estar com-pletos e ter mais de um ano de utilização, mas menos de seis. Podem ser grandes edifícios, ou intervenções pequenas, mas devem ter um impacto nas sociedades onde se situam.

O arquitecto britânico de origem tanzaniana que foi nesta edição presidente do júri, David Adjaye, disse que o difícil processo de se-lecção “foi muito excitante” sobretudo porque permitiu o “reconhecimento de formas

diferentes de prática arqui-tectónica, da importância das infra-estruturas, das formas de restauro que vão para além das tradicionais, e novas formas de trabalhar com as comunidades”.

Sentados na sala do Tivo-li, os vencedores dos cinco prémios contaram as suas histórias.

REVITALIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE BIRZEIT, PALESTINADavid Adjaye admirou em particular a “escala de ambi-ção” deste projecto lançado por uma ONG palestiniana, o Centro Riwaq para a Con-servação da Arquitectura. Tudo começou com Birzeit, mas o objectivo é alargar este plano de reabilitação a 50 vilas palestinianas (até agora já existe em nove). “Criação de emprego: é a palavra-chave deste projec-to”, explica ao jornal Públi-co Suad Amiry, fundadora do Centro Riwaq. “Muitos palestinianos trabalhavam na construção em Israel, mas a partir de 2000 o Governo israelita decidiu que não po-diam continuar a trabalhar, e foi buscar operários a outros lados”. O projecto inicia-do em Birzeit envolveu a comunidade precisamente porque aproveitou essa mão--de-obra que ficara desem-pregada para a reabilitação do centro histórico.

O trabalho inicial foi um levantamento de todo o pa-trimónio histórico em risco de se perder nas aldeias de vilas palestinianas. No final foram seleccionadas 50 lo-calidades por serem aquelas que tinham mais património. A aposta, continuou Ami-ry, foi na reabilitação dos espaços públicos. “Quise-mos fazer os serviços nos espaços públicos melhores no centro do que noutras zonas da cidade”. Isso atraiu as pessoas, o que, por sua vez, atraiu os negócios. E, a pouco e pouco, os centros históricos começaram a transformar-se.

CEMITÉRIO ISLÂMICO, ALTACH, ÁUSTRIAOs muçulmanos que vivem na Áustria não tinham, até há pouco tempo, um local para enterrar os seus mortos, e os corpos dos que morriam eram

enviados para os países de origem. O cemitério (projecto do atelier de Bernardo Bader) veio dar resposta a um desejo da comunidade muçulmana de poder enterrar os seus mortos de acordo com os seus ritos, mas, segundo explicou a arquitecta Eva Grabherr, envolveu outros grupos, nomeadamente a Igreja Ca-tólica, “cujo apoio foi muito importante”.

Eva Grabherr admite a existência de islamofobia na Áustria, tal como noutros países europeus. Mas afirma que o facto de estarem a tra-balhar num cemitério ajudou a ultrapassar eventuais polé-micas. “Cemitérios levan-tam muito menos problemas que as mesquitas. Sabíamos disso e, para termos uma es-trutura islâmica, decidimos começar pelo cemitério. É mais difícil as pessoas serem contra um cemitério”.

As paredes são de betão rosáceo, há cinco locais de enterro separados, além de um edifício e das salas de oração, e as paredes exte-riores são decoradas com as estrelas octagonais tradicio-nais na arte e arquitectura islâmicas.

REABILITAÇÃO DO BAZAR DE TABRIZ, IRÃOO bazar da cidade iraniana de Tabriz tem a sua origem

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no século X e, naturalmen-te, foi-se degradando por séculos de uso. No final do século XX já estava bastante deteriorado, e, apesar de ser o centro comercial mais im-portante da cidade, os clientes começavam a diminuir. Era preciso reabilitá-lo, mas os comerciantes achavam que essa era a obrigação do go-verno e não queriam pagar. Como é que se convenceram a fazê-lo.

Akhbar Taghizadeh, um dos arquitectos do atelier ICHTO East Azerbaijan Office, contou a história. “Os bazares foram construídos pelo povo mas com o tempo as pessoas esqueceram-se que era propriedade delas. Inicialmente os comercian-tes tinham três medos: não sabiam o que significava reabilitação, pensavam que era muito caro, e receavam ter que encerrar as lojas

durante as obras”. Os arqui-tectos escolheram então uma pequena secção do bazar onde o governo começou por pagar 90% das obras e os comerciantes 10%.

Quando viram o resultado da intervenção – o regresso dos clientes – os vendedores das outras secções também quiseram. “No final, a comu-nidade do bazar estava a pagar 90% dos custos, e o governo apenas 10%. Todos ficaram felizes”.

CENTRO DE CIRURGIA CARDÍACA SALAM, CARTUM, SUDÃO“Usar a simplicidade”. Esta é a receita do atelier italiano Studio Tamassociati para um projecto como o deste hospital com 63 camas e três blocos de operação na capital sudanesa. Essa simplicidade passa por “identificar um problema e encontrar uma

solução”, dizem os arqui-tectos. Foi preciso “usar o que estava disponível” e isso incluiu, por exemplo, a reconversão dos contentores usados para o transporte de materiais de construção em espaços para albergar os médicos vindos de outros países. “Um dos médicos disse-nos: se fizerem as casas num contentor, esqueçam, eu não volto”, contou um dos arquitectos italianos. No final, os contentores foram uma agradável surpresa porque os arquitectos olharam para eles “com a ideia de desenhar um espaço agradável, e isso não é uma questão de dinheiro”.

PROJECTO DE INFRA--ESTRUTURA URBANA RABAT-SALÉ, MARROCOSEra preciso ligar duas ci-dades: de um lado Rabat, a capital marroquina, do outro Salé, uma cidade po-

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11 arquitecturahoje macau segunda-feira 9.9.2013

PRÉMIO AGA KHAN 2013 DISTRIBUI 7,6 MILHÕES DE PATACAS

Cinco projectos que mudaram a vida de comunidades muçulmanasbre que cresceu com vários problemas de planeamento urbano. A ideia era criar um novo centro urbano, mas o projecto era mais ambicioso e aspirava a uma regene-ração em grande escala de toda a área. A ponte Hassan II, do atelier Marc Mimran Architecture, veio dar essa resposta e tornou-se, se-gundo o júri que o premiou, “um modelo sofisticado e coeso para projectos de infra-estrutura futuros, es-pecialmente em locais de rápida urbanização”.

Um elemento que ajudou a tornar a ponte um novo ícone das duas cidades foi, segundo o arquitecto Marc Mimran, o facto de ter criado uma espécie de “telhado”, abrindo um novo espaço ur-bano sob ele, o que veio reti-rar a carga por vezes negativa que uma infra-estrutura de grande dimensão pode ter.

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12 publicidade hoje macau segunda-feira 9.9.2013

ANÚNCIO [N.º170/2013]

Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares seleccionados da lista de espera de habitação económica abaixos mencionados:

N.º do boletim de candidatura Nome N.º do boletim

de candidatura Nome

90483 YIP CHI KEUNG 8271 HO SIO MEI8497 HOI KEI NG 8668 KUAN KAM CHU13456 LAM KUAI MENG 13755 LEI IAO PENG14536 LOI CHON SENG 14634 CHAN WAI KUN15564 CHE WAI CHONG 24771 LAI SOK SAN30570 AO IEONG MENG CHI 35310 HOI PENG PENG58569 WONG CHON KEONG 65468 FONG CHI WAI1123 HO CHEONG HOU 1714 FONG CHON WAI

2575 AMERICO JOSE CORDEIRO 3774

CHAN KUOK MAN ALIAS CHIN KOCK MUN ALIAS

MAUNG THAN LWIN3993 PAK KIN HONG 8156 KUAN POU FAI8185 AO NGAN WA 8426 LEONG IOK PENG8971 LEONG SOK FONG 9254 KUONG MENG14922 LAM HON NIN 14969 WONG CHAN WA15538 KAM MAN FAI

De acordo com os termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, o Instituto de Habitação (IH) informa os representantes dos agregados familiares acima referidos, através de ofícios, para se dirigirem pessoalmente ao IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau (perto da Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte), no dia 26 de Setembro de 2013, às horas fixadas nos respectivos ofícios, para escolha das fracções de habitação económica disponíveis de T2 na zona de Macau.

Nessa altura, os agregados familiares da lista de espera acima referidos devem apresentar os documentos comprovativos (originais e cópias) abaixo mencionados, para efectuar a nova verificação dos requisitos da candidatura da aquisição de habitação económica. Caso as respectivas informações afectem os actuais requisitos da aquisição de fracção ou existirem mudança da composição dos agregados familiares acima referidos, este Instituto irá suspender, imediatamente, o procedimento da escolha de habitação económica:

1. Documentos de identificação de todos os elementos do agregado familiar e os seus cônjuges (caso houver) registados no boletim de candidatura de habitação económica.

2. Prova de casamento (aplicável aos indivíduos casados. Caso tenha entregue ao IH, nos últimos três meses, não é necessário a entregar de novo).

3. Boletim de candidatura dos dados dos agregados familiares de habitação económica devidamente preenchidos e assinados.

De acordo com os termos das alínea a) do artigo 14.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002 e alínea 2 do n.º 5 do artigo 60.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), caso os agregados familiares da lista de espera acima referidos não tenham comparecido no IH, no dia e horas fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, por motivo não justificado, após segunda convocação; ou após a apreciação dos dados apresentados, verifique que não reunirem com os requisitos da candidatura, os agregados familiares seleccionados serão excluídos na lista geral.

No intuito de proporcionar os agregados familiares seleccionados para terem mais conhecimentos sobre as informações das fracções de habitação económica disponíveis, o IH juntamente os ofícios enviará em anexo o catálogo com descrições das fracções para venda, tabela dos preços, rácio bonificado, pontos de observação, informações sobre a fracção de modelo. Caso os agregados familiares seleccionados não tenham recebidos os ofícios remetidos pelo IH, até sete dias antes da data fixada, poderão dirigir-se ao IH sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau) ou consultar através do telefone n.º 2859 4875, durante o horário de expediente.

O Presidente,

Tam Kuong Man

5 de Setembro de 2013

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13hoje macau segunda-feira 9.9.2013 VIDA

O S Serviços de Saúde (SS) foram notifica-dos de uma caso de Febre de Chikun-

gunya. O caso, importado, é relati-vo a um cidadão de nacionalidade francesa, de 31 anos de idade.

O homem terá viajado de Timor Leste para Kuala Lumpur, onde ficou uma semana e onde começou a apresentar sintomas de febre e fadiga. O cidadão – turista no território – foi, ainda assim, a Hong Kong para visitar um amigo e, aí, reparou uma erupção cutânea avermelhada em todo o corpo.

Apenas dois dias depois visitou Macau e foi à consulta externa do Hospital Kiang Wu, tendo, contudo, apenas tomado medicamentos que melhora-ram o seu estado, fazendo com que pudesse regressar a Hong Kong. A análise laboratorial do Laboratório de Saúde Pública chegou apenas ontem, sendo que os resultados mostram um resultado positivo para a Febre de Chikungunya. “De acordo com a história de viagem em área afectada e o período de aparecimento dos sintomas, o caso foi classificado como caso importado de Febre de Chikun-gunya, sendo este o segundo caso registado em Macau”, avisam os SS.

A febre de ckikungunya é uma doença viral que se trans-mite através de mosquitos. As manifestações clínicas da febre de ckikungunya e as suas formas de transmissão são semelhantes às da febre de Dengue. Ge-ralmente a doença não é fatal,

HOJE NA CHÁVENA

Equinácea

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

Nome botânico: Echinacea angustifolia DC., Echinacea purpurea Moench e Echinacea pallida Nutt.Família: Asteraceae (Compositae).Nomes populares: Rudbéckia; e ainda, Equinácea-angustifólia, Equinácea--purpúrea e Equinácea-pálida, respe-tivamente.

De lindas e vistosas flores de cor pur-púrea a rosa, a Equinácea pode atingir o metro de altura. Originária do vale do rio Mississípi, parte Central e Oriental dos EUA, é também cultivada na Europa.Planta sagrada para os Índios da América do Norte, a Equinácea foi usada durante séculos para o tratamento de febres, dores de garganta, de cabeça ou de dentes, queimaduras, feridas infetadas ou picadas de serpente. No final do século XIX, foi descoberta por um investigador médico, o doutor Meyer, que aprendeu os seus usos diretamente com os índios nativos do Nebrasca. O doutor Meyer envia então a planta a John Uri Lloyd, um eclético químico e farmacêutico americano, que após investigações a introduz na fitoterapia. Atualmente, é uma das plantas mais estudadas cien-tificamente. São utilizadas as folhas e, sobretudo, as raízes.

COMPOSIÇÃODe composição muito complexa, a Equinácea contém um glicósido (equi-nacósido), polissacáridos (equinacina), alquilamidas, resinas, ácidos gordos, óleo essencial, fitosteróis, flavonoides, inulina, vitamina C e alcaloides pirro-lizidínicos em quantidades vestigiais.

AÇÃO TERAPÊUTICACom propriedades notáveis sobre o sistema imunológico, a Equinácea atua de diversas formas: fortalece as defesas, aumentando a produção e atividade dos glóbulos brancos (T e B), o que constitui a sua ação mais importante. Tem atividade antibiótica sobre diversos microrga-nismos: ainda que atue de forma mais lenta que os antibióticos de síntese, é isenta dos seus efeitos secundários; além disso, nos casos mais graves, pode ser administrada em concomitância com estes aumentando a sua eficácia. Combate igualmente vírus e fungos. In vitro, destrói as células malignas. É depurativa do sangue, favorecendo a eliminação das substâncias tóxicas ou

estranhas que nele se encontram. Tem atividade anti-inflamatória e antialérgica, semelhante à cortisona, em virtude da sua ação sobre as glândulas suprarrenais. A Equinácea constitui assim um meio de eleição para a prevenção e tratamento das doenças infecciosas, diminuindo a sua incidência e duração, a par da sua excelente tolerabilidade.Sobejamente utilizada nas afeções respiratórias, tais como constipação, gripe, rinite, sinusite, amigdalite, farin-gite ou bronquite, a Equinácea é ainda usada nas otites, doenças infecciosas infantis, infeções do aparelho urinário, candidíase e herpes (labial, genital e zona). Nas afeções da próstata, previne as infeções urinárias. É igualmente recomendada em caso de reumatis-mo, artroses e asma. Como adjuvante no tratamento do cancro, auxilia na recuperação dos valores diminuídos de glóbulos brancos, provocados pela quimio ou radioterapia.

OUTRAS PROPRIEDADESAlém de anti-infecciosa, a Equinácea pro-tege a pele, desinflama-a e regenera os tecidos, favorecendo a sua cicatrização. Emprega-se nas feridas purulentas ou de difícil cicatrização, úlceras da pele, inclusive as varicosas, queimaduras in-fetadas, abcessos e furúnculos, foliculite, acne sobreinfetada, eczemas, psoríase e picadas de insetos.

COMO TOMAR• Uso internoCozimento das raízes: 1 colher de chá por chávena de água. Tomar 3 a 5 chávenas por dia. Como prevenção para as afeções do Inverno, a Equinácea deve ser tomada a partir do final do Verão.Em gotas, ampolas, xarope, cápsulas ou comprimidos, em simples ou em fórmulas, de acordo com as informações.• Uso externoCozimento das raízes: O mesmo que se usa internamente. Aplicar em compres-sas ou como loção. O uso externo pode ser reforçado com o uso interno.Em pomada, creme, spray oral ou batom.

PRECAUÇÕES• Não fazer tratamentos prolongados: tomar durante um a dois meses e fazer uma pausa de igual período.• Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.

SEGUNDO CASO DE FEBRE DE CHIKUNGUNYA EM MACAU

Mosquitos em acção

mas os sintomas incluem febre súbita, cefaleias, arrepios, náu-seas, vómitos e dores articulares mais graves. As dores articula-res de alguns doentes podem prejudicar as suas actividades quotidianas, permanecendo até várias semanas ou meses, ao contrário da febre de Dengue, que não apresenta os sintomas de permanência das dores ar-

ticulares nem fadiga. Alguns doentes apareceram com erup-ções cutâneas, sendo raro o aparecimento de hemorragia. Ainda não há qualquer medi-camento eficaz ou vacina para efeitos de tratamento.

Os mosquitos causadores desta febre – e à semelhança dos da Dengue – estão na fase de maior actividade.

Sexo e masturbação sobem risco de cancro na próstataHomens que tenham relações sexuais ou se masturbem mais do que 20 vezes por mês têm maior probabilidade de desenvolver cancro na próstata, revela um estudo realizado na Universidade de Nottingham (Inglaterra). Ao Correio da Manhã, o urologista Reis Santos confirma que “existe a possibilidade de os factos estarem relacionados”. Segundo o estudo divulgado pelo ‘British Journal of Urology International’ (BJU), a frequência com que um homem ejacula está directamente relacionada com o aparecimento de um tumor na próstata. Dos 850 homens observados, que mantinham relações heterossexuais e se masturbavam, a 431 tinha-lhes sido diagnosticada a doença antes dos 60 anos. E destes, cerca de 40% masturbava-se e tinha relações sexuais mais de 20 vezes por mês, quando estavam na casa dos 20 anos de idade. Estes homens, na sua maioria, indicaram também ter estado envolvidos com mais de seis parceiras sexuais, aumentando significativamente a probabilidade de, pelo menos uma vez, terem sido infectados com doenças sexualmente transmissíveis.

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14 hoje macau segunda-feira 9.9.2013CULTURA

O realizador de anima-ção japonês Hayao Miyazaki afirmou sexta-feira, em Tó-

quio, que “fazer longas metragens já não é o seu trabalho”, mas vai continuar a trabalhar livremente “durante dez anos”. “É verdade que sou um homem que nunca parou de dizer que ia parar, mas desta vez é verdade”, insistiu, de acordo com a agência noticiosa francesa AFP.

“Para mim, a realização de longas metragens é claramente terminada”, explicou Hayao Miyazaki, de 72 anos, durante uma conferência de imprensa, na capital japonesa.

Esta confirmação surge al-guns dias depois de o director dos Estúdios Ghibli ter anunciado, no festival internacional de cinema de Veneza (Itália), a reforma daquele que é considerado um génio da animação. “Pensava que ele ia continuar até ao fim da vida. Mas também sabia que ele podia decidir, repentinamente, parar e anunciar” essa decisão ao mundo, afirmou o produtor dos trabalhos Miyazaki, há 35 anos, Toshio Suzuki.

Miyazaki explicou ter pedido ao estúdio para o excluir de futuros pro-jectos de produção, sublinhando que a sua vida “não vai mudar muito”.

O Terry Hsieh Quartet, de Taiwan, é desta vez o grupo convidado pelo

Jazz Club de Macau para dar continuidade à série de eventos musicais promovidos na Casa Garden. O espectáculo terá lugar no próximo dia 14 de Setembro, a partir das 21 horas, naquele espaço.

No mesmo dia, às 15 horas, no mesmo local, realiza-se um encontro e workshop do grupo, aberto a todos os ar-tistas locais, informa a nota de imprensa da organização.

Foi quando ainda frequen-tava o liceu que Terry Hsieh se apaixonou pelo saxofone, e os seus primeiros concertos públicos, com músicos profis-sionais, tiveram lugar aos 19 anos, em Taipé.

Em 2004 partiu para os Esta-dos Unidos, onde estudou com músicos como Clay Jenkins, Maria Schneider, Jimmy Cobb e Horace Silver, entre outros.

Em 2010, obtém o mestra-do em saxofone, depois de ter frequentado o Conservatório de Música em Bruxelas.

Bibliotecários argentinos encontram manuscrito de BorgesDois bibliotecários argentinos, Laura Rosato e Germán Álvarez, encontraram um manuscrito de Jorge Luís Borges nos depósitos da hemeroteca da Biblioteca Nacional argentina. Metida entre duas páginas de um exemplar do número 112 da revista literária Sur , apareceu uma folha de papel com algumas linhas manuscritas, que correspondem, com variações mínimas, ao final do texto Tema do Traidor e do Herói, tal como surge em Ficções (1944). O director da Biblioteca, Horacio González, garante que a caligrafia do manuscrito corresponde à “inconfundível letrinha de Borges”.

REALIZADOR DE ANIMAÇÃO JAPONÊS HAYAO MIYAZAKI DEIXA LONGAS METRAGENS, MAS CONTINUA TRABALHO

Dez anos de liberdade

JAZZ DE TAIWAN NA CASA GARDEN

O saxofone de Terry Hsieh

“Continuarei a ir ao estúdio todos os dias. O meu sonho é des-cansar ao domingo. Pergunto-me se isso será possível”, confessou.

“Vou ser livre. Farei aquilo que quiser fazer”, disse.

É manifestamente contraria-do que Miyazaki renuncia aos grandes projectos, mas devido a “vários problemas de saúde” o realizador já não pode passar 12 ou 14 horas por dia a desenhar para cumprir prazos. “Quero fazer filmes de animação, mas o tempo que demoro é cada vez maior. De facto, estou mais len-to”, reconheceu.

“Levei cinco anos a concluir o mais recente, ‘Kaze Tachinu’ (“The Wind Rises”, título em inglês). E o próximo poderá demorar seis, sete ou ainda mais anos. O estúdio não pode esperar por mim”, declarou.

“Há muitas coisas que quero fazer, além da animação, ou pelo menos experimentar” fazer, acres-centou Miyazaki, que não quer ser visto como “um intelectual, mas como um idoso cansado”.

Sobre as mensagens nos filmes que realizou, Miyazaki afirmou não fazer “desenhos animados com o objectivo de transmitir men-sagens”, mas aconselhou quem quiser conhecer a sua opinião sobre

vários temas, “a ver os seus filmes para perceber”.

A última obra, “Kaze Tachinu”, é baseada na vida de Jiro Horikoshi, engenheiro que concebeu o caça ‘Mitsubishi A6M Zero’, usado pelo exército imperial japonês durante a guerra do Pacífico, na Segunda Guerra Mundial, nomeadamente no ataque a Pearl Harbour. Na opinião de Miyazaki, Jiro Hori-koshi apenas queria “criar uma bela aeronave”.

“Kaze Tachinu” é o nono filme de Miyazaki, produzido pelos Estúdios Ghibli, e já foi visto por 7,5 milhões de telespetadores no Japão, em pouco mais de mês e meio. Destinada a um público adulto, a obra compete pelo Leão de Ouro, em Veneza.

Além de um imenso respeito no Japão, Miyazaki conquistou um Óscar de Melhor Animação, nos Estados Unidos (em 2003, com “A Viagem de Chihiro), um Urso de Ouro em Berlim (2002), e um Leão de Ouro em Veneza (2005), tornando-se num dos realizadores de animação mais conhecidos em todo o mundo.

À conferência de imprensa de Miyazaki assistiram pelo menos 600 jornalistas e mais de 50 tele-visões japonesas, de acordo com a France Presse.

seu estilo variado combina o swing tradicional com o jazz moderno, fusão, sons latinos e improvisação livre, diz a nota. - J.C.M.

Após a sua passagem pela Bélgica, volta a Taipé, e toca em vários grupos, como os “Brussel Van Taipeh”, “Trio J.T.”, ou “Caught In” para

além de participar em diver-sos festivais.

Em 2012 foi o vencedor do Taichung Jazz Festival Saxophone Competition. O

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15 culturahoje macau segunda-feira 9.9.2013

A antologia de Fernando Pessoa compilada por Richard Zenith para a Penguin Classics, “A

Little larger than the Entire Uni-verse” (“Um pouco maior do que o Universo Inteiro”), foi traduzida e publicada na China. “Pessoa é o me-lhor poeta moderno do século XX”, afirma o tradutor chinês Wei Bai.

É o segundo livro de Pessoa lançado este verão na China, depois de um volume com os Poemas de Alberto Caeiro (um dos seus he-terónimos) publicado em Agosto, ilustrando a universalidade daque-le poeta português.

A antologia organizada por Richard Zenith saiu em 2006. A versão chinesa, com cerca de 470 páginas, foi publicada por uma editora de Xangai, integrada numa colecção que inclui o russo Boris Pasternak, o inglês D.H. Lawrence e outros autores europeus.

Richard Zenith, 57 anos, tradu-

Q UASE dois anos depois de ter con-quistado o segundo

lugar na quinta edição do “Ídolos”, Mariana Domin-gues tem a sua primeira experiência internacional animando as noites no Hard Rock Café em Macau na companhia dos portugueses “80 & tal”.

Depois de entrar no concurso com “notas posi-tivas” de todos os jurados, Mariana Domingues sentiu o peso da responsabilidade e, perfeccionista que disse ser, confessou o “prazer e orgulho” dos elogios, mas garantiu ter ficado “intimi-dada”. “O casting era o mais fácil e fiquei intimidada ao não receber críticas negati-vas porque me colocaram num patamar que sabia de grande responsabilidade”, considerou, em entrevista à agência Lusa.

O segundo lugar nos “Ídolos” não mudaram a maneira de ser de Mariana, que prosseguiu os estudos em “Ciências da Comunica-ção”, mas alterou a agenda da artista, que deixou de ter de procurar trabalho. “Per-mitiu construir uma rede de contactos, colocou-me à vis-ta de potenciais empregado-res e permite hoje que pague a minha faculdade e a minha estada em Lisboa”, contou, salientando que à margem

ANTOLOGIA POÉTICA TRADUZIDA E PUBLICADA NA CHINA

Fernando Pessoa pode ser lido em chinês

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇASEDITAL

COBRANÇA DO IMPOSTO COMPLEMENTAR DE RENDIMENTOSRESPEITANTE AO EXERCíCIO DE 2012

Faz-se saber que, nos termos do nº. 4 do artigo 58.º, do Regulamento do Imposto Complementar de Rendimentos, aprovado pela Lei nº. 21/78/M, de 9 de Setembro, com a nova redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº. 37/84/M, de 28 de Abril, que durante o mês de Setembro próximo, estará aberto o cofre da Recebedoria da Repartição de Finanças de Macau destes Serviços para a cobrança do referido imposto.

Mais se faz saber que, tratando-se de colecta superior a $3.000,00 (três mil patacas), a mesma pode ser paga em duas prestações vencíveis em Setembro e Novembro, de harmonia com o disposto no artigo 57º. do mencionado Regulamento, com a nova redacção que lhe foi dada pela Lei nº. 4/90/M, de 4 de Junho.

Aos 21 de Agosto de 2013.O Director dos Serviços de

Finanças, SubstitutoIong Kong Leong

ESTRELA DOS “ÍDOLOS” ANIMA NOITES DE MACAU

Mariana substitui Bianca

tor e investigador norte-americano radicado em Portugal desde 1987, ganhou, no ano passado, o Prémio Pessoa, um dos mais prestigiados do país, atribuído pelo semanário Expresso a personalidades do mun-do artístico, literário e científico.

A primeira obra de Fernando Pessoa publicada na República Popular da China, em 1999, foi “O Livro do Desassossego”, traduzido a partir do inglês pelo romancista Han Shaogong.

Uma década depois, o livro

já ia na quinta edição e inspirou o nome de um dos blogues mais populares da China, “Oitavo Continente”.

Lian Yue, o autor do blogue, retirou o nome da passagem do “Livro do Desassossego” que fala da

“oitava partida” do mundo: “Não é nenhuma das sete partidas do mundo aquela que me interessa e posso ver-dadeiramente ver; a oitava partida é a que percorro e é a minha”, escreveu Pessoa. (Na tradução chinesa, a “oi-tava partida” é referida como “oitavo continente”). “Pessoa e Kafka são dos escritores estrangeiros que mais admiro”, afirmou Lian Yue.

A professora Min Xuefei, que traduziu directamente do português os poemas de Alberto Caeiro, não tem dúvidas: “Pessoa é um autor universal”. “Mostrei a tradução dos poemas de Alberto Caeiro a alguns poetas chineses e eles gostaram muito”, contou Min Xuefei à agência Lusa.

Há também uma tradução chinesa de “Mensagem”, feita por Jin Guoping e publicada pelo Instituto Cultural de Macau em 1986, treze anos antes de a ad-ministração do território passar para a China.

se certificar que tudo estava bem”, contou, vincando a presença constante da mãe na sua carreira e nas suas decisões.

O mês e meio que leva de Macau não a faz sentir tão deslocada das suas raízes devido à presença da língua portuguesa. “O contacto com a língua ajuda um boca-dinho a sentir que estou em casa e, por isso, Macau foi o melhor local para esta expe-

riência”, disse sem, contudo, deixar de referir também que às sextas e sábados “muitos portugueses vão divertir-se ao Hard Rock”.

Estas noites “são mais cansativas porque traba-lhamos mais tempo”, disse Mariana que, no entanto, não se queixa do trabalho porque o público “vai para se divertir e é muito mais fácil trabalhar com pessoas que se querem divertir”.

Sobre o futuro, Mariana Domingues disse “não sonhar que Portugal se transforme no melhor local do mundo”, mas tem esperança que o seu futuro “passe pelo país”.

“Valorizo muito esta minha experiência até porque estou a trabalhar com gente muito profissional, mas quero voltar ao meu país”, vincou.

Depois, como qualquer músico, “gostava de gravar um álbum”, mas, explicou, a composição tem de começar por si e está ainda muito no início. “Claro que vou pedir ajuda a quem sabe, até por-que os meus conhecimentos musicais são básicos, mas quero ser eu a começar a compor, quero começar a trabalhar temas originais e depois fazer todo o caminho necessário até ao disco”, concluiu.

de tudo isso continua a ser “reservada e conservadora” na sua maneira de viver.

A experiência de Macau começou quando recebeu uma chamada de um “nú-mero estranho com um indi-

cativo ainda mais estranho”. “Era o Filipe a convidar-me para vir até Macau. Como sempre, a minha mãe foi decisiva para aceitar o con-vite, veio comigo e ficou em Macau três semanas até

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16 hoje macau segunda-feira 9.9.2013DESPORTO

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MARCO [email protected]

A jogar perante o seu próprio pú-blico, a selecção de hóquei em

patins do território não comprometeu. Os campeões asiáticos de hóquei sobre rodas conquistaram o torneio com que a Associação de Pa-tinagem de Macau assinalou três décadas de existência. Ontem, no derradeiro desafio da competição, a formação orientada por Alberto Lisboa esmagou a congénere de Taiwan por quinze bolas a duas, num desafio que encheu as bancadas do Pavilhão do Colégio D. Bosco.

Frente a um adversário consideravelmente menos cotado, a selecção do ter-ritório não teve problemas para confirmar credenciais e demonstrou desde cedo as qualidades que a conduziram ao triunfo nas cinco últimas edições do Campeonato Asi-ático da modalidade. Numa competição que serviu para mostrar que a renovação do seio do grupo de trabalho do território é um processo em curso, brilharam nomes

P ROMETE, a luta pelo primeiro lugar no âmbito do Grupo A do principal Campeonato de Futebol de sete do ter-

ritório. O Grupo Desportivo Monte Carlo respondeu à altura à goleada imposta pelo Windsor Arch Ka I ao Sporting Clube de Macau, ao derrotar o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública pela margem mínima num encontro disputado ao início da noite de sexta-feira.

Com o triunfo alcançado frente à ultra-defensiva formação das forças de segurança, o sete capitaneado pelo ma-caense Geofredo de Souza apanhou o Ka I na liderança da classificação geral. As duas equipas seguem empatadas com nove pontos no primeiro lugar do Grupo A da “Bolinha”, mas o embate da última sexta-feira frente à Polícia de Segurança Pública acabou por se revelar um osso duro de roer para o emblema presidido por Firmino Mendonça.

O grupo de trabalho das forças de segurança do território não abdicou da sua principal característica e brindou o

adversário com uma postura eminente-mente defensiva. A muralha de contenção montada pelo Grupo Desportivo da PSP acabou por ruir, ainda assim, mais depressa do que seria de supôr. Aos sete minutos, Paulo Cheang aproveitou uma desatenção da linha defensiva da Polícia de Segurança Pública, contornou o guarda-redes Leong Chon Kit e atirou a contar para o fundo das redes adversárias.

A ocasião foi uma das poucas em todo o desafio em que o guarda-redes da Polícia foi apanhado de surpresa pela linha avan-çada adversária. Leong Chon Kit, que já defendeu por várias ocasiões a baliza da Selecção do território, foi uma das figuras do desafio, ao evitar que a supremacia do Monte Carlo se materializasse por margem mais dilatada. O desafio teve inegavelmente sentido único, mas não teve mais brilhantismo porque o guarda-redes da Polícia não deixou. Leong Chon Kit respondeu com duas grandes interven-ções a remates de Geofredo de Souza e impediu que o triunfo do sete “canarinho” adquirisse contornos mais expressivos. O triunfo revelou-se, no entanto, mais do que suficente para que o Monte Carlo alcan-çasse o Ka I na liderança da classificação. As duas formações seguem empatadas na liderança do Grupo A com nove pontes e três triunfos em outros tantos encontros disputados.

No Grupo B, invencibilidade rima com Grupo Desportivo Artilheiros. A formação, conhecida por Pau Peng junto da comuni-dade chinesa, subiu ao primeiro lugar da série B do Campeonato da 1ª Divisão da “Bolinha”, ao golear a formação da Au-toridade Monetária e Cambial de Macau por quatro bolas a duas. – M.C.

Tóquio vai ser sede dos Jogos Olímpicos em 2020Já é conhecido o nome da cidade que vai sediar os Jogos Olímpicos em 2020. A escolha do Comité Olímpico, que esteve reunido neste sábado em Buenos Aires, na Argentina, recaiu em Tóquio, no Japão. De fora, ficaram as candidaturas de Madrid, logo na primeira votação, e Istambul. Tóquio teve a maioria dos votos dos 97 membros que fazem parte do Comité Olímpico Internacional. Com um projecto moderno, eficiente e seguro, Tóquio suplantou a feroz concorrência espanhola e turca e nem as suspeitas sobre água contaminada da central nuclear de Fukushima travaram o projecto nipónico. “Posso assegurar que a situação de Fukushima está controlada. Não teve e não terá nenhum impacto em Tóquio”, apontou o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe. Após 56 anos, a cidade japonesa volta a acolher uma edição dos Jogos Olímpicos.

30 ANOS APM MACAU GOLEOU TAIWAN POR 15-2

Crónica de um triunfo anunciadoconsolidados do hóquei patinado do território. Hél-der Ricardo, que se sagrou por várias vezes o melhor marcador nos Asiáticos em que participou, chamou a si o estatuto de mais prolífico marcador, ao apontar nada mais nada menos do que vin-te tentos na prova que ontem conheceu o seu desfecho.

A grande figura do der-radeiro desafio da prova foi, ainda assim, Alberto Lisboa. O seleccionador do território mostrou que quem sabe nun-ca esquece, calçou os patins e apontou seis dos quinze golos com que a selecção do terri-tório derrotou a congénere taiwanesa. Hélder Ricardo contribuiu para o volumoso resultado com quatro golos, Dionísio da Luz marcou dois e Augusto Fernandes, Nuno Azevedo e Nuno Antunes contribuíram com um golo cada para a consagração da selecção do Lótus.

Os campeões asiáticos despediram-se só com vi-tórias do torneio com que a Associação de Patinagem de Macau assinalou trinta anos de vida. Depois de terem derrotado a Selecção de Sub-20 do território no encontro inaugural da com-petição, os atletas às ordens de Alberto Lisboa levaram a melhor sobre Taiwan por 17-4, antes de golearem no sábado o Japão por sete golos sem resposta. A inex-periente selecção de Sub-20 rematou a competição, como era previsível, sem qualquer triunfo, mas António Aguiar traça um balanço positivo da participação das selecções de Macau na competição. “É, obviamente, uma prestação muito positiva. A selecção sénior venceu o torneio, como de resto estávamos à espera e os nossos jovens, apesar de não terem ganho nenhum jogo também não fizeram má

figura. Gostava de enaltecer a prestação heróica das nossas jogadoras e da selecção femi-nina, que mostraram muita garra e muita entrega ao longo de todos estes dias”, enaltece o presidente da Associação de Patinagem de Macau.

As celebrações dos trin-ta anos do organismo que chama a si a tutela da patinagem e do hóquei em patins em Macau encerraram com um jantar convívio em que participaram todas as equipas que deram corpo à

competição. Em meados de Outubro, a selecção de Sub-20 que se deu a conhecer na prova disputada esta semana estreia-se no Campenato do Mundo da categoria, que se disputa na cidade colombia-na de Cartagena das Índias.

BOLINHA MONTE CARLO BATE POLÍCIA

Liderança à espreita

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SALA 3SHIELD OF STRAW [C](FALADO EM JAPONÊS E LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Takashi MiikeCom: Takao Osawa, Nanako Matsushima, Tatsuya Fujiwara14.30, 16.45, 19.15, 21.30

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Campanha Eleitoral para a Assembleia Legislativa13:40 Telejornal + 360° (Diferido)14:40 RTPi DIRECTO19:00 Caminho das Índias (Repetição) 19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 Campanha Eleitoral para a Assembleia Legislativa21:15 Alta Pressão21:45 Alta Pressão22:10 Caminho das Índias 22:50 Retrospectivas23:00 TDM News23:30 Magazine Liga dos Campeões00:00 Com Ciência00:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi DIRECTO

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:40 Consigo15:00 Venezuela Contacto - 201316:00 Bom Dia Portugal17:00 Recantos17:15 Verão Cá Dentro18:15 O Teu Olhar (Telenovela)19:00 Trio d´Ataque20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo 23:00 Venezuela Total - Directo23:30 Verão Total

30 - FOX Sports12:30 Walker Cup 201314:30 2013 FIFA Beach Soccer World Cup Qualification USA vs. Costa Rica15:30 2013 FIFA Beach Soccer World Cup Qualification Mexico vs. El Salvador16:30 Walker Cup 2013 18:30 (Delay) 34th America’s Cup - Race 3 & 419:30 (live) FOX SPORTS Central20:00 Tiger Street Football 201322:00 FOX SPORTS Central22:30 Walker Cup 2013

31 - STAR Sports12:00 FIA F1 World Championship 2013 - Raceday Italian Grand Prix12:45 FIA F1 World Championship 2013 - Main Race Italian Grand Prix 14:45 FIA F1 World Championship 2013 - Chequered Flag Italian Grand Prix 15:30 Rebel TV 2016:00 GP2 Series 201318:00 Rolex Grand Slam Of Show Jumping19:00 Planet Speed 2013/1419:30 FIA F1 World Championship 2013 - Highlights Italian Grand Prix21:00 SBK Superbike World Championship 2013 - Highlights21:30 (live) Score Tonight 201322:00 Motorsports@ Petronas22:30 FIA F1 World Championship 2013 - Highlights Italian Grand Prix

40 - FOX Movies12:15 Con Air14:10 Chernobyl Diaries15:40 13 Going On 3017:20 We Bought A Zoo19:25 Moby Dick21:00 Home Alone 223:00 Pirates Of The Caribbean

41 - HBO12:25 Sherlock Holmes: A Game Of Shadows14:30 Madagascar 316:05 Fathers’ Day17:50 Hugo20:00 The Newsroom21:00 Hunted 23:00 True Blood00:00 The Divide

42 - Cinemax11:15 Wyatt Earp14:25 Wyatt Earp’S Revenge16:00 The Guns Of Navarone18:45 Justice League20:30 Starship Troopers22:00 Desert Hawk23:30 Strike Back

RIDDICK

M A C A U [ S Ã ] A S S A D OSERVIÇOS DE HOTEL? PODE SER TAMBÉM Foto: Kelsey Wilhelm

• Há um hotel na Taipa – ou pelo menos a publicidade ao hotel -, que oferece diversos serviços. O problema é que não se percebe muito bem se o hotel está fechado ou aberto durante 24 horas, porque eles dizem que “há sono” durante esse tempo. Mas, para serem simpáticos, fazem um jeitinho aos clientes. “Vá, serviços de hotel, pode ser”, dizem eles.

CAMPOS DA MORTE • Simon Scarrow Estamos no ano de 1810. O Visconde Wellington e o Imperador Napoleão conquistaram fama e reputação como comandantes militares brilhantes. Wellington goza ainda de maior fama durante os seus anos em Espanha, mas sabe que o seu derradeiro teste ainda está para vir: enfrentar o poderoso exército de Napoleão. Quando invade a França no ano de 1814, Wellington obtém uma vitória rápida. Enquanto se deixa seduzir por uma estadia em Viena, chegam notícias do regresso triunfante de Napoleão. Este, ambicioso como sempre, inicia uma campanha russa que termina em desastre e é depois derrotado em Leipzig na maior batalha alguma vez travada na Europa. Com o declínio do poder de Napoleão, Wellington quer esmagar o tirano de uma vez por todas - e assim os dois gigantes enfrentam-se uma última vez, em Waterloo...

AVATAR DE KUSHIEL • Jacqueline Carey A nação de Terre d’Ange é um lugar de beleza e graça sem par. Diz-se que os anjos deram com a terra e a acharam boa… e que a raça resultante da semente dos anjos e dos homens se rege por uma simples regra: Ama à tua vontade. Phèdre nó Delaunay é uma mulher atingida pelo Dardo de Kushiel, eleita para toda a vida experimentar a dor e o prazer como uma coisa só. O seu caminho tem sido estranho e perigoso, e ao longo de todo ele o devotado espadachim Joscelin tem estado a seu lado. A natureza dela é uma tortura para ambos, mas ele jamais violou o seu voto: proteger e servir.

É na parede branca que penduro um quadro.Nele contem a imagem de uma fotografia qualquer.Podia ser eu, podias ser tu, podíamos ser nós os doisSe tempo houvesse para isso.Esse prazo começa a expirar.Já não controlo a medida arbitrária da duração das coisas,E isso deixa-me ridículo e silencioso.Se soubesses como gostava de controlar a vontade,No espaço e no tempo da minha vida.Sermos dois, apenas um mais um,É algo que relativizo em hora firme.O ponto de vista não absoluto do prazo,Ou do tempo em si, como queiras,Faz-me sentir mais confiante,Pelo contrário, perdulário,Dissipador da consciência íntima.Parece que o tempo quebra e me termina.Me faz viajar para longe de ti, e do teu lugar,Onde me observas e fazes encarcerar o particular.Estou a ficar fora do prazo deste amor,Gasto e supérfluo do que não tenho.

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18 hoje macau segunda-feira 9.9.2013OPINIÃO

Fernando SantoSin Jornal de Notícias

“C HEGUEI à guerra eram sete horas da manhã. Estava a guerra ainda fechada. E estava uma mulherzinha a vender castanhas à porta da guer-ra. E eu perguntei: Minha senhora, faz favor, pode dizer-me se aqui é que é a guerra de 1908? Não, é

mais acima, aqui é a guerra de 1906. Subi dois andares, cheguei mais acima, estavam a abrir as portas onduladas da guerra já eram 9 e tal”.

Fez rir gerações esta parte de um “sketch” famosíssimo, interpretado por Raul Solna-do, nome maior do teatro português. Hoje, adaptadas as datas, caricatura bem o barril de pólvora instalado no Médio Oriente - e o cinismo da comunidade internacional.

Esquecido dos resultados desastrados da guerra no Afeganistão, no Iraque e na Líbia, um conjunto de românticos exultou há dois anos com o surgimento de movi-mentos populares aparentemente adeptos do derrube de um naipe de regimes ditatoriais, substituindo-os por democracias. E, afinal, a Primavera Árabe rapidamente se transfor-mou num movimento cascata, travestido, de substituição de dirigentes facínoras por outros facínoras.

Se os sinais de extremismo saídos do Egipto são eloquentes, a guerra civil ins-taurada na Síria aponta ao limiar do erro

O anúncio de um ataque ao arsenal do ditador Bashar al-Assad está por um fio. Barack Obama, o Nobel da Paz, deverá receber luz verde do Congresso americano na segunda-feira e a partir daí seguir-se-á o fogo à peça - o veto também geoestratégico da Rússia e da China no Conselho de Segurança da ONU vale zero. Um cenário repetido

As castanhas à porta da guerra

de análise. E a um lamentável aproveita-mento (outra vez) das grandes potências, exercitando-se o cúmulo do cinismo.

Dois milhões de deslocados e 110 mil mortos depois, os pretensos polícias do Mundo - Estados Unidos, França, Inglaterra e mais uns acolitozitos - espreitaram em 1300 assassinatos por armas químicas a hipótese de se fazerem notar moralistas, escondendo no conceito o despique geoestratégico e as altas negociatas, do armamento ao gás e ao petróleo.

O anúncio de um ataque ao arsenal do ditador Bashar al-Assad está por um fio. Barack Obama, o Nobel da Paz, deverá receber luz verde do Congresso americano na segunda-feira e a partir daí seguir-se-á o fogo à peça - o veto também geoestraté-gico da Rússia e da China no Conselho de Segurança da ONU vale zero. Um cenário repetido.

Não nos enganemos: a escalada ar-mamentista no conflito sírio só agravará fúrias do enorme vespeiro em que está

transformado o Médio Oriente. A passa-gem da ideia de uma intervenção destinada a repor patamares mínimos de dignidade da condição humana naquela região do Mundo é falaciosa. E tão perigosa quanto a tese da necessidade de dar uma lição a um regime repugnante - mas, apesar de tudo, sem cercear o convívio entre comunidades religiosas diversas. E todos sabem estar a Oposição fragmentada, constituída por extremistas de sinal contrário e grupos de bandoleiros e terroristas de quilate semelhante - ou pior.

Perante o comportamento dos senhores do Mundo, é difícil compreender como ainda nos admiramos com o exército de hipócritas mais próximos das nossas vidas - estejam eles nos locais de trabalho ou no bairro em que habitamos.

A Barack Obama, François Hollande, David Cameron e acólitos devia ser passado o som de Solnado sobre a guerra de 1908. Seria difícil, mas talvez o riso os desarmasse da ganância.

CARL

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19 opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Zhou Xuefei [estagiária] Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Tiago Alcântara; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

RicaRdo Pinhotwitter.com/ricardo

Depressão é dissonância cognitiva falhada.

disse-me um passarinho...

hoje macau segunda-feira 9.9.2013

A seringa é um instrumento mé-dico de grande utilidade usado no quotidiano. Em casos de febre pode ser usada pelos médicos para injectar um medicamento. Esta é uma boa utilização da ferramenta médi-ca. Qual é a má utilização? Já ouviram falar de casos em que a seringa é usada para matar?

No dia 4 de Agosto de 2013 ocorreu um crime em Hung Hom, Hong Kong. Um homem de nome Wong usou uma seringa que tinha uma agulha de aço inoxidável descartável para atacar uma mulher chamada Lung. Wong foi preso no dia 8 de Agosto.

Wong tem 58 anos e é divorciado. Du-rante o julgamento, a polícia relatou que o agressor apanhou a seringa usada para atacar Lung numa casa de banho pública. O infractor também confessou à polícia que tinha atacado outras três mulheres. Como até ao momento a polícia ainda não tinha encontrado estas mulheres, foi pedido o adiamento do julgamento. O tribunal aceitou e Wang foi acusado do crime de agressão.

Segundo alguns médicos, o facto de a seringa ter sido apanhada numa casa de banho pública aumenta o risco de esta ter sido usada por toxicodependentes e por isso estar infectada com uma série de doenças.

O caso acima citado não é novo. Se voltarmos até ao dia 13 de Maio de 2001, podemos ver que o site www. dajiyuan.com anunciava que numa discoteca em Hong Kong, cinco mulheres tinham sido atacadas, por uma outra, com uma seringa. Depois do ataque, a mulher deixou um papel nos bolsos das vítimas dizendo, “bem-vindas ao clube da Sida”. Depois de terem feito análises, uma das mulheres, Amy, estava infectada.

Em Buji, Shenzhen, China, aconteceram vários casos similares. No dia 22 de Dezem-bro de 2009, um homem chamado Zhang, que vivia em Buji, foi atacado, quando regressava a casa, por três mulheres com seringas, exi-gindo-lhe dinheiro. As mulheres, com cerca de 30 anos, falavam mandarim, e exigiram dinheiro para comprar droga. Disseram-lhe que se não pagasse, lhe destruíam o carro e o picavam com a seringa. Zhang pagou-lhes $100 e foi-se embora.

Estes casos ocorrem na China e em Hong

Seringas e homicídios

*Professor Associadono Instituto Politécnico de Macau

macau v is to de hong kongDAVID CHAN*[email protected] • http://blog.yahoo.com/legalpublications

Kong. Taiwan também não foge à regra. No dia 23 de Março de 2013, um homem de nome Chen, depois de se ter separado da namorada, Fong, a atacou-a com uma seringa. Chen já estava infectado com Sida há muito tempo. Na altura do ataque, Chen não só injectou o seu próprio sangue em Fong, como também a violou. Foi condenado a 11 anos de prisão, acusado de agressão e estupro, não de homicídio.

Como sabemos, não existe actualmente uma solução para a Sida. Estar infectado com Sida, significa a morte. O doente não tem hipóteses de recuperação. Os “cocktails” são o tratamento mais recente para a doen-ça. No entanto, estes apenas impedem o vírus de se desenvolver no organismo, não o eliminam. Por isso, estar infectado com o vírus da Sida, é como estar à espera da morte. É uma questão de tempo. Pode ir de duas semanas a 20 anos.

Estes casos provam que o uso de serin-gas não é uma novidade. A questão, é se a seringa está contaminada com o vírus da Sida, ou não. Se não estiver, o agressor será provavelmente acusado apenas de agressão. A pena não deve ser muito pesada. Se estiver, e a vitima for infectada com Sida, será que o agressor pode ser acusado de homicídio?

Pode-se argumentar várias coisas sobre estes casos. Que quem foi infectado não está morto. Está simplesmente com uma doença incurável. Continua vivo. A morte da vitima não é imediata. Como é que se pode acusar o agressor de homicídio?

Na “common law”, para fazer uma acusação de homicídio, a vitima tem de morrer no período de um “year and a day”. “Year and a day” significa um ano mais um dia. Se por exemplo, A usa uma faca para atacar B, B deve morrer no período de “um ano e um dia”,i.e. entre 366 ou 367 dias, conforme os anos. Se B não morrer dentro

deste período, A não pode ser acusado de homicídio. A “morte imediata” da vitima tem de ocorrer nesse período. Esta é a famosa regra “year and a day”. Como bem sabemos, nem todas as vitimas têm morte imediata. Pode-se sobreviver durante algum tempo, e só depois morrer. Se sobreviver muito tempo, o agressor pode desculpar-se alegando que não houve morte imediata, e por isso não é responsável pela morte da vitima. A regra “year and a day” impede esta desculpa. Se a morte se der neste período a polícia pode acusar o agressor de homicídio.

No entanto, o caso em que se usa uma seringa infectada com Sida é obviamente uma excepção, porque a vitima pode não morrer neste período de tempo. Para superar esta deficiência, a secção 33C das “Offences Against the Person Ordinance”, de Hong Kong aboliu a regra “year and a day”. Não existe, actualmente, prazo de prescrição para o homicídio. Mesmo que a vitima morra dez anos depois, o agressor pode ser acusado de homicídio.

Também nos podemos questionar sobre a forma de cometer homicídio. Pode-se usar uma faca, uma pistola, uma bomba. Mas será que a utilização de uma seringa pode ser considerada uma forma de cometer homicídio? A secção 14 da mesma lei res-ponde a esta pergunta. As formas de cometer homicídio já não constam da lei. Seja qual for o método para assassinar alguém, a lei de Hong Kong pode sempre proceder a uma acusação de homicídio.

Voltemos a Macau. No Código Criminal não existe nenhuma especificação do período de tempo decorrido entre a morte da vitima e a agressão sofrida. Por outras palavras, no exemplo de A e B, quanto tempo é que de-veria passar até B morrer, depois de ter sido esfaqueado por A, para se fazer a acusação de homicídio? E mais, se A tivesse usado uma seringa infectada com Sida, poderia ser acusado de homicídio?

Estas são algumas áreas cinzentas no nosso Código Criminal. É melhor olharmos para os casos de agressões com seringas que infectam as vitimas com Sida.

Segundo alguns médicos, o facto de a seringa ter sido apanhada numa casa de banho pública aumenta o risco de esta ter sido usada por toxicodependentes e por isso estar infectada com uma série de doenças

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ECOLOGIA ZHUHAI E MACAU ORGANIZAM PASSEIO

Voltinha em bicicleta

hoje macau segunda-feira 9.9.2013

CNN mostra vídeosde supostas vítimasde armas químicasA estação televisiva CNN divulgou, no sábado, 13 vídeos exclusivos que mostram alegadas vítimas dos ataques com armas químicas. As pessoas que aparecem nas imagens estão em fila, numa sala, e vê-se um adulto com convulsões e uma criança a ser reanimada. Os vídeos revelados pela CNN, que não garante a sua autenticidade, foram mostrados a um pequeno grupo de senadores pela Administração de Barack Obama. As imagens mostram alegadamente vítimas do ataque ocorrido no dia 21 de Agosto, num bairro perto de Damasco, em que terão sido usadas armas químicas.

Brasil Detidos mais de 220 em manifestaçõesO Dia da Independência do Brasil, assinalado ontem, ficou marcado por desfiles militares, protestos pacíficos, e, principalmente, muitos confrontos entre policias e grupos de manifestantes mascarados em várias das principais cidades do país. Os números apontam para 225 detidas e 32 feridos ao longo do dia. Os motivos dos protestos são diversos, mas centram-se no mensalão, no perdão da Câmara dos Deputados a Natan Donadon ao desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza na Rocinha, no Rio de Janeiro.

Afeganistão Oito civis mortos depoisde ataque da NATOUm bombardeamento da missão da NATO no Afeganistão (ISAF) resultou na morte de pelo menos oito civis, incluindo três mulheres e três crianças. Na sequência do mesmo ataque, seis talibãs também perderam a vida. O bombardeamento ocorreu no sábado à tarde, na província oriental afegã de Kunar, no distrito de Watapur, quando as forças da NATO atingiram um 4x4 com vários talibãs. Segundo o porta-voz da Polícia regional, Habib Kheli, uma carrinha com civis foi também atingida.

Índia Confrontos fazem 12 mortosMorreram 12 pessoas e 30 ficaram feridas após violentos confrontos entre elementos de duas comunidades rivais no estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia. Os confrontos começaram sábado no distrito de Muzaffarnagar, quando um grupo de pessoas ao regressar a casa se encontrou com outro grupo com o qual mantinha um litígio religioso. Mais de mil polícias e outras forças militares foram enviadas para a região, sobretudo nas zonas rurais, onde neste domingo foram registados novos incidentes que levaram as autoridades a impor o estado de alerta na região. A polícia deteve até o momento 30 indivíduos envolvidos na morte, entre outros, de um jornalista local, que morreu com uma bala perdida.

Somália Unicef quer escolarizar um milhãoAs autoridades da Somália lançaram hoje uma campanha para que um milhão de crianças possa frequentar a escola, informou a Unicef, a organização das Nações Unidas para a infância. A iniciativa chama-se «Go 2 School» (Ir à escola) e foi lançada em várias cidades do país tais como, Mogadíscio, Hargeisa e em Garowe. A campanha vai prolongar-se durante três anos e pretende «dar a oportunidade de estudar a um quarto dos jovens que actualmente estão fora do sistema escolar», explica a Unicef.

Engravidou..mas não tem ováriosAconteceu na Austrália. Uma mulher, de 31 anos, cujo nome não foi revelado a pedido da própria, está grávida de duas meninas, isto apesar de ter padecido de um cancro que a obrigou à remoção dos ovários, em 2006. Milagre? A ciência diz que não. E explica porquê. O insólito caso aconteceu na Austrália. Em 2006, uma mulher, então com 24 anos, descobriu que tinha cancro e que, por isso, teriam de lhe retirar os ovários. Todavia, antes da cirurgia, a agora futura mãe pediu aos médicos para guardarem o tecido dos ovários para mais tarde lhe fazerem um enxerto na parede abdominal que lhe permitisse engravidar. Foi o que aconteceu. Sete anos depois – agora, com 31 anos, está grávida de duas meninas, depois de, em 2010, ter feito primeiro transplante de tecido e, em 2012, o segundo. Kate Stern, especialista em fertilidade, explica: «O tecido foi-lhe colocado à volta da parede do abdómen, entre a pele e o músculo. Além disso, a paciente recebeu um estímulo hormonal, acabando mais tarde por produzir dois óvulos que foram fertilizados e inseridos no útero.» Apesar deste procedimento já ter sido aplicado várias vezes em todo o mundo, esta é a primeira vez que é utilizado numa mulher à qual foram retirados os ovários...

A Direcção dos Ser-viços de Protecção Ambiental (DSPA) volta a organizar um

passeio de bicicleta entre Macau e Zhuhai, para comemorar o “Dia Mundial sem Carros”.

A 22 de Setembro, quem quiser pedalar pode utilizar a via verde para ciclistas em Zhuhai, de forma a participar num passeio ecológico, saudável e com baixo nível de carbono. A inscrição na actividade estará aberta a partir da próxima quarta-feira.

O objectivo, diz a DSPA, é chamar a atenção da população para a qualidade do ar, esti-mulando a opção pelo passeio ecológico para favorecer a purificação do ar das cidades

e elevar a qualidade de vida. O evento “Cicloturismo - Macau a Zhuhai no Dia Mundial sem Carros 2013”, tem como intuito reforçar a concepção ambiental da população sobre a preservação de recursos ecológicos.

O itinerário é de 26 quilóme-tros, incluindo uma parte das vias incluídas nos “10 Principais Iti-nerários de Turismo Ecológico”, que foram lançados no corrente ano pela cidade de Zhuhai. A saída está marcada para o Parque Municipal Dr. Sun Yat-Sen (ou Parque Canal dos Patos) às 08h00 da manhã, lugar onde será feita a confirmação de inscrição. Após a passagem na fronteira, o passeio começa pelo sul do Passeio de Namorados rumo à Praça da

Praia Hai Bing, onde é o ponto de encontro com os ciclistas de Zhuhai, dando início à activida-de. As equipas de ciclistas irão percorrer, conjuntamente, a Rua Média de Namorados, passando pela Estátua da Deusa Pescadora e Ilha de Raposos. Após o almo-ço, a equipa de Macau regressa de bicicleta à fronteira. O evento está previsto para terminar às 14h00 do mesmo dia.

As inscrições podem ser fei-tas de 11 a 18 de Setembro e os participantes devem utilizar as suas próprias bicicletas e fazer a sua inscrição no escritório da Associação de Ciclismo de Macau, na Rua do Desporto ou no Centro Desportivo Olímpico da Taipa.

CIMEIRA FRIAcartoon por Stephff