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O GRUPO I V  Na ten são en tr e o in di víduo e a soci edad e, a dive rgên cia j do universal e do pa rticular implica, necessar iamente, que o £ indivíduo não se insere de forma imediata na totalidade social mas através de instâncias interm ediárias. Es tas instâncias inter- *" mediárias são as que se encontram abrangidas pelo conceito de Grupo,1 o qu al vem ganhando direitos de cidadania na sociolo- gi a desde os fi nai s do sécul o XIX, sobretudo depoi s de Durkheim. £l Co ntud o, tan to na soc iol ogia como na lingua gem comum, esse ?8 termo ainda não obteve um significado inteiramente definido. A palavra Grupo, pelo contrário, é algo semelhante ao que a gica da Linguagem chama “ expressão ocasional” — isto é, um lu ga r vazi o que, segun do o con tex to d e cada ocasião, se enc he **i W de diferentes s ignif icados. Sem violen tar o sentido da palavra,  pod em os d ef in ir como G ru p o um a com un idade d e interesses, como uma aglomeração casual de indivíduos; uma comunidade unitária no tempo e no espaço ou, pelo contrário, dispersa; uma comunidade cônscia de si mesma ou uma apenas vinculada por algumas características objetivas. Dificuldades deste gênero ocorrem sempre que a ciência coordena de maneira inequívoca uma palav ra que , em si, não é inequí voca. Mas nem po r i sso faltaram as tentativas para tornar mais manejável o conceito de Grupo — que, de qualquer modo, parece indispensável — fixando alguns critérios fundamentais que valham, de alguma forma, como núcleo de identificação de suas diversas configura ções, núcleo esse que, com freqüência, assume um certo caráter  for ma l.  Assim disse Oppenheimer:

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O G R U P O

IV

 Na tensão entre o indivíduo e a sociedade, a divergência jdo universal e do particular implica, necessariamente, que o £indivíduo não se insere de forma imediata na totalidade socialmas através de instâncias intermediárias. Estas instâncias inter- *"mediárias são as que se encontram abrangidas pelo conceito deGrupo, 1 o qual vem ganhando direitos de cidadania na sociolo-gia desde os finais do século XIX, sobretudo depois de Durkheim. £ l

Contudo, tanto na sociologia como na linguagem comum, esse ? 8termo ainda não obteve um significado inteiramente definido.A palavra Grupo, pelo contrário, é algo semelhante ao que alógica da Linguagem chama “expressão ocasional” — isto é, umlugar vazio que, segundo o contexto de cada ocasião, se enche **iWde diferentes significados. Sem violentar o sentido da palavra,

 podemos definir como Grupo uma comunidade de interesses,como uma aglomeração casual de indivíduos; uma comunidade

unitária no tempo e no espaço ou, pelo contrário, dispersa; umacomunidade cônscia de si mesma ou uma apenas vinculada poralgumas características objetivas. Dificuldades deste gêneroocorrem sempre que a ciência coordena de maneira inequívocauma palavra que, em si, não é inequívoca. Mas nem por issofaltaram as tentativas para tornar mais manejável o conceito deGrupo — que, de qualquer modo, parece indispensável —

fixando alguns critérios fundamentais que valham, de algumaforma, como núcleo de identificação de suas diversas configurações, núcleo esse que, com freqüência, assume um certo caráter

 formal.  Assim disse Oppenheimer:

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Uto Grupo è . . .   qualquer círculo de pessoas (maior oú menor, momentâneo ou duradouro, solidamente organizado ou reunido de forma indefinida) que atuam contemporaneamente e demodo semelhante, sob um mesmo impulso externo e na basede um estado de consciência comum. 2

Parecida, se bem que algo restrita, é   a definição formulada por Geiger:

Um Grupo é constituído por uma multiplicidade de indivíduos vinculados entre si de tal forma que o indivíduo sentir--se-á parte integrante do todo, do “nós”. 3

Entretanto, este "nós” é entendido por Geiger como consciência coletiva, isto é, como entendimento subjetivo, sem levarem conta o que possa ser um elemento de vinculação objetiva,ao passo que a consciência de “nós” pode faltar inteiramente noscasos em que a linguagem científica utiliza, com bons fundamentos, o conceito de Grupo — por exemplo, em muitos países, para designar os trabalhadores.

O conceito de Grupo continua por definir, mesmo quandose defina com base nas relações recíprocas entre os seus mem

 bros. A título ilustrativo, Maclver entende por Grupo

qualquer vínculo de seres sociais que assumem entre si relaçõessociais bem definidas.4

É claro que “relações” pode significar aqui toda e qualquercoisa.

Além disso, o conceito formal de grupo adquire algumascaracterísticas mais objetivas no papel que freqüentemente desempenha na corrente behaviorista da sociologia americana. Porexemplo, Bogardus escreveu:

Um grupo social é... um determinado grupo de pessoascom interesses comuns, que atuam entre si, possuem um sentidode sua comunidade e participam de atividades comuns. Isto é

válido desde uma família pequena, constituída pelos pais e umfilho... até ao grupo nacional, que compreende milhões deindivíduos. 6

A este uso do conceito de Grupo, que tende a abrangerfiguras sociológicas da mais variada espécie, opõem-se as tenta

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tivas, realizadas sobretudo na Alemanha, de reservar o termo para designar um  gênero específico  de configuração social.

Basta lembrar aqui o trabalho realizado por Leopold vonW iese .6 Ele dividiu todas as configurações sociais em funçãoda distância ideal do indivíduo vivente. Assim foi que chegou a

uma classificação de Massas, Grupo e “entidades coletivas oucorporativas abstratas”:

 No caso das M assas.. . os processos sociais em movimento são encarados de tal modo que as relações próprias doindivíduo incorporado à massa influem diretamente sobre aconduta desta. As massas estão muito próximas da naturezaespecífica, notadamente, dos desejos dos homens que as compõem.

 — As configurações de segunda potência, isto é, os G rupos....

estão mais distantes do jogo variável das relações individuais,visto que possuem uma organização que impõe ao indivíduo atônica de sua atuação. — Por fim, as configurações supremas dasocialização, as entidades coletivas ou corporativas abstratas, baseiam-se numa ideologia sustentada pelos homens que as com

 põem, a qual forma os coletivos de um modo inteiramenteimpessoal, isto é, o mais distante possível do indivíduo singularempírico. Esses coletivos são pensados e sentidos como portadores dos valores duradouros, não vinculados ao transcurso do

 prazo de vida do indivíduo.7

São estes os caracteres distintivos que Wiese atribui a um“Tipo Ideal de Grupo”:

1. Relativa constância e relativa continuidade; 2. Organização, baseada na repartição de funções entre os membros; 3.Idéias do grupo presentes em seus membros individuais; 4. Formação de tradições e costumes nos grupos de mais longa dura

ção; 5. Relações mútuas com outras configurações grupais; 6.Um critério de Direito (sobretudo, nos grupos mais realistas ede maiores dimensões).8

Para Wiese, a distinção entre grupo e coletividade tem umgrande valor. Ele tratou mesmo de definir o modo como seefetua a transição de um para outro, localizando-a no seu esquema conceptual:

Da tradição e das idéias comuns sobre a natureza do Gruposurge, em dado momento, para além das considerações (racionais) que servem à finalidade do grupo, um espírito de grupo,de caráter ético, que confere um conteúdo específico às forçascomunitárias do grupo. Com isto, já se prepara no grupo ocoletivo abstrato. 9

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É evidente a vantagem desta definição para a formação deuma nomenclatura bem estabelecida; mas também é evidente, por outra parte, que tanto o objeto como o sentido lingüísticonão exigem a restrição do uso do termo Grupo a formaçõessociais deste tipo, sem ampliá-lo, por exemplo, a homens que,

casualmente, se encontram por breves momentos — numa discussão durante uma curta viagem ferroviária — e que em taisocasiões se integram socialmente, em certa medida. Esses gruposefêmeros podem ser mais importantes para a sociedade e parao seu estudo, sobretudo para o exame da atmosfera humana,da opinião pública, dos níveis culturais, do que os grupos permanentes do tipo de uma associação filantrópica.10

Para evitar essa dificuldade, procurou-se, freqüentemente,designar algumas formas concretas das múltiplas vinculaçõessociais dos homens através de atributos adicionados à palavraGrupo. Assim, fala-se não só de grupos transitórios, efêmerose duradouros, mas também de grupos abertos e exclusivos, organizados e não-organizados, voluntários e compulsórios, psicológicos e institucionais.11

Tem ganho uma importância cada vem mais acentuada ochamado micro grupo-,  um núcleo de pessoas bastante pequeno para que

cada pessoa possa ligar-se a cada uma das outras. . . de ummodo direto e pessoal, e sem a mediação de terceiros.12

Depois de Herbert Spencer, foi sobretudo Gumplowiczquem, na Alemanha, deu seguimento às investigações em tomodos grupos desse tipo. Ele definiu-os como “o elemento originário de todo e qualquer desenvolvimento social” e o “fatormais elementar do processo natural da História”.13

As primeiras intuições da criança são-lhe inculcadas, desdeo começo da vida, pelo seu meio ambiente. A partir desse momento, o modo de agir dos que dela cuidam cria na criançaos primeiros conceitos e concepções éticos. Vem, depois, a apren

dizagem! Elogios e admoestações, prêmios e castigos, esperançasdepositadas nela, temores e medos que lhe são insuflados. Taissão os elementos que, gradualmente, vão compondo a sua visãodas coisas, formando o seu espírito. E, antes de se dar contadisso, o pequeno cidadão do nosso mundo está formado, comonum decalque, pelos caracteres ideais da sua “família”, usandoa palavra em sua mais ampla acepção romana. A forma do espí

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rito infantil ajusta-se perfeitamente ao molde multilateral emque foi vazada e tem impressas as marcas que lhe foram postas

 por cada faceta. Com esta bagagem ingressa o jovem indivíduono “mundo” que tem a configuração de uma turma de companheiros de jogos e de estudos, os quais foram também formados,em geral, em moldes semelhantes ao dele e que têm, mais ou

menos, concepções idênticas. Inculcou-se nele uma admiraçãosemelhante por determinadas classes de coisas e pessoas e, mesmoinvoluntariamente, o mesmo ódio ou aversão que são sentidos

 por outras; até o gosto por certos alimentos e bebidas recebeuuma orientação uniforme de aprendizagem — e eis-nos diantede outros tantos relógios que funcionam de acordo com a cordaque lhes foi dada e o acerto dos ponteiro s.. . tudo isso vive nacriança como pensamento, que o vulgo imagina ter sido pensadocom toda a liberdade pelo indivíduo; vivem em seu espírito como

sentimento, que o vulgo também imagina ser alimentado peloindivíduo, com razão ou sem ela, com mérito ou com culpa.. .M

Igual importância foi atribuída por Cooley aos microgru- pos, como a família, os grupos de diversão e as vizinhanças; àsconfigurações deste gênero deu ele a designação, hoje popularizada, de  primary groups  (grupos primários), considerando-os primários no tempo e na importância de que se revestem para

o desenvolvimento da personalidade e a manutenção das idéias edos ideais sociais, ao passo que os  secondary groups  (grupos secundários) abrangeriam os agrupamentos do tipo do Estado,Partido, Classe etc.

Por grupos primários entendo eu os que se caracterizam poruma associação e uma colaboração pessoais e sem a mediação deterceiros. . . São praticamente universais, porque pertencem atodos os tempos e a todos os estágios do desenvolvimento; são,

 pois, um dos principais esteios de tudo o que é universal nanatureza e nos ideais dos homens... Obviamente, essas vincula-ções constituem a aprendizagem inicial da natureza humana nonosso mundo e não existem bases aparentes para supor que issotenha sido diferente em qualquer tempo e lugar. 15

A sociologia contemporânea dedica bastante atenção aoestudo dos microgrupos. Mas a investigação empírica dos mi-

crogrupos existentes na realidade ou experimentalmente formados tende a limitar-se ao conhecimento dos mecanismos internos, psicossociais, de mediação do grupo, os quais explicam a dependência e a uniformidade psíquicas dos membros do microgrupo.Por outra parte, são quase relegadas para um plano obscuro asrelações recíprocas entre esses grupos è o mundo social onde

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se situam, as quais determinam, em grande medida, o conteúdoespecífico das concepções, atitudes, normas etc. de que o grupoé mediador.16

O interesse de tais estudos é, em primeiro lugar, de ordem

 prática: depois da famosa pesquisa industrial-sociológica na fá brica Hawthorne,17 sabe-se até que ponto são importantes asrelações que se estabelecem nos microgrupos não-formais 18 parafins de trabalho em equipe e, por conseguinte, para a produtividade do trabalho. Além disso, como os microgrupos podem sercolocados em condições experimentais previamente estabelecidas, constitui um fator favorável ao seu estudo a consideraçãometodológica que permite, neste caso, a aproximação do estudodo grupo dos critérios de exatidão experimental das ciênciasnaturais.19

 Não faltaram na sociologia as tentativas de atribuir aoestudo dos grupos uma importância primordial ou mesmo deidentificar com esse estudo a área total da investigação sociológica. Não obstante a tendência de Durkheim para atribuir aocoletivo a primazia sobre o indivíduo, ele enfatizou, em sua

 polêmica contra o universalismo histórico, as associações singulares concretas, os grupos, os “ tipos sociais” . Excluído o conceito de desenvolvimento da humanidade como um todo, ogrupo via-se elevado, pois, ao  status  de objeto por excelênciada Sociologia, em nítido antagonismo com os remanescentes daespeculação histórico-filosófica do positivismo de Comte. Defato, para Durkheim, a lei comteana dos três estágios de desen

volvimento da sociedade é “uma visão inteiramente subjetiva. Na realidade, o desenvolvimento da humanidade como tal nãoexiste. O que existe e pode-se observar são sociedades particulares que nascem, evoluem e morrem independentemente umasdas outras.” 20 Para Durkheim, o conceito de Tipo Social permite eliminar a divergência estéril entre o nominalismo históricoe o realismo conceptual, que é uma conseqüência da relação emque a filosofia fora colocada, em face da sociedade concreta.

A redução da sociologia ao estudo dos grupos societáriosfoi também tentada, mais de uma vez, na sociologia americana.Assim, lê-se em Bogardus:

A sociologia pode ser definida como a teoria segundo aqual os grupos sociais interatuam para o desenvolvimento e ama

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durecimento da personalidade, por intermédio dos seus mem bros. 21

Em semelhantes concepções da Sociologia, o conceito de sociedade é suprimido por considerar-se vazio e sem função alguma;a totalidade social significa, quando muito, a soma de grupos previamente investigados. Trata-se de uma espécie de mapageográfico em que todos os países estão devidamente assinalados;a sua estrutura depende unicamente dos grupos que estão incluídos no mapa, pelo que não se apresenta sequer a questão dadependência dos grupos da estrutura social e suas leis. A investigação da relação entre o indivíduo e a sociedade, em cujo

âmbito grupos da mais variada espécie desenvolvem diversasfunções mediadoras, reduz-se ao estudo das relações de dependência entre indivíduos e grupos.

Desempenha aqui um papel decisivo saber que espécie de“Realidade” pode ser atribuída aos grupos: se for admitida aexistência real dos indivíduos isolados, os grupos só poderãoser vistos como agregados de indivíduos; ou os grupos podemser encarados como realidades preexistentes e superordenadas. Esta idéia do grupo como entidade autônoma, à qual os seusmembros estão, significativa e geneticamente subordinados, persiste, sobretudo, entre os sociólogos românticos e organicistas,tanto no caso dos mais antigos, como Gumplowicz e Ratzenho-fer, como no de alguns mais recentes: Othmar Spann, AlfredVierkandt e Karl Dunkmann.22

Uma forma pura da teoria do grupo como entidade autô

noma foi assim descrita por Vierkandt:Os Grupos são unidades da vida societária que permanecem

através das idas e vindas dos seus membros individuais. Não sóa sua forma, ordem e estrutura são permanentes mas tambémo seu impulso vital, seus objetivos, deveres e realizações. Osgrupos conservam uma certa independência dos homens, a quemformam e inserem na sua própria ordem.23

Vierkandt falou de uma “vida própria” dos grupos e opinou que

os grupos manifestam, de uma forma semelhante à das pessoas,comportamentos unitários e ordenados em função de uma determinada finalidade, elaboram estímulos em forma racional e dão-•lKes resposta, correspondendo às exigências que lhes são apre

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sentadas, desenvolvendo certas tendências etc., numa palavra, têmuma vida unitária e internamente determinada, no sentido em quea individualidade a possui.24

O grupo é

aquela forma da sociabilidade humana... em que a natureza

afiliatiya do homem se expressa da maneira mais pura (e que por esta razão sobrevive a todas as transformações históricas).Distingue-se de outras formas de união societária durável, nota-damente por duas propriedades: primeiro, a vida autônoma do todo,  isto é, uma vida que subsiste ante a vida pessoal dos mem

 bros, de uma forma relativamente independente das variações dosindivíduos (por exemplo, a vida autônoma do Estado em relaçãoà dos seus cidadãos ) ;  e, segundo, a unidade interna,  isto é, umaunidade que é ou pode ser experimentada como tal pelos mem

 bros.26

Vietkandt não atribui a este conceito de grupo uma validade superior àquela, unicamente heurística, de que deveria serevestir o tipo ideal de Max Weber; mas, apesar de suas reservasmetodológicas, a tendência para hipostasiar o grupo é claramente reconhecível:

O grupo é . . . uma unidade última;  e o conceito de gruponão é,  portanto, suscetível de análise ulterior, quer dizer, constitui uma categoria social   e a compreensão da realidade social,mediante essa categoria, baseia-se em fatos não deriváveis, ouseja, fenômenos originários fundamentados numa disposição correspondente ao homem.26

Os sociólogos organicistas reservam a expressão “Grupo” para os coletivos a que atribuem um certo grau de independência em relação aos membros, no sentido de que o todo é superiorà soma de suas partes. A validade desta proposição, na esferasocial, é tão pouco discutível que, de fato, o processo vital totalda sociedade ocorre por cima das cabeças dos indivíduos, mesmoque seja através deles — convirá recordar que o sentido detotalidade está modificado radicalmente, em relação ao seu significado original, derivado da psicologia da percepção — mas,

entretanto, não deve ser esquecido que o conceito realista pro posto pelos sociólogos organicistas nega, potencialmente, ainteração do universal e do particular na sociedade e justificaamiúde a submissão heteronômica dos indivíduos às entidadesestatais e cooperativas, na base de supostas leis essenciais, sociologicamente definidas. Mesmo um positivista como Durkheim

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não permanece alheio a tais intenções; ele viu no predomínioreal do coletivo sobre o indivíduo não só a fonte da Ética, emgeral, mas também um valor ético-normativo. Nessa sua teorianão há margem para uma concepção meramente universalista dogrupo; pelo contrário, e não por erro, falou-se de “uma reinter-

 pretação mecanicista da idéia de totalidade de Durkheim”. 27

A discussão sobre o conceito realista da existência do grupofoi orientada, na década de 1920,  quase exclusivamente, pelaoposição entre os aspectos “ individualista” e “universalista”, 28que interpretavam de forma antagônica a relação entre indivíduo e grupo — sobretudo, em virtude da influência da psicologia da Gestalt, então em franco desenvolvimento — relação

essa em que predominava a tese segundo a qual ela deveria serentendida como relação de reciprocidade funcional. A essa concepção se refere, sobretudo, a teoria da dinâmica de grupo,  queexerce hoje uma grande influência nos Estados Unidos.29

Os defensores dessa teoria sublinham não só a “interação”do grupo e do indivíduo mas também as constantes mudançasa que estão sujeitos por força dessa interação, tanto o grupo*

em si como a qualidade dos indivíduos que o compõem. Ai 

grande influência exercida por Kurt Lewin, oriundo das fileiraáda teoria da Gestalt, baseia-se, essencialmente, na sua “Teoria d*^Campo” . Citamos em seguida alguns enunciados que podemser considerados representativos da sua tese principal:

O todo não é “mais” do que a soma de suas partes, dadoque possui propriedades distintas. Poder-se-ia dizer: “O todo édistinto da soma das suas partes” . . . A idéia do grupo como

totalidade dinâmica deve abranger uma definição de grupo fundamentada na dependência em que os membros se encontram(ou, melhor dito, as unidades-partes do G ru po). . . Um grupoé freqüentemente definido como uma pluralidade de pessoas entreas quais regem certos acordos, particularmente, acordos sobre asatitudes. Penso que se deveria entender em que medida uma taldefinição se distingue, em principio, de alguma outra definiçãodo grupo que se inspire na mútua dependência dos seus mem

 bros. É muito provável que, dado um certo número de pessoas,

se manifestem algumas concordâncias — por exemplo, de sexo,raça, situação econômica, atitudes — sem que por isso tais pessoas devam constituir, necessariamente, um grupo, no sentidode um todo social composto de partes interdependentes.. , Poroutro lado, o grupo não está forçosamente formado por membrosque tenham extraordinárias semelhanças, visto que, para os grupossociais como para uma totalidade em qualquer outra área, é

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válido que um todo caracterizado por um elevado grau de solidezinterna possa conter partes bastante heterogêneas. . . A espéciede dependência recíproca dos membros (ou seja, o que o grupo

 possui em conjunto) é uma característica distinta do grupo tãoimportante quanto o grau de independência recíproca e a pró

 pria estrutura do grupo.30

Embora a teoria dinâmica deva ser aplicada aos grupos semlevar em conta o seu tamanho, porque satisfaz a condição dedependência recíproca das partes, e das partes com o todo, ostrabalhos desta escola põem em primeiro plano os microgrupos,nos quais, em última instância, é mais fácil reconhecer empiri-camente essa relação de interdependência. O ponto de vista da

simplicidade também orientou os trabalhos de Homans, em que predomina o interesse por uma comparação sociológica. A conduta dos indivíduos no grupo, os sentimentos que experimentamuns pelos outros e as “interações”, ou seja, as relações dinâmicasrecíprocas, desenvolvem-se, segundo Homans, em dois “sistemas”: um, de natureza externa, constituído pelas relações dogrupo e seus membros com o mundo social que o cerca (porexemplo, num grupo de trabalho, na coordenação e subordi

nação à máquina, no processo de produção, na relação com omodo de remuneração, com os superiores etc.); e um sistemade natureza interna, que se desenvolve mais além do primeiro, na base da convivência entre os membros (por exemplo, as chamadas relações informais no grupo de trabalho, como as amizades). A sociologia do grupo humano de Homans baseia-se narelação entre ambos os “sistemas”. 31 A interdependência que

existe entre todos os fenômenos que se produzem no interiordo grupo foi reduzida, por esse autor, a fórmulas básicas, asmais simples possíveis. E formulou, entre outras, as duas hipóteses seguintes:

Quando, no sistema externo, é freqüente o contato entre osmembros de um grupo, desenrola-se entre eles sentimentos desimpatia que levam a um contato cada vez mais estreito que ésuperior ao mínimo necessário para a colaboração no sistemaexterno. 32

Uma freqüência menor do contato entre os membros dogrupo e as pessoas alheias ao mesmo, acompanhada de maioremotividade nos confrontos entre uns e outros, aumenta a freqüência do contato e a intensidade dos sentimentos de simpatiaentre os membros do grupo e vice-versa.83

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Entretanto, o próprio Homans assinalou que ambas ashipóteses precisam ser qualificadas para que possam corresponder adequadamente à variedade de condições culturais e sociaisna vida do grupo. Por exemplo, as “interações” mais freqüentes

não reforçariam as simpatias recíprocas dos membros do grupo,quando entra em jogo uma autoridade de liderança. Pelo contrário, o contato imposto é suscetível de gerar antagonismos.As hipóteses formais de Homans são submetidas, em definitivo,às correções da estrutura social concreta. Contudo, mesmonesse autor, é evidente o perigo de se atribuir excessiva ênfaseaos comportamentos formais comuns a grupos que, na realidade,são muito diversos, e de menosprezar diferenças decisivas entre

eles — por exemplo, em relação ao poder.Se realmente se pretende compreender o caráter de media

ção da configuração societária designada pelo nome de Grupo,é impossível trabalhar com um conceito de grupo que foi fixado para sempre, de uma forma inequívoca.

A ênfase atribuída aos chamados microgrupos está justificada pela sua função psicossocial específica; o contato direto

entre os homens que pertencem a tais grupos permite a identificação com os outros membros, com os quais têm uma experiência real e imediata, e com o próprio grupo. Nos microgru

 pos, os indivíduos podem ter experiências de si próprios como pessoas particulares, simultaneamente vinculadas a outras pessoas mas insubstituíveis por estas. A visão da vida dos indivíduos e de suas relações recíprocas é adquirida em grupos destetipo, não só na origem — na infância — mas também na vidaadulta, em que essa experiência original é consolidada e ampliada. A proximidade estreita com outros homens e, por conseguinte, a afiliação em grupos que possibilitam o contato humanoimediato, é uma condição óbvia do sentido de humanidade, deum modo geral.

Mas se o homem possui uma tendência para experimentar-se como indivíduo em grupos desse tipo, por outra parte,

o anonimato da sociedade concretiza-se, para ele, essencialmente,em grupos de uma outra espécie muito diferente: os gruposordenados de uma forma racional, com objetivos utilitários eusualmente heteronômicos. Com efeito, para os adultos, essesgrupos são, freqüentemente, mais importantes para a reprodu-Çio da vida do que os grupos íntimos, sem que o elemento de

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estranheza deixe de ser perceptível. É possível supor que umaforma de reação a esse sentimento de estranheza no macrogrupofuncione em fenômenos sociais como o chauvinismo; o indivíduorecorre a uma superidentificação, mediante a qual possa alimen

tar a ilusão de participar do poderio e soberania do gigantescocoletivo. A pertença a tais grupos como o pessoal de umaempresa, o partido político, a associação de interesses econômicos e semelhantes, transmite ao indivíduo uma experiênciaque está em contradição relativamente substancial com as experiências realizadas na infância, em busca do afeto e amparo domicrogrupo familiar. Naqueles grupos, o caráter utilitário é primordial; mesmo o aparente imediatismo é vivido como algo

transmitido e mediato. Nos grupos racionais utilitários, o ajustamento é freqüentemente forçado, sem uma compensação quedevolva ao indivíduo, no plano emocional, aquilo que ele dá.O vínculo do puro interesse prepondera sobre toda e qualqueroutra emoção e dá ao grupo a sua tônica. Os grupos informais,de natureza espontânea ou não, conservam um caráter de coisasecundária; um protótipo de tais grupos são as excursões de

 pessoal de empresas, com o seu artificialismo e característicasde coisa imposta desde cima, em várias ocasiões.

A própria relação entre indivíduo e sociedade está subordinada à dinâmica social. Varia historicamente e, com freqüência, verifica-se que coexistem numa mesma época estruturas quenão são “contemporâneas” . A própria compreensão da modificação nas relações entre indivíduo e sociedade, por intermédio

de certos tipos de grupos, é   estéril quando a sociologia se detémna simples verificação da uniformidade e diversidade nesses tiposgrupais. Não se pode negar, certamente, que se mantiveram,ao longo da História, certas estruturas a que os sociólogos deramo nome de “relações inter-humanas”. Entretanto, as invariantesenunciadas pela sociologia formal expressam mais a falta deliberdade que até hoje dominou as ações humanas do que ocaráter intrínseco e arraigado da natureza do homem ou da

existência, em geral. Estava certo Georg Simmel, que foi nãosó um filósofo mas também vim dos maiores sociólogos da geração passada, quando manifestou o seu espanto pelas marcasíntimas que os sofrimentos humanos deixaram na especulaçãofilosófica. Em cada caso, as chamadas invariantes adquiremuma importância e funções radicalmente diversas, segundo a

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constelação histórica em que atuam. Isolá-las desse contextoe atribuir-lhes um valor absoluto eqüivale a deformá-las. Porexemplo, as funções que satisfazem à família e o modo comoas satisfazem dependem, substancialmente, da constelação histórica em que a família se situa. Antes de ser uma categoria

 primordial e eterna, a própria família é   um produto da sociedade. Assim, como foi amiúde observado em outros aspectose será aqui visto, no momento oportuno,34 a família moderna,em relação à família burguesa antiga, vê reduzida a sua capacidade de formar indivíduos autônomos e radicalmente transformado o caráter da experiência proporcionada, em seu próprioseio, às pessoas que a compõem. Também é historicamente

variável o caráter das estruturas em que o indivíduo se integra,submetendo-se a uma certa ordem e fazendo algumas renúnciasindividuais. Neste caso, o ponto de partida é a tendência progressiva da sociedade para a “socialização”, isto é, para a inserção, segundo um plano superiormente estabelecido, das partesno todo, e para a integração, em formas de organização inco-mensuravelmente grandes, sejam econômicas ou políticas; tudoisto conduz à redução do peso específico, no que ainda tenha

de redutível, do conceito de Cooley sobre o grupo primáriocomo associação naturalmente criada. No período do industria-lismo tardio, as funções de mediação social que podiam serdesenvolvidas numa esfera relativamente independente do comércio e do tráfico perdem importância mas não têm sortediferente, em geral, os grupos historicamente dados, aquelesque carecem de uma administração racional e não são alterdiri-gidos. É fácil ver, por exemplo, que uma comunidade dealdeias já não constitui, numa época em que as comunicaçõesestão extraordinariamente desenvolvidas e agora independentesdas próprias estradas de ferro, um tranqüilo grupo fechado ecom o mesmo sentido que tinha em tempos não muito distantes,quando o destino de um homem era determinado, em grande

 parte, pela aldeia onde se encontrava ao nascer. Se a mobilidade, por si só, atenta contra a subsistência autônoma do grupo

 primário, muito mais o fará a estrutura da sociedade inteiramente capitalista, na qual a tendência de cada um é para procurar um emprego onde possa obter maiores benefícios materiais e onde, além disso, as administrações dos organismoseconômicos têm um tal poder de disposição que depende delas,cm grande parte, o contexto social e o grupo onde os indivíduos

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se encontram. O símbolo mais completo e evidente dessa mudança geral nas funções do grupo, como instância mediadora,é o que se nos apresenta pelos deslocamentos e deportações de populações inteiras ou de partes de populações que se observaem qualquer parte do mundo e sob os mais diversos sistemas

 políticos; o indivíduo é imediatamente absorvido como átomo pela unidade maior.

As tendências contraditórias que, entretanto, se fazem valer não são explicáveis, simplesmente, pela força de resistênciado antigo tipo de grupos. Elas são, por sua vez, essencialmentereativas e dependem da tendência principal dos grupos tradicionais para a dissolução. Entre essas tendências contraditórias

manifestam-se hoje algumas a que poderíamos chamar sintéticas;são aquelas que obedecem a um planejamento desde cima,atuando como amortecedores entre o coletivo anônimo e osindivíduos. Neste sentido, são típicos, entre outros, os chamados“grupos de trabalho” . Além disso, a técnica e as comunicações

 produzem, diretamente, numerosos grupos informais, desde as pequenas “ turmas” de trabalho geradas pelo processo de produção ou por exigências algo semelhantes à condução da guerra

moderna, por exemplo, os chamados “comandos” ou gruposguerrilheiros, até às viagens coletivas que reúnem, através daEuropa, um grupo de passageiros de ônibus. Por último, vemosformar-se na base, como protesto espontâneo, inconsciente efreqüentemente destrutivo, contra a pressão e a frieza da sociedade de massa, novas configurações de microgrupos que oferecem ao indivíduo uma cobertura coletiva, estreita solidariedadee alguns esquemas de identificação. É paradigma deste tipo degrupo o  juvenile gang,  já não só americano nos dias atuais.Todas estas formas grupais, entretanto, só se definem e adquiremum significado específico em relação com o processo total decrescente nivelamento das diferenças qualitativas do grupo quese registram na sociedade moderna. Quanto mais a ideologiainsiste na autonomia do grupo, tanto mais os próprios grupos,como instâncias mediadoras entre a totalidade e o indivíduo,

são determinados, de fato, pela estrutura da sociedade. Assim,o grupo continua exercendo a sua função mediadora e seriadifícil conceber uma sociedade sem essa função; mas a funçãomediadora depende hoje, de maneira evidente, do todo societário, como é provável que sempre tenha dependido, de umamaneira menos ostensiva.

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 N O T A S

1. A concepção teórica do grupo como forma de trânsito entre oindivíduo e a sociedade teve em Simmel a sua primeira elaboração:“Assim como dentro do desenvolvimento da sociedade vemos o grupomais restrito e mais “socializado” mover-se historicamente e em seu próprio interior, de modo simultâneo ou alternado, para o pólo opostodo macrogrupo ou da especialização de elementos singulares da sociedade — também, levando isto ao seu ponto expremo, a própria sociedade apresenta-se como uma forma especial de agregado, para alémda qual surgem as idéias de humanidade e de indivíduo, que comotal subordina o seu conteúdo a considerações e valores de várias formas.”(Georg Simmel:  “Soziologie”, 2.a edição, Munique/Leipzig, 1922, pág.573.) — Analogamente, os grupos são, para Wiese, “os intermediáriosentre o homem e a coletividade.” ( Leopold von Wiese:  “System der

Allgemeinen Soziologie”, Munique/Leipzig, 1933, pág. 454.)2.  Franz Oppenheimer:  “System der Soziologie”, Vol. 1, Tomo

2 (“Der soziale Prozess”), Jena, 1923, pág. 462.

3. Theodor Geiger:  “Sociologi”, Copenhague, 1939, pág. 76.

4. Traduzido de  Robert M . Maclver e Charles H. Page : “Socie-ty”, Nova Iorque, 1949, pág. 14.

5. Traduzido de  Emery Stephen Bogardus: “Sociology”, NovaIorque, 1934, pág. 4.

6. Cf. especialmente Wiese, op. cit,,  pág. 385.7. O p. cit.,  pág. 386; cf. também pág. 313. — Hofstátter tam

 bém organizou uma escala de grupos entre os dois representantes extremos, a Massa e a Burocracia, cujas respectivas características grupaissão a “proximidade do contato interno” e “a especialização de papéis oufunções”. (Peter R. Hofstãtter:  “Einführung in die Sozialpsychologie”,Estugarda/Viena, 1954, pág. 373.)

8. Wiese, op. cit.,  pág. 449.

9. Op. cit.,  pág. 450.10. Wiese excluiu do seu conceito de grupo estas formações efêmeras (cf. op. cit.,  págs. 398, 451 e segs.). — Investigações recentesrevelaram que a integração no grupo pode ser muito rápida; cf. porexemplo,  Muzafer Sherif:  “A Preliminary Experimental Study of Inter-group Relations”, em Social Psychoiogy at the Grossroad,  edição organizada por  John H. Rohrer e Muzafer Sherif,  Nova Iorque, 1951. —

 No mesmo sentido, embora partindo de condições muito diversas, são asconclusões do  Institu í für Sozialforschung   em seus estudos do Grupo.Cf. “Frankfurter Beitrãge zur Soziologie”, vol. 2: “Gruppenexperiment.Eine Studienbericht bearbeitet von  Friedrich Pollock", Frankfurt-sobre-o-Meno, 1955, Cap. 6, págs. 429 e segs.

11. Cf. por exemplo, W. F. Ogburn e M . F. Nim koff:  “Sociology”, Boston e Nova Iorque, 1946, págs. 250 e segs.

12. Traduzido de George C. Homans:  “The Human Group”, Nova Iorque, 1950, pág. 1.

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13.  Ludwig Gumplowicz : “Ausgewãhlte Werke”, vol. 4 (“Sozio-logie und Politik”), edição organizada por G. Salomon, Innsbruck,1928, pág. 218.

14. Gumplowicz:  “Werke”, Vol. 2 (“Grundriss der Soziologie” ),Innsbruck, 1926, págs. 173 e segs.

15. C. H. Cooley: “Social Organization”, Nova Iorque, 1909, págs. 23 e segs.; citado em Ogburn e Nimkoff, op. cit.,  págs. 256 e segs.

16. Para uma exposição profunda (orientada em termos psicos-sociais) da “small group research” (pesquisa do microgrupo), ver  Dor- vin Cartwright e Alvin Zander   (organizadores): “Group Dynamics. Research and Theory”, Nova Iorque e Evanstone, 111., 1953; e  Fred L. Strodtbeck:  “T he Case for the Study of Small Groups”, em “AmericanSociological Review”, Vol. 19, 1954, págs. 651 e segs. O  Research Center for Group Dynamics,  Ann Arbor, Michigan, e o Tavistock Ins- titute oj Human Relations,  Londres, começaram publicando, a partir

de 1947, uma revista trimestral dedicada quase exclusivamente à divulgação dos resultados de suas investigações e estudos metodológicos sobreo comportamento de grupo. Essa revista intitula-se “Human Relations”.

 — Entre os trabalhos teóricos e experimentais de orientação especialmente sociológica sobre os pequenos grupos, citem-se os de  F. M . Trasher:  “The Gang”, Chicago, 1927; W. F. White:  “Street ComerSociety”, Chicago, 1943;  Homans, op. cit.  — A observação de Strodt

 beck, no sentido de que a produção de trabalhos sobre pequenos grupos passou de um título por década, nos começos do século, a três títulos

 por semana em nossos dias, é um bom indice da cada vez maior atençãoque a sociologia e a psicologia social dedicam ao estudo do microgrupo.(Cf. Strodtbeck: op. cit.,  pág. 651.)

17.  F. J. Roethlisberger e William J. Dickson:  “Management andthe Worker”, Cambridge, Mass., 1939.

18. Para uma resenha da maioria das investigações americanassobre grupos de trabalho informais, que também elucida os resultadose métodos adotados nessas pesquisas, cf.  Hans Stirn:  “Die informelleArbeitsgruppe”, Dortmund, 1952; cf. também, ibid.,  “Die ‘kleine Gruppe’

in der deutschen Soziologie”, em:  Kõlner Zeitschrift für Soziologie und  Sozialpsychologie,  Ano 7, 1954/55, págs. 532 e segs.19. “Os investigadores empíricos escolheram os pequenos grupos

 porque queriam estudar neles os sistemas sociais mas desejavam ter a possibilidade de manipular seu objetivo dentro de certos limites.” Traduzido de G. C. Homans e Henry W. Riecken:  “Psychological Aspects ofSocial Structure", em  Handbook of Social Psychology,  edição organizada

 por G. Murphy,  Cambridge, Mass., 1954, pág. 787. — Cf. também,sobre este ponto,  L. Festinger:  “Laboratory Experiments”, em  Research 

 Methods in the Behavioral Sciences,  edição organizada por  L. Festinger  e D. Katz,  Nova Iorque, 1953, págs. 136 e segs.

20. Traduzido de  Emile Durkheim:  “Les règles de la méthodesociologique”, 11.“ edição, Paris, 1950, pág. 20.

21. Traduzido de  Bogardus, op. cit.,  pág. 3.22. Uma tentativa moderna de fundamentar empiricamente o

conceito organísmico de Grupo, empregando métodos experimentais

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e de análise fatorial para averiguar as “propriedades do grupo”, foirealizada por  R. B. Cattell:  “New Concepts for Measuring Leadershipin Terms of Group Syntality”, em Cartwright and Zander, op. cit.

24. O p. cit.,  pág. 51.25. Vierkandt:  o artigo “Gruppe” em  Handwõrterbuch der So

 ziologie,  ed. organizada por Vierkandt,  Estugarda, 1931, pág. 239.26. Op. cit.,  pág. 241. — Para a crítica a esta concepção, cf.especialmente,  Floyd Henry Allport,  “Institutional Behavior”, ChapeiHill, 1933, págs. 13 e 96. “Quando o investigador socia l. .. fala dessasorganizações como realidades independentes, descreve-as com expressõestotalmente estranhas à finalidade dos indivíduos, falando numa línguaconfusa e atrapalhada.” — “O grupo, no sentido de uma entidade queestá acima do indivíduo singular, é objeto de pura especulação metafísica.” (Citado da edição alemã de  Paul Reiwald:  “Von Geist der

Massen”, Zurique, 1948, págs. 289 e 411.) — Cf. também Siegfried   Landshut:  “Kritik der Soziologie”, Munique, 1929, págs. 11 e segs.27. George Em. Marica:  “Emile Durkheim, Soziologie und Sozio-

logismus”, Jena, 1932, pág. 10.28. Cf. Por exemplo, Geiger:  o artigo “Gesellschaft” em  Hand

wõrterbuch der Soziologie, op. cit.,  págs. 207 e segs.29. Cf. por exemplo, Cartwright e Zander, op. cit.

30. Traduzido de  Kurt Lewinx  “Field Theory in Social Science”, Nova Iorque, 1951, págs. 146 e segs. — Cf. também, ibid.:  “Resolving

Social Conflicts”, Nova Iorque, 1948 (edição alemã com o título de“Die Losung sozialer Konflikte”, Bad Nauheim, 1953.)31.  Homans, op. cit.,  págs. 81 e segs.32. O p. cit.,  pág. 112.33. Op. cit.,  pág. 113.34. Cf. “Família”, cap. 9 do presente volume.

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Temas

Básicos

daSociologia

Cultrix

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MAX HORKHEIMER  e

THEODOR W. ADORNO

(Organizadores — Institut für

Sozialforschung, Frankfurt)

T E M A S B Á S I C O S  DA

SOC IOLOG IA

Tradução de

Á l v a r o   C a b r a l

E D I T O R A C U L T R I X

SÃO PAULO

EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

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Titulo do original:

SOZIOLOGISCHE EXKURSE

 Nach Vortragen und Diskussionen 

© 1956 by Europãische Verlagsanstalt, Frankfurt am Main

M C M L X X m

Direitos de tradução para a língua portuguesa adquiridoscom exclusividade pela

EDITORA CULTRIX LTDA.

Rua Conselheiro Furtado, 648, fone 278-4811, S. Paulo,que se reserva a propriedade literária desta tradução

Impresso no Brasil

Frinted in Brazil

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Í N D I C E

 Prefácio 7

 I  O conceito de sociologia 11

II Sociedade 25

III Indivíduo 45

IV O grupo 61

V Á massa 78

VI Cultura e civilização 93

VII Sociologia da arte e da música 105

VIII Sociologia e investigação social empírica 120

IX Família 132

X Estudos da comunidade 151XI Preconceito 172

X II Ideologia 184