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Inaugurado a 19 de Janeiro de 2012, o Hospital Beatriz Ângelo deve o nome à primeira mulher que votou em Portugal (1911), igualmente a primeira médica a reali- zar uma cirurgia. Reclamado há mais de 30 anos pela população de Loures e concelhos adjacentes, este hos- pital resulta de um contrato de parceria público privada (PPP) entre o Estado Português, a SGHL - Sociedade Gestora do Hospital de Loures (cujo accionista principal é a ESS) e a HL - Sociedade Gestora do Edifício (que tem por accionistas a Mota-Engil, Opway, Banco Espí- rito Santo, ESS e Dalkia). O acordo prevê a concepção, projecto, construção, financiamento, conservação e manutenção do Hospital pela HL, sob um contrato a 30 anos, e a gestão do estabelecimento, equipamento hospitalar e médico, e prestação de cuidados de saúde pela SGHL, por um período de 10 anos. Em seis pisos, um deles abaixo de solo, e quase 70 000 m 2 de área bruta de construção, o Hospital oferece os seguintes serviços: especialidades médicas: cardiologia, dermato-venerologia, doenças infecciosas, endocrinologia, gastrenterologia, imunoalergologia, medicina interna, nefrologia, neurologia, oncologia médica; especialidades cirúrgicas: angiologia/cirurgia vasc., cir. geral, cir. plástica rec., obstetrícia/gineco- logia, oftalmologia, ortopedia/traum., ORL e urologia; diagnóstico e terapêutica: anatomia patológica, anes- tesiologia, imunohemoterapia, medicina física reab., medicina nuclear, patologia clínica, e radiodiagnóstico. Uma oferta praticamente completa que pretende servir os cerca de 320 000 habitantes (de acordo com os úl- timos Censos) dos concelhos de Mafra, Loures, Sobral de Monte Agraço e Odivelas. DOIS HOSPITAIS; O MESMO CONCEITO Para que nenhum detalhe fosse deixado ao acaso, a visita da Instalação Profissional ao novo Hospital foi acompanhada por anfitriões de luxo. Além de Ivo Antão, administrador da Espírito Santo Saúde (curio- visita guiada Inaugurado há um ano, o Hospital de Loures é a primeira parceria pública privada gerida pela Espírito Santo Saúde (ESS). Fruto de um investimento de 123 milhões de euros, em construção e equipamentos médicos, constitui um marco na requalificação da oferta em cuidados de saúde na região de Lisboa e Vale do Tejo e está nomeado pelo Archdaily para Edifício do Ano 2012. Quase seis anos depois da visita ao Hospital da Luz, uma unidade premiada que referencia a actividade da ESS em Portugal, a Instalação Profissional visitou este novo complexo e estabelece as comparações: entre a qualidade dos serviços e inovação em equipamento tecnológico, é mais o que os reúne que aquilo que os separa. HOSPITAL BEATRIZ ÂNGELO (LOURES) Serviço público com o melhor do privado Por Ana Rita Dinis | Fotografia: Alexandre Baptista ESPAÇOS | EDIFÍCIOS | EMPRESAS | 8 © Saraiva + Associados, Architecture and Urban Plainning - FG+SG – Fernando Guerra, Sergio Guerra

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Inaugurado a 19 de Janeiro de 2012, o Hospital Beatriz Ângelo deve o nome à primeira mulher que votou em Portugal (1911), igualmente a primeira médica a reali-zar uma cirurgia. Reclamado há mais de 30 anos pela população de Loures e concelhos adjacentes, este hos-pital resulta de um contrato de parceria público privada (PPP) entre o Estado Português, a SGHL - Sociedade Gestora do Hospital de Loures (cujo accionista principal é a ESS) e a HL - Sociedade Gestora do Edifício (que tem por accionistas a Mota-Engil, Opway, Banco Espí-rito Santo, ESS e Dalkia).O acordo prevê a concepção, projecto, construção, financiamento, conservação e manutenção do Hospital

pela HL, sob um contrato a 30 anos, e a gestão do estabelecimento, equipamento hospitalar e médico, e prestação de cuidados de saúde pela SGHL, por um período de 10 anos.Em seis pisos, um deles abaixo de solo, e quase 70 000 m2 de área bruta de construção, o Hospital oferece os seguintes serviços: especialidades médicas: cardiologia, dermato-venerologia, doenças infecciosas, endocrinologia, gastrenterologia, imunoalergologia, medicina interna, nefrologia, neurologia, oncologia médica; especialidades cirúrgicas: angiologia/cirurgia vasc., cir. geral, cir. plástica rec., obstetrícia/gineco-logia, oftalmologia, ortopedia/traum., ORL e urologia;

diagnóstico e terapêutica: anatomia patológica, anes-tesiologia, imunohemoterapia, medicina física reab., medicina nuclear, patologia clínica, e radiodiagnóstico. Uma oferta praticamente completa que pretende servir os cerca de 320 000 habitantes (de acordo com os úl-timos Censos) dos concelhos de Mafra, Loures, Sobral de Monte Agraço e Odivelas.

Dois hospitais; o mesmo conceitoPara que nenhum detalhe fosse deixado ao acaso, a visita da Instalação Profissional ao novo Hospital foi acompanhada por anfitriões de luxo. Além de Ivo Antão, administrador da Espírito Santo Saúde (curio-

visita guiada

inaugurado há um ano, o hospital de Loures é a primeira parceria pública privada gerida pela espírito santo saúde (ess). Fruto de um investimento de 123 milhões de euros, em construção e equipamentos médicos, constitui um marco na requalificação da oferta em cuidados de saúde na região de Lisboa e Vale do tejo e está nomeado pelo archdaily para edifício do ano 2012. Quase seis anos depois da visita ao hospital da Luz, uma unidade premiada que referencia a actividade da ess em portugal, a instalação profissional visitou este novo complexo e estabelece as comparações: entre a qualidade dos serviços e inovaçãoem equipamento tecnológico, é mais o que os reúne que aquilo que os separa.

hospitaL Beatriz ÂngeLo (Loures)

Serviço público com o melhor do privado

Por Ana Rita Dinis | Fotografia: Alexandre Baptista

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samente, o nosso guia na visita ao Hospital da Luz em 2007) e de José Moreira, director de infra-estruturas, manutenção e equipamento do Hospital (DIME), contá-mos com a participação de Ricardo Pinto, director na Mota-Engil Ambiente e Serviços, e de José Luís Silva Rodrigues, director geral da HL Manutenção (unidade contratada para a manutenção do edifício e instalações especiais). Pelo caminho, contudo, foram-se juntando outros técnicos, como Ricardo Filipe, para esclareci-mentos técnicos aprofundados. Além disso, merece nota nesta reportagem a contribuição preciosa de Fernando Jorge Almeida, director da Layout, empresa responsável pelas Instalações Eléctricas, Instalações Mecânicas de AVAC, Gases Medicinais, Esterilização, Cozinhas, Lavandarias, Cogeração, Instalações Hidráu-licas, Robótica,Transporte Vertical, Segurança Inte-grada, Certificação Energética e todas as Instalações Especiais. Começamos a conversa com Ivo Antão e com os desa-fios de construção, uma empreitada entregue ao con-sórcio Mota-Engil/Opway que não ficou sob supervisão directa da ESS que actuou apenas como consultor. Sem atrasos, as obras começaram em Janeiro de 2010 e foram finalizadas dois anos depois. Como recorda o administrador da ESS, as primeiras semanas de 2012 foram efectivamente as mais “ace-leradas”: “O consórcio entregou-nos o edifício a 2 de

Janeiro e até dia 19 recebeu-se e instalou-se a maioria dos equipamentos médicos e hospitalares, o que cons-tituiu um grande desafio”. José Moreira, que entrou no projecto com a obra em curso, corrobora esta memória acrescentando que nesta fase ainda se encontravam em formação alguns dos colaboradores do Hospital (na sua grande maioria recrutados ao SNS). Operador privado de saúde de referência, a ESS

estreia-se com o Hospital de Loures num novo modelo de negócio, um desafio diferente para o grupo que nem por isso se torna menos exigente: “Do ponto de vista da oferta, não vemos este negócio com dois pesos e duas medidas. Em termos de operação clí-nica, entre a nossa oferta pública e privada, é tudo exactamente igual. Mas, como é óbvio, o contexto é diferente; o pagador é diferente. Deste modo, no que

se refere a estratégia, as coisas não são iguais. Se no privado temos liberdade para definir a estratégia, aqui estamos condicionados pelo que é definido pelo Estado”, afirma Ivo Antão, salvaguardado que, ao contrário de outras PPPs, aquela que gere o Hospital de Loures suporta riscos acrescentados, estando inclu-sivamente dependente da efectiva

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Distribuído por 6 pisos, o Hospital de Loures inclui espaços diferenciados, em função dos vários serviços, com percursos estipulados por cores. Com uma área de influência superior a 300 000 habitantes, esta unidade ainda não atingiu a lotação

José Moreira, responsável pela direcção de infra-estruturas, manutenção e equipamento do Hospital, e Ivo Antão, administrador da Espírito Santo Saúde, foram os principais guias da Revista IP nesta visita

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produtividade e afluência registada nos serviços (o que muitas vezes é impossível de controlar, visto que depende do encaminhamento e vontade de terceiros). Na grande maioria das valências, Ivo Antão e José Moreira comparam os Hospitais de Loures e da Luz, assegurando que a filosofia de funcionamento e qualidade de serviço são as mesmas, sendo que inclu-sivamente o novo Hospital “tem o dobro do tamanho em infra-estruturas” e, em algumas especialidades, incorpora equipamentos médicos mais sofisticados que o anterior, em função da disponibilidade à data da abertura. “Não fizemos aqui diferença face aos nossos outros hospitais. Tal como na Luz, onde procurámos a tecnologia que acreditávamos ser a mais adequada, de maneira a ter um hospital actualizado com o que de melhor existia, aqui fizemos o mesmo para as es-pecialidades existentes e adquirimos o mesmo tipo de plataformas, naturalmente com a actualização devida”, conta Ivo Antão.

Entre os equipamentos médicos do novo Hospital estão algumas das soluções mais avançadas para o diagnós-tico por imagem, como por exemplo a câmara gama Symbia-E, primeira deste modelo em Portugal ou o TAC, um equipamento de última geração que de forma automática auxilia o operador na execução dos exames, sugerindo os parâmetros mais adequados com menor dose de radiação - ambos equipamentos Siemens.E se dúvidas havia sobre as semelhanças entre o Hospital da Luz e o de Loures, estas começam a desfazer-se se pensarmos na arquitectura, visto que a ESS recorreu ao mesmo atelier espanhol, Pinearq, e especificamente ao arquitecto Albert Pineda, para a definição das suas principais linhas de desenvol-vimento e interacção entre espaços e serviços. O projecto de arquitectura esteve também a cargo do gabinete Saraiva + Associados. O complexo único, que aparenta tripartir-se exibindo diferentes cotas, divide-se então por 5 pisos mais cave. No piso -1 encontram-se 260 lugares de esta-cionamento (para colaboradores) e uma grande área de serviços de apoio geral (cozinha, datacenter, rou-paria, manutenção, gestão técnica, central de limpeza, restaurante, vestiários, central de resíduos, arquivo clínico, etc.) e de apoio médico (centro laboratorial, serviços farmacêuticos, casa mortuária, etc.). No rés--do-chão alojam-se as áreas de ambulatório (consultas externas, urgência, Hospital de dia, etc.), de apoio médico (imagiologia, medicina nuclear, administração, serviços administrativos, etc.) e um centro de formação permanente. No primeiro piso, mantém-se uma área dedicada a ambulatório e outra a apoio médico (bloco operatório, bloco de partos, unidade de cuidados inter-médios e intensivos, etc.). Os restantes pisos (2, 3 e 4) destinam-se a diferentes unidades de internamento.À direcção de infra-estruturas, manutenção e equipa-mento, liderada por José Moreira, cabe monitorizar a manutenção de todas as instalações do edifício (assegurada pela HL Manutenção com cerca de 25 pro-

fissionais) e fazer a gestão do parque de equipamentos médicos (cerca de 4000). Uma empreitada de monta, se considerarmos que o hospital está actualmente em processo de certificação obrigatória ISO 9001 e 14001, e a ultimar os procedimentos para acreditação junto da Joint Commision (específica para unidades de saúde).

segurança integraL siemensA primeira paragem de âmbito técnico na nossa visita dá-se na Sala de Segurança, onde se juntam a nós Ricardo Pinto da Mota-Engil e José Luís Rodrigues da HL Manutenção.A partir desta sala, vigiada 24h/24h, são controlados todos os sistemas que garantem a operação diária do Hospital, com excepção da GTC. Estão aqui alojadas as centrais de alarmes e os bastidores dos sistemas de segurança, fornecidos na sua totalidade pela Siemens, nomeadamente, os sistemas automáticos de detecção de incêndios, extinção de incêndios, detecção de gases, intrusão e roubo, controlo de acessos, circuito fechado de televisão (CFTV) e sistema de gestão cen-tralizada de perigos.Como descreve, Francisco Rosa, Business Develop-ment da unidade Building Technologies da Siemens, o sistema de CFTV é analógico, distribui-se pelo interior e exterior do hospital, e é constituído por 142 câmaras fixas Siemens e duas câmaras móveis. As imagens são monitorizadas em doze monitores LCD e um ecrã de plasma Siemens de 42”, em duas estações de trabalho (interior do Hospital e Parque exterior). O registo das imagens é assegurado por onze gravadores digitais Siemens da gama Sistore. Por sua vez, o sistema de protecção contra incêndio baseia-se na reconhecida gama Sinteso e é composto por três centrais modelo FC2060, 25 painéis repetido-res FT2011, 100 botoneiras de alarme, 150 módulos de comando FDCIO222 e 20 sirenes. Os detectores,

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Na Sala de Segurança, as imagens do sistema de videovigilância são monitorizadas em dez monitores LCD e um ecrã plasma de 42” Siemens, empresa responsável pelo fornecimento e instalação da maioria das soluções de segurança

As câmaras Siemens que compõem o sistema de CFTV (142 unidades), maioritariamente fixas, são analógicas e distribuem-se pelo interior e exterior do hospital

O Hospital Beatriz Ângelo integra alguns equipamentos médicos únicos em Portugal, como a câmara gama Siemens Symbia E, que incorpora a mais recente tecnologia de detectores

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espalhados por todo o complexo, baseiam-se em tecnologia óptica (2700 unidades FDO221) e térmica (200 unidades FDT221).Ainda no campo da segurança, foi integrada uma solu-ção de controlo de acessos Siemens SiPass nas zonas críticas do hospital, nomeadamente nos laboratórios, espaços de neonatologia, farmácias, etc.. Ao todo, foram instalados 30 leitores de cartões magnéticos de proximidade, controlados a partir de uma central. A so-lução em causa permite uma parametrização à medida das necessidades específicas de cada área a proteger.A detecção de intrusão é assegurada por uma central Siemens modelo Sintony 410, que vigia e detecta qualquer ocorrência de violação dos pontos de possível acesso ao interior do edifício, bem como zonas críticas no seu interior, como as zonas técnicas (cerca de 120 pontos).Todos os sistemas fornecidos pela Siemens estão integrados numa plataforma de gestão centralizada

de perigos, a MM8000. “Esta complexa integração suportada num software proprietário destina-se à integração dos diferentes sub-sistemas de segurança, bem como à promoção de funções de interactividade entre esses sistemas, para assim se obter uma protec-ção de todo o complexo hospitalar”, refere Francisco Rosa, adiantando que “o planeamento apertado para a conclusão do projecto”, constituiu o maior desafio para a Siemens. Num balanço sobre o resultado final do projecto, Francisco Rosa acredita que este consubstancia todo o know-how da Siemens, titular de inúmeros projectos na área da saúde — de que é exemplo o Hospital da Luz —, na resposta aos desafios apresentados pela segurança em edifícios. “O balanço foi extremamente positivo tendo em conta que a equipa de projecto conseguiu ir apresentando soluções para os vários ce-nários que foram surgindo ao longo de todo o processo. Com este projecto a Siemens consolida a sua posição no âmbito do fornecimento de soluções costumizadas para o sector hospitalar”, finaliza.No campo da segurança merece ainda nota a integra-ção de um sistema anti-rapto de bebés na pediatria e maternidade. Trata-se da solução BabyMatch da marca israelita Visonic Technologies, representada em Portugal pela Infocontrol que já integrou o sistema em mais de 30 unidades de saúde. Através da utilização de sofisticadas pulseiras electró-nicas, colocadas nos bebés, o BabyMatch, que utiliza a tripla tecnologia patenteada IRFID (identificação por infra-vermelhos e radiofrequência), monitoriza activa e permanentemente a localização das crianças em tempo real, produzindo alarmes áudio ou vídeo automáticos sempre que existe uma tentativa de sabotagem da pul-seira; a criança é detectada numa zona não autorizada; ou os sinais da pulseira deixam de ser detectados.O BabyMatch pode igualmente, através do software EIRIS, activar diversas acções para maior segurança, como registar imagens CCTV, comandar portas e ele-vadores e localizar pessoal médico. Além disso, pode existir um conjunto único de duas pulseiras, sendo uma colocada no bebé e outra na mãe. As duas pulseiras são electronicamente correspondentes, o que evita a troca de bebés.

armários inteLigentes rFiDExemplo da valorização da segurança no novo Hospital é também a área da Farmácia, onde se integrou uma tecnologia inovadora: o sistema de controlo de medi-camentos com identificação por radiofrequência (RFID) desenvolvido pela Datelka. “O projecto que desenvolvemos é um processo de controlo e gestão de utilização de produtos médicos. Baseia-se em armários com capacidade de detecção dos produtos armazenados, que monitorizam as utiliza-ções e registam a retirada dos mesmos. A solução está já em funcionamento no Hospital de Vila Nova de Gaia e terá uma expansão significativa, este ano, nos hospi-tais da Galiza”, afirma Carlos Alfaiate do departamento comercial da Datelka. Os produtos armazenados nestes armários “inteligen-tes” são identificados com uma etiqueta RFID que permite a sua detecção à distância, sem necessidade de linha de vista, ao contrário do que acontece com os códigos de barras.Depois de retirar os produtos, o utilizador fecha a porta do armário que efectua uma leitura do con-teúdo restante. A diferença entre a primeira e a segunda leitura corresponde aos produtos retirados e deve equivaler aos indicados na receita. Caso não corresponda, o sistema detecta automaticamente a anomalia.O Armário pode funcionar individualmente, conectado a um computador ou à rede informática, e adquire a sua máxima potencialidade quando se integra num processo mais extenso, verificando a rastreabilidade dos produtos desde a entrada no hospital à distribuição interna.

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As centrais de alarmes encontram-seinstaladas na Sala de Segurança. A protecção contra incêndio baseia-se na gama Siemens Sinteso e é composta por três centrais e quase 3 mil detectores ópticos e térmicos espalhados por todo o complexo

Todos os sistemas fornecidos pela Siemens estão integrados numa plataforma de gestão centralizada de perigos, a MM8000, a partir da qual se podem monitorizar conjuntamente os sistemas e promover funções de interactividade

Os armários RFID desenvolvidos pela Datelka foram eleitos pela ESS para a gestão e controlo da entrada e saída de medicamentos na farmácia do hospital. Os produtos armazenados nestes armários “inteligentes” são identificados com uma etiqueta RFID que permite a sua detecção à distância, sem necessidade de linha de vista

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Esta solução da Datelka utiliza a tecnologia de RFID, na gama UHF, seguindo as normas de codificação EPC (Electronic Product Code) Gen II que vem substituir o EAN (European Article Number) cuja face visível é o actual código de barras. Embora o seu aspecto exterior seja semelhante, na forma de uma etiqueta, duas ca-racterísticas básicas distinguem estes dois suportes: a leitura tem de ser feita com linha de vista e para lotes de produtos a informação contida no identificador é actualizável em qualquer ponto da cadeia. Com o sistema EPC, passa a ser possível obter informação de todos os produtos existentes numa área controlada, inscrever na etiqueta a data de validade e controlar quantidades movimentadas - tudo a partir de qualquer ponto da rede.A capacidade de escrita confere ainda a possibilidade de associar a cada elemento um número de série e o lote do fornecedor. Deste modo, a rastreabilidade é possível, desde o lote de fabrico ao momento da aplicação. Entre as restantes vantagens do sistema estão a monitoriza-ção automática de prazos de validade; possibilidade de recolha de todos os produtos de um lote; supressão de rotura de stock, com o conhecimento da existência do produto numa outra unidade; e validação contra erros de operação nas acções de recolha e abastecimento.

transmissão De cirurgias em tempo reaL e hDO centro de formação do Hospital, que contempla um Auditório e salas complementares, encontra-se alojado no piso 0.Totalmente equipado o Auditório, integra um sistema de som configurado pela Garrett, empresa igualmente responsável pelo fornecimento e instalação das so-luções áudio para sonorização e chamada de voz nas zonas públicas, quartos e blocos operatórios. O hospi-

tal dispõe assim de um sistema de difusão sonora para difusão de mensagens de voz, mensagens automáticas – segurança e, também, música ambiente a partir de fontes musicais (quartos de internamento, salas de estar, salas de espera). O sistema permite o tratamento independente, selectivo e simultâneo de diferentes zo-nas do hospital. Permite também estabelecer uma lista de prioridades predefinidas e uma individualização das zonas igualmente predefinidas.

Os sistemas de som/chamada baseiam-se em matrizes áudio e distribuição da marca Cloud, amplificação AMC rack, altifalantes RCF e Bosch. A sonorização dos quar-tos foi executada com equipamentos Cloud e Marpac.Para o Auditório em si, a Garrett elegeu amplificadores e colunas da dB Technologies, matrizes áudio Atëis, micro-fones Beyerdynamic e um sistema de conferência RCF.Nas palavras de Nuno Vinhas, no global, a Garrett faz uma apreciação positiva do resultado do projecto:

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AWEX - Sistema de iluminação de emergência C-RubicNos edifícios onde é necessário instalar um grande número de armadu-ras de emergência independentes, existe sempre dificuldade em con-trolar o estado de todas elas, porque o seu controlo manual exige muito tempo e, por vezes, existem dificuldades de acesso, perturbando-se o normal funcionamento das instalações.Para resolver este problema, a Awex desenvolveu o C-Rubic, um sis-tema projectado para monitorizar o funcionamento dos equipamentos de iluminação de emergência com fontes de alimentação individuais e endereços exclusivos. O sistema Rubic instalado no Hospital de Loures executa testes periódicos, como a verificação do estado das baterias, do estado das lâmpadas e da correcta comunicação entre as armaduras e a unidade de controlo (registados em cartão SD). Além disso, permite a programação de até 250 armaduras com endereços únicos por cada carta de rede. Cada unidade de controlo permite a monitorização de 4 cartas de rede com um número máximo de 1000 armaduras (sendo possível a monitorização por gru-pos de armaduras). Está ainda pre-vista a possibilidade de expansão

até 10 unidades de controlo e estabelecer uma rede de monitoriza-ção de até 10 000 armaduras que são controladas por uma unidade Rubic mestre. A distância máxima entre o Painel Central (que inclui um interface em ecrã LCD) e a armadura de emergência mais distante sem amplifica-dor é de 1200m se for utilizada a tipologia “daisy-chain”, caso contrá-rio é de 900m. Esta distância pode ser estendida se forem utilizados repetidores de sinal na linha.A ligação ao PC é feita através de interface e software específico para visualização do sistema.Como garante a própria Awex, com este sistema é possível monitori-zar as armaduras de emergência e o seu estado de funcionamento e

operação (inclusive remotamente), verificar os testes, inibir o modo de emergência, alterar a data e hora do sistema, verificar as configurações da unidade de controlo, as listas de erros e as configurações das cartas.Existe ainda a possibilidade de se activar/desactivar o modo de ope-ração nocturna, dividir o sistema em grupos e estabelecer os parâmetros de teste.

O Auditório, muito usado para sessões de formação, está totalmente equipado para as mais exigentes sessões, com sistema de projecção, conferência e de som. Neste último caso, o fornecedor foi a Garrett (como aliás para toda a distribuição de som do Hospital), que elegeu para o espaço amplificadores e colunas dB Technologies e matrizes áudio Atëis

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“Os desafios passaram pela dimensão do projecto (quantitativamente) e pelo espaço temporal reduzido. Consideramos internamente que o objectivo foi ple-namente atingido, consideração essa reforçada pelo feedback positivo da Mota-Engil”.Polivalente, o Auditório possui ainda uma solução de projecção composta por uma tela e um projector Chris-tie DHD670-E. Trata-se de um modelo HD DLP de um chip, que oferece 5800 ANSI-lúmens e uma relação de

até 5000:1. Este equipamento pode projectar dois si-nais em simultâneo (‘side by side’) e liga-se a uma sala de formação, caso a lotação do Auditório se esgote.Estas soluções de imagem e som são conjugadas na plenitude quando se realizam sessões com transmis-são de cirurgias em tempo real, um método de forma-ção muito optimizado pela ESS, confirma Ivo Antão.Esta transmissão é actualmente assegurada por uma solução “mundialmente inovadora” criada pela em-presa Wired que consegue disponibilizar ao Hospital a transmissão em Full HD recorrendo a tecnologia IP. Como nos explica José Rodrigues da Wired, a solução é constituída por várias aplicações de software. “Há uma aplicação de gestão onde é construído todo o layout associado ao media necessário, vídeo, streams, etc. Neste caso concreto, existiam algumas câmaras dentro do bloco operatório e há uma outra unidade nossa que recebe esse sinal de vídeo e o transmite, via rede, em tempo real. Depois existe outra aplicação,

noutro local remoto, que tem outra componente de software e que também pode receber esse streaming em tempo real. Além disso, essa componente permite compor outro tipo de elementos, gráficos, vídeos, ou outros inputs, apresentando streaming de forma per-sonalizada. A grande vantagem é que todo o sistema funciona e é manipulado em tempo real e baseia-se em IP”.Esta é uma solução muito flexível que substitui os tradicionais sistemas de videoconferência, visto que é transportável e apenas requer uma ligação à rede. “Podemos ter vários hospitais a fazer cirurgias com transmissão live em simultâneo, e em HD, sem necessitar de uma infra-estrutura proprietária dedi-cada. Depois, alguém no auditório pode ver as três operações e comunicar com os cirurgiões”, descreve entusiasmado Ivo Antão.Ao nível das soluções audiovisuais que apoiam a actividade do Hospital de Loures, destacam-se ainda os ecrãs LCD LG integrados nos quartos (com acesso a todos os canais MEO, incluindo SportTV), e os ecrãs que entretêm os pacientes e acompanhantes nas áreas de espera e recepção do edifício. Esta rede de ecrãs está unificada sob um sistema de Corporate TV, desenvolvido pela Mobbit, e que se repercute em todas as unidades do grupo ESS. O sistema de Corporate TV inclui o sistema de Gestão de Filas de Espera que, por sua vez, está integrado com o sistema ADT (Admission Discharge Transfer), uma solução de georeferenciação que segue o ‘percurso’ do paciente dentro do Hospital.A prestação dos cuidados de saúde é também supor-tada por tecnologias de informação de última geração, como o processo clínico electrónico Soarian, desen-volvido pela Siemens, que apoia as decisões clínicas.

iLuminação especiaLizaDa triLuxO sistema de iluminação implementado no Hospital de Loures, de acordo com o preconizado no projecto, teve como prioridade o princípio de sustentabilidade do edifício e veio adaptar-se à abundante iluminação

Grandes números320 000 - Habitantes/Área de influência 69 544 m2 - Área Bruta de Construção151 698 m2 - Área do Terreno19 000 m2 - Área de Implantação1269 - Lugares de estacionamento 1200 - Colaboradores (290 médicos/370 enfermeiros) 424 - Camas (internamento) 44 - Gabinetes para consultas 93 - Postos médicos (Hospital de Dia)126 000 - Atendimentos urgência/ano (previsão)8 - Salas bloco operatório3000 kVa - Potência de Geradores16 000 - Pontos controlados pela GTC5 - Chillers 79 - UTAs1013 - Ventiloconvectores55 - Painéis solares 12km - Fibra óptica294km - Cabos de cobre38,5km - Cabos de electricidade6520 - Luminárias

O sistema de Corporate TV que ajuda a distrair os utentes em espera, é suportado por uma rede de ecrãs LG. Desenvolvido pela Mobbit, este sistema acompanha todas as unidades de saúde do grupo ESS e integra o sistema de Gestão de Filas de Espera

Uma das mais-valias das salas de formação da ESSé a possibilidade de transmissão de cirurgias em tempo real e com qualidade HD. A plataforma IP que suporta esta funcionalidade foi desenhadapela portuguesa Wired, na foto representada por José Rodrigues, e baseia-se apenas em aplicações e pequenas unidades de computação

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natural, favorecida pelo projecto de arquitectura, aliás imagem de marca do arquitecto Albert Pineda. Factores como a minimização do consumo de energia e a optimização de manutenção de equipamentos foram considerados fundamentais na escolha do tipo e marca dos aparelhos de Iluminação, explica Rui Mota pela LTX, empresa fornecedora da maioria das luminárias interiores (com excepção dos downlights Siteco, uma marca Osram).A iluminação baseou-se, portanto, maioritariamente em soluções Trilux, marca alemã distribuída em Por-tugal pela LTX, tendo sido obtido um valor de potência instalada inferior a 7W/m2.Foram utilizadas genericamente lâmpadas fluorescen-tes de tecnologia T5 equipadas com balastos electró-nicos e que registam tempos de vida útil de cerca de 20 000 horas.Nos downlights foram utilizadas lâmpadas economi-zadoras de várias potências (18w, 26W, 32W e 42W) de acordo com as necessidades de iluminação dos diferentes locais.“O alto rendimento dos aparelhos Trilux permitiu au-mentar os seus espaçamentos, sem perda do conforto visual exigido para este tipo de espaços, bem como respeitar os níveis de iluminação exigidos, nomeada-mente em sala de observação e circulações”, assegura Rui Mota.Nos gabinetes médicos foram instaladas luminárias da gama Enterio (modelo M73_PA_4x14 E) de alto rendimento. O seu elevado conforto visual é proporcio-nado por difusores prismáticos em policarbonato que direccionam a luz para os planos de trabalho.Nas restantes áreas de trabalho, incluindo as áreas sociais, foram utilizados equipamentos com diferentes modulações, mas com o mesmo princípio de funcio-namento em termos de Iluminação. As luminárias

Enterio (modelo M36_PA_154E) permitiram optimizar a relação entre interdistância de equipamentos e o nível de Iluminância proporcionado, mantendo os critérios de uniformidade exigidos para estes espaços.A iluminação geral dos Blocos Operatórios e outros ambientes assépticos foi obtida com recurso a luminá-rias do tipo Fidesca 2x49 da Trilux. Estes aparelhos de elevada tecnologia, que garantem um IP65 apropriado para ambientes sensíveis, nomeadamente no que respeita a necessidades permanentes de esterilização, fazem parte da gama de produtos Medical da Trilux.As zonas de estacionamento também foram incluídas nesta linha de raciocínio, tendo incorporado luminárias de alto rendimento da série Oleveon (modelo1x28/54), com grau de protecção IP66 e corpo dificilmente inflamável.Noutras zonas técnicas, a opção passou pela utili-zação do mesmo tipo de aparelhos, ajustando a seu dimensionamento às necessidades do maior nível de iluminação exigido, como por exemplo a Oleveon modelo 1x35/49.Nas zonas de circulação a opção recaiu sobre down-lights do tipo Compact Dowlight 1x42, com o corpo e reflector em policarbonato vaporizado a alumínio e lente protectora para a lâmpada. A boa dispersão do feixe de luz destes dispositivos permitiu um elevado espaçamento nestas áreas mantendo um bom nível de iluminação ao nível do solo.Todos os aparelhos foram equipados com balastos elec-trónicos de nova geração de forma a garantirem o menor consumo dos aparelhos e a maior durabilidade das lâmpadas utilizadas e são controlados através da GTC.Em alguns locais, como por exemplo as áreas de Imagiologia, recorreu-se a balastos electrónicos com regulação de fluxo, que permite o ajuste dos níveis de luz em função das necessidades dos utilizadores no

manuseamento dos equipamentos, nomeadamente no que respeita à utilização de monitores de alta resolução.Ainda sobre a iluminação, importa referir que a ilumi-nação exterior ficou por conta da Schréder e que se elegeram aparelhagens eléctricas Legrand.Como nos indicou a Layout, a rede de alimentação de energia eléctrica (na base de toda a estrutura de ilu-minação) foi estabelecida em anel, a partir da rede de média tensão a 10kV, através de ramais subterrâneos,

Nas áreas de circulação a iluminação é emitida por downlights do tipo Compact Dowlight 1x42. A boa dispersão do feixe de luz deste aparelho permitiu um elevado espaçamento entre luminárias mantendo um bom nível de iluminação ao nível do solo

A arquitectura privilegia a luz em todas as áreas, nomeadamente nas zonas de internamento (onde a luz natural é fulcral). Estes quartos estão totalmente equipados a favor do conforto do utente, incluindo LCDs com acesso a todos os canais de TV MEO

Nas restantes áreas de trabalho, incluindo as áreas sociais, as luminárias Trilux Enterio permitiram optimizar a relação entre interdistância de equipamentos e o nível de Iluminância proporcionado. Estas soluções foram entregues pela LTX, um dos principais fornecedores de soluções de iluminação para esta unidade de saúde

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sendo construído um posto de seccionamento para o dis-tribuidor público, com acesso da via pública, e um posto de transformação único e centralizado para o Hospital, com potência de transformação total de 4800kVA.A rede de distribuição de energia eléctrica é do tipo radial, a partir do QGBT (Quadro Geral de Baixa Ten-são). Foi previsto um segundo QGBT que suporta em duplicado as cargas consideradas críticas no caso de necessidade de manutenção periódica do QGBT prin-cipal, sem afectação da continuidade de serviço das instalações consideradas prioritárias.Embora todo o projecto relacionado com as instalações eléctricas tenha sido pensado a favor da Eficiência Ener-

gética, a verdade é que o Hospital de Loures ainda possui uma margem in-teressante de poupança neste segmento, nomea-damente contemplando um sistema dedicado ao controlo de iluminação. O administrador da ESS, Ivo Antão, concorda com a observação adiantando que o Grupo está inclusi-vamente, neste momento, a desenhar um plano de racionalização energética que poderá prever um sistema que integre a de-tecção de presença com a iluminação, “desde que se consiga provar a pou-pança efectiva”. A este

propósito, José Moreira da DIME acrescenta que nem sempre os automatismos são eficientes em hospitais, dando como exemplo as necessidades imprevisíveis dos laboratórios.Sobre o mesmo tema, Ricardo Pinto toma a pa-lavra para referir que a Mota-Engil também está a estudar alternativas de poupança energética para o edifício que favoreçam a redução de custos.

aVac DiFerenciaDo para toDos os espaços Uma das áreas mais interessantes do hospital, que, vale a pena referir, tem os circuitos técnicos e de acesso público muito bem separados, é mesmo o cais de recepção de materiais, onde se ‘arrumam’ de forma impressionantemente compartimentada os equipamen-tos que sustentam as instalações energéticas e de AVAC. Num dos ‘bunkers’ encontram-se, por exemplos, os três grupos geradores Inopower - com 1000Kva de

potência por máquina - que correspondem a 80% da potência total de transformação instalada. Foi ainda previsto um sistema centralizado de alimen-tação ininterrupta constituído por duas UPS 120kVA, destinado ao suporte dos diversos serviços de informá-tica, Sinalização e Intercomunicação, Som e GTC. Estas unidades alimentam um quadro geral que, por sua vez, alimenta os diversos quadros parciais distribuídos pelos sectores. A alimentação dos Blocos Operatórios, Bloco de Partos e Neonatologia é garantida por duas UPS de 120kVA. O sistema tem alimentação eléctrica redundante por trajectos distintos. Por sua vez, a alimentação da UCI, Unidade de Cuidados Pós Anestésicos (UCPA) e Reco-bro é garantida por duas UPS de 120kVA. A autonomia da rede de emergência está ainda salvaguardada com a instalação de uma cisterna enterrada com capa-cidade de 15000 litros e as respectivas tubagens e sistema de bombagem.Como nos descreve Fernando Jorge Almeida pela Layout, os sistemas de condicionamento de ar foram previstos como sistemas centralizados e com consti-tuição base definida pelo grau de exigência de cada uma das áreas. Os sistemas, alojados no grande cais, distinguem-se fundamentalmente através dos seus equipamentos principais: UTA (unidades de tratamento de ar), UTAN (unidades de tratamento de ar novo), UVC (unidades de ventilo-convecção) e VC (ventilo--convectores). Os quartos, gabinetes e restantes locais climatizados, são tratados com VCs do tipo horizontal de tecto, alimentados em água fria e quente por siste-mas a 4 tubos. A renovação de ar novo destes locais é assegurada através de UTANs.Além disso, foram considerados sistemas de trata-mento de ar específicos em vários locais, conforma estipulado nas normas em vigor para os complexos hospitalares.Para controlo da humidade nos diversos espaços foram previstos humidificadores a vapor, associados às UTAs.

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Os quartos, gabinetes e restantes locais climatizados, são tratados com ventilo-convectores do tipo horizontal, alimentados por sistemas a 4 tubos

José Luís Silva Rodrigues, director geral da HL Manutenção, e Ricardo Pinto, Director na Mota-Engil Ambiente e Serviços, dão o rosto pela garantia de funcionalidade de todas as tecnologias e sistemas base do complexo

Acabamentos sob compromisso qualidade/preçosimples em materiais e acabamentos, o hos-pital de Loures foi construído sob um cader-no de encargos que ponderou, acima de tudo, a relação qualidade/preço dos acabamentos. a propósito do tema, ricardo pinto da mota- -engil refere que os materiais escolhidos primam pela qualidade, superior, em muitos casos, a ou-tras unidades de saúde públicas e privadas.o isolamento térmico é garantido pelo revestimen-to a capoto da maior parte das paredes. outras fo-ram ainda revestidas por vinílicos e papel Vescom. De resto, a tarkett aplicou no novo hospital cerca

de 60 000 m2 de revestimento vinílico, das gamas iQ granit, iQ granit acustic (que reduz a transmis-são de som), granit multisafe (para zonas húmi-das), iQ toro sc e Wallgard.segundo comunicado da marca, o hospital optou pela tarkett pelas suas soluções específicas para o sector da saúde que respondem a exigências como higiene rigorosa, manutenção dos padrões de qualidade do ar, resistência à água e químicos, fácil manutenção e criação de um ambiente ade-quado para a recuperação de pacientes e para o trabalhos das equipas de saúde.

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Ainda no que respeita às instalações mecânicas, o Hospital integra uma central térmica para produção de água aquecida e água refrigerada. Para a produção de água aquecida foram instaladas três caldeiras de fundição, equipadas com queimadores de gás natural, com a potência de aquecimento de 1150 kW. A cargo da produção de água arrefecida estão três chillers Daikin do tipo ar/água, a refrigerante R134a, com a potência de arrefecimento de 1 200 kW, tendo dois dos chillers recuperação de calor que é usada para o pré--aquecimento de água quente sanitária. O aquecimento de água sanitária é apoiado por seis depósitos de acu-mulação de água quente com a capacidade unitária de 3000 litros. Para apoiar o pré-aquecimento foi também previsto e instalado um sistema com 55 colectores solares, equipado com depósito de pré-aquecimentto com a capacidade de 4000 litros. uma gtc para 16 000 pontos De controLoA rede de voz e dados do Hospital Beatriz Ângelo baseia-se num sistema de cablagem estruturada que disponibiliza linhas de comunicação de forma integrada aos diversos locais. A rede tem uma configuração de estrela hierarquizada dupla com origem no bastidor principal (datacenter), até aos bastidores secundários por fibra óptica (12km), constituindo-se um backbone (com 32 pólos técnicos) de alta capacidade e fiabi-lidade. A disponibilidade dos serviços é garantida através de uma topologia redundante de fibra óptica por trajectos distintos. A distribuição horizontal é rea-lizada com cabos de Cat. 6 (294 km).A solução permite ao hospital dotar os utilizadores de todo o tipo de serviços IP actuais e futuros, de que é exemplo o sistema de procura de pessoas, suportado numa solução de telefonia IP da Cisco, e que pode in-tegrar qualquer tipo de terminais, sejam telefones sem fios de tecnologia DECT, Wireless LAN, VoIP, ou outros.Está ainda disponível uma rede de comunicações wireless (access points Cisco) e, neste momento, o

Hospital prepara a instalação de uma rede que suporte as comunicações de todos os operadores móveis.Para compreender na plenitude a utilidade e eficácia de todas estas ligações, visitamos a sala onde se aloja o sistema de Gestão Técnica Centralizada, supervi-sionado por Pedro Silva, o técnico do Hospital da Luz responsável pelas adaptações requeridas ao sistema.A GTC, sob responsabilidade do consórcio Sotécnica/Mota-Engil/Gaspar Correia e projecto da Layout, foi desenvolvida pela Sauter Ibérica que, segundo Manuel Pires, project manager da empresa, recorreu ao know--how já acumulado nesta área específica do mercado, de que são exemplo: “a maior obra de Gestão Técnica realizada em Portugal”: o Centro de Investigação da Fundação Champalimaud; o Hospital dos Lusíadas; o Hospital da Boavista; ou o Hospital de Majadahonda e Hospital Sant Pau em Espanha. Nm Hospital, as atenções centram-se obviamente nas suas valências mais preciosas para a vida, como os Blocos Operatórios, UCI, Urgências, e Salas de Obser-vação. É nestas zonas e nos seus sub-sistemas que se pretende um controlo absoluto e preciso sobre as condições ambientais, não se descurando os factores de Eficiência Energética. “Para se assegurar um ele-vado conforto num empreendimento tão diversificado, mantendo baixos custos energéticos de exploração, condução e manutenção das instalações técnicas, é fundamental que seja utilizado um Sistema de Regu-lação, Controlo e Gestão Técnica de grande eficiência, capaz de gerir e controlar o maior número possível de pontos e equipamentos, por mais complexos que estes sejam”, refere Manuel Pires. Para o efeito, a Sauter alocou ao projecto uma forte equipa de engenharia, constituída por técnicos especializados e coordenada por um Project Manager com larga experiência nas áreas do AVAC e Instalações Electromecânicas.O sistema de GTC instalado interage e comunica com todos os equipamentos e sistemas principais do Hospital, nomeadamente chillers, caldeiras UTAS,

ventiladores, registos corta-fogo e desenfumagem, grupos hidropressores, centrais de tratamento de águas, quadros eléctricos, postos de transformação, UPS, elevadores (18 elevadores e dois monta-cargas Schindler), depósitos de combustível, etc.Além disso, para promover uma eficaz Gestão Ener-gética, a GTC integra ainda todos os analisadores de rede, contadores de energia, gás e água potável, bem como os indispensáveis contadores de energia térmica, cumprindo assim na íntegra o estipulado no RSECE. Nos quadros eléctricos, para além do controlo normal dos circuitos de iluminação, promove também os necessários deslastres de cargas, de acordo com os diversos cenários transmitidos pelos QGBT. A solução de hardware adoptada baseia-se num sis-tema de “inteligência distribuída“, modulo5 Sauter, com 82 controladores DDC (Digital Direct Control) e cerca de 550 módulos adicionais, instalados em

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Desenhado pela Sauter Ibérica, o sistema de Gestão Técnica Centralizado é supervisionado por Pedro Silva e controla, através do software SCADA novaPro Open, cerca de 16 000 pontos, incluindo elevadores, sistemas de AVAC, instalações eléctricas, etc.

Na sala da GTC, está também disponível a aplicação que monitoriza o sistema robótico móvel para cargas. O Hospital integra dois veículos auto-dirigidos que fazem a distribuição de alimentos, roupa e material de uso hospitalar entre várias áreas pré-determinadas

Muito bem compartimentado, o cais de de cargas e descargas do complexo hospitalar dá serventia a várias boxes onde se alojam os sistemas ‘pesados’ da unidade, de que é exemplo a Central Térmica para produção de água aquecida e água refrigerada

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Datacenter APC by Schneider ElectricA APC By Schneider Electric foi responsável pela concepção do data-center onde se alojam os dados críticos ao funcionamento do Hospital. A pressão exercida para melhorar a eficiência dos hospitais consti-tuiu a principal alavanca de todo este processo, procurando responder aos problemas clássicos colocados por uma solução de suporte a uma infra-estrutura (datacenter), como a segurança física, monitorização, alarmística, continuidade no fornecimento de energia, distribuição or-ganizada de energia no datacenter, arrefecimento adequado e, acima de tudo, facilidade de upgrade da solução.Neste sentido, segundo a APC by Schneider Electric, a grande preocu-pação com a possibilidade de surgir um problema que afectasse todo o sistema de informação do Hospital de Loures durante um período prolongado de tempo, fez com que a unidade tivesse que optar por uma solução muito exigente. De acordo com as necessidades pre-vistas pelo Hospital, “foi desenhada uma solução técnica de elevada disponibilidade e simultaneamente de elevada eficiência energética”. Para além dos requisitos de continuidade de serviço, a solução dese-nhada atinge os seus objectivos com o menor desperdício de energia eléctrica. Para o efeito, recorreu-se a uma solução de arrefecimento que permite assegurar um PUE (Power Usage Efectiveness) de 1.3.

eQuipamentos instaLaDosA configuração final do datacenter envolveu a instalação de uma UPS, modelo Symmetra PX, de entrada e saída trifásica equipada com três

módulos de potência de 16 kW/kVA, perfazendo uma potência total de 48 kW/kVA. Dispõe ainda de baterias internas para uma autonomia de 15 minutos. Este equipamento de protecção de energia às cargas in-formáticas assegura a continuidade de serviço em caso de falha da rede eléctrica.Além disso, instalaram-se três unidades interiores de ar condiciona-do, modelo InRow, de insuflação nos corredores, com uma capacida-de individual de 18kW para um total de 54 kW de frio. Esta solução inovadora assegura a existência de ar frio na frente do bastidor, em quantidade suficiente e, em simultâneo, recolhe o ar quente na parte de trás dos bastidores. Foi ainda integrada uma unidade de distribuição de água fria (CDU), que serve de distribuição dos caudais de água vindos dos chillers para as unidades interiores de ar condicionado - por questões de eficiência energética, a solução de arrefecimento implementada tem a água por permutador.Ao todo, foram montados doze bastidores para servidores, incluindo distribuição de energia socorrida duplicada em cada bastidor com monitorização individual do consumo. No sentido de proporcionar uma solução flexível e adaptável às novas realidades, nomeadamen-te a crescente compacticidade dos sistemas e frequentes mudanças tecnológicas, os bastidores instalados são uniformes com uma altura 42 U (2000 mm), uma largura 600 mm ou 750 mm para bastidores de cablagem estruturada, 1070 mm de profundidade, e possibilidade de receberem até 4 PDU (Unidades de Distribuição de Energia) na parte de trás.Os bastidores possuem porta frontal com grelha perfurada que per-mite a refrigeração dos servidores de montagem em bastidor que se efectua no sentido horizontal da frente para trás. Para melhor gestão de espaço nos corredores quentes, a porta traseira é seccionada em duas meias portas com 300 mm (375 mm nos bastidores de 750 mm) igualmente perfurada em toda a sua área proporcionando assim uma saída mais fácil do ar quente na traseira do bastidor. O datacenter beneficia também de um Hot Aisle Containement, siste-ma de contenção de ar quente, modelo ACDC1019, com sistema de contenção de portas deslizantes, com fecho automático. A cobertura do corredor quente é efectuada com um sistema modular com recurso a perfis metálicos de suporte a um acrílico transparente.Este sistema maximiza a eficiência das soluções de arrefecimento para cargas TI de baixa a alta densidade em bastidor. Disponíveis nas configurações ao nível do bastidor ou do corredor, estes produ-tos estão concebidos para separar completamente a alimentação e os percursos do ar de retorno do equipamento TI. Ideal para qualquer ambiente TI, a separação do ar assegura o retorno do ar mais quen-te possível para as unidades de arrefecimento InRow, o que aumenta

43 bastidores de GTC, e interligados em rede Ethernet por protocolo BACnet sobre IP.Globalmente, o projecto monitoriza e controla cerca de 12 000 pontos físicos e objectos BACnet, e cerca de 4 000 variáveis em integrações com outros fabrican-tes, perfazendo um total 16 000 pontos de controlo. Toda esta informação é supervisionada pelo software SCADA novaPro Open da Sauter onde são representa-dos os diferentes sistemas e equipamentos a 3D, e os seus locais de implantação real.O projecto dispõe de um posto principal, que permite aos operadores ter acesso a todo o sistema de automa-ção instalado. Todos os eventos podem ser controlados

com a ajuda de relatórios, alarmes, gráficos, dados históricos e de tendência ao longo do tempo. Tendo em consideração a dimensão, complexidade e responsabilidade dos dados, e as estratégias de controlo a adoptar, optou-se por uma rede TCP/IP, utilizando para tal a rede estruturada do Hospital em fibra óptica redundante, que disponibiliza uma vLAN dedicada ao sistema, devidamente suportada e audi-tada pelo datacenter do Hospital.“O sistema pode também ser acedido via web browser, a partir de qualquer parte do mundo, com todas as funcionalidades de que dispõe um operador presente no posto central”, avança Manuel Pires.

A Sauter desenvolveu ainda um módulo especial que permite, através de filtros configuráveis, o envio para o sistema de gestão de manutenção de informação rela-tiva às variáveis e equipamentos controlados pela GTC, nomeadamente leituras, alterações importantes de estado, eventos ou alarmes. Desta forma, os técnicos de manutenção e os responsáveis do sector, poderão dispôr nos seus dispositivos móveis, praticamente em tempo real, de toda a informação relevante.“O grau de ‘inteligência’ de um edifício depende em primeira instância da sua correcta concepção aquando da elaboração do estudo e projecto. Pretende-se que seja capaz de responder a todo o instante, com eficácia

Paulo Lacão (em pé), responsável do datacenter, e outros técnicos que garantem a continuidade dos serviços e operações a partir deste espaço

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ainda mais a eficiência, capacidade e previsibilidade do sistema de arrefecimento. Uma vantagem corroborada por Paulo Lacão, técnico responsável pelo datacenter do Hospital.A gestão e monitorização do centro de dados é assegurada pela apli-cação StruxureWare. No sentido de proporcionar uma solução inte-grada e facilmente gerível, todos os diferentes componentes do da-tacenter têm a capacidade de interagir com uma rede Ethernet sobre protocolo TCP/IP numa rede privada, directamente com um Swtich, os quais, por sua vez são encaminhados para um concentrador, o Struxu-reware Datacenter Basic, que consiste num servidor WEB, com pro-gramação base em Linux, cujo objectivo é proceder à integração das informações referentes aos restantes componentes num só endereço externo o qual, por sua vez, e utilizando o mesmo tipo de protocolo enviará a informação para um software proprietário de inventário onde serão geridos todos os componentes da infra-estrutura. O acesso à informação é feito através de um browser permitindo a programação do envio de alarmes críticos por mail ou por SMS.A composição do datacenter fica completa com uma unidade de Mo-nitorização Ambiental, duas câmaras de videovigilância e oito Sondas de Temperatura e Humidade, modelo Netbotz. Estas unidades comuni-cam via rede Ethernet através de uma porta RJ45 de forma a assegurar a monitorização remota, permitindo detectar zonas de aquecimento, evitando a avaria dos equipamentos instalados.Sobre a operação no datacenter, Paulo Lacão acrescenta que os acti-

vos de rede que foram fornecidos pela HP, os servidores são modelos Dell, os dispositivos de acesso wireless e call management são Cisco e os sistemas de armazenamento EMC. A monitorização é feita através da plataforma Spectrum da CA Technologies.

mais De 600 postos De traBaLho VirtuaLizaDosO Grupo Ozona, especializado em Virtualização e Cloud Computing, participou em conjunto com a ESS, na implementação de virtualização de desktops (VDI) no Hospital de Loures, cujos bastidores se encon-tram alojados na sala dedicada ao datacenter.Por parte da ESS, foi definido que seria fundamental a concepção de um posto de trabalho, que pudesse ser ágil, resistente à mudança e com fortes capacidades de mobilidade interna, garantindo ao mesmo tempo a segurança de toda a informação acedida e produzida nos pos-tos de trabalho. Existiu ainda desde o princípio uma preocupação com o custo ambiental e energético associado ao parque informático. Para cumprir estes objectivos a Ozona seleccionou tecnologia da Citrix, tendo-se implementado o sistema Xendesktop para virtualização de aplicações e postos de trabalho, neste caso equipamentos Dell. Para facilitar a criação e modificação do disco virtual, foi também ins-talado o Provisioning Server. Um total de 10 servidores (6 servidores Xendesktop, 2 servidores Provisioning Server e 2 servidores XenApp), que actuam como hosts, dão, então, o apoio a cerca de 600 postos de trabalho virtualizados.

e rapidez, às solicitações das instalações técnicas es-peciais. O sistema Sauter modulo5 conjuntamente com o software novaPro Open cumpre cabal e eficazmente estes objectivos”, afirma Manuel Pires, acrescentando que a Sauter mantém um contrato com a HL Manuten-ção que garante uma poupança significativa nos custos de manutenção do edifício.Não podemos fechar a porta da sala da GTC sem referir as restantes aplicações a partir daqui controladas, como aquela que monitoriza o sistema robótico móvel para cargas - o Hospital integra dois veículos auto- -dirigidos, a baterias e navegação a laser que fazem a distribuição de alimentos, roupa e material de uso hos-

pitalar, entre diferentes áreas usando inclusivamente um elevador, e que até solicitam às pessoas que se afastem do seu caminho. Nesta sala está também centralizado o sistema de controlo de iluminação de emergência Awex da Astratec (ver caixa).Num balanço final sobre o Hospital Beatriz Ângelo, um ano depois da sua abertura, o administrador da ESS reconhece a complexidade da operação mas mostra--se satisfeito com os resultados do investimento: “É uma relação mais complexa, tripartida, nós somos o inquilino. De qualquer forma, conseguimos encontrar aqui um equilíbrio. O hospital está a funcionar e temos conseguido levar água a bom porto”, afirma Ivo Antão.

E aos elogios da própria Mota-Engil ou da HL Manuten-ção, acrescenta-se o depoimento de um especialista: “Trabalho há muitos anos em edifícios desta dimensão, acompanhei vários projectos maiores que este, e o balanço que faço é que não existiram problemas na execução deste Hospital. Um dos factos que evidencia o êxito é que o prazo de construção foi totalmente cumprido e não tivemos discussões sobre questões de custo. Não tivemos mais-valias a pagar e penso que há satisfação de ambas as partes”, resume José Moreira, a quem caberá supervisionar a continuidade desta avaliação positiva. nwww.hbeatrizangelo.pt

O datacenter do Hospital de Loures (maior que o do Hospital da Luz) foi concebido pela APC by Schneider Electric. Este integra três unidades interiores de ar condicionado, modelo InRow, de insuflação nos corredores. Esta solução inovadora assegura a existência de ar frio na frente do bastidor e, em simultâneo, recolhe o ar quente na traseira

A Ozona elaborou para o Hospital uma solução de virtualização de desktops com a tecnologia Xendesktop da Citrix. Os bastidores da solução encontram-se alojados na sala do datacenter. Para facilitar a criação e modificação do disco virtual, foi também instalado um Provisioning Server