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HUGO FILIPE CORREIA PAÍGA
COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL E ABANDONO ESCOLAR:
DA RELAÇÃO À PREVENÇÃO
UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Professora Doutora Sónia Caridade
Porto, 2012
HUGO FILIPE CORREIA PAÍGA
COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL E ABANDONO ESCOLAR:
DA RELAÇÃO À PREVENÇÃO
UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Porto, 2012
HUGO FILIPE CORREIA PAÍGA
Ass. ________________________________________
COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL E ABANDONO ESCOLAR:
DA RELAÇÃO À PREVENÇÃO
Trabalho apresentado à Faculdade de Ciências
Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa,
como parte dos requisitos necessários para a obtenção
do grau de licenciatura em Criminologia, sob a
orientação da Professora Doutora Sónia Caridade.
IV
Resumo
O comportamento antissocial é um fenómeno que abrange um vasto leque de
definições, desde um conceito mais psiquiátrico a uma definição mais jurídico-legal,
podendo envolver diversos tipos de comportamentos, como é o caso do abandono
escolar.
Este trabalho, tendo por base a metodologia de investigação-ação, tem como
objetivo principal analisar a relação entre ambos os conceitos e propor um projeto de
prevenção neste âmbito. O grupo alvo deste projeto será uma amostra de adolescentes
que frequentem uma escola nas freguesias da competência territorial da CPCJ de Porto-
Central, com idades entre os 12 e 15 anos, através da metodologia de investigação
qualitativa.
Os objetivos da intervenção consistem em reduzir o número de casos de
abandono escolar que estão intimamente relacionados com os comportamentos
antissociais, ou seja, diminuir os fatores de risco associados a esses mesmos
comportamentos, e promover os fatores de proteção.
Palavras-Chave: Comportamento antissocial, Abandono escolar, Plano de
Prevenção, Jovens.
V
Dedicatória
À memória de minha mãe,
Maria de Rosário Andrade Correia.
À memória de meu avô,
Manuel José Correia.
“Num céu imenso, existem duas estrelas que brilham mais que
quaisquer outras, sois vós que me iluminais nesse caminho
do universo”
VII
Agradecimentos
Sendo este um trabalho que recebeu o contributo de várias pessoas, as quais,
ainda que de formas distintas, se mostraram fundamentais para a sua realização, a eles
gostaria de deixar a expressão de sentido agradecimento.
À Professora Doutora Sónia Caridade, minha orientadora, por me ajudar a
acreditar que a realização deste trabalho era efetivamente possível. Os meus especiais
agradecimentos pela partilha de conhecimentos e experiências, sugestões e paciência,
colmatando todas as dúvidas que surgiram.
O meu agradecimento à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Porto-
Central, a todos os técnicos da mesma, um grande obrigado pela disponibilidade tida e
pela partilha das experiências profissionais vividas. Não posso deixar de expressar o
meu bem-haja à Doutora Anabela Nascimento, supervisora de estágio, que sempre se
demonstrou muito acessível e disponível.
À Tânia pela sua presença serena e amiga que muito me animou nestes dias, pela
força, energia e amor que transmite desde o primeiro momento em que nos conhecemos.
Por fim, gostaria de expressar o meu mais sincero agradecimento ao meu Pai por
todo o apoio incondicional e incentivo.
VIII
ÍNDICE
Resumo IV
Dedicatória V
Agradecimentos VII
Introdução Geral 1
CAPITULO I 3
ABORDAGEM CONCETUAL E TEÓRICA DO COMPORTAMENTO
ANTISSOCIAL 3
1. Questões concetuais em torno do comportamento antissocial 4
1.1. Etiologia e desenvolvimento de comportamento antissocial 4
1.2. Delinquência 6
1.3.Desvio 8
2. Abandono escolar como problema social e educativo 9
2.1. Fatores de risco para o abandono escolar 12
2.1.1. Individuais 12
2.1.2 Familiares 13
2.1.3. Grupo de Pares 14
3. Relação do comportamento antissocial com o abandono escolar 15
4. Programas de Intervenção do abandono escolar e comportamento antissocial 17
4.1. Cultura internacional de intervenção 19
4.2. Cultura nacional de intervenção 20
CAPITULO II 24
COMPONENTE EMPÍRICA 24
APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO 25
1.Objetivos da Investigação 25
2. Metodologia 26
3. Participantes 27
IX
4. Procedimentos 28
5. Descrição do Programa de Intervenção 29
6. Cronograma 41
7.Orçamento 42
8. Avaliação do Programa 43
9. Análise crítica do programa e resultados esperados 45
10. Conclusão 46
X
ANEXOS 57
Anexo I - Guião de Entrevista 58
Anexo II - Declaração de Consentimento 61
Anexo IV - Avaliação Final do Módulo I 64
Anexo V - Avaliação Final do Módulo II 65
Anexo VI - Avaliação Final do Módulo III 66
Anexo VII - Avaliação Final do Projeto de Intervenção 67
Anexo VIII- Declaração de Consentimento dos Encarregados de Educação 68
Anexo IX- Declaração de Consentimento dos Adolescentes 69
Anexo X- Autorização da Consulta de Processos à Comissão Nacional de Proteção de
Crianças e Jovens 70
Anexo XI- Autorização da Investigação na Escola 71
Anexo-XII-Pedido de Consulta de Processos CPCJ-Porto Central 72
Anexo XIII - Informação socioeducativa do menor 73
Anexo XIV - Avaliação Final do Módulo IV 74
Anexo XV-Planificação Geral das Sessões 75
Anexo XVI-Ficha de Identificação 76
Anexo XVII-Questionário Sócio Demográfico 77
XI
Índice de Siglas
CPCJ – Comissão de Proteção de Crianças e Jovens 1
BSP-Be a Star Program 20
LTS-Life Skills Training 21
AT-Assertiveness-Training Program 21
SSP-Second Step Program 21
PPCPS- Programa de Promoção de Competências Pessoais e Sociais 22
PPS-Pensamento Pro-Social 22
G.P.S-Gerar Percursos Sociais 23
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
1
Introdução Geral
A literatura documenta que os contextos sociais e familiares, pautados por grande
desestruturação, onde alguns adolescentes se inserem, aliado à manifestação de
comportamentos antissociais poderá redundar num comprometimento do seu normal
desenvolvimento pessoal, académico, social, e por consequência promover o abandono
escolar (Matos, 2005). Tal fundamenta, deste modo, a necessidade de se desenvolverem
esforços preventivos dirigidos a este grupo específico, procurando-se combater esta
realidade.
O abandono escolar é um dos problemas mais atuais da sociedade, contudo não é
uma problemática nova e existem várias influências, como são exemplo disso as
mudanças sociais e culturais que as escolas não conseguem muitas vezes acompanhar,
ou para as quais não consegue simplesmente dar resposta, daí a necessidade de se ter
sempre em conta que a intervenção deve ser adaptada às necessidades da população
escolar. Por isso, torna-se bastante importante a intervenção centrada neste tipo de
comunidade e com este tipo de problemas, visando influenciar o ambiente social dos
jovens e a mudança das normas e dos valores, pois quanto mais cedo conseguirmos
intervir, existirá uma maior probabilidade de obter bons resultados (Matos, Simões,
Carvalhosa & Reis, 2003).
O interesse por este tema surge precisamente a partir da experiência de estágio na
na CPCJ de Porto-Central, onde esta problemática se afigurava como uma realidade
preponderante. Assim, com este trabalho estamos interessados em estudar a relação
entre os comportamentos antissociais e o abandono escolar, com vista à elaboração de
um plano de prevenção junto de uma população específica - jovens adolescentes.
Assim, este projeto procurará abranger adolescentes em risco de abandono escolar,
com idades compreendidas entre os doze e os quinze anos e que frequentem uma escola
nas freguesias de Ramalde, Cedofeita e Paranhos, todas da competência territorial da
CPCJ Porto-Central.
O presente projeto de graduação encontra-se dividido em duas partes: uma
componente teórica e uma componente empírica.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
2
No primeiro capítulo relativo à abordagem concetual e teórica do comportamento
antissocial, começamos por abordar o conceito de comportamento antissocial e outros
conceitos relacionados, direta ou indiretamente, com o mesmo. Segue-se a análise e
discussão do fenómeno do abandono escolar enquanto problema educativo e social.
Posteriormente, serão analisados alguns dos fatores de risco associados ao abandono
escolar, analisa-se a relação entre os comportamentos de risco dos adolescentes e o
(in)sucesso escolar. A finalizar, a componente teórica com a caraterização da cultura de
intervenção neste domínio, quer em termos internacionais, quer nacionais. O segundo
capítulo é dedicado à componente empírica, onde se apresenta um plano de
prevenção/intervenção do comportamento antissocial e sua relação com o abandono
escolar. Assim, proceder-se-á à avaliação das necessidades, definição do objetivo geral
do programa, e por conseguinte dos objetivos específicos, seguindo-se a apresentação
do plano de prevenção. Em seguida, faz-se a descrição dos participantes, apresentando
assim a descrição das sessões a implementar. Posteriormente é descrito o cronograma e
orçamento do presente programa. Por último, será realizada uma avaliação do impato do
programa. Este capítulo encerra com a apresentação dos resultados e das principais
conclusões relativamente ao planeamento e desenvolvimento deste plano de
prevenção/intervenção, analisando-se ainda algumas limitações inerentes ao mesmo.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
3
CAPITULO I
ABORDAGEM CONCETUAL E TEÓRICA DO COMPORTAMENTO
ANTISSOCIAL
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
4
1. Questões concetuais em torno do comportamento antissocial
1.1. Etiologia e desenvolvimento de comportamento antissocial
São vários os estudos que procuram analisar o comportamento antissocial,
podendo-se encontrar igualmente outras designações ou concetualizações para este
comportamento. Destaca-se de seguida os que se poderão revelar de maior interesse
para este estudo.
Segundo Negreiros (2001, p. 12) o comportamento antissocial é: “(…) é o mais
abrangente, referindo-se a uma vasta gama de atividades como atos agressivos, furto,
vandalismo, fugas ou outros comportamentos que traduzem, de uma forma geral, uma
violação de normas ou de expetativas socialmente estabelecidas”.
Por sua vez, Fonseca (2004) considera que o comportamento antissocial engloba
uma diversidade de atos, tais como: agressão, roubo, destruição da propriedade alheia,
entre muitos outros comportamentos. Concomitantemente, outros autores (e.g., Dias &
Andrade, 1997; Lemos, 2010) conceptualizam o comportamento antissocial como
podendo envolver uma transgressão às normas sociais, isto é, poderá abranger atos
ilícitos e atos que apenas infringem as normas dominantes de uma determinada
sociedade. De acordo com Dishion e Patterson (2006) os comportamentos antisssociais
podem apresentar características diferenciadas nas diferentes fases desenvolvimentais,
mas que todas as formas de comportamento antissocial partilham algumas
características comuns: disruptivas, desagradáveis e aversivas, quer para a vítima quer
para o grupo de pares (Dishion & Patterson, 2006; Fonseca, 2000). Importa ainda
salientar que de acordo com Loeber e Schmaling (1985 cit. in Dishion & Patterson,
2006), o comportamento antissocial pode ser compreendido de acordo com as seguintes
categorias: a) explícito/”overt” - agressividade verbal e física e violência; ou
implícito/”covert” – (e.g., manipulação, mentira, uso de substâncias, abandono escolar,
destruição de propriedade alheia, roubo, vandalismo, delinquência, práticas sexuais
promíscuas e precoces, etc.); b) não sociável - o adolescente é solitário e pratica atos
abertamente e agressivos para com os que o rodeiam; ou sociável - o adolescente
estabelece relacionamentos interpessoais aquando da prática de atos antissociais – (e.g.,
integração num gang e similarmente envolvimento em atos delinquentes) À luz das
teorias de aprendizagem social, o comportamento antissocial é percebido como um
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
5
padrão de resposta aprendido através de processos de modelagem e reforço. Assim,
quanto mais exposto estiver o indivíduo a esse tipo de comportamentos, maior é a
probabilidade de os reproduzir nas relações interpessoais que estabelece (Hinshaw &
Zupan, 1997).
Para Rijo (2001), serão os meios familiares e sociais desestruturados que
promovem os comportamentos antissociais, na medida em que não cuidam, não
orientam, nem educam o jovem para os limites colocados pela sociedade.
Na literatura neste domínio existem vários estudos acerca do comportamento
antissocial que procuram identificar os fatores de risco e de proteção associados a esta
conduta desviante. Os fatores de proteção ou recursos protetores referem-se às
características ou qualidades resilientes do indivíduo (e.g., temperamento positivo,
competências comunicacionais, atitudes prossociais, etc.), ou do seu ambiente (e.g., o
afeto, a supervisão e o encorajamento parental, a coesão familiar, etc.) e que atuam de
forma a atenuar uma resposta desajustada do indivíduo na presença da adversidade (isto
é, que agem de forma a torná-lo mais resiliente) (Bonda, Burnsb, Olsson, Vella-
Brodrickc & Sawyerd, 2003). Para além dos fatores individuais (e.g., competências
cognitivas e comunicacionais adequadas) e familiares (e.g., relações de confiança,
vinculação segura, supervisão adequada), estes fatores protetores identificam-se ainda
junto do grupo de pares (onde existam amizades com influência positiva, interesses
comuns de caráter positivo) e também ao nível escolar (onde podem e devem haver
práticas escolares que suportam ligações pró-sociais, reforços e reconhecimento para a
prevenção de comportamentos antissociais, promoção da competência social, emocional
e académica) (Ferreira, 2000; Gregg, 1995 cit. in Carvalhosa, Reis, Matos & Simões,.
2003)
Os fatores de risco surgem em circunstâncias, na sua maioria, não especificadas,
que poderão aumentar a probabilidade de o indivíduo desenvolver um conjunto de
traços psicopatológicos, podendo-se identificar tendo em conta as dimensões do
funcionamento individual (e.g., temperamento difícil, défice cognitivo, consumo de
substâncias e impulsividade), familiar (e.g., práticas educacionais deficitárias,
negligência parental, comportamento parental antissocial ou criminal, etc.), o grupo de
pares (e.g., rejeição por parte dos colegas, associação a pares desviantes, etc.) e, ainda,
comunitários (e.g., pobreza extrema em bairros socialmente desfavorecidos,
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
6
desigualdade de oportunidades), no desenvolvimento e manutenção de comportamentos
antissociais (Ferreira, 2000; Gregg, 1995 cit. in Carvalhosa et al., 2003).Apesar de
existir um determinado conjunto de fatores de risco para o comportamento antissocial,
não se pode afirmar que estes exercem uma influência direta e causal ao longo da vida
dos indivíduos, pois poderão existir mudanças na intensidade e forma de continuidade
das atividades delituosas. O desenvolvimento do comportamento delinquente não é
previsível, ou seja, pode suceder por vias distintas e originar diferentes tipos de
delinquência (Negreiros, 2001). E porque o conceito de delinquência está intimamente
relacionado com o de comportamento antissocial, passaremos a analisá-lo de seguida.
1.2. Delinquência
O conceito de delinquência tem sido objeto de discussão ao longo de várias
décadas, fato este que tem levado alguns autores (Giller, Hagell & Rutter, 1998) a
questionarem-se sobre se haverá uma definição rigorosa e correta de delinquência e se o
conceito poderá ter um sentido claro e uniforme para toda a gente. Esta interrogação
torna-se mais evidente se se levar em linha de conta que tal conceito diz respeito a atos,
à partida, bastante diversos e complexos (Frechette & Le Blanc, 1987). O conceito de
delinquência reveste-se atualmente de alguma especificidade, pese embora seja, não
raras vezes, utilizado de forma indiscriminada, sendo confundido com o conceito
comportamento antissocial.
O conceito de delinquência está intimamente relacionado com a designação de
conduta antissocial. Na verdade a delinquência pressupõe condutas antissociais, que de
acordo com Fonseca (2000, p.11): “…incluem os comportamentos que desrespeitem os
outros e violam as normas de uma determinada comunidade, sem necessariamente
infringirem as leis vigentes, manifestando-se de forma diferente, consoante se trate de
crianças, adolescentes, ou adultos…”.
Para Carvalho (2002, p.37) a delinquência caracteriza-se por: “…comportamentos
de quebra das condutas sociais convencionais que o indivíduo manifesta decorrentes de
um processo de socialização juvenil.”, enquanto que o conceito de delinquência,
segundo Negreiros (2008, p.12): “… pode ser definido em função de critérios jurídico-
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
7
legais - sendo delinquente o indivíduo que praticou atos dos quais resultou uma
condenação pelos tribunais…”O comportamento anti normativo resulta de vários
subsistemas que se influenciam dentro de uma comunidade. A delinquência juvenil
abrange um conjunto de comportamentos executados por jovens que violam as
expetativas institucionais num sistema social, de forma recíproca, desde os individuais,
familiares, grupos de pares, escola entre outros (Gonçalves, 2008).
Nos estudos que se debruçaram sobre a etiologia e predição da delinquência, a
referência à inadaptação escolar (inclui por vezes a indisciplina ou comportamentos
disruptivos na sala de aula) e ao mau desempenho académico, aparece sempre
relacionada, em maior ou menor grau, com o futuro envolvimento em atividades
delinquentes (Gonçalves, 2008). A delinquência juvenil é considerada um
comportamento antissocial. Do ponto de vista da gravidade do problema, furtar algo no
supermercado, agredir violentamente, práticas de vandalismo, são tipos de
comportamento que transgridem as normas sociais que vigoram numa determinada
sociedade. No entanto, a delinquência juvenil pode também ser entendida como um
transtorno psicossocial, do desenvolvimento, devendo ser compreendida a sua
complexidade, uma vez que se manifesta a partir de variáveis biológicas,
comportamentais e cognitivas do indivíduo, bem como variáveis contextuais, das quais
se destacam características familiares, sociais e experiências de vida negativas
(Laranjeira, 2007).
Esta problemática abrange a distinção entre os verdadeiros e falsos delinquentes.
Os verdadeiros delinquentes são indivíduos com mais de 16 anos que cometeram atos
repetidos, que à luz do código penal são considerados crimes; os segundos são sujeitos
que se desviam casualmente das regras normais, sem mostrar grande apetência real para
crimes e comportamentos de má conduta.
Segundo Negreiros (2001), a relação entre delinquência e idade reveste-se de
interesse para o estudo da delinquência juvenil. É uma relação óbvia porque a taxa de
delinquência varia sensivelmente com a idade. Até ao fim de dezembro de 2000, a lei
tratava igualmente os menores em perigo e os menores delinquentes. Um menor
abandonado pelos pais era colocado no mesmo colégio que um menor que praticava
furtos todas as semanas. A partir de janeiro de 2001, as novas leis tutelares dividiram-se
entre a Lei Tutelar Educativa ( Decreto Lei n.º 166/ 99 de 14 de setembro) que define o
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
8
que se faz aos menores delinquentes entre os 12 e 16 anos e a Lei de Proteção e
Promoção ( Lei n.º 147/ 99 de 1 de setembro).
1.3.Desvio
O conceito de desvio, por sua vez, diz respeito à falta ou à escassez de
conformidade em relação às normas ou obrigações sociais. Contudo, só se pode
estabelecer que um comportamento é desviante comparativamente a uma dada
comunidade, tendo em conta a sociedade em que esse comportamento surge. Isto porque
cada sociedade limita os comportamentos socialmente aceitáveis e, portanto, define
automaticamente os comportamentos desviantes (Giddens, 2002). O desvio ou o
comportamento desviante corresponde a uma atitude ou ação socialmente indesejável e
que por sua vez se opõe às normas, ameaçando as normas de um determinado grupo.
Neste sentido, o desvio deve ser, não só, encarado como um atentado à ordem social
vigente, mas também, deve ser perspetivado como uma incapacidade dos grupos e das
sociedades no que se refere à sua função socializadora e de controlo dos seus membros
(Marques, Páez & Abrams, 1998).
Ainda que pareça uma contradição, o desvio pode traduzir-se num fenómeno de
semelhança, isto é, de conformidade em relação a um grupo que não assume como seu o
padrão normativo da sociedade ou do grupo em que está integrado. Esta relação entre
desvio e conformidade tem a ver com o fato de que o desvio não significa
necessariamente uma recusa ou incapacidade de participar numa vida social. Será de
relevante importância referir que os comportamentos desviantes, inclusive os que se
designam por “free riding”, se traduzem nas estratégias consideradas na matriz social
em que se desenvolvem e não na rejeição de uma ordem dominante (Ferreira, 1999).
O fenómeno de desvio é universal, ainda que varie na forma e conteúdo, de
sociedade para sociedade. No entanto, todas as sociedades, mesmo as designadas como
primitivas verificam acontecimentos deste tipo, tanto de controlo social como de desvio.
Esse conceito é de fundamental importância para a sociedade em geral, pois facilitará a
compreensão do mundo à nossa volta, que poderá até ser visto além da norma jurídica
que vigora no momento. Segundo Anthony Giddens (2002) “desvio pode ser definido
como uma não conformidade com determinado conjunto de normas que são aceites por
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
9
um número significativo de pessoas numa comunidade ou sociedade”. Deste modo, o
conceito de desvio é tido como sendo mais amplo do que o conceito de crime. A teoria
da rotulação é considerada, de entre as várias existentes, uma das abordagens mais
importantes, pois segundo Giddens (2002), o desvio é interpretado por meio dela como
um processo de interação entre os desviantes e não desviantes dentro da sociedade. O
autor considera ainda que esses rótulos criam categorias de desvio e expressam a
estrutura de poder da sociedade.
2. Abandono escolar como problema social e educativo
Será importante começar por salientar que não existe uma definição de abandono
escolar que seja universalmente aceite, o que revela falta de consenso por parte dos
investigadores (Mata, 2000). Existem, contudo, diferentes abordagens/perspetivas de
abandono escolar. Apresentam-se aqui, algumas das perspetivas que se afiguram mais
adequadas ao tema do abandono escolar, nas quais se encontram inúmeras definições.
O fenómeno do abandono escolar tem sido percebido, na atualidade, como um
problema sério com repercussões negativas não só para o próprio indivíduo como para
toda a sociedade, com reflexos no desenvolvimento de todo um país (Mendes, 2006).
Tornou-se, portanto, nos dias de hoje, urgente a sua análise e prevenção (Mendes,
2006). Benavente, Campiche, Seabra e Sebastião (1994, p.24), consideram que: “O
conceito de abandono escolar carece de definição; abandono ou desistência significa
que um aluno deixa a escola sem concluir o grau de ensino frequentado por outras
razões que não sejam a transferência de escola ou… a morte. Saber que se trata de
abandono (no final do ano letivo) ou de desistência (durante o ano) pode ser relevante
para a compreensão dos motivos e das situações mas não altera o fundamenta. “
Ferrão (1995) faz uma distinção entre abandono escolar e desistência, situando a
sua ocorrência em momentos temporais distintos: o abandono escolar tem lugar no final
do ano letivo, enquanto a desistência se reporta à saída do aluno durante o ano letivo.
Contudo, na prática, esta separação concetual não se afigura funcional, na medida em
que as escolas não indicam o momento em que os alunos interromperam o seu percurso
escolar.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
10
Por sua vez, Azevedo (1999) defende que para o abandono escolar concorre o
clima de rutura que envolve os alunos e também os docentes, defendendo ainda que a
escola não está isenta de responsabilidade nesta matéria.
Já Canavarro (2007) considera que o ensino obrigatório deve ser entendido como
uma função mútua dos indivíduos para com o Estado, destes e das suas famílias. O
abandono escolar consiste num fenómeno que ocorre em qualquer sociedade em que
seja obrigatória, cada vez mais longa a escolaridade, juntamente com uma
desqualificação da própria qualidade de ensino (Justino & Rosa, 2009). A sua origem
não se limita aos processos de democratização da escola, mas deriva de múltiplas causas
externas e internas à instituição escolar (Benavente, Campiche, Seabra & Sebastião,
1994). Este está, normalmente, associado à problemática do insucesso escolar, sendo
que “Os alunos que abandonam têm problemas com a escola e foram já por ela
abandonados, em muitos casos. Só ocasionalmente se encontra um bom aluno,
entusiasmado, com projetos escolares, que renuncia à escola.” (Benavente et al., 1994,
p. 27). No entanto, o insucesso não constitui o único fator que promove o fenómeno do
abandono escolar. Segundo Barber e MacClellan (cit. in Benavente et al., 1994) existem
três tipos de causas que poderão estar na base deste problema: i) fatores provenientes de
integração ou relacionais; ii) fatores familiares ou de acessibilidade; e ainda, iii) fatores
de ordem física relacionados com a saúde, e de ordem social como é o caso de uma
gravidez adolescente.
Vários estudos têm vindo a demonstrar a influência que a família e o meio familiar
têm na criança, no seu comportamento e no seu desempenho escolar, considerando-se
que o “O comportamento perturbado dos alunos pode ser sintoma de problemas
relacionados com a dinâmica afetiva no seio do agregado familiar e de desarticulação
entre os objetivos, os valores e as práticas dos dois subsistemas – escola e família”
(Amado & Freire, 2002, p.86) ”.
Em 2005, um estudo sobre abandono escolar publicado na Revista Finisterra por
Lucília Caetano, refere que os indicadores das últimas décadas posicionam Portugal na
cauda da Europa; apenas 27,1% por oposição aos 61,8% europeus, dos jovens
portugueses com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos, concluíram o ensino
secundário ou um curso profissional. O modelo interpretativo do abandono escolar
realizado no âmbito do estudo de Ferrão e Honório, 2000 (cf. Figura 1), mostra que os
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
11
alunos não são a principal e única justificação para o abandono escolar e ainda que “as
crianças que abandonem a escola precocemente não são particularmente diferentes
daquelas que se mantêm no sistema escolar” (p. 70), ou seja, existem um inúmero
conjunto de variáveis que influenciam ou não a desintegração/abandono escolar. Entre
essas variáveis podem estar presentes a família ou a comunidade em que se encontram
envolvidos, podendo promover a desmotivação, a insegurança ou a indisciplina que
levam ao risco de abandono escolar, o que, por sua vez, pode levar a comportamentos
antissociais (Ferrão & Honório, 2000).
Figura 1 – Modelo interpretativo do abandono escolar precoce: configuração geral
(Fonte: Ferrão & Honório, 2000, p. 71)
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
12
2.1. Fatores de risco para o abandono escolar
Os fatores de risco para o abandono escolar poderão ser agrupados em três grandes
categorias (Loeber & Farrington, 2001 cit. in Enebrink, 2005): i) individuais (e.g.,
hiperatividade, o consumo de substâncias, défices cognitivos, entre outros; ii) familiares
(e.g., comportamentos antissociais dos pais, as relações precárias entre pais-filhos, a
depressão materna, o número alargado de membros da família nuclear, os conflitos
familiares e o baixo estatuto socioeconómico; iii) grupo de pares (e.g., envolvimento em
atividades desviantes, a formação de gangs e a rejeição por parte dos elementos do
grupo de pares).
2.1.1. Individuais
Segundo Amado e Freire (2002) os fatores individuais são aqueles que derivam de
uma interação negativa no que diz respeito ao desinteresse escolar. Desinteresse esse
que tem expressão ao nível do desempenho do aluno e que pode ter enormes e variados
resultados, incluindo o risco de abandono escolar. De acordo com vários estudos (e.g.,
Aloise-Young & Chavez, 2002; Davies, Hunt, Meyers, Grogg & Neel, 2002; Janosz, Le
Blanc, Boulerice, & Tremblay, 2000; Murdock, 1999) uma criança desinteressada e,
portanto, em risco de abandono escolar, poderá desenvolver baixa motivação, baixos
níveis de esforço, desatenção e níveis altos de problemas disciplinares.
Um percurso escolar pautado por múltiplas retenções e de insucesso escolar
poderá desencadeiar sentimentos pessoais, e nos outros, de incapacidade e de insucesso
vulgarizado, levando assim a que muitas das crianças e jovens abandonem a escola
precocemente (Jadue, Galindo, & Navarro, 2005; Roazzi & Almeida, 1988; Villas-
Boas, 2001). Para Santos e Marturano (1999), o fracasso escolar persistente poderá
acarretar o risco de inadaptação psicossocial associado ao abandono precoce da escola.
Um estudo desenvolvido por Marturano (1997 cit. in Santos & Marturano, 1999) apurou
que uma em cada cinco crianças encaminhadas para atendimento psicológico devido a
um baixo rendimento escolar, apresentava problemas sérios de adaptação na
adolescência, como envolvimento com drogas, incidentes criminais e conflitos intensos
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
13
nos relacionamentos. Todos estes fatores poderão contribuir para risco ao abandono
escolar (Hunt, Meyers, Davies, Grogg & Neel, 2002).
Stevanato, Loureiro, Linhares e Marturano (2003), acrescentam que estes
adolescentes quando atribuem o seu mau desempenho à incompetência pessoal tendem
a apresentar grande insegurança individual e baixa autoestima, desinteresse pela
aprendizagem, desencadeando assim dificuldades emocionais e comportamentais
(Santos & Marturano, 1999). Por outro lado, quando atribuem o seu mau desempenho a
problemas relacionados com a escola, tendem a manifestar sentimentos de raiva e
desinteresse pela mesma, expressando agressividade em relação aos outros (Stevanato
Loureiro, Linhares, & Marturano, 2003). Estes sentimentos de inferioridade, raiva e
agressividade conjugados com o fracasso escolar poderão, facilmente, levar o aluno a
abandonar precocemente a escola (Santos & Marturano, 1999). Janoz e seus
colaboradores (2000) reconhecem que a fraca participação (envolvimento), o mau
desempenho e a ausência de compromisso escolar são fatores determinantes para o
abandono escolar precoce. Assim, e segundo Amado e Freire (2002 cit. in Knesting &
Waldron, 2006), o insucesso, as experiências escolares e as reprovações constantes,
revelam-se mais traumáticas do que de qualquer tipo de problema de ordem biológica
ou psicológica, pelo que não se poderá menosprezar estes problemas, constituindo, não
raras vezes, fortes preditores de abandono escolar.
2.1.2 Familiares
Os estilos educativos parentais têm sido também identificados como fatores
determinantes da socialização da criança ou jovem (Amado & Freire, 2002; Dell Prette
e Dell Prette, Feitosa & Matos, 2005;). Feitosa e seus colaboradores (2005) defendem
que os estilos educativos parentais estão intimamente relacionados com o
comportamento, o desempenho escolar e o ajuste social dos seus filhos, sendo que o
comportamento agressivo apresentado por crianças e adolescentes encontra-se
geralmente relacionado com o estilo educativo parental (Amado, 2001; Santos &
Marturano, 1999).
Depreende-se, deste modo, que a família condiciona muito fortemente o sucesso
escolar, avaliado pela duração e qualidade das aprendizagens, pela escolha de certos
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
14
caminhos profissionais e vocacionais, em detrimento de outros (Almeida, 2005). Parece
existir, assim, uma repartição desigual das probabilidades de sucesso escolar segundo os
diferentes meios sociais (Almeida, 2005; Sousa & Santos, 1999). A percentagem de
crianças com problemas de aprendizagem e insucesso escolar acaba, assim, por ser
maior em crianças provenientes de meios sócio-económicos desfavorecidos, o que pode
originar um ciclo vicioso entre dificuldades de aprendizagem e inadaptação à escola e,
no limite, proporcionar o abandono precoce da escola e outras dificuldades no
desenvolvimento socioemocional da criança (Feitosa et al., 2005; Jadue, Galindo, &
Navarro, 2005).
As famílias desestruturadas que vivem em ambientes muito pobres ou marginais,
vão promover na criança na aquisição de uma baixa autoestima, acompanhada por
sentimentos de inferioridade e incapacidade, insegurança, falta de controlo emocional e
comportamental, baixa tolerância à frustração, baixas metas educacionais, entre outras
características negativas, aumentando-se, assim, o risco de abandono escolar.
Estas crianças e jovens tornam-se, também mais vulneráveis à adoção de
comportamentos de risco e desajustados (Galindo & Navarro, 2005). Amado e Freire
(2002) identificam alguns fatores como estando fortemente relacionados com o
desempenho, positivo ou negativo, escolar e, por conseguinte, com o abandono escolar.
São eles: i) a presença de um ambiente familiar negativo (e.g., conflitos entre os seus
membros, interações confusas, maus tratos, estilos de autoridade e de comunicação
desajustados, psicopatologias, alcoolismo e toxicodependências, etc.); e ii) a falta de
apoio familiar (e.g., desinteresse pelo trabalho escolar, baixas expectativas parentais, a
não participação em reuniões, etc.).
2.1.3. Grupo de Pares
O grupo de pares tem sido percebido como um conjunto de indivíduos constituído
por jovens geralmente de idades muito próximas, que possuem interesses e necessidades
idênticas, e que normalmente preferem passar mais tempo juntos do que com as suas
famílias, uma vez que no grupo o adolescente experiencia uma maior sensação de
segurança e de autoestima (Claes, 1985). Para além de partilharem certos valores e
comportamentos comuns a todos os elementos do seu grupo de pertença, os
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
15
adolescentes também sentem que, fora do seu ambiente familiar, podem ser aceites e
integrados pelas suas próprias características (Fonseca, 2000).
O grupo de pares representa assim uma necessidade imprescindível ao
desenvolvimento dos adolescentes, na medida em que lhes permite sair do seio familiar
e da influência que esta normalmente tem na vida do indivíduo, permitindo-lhe, deste
modo, adaptar e preparar as relações interpessoais que futuramente estabelecerá na vida
adulta (Pereira & Matos, 2008).
No entanto, não será de negligenciar o fato de os pares também constituírem uma
importante fonte de apoio social, principalmente para as crianças e jovens provenientes
de famílias desfavorecidas, logo da mesma forma que podem “tirar a vontade de
estudar” também podem estimular à permanência na escola (Feitosa et al. 2005).
As condições de vida, altamente degradadas (e.g., défices nas condições
habitacionais, défices ao nível da saúde, pobreza, entre outros), acabam por estimular as
crianças e os jovens à constituição e ao reforço de comportamentos de risco, como a
delinquência e por sua vez o abandono escolar (Amado & Freire 2002). Efetivamente, a
pertença a um grupo de pares numeroso, com comportamentos desviantes ou cujos
pares também tenham abandonado a escola parecem contribuir para o aumento das
possibilidades destes jovens abandonarem a escola (Abbott, Catalano, Hawins & Hill,
2000).
Do mesmo modo, a pobreza tem sido identificada como o preditor que mais
contribui para o desenvolvimento de problemas e do mau desempenho escolar das
crianças e jovens, devido às condições de vida relacionadas com a falta de recursos
(Jadue, Galindo, & Navarro, 2005).
3. Relação do comportamento antissocial com o abandono escolar
O envolvimento em comportamentos de risco pelos jovens adolescentes tem sido
explicado pela necessidade excessiva destes na procura de emoções fortes (Elkind, 1972
cit. in Martins, 2005). Trata-se de um período desenvolvimental, em que as mudanças
no padrão comportamental são muitas vezes estimuladas pelo grupo de pares (e.g.,
reforço ou aceitação de atos de delinquência ou agressividade) (Pakaslahti, 2000). A
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
16
investigação nesta área tem vindo a comprovar a existência de uma relação entre os
comportamentos de risco dos adolescentes e o (in)sucesso escolar e em que, as
dificuldades comportamentais internalizadoras (e.g., ansiedade, isolamento) ou
externalizadoras (e.g., agressividade, hiperatividade, impulsividade) poderão originar
múltiplas dificuldades académicas (Boon, 2008; Santos & Graminha, 2005). Outros
estudos apuraram que os comportamentos antissociais em adolescentes são fortes
indícios reveladores de insucesso académico e até de abandono escolar (Boon, 2008,
Horn & Packard, 1985 cit. in Bruyn, Dekovic, & Meijnen, 2003; Wentzel, 1993, cit. in
Bruyn, Dekovic & Meijnen, 2003).
O comportamento antissocial na adolescência tem sido efetivamente uma das
principais fontes de preocupação para todos os que se interessam pelos fenómenos
educativos, atendendo a que este comportamento pode enfraquecer seriamente a
capacidade geral de adaptação do adolescente, dado que se encontra relacionado com
um percurso de défices académicos e sociais, a longo prazo (Mash & Barkley, 1996).
Os défices académicos evidenciam-se nos adolescentes que apresentam este tipo
de comportamentos, pois, normalmente, em primeiro lugar surgem as suspensões e
expulsões escolares, culminando em abandono escolar. Neste seguimento, há autores
que (e.g., McGee et al., 1986 cit. in Mash & Barkley, 1996) que defendem que a
existência de um baixo rendimento académico pode aumentar tendências antissociais
pré-existentes. Um adolescente que apresente baixo rendimento escolar, aumenta a
probabilidade de desmotivação face à escola, de desenvolvimento de um baixo
autoconceito e de associação a grupos de pares onde os comportamentos antissociais são
tidos como normativos.
De referir ainda, que, não raras vezes, os adolescentes que exteriorizam
comportamentos antissociais apresentam diversas dificuldades no processo de ensino-
aprendizagem, nomeadamente as dificuldades de atenção/concentração, que ao
aumentarem a desmotivação e o insucesso académico, desencadeiam demonstrações de
frustração através de condutas antissociais (Mash & Barkley, 1996).
Em jeito de conclusão, a revisão da literatura neste domínio leva-nos a concluir
que a relação entre comportamento antissocial e abandono escolar é relevante e deveras
complexa, pelo que importa explorar melhor esta relação com vista a compreender na
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
17
totalidade o surgimento deste tipo de comportamentos no contexto escolar e
consequente, delinear esforços preventivos para os combater.
4. Programas de Intervenção do abandono escolar e comportamento antissocial
A literatura da especialidade defende que os programas de prevenção e
intervenção em matéria de comportamento antissocial e abandono escolar devem ser
realizados o mais precocemente possível, na medida em que os resultados se afiguram
mais promissores (Simões, Gaspar, Matos & Negreiros, 2009), A intervenção deverá
começar por analisar as necessidades e promover a participação ativa do grupo, sendo
que terá maior eficácia se incidir numa perspetiva ecológica universal, envolvendo o
indivíduo, a família, a escola, o grupo de pares, as instituições privadas e
governamentais, a comunicação social e políticas governamentais.
Outros autores (e.g., Díaz-Aguado, 2005) têm vindo a demonstrar a importância
de os programas incluírem estratégias pedagógicas que se revelem eficazes na
prevenção de comportamentos violentos, tais como: estratégias de resolução adequada
de conflitos; estratégias de aprendizagem cooperativa; a discussão de dilemas
hipotéticos da vida real; a dramatização e representação de papéis; a promoção da
assertividade e das competências de comunicação interpessoal (e.g., escutar, questionar,
negociar); a promoção de competências sociais e da capacidade de regular e controlar
emoções.
Num programa de intervenção importa, em primeiro lugar, definir os objetivos da
intervenção, identificar o problema, sendo certo que a toda a intervenção deve ser
adaptada às necessidades da população alvo - escolar. Acresce ainda a necessidade de se
procurar promover, quer a diminuição dos fatores de risco, quer o desenvolvimento dos
fatores protetores (Catalano, Arthur & Hawkins, 2002).
A intervenção neste domínio poderá adotar diferentes níveis, desde a primária,
secundária e terciária (Guerra, Tolan & Hammond, 1994), as quais serão de seguida
objeto de análise.
A intervenção primária também designada por prevenção desenvolvimental, é
voltada para as origens do delito operando a médio e a longo prazo, sendo dirigida a
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
18
toda população (Fonseca, 2004). Este tipo de prevenção ocorre antes de o problema se
manifestar e procura a criação de condições básicas de desenvolvimento e adoção de
comportamentos de saúde a nível físico, psicossocial e cultural (Matos et. al., 2003).
Esta intervenção tem que ser precoce e pode ser aplicada por exemplo a adolescentes,
tendo como medidas, a consciencialização e sensibilização para os problemas em todos
os aspetos comuns nessas idades (e.g., fisiológicos, psicológicos e sócio-culturais), ou
seja, procura abranger todos os jovens e não apenas os que são considerados de alto
risco (Goldstein, 2002 cit. in Fonseca, 2004).
As ações de sensibilização, conferências, seminários, “workshops” junto da
comunidade constituem algumas formas de prevenção primária.
A intervenção secundária, por sua vez, é destinada a grupos identificados como
sendo de risco em relação a determinadas problemáticas comportamentais, e é
frequentemente realizada em contextos escolar onde possam existir problemas de
agressão, com vista a evitar a escalada para níveis mais graves de violência (Goldstein,
2002 cit. in Fonseca, 2004). Assim, a prevenção ocorre quando o problema já se
começou a manifestar, e em que se procura a diminuição da taxa de problemas
psicológicos e educacionais da população, impedindo-se, deste modo, a evolução de
processos de desajustamento psicológico, educacional e comportamental detetados
precocemente (Matos et al., 2003).
Como exemplo disso, temos as situações em que os adolescentes apresentam
dificuldades (pessoais, familiares, sociais etc.) ou comportamentos menos corretos (e.g.
comportamentos antissociais), seja por curiosidade ou de uma forma periódica. Neste
caso, apesar de não serem considerados delinquentes, existe um maior risco de virem a
cometer comportamentos indesejáveis. Neste tipo de intervenção existem várias
estratégias que se podem utilizar, desde adquirir conhecimento mais adequado em
relação à problemática, consciencialização do adolescente em relação ao seu
comportamento, perceber o significado das coisas que lhe acontecem e dos gestos que
usa em determinadas situações (Goldstein, 2002 cit. in Fonseca, 2004).
Por último, a intervenção terciária destina-se a transgressores previamente
identificados, mais propriamente aqueles que já foram julgados por crimes, procurando-
se a diminuição da taxa de reincidência criminal (Gendreau & Andrews cit. in
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
19
MacGuire, 2006). A intervenção terciária desenvolve-se com o objetivo de corrigir os
efeitos comunitários provocados por situações de descompensação psicológica e
educacional, procurando alterar atitudes disfuncionais da comunidade e intervir junto de
grupos de risco, onde os problemas já se encontram instalados (Matos et. al, 2003).
4.1. Cultura internacional de intervenção
A revisão da literatura neste domínio permite-nos concluir pela existência de um
vasto número de programas de intervenção, tanto a nível internacional como nacional.
A grande maioria dos programas existentes foram construídos para ser utilizados
em contextos de prevenção secundária, ao nível do comportamento desviante,
antissocial e abandono escolar, com vista a desenvolver um conjunto de competências,
nomeadamente sociais, interpessoais, afetivas, emocionais, comportamentais e
educativas.
Numa breve revisão da literatura internacional em matéria de prevenção nos
domínios do abandono escolar e comportamento antissocial foram identificados os que
a seguir se descrevem;
O LTS- Life Skills Training (Botvin & Kantor, 2000) é destinado a adolescentes
até aos 16 anos e tem como objetivos: a promoção de competências sociais e a
prevenção do consumo de substâncias, centrando-se nos fatores sociais e psicológicos
promotores do consumo de substâncias. Botvin (2000) verificou que os adolescentes,
não só ficavam melhor preparados para os desafios da vida, como menos compelidos a
fumar, beber ou ao uso de drogas. Este programa não só previne o abuso de tabaco,
álcool e drogas, como também dota os sujeitos de conhecimentos e competências para o
aumento da autoestima e autoeficácia; aumenta a capacidade de tomada de decisão e
resolução de problemas; fomenta uma comunicação mais assertiva; ajuda a lidar com a
ansiedade; facilita a melhorar as relações com outros; e a resistir a pressões com os
pares. Vários estudos (e.g., Botvin & Kantor, 2003), revelaram que o LST é eficaz nos
objetivos a que se propõe.
O AT-Assertiveness-Training Program (Rotheram-Borus, 1995) propõe-se
aumentar o nível de assertividade junto dos adolescentes com idades compreendidas
entre os dez e os quinze anos, minimizando comportamentos disfuncionais e ainda
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
20
verificar os seus efeitos junto dos pares e na concretização de objetivos. A avaliação
deste programa assentou nas competências de resolução de problemas, mudanças
comportamentais e autoestima, tendo-se verificado nos adolescentes intervencionados
uma maior capacidade de escolher alternativas de resolução de problemas. Do mesmo
modo, verificaram-se mudanças de comportamento significativas, não se registando,
contudo, alterações nos níveis de autoestima (Matos et al., 2009).
O SSP-Second Step Program (Frey, Gurvits, Schilizzi, 2000) é destinado a jovens
adolescentes com idade máxima de quinze anos que sejam agressivos e tenham
comportamentos antissociais, procura promover a resolução de problemas sociais,
emocionais e comportamentais, bem como a promoção do desenvolvimento de
competências, mais propriamente a empatia, a resolução de problemas e a gestão de
conflitos. Os resultados comprovam que o programa reduz a agressão física,
aumentando a interação social (Matos et al., 2009).
O BSP-Be a Star Program (Pierce & Shields, 1998) abrange uma população
adolescente com idades compreendidas entre os dez e os dezasseis anos com problemas
de comportamento e baixa autoestima, podendo, também ser aplicado a indivíduos de
outra idade, procura através da promoção de competências interpessoais e de tomada de
decisão, maximizar a consciência cultural e a autoestima. Aumentar os comportamentos
e atitudes desfavoráveis quanto ao consumo de álcool e drogas é outro dos objetivos a
que se propõe. A avaliação revelou que os adolescentes alcançaram melhores resultados
ao nível da prevenção de consumos (Matos et al., 2009).
4.2. Cultura nacional de intervenção
No que concerne ao nível da revisão da literatura nacional em matéria de
prevenção nos domínios do abandono escolar e comportamento antissocial foram
identificados alguns programas, os quais passamos a descrever de forma sucinta.
O PPCPS- Programa de Promoção de Competências Pessoais e Sociais
(Matos,1998, 2005) destina-se a jovens em risco e/ou com comportamentos desviantes,
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
21
podendo também ser aplicadas ao nível da deficiência mental e para públicos-alvo que
não sejam adolescentes (e.g., técnicos e pais) (Matos et al., 2009)
Procura promover competências que estimulem a inserção social, a coesão e a
cooperação com os outros, “…ajudar as crianças e adolescentes a desenvolverem
capacidades pessoais e relacionais, permitindo a cada individuo refletir sobre o modo de
se relacionar com os outros, encontrando alternativas adequadas a cada situação.”
(Matos et al., 2009, p. 157). Pretende, também, estimular um maior conhecimento do
próprio corpo e as capacidades de relacionamento com os outros.
O PPCPS encontra-se estruturado em cinco módulos: 1. Comunicação
interpessoal; 2. Identificação e gestão de emoções; 3. Identificação e solução de
problemas e gestão de conflitos; 4. Promoção de competências sociais e de
assertividade; 5. Expetativas face ao futuro.
Foram várias as aplicações práticas do PPCPS, mais especificamente, Aventura
Social na Comunidade-Gabinete de Prevenção da Toxicodependência da Câmara
Municipal de Lisboa (Matos et al., 2001); Aventura Social e Risco para Menores
Tutelados na Comunidade-Instituto de Reinserção Social (Matos, 2005), estas mesmas
aplicações demonstram a eficácia que a aplicação do PPCPS teve um impato bastante
positivo, pois ajudou no incentivo no relacionamento com os outros.
O Trilhos- Desenvolvimento de Competências Pessoais e Sociais foi desenvolvido
por Abraão e Tavares (2010), sendo o seu público-alvo os adolescentes, pois é nesta
fase que normalmente o risco de emergência de comportamentos disfuncionais é mais
elevado (Negreiros, 1998). Este programa de intervenção abrange quatro componentes:
informativa, tomada de decisão e resolução de problemas, regulação emocional e
competências de comunicação, componentes que fortaleçam a resiliência e estimulem
um desenvolvimento saudável.
Os objetivos são: promover a resolução de problemas, aptidões sociais, aptidões
de negociação, controlo emocional, pensamento criativo, desenvolvimento de valores,
raciocínio crítico, revisão de aptidões e exercícios cognitivos, o treino destes elementos
diminuiu o comportamento antissocial e modificou o pensamento impulsivo,
egocêntrico, rígido e ilógico, comportamentos caraterísticos desta população, ensinando
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
22
simultaneamente, a pensar antes de agir e considerar as consequências do seu
comportamento.
Optou-se por implementar estratégias de prevenção universal, passando pela
promoção de competências de vida, mais propriamente, em meio escolar, tem ainda
como objetivos específicos, a promoção do conhecimento dos comportamentos que
colocam em risco a saúde, o desenvolvimento de competências de resolução de
problemas, o desenvolvimento da capacidade de reconhecer e lidar com os sentimentos
dos outros e do próprio e o desenvolvimento das competências de comunicação e
assertividade (Abraão & Tavares, 2010).
O PPS-Pensamento Pro-Social foi desenvolvido por Ross e Fabiano (1993), sendo
adaptado para Portugal por diversos profissionais na área, nomeadamente, Pinto e
Gouveia e seus colaboradores (2001). São objetivos deste programa promover a
resolução de problemas, aptidões sociais, pensamento criativo, revisão de aptidões e
exercícios cognitivos esperando-se que o treino destes elementos diminua o
comportamento antissocial e a desmotivação para o estudo. Partindo de uma
componente cognitiva, este programa verificou a existência de um elevado défice de
aptidões cognitivas em delinquentes, demonstrando que o treino dessas aptidões faz
com que os programas revelem maior eficácia.
O programa G.P.S. – Gerar Percursos Sociais (Rijo, Lopes, Pereira, Sousa,
Vasconcelos, Mendonça, Silva, Ricardo & Massa, 2007), incide na prevenção e
reabilitação psicossocial destinado a adolescentes em risco ou com comportamentos
desviantes, sendo construído para ser utilizado em contextos de prevenção do
comportamento desviante, antissocial ou delinquente, como contextos de reabilitação
para jovens com acentuado desvio social.
É constituído por cinco módulos: Comunicação, Relacionamento Interpessoal,
Distorções Cognitivas, Significado das Emoções, as Armadilhas do Passado/Crenças.
Rijo e colaboradores (2007) descrevem o GPS como um programa de base
cognitiva, de intervenção grupal, adequado para sujeitos com mais de doze anos, com
objetivos de prevenção secundária ou terciária.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
23
Este programa apresenta, contudo, uma limitação que se prende com alguns
conteúdos e competências habitualmente trabalhados neste tipo de programas, pois os
indivíduos mais agressivos ou mais desajustados evitaram precisamente as atividades de
tipo educativo, mas no seu geral existiram resultados positivos nos restantes conteúdos
(e.g., melhoria diminuição das taxas agressivas).
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
24
CAPITULO II
COMPONENTE EMPÍRICA
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
25
APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO
1. Objetivos da Investigação
O programa de intervenção aqui apresentado visa realizar uma prevenção do
abandono escolar e dos comportamentos antissociais. A preocupação em intervir nestes
fenómenos deve-se ao fato de estes serem encarados como fatores que promovem a
exclusão social, na medida em que impossibilita as crianças/jovens de desenvolverem e
adquirirem competências educacionais, relacionais e sociais necessárias à vida social e à
sua integração plena.
Este projeto será realizado ao nível da prevenção secundária. Segundo
Goldstein, (2002 cit in Fonseca, (2004), as intervenções secundárias realizam-se muito
frequentemente, junto de escolas onde se verificam problemas de agressão com vista a
evitar a escalada para níveis mais graves de violência, destinam-se a grupos de risco
relativamente a problemáticas graves de comportamento. Deste modo, a prevenção
secundária ocorre quando o problema existe há pouco tempo, sendo o seu objetivo a
redução da taxa de problemas psicológicos e educacionais da população e que impede a
evolução de processos de desajustamento psicológico, educacional e comportamental
detetados precocemente (Simões, Gaspar, Matos & Negreiros, 2009).
O presente programa será destinado a adolescentes com idades compreendidas
entre os doze e os quinze anos. Tem por objetivo geral reduzir o comportamento
antissocial e por consequência o abandono escolar, mediante a promoção de um
conjunto de competências relacionais, comunicacionais, afetivas e pessoais. De forma
mais específica, pretende:
i) reduzir alguns dos fatores de risco individuais associados ao comportamento
antissocial (e.g., temperamento difícil, défice cognitivo) e abandono escolar (baixa
motivação, baixos níveis de esforço, desatenção), promovendo ainda os fatores de
proteção associados a estes mesmos comportamentos;
ii) promover estratégias de resolução de conflitos e de autocontrolo da agressividade e
impulsividade;
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
26
iii) fomentar uma atitude pró-social nos jovens em risco de abandono escolar através da
promoção da assertividade, das competências de comunicação e de relacionamento
interpessoal;
iv) clarificar e resolver um certo número de problemas e dificuldades com que os
alunos/adolescentes se confrontam em relação a métodos de estudo, motivação das
atividades escolares e perceção das suas relações como meio de concretização de
projetos de futuro;
v) favorecer uma melhoria do rendimento escolar dos alunos como meio eficaz de
valorização pessoal e de uma reestruturação progressiva de uma imagem cognitiva mais
positiva e confiante.
2. Metodologia
Tendo em conta o caráter da investigação, o seu objeto, o investigador e a
perspetiva em relação à realidade, a metodologia a aplicar será qualitativa (Dewey, 1938
cit. in Esteves, 2001).
De acordo com a problemática e os objetivos definidos optou-se por realizar a
investigação qualitativa pois, de acordo com Fortin (2009), o objetivo das investigações
qualitativas é descobrir e explorar os aspetos da ação do ponto de vista dos
participantes, neste caso, aos adolescentes, interpretando o fenómeno no seu meio
natural.
Trata-se de uma investigação-ação, no nosso entender e pelas suas caraterísticas,
no desenvolvimento deste programa de intervenção, pois numa primeira fase será
realizada a caracterização dos comportamentos antissociais e do abandono escolar. Este
diagnóstico inicial, irá permitir a planificação e implementação do nosso programa
adequado à realidade da escola previamente selecionada. A investigação-ação considera
o "processo de investigação em espiral", interativo e focalizado num problema. Como o
próprio nome indica a ação – para obter mudança numa comunidade ou organização ou
programa; - Investigação – no sentido de aumentar a compreensão por parte do
investigador, do cliente e da comunidade (Dick 2000).
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
27
Optou-se por uma investigação-ação, que visa solucionar o problema
inicialmente identificado, neste caso, o problema traduz-se nos comportamentos
antissociais e abandono escolar por parte dos adolescentes, sendo um instrumento de
trabalho e de investigação com um grupo de dez adolescentes (Esteves, 2001).
Dewey (1938, cit in Esteves, 2001), p. 255) argumenta:
“(…) qualquer situação submetida à investigação é analisada em dois níveis,
interligados e imprescindíveis: o nível dos fins alternativos que possam constituir a sua
solução e o nível das operações com vista àqueles”.
O processo da investigação-ação alterna entre a ação e a reflexão crítica que, de
um modo contínuo, melhora os seus métodos, na recolha de dados e na interpretação
que se vai desenvolvendo em relação à situação em causa (comportamentos antissociais
e abandono escolar). Na maioria das vezes, a investigação-ação é participativa, sendo
esta a sua forma mais usual. A mudança torna-se possível quando aqueles que por ela
são afetados, nela se encontram qualitativamente inseridos (Dick, 2000).
Com esta metodologia, os investigadores não só observam, mas também
participam nos fenómenos que estudam. A participação é uma necessidade objetiva na
investigação-ação, onde no seu processo de avaliação se pode contar com a colaboração
de todos os participantes. Encontramo-nos perante um tipo de investigação qualitativa
como um método livre e constante de reflexão crítica sobre a ação.
Como refere Benavente (1990) a estratégia mais eficaz para que apareçam as
mudanças necessárias na comunidade educativa será o envolvimento de todos os
intervenientes, numa dinâmica de ação-reflexão-ação.
3. Participantes
O presente projeto de intervenção destina-se adolescentes que se encontrem em
risco de abandono escolar e que evidenciem caraterísticas de comportamento antissocial
(ex.: indisciplina na sala de aula, conflitos entre pares e consumo de estupefacientes).
Deste programa de intervenção poderão beneficiar um conjunto de 10
adolescentes que obedecem a um critério rigoroso de seleção.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
28
Com critérios de inclusão, considerou-se a idade, devendo os participantes
apresentar idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos; a frequência escolar,
nomeadamente que se encontrem a frequentar a Escola Pero Vaz de Caminha, da
freguesia de Paranhos, Distrito do Porto, nomeadamente, o 7º, 8º,ou 9º ano, incluídos
deste modo no terceiro ciclo do Ensino Básico, isto porque nos vai permitir manter no
mesmo grau de ensino; o sexo, de ambos os sexos, 5 adolescentes de género masculino
e 5 de género feminino, para manter equidade na constituição do grupo.
Um outro critério de inclusão considerado foi o fato de estes, estarem a ser
acompanhados na CPCJ- Porto Central, local de realização do estágio.
Outro critério a priorizar, são alunos com pelo menos uma retenção no mesmo
ano de ensino.
4. Procedimentos
Para se proceder à realização deste programa é necessário recolher um conjunto de
consentimentos para que tal seja viabilizado. Num primeiro momento, deverá proceder-
se a um contato formal com o Conselho Executivo, da Escola Pero Vaz de Caminha,
para a apresentação e objetivos do programa assim como para autorizarem a sua
respetiva implementação (Anexo XI). Após obtermos a sua aprovação e autorização,
segue-se um pedido de colaboração à Comissão Nacional de Proteção de Crianças e
Jovens em Risco, (Anexo X) por forma, a podermos ter acesso aos processos da CPCJ-
Porto Central. Posteriormente e após confirmação desta autorização deverá ser
estabelecido um contato formal com a Presidente da referida Comissão, para assinatura
da declaração de consentimento (Anexo XII) para que os técnicos internos possam
facultar informação à referida equipa constituída devidamente para a implementação do
respetivo programa.
É necessário ainda recolher a declaração de consentimento informado dos
encarregados de educação e dos menores (Anexos VIII e IX) para que integrem o
programa, devendo ser a estes explicado os objetivos do programa, procedimentos,
normas e regras que devem respeitar durante a sua integração. Dúvidas e questões
colocadas pelos menores e encarregados de educação devem ser esclarecidas
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
29
atempadamente, utilizando sempre uma linguagem acessível e apropriada, de acordo
com o seu nível de conhecimentos.
Uma vez reunidos todos os consentimentos legitimadores à intervenção é
necessário proceder à avaliação das necessidades, pois como refere Gonçalves (2008), o
levantamento das necessidades pressupõe uma correta avaliação da comunidade, pelo
que se considera relevante a análise de variáveis, tanto de caráter sociodemográfico,
como jurídico-penal e clínico.
Os adolescentes serão encaminhados tendo em conta os critérios de seleção,
acima mencionados, para tal os técnicos internos são responsáveis pelo
encaminhamento dos adolescentes para o programa, tendo que analisar os processos,
nomeadamente e acima de tudo, fazer uma análise detalhada do relatório individual do
aluno que consta no processo interno do menor, e que nós dá a referência de vários
aspetos assim como, assiduidade, pontualidade, comportamento e relação com os pares,
envolvimento dos progenitores no percurso educativo dos menores e caraterização da
criança (ficha da informação sócio-educativa do menor, com os itens a reter dos
processos dos mesmos, anexo XIII).
Para o desenvolvimento do programa pretende-se aplicar um conjunto coerente e
articulado de sessões, que viabilizam a concretização dos objetivos, através de técnicas
e procedimentos adequados. O programa será organizado por sessões, apresentando-se
para cada uma delas: os objetivos específicos; a descrição das atividades que a
compõem e o tempo previsto para a sua realização; os materiais que servirão de suporte
ao trabalho desenvolvido. Ao nível de recursos humanos, esta equipa do programa será
constituída por 1 criminólogo, 1 psicólogo, 1 professor. Em termos logísticos, será
realizada nas instalações do pavilhão da Escola Pero Vaz de Caminha, que será alugado
para o devido efeito.
5. Descrição do Programa de Intervenção
O presente programa será desenvolvido ao longo de 7 meses, passando pelas
seguintes fases: avaliação das necessidades no 1º mês (entrevista a um informante
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
30
“chave” (ex.: diretor da escola) (anexo I), de seguida será realizada uma avaliação
junto dos jovens adolescentes, dos pais e através da consulta dos processos existentes na
CPCJ, mediante a realização de entrevistas, utilização de instrumentos, caso se
considere necessário).
Posteriormente será realizada a avaliação dos resultados através da aplicação de
uma ficha de avaliação final de cada módulo.
O programa deverá ser aplicado duas vezes por semana, podendo, no entanto,
optar-se por uma sessão semanal conforme os contextos em que se realiza. Cada sessão
tem a duração aproximada de 90 minutos e será concebida para um único grupo de dez
participantes, tratando-se de um estudo experimental para que, e se, os resultados forem
positivos se possa estender a outros participantes.
O programa será delineado por quatro módulos que serão explicados,
detalhadamente, mais à frente.
Módulo I Competências Comunicacionais e
Relacionais
Módulo II Competências Educacionais, Pessoais e
Afetivas
Módulo III Competências Comportamentais
Módulo IV Competências de Estudo
O projeto de intervenção encontra-se estruturado da seguinte forma: Quatro
módulos, o Módulo I é constituído por (4 sessões); o Módulo II (4 sessões), o Módulo
III (4 sessões) e o Módulo IV (4 sessões);
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
31
No entanto, os técnicos terão de desenvolver uma grelha de planificação geral
das sessões a desenvolver com os adolescentes (Anexo XV), para que desta forma esta
informação seja afixada na sala a desenvolver as sessões, assim como para todos os
participantes tenham acesso fácil à mesma.
Aos participantes será entregue, no primeiro encontro, uma capa para que ao
longo das sessões arquivem todo o material que lhes seja facultado, para essa mesma
capa, será construída uma Ficha de Identificação (Anexo XVI), esta ficha será
preenchida individualmente. Este arquivo no final do programa será entregue a todos os
adolescentes.
A primeira sessão a desenvolver no programa de intervenção destina-se à
apresentação dos participantes e dos técnicos, assim como, explicar o programa de
intervenção.
Nesta sessão será realizada a seguinte atividade, denominada de “Jogo Eu Sou”.
Esta atividade terá uma duração aproximada de trinta minutos e tem como objetivo
principal promover a motivação nos participantes para este programa e dar a conhecer
cada elemento do grupo.
Os participantes também irão preencher uma ficha de diagnóstico inicial (Anexo
III) de forma a ser realizada uma primeira avaliação do adolescente para depois ser
comparada com as avaliações posteriores e avaliação final.
Modulo I- Competências Comunicacionais e Relacionais
Este módulo visa promover as competências comunicacionais e relacionais dos
adolescentes que apresentem comportamentos antissociais.
Terá como finalidade combater as dificuldades existentes no processamento
comunicacional em relação à linguagem verbal e não-verbal, incentivando os jovens a
um relacionamento saudável entre com os pares.
O Módulo I será constituído por quatro sessões, sendo elas: 1º sessão - A
importância das palavras; 2º sessão – A assertividade; 3º sessão – Relacionamento
interpessoal; e 4º sessão – Reflexão final.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
32
1º Sessão: A importância das palavras
O objetivo desta primeira sessão será levar os participantes a ter consciência do
poder da palavra, assim como a importância da comunicação verbal e não verbal.
Nesta sessão o técnico demonstra aos participantes como a palavra poderá ser
uma forma de resolução de problemas através discussões livres , que até então, só se
resolviam com recurso à violência.
Esta sessão tem como objetivo incentivar o uso de outra forma de comunicação
que não a verbal, isto é, através da linguagem corporal (e.g. tom de voz, olhar,
expressão facial, entre outros). Será realizada a dinâmica de grupo “Reunião Não
Verbal” (Fritzen, 1981, p. 95).
Será estruturada da seguinte forma: 1- o técnico inicia a atividade através da
explicação do que é a comunicação não verbal; 2- avisam-se os participantes que não se
podem expressar por palavras escritas ou faladas; 3- os participantes serão agrupados
procurando relacionar-se entre si sem palavras durante vinte minutos; 4- seguem-se os
comentários acerca da experiência.
2º Sessão: Assertividade
Nesta segunda sessão do Módulo I pretende-se que os participantes tenham a
capacidade de estabelecer um diálogo com os outros sem recurso à violência. O
principal objetivo é ensinar a conversar, ensinar a ouvir e a lutar pelos seus ideais sem
manipular os outros e sem recorrer à ameaça.
Será realizada uma dinâmica de grupo denominada “Teste de Resistência à
Pressão Social” (Fritzen, 1981, p. 60). Tem como objetivo criar no participante a
capacidade e equilíbrio para aceitar críticas. O tempo previsto para esta sessão será de
quarenta e cinco minutos sendo o grupo organizado em círculo.
Esta dinâmica de grupo será organizada da seguinte forma: 1- dois participantes,
voluntários ou escolhidos pelo grupo, um de cada vez, dirigem-se a cada participante e
dizem-lhe tudo o que parecem saber sobre ele, desde aspetos positivos a negativos; 2-
todos os participantes deverão fazer este exercício se houver interesse; 3- as
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
33
informações devem ser registadas pelo técnico; 4- no final dá-se lugar a um pequeno
debate, onde todos podem dar a sua opinião, assertivamente.
3º Sessão: Relacionamento Interpessoal
A terceira sessão do Módulo I tem como objetivo proporcionar aos participantes
melhores formas de relacionamento interpessoal.
Para isso será realizada uma dinâmica de grupo denominada “Cartão de Visita”
(Nogueira,2001), esta atividade terá como objetivo promover um clima de confiança e
abertura no grupo, assim como criar um espaço de relacionamento que apele à
participação de todos os elementos do mesmo. Prevê-se que esta atividade tenha a
duração de uma hora.
Esta dinâmica de grupo será estruturada da seguinte forma: 1- o técnico distribui
a cada participante um exemplar do cartão de visita; 2- os participantes preenchem cada
um dos triângulos em função do que lhes é pedido, sendo uma palavra que seja uma boa
descrição de si mesmo, exemplos: Cor: Verde, Palavra: Estrela; 3-depois de concluído o
preenchimento dos cartões, o técnico convida cada participante a apresentar o seu cartão
de visita;4-O técnico incentiva-os a fazerem comentários acerca do porquê das suas
respostas.
4º Sessão: Reflexão Final
Esta ultima sessão do Módulo I será de reflexão final, onde todos os
participantes poderão colocar todas as questões que entenderem e falarem abertamente
sobre si mesmos. Haverá uma avaliação final do módulo (Anexo IV), com o objetivo de
se perceber a evolução dos jovens face ao programa de intervenção.
Módulo II-Competências Educacionais, Pessoais e Afetivas
O Módulo II tem como objetivo promover as competências educacionais,
pessoais e afetivas das crianças/jovens em risco de abandono escolar e que tenham
comportamentos antissociais.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
34
Com este Módulo pretende-se estimular e desenvolver as capacidades pessoais
dos jovens, reduzindo os fatores de risco individuais do abandono escolar e
comportamentos antissociais e a promover os fatores de proteção individuais. Pretende-
se, também, fomentar as competências emocionais e afetivas assim como a motivação
ao nível educacional.
Será constituído por quatro sessões: 1º Sessão: A Autoestima; 2º Sessão: A
Motivação; 3º Sessão: O Controlo Emocional; 4º Sessão: Reflexão Final.
1º Sessão: Autoestima
Nesta Sessão do Módulo II o objetivo será fazer com que as jovens adquiram
uma melhor autoestima através do reconhecimento das suas caraterísticas positivas,
assim como as dos outros participantes.
Será realizada uma dinâmica de grupo de seu nome “Jogo da Verdade”(Fritzen,
1981, p. 23). O seu objetivo será o conhecimento mútuo entre todos os participantes,
com a desinibição dos mesmos, e através da libertação das suas personalidades. O
tempo que durará esta atividade será, sensivelmente, de uma hora.O técnico preparará
várias questões que irão ser colocadas, sendo que a organização da sala será com as
cadeiras dispostas em círculo, com uma no meio.
A dinâmica de grupo será estruturada da seguinte maneira: 1- o técnico
inicialmente dará algumas orientações acerca do propósito da atividade; 2- o técnico
solicitará que um voluntário ocupe a cadeira do centro do círculo; 3- o participante que
se voluntariou para ser interrogado deverá prometer dizer só a verdade; 4- o técnico
dirige-se aos outros participantes, dando-lhes a ler a pergunta que têm de questionar; 5-
todos os participantes deverão ocupar a cadeira do centro do círculo e repete-se a
mesma ação; 6- no final da atividade serão feitos comentários acerca da experiência.
2º Sessão: Controlo Emocional
A segunda sessão do Módulo II pretende fomentar as competências emocionais e
afetivas através da compreensão dos sentimentos e emoções. Pretende-se que os
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
35
participantes sejam capazes de se colocar no papel dos outros e perceber que também
são dotados de sentimentos e emoções.
Pretende-se dar a conhecer as emoções, explicar-lhes que é bom sentirmo-nos e
sentir os outros e que todos temos sentimentos. Serão abordados temas como a raiva, o
medo, a tristeza, o amor, a alegria, a amizade, entre outras, com o objetivo que falem
sobre as suas emoções.
Após esta pequena introdução à sessão será realizada a seguinte dinâmica “A
Troca de um Segredo” (Fritzen, 1981, p. 65), sendo o seu objetivo criar uma maior
capacidade de empatia entre todos. Esta atividade terá a duração de cerca de uma hora e
serão necessários lápis e folhas A4, as cadeiras ficarão expostas em círculo.
A estrutura da dinâmica será a seguinte: 1- o técnico distribui as folhas A4 e os
lápis; 2-os participantes deverão escrever nessa folha uma dificuldade que sentem no
relacionamento, que não gostam de expor oralmente; 3-pede-se aos participantes para
escreverem com um tipo de letra diferente para não serem identificados pelos colegas;
4- solicita-se que dobrem as folhas de forma idêntica, recolhem-se e redistribuem-se
novamente pelos participantes;5- solicita-se aos participantes que assumam o problema
que consta na folha e que se esforcem por compreendê-lo;6- por sua vez, cada
participante irá ler em voz alta, usando a primeira pessoa, dando uma solução para o
problema;7- não serão permitidas perguntas nem debate sobre o assunto durante a
exposição;8- no final o técnico lidera um pequeno debate fazendo algumas questões
como: “como te sentiste ao descrever o teu problema?”; “no teu entender, o outro
compreendeu o teu problema?”; “compreendeste o problema da outra pessoa?”.
3º Sessão: A Motivação
Na terceira sessão do Módulo II o objetivo principal é que os participantes
ganhem motivação em relação ao seu percurso pessoal e académico.
Inicialmente, esta sessão será organizada em forma de discurso livre como o
intuito de tentar perceber quais os objetivos de vida destes jovens, de modo a fomentar
neles uma maior motivação em relação às diferentes situações do quotidiano.
Será ainda realizada uma dinâmica de grupo denominada de “Exercício da
Qualidade” (Fritzen, 1981, p. 39). O objetivo desta dinâmica será consciencializar os
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
36
participantes para a observação das boas qualidades nas outras pessoas, de forma a
despertar nelas essas qualidades até aqui ignoradas. O tempo previsto para esta
atividade será de uma hora sendo necessários lápis e folhas A4, colocando as cadeiras
dispostas em círculo.
A dinâmica é estruturada da seguinte forma: 1- o técnico inicia a atividade
dizendo que no quotidiano, a maior parte das pessoas não observa as qualidades das
pessoas mas sim os defeitos, podendo nesta sessão realçarem as qualidades dos outros
participantes; 2- o técnico distribui folhas e lápis, pedindo para escreverem as
qualidades do colega que se encontra à sua direita; 3- solicita-se que todos dobrem as
folhas de igual forma, misturando e redistribuindo pelos participantes; 4- o participante
à direita do técnico começa por ler em voz alta a qualidades que consta na folha,
procurando entre os membros do grupo a pessoa que pensa ter aquela qualidade;5- o
participante ao escolher determinada pessoa deve justificar o porquê dessa escolha; 6-
realiza-se o mesmo processo com os outros participantes; 7- no final desta atividade, o
técnico pede aos participantes que identifiquem a qualidade que escreveram sobre a
pessoa que está do seu lado direito, e após essa identificação todos os participantes dão
a sua opinião.
4 Sessão: Reflexão Final
Esta ultima sessão do Módulo II será de reflexão final, onde todos os
participantes poderão colocar todas as questões que entenderem e falarem abertamente
sobre si mesmos. Haverá uma avaliação final do módulo (Anexo V), com o objetivo de
se perceber a evolução dos jovens face ao programa de intervenção.
Modulo III-Competências Comportamentais
O Módulo III terá como objetivo promover as competências comportamentais
das crianças/jovens que apresentem comportamentos antissociais e que estejam em risco
de abandono escolar. Para além de se pretender diminuir o risco de abandono e também
a diminuição dos comportamentos antissociais, pretende-se fomentar uma atitude pró-
social nos participantes.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
37
Este Módulo é constituído por quatro sessões: 1º Sessão: Autocontrolo e
Resolução de Problemas; 2º Sessão: A Impulsividade; 3º Sessão: A Agressividade; 4º
Sessão: Reflexão Final.
1º Sessão: Autocontrolo e Resolução de Problemas
Esta primeira sessão do Módulo III tem como objetivo ensinar os jovens a
resolverem os seus problemas sem recurso à violência, ameaça ou manipulação.
Esta sessão ajudará os participantes a resolverem os seus problemas através das
seguintes fases: 1- orientação geral, onde o jovem deve perceber que está perante um
problema que lhe pode dificultar a via; 2- definição do problema, na qual o jovem deve
identificar o problema de modo claro e preciso; 3- criação de alternativas, onde o jovem
deve, perante o problema, indicar todas as alternativas possíveis para resolver esse
problema; 4- tomada de decisões, onde o jovem avalia as consequências positivas e
negativas de cada uma das alternativas; 5- implementação da decisão, onde o jovem
executa a alternativa escolhida para tentar resolver o problema identificado, verificando
a sua eficácia (Kadzin, Siegel, & Bass, 1992 cit. in Bailey & Scott, 2008).
As situações-problemas são identificadas em primeiro lugar pelos jovens, que
poderão colocar problemas do seu dia a dia e com os quais tenham dificuldades em
lidar.
Uma resolução eficaz dos seus problemas irá culminar num melhor autocontrolo,
o técnico deverá explicar aos jovens as melhores formas de se controlarem face a
situações adversas.
2º Sessão: A Impulsividade
Nesta segunda sessão do Módulo III o objetivo é fazer com que os jovens
consigam controlar a impulsividade, através da análise de diferentes situações do dia a
dia dos jovens, nas quais devem pensar antes de atuar. O principal objetivo desta sessão
é que os participantes pensem nas consequências dos seus atos. Esta sessão será
organizada na forma de discurso livre orientado pelo técnico.
3ºSessão: A Agressividade
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
38
A terceira sessão deste Módulo tem como objetivo que os jovens percebam as
consequências negativas do comportamento violento. O Técnico pede aos participantes
para falarem livremente de de alguns dos seus momentos de raiva, para então
perceberem a forma como se prejudicam quando agem sob o efeito da raiva. Será feita
uma atividade de seu nome “Onde Ser Agressivo Me Levou”, na qual é dada aos jovens
uma folha e uma caneta, para escreverem sobre algumas situações em que foram
agressivos e para relatarem as consequências dos mesmos; no final o técnico pede uma
reflexão sobre esses momentos da sua vida em que foram agressivos.
4º Sessão: Reflexão Final
Nesta sessão final do Módulo III será feita uma reflexão final, onde os
participantes poderão colocar todas as questões que acharem pertinentes e falarem sobre
si próprios. Será feita uma avaliação final do módulo, com o objetivo de perceber a
evolução das crianças/jovens face ao programa de intervenção (Anexo VI e VII).
Módulo IV- Competências de Estudo
O módulo IV destina-se a auxiliar os adolescentes na aprendizagem de
estratégias e de promoção de hábitos de estudos, tal como pretende motivar os jovens a
promover resultados positivos escolares, uma vez que as dificuldades de aprendizagem
e o abandono escolar traduzem em hábitos e métodos de estudo incorretos. Ensinar-lhes
um conjunto alargado de estratégias de aprendizagem, estimular a sua responsabilidade
e desenvolver a sua autonomia, promovendo uma ética de trabalho, são alguns dos
tópicos visados neste módulo.
As sessões de competências de estudo têm como principal objetivo dotar o aluno
de métodos e técnicas de estudo eficazes, que aliadas ao esforço pessoal, facilitam o
sucesso escolar.
Este Módulo é constituído por três sessões: 1º Sessão: Estratégias de
Organização; 2º Sessão: Motivação Educacional; 3º Sessão: Direitos e Deveres; 4º
Sessão: Reflexão Final.
1º Sessão: Estratégias de Organização
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
39
O objetivo desta primeira sessão será promover um maior conhecimento de si e
do grupo, desenvolvendo a capacidade de organização em relação ao seu horário de
estudo, qual o local de estudo, material que utilizam para estudarem e se tem calendário
para marcação de momentos de avaliação.
Nesta sessão o técnico demonstra aos participantes como uma boa organização
poderá ser o ponto de partida para estar motivado para o estudo.
Esta sessão tem como objetivo incentivar o uso de outra forma de organização.
Será realizada a dinâmica de grupo “Desafio das Cores” (Fritzen, 1981, p. 91).
Será estruturada da seguinte forma: 1- o técnico inicia a atividade através da
explicação do que é a organização; 2- distribui as folhas e solicita que cada um preencha
o exercício de autoavaliação; 3- em grupo solicita-se aos adolescentes que reflitam
sobre algumas questões (o seu horário de estudo; qual o local de estudo; material que
utilizam para estudarem; se tem calendário para marcação de momentos de avaliação);
4- solicita-se o feedback a todos os elementos, iniciada a discussão a equipa técnica do
programa vai orienta-los, e ajudá-los e melhorar todos estes aspetos.
2º Sessão: Motivação Educacional
Nesta segunda sessão do Módulo IV o objetivo é fazer com que os adolescentes
se consigam motivar para o estudo, através da avaliação do curso pelo qual um dia
gostariam de enveredar.
Será estruturada da seguinte forma: 1-As folhas de papel são colocadas em uma
mesa no centro do Círculo. 2- O técnico solicita que os participantes se aproximem e
observem cada símbolo, fazendo uma relação com o curso; 3- O técnico solicita que
cada participante, conforme o símbolo escolhido, compartilhe com os outros
adolescentes porque escolheu determinado desenho e qual a relação que vê com o curso.
3º Sessão: Direitos e Deveres
Na terceira sessão do Módulo IV o objetivo principal é fazer com que os
participantes percebam quais os direitos e deveres de cada membro da escola.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
40
Inicialmente, esta sessão será organizada em forma de discurso livre como o
intuito de tentar perceber quais os pontos de vista de cada um em relação a cada
membro pertencente à escola.
Será ainda realizada uma dinâmica de grupo denominada de “Exercício da
Qualidade” (Fritzen, 1981, p. 39). O objetivo desta dinâmica será consciencializar os
participantes para a observação das boas qualidades nas outras pessoas, de forma a
despertar nelas essas qualidades até aqui ignoradas. O tempo previsto para esta
atividade será de uma hora sendo necessários lápis e folhas A4, colocando as cadeiras
dispostas em círculo.
A dinâmica é estruturada da seguinte forma: 1- o técnico inicia a atividade
dizendo que no quotidiano, a maior parte das pessoas não observa as qualidades das
pessoas mas sim os defeitos, podendo nesta sessão realçarem as qualidades dos outros
participantes; 2- o técnico distribui folhas e lápis, pedindo para escreverem as
qualidades do colega que se encontra à sua direita; 3- solicita-se que todos dobrem as
folhas de igual forma, misturando e redistribuindo pelos participantes; 4- o participante
à direita do técnico começa por ler em voz alta a qualidades que consta na folha,
procurando entre os membros do grupo a pessoa que pensa ter aquela qualidade;5- o
participante ao escolher determinada pessoa deve justificar o porquê dessa escolha; 6-
realiza-se o mesmo processo com os outros participantes; 7- no final desta atividade, o
técnico pede aos participantes que identifiquem a qualidade que escreveram sobre a
pessoa que está do seu lado direito, e após essa identificação todos os participantes dão
a sua opinião.
4º Sessão: Reflexão Final
Nesta sessão final do Módulo IV será feita uma reflexão final, onde os
participantes poderão colocar todas as questões que acharem pertinentes e falarem sobre
si próprios.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
41
6. Cronograma
Avaliação de Necessidades
Sessão Inicial
Módulo I Módulo II Módulo III Módulo IV Avaliação Final
Setembro
Avaliação de necessidades
Outubro
Sessão Inicial
Novembro
Sessão I
Sessão II
Sessão III
Sessão IV
Dezembro
Sessão I
Sessão II
Sessão III
Sessão IV
Janeiro
Sessão I
Sessão II
Sessão III
Sessão IV
Fevereiro Sessão I
Sessão II
Sessão III
Sessão IV
Março Avaliação Final
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
42
7.Orçamento
Em relação aos recursos humanos, a equipa que estará envolvida no projeto, será
um Criminólogo, um Psicólogo e um Professor, o vencimento mensal destes mesmos
rondará, sensivelmente, os 1100€, ou seja, sendo a duração do projeto de sete meses
serão necessários 23100€ para os contratar.
Relativamente aos recursos materiais, terão um custo de 303.65€, conforme se
pode constatar na Tabela seguinte;
Produto Preço p/ Unidade Unidades Total
Portátil Acer Aspire One 279€ 1 279€
Resma de folhas A4 3.99€ 2 7.98€
Esferográficas Bic (caixa de 20 un.) 6.90€ 1 6.90€
Conjunto de lápis (caixa de 10 un.) 2.50€ 2 5€
Conjunto de 3 borrachas 0.90€ 2 1.80€
1 Afia 0.98€ 1 0.98€
1 Pasta Arquivo 1.99€ 1 1.99€
Total 303.65€
Na sua totalidade, o orçamento do projeto de intervenção será de 23403.65€.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
43
8. Avaliação do Programa
Foram traçados objetivos para uma maior eficácia do programa de intervenção,
tendo em conta a teoria, de forma a diminuir o risco de abandono escolar e os
comportamentos antissociais dos jovens, fomentando neles uma atitude pró-social e um
estilo de vida saudável. Juntamente com esses objetivos foram planeadas algumas
atividades que terão a finalidade de que os jovens adquiram competências necessárias
para um desenvolvimento saudável.
Esta mesma avaliação do programa, mais propriamente em contexto escolar,
pode contribuir, também, para a melhoria da intervenção dos profissionais de educação,
ajudando-os a perceber o que resulta e o que não funciona. Em alguns casos podem ser
os professores a implementar alguns elementos de um programa de intervenção, sendo
fundamentais para transmitirem ao coordenador do projeto informações em relação à
fidelidade do plano de investigação (Fernandez-Ballesteros, 2001).
Para alguns autores (Fernandez-Ballesteros, 2001), avaliar é o processo de
determinar em que medida os objetivos de um programa se alcançaram, para outros
(Levine, 1975 cit in Fernandez-Ballesteros, 2001), é o exame dos efeitos ou resultados
de um programa. Trata-se, assim, da investigação diligente das características e méritos
de um programa (Fink, 1997).
Para caraterizar o grupo de intervenção será aplicado um questionário sócio-
demográfico com objetivo de recolher informação identificativa (Anexo XVII). No
entanto, também será agendado com os adolescentes dia e hora, para aplicação de um
inventário de Estratégias de Estudo (IEE), de Leandro de Almeida (1993) de forma
individual a cada menor, este instrumento será da competência técnica do psicólogo do
presente programa. Este instrumento será de útil aplicação para obtermos resultados
quantos aos hábitos de estudo dos menores, para adequarmos o mais próximo possível
as atividades a desenvolver no módulo IV. Aos adolescentes, cuja, situação exija uma
estratégia mais personalizada é dispensado e encaminhado para apoio psicológico
ficando a cargo do psicólogo do programa.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
44
O psicólogo poder-se-á servir de um modelo integrativo de avaliação que
permite confrontar a opinião de várias fontes, o modelo multiaxial de Achenbach
(Machado & Antunes cit in Gonçalves & Machado 2005) que compreende: entrevista
com a criança, a SCICA (Semisstructured Clinical Interview for Children and
Adolescents), checklists de avaliação do comportamento para serem respondidas pelos
pais, a CBCL (Children-Behavior Checklist) e para professores, a TRF (Teacher Report
Form) e pelo próprio adolescente, o YSR (Youth Self Report).
A avaliação será contínua, ao longo do projeto, a calendarização do programa
servirá para uma melhor monitorização e acompanhamento dos resultados esperados em
cada momento, seja para a manutenção ou para uma correção. Será importante salientar
que o programa será avaliado em quatro momentos ao logo do mesmo, uma avaliação
do Módulo I (Anexo IV ), avaliação do Módulo II (Anexo V ), avaliação do Módulo III
(Anexo VI ), avaliação do Módulo IV ( Anexo XIV ).
Finalmente, será feita uma avaliação final do programa (Anexo VII). Ou seja, a
avaliação dos resultados e impacto, permitindo identificar em que medida foram
atingidos os resultados finais esperados. Na maior parte das vezes estas mesmas
avaliações em contexto escolar, os alunos são a primeira (e por vezes única) fonte de
informação (Orpinas & Horme, 2006). Sendo assim, esta avaliação será imprescindível
para se realizarem futuras alterações a serem aplicadas no programa de intervenção,
com o objetivo de se poder responder de uma melhor forma no combate ao abandono
escolar. Espera-se que os resultados obtidos vão de encontro aos objetivos deste
programa.
A avaliação tem como objetivo medir a eficácia do projeto, mais propriamente
da investigação-ação (Anexo VII) baseada nos seguintes indicadores: mudança dos
conhecimentos/crenças/perceções sobre o mau comportamento; variações na capacidade
de identificar recursos individuais que possam ajudar face ao problema do abandono
escolar; medir o comportamento antissocial, indisciplina, ou fatores de risco presentes
nos jovens após a realização do projeto (taxa de frequência nas atividades/sessões;
reações e atitudes dos menores).
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
45
Nesta mesma avaliação da implementação, cujos dados serão recolhidos de
modo informal na última atividade de cada sessão, será realizado um tratamento
específico pelo que será feita uma análise ao nível qualitativo dos mesmos.
9. Análise crítica do programa e resultados esperados
Este projeto de intervenção propõe-se ser aplicado a jovens que se encontrem em
risco de abandono escolar e que apresentem comportamentos antissociais, pois a fase da
adolescência é um período relevante para a compreensão e prevenção de
comportamentos de risco, uma vez que é durante esta fase que estes normalmente se
desencadeiam e agravam, na sua frequência e dureza (Tolan, 1988). O projeto terá a
duração de sete meses, sendo realizadas sessões semanais para dar resposta às
necessidades sentidas por estes jovens, mais propriamente ao nível das competências
pessoais, afetivas, comunicacionais, educacionais, comportamentais e relacionais.
Depois de realizada a revisão teórica sobre o comportamento antissocial,
abandono escolar e sua relação, constata-se que os resultados empíricos comprovam a
existência de uma ligação dos comportamentos de risco ao (in)sucesso escolar (Boon,
2008; Santos & Graminha, 2005).
O objetivo principal deste programa de investigação é interromper a escalada do
comportamento antissocial e abandono escolar, tendo a escola uma importante função
nesse aspeto, ou seja, deveriam identificar já nos primeiros anos escolares os alunos
nessas condições, sendo então esse o primeiro passo para se propor estratégias
preventivas e interventivas (Conte, 1996).
Uma limitação deste programa é o fato da intervenção ser efetuada com um único
grupo, sendo considerado como um estudo experimental, pois a eficácia de um
programa pode variar em função do contexto em que se vai aplicar, por isso não se
poderão tirar muitas ilações sobre a sua eficácia juntamente de outros adolescentes.
É importante ter em consideração que quaisquer que sejam as mudanças
produzidas nos adolescentes que integrem este programa, estas serão de caráter múltiplo
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
46
e diverso, não podendo generalizar as diferenças encontradas, mesmo aquelas que são
significativas, a todos os sujeitos do grupo, assim como não é possível proceder a
generalizações para os adolescentes em geral, pois o presente projeto de investigação foi
construído para um público especifico.
Será de salientar que deveria ser realizada uma avaliação follow-up pois é bastante
importante analisar os resultados mais distantes (e.g., seis meses após implementação
do programa), sendo de prever que os efeitos do programa se prolonguem para além da
sua implementação, seria útil avaliar este aspeto.
Com o presente projeto de intervenção espera-se fomentar as variadas
competências sociais necessárias a um estilo de vida saudável e normativo, pretende-se,
também, que adquiram uma maior consciencialização em relação ao seu percurso
académico, através de melhorias nas várias extensões da sua vida.
10. Conclusão
Este projeto de graduação centrou-se nas problemáticas do comportamento
antissocial e abandono escolar apresentados pelos adolescentes, possibilitando um
maior conhecimento acerca destas problemáticas, mais propriamente a influência social,
fatores de risco implícitos relacionados com o abandono escolar.
Estes comportamentos junto das crianças e jovens em risco são um problema
bastante atual na nossa sociedade, por isso é cada vez mais necessário encontrar
respostas ao nível da prevenção para estes fenómenos.
A prevenção do comportamento antissocial em crianças e jovens em risco de
abandono escolar e especificamente, de envolvimento num percurso delinquencial, está
assim dependente do processo de identificação de fatores de risco e da opção de quando
e como intervir (Mulvey & Cauffman, 2001).
No que diz respeito às funções de um Criminólogo, este mesmo não só produz
saber próprio, como também usufrui dos conhecimentos e métodos que se produzem
constantemente nas diversas áreas do conhecimento, adaptando-as ao seu objeto de
estudo. Esta dialéctica integrativa permite chegar a um maior rigor, a um maior
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
47
perfecionismo, permite melhorar a cada passo o método usado a fim de chegarmos a
soluções pragmáticas cada vez mais úteis à sociedade, neste caso, aos adolescentes.
Este projeto pode-se assumir como um ferramenta que necessita de ser testada
na prática. Contudo, pensa-se que com as diversas valências que este mesmo abrange
será possível prevenir que os comportamentos antissociais que os jovens manifestem,
assim como a vontade de abandonar a escola, reduzam.
É necessário evidenciar que este programa não substitui uma intervenção
terapêutica individual, nem deve ser visto como uma terapia de grupo. Embora se
aproxime de uma psicoterapia de grupo, os seus objetivos e duração não dispensam
outro tipo de intervenções terapêuticas, sempre que o nível de perturbação ou
psicopatologia dos indivíduos as exijam.
Kadzin e Buela-Casal (1998) citam programas de intervenção baseados na
escola que têm como objetivo auxiliar adolescentes em risco de abandono escolar,
reduzir condutas antissociais, bem como programas de adaptação escolar. Estes autores
apontam que os indivíduos que participaram nos mesmos, apresentaram níveis mais
baixos de atraso do abandono dos estudos, além de índices reduzidos de delinquência e
de condutas agressivas, furtos e absentismo.
Existe a necessidade de promover a importância de um ambiente escolar
estimulante, positivo e com mecanismos de apoio para a redução do risco de abandono
escolar. Para os jovens, é extremamente importante desenvolver um sentimento de
pertença à escola, efetuando uma relação baseada na confiança e respeito.
No entanto, esta relação precisa ser mais estudada e pesquisada de maneira
integrada, articulada e interdisciplinar, expandindo-se a outros campos de estudo visto
que as questões que dizem respeito à escola e comportamento antissocial são bastante
amplas e abrangem o âmbito jurídico, político, filosófico, de saúde, e principalmente o
social (Conte, 1996).
Num estudo de Gallo e Williams (2004a; 2004b) a escola foi identificada como
um fator de proteção. O fato de os jovens frequentarem a escola foi suficiente para se
reduzir a metade o número de posse de armas de fogo, a gravidade da infração, e o
número de consumidores de drogas.
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
48
Será de extrema importância agir sobre estas duas problemáticas nos
adolescentes o mais precocemente possível, sendo bastante importante para diminuir o
número de sujeitos que possam adotar um estilo de vida criminal no seu futuro.
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Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
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ANEXOS
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
58
Anexo I - Guião de Entrevista
I. Informação sociodemográfica:
Nome Data
Profissão Idade
Hab. Literárias M __ F__
Telefone Email
II. Identificação das necessidades da Comunidade
2.1. Descreva esta instituição: a nível de infraestruturas, número de crianças, número de
professores e funcionários que aqui trabalham e quais as maiores dificuldades na
formação destas equipas?
2.2. Quais os maiores desafios e dificuldades que se enfrentam no dia a dia de trabalho
nesta escola?
2.3 Há professores suficientes para o número de crianças existentes?
2.4 Existem alunos com necessidades educacionais especiais (necessidades educativas
2.5 Como é a relação com a comunidade e as famílias?
2.6 Identifique algumas das necessidades específicas da sua escola em termos gerais.
2.7 De que maneiras os diretores de turma podem contribuir para a melhoria da
qualidade da educação?
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
59
2.8 Em relação a algum comportamento Antissocial que possa existir de que forma
reage a comunidade/escola?
2.9 A população, no geral, tem conhecimento face a este tipo de comportamento?
2.10 O que poderá influenciar estes comportamentos, tanto a nível positivo como
negativo (Fatores de proteção e fatores de risco)?
2.11 Que fatores poderão estar implicados na manutenção destes comportamentos?
2.12 A que nível, este tipo de comportamentos poderão influenciar o dia a dia na
comunidade?
III. SERVIÇOS E PROGRAMAS
3.1 Qual a importância de se criar um projeto de prevenção para a escola? Ele deve ser
realizado anualmente?
3.2 Na sua opinião, quais os programas ou projetos que são necessários na sua escola?
3.3 Existem programas e serviços que já foram ou estão a ser implementados/realizados
nesta escola?
3.4 O que se poderia fazer para melhorar a situação na sua escola?
3.5 Se pudesse mudar uma só coisa na vossa escola o que seria? E porquê? (principal
necessidade)
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
60
3.6 Que tipos de serviços existem na escola para fazer face a este tipo de condutas? Que
pessoas têm acesso a eles?
3.7 A Escola tem parceria com quais instituições para ajudar na resolução destas
questões?
3.8 Face ao problema que possa vir a existir, a escola tem financiamentos, ao nível de
recursos humanos e materiais, disponíveis para intervir?
3.9 Que tipos de apoios são necessários para poder lidar com os comportamentos
antissociais?
3.10 Quais as organizações/entidades que podem de alguma forma oferecer programas e
serviços de ajuda na sua escola?
Muito obrigado pela sua colaboração!
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
61
Anexo II - Declaração de Consentimento
Designação do Estudo
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: Da Relação à Prevenção
Eu,_____________________________________________, abaixo assinado,
compreendi a explicação que me foi dada acerca da minha participação na investigação
a desenvolver no âmbito do Projeto de Graduação do aluno Hugo Paíga, finalista da
licenciatura em Criminologia da Universidade Fernando Pessoa.
Recebi a informação sobre o objetivo principal desta investigação, sendo ele,
perceber as caraterísticas dos adolescentes e jovens da Escola X, no Porto, onde
participarei numa entrevista que será realizada pelo aluno/investigador.
A informação que me foi prestada versou o enquadramento, objetivos e
metodologia do estudo. Além disso, fui informado que todos os dados por mim
fornecidos serão confidenciais e que tenho o direito de recusar a qualquer momento a
minha participação neste estudo, sem que isso possa ter como efeito qualquer efeito
prejudicial.
Sendo assim, consinto participar no estudo acima referido, que inclui a
realização da referida entrevista.
Autorizo a gravação da entrevista em áudio? Sim Não
Assinatura do Participante
___________________________________________________
Data:___/___/___
O Aluno/Investigador,
Hugo Paíga
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
62
Anexo III - Ficha de Diagnóstico Inicial
1. Dados Pessoais
Nome Completo:______________________________________________________
Data de Nascimento________________
Considero ser…….
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
A palavra que melhor me define:_______________________
2. Caraterização Escolar
Ano e Turma:_________________
O que mais gosto na
Escola:________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________
O que menos gosto na
Escola:________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________
Sou um Aluno………..
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
Disciplina que mais gosto:_______________ Disciplina que menos
gosto:_______________
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
63
3. Caraterização Familiar
Nome do pai:_________________________________________________________
Nome da mãe:________________________________________________________
Número de irmãos:____________________________________________________
Profissão dos pais:_____________________________________________________
O meu ambiente familiar é…………
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________
Responde, com sinceridade, às seguintes frases:
Sim Não
Às vezes falto às aulas para estar com os meus amigos. ___ ___
Considero que às vezes sou um pouco problemático. ___ ___
Já consumi drogas. ___ ___
Costumo cumprir as regras estabelecidas. ___ ___
Às vezes tenho comportamentos agressivos com os meus colegas. ___ ___
Por vezes não consigo controlar os meus comportamentos. ___ ___
A Escola tem muitas coisas novas para me ensinar. ___ ___
Por vezes, gostaria de já estar a trabalhar. ___ ___
Data: ___/___/___
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
64
Anexo IV - Avaliação Final do Módulo I
Criança/Jovem:____________________________________________
Grelha de Avaliação Avaliação
Dimensão
Comportamental
Participação
Tolerância
Responsabilidade
Comunicação
Respeito
Atitude
Competências
Interesse
Desempenho
Dimensão Cognitiva
Melhoria na comunicação Verbal e Não-verbal.
Melhoria no Relacionamento Interpessoal
Melhoria na Assertividade
Total:
Critérios de Avaliação: Muito Mau (1 valor); Mau (2 valores); Razoável ( 3
valores); Bom (4 valores); Muito Bom (5 valores).
Observações:_____________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Assinatura dos Técnicos:
________________________________ _______________________________
Data: ___/___/___
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
65
Anexo V - Avaliação Final do Módulo II
Criança/Jovem:____________________________________________
Grelha de Avaliação Avaliação
Dimensão
Comportamental
Participação
Tolerância
Responsabilidade
Comunicação
Respeito
Atitude
Competências
Interesse
Desempenho
Dimensão Cognitiva
Melhoria na Motivação Académica
Melhoria na Autoestima
Melhoria no Controlo Emocional
Total:
Critérios de Avaliação: Muito Mau (1 valor); Mau (2 valores); Razoável (3
valores); Bom (4 valores); Muito Bom (5 valores).
Observações:_____________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Assinatura dos Técnicos:
________________________________ _______________________________
Data: ___/___/___
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
66
Anexo VI - Avaliação Final do Módulo III
Criança/Jovem:____________________________________________
Grelha de Avaliação Avaliação
Dimensão
Comportamental
Participação
Tolerância
Responsabilidade
Comunicação
Respeito
Atitude
Competências
Interesse
Desempenho
Dimensão Cognitiva
Melhoria no Autocontrolo
Melhoria no Controlo da Impulsividade
Melhoria no Controlo da Agressividade
Total:
Critérios de Avaliação: Muito Mau (1 valor); Mau (2 valores); Razoável ( 3
valores); Bom (4 valores); Muito Bom (5 valores).
Observações:_____________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Assinatura dos Técnicos:
________________________________ _______________________________
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
67
Anexo VII - Avaliação Final do Projeto de Intervenção
Criança/Jovem:____________________________________________
Avaliação
Redução dos Fatores de Risco
Fomentação de uma Atitude Pró-Social
Melhoria na Comunicação
Melhoria na Motivação em Relação ao Percurso Escolar
Melhoria na Autoestima
Melhoria no Autocontrolo
Melhoria na Resolução de Problemas
Melhoria no Relacionamento Interpessoal
Favorecimento de uma Vida Normativa
Critérios de Avaliação: Muito Mau (1 valor); Mau (2 valores); Razoável (3
valores); Bom (4 valores); Muito Bom (5 valores).
Observações:_____________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Assinatura dos Técnicos:
________________________________ _______________________________
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
68
Anexo VIII- Declaração de Consentimento dos Encarregados de Educação
Declaração de Consentimento
Eu________________________________________, na qualidade de
progenitor(a)/cuidador(a) do menor________________________________________
autorizo a participação na investigação intitulada “COMPORTAMENTO
ANTISSOCIAL E ABANDONOESCOLAR: DA RELAÇÃO À PREVENÇÃO”,
realizado por Hugo Filipe Correia Paíga, aluno de Criminologia da Universidade
Fernando Pessoa.
Declaro que fui informado de todos os objetivos e procedimentos da mesma
investigação, do seu caráter anónimo e sigiloso, assim como da possibilidade de
desistência em qualquer momento.
Porto,_____de_____de____
_______________________________________________
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
69
Anexo IX- Declaração de Consentimento dos Adolescentes
Declaração de Consentimento
Eu________________________________________ aceito participar de livre
vontade na investigação intitulada “COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL E
ABANDONOESCOLAR: DA RELAÇÃO À PREVENÇÃO”, realizado por Hugo
Filipe Correia Paíga, aluno de Criminologia da Universidade Fernando Pessoa.
Declaro que fui informado de todos os objetivos e procedimentos da mesma
investigação, do seu caráter anónimo e sigiloso, assim como da possibilidade de
desistência em qualquer momento.
Porto,_____de_____de____
_______________________________________________
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
70
Anexo X- Autorização da Consulta de Processos à Comissão Nacional de Proteção de
Crianças e Jovens
Autorização da Consulta de Processos
Eu, Hugo Filipe Correia Paíga, aluno nº20978 do curso de criminologia da
Universidade Fernando Pessoa, venho por este meio, solicitar a Vossa Excelência,
autorização para proceder à consulta dos processos referentes aos adolescentes que
poderão ser encaminhados para a presente investigação.
Este pedido prende-se com a elaboração do Projeto de Investigação intitulada
“COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL E ABANDONOESCOLAR: DA RELAÇÃO
À PREVENÇÃO”.
Solicito, desde já, que me seja concedida a autorização para efetuar a consulta
dos processos dos adolescentes que frequentem a Escola Pero Vaz Caminha, da
Competência territorial da CPCJ-Porto Central, e que se enquadrem na temática que diz
respeito a este programa de intervenção, ou seja, que estejam em risco de Abandono
Escolar.
Peço deferimento,
Atenciosamente e grato pela sua atenção,
____________________________________
Porto,____/____/____
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
71
Anexo XI- Autorização da Investigação na Escola
Autorização da Investigação
Ex.mo(a) Diretor(a) da Escola Pero Vaz de Caminha,
Eu, Hugo Filipe Correia Paíga, aluno nº20978 do curso de criminologia da
Universidade Fernando Pessoa, venho por este meio, solicitar a Vossa Excelência,
autorização para proceder à implementação da Investigação intitulada
“COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL E ABANDONO ESCOLAR: DA RELAÇÃO
À PREVENÇÃO”.
O principal objetivo desta intervenção é a redução e prevenção dos
comportamentos antissociais e do abandono escolar, que terá a duração aproximada de
um ano letivo.
Solicito, desde já, que me seja concedida a autorização para efetuar a mesma
investigação nas instalações da escola.
Peço deferimento,
Atenciosamente e grato pela sua atenção,
____________________________________
Porto,____/____/____
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
72
Anexo-XII-Pedido de Consulta de Processos CPCJ-Porto Central
Autorização da Consulta de Processos
Eu, Hugo Filipe Correia Paíga, aluno nº20978 do curso de criminologia da
Universidade Fernando Pessoa, venho por este meio, solicitar a Vossa Excelência,
autorização para proceder à consulta dos processos referentes aos adolescentes que
poderão ser encaminhados para a presente investigação.
Este pedido prende-se com a elaboração do Projeto de Investigação intitulada
“COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL E ABANDONOESCOLAR: DA RELAÇÃO
À PREVENÇÃO”.
Solicito, desde já, que me seja concedida a autorização para efetuar a consulta
dos processos dos adolescentes que frequentem a Escola Pero Vaz Caminha e que se
enquadrem na temática que diz respeito a este programa de intervenção, ou seja, que
estejam em risco de Abandono Escolar.
Peço deferimento,
Atenciosamente e grato pela sua atenção,
____________________________________
Porto,____/____/____
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
73
Anexo XIII - Informação socioeducativa do menor
Nome do menor:
Esta informação é facultada e consta de todos os processos de menores que tem
processo em CPCJ.
Assiduidade,
Pontualidade,
Relacionamento com os pares,
Comportamento,
Cuidados apresentados (higiene, vestuário),
Envolvimento dos progenitores no acompanhamento educativo do menor ;
Avaliação escolar,
Motivação escolar.
Consumo de estupefacientes
Caracterização do menor
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
74
Anexo XIV - Avaliação Final do Módulo IV
Criança/Jovem:____________________________________________
Grelha de Avaliação Avaliação
Dimensão
Comportamental
Participação
Tolerância
Responsabilidade
Comunicação
Respeito
Atitude
Competências
Interesse
Desempenho
Dimensão Cognitiva
Melhoria na Capacidade de Organização
Melhoria na Motivação para o Estudo
Perceção do Direitos e Deveres
Total:
Critérios de Avaliação: Muito Mau (1 valor); Mau (2 valores); Razoável ( 3
valores); Bom (4 valores); Muito Bom (5 valores).
Observações:_____________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Assinatura dos Técnicos:
________________________________ _______________________________
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
75
Anexo XV-Planificação Geral das Sessões
PLANIFICAÇÃO GERAL DAS SESSÕES
TÍTULO DO MODULO
N.º
SESSÕES Sessão
ESTRUTURA DO
GRUPO
I
Competências
Comunicacionais e Relacionais
4
A importância das
palavras
Criminólogo
Psicólogo
Professor
+
Elementos do grupo
Assertividade
Relacionamento
Interpessoal
Reflexão Final
II
Competências Educacionais,
Pessoais e Afetivas
4
Autoestima
Criminólogo
Psicólogo
+
Elementos do grupo
Controlo Emocional
A Motivação
Reflexão Final
III
Competências
Comportamentais 4
Autocontrolo e Resolução
de Problemas
Criminólogo
Psicólogo
Professor
+
Elementos do grupo
A Impulsividade
A Agressividade
Reflexão Final
IV
Competências de Estudo
4
Estratégias de
Organização
Criminólogo
Psicólogo
Professor
+
Elementos do grupo
Motivação Educacional
Direitos e Deveres
Reflexão Final
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
76
Anexo XVI-Ficha de Identificação
Ficha de Identificação
Para a tua Capa
Data:__/__/__
Nome:_____________________________________________________
Data de Nascimento:__________
Diz-me duas coisas que mais gostas de fazer:
_________________________________________
_________________________________________
Bem vindo ao grupo!!!
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
77
Anexo XVII-Questionário Sócio Demográfico
Questionário Sócio Demográfico
1- Nome_____
2- Idade _____
3- Sexo______
4- Número de Irmãos________
4.1-Nome da(o) Irmã(o)_____________________________________________
4.2-Idade da(o) Irmã(o) ______________
5- Nome do Pai___________________________________________________
5.1-Idade do pai___________
5.2-Profissão e Habilitações Literárias do Pai____________________________
6-Nome da Mãe___________________________________________________
6.1-Idade da Mãe___________
6.2-Profissão e Habilitações Literárias da Mãe____________________________
7- Com quem vives?________________________________________________
8-O que achas da tua
família?________________________________________________________________
____________________________________________________________________
9-O que achas da
Escola?________________________________________________________________
____________________________________________________________________
10-O que gostas mais na
Escola?________________________________________________________________
____________________________________________________________________
11-Qual a tua disciplina preferida?______________________
12-Qual a profissão que gostarias de seguir?
Porquê?________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Comportamentos Antissociais e Abandono Escolar: da Relação à Prevenção
78
13-Gostas dos teus
professores?____________________________________________________________
____________________________________________________________________
14-Já alguma vez faltas-te às
aulas?_________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
15-O que mais te motiva nas
aulas?_________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
16-Alguma vez experimentas-te álcool, tabaco ou outro tipo de
drogas?________________________________________________________________
______________________________________________________________________
17- Tens comportamentos agressivos perante os teus colegas de
turma?_________________________________________________________________
______________________________________________________________________
18-Para melhorar o teu desempenho escolar achas que deveria ser
feito…….______________________________________________________________
______________________________________________________________________
Texto escrito conforme o novo Acordo Ortográfico.