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Luci Bonini Humanismo, Jusnaturalismo, criticismo e deontologia

Humanismo, Jusnaturalismo, Criticismo E Deontologia

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Aula de filosofia do direito para os alunos do curso de Direito da UMC

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Luci Bonini

Humanismo, Jusnaturalismo, criticismo e deontologia

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Transição entre os séculos XV e XVIO teocentrismo se desvanece e o

humanismo irrompe como filosofia de vida e movimento artístico e intelectualDa VinciMichelangeloOs MecenasDante AlighieriPetrarcaShakespeare

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O RENASCIMENTO

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Neste período, o homem voltou a ocupar o centro de todas as coisas (antropocentrismo) ao contrário do que ocorria na Idade Média (teocentrismo).

Por isso fala-se do humanismo do renascimento.

A Igreja aos poucos foi perdendo seu poder e monopólio no que se refere à transmissão do conhecimento.

O humanismo do renascimento foi muito marcado pelo individualismo.

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A nova visão do homem centrava-se no interesse pela anatomia e nas representações dos nus humanos.

O homem, a partir desta concepção, não existia apenas para servir a Deus, mas a ele próprio.

Vale ressaltar que no Renascimento desenvolveu-se um novo método científico – o princípio vigente era o da investigação da natureza mediante a observação e a experimentação – método empírico.

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PetrarcaFrancesco Petrarca

(1304-1374) colocou o homem como centro de toda ação e como agente principal no processo de mudanças sociais.

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Reforma LuteranaMartinho Lutero contestou os dogmas da

Igreja Católica95 teses que criticavam vários pontos da

doutrina católica condenavam a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana ).

Pare ele a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé.

Teve grande apoio dos reis e príncipes da época

Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato. 

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Reforma CalvinistaNa França João Calvino em1534De acordo com Calvino a salvação da

alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa idéia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade.

Calvino também defendeu a idéia da predestinação (a pessoa nasce com sua vida definida)

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A Reforma Anglicana

Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei

Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.

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A Contra-Reforma CatólicaConcílio de Trento reaçãop da Igreja

CatólicaCatequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;- Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias- Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de idéias contrárias à Igreja Católica.

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Tomas Morus (1478-1535)As leis são promulgadas com a finalidade de que cada qual seja advertido de seus direitos e também dos seus deveres

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UTOPIA (do grego ou tópos lugar nenhum)Bucolismo, harmonia no convívio

social;Protesto às deficiências do convívio

socialOs filósofos devem aliar-se aos

governantes para iluminar o exercício do poder

As atitudes de um rei devem condizer com o Bem Comum e sempre procurar o bem de seus súditos

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O estado utópico de MorusSistema comunal onde toda a produção é distribuída equitativamente.

O voto é um exercício constante para a escolha de representantes do povo que compõem um conselho de homens unanimemente aclamados

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Nicolau Maquiavel (1469-1527)O fim justo legitima o emprego de todos os meios, sendo o Estado o bem supremo em prol de quem tudo o mais deve ser sacrificado

A Itália de Maquiavel é um agrupado disforme de pequenas unidades extremamente marcadas por conflitos regionais

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Lições do Príncipe XXIII – De como se evitam os

aduladores. Um príncipe prudente deve afastar-

se de aduladores e desconsiderar seus conselhos, é digno de um príncipe buscar a serenidade e a fidelidade dos sábios, mas quando entender que seja necessário.

Ao príncipe cabe deliberar sobre a verdade, mas não deve demonstrar seu desprazer.

É de um príncipe prudente compreender e avaliar os conselhos que lhe são dirigidos avalizando o seu conteúdo, e, por fim, acatar ou não.

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Todos os Estados bem governados e todos os príncipes inteligentes tiveram cuidado de não reduzir a nobreza ao desespero, nem o povo ao descontentamento.

Vale mais fazer e arrepender-se, que não fazer e arrepender-se.

Poucos vêem o que somos, mas todos vêem o que aparentamos. 

Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis.

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Iluminismo e Racionalismo

JUSNATURALISMO

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Direito NaturalA cidade de Deus, a lei eterna, cede

lentamente para o direito naturalA laicização da cultura moderna foi iniciada

pelo racionalismo – a razãoNicolau Copérnico

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Escola clássica de direito NaturalHugo Grócio (1583 – 1645)

"O domínio da terra termina onde termina a força das armas."

De Jure Belli ac Pacis – sua doutrina do Direito natural reflete um desejo de autonomia em relação à teocracia

O Direito natural não é arbitrário, é racional (assim com a artitmética)

O Direito Natural não mudaria seus ditames na hipótese da inexistência de Deus.

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A Lei natural regula a convivência das diversas nações contribuiu, dessa forma, para o Direito Internacional

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Samuel Pufendorf (1632-1694)Na medida em que os homens se

multiplicam a razão é necessária para a ordem, a tranquilidade e a conservação do gênero humano

As leis da natureza fazem do homem um animal social, as de cada cidade fazem do homem um cidadão.

As leis divinas determinam a condição do cristão

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Deus é o autor do Direito naturalTodo homem deveria, o quanto lhe for possível, preservar e promover a sociedade: isto é o bem estar da humanidade

Em um estado da natureza todo homem deve contar apenas com a sua própria força, enquanto numa comunidade, todos estão a seu lado

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Os homens são mais capazes de causar mal uns aos outros do que os irracionais

A condição social traz compensações paras uma comunidade todos estão unidos

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John Locke (1632-1704)Essay concerning human

understandingNão existem leis inatas, mas isso não significa que ele não enxergue as outras leis, além da positiva

As leis naturais são inatas, não se encontram impressas na humana, estão na natureza e podem ser conhecidas por meio do uso da razão.

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Visão Política de LockeCriticou a teoria do direito divino dos reis, formulada pelo

filósofo Thomas Hobbes. A soberania não reside no Estado, mas sim na população

a supremacia do Estado o qual deve respeitar as leis natural e civil.

Locke também defendeu a separação da Igreja do Estado

O poder deveria ser dividido em três: Executivo, Legislativo e Judiciário. De acordo com sua visão, o Poder Legislativo, por representar o povo, era

o mais importante.

Embora defendesse que todos os homens fossem iguais, foi um defensor da escravidão. Não relacionava a escravidão à raça, mas sim aos vencidos na guerra. De acordo com Locke, os inimigos e capturados na guerra poderiam ser mortos, mas como suas vidas são mantidas, devem trocar a liberdade pela escravidão.

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Thomas Hobbes (1508-1608)Leviatã, ou matéria, forma e poder de

um Estado eclesiástico e civil: O seu título se deve ao monstro bíblico

LeviatãMas a mais nobre e útil de todas as invenções foi a da

linguagem, que consiste em nomes ou apelações e em suas conexões, pelas quais os homens registram seus pensamentos, os recordam depois de passarem, e também os usam entre si para a utilidade e conversa recíprocas, sem o que não haveria entre os homens nem Estado, nem sociedade, nem contrato, nem paz (grifo nosso),tal como não existem entre os leões, os ursos e os lobos (HOBBES; p.20:1979)

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O homem é o lobo do homem

Homo homini lupus

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O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos [grifo nosso] sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a conseqüência necessária das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza que foram expostas nos capítulos décimo quarto e décimo quinto. ( p.103)

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A preservação da espécie está condicionada á criação do pacto social

É uma convenção que cria o EstadoUm pacto de dá início á vida civil, no

sentido de abolir a guerra e a impunidade geral contra a violência

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Descartes e o racionalismo

Penso, logo existo

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DESCARTES

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Nasceu em 1596. Foi o fundador da filosofia dos novos tempos e o primeiro grande construtor de um sistema filosófico que foi seguido por Spinoza e Leibniz, Locke e Berkeley, Hume e Kant.

Sistema filosófico é uma filosofia de base cujo objetivo é encontrar respostas para as questões filosóficas mais importantes.

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Uma coisa que ocupou a atenção de Descartes foi a relação, entre corpo e alma. Sua obra mais importante é Discurso do Método, onde explica, entre outras coisas, que não se deve considerar nada como verdadeiro.

Ele queria aplicar o método matemático à reflexão da filosofia e provar as verdades filosóficas como se prova um princípio de matemática, ou seja, empregando a razão.

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Em seu raciocínio, Descartes objetiva chegar a um conhecimento seguro sobre a natureza da vida e afirma que para tanto deve-se partir da dúvida.

Ele achava importante descartar primeiro todo o conhecimento constituído antes dele, para só então começar a trabalhar em seu projeto filosófico. Achava também que não devíamos confiar em nossos sentidos.

Era, portanto, racionalista.

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Uma das conclusões a que chegou foi a de que a única coisa sobre a qual se podia ter certeza era a de que duvidava de tudo.

Acreditava na existência de Deus como algo tão evidente quanto o fato de que alguém que pensa era um ser, um Eu presente.

Achava que o homem era um ser dual: tanto pensa como ocupa lugar no espaço.

Morreu aos 54 anos, mas mesmo após sua morte continuou a ser uma figura de grande importância para a filosofia.

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ILUMINISMO

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Movimento que caracterizou o pensamento europeu do século XVIII, baseado na crença do poder da razão e do progresso, na liberdade de pensamento e na emancipação política.

Muitos dos filósofos do iluminismo francês tinham visitado a Inglaterra, que em certo sentido era mais liberal do que a França. A ciência natural inglesa encantou esses filósofos franceses.

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De volta a sua pátria, a França, eles começaram pouco a pouco a se rebelar contra o autoritarismo vigente e não tardou muito a se voltarem também contra o poder da Igreja, do rei e da aristocracia.

Eles começaram a reimplantar o racionalismo em sua revolução. A maioria dos filósofos do Iluminismo tinham uma crença inabalável na razão humana.

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A natureza para eles era quase a mesma coisa que a razão e por isso enfatizavam um retorno de homem a ela.

Falavam também que a religião deveria estar em consonância com a razão natural do homem. O iluminismo foi o alicerce para a Revolução Francesa de 1789.

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A nova ciência natural deixava claro que tudo na natureza era racional. De certa forma, os filósofos iluministas consideravam sua tarefa criar um alicerce para a moral, a ética e a religião que estivesse em sintonia com a razão imutável do homem.

Os filósofos desta época diziam que só quando a razão e o conhecimento se difundissem era que a humanidade faria grandes progressos.

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Contratualismo

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Jean Jacques Rousseau (1712-1778)

Ao defender que todos os homens nascem livres, e a liberdade faz parte da natureza do homem, Rousseau inspirou todos os movimentos que visavam uma busca pela liberdade.

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O contrato social é uma deliberação conjunta da formação da sociedade civil e do Estado

Constrói um sentido de justiçaLiberdade natural X utilidade comumUnião de muitos em torno de um

objetivo comumÉ uma forma de proteção e de

garantia de liberdadePossui o respaldo da vontade geral

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No estado da natureza o homem é livre e suas potencialidades são exercidas ilimitadamente

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Direitos naturais x direitos civisAdvém do contrato social ( o direito

natural é anterior ao direito civil)A corrupção humana se dá quando a

sociedade se constituiA verdadeira liberdade reside no conceito

de legalidadeA propriedade e a desigualdade são a

mesma coisaO poder de ditar as leis remonta à ideia

de pacto, onde o único soberano é o povo

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O Poder Legislativo é o coração do Estado enquanto o Executivo é seu cérebro

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Empirismo

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David Hume (1711-1776)Tratado sobre a natureza humana

(1739)O raciocínio humano é suscetível ao erro, ao engano.

A história, a experiência e a razão nos instruem o suficiente sobre o progresso natural dos sentimentos humanos e sobre a gradual ampliação de nosso respeito pela justiça à medida que nos familiarizamos com a extensa utilidade da virtude ( 1995:48)

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Princípio de causalidade (as mesmas causas produzem os mesmos efeitos ou o aquecimento da água é causa da ebulição)

O vício causa o incômodo e a virtude causa satisfação

A ração humana em seu todo formaria uma única família

Estado de necessidade: De acordo com a definição feita pelo art. 24 do CP, considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Estado de Necessidade, Roberto Bartolomei Parentoni)

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As leis deveriam ter uma referência permanente à constituição do governo, aos costumes, ao clima, à religião, ao comércio, à situação de cada sociedade ( Hume, 1995:53-54)

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DAVID HUME Sua filosofia é considerada até hoje como

a mais importante filosofia empírica. Ele achava que lhe cabia a tarefa de

eliminar todos os conceitos obscuros e os raciocínios intricados criados até então.

Queria retornar à forma original pela qual o homem experimentava o mundo.

Constatou que o homem possuía impressões de um lado, e idéias, de outro e atentou para o fato de que tanto uma quanto outra poderiam ser ou simples ou complexas.

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Ele se preocupou com o fato de às vezes formarmos idéias e noções complexas, para as quais não há correspondentes complexos na realidade material. Era dessa forma que surgiam as concepções falsas sobre

as coisas. Ele estudou cada noção, cada idéia, a fim de verificar se sua composição encontrava correlato na realidade. Ele achava que uma noção complexa precisava ser decomposta em noções menores.

Era assim que pretendia chegar a um método científico de análise das idéias do homem. No âmbito da ética e da moral, Hume se opôs ao pensamento racionalista.

Os racionalistas consideravam uma qualidade inata da razão humana o fato de ela poder distinguir entre o certo e o errado. Hume, porém, não acreditava que a razão determinasse as ações e pensamentos de uma pessoa.

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Criticismo e deontologia

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Emmanuel Kant (1724-1804)Racionalismo conciliando empirismo e idealismo“ Se porém, todo o conhecimento deriva da

experiência, isso não prova que todo ele derive da experência.” (1994:36)

A razão humana é insifuciente para o ideal d felicidade que buscamos principalmente a ética

“Age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal. (1995:54-55)

O agir livre é o agir moral de acordo com o dever ( fazer da lei subjetiva um princípio de legislação universal

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Mundo moral conforme as leis morais

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Direito e Moral

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Moralidade e juridicidade

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Hegel (1770-1831)Fenomenologia do espíritoIntrodução à história da Filosofia

Filosofia do direitoFilosofia da História Universal

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A História e seu movimento interno conduzirá a concepção marxista de materialismo dialético

O que é real é racional, o que é racional é real todo real só é real porque é conhecido por um sujeito que lhe identifica como real, e, nessa medida, aquilo que já foi conhecido, já se tornou racional

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O Espírito ObjetivoSe manifesta em direito, moralidade e

costume, determina a liberdade e suas aplicações sociais, políticas e subjetivas

Direito é liberdade em grau máximoMoralidade é a liberdade voltada para o

sujeito, que dela se valeO costume é a objetivaçãpo do que mora

no sujeito em termos de moralidade (síntese costume, entre direitotese e moral antítese

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O direito consubstancia-se pela legislação, e com base na legislação os indivíduos agem para a defesa e construção de seus direitos: aí está a justiça efetiva do sistema legislativo.

O ato do legislador é um ato de querer esta ou aquela medida individual ou coletiva

A aproximação do direito positivo da máxima racionalidade dá-se à medida que alcança a noção de sistema, de harmonia racional, de todo orgânico, de mundo controlado e feito legislação

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A história funciona dialeticamente, na alternância da preponderância deste ou daquele Estado, mas a história não é mera manifestação da força, e sim da razão, e nisso há a participação do espírito do mundo

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Karl Marx ( 1818-1883)

Materialismo histórico porque somos o que as condições materiais ( as relações sociais de produção) nos determinam a ser a a pensar. Histórico porque a sociedade e a política não surgem de decretos divinos nem nascem da ordem natural, mas dependem da ação concreta dos seres humanos ( M Chauí)

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Os homens não dispõem de suas forças produtivas, elas são um resultado da energia posta em prática pelos homens

Ela é determinada pelas condições em que os homens se encontram, alcançadas anteriormente e que é produto da geração anterior

A história social do homem nada mais é do que a história de seu desenvolvimento individual

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A exploração econômica no seio das atividades sociais, a manipulação do poder ecnômico como forma de exercício de dominação, criação de instrumentos de servilização do homem pelo homem, formação de uma economia burguesa que extrai da propriedade e da mercadorias a for a de instauração da diferença social

Coisificação do homem - reificação (homem res coisa)

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O capitalismo perverte a noção de trabalho o trabalho aliena em função do acúmulo de capital

O proletário é o principal instrumento de que se vale o capitalista, que aliado á técnica, permite a multiplicação da mais valia

As relações jurídicas não podem ser entendidads de modo formal isoladamente de fatores sociais e econômicos

O Estado é uma superestrutura constante de inúmeros aparatos burocráticos de controle social mecanismo de dominação

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Luta política com base conômica

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"comunismo como superação positiva da propriedade privada enquanto auto-alienação do homem e por isso como apropriação real da essência humana por meio de e para o homem; por isso, como regresso – perfeito, consciente e dentro da riqueza total do desenvolvimento até aqui –, do homem para si mesmo enquanto homem social, ou seja, humano. Esse comunismo é a verdadeira dissolução do antagonismo entre o homem e a natureza e entre o homem e o homem. A verdadeira solução do conflito entre liberdade e necessidade. Ele é o enigma decifrado da história, a verdadeira realização da essência do homem"

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A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas da classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e oficial, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ore franca, ora disfarçada, uma guerra que termino sempre, ou por uma transformação evolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das suar classes em luta. (Manifesto Comunista)

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"Os mundos uivam o próprio canto fúnebre. e nós somos macacos de um Deus frio".

"O indivíduo é o ser social." "O homem, isto é o mundo do homem: Estado, sociedade."

"Não é a consciência do homem que determina seu ser, mas é seu ser social que determina sua consciência."

"Os filósofos têm apenas interpretado diversamente o mundo; trata-se de modificá-lo."

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Para ele, o modo de produção determinava se relações políticas e ideológicas podiam existir.

Marx falava que toda a história era a história das lutas de classes. Pensava a respeito do trabalho humano falando que quando o homem labutava, ele interferia na natureza e deixava nela suas marcas e vice-versa.

Marx foi a pessoa que deu grande impulso ao comunismo.

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Ele atacava fortemente o sistema capitalista que vigorava em todo mundo e achava que seu modo de produção era contraditório. Para ele, o capitalismo era um sistema econômico

autodestrutivo, sobretudo porque lhe faltava um controle racional.

Ele considerava o capitalismo progressivo, isto é, algo que aponta para o futuro, mas só porque via nele um estágio a caminho do comunismo.

Segundo Marx, quando o capitalismo caísse e o proletariado tomasse o poder, haveria o surgimento de uma nova sociedade de classes, na qual o proletariado subjulgaria à força a burguesia. Esta fase de transição Marx chamou de ditadura do

proletariado. Depois disso a ditadura do proletariado daria lugar

a uma sociedade sem classes, o comunismo e esta seria uma sociedade na qual os meios de produção pertenceriam a todos. Em tal estágio, cada um trabalharia de acordo com sua

capacidade e ganharia de acordo com suas necessidades.

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REFERÊNCIAS

Abrão. Bernadete S. História da Filosofia, Nova Cultural. 2004

Bittar E.C.B.; & Almeida, G.A. Curso de Filosofia do direito. Atlas. 2009

Nunes. Rizzato. Manual de Introdução ao estudo do direito. Saraiva. 2002