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HVDC baseado em gerador de Cockcroft-Walton João Filipe Abreu de Paulo e Cunha Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Orientador(es): Prof. a Doutora Sónia Maria Nunes dos Santos Paulo Ferreira Pinto Prof. Doutor José Fernando Alves da Silva Júri Presidente: Prof. Doutor Rui Manuel Gameiro de Castro Orientador: Prof. a Doutora Sónia Maria Nunes dos Santos Paulo Ferreira Pinto Vogal: Prof. Doutor Hiren Canacsinh Novembro 2016

HVDC baseado em gerador de Cockcroft-Walton · HVDC baseado em gerador de Cockcroft-Walton João Filipe Abreu de Paulo e Cunha ... I Corrente de sa´ıda do conversor Cockcroft-Walton

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HVDC baseado em gerador de Cockcroft-Walton

João Filipe Abreu de Paulo e Cunha

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Eletrotécnica e de Computadores

Orientador(es): Prof.a Doutora Sónia Maria Nunes dos Santos Paulo Ferreira PintoProf. Doutor José Fernando Alves da Silva

JúriPresidente: Prof. Doutor Rui Manuel Gameiro de Castro

Orientador: Prof.a Doutora Sónia Maria Nunes dos Santos Paulo Ferreira PintoVogal: Prof. Doutor Hiren Canacsinh

Novembro 2016

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Em memoria de Antonio Henrique Cunha.

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Agradecimentos

A conclusao desta Dissertacao marca o terminar deste curso academico, e nao poderia deixar de

expressar os meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que contribuıram para a elaboracao

deste trabalho.

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Professora Sonia Pinto, pela oportunidade, disponibili-

dade e sabedoria transmitidos durante a execucao deste trabalho. Agradeco igualmente ao Professor

Fernando Silva pela disponibilidade demonstrada.

De seguida queria agradecer aos meus pais, pelo constante apoio e motivacao e transmissao dos

seus valores e educacao que hoje me permitiram chegar aqui.

Um especial agradecimento aos meus avos, irmas e restante famılia por marcarem presenca nos

momentos bons e menos bons da vida.

Gostaria de agradecer a Francisca pelo constante apoio e motivacao ao longo deste meu percurso

academico.

Um especial agradecimento aos meus amigos de sempre e amigos de curso pelo companheirismo

e amizade que tornaram esta experiencia ainda mais especial.

Por fim, gostaria de deixar o meu agradecimento a professora Ana Teresa Freitas pela orientacao

no decorrer do curso.

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Resumo

Neste trabalho, estudou-se e projectou-se um conversor AC-DC elevador trifasico de CockCroft-Walton,

convertendo tensoes trifasicas para nıveis de tensao de um sistema de transmissao a alta tensao em

corrente contınua, obtendo-se do lado DC uma tensao de 200kV .

E inicialmente feito o estudo do conversor Cockcroft-Walton para uma aplicacao monofasica e pos-

teriormente e feita a conversao para um sistema trifasico. A conversao e feita atraves de um conversor

matricial, aproveitando assim a sua capacidade de controlo da frequencia de saıda, bem como a possi-

bilidade de converter tensoes e correntes trifasicas em tensoes e correntes monofasicas.

E implementado igualmente um sistema de controlo linear da tensao de saıda em cadeia fechada,

com um controlo interno nao linear das correntes trifasicas, garantindo assim nao so o valor de tensao

de saıda desejado, bem como um factor de potencia quase unitario.

Recorrendo ao software de simulacao MATLAB/Simulink, e testado o conversor de modo a verificar

e validar o seu funcionamento, discutindo-se depois os resultados obtidos.

Palavras-chave: Conversor Cockcroft-Walton, Conversor AC-DC, HVDC, Conversor matri-

cial, Controlador de tensao.

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Abstract

In this work, a study was carried out to design a three-phase AC-DC boost converter based on Cockcroft-

Walton, converting a three-phase voltage to a DC voltage level compatible with a HVDC system, rea-

ching in the DC side 200kV .

Initially a study is made with a Cockcroft-Walton converter for a single-phase application and then

converted to a three-phase system. The conversion it is made using a matrix converter, taking advantage

of its capability to control the output frequency, as well as the ability to transform a three-phase voltage

and current into a single-phase voltage and current.

A closed-loop controller is designed to control the output voltage with an inner current loop, ensuring

an unitary power factor as well.

Using the simulation software MATLAB/Simulink, the converter is tested to verify and validate the

proposed converter, discussing afterwards the results

Keywords: Cockcroft-Walton converter, AC-DC converter, HVDC, Matrix converter, Voltage

controller.

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Conteudo

Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v

Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vii

Abstract . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ix

Lista de Tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xiii

Lista de Figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xv

Lista de Variaveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xvii

1 Introducao 1

1.1 Motivacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2 Sistema HVDC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.3 Objectivos e Organizacao da Dissertacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 Conversor de Cockcroft-Walton 5

2.1 Circuito de Villard Doubler e Greinacher . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.2 Half Wave Cockcroft-Walton Voltage Multiplier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

3 Conversor AC-DC elevador monofasico de Cockroft-Walton 15

3.1 Princıpio de funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3.2 Analise do conversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.3 Dimensionamento do Conversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3.3.1 Condensadores DC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3.3.2 Bobina de filtragem AC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3.3.3 Semicondutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

3.4 Controlo da Tensao DC de saıda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

3.4.1 Controlo Nao Linear de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

3.4.2 Controlo Linear de Tensao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3.5 Exemplo de aplicacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

4 Conversor elevador AC-DC trifasico de Cockcroft-Walton 33

4.1 Conversor Matricial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

4.2 Analise do Conversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

4.3 Controlo da Tensao DC de saıda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

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4.3.1 Controlo Nao Linear de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

4.3.2 Controlo Linear de Tensao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

4.4 Dimensionamento do Conversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

4.4.1 Condensadores DC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

4.4.2 Filtro indutivo na ligacao AC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

4.4.3 Semicondutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

4.5 Exemplo de aplicacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

5 Conclusao 57

Bibliografia 59

A Esquematicos dos blocos criados no Simulink 61

A.1 Sincronizacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

A.2 Erro ILK . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

A.3 Sector/Modo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

A.4 Sinais de disparo dos semicondutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

B Turbina SeaTitan 65

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Lista de Tabelas

3.1 Comportamento da corrente na bobina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3.2 Estados dos quatro semicondutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3.3 Parametros do circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

4.1 Estados possıveis dos seis interruptores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

4.2 Sector e braco fixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

4.3 Comportamento das correntes de entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

4.4 Parametros do circuito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

xiii

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Lista de Figuras

2.1 Circuito de Greinacher e Villard. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.2 Evolucao temporal das tensoes Vin

(Vermelho) e VBG

(Preto) . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.3 Half-Wave Cockcroft-Walton Voltage Multiplier. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.4 Half-Wave Cockcroft-Walton Voltage Multiplier na alternancia positiva. . . . . . . . . . . . 8

2.5 Half-Wave Cockcroft-Walton Voltage Multiplier alternancia na negativa. . . . . . . . . . . 8

2.6 Tensao na Carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2.7 Aproximacao do grafico na tensao de carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2.8 Tensao nos condensadores com ındice par. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

2.9 Tensao da rede e dos condensadores de ındice ımpar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

2.10 Tensao e corrente de entrada no conversor Cockcroft-Walton. . . . . . . . . . . . . . . . . 13

3.1 Conversor AC-DC elevador monofasico de Coccroft-Walton. . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.2 Interruptores bidirecionais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.3 Modo I Estado I. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.4 Modo I Estado II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3.5 Modo II Estado I. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

3.6 Modo II Estado II. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

3.7 Modo III Estado II. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

3.8 Modo IV e Estado II. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

3.9 Corrente iLs. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

3.10 Esquema do Controlo do Sistema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

3.11 Modelo do controlador de Corrente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

3.12 Circuito equivalente visto da carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

3.13 Diagrama de Blocos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

3.14 Compensador PI com limitador de antiembalamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

3.15 Tensao aos terminais do conversor CW (V�

). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

3.16 Controlo do factor de potencia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

3.17 Tensao de saıda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

3.18 Tensao aos terminais dos condensadores 6 e 8. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

4.1 Conversor matricial trifasico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

xv

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4.2 Representacao das seis zonas de localizacao das tensoes de entrada. . . . . . . . . . . 36

4.3 Sector I Modo I e Estado 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

4.4 Sector I Modo I e Estado 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

4.5 Sector I Modo I e Estado 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

4.6 Sector I Modo I e Estado 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

4.7 Sector I Modo II e Estado 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4.8 Sector I Modo II e Estado 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4.9 Sector I Modo II e Estado 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

4.10 Sector I Modo II e Estado 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

4.11 Esquema de Controlo do Sistema Trifasico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

4.12 Circuito equivalente visto da carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

4.13 Diagrama de Blocos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

4.14 Esquema de Blocos no Simulink. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

4.15 Tensao de saıda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

4.16 Aproximacao do grafico da tensao de saıda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

4.17 Tensao e corrente na fase A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

4.18 Corrente de entrada no conversor CW. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

4.19 Correntes trifasicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

4.20 Analise FFT da corrente na fase A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

4.21 Aproximacao do grafico da tensao de saıda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

4.22 Analise FFT da corrente na fase A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

xvi

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Lista de Variaveis

�Vo,f

o

Ripple da tensao de saıda afectado pela frequencia de entrada no conversor Cockcroft-Walton

�Vo,f

s

Ripple da tensao de saıda afectado pela frequencia da tensao de alimentacao

�Vo

Queda de tensao a saıda do conversor

�Vo

Ripple na tensao de saıda

� Variavel de controlo dos interruptores do conversor monofasico

�k

Identificacao do braco do conversor matricial trifasico

�k

Variavel de controlo dos interruptores do conversor trifasico

!s

Frequencia angular da tensao de alimentacao

" Erro nas correntes de entrada do conversor matricial

Ci

Capacidade de cada condensador no conversor Cockcroft-Walton

Di

Identificacao do dıodo do conversor Cockcroft-Walton

ei

Lk

Erro na corrente de alimentacao do conversor trifasico

fo

Frequencia de saıda do conversor matricial/Frequencia de entrada no conversor Cockcroft-

Walton

fs

Frequencia da tensao de alimentacao

fTc

Frequencia PWM

H Ganho de realimentacao do controlador de tensao

I Corrente de saıda do conversor Cockcroft-Walton

i↵

Componente ↵ da corrente de entrada no conversor matricial

i�

Componente � da corrente de entrada no conversor matricial

i�

Corrente de entrada do conversor Cockcroft-Walton

id

Componente d da corrente de entrada no conversor matricial

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iLkef

Corrente eficaz nas tres fases de entrada no conversor matricial

iLkref

Corrente trifasica de referencia de entrada no conversor matricial

iLk

Corrente nas tres fases de entrada no conversor matricial

iLsef

Valor eficaz da corrente de alimentacao do conversor monofasico

iLsref

Corrente de alimentacao de referencia do conversor monofasico

iLs

Corrente de alimentacao do conversor monofasico

imaxef

Valor nominal eficaz da corrente nos dıodos e interruptores

Im

Valor maximo da corrente de alimentacao do conversor trifasico

iq

Componente q da corrente de entrada no conversor matricial

k Variavel de identificacao de fase

Ki

Ganho integral

Kp

Ganho proporcional

Kw

Ganho de anti-embalamento

L Coeficiente de inducao

Lk

Coeficiente de inducao das bobines do conversor trifasico

Lsmax

Valor maximo do coeficiente de inducao da bobine do conversor monofasico

Ls

Coeficiente de inducao da bobine do conversor monofasico

N Neutro

n Numero de nıveis do conversor Cockcroft-Walton

nopt

Numero de nıveis optimo do conversor Cockcroft-Walton

Pi

Potencia de entrada

Po

Potencia de saıda

Qn

Carga presente em cada nivel do conversor Cockcroft-Walton

R Resistencia de saıda do conversor Cocroft-Walton

S1 Interruptor 1 no conversor monofasico

S2 Interruptor 2 no conversor monofasico

S3 Interruptor 3 no conversor monofasico

S4 Interruptor 4 no conversor monofasico

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SA1 Interruptor 1 no braco A do conversor matricial

SA2 Interruptor 2 no braco A do conversor matricial

SB1 Interruptor 1 no braco B do conversor matricial

SB2 Interruptor 2 no braco B do conversor matricial

SC1 Interruptor 1 no braco C do conversor matricial

SC2 Interruptor 2 no braco C do conversor matricial

Td

Atraso estatıstico do controlador de tensao

Tp

Constante de tempo do polo do compensador do controlador de tensao

Tz

Constante de tempo do zero do compensador do controlador de tensao

V↵

Componente ↵ da tensao de entrada no conversor matricial

V�

Componente � da tensao de entrada no conversor matricial

V�

Tensao de entrada do conversor Cockcroft-Walton

VAB

Tensao composta entre fase A e B na entrada do conversor matricial

Va

Tensao alternada na fase a

VBC

Tensao composta entre fase B e C na entrada do conversor matricial

Vb

Tensao alternada na fase b

VCA

Tensao composta entre fase C e A na entrada do conversor matricial

VCi,max

Tensao maxima aos terminais de cada condensador

VCi

Tensao aos terminais dos condensadores no conversor Cockcroft-Walton

V +Ci

Tensao aos terminais dos condensadores no conversor Cockcroft-Walton na alternancia positiva

da tensao de alimentacao

V �Ci

Tensao aos terminais dos condensadores no conversor Cockcroft-Walton na alternancia nega-

tiva da tensao de alimentacao

Vc

Tensao alternada na fase c

VDmax

Tensao nominal dos dıodos

VImax

Tensao nominal dos interruptores

Vinef

Tensao eficaz de alimentacao do conversor monofasico

Vin

Tensao de alimentacao do conversor monofasico

xix

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Vkef

Tensao simples eficaz das 3 fases de entrada no conversor matricial

VkN

Tensao simples das 3 fases de entrada no conversor matricial

VLk

Tensao nas bobines do conversor trifasico

VLs

Tensao aos terminais da bobine do conversor monofasico

Vm

Valor maximo da tensao de alimentacao do conversor trifasico

Vo,max

Tensao de saıda maxima do conversor Cockcroft-Walton

Voref

Tensao de saıda de referencia do conversor Cockcroft-Walton

Vo

Tensao de saıda do conversor Cockcroft-Walton

xx

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Capıtulo 1

Introducao

1.1 Motivacao

Com a evolucao da sociedade assente cada vez mais num maior consumo e dependencia de energia

electrica, e com a vertente ambiental a ser uma parte integrante dos objectivos da polıtica energetica,

novas fontes de energia surgiram de forma a diminuir as emissoes de dioxido de carbono, resultante da

queima de materiais fosseis.

Daqui resultou numa maior procura de producao de energia electrica limpa, ou seja, obtida atraves

de fontes de energia renovavel. Actualmente, a energia eolica e vista como uma das mais promissoras

[1] e, como muitas das melhores localizacoes em terra para parques eolicos se encontram ocupadas,

a instalacao de turbinas no mar (offshore) figura-se como uma boa solucao, pois revela vantagens que

nao se observam em terra, tais como a velocidade do vento ser em media 20% superior, apresentando

um potencial de aproveitamento enorme. Devido a geracao de potencia reactiva nos cabos submarinos,

para grandes distancias da costa, torna-se imperativo a transmissao em corrente contınua a alta tensao

(High Voltage Direct Current – HVDC).

Com um forte investimento futuro em parques eolicos offshore, com as vantagens e necessidades de

efectuar a transmissao de energia em corrente contınua a alta tensao e com os avancos na electronica

de potencia, esta dissertacao centra-se numa nova topologia de forma a obter nıveis de tensao de um

sistema HVDC, baseado em conversores matriciais e no conversor Cockcroft-Walton (CW).

1

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1.2 Sistema HVDC

Apesar das primeiras centrais electricas gerarem tensoes contınuas, a invencao do transformador, per-

mitindo variar facilmente os nıveis de tensao para o transporte, distribuicao e utilizacao de energia,

tal como as maquinas de inducao que apresentam vantagens relativamente as maquinas de corrente

contınua, permitiram a predominancia da corrente alternada em relacao a corrente contınua. Nao obs-

tante, as vantagens evidenciadas pela corrente contınua em algumas aplicacoes, tais como o transporte

para longas distancias, e com o desenvolvimento de dispositivos electronicos capazes de processar

potencias elevadas, permitiram considerar novamente a corrente continua como forma de transmissao

de energia electrica [2].

Com o primeiro sistema de transmissao HVDC a iniciar-se em 1930 por uma empresa Sueca, ASEA,

que utilizava valvulas de vapor de mercurio, com o aparecimento dos tirıstores e mais tarde do IGBT (In-

sulated Gate Bipolar Transitor), os sistemas de transmissao HVDC, apresentam as seguintes vantagens

relativamente aos sistemas de corrente alternada convencionais [2, 3]:

• Maior potencia de transmissao para grandes distancias, com menores perdas de transmissao;

• Possibilidade de interligacao de duas redes com frequencias e tensoes diferentes;

• Interligacao de redes sem aumento da potencia de curto-circuito;

• Controlo do transito de potencia.

No entanto, existem igualmente algumas desvantagens:

• Geracao de harmonicas de corrente, sendo necessario a utilizacao de filtros de maneira a evitar

a injecao nas redes de corrente alternada;

• Elevados custos associados aos conversores;

Dentro das tecnologias utilizadas para a transmissao de energia em corrente contınua, existem duas

que se apresentam como as principais para parques eolicos offshore [4]:

HVDC LCC (Line-Commutaded Current Source)

Sendo uma tecnologia ja bem conhecida, tendo sido pela primeira vez utilizada na Suecia em 1954, de

maneira a fornecer energia electrica a ilha de Gotland [3], torna-se uma tecnologia dispendiosa caso

nao seja utilizada para transportar grandes quantidades de energia a grandes distancias. Apresentando

as vantagens ja mencionadas, este sistema apresenta desvantagens no que respeita ao controlo da

potencia activa e reactiva e a religacao do sistema apos uma interrupcao, sendo para isso necessario

um sistema suplementar.

2

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HVDC VSC (Voltage Source Converter)

Com o aparecimento do IGBT e a sua crescente utilizacao para valores de tensao e corrente mais

elevados, surgiram novas possibilidades para o sistema HVDC, apresentando vantagens comparativa-

mente a tecnologia anterior. Recorrendo a modulacao PWM (Pulse Width Modulation) e possıvel o con-

trolo independente da potencia activa e reactiva, permite a realizacao de black-start, tal como um facil

controlo das tensoes alternadas sinusoidais (possibilidade de grid-forming) e da tensao no andar DC.

Como desvantagens, a utilizacao de uma modulacao PWM da origem a maiores perdas de comutacao

e harmonicas de alta frequencia. Apresenta-se tambem como uma tecnologia mais dispendiosa devido

a utilizacao de IGBTs.

1.3 Objectivos e Organizacao da Dissertacao

O objectivo desta Dissertacao passa pelo desenvolvimento e simulacao atraves do software MATLAB/Simulink

de uma topologia baseada no conversor Cockcroft-Walton, convertendo a tensao alternada gerada por

uma turbina eolica offshore, para nıveis de tensao compatıveis com um sistema de transmissao em

corrente contınua em alta tensao.

Para tal, esta Dissertacao encontra-se dividida em cinco capıtulos:

No capıtulo 1 e feita uma introducao ao tema e motivacao do trabalho.

No capıtulo 2 realiza-se um estudo sobre o princıpio de funcionamento do conversor utilizado,

Cockcroft-Walton, obtendo-se formulas matematicas que ajudem a descrever o conversor, e validando-

as atraves da simulacao no programa MATLAB/Simulink.

No capitulo 3 introduz-se a base da topologia a utilizar no sistema trifasico. Utilizando um conversor

matricial monofasico e feito o estudo com a ligacao ao conversor CW, sendo obtidas expressoes que

ajudam a dimensionar o controlador proposto de maneira a garantir a tensao pretendida a saıda e um

factor de potencia unitario.

No capitulo 4 e dado o seguimento da analise realizada no capıtulo anterior, fazendo uma analogia

do sistema utilizado, para o sistema trifasico. Atraves de um conversor matricial trifasico, convertem-se

as tensoes trifasicas em monofasicas, acoplando assim o conversor matricial ao conversor CW. Apos o

dimensionamento do controlador e dos diferentes componentes constituintes do conversor, recorre-se

ao programa de simulacao de maneira a testar a topologia proposta.

Por fim, no capıtulo 5, apresentam-se as conclusoes do trabalho desenvolvido e sao apresentadas

propostas de trabalho futuro.

3

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4

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Capıtulo 2

Conversor de Cockcroft-Walton

Neste capıtulo e feita uma introducao ao gerador de Cockcroft-Walton e ao seu princıpio de funciona-

mento na conversao de tensao alternada em contınua.

2.1 Circuito de Villard Doubler e Greinacher

Em 1921 o fısico H. Greinacher deu a conhecer os multiplicadores de tensao, atraves do circuito re-

presentado na Figura 2.1(a), que surge da adicao de um condensador e um dıodo ao Villard voltage

doubler presente na Figura 2.1(b) [5].

1VVin

� +C1

D1 D2

+�C2

A

G

B

C

(a) Circuito de Greinacher

1VVin

� +C1

D1

A

G

B

(b) Circuito de Villard voltage doubler

Figura 2.1: Circuito de Greinacher e Villard.

O Villard voltage doubler, conhecido assim devido ao fısico e quımico Paul Ulrich Villard, funciona

como um Diode Clamper, ou seja, permite adicionar um offset na tensao de saıda, que resulta da

sobreposicao do sinal de entrada com a componente contınua adicionada pelo condensador presente,

alterando o seu valor medio. Durante o ciclo negativo, o dıodo D1 (Figura 2.1(b)) encontra-se directa-

mente polarizado, carregando assim o condensador C1 ate a tensao de pico da fonte de alimentacao, e

permitindo que no ponto B estejam presentes 0V. Na outra metade do ciclo, D1 funciona como circuito

aberto, originando assim uma tensao VBG

de 2V de pico. Tem-se assim uma forma de onda VBG

em

5

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concordancia de fase com a da entrada, mas com um offset introduzido pela componente contınua aos

terminais do condensador [6].

t

V

2

1

�1

Figura 2.2: Evolucao temporal das tensoes Vin

(Vermelho) e VBG

.

A adicao de um dıodo e um condensador na disposicao presente na Figura 2.1(a), introduz uma

tensao VCG

contınua. Com um comportamento igual no ciclo negativo ao Villard voltage doubler, tem-

se no ciclo positivo, o dıodo D1 ao corte e D2 a conduzir, carregando o condensador C2 ate a tensao

de pico da onda VBG

.

2.2 Half Wave Cockcroft-Walton Voltage Multiplier

O gerador Cockcroft-Walton presente na Figura 2.3, converte tensao alternada em tensao continua,

elevando o valor desta. Foi proposto em 1932 pelos fısicos John Cockcroft e Ernest Walton de forma

a alimentar o seu acelerador de partıculas, e e baseado na topologia anteriormente apresentada pelo

fısico H. Greinacher [7].

Desde entao muito trabalho tem sido desenvolvido com os multiplicadores de tensao, sendo que o

mais comum e utilizado e o Half-Wave Cockcroft-Walton Voltage Multiplier. Teoricamente, para um unico

nıvel do gerador, uma tensao alternada de amplitude E e convertida a saıda numa tensao contınua 2E

atraves da transferencia de carga de um condensador para outro durante meio ciclo, e na outra metade

do ciclo o primeiro condensador e recarregado sem descarregar o seguinte. Adicionando varios nıveis

e em condicao de carga nula teremos [8]:

Vo

= 2nE (2.1)

Onde n representa o numero de nıveis do gerador e Vo

a tensao de saıda.

Quando e ligada uma carga aos terminais de saıda do multiplicador de Cockcroft Walton, a tensao

de saıda e menor do que a calculada em (2.1) devido as quedas de tensao e impedancia dos conden-

sadores. E assim observado uma queda de tensao, �Vo

e igualmente um ripple na tensao de saıda,

�Vo

[9].

Para o estudo que se segue, foi assumido que:

6

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• Q1 = nQn

;

• Os dıodos sao ideais ;

• A constante de tempo 1RC

do condensador e muito inferior ao perıodo da tensao de alimentacao;

Para o calculo do ripple na tensao de saıda, e essencial ter em consideracao a aproximacao feita

por Cockcroft e Walton:

Q1 = nQn

(2.2)

onde a carga que flui no primeiro nıvel, e n vezes superior a carga que flui no nıvel n. Com esta

aproximacao, a flutuacao que se observa na tensao de saıda e dada por:

�Vo

=�Q

C2+

2�Q

C4+ ...+

n�Q

Cn

(2.3)

Assumindo que a capacidade nos diferentes condensadores e igual (C = C1 = C2 = Cn

), obtem-se:

�Vo

=�Q

C(1 + 2 + ...+ n) (2.4)

Resolvendo a progressao aritmetica e considerando:

�Q =I

fs

(2.5)

onde I representa a corrente de saıda e fs

a frequencia da tensao de alimentacao, obtem-se:

�Vo

=I

fs

C

n(n+ 1)

2(2.6)

Vin

� +VC1

D1 D2

+�VC2

A

G

B

C

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

Figura 2.3: Half-Wave Cockcroft-Walton Voltage Multiplier.

A analise que se segue, tem como objectivo observar a queda de tensao que se verifica ao termi-

nal positivo do condensador C2n e ao ground para n nıveis. O estudo e baseado na transferencia de

cargas que ocorrem entre condensadores em regime estacionario, nas alternancias positivas e nega-

tivas da tensao de entrada do circuito. E possıvel constatar atraves das figuras 2.4 e 2.5 as diferentes

trocas consoante os dıodos que se encontram em conducao. Como ja foi anteriormente referido, nas

alternancias negativas, os dıodos com ındice ımpar encontram-se em conducao, tendo sido representa-

dos nas figuras 2.4 e 2.5 como curto-circuitos, ao passo que, nas alternancias positivas, os dıodos com

7

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ındices pares estao, por sua vez, em conducao. De forma a melhor entender o processo, e necessario

ter em conta que por cada carga entregue a saıda, essa mesma carga, percorreu anteriormente a

associacao em cascata de condensadores que perfaz o circuito. Se �Qn

e entregue a C2n durante

o ciclo K positivo, tera sido entao depositada no ciclo K negativo em C(2n�1), e em C(2n�2) no ciclo

(K � 1) positivo, e assim sucessivamente [10].

Vin

+�V +C1

n�Qn

+�V +C3

(n� 1)�Qn

+�V +C2

(n� 1)�Qn

+�V +C4

(n� 2)�Qn

...

...

... +�V +C(2n�2)

+�V +C(2n�1)

�Qn

C2n

+

Vo�Q �Q

Figura 2.4: Half-Wave Cockcroft-Walton Voltage Multiplier na alternancia positiva.

Vin

+�V �C1

n�Qn

+�V �C3

(n� 1)�Qn

+�V �C2

(n� 1)�Qn

+�V �C4

(n� 2)�Qn

...

...

...+�

V �C(2n�2)

�Qn

+�V �C(2n�1)

�Qn

�Q �Q �Q

Figura 2.5: Half-Wave Cockcroft-Walton Voltage Multiplier na alternancia negativa.

Na alternancia negativa, da figura 2.5 obtem-se:

V �C1 = V

in

(2.7)

Na alternancia positiva, e retirada a carga n�Qn

de C1, pelo que:

V +C1 = V �

C1 �n�Q

n

C1= V

in

� n�Qn

C1(2.8)

Atraves da mesma malha na figura 2.4:

V +C2 = V +

C1 + Vin

= 2Vin

� n�Qn

C1(2.9)

Apos mais meio-ciclo

V �C2 = V +

C2 �(n� 1)�Q

n

C2= 2V

in

� n�Qn

C1� (n� 1)�Q

n

C2= V �

C3 (2.10)

Continuando o mesmo processo

8

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V +C3 = V �

C3 �(n� 1)�Q

n

C3= 2V

in

� n�Qn

C1� (n� 1)�Q

n

C2� (n� 1)�Q

n

C3(2.11)

Para V +C(2n�1) obtem-se

V +C(2n�1) = 2V

in

� n�Qn

C1� (n� 1)�Q

n

C2� (n� 1)�Q

n

C3� · · ·� �Q

n

C(2n�2)� �Q

n

C(2n�1)(2.12)

Apos a determinacao das tensoes para os condensadores com ındice ımpar na alternancia positiva,

atraves da figura 2.4 obtem-se a tensao de saıda:

Vo

= Vin

+ V +C1 + V +

C3 + · · ·+ V +C(2n�1) (2.13)

Vo

= 2nVin

� n2�Qn

C1� (n� 1)2�Q

n

C2� (n� 1)2�Q

n

C3� · · ·� �Q

n

C(2n�2)� �Q

n

C(2n�1)(2.14)

Verifica-se pela equacao (2.14), que a queda de tensao presente em cada nıvel do gerador, e in-

troduzida pelos condensadores que o antecedem e pelo condensador de ındice ımpar desse mesmo

nıvel.

Utilizando o resultado da equacao (2.6):

Vo

= 2nVin

� I

fs

C[n2 + 2

n�1X

i=1

(n� i)2]

Vo

= 2nVin

� I

fs

C(2n3

3+

n

3) (2.15)

�Vo

=I

fs

C(2n3

3+

n

3) (2.16)

O valor maximo da tensao de saıda esta relacionado com o numero de nıveis do gerador (2.1). No

entanto, de (2.16) constata-se que a queda de tensao no conversor depende do numero de nıveis n

elevado ao cubo, pelo que tera um crescimento superior a 2nVin

. De forma a obter um valor optimizado

da tensao de saıda em funcao do numero de nıveis calcula-se o maximo da funcao (2.15). Para tal,

calcula-se a derivada de (2.15) em ordem a n e iguala-se a zero [11]:

@Vo

@n=

@

@n2nV

in

� @

@n

I

Cfs

(2n3

3+

n

3) = 2V

in

� I

fs

C(2n2 +

1

3) = 0 (2.17)

O valor optimo do numero de nıveis e dado por:

nopt

=

rVin

fs

C

I� 1

6(2.18)

9

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Exemplo de aplicacao

De forma a validar as equacoes atras obtidas, recorreu-se ao programa de simulacao MATLAB/Simulink.

Nesta primeira fase de testes, nao foi tida em conta a tensao maxima suportada pelos semicondu-

tores e a tensao nominal dos condensadores.

Consideracoes iniciais:

• Tensao de alimentacao: Vin

=p2 · 230sin(wt) V ;

• Frequencia: 50 Hz;

• Tensao de saıda pretendida: 6500 V ;

• Potencia de saıda: 10000 W ;

• Resistencia de saıda: 4225 ⌦;

De (2.1) calcula-se o numero de nıveis necessarios:

n =Vo

2E⇡ 9, 99 ⇡ 10 (2.19)

Para o dimensionamento dos condensadores, recorreu-se a equacao (2.16).

Para uma queda de tensao menor que 100V e considerando que a corrente de saıda e dada porVo

R:

C > 206mF (2.20)

Atraves da equacao (2.6) obtem-se o valor teorico esperado para o ripple na tensao de saıda.

�Vo

⇡ 8.2V (2.21)

Resultados

Utilizando o programa de simulacao, com os diferentes parametros calculados anteriormente, procura-

se comparar valores teoricos e de simulacao das equacoes (2.6) e (2.16).

Pela figura 2.6 e possıvel observar uma queda de tensao muito pouco superior a 100V, aproximando-

se assim do valor utilizado para o dimensionamento dos condensadores. Aproximando a curva de

tensao na zona de regime estacionario (figura 2.7), constata-se um ripple muito proximo dos 8V, tal

como seria de esperar pelos calculos ja efectuados, validando assim a equacao (2.6).

10

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0 5 10 15 20 250

2000

4000

6000

8000

Tempo (s)

Vo (V

)

Figura 2.6: Tensao na Carga.

24.36 24.38 24.4 24.42 24.44 24.46 24.48

6384

6386

6388

6390

Tempo (s)

Vo (V

)

Figura 2.7: Aproximacao do grafico na tensao de carga.

11

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Algumas consideracoes importantes podem ser retiradas atraves do seguinte conjunto de figuras.

Na figura 2.8 observam-se as tensoes aos terminais dos primeiros tres condensadores com ındice par

e aos terminais do ultimo, verificando-se uma diferenca de potencial muito proxima para cada um dos

condensadores, representando assim uma vantagem no dimensionamento dos proprios em cada nıvel

do conversor.

0 5 10 15 20 250

200

400

600

800

1000

Tempo (s)

VC2

(V)

(a) Tensao no condensador VC2

0 5 10 15 20 250

200

400

600

800

1000

Tempo (s)

VC4

(V)

(b) Tensao no condensador VC4

0 5 10 15 20 250

200

400

600

800

1000

Tempo (s)

VC6

(V)

(c) Tensao no condensador VC6

0 5 10 15 20 250

200

400

600

800

1000

Tempo (s)

VCn

(V)

(d) Tensao no condensador VCn

Figura 2.8: Tensao nos condensadores com ındice par.

Na figura 2.9 verifica-se entao o que foi discutido anteriormente sobre o circuito Villard Doubler.

Para n nıveis, observa-se o offset introduzido pelos condensadores de ındice ımpar no nıvel seguinte

do conversor relativamente a tensao de entrada.

5 5.05 5.1 5.15 5.2 5.25 5.3−500

0

500

1000

1500

2000

2500

Tempo (s)

Tens

ão n

os C

onde

nsad

ores

(V)

VC1GVC3GVC5GVin

Figura 2.9: Tensao da rede e dos condensadores de ındice ımpar.

12

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39 39.01 39.02 39.03 39.04 39.05 39.06 39.07 39.08 39.09 39.1−500

0500

Tempo (s)

Vin(

V)

39 39.01 39.02 39.03 39.04 39.05 39.06 39.07 39.08 39.09 39.1−500

0500

Tempo (s)

Iin(A

)

Figura 2.10: Tensao e corrente de entrada no conversor Cockcroft-Walton.

13

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14

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Capıtulo 3

Conversor AC-DC elevador

monofasico de Cockroft-Walton

A topologia presente na figura 3.1, pode ser vista como um conversor matricial monofasico AC/DC,

apresentando um comportamento identico a um rectificador elevador. Na topologia representada na

figura 2.3 nao existe possibilidade de regulacao do factor de potencia, que normalmente e baixo, nem

da corrente de entrada, que habitualmente apresenta um elevado conteudo harmonico. A utilizacao

de semicondutores totalmente comandados, permite aplicar tecnicas de modulacao por largura de im-

pulso (PWM - Pulse Width Modulation). Desta forma, e possıvel reduzirem-se as harmonicas de baixa

frequencia presentes na corrente de entrada e obter factores de potencia quase unitarios.

Cada interruptor presente no conversor matricial e constituıdo pelos transıstores na figura 3.2, ga-

rantido assim a bidireccionalidade da corrente.

Vin

+ �VLs

iLs

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

S1S3

S2S4

+

V�

Figura 3.1: Conversor AC-DC elevador monofasico de Coccroft-Walton.

Figura 3.2: Interruptores bidirecionais.

15

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3.1 Princıpio de funcionamento

Devido a topologia do conversor matricial e a do gerador CW, teremos quatro modos de funcionamento,

onde cada modo ira apresentar dois estados. Para a alternancia positiva da tensao de alimentacao

tem-se:

Modo I

• Estado I;

Neste Modo e Estado, teremos os semicondutores S1 e S3 em conducao e S2 e S4 ao corte ,

transferindo assim, energia da fonte de alimentacao para a bobina durante o perıodo 0 < t < �Tc

.

• Estado II;

Para o estado II, durante �Tc

< t < Tc

conduzem os semicondutores S1 e S4, transferindo a energia

armazenada na bobina para o conversor CW, fechando a malha pelos dıodos de ındice par.

Modo II

• Estado I;

Para o modo II e estado I teremos um processo semelhante onde se encontravam em conducao

S1 e S3, tem-se agora S2 e S4.

• Estado II;

O mesmo acontece para o estado II com os semicondutores S2 e S3 ligados, com a alteracao de a

malha se fechar pelos dıodos de ındice ımpar.

Modo III e IV

Estes dois modos tem exactamente a mesma combinacao respectivamente, mas pela tensao de en-

trada se encontrar na alternancia negativa, no estado II do modo III e IV a polarizacao dos dıodos e

alterada, alterando o caminho pelo qual a malha se fecha.

Para o funcionamento dos diferentes Modos e Estados, e proposta a utilizacao de duas frequencias

independentes para o comando do conversor. Uma das frequencias, designada por fTc

, e destinada

ao sinal de disparo dos semicondutores S3 e S4 alterando assim entre o estado I e II de forma a

aplicarem-se processos de correcao de factor de potencia. A frequencia subsequente determina a

frequencia de saıda do conversor matricial (fo

), podendo assim reduzir o ripple na tensao de saıda.

Alternando os semicondutores S1 e S2 e estabelecido o Modo I,II na alternancia positiva e III e IV

na alternancia negativa.

Para a analise, sao tidas em conta as seguintes consideracoes:

• Todos os componentes do conversor sao ideais, nao ocorrendo perdas no sistema;

16

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• Todos os condensadores presentes no gerador CW sao suficientemente grandes, de forma a que

o ripple e a queda de tensao aos seus terminais, em condicoes de carga razoaveis possam ser

desprezados;

• O conversor encontra-se a funcionar em regime estacionario

• Durante a desmagnetizacao da bobina, apenas um dıodo se encontra em conducao [12];

Define-se entao a tensao em cada condensador:

VCi

=

8><

>:

VC

, para i=1.

2VC

, para i = 2,3,...,2n..(3.1)

onde VC

e a tensao de pico aos terminais dos condensadores do conversor CW e i o ındice de cada

um dos condensadores. Para um conversor CW de n nıveis, a tensao de saıda e igual a soma de todos

os condensadores de ındice par:

Vo

= 2nVC

(3.2)

Substituindo (3.2) em (3.1), relaciona-se a tensao aos terminais de cada condensador com a tensao

de saıda:

VCi

=

8><

>:

V

o

2n , para i=1.

V

o

n

, para i = 2,3,...,2n..(3.3)

3.2 Analise do conversor

A seguinte analise, tal como ja foi referido, encontra-se dividida em IV Modos. Os dois primeiros

Modos, estudam o conversor para iLs

> 0, e os dois seguintes para iLs

< 0.

Modo I Estado I

Vin

+ �VLs

iLs

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

S1S3

S2S4

+

V�

Figura 3.3: Modo I Estado I.

17

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Por analise da figura 3.3, fechando-se a malha pelos semicondutores S1 e S3 obtem-se:

8>>>><

>>>>:

VLs

= Vin

.

V�

= 0.

i�

= 0.

(3.4)

Neste estado os condensadores de ındice par descarregam-se sobre a carga.

Modo I Estado II

Vin

+ �VLs

iLs

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

S1S3

S2S4

+

V�

Figura 3.4: Modo I Estado II

Com os interruptores S1 e S4 em conducao, se a corrente AC for positiva os dıodos com ındice

par encontram-se directamente polarizados. Fechando a malha no primeiro nıvel do conversor CW,

obtem-se:

8>>>>><

>>>>>:

�Vin

+ VLs

� VC1 + V

C2 = 0 , VLs

= Vin

� Vo

2n.

V�

= VC2 � V

C1.

i�

= iLs

.

(3.5)

Neste modo de operacao os condensadores de ındice ımpar descarregam e os condensadores de

ındice par carregam.

18

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Modo II Estado I

Vin

+ �VLs

iLs

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

S1S3

S2S4

+

V�

Figura 3.5: Modo II Estado I.

Com um comportamento identico ao Modo I e Estado I, a unica variante passa por a malha que

contem a tensao de alimentacao e a bobina se fechar pelos interruptores S2 e S4.

8>>>><

>>>>:

VLs

= Vin

.

V�

= 0.

i�

= 0.

(3.6)

Os condensadores de ındice par descarregam-se sobre a carga. A carga dos condensadores de

ındice ımpar nao deve sofrer alteracao.

Modo II Estado II

Vin

+ �VLs

iLs

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

S1S3

S2S4

+

V�

Figura 3.6: Modo II Estado II.

Estando os interruptores S2 e S3 ON, se a corrente AC for positiva os dıodos de ındice ımpar entram

em conducao enquanto os restantes se mantem ao corte. Fechando a malha novamente no primeiro

nıvel do conversor CW, tem-se:

19

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8>>>><

>>>>:

�Vin

+ VLs

+ VC1 = 0.

V�

= �VC1.

i�

= �iLs

.

(3.7)

Neste modo de operacao os condensadores de ındice ımpar carregam e os condensadores de

ındice par descarregam.

Modo III Estado II

Para os seguintes dois Modos, a tensao de entrada encontra-se na alternancia negativa e o comporta-

mento no estado I e igual aos anteriores.

Vin

+ �VLs

iLs

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

S1S3

S2S4

+

V�

Figura 3.7: Modo III Estado II.

Com a mesma configuracao do Modo I e Estado II, onde conduzem os interruptores S1 e S4, se a

corrente iLs

< 0, a polaridade dos dıodos e invertida, passando assim a conducao os dıodos de ındice

ımpar.

8>>>>><

>>>>>:

�Vin

+ VLs

� VC1 = 0 , V

Ls

= Vin

+Vo

2n.

V�

= �V

o

2n .

i�

= iLs

.

(3.8)

Neste caso, os condensadores de ındice ımpar carregam e os condensadores de ındice par descar-

regam.

Modo IV Estado II

Obtem-se novamente uma configuracao igual ao Modo II e Estado II, com S2 e S3 em conducao, e

com os dıodos com ındice par polarizados directamente.

20

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Vin

+ �VLs

iLs

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

S1S3

S2S4

+

V�

Figura 3.8: Modo IV e Estado II.

8>>>>><

>>>>>:

Vin

� VLs

� VC1 + V

C1 = 0 , VLs

= Vin

+Vo

2n.

V�

= V

o

2n .

i�

= �iLs

.

(3.9)

Neste estado, os condensadores de ındice ımpar descarregam e os condensadores de ındice par

carregam.

Concluıdo o estudo e possıvel determinar a evolucao da tensao aos terminais da bobina Ls

:

VLs

=

8>>>><

>>>>:

Vin

� V o

2n , se Vin

> 0 e Estado II.

Vin

, se Estado I.

Vin

+ V o

2n , se Vin

< 0 e Estado II.

(3.10)

do conversor CW:

V�

=

8>>>><

>>>>:

V o

2n , para Modo I e IV e Estado II.

0, Estado I.

�V o

2n , para Modo II e III e Estado II.

(3.11)

e a variacao na corrente iLs

:

diLs

dTc

=

8>>>><

>>>>:

V

in

+V o

2nLs

, se Vin

> 0 e Estado II.

V

in

Ls

, se Estado I.V

in

�V o

2nLs

, se Vin

< 0 e Estado II.

(3.12)

21

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3.3 Dimensionamento do Conversor

3.3.1 Condensadores DC

O criterio utilizado para determinar a capacidade de cada condensador presente no conversor, passa

pelo ripple na tensao de saıda, proveniente da frequencia de alimentacao do conversor matricial e da

frequencia de saıda do mesmo. Na equacao (3.13) encontra-se representado o ripple correspondente

a fo

e em (3.14) a fs

[13].

�Vo,f

o

=I

fo

C

n(n+ 1)

2(3.13)

�Vo,f

s

=nI

2!s

C(3.14)

com !s

= 2⇡fs

.

Pela dificuldade em obter uma equacao para o ripple da tensao de saıda, que resulta da interacao

das duas frequencias independentes, o pior caso advem da soma directa das duas equacoes (3.13)

e (3.14) [13].

�Vo

=nI

C(n!

s

+ !s

+ fo

2fo

!s

) (3.15)

Atraves da equacao (3.3), determina-se a tensao nominal de cada condensador.

VCi,max

=

8><

>:

V

o,max

2n , para i=1.

V

o,max

n

, para i = 2,3,...,2n..(3.16)

com Vo,max

a representar a tensao maxima a saıda, e VCi,max

a tensao maxima em cada conden-

sador.

3.3.2 Bobina de filtragem AC

A equacao diferencial, que descreve o andamento da corrente iLs

(t) ao longo do tempo e:

diLs

dTc

=Vin

± � V o

2n

Ls(3.17)

Assumindo a corrente com variacao linear e que se encontra na alternancia positiva da tensao de

alimentacao e que para � = 0 tem-se um tempo de conducao �Tc

e para � = 1, (1 � �)Tc

obtem-se a

seguinte expressao:

Vo

Vin

=2n

(1� �)(3.18)

de onde se obtem o valor de Vin

em funcao de �:

22

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Vin

=Vo

(1� �)

2n(3.19)

Para � = 0 e substituindo Vin

pela equacao (3.19), obtem-se:

�iLs

=Vin

Ls

fTc

, Ls

=Vo

(1� �)�

2n�iLs

fTc

(3.20)

Para o valor maximo de �iLs

, o valor de Ls

e maximo para � = 12 . Assim L

smax

e dado por:

Lsmax

=Vo

2n4�iLs

fTc

(3.21)

ILsrefILs

Figura 3.9: Corrente iLs.

3.3.3 Semicondutores

No conversor utilizado, existem interruptores e dıodos, pelo que e igualmente importante o estudo das

tensoes e correntes nominais a considerar para cada dispositivo.

A corrente nominal para ambos os semicondutores e dimensionada para os mesmo valores atraves

da relacao entre a potencia de entrada e saıda.

iLsef

=Po

Vinef

(3.22)

com iLsef

e Vinef

a corresponderem aos seus valores eficazes e com Po

a representar a potencia

de saıda:

Po

=V 2o

R(3.23)

A tensao nominal dos interruptores e dos dıodos e obtida de (3.16), onde para os interruptores a

tensao e dada por:

VImax

=Vo,max

2n(3.24)

onde VImax

e a tensao maxima suportada pelos interruptores. Para os dıodos obtem-se:

VDmax

=Vo,max

n(3.25)

23

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com VDmax

a equivaler a tensao nominal dos dıodos presentes no conversor CW.

3.4 Controlo da Tensao DC de saıda

Os conversores comutados a alta frequencia necessitam de ser correctamente controlados, de ma-

neira a poderem garantir tensoes e correntes de uma determinada forma e frequencia. Necessitam

igualmente de satisfazer os requisitos de regulacao exigidos tanto da carga que alimentam, como o do

gerador de energia, caso existam graus de liberdade para o efeito [14].

Para o caso do conversor matricial em questao, onde uma das frequencias de comutacao e inde-

pendente do sinal de controlo, tem-se apenas um grau de liberdade, caracterizado por �, determinando

a abertura ou fecho dos semicondutores S3 e S4 e controlando a corrente iLs

, para qualquer condicao

de carga. Por a dinamica da tensao de saıda ser mais lenta que as correntes AC, e possıvel de forma

indirecta, controlar a tensao a saıda por variacao lenta dessa mesma corrente. O controlo da tensao de

saıda sera dimensionado tendo em conta um sistema linear e invariante no tempo.

Conversor Matricial Conversor Cockcroft-Walton

iLs Vo

Controlador

S1 S2 S3 S4

Modo de condução

fo Vin

Figura 3.10: Esquema do Controlo do Sistema.

3.4.1 Controlo Nao Linear de Corrente

Para controlar a corrente iLs

e utilizado um controlo nao linear de corrente, retirando assim vantagem

dos conversores comutados serem sistemas discretos e com reduzido numero de nıveis numa das

grandezas electricas.

A equacao da dinamica da corrente iLs

e dada por:

24

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diLs

dt=

Vin

± � V o

2n

Ls(3.26)

Com � igual a:

� =

8><

>:

1 ) diLs

dt < 0.

0 ) diLs

dt > 0.(3.27)

De maneira a controlar a corrente iLs

, e obter a forma de onda desejada para alcancar um factor de

potencia unitario, esta deve seguir uma referencia, iLsref

, com erro ei

Ls

nulo:

ei

Ls

= iLsref

� iLs

(3.28)

Sendo o sistema comutado a frequencia finita, em valores instantaneos o erro, ei

Ls

, nao devera ser

sempre nulo, devido a presenca de um tremor na corrente iLs

. O tremor presente e equivalente a um

erro possıvel de limitar no seguinte intervalo:

� " < ei

Ls

< +" (3.29)

Com um tremor maximo igual a:

" =�i

Ls

2(3.30)

Utilizando um comparador com largura de histerese 2", e possıvel definir �:

ei

Ls

> +" ) iLsref

> iLs

) iLs

") diLs

dt> 0 ) � = 0

ei

Ls

< �" ) iLsref

< iLs

) iLs

#) diLs

dt< 0 ) � = 1 (3.31)

Deste modo, a condicao de estabilidade ei

Ls

dei

Ls

dTc

< 0 e atingida, conduzindo a uma frequencia de

comutacao variavel.

Atraves do modelo presente na figura 3.11, utilizando um comparador histeretico, obtem-se o sinal

de comando �

Figura 3.11: Modelo do controlador de Corrente.

Apos a determinacao do valor de �, e necessario avaliar o estado de outras duas componentes de

25

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modo a obter o estado final dos semicondutores S3 e S4.

Uma das componentes a avaliar e a tensao de entrada Vin

, por a derivada da corrente na bobine

apresentar um comportamento diferente consoante se encontra na alternancia positiva ou negativa.

Atraves da equacao (3.26) determina-se a tabela 3.1, obtendo entao a sua evolucao nos dois estados

possıveis.

Vin

> 0 Vin

< 0Estado I Estado II Estado I Estado II

diLs

dTc

> 0 < 0 < 0 > 0

Tabela 3.1: Comportamento da corrente na bobina

De seguida, e necessario verificar o estado de conducao dos semicondutores S1 e S2, que definem

os quatro diferentes modos em conjunto com o sinal da tensao de alimentacao. O Modo de conducao,

como ja foi referido, e definido pela frequencia fo

. Atraves do auxılio de um sinal de perıodo 1f

o

e gerado

o sinal de disparo dos semicondutores, onde para o valor 1 e colocado em conducao o semicondutor

S1 que representa os Modos I e III e para 0 o semicondutor S2 para os Modos II e IV .

A tabela 3.2 representa assim o estados de conducao dos diferentes semicondutores

Vin

> 0 Vin

< 0

Modo I Modo II Modo III Modo IV� 0 1 0 1 0 1 0 1S1 1 1 0 0 1 1 0 0S2 0 0 1 1 0 0 1 1S3 1 0 0 1 0 1 1 0S4 0 1 1 0 1 0 0 1

Tabela 3.2: Estados dos quatro semicondutores

3.4.2 Controlo Linear de Tensao

Depois de dimensionado o controlador de corrente iLs

, e possıvel reduzir o conversor CW a uma fonte

de corrente, visto do lado da carga.

Analisando o circuito da Figura 3.12, substituem-se os n condensadores presentes no conversor

CW por um equivalente com capacidadeC

ne calcula-se a corrente i

c

.

ic

=C

n

dVo

dt= i

Ls

� io

(3.32)

Substituindo a corrente io

por V

o

R

e aplicando a transformada de Laplace a equacao (3.32) fica-se

com:

26

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C2n

...

C2

R Vo

iLs

ic

io

Figura 3.12: Circuito equivalente visto da carga

sC

nVo

= iLs

� Vo

R(3.33)

Desenvolvendo a equacao (3.33), chega-se ao modelo da tensao de saıda:

Vo

= iLs

R

sRC

n+ 1

(3.34)

Na figura 3.13 encontra-se representado o diagrama de blocos, contendo o compensador em cadeia

fechada com um ganho de realimentacao H.

++Voref Tzs + 1

Tps

Compensador

GTds + 1

ILs RsR(C/n)+1

Vo

H

-

Figura 3.13: Diagrama de Blocos.

Efectuando a comparacao entre o valor de tensao a saıda desejado (Voref

) e o valor que se tem a

saıda (Vo

), resultara um erro que sera introduzido no compensador, originando a corrente de referencia

iLsref

. Atraves da corrente de referencia e um controlador de corrente, e gerada a corrente iLs

. O

controlador ira assim fornecer a corrente necessaria de forma a obter o valor desejado a saıda. O

metodo utilizado para o controlo da tensao de saıda, assume que o polo dominante do sistema se

encontra proximo da origem. De maneira a ser garantido igualmente um erro estatico nulo, e utilizado

um compensador Proporcional-Integral (PI).

Cancelando o polo dominante com o zero do compensador, Tz

= R(Cn

) e considerando o ganho de

realimentacao unitario, obtem-se em cadeia fechada:

Vo

(s)

Voref

(s)=

GR

T

p

T

d

s2 + s

T

d

+ GR

T

p

T

d

(3.35)

27

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Utilizando o teorema do valor final, confirma-se o erro estatico igual a zero:

lims!0

Vo

(s)

Voref

(s)= 1 (3.36)

Comparando o denominador da funcao de transferencia obtida na equacao (3.35) com a equacao

de um sistema de 2a ordem escrito na forma canonica, obtem-se a constante de tempo Tp

:

!2n

=GR

Tp

Td

2⇠!n

=1

Td

(3.37)

Tp

= 4⇠2Td

RG (3.38)

Para obter os ganhos proporcional e integral do compensador PI, assume-se ⇠ =p22 .

Kp

=Tz

Tp

(3.39)

Ki

=1

Tp

(3.40)

O controlador utilizado e valido para regimes de pequenas perturbacoes. E possıvel verificar que os

parametros dimensionados dependem da carga do conversor, podendo o limitador interferir na accao

do compensador devido a uma variacao muito acentuada da referencia do sistema, levando a saıda do

controlador PI a saturacao do bloco limitador. Para estas situacoes, sao integrados erros nao significa-

tivos, causados por sobreelevacoes anomalas, originando o fenomeno de saturacao do integrador. De

maneira a evitar esta situacao e utilizado um limitador de antiembalamento, alterando a componente

integral por realimentacao, com Kw

=1

Kp

.

kw

Figura 3.14: Compensador PI com limitador de antiembalamento.

28

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3.5 Exemplo de aplicacao

Para a demonstracao do estudo realizado e feita a implementacao do conversor matricial monofasico

em conjunto com o conversor Cockcroft-Walton recorrendo ao programa de simulacao MATLAB/Simulink.

Nao sendo este o objectivo final da tese, nao foi tida em conta a tensao nominal nem corrente nominal

nos diferentes dispositivos.

Os parametros do circuito encontram-se na Tabela 3.3 :

Parametros Valor Unidade

Vo

30.000 V

Vin

p2(

690p3)sin(!

s

t) V

fs

50 HzfTc

20.000 Hzfo

1500 HzR 10.000 ⌦Ls 0, 0017 HC 0, 000191 Fn 5

Tabela 3.3: Parametros do circuito

Resultados

Uma analise mais detalhada sera realizada no proximo capıtulo, procurando-se demonstrar a implicacao

na alteracao da frequencia de saıda do conversor matricial (fo

), observando as melhorias no ripple da

tensao de saıda do conversor CW.

Como se pode verificar atraves da Figura 3.16 e 3.17, e alcancado um factor de potencia muito

proximo do unitario e e atingida a tensao pretendida de 30kV , apesar de longe da tensao para um sis-

tema HVDC, obtendo-se assim bons resultados para o desenvolvimento e implementacao do objectivo

principal desta tese.

9 9.005 9.01 9.015 9.02 9.025 9.03 9.035 9.04 9.045 9.05−4000

−2000

0

2000

4000

Tempo (s)

V(V

)V'(V)

Figura 3.15: Tensao aos terminais do conversor CW (V�

).

29

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9 9.05 9.1 9.15 9.2 9.25 9.3−1500

−1000

−500

0

500

1000

1500

Tempo (s)

Vin

(V)

(a) Tensao de alimentacao

9 9.05 9.1 9.15 9.2 9.25 9.3−1500

−1000

−500

0

500

1000

1500

Tempo (s)

iLs(A

)

(b) Corrente na Bobine Ls

Figura 3.16: Controlo do factor de potencia.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 100

1

2

3

x 104

Tempo (s)

Vo(V

)

Figura 3.17: Tensao de saıda.

30

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0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 100

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Tempo (s)

VC

6(V

)

(a) Tensao aos terminais do condensador 6

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 100

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Tempo (s)

VC

8(V

)

(b) Tensao aos terminais do condensador 8

Figura 3.18: Tensao aos terminais dos condensadores 6 e 8.

31

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32

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Capıtulo 4

Conversor elevador AC-DC trifasico

de Cockcroft-Walton

Como o principal objectivo desta tese, e a conversao da tensao alternada gerada por uma turbina eolica

offshore, para nıveis de tensao de um sistema de transmissao de energia electrica em corrente continua

a alta tensao, neste capıtulo e proposto e analisado um conversor de Cockcroft-Walton para ser ligado

a um sistema trifasico. A topologia proposta, e apresentada na Figura 4.1. A topologia e composta

por um conversor matricial 3x2, convertendo tensoes e correntes trifasicas em tensoes e correntes

monofasicas. No seguimento da topologia anterior, o conversor apresentara um ganho superior ao

ganho que se observaria num conversor CW convencional, apresentando igualmente, um factor de

potencia proximo do unitario.

Va

Vb

Vc

+ �VLa

iLa

+ �VLb

iLb

+ �VLc

iLc

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

SA1 S

B1 SC1

SA2 S

B2 SC2

N

A

B

C

+

V�

Figura 4.1: Conversor matricial trifasico.

33

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4.1 Conversor Matricial

Assumindo que as tecnicas de PFC sao aplicadas, e que o circuito funciona em MCC (Modo de

conducao contınua), por restricao topologica, o conversor matricial, apresenta oito estados possıveis

de conducao. Considerando os tres diferentes bracos do conversor, tem-se:

�k

=

8><

>:

1 ! Sk1 conduz e S

k2 corte.

0 ! Sk1 corte e S

k2 conduz.(4.1)

com k=A,B,C.

Com o auxılio da variavel �k

, representa-se a seguinte tabela dos estados possıveis de conducao

dos seis interruptores:

�A

�B

�C

SA1 S

B1 SC1 S

A2 SB2 S

C2

0 0 0 0 0 0 1 1 11 0 0 1 0 0 0 1 11 1 0 1 1 0 0 0 10 1 0 0 1 0 1 0 10 1 1 0 1 1 1 0 00 0 1 0 0 1 1 1 01 0 1 1 0 1 0 1 01 1 1 1 1 1 0 0 0

Tabela 4.1: Estados possıveis dos seis interruptores

Atraves da Figura 4.1 retira-se as tensoes compostas:

VAB

= VA

� VB

= (�A

� �B

)V�

= VAN

� VBN

VBC

= VB

� VC

= (�B

� �C

)V�

= VBN

� VCN

(4.2)

VCA

= VC

� VA

= (�C

� �A

)V�

= VCN

� VAN

Sabendo que a soma das tensoes simples VkN

verifica a seguinte relacao:

VAN

+ VBN

+ VCN

= 0 (4.3)

escrevem-se as tensoes simples em funcao das compostas:

VAN

= VAB

+ VBN

VBN

= VBC

+ VCN

(4.4)

VCN

= VCA

+ VAN

34

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Utilizando a equacao (4.3):

VAN

= VAB

+ VBN

VBN

= VBC

+ VCN

(4.5)

VCN

= �VAN

� VBN

Igualmente, a soma das tensoes compostas e igual a zero, pelo que substituindo a 3a equacao de

(4.5) na 2a e resolvendo em ordem a VBN

e substituindo na 1a, obtem-se VAN

. Pelo mesmo raciocınio

chega-se a VBN

e VCN

:

VAN

=2V

A

� VB

� VC

3

VBN

=2V

B

� VC

� VA

3(4.6)

VCN

=2V

C

� VA

� VB

3

ou

VAN

=(2�

A

� �B

� �C

)V�

3

VBN

=(2�

B

� �C

� �A

)V�

3(4.7)

VCN

=(2�

C

� �A

� �B

)V�

3

Define-se a corrente que e injectada no conversor CW pela seguinte expressao:

i�

= iLa

�A

+ iLb

�B

+ iLc

�C

(4.8)

com iLa

, iLb

e iLc

a equivaler as correntes presentes nas tres fases.

Considerando L = LA

= LB

= LC

, vem:

diLk

dt=

Vk

� VkN

L(4.9)

4.2 Analise do Conversor

Para a analise que ira ser efectuada, em conjunto com o princıpio de funcionamento do conversor

proposto, assume-se que:

• Todos os elementos do circuito sao ideais, nao ocorrendo perdas no sistema;

35

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• Todos os condensadores presentes no gerador CW sao suficientemente grandes, de forma a

ignorar o ripple e a queda de tensao aos seus terminais, sob condicoes de carga razoaveis;

• O seguinte conversor encontra-se a funcionar em regime estacionario

• Durante a desmagnetizacao da bobina, apenas um dıodo encontra-se em conducao [12];

• O sistema trifasico encontra-se equilibrado;

Tal como no circuito monofasico, define-se a tensao presente em cada condensador pela equacao (3.3):

VCi

=

8><

>:

V

o

2n , para i=1.

V

o

n

, para i = 2,3,...,2n..(4.10)

Assumindo que as tensoes e as correntes estao em fase, tem-se:

Va

= Vm

sin!t

Vb

= Vm

sin(!t+ 120� ) (4.11)

Vc

= Vm

sin(!t� 120� )

iLA

= Im

sin!t

iLB

= Im

sin(!t+ 120� ) (4.12)

iLC

= Im

sin(!t� 120� )

onde Vm

representa a amplitude da tensao simples, Im

a amplitude da corrente em cada fase e ! a

frequencia angular da fonte alternada.

Representando graficamente as tensoes trifasicas da equacao (4.11) tem-se:

t

V

V aV bV c

30� 90� 150� 210� 270� 330�

Figura 4.2: Representacao das seis zonas de localizacao das tensoes de entrada.

36

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Analogamente ao principio de funcionamento do conversor monofasico, onde apresentava dois com-

portamentos diferentes consoante se encontrava na alternancia positiva ou negativa, para o sistema

trifasico, e tida em consideracao a polaridade das tres fases, dividindo assim, um ciclo da fonte al-

ternada, em seis sectores. Cada sector, apresentara dois modos de funcionamento, classificando-os

como Modo I para i�

< 0 e Modo II para i�

> 0. Para cada um dos seis sectores, em concordancia com

a localizacao temporal de cada uma das tres fases, um dos bracos do conversor matricial, apresentara

sempre o valor �k

= 1 e posteriormente o valor �k

= 0 aquando da alteracao do Modo de conducao

ou vice-versa. Fixando assim um dos bracos, obtem-se quatro estados possıveis para cada Modo de

conducao. Na seguinte tabela pode-se observar a localizacao temporal de cada sector e o braco que

se mantem fixo.

Sector ✓[� ] Braco Fixo

I -30 ⇠ 30 �A

II 30 ⇠ 90 �B

III 90 ⇠ 150 �C

IV 150 ⇠ 210 �A

V 210 ⇠ 270 �B

VI 270 ⇠ 330 �C

Tabela 4.2: Sector e braco fixo

De seguida e feita a analise para o Sector I com os dois diferentes Modos de conducao e os quatro

diferentes estados possıveis para cada Modo. Atraves desta analise, e possıvel obter-se o compor-

tamento das correntes iLb

e iLc

, que servirao de auxılio para determinar o padrao de comutacao dos

interruptores, de forma a alcancar um factor de potencia unitario.

Sector I Modo I Estado 1

Va

Vb

Vc

+ �VLa

iLa

+ �VLb

iLb

+ �VLc

iLc

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

SA1 S

B1 SC1

SA2 S

B2 SC2

N

A

B

C

+

V�

Figura 4.3: Sector I Modo I e Estado 1.

37

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Com a configuracao, �A

= 0, �B

= 1 e �C

= 1, e com Va

> 0 os dıodos com ındice ımpar, encontram-

se directamente polarizados, obtendo uma tensao V�

= �V

o

2n . Atraves da equacao (4.7), da (4.8) e (4.9)

tem-se:

VkN

=

8><

>:

VBN

= �1

3

Vo

2n

VCN

= �1

3

Vo

2n

(4.13)

i�

= ib

+ ic

= �ia

(4.14)

diLk

dt=

8>>>><

>>>>:

diLb

dt=

Vb

+1

3

Vo

2nL

diLc

dt=

Vc

+1

3

Vo

2nL

(4.15)

Atraves da equacao (4.15), observa-se um comportamento crescente paradi

Lb

dtedi

Lc

dt, pelo que as

tensoes Vb

e Vc

encontram-se a transferir energia para as bobines LB

e LC

respectivamente.

Sector I Modo I e Estado 2

Va

Vb

Vc

+ �VLa

iLa

+ �VLb

iLb

+ �VLc

iLc

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

SA1 S

B1 SC1

SA2 S

B2 SC2

N

A

B

C

+

V�

Figura 4.4: Sector I Modo I e Estado 2.

Para o Estado 2, com �A

= 0, �B

= 0 e �C

= 1 e nao ocorrendo alteracao na polaridade dos dıodos,

fica-se com:

VkN

=

8><

>:

VBN

=1

3

Vo

2n

VCN

= �2

3

Vo

2n

(4.16)

i�

= ic

(4.17)

38

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diLk

dt=

8>>>><

>>>>:

diLb

dt=

Vb

� 1

3

Vo

2nL

diLc

dt=

Vc

+2

3

Vo

2nL

(4.18)

Para o Estado 2, LB

e Vb

transferem energia para o conversor CW, enquanto que Vc

transfere

energia para LC

.

Sector I Modo I e Estado 3

Va

Vb

Vc

+ �VLa

iLa

+ �VLb

iLb

+ �VLc

iLc

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

SA1 S

B1 SC1

SA2 S

B2 SC2

N

A

B

C

+

V�

Figura 4.5: Sector I Modo I e Estado 3.

Para o Estado 3, os tres bracos do conversor matricial apresentam os seguintes valores, �A

= 0,

�B

= 1 e �C

= 0. Obtem-se entao:

VkN

=

8><

>:

VBN

= �2

3

Vo

2n

VCN

=1

3

Vo

2n

(4.19)

i�

= ib

(4.20)

diLk

dt=

8>>>><

>>>>:

diLb

dt=

Vb

+2

3

Vo

2nL

diLc

dt=

Vc

� 1

3

Vo

2nL

(4.21)

Alterando o estado de conducao do braco B e do braco C relativamente ao estado 2, tem-se agora

LC

e Vc

a transferir energia para o conversor CW e Vb

a transferir energia para LB

.

Sector I Modo I Estado 4

39

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Va

Vb

Vc

+ �VLa

iLa

+ �VLb

iLb

+ �VLc

iLc

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

SA1 S

B1 SC1

SA2 S

B2 SC2

N

A

B

C

+

V�

Figura 4.6: Sector I Modo I e Estado 4.

Com �A

= 0, �B

= 0 e �C

= 0, a soma das correntes e nula, pelo que todos os dıodos se encontram

ao corte.

VkN

=

8><

>:

VBN

= 0

VCN

= 0(4.22)

i�

= 0 (4.23)

diLk

dt=

8><

>:

diLb

dt=

Vb

Ldi

Lc

dt=

Vc

L

(4.24)

Com a alteracao do estado do braco A, para �A

= 1, ha uma mudanca no modo de conducao,

passando os dıodos com ındice par a conducao, invertendo a polarizacao da tensao aos terminais do

conversor CW, obtendo-se entao V�

= V

o

2n . E feita novamente a analise aos quatro estados possıveis,

que advem da combinacao de Estados entre o braco B e C.

Sector I Modo II Estado 1

Para o Estado 1 tem-se �A

= 1, �B

= 1 e �C

= 1, perfazendo novamente uma corrente nula a entrada

do conversor CW.

VkN

=

8><

>:

VBN

= 0

VCN

= 0(4.25)

i�

= 0 (4.26)

40

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diLk

dt=

8><

>:

diLb

dt=

Vb

Ldi

Lc

dt=

Vc

L

(4.27)

Va

Vb

Vc

+ �VLa

iLa

+ �VLb

iLb

+ �VLc

iLc

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

SA1 S

B1 SC1

SA2 S

B2 SC2

N

A

B

C

+

V�

Figura 4.7: Sector I Modo II e Estado 1.

Sector I Modo II Estado 2

Va

Vb

Vc

+ �VLa

iLa

+ �VLb

iLb

+ �VLc

iLc

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

SA1 S

B1 SC1

SA2 S

B2 SC2

N

A

B

C

+

V�

Figura 4.8: Sector I Modo II e Estado 2.

Com �A

= 1, �B

= 0 e �C

= 1, tem-se:

VkN

=

8><

>:

VBN

= �2

3

Vo

2n

VCN

=1

3

Vo

2n

(4.28)

i�

= �ib

(4.29)

41

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diLk

dt=

8>>>><

>>>>:

diLb

dt=

Vb

+2

3

Vo

2nL

diLc

dt=

Vc

� 1

3

Vo

2nL

(4.30)

Relativamente ao Estado 2 do Modo anterior, verifica-se uma alteracao no valor das tensoes simples,

pelo que neste caso Vc

e LC

transferem energia para o conversor CW e Vb

transfere energia para LB

.

Sector I Modo II Estado 3

Va

Vb

Vc

+ �VLa

iLa

+ �VLb

iLb

+ �VLc

iLc

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

SA1 S

B1 SC1

SA2 S

B2 SC2

N

A

B

C

+

V�

Figura 4.9: Sector I Modo II e Estado 3.

Para a seguinte analise e com �A

= 1, �B

= 1 e �C

= 0, verificou-se como anteriormente, a alteracao

do valor das tensoes simples, passando a tensao Vb

e a bobine LB

a fornecer energia ao conversor,

enquanto que Vc

fornece energia a LC

.

VkN

=

8><

>:

VBN

=1

3

Vo

2n

VCN

= �2

3

Vo

2n

(4.31)

i�

= �ic

(4.32)

diLk

dt=

8>>>><

>>>>:

diLb

dt=

Vb

� 1

3

Vo

2nL

diLc

dt=

Vc

+2

3

Vo

2nL

(4.33)

Sector I Modo II Estado 4

Por ultimo, tem-se �A

= 1, �B

= 0 e �C

= 0.

42

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Va

Vb

Vc

+ �VLa

iLa

+ �VLb

iLb

+ �VLc

iLc

� +VC1

i�

D1 D2

+�VC2

...

...

...

D(2n�1)

� +

VC(2n�1)

D2n

� +VC2n

R

+�Vo

SA1 S

B1 SC1

SA2 S

B2 SC2

N

A

B

C

+

V�

Figura 4.10: Sector I Modo II e Estado 4.

VkN

=

8><

>:

VBN

= �1

3

Vo

2n

VCN

= �1

3

Vo

2n

(4.34)

i�

= ia

(4.35)

diLk

dt=

8>>>><

>>>>:

diLb

dt=

Vb

+1

3

Vo

2nL

diLc

dt=

Vc

+1

3

Vo

2nL

(4.36)

Observa-se entao para este caso, as tensoes Vb

e Vc

a fornecerem energia a LB

e LC

respectiva-

mente.

Concluıdo o estudo para o Sector I, o mesmo procedimento e aplicado para os cinco restantes

Sectores. Atraves da Tabela 4.3, verificam-se todos os estados possıveis para os seis Sectores e

os dois Modos de conducao, obtendo-se o comportamento das correntes trifasicas para cada estado.

Comparativamente ao conversor monofasico, existira igualmente uma frequencia independente que

determina a frequencia de saıda (fo

) do conversor matricial. Desta maneira e feita a alternancia entre

os dois Modos de conducao. Para uma maior alternancia, corresponde a saıda do conversor CW a uma

reducao do ripple.

43

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Va

Vb

Vc

Sector Modo Estado SA1 S

A2 SB1 S

B2di

Lb

dtSC1 S

C2di

Lc

dtiLa

iLb

iLc

i�

+ - - I

I

1 0 1 1 0 + 1 0 +

+ - -

-iLa

< 02 0 1 0 1 - 1 0 + i

Lc

< 03 0 1 1 0 + 0 1 - i

Lb

< 04 0 1 0 1 - 0 1 - 0

II

1 1 0 1 0 - 1 0 - 02 1 0 0 1 + 1 0 - -i

Lb

> 03 1 0 1 0 - 0 1 + -i

Lc

> 04 1 0 0 1 + 0 1 + i

La

> 0

SB1 S

B2 SA1 S

A2di

La

dtSC1 S

C2di

Lc

dt

+ - + II

I

1 1 0 1 0 + 1 0 +

+ - +

02 1 0 0 1 - 1 0 + -i

La

< 03 1 0 1 0 + 0 1 - -i

Lc

< 04 1 0 0 1 - 0 1 - i

Lb

< 0

II

1 0 1 1 0 - 1 0 - -iLb

> 02 0 1 0 1 + 1 0 - i

Lc

> 03 0 1 1 0 - 0 1 + i

La

> 04 0 1 0 1 + 0 1 + 0

SC1 S

C2 SA1 S

A2di

La

dtSB1 S

B2di

Lb

dt

- - + III

I

1 0 1 1 0 + 1 0 +

- - +

-iLc

< 02 0 1 0 1 - 1 0 + i

Lb

< 03 0 1 1 0 + 0 1 - i

La

< 04 0 1 0 1 - 0 1 - 0

II

1 1 0 1 0 - 1 0 - 02 1 0 0 1 + 1 0 - -i

La

> 03 1 0 1 0 - 0 1 + -i

Lb

> 04 1 0 0 1 + 0 1 + i

Lc

> 0

SA1 S

A2 SB1 S

B2di

Lb

dtSC1 S

C2di

Lc

dt

- + + IV

I

1 1 0 1 0 + 1 0 +

- + +

02 1 0 0 1 - 1 0 + -i

Lb

< 03 1 0 1 0 + 0 1 - -i

Lc

< 04 1 0 0 1 - 0 1 - i

La

< 0

II

1 0 1 1 0 - 1 0 - -iLa

> 02 0 1 0 1 + 1 0 - i

Lc

> 03 0 1 1 0 - 0 1 + i

Lb

> 04 0 1 0 1 + 0 1 + 0

SB1 S

B2 SA1 S

A2di

La

dtSC1 S

C2di

Lc

dt

- + - V

I

1 0 1 1 0 + 1 0 +

- + -

-iLb

< 02 0 1 0 1 - 1 0 + i

Lc

< 03 0 1 1 0 + 0 1 - i

La

< 04 0 1 0 1 - 0 1 - 0

II

1 1 0 1 0 - 1 0 - 02 1 0 0 1 + 1 0 - -i

La

> 03 1 0 1 0 - 0 1 + -i

Lc

> 04 1 0 0 1 + 0 1 + i

Lb

> 0

SC1 S

C2 SA1 S

A2di

La

dtSB1 S

B2di

Lb

dt

+ + - VI

I

1 1 0 1 0 + 1 0 +

+ + -

02 1 0 0 1 - 1 0 + -i

La

< 03 1 0 1 0 + 0 1 - -i

Lb

< 04 1 0 0 1 - 0 1 - i

Lc

< 0

II

1 0 1 1 0 - 1 0 - -iLc

> 02 0 1 0 1 + 1 0 - i

Lb

> 03 0 1 1 0 - 0 1 + i

La

> 04 0 1 0 1 + 0 1 + 0

Tabela 4.3: Comportamento das correntes de entrada44

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4.3 Controlo da Tensao DC de saıda

Para a topologia proposta, de forma a atingir nıveis de tensao para a transmissao HVDC, e mantendo

esse valor estavel com um menor ripple possıvel e proposto o esquema de controlo presente na Figura

4.11. E assim proposto um controlo linear em cadeia fechada da tensao de saıda do sistema com

um controlo interno nao linear das correntes trifasicas. Efectua-se entao uma comparacao entre o

valor a saıda, Vo

, com uma tensao de referencia, Voref

, originando um erro que sera introduzido num

bloco compensador Proporcional-Integral. A saıda do compensador gera um sinal com a amplitude de

corrente desejada para a fonte trifasica, criando assim os valores de referencia para o controlo nao

linear. Atraves do erro obtido entre esses mesmo valores e os valores instantaneos das tres fases, do

Sector e do Modo de conducao, que e definido pela frequencia fo

, e gerado um sinal de comando para

os seis interruptores do conversor matricial.

Cockcroft-WaltonConversor MatricialFonte trifásica

iLa, iLb, iLc SA1SA2

SB1 SB2

SC1 SC2

VoVa, Vb, Vc

Controlador

Detecção de Zona

fo

Modo de Condução

Figura 4.11: Esquema de Controlo do Sistema Trifasico.

45

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4.3.1 Controlo Nao Linear de Corrente

Para o controlo das correntes iLk

, recorre-se a Tabela 4.3, de onde se obtem o comportamento de duas

das correntes controlaveis, visto que um dos bracos se mantem fixo.

O controlo, como ja foi referido anteriormente, e feito consoante o valor obtido aquando da comparacao

entre um valor de referencia (iLkref

) e o valor instantaneo em cada fase. Sabendo que o valor ob-

tido a saıda do bloco PI, e equivalente a amplitude necessaria nas tres correntes, e fundamental a

sincronizacao com o sistema trifasico, de forma a obter-se um factor de potencia unitario.

Recorrendo a transposta da transformacao de Concordia, representam-se as tensoes Va

, Vb

e Vc

num referencial bifasico ortogonal com eixos estacionarios ↵ e � [15]:

2

4V↵

V�

3

5 =

r2

3

2

41 � 1

2 � 12

0p32 �

p32

3

5

2

66664

Va

Vb

Vc

3

77775(4.37)

Apos o calculo das tensoes no referencial ↵ e � tem-se:

cos(!t) =V↵q

V 2↵

+ V 2�

(4.38)

sin(!t) =V�q

V 2↵

+ V 2�

(4.39)

De seguida, utilizando a transformacao de Park, e igualando iq

a zero, de forma a obter potencia

reactiva nula, que e o equivalente a um factor de potencia unitario, obtem-se:

2

4i↵

i�

3

5 =

2

4cos(!t) �sin(!t)

sin(!t) cos(!t)

3

5

2

4id

iq

3

5 (4.40)

Por fim, atraves da transformacao de Concordia, calculam-se as correntes de referencia iLkref

sin-

cronizadas com a rede trifasica:

2

66664

iLaref

iLbref

iLcref

3

77775=

2

66664

1 0

� 12

p32

� 12 �

p32

3

77775

2

4i↵

i�

3

5 (4.41)

Da comparacao, surgem tres erros:

eiLA

= iLaref

� iLa

eiLB

= iLbref

� iLb

(4.42)

eiLC

= iLcref

� iLc

46

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Por nao ser possıvel obter um erro sempre nulo, que seria o desejado, pois o sistema e comutado a

frequencia finita, existira sempre um tremor associado a corrente, limitado no seguinte intervalo:

� " < eiLk

< +" (4.43)

Com " igual a:

" =�i

Lk

2(4.44)

Utilizando um comparador com largura de histerese 2", define-se �k

:

8><

>:

ei

La

> +" ) iLaref

> iLa

) iLa

") diLa

dt > 0 ) �a

= 0

ei

La

< �" ) iLaref

< iLa

) iLa

#) diLa

dt < 0 ) �a

= 1(4.45)

8><

>:

ei

Lb

> +" ) iLbref

> iLb

) iLb

") diLb

dt > 0 ) �b

= 0

ei

Lb

< �" ) iLbref

< iLb

) iLb

#) diLb

dt < 0 ) �b

= 1(4.46)

8><

>:

ei

Lc

> +" ) iLcref

> iLc

) iLc

") diLc

dt > 0 ) �c

= 0

ei

Lc

< �" ) iLcref

< iLc

) iLc

#) diLc

dc < 0 ) �c

= 1(4.47)

E assim atingida a condicao de estabilidade eiLk

diLk

dt < 0, conduzindo a uma frequencia de comutacao

variavel.

Com esta abordagem, e com a informacao presente na Tabela 4.3, garante-se que as correntes de

entrada, sigam os seus valores de referencia. Numa primeira fase, verifica-se a localizacao temporal

das tensoes de entrada, identificando o Sector em que se encontram. De seguida, e novamente com o

auxılio de um sinal periodico de frequencia fo

, impoe-se o Modo de conducao, definindo a polaridade

da corrente de entrada no conversor CW, i�

. Por ultimo, analisando os valores obtidos para �k

e

identificado o estado a aplicar a cada um dos semicondutores, onde para �k

= 0 corresponde na

Tabela 4.3 ao sımbolo “+”e para �k

= 1 corresponde ao sımbolo “-”.

4.3.2 Controlo Linear de Tensao

Depois de realizado o controlo das correntes trifasicas, o lado trifasico do conversor pode ser visto

como uma fonte de corrente do lado DC, como e representado na Figura 4.12.

47

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C

n

R Vo

i�

ic

io

Figura 4.12: Circuito equivalente visto da carga

Analisando o circuito, obtem-se a corrente ic

:

ic

=C

n

dVo

dt= i

� io

(4.48)

Sendo a corrente iLk

controlada, e feita a relacao com i�

:

Pi

= Po

(4.49)

3Vkef

iLkef

= Vo

i�

(4.50)

G =i�

ILkef

=3V

kef

Vo

(4.51)

Com Pi

a representar a potencia de entrada, Po

a potencia de saıda e Vkef

e ILkef

os valores

eficazes da tensao e corrente de uma fase.

Desenvolvendo a equacao (4.48), substituindo io

por V

o

R

e aplicando a transformada de Laplace

fica-se com:

Vo

= GiLk

R

sRC

n+ 1

(4.52)

Na Figura 4.13 apresenta-se um Diagrama de Bloco equivalente ao do Capitulo 3, pelo que as

equacoes obtidas anteriormente, sao igualmente validas para este caso.

4.4 Dimensionamento do Conversor

4.4.1 Condensadores DC

Como anteriormente, o criterio para o dimensionamento dos condensadores, passa pelo tremor a saıda

do conversor CW. Contrariamente a topologia implementada no Capıtulo 3, onde o tremor era afectado

pela frequencia de entrada no conversor CW (fo

), e pela frequencia da fonte alternada (fs

), para a

48

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++Voref Tzs + 1

Tps

Compensador

GTds + 1

ILs RsR(C/n)+1

Vo

H

-

Figura 4.13: Diagrama de Blocos.

topologia utilizada para a alimentacao trifasica, o tremor e apenas afectado pela frequencia de saıda do

conversor matricial (fo

). Considerando, o controlo PFC, e que se tem um sistema trifasico equilibrado, a

potencia instantanea e constante, nao existindo uma potencia pulsante do lado alternado do conversor,

pelo que a frequencia da tensao alternada nao interfere com o tremor na tensao de saıda.

Recorrendo a equacao (3.13), obtem-se:

C =io

fo

�Vo,f

o

n(n+ 1)

2(4.53)

Para a tensao nominal de cada condensador a equacao (3.16) e igualmente valida para este caso:

4.4.2 Filtro indutivo na ligacao AC

Apesar da topologia proposta ser diferente de um rectificador trifasico do tipo elevador, as tecnicas

de comutacao por se adaptarem ao conversor proposto, permite dimensionar de igual modo a sua

componente indutiva [16, 17]:

L =

p3V

m

ton,min

�iLk,max

(4.54)

com ton,min

a representar o tempo mınimo de conducao de um interruptor:

ton,min

=D

min

fc

(4.55)

Com Dmin

e fc

equivalendo ao duty cycle mınimo e frequencia de comutacao respectivamente:

Dmin

= 1�p3V

m

V

o

2n

(4.56)

Para o calculo da corrente maxima, assumindo um rendimento unitario, tem-se:

iLkef

=Po

3Vkef

(4.57)

49

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4.4.3 Semicondutores

Novamente, a corrente nominal dos interruptores e dos dıodos e equivalente ao valor de corrente

maxima presente na equacao (4.57).

Para a tensao nominal dos interruptores e os dıodos, utilizam-se as equacoes (4.58) e (4.59) res-

pectivamente.

VImax

=Vo,max

2n(4.58)

VDmax

=Vo,max

n(4.59)

4.5 Exemplo de aplicacao

Recorrendo uma vez mais ao programa de simulacao MATLAB/Simulink, e feita a implementacao

do Conversor Matricial e do conversor Cockcroft-Walton em conjunto com os diferentes blocos res-

ponsaveis pelo controlo das correntes trifasicas e pela tensao de saıda, como se pode observar na

Figura 4.14. Os diferentes blocos criados podem ser visualizados no Anexo A.

Figura 4.14: Esquema de Blocos no Simulink.

Como fonte de alimentacao utiliza-se uma Turbina SeaTitan de 10MW, gerando uma tensao com-

posta de 690V a uma frequencia de 50Hz. Com o objectivo de atingir uma tensao de 200KV e devido

as limitacoes computacionais, tem-se um conversor CW com um maximo de 50 nıveis.

Para o dimensionamento dos diferentes componentes do circuito, os calculos sao efectuados com

os seguintes dados iniciais.

50

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Parametros Valor Unidade

Vo

200.000 Vfo

4.000 HzR 20.000 ⌦Po 2.000.000 Wn 50

Tabela 4.4: Parametros do circuito

Semicondutores

Atraves das equacoes (3.24) e (3.25) e assumindo um ripple a saıda de 5%, obtem-se a tensao nominal

nos semicondutores:

VImax

= 2100V

VDmax

= 4200V

Para a corrente nominal, atraves da equacao (4.57) tem-se:

imaxef

= 1673, 5A

Com imaxef

a representar a corrente nominal eficaz nos interruptores e nos dıodos.

Componente indutiva do Conversor

Para o dimensionamento das componentes indutivas do circuito, e assumida uma frequencia de comutacao

dos interruptores de 20KHz em regime permanente e um tremor de 10% da corrente iLk

.

Utilizando a equacao (4.54) obtem-se:

L = 0, 181mH (4.60)

Componente capacitiva do Conversor

Tal como referido anteriormente, assumindo um tremor de 5% na tensao Vo

e substituindo io

por V

o

R

,

atraves da equacao (4.53) tem-se:

C = 50, 731µF (4.61)

Compensador PI

Para o dimensionamento dos parametros do compensador e inicialmente assumido:

Td

= 0, 01s

51

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Obtem-se agora as restantes constantes de tempo de forma a calcular posteriormente os ganhos

relativamente ao sistema de anti-embalamento.

Tz

= 0, 0203s

Tp

= 3, 3803s

Para Kp

, Ki

e Kw

tem-se:

Kp

= 0, 006

Ki

= 0, 2958

Kw

= 166, 581

Resultados

Apos o dimensionamento do Conversor, e por razoes ja mencionadas relativamente a capacidade de

processamento do Computador utilizado, os condensadores sao inicializados com uma tensao proxima

da final em regime estacionario.

Foram realizadas duas simulacoes com frequencias de saıda do conversor matricial diferentes.

Numa primeira fase, realizou-se uma simualcao com fo

= 4000 Hz e numa segunda fase com fo

= 500

Hz, mantendo os parametros calculados com fo

= 4000 Hz, de maneira a evidenciar as alteracoes

previstas teoricamente pela equacao (4.53), no ripple na tensao de saıda.

�Vo,f

o

=io

fo

C

n(n+ 1)

2(4.62)

52

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Para fo

= 4000 Hz obtem-se as seguintes figuras:

Pela figura 4.15 observa-se inicialmente uma descarga nos condensadores, resultante do facto de

iniciarem com uma tensao inicial diferente de zero, ocorrendo posteriormente o regime transitorio ate

estabilizar na tensao de referencia de 200 kV.

0 0.5 1 1.50

1

2

3

x 105

Tempo (s)

Vo (V

)

Figura 4.15: Tensao de saıda.

Na Figura 4.16 e feita uma aproximacao em regime permanente a tensao de saıda, observando-se

um ripple aproximado de 10kV, representando cerca de 5% do valor medio da tensao de saıda, tal como

tinha sido dimensionado.

1.43 1.44 1.45 1.46 1.47 1.48 1.491.8

1.9

2

2.1

x 105

Tempo (s)

Vo (V

)

Figura 4.16: Aproximacao do grafico da tensao de saıda.

Por a frequencia de saıda do conversor matricial, e entrada no conversor CW ser elevada, observa-

se uma variacao acentuada em torno do valor medio da tensao de saıda, resultado da constante

alteracao entre os dois Modos de conducao.

53

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Por observacao da Figura 4.17, constata-se o correcto funcionamento das tecnicas de PFC, repre-

sentando uma das vantagens da topologia utilizada, onde e possıvel obter factor de potencia quase

unitario.

1.3 1.35 1.4 1.45 1.5−2000

−1000

0

1000

2000

Tempo (s)

Va (V

)

(a) Tensao na fase A

1.3 1.35 1.4 1.45 1.5−5000

0

5000

Tempo (s)

iLa

(A)

(b) Corrente na fase A

Figura 4.17: Tensao e corrente na fase A.

De seguida, e possıvel atraves da analise da Figura 4.18, observar a utilizacao de todos os diferentes

estados possıveis, aplicando uma corrente i�

tanto positiva como negativa e nula, controlando assim a

correntes nas tres fases.

1.425 1.43 1.435 1.44 1.445−1

−0.5

0

0.5

1x 104

Tempo (s)

iLk

(A)

Figura 4.18: Corrente de entrada no conversor CW.

54

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Na Figura 4.19, observam-se as correntes trifasicas, onde apresentam algum tremor como ja seria

de esperar, consequencia das constantes comutacoes dos seis interruptores, aquando da aplicacao do

controlo pelo modo de deslizamento da corrente. Pela Figura 4.20 e possıvel verificar uma Taxa de

Distorcao Harmonica de corrente (THDi) de 3,07%.

1.3 1.32 1.34 1.36 1.38 1.4 1.42 1.44 1.46 1.48 1.5−1

−0.5

0

0.5

1x 104

Tempo (s)

iLk

(A)

iLaiLbiLc

Figura 4.19: Correntes trifasicas.

0 0.5 1 1.5−4000

−3000

−2000

−1000

0

1000

2000

3000

4000Selected signal: 75 cycles. FFT window (in red): 5 cycles

Time (s)

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 10000

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

Frequency (Hz)

Fundamental (50Hz) = 4179 , THD= 3.07%

Mag

(% o

f Fun

dam

enta

l)

Figura 4.20: Analise FFT da corrente na fase A.

55

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Efectuando nova simulacao com fo

= 500Hz, e possıvel verificar alteracoes no ripple da tensao

de saıda atraves da Figura 4.21, tendo este aumentado para cerca de 20 kV. Em comparacao com

a simulacao anterior, constata-se a reducao das oscilacoes em torno do valor medio da tensao de

saıda, consequencia da reducao significativa da frequencia de saıda do conversor. Pela Figura 4.22 e

detectada uma deterioracao das correntes trifasicas, resultando numa THDi superior.

1.465 1.47 1.475 1.48 1.485 1.49 1.495

1.9

2

2.1

x 105

Tempo (s)

Vo (V

)

Figura 4.21: Aproximacao do grafico da tensao de saıda.

0.5 1 1.5

Selected signal: 75 cycles. FFT window (in red): 5 cycles

Time (s)

100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000Frequency (Hz)

Fundamental (50Hz) = 4179 , THD= 3.07%

0 0.5 1 1.5

−1000

0

1000

Selected signal: 75 cycles. FFT window (in red): 5 cycles

Time (s)

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 10000

0.5

1

1.5

2

2.5

3

Frequency (Hz)

Fundamental (50Hz) = 1290 , THD= 9.18%

Mag (

% of

Fund

amen

tal)

Figura 4.22: Analise FFT da corrente na fase A.

56

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Capıtulo 5

Conclusao

A realizacao deste trabalho teve como principal objectivo desenvolver um sistema de transmissao de

energia electrica de alta tensao em corrente continua, baseado no gerador Cockcroft-Walton, com

aplicacao em turbinas eolicas offshore.

Numa primeira etapa, foi analisado o conversor de Cockcroft-Walton, onde foi possıvel compreender

o seu funcionamento e comportamento e obter equacoes que permitissem mais tarde dimensionar o

conversor.

De seguida, foi desenvolvida uma solucao monofasica de forma a auxiliar a aplicacao final de

um conversor elevador trifasico de Cockcroft-Walton. Atraves de um conversor matricial foi possıvel

aplicarem-se tecnicas de PFC, obtendo-se uma forma de onda muito proxima da sinusoidal para a

corrente de entrada, bem como um factor de potencia quase unitario. Implementando um controlador

de tensao, obteve-se a tensao desejada a saıda. Alcancando os resultados desejados na aplicacao

monofasica, foi implementado de seguida uma solucao trifasica.

Recorrendo-se ao principio de funcionamento da aplicacao monofasica, utilizando um conversor

matricial as tensoes e correntes trifasicas geradas por uma turbina eolica sao convertidas em tensoes

e correntes monofasicas. Para alem da conversao de tensoes trifasicas para monofasicas, o conver-

sor matricial apresenta igualmente a possibilidade de controlar a frequencia de saıda do conversor

matricial, ou seja, alterar a frequencia da tensao de alimentacao do conversor Cockcroft-Walton, apre-

sentando melhorias no tremor da tensao de saıda do conversor CW. Numa primeira simulacao com

uma frequencia de saıda (fo

) de 4000Hz obtem-se um tremor de cerca de 10kV representando 5% do

seu valor medio final. Numa segunda simulacao, com uma frequencia de saıda inferior, foi visıvel um

aumento no tremor da tensao de saıda concluindo-se efectivamente uma deterioramento tal como tinha

sido previsto na equacao (4.62). Foi igualmente visıvel uma melhoria nas correntes trifasicas, obtendo-

se uma THDi

de 3, 07% para uma frequencia de saıda de 4000Hz e 9, 18% para fo

= 500Hz. Tal como

na aplicacao monofasica, obtiveram-se correntes de entrada praticamente sinusoidais e um factor de

potencia quase unitario, validando as tecnicas de PFC aplicadas.

Como trabalho futuro e sugerido obter uma topologia para nıveis de tensao de um sistema HVDC

para um conjunto de turbinas eolicas.

57

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58

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59

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[13] C.-M. Young, M.-H. Chen, S.-H. Yeh, and K.-H. Yuo. A single-phase single-stage high step-up ac–

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scheme for three-phase switch-mode rectifier. Industrial Electronics, IEEE Transactions on, 46(3):

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60

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Anexo A

Esquematicos dos blocos criados no

Simulink

61

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A.1 Sincronizacao

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A.2 Erro ILK

A.3 Sector/Modo

63

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A.4 Sinais de disparo dos semicondutores

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Anexo B

Turbina SeaTitan

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TM

®

HTS generator offers efficiencies of up to 96%; 94% with converter

Direct drive eliminates gearbox

Air core for lightest weight

No iron rotor or stator teeth

HTS windings generate high ampere-turns and flux density without iron pole faces

190 m rotor diameter for TC1 conditions

AMSC® intends to license SeaTitan wind turbines and generators to qualified manufacturers around the world.

AMSC’s Windtec Solutions include wind turbine designs that enable our partners to launch best-in-class wind turbines quickly, effectively and profitably. Providing a path to significantly lower the cost of offshore wind power, AMSC is developing the SeaTitan wind turbine to maximize “power per tower.” With the ability to produce 10 MW of power or more, the SeaTitan model promises to be the world’s most powerful turbine. It is based on a lighter weight and highly reliable direct drive design, ensuring a perfect fit for the harsh offshore operational conditions.

Maximum power per tower for offshore environment

SeaTitan™ 10 MW Wind Turbine

The SeaTitan wind turbine design employs a high temperature superconductor (HTS) generator, which is significantly smaller and lighter than a generator using conventional technologies. The superconductor generator has a large air gap to eliminate issues with tolerance, deformation and rare earth material availability. The generator is integrated as part of the turbine and decoupled from the load-carrying components. Generator torque is transferred directly from the stator to the mainframe.

AMSC’s Amperium wire is used for the HTS rotors instead of copper wire. These wires can carry over 100 times more power than copper wires of the same dimensions. Therefore, the generator is much smaller, lighter and more efficient than conventional large-scale wind turbine generators and produces the highest known power-to-weight ratio. This reduces the costs associated with the supporting mast structure, foundations, floatation systems and installation.

The direct drive model does not use a gearbox, which is one of the most maintenance-intensive

wind turbine components and extremely costly with breakdowns at sea. In addition, no couplings are needed with the direct drive.

The SeaTitan turbine connects the superconductor generator to the grid with a full-scale converter. The IGBT-based converter with advanced power electronics ensures that the generator works with high efficiency over the entire speed range.

5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 9,5 10

annu

al e

nerg

y pr

oduc

tion

[MW

h/yr

]

17500

12500

7500

average wind speed @ hub height [m/s]

22500

27500

AEP

Windtec SeaTitan

32500

37500

42500

47500

wt10000_DS_A4_0212

www.amsc.com/[email protected]

© 2012 AMSC. AMSC, AMPERIUM, SMARTER, CLEANER … BETTER ENERGY, SEATITAN, WINDTEC and WINDTEC SOLUTIONS are trademarks or registered trademarks of American Superconductor Corp. or its subsidiaries. All other brand names, product names or trademarks belong to their respective holders.

®

Type: wt10000dd

Grid frequency: 50 Hz / 60 Hz

Tilt angle rotor axis: 5°

Hub height: 125 m

Hub type / material: cast iron

Mainframe type: cast iron

Type of tower construction: conical tubular steel tower

Rotor diameter: 190 m

Lightning conductor: integrated

Cut-in wind speed: 4 m/s

Rated wind speed: 11.5 m/s

Cut-out wind speed: 30 m/s

Generator type: HTS synchronous

Rated driving power: 12,000 kVA

Rated generator speed: 10 rpm

Number of poles: multi-pole

Cooling: cryogenic and water cooling

Converter type: IGBT, 4-quadrant

Generator rated power 0.95 inductive to 0.95 capacitive at 690V ph-ph

Type of gearing: direct drive

Gear lubrication: -

Connection gear / generator: -

Operational brake: individual blade pitching

Type of construction: gear/servomotor

Mechanical brake: disc brake

Type of yaw bearing: ball bearing

Drive unit: gear motor

Number of drive units: tbd

Brake: active brake plus motor brake

Normal:During operation: -10°C to 40°C

Survival range: -20°C to 50°C

Wind Turbine Designs – 10 MW

The SeaTitan turbine uses an advanced electrical individual pitch control system design. It is available in 50 Hz or 60 Hz.

The SeaTitan turbine fulfills the most demanding international grid code requirements and has low voltage ride-through (LVRT) capability.

AMSC’s advanced wtCMS condition monitoring system provides continuous monitoring of the key system components. This gives operators real-time information about the turbine status as well as detailed and comprehensive analysis tools to optimize maintenance activities. The fully integrated system allows intelligent measurement, turbine control interaction, and the analysis of monitoring and performance data. In addition, wtSCADA remote operation and wtDataCenter analyzing packages are available to provide a harmonized control system with supervisory control and data acquisition to actively monitor, analyze and operate entire wind farms.

annu

al e

nerg

y pr

oduc

tion

[MW

h/yr

]

40000

30000

20000

50000

60000

AEP @ 10 m/s average wind

10000

0

51.480

Wind

tec Se

aTita

n

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0

elec

tric

pow

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utpu

t [kW

]

4000

2000

0

Windtec SeaTitan

wind speed @ hub height [m/s]

6000

8000

10000

TM