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I-129 - IMPLANTAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NUMA EMPRESA DE SANEAMENTO – UM ESTUDO DE CASO PARA CURITIBA/PR Fábio Márcio Bisi Zorzal (1) Engenheiro Civil pela UFES (1997), Adesguiano pelo XVII CEPE - ADESG/ES (1996), Mestre em Ciências em Engenharia Ambiental pela UFES (1999). Um dos Ganhadores do Prêmio "Tião Sá" de Pesquisa Ecológica da Prefeitura Municipal de Vitória (1998). Professor no Curso de Engenharia Civil da Universidade Tuiuti do Paraná – UTP (desde 1999). Finalista do Prêmio Paraná Ambiental 2001. Doutor em Engenharia de Produção com Ênfase em Gestão Ambiental pela UFSC (2003). Rejane Helena Ribeiro da Costa Engenheira Civil pela UFPB. Mestre em Hidráulica e Saneamento, EESC-USP, São Carlos, SP. Doutora em Tratamento e Qualidade das Águas pelo INSA-Toulouse, França (1989). Pós-Doutorado na Université Montpellier 1, França. Professora Titular do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental do Centro Tecnológico da UFSC. Robson Sarmento Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da UFES (1969), Mestre em Ciências pela COPPE/RJ (1971), Doctor of Philosophy pela Manchester University, Inglaterra (1979). Professor Adjunto do Departamento de Hidráulica e Saneamento e no Programa de Mestrado em Engenharia Ambiental, ambos no Centro Tecnológico da UFES. Marcelo Abraão Perini Engenheiro Civil pela Universidade Tuiuti do Paraná (2003). Bacharel em Serviço Social pela Faculdade Espírita do Paraná (1993). Pós-graduado em Administração Empresarial pelo Instituto Superior de Pós- graduação (1994). Adesguiano pelo XXV CEPE - ADESG/PR (1995). Assessor de Diretoria de Operações da Sanepar (desde 1995). Leonides José Mikos Engenheiro Civil pela Universidade Tuiuti do Paraná (2003). Consultor de empresas.

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I-129 - IMPLANTAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NUMA EMPRESA DE SANEAMENTO – UM ESTUDO DE CASO PARA CURITIBA/PR Fábio Márcio Bisi Zorzal (1) Engenheiro Civil pela UFES (1997), Adesguiano pelo XVII CEPE - ADESG/ES (1996), Mestre em Ciências em Engenharia Ambiental pela UFES (1999). Um dos Ganhadores do Prêmio "Tião Sá" de Pesquisa Ecológica da Prefeitura Municipal de Vitória (1998). Professor no Curso de Engenharia Civil da Universidade Tuiuti do Paraná – UTP (desde 1999). Finalista do Prêmio Paraná Ambiental 2001. Doutor em Engenharia de Produção com Ênfase em Gestão Ambiental pela UFSC (2003). Rejane Helena Ribeiro da Costa Engenheira Civil pela UFPB. Mestre em Hidráulica e Saneamento, EESC-USP, São Carlos, SP. Doutora em Tratamento e Qualidade das Águas pelo INSA-Toulouse, França (1989). Pós-Doutorado na Université Montpellier 1, França. Professora Titular do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental do Centro Tecnológico da UFSC. Robson Sarmento Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da UFES (1969), Mestre em Ciências pela COPPE/RJ (1971), Doctor of Philosophy pela Manchester University, Inglaterra (1979). Professor Adjunto do Departamento de Hidráulica e Saneamento e no Programa de Mestrado em Engenharia Ambiental, ambos no Centro Tecnológico da UFES. Marcelo Abraão Perini Engenheiro Civil pela Universidade Tuiuti do Paraná (2003). Bacharel em Serviço Social pela Faculdade Espírita do Paraná (1993). Pós-graduado em Administração Empresarial pelo Instituto Superior de Pós-graduação (1994). Adesguiano pelo XXV CEPE - ADESG/PR (1995). Assessor de Diretoria de Operações da Sanepar (desde 1995). Leonides José Mikos Engenheiro Civil pela Universidade Tuiuti do Paraná (2003). Consultor de empresas.

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Endereço(1): R. Monsenhor Ivo Zanlorenzi, 1668/603 – Mossunguê – CEP: 81.210-000 – Curitiba – PR – Brasil – Cel: +55 041 9985 7050 – Tel./Fax.: +55 041 263 3424 – E-mail: [email protected] – Web : www.utp.br/fzorzal/index.htm RESUMO Ainda que as empresas de saneamento no Brasil se preocupem com a questão da coleta e tratamento do esgoto, a leitura da prática demonstra o contrário. Poucas são as cidades brasileiras com algum índice de cobertura no esgotamento sanitário, e menos ainda quanto ao seu tratamento. A Cidade de Curitiba, às avessas desse cenário, é palco de inúmeras intervenções contrárias a essa tendência, esboçando bons índices em valor absoluto, que podem refletir padrões de primeiro mundo conquanto se compara com esse padrão de cidade. Por essa razão buscou-se uma metodologia para se quantificar e qualificar a Cidade como função da infra-estrutura de esgotamento sanitário lançada em sua malha urbana. PALAVRAS-CHAVE: Abastecimento de Água, Administração Pública, Planejamento Urbano, Gerência de Cidades, Gestão de Custos. 1. INTRODUÇÃO O sistema de custos atualmente utilizado pela Sanepar possui característica puramente contábil e foi criado com vistas à obtenção de um melhor controle de custos gerenciais, alavancando o resultado operacional da corporação. Por isso, ele vem cumprindo com excelência seu objetivo, e servindo de base para outras empresas brasileiras do segmento. No entanto, os parâmetros utilizados para a composição da modelagem ora proposta não terá como foco principal os aspectos contábeis institucionalizados, mas sim, o custo da implantação da infra-estrutura necessária para fornecimento dos serviços de saneamento (água e esgoto) baseado em dados geo-referenciados. Para tanto, serão trabalhados os dados referentes à qualidade do produto, sistemas existentes em operação e metas corporativas dispostas nas obras compreendidas no período de 2000 até 2005. Esse trabalho, portanto, poderá servir de base para futuras intervenções no que diz respeito ao crescimento do Município de Curitiba, e também, na concepção de cálculos para mudança do sistema tarifário existente, tarifa subsidiada, para um sistema tarifário regionalizado. A hipótese da pesquisa leva em consideração a criação de uma nova modelagem de custos, tendo os bairros da cidade como delimitação geográfica, monitorados pelos indicadores já presentes na empresa, considerando uma reformulação estrutural do processo de formulação de um centro de custos integrado aos investimentos já realizados, à demanda por novas ob ras e serviços, bem como a observância ao impacto nas tarifas a serem praticadas.

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Nesse sentido, o objetivo geral desse trabalho é caracterizar porções geográficas de interesse, aqui idealizadas em torno dos bairros da cidade, evidenciando uma série de informações que possam aferir um modelo que torne mais fácil à prática da gestão de custos do tema esgoto sanitário naquele município. Frente ao exposto, os objetivos específicos foram delineados em: (i) confecção de uma carta da situação atual por bairros acerca de tudo o que foi investido (inventário do patrimônio), (ii) confecção de uma carta de custos por bairros acerca de tudo o que precisa ser investido, conforme o plano de metas da empresa para os próximos cinco anos (cenário futuro), e (iii) avaliação do plano de metas em relação à cobertura atual, considerando o crescimento da cidade nas mesmas taxas apresentadas nos últimos cinco anos. Importa ressaltar que esse trabalho trará uma nova forma de observar os custos globais da infra-estrutura disponível no município, bem como de toda nova infra-estrutura prevista, diluída nos bairros conforme influência dessas obras, excluída a manutenção, e possibilitando inferir o impacto no aumento das tarifas, caso haja modificação no modelo de gestão atualmente praticado na cidade. Ele serve, então, de ferramenta apoio à decisão na medida em que traduz resultados de metas em formas de custos no espaço geográfico ocupado. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Sistemas de custo As empresas utilizam os modelos tradicionais como forma de organizar suas receitas, despesas, ou quaisquer números que contabilizem a movimentação financeira Segundo Martins, o sistema de custeio de uma organização pode se dar nos seguintes formatos: (a) direto; (b) indireto; (c) por absorção; e (d) por atividade. Ao se explicitar cada um deles, observa que ainda não se conseguiu visualizar o provimento das demandas financeiras necessárias à manutenção, melhoria ou à simples operação a que uma empresa está sujeita sob a ótica do uso e da ocupação no espaço geográfico. O Sistema de custeio direto se enquadra dentro dos sistemas tradicionais da contabilidade, os quais nada mais são do que uma adaptação da contabilidade financeira as necessidades das indústrias. Pode-se observar na literatura que os centros de custos auxiliares, de apoio ou de serviços, distribuem seus custos aos centros de custos de produção e estes, por sua vez, apropriam seus custos aos objetos de custos, através das bases de rateio citadas. Nos sistemas tradicionais de custos, a atribuição dos custos dos centros de custos produtivos aos objetos de custos é realizada através de bases de apropriação quase sempre relacionadas ao volume, como por exemplo, horas de mão-de-obra direta, valor da mão-de-obra direta, horas-máquina e produção. O Sistema de custeio indireto, também chamado de gastos gerais, são aqueles incorridos dentro do processo de produção, mas que, para serem apropriados aos produtos devem ser feito obrigatoriamente com o uso de rateios. Estes são artifícios utilizados para que haja uma distribuição dos custos que não se consegue observar com objetividade e segurança a

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quais produtos se referem. Com base neles, é estimado o quanto deve ser lançado na conta depreciação, do custo com o pessoal que não trabalha diretamente sobre o produto, da energia que não é medida, quanto é consumido por item do aluguel, dos materiais consumidos na linha na fábrica, mas que não se consegue relacionar diretamente com o produto (combustíveis, lubrificantes, higiene, limpeza etc.). Observa-se que existem muitos custos que poderiam ser mensurados e identificados com cada produto, mas que, por sua irrelevância, pela dificuldade de fazer a medição ou, ainda, pelo quanto se gastaria para fazer todo o controle, acabam sendo considerados como indiretos e, por isso, rateados. O Sistema de custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios da contabilidade geralmente aceitos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço da fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. Pode-se dizer que tudo que esteja sendo sacrifício incorrido para que se produzam bens deve ser atribuído como custo desses mesmos bens, quer o relacionamento entre o gasto e o produto seja direto ou indireto. O que não compõe o custo de produção no custeio por absorção, são as contas relacionadas diretamente com a administração geral da empresa, com o esforço de vendas e com o uso de capitais de terceiros, sendo que estes custos devem ser tratados como despesas, não incorporado ao custo do produto fabricado. Também o Imposto de renda o admite: no Brasil é utilizado obrigatoriamente, com pequenas exceções. No custeio por absorção, a depreciação dos equipamentos e outros imobilizados amortizáveis utilizados na produção deve ser distribuída aos produtos elaborados; portanto, vai para o ativo na forma de produtos, e só vira despesa quando da venda dos bens. O Sistema de custeio por atividade é um método de contabilidade gerenc ial na qual o cálculo dos custos indiretos é bem mais acurado do que o cálculo realizado pelos sistemas tradicionais. Para isto usa-se como base a análise de processo empresarial, que incorpora o conceito de que um negócio é uma série de processos intercalados que convertem insumos em resultados. O custeio baseado em atividades expressa este conceito e desenvolve-o organizando as informações de custos por atividades. Esta idéia pode ser simplificada da seguinte forma: sabe-se que os produtos são elaborados pelas atividades, já as atividades consomem os recursos, gerando custos. Assim, o custo do objeto é a parcela do custo das atividades que participam de sua produção. Então, a crença principal por detrás do custeio baseado em atividades, é a de que o custo é causado e as suas causas podem ser gerenciadas. Quanto mais clara for a relação entre o custo e causa, mais úteis serão as informações contábeis. Ao implementar-se este conceito pode-se ver uma forte integração entre a análise de processo empresarial e o custeio baseado em atividades. Portanto, o custeio baseado em atividades não pode ser restringido à apenas um sistema de contabilidade gerencial de custos, pois este tem grande utilidade na definição e relação entre os custos e suas causas, fornecendo in formações para que os gerentes possam atuar nestas causas tentando minimizá- las ou, se possível, eliminá-las.O funcionamento do sistema de contabilidade baseado em atividades se caracteriza na apropriação dos custos aos objetos (produtos, linhas de produtos lotes de produtos e sou serviços) em duas fases distintas. Na primeira fase devem ser apropriados os custos e despesas as atividades, através de direcionadores de custo de primeira fase que representam o consumo de recursos da empresa por parte das atividades. Na segunda fase, deverão ser

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apropriados os custos das atividades aos produtos, através de direcionadores de custo de segunda fase que representam o consumo dos custos das atividades nos produtos. Nesse sentido, a movimentação financeira requerida na gestão dos recursos em que o espaço geográfico é variável de interesse, carece de uma nova forma para ser implementada. Isso favorece a inserção de um sistema de informação geográfico como ferramenta a ser utilizada na observação de um sistema de custos que agregue uma porção geográfica no fechamento dos seus resultados. Ante a tendência de implementação da tarifa regionalizada, isso pode ser o primeiro passo para solução de um problema que tem sido visto como gargalo ao sistema de cobrança de empresas de saneamento. 2.2. Linhas de financiamento praticadas pela Sanepar O custo deve ser entendido como a representação monetária daquilo que foi concebido para um bem ou serviço, conforme um padrão mínimo de interesse do técnico-projetista, gerente ou político. Nesse trabalho, ganha novo sentido ao incorporar a relação espacial, porquanto dilui um projeto a sua área de abrangência, conferindo a possibilidade de convocar a responsabilidade a quem de interesse num processo de gestão participativa. Por exemplo, uma nova estação de tratamento de esgoto amplia a capacidade de um sistema sanitário já em operação. No entanto, embora esteja localizada num determinado local do espaço geográfico, por gravidade, pode atender outro bem distante dali, importando ao beneficiário o direito e o dever de acompanhar sua implantação e seus impactos no local de origem e no local de tratamento. Nesse sentido, difere dos custos de projetos na medida em que incorpora a diluição no espaço geográfica no local do impacto. O modelo requer orçamento de todas as obras de impacto sobre a infra-estrutura a ser lançada no espaço urbano como função das metas da empresa mobilizada para dar suporte ao crescimento da cidade. Tais metas podem ser representadas em valores financeiros globais disponíveis ao órgão ou setor responsável por determinado tema, ou ainda, em obras específicas baseadas numa estimativa de crescimento populacional. Essa última pode conter erros de avaliação, ou gozar de argumentos e dispositivos não explícitos ao contexto desse estudo, mas que servirão para moldar alguns padrões e tendências. Para fins de financiamento, importa à entidade que dá o crédito obter o formato da arrecadação segundo um modelo compatível com o empréstimo oferecido, de forma que o balanço da empresa aponte condições de salubridade em relação ao caixa, ao patrimônio, ao passivo, à tomada de créditos e seu respectivo pagamento. Pela outra face, importa à empresa beneficiária de crédito, gerir o processo de forma a cumprir e honrar seus compromissos. Em Curitiba, a concessionária de saneamento tem realizado serviços com recursos próprios, mas também vem se apoiando nas seguintes modalidades de créditos: Os recursos disponibilizados pela Caixa Econômica Federal são provenientes da conta do FGTS – Fundo de Garantia por tempo de Serviço. Sua captação acontece mediante a apresentação dos projetos concluídos para sistemas que contém com uma parcela superior a 100.000 habitantes. As taxas anuais de financiamentos giram em torno de 8% ao ano mais a Taxa Referencial (TR) para novos investimentos em sistemas de abastecimento de água e,

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de 6,5% ao ano mais a Taxa Referencial (TR) para novos Investimentos em sistemas de coleta e tratamento de esgotos sanitários. Essa linha de financiamento contempla uma contrapartida mínima de 10% do valor do investimento, uma carência de pagamento de 2 (dois) meses após a conclusão das obras, sendo que estas devem ter o prazo máximo de execução de 36 (trinta e seis meses) e prazo final de pagamento num horizonte de 15 (quinze) anos. A captação de financiamento junto a Caixa Econômica Federal, embora apresente uma taxa de juros anual relativamente baixa, traz como aspectos negativos os seguintes: o capital é sempre liberado com base em projetos pré-elaborados, não sendo permitida no decorrer da obra nenhuma adaptação e, a demora excessiva entre a fase de solicitação dos recursos e a liberação do capital. Por este motivo, a Sanepar se utiliza dessa linha de financiamento somente para obras de grande porte. No Programa Paraná Urbano, os recursos são repassados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e agenciados pelo Governo do Estado. Para retirada dos montantes disponíveis é necessário a apresentação por parte da Sanepar de relatórios contemplando a viabilidade econômica, financeira e ambiental dos empreendimentos, sendo que sua liberação poderá ser feita também para sistemas com menos de 100.000 habitantes. As taxas anuais de financiamentos giram em torno de 11% ao ano mais a Taxa Referencial (TR) para novos investimentos na implantação sistemas de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgotos sanitários, só haverá contrapartida se o sistema for composto por mais de 100.000 habitantes, e nesse caso seu percentual será de no mínimo 40%. Essa linha de financiamento não exige contrapartida, oferece uma carência de pagamento de 12 (doze) meses à partir da liberação do capital, não exige prazo máximo de execução e estipula uma prazo final de pagamento de 8 (oito) anos. Os financiamentos oriundos do programa Paraná Urbano, embora apresentem uma taxa de juros anual mais alta em relação a anterior, trazem como aspectos positivos os seguintes: o capital é sempre liberado com base nos documentos já citados, sendo permitido a re-locação do dinheiro para outras obras necessárias, ou a re-adequação dos projetos iniciais; e, uma vez atendida as exigências sua liberação é imediata. No Programa Paraná San, os recursos foram disponibilizados pelo Japan Banc For International Cooperation (JBIC), sendo que estes, no início também foram agenciados pelo Estado do Paraná. Ao contrário dos demais, para utilização e liberação do capital à ser empregado, por força de contrato, os trabalhos relativos a projetos e atividades de gerenciamento global dos investimentos está sendo feito por uma empresa de Consultoria. Os recursos disponibilizados para a parte de consultoria são 100% financiados a juros de 2,3% ao ano e os destinados para a execução das obras são 65% financiados a juros de 4% ao ano. A contrapartida estipulada é de 35% para as obras e de 100% para as desapropriações necessárias. A carência estipulada para o início dos desembolsos foi de 7 (sete) anos a partir da efetiva assinatura do contrato, tendo prazo máximo para o término do pagamento em 18 (dezoito) anos. Nesse programa estão previstos investimentos na ordem de 60 (sessenta) milhões de dólares em obras de saneamento, sendo que estas serão executadas, em sua maioria, na ampliação do Sistema Integrado de Abastecimento de Água e Sistema de Esgotos Sanitários da Região Metropolitana de Curitiba. Portanto, a liberação de recursos está condicionada à apresentação de investimento de gestão de metas que são normalmente dispostos em gráficos de barras com início e término das obras, com a

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duração, localização, área de influência, detalhes construtivos, custos alocados no tempo, etc. 3. METODOLOGIA DA PESQUISA Essa etapa do trabalho se preocupa em determinar um modelo de custos e prazos para implantação da infra-estrutura de esgotamento sanitário a partir de dados registrados em cima do crescimento da Cidade de Curitiba. Para tanto, ele será dividido em três partes, a primeira que trata da coleta de dados, a segunda que trata da manipulação dos dados, e a terceira das ferramentas de apoio. 3.1. Coleta de dados Os valores demonstrados encontram suporte nos programas específicos para ampliação de rede de esgotamento sanitário, e são demonstrados pelo banco de dados que se forma a partir da Figura 1, de onde se podem levantar as vias com rede. Com ela, também é possível conhecer os investimentos que precisam ser realizados em função da quantidade de rede coletora, de interceptores, de emissários, de unidades de tratamento, recalque, e outros equipamentos especificados conforme demanda requerida. Figura 1- Inventário do Patrimônio e Previsão de novas obras na Sanepar (Esgoto) 3.2. Manipulação dos dados Com essas informações, utiliza-se a quantidade de rede inexistente para tratar da relação entre as vias sem rede de esgoto e total de vias existentes em cada bairro no cálculo dos custos de melhoria do sistema de esgoto sanitário. Tal relação deve indicar a cobertura de rede em cada bairro. Para tanto, isso se fez da mesma forma que o sistema de abastecimento público de Curitiba, em que a essência dos dados veio da Diretoria de Operações da concessionária operadora do esgoto sanitário da cidade. Outro banco de dados importante veio do Instituto de Planejamento e Pesquisa de Curitiba (IPPUC), que acompanha o crescimento da cidade, através da Secretaria Municipal de Obras Públicas, alimentando um cadastro de todas as realizações na cidade. Esse cadastro informa que ruas existem e em que período aconteceu, podendo-se averiguar quais regiões se consolidaram ou ainda crescem. Tabela 1 – Número de ligações de esgoto na área de abrangência das unidades de tratamento de esgoto da Cidade de Curitiba

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Código Bairro Ligações de esgoto na área de abrangência das ETE’s da Cidade de Curitiba* Unidade de tratamento (ETE) Total Atuba Sul Belém Padilha Sul CIC Xisto Santa Quitéria (Ligações)** (Ligações) (Ligações) (Ligações) (Ligações) (Ligações) 1 Centro 0 5.687 0 0

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0 5.687 2 São Francisco 0 1.915 0 0 0 1.915 ... ... ... ... ... ... ... ... 75 CIC 0 0 0

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16.850 0 16.850 Total 54.838 99.342 31.507 40.986 21.697 248.370*** Notas: * A fonte de informações foi a Sanepar. ** As ligações com o domicílio são realizadas nos coletores primários e secundários, e foram calculadas com base na abrangência mapeada na cidade de Curitiba pelo Programa ParanáSAN. ** Em linhas gerais, o número total de ligações com tratamento alcança o patamar de 68%. Figura 2 – Abrangência das unidades de tratamento de esgoto sanitário na Cidade de Curitiba Com o sistema de cadastro da empresa, fez-se uma busca do número de ligações dentro da abrangência de estação de tratamento, por bairro da cidade, conforme os valores resgatados na Tabela 2 desse banco de dados. Isso será usado nas zonas de diluição de custos as quais foram delineadas como função das frações percentuais das áreas de abrangência das bacias de drenagem (esgotamento) dentro de cada bairro vistos na Figura 1. Assim, cada bairro tem um percentual dos custos, demonstrados na Tabela 2, de cada obra que terá impacto sobre tais áreas de abrangência, conforme os números já tabelados. Tabela 2 – Custo relativos às demais obras necessárias ao sistema de esgoto da Cidade de Curitiba

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Resumo da obra Relação de orçamentos das obras previstas no plano de metas da Sanepar* Quantidade Unitário** Custo total Rateio (Unidade) (R$,00/unidade) (R$,00) (%)*** Região de impacto Sistema Santa Quitéria ETE Santa Quitéria 1 5.000.000,00

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Interceptor Barigui-Pilarzinho 1.500 1.894.455,78 Coletor Tronco C.Comprido (m) 2.965 1.056.963,20 Coletor Tronco Cascatinha (m) 4.328 1.542.845,44 Coletor Tronco Vinhedo (m) 493 175.744,64

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Total parcial 9.670.009,06 100,00 ETE Santa Quitéria Sistema CIC/Xisto ETE CIC/Xisto 1 16.841.863,91 Interceptor Barigui-CIC/Xisto (m) 14.242 16.092770,45

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Coletor Tronco Mueller (m) 7.835 2.793.020,80 Coletor Tronco Patrício (m) 3.059 1.090.472,32 Coletor Tronco Vieira (m) 3.965 1.413.443,20 Coletor Tronco Vila Formosa (m) 4.768 1.699.696,64

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Coletor Tronco Portão (m) 1.823 649.863,04 Coletor Tronco Oswaldo Cruz (m) 1.897 676.242,56 Coletor Tronco Campo Alegre (m) 1.889 673.390,72 Elevatórias (Conjunto) 1 759.952,73

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Total parcial 42.690.716,37 100,00 ETE CIC Xisto Sistema Padilha Sul ETE Padilha Sul 1 16.184.277,67 Interceptor Padilha Sul (m) 15.593(m) 9.049.779,09

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Coletor Tronco Cercado (m) 3.139(m) 2.481.456,64 Elevatórias (Conjunto) 1 661.013,68 Total parcial 28.376.527,08 100,00 ETE Padilha Sul Sistema Atuba Sul ETE Atuba Sul 1

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8.000.000,00 Total parcial 8.000.000,00 100,00 ETE Atuba Sul Total geral 88.737.252,51 100,00 (Em Curitiba) Notas: * A fonte de informações foi o ParanáSAN. ** O orçamento original é periodicamente revisto e modificado conforme alterações que possam vir a ser realizadas no ato do lançamento em edital de licitação, ou ainda em sua execução. *** Os percentuais foram definidos com base nas áreas de abrangência das unidades de tratamento, tendo por base sua capacidade operacional. Isso, então, é feito através do ParanáSAN que delineia a relação de custos para melhoria do sistema de esgotamento sanitário e seu tratamento, através da implementação de uma série de novas obras que constam de seu plano de metas, igualmente orçadas para fins de captação de recursos no mercado financeiro a fundo perdido. Em tendo anunciado suas metas, torna-se possível compor os custos diluídos em cada bairro da cidade, e com base nas tendências de crescimento e intervenção na cidade, averiguar onde haverá melhoria desse parâmetro nos próximos anos.

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Custo do sistema de esgoto sanitário = Vias sem rede de esgoto (m) x Custo unitário de rede de esgoto (R$/m) + Demais obras (R$/unidade) (Equação 1) Considerando que se mantenham os níveis atuais de crescimento e que sejam implantadas todas as metas previstas pela concessionária de saneamento, pode-se estimar o valor futuro para o ano de 2005. Depois, em cima de prognósticos elaborar mapas de tendências futuras otimistas, pessimistas e realistas. Cenário futuro do sistema de esgoto sanitário = Déficit futuro do sistema de esgoto sanitário – Déficit presente do sistema de esgoto sanitário (Equação 2) O déficit futuro é calculado para a situação mais provável, a qual considera a manutenção dos níveis atuais de crescimento e conclusão das metas programadas pela concessionária nas vias públicas. Eles incidem diretamente sobre as vias públicas, ou seja, quando se analisa o cenário, quer-se crer que as vias devem trazer uma tubulação que atenda à população que se instala, e apesar de trazer junto as demais obras que compõe o sistema de esgotamento, estas não serão computadas no diagnóstico do cenário futuro. Déficit futuro do sistema de esgoto sanitário (m) = Déficit presente do sistema de esgoto sanitário (m) + Estimativa de crescimento (m) – Estimativa de regularização (m) (Equação 3) 3.3. Ferramentas de trabalho A principal ferramenta de trabalho é um software de Sistema de Informação Geográfico, que passa a ser alimentado por mapas advindos de um software de desenho assistido por computador (CAD) e por planilhas eletrônicas em formato de banco de dados. A manipulação buscada dos dados deve refletir a formulação teórica apresentada, obviamente considerando todas as anotações oportunamente relacionadas. 4. RESULTADOS E SUAS ANÁLISES Os resultados referentes ao esgotamento sanitário dizem respeito ao levantamento da cidade em relação à cobertura, bem como, das percentagens de ligações com tratamento em relação ao número de ligações de água. Aplicando-se as formulações impostas pela metodologia da pesquisa, há que se obter os padrões de atendimento conforme registrado nas tabelas e figuras que se seguem. Nesse sentido, nota-se que a cobertura de rede de esgotamento sanitário ficou em torno de 41% do total de vias da cidade com mais de 68% dos domicílios com tratamento, o que revela altos índices de eficiência em relação à infra-estrutura sanitária já implantada na cidade. Por traz desses números está o maior programa de saneamento atualmente instalado no Brasil, que supera muitas cidades européias na comparação com tais índices. Tabela 3 – Resultados dos indicadores do sistema de esgotamento sanitário

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Código Bairro Avaliação da qualidade do sistema de esgotamento sanitário Melhoria futura Total de vias Déficit de rede* Risco** Perf.*** Custo total**** (m) (%) (m) (%) (%) (%) (R$,00) 1 Centro 52.188 1,29 0

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0,00 0,00 100,00 0,00 2 São Francisco 23.112 0,57 0 0,00 0,00 100,00 0,00 ... ... ... ... ... ... ... ... ... 75 CIC

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334.623 8,27 225.160 13,61 67,29 51,22 33.600.890,00 Totais 4.046.220 100,00 1.654.683 100,00 40,90 68,56 148.128.630,00***** Notas: * O déficit do esgotamento sanitário deve contabilizar o total de vias sem rede no bairro. ** O Risco deve indicar a cobertura de rede de esgoto no bairro. *** A Performance deve indicar a quantidade de ligações em redes com tratamento instalada no bairro. **** Omitiram-se, nessa tabela, as parcelas relativas aos custos de rede (R$59.391.380,00) e ‘Demais obras’ (R$88.737.250,00), uma vez que sua metodologia tem comportamento semelhante ao sistema de abastecimento de água, que fora apresentado no item anterior. ***** O valor total informado pela Sanepar para os custos previstos para a melhoria do sistema de esgoto sanitário da cidade é de R$156.222.236,50, contabilizando uma diferença

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de R$8.093.606,50, justificada pela própria abrangência do programa dentro do planejamento da empresa. Os custos foram compostos por duas funções distintas, que tratam respectivamente da rede a instalar e das unidades de tratamento e seus acessórios. No entanto, na Tabela 3, observa -se o total já diluído por bairro, o que não representa necessariamente a meta da empresa nesse tema de estudo, ao contrário do sistema de abastecimento de água. Assim, os montantes a serem investidos, em dias atua is podem ultrapassar a 148 milhões de reais, excluindo os custos adicionais decorrentes da demanda por novas obras durante as fases de projeto e execução do sistema requerido. Tabela 4 – Estimativa de regularização com base em dados da Sanepar Código Bairro Passado-presente Presente-futuro 1996 2001 Taxa Reg.* Área Ajuste Regul. total (m) (m)

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(%aa) (m) (m²) (m) (m) 1 Centro - 0 0,10 53 0 0 53 2 São Francisco - 0 0,19 43 0 0 43 ...

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... ... ... ... ... ... ... ... 75 CIC - 0 8,51 39.706 0 0 39.706 Totais - 780.401 10,41 599.389** 0

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0*** 599.389 Notas: * A regularização prevista até o ano de 2005 compreende o programa da CEF, que fora anteriormente demarcado com sua respectiva área de abrangência durante a proposição metodológica. ** Portanto, a soma da regularização alcançada em cada bairro foi de 599.389m, e deve ser considerada dentro das expectativas de regularização prevista pela concessionária na cidade para 2005. *** Apesar de não ser embutido nenhum tipo de ajuste, há que se registrar a ampliação de rede por parte da própria concessionária, pelos moradores locais, ou ainda dentro de programas habitacionais não explícitos até a data atual. Tabela 5 – Projeção de cenários Código Bairro Projeção de cenários Observações Déficit futuro* Taxa** Cenários*** (m) (%)

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(%aa) Pessimista Realista Otimista 1 Centro 0 0,00 0,00 0 0 0 2 São Francisco 0 0,00 0,00 0 0 0 Melhoria ...

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... ... ... ... ... ... ... possível em 75 CIC 318.179 13,38 17,63 -1 -1 1 16 bairros Totais 2.378.868 100,00 36,22 -1 -1 1

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21,33% Notas: * O déficit futuro é o resultado da soma entre déficit atual e o crescimento, a menos da regularização, em cada bairro. ** A Taxa é resultado do balanço entre o crescimento e a regularização diante dos valores atuais de déficit. *** O número zero (0) significa a manutenção dos padrões atuais; o número um negativo (-1) significa que haverá piora dos padrões atuais; e o número um positivo (1) significa que haverá melhoria dos padrões atuais. Feitas as projeções de crescimento, a mesma encontrada no sistema de abastecimento de água, e regularização até o ano de 2005, tem-se o balanço para aquela data na próxima tabela. O déficit futuro é o resultado das parcelas positivas e negativas, bairro a bairro, do déficit atual, com o crescimento e a regularização. A Figura 3 representa o Sistema de Esgoto Sanitário da Cidade de Curitiba, e mostra em sua porção central, a situação mapeada na cidade. Notadamente a cidade tem sua periferia tomada pela ausência de rede de coleta, situação que pode ser revertida com a implantação dos programas do ParanáSAN em andamento. O mapa no canto superior esquerdo mostra a quantidade de rede ausente na cidade distribuída percentualmente em cada bairro, ou seja, é o Risco de não se encontrar rede de esgoto nos bairros da cidade. Do outro lado, a Performance do sistema de esgoto sanitário, avaliados pelos percentuais de ligações em redes com tratamento. Em baixo e do lado esquerdo, são mostrados os Custos distribuídos em cada bairro para melhoria da qualidade do sistema. No total, eles chegam a 148 milhões, boa parte concentrados nas regiões periféricas do lado oeste do centro da capital. Por último, o traçado do Cenário realista para o ano de 2005. Esse último deflagra que a região leste guarda características de manter seu padrão de atendimento, ao contrário da região oeste, que, mesmo crescendo, tende a melhorar em locais próximos do centro e a piorar, quando afastado desse. Isso está embutido no programa de metas que será exercido naquela porção da cidade. Figura 3 – Padrão do Sistema de Esgoto Sanitário na Cidade de Curitiba As análises são inevitáveis e traduzirão a possibilidade de alteração dos rumos de algumas obras ou sua confirmação. Mais do que isso, na ótica da estrutura organizacional da empresa, permitirá antecipação dos programas de investimento como função da expectativa

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do crescimento da cidade, delineando novos projetos, novas tarefas e novos grupos de trabalho. Sob a ótica financeira da empresa, permitirá a previsão de recursos em contas específicas dentro da contabilidade para bancar tais projetos, ou ainda buscar sócios estratégicos para minimizar o impacto nas contas delineadas por tais expectativas. 5. CONCLUSÕES Através da construção de novas obras delineadas pelo plano de metas da cidade é possível construir cenários sobre tendências de melhoria da qualidade dos serviços. E ainda, tais obras requerem um plano de desembolso que terão impacto sobre regiões específicas da cidade, modificando suas estruturas ambientais em favor da qualidade de vida e sustentabilidade futura. Basta, no entanto, que haja captação dos recursos transcritos por esse trabalho, podendo ser utilizado noutros parâmetros que modifiquem a gestão da sustentabilidade de uma cidade. Sob a ótica da modelagem de custos, é possível estabelecer um plano de investimentos que contabilize os montantes a serem gastos em cada nova obra, referenciando-se no espaço geográfico de impacto. Isso gera a qualidade de aproximar um modelo que confere um novo centro de custos baseado no uso e ocupação do espaço disponível, que, por sua vez, possibilita nova composição tarifária a ser estudada e implantada. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACAD.EXE. [CD-ROM]. Versão 2000. Autodesk for Windows application file. [SI] : Autodesk Corporation, c 2000. Equipamento mínimo: PC Pentium III ou mais avançado com 132 Mb ou mais de memória RAM. ARCVIEW [CD-ROM]. Versão 3.1. Neuron Data for Windows application file. [SI] : Environmental System Research Institute Inc., c 1998. Equipamento mínimo: PC Pentium III ou mais avançado com 132 Mb ou mais de memória RAM BANCO INTERAMERICANO DE DESARROLLO. El uso de los fondos de inversión social como instrumentos para combatir la pobreza. Documento de estratégia del BID. Novembro, 1997. EXCEL.EXE. [CD-ROM]. Versão 2000. Microsoft for Windows application file. [SI] : Microoft Corporation, c 2000. Equipamento mínimo: PC Pentium III ou mais avançado com 132 Mb ou mais de memória RAM. IPPUC. Base Digital da Cidade de Curitiba. Curitiba. Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, 2000. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 4. Ed. São Paulo, Atlas, 1990.

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PAMPLONA, Edson de Oliveira. As Inadequações dos Sistemas de Custos Tradicionais em um Novo Ambiente de Produção. Revista PRODUÇÃO, v.3, n.2, p.127-132, 1993. PRAZERES, L. M. A interface social e seus desafios para gestores de política ambiental nas cidades. Mimeografado. 04/02/02. [Recorte de publicação da SANEPAR]