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9 DIREITO ELEITORAL Rodrigo López Zilio ÍNDICE CAPÍTULO I Noções Preliminares 1. CLASSIFICAÇÃO e AUTONOMIA....................................................................................................... 17 2. FONTES DO DIREITO ELEITORAL ...................................................................................................19 3. A INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ELEITORAL ........................................................................25 4. O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE .........................................................................................................27 4.1. Objetivo da norma ...........................................................................................................................27 4.2. A concepção de “lei” (que altera o processo eleitoral) ..................................................28 4.3. Processo eleitoral: uma conceituação ...................................................................................29 4.3.1 A visão da doutrina ......................................................................................................................29 4.3.2 O STF e a conceituação de processo eleitoral ..................................................................29 4.4. Breves notas acerca da correta concepção do processo eleitoral: uma conclusão possível ...................................................................................................................................33 4.5 O princípio da anualidade e as Leis nº 12.875/13 e nº 12.891/13...........................35 5. A JUSTIÇA ELEITORAL ..........................................................................................................................37 5.1. Atribuições da Justiça Eleitoral: a função administrativa, legislativa, julgadora e consultiva ............................................................................................................................40 6. O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL ............................................................................................44 7. DOS SISTEMAS ELEITORAIS ...............................................................................................................48 7.1. Sistema majoritário ........................................................................................................................48 7.2. Sistema proporcional .....................................................................................................................51 8. DAS NULIDADES ........................................................................................................................................53 9. DIREITO PARTIDÁRIO ...........................................................................................................................65 9.1. Natureza jurídica e o mandado de segurança contra ato de dirigente Partidário .....................................................................................................................................................67 9.2. Criação e registro, participação na eleição e recursos do fundo partidário 9.3. Características: liberdade de criação e autonomia .........................................................71 9.4. Coligação ..............................................................................................................................................79 9.5. Cláusula de barreira .......................................................................................................................82 9.6. Fidelidade partidária .....................................................................................................................83 9.6.1 O arcabouço legislativo da matéria ......................................................................................83 9.6.2 Os precedentes do STF e a consulta do TSE .....................................................................84 9.6.3 A doutrina .........................................................................................................................................85 9.6.4 Uma conclusão possível (embora moralmente não recomendável) ....................86 9.6.5 A Resolução nº 22.610/07 do TSE ........................................................................................94 9.7. Competência .......................................................................................................................................97

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DIREITO ELEITORAL Rodrigo López Zilio

ÍNDICE

CAPÍTULO I – Noções Preliminares

1. CLASSIFICAÇÃO e AUTONOMIA....................................................................................................... 17

2. FONTES DO DIREITO ELEITORAL ...................................................................................................19

3. A INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ELEITORAL ........................................................................25

4. O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE .........................................................................................................27

4.1. Objetivo da norma ...........................................................................................................................27

4.2. A concepção de “lei” (que altera o processo eleitoral) ..................................................28

4.3. Processo eleitoral: uma conceituação ...................................................................................29

4.3.1 A visão da doutrina ......................................................................................................................29

4.3.2 O STF e a conceituação de processo eleitoral ..................................................................29

4.4. Breves notas acerca da correta concepção do processo eleitoral: uma

conclusão possível ...................................................................................................................................33

4.5 O princípio da anualidade e as Leis nº 12.875/13 e nº 12.891/13...........................35

5. A JUSTIÇA ELEITORAL ..........................................................................................................................37

5.1. Atribuições da Justiça Eleitoral: a função administrativa, legislativa,

julgadora e consultiva ............................................................................................................................40

6. O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL ............................................................................................44

7. DOS SISTEMAS ELEITORAIS ...............................................................................................................48

7.1. Sistema majoritário ........................................................................................................................48

7.2. Sistema proporcional .....................................................................................................................51

8. DAS NULIDADES ........................................................................................................................................53

9. DIREITO PARTIDÁRIO ...........................................................................................................................65

9.1. Natureza jurídica e o mandado de segurança contra ato de dirigente

Partidário .....................................................................................................................................................67

9.2. Criação e registro, participação na eleição e recursos do fundo partidário

9.3. Características: liberdade de criação e autonomia .........................................................71

9.4. Coligação ..............................................................................................................................................79

9.5. Cláusula de barreira .......................................................................................................................82

9.6. Fidelidade partidária .....................................................................................................................83

9.6.1 O arcabouço legislativo da matéria ......................................................................................83

9.6.2 Os precedentes do STF e a consulta do TSE .....................................................................84

9.6.3 A doutrina .........................................................................................................................................85

9.6.4 Uma conclusão possível (embora moralmente não recomendável) ....................86

9.6.5 A Resolução nº 22.610/07 do TSE ........................................................................................94

9.7. Competência .......................................................................................................................................97

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CAPÍTULO II – Dos Direitos Políticos e da Capacidade Eleitoral (ativa e passiva)

1. DOS DIREITOS POLÍTICOS................................................................................................................ 101

2. DA CAPACIDADE ELEITORAL ......................................................................................................... 105

2.1. Capacidade eleitoral ativa ...................................................................................................... 105

2.1.1. Alistamento eleitoral .......................................................................................................... 108

2.1.2. Transferência .......................................................................................................................... 112

2.1.3. Segunda via ............................................................................................................................. 112

2.1.4. Cancelamento ......................................................................................................................... 113

2.1.5. Da revisão do eleitorado....................................................................................................... 117

3. SUFRÁGIO E VOTO................................................................................................................................. 119

4. CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA ............................................................................................ 121

4.1. Condições de elegibilidade ................................................................................................... 122

4.1.1. Nacionalidade brasileira .................................................................................................. 123

4.1.2. Pleno exercício dos direitos políticos ........................................................................ 125

4.1.2.1 Cancelamento da naturalização .................................................................................. 126

4.1.2.2 Incapacidade civil absoluta ........................................................................................... 127

4.1.2.3 Condenação criminal transitada em julgado ........................................................ 128

4.1.2.4 Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação

alternativa ............................................................................................................................................ 135

4.1.2.5 Improbidade administrativa ........................................................................................ 136

4.1.3. Alistamento eleitoral .......................................................................................................... 138

4.1.4. Domicílio eleitoral ............................................................................................................... 138

4.1.5. Filiação partidária ............................................................................................................... 140

4.1.6. Idade mínima ......................................................................................................................... 151

4.2. Condições de registrabilidade .............................................................................................. 153

4.3. Inelegibilidade ............................................................................................................................. 155

4.3.1. Breve nota acerca da elegibilidade............................................................................... 155

4.3.2. Breve nota acerca do elemento nuclear da inelegibilidade ............................. 155

4.3.3. Distinção entre condições de elegibilidade e hipóteses de

inelegibilidade .................................................................................................................................... 156

4.3.4. O registro de candidatura: breve análise das divergências da teoria

clássica e da teoria do fato jurídico .......................................................................................... 158

4.3.5. Bases teóricas para um conceito adequado de inelegibilidade no

Direito Brasileiro ............................................................................................................................... 162

4.3.6. Aspectos materiais da inelegibilidade ........................................................................ 163

4.3.6.1. Na Constituição Federal ................................................................................................ 165

4.3.6.2. Na Lei Complementar nº 64/90 ................................................................................. 178

4.3.6.2.1. Modificações relevantes da Lei Complementar nº 135/10 ..................... 179

4.3.6.2.2. Causas de inelegibilidade previstas na LC nº 64/90 .................................... 186

4.4. Desincompatibilização ............................................................................................................... 257

4.5. Inabilitação ...................................................................................................................................... 258

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DIREITO ELEITORAL Rodrigo López Zilio

CAPÍTULO III – Do Processo Eleitoral

1. DAS FASES DO PROCESSO ELEITORAL...................................................................................... 263

2. CONVENÇÃO PARTIDÁRIA ............................................................................................................... 263

2.1. Generalidades: autonomia partidária; omissão no estatuto; conflito de

convenções ............................................................................................................................................... 263

2.2. Prazo de realização e deliberação......................................................................................... 266

2.3. Registro em livro e ata................................................................................................................ 268

2.4. Candidatura nata ........................................................................................................................... 269

2.5. Utilização de prédios públicos ................................................................................................ 269

3. REGISTRO DE CANDIDATO .............................................................................................................. 270

3.1. Generalidades: natureza jurídica, rito e pré-candidato vs candidato .................. 270

3.2. Número de vagas e reserva por gênero ............................................................................. 274

3.3. Vagas remanescentes .................................................................................................................. 277

3.4. Prazo ...................................................................................................................................................... 277

3.5. Documentos ....................................................................................................................................... 278

3.6. Diligências........................................................................................................................................... 285

3.7. Substituição........................................................................................................................................ 286

3.8. Homonímia ......................................................................................................................................... 290

4. DA PROPAGANDA .................................................................................................................................. 292

4.1. Propaganda partidária ............................................................................................................... 294

4.1.1. Objetivo, limites e vedações ................................................................................................... 295

4.1.2.. Forma (bloco e inserções) e procedimento de apuração da

propaganda partidária irregular (competência, legitimidade, sanção,

prazo para ajuizamento da representação e efeitos do recurso) ........................................... 297

4.2. Propaganda intrapartidária ..................................................................................................... 300

4.3. Propaganda eleitoral ................................................................................................................... 302

4.3.1. Prazo inicial .................................................................................................................................... 305

4.3.2. Propaganda extemporânea ou antecipada...................................................................... 306

4.3.3. Promoção pessoal e propaganda eleitoral ..................................................................... 308

4.3.4. Excludentes de propaganda eleitoral antecipada: art. 36-A da LE..................... 310

4.3.5. Procedimento para apuração da propaganda eleitoral irregular ....................... 322

4.3.6. Poder de polícia ........................................................................................................................... 328

4.3.7. Modalidades de propaganda eleitoral .............................................................................. 331

4.3.7.1. Propaganda em outdoors ............................................................................................... 331

4.3.7.2. Propaganda em bens particulares ............................................................................... 333

4.3.7.3. Propaganda em bens públicos ....................................................................................... 337

4.3.7.4. Propaganda nas dependências do Poder Legislativo ......................................... 344

4.3.7.5. Propaganda eleitoral em recinto aberto ou fechado ........................................... 344

4.3.7.6. Propaganda mediante o uso de alto-falantes ou amplificadores

de som ......................................................................................................................................................... 345

4.3.7.7. Comícios, showmícios e aparelhagem de sonorização fixa............................. 347

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4.3.7.8. Propaganda mediante panfletagem ........................................................................... 350

4.3.7.9. Propaganda eleitoral na imprensa escrita .............................................................. 351

4.3.7.10. Propaganda eleitoral no rádio e televisão ............................................................ 359

4.3.7.11. Debates .................................................................................................................................. 363

4.3.7.12. Propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão ................................... 366

4.3.7.13. Propaganda eleitoral na internet ............................................................................ 390

4.3.7.14. Propaganda eleitoral no dia da eleição .................................................................. 400

5. DIREITO DE RESPOSTA ...................................................................................................................... 401

6. DAS PESQUISAS ELEITORAIS .......................................................................................................... 409

7. DA ARRECADAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS ................................................................... 414

7.1. Da arrecadação .............................................................................................................................. 414

7.2. Prestação de contas ..................................................................................................................... 446

8. DA DIPLOMAÇÃO...................................................................................................................................457

8.1. Diplomação.....................................................................................................................................457

8.2. Posse...................................................................................................... ............................................461

CAPÍTULO IV – Ações Eleitorais

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 465

2. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DE CANDIDATO - AIRC ................................. 471

2.1. Generalidades ................................................................................................................................. 471

2.2. Objetivo ............................................................................................................................................. 471

2.3. Competência.................................................................................................................................... 472

2.4. Prazo para o ajuizamento ......................................................................................................... 472

2.5. Preclusão .......................................................................................................................................... 473

2.6. Legitimidade, litisconsórcio e assistência......................................................................... 473

2.7. Capacidade postulatória ............................................................................................................ 478

2.8. Questões procedimentais ......................................................................................................... 479

2.8.1. Da petição inicial ....................................................................................................................... 479

2.8.2. Contestação.................................................................................................................................. 480

2.8.3. Julgamento antecipado da lide ou instrução ............................................................... 481

2.8.4. Alegações ...................................................................................................................................... 483

2.8.5. Sentença ........................................................................................................................................ 483

2.8.5.1. Causas de (in)elegibilidade e momento de aferição ............................................ 483

2.8.5.2. Livre convencimento .......................................................................................................... 485

2.8.5.3. Sentença .................................................................................................................................... 485

2.8.5.4. Recurso ..................................................................................................................................... 486

3. RECURSO CONTRA A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA – RCED .............................................. 489

3.1. Fundamento legal ......................................................................................................................... 489

3.2. Objeto ................................................................................................................................................. 490

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DIREITO ELEITORAL Rodrigo López Zilio

3.3. Prazo ................................................................................................................................................... 490

3.4. Hipóteses de cabimento ............................................................................................................ 491

3.4.1. O RCED na concepção originária do Código Eleitoral ...................................... 491

3.4.2. O RCED e a Lei nº 12.891/13 ...................................................................................... .493

3.5. A Prova pré-constituída ............................................................................................................. 498

3.6. Competência e procedimento ................................................................................................. 499

3.7. Legitimidade................................................................................................................................... 501

3.8. Efeitos ................................................................................................................................................. 502

4. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL - AIJE .................................................... 503

4.1. Considerações iniciais e fundamento legal ...................................................................... 503

4.2. Hipóteses de cabimento ............................................................................................................ 505

4.3. Procedimento e competência.................................................................................................. 507

4.4. Bem jurídico ................................................................................................................................... 510

4.5. Prazo de ajuizamento ................................................................................................................ 512

4.6. Legitimidade ativa e passiva ................................................................................................... 513

4.7. Sanções .............................................................................................................................................. 515

4.8. Recurso e efeitos ........................................................................................................................... 518

5. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO - AIME ................................................... 519

5.1. Fundamento legal, auto-aplicabilidade, prazo, segredo de justiça e

litigância de má-fé ................................................................................................................................ 519

5.2. Objeto ................................................................................................................................................. 521

5.3. Hipóteses de cabimento ............................................................................................................ 522

5.4. Preclusão ........................................................................................................................................... 526

5.5. Bem Jurídico .................................................................................................................................... 527

5.6. Legitimidade ................................................................................................................................... 528

5.7. Competência .................................................................................................................................... 530

5.8. Procedimento ................................................................................................................................. 531

5.9. Efeitos da procedência ............................................................................................................... 533

5.10. Recursos e efeitos ...................................................................................................................... 535

6. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO .................................................................................................. 536

6.1. Fundamento legal ......................................................................................................................... 536

6.2. Conceito ............................................................................................................................................. 536

6.3. Legitimados ativos ....................................................................................................................... 540

6.4. Legitimado passivo (sujeito ativo da conduta) .............................................................. 541

6.5. Lapso de incidência da norma (e da ação)........................................................................ 543

6.6. Procedimento e bem jurídico tutelado .............................................................................. 544

6.7. Competência .................................................................................................................................... 544

6.8. Sanções e constitucionalidade ................................................................................................ 545

6.9. Recurso: prazo e efeitos ............................................................................................................. 546

7. CONDUTAS VEDADAS .............................................................................................................................. 548

7.1. Introdução ........................................................................................................................................ 548

7.2. Bem jurídico .................................................................................................................................... 549

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7.3. Legitimados, competência e sanções .................................................................................. 550

7.4. Procedimento e prazo recursal .............................................................................................. 552

7.5. Lapso de ajuizamento da representação ........................................................................... 554

7.6. Lapso temporal de incidência das hipóteses legais ..................................................... 554

7.7 As hipóteses materiais do art. 73 da Lei n° 9.504/97 .................................................. 557

7.8. A hipótese material do art. 74 da Lei nº 9.50/97 .......................................................... 596

7.9. A hipótese material do art. 75 da Lei nº 9.504/97 ....................................................... 597

7.10. A hipótese material do art. 77 da Lei n° 9.504/97..................................................... 598

8. CAPTAÇÃO E GASTOS ILÍCITOS ELEITORAIS ........................................................................... 601

8.1. Art. 30-A da LE: representação específica vs AIJE ........................................................ 601

8.2. Hipóteses de cabimento ............................................................................................................ 603

8.3. Para fins eleitorais ....................................................................................................................... 609

8.4. Art. 30-A da LE vs rejeição de contas .................................................................................. 609

8.5. Bem jurídico .................................................................................................................................... 611

8.6. Procedimento e competência ................................................................................................. 613

8.7 Prazo de ajuizamento ................................................................................................................. 614

8.8. Legitimados ..................................................................................................................................... 617

8.9. Sanções e recurso (prazo e efeitos) ..................................................................................... 618

9. AÇÃO RESCISÓRIA ELEITORAL .................................................................................................... 619

9.1. Introdução ........................................................................................................................................ 619

9.2. Hipóteses de cabimento ............................................................................................................ 620

9.3. Constitucionalidade ..................................................................................................................... 622

9.4. Competência, prazo, procedimento e legitimidade ...................................................... 622

Bibliografia .................................................................................................................................................... 625

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DIREITO ELEITORAL Rodrigo López Zilio

CAPÍTULO I

NOÇÕES PRELIMINARES

1. CLASSIFICAÇÃO e AUTONOMIA; 2. FONTES DO DIREITO ELEITORAL; 3. A INTERPRETA-

ÇÃO DO DIREITO ELEITORAL; 4. O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE; 4.1. Objetivo da norma;

4.2. A concepção de “lei” (que altera o processo eleitoral); 4.3.Processo eleitoral: uma con-

ceituação; 4.4. Breves notas acerca da correta concepção do processo eleitoral: uma con-

clusão possível; 4.5 O princípio da anualidade e as Leis nº 12.875/13 e nº 12.891/13; 5. A

JUSTIÇA ELEITORAL; 5.1. Atribuições da Justiça Eleitoral: a função administrativa, legisla-

tiva, julgadora e consultiva; 6. O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL; 7.DOS SISTEMAS ELEI-

TORAIS; 7.1. Sistema Majoritário; 7.2. Sistema Proporcional; 8. DAS NULIDADES; 9. DIREI-

TO PARTIDÁRIO; 9.1. Natureza Jurídica e o mandado de segurança contra ato de dirigente

partidário; 9.2. Criação e registro, participação na eleição e recursos do fundo partidário;

9.3. Características: liberdade de criação e autonomia; 9.4. Coligação; 9.5. Cláusula de bar-

reira; 9.6. Fidelidade partidária; 9.7. Competência

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DIREITO ELEITORAL Rodrigo López Zilio

1. CLASSIFICAÇÃO E AUTONOMIA

Cada ramo da ciência do Direito tem existência e função específica, conquanto, de regra, apresente-se interrelacionado. O Direito Eleitoral consti-tui-se em ramo do direito público, cujo desiderato primordial é proporcionar e assegurar que a conquista do poder pelos grupos sociais seja efetuada dentro de parâmetros legais preestabelecidos, sem o uso da força ou de quaisquer subterfúgios que interfiram na soberana manifestação de vontade popular. Assim, o Direito Eleitoral resta edificado em conceitos de soberania, democra-cia, participação popular, voto, sufrágio, mandato e representação. FÁVILA RIBEIRO, jubilado doutrinador eleitoralista, leciona que “o Direito Eleitoral, precisamente, dedica-se ao estudo das normas e procedimentos que organizam e disciplinam o funcionamento do poder de sufrágio popular, de modo a que se estabeleça a precisa adequação entre a vontade do povo e a atividade governa-mental” (Direito Eleitoral..., p. 04). Portanto, em síntese, extrai-se que é objetivo fundamental do Direito Eleitoral estabelecer uma “adequação entre a vontade do povo e a atividade governamental”, ou, em outras palavras, assegurar que a manifestação de vontade externalizada pelo corpo eleitoral, através do exercí-cio do sufrágio, seja efetivamente respeitada, fazendo com que os representan-tes conquistem seus mandatos como consequência elementar da soberania popular.

O Direito Eleitoral preocupa-se com a hígida forma de escolha dos re-presentantes dos cargos eletivos, a partir da opção manifestada pelos titulares da soberania estatal. Daí, pois, inequívoco que a correta compreensão da de-mocracia participativa e representativa, na concepção adotada pela Carta Re-publicana de 1988, guarda nítida e estreita vinculação como o aperfeiçoamento e a purificação do Direito Eleitoral, o qual visa à construção da formação da vontade estatal, regulando o acesso ao poder constituído. Segundo FÁVILA RIBEIRO, “o Direito Eleitoral revela continuado propósito em garantir a vontade genuína do corpo eleitoral, através da qual pode germinar a representação polí-tica em sua autenticidade substancial” (Abuso de Poder..., p. 25).

A autonomia do Direito Eleitoral decorre da competência legislativa privativa da União prevista pelo art. 22, inciso I, da CF. É somente a União que possui competência para estatuir as regras concernentes ao Direito Eleitoral, estabelecendo a opção pelos sistemas eleitorais, além de normas do processo eletivo (lato sensu). Ainda, por decorrência de sua autonomia, o Direito Eleito-ral possui ações (v.g., ação de impugnação ao registro de candidatura, ação de investigação judicial eleitoral, etc.) e princípios próprios (v.g., da celeridade, da preclusão, etc.), que devem ser interpretados sempre no intuito da preserva-ção da higidez da manifestação do corpo eleitoral. É reconhecida, pois, a auto-nomia do Direito Eleitoral em relação aos demais ramos da ciência do Direito, possuindo independência em relação ao Direito Partidário e ao Direito Consti-

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tucional. O fato de ser reconhecida autonomia, contudo, não afasta a nítida correlação entre as áreas jurídicas de atuação.

De conseguinte, embora a autonomia, inegável que o Direito Constitu-cional é a base jurídica originária e embrionária do Direito Eleitoral, sendo extraído da matéria constitucional os conceitos de soberania popular (art. 1º, I, e art. 14, caput, da CF), democracia representativa (art. 1º, parágrafo único), sufrágio e voto (art. 14, caput), além da previsão das condições de elegibilidade (art. 14, §3º), causas de inelegibilidade (art. 14, §6º e §7º), ação de impugnação de mandato eletivo (art. 14, §10º e §11), normas relativas às agremiações par-tidárias (art. 17) e, ainda, opção pelo sistema proporcional e majoritário (v.g., art. 45, caput e art. 46, caput). De igual sorte, na Carta Magna restam estabele-cidos regramentos de posse (v.g., art. 28, caput; art. 29, III e art. 78, caput), incompatibilidade (v.g., art. 29, IX; art. 38 e art. 54) substituição, sucessão (art. 79), bem como a duração dos mandatos eletivos (v.g., art. 29, I; art. 44, parágra-fo único e art. 82).

Do Direito Administrativo, extrai-se, v.g., conceitos de “órgão da admi-nistração pública direta, indireta e fundação” (art. 24, inciso II, da LE), “organi-zações da sociedade civil de interesse público” (art. 24, inciso XI, da LE), além de noções de abuso de poder.

A relação com o Direito Civil resta estabelecida pela inelegibilidade advinda do parentesco (art. 14, §7º, da CF), na medida em que os conceitos de “cônjuge”, “parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por ado-ção” são exclusivamente oriundos do Direito de Família. Da mesma sorte, o conceito de “incapacidade civil absoluta”, que é causa de suspensão dos direitos políticos (art. 15, II, da CF) e restrição ao seu pleno gozo (art. 14, §3º, II, da CF), advém do Direito Civil.

Do Direito Processual Civil extrai-se, v.g., noções de pressupostos pro-cessuais, condições da ação, preclusão, coisa julgada, intervenção de terceiros. Ainda, a parte relativa aos atos processuais, prazos, requisitos da petição inici-al e da sentença tem aplicação subsidiária na esfera eleitoral.

O nexo com o Direito Penal é dado, fundamentalmente, pelo disposto no art. 287 do CE, que determina a aplicação, aos crimes eleitorais, das regras gerais do Código Penal, ressalvando-se o conceito de funcionário público (art. 283 do CE) e determinados critérios relativo às penas e sua aplicação (v.g., art. 284, 285 e 286 do CE).

A vinculação com o Direito Processual Penal é taxativamente estabele-cida pelo art. 364 do CE, que determina a aplicação subsidiária do Código de Processo Penal “no processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhe forem conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respei-to”.

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2. FONTES DO DIREITO ELEITORAL

São consideradas fontes do Direito Eleitoral, a doutrina, a jurisprudên-cia e as leis.

A principal fonte do Direito Eleitoral, até mesmo por força de sua ínti-ma vinculação com o Direito Constitucional, é a Constituição Federal. O legisla-dor constituinte, já no preâmbulo, ao optar pela instituição de um Estado De-mocrático de Direito, deu veementes indicativos de que o Direito Eleitoral – por consistir em instrumento regulador do acesso ao poder – recebe forte in-fluência do norte constitucional. Assim, prossegue a Carta Maior em estabele-cer o pluralismo político, a soberania e a cidadania como fundamentos da Re-pública (art. 1º), além de consagrar que “todo poder emana do povo, que o exer-ce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constitu-ição” (art. 1º, parágrafo único).

A Constituição Federal, dentro do Título II (“Dos Direitos e Garantias Fundamentais”), insere um capítulo específico para o tratamento dos Direitos Políticos (Capítulo IV) e outro capítulo para os Partidos Políticos (Capítulo V). Dentro do capítulo relativo aos direitos políticos, o legislador prevê o sufrágio universal e o voto direto e secreto como meio de exercício da soberania popu-lar (art. 14), estabelece condições de elegibilidade (art. 14, §3º), hipóteses de inalistabilidade (art. 14, §2º) e inelegibilidade (art. 14, §§6º e 7º), estatuindo, ainda, que lei complementar deverá estabelecer novas causas de inelegibilida-de (art. 14, §9º). Cria a ação de impugnação de mandato eletivo (art. 14, §10º) e prevê a vedação da cassação de direitos políticos, estabelecendo hipóteses suspensão e perda (art. 15), além do princípio da anualidade eleitoral (art. 16). O capítulo V do Título II, consistente em um único artigo (art. 17), traça diretri-zes sobre os partidos políticos. Conforme estabelecido pelo legislador constitu-cional, as hipóteses de inelegibilidade somente podem ser criadas pela Consti-tuição Federal ou por lei complementar, na forma delineada pelo §9º do art. 14 da Carta Básica.

A segunda fonte do Direito Eleitoral é a lei infraconstitucional. Pelo disposto no art. 22, inciso I, da CF, que estabelece competência privativa à Uni-ão para legislar sobre Direito Eleitoral, conclui-se que somente lei federal é que pode dispor sobre a matéria especializada.

Em observância ao determinado pelo legislador constituinte, foi edita-da a LC nº 64/90 – também conhecida como Lei das Inelegibilidades –, a qual tem natureza jurídica de lei mista, porque traz, em seu bojo, uma parte proce-dimental, causas materiais de inelegibilidade e, ainda, a previsão de crime elei-toral. Com efeito, está previsto, na Lei das Inelegibilidades, o procedimento da ação de impugnação ao registro de candidatura (art. 3º e seguintes) e da ação

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de investigação judicial eleitoral (art. 22); no art. 1º restam estabelecidas as hipóteses materiais de inelegibilidade; no art. 25, o crime de arguição temerá-ria de inelegibilidade. O art. 15 da LC nº 64/90 condiciona a decisão que inde-fere ou cassa o registro à publicação da decisão proferida por órgão colegiado ou à definitividade da decisão, em exceção à regra da devolutividade dos re-cursos eleitorais (art. 257 do CE), ao passo que o art. 16 da LC nº 64/90 estabe-lece, a partir do encerramento do período do registro, que os prazos são contí-nuos e peremptórios, não se suspendendo aos sábados, domingos e feriados. A LC nº 64/90 sofreu importante modificação em seu corpo legislativo através da edição da LC nº 135/10 (também conhecida como Lei da Ficha Limpa).

As leis ordinárias mais importantes, em matéria eleitoral, são: a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97), o Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65), a Lei dos Par-tidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e a Lei de Transporte e Alimentação (Lei nº 6.091/74). O Direito Eleitoral Brasileiro, até as eleições de 1996, conviveu com o fenômeno da temporariedade das leis. Para cada eleição era editada uma lei determinada, cuja vigência expirava ao final do pleito. Assim, v.g., para as elei-ções de 1994, foi editada a Lei nº 8.713/93; para as eleições de 1996, a Lei nº 9.100/95.

A Lei nº 9.504/97, como dispõe sua parte introdutória, “estabelece normas para as eleições”. Por conseguinte, o caráter permanente da Lei nº 9.504/97 é merecedor de elogios, pois a perenidade da lei permite, ao menos em tese, a criação de jurisprudência mais sólida sobre a matéria eleitoral e diminui a tentação do casuísmo na esfera especializada. Diz-se que o caráter de permanente da Lei das Eleições somente em tese permite a formação de uma jurisprudência estável, porque o preenchimento das vagas dos Tribunais Elei-torais, na forma de biênio, com uma recondução, estabelece um incessante rodízio na composição das Cortes e torna mais estéril a possibilidade de sedi-mentação de determinadas matérias na esfera eleitoral.

A Lei das Eleições trata, praticamente, de todas as matérias relativas ao processo eleitoral stricto sensu, traçando regras sobre coligações (art. 6º), con-venções partidárias para escolha de candidatos (arts. 7º a 9º), registro de can-didatos (arts. 10 a 16), arrecadação e aplicação de recursos nas campanhas eleitorais (arts. 17 a 27), prestação de contas (arts. 28 a 32), pesquisas eleito-rais e testes pré-eleitorais (arts. 33 a 35), propaganda eleitoral (arts. 36 a 57), direito de resposta (art. 58), sistema eletrônico de votação e totalização de votos (arts. 59 a 62), mesas receptoras (arts. 63 e 64), fiscalização para as elei-ções (arts. 65 a 71), condutas vedadas (art. 73 a 78), além de disposições tran-sitórias e finais, inclusive estabelecendo procedimento para apuração de re-clamações e representações por descumprimento às normas estabelecidas por esta Lei (art. 96). Prevê a Lei das Eleições, também, diversos crimes eleitorais

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(art. 33, §4°, art. 34, §2°, art. 34, § 3°, art. 39, §5°, I, II, III, art. 40, art. 68, §2°, art. 72, art. 87, §4º e art. 91, parágrafo único).

A Lei nº 9.504/97 sofreu cinco modificações. A primeira, através da Lei nº 9.840/99, que introduziu a captação ilícita de sufrágio no Direito Eleitoral (art. 41-A da LE), além de estabelecer a possibilidade de cassação do registro e diploma em diversas hipóteses de condutas vedadas, com a nova redação dada ao §5º do art. 73 da LE. A segunda modificação sofrida pela Lei das Eleições ocorreu através da Lei nº 11.300/06, que dispôs sobre propaganda, financia-mento e prestação de contas das despesas com campanha eleitoral, estabele-cendo, v.g.: obrigação de divulgação de relatórios parciais das doações recebi-das pela internet (art. 28, §4º); restrição na propaganda em bens públicos (art. 37); vedação da propaganda mediante outdoor (art. 39, §8º) e showmícios (art. 39, §7º); vedação na distribuição de brindes de campanha (art.39, §6º); criação de mais uma hipótese de conduta vedada (§10º do art. 73) e da representação por captação e gastos ilícitos para fins eleitorais (art. 30-A). A terceira modifi-cação no corpo da Lei das Eleições veio a lume com a Lei nº 12.034/091, a qual unificou prazos recursais, estabeleceu prazos para o ajuizamento das repre-sentações eleitorais, além de trazer modificações na arrecadação de recursos, prestação de contas, registro de candidatos, propaganda eleitoral, elevando, ainda, ao status de lei ordinária diversos dispositivos sistematicamente consa-grados em resoluções do TSE. A quarta modificação foi dada pela Lei nº 12.875/13 que, em suma, buscou restringir o acesso dos partidos recém-criados ao horário eleitoral gratuito e ao fundo partidário. A quinta modifica-ção ocorreu com a edição da Lei nº 12.891/132 que, mais uma vez, efetuou mudanças nas regras de arrecadação e gastos de recursos eleitorais, conven-ções partidárias, propaganda eleitoral e introduziu alguns tipos penais eleito-rais, além de também alterar a Lei dos Partidos Políticos e o Código Eleitoral (v.g., dando nova roupagem ao Recurso Contra a Expedição do Diploma).

A Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95), embora não seja uma lei que trate diretamente de Direito Eleitoral, possui estreita vinculação com a matéria, já que traz normas para criação e registro dos partidos políticos (arts. 8º a 11), funcionamento parlamentar (arts. 12 e 13), programa e estatuto par-tidário (arts. 14 e 15), filiação partidária (arts. 16 a 22), fidelidade e disciplina

1 Cabe ressaltar que a Lei nº 12.034/09 trouxe modificações na Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições), na Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) e na Lei nº 4.737/65 (Código Eleitoral). 2 A Lei nº 12.891/13, infelizmente, ficou muito aquém da expectativa, não atacando pontos fundamentais de uma desejável reforma eleitoral (v.g., financiamento de campanha), sendo que as modificações promovidas não trouxe-ram qualquer resultado efetivo que significasse algum avanço no processo eleitoral. Ademais, o desleixo legislativo é tamanho que diversos dispositivos apresentam incongruência sistemática e, até mesmo, inconsistência material em relação aos demais diplomas na esfera especializada. Uma prova irrefutável da insuficiência de uma técnica legislativa mínima da nova legislação é representado pelo art. 4º desse diploma legal, que revoga os incisos do art. 241 do CE – que jamais possuiu incisos (o objetivo, em verdade, era de revogar os incisos do art. 262 do CE). Esse equívoco somente foi superado por uma retificação procedida em 09 de janeiro de 2014 e já incorporada ao texto final do art. 4º da Lei nº 12.891/13.

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partidária (arts. 23 a 26), fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos (arts. 27 a 29), além de normas relativas à prestação de contas (arts. 30 a 37), fundo partidário (arts. 38 a 44) e acesso gratuito ao rádio e à televisão (arts. 45 a 49).

A Lei nº 4.737/65, que institui o Código Eleitoral, é outra fonte de fun-damental importância para o Direito Eleitoral. Estabelece o art. 1º da Lei nº 4.737/65 que “este Código contém normas destinadas a assegurar a organiza-ção e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado”. O Código Eleitoral prevê normas sobre os órgãos da Justiça Eleitoral (arts. 12 a 41), alistamento eleitoral (arts. 42 a 81), eleições (sistemas eleitorais, atos preparatórios, da votação e da apuração – arts. 82 a 233), além de dispor sobre garantias eleitorais (arts. 234 a 239), propaganda (arts. 240 a 256), recursos (arts. 257 a 282), disposições penais (arts. 283 a 364), gerais e transitórias (art. 365 a 383).

A questão a ser dirimida é o que ainda vige no Código Eleitoral, diante das sucessivas modificações legislativas (v.g., LC nº 64/90, LE). Pode-se afir-mar, v.g., que as normas que estabelecem a competência dos órgãos da Justiça Eleitoral – (arts. 22 e 23, TSE; arts. 29 e 30, TREs; art. 35, Juiz Eleitoral; art. 40, Junta Eleitoral) – possuem vigência no que não contrariarem a Constituição Federal. As normas de alistamento e transferência de eleitor igualmente pos-suem vigência, devendo ser conjugadas com as regras estabelecidas pela Res. nº 21.538/03 do TSE. Vigoram, ainda, as normas relativas ao cancelamento e à exclusão de eleitores (arts. 71 a 81). Contudo, a maioria das regras de registro previstas no Código Eleitoral foram sensivelmente alteradas pela Lei nº 9.504/97 e pela LC nº 64/90. Mantém-se em vigor, ainda, as regras de apura-ção do quociente eleitoral, quociente partidário e das sobras (arts. 106 a 113). Vigem, também, ainda que em parte, as normas constantes no Título II, III, IV e V da parta quarta do Código Eleitoral, que são relativas aos atos preparatórios da votação, de material para votação, de votação, apuração (embora, atualmen-te, a totalização dos votos seja toda informatizada), bem como os capítulos relativos aos diplomas (capitulo V), nulidades (capitulo VI) e garantias eleito-rais. As normas sobre propaganda eleitoral – albergada sob o título equivocado de “propaganda partidária” – têm vigência parcial, em face do contido na Lei nº 9.504/97; assim, pois, v.g., tem vigência ainda o art. 241 (que trata da respon-sabilidade solidária do partido ou coligação pelo excesso na propaganda), o art. 242 (que exige a legenda partidária nas propagandas), o art. 243 (que traz um rol de propagandas ilegais) e o art. 249 (que trata do poder de polícia da Justi-ça Eleitoral). Finalmente, têm vigência as disposições relativas aos recursos eleitorais (arts. 257 a 282), as disposições penais (art. 283 a 364) e as gerais (art. 365 e seguintes).

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O Código Eleitoral possui natureza jurídica de lei ordinária, sendo re-cepcionado com força de lei complementar apenas na matéria que disciplina a competência. Como o constituinte determinou que “lei complementar disporá sobre a organização e competência dos Tribunais, dos Juízes de Direito e das Juntas Eleitorais” (art. 121) e em face à ausência de edição de lei definidora de normas de organização e competência na esfera especializada, o entendimento doutrinário3 e jurisprudencial4 é que apenas na parte relativa à competência ocorreu a recepção do Código Eleitoral como lei complementar.

A Lei nº 6.091/74, que dispõe sobre o fornecimento gratuito de trans-porte, em dia de eleição, para eleitores residentes na Zona Rural, é também fonte do Direito Eleitoral. Em síntese, traz regras que permitem a requisição de veículos, para transporte gratuito de eleitores, em dias de eleição, além de norma de fornecimento de alimentação, para eleitores da zona rural, com ver-bas do fundo partidário. Prevê o crime eleitoral de transporte irregular de elei-tores (art. 11, inciso, III, c/c art. 5º) e o prazo para o eleitor que não votou a-presentar justificativa perante o Juiz Eleitoral (art. 7º).

Por fim, as resoluções expedidas pelo TSE são também consideradas fontes do Direito Eleitoral. O art. 23, inciso IX, do CE estabelece que compete, privativamente, ao TSE “expedir as instruções que julgar convenientes à execu-ção deste Código”. No mesmo sentido, o art. 105 da LE estatui que “até o dia 05 de março do ano da eleição, o TSE expedirá todas as instruções necessárias à execução desta Lei, ouvidos previamente, em audiência pública, os delegados dos partidos participantes do pleito”. Ainda, o art. 61 da LPP prevê que “o TSE expe-dirá instruções para a fiel execução desta lei”. O §3º do art. 105 da Lei nº 9.504/97, com a redação dada pela Lei nº 12.034/09, prevê que serão aplicá-veis ao pleito eleitoral imediatamente seguinte apenas as resoluções publica-das até 05 de março do ano da eleição. As instruções expedidas pelo TSE, em regra, adquirem a forma de resolução. TORQUATO JARDIM, ao comentar o disposto no art. 23, inciso XVIII, do CE – que atribui competência ao TSE para “tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação eleitoral” – assevera que “a norma confere extenso poder regulamen-tar ao Tribunal Superior Eleitoral, e com ela afasta-se a possibilidade de lacuna ou antinomia normativa. Afasta-se, por igual, a ocorrência de fato ou circunstân-cia política ou administrativa, que não possa, de pronto, ser submetida à norma-tividade eleitoral. Dela decorre que a atuação do TSE não se limita à atividade jurisdicional no sentido restrito e às tarefas administrativas típicas de organiza-ção do eleitorado e das eleições. Sua jurisdição será também a de equidade, no

3 Na lição de TORQUATO JARDIM, “o Código Eleitoral, pelo fenômeno da recepção, é agora, lei complementar no que pertine à organização e à competência da Justiça Eleitoral (Const., art. 121). As demais matérias nele versadas continuam a ser objeto de lei ordinária” (p. 61). 4 TSE – Recurso Especial Eleitoral nº 12.641 – Rel. Costa Leite – j. 29.02.1996; TSE – Resolução nº 18.504 – Rel. Sepúlveda Pertence – j. 10.09.1992.

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caso concreto, e quase-legislativa, sempre que necessário resolver um litígio para o qual inexista previsão legal geral e abstrata ou fixar regra geral sobre a qual tenha se omitido o legislador ordinário” (p. 46).

As resoluções5 expedidas pela Corte Superior têm função precipua-mente regulamentar, servindo para interpretar e/ou esmiuçar a legislação eleitoral. Por conseguinte, não é possível ao TSE, através da resolução, substi-tuir à função legislativa, que é privativa do Poder Legislativo. Em verdade, o conteúdo expedido em resolução pelo TSE tem caráter de orientação aos parti-cipantes do pleito, com o desiderato de dirimir dúvidas e prestar esclarecimen-tos sobre a legislação eleitoral. O poder regulamentador da resolução deve observar os estritos limites legais estabelecidos pelo legislador – que é o deten-tor exclusivo da prerrogativa de criar a lei –, sob pena de incorrer em excesso e, por consequência, receber a pecha de ilegalidade. Portanto, é fundamental que haja a adequação e compatibilidade do conteúdo da resolução com o re-gramento legal vigente, e nunca o extravasamento do poder regulamentador, ainda que de modo indireto, com a burla ao conteúdo legislativo, evitando, assim, ofensa ao princípio constitucional da separação dos Poderes (art. 2º da CF). Neste sentido, o art. 105 da LE, com a nova redação dada pela Lei nº 12.034/09, é expresso ao consignar que a resolução a ser expedida pelo TSE deverá atender ao “caráter regulamentar” e não pode “restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas em lei”. Segundo TORQUATO JAR-DIM, “força legal impositiva têm as Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral, tanto que a ofensa ao que nelas dispõe é fundamento para recurso ou mandado de segurança ‘quando dela surtirem efeitos concretos contra os impetrantes cau-sando-lhes prejuízo’ (TSE, Ac. 10.859, rel. Min. SANCHES, DJU 13out89; Ac. 10.871, rel. Min. VILAS BOAS, DJU, 6out89)” (p. 109). Do mesmo modo, o STF já assentou o cabimento de ação direta de inconstitucionalidade6 contra Resolu-ção do TSE, reputando-se a resolução como dotada de suficiente densidade normativa, revelando-se suscetível de fiscalização abstrata de constitucionali-dade. Contudo, quando houver resposta a consulta dada pelo TSE, que também recebe a roupagem de resolução, é descabido o manuseio de ação direta de inconstitucionalidade, como será demonstrado oportunamente.

5 Para DJALMA PINTO, “as resoluções eleitorais são atos normativos dos tribunais que objetivam tornar factível a aplicação da legislação, interpretar e disciplinar matéria, no âmbito do Direito Eleitoral, visando ao aprimoramento do processo eletivo. Devem manter harmonia com a lei eleitoral e com a Constituição. Não lhes cabe usurpar a competência do legislador, a quem compete a produção da lei, regulando a matéria eleitoral” (p. 31) 6 O STF, ao julgar improcedente a ADI 3345/DF e a ADI 3365/DF (Rel. Celso de Mello, 25.8.2005), esclareceu que a Resolução 21.702/04 foi editada com o propósito de dar efetividade ao julgamento do Pleno no RE 197917/SP (DJU de 27.4.2004), no qual o STF deu interpretação definitiva à cláusula de proporcionalidade inscrita no inciso IV do art. 29 da CF (Informativo 398 STF).