42

I Love Ninna 1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Ele tinha trinta e oito dias quando chegou à sua nova casa. Ela tinha três meses quando chegou à sua nova casa. Ele era vira-lata. Ela era Cockapoo. Ele era agitado. Ela era calma. Ele era independente. Ela era mimada. Ele amava Ela. Ela não estava nem aí pra Ele. Bento amava Ninna. Será que ele conseguiu conquistá-la? Nesse primeiro livro da série Bento & Ninna, Bento chegará à sua nova casa e tentará por tudo conquistar Ninna. Mas ela é muito mimada para um "estar com um vira-lata". Bento pode não achar que isso importa, mas Ninna sim. Ele vai tentar por tudo conquistá-la. Será que ele consegue? Agradecimentos: Danieli Cidram (Capa) Sirius Dog School pela citação de uma Puppy Classes (Livro inteiro) Vejam a capa aqui: https://d.wattpad.com/story_parts/220627100/images/1432e515573efe92.jpg Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/549276ED559471 © I LOVE NINNA / MILLU LEE TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Citation preview

Page 1: I Love Ninna 1
Page 2: I Love Ninna 1

Você acredita em amor canino?

X

I LoveNinna

Page 3: I Love Ninna 1

X

Page 4: I Love Ninna 1

Millu Lee

Você acredita em amor canino?

Ilustrações

Emmanuel Batista

Reprodução

Capa

Amanda Lima

X

I LoveNinna

Page 5: I Love Ninna 1

X

Page 6: I Love Ninna 1

Título Original

I Love Ninna

I. Você acredita em amor canino?

Copyright texto e imagens ₢ TMSCRIBERS 2016

O texto desse livro obedece às normas

do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Agradecimentos

Canstock, Depositphotos, e Freepik, pelas ilustrações da capa.

Picmonkey e Autodesk Pixlr Express, pela edição da capa.

Sirius Dog School pelo exemplo de uma Puppy Classes.

Sites dos Respectivos Agradecimentos

www.canstock.com

www.dephositphotos.com

www.freepik.com

www.picmonkey.com

www.pixlr.com/express

www.siriuspup.com

X

Page 7: I Love Ninna 1

Á Bento e Nina, meus amados cachorros, e a Mhia, minha amada gatinha.

X

Page 8: I Love Ninna 1

Quando olho para você,

As estrelas brilham mais,

A lua se transforma em você,

Com uma coroa brilhante como o sol.

A Princesa do meu amor,

É linda como uma flor.

Amanda Lima

X

Page 9: I Love Ninna 1

SUMÁRIOPRIMEIRA PARTE

1. Certo Dia

2. No Veterinário

3. O Lar

4. Morri, mas sobrevivi

5. Sirius Dog School

6. Aventura na Floresta

7. Anu

8. Estrelas

X

Page 10: I Love Ninna 1

SEGUNDA PARTEX

Page 11: I Love Ninna 1

PRIMEIRA PARTE

X

Page 12: I Love Ninna 1

UM

CERTO DIA

u tinha somente um mês e era o mais pop da ninhada. O mais agitado. O mais popular. Um dia, eu vi que minha mãe não estava olhando e comi um pouco de comida para cachorros adultos...

Mas isso não faz parte do assunto. Minha mãe não parecia nadinha comigo e com meus irmãos e irmãs. Ela era meio poodle (Não era poodle, mas sim uma viralata peludinha) Já nós éramos mais parecidos com nosso pai (acho)

Tínhamos cara de labradores, eu principalmente, pelo fato de ser todo pretinho, e meus irmãos e irmãs serem de outras cores que não existem para o labrador.

Tinha até uma que era preta com as quatro patas inteiramente tigra-das!! É, obviamente não éramos de raça pura. Cada um era diferente e tínha-mos cada um de nós suas peculiaridades.

    Nossa! Como eu me dava bem nessa turma de cachorrinhos! Mas um dia, como em toda boa história, o destino armou para mim a coisa que mu-daria meu futuro.

X

E

Page 13: I Love Ninna 1

Um dia, a moça que tomava conta de nós, nos separou de nossa que-rida mamãe e nos passou pra um lugar amplo, muito amplo, pelo menos na visão de um cãozinho de trinta e oito dias que não sabe de nada e não mede nem 30 cm de cernelha1. Então ela nos deixou só, e depois chegou com quatro pessoas que eu nunca tinha visto na vida, e disse:  – Pronto. Aí estão eles. Basta escolher e um e ele será seu.    Então a garotinha menor me pegou no braço e me levou para aquela caixa que anda que eles chamam de carro.     Eu não sabia o que estava acontecendo, só sabia que estavam me levando para um lugar que eu desconhecia por completo.

Não sabia se isso seria bom ou ruim pra mim, mas, de qualquer forma, nem que eu mordesse ou me debatesse, nenhum deles ia me soltar, es-tavam dispostos a me levar como deles de todo jeito, e, isso eu não podia evi-tar, de modo que preferi continuar quietinho.

         A caixa que anda que eles tinham era azul, com alguns detalhes pretos nas maçanetas, e parecia muito  aconchegante. Eu achava que essa viagem para o que eu chamaria em breve de novo lar, ia ser muito triste, porque eu mal tinha sido desmamado e já fui arrancado da minha mamãe e levado com minha nova família. 

Mas como nem tudo e o que parece ser, a viagem foi muito tranquila e eu só chorei um pouco antes de ir ao veterinário porque me lembrei da minha família. 

Na caixa que anda tinha um montão de coisas relativas a cãezinhos, como coleiras, pratinhos de comida, caminhas, e brinquedos.

1 Altura de um animal, do ombro até as patas. X

Page 14: I Love Ninna 1

Ela já tinha olhado milhões de coisas sobre filhotinhos de cachorro de um mês de vida na internet, e assim que eu entrei no carro já fui recebido com mil "Uhuuus!" e "Que lindo!" E eu pensei: "Sim, sou lindo mesmo povo." "Não precisam olhar assim pra mim com essa cara de assustado.”. 

O caminho todo eu fui escutando ela dizer informações sobre cachorri-nhos da minha idade, de modo que pensei: "Nossa, ela é uma baita especia-lista!" Não; ela não era especialista nenhuma, ela só tinha dez anos! Ela coleci-onava revistas sobre cachorro e lia coisas como "A importância do Pedigree" na internet, isso sim! 

Ela estava com uma blusa de cachorrinhos (sempre cachorrinhos!) e um short jeans, para que eu não sujasse suas roupas.  Mas eu não ia sujar nada! Eu nem fui pro colo dela no carro! Mas tudo bem, para os humanos, precaução nunca é pouco... 

Ela tinha muitos livros sobre cães em casa, como Como eu amo meu cachorro, Marley and Me e Liodog. Colecionava revistas Cães Lindos e Meu Melhor Amigo e jogava um jogo na internet de cachorro chamado Dogzer. Era uma verdadeira Fanática! Cachorros e Gatos eram seu mundo, como também era voluntária de uma ONG de cachorros chamada "Bixos para Audoção"

A irmã dela já era maior, bem maior, tinha por volta de vinte anos, e também só fazia falar de coisas sobre cachorrinhos da minha idade. Ela tam-bém havia sido aficionada em cachorros quando tinha a idade da minha dona, quando insistia para a mãe delas para lhe dar um cachorro, gato, jabuti, peixe, coelho; enfim, qualquer bichinho. 

Ela estava de jeans e uma blusa colorida, todo mundo achando que eu ia sujar! "Nossa eu já disse que não vou sujar ninguém porque isso então?" Pensei. Ela falava que eu ainda tinha que tomar mamadeira, e que se fosse pa-

X

Page 15: I Love Ninna 1

pinha de desmame tinha que ser ração para filhotes recém-nascidos, como aquela chamada "Papita" da Dogchow. 

Todas as caminhas que compraram pra mim tem que ser bem fofinhas porque eu era filhotinho demais e todos tinham que me proteger e eu não podia dormir em cama dura, tinham que me ensinar a fazer as necessidades no lugar certo e eu não podia chorar durante a noite. -dizia ela-

Já a mãe dela dizia que deve-se ser firme

X

Page 16: I Love Ninna 1

DOIS

NO VETERINÁRIO

epois que minha família desapareceu no horizonte, eu parei um pouco de cho-rar, para economizar as minhas lágrimas, e quando notei, eles tinham parado o carro. Eu pensei “Mas que estranho! não faz nem vinte minutos que saímos de casa!” É, a garotinha me pegou no braço e me levou para fora. Entramos num local que tinha tudo pra ser ótimo. Mas quando você acredita que o lugar é bom; ele consegue se superar, e você descobre que não tem nada de bom. De frente é o paraíso. Brinquedos, brinquedos e brinquedos. Mas quando eles dizem “TEM VAGA PARA UMA CONSULTA NO VETERINÁRIO DA-QUI?” e levam a gente pra aquele lugar amplo que eles chamam de consultó-rio, e nos jogam naquela mesa fria... Daí chegou um homem vestido de branco e eu pensei que tinha morrido. Ele me colocou sobre as duas patas e uma coisa fria que eu não sabia bem o que era percorreu toda a minha barriga. Ele enfiou pela minha garganta abaixo um medicamento muito estranho. VAI ENTENDER OS HUMANOS NÉ?!Minha nova humana era muito jovem (pelo menos na concepção de um cãozi-nho de trinta dias de vida) Eu ainda não sabia o nome dela, de modo que pro-curei não me apegar muito por enquanto. Demorou mais uns vinte ou trinta

X

D

Page 17: I Love Ninna 1

minutos - confesso que nessa época eu não tinha noção de tempo - pra chegar-mos naquilo que seria meu novo LAR.

O meu Lar... Ah, como seria? Eu ainda não sabia e isso me atiçava à curiosidade cada vez mais... 

Podia ser grande, pequeno, simples, chique, com quintal, sem quintal, apartamento, térreo, legal, chato, com brinquedos, sem brinquedos, com outros cachorros, sozinho, enfim... Poderia ser qualquer coisa. 

Quando chegamos ao meu novo lar, ele superou todas as minhas ex-pectativas, pois eu pensava que seria um local chato e sem muitas coisas para se divertir.

Mas era totalmente o contrário.

Era perfeito! Muito grande, com muitas árvores – confesso que eu a princípio achei que meu lar era numa floresta – comprido, e, para a minha mais magnífica surpresa... Tinha quintal!

Na vida de um cachorro, um quintal é tudo. Nele podemos encontrar aventura e emoção ao alcance de nossos olhos.

Encontramos coisas para morder e arranhar, coisas para comer (fora a ração, é claro) – no meu caso eu gostava particularmente de goiaba e pinha – e, é claro e óbvio, nossos amigos animais de outras espécies – lagartixas na sua maioria – (e os ovos delas).

Num quintal poderemos passar a maior parte de nossas vidas se diver-tindo e fingindo que somos iguais aos nossos parentes tão longínquos e odia-dos atualmente: Os lobos.

E é claro; isso tem extrema importância entre nós, da raça canídea.

X

Page 18: I Love Ninna 1

X

Page 19: I Love Ninna 1

TRÊS

O LAR

om, pra mim aquilo seria ao mesmo tempo maravilhoso, assustador e difícil. Eu não sabia nada sobre viver em matilha, muito menos sobre como impressi-onar minha nova humana. Bom, pelo menos eu sabia como ser encantador. Isso eu sabia fazer de olho fechado. E de vários modos e téc-nicas que minha mamãe me ensinara quando eu era apenas um filhote que ha-via acabado de abrir os olhinhos... Minha humana me levou para dentro de sua casa, e me deixou na área que seria meu novo quarto.  Então veio ELA. A cadela mais linda e exuberante que eu já havia visto na minha vida - apesar de eu só ter conhecido a minha mãe - Mas o mais incrí -vel é que ela tinha medo de mim! - Nossa! Que ANIMAL é esse que vocês trouxeram pra mo-rar COMIGO? - Ele é um cãozinho que nós trouxemos pra te fazer companhia, Ninna.   Nossa! Então o nome dela é Ninna! Nome digno de uma princesinha mimada! - pensei - Ela deve ser mais uma dessas que esnoba os vira latas, e se acha a dona do mundo! Nem me diga! Já tive problemas demais com esses tipos! Tinha uma cadela, que morava perto da minha antiga casa que era desse

X

B

Page 20: I Love Ninna 1

tipinho aristocrata. Sempre que passava em frente à nossa casa dizia que nin-guém ia querer nenhum de nós.

E ainda nos chamava de “vira-latas toscos”! Que audácia! É melhor nem tentar fazer amizade com a Ninna, já que nós não vamos nos dar bem nem mortos! 

Mas ela era irresistível demais para pelo menos não tentar fazer uma pequena amizade... Logo saí de meus devaneios, pois um bendito flash de câmera me foi nos olhos. Nem notei que o vermífugo que o veterinário me deu tinha feito tanto efeito... Vou poupar lhes desses horríveis detalhes da minha vida. Vocês já devem ter entendido.  – Ownnn que coisinha mais fofinha meu novo cachorrinho! Sorria!     Minha primeira vergonha... Que fofo! (Só que não) 

X

Page 21: I Love Ninna 1

QUATRO

MORRI, MAS SOBREVIVI

m tempo depois de toda aquela coisa da chegada em casa, eu já estava muito mais enturmado com a Ninna e com a Mia, a gatinha lá de casa. 

Ninna já estava até brincando comigo! Claro que ela me tratava como se eu fosse mais uma daquelas lagartixas que ela usa pra brincar... Mas pra mim já estava bom demais. A Mia nunca foi lá muito chegada em mim nem em Ninna, de forma que só ela ficava quieta do lado de dentro da varanda. Nós brincávamos no jardim. 

Minha mãe (que agora era a minha dona) queria que eu fosse bem edu-cado e bem treinado, de forma que assim que eu completei a idade certa (8 semanas) ela me colocou na Sirius Dog School, que fica em San Francisco (EUA), eu gostava muito,

Conheci o Bono, o Pingo, a Gypsy, a Grace, a Laica, e muitos outros cachorrinhos, nessa época eu estudava no Puppy KinderGarten, que vai até 12 semanas, depois eu faria o teste e passaria à próxima série. 

X

U

Page 22: I Love Ninna 1

A irmã da minha mãe (minha tia) é muito emotiva, e sempre que eu chegava da escola ela ia me receber com beijos, abraços e apertos, eu não gos-tava nem um pouco disso, e sempre me remexia bastante tentando sair dos braços dela. 

Nesse dia, eu tinha dormido na casa da Grace, para uma festa de pijama canino, teve muito bolo de ração, chocodog, que é chocolate para cachorro, sorvete para cachorro e outros, foi uma DELÍCIA! Mas delícia não foi quando eu cheguei a casa no outro dia... 

Minha tia me apertou mais que o normal, e eu tentando como sempre fugir, acabei caindo de cabeça no chão duro!! Poderia ser aí que acabava a mi-nha história.

Teria um final muito clichê dizendo: "Bento morreu e Ninna ficou muito triste, na Sirius nunca mais se ouviu falar dele.”

Mas, como são as reviravoltas que fazem de uma história uma vida, o que se seguiu foi bem diferente.

Minha mãe rezou um rosário do meu lado, ligaram não sei quantas ve-zes para a Saúde Animal, que é a clínica veterinária com banho e tosa e aten-dimento VIP que eles levam todos os animais da casa (Mhia, Eu e Ninna) Mi-nha tia chorou rios se culpando por causar a minha possível morte, minha avó; a mais calma de todas, dizia que só o veterinário poderia me salvar se eu pos-sivelmente viesse a quase morrer.

Então desataram a ligar, ligar e ligar, mas ninguém atendia às ligações que eles faziam daquele aparelho que eles usam para se comunicar. O móvel, aquele que tem a forma quadrada e eles tocam constantemente.

X

Page 23: I Love Ninna 1

Enfim, para a alegria de todos... TCHARAM... Eu acabei SOBREVI-VENDO! (E nem precisaram me levar ao veterinário) Para a minha alegria.

X

Page 24: I Love Ninna 1

CINCO

SIRIUS DOG SCHOOL

h... O jardim de infância canino! Um lugar maravilhoso! Super colorido, uma beleza! O KinderGarten Pup, como é chamado, tinha uma professora M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A, ou como diria ela, “Marravilhossa”. 

É que a nossa antiga professora, Miaria Wethenoucks, é francesa, daí seu sotaque engraçado. Ela é muito legal, calma e pensativa, e cuidava de nós com o maior cuidado que existe no mundo canino. Bom, eu não sei como, mais ela veio pra cá e conseguiu falar, como que por mágica um portu-guês quase perfeito, só não totalmente prefeito por causa dos RRs e SSs repetidos, mas nada que uma boa aula de gramática e uma tera-pia fonoaudióloga não resolva. A Sirius Dog School é espaçosa, colorida e tem um parque do tamanho do mundo! Eu sinceramente gostava nessa época de subir nas pedras e pular de cima delas, me esborrachando no chão macio de grama. Na verdade não me esborrachava, porque o chão era macio, totalmente de grama e com alguns canteiros de azaleias e girassóis.

O DogSiriusPark, como assim era chamado, era exuberante, por assim dizer, tinha alguns brinquedos de plástico, alguns obstáculos de agility, casi-nhas para dormir, uma piscina... enfim, o melhor parque que eu já havia visto. 

X

A

Page 25: I Love Ninna 1

Quando eu achava que já tinha desbravado a escola toda, descobri junto com meus novos amigos, Bono, Ping, Grace e Mel, que havia um lugar escon-dido, bem escondido, chamado por todos de TheDogHouse, que ficava no meio de uma floresta, escondido por entre as árvores. Eu passei um longo mês muito curioso para saber o que tinha ali, mas não tinha coragem de ir lá. (Nem eu nem meus amigos), até que um acontecimento, que mudou o curso da história, como sempre, nos levou a empreender tal aventura tão cheia de suspense. Es-távamos jogando bola com a bola do Brad, que o Bono tinha pedido empres-tado, quando um lance do Ping foi forte demais e a bola voou por cima de nós e caiu não sei aonde na floresta perdida do TheDogHouse.

Para entrar na floresta, existe uma estrada, uma estrada de tijolinhos vermelhos salpicados aqui ou acolá com tijolos verdes e rosas. Bono disse que isso significava alguma coisa, mas até hoje não sei se isso é verdade o é só mera enrolação. Quem pensa que cachorro não tem medo tá muito enga-nado viu? 

Se nós estávamos com medo, que somos machos, imagina a Grace e a Mel? Estavam elas duas, a Grace escondida atrás do Bono e a Mel atrás de mim. Ping ia à frente, com a lanterna de colete da GoPro porque foi ele o cul-pado que jogou a B-E-N-D-I-T-A bola longe demais. 

Depois da estradinha esquecida, tinha uma clareira, totalmente sem ár-vores, meio arredondada, que parecia ter sido colocada ali pela mão do ho-mem. Mas não havia bancos nem nada que denunciasse a presença humana naquela região inóspita! Depois da clareira a estradinha se bifurcava, e não aguentamos nos separar para procurar melhor, então decidimos que iríamos descobrir primeiro um lado do bosque e depois o outro lado, sem nos separar-mos. 

X

Page 26: I Love Ninna 1

Escolhemos primeiro o lado esquerdo, e já estávamos até um pouco sem medo, quando de repente... 

Uma sombra. A forma de um cachorro passando por entre as árvores. Mas como? Só nós sabíamos do lugar! 

 - Ping, Bento, vocês viram o que eu vi? - Gemeu Bono

 - Vimos sim... - Respondemos em coro

 - Fiquem perto de nós meninas. Nada vai acontecer com vocês. - Sussurrou Bono, assustado.

X

Page 27: I Love Ninna 1

SEIS

AVENTURA NO MEIO DA FLORESTA

enhum de nós tinha coragem para continuar, de modo que só ficamos a nos "proteger" amontoados uns ao redor dos outros.

  - Será que é um cachorro mesmo? - Sussurrou Bono, assustado pra cachorro.

 - Pode ser um cachorro do mato. - Sussurrou Mel, que estava escon-dida atrás de mim.

 - Será que é um fantasma?! - Sussurrou Ping, que não passava nessa hora de um cachorrinho medroso.

 - Calma meus cães!  - Exclamei, muito, mas muito assustado. - O que quer que for sumiu por entre as árvores, e, sendo assim, não representa mais um perigo iminente. Podemos continuar.

 - Mas Bento, justamente por isso. Pode saltar sobre nós onde quer que estejamos!! - Disse Mel. 

X

N

Page 28: I Love Ninna 1

 - Então vamos todos em grupo. - Falei tentando não demonstrar o quanto eu estava assustado com a situação. - Se formos juntos todo o grupo não passará também a ser mais que uma mera forma disforme passando entre as árvores. Andaremos sempre juntos.

Então, depois de muita discussão sussurrada, decidimos continuar an-dando. Até que não estava acontecendo nada, e estávamos relativamente cal-mos. Na verdade calmos demais para o que viria  a acontecer em seguida...

Mais a frente, tinha uma enorme, grandiosa, imensa; en-fim, GIGANTE pirâmide com degraus, que parecia ter sido de um daqueles povos que viveram no passado. Como é mesmo? Malas, Bistecas ou Trincas? Ah! Sei lá! É coisa de humano. 

 -É M-a-i-a-s, A-s-t-e-c-a-s e I-n-c-a-s, e não Malas, Bistecas e Trincas Bentô! - Gritou Mel, que fazia questão de mostrar que A-D-O-R-A-V-A HumanHistory.

 - Ah, deixa pra lá Mel, isso é coisa de humano. Eu não ligo pra HumanHistory. - Falei, com desdém.

De repente tomamos um baita susto. Quando menos esperávamos, de todos os lados da pirâmide começaram a sair lobos brancos, branquinhos como a neve. A Grace, que adorava CanineScience, disse que eram todos lobos do ártico. 

Ficamos com medo, apesar de sabermos que pelo menos teoricamente eles nos receberiam bem, porque éramos todos canídeos. 

Entre todos, um se destacou. Ele era mais branco que a neve, tinha olhos magnificamente azuis, com alguns detalhes pretos no rosto. Ele passava

X

Page 29: I Love Ninna 1

na frente dos outros, que abriam caminho, perante sua magnífica presença. Ele se apresentou, dizendo:

 - Eu sou Anu. Sou o líder e guardião das terras da Alcateia. Quem são vocês?

 - Eu sou Bento, e esses são meus amigos, Ping, Bono, Grace, e Mel. - Respondi

 - Sejam bem vindos, cães. Vocês, cães, são sempre bem vindos aqui entre nós. 

 - Muito obrigada Senhor. - Respondi

 - Oh! Por favor, não me chame de Senhor, pode me chamar de Anu mesmo. 

 - Sim, Anu, muito obrigado.

 - O que estão fazendo aqui? Vieram ver a Alcateia? - Perguntou Anu, o líder dos lobos do ártico.

 - Não exatamente. Viemos procurar uma bola que meu amigo Ping perdeu.

 - Ótimo! Podemos ajudar  a procurar, mas agora não. Já está tarde, vo-cês podem passar a noite aqui.

 - Mas temos que voltar para casa. Nossos humanos devem estar preo-cupados! - disse Mel, que era muito apegada à sua humana. 

X

Page 30: I Love Ninna 1

 - Vocês não podem sair essa hora. A floresta é muito perigosa à esta hora. Aqui estamos protegidos, mas á fora tem lobos cinzentos, que não são nada amigáveis; raposas, tigres e ursos. 

 - E pensar que há tudo isso dentro do Colégio. - Sussurrei.

 - Isso não é só seu colégio. A Sirius é uma ONG de proteção animal, cujo nome é Sirius Animal Protecction Center. Aqui é uma área de proteção.

- Nossa! Eu morria e não sabia! - Disse Grace, que acabava de sair de trás do Bono. 

 - Vamos, entrem, vão gostar, lá dentro é bem aconchegante. 

Então entramos na Grandiosa Pirâmide, que agora sabíamos que eram as terras da Alcateia.

A pirâmide tinha algo de estranha e algo de acolhedora, pelo menos ao meu ver...

X

Page 31: I Love Ninna 1

SETE

ANU

á dentro era realmente BEM mais acolhedor que na floresta perdida de TheDogHouse... Tinha muitas coisas, assim como camas, de folha, que eram muito confortáveis. 

Anu nos acolheu como se fôssemos membros da Alcateia, como ele e os outros lobos brancos. Acontece que lá na minha casa estava todos muito preocupados, assim como em todas as outras casas, a do Ping, da Grace, da Mel, do Bono... Além da prof.ª Miaria. Ah, e de todos os outros, diretores, coordenadores, amigos, e prefeitura. É, isso mesmo. A minha mãe já tinha feito um furdunço tão grande que até a prefeitura estava atrás da gente... Cá pra nós... Até a Ninna já estava preocupada, o que pra mim podia ser uma grande alegria. Saber que a Ninna estava atrás de mim... Como eu adorava isso! 

 - Estão confortáveis? - Disse Anu.

X

L

Page 32: I Love Ninna 1

  - Como filhotes no berço! - Respondi.

 - Que bom! Venham, quero mostrar uma coisa à vocês.

 - Obrigado Anu! Já estamos indo. - Falei - Aqui à noite é bem agitado, não?

 - Na cidade vocês não caçam não? - Ele disse, meio que intrigado.

 - Não. Temos comida de sobra no potinho. - Falei não muito feliz com isso. Gostaria mais de ter aventuras todos os dias - E temos hora certa para comer.

 - Venha Bento, quero lhe mostrar uma coisa.

  - O quê?

  - Isso.

Ele me mostrou toda a natureza ao redor. Era um espetáculo magnífico! Flores azuis, rosas, roxas, de todas as cores imagináveis, árvores, mato rasteiro, de todo tipo e espécie. Um verdadeiro espetáculo! Depois deu uma "palestra" sobre cadeia alimentar. Fiquei pensando como ele sabia disso tudo. 

 - O que vocês comem em casa?

 - Ração. Comida enlatada, ensacada, ou dentro de sachês que têm que ser conservados no gelo. Em forma de cubos. E é duro.

 - Humanos. Sempre estragando e tirando o equilíbrio das coisas feitas perfeitas. Cachorros são descendentes diretos de nós. Não são feitos para serem

X

Page 33: I Love Ninna 1

bibelôs de pelo grande ou curto. Essa comida mata aos pouquinhos todos vo-cês. E não têm um gosto nada bom!

 - Minha humana sabe disso. Ela quer trocar para comida feita em casa. 

  - Muito sensata. Fez bem em escolhê-la para ser sua humana.

 - Não fui bem eu que a escolhi. Mas eu gosto muito dela.

 - Você gosta de vegetais e frutas?

  - Sim. Muito mesmo. 

 - Bom. Não somos carnívoros restritos por natureza como dizem os homens.

 - Você acha mesmo?

 - Sim. Agora já é tarde. Vá deitar que amanhã levo vocês até a entrada da escola.

 - Obrigada Anu.

 - Por nada. 

Foi assim que terminou nossa conversa. No outro dia fomo até a escola, depois da aula minha humana fez a maior festa e atribuiu a minha professora o crédito por ter nos achado. Mal sabe ela o que eu passei. Eles nunca teriam localizado a gente se não fosse pelo Anu...

X

Page 34: I Love Ninna 1

Minha maior alegria foi ao ver Ninna, que estava muito feliz em me ver também. Talvez daí ela começasse a notar o amor nascer...

X

Page 35: I Love Ninna 1

OITO

ESTRELAS

uando a gente volta para casa depois de uma longa viagem somos muito bem recebidos não é? Pois bem, minha viagem não tinha sido nada longa, muito menos proveitosa, pois no final das contas esquecemo-nos de procurar a bola, e o Ping teve que comprar uma nova para o Brad. Claro que dividimos a conta com o Ping, pois não podíamos ser injustos com nosso melhor amigo.

O dia da volta não podia ser melhor. Minha humana fez uma festança grande como aquela pirâmide super-acolhedora do Anu e sua Alcateia.

Convidou todos os cachorros da região. (E seus donos, claro) e foi mais além! Mais que da região, ela convidou todos os cachorros da cidade e seus donos! Mais além ainda, convidou nossos amigos de outras cidades, como a Brisa e a Dessa.

Mas o melhor aconteceu à noite. Minha humana me levou para um lu-gar no jardim que eu nunca tinha visto. Acho que não tinha visto porque era muito escondido, tinham muitas plantas na frente, assim como o Ipê, uma das árvores mais frondosas que tínhamos no nosso bosque-casa.

Ela disse à todos que aquele era o seu observatório particular, e que vinha todas as noites ali para observar os planetas e as estrelas.

- Esse é o meu observatório. Fiquem à vontade, podem mexer em tudo! Tenho um telescópio, um mapa das constelações e muito bolo!

X

Q

Page 36: I Love Ninna 1

Minha humana era muito agradável, e, sabe, essa ideia de uma festa num observatório particular era, para mim, uma ótima ideia.

Foi uma noite muito romântica para todos os cachorros! Grace e Ping, Mel e Bono, Laica e Brad... Enfim, praticamente todos. Eu e Ninna não... A Ninna ainda me esnobava um pouco, ou posso dizer “um muito”? Acho que “um muito” serve, pois a Ninna nem chegava perto de mim... Ainda achava que eu era a “lagartixa” de brincar dela... Ela só brincava comigo.

Como eu queria que nessa hora as coisas fossem bem diferentes!

Mas no geral não foi tão ruim assim. Pelo contrário! Foi muito bom.

O que elas chamam de estrelas, para mim no princípio eram só ponti-nhos no céu. Mas aos pouquinhos fui descobrindo coisas bastante esclarecedo-ras. Descobri que os pontos que eu vejo, na verdade são redondos e estão muito longe, no meio do universo, e por isso que vemo-los tão pequenininhos, mas na verdade são muito grandes; descobri também que eles não brilham, mas recebem a luz e o brilho do sol...

Como eu descubro todas essas coisas? Ouvindo os humanos conversar.

Nós, cachorros também somos muito inteligentes viu? Nós assimilamos por repetição. Por exemplo, se você treina um cachorro para fazer um percurso de agility, em 30 minutos, ele vai aprender a sempre fazer esse percurso em 30 minutos. Não vai conseguir fazer o mesmo percurso em, por exemplo, uma hora ou quarente minutos. Está bem, eu sei que isso não é um livro de treino. Mas só foi um exemplo de como aprendemos por repetição.

- Bento! É a sua vez! Vai logo! Tem uma fila de gente e cachorro atrás de você para ir!

Foi com essas palavras da minha humana que eu finalmente parei de pensar na vida e comecei a raciocinar que era a minha vez de olhar pelo teles-cópio e ver as mais maravilhosas maravilhas da minha vida (tirando a Ninna).

Então eu vi as estrelas. São lindas! Elas brilham muito! Algumas são agrupadas em três ou quatro, mas existem agrupamentos bem maiores, que as

X

Page 37: I Love Ninna 1

pessoas chamam de “Constelações”. Esses grupos de estrelas formam imagens e desenhos no céu.

São muito belos e eu vi um desses desenhos em particular que me chamou a atenção.

Tinha a forma de um caçador

X