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5 I SENELCO Seminário Nacional de Estudos Linguísticos do Centro-Oeste ENSINO DE LÍNGUAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS CÂMPUS DE TRÊS LAGOAS Três Lagoas, 08 a 10 de novembro de 2017.

I SENELCO · Sérgio Ifa ± Universidade Federal De Alagoas ... este mini-curso tem como objetivo apresentar ... FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL PARA ATUAÇÃO

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I SENELCO

Seminário Nacional de Estudos Linguísticos do Centro-Oeste

ENSINO DE LÍNGUAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS CÂMPUS DE TRÊS LAGOAS

Três Lagoas, 08 a 10 de novembro de 2017.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CÂMPUS DE TRÊS LAGOAS

Reitor: Professor Marcelo Augusto Santos Turine

Vice-reitora: Camila Celeste Brandão Ferreira Ítavo

CURSO DE LETRAS

Coordenadora: Sheyla Cristina Araujo Matoso Silva

COMITÊ CIENTÍFICO

Ana Maria Ferreira Barcelos – Universidade Federal De Viçosa Ana Paula Martinez Duboc – Universidade De São Paulo Beatriz Gama Rodrigues – Universidade Federal Do Piauí

Celina Aparecida Garcia De Souza Nascimento – Fundação Universidade Federal De Mato Grosso Do Sul

Denise Silva Paes Landim – Universidade Federal Do Tocantins Eliabe Dos Santos Procópio- Universidade Federal De Roraima

Eliana Merlin Deganutti De Barros – Universidade Estadual Do Norte Do Paraná/Cornélio Procópio

Elisa Borges De Alcantara Alencar -universidade Federal Do Tocantins Fabricio Paiva Mota -universidade Federal De Roraima

Isabel Cristina Cordeiro – Universidade Estadual De Londrina João Fábio Silva – Universidade Estadual De Mato Grosso Do Sul

Leticia Jovelina Storto – Universidade Estadual Do Norte Do Paraná/Cornélio Procópio

Lucilene Machado Garcia Arf – Universidade Federal De Mato Grosso Do Sul Mariana Perez Goncalves Da Silva – Universidade Federal Da Paraiba

Marlene De Almeida Augusto De Souza – Universidade Federal De Sergipe Melissa Alves Baffi Bonvino – Universidade Estadual Paulista Júlio De Mesquita

Filho Queila Barbosa Lopes – Universidade Federal Do Acre

Sérgio Ifa – Universidade Federal De Alagoas

COMISSÃO ORGANIZADORA

Coordenação Geral Fabrício T. P. Ono

Vanessa Hagemeyer Burgo

Docentes Amaya Obata Mouriño de Almeida Prado

Claudete Cameschi de Souza Renato Rodrigues

Ricardo Magalhaes Bulhoes Solange de Carvalho Fortilli

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Taísa Perez de Oliveira Ulisses Tadeu Vaz de Oliveira

Wagner Corsino Enedino

Discentes Aline Rodrigues da Silva Beatriz da Silva Nunes

Camila Fernandes da Silva Claudia Poliana de Escobar de Araujo

Fernanda Camargo Aquino Gabriel Lúcius dos Santos

Henrique Neri Ingridy Inara Perico

João Paulo F. Tinoco João Pedro Fernandes Gomes Jullyene Louise de Souza Brasil

Kálita Gomes de Oliveira Letícia de Almeida Barbosa

Letícia Reis de Oliveira Maria Victória de Oliveira Moreira Nayra Modesto dos Santos Nunes

Renata Motta Chicoli Belchior Sabrina Reginatto

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SUMÁRIO

MINICURSOS....................................................................................................... o9

COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS......................................................................... 15

SIMPÓSIOS.......................................................................................................... 48

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MINICURSOS

A FORMAÇÃO DE LEITORES EM ESCOLAS PÚBLICAS

Katiana Azambuja SILVA RESUMO: O minicurso A formação de leitores em escolas públicas tem por objeto de estudo a reflexão sobre a formação da competência leitora e o letramento em escolas públicas de Três Lagoas – MS. Embasada em experiência in lócus do desenvolvimento de atividades intermediadas pela leitura crítica e estudo dirigido dos livros didáticos e paradidáticos do acervo escolar estadual. Os objetivos específicos desse minicurso são: a) a formação do sujeito-leitor no universo escolar, b) a formação discursiva (FD), c) as condições de produção na construção coletiva da capacidade de letramento escolar por meio dos livros didáticos e paradidáticos. Além da sugestão de práticas educativas e de estratégias para o desenvolvimento das competências necessárias para fluência leitora. PALAVRAS-CHAVE: Sujeito-leitor; letramento.

AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA E O CONCEITO DE GÊNERO DISCURSIVO

Adriane Teresinha SARTORI (UFMG) RESUMO: Sabemos que o conceito de gênero discursivo foi redimensionado a partir dos estudos do Círculo de Bakhtin (1986, 2003) e trouxe ―inovações‖ para as aulas de Língua Portuguesa, a partir de sua disseminação entre nós no início do milênio. O propósito deste minicurso é discutir práticas de ensino de gêneros textuais/discursivos, à luz do conceito proposto pelo grupo de estudiosos russos, analisando possíveis aproximações e distanciamentos entre os dois (práticas e conceito). Sem prescrever o ―certo‖ e o ―errado‖, buscamos construir hipóteses acerca dos reflexos de diferentes posicionamentos docentes em relação ao conceito de gênero adotado no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, envolvendo alunos do Ensino Fundamental e Médio. Questões significativas relacionadas ao objetivo da disciplina não podem ser preteridas dessa discussão. PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Língua Portuguesa; Gênero discursivo, Círculo de Bakhtin.

CRÍTICA, LETRAMENTOS CRÍTICOS E EXPANSÃO INTERPRETATIVA/DE PERSPECTIVA NA EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA

Profa. Dra. Walkyria Monte Mor (USP) RESUMO: As recentes pesquisas e estudos sobre Letramentos (Novos letramentos, Multiletramentos, Letramentos Críticos, Letramentos Digitais) levam em conta as premissas freireanas de educação crítica, autonomia e cidadania. Entretanto, essas

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ideias vêm sendo reinterpretadas social, cultural e historicamente, respondendo às mudanças sociais das últimas décadas, como no caso do fenômeno da globalização e da comunicação digital. Nesse processo, novas noções se incorporam às percepções de construção de conhecimento, de linguagens, valores, identidades, expandindo as formas de interação, de produção, de relacionamentos – nas quais incluem-se as relações de poder – em locais e campos de trabalho e na vida. Nesses, observa-se a coexistência de novos e antigos paradigmas e a emergência, por um lado, de contradições e conflitos e, por outro lado, de criação e inovação, trazendo desafios para a aprendizagem e para o ensino das sociedades atuais e futuras. Diante desse cenário, amplia-se o reconhecimento da pertinência da perspectiva crítica da educação para a formação de cidadãos. Este minicurso propõe abordar a percepção crítica como um dos conceitos-chave na educação, defendendo a contribuição desta para a educação linguística e a linguística aplicada. Pretende focalizar na relação língua-linguagem-crítica e na visão sobre expansão crítica na reconstrução das representações linguísticas, culturais e sociais, objetivando promover a discussão acerca das práticas voltadas ao desenvolvimento crítico. Algumas das referência teóricas para o minicurso são: Kalantzis, Cope (2008, 2012); Lankshear, Knobel (2013; 2011); Luke (2004); Freire (1967, 1987, 2001) nos estudos sobre Letramentos; Pennycook (2007, 2010); Canagarajah (2013; 2010; 2007); Rajagopalan (2013; 2012; 2009; 2004) no diálogo com a Linguística Aplicada Crítica; Biesta (2014; 2010; 2009); Janks (2014; 2008); Kubota (2004); Monte Mór e Souza.

DICIONÁRIO E ENSINO DE LÍNGUAS: REFLEXÕES SOBRE O POTENCIAL DIDÁTICO DAS OBRAS LEXICOGRÁFICAS

Odair Luiz NADIN

(UNESP/ FCLAR - USP/PNPD/CAPES) Renato Rodrigues PEREIRA

(UFMS/CPTL - PG/UNESP/FCLAR/CNPq) RESUMO: Nos últimos anos tem sido enfatizada a importância do dicionário como material didático complementar no processo de ensino e de aprendizagem de línguas. Isso se deve, entre outras questões, à maior divulgação dos estudos relacionados à Lexicografia Pedagógica. Essa vertente da Lexicografia é responsável pelo estudo, seja do ponto de vista da elaboração, da análise ou do uso, de obras lexicográficas que tem o propósito de contribuir com o ensino e a aprendizagem de línguas. Embora a Lexicografia Pedagógica tenha alcançado importante papel no cenário da pesquisa nacional e internacional, seu objeto de estudo, o dicionário pedagógico, não ocupa ainda um lugar de destaque nas salas de aula. Em face dessa realidade, esse minicurso tem por objetivo apresentar o dicionário como um dos recursos didáticos mais importantes e eficazes para promover o desenvolvimento e a ampliação da competência léxica do aluno no ensino de línguas. Propomos, para tanto: i) oferecer subsídios teórico-metodológicos introdutórios para que o professor/futuro professor possa usar o dicionário em sala de aula e também motivar os alunos a usarem obras lexicográficas, sejam de língua materna (dicionário escolar) ou de línguas estrangeiras (dicionários para aprendizes), nas diferentes atividades em sala; ii) apresentar modelos de exercícios

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que permitam o aluno aprender a usar o dicionário e; iii) propor a elaboração de atividades a fim de promover o uso do dicionário em sala de aula como um recurso didático útil, importante e de uso prazeroso em atividades de leitura e de produção de textos. PALAVRAS-CHAVE: Lexicografia Pedagógica; Ensino de vocabulário; Uso de dicionário.

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA SURDOS: PROBLEMÁTICAS DA FORMAÇÃO E CONSTITUIÇÃO DE

METODOLOGIAS DE ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA COMO SEGUNDA LÍNGUA

Adriano de Oliveira Gianotto (UFMS) Sheyla Cristina Araujo Matoso Silva (UFMS)

RESUMO: O ensino de Língua Portuguesa para alunos Surdos ainda hoje levanta muitos questionamentos, apesar do aumento no número de produções científicas e materiais na área, percebe-se a insuficiência na organização de metodologias efetivas acerca do trabalho com esse alunados. O presente minicurso tem como objetivo principal discutir acerca desta temática, oferecendo aos professores interessados e acadêmicos dos cursos de licenciaturas caminhos metodológicos para o ensino de língua portuguesa como segunda língua para alunos surdos. Propõe-se, portanto, discutir as concepções dos profissionais já atuantes nas escolas, afim de compreendermos a realidade vivenciada pelos mesmos, bem como as incertezas daqueles que ainda estão em formação. Busca-se neste minicurso entender quais as dificuldades mais evidentes e assim refletir sobre como lidar com tais questões por meio de metodologias aplicáveis aos alunos surdos, com intuito de encaminharmos discussões e possibilidades de um ensino voltado ao ensino de segunda língua. PALAVRAS-CHAVE: Surdez; Formação de professores; Metodologia.

ENTRE A CANÇÃO, O DRAMA E O CORDEL: PERFORMENCE E INTERATIVIDADE NA CULTURA POPULAR

Ricardo Magalhães Bulhões (UFMS) Wagner Corsino Enedino (UFMS)

RESUMO: Ancorando-se nas contribuições de Bakhtin (2006) acerca do processo da carnavalização literária e cultura popular, nos estudos de Zumthor (1993), sobre as noções de performance e teatralidade, este mini-curso tem como objetivo apresentar um percurso de leitura de textos contemporâneos que dialogam com as narrativas de caráter popular de tradição originalmente oral, enraizadas na língua; dentre elas, como recorte, escolhemos a letra da canção, o drama, e o folheto de cordel. Nesse sentido, devemos compreender que ―nossos textos só nos oferecem uma forma vazia, e sem dúvida profundamente alterada, do que,em outro contexto sensório-

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motor, foi a palavra viva‖ (ZUMTHOR,1993, p.221). O sistema operacional da letra da canção, do drama e do cordel, quase sempre, compreende o entrelaçamento de diversos códigos a partir da interatividade, da relação estreita entre enunciador e enunciatário. O objetivo é propor e (re)avaliar experiências de leitura literária voltadas para o ensino secundário. PALAVRAS-CHAVE: Literatura popular; Performance; Interatividade.

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL PARA ATUAÇÃO COM LÍNGUAS PARA FINS ESPECÍFICOS

Prof. Antonio Ferreira da Silva Júnior (CEFET/RJ, USP)

RESUMO: Este minicurso tem por objetivo apresentar o histórico da formação de professores de espanhol para fins específicos no Brasil, expondo o que se entende por tal abordagem e como o professor pode planejar cursos de línguas com o objetivo de atender asnecessidades profissionais e/ou acadêmicas de seus aprendizes. Para pensar a formação de professores de línguas para fins específicos em nosso país faz-se necessário revisitar o histórico do Projeto Nacional de Inglês Instrumental , iniciado na década de 1970, com o intuito de problematizar alguns mitos sobre essa abordagem de ensino (CELANI, 2002; RAMOS, 2005). Sabe-se da carência de discussão dessa abordagem nos cursos de formação inicial e/ou continuada da área de Letras e Linguagens em nosso país, diante disso, busca-se oportunizar reflexões sobre conceitos norteadores dessa perspectiva de trabalho: a noção de análise de necessidades, o design/ planejamento de cursos e a produção de materiais didáticos direcionados para o ensino de espanhol para fins específicos (AGUIRRE BELTRÁN, 2004, 1999; CONCHA MORENO, 1998; ONODERA, 2010; TUTS, 2004). Com este minicurso, espera-se que os interessados se apropriem da fundamentação teórica referente ao assunto e sejam capazes de analisar e produzir materiais didáticos mais adequados aos diferentes interesses profissionais e/ou acadêmicos de seus alunos. PALAVRAS-CHAVE: formação de professores de espanhol, ensino de línguas para fins específicos, desenho de cursos.

IMPACTO DAS REFORMAS EDUCACIONAIS PARA A POLÍTICA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO BRASIL

Paulo Fioravante GIARETA(UFMS)

RESUMO: Compreender a agenda reformista em curso como proposta de contrarreforma do estado brasileiro, consequentemente, de sua caracterização legal (Constituição de 1988) como espaço de garantias no âmbito da seguridade social, especialmente, a educacional. Aproximação crítica ao texto da reforma do Ensino Médio e da nova Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Elucidar os disciplinamentos que as referidas reformas demandam para o sistema de ensino brasileiro. Indicar e debater o impacto destas reformas para a política de formação de professores no Brasil: desafios, possibilidades e iniciativas em curso.

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PALAVRAS-CHAVE: Políticas Públicas. Reformas Educacionais. Formação de Professores.

LER-NOS LENDO: OS LETRAMENTOS, LETRAMENTOS CRÍTICOS, MULTILETRAMENTOS E NOVOS LETRAMENTOS NA EDUCAÇÃO

LINGUÍSTICA

Daniel de Mello Ferraz Universidade Federal do EspíritoSanto

RESUMO: Com base nos recentes trabalhos de Ferraz (2016, 2017), Duboc (2016, 2017) e Duboc e Ferraz (2018, no prelo), pretendo, de maneira teórica (discussão de partes de artigos) e prática (vivência de atividades) responder às seguintes perguntas: Estamos nos lendo quando defendemos ou ‗praticamos‘ os letramentos/letramentos críticos? Estamos falando de letramento, no singular, ou de letramentos, no plural? Há diferenças? Quais são os papéis dos Ls na educação linguística contemporânea? Quando pensamos nas micro versus macro relações, os Ls dão conta de ambos? Deveriam? Para buscar responder a estas questões (e às demais que surgirem no workshop), discutiremos, inicialmente, algumas semelhanças, diferenças, potencialidades e fraquezas dos letramentos, letramentos críticos, multiletramentos e novos letramentos. Em seguida, inspirado em Monte Mór, Menezes de Souza, pretendo discutir o complexo conceito da escuta freireana (ler-se lendo). Em uma segunda etapa, vivenciaremos algumas atividades comumente consideradas L, LCs, ML e NL e discutiremos se: São atividades de L, LCs, ML e/ou NL? Fazem sentido para os diversos contextos locais em que as LE (LI) são ensinadas?

LUZ, CÂMERA, AÇÃO: POSSIBILIDADES DE USO DE VÍDEOS NAS AULAS DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA

Álvaro José dos Santos GOMES (UFMS) Ana Karla Pereira de MIRANDA (UFMS/PG-PUC-Rio)

Daniela Sayuri Kawamoto KANASHIRO (UFMS) RESUMO: Com os avanços da tecnologia e o surgimento de novas formas de comunicação, é fundamental que a escola trabalhe aspectos da multimodalidade. O vídeo, por exemplo, pode evidenciar recursos linguísticos, visuais, sonoros, culturais, entre outros elementos, o que permite contextualizar uma situação comunicativa espacial e temporalmente, bem como observar padrões interativos dos falantes. Nesse sentido, o minicurso se propõe a apresentar algumas possibilidades de atividades com base em: (i) anúncios publicitários e propagandas; (ii) adaptações de obras literárias ao cinema; e (iii) curtas-metragens. No que se refere à publicidade e à propaganda, abordaremos vídeos que possibilitem a discussão de alguns temas transversais, além de outros elementos relevantes. Com relação às adaptações de obras literárias para o cinema, a proposta consiste em ampliar as possibilidades de ensino de língua espanhola por meio da literatura. Por fim, relativo a curtas-metragens, trataremos de sequências que propiciem reflexão sobre aspectos culturais.

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PALAVRAS-CHAVE: Vídeos; Espanhol; Educação Básica.

QUE É LINGUÍSTICA FORENSE?

André Luiz dos SANTOS (IFG) RESUMO: A linguística forense é uma disciplina recém- criada, advinda dos estudos discursivos em contextos profissionais e vem se consolidando rapidamente como nova área de atuação, ampliando o mercado de trabalho para especialistas em linguagem. Assim, o objetivo desse minicurso é abordar de maneira sucinta como Direito e Ciências da Linguagem podem dialogar e evidenciar a relação entre Direito e Linguagem dentro de uma das quatro perspectivas de análise, a saber: A linguagem no e para o Direito; A linguagem em interações em contexto jurídicos (tribunais e delegacias)nos quais prevalecem a interação face a face; A linguagem em documentos jurídicos e A linguagem no ensino da prática jurídica.Para tal, abordaremos a definição de Linguística Forense, suas subáreas, seu percurso histórico e seus principais estudiosos/ pesquisadores. Também ressaltaremos a relevância da interdisciplinaridade nas escolas de Direito e da Linguagem para a prática jurídica. PALAVRAS-CHAVE: Linguística forense; Direito; Linguagem.

UMA REFLEXÃO A RESPEITO DA NOÇÃO DE TRANSDISCIPLINARIDADE

Icléia Caires MOREIRA (PG/UFMS) João Paulo TINOCO (PG/UFMS)

Laura Cristhina Revoredo COSTA(PG/UFMS) RESUMO: Este minicurso tem por objetivo, de forma geral, problematizar os princípios norteadores da noção de transdisciplinaridade, perspectiva que é baseada no entrelaçamento da heterogeneidade presente nos fios teórico-metodológicos conclamados por um corpus eleito em seu processo de emergência de efeitos de sentidos. Especificamente, nós pretendemos compreender sua evolução teórica, bem como os diálogos por ela estabelecidos no campo das dimensões interpretativas erigidas dos processos analíticos. Para tanto, valemo-nos, epistemologicamente, da visada discursivo-desconstrutivista de CORACINI (2007; 2010) e GUERRA (2016; 2017) e de recortes extraídos das dissertações dos propositores com o intuito de demonstrar possibilidades de gestos interpretativos que levem em conta a mobilização transdisciplinar de compreensão de diversas materialidades discursivas. O minicurso está voltado para pesquisadores de diferentes áreas, que se interessam por questões relevantes ao sujeito, sociedade e história. PALAVRAS-CHAVE: Transdisciplinaridade; Prática analítica; Discurso-desconstrutivista.

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COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS

ENSINO DE LÍNGUAS

"EU NÃO CONHEÇO PABLO VITTAR": REFLEXÕES SOBRE PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DE LÍNGUA INGLESA

João Pedro Fernandes GOMES (G-UFMS)

RESUMO: O presente trabalho propõe algumas reflexões resultantes da produção de material didático de língua inglesa para um curso de nível iniciante. A produção, realizada coletivamente em âmbito acadêmico na UFMS/CPTL para uso em projetos de extensão, tem por base os pressupostos de Tilio (2015), que propõe um ensino que considera os multiletramentos, a integração do indivíduo nos discursos e a resistência à cultura hegemônica. Mostra-se aqui, contudo, como a recepção do material por turmas de diferentes projetos foi bastante distinta, apesar de estarem no mesmo nível de aprendizagem da língua. Após momento de relatos e reflexão crítica, encerra-se o trabalho ressaltando a importância do professor considerar as particularidades contextuais da turma no momento da produção de material didático. Em contrapartida, são expostos os benefícios de se ter professor e autor de material didático em um só profissional, viabilizando as relações de significação que o aluno pode estabelecer com o livro. PALAVRAS-CHAVE: Produção de material didático; Ensino de língua inglesa; formação de professores. INDICAÇÃO: Fabrício Tetsuya Parreira ONO (UFMS)

A LÍNGUISTICA DE CORPUS (LC) E SUA UTILIZAÇÃO NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE INGLÊS COM FINS ACADÊMICOS

Anna Luisa Lopes ALVES (PG - UNESP)

RESUMO: No mundo globalizado onde vivemos notamos a necessidade da aquisição da língua inglesa (LI), principalmente por alunos de instituições estaduais e federaisbrasileiras, que visam à publicação de suaspesquisas, a participação em congressos internacionais e também almejam ingressar no mercado de trabalho no exterior. A fim de que os alunos possam alcançar seus objetivos, apresentaremos, por meio deste trabalho, como a LC e os corpora de aprendizes são utilizados no ensino e na aprendizagem mais autônoma dos alunos de Inglês com Fins Acadêmicos.Berber Sardinha (2004; 2010), Scott (2010) e Sheperd (2012) fazem parte do nosso aporte teórico quando tratamos da LC em contexto de ensino de inglês em meio acadêmico. Ademais, trataremos a respeito da utilização de programas computacionais e linguísticos (AntConc e Sketch Engine) que trazem à tona a inserção da tecnologia ao ensino de Inglês com Fins Acadêmicos, como também ao ensino de outras línguas estrangeiras.

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PALAVRAS-CHAVE: Linguística de Corpus;Inglês com Fins Acadêmicos; Ensino e Aprendizagem.

PROCESSO DE DESTERRITORIALIZAÇÃO NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA INGLESA

Silvelena Cosmo DIAS (UFMS/CPTL)

RESUMO: Temos como objetivo apresentar resultados de uma pesquisa de doutorado, que problematiza a maneira como uma coletânea de material didático de língua inglesa (LI), para o ensino médio, - integrante do Programa Nacional do Livro Didático 2012 - se apropria do discurso sobre as chamadas novas tecnologias, de modo a entrever o imbricamento entre as representações sobre aluno, professor e tecnologias. A partir arcabouço teórico-metodológico denominado discursivo-desconstrutivista, balizado pelas teorias do discurso, pela desconstrução derrideana e pela psicanálise lacaniana, trazemos para a discussão um recorte discursivo que consiste em um texto com estrutura de e-mail. O LD de LI, ao apropriar-se de páginas da internet, aplica o processo de didatização, além de ganhar características estáticas, imóveis. Nesse movimento, o LD exerce a função de des-re-territorialização (DELEUZE & GUATTARI, 2011), na medida em que desreterritorializa o texto, ao retirá-lo de um determinado território e o reterritorializa, ao colocá-lo em outro. PALAVRAS-CHAVE: Livro Didático; Tecnologias; Desterritorialização.

E-LEARNING ECOLOGY E AS AFFORDANCES NO APRENDIZADO DE INGLÊS E CINEMA

Gabriel Lúcius dos SANTOS (G - UFMS) Fabrício Teysuya Parreira ONO (UFMS)

RESUMO:A pesquisa, ainda em curso, pretende descrever e analisar as plataformas virtuais Facebook, Reddit, Youtube, Google Classroom e Docs, a fim de compreender as possíveis características que as aproximariam de uma e-learning ecology (Ecologia de aprendizagem virtual), quando sujeitas a situações de aprendizagem, e refletir sobre até que ponto essas plataformas promovem ou limitam o aprendizado em relação às affordances (COPE; KALANTZIS, 2016); com o objetivo de estudar sobre possíveis maneiras de contornar as limitações por meio de uma proposta pedagógica que conecta as plataformas a fim de expandir as possibilidades do aprendiz. A pesquisa se inscreve na área da Linguística Aplicada, debruçada nas teorias de Multiletramentos e e-learning ecologies (COPE; KALANTZIS, 1996, 2010, 2016) e em ensino baseado em Tarefas (KARWOSKI, 2011). Metodologicamente elaborada como uma pesquisa-ação, o presente trabalho propõe uma intervenção pedagógica que visa o aprendizado transdisciplinar de Inglês e Cinema em ambientes de aprendizado virtual. PALAVRAS-CHAVE: Affordances; E-learning ecology; Tarefas.

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ATIVIDADES INTERCULTURAIS NA AULA DE LÍNGUA INGLESA A PARTIR DE SERIADOS DE TV: BREAKING DOWN STEREOTYPES

Fernando da Conceição SODRÉ (UNEB)

RESUMO: O ensino-aprendizagem de Língua Inglesa (LI) à luz da interculturalidade é uma marca da contemporaneidade. Nesse sentido, esta comunicação pretende sugerir possibilidades de atividades interculturais através de seriados de TV com o objetivo de fomentar a discussão de aspectos (multi) (inter) culturais nas aulas de LI. Além disso, buscamos provocar um posicionamento crítico sobre material didático autêntico, assim como promover uma reflexão sobre o desenvolvimento da competência comunicativa intercultural. Este trabalho tem como fundamentação teórica o conceito de cultura e Interculturalidade (MENDES, 2007), a definição de competência comunicativa intercultural (BYRAM, 1997), concepções sobre material didático autêntico (TOMLINSON, 2001; BANDEIRAS, 2009), e estereótipos (LIPPMANN, 2010). Acreditamos que uma intervenção nas aulas de LI por meios de seriados de TV, a partir de uma perspectiva dialógica entre culturas, pode contribuir para a formação de sujeitos que relativizam suas culturas e desconstroem estereótipos. PALAVRAS-CHAVE: Ensino/aprendizagem de LI; Interculturalidade; Material didático autêntico.

A POLÍTICA LINGUÍSTICA DO POVO TERENA E OS USOS LINGUÍSTICOS DE ACADÊMICOS DO CURSO DE LICENCIATURA

INTERCULTURAL INDÍGENA POVOS DO PANTANAL (UFMS)

Onilda Sanches NINCAO (UFMS)

RESUMO:Esse trabalho tem como objetivo discutir a configuração dos usos linguísticos de acadêmicos Terena do curso de Licenciatura Intercultural Indígena Povos do Pantanal, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus de Aquidauana.O uso das línguas portuguesa e Terena faz parte da política linguística do povo Terena construída historicamente e privilegia o uso e aprendizagem da língua portuguesa na escola como uma estratégia política de sobrevivência. Os dados foram coletados por meio de questionários durante a disciplina de Introdução à Pesquisa, ministrada por esta pesquisadora, junto aos acadêmicos do curso. Os resultados parciais apontam para a constituição de uma mudança no quadro dessa política linguística entre os acadêmicos do curso, já que após a Constituição de 1988, houve amparo legal para a valorização das línguas indígenas e incentivo a seu uso no processo escolar. PALAVRAS-CHAVE: Política Linguística; Língua Terena; Língua Portuguesa. A (IN)VISISBILIDADE DO ALUNO SURDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO BILÍNGUE

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Sheyla Cristina Araujo Matoso SILVA (UFMS)

Claudineia da Silva e SILVA (SEMED)

RESUMO: Este artigo pretende discutir a atual proposta educacional para alunos surdos na etapa da educação infantil, apontando algumas das necessidades mais latentes das crianças surdas inseridas na etapa inicial do ensino comum. Compreende-se esta etapa de escolarização como base de desenvolvimento para as crianças e, é possível dizer que, no caso das crianças surdas, as diretrizes que contribuem para seu desenvolvimento nem sempre são claras, dentre elas, o acesso à língua de sinais. O presente ensaio traz algumas considerações sobre a inserção de crianças surdas na educação infantil e discute a questão da (in)visibilidade destas crianças.Dentre outros aspectos, observou-se que os profissionais envolvidos no processo em questão ainda permanecem, em muitos casos, sem saber os principais propósitos que compõem a proposta educacional para alunos surdos, desde os primeiros anos escolares. O intuito deste trabalho é discutir a temática afim de repensar o atendimento efetivo a esses alunos. PALAVRAS-CHAVE: Crianças; Surdos; Língua.

O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DA GAMIFICAÇÃO

Maria das Graças Amorim de CASTRO (GIFPB) Jamylle Rebouças OUVERNEY-KING (IFPB)

RESUMO: O ensino através da gamificação tem se tornado um objeto de estudo para pesquisadores da educação que analisam métodos pedagógicos buscando dinamizar o processo de ensino-aprendizagem. Este trabalho apresenta um recorte de um projeto elaborado para o desenvolvimento de um aplicativo (app) educacional, denominado Super-hífen, criado com o intuito de potencializar o emprego do hífen conforme o Novo Acordo Ortográfico. A pesquisa tem caráter prático/aplicado, já que analisamos a aplicação de conteúdos em sala de aula por meio do app Super-hífen. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi utilizado em conformidade com a Resolução CNS 510-Abril/2016. Adotamos como sustentáculo teórico as reflexões de Fadel et al. (2014), a gamificação nasce como uma possibilidade de ligar a escola ao universo dos jovens com o objetivo de auxiliar o processo de ensino-aprendizagem. Como achados iniciais apresentamos o referido app como um recurso didático que contribui para apropriação de conhecimentos através do lúdico. PALAVRAS-CHAVE: Língua Portuguesa; Aprendizagem; Super-hífen.

APRE(E)NDENDO UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA POR MEIO DO QUE (NÃO) SE TRADUZ

Rita Elena MELIAN-ZAMORA(PUC-Campinas)

RESUMO: Este trabalho constrói-se na relação entre pedagogia, língua estrangeira (LE) e tradução. Como já foi amplamente discutido, formar professorxs de LE requer

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que nelxs seja desenvolvido, além de competências linguísticas, o vasto conhecimento de componentes culturais que acompanham essa língua. Mas o que é essa cultura da qual tanto se fala e como ela pode ser abordada, primeiramente, sem ficar separada delíngua (como ensinar línguas-culturas sem reiterar a separação?); e em segundo lugar, sem correr o risco de limitar o uso da tradução ao contraste estrutural das línguas? Nesse sentido, acreditamos que a tradução –pensada com um viés mais antropológico– possa pautar um caminho mais reflexivo para absorver o que significam as não-equivalências entre línguas-culturas – aquilo que ―não cessa de (não) se traduzir‖, conforme reitera Barbara Cassin. Buscamos, portanto, um caminho que permita despertar nxs alunxs uma maior conscientização e um maior compromisso em relação ao que significa apre(e)nder e ensinar uma língua estrangeira, vista muito além de um código de comunicação. PALAVRAS-CHAVE: Tradução; Língua estrangeira; Língua-cultura.

CORREÇÕES E EMOÇÕES: OSTEXTOS DISSERTATIVOS DA ESCOLA PÚBLICA

Prof ͣ. Me. Luciana Rueda SOARES (EEBJ)

Wesley da Silva MEIRA (GUFMS)

RESUMO: A produção textual é de extrema importância no ensino de língua portuguesa e por meio dessa questão surgem diversas dificuldades que incomodam os professores da área. Em especial o momento de correção, pois existem critérios que vão desde a estrutura, argumentação, respeito aos direitos humanos, até o tipo de abordagem utilizada pelo professor para realizar a retomada dos desvios, num momento pós-correção. É essencial que nas universidades alunos de graduação em Letras tenham essa experiência prática para entender como funciona a construção da redação dissertativa das escolas. Dessa necessidade, surgiu a parceria entre a Escola Estadual Bom Jesus e Acadêmicos do curso de Letras do CPTL/UFMS. Estabeleceu-se a parceria para a troca experiências de alunos/professores da escola pública e acadêmicos em uma ação que contribui para formação de futuros profissionais de língua portuguesa e para a melhoria dos textos produzidos em sala, numa abordagem diferenciada de observação da complexidade da linguagem escrita. PALAVRAS-CHAVE: Correção de redações; Pratica de ensino; Formação de professores.

A CHARGE POLÍTICA NO ENSINO DE LPE: ESTRATÉGICA DE APROXIMAÇÃO CULTURAL

Beatriz da Silva NUNES (G - UFMS)

RESUMO: Este trabalho apresenta uma reflexão sobre charge enquanto estratégia de aproximação cultural no ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para haitianos. Entendida como forma de comunicação encontrada nos jornais, revistas, bem como avaliações de vestibulares (se enfatiza aqui o uso desse gênero no

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Exame Nacional do Ensino Médio, visto que os alunos se encontram em um cursinho preparatório para o ingresso na universidade), percebe-se a existência de uma ―barreira‖ cultural que dificulta a interpretação de charges por estrangeiros. Dessa maneira, realizou-se um trabalho com os alunos do projeto de extensão Brasil – Haiti: Troca de saberes, de modo que foi explorado o contexto político atual brasileiro por meio das charges, bem como ampliação lexical com expressões populares. Assim, conclui-se que a seleção das charges, acompanhadas de discussões, mitigou as dificuldades na interpretação de ironia, bem como despertou o interesse dos alunos pelo cenário político, integrando-os, desse modo, nas discussões nacionais. PALAVRAS-CHAVE: Charge; LE; Integração cultural. INDICAÇÃO: Claudete Cameschi de Souza (UFMS)

PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA E CONTEXTOS DE ENSINO: ENGLISH CLUB COMO AMBIENTE PRIVILEGIADO DE ATUAÇÃO

João Pedro Fernandes GOMES (G-UFMS)

RESUMO: O projeto de extensão English Club: On-campus conversation tem por objetivo propiciar um ambiente favorável à prática da língua inglesa na cidade de Três Lagoas - MS, até então inexistente nessa região fora de instituições privadas. Isso acontece por meio de encontros bimensais, com tópicos de discussão socialmente relevantes, que são mediados pelos discentes do projeto, orientados pelo coordenador. Rumo ao encerramento do primeiro ano, é possível perceber que o English Club UFMS/CPTL promoveu não apenas maior integração entre os alunos do curso de Letras, mas também com docentes e discentes de outros cursos e a própria comunidade externa. Também possibilitou o desenvolvimento dos alunos-professores, voltando sua atenção para a metodologia (XAVIER, 1999), indicando caminhos para o letramento crítico (SOUZA, 2011) e buscando alternativas ao modelo de educação didático (COPE; KALANTZIS, 2012). O projeto se mostrou, portanto, espaço de grande valia na formação pluralizada de professores de língua inglesa. PALAVRAS-CHAVE: Conversação em língua inglesa; English Club; Formação de professores. INDICAÇÃO: Fabrício Tetsuya Parreira ONO (UFMS).

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE APRENDIZES NO ENSINO DE LPE

Ingridy Inara PERICO (PG) (UFMS/CPTL)

Laura Cristhina Revoredo COSTA (PG) (UFMS/CPTL)

Por meio dessa reflexão teórica e metodológica, embasada em pesquisas do âmbito do ensino de línguas, transdisciplinaridade, valorizações culturais e de sujeitos, objetiva-se sobretudo auxiliar práticas no processo do ensino de Língua Portuguesa como língua Estrangeira (LPE), uma vez que se sabe da importância da integração

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dos indivíduos no ambiente socioespacial e cultural a fim de promover um ensino de fato transdisciplinar e integrador. Para tanto, diante das dificuldades superadasno Projeto Brasil-Haiti: troca de saberes, desenvolvido durante o ano de 2017, no campus de Três Lagoas da UFMS, destacou-se a necessidade de refletir sobre o processo de formação dos aprendizes envolvidos, tanto alunos haitianos como graduandos e pós-graduandos em formação, os quais atuaram como docentes,para melhor atingir as finalidades a que se direcionam o ensino de LPE neste projeto de extensão. PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores; Ensino de Línguas; LPE. INDICAÇÃO: Claudete Cameschi de Souza (UFMS).

A TRADUÇÃO INTRALINGUAL COMO FERRAMENTA DE APOIO NO ENSINO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO COMO LÍNGUA

ESTRANGEIRA.

Maressa Garcia URBANO (G) (UFMS) RESUMO: Este estudo apresenta algumas reflexões sobre a formação de professores de português como língua estrangeira. O interesse justifica-se pelo projeto Brasil-Haiti, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no qual atuam acadêmicos do curso de Letras. O objetivo de tal projeto é a aquisição/aprendizagem da língua portuguesa pelos aprendizes haitianos residentes em Três Lagoas-MS, participantes do projeto em questão. Para tanto, é necessário reconhecer que a dificuldade dos alunos em compreender aspectos da língua-alvo parece advir, da pluralidade lexical decorrente da variação linguística do PB, o que leva, quase sempre, à exigência de tradução intralingual durante as aulas. Partindo disso é que surge a questão que vai nortear este trabalho: em que os estudos da tradução intralingual poderiam contribuir para a formação do profissional de Letras, na área do ensino de português como língua estrangeira? A resposta reforça a afirmação de que ―devemos ser poliglotas dentro da própria língua‖ (Bechara, 2006, p.14). PALAVRAS-CHAVE: Linguística; Variação; Tradução. INDICAÇÃO: Fabrício T. P. Ono (UFMS).

FORMAÇÃO DE PROFESSORES

FORMAR PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA ENSINAR O QUÊ?

Adriane Teresinha SARTORI (UFMG)

RESUMO: O processo de formação de professores não pode ser apenas instrumental, no sentido de apresentar o ―conteúdo‖ da especialidade da qual se ocupará o futuro docente. A partir dessa constatação, este trabalho discute aulas de Língua Portuguesa ministradas por professores da rede pública de Belo Horizonte,

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durante os anos de 2015 e 2016, com a perspectiva de refletir sobre o que realmente ensinamos através de nossas práticas. Aulas de gramática e de leitura, desenvolvidas no Ensino Fundamental e Médio, estarão em evidência, fruto de pesquisa amparada em abordagens de natureza qualitativa (LÜDKE; ANDRÉ, 1986), cujos resultados apontam para a necessidade de construir alternativas para o processo de formação docente, visto que práticas de letramento (crítico) são indispensáveis para questionar pressupostos ainda vigentes de que o professor é transmissor de um conteúdo pretensamente metalinguístico e neutro. PALAVRAS-CHAVE: Formação docente; Aulas de Língua Portuguesa; Práticas de letramento (crítico).

PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE O ENSINO DO GÊNERO TEXTUAL “RESUMO ACADÊMICO”: UM OLHAR

DIRECIONADO AOS PROFESSORES DO CAMPO EM FORMAÇÃO

Thyago José da CRUZ (PG-UFMS) Elizabete Aparecida MARQUES (UFMS)

RESUMO: Este trabalho consiste em apresentar uma proposta de sequência didática (SD) sobre o ensino do gênero textual ―Resumo acadêmico‖, baseada nos pressupostos teórico-metodológicos de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) e Machado et alii (2004). Para tanto, escolheu-se como público-alvo, para sua aplicação, os alunos pertencentes ao curso de Licenciatura em Educação do Campo, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Cabe salientar que esses estudantes são advindos da zona rural e mantiveram e (ainda mantém) um vínculo (trabalho, moradia, etc.) com o ambiente campesino. Em um primeiro momento, descrevemos brevemente o curso e o público-alvo. Em seguida, é apresentada e explicitada a proposta de SD. Por fim, demonstramos como essa sequência poderá, por meio de uma pesquisa-ação, contribuir para a formação do indivíduo leitor e produtor de texto, levando-se em conta a especificidade do público investigado neste estudo. PALAVRAS-CHAVE: Sequência Didática; Gênero textual resumo acadêmico; professores campesinos em formação.

ATIVADES NO CURSO DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL: EXPERIÊNCIA DOCENTE NO NUPEL

Taila Jesus da Silva OLIVEIRA(G) (UFBA)

RESUMO:A presente comunicação visa discutir o trabalho realizado nas aulas de Leitura e Produção de Textos no Núcleo Permanente de Extensão em Letras (NUPEL). O núcleo funciona como um espaço para iniciação à docência de estudantes de graduação e pós-graduação, permitindo que alunos de bacharelado e licenciatura possam aliar saberes teóricos, mediados na fase da graduação e praticados através do NUPEL. As atividades desenvolvidas especificamente no

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supracitado curso têm por objetivo propiciar situações para que os alunos participantes possam ser estimulados a ler e a desenvolver práticas relacionadas à escrita, de forma que consigam aprimorar o senso crítico diante de textos e propostas que são suscitadas durante as aulas e assumir atitude responsiva ativa. As discussões serão pautadas em uma atividade realizada em sala com o conto ―Carta de amor‖, da autora Lionel Shriver; com essa atividade aprimorou-se uma série decompetências e habilidades de leitura e de escrita. PALAVRAS-CHAVE: Leitura; Escrita; Formação. INDICAÇÃO: Iraneide Santos Costa (UFBA)

A TROCA DE CORRESPONDÊNCIAS NO 8° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: USO DA LÍNGUA E APERFEIÇOAMENTO DA

ESCRITA

Verônica do Nascimento Ferreira (PG) (UFMS/CPTL-PROFLETRAS)

Solange de Carvalho Fortilli (UFMS/CPTL-PROFLETRAS) RESUMO: O trabalho retrata uma pesquisa-ação desenvolvida com alunos do 8º ano do ensino fundamental,que visa a aprimorar as habilidades de elaboração de correspondências pessoais e oficiais. O gênero epistolar foi selecionado porque, por meio dele, as condições de aprendizagem são potencializadas, já que os alunos vivem uma situação de interação mais próxima do real e podem observar sua própria escrita. Tal situação comunicativa dá ao docente meios de trabalhar com questões próprias do gênero e com aquelas da modalidade escrita de forma geral. Temos como objetivo mostrar que, a partir de produções que têm um receptor real, os alunos passam a entender a necessidade de dominar a linguagem padrão e, desta forma, passam a aperfeiçoar diferentes aspectos estruturais e linguísticos presentes nas cartas. A fundamentação teórica é pautada nas noções sobre gêneros discursivos Bakhtin (1997), gêneros textuais Marcuschi (2011), além de obras que lidam com projetos escolares, como Geraldi (2010) e os Parâmetros Curriculares Nacionais. A pesquisa é de cunho intervencionista e classifica-se, portanto, como pesquisa-ação Thiollent(1992), a qual visa a aquisição gradativa de aspectos da escrita Soares(1999) e de conhecimentos sobre as cartas Bezerra(2010), Mindilin(2000), Silva (2002), Siqueira (2013) e Blas (2003). Palavras-chave: gênero carta; aspectos gramaticais, estilo formal e informal.

ENSINO E APRENDIZADO DE LÍNGUA PORTUGUESA: APONTAMENTOS NO TRABALHO DOCENTE

Anderson José DE PAULA (PG) (UFMS/CPTL/PROFLETRAS)

RESUMO: Esta comunicação traz alguns apontamentos no trabalho do professor de como é aprender e ensinar a Língua Portuguesa, após a oficialização dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1997a, 1997b, 1998), pois, na prática pedagógica, são encontradas, pelo docente, três variáveis: o aluno, o conhecimento

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e a mediação entre ambos. Para isso, por meio de uma revisão bibliográfica, ancorada nos pressupostos de Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (2005), foi feita uma leitura crítica dos documentos oficiais e de um recorte da literatura produzida após essa oficialização. Como o foco da apresentação é o trabalho do professor nesse contexto, espera-se que a comunicação possa suscitar uma reflexão na prática docente, pois há uma concordância no texto de que os instrumentos e artefatos funcionam como mediadores e que a apropriação deles por parte do professor e do aluno gera – nessa situação - práticas sociais de linguagem.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino/aprendizagem de língua portuguesa; Instrumentos; Artefatos; Gêneros textuais; Trabalho do professor

REFLEXÕES SOBRE A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS

NO CENTRO-OESTE BRASILEIRO

Silvia ReginaGomes MIHO (UFGD) Carla Fabiana BARCARO (UEL)

RESUMO: Apresentamos algumas reflexões sobre questões que conjugam influências, nem sempre mutuas, envolvendo as necessidades educacionais de comunidades de aprendizes específicas frente às pressões das forças político-econômicas que se desenham como pano de fundo na formação de professores de inglês em um curso de Letras de uma universidade federal de Dourados, MS. Os principais pontos de conexão entre o local e o global são: tecnologias da informação e comunicação como instrumentos de ensino/aprendizagem de inglês. O artigo discute aspectos teóricos e faz a descrição do contexto, seus problemas e possíveis alternativas para a solução dos mesmos. Baseado em Kumaravadivelu (2016), Freire (2008) e Coutrim, (2016), um projeto de pesquisa intitulado: ―Ensino de inglês para a cidadania global: línguas, culturas e construção do conhecimento‖, cujo objetivo principal é o de privilegiar a construção do conhecimento em língua inglesa de modo crítico e participativo será apresentado como resultados das reflexões desenvolvidas. PALAVRAS-CHAVE: formação de professores; TICs; Centro-oeste.

PRÁTICAS DE ENSINO DE LEITURA E LITERATURA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Camila Gonçalves da COSTA (SED/MS)

RESUMO: Objetivo explorar as relações entre Leitura e Literatura, partindo das concepções de Antônio Candido (1995) e Umberto Eco (2003) os quais entendem que educar é humanizar. Nesse sentido, a leitura constitui o sujeito como cidadão, confirmando seu papel social dentro da sociedade. Portanto, o ensino da literatura, intenciona-se em criar e mediar situações de aprendizagem, através da interação do aluno com o texto. Contudo, as aulas de Literatura no Ensino Médio nem sempre

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atendem as expectativas dos alunos, pois geralmente são alicerçadas ao uso quase que exclusivo do livro didático, não dando assim, o devido e merecido destaque à leitura e fruição de textos. Através das reflexões de Maria do Rosário Mortatti (1992; 1995; 2001) propõe-se práticas que favoreçam aos estudantes o hábito de ler obras literárias por prazer e não somente com a finalidade de cumprir uma obrigação de aula. PALAVRAS-CHAVE: Leitura; Literatura; Práticas de Ensino.

RECONSTRUINDO PRAXIS A PARTIRDA EPISTEMOLOGIA DE PERFORMANCE : ESTUDOS DE CASO EM PROGRAMAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM LÍNGUA INGLESA NOS

ESTADOS DA BAHIA E TOCANTINS

Cristina Arcuri ELUF (UNEB) Fábio Nascimento SANDES (UFT)

RESUMO: Partindo do conceito de "aprendizagem por design" (MONTE MÓR, 2015), apresentamos estudos de caso em dois programas de formação de professores nos estados da Bahia e Tocantins, baseados em―knowledge processes‖ – experiencing, conceptualizing, analyzingandapplying,(MONTE MÓR, 2015),a fim deintegrar graduandos em pré-serviço, professores-universitários e educadores/pesquisadores de Língua Inglesa (LI) como coprodutores de conhecimento.Ao integrar tais processos com os princípios da―epistemologia deperformance‖ (LANKSHEAR & KNOBEL, 2013) e ―novos‖ movimentos pedagógicos parare-design de currículos (LUKE et al, 2004), o corpus dessa pesquisa apresenta práxis de LI construída a partir dos Multiletramentos, Multimodalidade e jogos. Participantes ―atuam‖em diferentes posições,como em atividades voltadas para aprendizagem por game. (GEE, 2009). Seguindo Lankshear & Knobel (2013), essa práxis representa uma alternativada construção do conhecimento na formação do professor de LI na pós-modernidade (LYOTARD, 1979), quando interfaces conceituais, teórico e metodológicas são necessárias. PALAVRAS-CHAVE: Epistemologia de performance; Aprendizagem por design; Formação do professor de Língua Inglesa.

ANÁLISE E DESCRIÇÃO DE LÍNGUAS

A POLISSEMIA DO VERBO CALCULAR

Solange de Carvalho FORTILLI (UFMS) Letícia de Almeira BARBOSA (PG-UFMS/CAPES)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar a polissemia do verbo calcular que, em contexto prototípico, significa determinar valor ou grandeza numérica por meio de cálculo matemático. Como fundamentação teórica, a análise apoiou-se em estudos como os de Neves (2000), Heine (1995), Hopper; Traugott

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(1993), Martelotta (2010) e Sweetser (1990), que tratam de mudanças de significado no âmbito da Gramaticalização. Assim, notou-se, em situações reais de comunicação, a existência de empregos diversos para tal predicado, ora expressando o valor ou a quantidade de algo concreto ou abstrato, ora funcionando como um parêntese, um adendo ou informação extra que está relacionada ao posicionamento do falante quanto ao que é dito.Para o levantamento e análise de dados, foram selecionados casos encontrados entre os séculos XVIII, XIX e XX, no Corpus do Português, além de ocorrências da Folha de S. Paulo. Palavras-chave: Funcionalismo; polissemia; verbos cognitivos.

PADRÕES CONSTRUCIONAIS EM CONDICIONAIS NO PB: uma análise de orações com caso e desde que

Camila Fernandes da Silva (PG) (UFMS/CPTL)

Ingridy Inara Perico (PG) (UFMS/CPTL) Objetivamos, neste estudo, sistematizar os padrões construcionais de orações condicionais introduzidas por caso e desde que no Português do Brasil, a fim de propor uma relativa padronização da categoria condicional e auxiliar na compreensão do funcionamento destas construções na língua alvo. Bybee (2010) e Dancygier (1998) apresentam uma visão de base funcional-cognitivista, as quais nos embasamos teórico-metodologicamente para análise das orações, bem como Traugott e Trousdale (2013), Hoffman e Trousdale (2013), que possibilitam uma associação com as perspectivas construcionais. Observou-se, por meio da correlação das construções, que os contextos de uso são distintos, assim como os domínios cognitivos ativados no uso de cada uma. Assim, ainda que a estrutura superficial seja parecida, notamos que os padrões construcionais e a funcionalidade não o são. PALAVRAS-CHAVE: Construção; Padronização; Condicionais. INDICAÇÃO: Taísa Peres de Oliveira (UFMS)

MODALIZAÇÃO EPISTÊMICA E PARENTETIZAÇÃO EM TEXTOS DA @FOLHA

Lucas Borel CRISTIANO (G-UFMS)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo analisar os verbos cognitivos imaginar, acreditar, supor, nos tweetsde usuários da @Folha. Trata-se de um ambiente online que serve como um microblogging pessoal, no qual os usuários podem interagir uns com outros e com instituições públicas/privadas. Os verbos cognitivos expressam atividades mentais que dão origem a percepções, crenças ou julgamentos. Por manifestarem processos internos, esses verbos estão ligados à subjetividade do falante e ao campo das modalidades. Quando parentetizados, são unidades externas à estrutura canônica da sentença e têm como domínio o enunciado todo ou parte dele, modificando o conteúdo proposicional. O corpus constitui-se de tweets de

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usuários do perfil @Folha no Twitter. Observaremos se a presença desses verbos parentetizados se mostra como estratégia relevante em certas seções e diálogos. Como participantes de uma interação aberta ao público, os usuários podem utilizar mais esses elementos, como mediadores de sua relação com o outro. PALAVRAS-CHAVE: Modalidade epistêmica; Parentetização; Funcionalismo. INDICAÇÃO: Profª. Dr. Solange de Carvalho Fortilli (UFMS)

A NÃO ASSERTIVIDADE EM CONECTORES CONDICIONAIS

Camila Gabriele da Cruz CLEMENTE (UFMS)

RESUMO: Partindo de uma investigação funcionalista da linguagem, este trabalho constitui-se de uma análise diacrônica, no período que compreende os séculos XX e XXI, de dados coletados do banco de dados Corpus do Português, disponível em http://www.corpusdoportugues.org/, para que se compreenda a inter-relação entre o significado e a estrutura. Considerando que as estruturascondicionaissãoformadasporproposiçõesquenãopodemserafirmadassempre, toma-se como objeto de descrição o traço básico não assertividade em relações condicionais do português brasileiro, na qual nem sempre a conjunção consegue marcar a não realização do fato (irrealis ou não assertividade), e assim, recorre a elementos como tempo e modo verbal. Logo, este trabalho baseia-se, em especial, nos teóricos Bybee (2010) e Dancygier (1998), considerando o caráter maleável da gramática. Como resultado, espera-se que contribua para compreender como a não assertividade manifesta-se no complexo processo da condicionalidade e a relação entre a construção do significado e a estrutura. PALAVRAS-CHAVE: Funcionalismo; Condicionalidade; Não Assertividade.

O USO DA TERCEIRA PESSOA EM CARTA DE CLEMENTINA DE JESUS COMO FERRAMENTA DE CONSTRUÇÃO DE EFEITO DE

SENTIDO

Mahatma José Lins Duarte (G-UFMS)

RESUMO:O presente trabalho analisa textualmente a carta que a artista Clementina de Jesus enviou ao ministro da previdência social, Jair Soares, na data de 20 de março de 1979. Esta análise toma como ponto de estudo principal o uso da terceira pessoa do interlocutor para se referir a si mesmo e os efeitos de sentido que isso causa ao leitor. O trabalho também fala sobre a vidada autora, Clementina de Jesus, pois trata-se de uma análise sobre a perspectiva sociointeracional. Para metodologia, o estudo se baseia nas ideias da linguista Ingedore G. Villaça Koch (2002) sobre a perspectiva interacional de texto, e também as ideias de Ataliba Teixeira de Castilho sobre a categoria pessoa na construção do discurso. A análise tem cunho principalmente interpretativo com o objetivo de valorizar a vida e obra de Clementina de Jesus.

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PALAVRAS-CHAVE: Análise textual; Clementina de Jesus, Interacionismo. INDICAÇÂO Prof.ª Dr.ª Vanessa Hagemeyer Burgo (UFMS)

MARCADORES TERRITORIAIS: UMA PROPOSTA PARA OS ESTUDOS LINGUÍSTICOS

Michele Ester de Moura Campos FURLAN (PG/UFMS)

RESUMO: Este estudo objetiva mostrar que é possível encontrar marcas dos processos de formação de territórios que são expressas por meio da língua, as quais podem ser consideradas Marcadores Territoriais Linguísticos, sendo possível o seu estudo por meio da Linguística.O arcabouço teórico ancora-se na Semântica de Contextos e Cenários e na noção de Territorialidade, Territorialização e Território da Geografia. O território é constituído por todas as relações que os comportamentos vividos em uma porção do espaço foram capazes de produzir em um determinado momento histórico. Neste sentido, a constituição de territórios é um processo complexo, abrangente e multidimensional, incluindo a linguagem e todos os meios pelos quais o ser humano expressa sua vivência e conhecimento, o que torna possível a presença de marcas linguísticas desse processoem meio aos discursos. PALAVRAS-CHAVE: Território; Língua; Marcadores Territoriais.

ANÁLISE SOBRE PROBLEMAS DE COESÃO ENCONTRADOS EM PRODUÇÕES TEXTUAIS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

ESTADUAL EM CORUMBÁ/MS

Camila Candido Oliveira MENEZES (PG/UFMS) Luciene Paula Machado PEREIRA (UFMS)

RESUMO: Com o surgimento da Linguística Textual em 1960, constatou-se que o texto é configurado por fatores de textualidade, dentre eles, a coesão. Este trabalho analisa recursos coesivos presentes em textos escritos por alunos do Ensino Médio da rede pública estadual de ensino de Corumbá/MS. Para tanto, foram utilizadas as obras de Koch (2005; 2015) e Marcuschi (2008; 2012). O estudo apontou que, nos textos analisados, houve o aparecimento de usos inadequados de recursos coesivos, comprometendo a progressão textual, salientando a ausência de argumentação, a redundância de informações e a carência de vocabulário. Nesse sentido, foram apresentadas algumas reflexões sobre a construção textual que podem contribuir com as aulas de Língua Portuguesa: o texto como unidade básica do ensino de língua materna, uma ―unidade significativa global‖ que deve ser estudada por meio de análise linguística, no entendimento das funções das categorias gramaticais e da sua colaboração para o sentido do texto. PALAVRAS-CHAVE: Linguística Textual; Coesão textual; Análise de texto.

VERBOS COGNITIVOS PARENTETIZADOS E ESTRATÉGIAS DE ARGUMENTAÇÃO NA ESFERA JORNALÍSTICA

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Melissa Henrique de SOUZA (G UFMS) Solange de Carvalho FORTILLI (UFMS)

RESUMO: Os verbos cognitivos, grupo no qual se incluem admitir, imaginar, pensar, supor e outros, têm a função prototípica de predicados, nos quais podem ser encaixadas orações subordinadas substantivas objetivas diretas. Porém, há no português outra estrutura sintática envolvendo tais verbos, aquela em que eles são parentetizados. Os parentéticos são unidades que não integram a estrutura canônica da sentença e podem ter como escopo o enunciado ou parte dele. Servem como instrução sobre como interpretar o conteúdo proposicional e se relacionam à modalidade epistêmica, pois mostram o julgamento do falante acerca da informação veiculada na oração. Este trabalho objetiva investigar a presença desses verbos em jornais, exemplares da mídia escrita digital, analisando os efeitos argumentativos alcançados ante as especificidades das diferentes seções. O material será coletado na Folha de S. Paulo on line. Como resultado, espera-se relacionar as estratégias argumentativas viabilizadas pelos parentéticos às finalidades e interlocutores presentes no jornal. PALAVRAS-CHAVE: Verbos; Cognição; Parentetização.

LINGUAGEM, DISCURSO E SUBJETIVIDADE

ÍNDIO SURDO E EDUCAÇÃO BÁSICA EM SUAS (DES)IDENTIFICAÇÕES: UM ESTUDO DE CASO

Michelle Sousa MUSSATO (UFMS)

RESUMO: A maneira como a sociedade majoritariamente ouvinte enxerga o surdo, o índio surdo, estabelece práticas didáticas que insistem em reverberar discursos que ressoam na representação patologizante do sujeito da falta, ―anormal‖ (FOUCAULT, 1997), aquele que precisa ser corrigido (FOUCAULT, 1987), e para isso precisa aprender a falar, a escrever, a ser como os ―normais‖, como ―ouvintes‖. Ao observar isso sob o viés da Análise do Discurso de vertente francesa, este artigo busca entender se dá a representação do índio surdo inserido no ensino educacional regular e como o discurso colonialista de poder assujeita o sujeito e (des)constrói vontades de verdades no bojo da sociedade hegemônica. Por meio do gesto interpretativo com aporte teórico transdisciplinar, que comunga de concepções discursivas advindas da Análise do Discurso e dos estudos culturalistas observa-se a constituição identitária do sujeito surdo terena, residentes na aldeia Cachoeirinha, município de Miranda/MS, destacando as (des)identificações dentro do processo de ensino-aprendizagem. PALAVRAS-CHAVE: Identidade; Educação de Surdos; Surdo Terena.

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EQUÍVOCOS NOS DISCURSOS DE INCLUSÃO: O QUE DIZEM PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO?

Marilza Nunes de A. NASCIMENTO (PG/UFMS-CPTL/CRE-9)

Vânia Aparecida de Almeida BAGI (CRE-9) .

RESUMO: Esta pesquisa se inscreve na Análise do Discurso de Linha Francesa e tem como objetivo analisar, interpretar e problematizar os efeitos de sentidos materializados nos discursos sobre a inclusão. Como corpus de análise, tem-se recortes de enunciadode professores regentes, professores intérpretes, diretor e coordenador pedagógico de escolas da rede pública de Nova Andradina MS. A metodologia utilizada segue a AD em que os corpora foram colhidos por meio de questionários. Partimos da hipótese que a inclusão é um assunto que todos a defendem, porém não é ainda efetivamente realizada no espaço escolar, pois há pistas discursivas de um equívoco histórico e ideológico, tendo em vista que a prática de ensino e aprendizagem não visa incluir as diferenças ou tratá-las de modo singular, mas inserir o sujeito no ambiente escolar sob um olhar homogêneo, tornando o aluno apenas um observador, recebedor de informações prontas, imerso no espaço escolar. Para realização desse trabalho, teremos como aporte teórico Pêcheux(1997), Orlandi (2008) e outros teóricos que trabalham com a língua numa relação ideológica, histórica e social. PALAVRAS-CHAVE: Sujeito, Discurso e Sentidos

EXCLUSÃO PÓS-MODERNA DO SUJEITO IDOSO

Silvana Cosmo DIAS (UEMS) RESUMO: O objetivo neste trabalho é analisar o discurso de um idoso inserido no processo de Letramento do sistema EJA, da Escola Municipal Cirley Volpe Lopes, no Município de Santa Fé do Sul-SP, ao relatar suas memórias, assim como interpretar as representações que circulam no imaginário desse idoso, estabelecendo, possíveis relações com o processo de constituição identitária. O arcabouço teórico é o da Análise do Discurso de linha francesa, mediante os pressupostos teóricos de Foucault (1997), Pêcheux (1999), Coracini (2007) e outros. O corpus foi constituído pelos dizeres desse idoso. A metodologia utilizada, nesta pesquisa, advém do método arqueológico de Foucault, aliando aos pressupostos teóricos da Análise do Discurso de linha francesa. Assim, ao analisar esse discurso, foi possível entender que esse idoso é um produto social, sendo que suas identificações e as múltiplas identidades constitutivas estão em processo mutável e contínuo. PALAVRAS-CHAVE: Desigualdade; Idoso; Processos Identificatórios.

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UMA ANÁLISE DISCURSIVA EM REFLEXÕES PEDAGÓGICAS SOBRE O ENSINO DA EJA: RELAÇÃO PODER-SABER

Cristiane Liberato EUGÊNIO (PG-UFMS)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo analisar e discutir discursivamente o material destinado a professores e coordenadores do ensino da EJA. Com base na análise desse documento, essa pesquisa insere-se numa perspectiva histórica que pretende chamar a atenção para a dimensão política, com o interesse em estudar o discurso educacional tendo como objetivo o questionamento das relações de pode-saber. Partimos da hipótese de que o discurso político educacional desses documentos referentes ao ensino da EJA encontra-se atravessado por muitas vozes, dentre as quais se mostram o poder e saber, assim como também o da resistência, ressaltando a heterogeneidade constitutiva desse discurso. Para tanto, nos valemos do arcabouço teórico da Análise do Discurso de origem francesa (AD), a partir dos estudos de Coracini (2003; 2007; 2011), de Pêcheux (1988; 1990); de Orlandi (1999) e de Authier-Révuz (1990; 1998), a partir do método arqueogenealógico de Foucault (1990; 1997; 1999; 2007). PALAVRAS-CHAVE: Discurso; efeito de sentido; Poder. INDICAÇÃO: Professora Drª Celina Aparecida Garcia de Souza Nascimento (UFMS).

REPRESENTAÇÕES IDENTITARIAS DO SUJEITO IDOSO NOS ESPAÇOS EDUCATIVOS EJA E UNATI: CIDADANIA E EDUCAÇÃO

INTERGERACIONAL

Silvane Aparecida de FREITAS (UEMS) Celso Ricardo Ribeiro de AGUIAR (UEMS)

RESUMO: Ao problematizar os discursos sobre cidadania e educação intergeracional do sujeito idoso na UNATI (Universidade Aberta à Terceira Idade) e EJA (Educação de Jovens e Adultos) na cidade de Fernandópolis-SP, utilizamos do arcabouço teórico da Análise do Discurso de orientação francesa em Pêcheux (1988) e da arqueologia do saber de Foucault (1986). Outros pesquisadores são: Guimarães & Orlandi (1996) sobre as discursividades de língua e cidadania; Pfeiffer (2000) sobre o sujeito escolarizado; Bauman (2001) sobre os espaços atrelados à civilidade/incivilidade e Foucault (2001) com as heterotopias, lugares delineados pela instituição sociedade. Após a análise do corpus da pesquisa, composto por entrevistas orais de sete sujeitos idosos, concluimos que os sujeitos representam a educação como um caminho para a cidadania, sendo que o cidadão deve ser civilizado, moralizado, mas contraditoriamente o efeito de sentido é que alteridade com o jovem não faz parte desse processo de emancipação social. PALAVRAS-CHAVE: Idoso, Discurso, Educação.

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UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS NO CONTO DE TERROR: “A NOITE DO ENFORCAMENTO”

Aline Rodrigues da Silva (PG – UFMS CAPES)

Ines dos Reis Santos Passos (G – UFMS CAPES)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo interpretar os efeitos de sentido construídos em um texto (conto de terror) produzido por uma aluna do 6º ano de uma escola estadual localizada na cidade de Três Lagoas - MS. Para a realização da análise discursiva do texto, considera-se as suas condições de produção, que contemplam anotações de campo acerca da regência de quatorze aulas a partir do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à docência), tendo como suporte noções teóricas metodológicas da Análise do Discurso de linha francesa a partir da arqueogenealogia proposta por Foucault (1988; 2005). Dessa forma, foi possível apreender como são construídos os efeitos de sentido de um conto de terror. O conto se constrói a partir de marcas enunciativas que denotam sentidos articulados a termos como ―pessoa com chifres‖, ―madrugada‖, ―filme‖ e recursos como o destaque em vermelho de enunciados proferidos por meio do discurso direto. PALAVRAS-CHAVE: conto de terror; condições de produção; efeitos de sentido.

GLADSTONE CHAVES DE MELO: ESTILÍSTICA BRASILEIRA E A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E ESTILO

Vanessa GHILARDI (PG / UFG)

Dr. Sebastião Elias MILANI (UFG) RESUMO:Com uma significativa produção acadêmica, Gladstone Chaves de Melo é considerado um dos mais profícuos pesquisadores brasileiros e teve a iniciativa de estudar a estilística da língua portuguesa em um período em que essa disciplina ainda era recente no Brasil. Então, este trabalho pretende apresentar um estudo sobre a estilística da língua portuguesa desenvolvida por Melo, com objetivo de descrever como se produziram os conceitos estilísticos presentes em suas obras, além de mostrar como a relação entre língua e estilo foi estabelecida pelo autor. Dessa forma, para alcançar nosso intento, utilizamoso método de revisão bibliográfica e análise de corpus e, como aporte teórico, contribuições de autores como Melo (1975; 1976), Possenti (1993), Altman (1997; 1998), entre outros. Portanto, destacaremos as principais ideias de Melo sobre a estilística da língua portuguesa, passando pelas suas possíveis influências de trabalhos anteriores e/ou contemporâneos para a elaboração de seus estudos sobre estilística. PALAVRAS-CHAVE:Língua Portuguesa; Estilística; Gladstone Chaves de Melo.

A VARANDA DO FRANGIPANI: MEMÓRIA E IDENTIDADE NA PROSA DE MIA COUTO

Soní Pacheco de MOURA (PG/UFSM)

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RESUMO:A presente discussão foi norteada pelo caráter emancipatório do realismo maravilhoso na literatura africana. Sua presença na obra A varanda do Frangipani, de Mia Couto, é representativa do rompimento com os moldes tradicionais de escrita. A análise realizada aponta para o caráter subversivo da literatura, capaz de promover uma revisão crítica da história, especialmente de sociedades cuja identidade foi marcada pela violência e o autoritarismo, como é o caso de Moçambique.As hipóteses aqui mencionadas foram pautadas pelo estudo de autores da Escola de Frankfurt, cujos pressupostos reconhecem a possibilidade de que diferentes vozes, representativas de outras versões dos fatos históricos e normalmente silenciadas, passem a ser ouvidas e não apenas a versão oficial, notadamente, a versão dos vencedores. Contribuiram para a análise, ainda, referencial teórico sobre memória, bem como conceitos de ZygmuntBauman, Anthony Giddens e Stuart Hall, sobretudo no que se refere à identidade, no contexto contemporâneo. PALAVRAS-CHAVE:Identidade; Memórias; Realismo Maravilhoso INDICAÇÃO: ROSANI KETZER UMBACH (UFSM)

TRANSCULTURALIDADE E INTERCULTURALIDADE

O NARRADOR EM CADERNO DE UM AUSENTE, DE JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA

Osmar CASAGRANDE JÚNIOR (PG/UFMS) Ricardo Magalhães BULHÕES (UFMS)

RESUMO: Ao analisarmos o papel do narrador em Caderno de um ausente (2014), segundo romance de João Anzanello Carrascoza, partimos das considerações sobre o narrador pós-moderno, de Silviano Santigo, marcando as semelhanças e, principalmente, as diferenças entre esse e o narrador de Carrascoza. Acrescentamos ainda o debate envolvendo as observações de Silviano Santiago sobre o papel do narrador em relação às de Walter Benjamin e Theodor Adorno. Recorremos também à análise de Marcelo Conde para abordar as principais características da escrita de Carrascoza e incluímos a contextualização contemporânea de seus romances, recorrendo à análise da Ficção brasileira contemporânea (2011), de Karl Erik Schøllhammer, assim como o debate sobre o papel do narrador em O narrador na literatura brasileira contemporânea (2012), de Jaime Guinzburg. Procuramos mostrar como o narrador de Carrascoza estabele um contraste com algumas tendências da ficção brasileira contemporânea, pautadas pela violência, com personagens em situações marginais.

PALAVRAS-CHAVE: Narrador pós-moderno; João Anzanello Carrascoza; Ficção brasileira contemporânea.

METÁFORAS A MANCHEIA: RESISTÊNCIA E MANIFESTO À MODA DE LOBATO

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Amaya Prado (UFMS/CPTL)

RESUMO: A pesquisa de dados folclóricos, do mesmo modo que a irreverência, a zombaria e a gaiatice, são características presentes em O Saci Pererê: resultado de um inquérito (1918), de Monteiro Lobato, que sugerem jogo lúdico na defesa de um projeto estético. O tom incisivo e panfletário do epílogo aproxima-o dos manifestos vanguardistas na medida em que anuncia e defende um projeto estético, se impõe como o registro do contraditório ideário lobatiano, marcado por um contexto de transição entre dois modos de se pensar a arte, de ver o mundo. O trabalho apresenta uma análise das metáforas empregadas no epílogo da primeira obra editada por Lobato, com o objetivo de apontar sua participação na construção do sentido geral de sátira e da ironia, principais ferramentas de combate de seu autor. PALAVRAS-CHAVE: Saci Pererê, resistência, Literatura Brasileira.

POR UMA ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA: PROJETO DE LITERATURA BRASILEIRA ANTROPOFAGIA JÁ!

Prof ͣ. Me. Luciana Rueda SOARES (EEBJ)

RESUMO: Em 2017, com a aprovação BNCC – Base Nacional Curricular Comum teve na Rede Pública Estadual de Mato Grosso do Sul a alteração na grade curricular que extinguiu de vez a literatura dos anos finais do ensino básico. Segundo a BNCC, a escola passa a ser responsável pelo contato do aluno com a literatura e não pelo ensino. Assim surge o questionamento de como serão as práticas na sala de aula, sem esquecer a literatura – que é um dos únicos meios dos alunos oriundos da classe trabalhadora terem contato com arte – portanto desse impasse elabora-se o Projeto de Literatura Brasileira Antropofagia Já!, na Escola Estadual Bom Jesus. O projeto aborda autores, obras e tendências que impulsionaram a Semana de Arte Moderna de 1922. Para finalização, os alunos produziram vídeos-documentários, numa abordagem contemporânea, dinâmica e com linguagem própria para o público jovem da Comunidade Escolar em que a referida escola está inserida. PALAVRAS-CHAVE: Literatura brasileira, Arte moderna, Prática de ensino.

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS DE LEWIS CARROLL E A MENINA DE LÁ E AS MARGENS DA ALEGRIA DE GUIMARÃES

ROSA: UM VIÉS COMPARATISTA

Isabella Pereira MARUCCI (PPGMEL UFMS) Prof. Dr. Ramiro GIROLDO (UFMS/CNpQ)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise, sob uma abordagem comparatista, entre a obra Alice no país das maravilhas de Lewis Carroll e os contos A menina de lá e As margens da alegria, ambos de Guimarães Rosa. Procura-se estabelecer, nesse processo, um possível diálogo entre a literatura

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brasileira e a literatura estrangeira, nesse caso, inglesa, por meio de uma observação acerca da constituição crítica social reflexiva, que permeia o enredo de ambas as escritas, e como esta se dá entre narrativas compostas em diferentes contextos culturais. Para tanto, parte-se, primeiramente, das semelhanças visíveis entre os gêneros e as personagens, até as diferenças pautadas, como o enredo e a linguagem utilizada, que ressaltam as particularidades de cada obra literária, marcando o contexto sócio histórico; permitindo uma melhor compreensão do texto literário e uma ponderação acerca da construção do efeito de sentido do mesmo, enquanto gerador de questões críticas. PALAVRAS-CHAVE: Lewis Carroll, Guimarães Rosa, Literatura.

O NOVO E O INSÓLITO: A INVENÇÃO VOCABULAR EM ARRANJOS PARA ASSOBIO, DE MANOEL DE BARROS

Mateus Antenor GOMES (PG-UFMS)

RESUMO:A poética de Manoel de Barros apresenta como grandes características a inovação e a ruptura, que se materializam ora pelas temáticas cotidianas, ora pelo espaço pantaneiro transfigurado em espaço poético e ora pela linguagem insólita. A linguagem insólita, portanto, trata-se de uma organização linguística que, pragmaticamente, seria agramatical, todavia, literariamente, é carregada de valor estético e carga significativa. Dito isso e dando importância maior para as inovações de caráter lexical, o objetivo do presente trabalho consiste em efetuar uma análise de Arranjos para Assobio, de Manoel de Barros, atrelando conceitos dos estudos lexicográficos e lexicológicos aos dos estudos líricos. Assim, as inovações lexicais, nesta análise, são consideradas a partir do fenômeno linguístico utilizado para elaboração do insólito e, também, da perspectiva literária. Unindo análise literária e a linguística, percebe-se que a poética de Manoel de Barros rompe com o habitual, cotidiano e pragmático para fundar um valor estético e literário. PALAVRAS-CHAVE: Léxico; Manoel de Barros; Poesia.

FIGURAÇÕES POLÍTICAS EM A HORA DA ESTRELA

Anny Caroline de Souza Marques (UFMS. NECC) Edgar Cézar Nolasco (UFMS. NECC)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo erigir um debate teórico-crítico, no campo da literatura, sobre o político-social no romance A hora da Estrela (1977) da escritora brasileira Clarice Lispector. A partir de sua ótica, a escritoratrabalhouno respectivo livro a questão político-social do Brasil,em que consta uma crítica social, vista pela primeira vez nas obras de Clarice por meio da protagonista do romance, uma pobre jovem nordestinachamada Macabéa. Mediante isso, realizaremos uma leitura singular do livro fundamentada no recorte epistemológico da crítica biográfica fronteiriça, a qual nos permite estabelecer uma aproximação metafóricaentre obra e vida da intelectual, atravessada por nossas sensibilidades locais (MIGNOLO), a partir do nosso lócus enunciativo. Além de contemplar os 40 anos de publicação

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desse livro magistral, que se mantém atual, tanto na teoria quanto na prática social, o texto abrange relações com alguns contos autobiográficos –―Felicidade Clandestina‖, ―Ovo e Galinha‖ e ―Cem anos de perdão‖ − de Clarice, encontrados no livro Felicidade Clandestina (1971), que contribuirão para estabelecer taisaproximações metafóricas. A princípio o texto trata Macabéa em seu lugar de origem, Recife (PE); posteriormente, no Rio de Janeiro (RJ); e,por fim, seu posicionamento social e cultural em uma parceladesfavorecida economicamente da sociedade brasileira. Este trabalho respalda-se teoricamente em autores como Walter Mignolo, em Histórias locais\Projetos Globais (2003), Edgar Cézar Nolasco, em Caldo de Cultura (2007),Eneida Maria de Souza, em Janelas Indiscretas (2011) e Crítica Cult (2002), Silviano Santiago, em ―A Política em Clarice Lispector‖ (2014), ecomCadernos de Estudos Culturais: Crítica biográfica (2010). Palavras-chave: Crítica biográfica fronteiriça; A Hora da Estrela; Política.

A IMAGEM DE SI: A METALINGUAGEM EM NUMERAL, DE ARMANDO FREITAS FILHO.

Mateus Antenor GOMES (PG-UFMS)

RESUMO: A poesia de Armando Freitas Filho se apresenta como um mergulho subjetivo no mundo dos objetos, destacando-se as inúmeras tensões de extrema carga significativa. O objetivo deste estudo é observar, na seção Numeral do livro Numeral/Nominal a construção de imagens poéticas de caráter metalinguístico. A hipótese central é que nesse livro – dividido em duas partes supostamente contrárias: Numeral e Nominal – o aglomerado de poemas, que constituem a primeira parte da obra, predominam, como recurso estilístico, imagens poéticas que, enquanto tema literário, funcionam como mecanismo de caracterização poética da própria poesia. Ou seja: são imagens de si. Para tanto, foram analisados os poemas 1, 4, 13 e 19 da secção Numeral do livro de Freitas Filho, buscando compreender a configuração dessas imagens poéticas metalinguísticas.Deste modo, tendo os estudos líricos como fundamentação, foi possível compreender que as imagens poéticas permitem aos poemas dizer o indizível e irreproduzível em formas linguísticas cotidianas. PALAVRAS-CHAVE: Armando Freitas Filho; Imagem poética; Metalinguagem.

LITERATURA E OUTRAS ARTES: DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES

Vitória Regina Xavier da SILVA (SED/MS-CRE12/TL)

RESUMO: Este trabalho apresenta uma estratégia de aprendizagem de comprovado êxito na Escola Estadual Fernando Corrêa, de Três Lagoas/MS. Podemos afirmar que, em nossa experiência, construímos uma sequência didática em diálogos com os jovens estudantes, na qual o processo de aprendizagem democrática formou uma identidade cultural na unidade escolar. A estrutura interdisciplinar, nessa metodologia ativa (Berbel, 2011), partiu de dois objetivos: motivar o jovem estudante

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a ser protagonista, na interação com a comunidade escolar; e favorecer apropriação de patrimônio cultural regional e nacional, com um acervo musical diferente daqueles oriundos de uma cultura de massa, estabelecendo diálogos entre música e literatura. Nessa perspectiva, contemplamos as diversidades culturais e de linguagens (Rojo e Moura, 2012). Atingimos resultados maiores que nossos objetivos iniciais, entre valores humanos, críticos e estéticos (Freire,1996). Encontramos vozes e quebramos paradigmas, motivamos a permanência e progressão do estudante. Contribuímos para a valorização da língua, da literatura e da arte. PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Multiletramento; Protagonismo.

MIL ROSAS ROUBADAS: PAISAGENS TRANSCULTURAIS E RELAÇÕES POLÍTICAS

Pedro Henrique Alves de MEDEIROS (G/UFMS/NECC)

Edgar Cézar NOLASCO (UFMS/NECC/PACC)

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo delinear uma discussão crítica acerca dos conceitos de paisagens transculturais (LOPES, 2012), amizade (ORTEGA, 2009) e homossexualidade (LOPES, 2002) no romance Mil rosas roubadas (2014) do intelectual e escritor Silviano Santiago. Em síntese, buscaremos discutir as relações de Silviano e Zeca enquanto amigos, amantes e homossexuais atravessados pela paisagem transcultural de Belo Horizonte. O ambiente metropolitano pode ser um lugar de aproximação, mas é, sobretudo, um espaço de distanciamento e solidão. Para isso, nos apoiaremos nos postulados da crítica biográfica fronteiriça e nos estudos de Denilson Lopes acerca das teorizações paisagísticas e homoafetivas. Por fim, outros teóricos que sustentam a discussão crítica são: Edgar Cézar Nolasco, Eneida Maria de Souza, Walter Mignolo, Diana Klinger, Francisco Ortega, Jacques Derrida e Karl Posso. PALAVRAS-CHAVE: Paisagens transculturais; Silviano Santiago; Bios.

LETRAMENTOS

PRÁXIS PEDAGÓGICA E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: DOS LETRAMENTOS CRÍTICOS E MULTILETRAMENTOS A RE-LEITURAS DE PÔSTERES DA 2ª GUERRA MUNDIAL: RE-

DESIGNING MEANING MAKING EM ESCOLAS PÚBLICAS DO INTERIOR DA BAHIA

Tanisia Nascimento (UNEB_ Campus XIV) Cristina Arcuri ELUF (UNEB_Campus XIV)

RESUMO: No contexto de formação do professor de Língua Inglesa (LI), universidades e escolas públicas são desafiadas a construir práticas que dialoguem com ―novas‖ demandas da sociedade em constante transformação. Ao promover

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diálogos com os ‗novos letramentos‘ (Lankshear & Knobel 2003; 2006) buscam revisitar ontologias e epistemologias de ensino-aprendizagem, ressaltando a necessidade do posicionamento crítico, colaborativo e transformativo do cidadão complexo, pluralizado, heterogêneo e instável (MENEZES DE SOUZA, 2011; MONTE MÓR, 2013; OCEM-LE 2006) que possa ―obter o conhecimento que pode ser de natureza multicultural, visual, midiática e informativa‖ (TAKAKI, 2007). Neste trabalho, analisamos a construção de um blog e re-leituras de pôsteres norte-americanos da 2ª guerra mundial, em práticas de LI construídas em comunidades do interior da Bahia, durante entre 2014 e 2017. O corpus retrata investigação etnográfica, voltada para formação crítica do educador, metodologicamente fundamentados nos princípios Let´s See & Tryo nResearch, propostos por Lankshear & Knobel (2013). PALAVRAS-CHAVE: English Teaching Praxis, Letramento Crítico, Redesign de pôsteres 2a Guerra

GOLDILOCKS AND THE THREE BEARS: PRÁTICAS E REFLEXÕES SOBRE LETRAMENTOS CRÍTICOS EMERGENTES DA LEITURA DE

UMA ESTÓRIA INFANTIL

Luana Cristina Amorim Roja de LIMA (PG - UEMS) Adriana Lúcia de Escobar Chaves de BARROS (UEMS)

RESUMO: Este trabalho é um recorte de uma dissertação em andamento e tem como objetivo principal verificar em que medida a leitura e atividades relacionadas à estória infantil Goldilocks and the three bears1 em aula de Língua Inglesa podem fazer emergir momentos de reflexões ligadas aos conceitos teóricos dos Letramentos Críticos. Para tal, nos baseamos nas leituras de autores relevantes nas áreas, como Monte Mór (2013), Rojo (2005), Jordão (2013), Menezes de Souza (2011) e Atwell (2007). Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e cunho etnográfico que se deu em uma turma de 22 alunos do 3º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de Terenos – MS. A coleta dos dados foi feita por meio de diário feito pela professora e pesquisadora deste estudo; produções dos alunos; bem como, gravações de áudio. PALAVRAS-CHAVE: Letramentos Críticos; Estória infantil; Ensino de Inglês.

O LETRAMENTO DE PAULO FREIRE NO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA IMIGRANTES HAITIANOS

Maria Lourdes de MOURA (PG-UNIOESTE)

Terezinha da Conceição COSTA-HÜBES (PROFª -UNIOESTE)

RESUMO: Nos últimos tempos, o ensino de português como língua estrangeira (PLE), vem sofrendo muitas mudanças, em decorrência da nova demanda de imigrantes que entra no Brasil. Estas pessoas chegam, muitas vezes, em situações 1 NAMM, D. GRAEGIN, S. Goldilocks and the three bears. Sterling children’s books: New York, 2013.

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de vulnerabilidade e precisam aprender a língua em caráter de urgência para a integração coletiva como convivência no trabalho e na comunidade.Conscientes dessa realidade, o objetivo, neste trabalho é apresentar uma proposta de pesquisa que visapromover formas de ensino que contemplem a necessidade de um grupode imigrantes haitianos, adultos, trabalhadores da linha de produção em fabrica de fios da cidade de Toledo, região oeste do Paraná, proporcionando práticas pedagógicas dentro de metodologias que permitam utilizar recortes da comunicação das práticas cotidianas destes sujeitos, apresentando-lhes um aprendizado da língua-alvo de forma significativa, a partir da perspectiva do letramento e multiletramento, seguindo como base a metodologia de Paulo Freire. PALAVRAS-CHAVE:Ensino do Português; Imigrantes Haitianos; Letramento e Multiletramento.

ANÁLISE DE TEXTOS MUTLIMODAIS: DISCUTINDO CONSTRUÇÃO DE SENTIDO

Jairo Barrera CARDOSO (PG-UEMS) Apoio CAPES

RESUMO: Nossa sociedade atual está repleta de imagens. Diante disso, o objetivodesse trabalho tem por finalidade:Analisar textos multimodais na pespectiva do Letramento Visual,identificar de que maneira os sentidos são construídos, a partir de uma perspectiva multimodal,na qual os sentidos (texto) são construídos pela interdependência de várias semioses ou multimodalidade. Este trabalho tem como base as teorias de Letramento Visual, que abordam a multimodalidade e a consideram uma das mais visíveis ou dominantes na atualidade, ou seja, a linguagem visual.Dessa forma, objetivo desse trabalho é mostrar a importância e o impacto da visualidade nos dias, pois as imagens servem como uma prática social por meio da qual os indivíduos possam expandir suas visões de mundo, seus pensamentos críticos e criativos. PALAVRAS-CHAVE: Letramento visual; Multimodalidade; Construção de Sentido.

ESTUDOS DO LÉXICO

PROVÉRBIOS COMO LEGADO CULTURAL: APONTAMENTOS SOBRE ASPECTOS ETNOLINGUÍSTICOS

Cleuza Andrea Garcia MUNIZ (PG/UFMS)

Elizabete Aparecida MARQUES (UFMS) RESUMO: A riqueza de um povo se revela por meio de suas diferentes manifestações artísticas e culturais perpetuadas, no decurso dos anos, por aqueles que fazem parte da comunidade social em que elas ocorrem. As tradições orais formam parte do patrimônio de diferentes culturas, refletem seu modo de vida,

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costumes, hábitos e crenças e estruturam modelos cognitivos por meio dos quais seus falantes entendem e interpretam o mundo que lhes rodeia. Em uma perspectiva interdisciplinar que propõe ainterface entre os âmbitos da Etnolinguística e da Paremiologia, o presente trabalho tem como objetivo tecer algumas reflexõessobre a importância dos provérbios de modo a entendê-los - para além de uma concepção tradicional que os reveste apenas de um caráter folclórico - como legado cultural de um povo, como um microcosmo que carrega em sua estrutura léxico-semânticainformações de cunho histórico que possibilitam o entendimento de inúmeros conceitos fixados no sistema social de uma cultura específica.

PALAVRAS-CHAVE: Etnolinguística; Paremiologia; Provérbios.

BRASIL GUIA DE CIDADES… PORTUGUÊS BRASILEIRO OU PORTUGUÊS EUROPEU?

Meire de Souza LARA (FrameNet Brasil, UFJF)

RESUMO: O presente trabalho analisa as escolhas lexicais do ―Brasil Guia de cidades‖ – guia turístico extraído do site oficial dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016–,cujo texto compõe o corpus da FrameNet Brasil, o qual é constituído de textos naturais do Português Brasileiro (PB). O processo se inicia na extração automática de uma lista de palavras utilizando a ferramenta computacional Sketchengine. Na busca por candidatos a termos do PB no domínio do Turismo, nota-se a frequência de várias palavras que ocorrem em Portugal e não no Brasil, tanto por escolha como por exclusividade. Depois de uma leitura atenta da listagem, e com base no conhecimento de falante nativo do PB e de 15 anos de falante passivo e ouvinte do Português Europeu (PE), os termos reconhecidos como sendo do PE foram compilados e examinados. Por fim, utilizando contextos comprovantes, o estudo foca na busca por explicações para cada caso. Os resultados revelam que o texto do ―Brasil Guia de cidades‖, apesar de ser uma obra em PB, mistura duas variedades da Língua Portuguesa – o PB e o PE –, demonstrando, assim, que o seu autor não domina a variedade falada no Brasil. PALAVRAS-CHAVE: FrameNet Brasil; Brasil Guia de cidades; Análise lexicográfica; Português Brasileiro; Português Europeu.

ESTUDO TOPONÍMICO DOS LOGRADOUROS DO MUNICÍPIO DE NOVA ANDRADINA/MS

Vanessa Cristina Sant´Ana FERREIRA (G-UFMS)

Renato Rodrigues PEREIRA (UFMS/CPTL)

RESUMO: Com este trabalho, apresentamos resultados parciais da pesquisa de iniciação científica que estamos realizando sobre a toponímia urbana de Nova Andradina, município localizado na Região Geográfica Imediata de Nova Andradina, em Mato Grosso do Sul. Objetivamos, portanto, i) inventariar os nomes de lugares dos logradouros, a partir de mapas oficiais disponíveis no município, atas de câmara,

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e classifica-los de acordo com as taxionomias de Dick (1992), como forma de verificar as motivações das designações toponímicas; ii) identificar e registrar a língua de origem dos topônimos, com a intenção de resgatar os estratos linguísticos predominantes; iii) descrever os topônimos do ponto de vista linguístico (estrutura formal, motivação semântica, etimologia etc). Nosso estudo é fundamentado pelos princípios teóricos e metodológicos da Toponímia, em especial as contribuições de Dick (1990, 1992), e os procedimentos metodológicos utilizados pelos pesquisadores do Projeto ATEMS – Atlas Toponímico do Estado de Mato Grosso do Sul. PALAVRAS-CHAVE: Toponímia humana; Município de Nova Andradina. INDICAÇÃO: Renato Rodrigues Pereira (UFMS/CPTL).

INTERSECÇÕES ENTRE OS TOPÔNIMOS DA ÁREA RURAL DE ANGÉLICA, DEODÁPOLIS, GLÓRIA DE DOURADOS E JATEÍ E O

HISTÓRICO DE POVOAMENTO DESTA REGIÃO

Carolina Montiel de SÁ (UEMS – Dourados) Carla Regina de Souza FIGUEIREDO (UEMS – Dourados)

RESUMO: Este trabalho apresentará os resultados da análise dos topônimos na área rural dos municípios sul-mato-grossenses de Angélica, Deodápolis, Jateí e Glória de Dourados, que na década de 1940 pertenceram ao projeto CAND (Colônia Agrícola Nacional de Dourados). Observou-se a relação entre as iniciativas de políticas públicas, os processos migratórios e o perfil dos colonos à escolha da denominação dos acidentes físicos e humanos dessa área. O corpus revelou a predominância do sintagma Santo(a)+nome na designação de fazendas, sítios e chácaras, enquanto entre os córregos e rios se destacaram os topônimos de índole animal. O histórico do povoamento dessa região se solidificou na toponímia local quando a) os colonos optaram pelos hagiotopônimos para expressar a fé ante a mudança e b) os indígenas (guarani, terena e kaiowa) sedimentaram as características físicas do acidente ou a fauna e flora da região na nomeação das reservas hídricas. PALAVRAS-CHAVE: Toponímia rural; Angélica, Deodápolis, Glória de Dourados e Jateí; povoamento; colonização.

ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO DOS FRASEOLOGISMOS NO LÉXICO DA LINGUA DE SINAIS BRASILEIRA DE MATO GROSSO DO SUL

Veronice Batista dos SANTOS (PPG UFMS)

Elizabete Aparecida MARQUES (PPG UFMS) RESUMO: Este trabalho pretende analisar e classificar os fenômenos linguísticos presentes no léxico da LSB dos sinalizantes de Mato Grosso do Sul. Para Biderman (1999),existem combinações específicas de palavras que não são explicáveis por meio de critérios gramaticais. Na LSB encontramos lexias complexas. Entretanto, as pesquisas sobre fraseologismos ainda são escassas . Assim, pretendemos analisá-

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las e classificá-las,à luz da Fraseologia conceituada por Xatara(2006) como: subárea da Lexicologia onde se inserem unidades lexicais complexas denominadas Unidades Fraseológicas. Segundo Corpas Pastor (1996), as características linguísticas que distinguem as unidades fraseológicas de unidades léxicas são a frequência, a institucionalização, a fixação e a idiomaticidade. PALAVRAS-CHAVE: Classificação; Fraseologia; Língua de Sinais Brasileira.

A CRIAÇÃO LEXICAL NA LINGUAGEM HOMOSSEXUAL

Gustavo Ribeiro LOURENÇO O presente trabalho trata dos processos intralinguísticos mais recorrentes na

linguagem homossexual, tendo como foco a classificação neológica das palavras incorporadas à linguagem do grupo. Ao considerar o panorama dos estudos voltados para a língua portuguesa, constatamos que determinados grupos sociais carregam uma peculiaridade em seu código linguístico. Grupos como homossexuais, skinheads e surfistas, por exemplo, trazem características próprias no que se refere à linguagem. Esse código linguístico diferenciado também é responsável pela transmissão de uma cultura e a criação de uma identidade social específica de seus falantes. Sabe-se que todas as línguas vivas estão continuamente renovando seu acervo lexical, pois o léxico é um sistema aberto e em constante expansão (Biderman, 2001). De acordo com a autora, um sistema lexical só se cristaliza quando a língua morre. O neologismo é uma criação vocabular nova, incorporada à língua. O português, como as demais línguas, tem utilizado vários recursos para formar novas palavras: recursos linguísticos próprios, formações sinestésicas ou onomatopaicas e importação de elementos de outras línguas. Os novos matizes metafóricos e metonímicos para palavras já existentes ou a invenção de novas formas são resultados de uma maior busca da expressividade por parte dos falantes. Assim, neste trabalho foram analisados os neologismos formados por motivação intralinguística na linguagem homossexual. Para tanto, nosso aporte teórico foi baseado em Alves (2004), Barbosa (1981), Biderman (2001) e Basílio (1991). Podemos verificar alguns exemplos como: “Capa” – Preservativo. ―Bater-Bolo” – referência à masturbação masculina; “Bicha-pão-com-ovo” –Homossexual culturalmente pobre. ―Fagzando‖ – Demonstrar a homossexualidade. ―GDF‖ – sigla para ―gay de fato‖, pessoa que é um homossexual; ―Lacrar‖ –Fazer algo muito bem feito; uma atitude memorável. ―GDC‖ – sigla para ―gay de cabeça‖, heterossexual que simpatiza com ideias e comportamentos homossexuais. Foram realizadas coletas sistematizadas em textos escritos (dicionários, aplicativos de relacionamento e as redes sociais etc.), em falas espontâneas e em entrevistas. Como resultado da pesquisa, foi confeccionado um vocabulário com as novas palavras e expressões.

DO CONCEITO À EXPRESSÃO: DICIONÁRIO ONOMASIOLÓGICO SEMIBILINGUE (PORTUGUÊS-ESPANHOL) DE EXPRESSÕES

IDIOMÁTICAS

Jessica dos Santos PAIÃO (PG-UFMS)

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Elizabete Aparecida MARQUES (UFMS)

RESUMO: Este trabalho apresenta uma proposta inicial de pesquisa que tem como objeto de estudo as expressões idiomáticas, doravante (EIs). As EIs refletem a cultura de um povo, porém, a compreensão e a reprodução delas no discurso por aprendizes de uma língua estrangeira nem sempre é uma tarefa fácil. Isso porque o entendimento de uma EI extrapola o nível gramatical de uma língua. Dessa forma, cabem aos dicionários repertoriar tais expressões, ajudando o consulente a sanar as possíveis dúvidas. Entretanto, ainda são escassos os dicionários de cunho fraseológico no Brasil. Assim, o objetivo desta pesquisa é elaborar um dicionário onomasiológico semibilingue (português-espanhol). Do ponto de vista teórico serão utilizados os preceitos advindos de Tristá (1988), Xatara (1998), Alvarez (2000), Krieger (2006) Riva (2009), entre outros. Do ponto de vista metodológico, inicialmente, serão utilizados quatro dicionários para a coleta das EIs: DUE (1994), DFDEA (2004), (DRAE) e o DEPEINA (2014). PALAVRAS-CHAVE: Dicionário; Onomasiologia; Expressões Idiomáticas.

DESIGNAÇÕES PARA BOLICHO: ASPECTO DA RELAÇÃO FALAR RURAL/URBANO

Luciene Gomes Freitas MARINS (PG-UFMS)

Aparecida Negri ISQUERDO (UFMS/CNPq)

RESUMO: Este trabalho analisa variantes lexicais mencionadas pelos informantes do Projeto do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), na Região Centro-Oeste, para nomear o ―lugar pequeno, com balcão, onde os homens costumam ir beber [...] e onde também se pode comprar alguma outra coisa‖, pergunta 202 do Questionário Semântico-Lexical do ALiB, área semântica da vida urbana. Os dados foram coletados em 24 localidades e resultou em quatorze unidades lexicais: boteco/botequim/butiquim, bar/barzinho, bolicho, mercearia, venda/vendinha, quiosque/quiosquinho, lanchonete, mercado/mercadinho, armazém, empório, conveniência, quitanda, birosca e comércio. Para fins de análise quantitativa e qualitativa e de exame dos dados do ponto de vista léxico-semântico, as variantes lexicais foram distribuídas em três grupos considerando os semas ―comércio simples e rústico comum em cidades pequenas‖, divididos em duas categorias: (i) venda, sobretudo de bebidas e (ii) venda, sobretudo de produto alimentício; ―comércio rústico ou moderno comum em pequenas e grandes cidades‖ e ―comércio moderno comum em cidades grandes‖. PALAVRAS-CHAVE: Léxico rural/urbano; Região Centro-Oeste; Projeto ALiB

A CRIAÇÃO NEOLÓGICA: UM ESTUDO DOS NOMES DE OPERAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL

Roberto Soares FERREIRA (G-UEMS/CAPES/PIBID/UUC)

Camila André do Nascimento da SILVA (PG-UFMS/UEMS/UUC)

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RESUMO: O objetivo deste estudo é apresentar neologismos nas nomeações de operações da Polícia Federal Brasileira, órgão da área de segurança pública que costuma nomear todas as suas operações. O escopo principal é apresentar e discutir 50 nomes de operações da Polícia Federal, com a intenção de demonstrar o processo gerador do significado que sustenta essas nomeações. O corpus foi extraído da mídia nacional digital, mais especificamente do site da Polícia Federal – do período de 2003 a 2017. Os procedimentos metodológicos consistem em pesquisas bibliográficas. Seguimos, como referencial teórico, obras referentes aos processos de formação de palavras e aos neologismos dentro do conceito de palavra expostas por Biderman (1978); Alves (1994); Carvalho (1989) e Basílio (1991). Os resultados apontam que as unidades lexicais neológicas estabelecem relações com os níveis da fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e do texto, mostrando, assim, que, por meio da denominação dessas novas realidades, cria-se um universo linguístico expressivo desvendado pela linguagem. PALAVRAS-CHAVE: Léxico; Neologismo; Operações da Polícia Federal.

UM ESTUDO LEXICAL NAS REGIÕES NORTE E SUL: DESIGNAÇÕES PARA “PENCA”

Mércia Cristina dos SANTOS (PG-UFMS)

Aparecida Negri ISQUERDO (UFMS)

RESUMO: Este trabalho analisa designações para ―cada parte da banana que se corta do cacho da bananeira para pôr para madurar/ amadurecer? ‖, questão 42 do QSL – Questionário Semântico-lexical, que integra o Questionário Linguístico do Projeto ALiB (Atlas Linguístico do Brasil). O estudo tem como objetivo analisar a norma lexical predominante nas regiões estudadas, examinando as diferentes nomeações atribuídas a um mesmo elemento por 72 informantes pertencentes à região Norte e 164 à região Sul do Brasil. O recorte analisado resultou quatro variantes: penca, palma, cacho e mão e foi fornecido por falantes oriundos das localidades do interior da rede de pontos do Projeto ALiB. O trabalho foi analisado sob duas perspectivas: diatópica (distribuição espacial dos itens lexicais) e léxico-semântica (natureza da motivação e dicionarização das variantes em estudo em dois dicionários de língua portuguesa geral Houaiss, 2014, e Aulete, 2001). A abordagem teórica adotada vem da Dialetologia e Geolinguística. PALAVRAS-CHAVE: penca; norma lexical; Norte e Sul do Brasil.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O FENÔMENO DA EPONÍMIA NA CRIAÇÃO DE NOMES DE TECIDOS

Marta de Oliveira Silva ARANTES (PG/ UNESP)

Orientadora: Professora Dra. Lidia Almeida Barros

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RESUMO: Esse trabalho tem como objetivo apresentar algumas considerações sobre o fenômeno da eponímia na criação de termos que denominam tecidos. Trata-se de um recorte de uma pesquisa de doutorado em andamento. Propomos um estudodos termos eponímicos que denominam tecidos encontrados num córpus composto de apostilas adotadas nos cursos técnicos e universitários de Indústria Têxtil no Brasil. Nossa pesquisa se insere no campo da Terminologia e tem como base os pressupostos teóricos da Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT) e dos estudos sobre a eponímia de Van Hoof (2001).Em nossa pesquisa constatamos que há presença de termos eponímicos formados em parte ou no todo por epônimos, sendo estes antropônimos (nomes de pessoas) ou topônimos (nomes de lugares). Nesse trabalho, apresentaremos reflexões sobre as análises referentes aos termos eponímicos formados por topônimos. PALAVRAS-CHAVE: Terminologia; termos eponímicos; Indústria Têxtil.

ENSINO E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

PRÁTICAS DISCURSIVAS DE INCLUSÃO NA ESCOLA: V-LIBRAS: TECNOLOGIA ASSISTIVA(?)

Romilda Meira de Souza BARBOSA (PG-UFMS)

Celina Aparecida Garcia de Souza do NASCIMENTO (Profa. Dra. PG-UFMS)

RESUMO:O trabalho tem por objetivo descrever e problematizar práticas discursivas de inclusão na rede pública de ensino, à luz da Análise do Discurso francesa. O corpus se constituido experimento de uso do software V-Libras junto a um grupo de sete estudantes com ―deficiência auditiva‖, numa escola estadual. A questão que orienta a análise é: este software livre, promovido pelo Ministério da Educação e Cultura, com fins de tradução do português escrito para a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), pode aumentar o desempenho dos sujeitos surdos na interpretação de textos em ambiente virtual? Os resultados apontaram que, na ordem do discurso escolar para inclusão, discursividades para uso de tecnologia assistiva se impõem como fundamentais, no entanto, a funcionalidade do V-Libras, como tal, é discutível. PALAVRAS-CHAVE:Tecnologias na aprendizagem;Leitura; Discurso.

O EMPREGO DAS TICS NA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO NO CONTEXTO ESCOLAR

Cássia Lacerda SOARES (UFMS)

Patrick AlifFertrin BATISTA (PG/UFMS) RESUMO: Com o advento da era digital, a tecnologia se faz presente no cenário escolar exigindo inovação na forma de ensinar e pensar. Consequentemente, novos gêneros da Web instauram-se como meios de divulgação. Logo, este artigo objetiva expor a importância do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC‘s) e

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do gênero digital blog, ao abordar a prevenção do suicídio no Blog―Combate e prevenção ao suicídio‖, produto de um projeto de Iniciação à Docência realizado em uma escola públicade Campo Grande/MS. Para tanto, a autenticidade desse trabalho fundamenta-se mediante o viés teórico de estudiosos como Marcuschi (2001; 2004), Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004); Rojo (2012);Castells (1999); Jensen (2002); Durkheim (2000) e Trigueiro (2015). Tal pesquisa justifica-se pelo fato dosalunos estarem englobados na atmosfera digital, a qual exige novas metodologias que incorporem as TIC‘s como recursos para a formação de estudantes críticos, autônomos e participativos nos problemas sociais. PALAVRAS-CHAVE: TIC‘s; Ensino; Suicídio.

EXTENSÃO: REFLETINDO PRÁTICAS NO ENSINO LPE NA ERA DIGITAL

Leonardo da Silva MARTINS (G-UFMS/CPTL)

RESUMO: Objetivamos compreender as relações do sujeito/aluno no projeto de extensão Brasil-Haiti: troca de saberes. A questão central é o processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa para Estrangeiros (LPE) com a utilização de ferramentas advindas da era digital. Será analisado um grupo no Whatsapp, que integra a maioria do alunado do projeto, além de uma acadêmica. Compararemos o perfil do grupo analisado por Garofalo (2017) ao perfil dos haitianos participantes do projeto supramencionado, a fim de detectar especificidades baseadas em seus contextos sócio culturais. As bases teóricas e aspectos de análise serão fundamentados em Prensky (2001); Arimura (2014); Takaki (2014), os quais refletem sobre era digital, letramento digital e brechas no ensino de língua estrangeira, respectivamente. Espera-se, como resultado, cotejar o andamento do projeto em 2017 às prospecções de atividades para o próximo ano com vistas às possibilidades de transformação no ensino destes alunos, utilizando-se cada vez mais de ferramentas inovadoras. PALAVRAS-CHAVE: LPE; Haiti, Ensino.

FILOSOFIA EM REDE

Thiago Jandre GARCIA (PG - CEFET/RJ)

As Redes Sociais estão cada vez mais presentes no cotidiano de nossos alunos, o que tem constituído e modificado modos de ser, agir e pensar da sociedade. Essa presença constante dos jovens nas Redes Sociais, como o Facebook, publicando e compartilhando textos e discursos, permitirá por meio da Análise do Discursoanalisar as postagens e identificar temas filosóficos. Estes que podem ser levados para discussões, debates e como ferramenta para o ensinoda Filosofia. O referencial teórico parte da compreensão de modernidade líquida de Bauman, pela Análise do Discurso, em Bakhtin, pelas reflexões da Ontologia do Presente, em Focault e o conceito de Rizoma, em Deleuze. Ainda propomos uma Filosofia enquanto ato, que

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compreende o cotidiano do aluno, e a sua inter-relação com o ensino da língua e a tecnologia que o rodeia. PALAVRAS CHAVE: Filosofia; Redes Sociais; Análise do Discurso INDICAÇÃO: Fábio Sampaio (CEFET/RJ) O ENSINO DE VERBOS DO PORTUGUÊS NO BRASIL PARA HAITIANOS: UM AUXÍLIO NA ERA DIGITAL

Glauciane da Silva PEREIRA (G UFMS)

RESUMO: Este trabalho objetiva contribuir para ensino de Língua Portuguesa como língua Estrangeira (LPE), em específicohaitianos residentes na cidade de Três Lagoas. No decorrer das aulas ministradas no projeto Brasil-Haiti: troca de saberes, pode-se notar a dificuldade dos alunos na conjugação de verbos em Língua Portuguesa, em especial a categoria de verbos defectivos. Com base em estudos recentes sobre o ensino de LPE e a utilização de recursos tecnológicos em aulas de ensino de gramática, compreende-se que estes materiais poderiam ter sido uma solução para a fixação de alguns conceitos relativamente funcionais sobre uso de verbos na língua ensinada. Para tanto, os instrumentos, como sites públicos, dicionários de uso e aplicativos de celular, respectivamente, Google Tradutor, Linguee e Duolingo, proporcionaram e podem auxiliar na reflexão metalinguística no ensino de línguas. PALAVRAS-CHAVE: Educação; LPE; Gramática. INDICAÇÃO: Profa. Dra. Claudete Cameschi de Souza (UFMS)

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SIMPÓSIOS

SIMPÓSIO: SUJEITOS E DISCURSIVIDADES

Celina Aparecida Garcia de Souza NASCIMENTO (UFMS) Claudete Cameschi de SOUZA (UFMS)

Resumo: Este simpósio objetiva discutir pesquisas que analisem questões de discurso, identidade e ensino de línguas, onde se discute a relação entre ensino e questões como subjetividade, ideologias, formações discursivas, saber/poder, inclusão/exclusão por meio de corpora obtidos em entrevistas, textos orais ou escritos de sujeitos (branco/índio, homens/mulheres, moradores de rua, professores, alunos surdos ou não, escritores, migrantes e imigrantes) nas mais diversas condições de produção, a fim de discutir a relação entre sujeito, linguagem, subjetividade e a formação identitária. Foucault (1998, p. 10-21) aborda sobre três sistemas de exclusão que atingem o discurso: a interdição, a separação e a rejeição; e a oposição do verdadeiro e do falso. Para ele, esses sistemas põem em jogo ―o poder e o desejo‖, e ainda há outros procedimentos de controle e de limitação do discurso. O filósofo (2005, p. 114) aponta que ―a escola não exclui os indivíduos, mesmo fechando-os, ela os fixa a um aparelho de transmissão do saber‖, tendo por objetivo ligar o indivíduo a um processo de formação, tratando-se portanto de uma ―inclusão por exclusão‖. Dessa forma, o eixo deste simpósio encontra-se aberto a acolher trabalhos cuja base teórica se dá pela Análise do Discurso (Foucault, Pêcheux), ou interface com psicanálise (Freud, Lacan), Estudos Culturais, Pós-Coloniais, Estudos subalternos e da desconstrução (Derrida). PALAVRAS-CHAVE: Discurso; Identidade; In(ex)clusão

MARCAS DE SI E DO OUTRO NO DISCURSO DA MULHER DEPENDENTE QUÍMICA

Aline Rodrigues da SILVA (PG UFMS)

Celina Aparecida Garcia de Souza Nascimento (UFMS)

RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo interpretar formações discursivas perpassadas nos discursos de mulheres dependentes químicas. Para tanto, foram analisados recortes enunciativos advindos de textos produzidos por mulheres dependentes químicas que frequentam o CAPS ad (Centro de Atenção Psicossocial álcool e drogas) de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Parte-se, então, da perspectiva teórica da Análise do discurso de orientação francesa a partir do método arqueogenealógico com base em Foucault (1988; 2005). Assim, foi possível entender que a presença dos parênteses na escrita de si marca uma introdução do interdiscurso do sujeito que enuncia, demonstrando a duplicidade da linguagem do sujeito que escreve de si por meio de marcas do Outro (AUTHIER-REVUZ, 1998).

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Demonstra-se, dessa forma, a formação discursiva da lei, que proíbe o uso de drogas, um discurso outro que se manifesta por meio da interdição da linguagem. PALAVRAS-CHAVE: Escrita; Discurso; Mulher dependente química.

UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA LEI 10.436

Marilza Nunes de Araújo NASCIMENTO PG(UFMS/CPTL) Profa. Doutora Claudete Cameschi de SOUZA (UFMS/CPTL)

RESUMO:Esta pesquisa objetiva, investigar e analisar os efeitos de sentidos dos discursos materializados na lei 10.436 de 24 de abril de 2002, a qual dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras. Como corpus, temos os artigos 2° e 3° da referida lei. A metodologia utilizada segue a Análise do Discurso de Linha Francesa em que os enunciados discursivos foram recortados e agrupados de acordo com as afinidades de sentido. Partimos da hipótese que há um paradoxo em que o Estado assegura ao sujeito surdo o direito da Língua Brasileira de Sinais. No entanto por meio de marcas linguísticas, no implícito discursivo, deixa pistas que o exime dessa responsabilidade. Para isso,os teóricos lentes são Michel Pêcheux e EniOrlandi e outros que trabalham com a língua numa relação com a historicidade, ideologia e social. PALAVRAS-CHAVE: Inclusão, discurso, efeitos de sentido.

SUJEITO E IDENTIDADE: O PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DO SURDO TERENA NO ESPAÇO ESCOLAR

Michelle Sousa MUSSATO (UFMS)

RESUMO: Ao entender que não há identidade sem sujeito e também não existe sujeito sem discurso, infere-se que a identidade é sempre plural, posto que a tessitura de um lugar para si se institui na diferença com o outro. É a partir de concepções teóricas pós-colonialistas, Análise do Discurso de origem francesa e dos estudos culturalistas, que podemos refletir sobre o processo de constituição identitária do surdo Terena, residente da Aldeia Cachoeirinha, em Miranda/MS. Este artigo pretende observar o processo de constituição identitária desses sujeitos a partir do gesto de interpretação da narrativa que o índio surdo faz sobre seu processo educacional. Sob um recorte enxuto, observam-se as (des)construções de representação acerca de si e do outro, bem como as movências e deslocamentos de sentido, ao perceber que a escola é construtora de subjetividade. Em uma (in)conclusão, este momento sócio-histórico-ideológico nos permitiu ver a ressignificação da representação de si que o surdo terena (pro)move. PALAVRAS-CHAVE: Identidade; Surdo Terena; Representação.

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AS FORMAÇÕES DISCURSIVAS E AS REPRESENTAÇÕES DE LÍNGUA NO REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA AS

ESCOLAS INDÍGENAS

Andréa Marques Rosa EDUARDO (PG/UFMS) Claudete Cameschi de SOUZA (UFMS)

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo analisar as formações discursivas presentes no texto ―A língua indígena na escola‖, que compõe o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas (BRASIL: 1998, p. 117-121), problematizando as representações sobre língua. Neste sentido, esta reflexão pauta-se na Análise de Discurso de linha francesa, no método arquegenealógico de Foucault (2007), em que são observadas as regularidades linguísticas no discurso do documento analisado. Ao analisar odocumento, o efeito de sentido foi de que o discurso do RCNEI é perpassado pelas formações discursivas colonial e positivista, em que a língua é um instrumento de poder-saber, cujo caráter interacional, social, histórico e dialógico é silenciado. PALAVRAS-CHAVE: Formações Discursivas; Língua; Educação escolar indígena.

SIMPÓSIO: SUJEITO: OBJETO DE DESEJO DOS DISCURSOS

Vania Maria Lescano GUERRA (UFMS) João Paulo Machado Tinoco (UFMS-PG)

RESUMO: Este simpósio tem como foco a discussão dos problemas e os desafios epistemológicos e metodológicos que a complexidade da subjetividade coloca para aqueles que trabalham com o tema, a partir do objeto de pesquisa em diferentes campos. Com amplitude e diversidade consideráveis, temos por meta privilegiar a discussão da Epistemologia Crítica e seus desdobramentos metodológicos, tendo como eixo a sua forma diferenciada de produção de conhecimento acerca da subjetividade e sua pertinência para o estudo desta. O intuito é mobilizar estudos que adotem a perspectiva discursiva materialista de análise e procurem rompem com as visadas conteudísticas pelo descentramento da noção de sujeito, pelo reconhecimento da relação entre ideologia e inconsciente, pela relativização da autonomia da língua, e por conceber a história como prática social de constante demanda por sentidos no confronto com o real. PALAVRAS-CHAVE: Subjetividade; Discurso; Identidades.

A (DES)COLONIALIDADE INSCRITA NA SUBJETIVIDADE DE MACABEIA: É A HORA DA SU(L)BALTERNA

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Laura CristhinaRevoredo Costa (PG/UFMS) Vania Maria Lescano Guerra (UFMS)

Temos por objetivo estudar os efeitos de sentidos que emergem do discurso literário de Clarice Lispector, especificamente da tradução espanhola La hora de la estrella, realizada por Ana Poljak (―A hora da estrela‖). Interessa-nos entender a constituição identitária da personagem feminina Macabéa e problematizar as representações sociais e as relações de poder, na investigação das práticas de subjetivação desse discurso, ligadas à constituição da identidade da mulher. Para isso, a fundamentação transdisciplinar traz a perspectiva discursivo-desconstrutivista (CORACINI, 2007), o suporte teórico-metodológico foucaultiano arqueogenealógico (1987), além do panorama pós-colonialista (MIGNOLO, 2003). Como resultados preliminares, verificamos que na identificação de Macabéa destacam-se, como marcas subjetivas, a profissão de datilógrafa, a questão da virgindade, a ignorância/insignificâncianasociedade da época e a busca de identificação com os ícones simbólicos transnacionais como, por exemplo, a Coca-Cola, o McDonald e Marylin Monroe. Observamos que a virgindade, para a personagem, constituí auma forma de poder, via resistência à sociedade constituída de sua época, na qual ela fazia parte da massa subalterna. Vale ressaltar que este trabalho, ao examinar a tradução para a língua espanhola, tem por meta, também, entender a (des)colonização e a transculturação, assim como expandir a discussão de temas cada vez mais recorrentes na cultura como exclusão e preconceito. Palavras-Chaves: Subjetividade; Discurso; Colonialidade.

CONTROLAR SUA LÍNGUA... A VIOLÊNCIA COMO DISPOSITIVO DE PODER A PARTIR DA ESCRITA DE GLORIA ANZALDÚA

João Paulo F. TINOCO (PG/UFMS)

Vânia Maria Lescano GUERRA (UFMS)

RESUMO: Esta pesquisa em andamento faz parte de minha tese de Doutorado cujo objetivo geral é estudar o processo de constituição identitária da mulher Chicana, a partir da obra Borderlands/La frontera: the new mestiza (2012) escrita por Gloria Anzaldúa, sobretudo as possíveis representações de identidade de gênero social, com o intuito de rastrear os efeitos de sentidos de violência. Para isso, é necessário a crítica do estudo das relações de saber/poder (FOUCAULT, 2014), via Análise do Discurso. Buscamos também noções sobre tradução (DERRIDA, 2001), sob a visão discursivo-desconstrutivista (GUERRA, 2017); e a noção de lugar geoistórico (NOLASCO, 2013). Nossa hipótese é que a escrita pode ser examinada como um palimpsesto em que marcas sobrepõem a outras e que não conseguem ser exauridas. Nas análises preliminares pudemos observar que a escrit(ur)a está permeada de denúncias duma violência simbólica praticada pelo opositor através da incitação ao ódio e pela discriminação étnica e sexual. PALAVRAS-CHAVE: Construção Identitária; Violência; Mulher Chicana.

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O DISCURSO INDIGENISTA DA FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO: UMA REFLEXÃO SOBRE A CRIAÇÃO DISCURSIVA DA

REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO INDÍGENA Sheila da Costa Mota BISPO (PG-UFMS)

Vânia Maria Lescano GUERRA (UFMS) RESUMO: Esse trabalho configura-se como um gesto de interpretação a respeito do discurso indigenista da FUNAI que se constitui por meio de reflexão sobre a construção discursiva da representação do sujeito indígena no Documento Base, elaborado pela FUNAI por ocasião da realização da 1ª Conferência Nacional de Política Indigenista. Esta pesquisa se fundamenta no referencial teórico da Análise do Discurso de origem francesa (PÊCHEUX, 1995; FOUCAULT, 1987, 1988, 2009; AUTHIER RÉVUZ, 1998) e se vale do caráter transdisciplinar desse campo de pesquisa para mobilizar também os estudos pós-colonialistas (QUIJANO, 1992; MIGNOLO, 2008; NOLASCO, 2013). O método utilizado nesta pesquisa é arqueogenealógico (FOUCAULT, 1987, 1988), por meio do qual propomo-nos a problematizar as marcas deixadas na materialidade discursiva a fim de comprovarmos ou não nossa hipótese de que a representação criada pelo órgão indigenista contribui para a normalização da posição de subalternidade e exclusão a que os povos indígenas estão submetidos. PALAVRAS-CHAVE: indígena, exclusão, discurso indigenista.

REPRESENTAÇÃO DO INDÍGENA NO MERCADO DE TRABALHO NO DISCURSO MIDIÁTICO.

Fabiana FERRARI (PG-UFMS)

RESUMO:Oindígena desde o descobrimento do Brasil tem sido motivo de discussão e (des)construção de discursividades dentro e fora da aldeia. Este trabalho tem por objetivo refletir sobre as representações identitárias dos indígenas no mercado de trabalho em ambientes virtuais, por meio do arcabouço teórico da Análise do Discurso de vertente francesa A partir do método arqueogenealógico de Foucault (1990; 1997; 1999; 2007), analisam-se recortes de publicações on-line do/ sobre trabalhadores indígenas postadas na rede social Facebook. Para tanto, utilizam-se o subsidio teórico a partir dos estudos de Coracini (2003; 2007), Pêcheux (1988; 1990), Orlandi (1999), numa visada transdisciplinar de pesquisa que considera a produtiva relação com a psicanálise (LACAN, 1973) e Freud (1929). Almeja-se verificar os discursos postados acerca dos indígenas no mercado de trabalho na sociedade hegemônica, pois observa-se discursos cristalizados que emergem em formações discursivas excludentes que reverberam de uma forma silenciosa a prática de um cyberbullying. PALAVRAS-CHAVE:Indígenas; Identidade; Cyberbullying

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REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO INDÍGENA EM DOCUMENTO OFICIAL E SUA REPERCUSSÃO NO CENÁRIO EDUCACIONAL

BRASILEIRO

Icléia Caires MOREIRA (PG-UFMS)

RESUMO: Este estudo objetiva problematizar a representação do indígena construída pela esfera jurídico-administrativa cujo eco discursivo repercute na esfera educacional brasileira. O corpus constitui-se de recortes discursivos extraídos do documento final da ―33ª Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais‖, ratificado pelo Decreto Legislativo 485/06. Nossa hipótese é de que esta materialidade, entrelaçada ao texto legal da lei 11.645 e aos aparatos didáticos, já em circulação, possibilita a (re)construção e /ou a (re)significação do processo de colonização, do desejo de cristalizar uma representação dos povos indígenas, e de seus patrimônios culturais de forma marginalizada e subalterna.Pautamo-nos, transdisciplinarmente, na Análise do Discurso francesa (PÊCHEUX, 1988; CORACINI, 2007-2015; GUERRA, 2016); na Arqueogenealogiafoucaultiana (1988-1997); e no Pós-colonialismo (MIGNOLO, 2003; SOUSA SANTOS, 2004; GROSFOGUEL 2005-2008). PALAVRAS-CHAVE: Discursos; Identidades; Povos indígenas.

SIMPÓSIO: FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

Ana Karla Pereira de MIRANDA (UFMS/PG-PUC-Rio)

Daniela SayuriKawamoto KANASHIRO (UFMS) RESUMO: O espanhol, língua oficial dos países fronteiriços a Mato Grosso do Sul (MS), em virtude da constante luta por sua permanência, faz-se presente no sistema de ensino brasileiro desde 1870. Com o surgimento da Lei 11.171/2005, houve um aumento significativo no número de cursos de formação de professores do referido idioma, de vagas para docentes e alunos em instituições de ensino superior, bem como aumento de oferta de cursos livres, produção de material didático, pesquisas relacionadas ao tema, entre outros efeitos. Nas universidades públicas do MS, especificamente, UEMS e UFMS, já foram licenciados, ao menos, 1.242 professores de espanhol em cursos presenciais e 184, na modalidade a distância. Levando em consideração tal contexto, este simpósio busca agregar trabalhos que tratem sobre formação inicial e continuada do professor de espanhol em MS, de modo a conhecer e analisar as propostas que vêm sendo desenvolvidas, assim como fortalecer a área. PALAVRAS-CHAVE: Formação de Professores; Espanhol; Letras.

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A RELEVÂNCIA DO PIBID NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE ESPANHOL

Daniela Sayuri Kawamoto KANASHIRO (UFMS)

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo evidenciar as contribuições do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) na formação inicial de docentes do curso de Letras Português e Espanhol, na modalidade a distância, da UFMS, matriculados no polo de apoio presencial de São Gabriel do Oeste. Para tanto, fundamentaremos nossas análises em estudos desenvolvidos por Eres Fernández (2008, 2013), Gatti (2014), Leffa (2001, 2013), entre outros. Utilizaremos instrumentos coletados nos quase quatro anos de execução do subprojeto ―Espanhol no ensino médio‖, quais sejam: (i) questionários respondidos pelos graduandos, (ii) percepção dos alunos das rede pública evidenciada em respostas de questionários aplicados, (iii) fichas de avaliação preenchidas pela supervisora e (iv) observação da coordenadora de área. Além disso, integram-se às análises os registros expressos no blog do grupo - http://pibidletraseadufms.blogspot.com.br/ - e a página de atividades virtuais decorrentes das ações do subprojeto - http://www.ead.ufms.br/atividades_linguas/. PALAVRAS-CHAVE: Pibid; Espanhol; Formação de professores.

DOCENTES DE ESPANHOL NA CIDADE DE NOVA ANDRADINA - MS: BREVE ESTUDO SOBRE A FORMAÇÃO E ATUAÇÃO

PROFISSIONAL

Márcio Palácios de CARVALHO (UFMS/IFMS) Daniela Sayuri Kawamoto KANASHIRO (UFMS)

RESUMO: Propõe-se, neste estudo, realizar uma breve análise sobre a formação e atuação dos professores de língua espanhola da cidade de Nova Andradina, município localizado a 300 quilômetros de Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul. Tal análise tem por objetivo mostrar os caminhos percorridos durante o processo de formação no ensino superior até a atuação em sala de aula. Com esse levantamento, pretende-se, futuramente, discutir algumas ações para fortalecer o ensino da referida língua na cidade como, por exemplo, a criação de projetos de formação continuada. Para a obtenção dos primeiros dados, aplicou-se um questionário, levantou-se o perfil dos docentes, o (s) material (is) que utilizam nas aulas, se já passaram por algum tipo de formação específica de ensino de línguas e quais são as dificuldades que têm no ensino do espanhol como língua estrangeira. Na elaboração do texto, buscaram-se pesquisadores que se dedicam à formação docente de língua estrangeira, em especial, de língua espanhola e à Linguística Aplicada como: Kanashiro (2014); Dutra e Simioni (2017); Moita-Lopes (2006-2013), Júnior (2017) entre outros. PALAVRAS-CHAVE:Espanhol; Ensino; Formaçãodocente;

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FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE ESPANHOL DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE MS

Elisângela Sanches da Silva PRIMO (UFMS)

Daniela SayuriKawamoto KANASHIRO (UFMS)

RESUMO: A presente comunicação tem por objetivo descrever e analisar o panorama da formação continuada ofertada aos professores de Espanhol da Rede Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul (MS). Para tanto, fundamentamos nossa análise em estudos sobre formação continuada de professores, desenvolvidos por Ibernón (2000) e Marli André (2001, 2016), e bem como em pesquisas a respeito da formação do professor de línguas, na perspectiva da Linguística Aplicada, verificado em Moita Lopes (2013), entre outros. Apresentamos dados sobre o curso Educação em Tempo Integral: fortalecendo o educar pela pesquisa e o protagonismo infanto-juvenil, ofertado aos professores das Escolas da Autoria-Ensino Fundamental, de forma interdisciplinar, pela Secretaria de Educação de MS, sob a consultoria do Professor Pedro Demo. A partir dos dados levantados, analisamos a avaliação dos professores do curso em questão e discutimos a perspectiva de continuidade do projeto estadual para o próximo ano. PALAVRAS-CHAVE: Formação continuada; Espanhol; Educação básica

O QUE SIGNIFICA SER PROFESSOR DE ESPANHOL SOB A PERSPECTIVA DE PROFESSORES RECÉM-LICENCIADOS

Ana Karla Pereira de MIRANDA (UFMS/PG-PUC-Rio)

RESUMO: A identidade profissional docente é um instrumento de reconhecimento do próprio do indivíduo como professor e dos que o rodeiam como pertencente a um determinado grupo profissional. Possuindo caráter dinâmico, ela constrói-se ao longo da vida do sujeito, sendo iniciada antes mesmo de sua entrada na escola. Nessa perspectiva, esta comunicação visa a apresentar resultados preliminares de nossa pesquisa de doutorado, a partir das respostas obtidas à questão ―Para você, o que significa ser professor de espanhol?‖. A referida pesquisa tem como foco verificar os elementos que constituem a identidade profissional docente de professores de espanhol recém-licenciados. Para tanto, foram realizadas entrevistas com um grupo de professores formados em um curso de Letras Português e Espanhol. Emprega-se a Análise de Conteúdo para analisar os dados e tem-se como referencial teórico os estudos a respeito de identidade profissional, identidade profissional docente, formação de professores e formação de professores de línguas. PALAVRAS-CHAVE: Formação inicial; Identidade profissional docente; Espanhol.

SIMPÓSIO: INTERNACIONALIZAÇÃO, LINGUAGENS E TRANSCULTURALIDADE

Ruberval Franco Maciel (UEMS)

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Fabrício Ono (UFMS)

A Internacionalização está mudando o mundo do ensino superior assim como a globalização esta mandando o mundo da internacionalização (KNIGHT, p. 1, 2014). Esses dois aspectos inter-relacionados possuem grandes implicações nas políticas locais das universidades no sentido de buscar propor um redesenho de seus currículos penando em um contexto que extrapole o mundo da sala de aula. No entanto, a internacionalização requer uma reflexão uma vez que, segundo Knight (2015), internacionalização pode significar diferentes coisas para diferentes pessoas, trazendo, assim, uma grande confusão sobre os termos. Neste simpósio, buscamos trazer uma reflexão enfatizando que a internacionalização no campo educacional pode ser vista como um processo que extrapola o entendimento neoliberal de ranqueamento e mobilidade e que, portanto vá além da atração de alunos estrangeiros e presença internacional. Neste raciocínio, apoiamo-nos em Spring (2009, p. 113) que chama atenção para o fato de que internacionalizar significa ―permitir que o internacional perpasse tudo o que uma universidade faz‖. Nesse sentido, apresentamos, nesse simpósio, trabalhos que contemplem pesquisas que contemplem recortes voltados a internacionalização em em seus contextos locais.

IMPLICAÇÕES DA INTERNACIONALIZAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERISDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO

SUL

André Meyer Duchatsch (G-Medicina UEMS) Ruberval Franco Maciel (Orientador -UEMS)

RESUMO: A globalização, traço marcante do período atual, tem se mostrado uma das mais persuasivas forças que interfere no contexto educacional. Implica em um aumento na circulação de pessoas, culturas, ideias, valores, tecnologia e conhecimento, gerando grandes impactos no contexto educacional (Brydon, 2011, Menezes de Souza, 2011, Monte Mór, 2012, Knight, 2009, Soares e Orosco, 2009, Mattos, 2011, entre outros). Com isso, a internacionalização do ensino superior tem sido discutida de forma ampla (Rocha e Maciel, 2016), tornando-se uma temática vinculada à política e à pesquisa. Nesta linha, torna-se necessário avaliar as implicações da internacionalização do curso de medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), relacionando à sua metodologia ativa de ensino, o PBL (aprendizado baseado em problemas). Nesse sentido, o presente trabalho busca apresentar um desenho que pesquisa que tem por objetivo investigar as percepções de alunos de duas propostas metodológicas distintas no que se refere às formas de estudar em um contexto de universidade no exterior. Trata-se de uma pesquisa é qualitativa, de natureza interpretativa, com características exploratórias e de epistemologia da emergência. Para isto, o estudo será realizado em quatro fases, com alunos ou egressos de duas faculdades brasileiras de contextos metodológicos diferentes, utilizando redes sociais para a coleta de dados. O critério para seleção dos candidatos obedecerá dois aspectos: (1) o primeiro, se pautará naseleção de alunos que tiveram durante a formação o modelo tradicional de transmissão de conteúdo; (2) o segundo, aos acadêmicos de formação método PBL.

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EXPERIÊNCIA DE MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNACIONAL: POTENCIALIDADES E DESAFIOS PARA A POLÍTICA DE INTERNACIONALIZAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL

Kamila dos Santos (G- Medicina UEMS)

Ruberval Franco Maciel (orientador)

RESUMO: Internacionalização tem sido um aspecto importante que as universidades busca implementar devido a vários fatores desde exigências externas de avaliação universitária até aspectos curriculares que contemplem aspectos de linguagens e transculturalidades (ROCHA E MACIEL, 2017). O presente trabalho visa discutir um desenho de pesquisa que busca investigar as implicações da elaboração de política de internacionalização para o curso de medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de natureza interpretativa e exploratória. A coleta de dados pauta-se em entrevistas a alunos de medicina que participaram do Programa Ciências sem Fronteiras e também acadêmicos do curso de medicina da UEMS. Serão propostas estratégias de intervenção para a política de internacionalização do curso de medicina da universidade a partir da análise das potencialidades e dos desafios encontrados ao longo da presente pesquisa.

INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR COMO PRÁTICA LOCAL: TELECOLABORAÇÃO BRASIL – CANADÁ

Carla Corsini (PG Letras - UEMS)

Ruberval Franco Maciel (Orientador)

RESUMO: O processo de internacionalização requer das universidades uma política linguística que não somente planejam aspectos de mobilidade, mas também que contemplem a ideia de internacionalização como pratica local. Isso implica um olhar mais atento para como as identidades (RIVZI, 2000), as subjetividades e as territorialidade (BIZON, 2013) estão sendo des/reconstruídas ou redefinidas nesse processo. Requer, ainda, uma análise mais crítica sobre qual/quais direção(ões) esses processos e práticas se movimentam, sobre quais transformações se fazem presentes nesse contexto e como elas se realizam. Assim, ao ponderar esse aspecto reflexivo da prática local da internacionalização, a presente apresentação busca discutir um projeto de telecolaboração envolvendo 20 alunos da UEMS e 20 da Universidade de York no Canadá. Mais especificamente, busca-se de discutir a percepção dos alunos em ambos os contextos sobre aspectos de formação de professores de inglês no contexto global, bem como analisar como as percepções dos alunos de ressignificam a partir de mementos transculturais promovido pela interação a distância por meio online.

INTERNACIONALIZAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA COMO PRÁTICA LOCAL: ENGLISH FOR MEDICAL PURPOSES

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Lilian Mello Hodgson (PG Letras - UEMS)

Ruberval Franco Maciel (Orientador)

RESUMO: Ao se planejar a política linguística para internacionalização, abre-se espaço para incorporar abordagens inovadoras com relação ao desenvolvimento do currículo, mecanismos de apoio ao estudante, assim como renovadas iniciativas de desenvolvimento acadêmico no desenvolvimento de aspectos de desenvolvimento da proficiência linguística voltada para a internacionalização. Esses processos e ações, segundo Robson (2011) podem fortalecer possibilidades de que se realizem ―transformações de consciência‖, ou seja, relativas à onto-epistemologias, favorecendo práticas de natureza colaborativa, distribuída e transformativa nas prática locais. Neste sentido, a presente apresentação, em consonância com Dlaska (2003; 2012), busca discutir uma pesquisa em andamento sobre a inserção da língua inglesa no curso de medicina como parte integrante de um módulo do curso e não como uma disciplina isolada de língua inglesa para dar suporte ao curso. Busca, se ainda, abordar aspectos de metodologias ativas aliada as aulas de língua inglesa uma vez que o curso possui tal enfoque nas maioria das disciplinas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com características etnográficas e de epistemologia de emergencia pós-moderna.

PROJETOS DE EXTENSÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO

Fabrício Ono (UFMS)

RESUMO: As universidades brasileiras constituem-se pelo tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. Neste sentido, esta apresentação busca discutir o papel de projetos de extensão e suas possíveis contribuições para o processo de internacionalização a partir de um uma ação de extensão intitulada ―English Club: On-campus conversation” realizada na UFMS/CPTL. Este projeto tem como fim promover encontros quinzenais gratuitos, e é aberto tanto para membros da universidade quanto da comunidade externa, caracterizando-se pela possibilidade para que os participantes possam praticar/exercitar seus conhecimentos em língua inglesa por meio de rodas de conversa direcionadas à partir de um tema. Portanto, acredita-se que esta ação possa proporcionar além da interação da comunidade interna com a comunidade externa, a propulsão de práticas direcionadas ao aprimoramento de línguas estrangeiras.

SIMPÓSIO: A CONSTRUÇÃO TEXTUAL NO DRAMA: QUESTÕES DE LINGUAGEM E DISCURSO

Fábio Luis Silva NEVES ―PG‖ (UFMS)

Fabrícia Aparecida Lopes de Oliveira ROCHA ―PG‖ (UFMS)

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RESUMO: no âmbito dos estudos acadêmicos na área de Letras e no ambiente escolar de um modo geral, o gênero dramático não tem o mesmo espaço de reflexão reservado aos textos narrativos e líricos. Diante disso, é relevante pensar a importância da composição dramática, enquanto construto literário, assim como questões de linguagem e discurso, que são específicas desse tipo de texto. Partindo desse pressuposto, o presente simpósio pretende debater abordagens críticas da Teoria Literária, que ajudam a pensar os modos de expressão no Drama, sobretudo no que diz respeito ao uso de novas tecnologias na escrita cênica moderna. Também espera-se refletir, especialmente pelo suporte dos Estudos Culturais e da Literatura Comparada, a articulação dos discursos nas peças e sua relação com as escolhas formais dos dramaturgos. PALAVRAS-CHAVE: Linguagem dramática; Discurso teatral; Escolhas formais no Drama.

OS ELEMENTOS CÊNICOS NA CONSTRUÇÃO TEXTUAL DO DRAMA

Fernandes Ferreira de Souza (UEMS – UFMS)

Luciana Petroni AntiqueiraChirzóstomo (UFMS)

Na materialização do texto teatral surgem os elementos cênicos, desde os mais tradicionais aos mais modernos, como a cenografia, a sonoplastia, a iluminação, a maquiagem e a indumentária. Assim como num texto literário escrito a presença de marcadores qualitativos e quantitativos, ou mesmo as didascálias nos textos dramáticos, esses elementos vão para a cena com função semelhante, demarcando, enfatizando e muitas vezes explicando as ações transcorridas a olhos vistos. Tais recursos podem ainda afirmar ou negar a cena transcorrida, dependendo da sua utilização ou mesmo intenção, interagindo como componentes da cena e elementos da representação cênica. O aporte teórico será oferecido por Patrice Pavis e Tadeusz Kowzan. PALAVRAS-CHAVE: Texto dramático; Teatro; Elementos cênicos. UM CANTO DRAMÁTICO EM CAIO FERNANDO ABREU. UMA POSSIBILIDADE

DE LEITURA DE PODE SER QUE SEJA SÓ O LEITEIRO LÁ FORA. Maysa Bernardes BUZZOLO (PG-UFMS)

RESUMO:Reconhecido por seu trabalho na prosa, Caio Fernando Abreu, também contribuiu como dramaturgo para o cenário literário brasileiro na segunda metade do Século XX. Com fortes tendências dramáticas e poeticidade peculiar em sua prosa, sua obra dramatúrgica não foge ao projeto estético caiofernandianojá conhecido por seus leitores, porém seu texto teatral é ainda desconhecido do grande público e não muito explorado por seus pesquisadores. O trabalho em questão guia-se pela estética dramatica e busca compreender as características do autor enquanto dramaturgo à luz de Ball (2009), Ryngaert (2013), Rosenfeld (2014), Prado (2014),

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Maingueneau (1996), Bachelard (1993) e Szondi (2011). Desta maneira, pretende-se explorar Pode Ser Que Seja O Leiteiro Lá Fora primeira investida sem parcerias de Caio F. no teatro, que embora tenha sido premiada em 1976 pelo Serviço Nacional de Teatro, acaba proibida em todo território nacional pela Censura Federal, voltando à circulção apenas em 1983. PALAVRAS-CHAVE:Teatro;Teatro-Contemporâneo-Brasileiro; Caio-Fernando-Abreu.

A DRAMATURGIA DO VISCONDE DE TAUNAY EM MOMENTOS DE TRANSIÇÃO E FORMAÇÃO DO TEATRO NACIONAL

Fábio Luis Silva NEVES

RESUMO: O teatro brasileiro teve suas primeiras produções somente no século XIX, quando (utilizando a teoria da formação de Antonio Candido, 1975) surgiram condições para encenação das peças, surgimento de um público leitor/espectador, além dos primeiros dramaturgos conscientes de nacionalidade. Após tal formação, ocorreu um crescimento de produções, principalmente, pelo sucesso obtido pelas encenações de João Caetano das obras românticas, passando pela euforia de vários autores com o surgimento do teatro realista, encenado no Ginásio Dramático, e culminando na derrocada das produções literárias a partir da predominância do gosto popular pelo teatro cômico e musicado. Não situado propriamente em nenhum desses movimentos, o Visconde de Taunay, escreveu quatro obras teatrais, Da mão à boca se perde a sopa (1874), Por um triz coronel (1880), Amélia Smith (1886) e A Conquista do filho (1896), que contêm influências e dialogam com as tendências literárias citadas. No entanto, a produção dramatúrgica de Taunay (talvez por não situar-se cronologicamente em nenhuma das tendências) não é citada pela historiografia e pela crítica literária. Assim, justificamos a proposta deste trabalho pela ausência de uma fortuna crítica a respeito da produção dramática do autor e por entendermos que esta contém características literárias semelhantes e contíguas às que formaram o teatro nacional. Para tanto, partimos das críticas feitas por José de Alencar e Machado de Assis ao declínio da qualidade literária das obras dramáticas nas décadas finais do século XIX e utilizamos as leituras críticas de Décio de Almeida Prado (2003), João Roberto Faria (2001) e Sábato Magaldi (1997) a respeito da formação e transição do teatro nacional. PALAVRAS-CHAVE: Visconde de Taunay; Dramaturgia; Formação do teatro nacional.

A CONFIGURAÇÃO DA DRAMATICIDADE MODERNA

Fabrícia Aparecida Lopes de Oliveira ROCHA (PG-UFMS) Wagner Corsino Enedino (UFMS)

RESUMO: Segundo Peter Szondi (2001), o drama moderno surge no Renascimento. Depois da ruína do mundo medieval, as peças começam a desenhar personagens livres, que escolhem. Nos textos gregos ou medievais, por exemplo, os seres

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apareciam submissos à vontade dos deuses ou de alguma força sensível. Num mundo onde a ideia do divino está em crise, os dramaturgos passam a buscar novas escolhas para estabelecer a dramaticidade. Umas delas é valorizar o conflito intersubjetivo, por intermédio da ênfase no diálogo, já que a ideia é mostrar pessoas autônomas. Contudo, o desenvolvimento do drama apresenta pessoas alienadas, coisificadas, isoladas e mudas. Como resultado, o embate intersubjetivo tão essencial à construção da dramaticidade moderna cai um pouco em desuso e o autor fala numa crise da forma dramática. Szondi (2001) discute então: como conciliar os novos conteúdos, por princípio antidramáticos, com as estruturas formais do drama? Este estudo tenta responder esse questionamento. PALAVRAS-CHAVE: Dramaticidade moderna;embate intersubjetivo;Szondi.

SIMPÓSIO: TOPONÍMIA EM FOCO: resultados de pesquisas

Carla Regina de Souza FIGUEIREDO (UEMS) Renato Rodrigues PEREIRA (UFMS/CPTL)

RESUMO: A Toponímia é um ramo da Linguística (de natureza semasiológica) dedicado à investigação dos nomes de lugares por entender que o signo toponímico apresenta caráter motivado e identitário em relação ao referente nomeado. A interdisciplinaridade inerente a este campo de estudo se justifica pelo fato dos topônimos serem verdadeiros representantes de aspectos sócio-político-culturais, o que lhes conferem o posto de marcadores territoriais. Na tentativa de se descobrir as causas designativas dos acidentes físicos e antropoculturais, áreas de conhecimento como a História, a Geografia e a Antropologia, por exemplo, são acionadas para refutar ou confirmar as hipóteses levantadas pelo pesquisador no tocante à motivação toponímica. Os topônimos demarcam a apropriação de um espaço e a percepção do denominador sobre este. Diante do exposto, esse simpósio visa compartilhar resultados de pesquisas bibliográficas e documentais (concluídas ou em andamento) voltadas ao tema citado e desenvolvidas em programas de graduação, pós-graduação e grupos de pesquisa oriundos dos diferentes estados da federação, a fim de fomentar parcerias entre estudiosos e a solidificação teórico-metodológica da área investigada. PALAVRAS-CHAVE: Toponímia. Pesquisas toponímicas.

A HERANÇA INDÍGENA NA TOPONÍMIA RURAL DA MICRORREGIÃO DE PARANAÍBA (MS): UM ESTUDO

ETNOLINGUÍSTICO

Camila André do Nascimento da SILVA (PG/UFMS) Ana Paula Tribesse Patrício Dargel (UEMS)

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RESUMO: Este trabalho tem como objetivo investigara contribuição vocabular ameríndia na nomeação dos espaços geográficos da microrregião de Paranaíba. O escopo principal é analisar os zootopônimos e fitotopônimos- designativos relativos à fauna e à flora -disponíveis no banco de dados do projeto ATEMS e coletadosdos mapas oficiais do IBGE. Dentre os dados, foram selecionadostopônimos de natureza física e humana, analisados segundo a língua de origem, a etimologia, a classificação toponímica e a estrutura morfológica. Como base teórica para a análise dos dados adotam-se essencialmente os conceitos de Dick (1990; 1992). Para as questões de natureza etimológica e de língua de origem dos topônimos, recorrem-se a obras lexicográficas de línguas indígenas. Enfim, estudamos a herança indígena nos topônimos, a partir da formação linguística e dos condicionantes ambientais que exerceram influência no ato de batismo dos nomes de lugares dessa microrregião. PALAVRAS-CHAVE: Toponímia Indígena; Zootopônimos; Fitotopônimos; ATEMS.

REGIÕES GEOGRÁFICAS IMEDIATAS E INTERMEDIÁRIAS 2017: EM QUE A DIVISÃO REGIONAL DO BRASIL INSTITUÍDA PELO IBGE

IMPLICARÁ NOS ESTUDOS TOPONÍMICOS DO ATEMS

Carla Regina de Souza FIGUEIREDO (UEMS – Dourados)

RESUMO: A partir da apresentação da resenha da publicação Divisão regional do Brasil em Regiões Geográficas Imediatas e Regiões Geográficas Intermediárias 2017, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pretende-se averiguar o quão as informações geográficas e estatísticas apresentadas no documento implicarão nas pesquisas desenvolvidas no âmbito do Projeto ATEMS (Atlas Toponímico do Estado de Mato Grosso do Sul), uma vez que os estudos implementados desde 2006 nesse projeto obedeciam à divisão do território brasileiro em meso e microrregiões geográficas. Este quadro regional, produzido na década de 1980, previu quatro mesorregiões sul-mato-grossense (Centro-Norte; Leste; Sudoeste; Pantanais sul-mato-grossenses) e onze micro (Alto Taquari; Campo Grande; Cassilândia; Nova Andradina; Paranaíba; Três Lagoas; Bodoquena; Dourados; Iguatemi; Aquidauana; Baixo Pantanal). Na atualização, a) Campo Grande, b) Dourados e c) Corumbá são regiões geográficas intermediárias, que abrangem, respectivamente, as imediatas: a.1) Campo Grande (13 municípios), a.2) Três Lagoas (06), a.3) Paranaíba-Chapadão do Sul-Cassilândia (06), a.4) Coxim (07), b.1) Dourados (13), b.2) Naviraí-Mundo Novo (06), b.3) Nova Andradina (07), b.4) Ponta Porã (03), b.5) Amambai (05), c.1) Corumbá (02), c.2) Jardim (07) e c.3) Aquidauana-Anastácio (04). PALAVRAS-CHAVE: Divisão regional do Brasil em Regiões Geográficas Imediatas e Regiões Geográficas Intermediárias 2017; Projeto ATEMS.

TAXIONOMIAS TOPONÍMICAS: ALGUMAS REFLEXÕES

Renato Rodrigues PEREIRA (UFMS/CPTL-PG/UNESP/CNPq)

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A cada investigação toponímica, nos defrontamos com realidades designativas possuidoras de características próprias. Nesse contexto, precisamos tomar decisões teóricas e metodológicas que deem o suporte necessário para a concretização da pesquisa. Ao realizarmos estudos da toponímia de acidentes físicos da zona rural, dos acidentes humanos da zona rural, e dos acidentes humanos urbanos, identificamos particularidades toponímicas importantes que nos permitem resultados que demonstram diferentes anseios, intenções e crenças da sociedade. Os topônimos, como representantes de aspectos sociolinguísticoculturais de uma comunicade, possuem distintas motivações. As taxionomias toponímicas, nesse cenário, possibilitam-nos classificar os nomes de lugares de acordo com o elemento espacial de natureza humana ou geográfica, por exemplo, que serviu de motivação no ato de batismo do lugar. Por isso, os estudos toponímicos permitem-nos aplicar teorias e metodologias, bem como adaptá-las às necessidades investigativas do pesquisador. Com este trabalho, refletimos sobre as taxionomias toponímicas de Dick (1990, 1992), suas características estruturais e valores semânticos, e também a necessidade de seguir os princípios norteadores de Dick para a proposição de novas taxionomias toponímicas quando necessário. Para tanto, nos orientamos pelos princípios teóricos e metodológicos da Toponímica, sobretudo nos trabalhos de Dick (1990, 1992) e dos procedimentos metodológicos que temos utilizado no âmbito do ATEMS – Atlas Toponímico do Estado de Mato Grosso do Sul. PALAVRAS-CHAVE: Toponímia; Topônimo; Taxionomias.

TOPONÍMIA RURAL DE DOIS IRMÃOS DO BURITI/MS: UM ESTUDO PRELIMINAR DOS NOMES DE ACIDENTES HUMANOS

Letícia Reis de OLIVEIRA – UFMS / PPG-LETRAS / CAPES

Aparecida Negri ISQUERDO – UFMS/ CNPq

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo mais amplo analisar a toponímia rural (acidentes humanos) do município de Dois Irmãos do Buriti/MS, situado na mesorregião Pantanais Sul-mato-grossense e na microrregião de Aquidauana. Para isso foi utilizado o corpus disponível no banco de dados do projeto Atlas Toponímico do Estado de Mato Grosso do Sul – ATEMS, que foi coletado dos mapas oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em escala 1:100.000. O estudo centra-se, pois, na descrição da toponímia de acidentes rurais humanos (fazenda, estância, retiro, sítio, chácara), examinando os topônimos catalogados em termos de taxionomia, língua de origem e estrutura morfológica, além de verificar os padrões toponímicos evidenciados na nomeação de acidentes rurais humanos desse município. Para o desenvolvimento da análise dos dados foram utilizadas, como base teórica, as orientações de Dick (1990; 1992); de Isquerdo (1996; 2008) e do Projeto ATEMS. PALAVRAS-CHAVE: Léxico; Toponímia rural; Dois Irmãos do Buriti.

TOPONÍMIA URBANA DA CIDADE DE CAMPO GRANDE: UM ESTUDO ETNOLINGUÍSTICO DOS NOMES DE PRAÇAS

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Janaina Domingues Verão das NEVES (PG/UFMS)

Aparecida Negri Isquerdo (UFMS/CNPq) RESUMO: Este trabalho analisa nomes de praças de Campo Grande, examinando a relação entre toponímia, meio ambiente e história social. Foram analisados os nomes oficiais das vinte principais praças da capital sul-mato-grossense, segundo o modelo teórico de Dick (1990a; 1990b; 1997). O nome da praça central Ary Coelho, por exemplo, conforme o modelo taxionômico de Dick (1990), é um antropotopônimo. Segundo os dados oficiais fornecidos pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, essa praça teve quatro nomes anteriores ao atual: Dois de Novembro; Jardim, ou Praça Municipal; Independência; Liberdade. A mudança para o antropotopônimo atual prestou uma homenagem a Ary Coelho, ex-prefeito de Campo Grande, assassinado em Cuiabá (1952). Dentre os vinte topônimos de praças analisados predominam, com 55% de ocorrências, a categoria dos antropotopônimos (nomes individuais de pessoas); com 15%, os sociotopônimos (nomes que remetem a locais de encontro e lazer); com 5% os corotopônimos, zootopônimos, fitotopônimos, hagiotopônimos, axiotopônimos e etnotopônimos. PALAVRAS-CHAVE: Toponímia urbana; Campo Grande; Nomes de praças.

ESTUDOS DA LÍNGUA FALADA: UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR

Este simpósio compreende os estudos da língua falada em suas diversas perspectivas, assim como as relações sociais intrínsecas ao uso da língua sob uma abordagem interdisciplinar. O texto verbal, na visão de Brait (2003, p.220), ―permite verificar as relações interpessoais, intersubjetivas, veiculadas pela maneira como o evento conversacional está organizado‖. Assim, é possível observar não apenas o que foi dito, mas, principalmente, o modo como foi dito, a partir da abordagem interacional do texto. O objetivo desse simpósio é, portanto, reunir trabalhos que analisem os processos de construção do texto falado com base em diferentes aportes teóricos, como a Análise da Conversação, a Pragmática, a Linguística Textual, os Estudos da Tradução, a Linguística Forense e outras ciências aplicadas ao uso da linguagem. Nesse sentido, buscamos oportunizar um espaço de discussão teórica e analítica que contribua para os estudos da língua falada em situações reais de interação. De acordo com Barros (1998), os falantes desenvolvem papéis conversacionais com base nos tipos de conversação em que estão inseridos, seus argumentos são construídos de acordo com as intenções comunicativas dos interactantes dentro de cada contexto.

Palavras-chave: Língua Falada. Interação Verbal. Abordagem Interdisciplinar.

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LEGENDAGEM E MARCADORES DISCURSIVOS COMO RECURSOS AUTÊNTICOS À LÍNGUA ADICIONAL/INGLÊS

Nayra Modesto dos Santos NUNES (SEMEC)

RESUMO:Este estudo visa analisar se as legendas de tradução mostram as estratégias comunicativas, de modo a respeitar a intencionalidade, os contextos e os objetivos comunicativos na interação verbal, empregados em diálogos da série televisiva americana Friends, averiguando se a tradução estabelece e mantém os mesmos efeitos de sentido em língua portuguesa. Pretende-se, sobretudo, apresentar a legendagem e os marcadores discursivos como recursos autênticos à língua adicional, mediante a análise do áudio e transcrição. O córpus é constituído por fragmentos, extraídos dos primeiros episódios da série, transmitida pelo canal Warner. Quanto aos procedimentos metodológicos, esta pesquisa seguiu a abordagem empírica, com natureza qualitativo-interpretativa. O aporteteórico está ancorado em conceitos da Análise da Conversação, em relação de interface com conceitos oriundos dos Estudos da Tradução. Reconhecer as estratégias comunicativas como elementos essenciais no processo de significação da atividade linguística implica reconhecer a dimensão interacional da linguagem. PALAVRAS-CHAVE: Legendagem; Marcadores discursivos; Língua adicional.

SIMPÓSIO: LINGUAGENS FRONTEIRIÇAS LATINAS: ARTE, CULTURA, LITERATURA

Edgar Cézar NOLASCO (NECC-UFMS)

Marcos Antônio BESSA-OLIVEIRA (NAV(r)E-UEMS)

RESUMO: A proposta do simpósio visa discutir acerca de possíveis representações artístico-culturais da fronteira-Sul (Mato Grosso do Sul/Paraguai/Bolívia) e América Latina, com o propósito de contornar as possíveis especificidades culturais e estéticas de tais representações que acabam refletindo acerca do bios e do lócus de onde elas se originam. Marcadas por um lócusgeoistórico cultural e fronteiriço, as representações artísticas, literárias e culturais trazem em seu corpo marcas que sinalizam um possível método, se não de compreendê-las, pelo menos de reinseri-las na cultura em que são estudadas. Tal proposta sobressai em importância quando se percebe que subjacente a essa preocupação erige-se uma proposição de ordem teórica e crítica que já está, de alguma forma, inscrita na representação desses corpos artístico-literário-culturais. Na leitura de base pós-colonial proposta, discurso e objeto não

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podem ser estudados separadamente, uma vez que ambos produzem saber e teoria, respectivamente. PALAVRAS-CHAVE: Arte; Cultura ; Literatura

BAIRRO DE NEGROS, LUGAR SUJO: SAROBÁ

Washington Batista LEITE (PG-UFMS) Edgar Cézar NOLASCO (PG-UFMS)

RESUMO: As histórias locais ainda são escamoteadas e deixadas de lado pelos projetos globais. O bairro de negros é apagado e silenciado dos livros e do álbum gráfico da cidade, que mostra apenas portos de brancos e ricos. Este trabalho propõe traçar uma leitura crítica sobre algumas poesias do livro Sarobá: poemas do intelectual fronteiriço Lobivar Matos e descolonialmente ler suas poesias produzidas na tríplice fronteira do Brasil-Paraguai-Bolívia. A relevância da pesquisa reside no fato de poucos trabalhos terem sido abordados com tal temática, por conseguinte, várias questões ainda precisam ser debatidas, ressaltando assim, a contribuição do poeta marginalizado na fronteira e da literatura negra deixada de lado pelos grandes centros que ilustram desde miséria e resquícios de escravidão no bairro de negros de Corumbá narrado no livro. Sendo assim, procurarei observar o lócus epistemológico de enunciação presente, e como sua poiesis marca uma opção descolonial epistêmica. PALAVRAS-CHAVE: Lobivar Matos; Crítica Biográfica Fronteiriça; Pós-colonialidade; Sarobá.

CONVERSAS AO SUL: PACHAMAMA E A EPISTEMOLOGIA FRONTEIRIÇA

José Gomes PEREIRA (PG) UFMS Dr. Edgar Cézar NOLASCO UFMS

RESUMO: Já a partir de meados do século XX, pensadores e estudiosos da América Latina passaram a revisitar as epistemologias vindas da Europa, especialmente aquelas de ascendência grega e romana. O objetivo primordial desse trabalho é perfazer um caminho crítico embasado na pós-colonialidade que apresente uma gnosiologia de pensamento que se baseia na narrativa mítica de pachamama. Esse mito é de origem dos povos indígenas andinos (Quetúa e Aymará). Com as crises globais ligadas a degradação ambiental, repensar as práticas e ações humanas no mundo capitalista nos remete a apoiar a coexistência de epistemologias outras que considerem as diferentes sabedorias. Nessa perspectiva, a cosmovisão indígena tem muito a acrescentar. As discussões aqui propostas serão embasadas nos textos de Eugênio Raúl ZAFFARONI La pachamama y el humano (2011), Walter MIGNOLO Desobediência epistêmica (2008) e de Edgar Cézar NOLASCO Perto do coração selbaje da crítica fronteriza(2013). PALAVRAS-CHAVE: Pachamama; Pós-colonialidade; Epistemologia Fronteiriça.

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NARCOTRÁFICO: DESOBEDIÊNCIA E INVERSÃO DE VALORES

Tiago OsiroLinhar (PG-PPGMEL\UFMS\NECC) Edgar Cézar Nolasco (PACC\UFRJ\UFMS\NECC)

O presente trabalho parte de uma perspectiva epistemológica descolonial para pensar o narcotráfico como a inversão de uma lógica estabelecida pela colonialidade do poder. Para tanto, tomaremos como objeto de estudo a obra Trabajos del reino do escritor mexicano Yuri Herrera que eleva a figura do narcotraficante à categoria de um rei medieval. Dessa forma, partiremos da premissa de que o narcotráfico possibilita inverter (ainda que em parte) o que foi estabelecido por um pensamento hegemônico entre centro e periferia. Portanto abordaremos esse fenômeno e sua dimensão cultural como produto latino americano por excelência. Nesse sentido, compreende-se que é a partir de um lócus periférico que emergem sujeitos monopolizadores de produtos globalmente comercializados na ilegalidade. A relevância da pesquisa consiste em tratar sobre um tema pouco explorado por pesquisadores brasileiros, ainda que o assunto seja de grande importância para os atuais problemas que o país enfrente em ralação às facções criminosas, problemas estes que se tornam mais presentes na tríplice fronteira do estado de Mato Grosso do Sul, divisa com Paraguai e Bolívia, que serve de ponte para a entrada de drogas no país.

NAVEGANDO EM PAPEL: CARTOGRAFIAS EPISTOLARES

Francine Carla de Salles Cunha ROJAS (UFMS)

RESUMO: A reflexão em torno de uma teorização das cartas de Fernando Sabino, em Cartas na mesa, pautada pelas fronteiras geográficas e epistemológicas implica em uma guinada epistêmica que rearticule os conceitos utilizados para a construção crítica/teórica de sua fundamentação. Se, como pontua Eneida Maria de Souza, para teorizar é necessário metaforizar (SOUZA, 2016), valemo-nos, portanto, da metáfora de um barco de papel a navegar pelos mares do bios. Nesse sentido é necessário, pela aproximação semântica, que a carta atue de forma semelhante aos mapas da cartografia utilizados para traçar rotas de navegação. Para tanto são relevantes os apontamentos de Walter Mignolo no artigo ―Desobediência epistêmica‖ (2010) e no livro Habitar lafrontera(2015), as considerações de Eneida Maria de Souza em ―O espaço nômade do saber‖ (2007) e ―Teorizar é metaforizar‖ (2016) e a reflexão de Hans BlumenbergemTeoria da não conceitualidade (2013). PALAVRAS-CHAVE: Teorização; Correspondência; Fernando Sabino.

O ENSAIO DE CRÍTICA BIOGRÁFICA FRONTEIRIÇA: AS FRONTEIRAS DA LINGUAGEM ENTRE O BIOS E O LÓCUS

(CLARICE LISEPCTOR A EXEMPLO)

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Edgar Cézar NOLASCO ( NECC/UFMS; PACC/UFRJ)

RESUMO: Tendo como mote para a discussão a vida e a obra da escritora Clarice Lispector, a discussão proposta visa contornar as especificidades inerentes, bem como os cuidados necessários, que caracterizam e constituem, quase que obrigatoriamente, o que aqui denomino de ensaio de crítica biográfica fronteiriça. Na base de tal discussão, faz-se imperante a noção tanto de bios quanto de lócus, e por uma questão muito lógica: ambos convergem tanto para a vida quanto para o discurso de todos os envolvidos: seja do analista ( crítico, pesquisador etc) seja do analisado (obra, autor etc). Postula-se que há um atravessamento entre as sensibilidades locais e biográficas de ambos, bem como das linguagens ali imbricadas, quer estas sejam da ordem da vida, da ficção ou do ensaio. PALAVRAS-CHAVE: Clarice Lispector; Ensaio de crítica biográfica fronteiriça; Fronteiras da linguagem

RODRIGO SM E AS MACABÉAS: O PÓS-OCIDENTALISMO E A GNOSE FRONTEIRIÇA

Viviani Cavalcante de Oliveira Leite (PG-PPGMEL\UFMS\NECC) Edgar Cézar Nolasco (PACC\UFRJ\UFMS\NECC)

O ocidentalismo teve/tem como uma de suas razões de ser/estar a filosofia descartiana, na qual se concebe como modelo universal o homem (ocidental). Essa ideia centralizadora exclui e despreza qualquer saber que não seja o do ―modelo‖, assim ficam de fora os saberes subalternos e fronteiriços. Este trabalho propõe uma leitura comparatista entre o conto ―Macabéa, Flor de mulungu‖, de Conceição Evaristo (2012), publicado no livro Extratextos I – Clarice Lispector: personagens reescritos, organizado por Mayara R. Guimarães e LuisMaffe (2012) a novela A hora da estrela, de Clarice Lispector (1977), partindo da perspectiva do pós-ocidentalismo. Assim, intenta-se ler ambas as narrativas, enquanto contraproposta ao ocidentalismo, ressaltando a representatividade do pensamento ocidental em Rodrigo SM e a presença da ―gnose liminar‖ (Mignolo) no conto de Conceição Evaristo. SOBRE A ARTE DO AGORA EM MATO GROSSO DO SUL: BIOGEOGRAFIA NA

CULTURA BUGRESCA

Marcos Antônio BESSA-OLIVEIRA (UEMS/NAV(r)E)

RESUMO: A discussão neste trabalho pautar-se-á nas artes do agora. Indistintamente se naquelas produções artísticas rotuladas de obras de Arte Contemporânea ou naquelas obras artesanais que ―apenas‖ estão sendo produzidas na atualidade e rotuladas de artes do agora porque pactuam de discursos

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institucionais. Pretendo discutir e ampliar o que venho chamando de BIOgeografias nas culturas bugrescas — sujeitos-bios, espaços-geos e narrativas-grafias nas obras artísticas, a partir dessas produções artísticas situadas na fronteira como linguagens que emergem de culturas periféricas, ancorado em epistemes culturais e pós-coloniais —, a fim de evidenciar os prenúncios, lugares e autoinscrição em tempos específicos na produção artística atual de Mato Grosso do Sul que está, volta e meia, circunscrita em anseios, lugares e tempos dos outros: quase sempre históricos e porque são predileções dos discursos hegemônicos de Arte, Cultura e Conhecimentos. PALAVRAS-CHAVE: Narrativas; Artes Visuais; BIOgeografias.