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Apresentação das Demonstrações Contábeis (IAS 1 - CPC 26) Objetivos de aprendizagem 1. Compreender o objetivo da IAS 1 e do CPC 26 (R1) 2. Compreender a finalidade das demonstrações financeiras. 3. Identificar o conjunto completo de demonstrações financeiras. 4. Reconhecer as características gerais das demonstrações financeiras. 5. Identificar as características específicas de cada uma das demonstrações financeiras que compõem o conjunto completo 6. Compreender as principais diferenças entre a IAS 1 e o CPC 26 (R1) 7. Emitir um julgamento quanto à adequação de um dado conjunto completo de demonstrações financeiras de uma entidade à IAS 1 e ao CPC 26 (R1) Prof. Bruno Salotti

IAS1 - Apresentacao Demonstracoes Contabeis

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  • Apresentao das Demonstraes Contbeis (IAS 1 - CPC 26)

    Objetivos de aprendizagem

    1. Compreender o objetivo da IAS 1 e do CPC 26 (R1)

    2. Compreender a finalidade das demonstraesfinanceiras.

    3. Identificar o conjunto completo de demonstraesfinanceiras.

    4. Reconhecer as caractersticas gerais dasdemonstraes financeiras.

    5. Identificar as caractersticas especficas de cada umadas demonstraes financeiras que compem oconjunto completo

    6. Compreender as principais diferenas entre a IAS 1 e oCPC 26 (R1)

    7. Emitir um julgamento quanto adequao de um dadoconjunto completo de demonstraes financeiras deuma entidade IAS 1 e ao CPC 26 (R1)

    Prof. Bruno Salotti

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    As definies abaixo foram extradas na ntegra do Pronuncia-mento Tcnico CPC 26 e sero utilizadas nesse material com os seguintes significados:

    Demonstraes contbeis de propsito geral (referidas sim-plesmente como demonstraes contbeis) so aquelas cujo pro-psito reside no atendimento das necessidades informacionais de usurios externos que no se encontram em condies de re-querer relatrios especificamente planejados para atender s su-as necessidades peculiares.

    Aplicao impraticvel A aplicao de um requisito imprati-cvel quando a entidade no pode aplic-lo depois de ter feito to-dos os esforos razoveis nesse sentido.

    Prticas contbeis brasileiras compreendem a legislao socie-tria brasileira, os Pronunciamentos, as Interpretaes e as Orien-taes emitidos pelo CPC homologados pelos rgos regulado-res, e prticas adotadas pelas entidades em assuntos no regula-dos, desde que atendam ao Pronunciamento Conceitual Bsico Estrutura Conceitual para Elaborao e Divulgao de Relatrio Contbil-Financeiro emitido pelo CPC e, por conseguinte, em con-sonncia comas normas contbeis internacionais.

    Omisso material ou divulgao distorcida material As omis-ses ou divulgaes distorcidas so materiais se puderem, indivi-dual ou coletivamente, influenciar as decises econmicas que os usurios das demonstraes contbeis tomam com base nes-sas demonstraes. A materialidade depende do tamanho e da natureza da omisso ou da divulgao distorcida, julgada luz das circunstncias que a rodeiam. O tamanho ou a natureza do

    Definies

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    item, ou combinao de ambos, pode ser o fator determinante para a definio da materialidade.

    Avaliar se a omisso ou a divulgao distorcida pode influenciar a deciso econmica do usurio das demonstraes contbeis, e nesse caso, se so materiais, requer que sejam levadas em con-siderao as caractersticas desses usurios. A Estrutura Concei-tual para Elaborao e Divulgao de Relatrio Contbil-Financei-ro, contida no Pronunciamento Conceitual Bsico do Comit de Pronunciamentos Contbeis, assim se manifesta no item QC 32: Relatrios contbil-financeiros so elaborados para usurios que tm conhecimento razovel de negcios e de atividades econmi-cas e que revisem e analisem a informao diligentemente.

    Dessa forma, a avaliao deve levar em conta como se espera que os usurios, com seus respectivos atributos, sejam influencia-dos na tomada de deciso econmica.

    Notas explicativas contm informao adicional em relao apresentada nas demonstraes contbeis. As notas explicativas oferecem descries narrativas ou segregaes e aberturas de itens divulgados nessas demonstraes e informao acerca de itens que no se enquadram nos critrios de reconhecimento nas demonstraes contbeis.

    Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa (incluindo ajustes de reclassificao) que no so reco-nhecidos na demonstrao do resultado como requerido ou permi-tido pelos Pronunciamentos, Interpretaes e Orientaes emiti-dos pelo CPC.

    Os componentes dos outros resultados abrangentes incluem:

    (a) variaes na reserva de reavaliao, quando permitidas legal-mente (ver Pronunciamentos Tcnicos CPC 27 Ativo Imobiliza-do e CPC 04 Ativo Intangvel);

    (b) ganhos e perdas atuariais em planos de penso com benef-cio definido reconhecidos conforme item 93A do Pronunciamento Tcnico CPC 33 Benefcios a Empregados;

    (c) ganhos e perdas derivados de converso de demonstraes contbeis de operaes no exterior (ver Pronunciamento Tcnico CPC 02 Efeitos das Mudanas nas Taxas de Cmbio e Conver-so de Demonstraes Contbeis);

    (d) ganhos e perdas na remensurao de ativos financeiros dispo-nveis para venda (ver Pronunciamento Tcnico CPC 38 Instru-mentos Financeiros: Reconhecimento e Mensurao);

    (e) parcela efetiva de ganhos ou perdas advindos de instrumen-tos de hedge em operao de hedge de fluxo de caixa (ver Pro-nunciamento Tcnico CPC 38).

    Proprietrio o detentor de instrumentos classificados como pa-trimoniais (de capital prprio, no patrimnio lquido).

    Resultado do perodo o total das receitas deduzido das despe-sas, exceto os itens reconhecidos como outros resultados abran-gentes no patrimnio lquido.

    Ajuste de reclassificao o valor reclassificado para o resulta-do no perodo corrente que foi inicialmente reconhecido como ou-tros resultados abrangentes no perodo corrente ou em perodo anterior.

  • iv

    Resultado abrangente a mutao que ocorre no patrimnio lquido durante um perodo que resulta de transaes e outros eventos que no sejam derivados de transaes com os scios na sua qualidade de proprietrios.

    Resultado abrangente compreende todos os componentes da de-monstrao do resultado e da demonstrao dos outros resulta-dos abrangentes.

    Embora este Pronunciamento use os termos outros resultados abrangentes, resultado e resultado abrangente, a entidade pode usar outros termos para descrever os totais desde que o sentido seja claro. Por exemplo, a entidade pode usar o termo lu-cro lquido para descrever resultado. Sugere-se, todavia, por facilidade de comunicao a maior aderncia possvel aos ter-mos utilizados neste Pronunciamento.

    Os seguintes termos esto descritos no Pronunciamento Tcnico CPC 39 -Instrumentos Financeiros: Apresentao e so usados neste Pronunciamento como os significados l empregados:

    (a) instrumento financeiro com opo de venda por parte de seu detentor, classificado como instrumento patrimonial (descrito nos itens 16A e 16B do Pronunciamento Tcnico CPC 39);

    (b) instrumento que impe entidade a obrigao de entregar contraparte um valor pro rata dos seus ativos lquidos (patrimnio lquido) somente no caso da liquidao da entidade e classifica-do como instrumento patrimonial (descrito nos itens 16C e 16D do Pronunciamento Tcnico CPC 39).

  • vIAS 1 e CPC 26 (R1) - Apresentao das Demonstraes Contbeis

    1.! Introduo2.! Demonstraes Financeiras: finalidade e composio

    2.1 Finalidade das Demonstraes Financeiras2.2 Conjunto completo de demonstraes financeiras2.3 Caractersticas Gerais

    Apresentao adequada e conformidade com as IFRSsContinuidade operacionalContabilizao por Regime de CompetnciaRelevncia e agregaoCompensaoFrequncia de apresentao das demonstraes finan-

    ceirasInformaes comparativas

    Consistncia da apresentao3.! Demonstraes Financeiras: estrutura e contedo

    IntroduoIdentificao das demonstraes financeiras

    3.1 Demonstrao da posio financeira! Informaes a serem apresentadas na demonstrao da

    posio financeira! Segregao circulante/no circulante ! Ativo circulante! Passivo circulante ! Informaes a serem apresentadas na demonstrao da

    posio financeira ou nas notas explicativas 3.2 Demonstrao do resultado do exerccio (DRE) e de-

    monstrao do resultado abrangente (DRA)Informaes a serem apresentadas na demonstrao do resultado abrangente Resultado do perodo Outros resultados abrangentes do perodoInformaes a serem apresentadas na demonstrao do resultado ou nas notas explicativas

    3.3 Demonstrao das mutaes do patrimnio lquido Informaes a serem apresentadas na demonstrao das mutaes do patrimnio lquido

    Sumrio

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    3.4 Demonstrao dos fluxos de caixa3.5 Notas Explicativas

    EstruturaDivulgao das polticas contbeisFontes de incerteza na estimativa CapitalInstrumentos financeiros com opo de venda classifi-cados como patrimnio lquido Outras divulgaes

    3.6 Transio e data de vigncia4.! Diferenas entre a IAS 1 e o CPC 26 (R1)

    Informaes a serem apresentadas na demonstrao das mutaes do patrimnio lquido ou nas notas expli-cativas

  • 71." Introduo

    A IAS 1 - e o CPC 26 (R1) - determinam a base de apresenta-o das demonstraes contbeis, buscando garantir a comparabi-lidade com as demonstraes financeiras de perodos anteriores de uma mesma entidade e entre entidades diferentes. Ainda esta-belecem requisitos de apresentao das demonstraes financei-ras, alm de determinar diretrizes para a sua estrutura e requisitos mnimos para o seu contedo.

    2." Demonstraes Financeiras: finalidade e composio

    2.1 Finalidade das demonstraes financeiras

    As demonstraes financeiras so uma representao da posio e desempenho financeiros de uma entidade. Seu objetivo forne-cer informaes da entidade que sejam teis a um grande nmero de usurios na tomada de decises econmicas, e na previso

    Captulo 1

    IAS 1 e CPC 26 (R1) - Apresentao das Demonstraes Contbeis

    AULA VIRTUAL 1

    Os termos demonstraes contbeis e demonstraes financei-ras so sinnimos, embora o IASB utilize financial statements e o CPC tenha adotado demonstraes contbeis.

  • 8dos seus fluxos de caixa futuros. De acordo com a norma, as de-monstraes devem fornecer os seguintes dados: ativo; passivo; patrimnio lquido; receitas e despesas, incluindo ganhos e per-das; contribuies de proprietrios e distribuies aos proprietri-os, na sua capacidade de proprietrios; fluxos de caixa.Ainda de acordo com a norma, esses dados possibilitam que os usurios de demonstraes financeiras, junto com as informaes expressas em notas explicativas, possam prever no apenas os fluxos de caixa futuros da entidade, mas quando e em que grau de certeza ocorrero.

    2.2 Conjunto completo de demonstraes financeiras

    A IAS 1 define o conjunto completo de demonstraes financeiras compreendendo os seguintes relatrios:

    (a)!Uma demonstrao da posio financeira no final do pero-do;

    (b)!Uma demonstrao do resultado abrangente para o perodo;

    (c)! Uma demonstrao das mutaes do patrimnio lquido para o perodo;

    (d)!Uma demonstrao dos fluxos de caixa para o perodo;

    (e)!Notas explicativas, compreendendo um resumo das princi-pais polticas contbeis e outras informaes; e

    (f)! Uma demonstrao da posio financeira no incio do pero-do comparativo mais antigo em que uma entidade aplique

    Arquivo extrado em 29/05/2012 do endereo: http://gerdau.infoinvest.com.br/ptb/5455/2011GSACompletoJC.pdf

    Veja aqui exemplo de conjunto completo de demonstraes financeiras

    No Brasil, o CPC 26 denomina a demonstrao da posio financeira como Balano Patrimonial.

  • 9uma poltica contbil retrospectivamente, efetue uma repre-sentao retrospectiva ou quando reclassifique itens em su-as demonstraes financeiras.

    A entidade deve apresentar as diferentes demonstraes financei-ras com igual importncia e pode, ainda: usar ttulos diferentes da-queles utilizados pela IAS 1 para denominar as demonstraes; apresentar os componentes do resultado do exerccio como parte de uma nica demonstrao do resultado abrangente ou em uma demonstrao do resultado separada; apresentar, fora das de-monstraes financeiras, uma anlise financeira da administrao que descreve e explica as principais caractersticas do desempe-nho financeiro e da posio financeira da entidade e as principais incertezas s quais est sujeita. Conforme a norma, muitas entida-des tambm apresentam, fora das demonstraes financeiras, rela-trios e demonstraes, como exemplo, relatrios ambientais e de-monstraes do valor adicionado (DVA), principalmente em seto-res onde os fatores ambientais so significativos ou ainda quando os empregados so considerados como um importante grupo de usurios. Esses relatrios esto fora do alcance das IFRSs.

    2.3 Caractersticas Gerais

    Apresentao adequada e conformidade com as IFRSsA IAS 1 considera como requisito de uma apresentao adequada a representao fiel dos efeitos das transaes, outros eventos e condies, de acordo com as definies da Estrutura Conceitual. Presume-se que a aplicao das IFRSs, com divulgao adicional quando necessrio, resulte em uma apresentao adequada das

    AULA VIRTUAL 2

    O CPC 26 (R1) inclui a Demonstrao do Valor Adicionado no con-junto completo de demonstraes contbeis destacando que essa demonstrao pode ser exigida legalmente ou por algum rgo re-gulador e estimulando a sua apresentao de forma voluntria.

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    demonstraes financeiras. Em praticamente todas as circunstnci-as, a representao apropriada obtida pela conformidade com as referidas IFRSs.De acordo com a norma, uma apresentao adequada requer, ainda, que uma entidade:

    a)! Selecione e aplique as polticas contbeis de acordo com aIAS 8 Polticas Contbeis, Mudanas nas Estimativas Con-tbeis e Erros. A IAS 8 estabelece a hierarquia na orientao que a administrao leva em considerao na ausncia de uma IFRS que se aplique especificamente a um item.

    b)! Apresente informaes, incluindo polticas contbeis, deuma forma que fornea estas sejam relevantes, confiveis, comparveis e compreensveis.

    c)! Fornea divulgaes adicionais quando o cumprimento dosrequisitos especficos contidos nas IFRSs for insuficiente para permitir que os usurios compreendam o impacto de transaes especficas, outros eventos e condies na posi-o financeira e no desempenho financeiro da entidade.

    O pargrafo 19 da norma (IAS 1 e CPC 26), trata do conceito de Fair Presentation, tambm conhecido com True and Fair View. De acordo com esse conceito, se a empresa perceber que ao aplicar a norma, a apresentao das demonstraes contbeis ser enga-nosa, ento ela deve abandonar esta regra. Esse conceito tam-bm conhecido, na literatura, como True and Fair Override, ou seja, uma sobreposio, um override, da apresentao verdadeira e justa das demonstraes contbeis sobre a prpria norma.

    Isso s vai ocorrer em circunstncias extremamente raras, como a prpria norma coloca. Quando isso ocorrer, de acordo com a nor-ma, devero ser divulgados os seguintes pontos:

    a)! Que a administrao concluiu que as demonstraes finan-ceiras apresentam adequadamente a posio financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade;

    A escolha das polticas contbeis deve ser reali-zada de acordo com as referidas IFRS; s se deve utilizar a IAS 8 na ausncia de uma IFRS que se aplique especificamente a um item.

    Em circunstncias extremamente raras, nas quais a administrao vier a concluir que a conformidade com um requisito de Pronunciamento Tcnico, Interpretao ou Orientao do CPC conduziria a uma apre-sentao to enganosa que entraria em conflito com o objetivo das de-monstraes contbeis estabelecido na Estrutura Conceitual para Ela-borao e Divulgao de Relatrio Contbil Financeiro, a entidade no aplicar esse requisito e seguir o disposto no item 20, a no ser que esse procedimento seja terminantemente vedado do ponto de vista le-gal e regulatrio. IAS 1, pargrafo 19.

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    b)! Que cumpriu as IFRSs aplicveis, exceto pela no aplicaode um requisito especfico para obter uma apresentao ade-quada;

    c)! O ttulo da IFRS que a entidade no aplicou, a naturezadessa no aplicao, incluindo o tratamento que a IFRS exi-giria, a razo pela qual esse tratamento seria inadequado ao entrar em conflito com o objetivo das demonstraes finan-ceiras definido na Estrutura Conceitual e o tratamento adota-do; e

    d)! Para cada perodo apresentado, o efeito financeiro da no aplicao em cada item nas demonstraes financeiras, que teria sido reconhecido caso tivesse sido cumprido o requisi-to.

    O que se tem notado que quase no existem casos em que a empresa tenha aplicado esse pargrafo. Porm, este bastante importante porque mostra o compromisso das normas internacio-nais com o True and Fair View. A empresa tem a obrigao de fa-zer um julgamento para apresentar demonstraes contbeis que efetivamente reflitam a sua realidade e isso est acima da norma.

    Continuidade operacionalQuando a administrao de uma entidade fizer suas demonstra-es financeiras, deve avaliar a sua capacidade de continuar em operao. Estas demonstraes sero preparadas com base na continuidade operacional da entidade a menos que a administra-o tenha dvidas em relao a essa capacidade e, nesse caso, dever divulgar essas incertezas. Quando uma entidade no elabo-rar demonstraes financeiras com base na continuidade operacio-nal, dever divulgar esse fato juntamente com a base em que ela-borou as demonstraes e a razo pela qual a entidade no con-siderada como em continuidade operacional.Veja comentrio do Prof. Alexsandro Broedel Lopes sobre o concei-

    to de True and Fair View.

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    Contabilizao por Regime de CompetnciaAs demonstraes financeiras, exceto as informaes de fluxos de caixa, sero elaboradas utilizando a contabilizao pelo regime de competncia.

    Relevncia e agregaoComo as demonstraes financeiras so resultado do processa-mento de grande carga de transaes ou outros eventos e esses so agregados em classes, de acordo com sua natureza e funo, segundo a IAS 1, a entidade dever apresentar separadamente cada classe relevante de itens similares e tambm itens de nature-za ou funo diferente, exceto se no forem relevantes. Uma enti-dade no precisa fornecer uma divulgao especfica exigida por uma IFRS se a informao no for relevante.

    CompensaoNo sero compensados ativos e passivos ou receitas e despe-sas, exceto se exigido ou permitido por uma IFRS. Isso porque as compensaes, de acordo com a norma, dificultam a anlise dos usurios, exceto quando a compensao reflete a essncia da transao.

    Frequncia de apresentao das demonstraes financeirasAnualmente, no mnimo, um conjunto completo de demonstraes financeiras deve ser apresentado. Caso haja alterao na periodici-dade dos relatrios, deve ser divulgado o motivo da alterao e sa-lientado o fato de que os resultados apresentados em ambas as demonstraes no so totalmente comparveis.

    Informaes comparativasA IAS 1 determina que a entidade divulgue informao comparati-va com respeito ao perodo anterior para todos os montantes apre-sentados nas demonstraes contbeis do perodo corrente, a no ser que as IFRSs permitam ou exijam de outra forma. Quando hou-ver mudana na apresentao ou classificao dos itens das de-monstraes financeiras, ser necessrio reclassificar os valores comparativos, a menos que seja impraticvel.

    Consistncia da apresentaoSero mantidas a apresentao e classificao dos itens nas de-monstraes financeiras de um perodo para o prximo, de acordo com a norma, exceto se:

    a)! For aparente, aps uma mudana significativa na natureza das operaes da entidade ou uma reviso de suas demons-traes financeiras, que outra apresentao ou classificao

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    seria mais apropriada, considerando os critrios para sele-o e aplicao das polticas contbeis na IAS 8; ou

    b)!Uma IFRS exigir uma mudana na apresentao.

    3." Demonstraes Financeiras: estrutura e contedo

    IntroduoA IAS 1 exige nveis mnimos de itens que devem ser obrigatoria-mente includos em cada demonstrao, ao mesmo tempo em que permite grande flexibilidade de ordem e disposio.

    Identificao das demonstraes financeirasDe acordo com a norma, as demonstraes financeiras devero ser claramente identificadas, bem como, diferenciadas de outras informaes publicadas no mesmo documento. Alm disso, a as seguintes informaes devero ser exibidas de forma proeminen-te, bem como repetidas quando necessrio para serem compreen-didas:

    a)! O nome da entidade que reporta ou outros meios de identifi-cao e qualquer mudana nessas informaes desde o fi-nal do perodo de relatrio anterior;

    b)! Se as demonstraes financeiras so de uma entidadeindividual ou de um grupo de entidades (ou seja, da entidade consolidada);

    c)! A data de final do perodo de relatrio ou do perodo cobertopelo conjunto de demonstraes financeiras ou notas explica-tivas;

    AULA VIRTUAL 3

    Teste seu conhecimentoTempo estimado: 15 minutos

    Quiz 1: Clique aqui para realizar a atividade proposta no ambiente de aprendizagem.

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    d) A moeda de apresentao, conforme definida na IAS 21;

    e) O nvel de arredondamento utilizado na apresentao de va-lores nas demonstraes financeiras.

    3.1 Demonstrao da posio financeira

    Informaes a serem apresentadas na demonstrao da posio financeiraA norma no tem a inteno de prescrever ordem ou formato em que a entidade apresenta as informaes, apenas relaciona rubri-

    cas que so suficientemente diferentes na natureza ou funo e, por este motivo, devem ser impreterivelmente includas na de-monstrao da posio financeira. So elas:

    a)! Imobilizado;

    b)!Propriedade pelo investimento;

    c)! Ativos intangveis;

    d)! Ativos financeiros (excluindo os valores demonstrados em(e), (h) e (i));

    e)! Investimentos contabilizados pelo mtodo de equivalncia patrimonial;

    f)! Ativos biolgicos;

    g)!Estoques;

    h)!Contas a receber de clientes e outros recebveis;

    i)! Caixa e equivalentes de caixa;

    j)! O total de ativos classificados como mantidos para venda eativos includos em grupos de alienao classificados como mantidos para venda, de acordo com a IFRS 5;

    k)! Contas a pagar a fornecedores e outras;

    l)! Provises

    AULA VIRTUAL 4

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    m)!Passivos financeiros (excluindo os valores demonstradosem (k) e (l));

    n)! Passivos e ativos relativos tributao corrente, conformedefinido na IAS 12;

    o)! Impostos diferidos passivos e ativos, conforme definidos naIAS12;

    p)! Passivos includos em grupos de alienao classificadoscomo mantidos para venda, de acordo com a IFRS 5;

    q)! Participao de acionistas no controladores, apresentadadentro do patrimnio lquido; e

    r)! Capital integralizado e reservas e outras contas atribuveis aproprietrios da entidade controladora.

    Nota-se que as contas so listadas em uma ordem no usual aqui no Brasil (essa ordem crescente de liquidez mais comum em pases da Europa), porm, como j foi citado, a norma no prescre-ve ordem ou formato das contas, por isso, o fato de a listagem de contas comear por imobilizado no impede que, no Brasil, faa-mos o Balano Patrimonial iniciando com a conta caixa, com o imo-bilizado sendo uma das ltimas contas, ou seja, adotamos uma or-dem decrescente de liquidez para a apresentao das contas do Balano Patrimonial.

    Devero ser apresentados rubricas adicionais, ttulos e subtotais quando esses forem necessrios compreenso da posio finan-ceira da entidade. Ainda, de acordo com a norma, quando uma en-tidade apresentar ativos circulantes e no circulantes e passivos circulantes e no circulantes como classificaes separadas em sua demonstrao da posio financeira, ela no classificar os impostos diferidos ativos (passivos) como ativos (passivos) circu-lantes.

    Ser necessrio julgar se itens adicionais devero ser apresenta-dos separadamente, com base em uma avaliao sobre: natureza e a liquidez dos ativos; a funo dos ativos dentro da entidade; e os valores, a natureza e poca dos passivos.

    Destaca-se tambm que essa demonstrao aqui no Brasil tradi-cionalmente e juridicamente conhecida por Balano Patrimonial. Porm, o IASB decidiu, em 2007, alterar o nome do Balano Patri-monial para Demonstrao da Posio Financeira pois argumenta que o novo nome reflete de forma mais apropriada o objetivo da demonstrao. De qualquer modo, o IASB no veda a utilizao da nomenclatura antiga, e por isso, aqui no Brasil, a Demonstra-o da Posio Financeira continua e continuar sendo denomina-da de Balano Patrimonial.

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    Segregao circulante/no circulante Segundo a norma, ativos circulantes e no circulantes e passivos circulantes e no circulantes sero apresentados como classifica-es separadas na demonstrao da posio financeira, exceto quando uma apresentao baseada em liquidez fornecer informa-es que sejam mais confiveis e relevantes. Quando essa exce-

    o for aplicvel, todos os ativos e passivos devero ser apresen-tados em ordem de liquidez. Esse tipo de prtica bastante co-mum em demonstraes de instituies financeiras, em que a liqui-dez dos ativos e passivos uma informao bastante relevante para a anlise desse tipo de entidade.

    De qualquer modo, seja qual for o mtodo de apresentao adota-do, dever ser divulgado para cada rubrica do ativo e passivo o va-lor que se espera recuperar ou liquidar em at doze meses ou por maior tempo, aps o perodo do relatrio.

    Em relao nomenclatura dos grupos, o texto original da norma IAS 1 utiliza os termos corrente (current) / no corrente (no cor-rente), porm, no Brasil, a legislao utiliza os termos circulante / no circulante, que significam a mesma coisa.Ativo circulanteDe acordo com a norma, uma entidade classificar um ativo como circulante quando:

    a)!Esperar realizar o ativo, ou pretende vend-lo ou consumi-lo,em seu ciclo operacional normal;

    b)!Detiver o ativo basicamente para fins de comercializao;

    Arquivo extrado em 29/05/2012 do endereo: http://gerdau.infoinvest.com.br/ptb/5455/2011GSACompletoJC.pdf

    Veja aqui exemplo de demonstrao da posio financeira

  • 17

    c)! Esperar realizar o ativo dentro de doze meses aps o pero-do de relatrio;

    d)! O ativo constituir caixa ou equivalentes de caixa (conformedefinido no IAS 7), exceto se o ativo estiver restrito para ser trocado ou usado para liquidar um passivo por, no mnimo, doze meses aps o perodo de relatrio.

    Os demais ativos sero classificados como no circulantes.

    Passivo circulante Considerando a norma, a entidade classificar um passivo como circulante quando:

    a)!Esperar liquidar o passivo em seu ciclo operacional normal;

    b)!Detiver o passivo basicamente para fins de comercializao;

    c)! O passivo tiver liquidao prevista dentro de doze mesesaps o perodo de relatrio;

    d)! No tiver o direito incondicional de diferir a liquidao dopassivo por, no mnimo, doze meses aps o perodo de rela-trio. Os termos de um passivo que, por opo da contrapar-te, puderem resultar em sua liquidao mediante a emisso de instrumento de patrimnio no afetarem sua classifica-o.

    Os demais passivos sero classificados como no circulantes.

    Informaes a serem apresentadas na demonstrao da posio financeira ou nas notas explicativas Segundo a IAS 1, sero divulgadas na demonstrao da posio financeira ou nas notas explicativas outras subclassificaes das rubricas apresentadas, classificadas de forma apropriada s opera-es da entidade

    Os seguintes itens devero ser divulgados seja na demonstrao da posio financeira ou demonstrao das mutaes do patrim-nio liquido ou, ainda, nas notas explicativas:

    a)!Para cada classe de capital acionrio: o nmero de aesautorizadas; o nmero de aes emitidas e totalmente in-tegralizadas, e emitidas, porm no totalmente integraliza-das; valor nominal por ao, ou que as aes no tem va-lor nominal; uma conciliao do nmero de aes em cir-culao no incio e no final do perodo; os direitos, prefe-rncias e restries inerentes a essa classe, incluindo res-tries sobre a distribuio de dividendos e a restituio do capital; aes na entidade mantidas pela entidade ou por suas subsidirias ou coligadas; aes reservadas para emisso em opes e contratos para a venda de aes, incluindo os prazos e valores;

    b)! Uma descrio da natureza e finalidade de cada reservadentro do patrimnio lquido.

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    Se uma entidade tiver reclassificado um instrumento financeiro com opo de venda classificado como um instrumento de patrim-nio ou um instrumento que impe uma obrigao de entregar a ou-tra parte uma parcela pro rata dos ativos lquidos de entidade ape-nas por ocasio de sua liquidao e que classificado como um instrumento de patrimnio entre passivos financeiros e patrimnio lquido, ela divulgar o valor reclassificado para/de cada categoria (passivos financeiros ou patrimnio lquido) e a poca e o motivo dessa reclassificao.

    3.2 Demonstrao do resultado do exerccio (DRE) e demonstrao do resultado abrangente (DRA)

    Conforme a IAS 1, uma entidade apresentar todos os itens de re-ceitas e despesas reconhecidos em um perodo:

    a)!Em uma nica demonstrao do resultado abrangente;

    b)! Em duas demonstraes: uma demonstrao apresentan-do os componentes do resultado do exerccio (demonstra-o do resultado do exerccio) e uma segunda demonstra-o iniciando com o resultado do exerccio e apresentan-do os componentes de outros resultados abrangentes (de-monstrao do resultado abrangente).

    No Brasil, o CPC 26 adotou a segunda alternativa, j que a de-monstrao do resultado do exerccio j era tradicionalmente apre-sentada e tem consequncias legais, como por exemplo, a apre-

    Teste seu conhecimentoTempo estimado: 12 minutos

    Quiz 2: Clique aqui para realizar a atividade proposta no ambiente de aprendizagem.

    AULA VIRTUAL 5

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    sentao do resultado que base para a distribuio de dividen-dos.

    Informaes a serem apresentadas na demonstrao do resultado abrangenteSegundo a IAS 1, a DRA (na verso de uma nica demonstrao ou na verso de duas DRE e DRA) dever conter, no mnimo, os seguintes itens:

    a)!Receita;

    a-2) Resultados decorrentes da baixa de ativos finan-ceiros mensurados pelo custo amortizado;

    b)!Despesas financeiras;

    c)! Parcela de resultados de coligadas e empreendimen-tos em conjunto contabilizados pelo mtodo de equiva-lncia patrimonial;

    c-2) se um ativo financeiro for reclassificado de modo que seja mensurado pelo valor justo, qualquer resulta-do decorrente de uma diferena entre o valor contbil anterior e seu valor justo na data de reclassificao (IFRS 9);

    d)!Despesa com tributos sobre o lucro;

    e)!Um nico valor compreendendo o total de:

    e-1) resultado aps tributos das operaes descontinu-adas e

    e-2) resultado aps tributos reconhecidos na mensura-o ao valor justo menos despesas de venda ou na ali-

    Arquivo extrado em 29/05/2012 do endereo: http://gerdau.infoinvest.com.br/ptb/5455/2011GSACompletoJC.pdf

    Veja aqui exemplo de demonstrao do resultado abrangente

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    enao dos ativos ou grupos de alienao que constitu-em a operao descontinuada;

    f)! Resultado lquido do exerccio;

    g)! Cada componente de outros resultados abrangentesclassificados por natureza;

    h)! Parcela dos outros resultados abrangentes decoligadas e empreendimentos em conjunto contabiliza-dos pelo mtodo de equivalncia patrimonial; e

    i)! Resultado abrangente total.

    De acordo com a norma, os seguintes itens devero ser divulga-dos na demonstrao do resultado abrangente como alocaes do perodo:

    a)! Resultados do perodo atribuveis a participaes de acionis-tas no controladores e proprietrios da controladora;

    b)! Resultado abrangente total do perodo atribuvel a participa-es de acionistas no controladores e proprietrios da con-troladora.

    Alm disso, a entidade no deve apresentar na DRE, na DRA e em notas explicativas rubricas ou itens de resultado como itens ex-

    traordinrios. Em funo dessa vedao, a legislao societria no Brasil foi alterada e eliminou a classificao de resultados no ope-racionais, porm, nada impede que, caso sejam relevantes, tais resultados sejam apresentados em linha separada, contanto que no sejam denominados de no operacionais ou mesmo extraor-dinrios.

    Resultado do perodo Todos os itens de receitas e despesas de um perodo sero reco-nhecidos em resultado do perodo, exceto se uma IFRS exigir ou permitir outro mtodo.

    Outros resultados abrangentes do perodoO valor do efeito tributrio relacionado a cada componente de ou-tros resultados abrangentes, incluindo ajustes de reclassificao, dever ser divulgado na demonstrao do resultado abrangente ou nas notas explicativas. Podero ser apresentados componentes de outros resultados abrangentes: lquidos dos respectivos efeitos tributrios ou antes dos respectivos efeitos tributrios com um valor demonstrado para o valor total do efeito tributrio relacionado a esses componentes.Devero ser divulgados os ajustes de reclassificao relacionados aos componentes de outros resultados abrangentes.

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    Informaes a serem apresentadas na demonstrao do resultado ou nas notas explicativas De acordo com a IAS 1, para itens de receitas ou despesas rele-vantes devero ser separadamente divulgados natureza e valor. As circunstncias que originariam essa divulgao separada inclu-em:

    a)!Redues dos estoques ao seu valor lquido realizvel ou do imobilizado ao seu valor recupervel, bem como reverses dessas redues;

    b)! Reestruturaes das atividades de uma entidade e rever-ses de quaisquer provises para os custos de reestrutura-o;

    c)! Alienao de itens do imobilizado;

    d)!Alienao de investimentos;

    e)!Operaes descontinuadas;

    f)! Resolues de litgios;

    g)!Outras reverses de provises.

    Dever ser apresentada anlise das despesas reconhecidas no resultado do exerccio utilizando uma classificao baseada em sua natureza ou funo, a que fornecer informaes que sejam mais confiveis ou relevantes. No caso da classificao das despe-

    De acordo com as Definies da IAS 1: os componentes dos outros resultados abrangentes incluem:

    (a) mudanas no supervit de reavaliao (vide IAS 16 Imobilizado e IAS 38 Ativos Intangveis);

    (b) ganhos e perdas atuariais em planos de benefcio definido reconhe-cidos de acordo com pargrafo 93A da IAS 19 Benefcios a Emprega-dos;

    (c) ganhos e perdas decorrentes da converso de demonstraes finan-ceiras de operaes no exterior (vide IAS 21 Os Efeitos das Mudan-as nas Taxas de Cmbio);

    (d) ganhos e perdas resultantes de investimentos em instrumentos de patrimnio mensurados ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes de acordo com o pargrafo 5.7.5 da IFRS 9 Instrumentos Financeiros;

    (e) a parcela efetiva de ganhos e perdas de instrumentos de cobertura em uma cobertura de fluxo de caixa (vide IAS 39 Instrumentos Finan-ceiros: Reconhecimento e Mensurao); e

    (f) para passivos especficos designados como ao valor justo por meio do resultado, o valor da mudana no valor justo que atribuvel a mu-danas no risco de crdito do passivo (vide pargrafo 5.7.7 da IFRS 9)

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    sas por funo, devero ser divulgadas informaes adicionais so-bre a natureza das despesas, incluindo a despesa de depreciao e amortizao e despesas de benefcios aos empregados. Essa escolha dever estar embasada em fatores histricos e in-dustriais, de acordo com a natureza da entidade. A norma esclare-ce que ambos os mtodos fornecem uma indicao dos custos que podem variar, direta ou indiretamente, com o nvel de vendas ou produo e como cada um dos mtodos de apresentao pode atender melhor a um tipo de entidade, cabe administrao esco-lher aquele que for mais confivel e relevante.No Brasil, o CPC 26 destaca que a entidade deve obedecer as de-terminaes legais. Isso significa que, alm das previses da nor-ma contbil, a Lei das Sociedades por Aes deve ser seguida. Neste caso, a Lei define a apresentao da DRE por funo, o que, naturalmente, faz com que as entidades brasileiras que ado-tam as IFRSs faam a escolha do modelo de apresentao por fun-o.

    3.3" Demonstrao das mutaes do patrimnio lquido

    Informaes a serem apresentadas na demonstrao das mutaes do patrimnio lquidoDe acordo com a IAS 1, a demonstrao das mutaes do patrim-nio lquido inclui as seguintes informaes:

    a)! O resultado abrangente total do perodo, apresentando separadamente os valores totais atribuveis a proprietrios

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    Captulo 27 do Manual de Contabilidade Societria

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    da controladora e a participaes de acionistas no controla-dores;

    b)! Para cada componente do patrimnio lquido, os efeitos daaplicao retrospectiva ou reapresentao retrospectiva, re-conhecidos de acordo com a IAS8;

    c)! Para cada componente do patrimnio lquido, uma concilia-o entre o valor contbil no incio e no final do perodo, di-vulgando separadamente as mudanas resultantes de: resul-tado do exerccio; outros resultados abrangentes; transaes com proprietrios, apresentando separadamente as contribui-es feitas pelos proprietrios e distribuies aos proprietri-os e mudanas nas participaes societrias em subsidirias que no resultam em perda do controle.

    Informaes a serem apresentadas na demonstrao das mutaes do patrimnio lquido ou nas notas explicativasUma anlise de outros resultados abrangentes dever ser apresen-tada para cada componente de patrimnio lquido, seja na demons-trao das mutaes do patrimnio lquido ou nas notas explicati-vas. Nesses mesmos relatrios, tambm dever ser apresentado o valor dos dividendos reconhecidos como distribuies aos propri-etrios durante o perodo e o correspondente valor de dividendos por ao.Ainda de acordo com a norma, as alteraes percebidas entre du-as datas do patrimnio lquido devem refletir a variao dos ativos lquidos durante o mesmo perodo. Isso no se aplica a mudanas resultantes de transaes com os proprietrios, como por exem-

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    Veja aqui exemplo de demonstrao das mutaes dopatrimnio lquido

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    plo, a integralizao de capital e a distribuio de dividendos e dos custos de transao relacionados diretamente a essas transaes.

    3.4 Demonstrao dos Fluxos de Caixa

    A IAS 1 esclarece que as informaes de fluxos de caixa fornecem aos usurios de demonstraes financeiras uma base para avaliar a capacidade da entidade de gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de utilizao desses fluxos de cai-xa. Os requisitos para a apresentao e divulgao de informa-es de fluxos de caixa so estabelecidos pela IAS 7.

    O CPC 26 detalha que o patrimnio lquido deve apresentar: capital so-cial, reservas de capital, ajustes de avaliao patrimonial, reservas de lucros ,aes ou cotas em tesouraria, os prejuzos acumulados,os lu-cros acumulados (se legalmente admitidos) e as demais contas exigi-das pelos pronunciamentos tcnicos emitidos pelo CPC.

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    Captulo 33 do Manual de Contabilidade Societria

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    Veja aqui exemplo de demonstrao dos fluxos de caixa

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    Captulo 34 do Manual de Contabilidade Societria

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    3.5 Notas Explicativas

    EstruturaSegundo a norma, as notas explicativas devem:

    a)! Apresentar informaes sobre a base de preparao das demonstraes financeiras e as polticas contbeis especifi-cas;

    b)! Divulgar as informaes exigidas pelas IFRSs que no este-jam apresentadas em nenhum outro lugar nas demonstra-es financeiras;

    c)! Fornecer informaes que no estejam apresentadas em nenhum outro lugar nas demonstraes financeiras, mas se-jam relevantes para a compreenso destas.

    desejvel que as notas explicativas sejam apresentadas de for-ma sistemtica e deve ser feita referncia cruzada entre o item da demonstrao contbil e a sua respectiva nota explicativa. Normal-mente so apresentadas, de acordo com a norma, na seguinte or-dem: declarao de conformidade com as IFRSs; resumo das pol-ticas contbeis significativas aplicadas; informao de suporte de itens apresentados nas demonstraes contbeis pela ordem em que cada demonstrao e cada rubrica sejam apresentadas; e ou-tras divulgaes que incluem passivos contingentes e divulgaes no financeiras. As notas explicativas que fornecem informaes

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    sobre a base da preparao das demonstraes financeiras e as polticas contbeis especificas podem ser apresentadas como uma seo separada das demonstraes financeiras.

    Divulgao das polticas contbeisDevero ser divulgadas no resumo de polticas contbeis significa-tivas: a base (ou bases) de mensurao utilizada(s) na preparao das demonstraes financeiras; e outras polticas contbeis utiliza-das que sejam relevantes para a compreenso das demonstra-es financeiras. Essas informaes so importantes j que afe-tam significativamente a anlise dos usurios e, por este motivo, a administrao deve dar especial ateno na escolha da divulga-o de uma poltica contbil especfica tendo como prioridade o potencial que a informao tem de melhorar a compreenso dos usurios a respeito das demonstraes financeiras.Nesse sentido, de acordo com a norma, os julgamentos realizados pela administrao da entidade no processo de aplicao das pol-ticas contbeis devero ser divulgados no resumo das polticas contbeis da entidade, exceto aqueles que envolvem estimativas que sero tratados no prximo item.

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    Veja aqui exemplo de evidenciao em Nota Explicativa dos jul-gamentos e prticas contbeis crticas.Para expanso do tema, consulte as notas explicativas na ntegra.

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    Fontes de incerteza na estimativa A mensurao de alguns ativos e passivos exige que sejam realiza-das estimativas dos efeitos de eventos futuros incertos sobre es-ses ativos e passivos que envolvem premissas e outras fontes de incerteza. As estimativas cujos julgamentos por parte da adminis-trao so os mais difceis, subjetivos ou complexos, devem ser tratados de acordo com o pargrafo 125 da IAS 1 (e CPC 26 R(1)), considerando a potencial probabilidade de ocorrncia de ajustes relevantes nos valores contbeis desses ativos e passivos. Cabe ressaltar que essa exigncia no se aplica queles ativos e passivos que, mesmo com risco significativo de mudana de valo-res contbeis ao longo do prximo exerccio social, tenham sido mensurados pelo valor justo com base em preo de mercado ob-servado recentemente. Segundo a norma, como algumas vezes impraticvel divulgar a extenso dos possveis efeitos de uma premissa ou outra fonte de incerteza na estimativa no final do perodo do relatrio, a entidade, ento, deve divulgar que razoavelmente possvel que os resulta-dos que forem diferentes da premissa possam exigir ajuste rele-vante em seu valor contbil. Em todos os casos, dever ser divul-gada a natureza e o valor contbil do ativo ou passivo especfico (ou classe de ativos ou passivos) afetado pela premissa.

    CapitalPara que os usurios consigam avaliar os objetivos, polticas e pro-cessos de gerenciamento de capital da entidade, devero ser divul-gadas as seguintes informaes: informaes qualitativas sobre os seus objetivos,polticas e processos de gesto do capital; da-dos quantitativos sintticos sobre os elementos includos na ges-to do capital; quaisquer alteraes dos elementos referidos anteri-ormente em relao ao perodo precedente; indicao do cumpri-mento ou no, durante o perodo, dos eventuais requisitos de capi-tal impostos externamente a que a entidade estiver ou esteve sujei-ta; e, caso a entidade no tenha atendido esses requisitos exter-nos de capital, as consequncias dessa no observncia.

    Uma entidade divulgar informaes sobre as premissas que fizer so-bre o futuro e outras fontes importantes de incerteza na estimativa no final do perodo de relatrio, que possuam um risco significativo de re-sultar em um ajuste relevante nos valores contbeis de ativos e passi-vos dentro do prximo exerccio financeiro. Em relao a esses ativos e passivos, as notas explicativas incluiro detalhes de: a) sua natureza; e b) seu valor contbil no final do perodo de relatrio.

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    Instrumentos financeiros com opo de venda classificados como patrimnio lquido De acordo com a IAS 1, para estes instrumentos, uma entidade divulgar (se no houve divulgao anterior):

    a)! Dados quantitativos resumidos sobre o valor classificadocomo patrimnio lquido;

    b)! Seus objetivos, polticas e processos para gerenciar a suaobrigao de recomprar ou resgatar os instrumentos, quan-do for obrigada a faz-lo pelos titulares destes instrumentos, incluindo quaisquer alteraes em relao ao perodo anteri-or;

    c)! A sada de caixa esperada por ocasio do resgate ou recom-pra dessa classe de instrumentos financeiros;

    d)! Informaes sobre como a sada de caixa esperada porocasio do resgate ou recompra foi determinada.

    Outras divulgaesConforme a IAS 1, uma entidade divulgar nas notas explicativas:

    a)! O valor de dividendos propostos ou declarados antes que asdemonstraes financeiras sejam autorizadas para emisso, porm no reconhecidos com uma distribuio aos propriet-rios, e o correspondente valor por ao;

    b)! O valor de quaisquer dividendos preferenciais acumulados no reconhecidos;

    Ainda, de acordo com a norma, caso a entidade no tenha divulga-do em nenhum outro lugar as informaes publicadas com as de-monstraes financeiras, dever divulgar: o domiclio e a natureza

    Arquivo extrado em 29/05/2012 do endereo: http://gerdau.infoinvest.com.br/ptb/5455/2011GSACompletoJC.pdf

    Veja aqui exemplo de evidenciao em Nota Explicativa de divi-dendos declarados.Para expanso do tema, consulte as notas explicativas na ntegra.

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    jurdica da entidade, seu pas de constituio e o endereo de sua sede registrada; uma descrio da natureza das operaes da enti-dade e suas principais atividades; o nome da controladora e a con-troladora final do grupo; e se tratar de uma entidade por prazo de-terminado, informaes sobre o prazo de durao.

    3.6 Transio e data de vigncia

    A IAS 1 dever ser aplicada para perodos anuais iniciados em ou aps 1 de janeiro de 2009. A aplicao antecipada permitida. No caso da entidade adotar a Norma para um perodo anterior, dever divulgar este fato.

    4. Diferenas entre a IAS 1 e o CPC 26 (R1)

    Embora o CPC 26 seja uma traduo quase literal da IAS 1, po-dem ser observadas algumas diferenas entre as duas normas de-correntes fundamentalmente de imposies legais no Brasil. Algu-mas dessas diferenas foram destacadas ao longo do texto. Abai-xo elas esto sintetizadas:

    Indicao de Leitura ComplementarConhea mais sobre o assunto consultando o

    Captulo 36 do Manual de Contabilidade Societria

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    IAS 1Demonstrao da Posio Financeira

    Componentes de outros resultados abrangentes: (a) mudanas no supervit de reava-liao (vide IAS 16 Imobilizado e IAS 38 Ativos Intangveis); (b) ganhos e perdas atuariais em planos de benefcio definido reconhecidos de acordo com pargrafo 93A da IAS 19 Benefcios a Empregados; (c) ganhos e perdas decorrentes da conver-so de demonstraes financeiras de operaes no exterior (vide IAS 21 Os Efeitos das Mudanas nas Taxas de Cmbio); (d) ganhos e perdas resultantes de investimentos em instrumentos de patrimnio mensurados ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes de acordo com o pargrafo 5.7.5 da IFRS 9 Instrumen-tos Financeiros; (e) a parcela efetiva de ganhos e perdas de instrumentos de cober-tura em uma cobertura de fluxo de caixa (vide IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensurao); e (f) para passivos especficos designados como ao valor justo por meio do resultado, o valor da mudana no valor justo que atri-buvel a mudanas no risco de crdito do passivo (vide pargrafo 5.7.7 da IFRS 9).

    Permite a utilizao de nomes diferentes nos ttulos das peas das demonstraes financeiras.

    Permite a preparao de demonstraes financeiras para perodos quebrados.

    No prescreve a ordem ou o formato para a apresentao das contas patrimoniais.

    No relaciona a DVA no conjunto completo de demonstraes financeiras.

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    CPC 26Balano Patrimonial

    Componentes de outros resultados abrangentes: (a) variaes na reserva de reavalia-o, quando permitidas legalmente (ver Pronunciamentos Tcnicos CPC 27 Ativo

    Imobilizado e CPC 04 Ativo Intangvel); (b) ganhos e perdas atuariais em planos de penso com benefcio definido reconhecidos conforme item 93A do Pronuncia-

    mento Tcnico CPC 33 Benefcios a Empregados; (c) ganhos e perdas derivados de converso de demonstraes contbeis de operaes no exterior (ver Pronuncia-mento Tcnico CPC 02 Efeitos das Mudanas nas Taxas de Cmbio e Converso

    de Demonstraes Contbeis); (d) ganhos e perdas na remensurao de ativos fi-nanceiros disponveis para venda (ver Pronunciamento Tcnico CPC 38 Instru-

    mentos Financeiros: Reconhecimento e Mensurao); e (e) parcela efetiva de ganhos ou perdas advindos de instrumentos de hedge em operao de hedge

    de fluxo de caixa (ver Pronunciamento Tcnico CPC 38).

    No Brasil obrigatria a utilizao dos ttulos definidos em Lei.

    Legalmente no permitido no Brasil preparar demonstraes financeiras em perodos quebrados.

    No Brasil deve ser respeitada a ordem legalmente instituda para a apresentao das contas patrimoniais.

    A DVA relacionada no conjunto completo de demonstraes financeiras, quando exi-gida por lei ou rgo regulador e permitida sua apresentao de forma voluntria.

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    AULA VIRTUAL 8

    Teste seu conhecimentoTempo estimado: 5 minutos

    Quiz 4: Clique aqui para realizar a atividade proposta no ambiente de aprendizagem.

    Com base no exemplo de conjunto completo de demonstraes fi-nanceiras, pedimos:

    1)! Identifique se a entidade evidenciou adequadamente os se-guintes itens: a) o conjunto completo de demonstraes financeiras;[r15] b) a base de apresentao das demonstraes contbeis; c) segregao de ativos e passivos em circulante e no circulante; d) gesto de capital; e) despesa por natureza e funo; f) reconciliao entre receita bruta e lquida; g) itens evidenciados na demonstrao de resultado abrangente; eh) relatrio da auditoria.

    2)! De acordo com o seu julgamento o conjunto completo de de-monstraes financeiras utilizado como exemplo atende finalida-de das demonstraes financeiras?

    Orientao: Reflita sobre os pontos fortes e fracos das demonstra-es financeiras analisadas. Contraste esses pontos com a norma (IAS 1 e CPC 26 (R1)). Coloque-se na posio de usurio dessas demonstraes e reflita sobre seu grau de confiana nelas.

    Atividade de DiscussoTempo estimado: 40 minutos Essa atividade ser realizada por Frum ou por Chat mas para isso necessrio se preparar previamente.

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    Bibliografia Recomendada

    CPC. Comit de Pronunciamentos Contbeis - CPC 26, de 08 de janeiro de 2010. (http://www.cpc.org.br/pdf/CPC26_R1.pdf)

    ERNST & YOUNG; FIPECAFI.Manual de Normas internacionais de con-tabilidade: IFRS versus Normas Brasileiras. 2 ed. So Paulo: Atlas, 2010. Captulo 2.

    FIPECAFI. Manual de Contabilidade Societria: aplicvel a todas as soci-edades de acordo com as Normas Internacionais e do CPC. So Paulo: Atlas, 2010.

    IASB - International Accounting Standards Board. IAS - International Ac-counting Standard n 1 -Presentation of Financial Statements.

    IBRACON. Normas Internacionais de Relatrio Financeiro: conforme emitidas at 1 de janeiro de 2011. Parte A. / Fundao IFRS. So Pau-lo: IBRACON, 2011. Norma Internacional de Contabilidade IAS 1 - Apre-sentao de Demonstrao Financeiras.

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