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IBGE: safra brasileira de grãos deve ser 0,7% menor em 2012 - Redução em relação a 2011 se deve à estiagem na região Sul

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A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar 158,7 milhões de toneladas em 2012, de acordo com a estimativa divulgada nesta quinta, dia 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Pela previsão do órgão, a produção brasileira teria queda de 0,7% em relação à de 2011, quando foram registradas 159,9 milhões de toneladas.http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2012/02/ibge-safra-brasileira-de-graos-deve-ser-0-7-menor-em-2012-3658402.html

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1 – Lavouras

1.1 – Produção Agrícola 2012 – primeiras estimativas da safra 2012, em nível nacional, em

relação à produção obtida em 2011

Dentre os vinte e seis produtos selecionados, oito apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (1,5%),café em grão - ARÁBICA (13,5%),café em grão - CANEPHORA (3,1%), cana-de-açúcar (8,8%), feijão em grão 2ª safra (16,2%), mamona em baga (34,2%), milho em grão 1ª safra (0,2%), milho em grão 2ª safra (29,1%). Com variação negativa são dezoito produtos: amendoim em casca 1ª safra (8,4%), amendoim em casca 2ª safra (0,6%), arroz em casca (14,9%), aveia em grão (10,8%), batata-inglesa 1ª safra (9,1%), batata-inglesa 2ª safra (11,4%), batata-inglesa 3ª safra (2,0%), cacau em amêndoa (6,2%), cebola (3,6%), cevada em grão (13,3%), feijão em grão 1ª safra (9,0%) feijão em grão 3ª safra (5,7%), laranja (8,3%), mandioca (1,5%) , soja em grão (6,4%), sorgo em grão (7,7%), trigo em grão (11,0%) e triticale em grão (2,6%).

Cumpre registrar que para os cultivos de segunda e terceira safras de alguns produtos e para as culturas de inverno (trigo, aveia, centeio, cevada e triticale) que, devido ao calendário agrícola, não permitem que se tenha ainda uma avaliação da produção, os dados correspondem às projeções obtidas a partir das informações ocorridas em anos anteriores.

Variação percentual da produção - comparação 2012 / 2011 - BRASIL

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1.2 – Produção de cereais, leguminosas e oleaginosas – primeiras estimativas da safra 2012, em nível nacional, em relação à produção obtida em 2011

Nesta primeira avaliação da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, estima-se uma produção da ordem de 158,7 milhões de toneladas1, inferior em 0,7% à obtida em 2011 (159,9 milhões de toneladas), e também 1,0% inferior ao último prognóstico (160,3 milhões de toneladas). Esta redução deve-se principalmente à estiagem ocorrida na região Sul. A área a ser colhida em 2012, de 50,6 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 4,0% frente à área colhida em 2011. As três principais culturas, que somadas representam 90,7% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, o arroz, o milho e a soja, respondem por 83,0% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior o arroz apresenta uma redução de 9,2% enquanto o milho e a soja apresentam variações positivas de 12,3% e 2,5%,respectivamente. No que se refere à produção, o arroz e a soja apresentam, nessa ordem, decréscimos de 14,9% e 6,4%, enquanto que o milho acréscimo de 11,4%.

Vale destacar que, considerando apenas os produtos da safra de verão2, a produção prevista, para esse grupo de grãos, de 121,1 milhões de toneladas é inferior em 5,3% à registrada para esse mesmo conjunto em 2011 (127,9 milhões de toneladas). Essa redução se deve principalmente à estiagem ocorrida na região Sul.

1Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, leguminosas e oleaginosas, ora divulgados, foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.

2 Produtos de verão: Algodão herbáceo (caroço de algodão), amendoim 1ª safra (em casca), arroz (em casca), feijão 1ª safra, mamona (baga), milho 1ª safra (em grão) e soja (em grão)

Variação absoluta da produção - comparação 2012 / 2011 - BRASIL

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Cana-de-açúcar - diferença absoluta +55.998.380 t

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Entre as Grandes Regiões, esse volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresenta a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 60,8 milhões de toneladas; Região Sul, 59,0 milhões de toneladas; Sudeste, 18,1 milhões de toneladas; Nordeste, 16,5 milhões de toneladas e Norte, 4,3 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, são constatados incrementos nas Regiões Nordeste, 12,0%, Sudeste, 5,4% e Centro-Oeste, 8,5% e decréscimos na Região Norte, 0,6% e Sul, 12,7%.

Observa-se, na figura a seguir, que o Mato Grosso, nessa primeira avaliação para 2012, lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 22,2%, seguido pelo Paraná, com 19,6% e Rio Grande do Sul, com 13,4%, estados que somados representam 55,2% do total nacional.

Cereais, leguminosas e oleaginosasÁrea e Produção - Brasil

1980 a 2012

0

20.000.000

40.000.000

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1980

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2010

2011

2012

Produção (t)

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+4,0%

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Cereais, leguminosas e oleaginosasParticipação na produção nacional

Segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação

2012

19,6

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7,4

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% Norte2,7%

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Sudeste11,4%

Sul37,2%

Centro-Oeste38,3%

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1.3 – Comentários específicos – Safra 2012 em relação a safra 2011

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) - A primeira estimativa de algodão herbáceo para 2012 é da ordem de 5,1 milhões de toneladas, contra 5,0 milhões de toneladas obtidas em 2011, indicando um incremento de 1,5%. Este levantamento mantem a tendência informada no último prognóstico. Destaca-se que o Mato Grosso continua sendo o principal produtor, com 50,0% da produção nacional, apesar de ter sua área de plantio reduzida em 3,7% nesta safra. A área prevista é de 692.866 ha sendo que, nesse Estado, os plantios estendem-se até fevereiro. No momento, caso se confirme o rendimento médio previsto de 3.703 kg/ha, a produção esperada de 2.565.593 t, para o Mato Grosso, suplantará em apenas 1,0% a produção de 2011. A Bahia, segundo produtor nacional, teve crescimento de 3,6% na área e redução de 0,6% na produção. Os estados que tiveram aumento expressivo de área foram Piauí (25,4%), Pernambuco (27,2%) e São Paulo (58,0%). O estado da Paraíba apesar de apresentar um aumento na área de 29,9% teve uma queda no rendimento médio de 54,7%, influenciando a diminuição da produção em 40,8%.

AMENDOIM (em casca) 1ª safra- Para o amendoim, a área a ser colhida, no conjunto dos estados informantes, é de 79.627 ha, maior 4,2% que a área colhida na safra anterior. A produção esperada é de 237.547 t, 8,4% inferior à quantidade colhida na safra 2011, que totalizou 259.341 t. São Paulo, maior produtor nacional, apesar de apresentar 8,2% de aumento de área (65.998ha), teve sua produção reduzida em 7,7% (207.762 t). A cultura embora apresente avanços tecnológicos, no que diz respeito a variedades e mecanização da colheita, ainda não alcançou níveis semelhantes ao de outras importantes culturas no País. A utilização de áreas de renovação de cana-de-açúcar para plantio do amendoim é importante e muitas vezes o cultivo da leguminosa fica na dependência da disponibilidade de áreas de cana, erradicadas após 5 anos de colheitas sucessivas, o que pode não acontecer, dependendo de condições de mercado e custos de produção, principalmente. A queda no rendimento da cultura pode estar associada à ausência de tratos culturais, já que o preço atual do produto não estimula o investimento em tecnologia.

ARROZ (em casca) - No que se refere à cultura do arroz, neste primeiro levantamento de 2012, a produção esperada de 11,4 milhões de toneladas é 14,9% inferior à registrada em

1,0

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MT BA GO MS MG PI SP MA CE PR RN PB PE AL

2011 2012

Algodão herbáceo (em caroço)Produção (t)Variação %

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2011 (13,4 milhões de t). Essa avaliação praticamente mantém o quadro previsto no terceiro prognóstico, realizado em dezembro, que era de uma produção de 11,9 milhões de toneladas. A diminuição se deve, notadamente ao Rio Grande do Sul, principal produtor, com 64,4% de participação na produção nacional, que nessa avaliação registra uma diminuição de 17,6% na produção esperada e 10,1% na área plantada em relação a 2011. Essa nova avaliação confirma a tendência de queda na área plantada, agora avaliada em 1,1 milhão hectares, como consequência dos baixos preços do produto e da falta de água nas barragens em algumas regiões do Estado. Parte das áreas cultivadas com arroz para a safra de 2011 foi ocupada com milho e, especialmente, com soja. O Prolongamento da estiagem poderá trazer prejuízos que serão avaliados futuramente.

FEIJÃO (em grão) 1ª safra - Para o feijão 1ª safra, aguarda-se para 2012 uma produção de cerca de 1,8 milhões de toneladas, menor em 9,0% que a produção obtida em 2011. Registra-se uma área plantada de 2,2 milhões de hectares, menor 8,4% que a de 2011. Os baixos preços praticados, ao longo da última safra, e o fato de outros produtos como a soja e o milho apresentarem maiores perspectivas de rentabilidade são apontados como principais motivos que desestimularam o plantio. Além desses fatores, no Paraná, maior produtor, participando com 18,9% da produção prevista para o País, a área a ser colhida de 246.131 ha e a produção esperada de 344.235 t, são menores que as registradas na safra das águas de 2011 em 28,5% e 35,5%, respectivamente, este fato também é decorrente da perda de área para o milho e a soja. A diminuição no rendimento médio ocorreu como consequência das baixas temperaturas noturnas verificadas nos meses de novembro e dezembro e também da estiagem.

-17,6

6,1 -4,9

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Arroz (em casca)Produção (t)Variação %

Part. Prod.>1%

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MILHO (em grão) 1ª safra - Aguarda-se para o milho 1ª safra uma produção de 34,2 milhões de toneladas, superior em apenas 0,2% à observada em 2011. Apesar de haver um aumento de 7,8% na área plantada, houve diminuição no rendimento médio de 8,7% em relação ao ano anterior, o que proporcionou estabilidade na produção. O quadro favorável, em relação ao incremento de área, é reflexo da recuperação dos preços do produto, o que se consolidou ao longo do ano de 2011, fazendo com que muitos produtores optassem por esse cultivo de verão, em detrimento de outras culturas. Na região Sul, maior produtora, a área plantada de 2,7 milhões de hectares é superior em 10,6% à de 2011 e a produção esperada de 13,1 milhões de toneladas, comparativamente ao mesmo ano, é inferior em 15,3%. O Paraná mostra expressivo aumento na área plantada (22,0%), mas apresenta uma redução no rendimento médio de 18,8% causado pela estiagem ocorrida nos meses de dezembro e janeiro. Isso faz com que a produção esperada de 6,0 milhões de toneladas não varie muito em relação a 2011, ficando 1% inferior. Minas Gerais, que pelo segundo ano é o maior estado produtor de milho 1ª safra, teve um aumento de área de 7,1%, com uma produção estimada em 7,1 milhões de toneladas que é 14,0% maior que o ano anterior.

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0

100.000

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2011 2012

Feijão (em grão) TotalProdução (t)Variação %

Part. Prod.>1%

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MILHO (em grão) 2ª safra – A produção do milho 2ª safra deve alcançar 28,3 milhões de toneladas, o que representa 29,1% a mais que a produção do ano anterior. A área plantada e o rendimento médio também tiveram aumento de 11,1% de 11,5%, respectivamente. Este aumento deve-se principalmente aos estados de Mato Grosso e Paraná, primeiro e segundo maiores produtores de milho 2ª safra, que tiveram sua produção aumentada 36,8% e 55,3%, respectivamente, em relação à safra de 2011. Cabe ressaltar que este ano o plantio do milho 2ª safra está sendo antecipado nestes estados, isto acontece porque o clima favoreceu o plantio da soja também um pouco antecipado, liberando assim as áreas para o plantio do milho safrinha mais cedo.

36,8

55,3

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1.000.000

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2011 2012

Milho (em grão) 2ª safraProdução (t)Variação %

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2011 2012

Milho (em grão) 1ª safraProdução (t)Variação %

Part. Prod.>1%

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SOJA (em grão) - Para a soja em 2012, a produção esperada de 70,0 milhões de toneladas apresenta variação negativa de 6,4% em comparação ao total obtido em 2011. A área a ser colhida aponta um crescimento de 2,5%, enquanto que o rendimento médio esperado registra um decréscimo de 8,7%, sendo respectivamente, 24,7 milhões de hectares e 2.841 kg/ha. No que se refere ao rendimento médio, a queda reflete as condições climáticas desfavoráveis ocorridas na região Sul, como a estiagem verificada nos meses de dezembro e janeiro. Esta Região registrou uma diminuição nessa variável de 24,5%. O Rio Grande do Sul que no momento ocupa a terceira colocação na produção nacional, apresenta uma expressiva queda na produtividade(30,8%) o que acarreta uma diminuição na produção de 28,9%. No Paraná a cultura também apresenta problemas da mesma ordem registrando um declínio da produção e do rendimento médio da ordem de 24,4% e 21,1% respectivamente. Santa Catarina também contribuiu para esta diminuição da produção, teve uma redução de 2,1% da área a ser colhida, de 4,2% no rendimento médio e de 6,2% na produção que aponta para 1,4 milhão de toneladas. No Mato Grosso, maior produtor, a área a ser colhida de 6,9 milhões de hectares é superior em 7,4% à de 2011 o mesmo ocorrendo com a produção esperada de 22,0 milhões de toneladas que cresce 5,9%. Vale ressaltar que a produtividade sofreu uma queda de 1,4% decorrente do excesso de chuvas que favoreceu a proliferação de doenças.

Além dos grãos já mencionados, são relatados, a seguir, as ocorrências de alguns produtos que fazem parte do elenco da conjuntura.

Batata-inglesa (1ª safra)Para a batata-inglesa 1ª safra, a área destinada à colheita de 65.579 hectares é

menor 8,5% que a colhida na safra correspondente de 2011. Caso se confirme o rendimento médio previsto de 24.218 kg/ha a produção estimada poderá alcançar 1.588.184 toneladas, decrescendo 9,1% frente à safra de mesmo período em 2011. Minas Gerais é a principal Unidade da Federação produtora desta primeira safra (511.823 t), que representa 32,2% do volume de produção nacional. Neste estado os preços praticados em 2011 ficaram abaixo dos registrados no ano anterior o que pode ter desestimulado os produtores. Vale ressaltar que não foi confirmado o plantio previsto na projeção em diversos municípios do sul do estado, principalmente em torno de Pouso Alegre. Destacam-se ainda como grandes produtores os estados do Paraná , Rio Grande do Sul e São Paulo com respectivamente

5,9

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4

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24.000.000

M T PR RS GO MS BA MG M A SP SC PI TO RO PA DF

2011 2012

Soja (em grão)Produção (t)Variação %

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27,5%, 19,2%, 15,1% do volume nacional.

Café (em grão) A partir deste mês o IBGE passa a publicar separadamente as duas espécies de café

economicamente cultivadas no País, o arábica e o canephora, este último recebendo nomes de vários materiais genéticos mais utilizados, de acordo com o estado produtor. Assim, esta espécie pode ser conhecida por conilon, robusta, robustão, vitória, entre as nomenclaturas mais conhecidas. O tratamento, para efeito de fins estatísticos e comentários técnicos será o de café canephora (Coffea canephora Pierre ex Froenher).

De acordo com o levantamento realizado em janeiro, a safra nacional de café, considerando as duas espécies em conjunto, está inicialmente prevista em 2.957.597 t ou 49,3 milhões de sacas de 60 kg. O crescimento da produção frente à safra colhida em 2011 está estimado em 10,8%, embora a área de colheita deva decrescer 0,4%, estando previstos 2.100.999 ha. A área total ocupada com as duas espécies é de 2.300.186 ha, sendo 4,1% maior que a área em 2011, representando quase 100.000 ha a mais, possivelmente já refletindo novos plantios que ocorreram por conta da recuperação dos preços do produto verificados em 2010.

As florações para a safra 2012, aconteceram de forma normal para as duas espécies e, a partir de outubro de 2011, as chuvas tiveram intensidade satisfatória na maioria das regiões cafeeiras, suficiente para manter os chumbinhos e promover até agora, no mês de janeiro, seu crescimento e “enchimento” .

O acréscimo observado no rendimento médio, de 11,2%, consideradas o arábica e o canephora em conjunto, pode ser creditada também à particularidade que apresenta o café, especialmente o arábica, de alternar anos de altas e baixas produtividades, embora seja possível afirmar que esta natural manifestação fisiológica está progressivamente tornando-se de mais difícil percepção uma vez que práticas agrícolas como adensamento das plantas, “stress hídrico” induzido, irrigação e podas bem conduzidas, tem colaborado para minimizar a percepção da bianualidade fazendo com que, cada vez mais, diminuam as diferenças entre anos de “alta” e “baixa” produtividades. Contudo, é importante ressaltar que não é o fenômeno fisiológico que está se modificando, mas sim, a sua evidenciação.

Com referência ao café arábica (em grão), o País deverá produzir, em 2012, 2.238.857 t, equivalentes a 37,3 milhões de sacas de 60 kg, 13,5% a mais que em 2011, sendo que o rendimento médio, característico de um ano de “alta”, deverá aumentar 14,0% frente ao ano passado. Embora a área a ser colhida apresente decréscimo de 0,5%, a área total ocupada com café arábica no País deve aumentar 7,7%, representando 125.137 ha de novos plantios, evidenciando o bom momento que a cafeicultura experimenta. O café arábica representa 75,7% de todo café cultivado no Brasil.

Em Minas Gerais, maior produtor nacional de arábica, dependendo da região, ocorreram duas ou mais floradas. Os bons níveis de chuvas a partir de outubro até o presente momento estão refletindo positivamente nas previsões da safra de 2012, sendo esperada uma produção de 1.544.395 t (25,7 milhões de sacas), 17,2% a mais que 2011. A área total cultivada no Estado é de 1.162.555 ha, 15,1% superior a 2011, enquanto a área a ser colhida está inicialmente estimada em 1.015.543 ha, apenas 0,5% superior à área colhida em 2011. O rendimento médio esperado é de 1.521 kg/ha, sendo 16,6% maior que na safra de 2011. O estado de Minas Gerais produz 69,0% de todo o arábica brasileiro.

Page 10: IBGE: safra brasileira de grãos deve ser 0,7% menor em 2012 - Redução em relação a 2011 se deve à estiagem na região Sul

Além de ser um ano de “safra cheia”, as excepcionais condições do mercado em 2011 estimularam produtores que investiram na cultura, gerando aumento na produção em praticamente todas as regiões do Estado. Embora as chuvas tenham sido abundantes a partir de outubro, pelo menos até o momento, não se tem notícias que elas tenham comprometido o desenvolvimento das lavouras. Apesar disso, os custos com tratamentos contra doenças fúngicas, bacterianas e plantas invasoras devem aumentar.

São Paulo, 2º maior produtor de arábica, deverá produzir 232.904 t (3,9 milhões de sacas) em 2012, um aumento de 17,1%, frente ao ano passado, um acréscimo de 14,3% no rendimento, também compatíveis com um ano de “alta”.

No que se refere ao café canephora (em grão) o País deverá produzir 718.740 t (12,0 milhões de sacas). Este café representa 24,3% do total produzido no Brasil. A espécie apresenta grande importância para o mercado interno e exportação e embora seja utilizado como bebida pura em alguns países do oriente médio, é na formação de “blends” com o café arábica que o canephora revela seus grandes atributos, conferindo corpo e cor à bebida, estando esta combinação consagrada em todos os continentes.

O Espírito Santo participa com 75,4% da produção nacional desta espécie. Em 2012, o Estado deverá colher 297.233 ha e produzir 541.717 t (9,0 milhões de sacas), registrando um aumento de 3,1% frente à safra de 2011.

Em Rondônia, segundo maior produtor da espécie, a safra está inicialmente estimada em 98.407 t (1,6 milhões de sacas), 5,2% a mais que em 2011.

A figura a seguir apresenta a variação ocorrida na produção de café em relação ao ano de 2011.

Mandioca (raízes) A produção nacional de mandioca para 2011, sem discriminação do destino da produção

de raízes na coleta de dados, esta avaliada em 25,7 milhões de toneladas mostrando um recuo de 1,5% em relação à última safra. A área a ser colhida de 1,8 milhões de hectares mantêm-se inalterada, enquanto verifica-se uma variação negativa de 1,4% no rendimento previsto de 14.683 kg/ha, em relação à safra de 2011. Os principais estados produtores são Pará (17,9%), Paraná (16,0%) e Bahia (13,2%).

17,0

4,0

17,1

-4,8

0,0 5,29,2 -0

,43,5 3,5 -1

,38,6 5,3 5,1 -2

3,6

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1.600.000

1.800.000

MG ES SP BA PR RO GO RJ PA MT CE PE MS AC DF

2011 2012

Café (em grão) TotalProdução (t)Variação %