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ENUNCIAÇÕES CORPÓREAS: REPRESENTAÇÕES DE NUS FEMININOS E MASCULINOS SOB A PERSPECTIVA DE GÊNERO. Aluna: Ana Paula Aguiar Clemente PIBIC/UFPR-TN Orientadora: Stephanie Dahn batista Esta pesquisa busca investigar as inscrições históricas e culturais que se aplicam nas representações do corpo como objeto de arte, focado mais precisamente nas questões de gênero. Nosso olhar é direcionado a estudos e obras de arte bidimensionais que contenham corpos nus, dos acervos públicos do MON e MAC, no recorte temporal que vai do ínicio do século XX até a década de 70. O interesse central é identificar através da análise corpórea como as relações de poder são construídas no campo imagético e de que forma estas construções discursivas se infiltram na arte. A pesquisa iniciou com o levantamento das obras no sistema DONATO. Nessa etapa foi realizada a catalogação dos estudos/obras encontrados, organizados por artista, título, linguagem, técnica etc. Na sequência foi apurada a localização das obras no espaço físico de museu. Simultaneamente acontecia o aprofundamento dos conceitos de gênero e corpo como objeto de análise histórica. Foram encontrados 133 nus, de 26 artistas. A maioria das representações são estudos, que podem ser separados em estudos anatômicos (investigam a postura, membros, formas do corpo) e os estudos livres (normalmente buscam trazer uma sensação de movimento para o desenho). As gravuras geralmente definem o corpo ou pela linha ou por abrir “espaços de luz” na imagem. Nas pinturas, vários artistas dão um tratamento pictórico direcionado ao corpo, neste caso a pele. Os corpos nus encontrados são em sua grande maioria de mulheres, porém não é possível encontrar um padrão para as representações. Nos estudos anatômicos alguns corpos masculinos, mas nenhum deles possui o órgão sexual representado. No que diz respeito as obras de arte finalizadas não encontramos nem uma única representação que contenha apenas o corpo masculino. Este quando aparece está acompanhado de uma mulher. Esta representação exaustiva somente do corpo feminino nos mostra que o pensamento do século XX ainda está carregado com alguns ideais renascentistas, onde o homem possui o lugar de criador e a mulher de criação. Notamos que o binarismo de gênero ainda está muito infiltrado nas representações corpóreas do início deste século, porém com o decorrer das décadas os artistas começam a questionar estas posições dos homens e mulheres. Agora lançando um novo olhar para o corpo nu, BUTLER, Judith. Problemas de gênero: Feminismo e subversão de identidade. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

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ENUNCIAÇÕES CORPÓREAS: REPRESENTAÇÕES DE NUS FEMININOS E MASCULINOS SOB A PERSPECTIVA DE GÊNERO. Aluna: Ana Paula Aguiar Clemente PIBIC/UFPR-TN Orientadora: Stephanie Dahn batista. - PowerPoint PPT Presentation

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ENUNCIAÇÕES CORPÓREAS: REPRESENTAÇÕES DE NUS FEMININOS E MASCULINOS SOB A PERSPECTIVA DE GÊNERO. Aluna: Ana Paula Aguiar ClementePIBIC/UFPR-TNOrientadora: Stephanie Dahn batista

Esta pesquisa busca investigar as inscrições históricas e culturais que se aplicam nas representações do corpo como objeto de arte, focado mais precisamente nas questões de gênero. Nosso olhar é direcionado a estudos e obras de arte bidimensionais que contenham corpos nus, dos acervos públicos do MON e MAC, no recorte temporal que vai do ínicio do século XX até a década de 70. O interesse central é identificar através da análise corpórea como as relações de poder são construídas no campo imagético e de que forma estas construções discursivas se infiltram na arte.

A pesquisa iniciou com o levantamento das obras no sistema DONATO. Nessa etapa foi realizada a catalogação dos estudos/obras encontrados, organizados por artista, título, linguagem, técnica etc. Na sequência foi apurada a localização das obras no espaço físico de museu. Simultaneamente acontecia o aprofundamento dos conceitos de gênero e corpo como objeto de análise histórica.

Foram encontrados 133 nus, de 26 artistas. A maioria das representações são estudos, que podem ser separados em estudos anatômicos (investigam a postura, membros, formas do corpo) e os estudos livres (normalmente buscam trazer uma sensação de movimento para o desenho). As gravuras geralmente definem o corpo ou pela linha ou por abrir “espaços de luz” na imagem. Nas pinturas, vários artistas dão um tratamento pictórico direcionado ao corpo, neste caso a pele. Os corpos nus encontrados são em sua grande maioria de mulheres, porém não é possível encontrar um padrão para as representações. Nos estudos anatômicos há alguns corpos masculinos, mas nenhum deles possui o órgão sexual representado. No que diz respeito as obras de arte finalizadas não encontramos nem uma única representação que contenha apenas o corpo masculino. Este quando aparece está acompanhado de uma mulher.

Esta representação exaustiva somente do corpo feminino nos mostra que o pensamento do século XX ainda está carregado com alguns ideais renascentistas, onde o homem possui o lugar de criador e a mulher de criação. Notamos que o binarismo de gênero ainda está muito infiltrado nas representações corpóreas do início deste século, porém com o decorrer das décadas os artistas começam a questionar estas posições dos homens e mulheres. Agora lançando um novo olhar para o corpo nu, carregado de dúvidas.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: Feminismo e subversão de identidade. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.