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Oportuna e louvável a iniciava da Operação Amazônia Nava (OPAN) de publicar o estudo e diagnósco sobreo ICMS Ecológico, de au- toria de Adriana Werneck Regina, intulado “ICMS Ecológico – oportunidades para o de- senvolvimento municipal em Mato Grosso”, pois mostra a importância dessa legislação e suas limitações, parcularmente com respei- to ao entendimento, parcipação e benecios diretos aos municípios. Da importância, vale registrar que no primei- ro exercício do ICMS Ecológico, ano de 2002 – embora a Lei Complementar nº 73, de mi- nha autoria como Deputado Estadual, seja de 2000 – o estado de Mato Grosso liderava o ranking do desmatamento com 7.892 km2 para um total de 21.651 km2 na Amazônia Legal. Isso exigia, assim, um conjunto de ini- ciavas para evitar tamanha destruição da biodiversidade, dentre as quais a criação de novas Unidades de Conservação, bem como a defesa das angas, além do reconhecimento, demarcação e respeito à integridade das Ter- ras Indígenas. Felizmente, as iniciavas governamentais e da sociedade conseguiram reduzir o total de desmatamento na Amazônia Legal para 5.843 km2 e o do estado de Mato Grosso para 1.149 km2 em 2014, embora ainda elevados para as nossas ambições de um desenvolvimento sustentável para a região. Para alcançar esta redução de desmatamento, certamente in- fluenciou o incremento de 2,8% para 4,6% da parcipação da área total das Unidades de Conservação na supercie do estado e do in- cremento de 13,6% para 15,2% da área total das Terras Indígenas até final de 2010, o que era e é um dos objevos do ICMS Ecológico. Os benecios ambientais e culturais decor- rentes são usufruídos igualmente por toda a sociedade, e, porque não dizer, por toda a humanidade, enquanto os ganhos fiscais se limitam aos municípios que sediam Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Recente- mente o jornal Folha de S. Paulo, de 24 de julho de 2014, p. C3, divulgou um estudo de organi- zações internacionais que afirma que as terras indígenas e de comunidades tradicionais de todo o mundo protegem mais as florestas do que as terras fora delas – com destaque para as da Amazônia Legal, que contém 47% do total de carbono armazenado em todas as terras indíge- nas e comunidades tradicionais do mundo. Penso que o ICMS Ecológico não deve ser en- tendido como compensação e deve ser valori- zado como uma políca pública de defesa da biodiversidade e de respeito às terras e comu- nidades, em benecio de todos. Gilney Viana Brasília, agosto de 2014. ICMS ECOLÓGICO - OPORTUNIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL EM MATO GROSSO OPAN - OPERAÇÃO AMAZÔNIA NATIVA

ICMS Ecológico

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Oportunidades para o desenvolvimento municipal em Mato Grosso

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Page 1: ICMS Ecológico

Oportuna e louvável a iniciativa da Operação Amazônia Nativa (OPAN) de publicar o estudo e diagnóstico sobreo ICMS Ecológico, de au-toria de Adriana Werneck Regina, intitulado “ICMS Ecológico – oportunidades para o de-senvolvimento municipal em Mato Grosso”, pois mostra a importância dessa legislação e suas limitações, particularmente com respei-to ao entendimento, participação e benefícios diretos aos municípios.

Da importância, vale registrar que no primei-ro exercício do ICMS Ecológico, ano de 2002 – embora a Lei Complementar nº 73, de mi-nha autoria como Deputado Estadual, seja de 2000 – o estado de Mato Grosso liderava o ranking do desmatamento com 7.892 km2 para um total de 21.651 km2 na Amazônia Legal. Isso exigia, assim, um conjunto de ini-ciativas para evitar tamanha destruição da biodiversidade, dentre as quais a criação de novas Unidades de Conservação, bem como a defesa das antigas, além do reconhecimento, demarcação e respeito à integridade das Ter-ras Indígenas.

Felizmente, as iniciativas governamentais e da sociedade conseguiram reduzir o total de desmatamento na Amazônia Legal para 5.843 km2 e o do estado de Mato Grosso para 1.149 km2 em 2014, embora ainda elevados para as nossas ambições de um desenvolvimento sustentável para a região. Para alcançar esta redução de desmatamento, certamente in-fluenciou o incremento de 2,8% para 4,6% da participação da área total das Unidades de Conservação na superfície do estado e do in-cremento de 13,6% para 15,2% da área total das Terras Indígenas até final de 2010, o que era e é um dos objetivos do ICMS Ecológico.

Os benefícios ambientais e culturais decor-rentes são usufruídos igualmente por toda a sociedade, e, porque não dizer, por toda a humanidade, enquanto os ganhos fiscais se limitam aos municípios que sediam Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Recente-mente o jornal Folha de S. Paulo, de 24 de julho de 2014, p. C3, divulgou um estudo de organi-zações internacionais que afirma que as terras indígenas e de comunidades tradicionais de todo o mundo protegem mais as florestas do que as terras fora delas – com destaque para as da Amazônia Legal, que contém 47% do total de carbono armazenado em todas as terras indíge-nas e comunidades tradicionais do mundo.

Penso que o ICMS Ecológico não deve ser en-tendido como compensação e deve ser valori-zado como uma política pública de defesa da biodiversidade e de respeito às terras e comu-nidades, em benefício de todos.

Gilney Viana

Brasília, agosto de 2014.

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