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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA P/ ICMS-RJ PROFESSOR: ALUISIO NETO 1 www.pontodosconcursos.com.br AULA 10 Lei complementar federal nº 123/06 Parcelamento de Créditos Processo Administrativo Tributário (Parte 1) Olá, caro amigo e aluno! Chegamos à penúltima aula do nosso curso sobre a Legislação Tributária do Estado do Rio de Janeiro. Em breve também chegarão os dias das provas, marcadas para os dias 17 e 21 de abril. Antes de tudo, gostaria de informá-los que pretendo elaborar um simulado abordando o conteúdo visto no nosso curso, no qual pretendo ajudá-lo ainda mais com a fixação do conteúdo apresentado. Espero que sejam úteis a você, bem como o material presente nas onze aulas. Nessa décima aula trataremos de três temas. São eles: SIMPLES NACIONAL; Parcelamento de Créditos; Processo Administrativo Tributário (Parte 1). Dos três itens acima, sem sombra de dúvida, o mais importante é o que trata do Processo Administrativo Tributário (PAT), o qual é tema de diversas questões de provas passadas realizadas pela FGV. Nos últimos quatro certames realizados pela banca, 30 questões, das 160 totais, versaram diretamente sobre o PAT. Assim, conhecer bem o PAT é de extrema importância para conseguir importantes pontos para a sua aprovação nesse certame que se anuncia, caro amigo e aluno.

ICMS RJ Legislacao Aluisio Neto Aula 10

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    AULA 10

    Lei complementar federal n 123/06 Parcelamento de Crditos

    Processo Administrativo Tributrio (Parte 1)

    Ol, caro amigo e aluno!

    Chegamos penltima aula do nosso curso sobre a Legislao Tributria do Estado do Rio de Janeiro. Em breve tambm chegaro os dias das provas, marcadas para os dias 17 e 21 de abril.

    Antes de tudo, gostaria de inform-los que pretendo elaborar um simulado abordando o contedo visto no nosso curso, no qual pretendo ajud-lo ainda mais com a fixao do contedo apresentado. Espero que sejam teis a voc, bem como o material presente nas onze aulas.

    Nessa dcima aula trataremos de trs temas. So eles:

    SIMPLES NACIONAL; Parcelamento de Crditos; Processo Administrativo Tributrio (Parte 1). Dos trs itens acima, sem sombra de dvida, o mais importante

    o que trata do Processo Administrativo Tributrio (PAT), o qual tema de diversas questes de provas passadas realizadas pela FGV. Nos ltimos quatro certames realizados pela banca, 30 questes, das 160 totais, versaram diretamente sobre o PAT.

    Assim, conhecer bem o PAT de extrema importncia para conseguir importantes pontos para a sua aprovao nesse certame que se anuncia, caro amigo e aluno.

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    Devido ao seu tamanho e importncia, resolvi divid-lo em duas partes. Nessa aula trataremos dos seguintes temas:

    Introduo Postulantes Peties Atos e Termos Processuais Prazos Prova Comunicao dos Atos Informao Fundamentada Suspenso do Processo Nulidades Na aula seguinte, e ltima do curso, trataremos dos demais

    temas relativos ao PAT, entre eles o procedimento de ofcio, as instncias administrativas e o processo de consulta.

    Grande abrao! E bons estudos!

    Vamos aula!

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    Lei Complementar Federal n 123/06

    A lei complementar federal n 123, de 14 de dezembro de 2006, primeiro item da nossa aula, veio regular o que determina a alnea d do inciso III do artigo 145 da CF/88, estabelecendo normas geraisrelativas ao tratamento favorecido e diferenciado a ser dispensado s microempresas e s empresas de pequeno porte, no mbito dos trs esferas da Federao: Unio, Estado e DF e Municpios. Essa a lei que institui o famoso SIMPLES nacional, bem como o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de pequeno porte.

    O artigo constitucional acima citado possui o seguinte texto: Art. 146. Cabe lei complementar: ................. d) definio de tratamento diferenciado e favorecido para as mi-croempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive re-gimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuies previstas no art. 195, I e 12 e 13, e da contribuio a que se refere o art. 239. (Grifos nosso)

    A LC n 123/06 trata de diversos temas relativos ao tratamento a ser dispensado a esse dois tipos empresas, entre eles esto a facilitao das obrigaes tributrias e trabalhistas a serem cumpridas pelas empresas, o regime unificado de pagamento de impostos e contribuies, o acesso favorecido a crditos e a mercados, entre outros temas.

    Entretanto, nesse item da aula trataremos apenas das disposi-es mais importantes da LC n 123/06, em especial aquelas rela-cionadas aos tributos estaduais e s atividades de fiscalizao dos contribuintes pelos rgos fazendrios.

    O estudo completo de todos os itens da LC n 123/06, alm de desnecessrio disciplina da Legislao Tributria do Estado do Rio de Janeiro, pode ser muito melhor desenvolvido num curso de es-pecfico de direito comercial, no qual os vrios pontos pertinentes matria podero ser mais bem tratados e desenvolvidos, e por especialistas no assunto.

    Assim, repito, trataremos apenas dos temas ligados legislao tributria, bem como aqueles que considero ser imprescindveis

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    para o bom entendimento do assunto proposto e para uma boa resoluo das questes cobradas pela FGV sobre o assunto.

    Sendo assim, vamos em frente!

    Iniciaremos nosso estudo com os trs incisos do artigo 1 da LC n 123/06, que estabelece alguns dos pontos relativos ao tratamento favorecido e facilitado a ser dispensado s micro e pequenas empresas enquadradas no SIMPLES nacional. So eles:

    I - apurao e recolhimento dos impostos e contribuies da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, mediante regime nico de arrecadao, inclusive obrigaes acessrias; II - ao cumprimento de obrigaes trabalhistas e previdencirias, inclusive obrigaes acessrias; III - ao acesso a crdito e ao mercado, inclusive quanto preferncia nas aquisies de bens e servios pelos Poderes Pblicos, tecnologia, ao associativismo e s regras de incluso. (Grifos nosso)

    O principal ponto relativo ao nosso curso esta presente no inciso I, sobre a definio de um Regime nico de arrecadao, inclusive quanto s obrigaes acessrias dos contribuintes por ele beneficiados.

    Antes de falarmos desse Regime, vamos ver as disposies gerais relativas aos dois tipos de empresas abrangidas pelos dispositivos da lei: as microempresas e as empresas de pequeno porte. A definio do que vem a ser uma ou outra est presente nos dois incisos do artigo 3 da LC n 123/06, que assim dispe em seu texto:

    Art. 3o Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresria, a sociedade simples e o empresrio a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurdicas, conforme o caso, desde que: I - no caso das microempresas, o empresrio, a pessoa jurdica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendrio, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); II - no caso das empresas de pequeno porte, o empresrio, a pessoa jurdica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendrio, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhes e quatrocentos mil reais).

    Com os dados, podemos montar o seguinte esquema:

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    Por receita bruta, temos o produto da venda de bens e servios nas operaes de conta prpria, o preo dos servios prestados e o resultado nas operaes em conta alheia, no includas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.

    Entretanto, nem todas as empresas que possuam os limites de receita bruta previstos nos incisos do artigo 3 podero se beneficiar do regime. O 3 do artigo 3 da LC traz os casos em que a concesso do regime pessoa jurdica no permitida. So eles:

    de cujo capital participe outra pessoa jurdica; que seja filial, sucursal, agncia ou representao, no Pas,

    de pessoa jurdica com sede no exterior;

    de cujo capital participe pessoa fsica que seja inscritacomo empresrio ou seja scia de outra empresa que receba tratamento jurdico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 2.400.00,00;

    cujo titular ou scio participe com mais de 10% do capital de outra empresa no beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 2.400.00,00;

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    cujo scio ou titular seja administrador ou equiparadode outra pessoa jurdica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 2.400.00,00;

    constituda sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;

    que participe do capital de outra pessoa jurdica; que exera atividade de banco comercial, de investimentos

    e de desenvolvimento, de caixa econmica, de sociedade de crdito, financiamento e investimento ou de crdito imobilirio, de corretora ou de distribuidora de ttulos, valores mobilirios e cmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalizao ou de previdncia complementar;

    resultante ou remanescente de ciso ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurdica que tenha ocorrido em um dos 5 anos-calendrio anteriores;

    constituda sob a forma de sociedade por aes. Caso a microempresa ou empresa de pequeno porte incorra em

    alguma das hipteses previstas acima, esta ser excluda do regime, com efeitos a partir do ms seguinte ao que incorrer o fato excludente. Caso a microempresa exceda o limite de R$ 240.000,00, ser enquadrada como empresa de pequeno porte, a partir do ano calendrio seguinte. O mesmo se verifica quanto empresa de pequeno porte que no ultrapassar, no ano calendrio, o limite de receita bruta de R$ 240.000,00, vindo a ser enquadrada como microempresa.

    Professor, e caso a empresa de pequeno porte exceda o limite de R$ 2.400.00,00?

    Simples, caro aluno. Ela ser excluda do regime a partir do ano-calendrio seguinte ao da percepo.

    Por sua vez, a microempresa e a empresa de pequeno porte que no decurso do ano-calendrio de incio de atividade ultrapassarem o limite de R$ 200.000,00, multiplicados pelo nmero de meses de funcionamento nesse perodo, estaro excludas do regime simplificado, com efeitos retroativos ao incio de suas atividades.

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    Os efeitos no retroagiro ao incio das atividades se o excesso verificado em relao receita bruta no for superior a 20%dos respectivos limites de R$ 240.000,00 e R$ 2.400.000,00, hipteses em que os efeitos da excluso somente tero efeito no ano-calendrio subseqente.

    Falaremos agora do Regime Simplificado de arrecadao de tributos e contribuies devidas pelas microempresas e empresas de pequeno porte, o chamado SIMPLES NACIONAL.

    O regime visa a simplificao das obrigaes, tanto principais quanto acessrias, dos contribuintes por ele beneficiados. A adoo do regime implica no recolhimento mensal e mediante documento nico de arrecadao dos seguintes tributos:

    Entretanto, a adoo do regime quanto aos tributos acima no exclui a incidncia dos demais impostos, devidos na qualidade de contribuinte ou de responsvel, para os quais dever ser observada a legislao aplicvel a cada um deles (II, IE, IOF, ITR, IR relativo a aplicaes financeiras, IPTU, ITBI, entre outros).

    Quanto ao ICMS, no ser todo tipo de operao ou prestao que ficar submetido ao regime simplificado. O inciso XIII do 1 do artigo 13 da LC n 123/06 traz as situaes em que o ICMS ser devido normalmente, devendo ser observadas as regras previstas na legislao prpria, ainda que enquadrada como micro ou empresa de pequeno porte. So elas:

    XIII - ICMS devido: a) nas operaes ou prestaes sujeitas ao regime de substituio tributria; b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por fora da legislao estadual ou distrital vigente; c) na entrada, no territrio do Estado ou do Distrito Federal, de petrleo, inclusive lubrificantes e combustveis lquidos e

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    gasosos dele derivados, bem como energia eltrica, quando no destinados comercializao ou industrializao; d) por ocasio do desembarao aduaneiro; e) na aquisio ou manuteno em estoque de mercadoria desacobertada de documento fiscal; f) na operao ou prestao desacobertada de documento fiscal; g) nas operaes com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de antecipao do recolhimento do imposto, nas aquisies em outros Estados e Distrito Federal: 1. com encerramento da tributao, observado o disposto no inciso IV do 4o do art. 18 desta Lei Complementar; 2. sem encerramento da tributao, hiptese em que ser cobrada a diferena entre a alquota interna e a interestadual, sendo vedada a agregao de qualquer valor; h) nas aquisies em outros Estados e no Distrito Federal de bens ou mercadorias, no sujeitas ao regime de antecipao do recolhimento do imposto, relativo diferena entre a alquota interna e a interestadual; (Grifos nosso)

    Os casos acima so de grande importncia para a sua prova, caro aluno. Peo que os guarde bem, em especial os relativos substituio tributria, aos combustveis, ao desembarao aduaneiro (importao) e os relativos a operaes desacobertadas de documentao fiscal, em ambos os casos.

    Disposio importante consta tambm no artigo 16 da LC, ao tratar da irretratabilidade da opo pelo Regime durante todo o ano-calendrio. Quanto opo, esta dever ser feita at o ltimo dia til do ms de janeiro, produzindo efeito a partir do primeiro dia do ano-calendrio da opo:

    Art. 16. A opo pelo Simples Nacional da pessoa jurdica enquadrada na condio de microempresa e empresa de pequeno porte dar-se- na forma a ser estabelecida em ato do Comit Gestor, sendo irretratvel para todo o ano-calendrio. (Grifo nosso)

    Hipteses de Vedao de Recolhimento pelo SIMPLES

    O artigo 17 da lei trata dos casos em que vedado o recolhimento dos impostos e contribuies na forma do SIMPLES nacional pelas microempresas e empresas de pequeno porte. So eles:

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    I - que explore atividade de prestao cumulativa e contnua de servios de assessoria creditcia, gesto de crdito, seleo e riscos, administrao de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditrios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestao de servios (factoring); II - que tenha scio domiciliado no exterior; III - de cujo capital participe entidade da administrao pblica, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal; V - que possua dbito com o Instituto Nacional do Seguro Social -INSS, ou com as Fazendas Pblicas Federal, Estadual ou

    Municipal, cuja exigibilidade no esteja suspensa; VI - que preste servio de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros; VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia eltrica; VIII - que exera atividade de importao ou fabricao de automveis e motocicletas; IX - que exera atividade de importao de combustveis; X - que exera atividade de produo ou venda no atacado de: a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munies e plvoras, explosivos e detonantes; b) bebidas a seguir descritas: 1 - alcolicas; 2 - refrigerantes, inclusive guas saborizadas gaseificadas; 3 - preparaes compostas, no alcolicas (extratos concentrados ou sabores concentrados), para elaborao de bebida refrigerante, com capacidade de diluio de at 10 (dez) partes da bebida para cada parte do concentrado; 4 - cervejas sem lcool; XI - que tenha por finalidade a prestao de servios decorrentes do exerccio de atividade intelectual, de natureza tcnica, cientfica, desportiva, artstica ou cultural, que constitua profissoregulamentada ou no, bem como a que preste servios de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediao de negcios; XII - que realize cesso ou locao de mo-de-obra; XIII - que realize atividade de consultoria; XIV - que se dedique ao loteamento e incorporao de imveis. XV - que realize atividade de locao de imveis prprios, exceto quando se referir a prestao de servios tributados pelo ISS. (Grifos nosso)

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    Alquotas e Base de Clculo

    As alquotas e as bases de clculo que definiro o valor a ser pago a titulo de tributos sero determinados por meio dos valores constantes nos anexos Ia IV da LC n 123/06. Esses valores esto dispostos considerando os seguintes fatores:

    Quanto natureza da atividade, os anexos so relativos s atividades comercial, industrial, servio e locao de bens mveis e servios em geral;

    Quanto aos valores da base de clculo, em faixas de receita bruta, possuindo cada anexo 20 faixas;

    Quanto s alquotas, estas esto previstas para cada tributo devido pelo regime do SIMPLES nacional, com cada faixa de receita bruta possuindo valores diferenciados em relao s alquotas de cada tributo.

    Algumas das faixas e respectivas alquotas, relativos ao anexo I (comrcio) podem ser visualizadas na figura abaixo, apenas a ttulo ilustrativo:

    Para fins de determinao da alquota a ser aplicada, o sujeito passivo utilizar a receita bruta acumulada nos 12 meses

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    anteriores ao do perodo de apurao, sendo proporcional a esse perodo em caso de incio de atividade. Sobre a receita bruta auferida no ms incidir a alquota determinada.

    Por sua vez, o contribuinte dever considerar, destacadamente, para fim de pagamento:

    as receitas decorrentes da revenda de mercadorias; as receitas decorrentes da venda de mercadorias

    industrializadas pelo contribuinte;

    as receitas decorrentes da prestao de servios, bem como a de locao de bens mveis;

    as receitas decorrentes da venda de mercadorias sujeitas a substituio tributria e tributao concentrada em uma nica etapa (monofsica), bem como, em relao ao ICMS, a antecipao tributria com encerramento de tributao;

    as receitas decorrentes da exportao de mercadoriaspara o exterior, inclusive as vendas realizadas por meio de comercial exportadora ou da sociedade de propsito especfico.

    Regras relativas aos Estados e Municpios quanto fixao de valores diferenciados de faixa de receita bruta

    No mbito de suas respectivas competncias, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero estabelecer, independentemente da receita bruta recebida no ms pelo contribuinte, valores fixos mensais para o recolhimento do ICMS e do ISS devido por microempresa que aufira receita bruta, no ano-calendrio anterior, de at R$ 120.000,00, ficando a microempresa sujeita a esses valores durante todo o ano-calendrio.

    Entretanto, os valores fixados no podero exceder a 50% do maior recolhimento possvel do tributo para as faixas de valores estabelecidos nos anexos I a IV da LC n 123/06, relativos receita bruta.

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    Recolhimento dos tributos devidos

    Os tributos devidos pelo regime do SIMPLES devero ser pagos:

    por meio de documento nico de arrecadao, institudo pelo Comit Gestor;

    enquanto no regulamentado pelo Comit Gestor, at o ltimo dia til da primeira quinzena do ms subseqente quele a que se referir;

    em banco integrante da rede arrecadadora do Simples Nacional, na forma regulamentada pelo Comit Gestor.

    Quanto s filiais, cabe ao estabelecimento matriz recolher o tributo devido por aquelas.

    Crditos no Regime do SIMPLES

    As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes do regime no faro jus apropriao nem transferiro crditos relativos a impostos ou contribuies abrangidos pelo SIMPLES.

    As pessoas jurdicas e aquelas a elas equiparadas pela legislao tributria no optantes pelo SIMPLES tero direito a crdito correspondente ao ICMS incidente sobre as suas aquisies de mercadorias de microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Regime, desde que destinadas comercializao ou industrializao e observado, como limite mximo, o ICMS efetivamente devido pelas optantes do regime em relao a essas aquisies.

    Assim, os estabelecimentos no optantes do SIMPLES que adquiram mercadorias de empresas optantes do regime faro jus ao crdito do ICMS, mas apenas em relao aos valores pagos pelas microempresas e pelas empresas de pequeno porte. Essa possibilidade de crdito tambm s ser devida em relao s mercadorias adquiridas para comercializao ou industrializao.

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    Entretanto, essa possibilidade de aproveitamento de crdito pelo adquirente no ser possvel quando:

    a microempresa ou empresa de pequeno porte estiver sujeita tributao do ICMS no Simples Nacional por valores fixos mensais;

    a microempresa ou a empresa de pequeno porte no informar a alquota adotada no documento fiscal;

    houver iseno estabelecida pelo Estado ou Distrito Federal que abranja a faixa de receita bruta a que a microempresa ou a empresa de pequeno porte estiver sujeita no ms da operao;

    o remetente da operao ou prestao considerar, por opo, que a alquota determinada dever incidir sobre a receita recebida no ms.

    Por fim, as microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional no podero utilizar ou destinar qualquer valor a ttulo de incentivo fiscal.

    Obrigaes Acessrias

    As microempresas e empresas de pequeno porte optantes do Simples Nacional apresentaro, anualmente, Secretaria da Receita Federal declarao nica e simplificada de informaes socioeconmicas e fiscais, que devero ser disponibilizadas aos rgos de fiscalizao tributria e previdenciria. A declarao constituir confisso de dvida e instrumento hbil e suficiente para a exigncia dos tributos e contribuies que no tenham sido recolhidos e resultantes das informaes nela prestadas.

    As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam obrigadas a:

    emitir documento fiscal de venda ou prestao de servio, de acordo com instrues expedidas pelo Comit Gestor;

    manter em boa ordem e guarda os documentos que fundamentaram a apurao dos impostos e contribuies

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    devidos e o cumprimento das obrigaes acessrias, enquanto no decorrido o prazo decadencial e no prescritas eventuais aes que lhes sejam pertinentes.

    Excluso do SIMPLES

    A excluso do SIMPLES ser feita de ofcio ou por meio de comunicao das empresas beneficiadas com o regime.

    Quanto excluso de ofcio, essa acontecer quando:

    verificada a falta de comunicao de excluso obrigatria;

    for oferecido embarao fiscalizao, caracterizado pela negativa no justificada de exibio de livros e documentos a que estiverem obrigadas, bem como pelo no fornecimento de informaes sobre bens, movimentao financeira, negcio ou atividade que estiverem intimadas a apresentar, e nas demais hipteses que autorizam a requisio de auxlio da fora pblica;

    for oferecida resistncia fiscalizao, caracterizada pela negativa de acesso ao estabelecimento, ao domiclio fiscal ou a qualquer outro local onde desenvolvam suas atividades ou se encontrem bens de sua propriedade;

    a sua constituio ocorrer por interpostas pessoas; tiver sido constatada prtica reiterada de infrao ao

    disposto na LC n 123/06;

    a empresa for declarada inapta; comercializar mercadorias objeto de contrabando ou

    descaminho;

    houver falta de escriturao do livro-caixa ou no permitir a identificao da movimentao financeira, inclusive bancria;

    for constatado que durante o ano-calendrio o valor das despesas pagas supera em 20% o valor de ingressos de recursos no mesmo perodo, excludo o ano de incio de atividade;

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    for constatado que durante o ano-calendrio o valor das aquisies de mercadorias para comercializao ou industrializao, ressalvadas hipteses justificadas de aumento de estoque, for superior a 80% dos ingressos de recursos no mesmo perodo, excludo o ano de incio de atividade.

    deixar de manter em boa ordem e guarda os documentos que fundamentaram a apurao dos impostos e contribuies devidos e o cumprimento das obrigaes acessrias;

    omitir da folha de pagamento da empresa ou de documento de informaes previsto pela legislao previdenciria, trabalhista ou tributria, segurado empregado, trabalhador avulso ou contribuinte individual que lhe preste servio.

    As microempresas ou as empresas de pequeno porte excludas do Simples Nacional ficaro sujeitas, a partir do perodo em que se processarem os efeitos da excluso, s normas de tributao aplicveis s demais pessoas jurdicas.

    Por sua vez, a excluso produzir efeitos a partir do prprio ms em que incorridas, impedindo a opo pelo regime pelos prximos 3 anos-calendrio seguintes.

    O prazo ser aumentado para 10 anos caso seja constatada a utilizao de artifcio, ardil ou qualquer outro meio fraudulento que induza ou mantenha a fiscalizao em erro, com o fim de suprimir ou reduzir o pagamento de tributo pelo regime do SIMPLES.

    Fiscalizao

    A competncia para fiscalizar o cumprimento das obrigaes principais e acessrias relativas ao Simples Nacional da Secretaria da Receita Federal e das Secretarias de Fazenda ou de Finanas do Estado ou do Distrito Federal, segundo a localizao do estabelecimento.

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    Em se tratando de prestao de servios includos na competncia tributria municipal, a competncia ser tambm do respectivo Municpio.

    Por sua vez, o valor no pago, apurado em procedimento de fiscalizao, ser exigido em lanamento de ofcio pela autoridade competente que realizou a fiscalizao.

    Acrscimos Legais

    Aplicam-se aos impostos e contribuies devidos pela microempresa e pela empresa de pequeno porte, inscritas no Simples Nacional, as normas relativas aos juros e multa de mora e de ofcio previstas para o imposto de renda, inclusive, quando for o caso, em relao ao ICMS e ao ISS.

    Por sua vez, a imposio das multas no exclui a aplicao das sanes previstas na legislao penal, inclusive em relao a declarao falsa, adulterao de documentos e emisso de nota fiscal em desacordo com a operao efetivamente praticada, a que esto sujeitos o titular ou scio da pessoa jurdica.

    Processo Administrativo Fiscal

    O contencioso administrativo relativo ao SIMPLES ser de competncia do rgo julgador integrante da estrutura administrativa do ente federativo que efetuar o lanamento ou a excluso de ofcio, observados os dispositivos legais atinentes aos processos administrativos fiscais desse ente.

    Assim, caso algum assunto relativo ao SIMPLES seja instaurado no mbito do Estado do Rio de Janeiro, as normas relativas ao processo administrativo fiscal devero observar as leis fluminenses, as quais veremos em item posterior da nossa aula.

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    Microempreendedor Individual (MEI)

    O MEI a pessoa que trabalha por conta prpria e que se legaliza como pequeno empresrio. Para ser um empreendedor individual, necessrio faturar no mximo at R$ 36.000,00 por ano, no ter participao em outra empresa como scio ou titular e ter um empregado contratado que receba o salrio mnimo ou o piso da categoria.

    A Lei Complementar n 128, de 19/12/2008, criou condies especiais para que o trabalhador conhecido como informal possa se tornar um Empreendedor Individual legalizado.

    Entre as vantagens oferecidas por essa lei est o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurdicas, que facilitar a abertura de conta bancria, o pedido de emprstimos e a emisso de notas fiscais.

    Alm disso, o Empreendedor Individual ser enquadrado no Simples Nacional e ficar isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL).

    O MEI Pagar apenas o valor fixo mensal de R$ 60,95 (comrcio ou indstria) ou R$ 65,95 (prestao de servios), que ser destinado Previdncia Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias sero atualizadas anualmente, de acordo com o salrio mnimo.

    Com essas contribuies, o Empreendedor Individual ter acesso a benefcios como auxlio maternidade, auxlio doena, aposentadoria, entre outros.

    O MEI est previsto nos artigos 18-A a 18-B da LC n 123/03, que possuem o seguinte texto:

    Art. 18-A. O Microempreendedor Individual - MEI poder optar pelo recolhimento dos impostos e contribuies abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no ms, na forma prevista neste artigo. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se MEI o empresrio individual a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Cdigo Civil, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendrio anterior, de at R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais), optante pelo Simples Nacional e que no esteja impedido de optar

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    pela sistemtica prevista neste artigo. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 2o No caso de incio de atividades, o limite de que trata o 1o deste artigo ser de R$ 3.000,00 (trs mil reais) multiplicados pelo nmero de meses compreendido entre o incio da atividade e o final do respectivo ano-calendrio, consideradas as fraes de meses como um ms inteiro. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 3o Na vigncia da opo pela sistemtica de recolhimento prevista no caput deste artigo: (produo de efeitos: 1o de julho de 2009.) I - no se aplica o disposto no 18 do art. 18 desta Lei Complementar; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) II - no se aplica a reduo prevista no 20 do art. 18 desta Lei Complementar ou qualquer deduo na base de clculo; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) III - no se aplicam as isenes especficas para as microempresas e empresas de pequeno porte concedidas pelo Estado, Municpio ou Distrito Federal a partir de 1o de julho de 2007 que abranjam integralmente a faixa de receita bruta anual de at R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais); (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) IV - a opo pelo enquadramento como Microempreendedor Individual importa opo pelo recolhimento da contribuio referida no inciso X do 1o do art. 13 desta Lei Complementar na forma prevista no 2odo art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) V - o Microempreendedor Individual recolher, na forma regulamentada pelo Comit Gestor, valor fixo mensal correspondente soma das seguintes parcelas: (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) a) R$ 45,65 (quarenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos), a ttulo da contribuio prevista no inciso IV deste pargrafo; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) b) R$ 1,00 (um real), a ttulo do imposto referido no inciso VII do caput do art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ICMS; e (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) c) R$ 5,00 (cinco reais), a ttulo do imposto referido no inciso VIII do caput do art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ISS; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) VI - sem prejuzo do disposto nos 1o a 3o do art. 13 desta Lei Complementar, o Microempreendedor Individual no estar sujeito incidncia dos tributos e contribuies referidos nos incisos I a VI do caput daquele artigo. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 4o No poder optar pela sistemtica de recolhimento prevista no caput deste artigo o MEI: (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) I - cuja atividade seja tributada pelos Anexos IV ou V desta Lei Complementar, salvo autorizao relativa a exerccio de atividade

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    isolada na forma regulamentada pelo Comit Gestor; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) II - que possua mais de um estabelecimento; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) III - que participe de outra empresa como titular, scio ou administrador; ou (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) IV - que contrate empregado. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 5o A opo de que trata o caput deste artigo dar-se- na forma a ser estabelecida em ato do Comit Gestor, observando-se que: (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) I - ser irretratvel para todo o ano-calendrio; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) II - dever ser realizada no incio do ano-calendrio, na forma disciplinada pelo Comit Gestor, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendrio da opo, ressalvado o disposto no inciso III; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) III - produzir efeitos a partir da data do incio de atividade desde que exercida nos termos, prazo e condies a serem estabelecidos em ato do Comit Gestor a que se refere o caput deste pargrafo. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 6o O desenquadramento da sistemtica de que trata o caput deste artigo ser realizado de ofcio ou mediante comunicao do MEI. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 7o O desenquadramento mediante comunicao do MEI Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB dar-se-: (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) I - por opo, que dever ser efetuada no incio do ano-calendrio, na forma disciplinada pelo Comit Gestor, produzindo efeitos a partir de 1o de janeiro do ano-calendrio da comunicao; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) II - obrigatoriamente, quando o MEI incorrer em alguma das situaes previstas no 4o deste artigo, devendo a comunicao ser efetuada at o ltimo dia til do ms subseqente quele em que ocorrida a situao de vedao, produzindo efeitos a partir do ms subseqente ao da ocorrncia da situao impeditiva; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) III - obrigatoriamente, quando o MEI exceder, no ano-calendrio, o limite de receita bruta previsto no 1o deste artigo, devendo a comunicao ser efetuada at o ltimo dia til do ms subseqente quele em que ocorrido o excesso, produzindo efeitos: (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) a) a partir de 1o de janeiro do ano-calendrio subseqente ao da ocorrncia do excesso, na hiptese de no ter ultrapassado o referido

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    limite em mais de 20% (vinte por cento); (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) b) retroativamente a 1o de janeiro do ano-calendrio da ocorrncia do excesso, na hiptese de ter ultrapassado o referido limite em mais de 20% (vinte por cento); (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) IV - obrigatoriamente, quando o MEI exceder o limite de receita bruta previsto no 2o deste artigo, devendo a comunicao ser efetuada at o ltimo dia til do ms subseqente quele em que ocorrido o excesso, produzindo efeitos: (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) a) a partir de 1o de janeiro do ano-calendrio subseqente ao da ocorrncia do excesso, na hiptese de no ter ultrapassado o referido limite em mais de 20% (vinte por cento); (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) b) retroativamente ao incio de atividade, na hiptese de ter ultrapassado o referido limite em mais de 20% (vinte por cento). (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 8o O desenquadramento de ofcio dar-se- quando verificada a falta de comunicao de que trata o 7o deste artigo. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 9o O Empresrio Individual desenquadrado da sistemtica de recolhimento prevista no caput deste artigo passar a recolher os tributos devidos pela regra geral do Simples Nacional a partir da data de incio dos efeitos do desenquadramento, ressalvado o disposto no 10 deste artigo. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 10. Nas hipteses previstas nas alneas a dos incisos III e IV do 7o deste artigo, o MEI dever recolher a diferena, sem acrscimos, em parcela nica, juntamente com a da apurao do ms de janeiro do ano-calendrio subseqente ao do excesso, na forma a ser estabelecida em ato do Comit Gestor. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 11. O valor referido na alnea a do inciso V do 3o deste artigo ser reajustado, na forma prevista em lei ordinria, na mesma data de reajustamento dos benefcios de que trata a Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, de forma a manter equivalncia com a contribuio de que trata o 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 12. Aplica-se ao MEI que tenha optado pela contribuio na forma do 1o deste artigo o disposto no 4o do art. 55 e no 2o do art. 94, ambos da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, exceto se optar pela complementao da contribuio previdenciria a que se refere o 3o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) 13. O MEI est dispensado de atender o disposto no inciso IV do caput do art. 32 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009)

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    14. O Comit Gestor disciplinar o disposto neste artigo. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) Art. 18-B. A empresa contratante de servios executados por intermdio do MEI mantm, em relao a esta contratao, a obrigatoriedade de recolhimento da contribuio a que se refere o inciso III do caput e o 1o do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e o cumprimento das obrigaes acessrias relativas contratao de contribuinte individual. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) Pargrafo nico. Aplica-se o disposto neste artigo exclusivamente em relao ao MEI que for contratado para prestar servios de hidrulica, eletricidade, pintura, alvenaria, carpintaria e de manuteno ou reparo de veculos. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) Art. 18-C. Observado o disposto no art. 18-A, e seus pargrafos, desta Lei Complementar, poder se enquadrar como MEI o empresrio individual que possua um nico empregado que receba exclusivamente 1 (um) salrio mnimo ou o piso salarial da categoria profissional. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) Pargrafo nico. Na hiptese referida no caput deste artigo, o MEI: (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) I - dever reter e recolher a contribuio previdenciria relativa ao segurado a seu servio na forma da lei, observados prazo e condies estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) II - fica obrigado a prestar informaes relativas ao segurado a seu servio, na forma estabelecida pelo Comit Gestor; (produo de efeitos: 1o de julho de 2009) III - est sujeito ao recolhimento da contribuio de que trata o inciso VI do caput do art. 13 desta Lei Complementar, calculada alquota de 3% (trs por cento) sobre o salrio de contribuio previsto no caput. (produo de efeitos: 1o de julho de 2009)

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    Lei Estadual n 5.147, de 06 de dezembro de 2007

    O principal objetivo da edio da lei estadual que estudaremos nesse item da aula foi a regulao do que prev o 18 do artigo 18 da LC n 123/06, dispondo sobre a aplicao do Estatuto Nacional da Micro Empresa e da Empresa de Pequeno Porte no Estado do Rio de Janeiro. Esse artigo possui o seguinte texto:

    18. Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, no mbito de suas respectivas competncias, podero estabelecer, na forma definida pelo Comit Gestor, independentemente da receita bruta recebida no ms pelo contribuinte, valores fixos mensais para o recolhimento do ICMS e do ISS devido por microempresa que aufira receita bruta, no ano-calendrio anterior, de at R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), ficando a microempresa sujeita a esses valores durante todo o ano-calendrio. (Grifos nosso)

    Essa previso da lei federal atribuiu aos Estados e aos Municpios a faculdade de definio de valores de ICMS e ISS devidos a recolher, desde que as empresas tenham auferido receita bruta, no ano-calendrio anterior, de at R$ 120.000,00.Esses valores sero estabelecidos independentemente da receita bruta recebida no ms pelo contribuinte.

    O artigo 1 da lei estadual confirma o que foi comentado: Art. 1. Para fins de aplicao do disposto no 20 do artigo 18 da Lei Complementar Federal n.. 123, de 14 de dezembro de 2006 e em atendimento ao que dispe o artigo 13 da Resoluo CGSN n.. 05, de 30 de maio de 2007, assegurado e concedido microempresa e empresa de pequeno porte, optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadao de Tributos e Contribuies - Simples Nacional, as redues relativas ao Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Prestao de Servios - ICMS previstas nesta Lei.

    Uma vez atribuda ao Estado do Rio de Janeiro a faculdade prevista na LC n 123/06, este disciplinou o imposto devido pelas Micro e pequenas empresas por meio do artigo 2 da sua lei estadual.

    O artigo 2 trata dos valores devidos mensalmente pelas empresas optantes do SIMPLES nacional, determinados considerando a receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao do perodo de apurao e a respectiva alquota reduzida. A tabela com os valores de receita bruta e alquotas a seguinte, apenas a ttulo de ilustrao, caro aluno:

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    Esses valores sero aplicados em substituio aos constantes nos anexos da LC n 123/06, para as micro e pequenos empresas enquadradas no regime.

    Entretanto, os valores dos percentuais acima no sero aplicados quando ocorrerem as seguintes operaes, capituladas no artigo 3 da lei estadual:

    quando incidentes sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior;

    quando estiver obrigado o contribuinte em virtude de substituio tributria, na condio de substituto ou substitudo;

    na entrada, no territrio do Estado, de petrleo, inclusive lubrificantes e combustveis lquidos e gasosos dele derivados, bem como energia eltrica, quando no destinados comercializao ou industrializao;

    relativas s hipteses de recolhimento do imposto no momento da entrada das mercadorias no territrio deste Estado, previstas no Regulamento do ICMS;

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    relativas diferena de alquota nas entradas de mercadoria ou bem, oriundos de outra unidade da Federao, destinados ao consumo ou ao ativo fixo, em seu estabelecimento;

    relativas s hipteses de responsabilidades previstas no artigo 18 da Lei n.. 2.657, de 26 de dezembro de 1996;

    de aquisio ou manuteno em estoque de mercadoria desacobertada de documento fiscal;

    na operao ou prestao desacobertada de documento fiscal.

    Substituio Tributria

    Quanto a esse tema, e relativo s empresas enquadradas no SIMPLES nacional com as caractersticas previstas nos artigos 1 e 2 da lei estadual, temos o que dispe o artigo 4 da mesma lei:

    Art. 4. A microempresa ou a empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional e qualificada como contribuinte substituto em carter permanente:I - far a reteno do ICMS sobre o valor obtido pela aplicao da alquota interna sobre a margem de valor agregado da mercadoria;II - arquivar, em separado, os documentos fiscais e os comprovantes de pagamento do imposto retido, relativos s operaes realizadas com mercadorias sujeitas ao regime de substituio tributria. (Grifos nosso)

    Mesmo enquadrada como submetida ao regime do SIMPLES nacional, nada impede que a empresa seja definida como substituta tributria em relao a determinado tipo de operao ou prestao prevista na legislao, em carter permanente.

    Para esses casos, a empresa deve obedecer o que dispem os dois incisos do artigo 4 relativo reteno do imposto devido e guarda de documentos e comprovantes de pagamento do imposto retido em relao s mercadorias submetidas substituio tributria.

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    Taxas

    As taxas estaduais devidas pelas Micro e Pequenas empresas enquadradas no SIMPLES nacional esto reguladas pelos artigos 5 a 7 da lei estadual n 5.147/07. Esses dispositivos implementam outras medidas relativas simplificao das atividades desses contribuintes, bem como a reduo dos encargos que por elas tm que ser suportados.

    Esses artigos falam basicamente da iseno quanto ao pagamento de taxas de servios estaduais (TSE), vista por ns na aula anterior. Seus textos so os seguintes:

    Art. 5. Os contribuintes do ICMS que comprovem a condio de estarem includos no Simples Nacional tero desconto de 70% no pagamento da taxa de servios estaduais referentes administrao tributria. Pargrafo nico - As pessoas fsicas contribuintes inscritas no Cadastro de Contribuintes do ICMS CAD-ICMS ficam isentas do pagamento da taxa prevista no caput deste artigo. Art. 6. A taxa relativa ao pedido de certido de regularidade fiscalsomente devida pelo estabelecimento requerente. Art. 7. A Secretaria de Estado de Fazenda poder, mediante edio de norma regulamentar prpria, dispensar a taxa de serviosestaduais relativamente a atos e servios prestados pela internet. (Grifos nosso)

    Por fim, temos o que dispem os artigos 9 a 12 da lei estadual:

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    Art. 9. As microempresas e empresas de pequeno porte, como definidas no art. 3. da Lei Complementar Federal n.. 123/2006, que ingressarem no Simples Nacional no podero usufruir outro tipo de regime especial de tributao, incentivos ou benefcios fiscais, ressalvados aqueles que vierem a ser implantados nos termos do art. 155, 2., inc. XII, alnea g, da Constituio Federal. Art. 10. As microempresas e empresas de pequeno porte que optarem pelo Simples Nacional, de que trata a Lei Complementar Federal n.. 123/2006, devero anular os crditos permitidos na legislao. Pargrafo nico - O Poder Executivo disciplinar a forma pela qual o contribuinte creditar-se- do ICMS quando do seu retorno ao regime de compensao do imposto. Art. 11. As microempresas e empresas de pequeno porte que no optarem pelo Simples Nacional ficaro sujeitas ao cumprimento da legislao tributria aplicvel aos demais contribuintes do ICMS. Art. 12. Caber ao Poder Executivo regulamentar uma poltica pblica de orientao e educao fiscal aos micros e pequenos empresrios. (Grifos nosso)

    A mais importante disposio acima a que trata da vedao s empresas enquadradas no SIMPLES quanto possibilidade de usufruir outro tipo de regime especial de tributao, incentivos e benefcios fiscais, exceto quando previsto em Convnio do CONFAZ.

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    Parcelamento de Crditos Tributrios

    Nesse segundo item da nossa aula iremos tratar do Decreto Estadual que regula o parcelamento de crditos tributrios no Estado do Rio de Janeiro. Esse decreto o de nmero 25.228, de 29 de maro de 1999.

    O Decreto Estadual que trata do parcelamento de crditos tributrios possui apenas 13 artigos, contendo disposies bastante simples e diretas.

    O artigo 1 do Decreto dispe o seguinte em seu texto: Art. 1. Os crditos tributrios no beneficiados por anistia podero ser quitados mediante parcelamento, na forma deste Decreto, exceto quando o contribuinte estiver sob ao fiscal. (Grifos nosso)

    A anistia a modalidade de excluso do crdito tributrio que abrange exclusivamente os valores relativos s infraes, sendo regulada nos artigos 180 a 182 do Cdigo Tributrio Nacional, os quais possuem o seguinte texto:

    Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infraes cometidas anteriormente vigncia da lei que a concede, no se aplicando: I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenes e aos que, mesmo sem essa qualificao, sejam praticados com dolo, fraude ou simulao pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefcio daquele; II - salvo disposio em contrrio, s infraes resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurdicas. Art. 181. A anistia pode ser concedida: I - em carter geral; II - limitadamente: a) s infraes da legislao relativa a determinado tributo; b) s infraes punidas com penalidades pecunirias at determinado montante, conjugadas ou no com penalidades de outra natureza; c) a determinada regio do territrio da entidade tributante, em funo de condies a ela peculiares; d) sob condio do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixao seja atribuda pela mesma lei autoridade administrativa. Art. 182. A anistia, quando no concedida em carter geral, efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faa prova do

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    preenchimento das condies e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concesso. Pargrafo nico. O despacho referido neste artigo no gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabvel, o disposto no artigo 155.

    Conforme a redao do artigo 1 do Decreto estadual, duas so as condies a serem observadas para que seja concedido o parcelamento de crditos tributrios:

    No exista o benefcio da anistia, modalidade de excluso do crdito tributrio;

    O contribuinte no pode estar submetido a nenhum tipo de ao fiscal.

    A autoridade competente para a concesso do parcelamento o Secretrio da SEFAZ. Entretanto, este somente poder fazer a concesso at a data anterior do encaminhamento do crdito tributrio para inscrio na dvida ativa do Estado do Rio de Janeiro. Aps a inscrio, esta encaminhada ao Procurador Geral do Estado, rgo responsvel pelo procedimento de cobrana do crdito tributrio devido, inclusive por meio da execuo fiscal. Uma vez inscrito, compete a essa autoridade a concesso do parcelamento do crdito.

    O artigo 3 fixa a quantidade mxima de parcelas (60) que poder ser concedida ao sujeito para pagamento do seu crdito tributrio em atraso, estabelecendo ainda valores mnimos mensais para as parcelas. Seu texto o seguinte:

    Art. 3. O parcelamento no exceder 60 (sessenta) parcelas, com os seguintes valores mnimos mensais de pagamento: I - quando o contribuinte ou responsvel pelo crdito tributrio for pessoa fsica, a parcela mnima ser de 65 (sessenta e cinco) UFIRs; II - quando o contribuinte ou responsvel pelo crdito tributrio for pessoa jurdica, a parcela mnima ser fixada de acordo com a seguinte tabela: a - empresas com receita bruta anual at 7.000 (sete mil) UFERJ's: parcela mnima de 100 (cem) UFIR's; b - empresas com receita bruta anual acima de 7.000 (sete mil), at 20.000 (vinte mil) UFERJ's: parcela mnima mensal de 500 (quinhentas) UFIR's; c - empresas com receita bruta anual acima de 20.000 (vinte mil), at 35.000 (trinta e cinco mil) UFERJ's: parcela mnima mensal de 1.500 (um mil e quinhentas) UFIR's; e,

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    d - empresas com receita bruta anual acima de 35.000 (trinta e cinco mil) UFERJ's: parcela mnima mensal de 5.000 (cinco mil) UFIR'S. (Grifos nosso)

    J o artigo 4 trata apenas da atualizao dos valores devidos, que ser observada at a data do pedido de parcelamento:

    Art. 4. At a data do pedido de parcelamento o crdito tributrio ser atualizado monetariamente, acrescido de multa, mora e demais acrscimos legais, sendo o respectivo montante expresso em UFIR's. (Grifos nosso)

    Quanto aos artigos 2, 3 e 4, podemos montar o seguinte quadro:

    Aps a inscrio em dvida ativa, e sendo deferido o parcelamento, a execuo fiscal ser suspensa quando j estiver em curso. Os encargos processuais relativos concesso e execuo fiscal devero ser pagos pelo beneficirio, juntamente com a PRIMEIRA parcela. o teor do artigo 5 do Decreto estadual.

    Art. 5. Deferido o parcelamento de crdito tributrio ajuizado, os encargos da sucumbncia devero ser pagos juntamente com a primeira parcela, suspendendo-se a execuo fiscal, na forma do art. 792 do Cdigo de Processo Civil.

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    O artigo 6 traz disposio importante, com tima matria-prima para uma questo de prova. Ele nos fala sobre a fixao do valor da parcela inicial relativa ao parcelamento concedido.

    Ao determinar o valor das parcelas a ser pago pelo sujeito passivo, a autoridade competente para a concesso, em despacho fundamentado, poder fixar o valor da parcela inicial em at 50% do valor do crdito devido e atualizado.

    Para que a parcela inicial de 50% possa ser fixada, devem ser observados os seguintes aspectos:

    Valor total do crdito tributrio devido; Situao econmico-fiscal do sujeito passivo.

    Art. 6. Quando o montante do crdito tributrio e a situao econmico-fiscal do contribuinte ou responsvel assim justificarem, a autoridade competente, em despacho fundamentado, poder fixar a parcela inicial em valor de at, 50% (cinqenta por cento) do crdito total. (Grifos nosso)

    Por sua vez, o artigo 7 trata da autorizao para o reparcelamento do crdito tributrio j parcelado anteriormente.

    Art. 7. Os parcelamentos j deferidos, com as parcelas vencidasquitadas, podero ter os respectivos saldos remanescentesreparcelados, observadas as condies deste Decreto. Pargrafo nico - Os parcelamentos deferidos e no cumpridospodero ser objeto de reparcelamento, por uma nica vez, com a aplicao da multa de 10% (dez por cento) sobre o total a ser reparcelado, observado o disposto no artigo 4 do presente decreto. (Grifos nosso)

    Assim, o reparcelamento possui as seguintes caractersticas:

    Ser relativo ao saldo remanescente ainda no quitado; Somente poder ser concedido uma nica vez; Ser aplicada multa de 10% sobre o valor total a ser

    reparcelado.

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    O artigo 8 traz disposies relativas ao parcelamento e concesso de certido negativa de dbito.

    Art. 8. A concesso do parcelamento no implicar moratria, novao ou transao. 1. Quando exigvel a apresentao da certido de regularidade da situao fiscal, em relao ao dbito objeto do parcelamento, o rgo competente poder conced-la, mencionando, obrigatoriamente, a existncia do dbito e de seu parcelamento. 2. A certido de quitao fiscal, inclusive para as finalidades do artigo 1.137 do Cdigo Civil, poder ser concedida, com a ressalva da existncia de parcelamento e indicao das parcelas pagas (Grifos nosso)

    Quanto certido a ser fornecida em relao a crdito objeto de parcelamento, o rgo concedente dever indicar EXPRESSAMENTE a existncia de dbito e do parcelamento.

    Por sua vez, o artigo 9 dispe sobre os efeitos do pedido de parcelamento pelo sujeito passivo. So os seguintes os efeitos:

    Reconhecimento da procedncia do crdito; Reconhecimento da liquidez e certeza do crdito devido.

    Art. 9. O pedido de parcelamento implicar reconhecimento da procedncia do crdito, bem como de sua liquidez e certeza. Art.10. O disposto no presente Decreto aplica-se igualmente aos pedidos de parcelamento de crdito fiscal em tramitao na data de sua publicao.

    Por fim, temos o artigo 11, que trata dos efeitos do no pagamento do crdito parcelado ou da inrcia do contribuinte em relao ao processo de parcelamento:

    Art. 11. Deferido o parcelamento, o no pagamento de 2 (duas) parcelas consecutivas, ou 3 (trs) alternadas, ou a inrcia do contribuinte em dar andamento ao processo por prazo superior a 10 (dez) dias teis, acarretar: I - para crdito em cobrana amigvel, o imediato ajuizamento; II - para crditos j ajuizados, o prosseguimento da execuo fiscal.

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    Processo Administrativo Tributrio

    Estudaremos agora um dos principais temas para a sua prova, caro aluno: o Processo Administrativo Tributrio. Esse talvez o mais enfadonho dos assuntos a serem abordados no curso, uma vez que trata de diversas disposies processuais, prazos, detalhamentos e termos tcnicos utilizados no processo administrativo.

    O Processo administrativo tributrio (PAT) regula a relao a ser estabelecida entre a Secretaria da Fazenda e o sujeito passivo que solicita a interveno desta. Ele regula o procedimento de ofcio, o processo contencioso, as instncias administrativas em matria de lides tributrias, a eficcia e a execuo das decises, o processo de consulta e os processos de reconhecimento de iseno ou imunidade.

    O PAT pode ser iniciado tanto pela administrao, hipteses em que teremos os procedimentos de ofcio, quanto pelo sujeito passivo, hiptese em que teremos os processos voluntrios, e que visam a satisfazer algum interesse do contribuinte ou do responsvel tributrio.

    Os principais normativos que regulam o PAT no mbito do Estado do Rio de Janeiro so os artigos 205 a 291 do Decreto-Lei estadual n 05/75 e o Decreto estadual n 2.473/79, que regulamenta o assunto.

    As disposies constantes no Decreto Estadual so bem mais especficas e detalhadas, motivo pelo qual seguirei a diviso constante nele quanto aos temas a serem tratados na aula. As disposies constantes no Decreto-Lei sero vistas quando no forem igualmente abordadas no Decreto Estadual.

    Nessa aula trataremos dos seguintes assuntos relativos ao PAT estadual, presentes no captulo I do Decreto estadual:

    Introduo Postulantes Peties Atos e Termos Processuais Prazos

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    Prova Comunicao dos Atos Informao Fundamentada Suspenso do Processo Nulidades Os demais temas sero vistos na ltima aula do nosso curso

    quando trataremos dos demais temas relativos ao PAT e da lei estadual n 5.139/07, que regula o acompanhamento e a fiscalizao das compensaes e das participaes financeiras no Estado do Rio de Janeiro, previstas no artigo 20, 1, da CF/88.

    Espero que gostem de aula e durmam, ops, aproveitem bastante. Essa matria, pelo menos para mim, costumava ser muito chata e entediante no meu tempo de concurseiro fiscal.

    Vamos aos temas!

    Introduo

    As disposies iniciais quanto ao PAT esto previstas nos artigos 205 e 206 do Decreto-Lei n 05/75 e nos artigos 1 a 3 do Decreto estadual, contendo disposies bastante semelhantes.

    O artigo 205 e o 1 tratam da matria a que se destinam ambos os normativos: regular o processo administrativo-tributrio, o PAT. Por sua vez, este pode versar sobre dois temas:

    Interpretao da legislao tributria; Aplicao da legislao tributria

    O nascimento do PAT pode ser relativo a assunto originrio nele, como os pedidos de iseno, ou oriundo de uma situao j existente, como a aplicao de penalidade relativa ao andamento de um processo pr-existente.

    Quanto ao nascimento do processo, este poder ser iniciado:

    De ofcio, pela autoridade ou servidor competente para tanto;

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    Pelo interessado, podendo ser o contribuinte ou o responsvel tributrio, mediante petio fundamentada ao rgo competente;

    Por terceiros que tenham interessa na matria. O artigo 2 do decreto estadual dispe ainda, de forma sucinta,

    sobre a organizao dos atos constitutivos de um processo administrativo. Segundo o artigo, os processos devem ser organizados em ordem cronolgica de apresentao dos documentos, com as folhas que os constituem numeradas em ordem crescente e devidamente rubricadas pelo servidor competente para a prtica do ato. Os atos do PAT devem seguiras mesmas regras e formalidades observadas para os atos forenses.

    J o artigo 231 do CTE nos diz que a organizao do PAT dever observar, no que for aplicvel, as normas relativas ao processo administrativo comum, referente aos mais variados temas a serem discutidos no mbito administrativo.

    Por sua vez, cabe repartio que tiver jurisdio sobre o a localidade que tenha iniciado o processo ou onde houver ocorrido a infrao a prtica dos atos relativos a estes, exceto se houver disposies em contrrio. Assim, caso uma determinada autuao seja imputada a um contribuinte situado em Nitrio/RJ, cabe delegacia com jurisdio sobre essa cidade praticar todos os atos relativos ao processo a ser instaurado contra o sujeito passivo infrator, ou por ele iniciado.

    Art. 205. Este Livro rege o processo administrativo que verse, originariamente ou no, sobre a aplicao ou a interpretao da legislao tributria. Pargrafo nico - A Secretaria de Estado de Economia e Finanas expedir atos normativos destinados a complementar as disposies do presente Livro e dispor sobre a competncia das autoridades para o preparo e julgamento dos processos, inclusive referentes a pedidos de restituio de indbitos tributrios. Art. 206. O processo poder ser iniciado de ofcio, pela autoridade ou servidor competente, ou por petio da parte interessada.

    Art. 1. O processo administrativo-tributrio rege-se pelo disposto neste Decreto, salvo a matria que constitua objeto de legislao especfica.

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    Pargrafo nico - Considera-se processo administrativo-tributrio aquele que verse sobre a aplicao ou a interpretao da legislao tributria. Art. 2. O processo ser iniciado de ofcio, por ato da parte interessada ou de terceiro, e organizado em ordem cronolgica, na forma de autos forenses, com as folhas numeradas e rubricadas. Art. 3. Salvo disposio em contrrio, a autuao e o encaminhamento do processo incubem repartio que tiver a jurisdio sobre a localidade onde deva ser iniciado o processo ou onde ocorrer a infrao. (Grifos nosso)

    Por fim, temos o artigo 232 do CTE, que trata da competncia atribuda ao Secretrio da SEFAZ para a avocao de processos administrativos tributrios, para que seja dada nova reviso ou novo encaminhamento.

    O mesmo artigo dispe ainda, em seu pargrafo nico, sobre a tramitao prioritria de processos considerados de relevante interessa para a Fazenda estadual.

    Art. 232. O Secretrio de Estado de Economia e Finanas poder avocar processo administrativo-tributrio, para efeito de deciso ou de novo encaminhamento. Pargrafo nico - Sem prejuzo do disposto neste artigo, o processo administrativo-tributrio considerado de relevante interesse para a Fazenda Estadual, segundo critrios estabelecidos em ato normativo do Secretrio de Estado de Economia e Finanas, ter tramitao prioritria.

    Postulantes

    Postulantes so todas aquelas pessoas que podem intervir num processo administrativo de natureza tributria, seja para inici-lo, seja para praticar atos nele requeridos.

    As disposies relativas aos postulantes, inclusive ao modo como os atos sero praticados, esto previstas nos artigos 4 a 9 do Decreto estadual. Esses artigos dispem sobre aqueles que podem postular no PAT, a representao, os instrumentos de mandato, a validade dos atos praticados, entre outros.

    Art. 4. So interessados para postular, alm do contribuinte, todoaquele a quem a lei atribuir responsabilidade pelo pagamento de crdito tributrio ou cumprimento de obrigao acessria.

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    Art. 5. Os interessados podem postular pessoalmente, atravs de despachante estadual ou, ainda, mediante mandato expresso, por intermdio de preposto de despachante estadual, gerente, advogado ou contabilista, exigindo-se, quando for o caso, habilitao profissional. Art. 6. Quando o postulante se fizer representar por mandatrio, a legitimidade deste se comprovar pela juntada ao processo do instrumento do mandato. Art. 7. Consideram-se vlidos os atos praticados por mandatrio, at o momento em que o mandante declare, expressamente, no processo a extino do mandato. Art. 8. A empresa sem personalidade jurdica, a que for imputada infrao legislao tributria, representada por quem estiver na administrao de seus bens. Pargrafo nico - A irregularidade de constituio no poder ser alegada em proveito prprio. Art. 9. Os rgos de classe podem representar os interesses da respectiva categoria econmica ou profissional, quando tenhampor finalidade a orientao dos filiados ou associados, em assuntos de interesse coletivo. (Grifos nosso)

    O artigo 4 nos traz uma disposio intuitiva, porm muito importante. Ele nos fala sobre os interessados num PAT, aqueles que podem praticar atos nele determinados ou requeridos, bem como por espontnea vontade, quando permitida. Essas pessoas so:

    O prprio contribuinte e interessado no assunto objeto do PAT;

    O responsvel tributrio em relao ao pagamento de crdito tributrio;

    O responsvel tributrio em relao ao cumprimento de obrigao acessria.

    Quanto aos atos a serem praticados pelas pessoas acima, estas podero faz-los pessoalmente, realizando todos os atos a que esto obrigados ou permitidos pela legislao, ou por representao legal, que pode ser por despachante estadual, advogado, contabilista ou gerente.

    Quando se fizer representar por outra pessoa, o interessado deve outorgar poderes aos seus representantes para que os atos praticados por estes possam ser aceitos e vlidos perante a administrao fazendria, em relao ao PAT.

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    A outorga de poderes de representao feita mediante a expedio de mandato. Este dever ter sua legitimidade verificada e juntado ao processo de interesse do representado. A juntada ao processo habilita o representante a praticar atos em nome do representado, que poder expedir mandato com poderes vlidos por tempo indeterminado ou determinado.

    Enquanto um mandato permanecer vlido, o representante poder praticar os atos permitidos no instrumento de mandato. Estes poderes somente deixaro de ser vlidos quanto o representado declarar, EXPRESSAMENTE, a extino do mandato concedido.

    Quanto pessoa jurdica, est ser representada por quem estiver diante da administrao dos bens pertencentes entidade. Em geral, essas pessoas so os diretores, gerentes e demais prepostos responsveis.

    Entretanto, a irregularidade da constituio da pessoa jurdica no poder ser alegada por ela mesmo em proveito prprio, sendo considerada invlida qualquer alegao nesse sentido e que vise a proporcionar direitos, prazos mais dilatados, preferncias, excluso de punibilidades, entre outros benefcios.

    Por fim, temos as disposies relativas aos rgos de classe quanto representao de seus filiados em assuntos de interesse coletivos. Esses rgos podem representar a respectiva categoria econmica ou profissional quando tenham por finalidade a orientao dos filiados ou associados.

    Peties

    As peties so todos os atos praticados pelos administrados perante a administrao fazendria, que devem ser recepcionadas, analisadas e decididas pelo servidor ou autoridade competente, devendo sempre ser observadas a celeridade e a objetividade das decises.

    Como sabemos, no ser qualquer servidor ou autoridade que poder decidir sobre um tema ou assunto, seja em matria tributria ou em qualquer outra submetida administrao.

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    Para uma determinada matria, deve haver um responsvel ou responsveis por ela, expressamente designados no regimento interno ou na organizao interna do rgo ou entidade.

    Assim, quanto s multas relativas ao atraso no IPVA, por exemplo, existe determinado servidor X e/ou Y designado no respectivo regimento interno da SEFAZ para tratar desse tipo de assunto. Quanto s multas, todo e qualquer processo deve ser encaminhado aos dois servidores, que analisaro e decidiro sobre a petio realizada pelo sujeito passivo.

    Assim, as peties devem ser dirigidas autoridade ou rgo competente para tanto. Havendo erro na petio relativa indicao do servidor responsvel, o processo ser encaminhado autoridade competente para a apreciao. Esse encaminhamento, bem como o erro na indicao, no prejudicar o requerente em relao a nenhuma matria (prazos, penalidades, entre outros).

    Quanto s peties formuladas pelo requerente, estas devem conter os seguintes elementos:

    Nome, razo social ou denominao do requerente, seu endereo, atividade profissional ou econmica e nmeros de inscrio no Cadastro Fiscal do Estado e no Cadastro Fiscal Federal.

    A pretenso e seus fundamentos, expostos com clareza e preciso;

    Os meios de prova com que o interessado pretende demonstrar a verdade de suas alegaes;

    O pedido com suas especificaes; Indicao, aps a assinatura, do nome completo do

    signatrio, do nmero e do rgo expedidor de sua carteira de identidade.

    Quanto ao endereo a ser utilizado pela administrao para comunicao de atos ao requerente, este dever comunicar qualquer mudana de endereo ocorrida no curso do processo em que seja parte. Caso no cumpra essa determinao, qualquer intimao devidamente feita tomando por base o endereo incorreto ser considerada vlida para todos os efeitos.

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    Quanto petio e aos documentos que a instruem, temos ainda as seguintes disposies:

    Quando tiver por finalidade a impugnao de algum valor exigido pelo Fisco, o requerente dever indicar na petio o valor que considere correto para o caso;

    Dever ser instruda com os documentos que o requerente dispe para fundamentar seu pedido;

    Os documentos exigidos na petio inicial podero ser juntados posteriormente, e j no curso do processo, mas desde que seja por motivo justificvel;

    vedado reunir, numa mesma petio, defesa ou recurso referente a atuaes diversas, bem como em relao a lanamentos ou decises realizados pela SEFAZ;

    Quanto aos documentos a serem apresentados, estes podem ser por cpia, fotocpia ou reproduo permanente por processo anlogo, sendo exigida a conferncia com o original, quando necessrio;

    Por fim, podem ser apresentadas cpias da petio e dos documentos a ela referentes, para devoluo ao requerente, devendo ser autenticadas e datadas pela repartio, a fim de servirem como recibo de entrega

    Por sua vez, as peties formuladas pelo requerente devero ser sempre recepcionadas pela repartio ao qual foram submetidas. Entretanto, sero INDEFERIDAS SUMARIAMENTE se manifestadamente:

    Ineptas; Ilegtimas

    Conforme vimos na aula anterior, os atos a serem praticados perante os magistrados estaro sujeitos ao pagamento da Taxa judiciria, regra geral. Por sua vez, a petio formulada perante a administrao fazendria dever estar acompanhada do pagamento da Taxa Judiciria para que sejam devidamente recepcionados pelos servidores responsveis.

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    Atos e Termos Processuais

    Os artigos 15 a 24 do Decreto Estadual n 2.473/79 dispem sobre atos e termos processuais.

    O artigo 15 trata da eficincia no atendimento das demandas processuais submetidas Administrao Tributria. Para tanto, deve ser buscada sempre a rpida soluo da lide ou requisio instaurada pelo interessado, no sendo feitas exigncias estritamente necessrias elucidao da matria objeto do PAT.

    Deve ser observado ainda que, existindo mais de um modo para a prtica do ato, deve ser dada prioridade sempre quele que seja menos oneroso para o requerente.

    Outra disposio importante quanto ao tema da eficincia administrativa no PAT est prevista no artigo 24, relativo tramitao. Para tanto, esta deve ser objeto de controle eficaz, que permita a rpida localizao do processo na repartio e a conseqente regularidade da sua tramitao nas diversas etapas e autoridades aos quais devem ser submetidos os processos. Essa rapidez na tramitao possvel, entre outras maneiras, pela utilizao de sistemas informatizados, que permitem, alm do controle, a maior segurana, rapidez e disponibilidade dos dados gerados.

    Os atos e termos processuais apresentam as seguintes caractersticas, que devem ser memorizadas:

    Devem conter somente o indispensvel sua finalidade, sem espaos em branco e sem entrelinhas, rasuras ou emendas no ressalvadas;

    A lavratura nos atos e termos pode ser, no todo ou parte, manuscrita a tinta, datilografada, impressa, a carimbo ou por meio de sistema mecanizado ou eletrnico;

    Sendo utilizado o sistema mecanizado ou eletrnico, ser dispensada a assinatura;

    Ao final dos atos e termos, ser indicada a localidade, a denominao ou sigla da repartio e a data da prtica do ato ou do termo processual;

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    Apo a assinatura do servidor, nos casos em que essa seja obrigatria, devem constar o seu nome por extenso, o cargo ou funo e o nmero da matricula, carimbada ou por outra forma legvel;

    Os atos e termos, afetos a outra repartio ou a servidor a ela subordinado, devem ser realizados mediante solicitao da autoridade competente nos autos ou, quando sua realizao independer do exame direto de quaisquer peas do processo, mediante expediente em separado;

    Os termos de anotaes, juntadas e outras semelhantes, relativos ao andamento do processo, devem ser resumidas em simples notas, apostas no corpo do processo;

    Nas peties, pareceres, promoes e informaes, sero canceladas, pela autoridade julgadora, as expresses injuriosas e descorteses.

    Por sua vez, caso a repartio receba documento que foi inequivocamente a ela destinado, dever remet-lo direta e imediatamente ao rgo competente. As remessas inequvocas so aquelas em que no resta dvida quanto ao erro na remessa do documento.

    Quanto aos documentos originais juntados ou apreendidos, estes podem ser restitudos ao interessado, em qualquer fase do processo. Para tanto, deve haver requerimento da parte, e desde que a medida no prejudique a instruo do processo e deles fique cpia autenticada nosautos que permanecero na repartio.

    Por fim, temos o artigo 23, que dispe sobre as certides a serem fornecidas pela Fazenda Pblicas, em relao aos atos e termos constantes no processo, bem como informaes a esse relativas.

    As certides das peas constantes no processo podem ser requeridas pelas partes interessadas, conforme determinadas no artigo 4 do Decreto estadual, visto anteriormente.

    Quanto s certides a serem fornecidas, temos o seguinte:

    A expedio depender de pedido escrito, firmado pelo interessado ou seu representante legal;

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    O pedido de certido dever ser processado nos prprios autos;

    No sero expedidas quando se referirem a pareceres, exceto quando estes forem utilizados para fundamentar a deciso e seja nela indicado expressamente;

    No requerimento dever consta, expressamente, a finalidade a que se destina a certido a ser expedida;

    Quando a finalidade for a instruo de determinado processo judicial, devero se mencionados o direito em questo e fornecidos dados suficientes para identificar a ao em curso que motivou o pedido;

    Na certido expedida dever consta expressamente se a deciso transitou ou no em julgado na via ADMINISTRATIVA.

    Por fim, temos as disposies relativas ao Procurador Geral do Estado, presentes no 5 do artigo 23 do Decreto estadual, relativamente s certides a serem expedidas.

    Quanto s certides, caber o pronunciamento do Procurador Geral do Estado:

    nos pedidos de certides formulados pelo Poder Judicirio;

    no caso de certides para prova em juzo, se o Estado for parte na ao em curso ou a ser proposta.

    Por fim, temos o que dispe o artigo 236 do CTE, quanto s peties:

    Art. 236. Os interessados podem apresentar suas peties e os documentos que as instrurem, em duplicata, a fim de que os mesmos lhes sejam devolvidos devidamente autenticados pela repartio, valendo como certido da entrega das peties e dos documentos.

    Prazos

    A prtica de qualquer ato dentro do PAT est sujeita a prazos, os quais, quando no obedecidos, implicam perda do direito a quem lhe deu causa, dando incio aos atos posteriores do processo

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    em curso. Devem ser observadas ainda as regras que regulam o incio e o fim deles, bem como os que determinam sua interrupo.

    Os prazos no PAT fluminense esto regulados nos artigos 25 a 29 do Decreto Estadual. Quanto aos prazos, estes so de:

    Conforme o 3 do artigo 209 do CTE, caso a situao apresentada no esteja prevista nas hipteses acima, a legislao poder fixar que o prazo para a prtica de atos processuais seja de 10 dias para a parte e de 5 dias para o servidor. Preste bem ateno, caro aluno: CASO NO EXISTA PRAZO FIXADO NA LEGISLAO. Como vimos, o Decreto estadual fixou o prazo de 15 dias para a parte interessada, indo de encontro ao que prev o CTE.

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    O artigo 26 do Decreto estadual define duas hipteses de interrupo do prazo previsto na legislao. Os dois casos que permitem a interrupo so os seguintes:

    Lanamento de informaes sumrias, cujo prazo de 10 dias;

    Emisso de pareceres, informaes fundamentadas, apresentao de laudos e prolao de decises, cujo prazo de 30 dias.

    Para os dois casos acima, os prazos so interrompidos quando a Fazenda Pblica apresentar qualquer exigncia ao interessado na matria objeto do PAT. Pode ser interrompido ainda para a determinao de realizaes de diligncias e pelo pedido de pronunciamento de outra repartio.

    Ao ser interrompido, o prazo inicialmente concedido ser REINICIADO, comeando a nova contagem a partir da data em que for cumprida a exigncia ou diligencia, ou recebida a resposta, conforme o caso. Guarde bem, caro aluno: ao ser interrompido, o prazo reiniciado! Caso houvesse a suspenso, o prazo no seria reiniciado.

    No curso do processo, caso o prazo previsto na legislao tenha se esgotado, este poder ser renovado. Para tanto, devem ser observados os seguintes pontos:

    Deve haver necessidade e interesse da Administrao; Complexidade na matria analisada, ou outro motivo de

    fora maior que justifique a prorrogao;

    O novo prazo deve ser solicitado pelo servidor responsvel pelo PAT junto ao seu superior imediato.

    Quanto prorrogao dos prazos, temos ainda o que dispe o CTE nos 1 do seu artigo 209, dispondo que aquela ser concedida UMA NICA VEZ e por IGUAL PRAZO, desde que solicitada dentro do prazo a ser prorrogado.

    Importantes disposies quanto aos prazos no PAT encontram-se no artigo 28 do Decreto Estadual. Podemos montar a seguinte figura, que resume bem o contedo do artigo:

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    So considerados normais todos os dias teis para a repartio, o que nem sempre coincide com o perodo de segunda a sexta feira. Para uma determinada repartio, um dia de expediente normal pode ser o sbado e domingo, bem como o horrio integral de 24 horas. So anormais os feriados, as paralisaes de servidores (greves), a falta de energia eltrica que acarrete paralisao das atividades, entre outros.

    A extenso do expediente alm das 18 horas, por exemplo, pode ser considerada como expediente normal, desde que essa seja a praxe administrativa da repartio fazendria.

    Por fim, temos o momento de incio de contagem dos prazos, os quais, como vimos, devem ser excludos da contagem do prazo, sendo utilizados apenas efeitos de incio de contagem.

    O incio da contagem do prazo diferenciado para servidores e administrados, conforme os incisos I e II do artigo 29 do Decreto estadual. Estes incisos fixam o seguinte:

    para servidores e autoridades, o prazo ser contado desde o efetivo recebimento do processo ou, estando este em seu poder, da data em que se houver concludo o ato processual anterior ou expirado o seu prazo;

    para os interessados, desde a intimao ou, se a esta se anteciparem, da data em que manifestarem, por qualquer meio, inequvoca cincia do ato.

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    Prova

    As provas a serem apresentadas no PAT esto reguladas nos artigos 30 a 34 do Decreto estadual n 2.476/79. Esses dispositivos se referem tanto quelas produzidas pelo interessado quanto quelas solicitadas mediante pericia.

    J no artigo 30, temos disposio relativa ao que determina o inciso LVI do artigo 5 da CF/88/88, que assim dispe:

    LVI - so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos;

    Assim, todas aquelas provas que no sejam ilcitas sero admitidas nos processos, nestes includos os processos administrativos tributrios. As provas lcitas so todas aquelas admitidas em direito, devendo todas elas serem admissveis no PAT, repito. o que determina a redao do artigo 30 do Decerto estadual:

    Art. 30. So admissveis no processo administrativo-tributrio todas as espcies de prova em direito permitidas.

    O artigo 31 vem a reafirmar o princpio da veracidade das informaes e dos atos praticados pela Administrao, cuja vontade se manifesta atravs dos seus servidores e por meio dos atos por estes praticados. Sendo assim, todos os atos praticados pelos servidores gozam de presuno (relativa) de veracidade, at que seja apresentada prova em contrrio.

    A presuno de veracidade se estende s declaraes constantes de autos, termos e demais escritos firmados por servidor competente para a prtica do respectivo ato.

    Os artigos 32 a 34 do Decreto tratam das diligncias a serem efetuadas no decorrer do PAT, tendo como objetivo fundamentar a deciso do julgador administrativo ou apenas esclarecer fato sobre o qual reste alguma dvida ou questionamento.

    Entre os tipos de diligncias a serem solicitadas, tanto pela autoridade competente quanto pelo interessado, temos a percia, que aquela onde h a interveno de um profissional habilitado para a emisso de parecer tcnico sobre determinado fato ou assunto, como, por exemplo, contabilistas e engenheiros.

    As diligncias sero ordenadas pela autoridade julgadora, podendo, como comentado anteriormente, ser tanto de ofcio

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    quanto por solicitao da autoridade lanadora ou do autor do procedimento, bem como pelo interessado. Guarde bem esses quatro personagens habilitados a solicitar diligncias, caro aluno:

    Autoridade julgadora; Autoridade lanadora; Autor do procedimento administrativo; Interessado no objeto do PAT.

    Quanto s diligencias a serem efetuadas, a autoridade julgadora poder indeferir as diligncia e percias que forem formuladas e consideradas prescindveis ou impraticveis, bem como impugnar os quesitos impertinentes apresentados pelo requerente. Ademais, a autoridade julgadora poder formular quesitos que entenda serem necessrios para o processo.

    Uma vez autorizada a percia pela autoridade julgadora, o processo retornar repartio competente para que esta intime o sujeito passivo a recolher a Taxa de servios estaduais (TSE).

    Caso a TSE no seja recolhida no prazo de 15 dias,contados do recebimento da intimao pelo sujeito passivo, considera-se que o interessado tenha desistido do prosseguimento do litgio.

    Como no poderia deixar de ser, o pedido de percia dever ser fundamentado, com a formulao de quesitos a serem respondidos pelo perito responsvel pelo parecer final. Ademais, o pedido dever ainda constar da defesa ou recurso formulado pelo solicitante.

    Nas hipteses em que o perito designado pela autoridade competente no for de total confiana do interessado no PAT, este poder indicar assistente tcnico de sua confiana para acompanhar a percia a ser realizada.

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    Entretanto, a responsabilidade pelo pagamento das despesas e honorrios do assistente designado pelo interessado ficar por conta deste, que arcar com tudo.

    Caso deseje solicitar assistente tcnico de sua confiana, o interessado dever mencionar nome, habilitao profissional, identidade e endereo do assistente tcnico.

    Ao final da percia realizada na presena de assistente tcnico, o laudo final contendo as concluses sobre a matria levada a anlise dever ser redigido pelo perito. Entretanto, o laudo dever ser assinado pelo perito e pelo assistente tcnico.

    Caso haja discordncia entre o perito e o assistente tcnico quanto ao contedo da percia, cada um redigir um laudo em separado, devendo apresentar as razes que fundamentaram para produzir suas concluses finais.

    Comunicao dos Atos

    Todos os atos praticados pelos servidores pblicos devem ser pblicos, devendo todos aqueles que possam ter interesse na matria tratado no ato tomar conhecimento dos fatos. Isso o que chamamos de princpio da publicidade.

    Assim como os atos praticados no interessa da administrao devem ser publicados para que possam ter efeitos vlidos perante a coletividade, os atos praticados pelos servidores no mbito do PAT devem ser devidamente comunicados aos interessados.

    No mbito do PAT, os atos dos servidores, autoridades e rgos colegiados sero levados ao conhecimento dos interessados por meio de:

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    INTIMAO; SIMPLES COMUNICAO

    Antes de falarmos desses dois institutos, regulados nos artigos 36, 37, 38 e 39, vamos ver o que dispe o decreto sobre o domiclio tributrio do interessado, para fins de intimaes a serem realizadas pelos rgos da administrao. As disposies relativas ao domiclio tributrio encontram-se no artigo 37-A. Seu texto o seguinte:

    Art. 37-A. Para fins de intimao, considera-se domiclio tributrio do sujeito passivo, do seu representante legal, ou do mandatrio devidamente constitudo: I - o endereo postal por ele fornecido, para fins cadastrais, Administrao Tributria; II - o endereo eletrnico a ele atribudo pela Administrao Tributria. Pargrafo nico - O endereo eletrnico somente ser implementado com expresso consentimento do sujeito passivo e a Administrao Tributria informar lhes- as normas e condies de sua utilizao e manuteno.

    Como no poderia deixar de ser, o endereo a ser utilizado como domiclio tributrio do interessado, do seu representante legal ou do mandatrio devidamente constitudo, ser aquele por ele fornecido no momento do cadastramento das informaes perante a administrao fazendria.

    Alternativamente ao endereo fsico, o sujeito passivo ou seus representantes podero ter como endereo para entrega de intimaes um endereo eletrnico (e-mail) atribudo pela Administrao fazendria. Assim, o endereo de e-mail dever ser fornecido pela SEFAZ, no podendo um ser escolhido pelo interessado.

    Ao ser enviada a intimao para o endereo virtual criado, considera-se que o interessado est cientificado para todos os efeitos, no podendo ser alegado o desconhecimento ou o atraso na leitura e cincia da intimao enviada eletronicamente.

    Ademais, quanto ao endereo eletrnico, este somente poder ser implementado com o expresso consentimento do interessado, devendo a administrao fazendria informa as normas e condies de utilizao e manuteno.

  • LEGISLAO TRIBUTRIA P/ ICMS-RJ PROFESSOR: ALUISIO NETO

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    Vamos agora ao estudo dos dispositivos do decreto relativos intimao e simples comunicao, previstas nos artigos 36, 37, 38 e 39 do Decreto estadual.

    A intimao, para que seja considera vlida, dever indicar os seguintes requisitos:

    Contedo do ato ou exigncia a que se refere; Prazo para pagamento ou recurso, quando for o caso; Repartio, local, data, assinatura, nome e matrcula

    da autoridade ou servidor do qual emana.

    Por sua vez, a intimao de deciso dever ser acompanhada de cpia ou resumo do ato expedido.

    O artigo 37 do Decreto estadual regula a forma como ser feita a intimao, podendo ser realizada por quatro meios diferentes:

    Pessoalmente; Por via postal ou telegrfica; Por meio eletrnico; Por edital publicado no Dirio Oficial do Estado do Rio de

    Janeiro.

    Quanto intimao realizada pessoalmente pelo servidor competente, podendo ser feita dentro ou fora da repartio, a prova de recebimento pelo intimado ser feita com a aposio de assinatura deste, bem como dos seus mandatrio ou prepostos.

    Caso haja recusa de recebimento da intimao, o servidor responsvel dever fazer declarao escrita do no recebimento.

    Por sua vez, c